RobôSumo
RobôSumo
RobôSumo
Guaratinguetá - SP
2017
Francisco de Assis Vasconcelos Miranda Neto
Guaratinguetá - SP
2017
Miranda Neto, Francisco de Assis Vasconcelos
Desenvolvimento de hardware de robôs autônomos de sumô 3kg /
M672D
Francisco de Assis Vasconcelos Miranda Neto – Guaratinguetá, 2017.
65 f : il.
Bibliografia: f. 53
CDU 007.52
Dedico este trabalho de à minha família,
a meus melhores amigos e à equipe FEG – Robótica.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus. Agradeço pela minha vida, minha inteligência,
minha família e meus amigos,
ao meu orientador, Prof. Dr. Daniel Julien Barros da Silva Sampaio e demais
professores da instituição que de alguma forma colaboraram com a minha formação, em
especial ao Prof. Dr. Samuel Euzédice de Lucena, ao Prof. Dr. Fernando Filadelfo e ao Prof.
Dr. Leonardo Mesquita.
aos meus pais José Francisco e Conceição Célia, que apesar das dificuldades
enfrentadas, sempre me incentivaram em todas minhas escolhas de vida.
ao amigo, e companheiro mais uma vez nessa jornada na conclusão do curso, Rodolfo
Egon Pehrs.
aos amigos mais que especiais, Ana Julia, Felipe, Fred, Glauco, Léo, Yuri, e moradoras
da república Bem Me Quer.
às funcionárias e aos funcionários da Faculdade de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá de maneira geral que sempre foram atenciosos e prestativos.
RESUMO
This work sustains itself in the development of a complete hardware of a 3 kilograms Sumo
Robot for combat competitions. The project covers all the researches and development of
electronic and mechanic systems of the robot. The purpose of constructing a Sumo Robot
goes beyond the participation on combat competitions. The development of autonomous
robots provides applications that have the same principles but have a extensive gamma of
possibilities to apply it.
Autonomous Robots are nowadays applied worldwide at most of the technological fields, like
Medical, Automobilist and Astronomy fields, in different ways, making that the
implementation of this project follows the current world technological and autonomous robot
field trends.
The electronic system implemented on the project uses Embedded Systems concepts, also a
recent global trend that allows many possibilities for a constant evolution for the robot.
The FEG Robotica robotics team, from Guaratinguetá Campus of Guaratinguetá Engineering
College - UNESP, made real the implementation and construction of the robot, buying and
building all the necessary parts for a real version of the robot.
This project can be remotely attached, via Bluetooth, through an Android smartphone App,
also entirely developed by the FEG Robotica team.
Tabela 1 – Corrente exigida pelos motores devido a ação de imãs e a dureza das rodas ........ 33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
-
13
1 INTRODUÇÃO
Criada em 2011, a equipe surgiu com princípios e ideias para não ser apenas um grupo
de jovens que compra e monta dispositivos para competir e visar resultados estatísticos.
Acima de resultados em competições, a criação de novas tecnologias, solução de problemas
de forma mais rentável e com recursos escassos, melhor aproveitamento de tecnologias já
existentes, e disseminação de conhecimento para favorecer a comunidade, são ideias e regras
básicas que ainda regem a forma de trabalho da equipe até os dias de hoje.
Com suporte financeiro e ferramental do próprio campus de Guaratinguetá - que
também forneceu o local de pesquisa e execução para a equipe - e de patrocinadores, a equipe
conta com melhores recursos hoje, mostrando seus resultados nas mais diversas formas.
Em sua estrutura a equipe se divide em Capitania, que conta com 2 membros, Mecânica,
Eletrônica, Programação e Comunicação. Todos os membros são convidados a participar de
todas as áreas disponíveis, comprovando mais uma vez o compromisso com uma formação
mais completa dos membros.
A equipe se divide ainda entre os projetos de competição, os projetos de cunho
acadêmico e sua área social, fundamental, que aplica diversos cursos e palestras na
comunidade, buscando uma visão diferente da sociedade em relação à ciência e tecnologia.
“A verdade é que, um robô bem planejado pode vencer um robô de qualquer tipo.”
MARCO ANTONIO MEGGIOLARO (2009).
15
2.2.1 Peso
As categorias são dividas por peso e dimensões. Para esse projeto, os limites impostos
para o robô são: possuir no máximo 3kg, caber em uma caixa com 20 cm por 20 cm de base
com altura ilimitada
Logo, para conseguir construir o melhor robô possível o desafio está em utilizar todo o
peso e volume permitido. Para isso investe-se m em motores potentes de baixo peso e volume,
materiais estruturais leves, resistentes e de fácil manuseio e usinagem. Como exemplo de
materiais têm-se ligas de alumínio, alguns polímeros como poliacetal e UHMW e fibra de
carbono.
