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BNB
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A

Analista Bancário I

EDITAL Nº 1 - BNB, DE 26 DE JANEIRO DE 2024

CÓD: SL-017FV-24
7908433248934
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados................................................................................................... 9
2. Reconhecimento detipos e gêneros textuais.............................................................................................................................. 12
3. Domínio da ortografia oficial...................................................................................................................................................... 19
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conecto-
res e de outros elementos de sequenciação textual.................................................................................................................. 20
5. Emprego de tempos e modos verbais........................................................................................................................................ 22
6. Domínio da estrutura morfossintática do período.Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração......................................................................................................... 24
7. Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................................................. 27
8. Emprego dos sinais de pontuação.............................................................................................................................................. 36
9. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 38
10. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 39
11. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................................................................... 42
12. Colocação dos pronomes átonos................................................................................................................................................ 44
13. Significação das palavras............................................................................................................................................................. 45

Matemática / Raciocínio Lógico e Quantitativo


1. Números reais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e potenciação); expressões numéricas; múl-
tiplos e divisores; máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum; problemas................................................................... 57
2. Proporcionalidade: razões e proporções; divisão em partes diretamente e inversamente proporcionais; médias aritmética,
geométrica e ponderada; regras de três simples e composta; porcentagem; problemas.......................................................... 64
3. Funções, equações e inequações de 1º e de 2º graus, exponenciais e logarítmicas: conceito, representação gráfica, proble-
mas............................................................................................................................................................................................. 69
4. Sistemas lineares........................................................................................................................................................................ 82
5. Análise combinatória e probabilidade: princípios fundamentais de contagem, arranjos, permutações, combinações, binômio
de Newton, cálculo de probabilidades....................................................................................................................................... 84
6. Matemática financeira: Juros simples e compostos: capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes,
proporcionais, real e aparente. Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos. Cálculo financeiro:
custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. Taxas de retorno.......................................... 87

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional. Instituições do Sistema Financeiro Nacional - tipos, finalidades e atuação................................. 107
2. Banco Central do Brasil e Conselho Monetário Nacional - funções e atividades. ...................................................................... 111
3. Instituições Financeiras Oficiais Federais - papel e atuação....................................................................................................... 111
4. Operações de Crédito Bancário. ................................................................................................................................................ 116
5. Cadastro de pessoas físicas. Cadastro de pessoas jurídicas. Tipos e constituição das pessoas. Composição societária/acioná-
ria................................................................................................................................................................................................ 118
6. Forma de tributação. Mandatos e procurações.......................................................................................................................... 118
7. Fundamentos do crédito. Conceito de crédito. Elementos do crédito. Requisitos do crédito................................................... 119
8. Riscos da atividade bancária. De crédito. De mercado. Operacional. Sistêmico. De liquidez. ................................................... 130

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ÍNDICE

9. Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. Clientes. Operação. ................................................................................ 131


10. Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e adiantamentos).................................... 131
11. Operações de Crédito Geral. Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor. Desconto de duplicatas, notas promissórias e
cheques pré-datados. Contas garantidas. Capital de giro. Cartão de crédito. Microcrédito urbano.......................................... 132
12. Operações de Crédito Especializado. Crédito Rural. Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; Finalidades: opera-
ções de investimento, custeio e comercialização. ..................................................................................................................... 136
13. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições. .................................................................................................................................................................................. 137
14. Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e
capital de giro associado), beneficiários. ................................................................................................................................... 139
15. Recursos utilizados na contratação de financiamentos.............................................................................................................. 144
16. Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal, finalidades, regras, administração. .......................... 145
17. BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação. ........................................................................................... 153
18. Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação. .................................................... 154
19. Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação. . ........................................................................................................ 155
20. Serviços bancários e financeiros. Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de cheques
e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Fundos de Investi-
mentos. Caderneta de poupança. Títulos de capitalização. Planos de aposentadoria e de previdência privados. 3.8 Seguros.
Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
tes). Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança. ..................................................................................... 158
21. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)..................................................................................................................................... 163
22. Aspectos jurídicos. Noções de direito aplicadas às operações de crédito. Sujeito e Objeto do Direito. Fato e ato jurídico....... 168
23. Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação dos contratos; contratos nominados, contratos de
compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e informais...................................................................... 168
24. Instrumentos de formalização das operações de crédito. Contratos por instrumento público e particular. Cédulas e notas de
crédito......................................................................................................................................................................................... 169
25. Garantias. Fidejussórias: fiança e aval. Reais: hipoteca e penhor. Alienação fiduciária de bens móveis.................................... 169
26. Títulos de Crédito - nota promissória, duplicata, cheque. ......................................................................................................... 177
27. O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação como agente impul-
sionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste. ................................................................................................ 189
28. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes........................................................................................................................... 190
29. noções de ética empresarial e profissional................................................................................................................................. 190
30. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. . ............................................................................................................... 191
31. Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste do Brasil................................................................................... 191
32. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Nordeste do Brasil.......................................................................... 203
33. Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança): Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do Brasil................. 205
34. Atualidades do mercado financeiro. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking.Mobile
banking. Open banking. Novos modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. O dinheiro na era digital: blockchain,
bitcoin e demais criptomoedas................................................................................................................................................... 206
35. Sistema de bancos sombra (Shadow banking)............................................................................................................................ 208
36. Funções da moeda...................................................................................................................................................................... 209
37. Marketplace................................................................................................................................................................................ 210
38. Correspondentes bancários........................................................................................................................................................ 211
39. Arranjos de pagamentos............................................................................................................................................................. 212
40. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX)................................................................................................................................ 213
41. Segmentação e interações digitais.............................................................................................................................................. 214
42. Transformação digital no Sistema Financeiro............................................................................................................................. 215
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ÍNDICE

43. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações......................................... 216
44. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013............................................................................................................................ 229
45. Decreto nº 11.129 de 11/07/2022.............................................................................................................................................. 232
46. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021............................................................................................. 241

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNE-
ROS VARIADOS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual. afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores. adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual): Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015 Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
Português > Compreensão e interpretação de textos visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo


RECONHECIMENTO DETIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
Fato da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
através de algum documento, números, vídeo ou registro. dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
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Como se classificam os tipos e os gêneros textuais tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos Conto
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto -lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
inserem em cada tipo textual: única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
e fábulas. contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir Fábula
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos alguma lição de moral.
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo Novela
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
abaixo-assinado. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de Crônica
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
de instruções, entre outros. crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de entre outros.
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Diário
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra- É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
tivo há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
Romance objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem momentos desabafar. Veja um exemplo:
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As “Domingo, 14 de junho de 1942
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher, o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis- vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
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quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a do artigo de opinião.
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
gando-se em minhas pernas.” a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
ões.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri- O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
tivo do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Currículo Discurso Político


É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per-
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
uma determinada pessoa. do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
Laudo e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
tanto em questões médicas como em questões técnicas. que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
sificados; etc. Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
sitivo Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
Resumos e Resenhas e sentimentos.
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
balho de forma resumida. cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
vido a suas críticas ou elogios. O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
Verbete de dicionário recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
conceitos e significados de palavras de uma língua. metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
Relatório Científico tendo o que pode ser feito.
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados. Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
Conferência mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam- to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado ção com vistas ao convencimento
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos tivo

Artigo de Opinião Bulas de remédio


É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen- instruções quanto ao seu uso.
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
-SIMPATICO 2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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Manual de instruções Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam


O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa- tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
mento. (revista, jornal, rádio, etc.).
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti- toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
vos são: receitas culinárias, instruções em geral. Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri- em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
tivo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri- gular, ocupa lugar de destaque.
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos;
receitas médicas, etc. Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
Outros Exemplos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
Carta tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
intimidade. que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es- fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
da carta e para finalizar a despedida. todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
Propaganda versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio- buindo para formar sua opinião.
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua- A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa- comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
claro e objetivo. informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
Notícia fatos ou sua interpretação.3
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor- Gêneros Textuais e Gêneros Literários
mar algo que aconteceu.
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis- Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge- ferem apenas aos textos literários.
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
ou revistas. formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam - Gênero lírico;
ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma - Gênero épico ou narrativo;
vez que se trata de uma informação. - Gênero dramático.