É importante frisar que todos os itens são interdependentes. Como exemplo, ao fazer a
escolha de um motor é necessário possuir uma bateria que lhe fornecça a energia demandada.
Por consequência o peso e dimensões dessa bateria devem ser levados em consideração.
2.3.1 Microcontroladores
A eletrônica do robô é dividida entre controle e potência, dispostas em placas distintas.
Para a parte de controle, o controlador deve dispor de suficientes portas de entrada de
dados analógicos para a leitura dos sensores de distância e de linha e processá-los de maneira
simultânea com pouco tempo de aquisição de dados. Para tal, o PIC18F2550 foi escolhido,
primariamente devido à sua capacidade de capturar até 10 canais de dados e converter as
informações analógicas dos sensores para dados digitais de 10 bits de resolução. Além disso,
ele também implementa várias facilidades para a área da Programação ser mais flexível na
elaboração do código do programa a ser usado, tais como a praticidade em sua programação
em linguagem C++, compatibilidade com interface USB, oscilador interno ajustável e uso de
até três interrupções externas independentes.
Já para a parte de potência, é necessário que a saída do microcontrolador atenda
satisfatoriamente os requisitos para o chaveamento do motor, tanto pela frequência quanto
pelo nível de corrente. Com isso, usa-se o PIC18F4431 para se encarregar da parte de
potência, uma vez que o mesmo é especializado em gerenciar dados em PWM (pulse width
modulation, ou modulação por largura de pulso) necessários para o interfaceamento entre a
parte lógica e a ponte H que controla o acionamento do motor. Tal modelo do controlador,
diferentemente do usado na placa de controle, dispõe de um módulo de controle de PWM de
potência (suportando maiores níveis de corrente) de 14 bits para até 4 canais, além de
18
conversores A/D com taxa de amostragem de até 200.000 aquisições por segundo e
amostragem simultânea e sincronizada para dois canais independentes, o que permite o
controle de dois motores de alta corrente ao mesmo tempo. Em caso de falha em algum dos
pinos para o controle de alta corrente, o microcontrolador ainda conta com pinos simétricos,
que fornecem os mesmos sinais de seu pino de referência, porém de forma invertida, em casos
de aplicação com mais de um par de motores.
2.3.2 Ponte H
Na placa de potência do robô, o sinal de modulação por largura de pulso que o
microcontrolador envia para o motor possui baixíssima intensidade de corrente elétrica
(25mA) frente à corrente elétrica necessária para sequer executar a partida do motor (no caso
do RS-550, 10,9A). Uma solução seria ligar o motor diretamente com a bateria a apenas
chaveá-la por relés que teriam suas entradas controladas pelo microcontrolador, no entanto,
tal solução se mostra insuficiente uma vez que é desejável o controle do sentido de rotação do
motor ao invés de apenas ligá-lo ou desligá-lo.
Para isso, emprega-se o circuito de ponte H, ilustrado de maneira superficial pela Figura
2. Sua função é, de acordo com a posição das chaves do circuito, possibilitar o giro do motor
no sentido horário ou anti-horário dependendo do sentido que a corrente elétrica percorre o
motor. À exemplo da figura, fechando-se as chaves S1 e S4, deixando as demais chaves
abertas, fará com que o motor gire em um dado sentido, enquanto que ao se fechar S2 e S3 e
abrir as demais fará o mesmo motor girar no sentido oposto.
É evidente que o controle usando chaves manuais é impossível em robôs autônomos,
logo, pode-se empregar relés eletromecânicos ou transistores para transformar a ponte H em
um circuito controlável por microcontroladores ou circuitos integrados dedicados. Uma
desvantagem em usar relés é o seu lento tempo de resposta para abrir ou fechar seus contatos
e relativamente baixo tempo de vida útil se comparado com transistores bipolares e
MOSFETs.
19
2.4 SENSORIAMENTO
Tal sensor se trata de um sensor fotoelétrico difuso (com ambos o emissor e receptor
no mesmo encapsulamento), que usa um diodo laser que emite luz visível para fácil
diagnóstico da área detectada pelo sensor. Ainda, o mesmo conta com rápido tempo de
resposta (0,5ms entre consecutivas aquisições), grande faixa de detecção de distância (até
1000mm) e proteção contra luz ambiente, em comparação com a resposta relativamente lenta
do sensor SHARP (~39ms), sua distância máxima de detecção (150mm) e ausência de
22
proteção contra iluminação ambiente (ou seja, sua resposta é afetada de acordo com a
intensidade luminosa do local e iluminação indireta).