Editorial Gênero Lírico


O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa- É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com- ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
opinativos. os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar função emotiva da linguagem.
certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
cados, entre outros. 3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.
São Paulo, Atual Editora, 2000
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Elegia Soneto
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tos e dois tercetos.
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Vilancete
Shakespeare. São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- Gênero Épico ou Narrativo
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
Ode (ou hino) gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a a crônica, a fábula.
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical. Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
Idílio (ou écloga) um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com Ensaio
diálogos (muito rara). É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
Sátira certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
tos políticos, ou pessoas de relevância social. malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
Acalanto cke.
Canção de ninar.
Gênero Dramático
Acróstico Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
mam uma palavra ou frase. Ex.: ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Amigos são
Muitas vezes os Tragédia
Irmãos que escolhemos. É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Zelosos, eles nos compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Ajudam e presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
Eterna dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Farsa
Balada A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
destinam à dança. engano.

Canção (ou Cantiga, Trova) Comédia


Poema oral com acompanhamento musical. É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
Gazal (ou Gazel) lares.
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.

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Tragicomédia - Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis,


Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- “os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
Poesia de cordel religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
realidade vivida por este povo. turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
Discurso Religioso4 intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda- interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie- Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin- (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
substrato dessas estruturas sociais. ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon- mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR marca a intertextualidade.
de maneira globalizante.
Assim, temos: Discurso Jurídico5
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to- e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento. sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis- e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin- (advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
tes, são mortais, efêmeros e finitos. tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le-
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma análises e críticas.
forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria-
os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a das para os participantes de textos legais são particularmente assi-
mistificação. métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu;
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm
discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi-
reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’. textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte- Além de relações de poder, os textos legais também expressam
mente para a monossemia”. relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen-
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu- te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja, masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le-
de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas
cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’. legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig-
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa- matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur- social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico.
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores). 5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
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Discurso Técnico6 discurso são unidades complementares.


A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac- o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
cada tipo textual carrega. é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin- procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
destinam. da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con- do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
cordam que ele apresenta as seguintes características: sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
• Linguagem monossêmica; teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
• Vocabulário específico ou léxico especializado; pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
• Objetividade; pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
• Emprego de voz passiva; cífica.
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
As características apontadas acima coadunam-se com o obje- tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida- das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu- problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in- (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.” designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa- nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo prova num programa de demonstração racional.”.
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma- Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
imparcial. tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características ideias para estas se tornem mais convincentes.
que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma
deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni-
verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo-
uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para
que têm a função de modalizar o discurso. essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica-
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma mente alguns deles.
implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa- O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia
recimento de construções específicas, tais como as nominalizações, uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas
a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi- sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná-
ções. lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
Discurso Acadêmico/Científico7 autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin- estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera- análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos, No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica,
como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor
que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa- /pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo
ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”, metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e
o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti-
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/ nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá-
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/ rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica;
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se- análise; conclusões e resultados.
quence=1&isAllowed=y
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No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/ os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre decorrentes dessas funções, entre outros.  
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre- vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
tação das informações; conclusões e resultados. com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico. um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
Discurso Literário8 foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi- As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados – Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
procedimentos de linguagem. derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- York.  
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex- regras:
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- – Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma abacaxi.  
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é – Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina- – Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro- mexerica.   
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
que diferenciam o texto literário de outros textos. s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen- – Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural- verminose.
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção – Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu- nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra burguês/burguesa.
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen- – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
tativo do ser humano. Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.

Porque, Por que, Porquê ou Por quê?


– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
— Definições que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, porque/pois nada está molhado.  
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia cancelamento do show.  
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin- ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
guaPortuguesa/artigo12.pdf do show.  
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– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao – Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. demonstrativos.
Por quê?   Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
Parônimos e homônimos Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
apreender (capturar). Analise o exemplo:
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas “Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
demonstrativo). evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EM- quaisquer informações ao texto.
PREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUI-
ÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OUTROS ELE- – Elipse: trata-se da omissão de um componente textual –
MENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
— Definições e diferenciação proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um ciente de que o locutor está procurando por Ana.
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais – Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão Exemplo:
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação aconteceu.” Conjunção concessiva.
externa da mensagem.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
— Coesão Textual parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e entre outros.
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se Exemplo:
realiza por meio de palavras denominadas conectivos. “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos — Coerência Textual
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
As regras de coesão prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Referência Observe os exemplos:
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
Exemplo: o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de inacabado.
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
(retoma termo já mencionado). “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
não consomem produtos de origem animal.
– Comparativa: emprego de comparações com base em
semelhanças. Princípios Básicos da Coerência
Exemplo: – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
comparativa endofórica. – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.