Pelos gráficos, vê-se que o sensor da Omron possui excelente desempenho em detectar
objetos bem próximos da direção que o mesmo aponta, além de sua distância máxima de
detecção ser constante para objetos de no mínimo 100cm², o que é muito comum em
competições de robôs autônomos. Ainda, este sensor possui um mecanismo para restringir a
distância máxima que o mesmo detectará, evitando que tal detecte objetos que estejam
localizados muito além do dojô, como pessoas e móveis, o que é muito conveniente uma vez
que se trata de um sensor digital (que apenas detecta a presença ou ausência de objeto) ao
invés de ser propriamente um sensor que mede a distância entre ele e o objeto detectado,
simplificando a programação.
mesmo, caso detecte a borda do dojô, possa executar uma subrotina para se distanciar da
mesma e evitar que o adversário possa empurrá-lo para fora do dojô. O circuito de um sensor
de linha convencional pode ser encontrado na Figura 6, onde utiliza-se o sensor óptico
reflexivo CNY70, da Vishay, que conta com proteção contra iluminação ambiente e curva
característica de corrente altamente linear para distâncias de até 10mm.
Em essência, o sensor de linha funciona de maneira similar ao sensor de distância da
SHARP, com a ressalva que o sensor de linha é feito para detectar pequenas distâncias a fim
de aumentar seu tempo de resposta (~50µs). Portanto, se o código do programa for enxuto e
for dada prioridade para o sensor de linha, tal sensor pode ser corretamente acionado até
mesmo para motores de alta velocidade.
Figura 6– Circuito do sensor de linha (terminal Q1 indica sinal que irá para o
microcontrolador) e curva característica de corrente de saída conforme a distância do objeto
detectado.
5V
R1
220
K C Q1
d (mm)
CNY70
7.7
A E
Q1(E)
R2
10k
5V
Há de se atentar que o sensor de linha, apesar de suas vantagens, pode ser facilmente
“enganado” por diversas contraestratégias, tal como se a rampa do robô adversário seja
revestida em material da mesma cor que a borda do dojô. Para que suas funções vitais não
sejam desprezadas com tal estratégia, é importante o emprego de uma programação mais
complexa que possa diferenciar se a borda detectada pelo sensor de linha é realmente a borda
do dojô ou simplesmente uma superfície destinada a confundir o robô.
Ainda assim, as limitações podem ou não impedir a aplicação, o que geralmente pode
ser superado através da escolha de equipamentos, devidamente instalados, de acordo com
24
Para garantir a longa vida útil dos componentes, é necessário que hajam adequações e
dispositivos extras a fim de evitar que transientes de tensão e corrente derivados da operação
dos motores comprometam o comportamento dos demais componentes do circuito, bem
como adequar os níveis de alimentação para evitar que informações errôneas sejam
transmitidas para o microcontrolador de forma a fazê-lo processar informações que não
condizem com a condição real em que o robô se encontra.
Primeiramente, emprega-se um filtro na saída de cada regulador de tensão para ambas
as placas de circuito, denominado capacitor de bypass, cuja funcionalidade é remover o sinal
AC oriundo da saída do regulador de tensão, fornecendo um sinal com menor ripple para os
circuitos integrados conectados a ele. Um exemplo de sua eficácia é mostrada na Figura 7.
Apesar de não parecer uma mudança muito relevante para o projeto, o capacitor de
bypass tem grande valia em projetos com cargas que requerem altas correntes e quando
ocorrem chaveamento em alta frequência, uma vez que uma elevada frequência de
chaveamento fará com que os harmônicos gerados possam influenciar significativamente a
operação dos circuitos integrados. Atenta-se ainda quanto às variações na tensão de
alimentação, que conforme a corrente demandada pelos circuitos integrados alcança o
25
máximo que pode ser fornecido pelo regulador de tensão acabam por estabilizar a tensão de
alimentação em um nível abaixo do estabelecido pela operação normal do componente. Para
remediar tal situação, emprega-se um capacitor de filtro com capacitância suficiente para
garantir a tensão desejada pela alimentação.