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Fatores de Coerência Concessão - embora, conquanto, ainda que, mesmo que, mes-
– As inferências: se partimos do pressuposto que os mo quando, se bem que, apesar de, ainda assim, mesmo assim, por
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências mais que, de qualquer forma, posto que, malgrado, não obstante,
podem simplificar as informações. inobstante, em que pese, independentemente de…
Exemplo: Conclusão / síntese / resumo - pois, portanto, por conseguin-
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que te, assim, logo, enfim, concluindo, conclusivamente, em conclusão,
voltagem da lavadora é 220w”. em síntese, consequentemente, em consequência, por outras pala-
vras, ou seja, em resumo, ou melhor, pois, por isso, deste modo, em
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de suma, sintetizando, finalizando…
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. Condição - se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo
se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (seguida de
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem verbo no subjuntivo)
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa Confirmação - com efeito, efetivamente, na verdade, de fato,
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts factualmente, verdade, verdadeiramente, óbvio, obviamente…
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo Consequência - pelo que, de modo que, de forma que, de ma-
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de neira que, de sorte que, de jeito que, daí que, tão… que, tal... que,
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, tanto... que, tamanho... que, por tudo isso, consequentemente, por
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc. conseguinte, como consequência…
Exemplo: Dúvida - Talvez, possivelmente, provavelmente, é possível que,
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” é provável que, porventura, quiçá, acaso, quem sabe, por certo…
Explicitação / particularização - quer isto dizer, isto (não) signi-
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na fica que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especifi-
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e camente…
nada têm a ver com o Natal. Finalidade / intencionalidade - com o fim de, com intuito, para
(que), a fim de (que), com o objetivo de, de forma a, com o fim /
EMPREGO DE CONECTORES9 com o objetivo de / com o propósito de / com intuito de / com a
intenção de, com o fito de, que, porque (= para que)…
Os conectores são, assim, palavras ou expressões que se utili- Modo / forma / maneira - bem, mal, assim, depressa, devagar,
zam para especificar as relações entre vários segmentos linguísticos melhor, pior, rapidamente, calmamente, facilmente e a maioria dos
de um texto - servem para associar as ideias e estabelecer ligações advérbios terminados em -mente, à toa, à vontade, às claras, às es-
entre elas. curas, às pressas, à francesa, às escondidas, em silêncio, em vão,
O uso correto de conectores permite uma maior coesão textual sem medo, de mansinho, ao vivo
e envolve uma compreensão facilitada da globalidade do texto. Necessidade / obrigação - faz-se mister, é necessário que, faz-
Os conectores pertencem a diversas classes de palavras - con- -se urgente que, urge que, é preciso que, é dever, torna-se impres-
junções (ou locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas, cindível que
advérbios (ou locuções adverbiais), preposições (ou locuções pre- Opinião - na minha opinião, a meu ver, em meu entender, pa-
positivas), expressões adjetivas ou até orações completas. rece-me que, estou em crer que…
Oposição / contraste - mas, porém, todavia, contudo, entre-
Tipos de Conectores tanto, no entanto, senão (= mas sim) contrariamente, em vez de, ao
invés de, pelo contrário, por oposição, oposto, opostamente, dou-
Adição - e, nem, pois, além disso, e ainda, não só…mas tam- tro modo, ao contrário, não obstante, por outro lado…
bém, como ainda, bem como…assim como, por um lado…por outro Proporção / proporcionalidade - ao passo que, à medida que,
lado, depois, logo após, finalmente, em primeiro lugar, em segundo à proporção que, quanto mais, tanto mais, enquanto
lugar, do mesmo modo, igualmente, de igual modo, da mesma ma- Reafirmação / confirmação / resumo - ou seja, ou melhor, ou
neira, de igual maneira, de novo, novamente, também, primeira- antes, isto é, digo, por assim dizer, por outras palavras, com efeito,
mente, da mesma forma, de igual forma, ultimamente, opostamen- efetivamente, na verdade, de fato, de tato, em suma, em resumo,
te, de modo oposto, de maneira oposta, por último… resumidamente…
Alternativa - ou, ou...ou, ora…ora, já...já, seja...seja, quer… Reformulação - quer dizer, mais corretamente, mais precisa-
quer, talvez...talvez, não...nem, em alternativa… mente, ou melhor, dito de outro modo, numa palavra, noutros ter-
Certeza / afirmação - certamente, é evidente que, com certeza, mos, por outras palavras…
decerto, naturalmente, que, sem dúvida, sem dúvida que, de cer- Razão / motivo / causa - porque, já que, visto que, uma vez
to, é óbvio que, evidentemente, obviamente, verdadeiramente, de que, porquanto, como (= porque), na medida em que, devido a, em
verdade, verdadeiro, realmente, exato, exatamente, com exatidão… virtude de, em razão de, em vista de, tendo em vista que, em face
Conformidade - consoante, conforme, segundo, como, de de, em decorrência de
acordo com Sequência - começando, primeiramente, para começar, em pri-
Comparação - como, também, conforme, tanto…quanto, tal meiro lugar, num primeiro momento, antes de, em segundo lugar,
como, assim como, bem como, pela mesma razão, de forma idênti- em seguida, logo após, depois de, por último, concluindo, para ter-
ca, de forma similar… minar, em conclusão, em síntese, finalizando…
9 Livro de Gramática "Saber Português Hoje - ensino secundário" Sequência temporal - Hoje, ontem, agora, amanhã, ainda,
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cedo, depois, tarde, antes Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o imperfei-
Sequência geográfica / espacial - Aqui, ali, aí, lá, perto, longe, to, uma ação que se prolongava num determinado ponto do pas-
dentro, fora, à direita, à esquerda, à frente, acima, abaixo, à distân- sado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em relação a outra
cia, de longe, de perto ação, também passada. Ex.:
Tempo - quando, enquanto, até que, antes que, logo que, assim Eu cantei aquela música. (perfeito)
que, depois que, sempre que, desde que, desde quando, todas as Eu cantava aquela música. (imperfeito)
vezes, senão quando, ao tempo que, mal... Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
Negação - não, nunca, tampouco, jamais, nada, ninguém, de
modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma c) Futuro:
Ordem - ultimamente, primeiramente, antes, depois... - Do presente: estudaremos
Designação - eis, vede, aqui está... - Do pretérito: estudaríamos
Realce / função expletiva - cá, lá, só, é que, ainda, mas...
Inclusão / exclusão - também, até, mesmo, inclusive, só, salvo, Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples,
menos, apenas, senão, exclusive, fora, tirante, sequer... temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem
Intensidade / quantidade - muito, pouco, bastante, mais, me- divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante.
nos, tão, tanto, quase, demais...
5) Vozes: são três.
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
Ex.: O carro derrubou o poste.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
FLEXÃO VERBAL - Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
1) Número: singular ou plural
Ex.: ando, andas, anda → singular - Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
andamos, andais, andam → plural Ex.: Derrubou-se o poste.

2) Pessoas: são três. Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes eu apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
(singular) e nós (plural).
Ex.: escreverei, escreveremos. c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um
pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.
b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos pro-
nomes tu (singular) e vós (plural). Formação do Imperativo
Ex.: escreverás, escrevereis. 1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo menos a
letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde aos Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural). Bebo → beba
Ex.: escreverá, escreverão. bebes → bebe (tu) bebas
bebe beba → beba (você)
3) Modos: são três. bebemos bebamos → bebamos (nós)
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, indu- bebeis → bebei (vós) bebais
bitável. Ex.: vendo. bebem bebam → bebam (vocês)
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam.
b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa, hi-
potética. Ex.: que eu venda. 2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não.
Ex.: beba
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma or- bebas → não bebas (tu)
dem. Ex.: venda! beba → não beba (você)
bebamos → não bebamos (nós)
4) Tempos: são três. bebais → não bebais (vós)
a) Presente: falo bebam → não bebam (vocês)
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais,
b) Pretérito: não bebam.
- Perfeito: falei
- Imperfeito: falava Observações:
- Mais-que-perfeito: falara a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a
terceira pessoa é você.

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b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre- d) o infinitivo pessoal.
sente do indicativo. Eis o seu imperativo: Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe-
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam. rem.
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não
sejam. e) o gerúndio.
Ex.: caber → cabendo.
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos f) o particípio.
passar para tu, e vice-versa. Ex.: caber → cabido.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu)
Peça agora a sua comida. (tratamento: você) Tempos Compostos
Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter ou
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afir- haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
mativo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s.
Ex.: faze (tu) ou faz (tu) 1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais particí-
dize (tu) ou diz (tu) pio do verbo principal.
Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do indica-
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do tivo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do subjuntivo.
imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos.
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais
Tempos Primitivos e Tempos Derivados particípio do principal.
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pes- Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo.
soa do singular sai todo o presente do subjuntivo. tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc.
dizes 3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
diz Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é futuro
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não do presente).
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
Ex.: eu sou → que eu seja. Verbos Irregulares Comuns em Concursos
eu sei → que eu saiba. É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles
estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa blemáticos.
do singular saem: 1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral-
mente o verbo pôr.
a) o mais-que-perfeito. Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos, pus → compus, repus, expus etc.
coubéreis, couberam.
2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o
b) o imperfeito do subjuntivo. verbo ter.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
coubésseis, coubessem. tiveste → retiveste, mantiveste etc.

c) o futuro do subjuntivo. 3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o


Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, couber- verbo vir.
des, couberem. Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc.
3) Do infinitivo impessoal derivam:
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo
a) o imperfeito do indicativo. ver.
Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam. Ex.: vi → revi, previ etc.
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
b) o futuro do presente.
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, Observações:
caberão. - Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo
c) o futuro do pretérito. e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos
Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis, derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma
caberiam. regra explicada acima.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se
fala por aí).
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- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos que- 14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.
rer e ver. Eles serão mostrados mais adiante. Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.