Há também a presença de um diodo TVS (Transient Voltage Suppresion) usado na
placa de potência para evitar com que componentes sensíveis a picos de tensão (no caso, os
MOSFETs internos de cada BTN7970) sejam danificados durante a partida dos motores, uma
vez que a partida dos mesmos geram uma corrente de pico significativamente maior que a
corrente nominal do motor. A função deste componente é de limitar a taxa de variação de
tensão no tempo (dv⁄dt) entre os terminais da bateria, assegurando que tal variação máxima
respeitará o respectivo limite dos circuitos integrados empregados na placa. Há ainda um
diodo polarizado diretamente no terminal positivo da alimentação da bateria para evitar com
que, na conexão física dos terminais da bateria com a placa de potência, evita-se que a
inversão de polaridade danifique os componentes da placa. A Figura 8 ilustra os dispositivos
supracitados.
danificar componentes sensíveis a picos de tensão tão significativos. A instalação dos diodos
D1, D2, D3 e D4, denominados de diodos flyback, ajudam a fornecer um “caminho” para a
descarga de corrente gerada pela grande variação da força eletromotriz (emf) do
chaveamento do motor, além de limitar a tensão de pico de tal descarga. Com isso, se os
diodos instalados suportarem descargas rápidas (geralmente diodos Schottky), pode-se
considerar que as partes eletrônicas conectadas ao motor estarão protegidas contra tais picos
de tensão.
3 DESENVOLVIMENTO
Como a parte do circuito que cuidará do acionamento dos motores exige uma corrente
significativamente maior que a parte dos circuitos integrados e do microcontrolador, tomou-se
a decisão de dividir ambos em duas placas de circuito impresso separadas de forma a evitar
grandes distúrbios causados na trilha de alimentação na parte lógica. Além disso, a bateria
LiPO (Polímero de Lítio) fornecerá alimentação para ambas as placas, cada qual contará com
reguladores lineares de tensão responsáveis por converterem a tensão da bateria a níveis
aceitáveis tanto para a parte lógica (microcontrolador, sensores e LEDs, que trabalham usando
a lógica transistor-transistor, ou TTL) quanto para a parte de acionamento (ponte H e motores,
que trabalham com 12V para geração de maiores torques e velocidades).
Conforme observado na Figura 11, tem-se que do pino 2 ao pino 7, tem-se entradas
analógicas do pino conectadas ao pino de sinal dos sensores de distância, para que o PIC
possa receber os sinais de tensão dos sensores e realizar a leitura dos mesmos analogicamente.
Lembrando-se que é possível utilizar tanto sensores analógicos como digitais conectados a
essa placa, já que se pode trabalhar com os dois métodos através desses pinos.
No pino 21 ao pino 24, têm-se entradas dos sensores de linha, que trabalham de
maneira semelhante aos sensores de distância, já que ambos são infravermelhos e trabalham
de maneira analógica.
As configurações dos sensores podem ser vistas na Figura 12 e na Figura 13, onde se
encontra as ligações realizadas nos conectores que receberão os sensores de distância e de
linha, de modo a alimentá-los e receber o sinal enviado por eles.
30
J1
1
2
CONN-SIL3 3
AN0
J2
1
CONN-SIL3 2
3
AN1
CONN-SIL3
J3
1
2
CONN-SIL3
3
AN2
L3
J4
1
2
3
AN3
J5
1
2
3
AN4
J6
1
2
3
AN5
J13 CONN-SIL3
1
2
3
IN2
J14 CONN-SIL3
1
2
3
IN3 CONN-SIL3
J15
1
2
3
IN4
Nos pinos 9 e 10, tem-se os pinos de CLOCK do PIC, que estão conectados em um
circuito oscilador com a utilização de um cristal de 20MHz, que é responsável pela frequência
de processamento do PIC, conforme visto na Figura 14.
J11 J10
1 1
2 2
CONN-SIL2 CONN-SIL2
INICIO CONFIG
R2 R3
10k 10k
STATUS
R4
330R
D1
LED-BLUE
J7
1
2 CONN-SIL3
3
ccp1
J8
1
2
3
ccp2
CONN-SIL3
1 3
J16 VI VO
GND
1
2 2
CONN-SIL2
J9
1
MCLR
2
3
4
PGD
5
PGC
E por fim, têm-se os pinos 17 e 18, que são os pinos “TX” e “RX”, respectivamente,
responsáveis pela comunicação serial do PIC com elementos externos, como módulo
Bluetooth, por exemplo, que pode ser utilizado para acionamento do robô e para diversos
tipos de telemetria.
23 6
AUX2 RC4/INT1/SDI/SDA RA4/AN4/CAP3/QEB
24 7
RC5/INT2/SCK/SCL RA5/AN5/LVDIN
25 14
TX RC6/TX/CK/SS RA6/OSC2/CLKO osc1
26 13
RX RC7/RX/TD/SDO RA7/OSC1/CLKI osc2
19 33
R21 L1 20
RD0/T0CKI/T5CKI RB0/PWM0
34
PWM-A
L2 RD1/SDO RB1/PWM1
21 35
L3 RD2/SDI/SDA RB2/PWM2 PWM-B
22 36
L4 RD3/SCK/SCL RB3/PWM3
10k 27 37
RD4/FLTA RB4/PWM5/KBI0
28 38
RD5/PWM4 RB5/PWM4/KBI1/PGM PWM-C
29 39
PWM-D RD6/PWM6 RB6/KBI2/PGC ENA
30 40
RD7/PWM7 RB7/KBI3/PGD ENB
PGC
8
OP1 RE0/AN6 PGD
9
OP2 RE1/AN7
10 11
OP3 RE2/AN8 AVDD
1 12
RE3/MCLR/VPP AVSS
PIC18F4431
MCLR
470u
C1
VCC-IN
470n
H1 D1 D2 H2
7
7
SMBJ30A SMBJ30A
R1 R2
Vs
Vs
2 2
PWM-A IN IN PWM-B
M1A
R9
10k
3 3
R12
10k
ENA INH INH ENA
R5
10k
5
OUT
8 8
OUT
5
R8
10k
SR SR
R13
510R
6 6
510R
GND
GND
IS M1B IS
470
RA0
Sensor-A
BTN7970 BTN7970
Sensor-A
D3 D4
1
1
RA1 SMBJ30A SMBJ30A
H3 D5 D8 H4
7
7
SMBJ30A SMBJ30A
R3 R4
Vs
Vs
2 2
PWM-C IN M2A IN PWM-D
R10
10k
3 3
R11
10k
ENB INH INH ENB
R610k 5
OUT
8 8
OUT
5
R7
10k
SR SR
R15
510R
6 6
510R
GND
GND
IS IS
M2B
470R
Sensor-B
Sensor-B
BTN7970 BTN7970
D6 D7
1
SMBJ30A SMBJ30A
ENA
ENB
PGC
PGD
U1
15
16
Assim como na placa de controle,RA0/AN0
RC0/T1OSO/T1CKI a placa de23 potência possui conectores com os pinos
JUMPER
RC1/T1OSI/CCP2/FLTA RA1/AN1
17
18
de comunicação
RC2/CCP1/FLTBentre o PIC da placa de controle com
RA2/AN2/VREF-/CAP1/INDX
4
5
o PIC da placa de potência. Esses pinos
RC3/T0CKI/T5CLKI/INT0 RA3/AN3/VREF+/CAP2/QEA
23
24
sãoRC4/INT1/SDI/SDA
os pinos 16 e 17, “CANAL-A” e “CANAL-B”, 7que são responsáveis por receber os sinais
RA4/AN4/CAP3/QEB
6
RC5/INT2/SCK/SCL RA5/AN5/LVDIN
25
26
da RC6/TX/CK/SS
placa de controle, tratando essas informações no
RA6/OSC2/CLKO
14
13
PIC da placa de potência. Esses pinos
RC7/RX/TD/SDO RA7/OSC1/CLKI
19
estão conectados juntamente com a alimentação do circuito, que é compartilhada com a placa
33
RD0/T0CKI/T5CKI RB0/PWM0
20
21
de RD1/SDO
controle, conforme dito anteriormente no tópico
RB1/PWM1
34
35
Placa de controle. Além disso, possui
RD2/SDI/SDA RB2/PWM2
22
27
também pinos de comunicação serial que
RD3/SCK/SCL se encontram
RB3/PWM3
36
37
nos pinos 25 e 26, “TX” e “RX”, do
RD4/FLTA RB4/PWM5/KBI0
28
29
PIC, conforme visto na Figura RB5/PWM4/KBI1/PGM
RD5/PWM4 23. 38
39
RD6/PWM6 RB6/KBI2/PGC
30 40
RD7/PWM7 RB7/KBI3/PGD
8Figura 23 – Comunicação entre a placa de controle e a placa de potência
RE0/AN6
9 VCC-5V
RE1/AN7
10 11
RE2/AN8 AVDD
1 12
RE3/MCLR/VPP AVSS CA
PIC18F4431 1
CANAL-A
2
CANAL-B 3
CB
1
R24 R23 2
10k 10k 3
SE
1
TX
2
RX
3
osc1
22p
U1
Fonte: Produção do próprio autor 15
AUX1 RC0/T1OSO/T1CKI
16
RC1/T1OSI/CCP2/FLTA
17
Os pinos 19, 20, 21 e 22 são utilizados para ter um feedback18 RC2/CCP1/FLTB
do funcionamento dos RA2/
RC3/T0CKI/T5CLKI/INT0 RA3/
motores, ou seja, estão conectados a quatro LEDs, onde cada LED representa
23 um sentido de
RC4/INT1/SDI/SDA
24
RC5/INT2/SCK/SCL
rotação de cada motor, dando a possibilidade de controlarmos melhor25para qual lado o robô
RC6/TX/CK/SS
26 girar para um lado
está girando ou para qual lado ele deve girar, assim como qual motor deve RC7/RX/TD/SDO
ou para o lado inverso. Pode ser visto na Figura 25. 19
RD0/T0CKI/T5CKI
Figura 25 – LEDs para verificação do funcionamento dos motores 20
RD1/SDO
21
L4
L3
L2
L1
RD2/SDI/SDA
22
RD3/SCK/SCL
27
RD4/FLTA
R17 R18 R19 R20 28
330R 330R 330R 330R
RD5/PWM4
29
RD6/PWM6
30LED-GREEN
RD7/PWM7
LED-BLUE
LED-GREEN
D9 D10 D11
8 LED-BLUE
RE0/AN6
9
RE1/AN7
10 D12
RE2/AN8
1
RE3/MCLR/VPP
Fonte: Produção do próprio autor
PIC18F4431
Assim como na placa de controle, há os pinos específicos para gravação do PIC, que
são os pinos 1, 39 e 40, “MCLR”, “PGC” e “PGD”, que estão conectados em um conector de
cinco vias, para serem utilizados na gravação do PIC, como na Figura 26.