5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, cre- Observações:


mos, crestes, creram. - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.

6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo fe- - Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, ape-
chado em todos os tempos, inclusive o presente do indicativo. Ex.: A sar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se diz). Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam,
medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, medeiem.
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, expe-
lir, repelir: 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do pre-
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, ade- sente do indicativo e, consequentemente, em todo o presente do
rimos, aderem. subjuntivo.
Ex.: requeiro, requeres, requer
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adi- requeira, requeiras, requeira
rais, adiram. requeri, requereste, requereu

Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na primeira 16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito perfei-
pessoa do singular do presente do indicativo e em todas do presen- to, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no futuro do
te do subjuntivo. subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, acompanha o verbo
ver.
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; pro-
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, enxá- vesse, provesses, provesse etc.
guas, enxágua. provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, prove-
rás, proverá etc.
b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, enxá-
gues, enxágue. 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, colorir, res-
sarcir, demolir, acontecer, doer são verbos defectivos. Estude o que
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, argui- falamos sobre eles na lição anterior, no item sobre a classificação
mos, arguis, argúem. dos verbos. Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, rea-
veis.
10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do subjuntivo:
apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, apazigueis, apazi-
gúem. DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍO-
DO.RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E EN-
11) Mobiliar: TRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, mobilia- ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO.
mos, mobiliais, mobíliam.

b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, mobilie- Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
mos, mobilieis, mobíliem. estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
polis, pulem. ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros termina- orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
dos em ear) Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, passea- retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
mos, passeais, passeiam. Vejamos:
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, passee-
mos, passeeis, passeiem. Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
Observações: que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
- Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o diton- uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
go ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois presentes. não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
- Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia. discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.

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A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , respectivos exemplos a seguir:
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
ser compreendida pelo interlocutor. sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
Oração podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, respectivos casos:
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem “Fred fez um lindo discurso.”
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Um lindo discurso Fred fez.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Fez um lindo discurso, Fred.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
contém verbo. concordância verbal.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
como oração. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo concordância do verbo o destaca de forma indireta.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
sintática diferente. e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
determiná-lo.
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as Esse sujeito pode aparecer com:
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. padeiro.”».
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o estiver lá.”
noticiário”.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
Período e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma “Choveu muito ontem”.
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma “Era uma hora e quinze”.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
apresenta apenas um verbo. também recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
— Análise Sintática compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
estrutura de um período e das orações que compõem um período. complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe cair, mergulhar, correr.
a seguir as especificidades de cada tipo.
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– Verbo de ligação: servem para expressar características de passiva:


estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome 3 – Termos acessórios da oração
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. para complementar a informação, exprimindo circunstância,
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é abaixo quais são eles:
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica “Dormimos muito.”
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
palavra substantivada. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da “Maria escreve bastante bem.”
aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
2 – Termos integrantes da oração – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos tempo).
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
exigindo preposição. pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido de escola.”
seja compreendido. – Sujeito: “jovem apaixonado”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
acontecido.” o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
os aparelhos.» da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
adjuntos adnominais de “colega”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
os exemplos: informação já completa. Observe os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
“rapidamente” é advérbio de modo. com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
substantivo. do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam apelo. Observe:
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz “Vista o casaco, filha!”
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— Estudo da relação entre as orações


Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as
orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a classificação
das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os doces.”
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não preparei os doces.”
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou preparo os doces.”
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame porque estudou bastante.”

– Período composto por subordinação: são constituídos por orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. As orações subordinadas são divididas em substantivas,
adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado que o suspeito era realmente o culpado.”
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não queria que isso acontecesse.”
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa é que meus pais são saudáveis.”

– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em segurança.”
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para se referirem a um ser específico por já ter sido mencionado ou
por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
– Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento
não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

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Outras funções do artigo — Adjetivo


– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar
transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
emprego do artigo. Observe:   qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.
teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem Os tipos de adjetivos
parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir – Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo
relação de posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta
o marido já a esperava.”   mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente,
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido amarelo-limão).  
do sujeito “ela”, omitindo o pronomes possessivo dela. – Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.:
valor aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo
emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por lamentável).
volta de” e “aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez – Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou
anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  
umas três ou quatro gotas de baunilha.”
O gênero dos adjetivos
Contração de artigos com preposições – Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino,
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.”
uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse / “Ana é uma amiga leal.”  
processo ocorre: – Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.”/”Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim,
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos
formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).
— Substantivo
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais,
quanto o anterior.”  
qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do
substantivos se subdividem em:
que Luciana.”
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento
nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula)
do que a equipe.”   
ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo,
sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
podendo ser:
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.”
outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres
Pronome adjetivo
pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
cães).  
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
substantivo comum professora).

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Locução adjetiva CASO RETO CASO OBLÍQUO


Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, Eu Me, mim, comigo.
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos: Tu Te, ti, contigo.
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial). Nós Nós, conosco.
Vós Vós, convosco.
— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
– Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, Observe os exemplos:
não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe – Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
o exemplo do verbo “nutrir”: “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
significado). no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular Pronomes possessivos
ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a
(pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse pessoa do discurso.
no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; PESSOA DO DISCURSO PRONOME
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem. 1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e/ou 2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. 3 pessoa – Ele / Ela
a
Seu, sua, seus, suas
Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer Pronomes de tratamento
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles
têm a função de promover uma referência direta do locutor para
— Pronome interlocutor (parceiros de comunicação).
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada
fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em de expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o
número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no
ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: 3a pessoa.
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
(pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto,
existe um correspondente oblíquo.

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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Os seres ou objetos estão
Este, esta, estes, estas,
1a pessoa próximos da pessoa que
isto.
fala.

Os seres ou objetos estão


Esse, essa, esses, essas,
2a pessoa próximos da pessoa com
isso.
quem se fala.

Aquele, aquela, aqueles,


3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.

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Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS

Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,


VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.

Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,


INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior,
“Coloquei-o cuidadosamente
depressa, devagar. Grande parte
no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO das palavras que terminam em
“Andou depressa por causa
“-mente”, como cuidadosamente,
da chuva.”
calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
“Procurei pelas chaves aqui e
Perto, longe, dentro, fora, acolá, mas elas estavam aqui, na
ADVÉRBIO DE LUGAR
aqui, lá, atrás. gaveta”
“Demorou, mas chegou
longe.”
Antes, depois, hoje, ontem, “Sempre que precisar de
ADVÉRBIO DE TEMPO amanhã, sempre, nunca, cedo, algo, basta chamar-me.” “Cedo ou
tarde tarde, far-se-á justiça.”

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“Eles formam um casal tão


Muito, pouco, bastante, tão, bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
demais, tanto “Elas conversam demais!”
“Você saiu muito depressa.”
Sim e decerto; palavras
afirmativas com sufixo “-mente”
“Decerto passaram por aqui.”
(certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo podem
“Entendi, sim.”
ser advérbio, dependendo do
contexto
Não e nem; palavras como
“Jamais reatarei meu namoro
negativo, nenhum, nunca, jamais,
com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO entre outras, podem ser advér-
“Sequer pensou para falar.”
bio de negação, dependendo do
“Não pediu ajuda.”
contexto.
Talvez, quiçá, porventura, e “Quiçá seremos recebidas.”
palavras que expressem dúvida, “Provavelmente, sairei mais
ADVÉRBIO DE DÚVIDA
acrescidas do sufixo “: -mente”, cedo.”
como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?”
(Oração interrogativa direta, que
Quando, como, onde, aonde,
indica causa)
donde, por que; esse advérbio
“Quando posso sair?” (oração
ADVÉRBIO DE INTERROGA- pode indicar circunstâncias de
interrogativa direta que indica
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa; é
tempo)
usado somente em frases interro-
“Explica como você fez is-
gativas diretas ou indiretas.
so.”(oração interrogativa indireta,
que indica modo.