CONN-SIL5
39
VCC-5V
VCC-5V
CA
1 ICSP
2
1
3 MCLR
2
3
CB 4
PGD
5
1 PGC
2
3
OP1 R14
CA
1 ICSP JUMPER 10k
2 OP2 OP2
1
3
2
R16
3 JUMPER 10k
CB 4 OP3 OP3
1
5 R22
2 JUMPER 10k
3
VCC-IN
FAN
U2
7805
2
1
1 3
VI VO VCC-5V
ALIMENTACAO
GND
1 A
2 TVS C5
1
2
1.5KE39CA 10u
2
TBLOCK-I2
K
3.4.1 Motores
O robô de sumo autônomo 3kg está equipado com um motorBrushed (com escovas)
RS775-18V, Figura 29, comumente encontrado em parafusadeiras, e cada unidade pesa
aproximadamente 338g, suas características mecânicas podem ser vistas a seguir:
Em nosso robô fazemos uso do chamado overvolt nos motores (é aplicado uma tensão
acima da tensão nominal), uma prática que não é muito aconselhada devido a diminuir a vida
útil dos motores, mas que proporciona um aumento de velocidade e torque. Isso é feito, pois
os motores são usados por um curto espaço de tempo, e não representa um problema para nós,
mesmo em longo prazo, pois se trata de uma peça relativamente barata e de fácil reposição.
42
Como o motor sozinho não seria capaz de gerar o torque necessário a mover o robô e
muito menos empurrar o adversário da arena, fazemos uso de caixas de redução (a qual será
explicitada mais á frente), o que faz com que aumente o torque e diminua a velocidade. Para o
presente projeto foi utilizado uma caixa de redução com relação de 64:1, isso quer dizer que a
velocidade do eixo de saída será 64 vezes menor, e o torque 64 vezes maior.
Como utilizamos uma bateria de 24V, temos que a velocidade no eixo de saída da caixa
de redução será de 406,25 rotações por minuto.
Agora para sabermos a velocidade linear do robô, basta sabermos o raio da roda
utilizada, que para este caso foi de 49mm, e através da equação a seguir podemos definir a
velocidade linear máxima do robô em metros por segundo.
As reduções apresentam uma “nomenclatura” como esta, por exemplo, 4:1. Mas o que
significa esses números? Simples, o primeiro número se refere ao numero de rotações do
motor (eixo de entrada) e o segundo, das rodas (eixo de saída), ou seja, neste caso, a cada
quatro rotações do motor haverá uma rotação das rodas.
Nesse projeto decidimos utilizar caixas de redução planetária com engrenagens de
dentes retos, pois a mesma apresenta eficiência acima de 90%, mas acima de tudo por que
para conseguirmos atingir as relações de redução que queríamos (64:1) era a melhor opção em
termos de espaço. Já que possibilita uma montagem axial entre motor e redução, como pode
ser visto na Figura 31 a seguir.
A redução utilizada foi uma Banebots P60 64:1 de 3 estágios (4:1, 4:1, 4:1), que
suporta até 47,5 N.m de torque, o que era perfeito para nosso caso, já que em testes o torque
máximo nunca ultrapassou os 30 N.m (essa constatação foi feita através do valor de corrente
máximo atingido em testes, e como a corrente apresenta relação direta com o torque é
possível saber o valor do mesmo).
44
3.5 IMÃS
Como a disputa entre os robôs ocorre em uma superfície metálica é usual utilizar imãs
para aumentar a força normal dos robôs e assim aumentar sua tração. Neste projeto foi
utilizado imãs de Neodímio, ou também conhecido como imãs de terras raras, que são feitos
de uma composição de Neodímio Ferro e Boro, escolhemos esse tipo pois eles possuem uma
enorme força magnética em pequenos volumes, e são mais baratos quando comparados com
imãs de Samário-Colbalto. É importante ressaltar que esses imãs podem perder
irreversivelmente suas características magnéticas se expostos a temperaturas acima de 120 ºC,
por isso deve se tomar cuidado tanto no manuseio quanto no uso, pois como é desejável que
eles fiquem o mais próximo possível da superfície da arena (já que a força de atração
magnética é inversamente proporcional ao quadrado da distância), temos que ter cuidado para
o mesmo não ter contato direto, evitando assim atrito, e não o aquecendo.
Uma vez escolhido o tipo de imã é necessário escolher sua forma, e também sua grade
magnética. A forma escolhida foi de pastilha, pois apresentam relação força/volume maior
que os em forma de “embuxados” (que possuem um furo no centro, para fixação através de
parafusos). E também devido a pequena dimensão é possível dosar de forma fácil a força
normal do robô, bastando apenas mudar a quantidade de imãs.
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A grade do ímã é uma boa medida da força de um imã. Em geral, os números mais
altos indicam um ímã mais forte. E esse número é proporcional a força de atração do imã, ou
seja,se dobrar esse número, também dobrará a força de atração do imã.
O número vem de uma propriedade do material, que é a energia máxima oriunda do
material magnético, expresso em MGOe (Mega Gauss Oersteds). Ela representa o ponto mais
forte sobre a curva de desmagnetização do imã, ou curva BH.
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No mercado é comum encontrar imãs com grade magnética entre N35 e N52, sendo
N52 o mais forte, como dito anteriormente.
Nesse projeto foram utilizado oito imãs de 22mm de diâmetro por 10mm de espessura,
com grade magnética N45, sendo cada um responsável por uma força normal de
aproximadamente 10kg, gerando assim no total uma força normal de 80kg.
Por ser uma categoria em que os robôs não sofrem impactos mecânicos fortes
decidimos fazer todo o suporte da eletrônica e sensores em impressora 3D, pois apresenta um
baixo custo, e uma possibilidade infinita de modelagem. Os materiais normalmente utilizados
por impressoras 3D são: PLA (Ácido Polilático) e ABS (Acrilonitrilabutadieno estireno),
sendo o PLA biodegradável, e o ABS oriundo do petróleo.
Utilizamos o PLA, pois tínhamos acesso a uma impressora que só utilizava PLA, mas
o ideal seria o uso de ABS, por ser mais resistente a impactos e aumento de temperatura, e ter
uma durabilidade maior.
3.7 RODAS
As duas formas de se acionar veículos com rodas mais comuns são do tipo Ackerman
ou tipo tanque, Ackerman é o tipo usado em automóveis, onde um motor é responsável por
mover o veículo para frente e para trás e outro motor é responsável pela direção. É ótimo para
grandes velocidades, mas um modelo muito complexo e ineficaz para esta aplicação, onde é
preciso constantemente girar o robô no próprio eixo.
Então o modelo escolhido foi o tipo tanque, onde existe tração independente em cada
roda, o que facilita e muito para fazer curvas, assim como no projeto do mesmo, pois somente
é necessário associar um motor e um conjunto de engrenagens para cada roda.
Fazendo um paralelo com a eletrônica, vê-se que, para fazer curvas, precisa apenas
aplicar sinais de PWM diferentes em cada motor, ou seja, o controle de curvas fica a cargo da
eletrônica, simplificando assim o projeto mecânico.
Outra vantagem a se observar nesse modelo, é que o robô ganha e muito no fator
agilidade, uma vez que é possível girá-lo no próprio eixo sem ter que movimentá-lo
radialmente em nenhuma direção.
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Como o tipo de transmissão escolhido foi o tipo tanque foi necessário escolher a
quantidade de rodas, e então alguns fatores se tornam limitantes.
Para efeito de análise, limita-se o estudo em dois casos: quatro ou duas rodas.
Qualquer outro caso se torna evidente a partir do mesmo. O Primeiro fator a ser
analisado é a agilidade, quanto maior a quantidade de rodas menos ágil o robô se torna, e isso
é fácil de entender ao se observar a Figura 36 a seguir.