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.

– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

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Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

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Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10° (Parágrafo 10).
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2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os que gera significado e sentido, esteja presente, apenas possui um
numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do menor valor.
primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal.
Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. Classificação das preposições
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente
emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza- como preposições, sem outra função. São elas:
se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV
(quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais – Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.”


– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
exprimem quantidades. preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil. linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, conforme o contexto.
quinhentos/quinhentas). – Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
mas os dois/ambos foram reprovados. valor estrutural (gramática).
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro,
segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a Classificação das preposições
ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de – Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
objetos. apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e podem assumir essa atribuição. São elas:
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo.
Exemplo: A carne de segunda está na promoção. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos. por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prepositivas.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico,
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— Interjeição — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um


É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que enunciado
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., Vírgula
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. empregada:
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!” • No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
Os tipos de interjeição
De acordo com as reações que expressam, as interjeições ENUMERAÇÃO
podem ser de:
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.

REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.

2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”

3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”

4 – Isolar expressões explicativas:


“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi
responsabilizado.”

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. 5 – Separar conjunções intercaladas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”

— Visão Geral 6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:


O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais “Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial funcionários do setor.”
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas “Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a “Estas alegações, não as considero legítimas.”
compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades: 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos por conjunções)
tipos textuais; “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto; 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.

10 – Marcar a omissão de um termo:


“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
“fazer”).
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• Entre as sentenças Ponto e Vírgula


1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e nossa amiga, de praticar esportes.”
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
ajudasse.” “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Vênus;
principal: Terra;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Marte;
Júpiter;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Saturno;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Urano;
Netuno.”
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida Dois Pontos
atenção!
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
Porque é sempre assim, já ninguém dá enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
Desenvolvida
atenção! ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
5 – Separar as sentenças intercaladas: “Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu grande ofensa.”
leito, até que você se recupere por completo.”
2 – Para introduzirem citação direta:
• Antes da conjunção “e” “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
valores que não expressam adição, como consequência ou transforma’.”
diversidade, por exemplo. 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” “Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar Reticências
alguma ideia, por exemplo: 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; sintaticamente:
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o “Quem sabe um dia...”
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: ainda.”
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito objetivo de prolongar o raciocínio:
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
apositiva nem se apresente inversamente). 4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Ponto Raimundo Fagner).
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.” Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
2 – Abrevia palavras: “Quando você pode comparecer?”
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
– “Dr.” (Doutor) destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
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Ponto de Exclamação – Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero


1 – Após interjeição: (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
“Nossa Que legal!” da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
“Infelizmente!” concordância ocorre em gênero e pessoa

3 – Após vocativo Casos específicos de concordância verbal


“Ana, boa tarde!” Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
4 – Para fechar de frases imperativas: I – Quando houver um sujeito definido;
“Entre já!” II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
Parênteses forem distintos.
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou Observe os exemplos:
a vírgula: “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como “Isto é para nós solicitarmos.”
sempre)
quem seria promovido.” Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
Travessão da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
“O rapaz perguntou ao padre: imperativos.
— Amar demais é pecado?”
Exemplos:
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“— Vou partir em breve. “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
— Vá com Deus!”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: nevar, amanhecer.
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»

Aspas – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas


1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, professoras vigiando as crianças.”
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
arcaísmos, palavrões, e neologismos. duas horas que estamos esperando.”
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.” Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
2 – Para indicar uma citação direta: verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de no singular ou no plural:
Assis) – “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal permanece na 3a pessoa do singular:
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, concorda com o termo que antecede o pronome:
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»

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Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”

Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”

Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com a 3°
pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”

Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

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Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

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Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”

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verbo bi transitivo (direto e


Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.”

2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não deve ser empregado.
Exemplos:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”

3 – Troque o termo regente da preposição a por um que estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não se façam
contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta de estudar / Insiste em estudar.”
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gosto de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se a
locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”

5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:


Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“Arroz à (moda) grega.”
“Bife à (moda) parmegiana.”

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Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso Mesóclise


de horas especificadas e definidas: Exemplos: Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
“À uma hora.”
“Às cinco e quinze”. É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Eu lhe direi toda a verdade.
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Tu me farias um favor?
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- Colocação do pronome átono nas locuções verbais
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem Exemplos:
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Devo-lhe dizer a verdade.
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- Devo dizer-lhe a verdade.
dique a eufonia da frase.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
Próclise do auxiliar ou depois do principal.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Não devo dizer-lhe a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
cientemente. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? auxiliar.
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- do infinitivo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam. Exemplos:
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Hei de dizer-lhe a verdade.
tudo dá. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem. Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Ênclise Devo-lhe dizer tudo.
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los.

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cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-


REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO. SUBSTI- cífico de algum campo científico, por exemplo).
TUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO. REOR-
GANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS Expressões que demandam atenção
DO TEXTO. REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNE- – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
ROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE. – aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito
– acendido, aceso (formas similares) – idem
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi-
– à custa de – e não às custas de
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que
forme
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá,
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório.
– a meu ver – e não ao meu ver
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois,
– a ponto de – e não ao ponto de
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.
– em termos de – modismo; evitar
– enquanto que – o que é redundância
Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um proces-
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor
– implicar em – a regência é direta (sem em)
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente,
– ir de encontro a – chocar-se com
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er-
– ir ao encontro de – concordar com
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen-
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer
parado; quando não se pode, junto
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos.
– todo mundo – todos
– todo o mundo – o mundo inteiro
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa
for substantivo
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
do processo de escrever do aluno.
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
Operações linguísticas de reescrita:
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
trução do texto escrito.
Expressões não recomendadas
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
– a partir de (a não ser com valor temporal).
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
gundo...
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
– devido a.
ma, ou sobre conjuntos generalizados.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
dificar sua ordem no processo de encadeamento.
– dito.
Opção: citado, mencionado.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
– enquanto.
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
Opção: ao passo que.
quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
– no sentido de, com vistas a.
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
– pois (no início da oração).
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
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– principalmente. – Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo


Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular. caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
chorar) .
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação).
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das QUESTÕES
palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
1. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro AR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a Significação de vocábulo e expressões
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma Texto
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano. Maria José
Paulo Mendes Campos
Hiperonímia e hiponímia Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
Exemplos: a briga por milagre.
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho. va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
Polissemia e monossemia gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não dos filhos e dos netos.
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
Sinonímia e antonímia tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
expressam proximidade e contrariedade. Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
veloz. com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
atrasado. não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
sabe o que será”.
Homonímia e paronímia Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja flecha e o alvo das criaturas.
os exemplos:
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Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à
doía um pouco, por delicadeza. saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa do lixo urbano.
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jo-
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava vens.” (parágrafo 3), a palavra que apresenta o sentido contrário ao
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer da palavra destacada é
violência para entrar no reino celeste. (A) atração
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, (B) encanto
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. (C) repulsa
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do (D) sedução
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- (E) embevecimento
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de
revólver na mão. 3. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
Em “escutava maternalmente meus contos toscos” (parágrafo AR/ADMINISTRADOR/2022
4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a alteração de seu Significação de vocábulo e expressões
significado no contexto, por Texto
(A) criativos Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
(B) malfeitos Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele-
(C) primorosos trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri-
(D) incompletos cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva
(E) sofisticados ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados
pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e
2. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE- equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro-
AR/ADMINISTRADOR/2022 domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar-
Significação de vocábulo e expressões me, automação e controle.
Texto Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar
Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem-
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele- po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse
trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri- produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a
cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no-
ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun-
pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro- induz o consumidor à troca.
domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar- O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro-
me, automação e controle. blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar sobre as consequências do consumo crescente desses produtos,
um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem- preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele-
po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a
produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda-
vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no- de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no
vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun- desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan-
cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no-
induz o consumidor à troca. vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro- estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce
blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete um fascínio irresistível para os jovens.
sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele- as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos
trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais
explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda- e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à
de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan- milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo
te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no- de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a
vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo do lixo urbano.
estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo:
um fascínio irresistível para os jovens. SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado.
as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da infor- mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
mação é uma força motriz da sociedade”, a palavra destacada pode Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão
ser substituída, sem prejuízo de sentido, por crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se
(A) infalível tornará muito mais importante do que o domínio de um assunto.”
(B) obrigatória
(C) abrangente A frase em que o verbo apresenta a mesma predicação que o
(D) imprescindível verbo ocorrer em “Isso ocorre porque um algoritmo pode executar
(E) impulsionadora essas tarefas” (parágrafo 5) é:
(A) “Entra em cena então um novo quociente”. (parágrafo 3)
4. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 (B) “Esse quociente envolve também características como flexi-
Predicado bilidade, curiosidade, coragem e resiliência.” (parágrafo 4)
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI (C) “A tecnologia mudou bastante a forma como alguns traba-
no mercado de trabalho lhos são feitos”. (parágrafo 5)
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de al- (D) “você é um contador.” (parágrafo 7)
guém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, (E) “Seu QI o ajuda nas provas”. (parágrafo 7)
o quociente de inteligência, que mede indicadores como memória
e habilidade matemática. 5. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: AR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de Orações subordinadas adverbiais
habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não só no Texto
mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que Maria José
pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida. Paulo Mendes Campos
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia rede- violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
fine como trabalhamos, as habilidades necessárias para prosperar panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera a briga por milagre.
a capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mu- Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
danças rápidas e frequentes. va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informa- mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
ções, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mu- Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
dar. Esse quociente envolve também características como flexibili- menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
dade, curiosidade, coragem e resiliência. turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Bu- Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
siness School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI. Automatiza-se fa- quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
cilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados dos filhos e dos netos.
(advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
humano. Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem es- desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
sas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criati- com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
vidade para resolver novos problemas, empatia para se comunicar sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
melhor e responsabilidade. não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e sabe o que será”.
flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e de- Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
pois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então, espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
quando os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são auto- singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
matizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários. lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili- mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo flecha e o alvo das criaturas.
corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na hora da
contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que (letivos) de transição.
doía um pouco, por delicadeza. IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na- pan-
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa demia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado.
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava No trecho “A importância de cultivar interações entre os estu-
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer dantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físico”
violência para entrar no reino celeste. (parágrafo 4), a expressão destacada estabelece com a oração prin-
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, cipal a relação de
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. (A) condição
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do (B) concessão
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- (C) comparação
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de (D) conformidade
revólver na mão. (E) proporcionalidade

No trecho: “Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que 7. CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/”SEM ÁREA”/2021
recebera, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no Orações subordinadas adverbiais
quintal noturno, perseguindo um ladrão”, (parágrafo 2), a oração Relacionamento com o dinheiro
destacada pode ser substituída, sem prejuízo de seu significado, por Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações
(A) por isso perseguia um ladrão. ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é
(B) enquanto perseguia um ladrão. muito importante saber como utilizá-lo da forma mais favorável a
(C) embora perseguisse um ladrão. você. O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de
(D) desde que perseguisse um ladrão. educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de
(E) por mais que perseguisse um ladrão. nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas mais tranquilas e
equilibradas sob o ponto de vista financeiro.
6. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE DE TECNOLOGIA/2021 Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mundo finan-
Orações subordinadas adverbiais ceiro muito mais complexo que o das gerações anteriores. No entan-
Lições após um ano de ensino remoto na pandemia to, o nível de educação financeira da população não acompanhou
No momento em que se tornam ainda mais complexas as dis- esse aumento de complexidade. A ausência de educação financeira,
cussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto conti- aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas
nua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente. ao endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda em
Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado função do pagamento de prestações mensais que reduzem suas ca-
de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do pacidades de consumir produtos que lhes trariam satisfação.
pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das pesso-
muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via as buscar informações que as auxiliem na gestão de suas finanças.
aplicativos de mensagens. Para agravar essa situação, não há uma cultura coletiva, ou seja,
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham uma preocupação da sociedade organizada em torno do tema. Nas
contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, escolas, pouco ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não
muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem. compreendendo a importância de ter seus funcionários alfabeti-
Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras zados financeiramente, também não investem nessa área. Similar
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo problema é encontrado nas famílias, nas quais não há o hábito de
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários reunir os membros para discutir e elaborar um orçamento familiar.
membros da família), o que é algo muito desafiador. Igualmente entre os amigos, assuntos ligados à gestão financeira
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens pessoal muitas vezes são considerados invasão de privacidade e
direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem
A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo diariamente com dinheiro, poucos se dedicam a gerir melhor seus
que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma recursos.
forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre os
uma pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para o
demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros profes- enfrentamento de imprevistos financeiros e para a aposentadoria,
sores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibi-
seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a im- lidade de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a
portância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”. realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das
escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educado-
res internacionais estimam que estudantes da educação básica já
foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos
e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como
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a solução para o seu concurso!
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No trecho do parágrafo 3 “As empresas, não compreendendo Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigan-
a importância de ter seus funcionários alfabetizados financeira- do, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama.
mente, também não investem nessa área”, a oração destacada tem Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
valor semântico de Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, en-
(A) causa vergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da
(B) proporção boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(C) alternância
(D) comparação LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
(E) consequência
A frase que guarda o mesmo sentido do trecho “Até que não
8. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o
INFORMAÇÃO/2021 chicle mastigado cair no chão de areia.” é:
Orações reduzidas (A) Até que não suportei mais, e, como atravessei o portão da
Medo da eternidade escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a (B) Até que não suportei mais, e, já que atravessei o portão da
eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha prova- escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
do chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia (C) Até que não suportei mais, e, para que atravessasse o por-
bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di- tão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão
nheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro de areia.
eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinhei- (D) Até que não suportei mais, e, embora atravessasse o portão
ro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se areia.
acaba. Dura a vida inteira. (E) Até que não suportei mais, e, quando atravessei o portão da
— Como não acaba? escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto. 9. CESGRANRIO - TEC BAN (BASA)/BASA/2022
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de- Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”,
-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase diz pesquisador da Embrapa
não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, um estudo da ONU
para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de mostra que o país será o grande responsável por produzir os ali-
aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do mentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas
qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal que habitarão o planeta em 2050. De acordo com pesquisadores
pondo o chicle na boca. da Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sus-
— E agora que é que eu faço? tentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor
— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria brasileiro é muito grande.
haver. A região amazônica se mostra promissora para a agricultura,
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só pois ela é rica em um insumo fundamental, a água. Estados como
depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800 milímetros
vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade
eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia de semear mais de uma cultura por ano.
dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à am-
escola. pliação da agricultura na região amazônica, são um limitante para a
— Acabou-se o docinho. E agora? exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a agricul-
— Agora mastigue para sempre. tura, parte deveria ser obrigatoriamente destinada à preservação
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em ambiental, segundo as exigências dos países que compram nossos
breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que produtos agrícolas.
não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia con-
trafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se prego adequado da vírgula está plenamente atendido em:
tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis con- (A) A criação de animais para a produção de alimentos, é de
fessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava afli- grande importância para o sustento de milhares de famílias.
ção. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até (B) A floresta Amazônica, apesar de parecer homogênea, pos-
que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um sui muitas diferenças na sua vegetação.
jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. (C) A melhor maneira de proteger as povoações situadas nas
— Olha só o que me aconteceu! margens dos rios, é procurar soluções que impeçam o comér-
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza. cio ilegal.
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca.
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a solução para o seu concurso!
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(D) O estado do Amazonas apresenta, a maior população in- (C) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
dígena do Brasil com aproximadamente trinta mil habitantes. (D) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvores cada
(E) O número de estudiosos preocupados com o futuro do pla- vez mais crescidas.
neta, aumentou devido ao aquecimento global. (E) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não vê que
o outono fica mais lindo quando estamos livres.
10. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO/2022 11. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONU-
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) CLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
Uma cena Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa Texto
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase Maria José
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu Paulo Mendes Campos
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
madrugada. a briga por milagre.
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca- va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa- Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-
sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos.
das gaiolas. Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen- que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples, quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar dos filhos e dos netos.
quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou- Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia
sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
alguém passar. tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e
É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas
Parece coisa de antigamente. de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi- via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de
damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me
atrás das grades. desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo,
vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im- sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã
pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, sabe o que será”.
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha
todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa- Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto
ber o que dizer. espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al-
junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a
pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão flecha e o alvo das criaturas.
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se
sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que
que prende, constrange, restringe. doía um pouco, por delicadeza.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia
metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda
porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em- Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava
prego adequado da vírgula está plenamente atendido em: São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer
(A) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino, quase frio. violência para entrar no reino celeste.
(B) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava sentada, em
uma cadeira.
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a solução para o seu concurso!
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Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. pondo o chicle na boca.
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do — E agora que é que eu faço?
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de haver.
revólver na mão. — Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só
depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a
Considerando-se o emprego da vírgula, a frase que está de vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a
acordo com o padrão formal escrito da língua é eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia
(A) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua presença. dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a
(B) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho. escola.
(C) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me proteger. — Acabou-se o docinho. E agora?
(D) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmo tempo firme. — Agora mastigue para sempre.
(E) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos aquele des- Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em
fecho, triste. breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que
não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia con-
12. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE- trafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem
AR/ADMINISTRADOR/2022 de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis con-
fessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava afli-
O emprego da vírgula está plenamente de acordo com as exi- ção. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até
gências da norma-padrão da Língua Portuguesa em: que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um
(A) Caso sejam priorizadas medidas de proteção ao meio am- jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
biente, a substituição dos lixões por uma forma adequada para — Olha só o que me aconteceu!
tratar o lixo será benéfica. — Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
(B) Em todo o mundo há uma preocupação com a maneira de — Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
descartar o lixo por isso, é sempre preferível corrigir nossos há- — Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca.
bitos. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigan-
(C) O aterro sanitário apresenta inúmeras vantagens, como a do, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama.
redução da poluição porém, há desvantagens, como o seu alto Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
custo. Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, en-
(D) O lixo eletrônico encontrado, em televisores, rádios, gela- vergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da
deiras, celulares, pilhas compromete a saúde pública. boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(E) O lixo hospitalar decorrente do atendimento médico a se-
res humanos ou animais, acarreta muitos problemas de saúde A frase que apresenta todas as vírgulas corretamente emprega-
pública. das, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
(A) A menina que descobriu o chicle, também experimentou, a
13. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA possibilidade da eternidade.
INFORMAÇÃO/2021 (B) São consideradas maravilhosas, aquelas histórias de prínci-
Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc) pes e fadas, que vivem eternamente.
Medo da eternidade (C) Aproveitou, a textura, o sabor docinho do chicle, e ainda o
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a comparou com o mundo impossível da eternidade.
eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha prova- (D) Muitas crianças, quando se deparam com o desconhecido,
do chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia passam a fantasiar sobre ele na tentativa de entendê-lo.
bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di- (E) Quando as crianças sonham, em serem príncipes, princesas
nheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro e fadas, elas fantasiam sobre viverem felizes para sempre.
eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinhei-
ro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: 14. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021
— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
acaba. Dura a vida inteira. A palavra salário vem mesmo de “sal”?
— Como não acaba? Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma
— Parei um instante na rua, perplexa. Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di-
— Não acaba nunca, e pronto. nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300
de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de- anos depois
-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não
não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun-
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de
para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de
aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do segunda divisão) e, sim, o sal.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga- É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca-
rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento. pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa-
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran- ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló- das gaiolas.
gico. Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples,
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze- sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de alguém passar.
a
sobrevivência). É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias .
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his- Parece coisa de antigamente.
toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi-
escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re- damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está
cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala- atrás das grades.
rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem
para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im-
e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for- pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre
ma de moedas. as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros,
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de
b
São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. certa forma já me acostumara à paisagem gradeada , fiquei sem
saber o que dizer.
O período em que o sinal de dois pontos é empregado para Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora.
introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sentec,
garantida” (parágrafo 2), é: junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil
(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão
prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo
pessoa compõem sua remuneração. sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico,
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde po- que prende, constrange, restringed.
dem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores esco- Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de
lhem seus empregos com base nessas vantagens. metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a remune- porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvorese.
ração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos
itens, a serem combinados.” A frase na qual o que cumpre somente a função de promover
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até a continuidade do texto sem acumular a função de retomar um an-
hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colo- tecedente é:
nial, e o bacalhau, antes usado na Escandinávia. (A) “Cena que se repete todos os dias”.
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no sé- (B) “eu que de certa forma já me acostumara à paisagem gra-
culo XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método. deada”.
(C) “Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela
15. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA se sente”.
INFORMAÇÃO/2022 (D) “são de um ferro simbólico, que prende, constrange, res-
Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - tringe.”
Pronomes relativos, Conjunções etc) (E) “os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas, pen-
Uma cena durados nas árvores.”
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase 16. CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLE-
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu AR/ADMINISTRADOR/2022
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores -
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, Pronomes relativos, Conjunções etc)
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele Texto
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente
madrugada. Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroele-
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. trônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétri-
cos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva
ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e que habitarão o planeta em 2050. De acordo com pesquisadores
equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletro- da Embrapa, a região possui potencial e áreas para ampliação sus-
domésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alar- tentável da agricultura. Portanto, a responsabilidade do agricultor
me, automação e controle. brasileiro é muito grande.
Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar A região amazônica se mostra promissora para a agricultura,
um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tem- pois ela é rica em um insumo fundamental, a água. Estados como
po, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse Rondônia e Acre têm municípios que recebem até 2.800 milímetros
produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a de chuvas por ano. E isso proporciona a qualidade e a possibilidade
vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas no- de semear mais de uma cultura por ano.
vas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças fun- Entretanto, as críticas internacionais, quanto ao uso e à am-
cionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que pliação da agricultura na região amazônica, são um limitante para
induz o consumidor à troca. a exploração dessas áreas. Para cada nova área aberta para a agri-
O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos pro- cultura, partedeveria ser obrigatoriamente destinada à preservação
blemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete ambiental, segundo as exigências dos países que compram nossos
sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, produtos agrícolas.
preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroele-
trônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em: https://www.
explosão da indústria da informação é uma força motriz da socieda- canalrural. com.br/projeto-soja-brasil/noticia/maior-fronteira-a-
de, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no gricola- -mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30
desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constan- nov. 2021. Adaptado.
te busca de informações em tempo real, e a sua interação com no-
vas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo De acordo com o texto, para atender às exigências internacio-
estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce nais, o país deve
um fascínio irresistível para os jovens. (A) conscientizar os agricultores da necessidade de ampliar
Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre seus negócios.
as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos (B) diversificar os tipos de culturas que exigem a utilização de
mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais muita água.
e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à (C) garantir a destinação de terras a atividades de preservação
saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 ambiental.
milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo (D) liberar as áreas de cultivo de produtos agrícolas na região
de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a amazônica.
do lixo urbano. (E) restringir as terras amazônicas ao desenvolvimento da pe-
cuária.
AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São
Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. 18. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA
gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado. INFORMAÇÃO/2022
Interpretação de Textos (compreensão)
No texto, o referente do termo ou expressão em destaque está Uma cena
corretamente explicitado, entre colchetes, no trecho: É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa
(A) “Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase
inovadora e pequenas mudanças funcionais.” [obsolescência frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu
programada] - parágrafo 2 já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse-
(B) “O consumidor raramente reflete sobre as consequências guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias,
do consumo crescente desses produtos”. [lixo eletroeletrôni- por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele
co] - parágrafo 3 trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase
(C) “preocupando-se em satisfazer suas necessidades.” [consu- madrugada.
midor] - parágrafo 3 Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
(D) “e sua interação com novas tecnologias traz maiores opor- É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca-
tunidades e benefícios”. [constante busca] - parágrafo 3 deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa
(E) “e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade” [substân- quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem
cias tóxicas] - parágrafo 4 pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa-
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando
17. CESGRANRIO - TEC BAN (BASA)/BASA/2022 sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora
Interpretação de Textos (compreensão) das gaiolas.
“Maior fronteira agrícola do mundo está no bioma amazônico”, Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está
diz pesquisador da Embrapa sentada muito ereta, com seu vestidoestampado, de corte simples,
O Brasil é um dos poucos países no mundo com a possibilidade suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
de ampliar áreas com a agropecuária. De fato, um estudo da ONU quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
mostra que o país será o grande responsável por produzir os ali- sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
mentos necessários para atender os mais de 9 bilhões de pessoas alguém passar.
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a solução para o seu concurso!
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É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias. Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já está sen-
Parece coisa de antigamente. tada muito ereta, com seu vestido estampado, de corte simples,
Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi- suas sandálias. Tem o olhar atento, o sorriso pronto a cumprimentar
damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está quem surja. No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repou-
atrás das grades. sa, mas também parece pronta a erguer -se num aceno, quando
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem alguém passar.b
vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades. Nada mais o im- É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos os dias.
pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre Parece coisa de antigamente.
as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros, Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada placi-
tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que damente em sua cadeira na calçada, observando as manhãs, está
todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de atrás das grades.
certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa- Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos sem
ber o que dizer. vir aqui, ao voltar só teve um choque: as gradesd. Nada mais o im-
Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhora. pressionou, tudo ele achou normal. Fez comentários vagos sobre
Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente, as árvores crescidas no Aterro, sobre o excesso de gente e carros,
junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil tudo sem muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por que
pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão todas essas grades? E eu, espantada com seu espanto, eu que de
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo certa forma já me acostumara à paisagem gradeada, fiquei sem sa-
sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico, ber o que dizer.
que prende, constrange, restringe. Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senhorae.
Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadeira para que ela se sente,
metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os junto ao jardim, em frente à portaria, por trás da proteção do gradil
porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. pintado com tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor tão
antigo, se desenrola assim, por trás de barras de ferro, que mesmo
SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001. sendo de alumínio para não enferrujar são de um ferro simbólico,
que prende, constrange, restringe.
Esse texto, que se inicia a partir do cotidiano de uma velha se- Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras verticais de
nhora que tem por hábito sentar-se na calçada observando as ma- metal, sua figura frágil me fazendo lembrar os passarinhos que os
nhãs, constrói uma crítica porteiros guardam nas gaiolas, pendurados nas árvores. O texto
(A) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozinhos, apresenta-se dividido em dois momentos: o primeiro, em que o
sem o apoio e o carinho de sua família. narrador descreve minuciosamente a cena observada; e o segundo,
(B) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somente é per- em que o narrador se aproxima mais do leitor, estabelecendo, com
cebido por quem se afasta da cidade por um tempo e retorna. ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no texto. O
(C) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há início do segundo momento se dá com o trecho:
muito já deveriam ter sido abandonados pela população. (A) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.”
(D) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que (B) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa,
foram sendo colocadas aos poucos ao redor de todos nós. mas também parece pronta a erguer-se num aceno, quando
(E) às autoridades de segurança pública, que não atuam em alguém passar.”
prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população. (C) “É uma cena bonita, eu acho.”
(D) “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos
19. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades.”
INFORMAÇÃO/2022 (E) “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela senho-
Interpretação de Textos (compreensão) ra.”
Uma cena
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não numa 20. CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONU-
época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar é fino, quase CLEAR/ESPECIALISTA EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA/2022
frio, as pedras portuguesas da calçada estão úmidas. No alto, o céu Interpretação de Textos (compreensão)
já é de um azul escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conse- Texto
guiu vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas praias, Maria José
por cima das montanhas, longe dali. Não chegou à rua. E, naquele Paulo Mendes Campos
trecho, onde as amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre,
madrugada. violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um com-
a
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. panheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ca- pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com
deira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, não passa a briga por milagre.
quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha. Nem carros, nem Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devota-
pessoas. O que há mais é o movimento dos porteiros e dos pássa- va-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o
ros. Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, conversando mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comun-
sobre o futebol da véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora gava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
das gaiolas. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido,
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

menina- e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal no-


turno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos. GABARITO
Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu
que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com
quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa
dos filhos e dos netos.
1 B
Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia 2 C
e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sen-
tenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e 3 E
o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas 4 A
de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que ha-
via decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de 5 B
Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me 6 B
desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José,
com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, 7 A
sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã 8 E
não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém
sabe o que será”. 9 B
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha 10 E
amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo.
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto 11 B
espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais 12 A
singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos
lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as al- 13 D
mas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a 14 D
flecha e o alvo das criaturas.
Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se 15 C
fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que 16 C
doía um pouco, por delicadeza.
Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia 17 C
acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda
18 D
ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa
serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. 19 C
Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava
São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer
20 E
violência para entrar no reino celeste.
Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu,
destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se.
ANOTAÇÕES
Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do
espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomen- ______________________________________________________
dava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de
revólver na mão. ______________________________________________________

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/ ______________________________________________________


maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
______________________________________________________
No texto, o narrador apresenta Maria José ao leitor, descreven-
do- a a partir de aspectos subjetivos, como em: ______________________________________________________
(A) “Faz um ano que Maria José morreu.” (parágrafo 1)