Na imagem à esquerda se vê um sistema com duas rodas e o percurso feito por essas
rodas para girar o robô no próprio eixo, já na imagem à direita com o sistema de tração feito
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por quatro rodas, analisando o melhor dos casos que seria com as rodas frontais tangenciando
as rodas traseiras, o percurso feito por cada roda pra poder fazer o robô girar no próprio eixo é
maior, logo mais lento. Então foi escolhido o sistema com duas rodas, que ainda se mostrou
uma escolha melhor devido ao fator peso.
Nesse projeto foram utilizadas rodas fabricadas pela própria equipe, devido a
inexistência de soluções eficazes no mercado nacional. Visando resistência e leveza foi
utilizada Nylon na confecção da roda, um plástico de engenharia muito utilizado devido a seu
baixo custo e propriedades interessantes, como baixo coeficiente de atrito e fácil usinagem.
Para o pneu as características que se buscou foi durabilidade e a maior fricção possível
entre pneu e arena, mas infelizmente são fatores que se contradizem, uma vez que para
aumentar a fricção é necessário que o pneu seja mais macio, mas se isso for aumentado muito
causa o desgaste prematuro das rodas, então foi necessário encontrar um equilíbrio entre esses
dois fatores. Foi utilizado silicone apropriado para confecção de pneus miniatura,
normalmente encontrado em carros de controle remoto de competição. O silicone vem em
duas partes, uma solução pastosa e o catalisador que, juntos, geram uma pasta que após seca
se solidifica no molde, gerando um novo pneu. A borracha utilizada foi da marca “Redelease”
umas das empresas patrocinadoras da equipe.
Para a dureza do pneu foram feitos diversos testes com durezas diferentes, e para
escolha foram analisados dois fatores, a tração e o desgaste, para análise da tração foi
observado o valor da corrente exigido pelos motores no caso dos robôs postos contra a parede,
não havendo deslocamento linear, sendo assim perfeito para parametrizar e uniformizar a
análise. Os dados colhidos podem ser vistos na tabela X a seguir.
Tabela 1 - Corrente exigida pelos motores devido a ação de imãs e a dureza das rodas
50 Shore 20 Shore
A A
Corrente (A)
Sem
25 18 imãs
Com
40 28 imãs
Fonte: Produção do próprio autor
pois a tração é um fator muito importante para o sucesso do robô, quesito que pode ser
maximizado utilizando rodas de menor dureza e maior largura.
Figura 37 - Testes de dureza dos pneus.
A base é a peça central do robô que une todo o conjunto, servindo de chassi para o
projeto, o maior esforço que ela sofre é devido a força dos imãs que podem gerar deformação
na peça caso muitos imãs sejam utilizados, ou o material correto não seja escolhido.
Foi utilizada uma base de UHMWPE(Ultra High Molecular WeightPolyethylene), um
polímero que, devido ao alto peso molecular, possui excelentes propriedades mecânicas,
como elevada resistência a abrasão, baixo coeficiente de atrito e grande resistência.
O objetivo de se utilizar uma rampa é conseguir atingir o adversário de baixo pra cima,
pois uma vez que consegue se erguer o oponente alguns centímetros que sejam, fica muito
mais fácil tira-lo da arena, já que o efeito dos imãs decresce rapidamente com o aumento da
distância.
É talvez umas das partes mais essências de um robô de sumô, um bom projeto de
rampa muitas vezes é o que determina o campeão de uma luta, por isso é necessário muito
cuidado ao se projetar.
Características que são importantes a serem observadas são: material a ser utilizado,
ângulo de ataque da lâmina, e o quão próximo essa lâmina fica do chão, nesse ponto os imãs
são de grande ajuda, pois os mesmos garantem que ela fique “colada” ao chão.
Foi utilizada uma lâmina dobrada a partir de uma chapa de 1.5mm de aço galvanizado,
cortada e furada em ferramentas manuais, o que comprometeu, em parte, a precisão da peça.
O material se mostrou muito bom para a aplicação, pois após vários choques mecânicos
contra inúmeros adversários não apresentou nenhuma deformação, talvez o único ponto
negativo ficasse por conta da dificuldade de usinagem do mesmo.
O ângulo de ataque implica em dois fatores, o quanto de força seu robô terá que fazer
para tirar o adversário da arena, pois uma vez que ocorre o contato frontal e consegue se
erguer o adversário, á uma decomposição de forças devido ao ângulo da rampa, e a
dificuldade de entrar de baixo do mesmo, esse último item ainda não se possui uma resposta
perfeita, tendo sido objeto de estudo da equipe. Para o presente projeto foi escolhido um valor
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de 28º, o que durante as lutas se mostrou ser um valor alto, e a equipe tem estudado utilizar
valores de ângulos menores e a influência do mesmo.
A versão final computadorizada da rampa pode ser visto na Figura 39 abaixo.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA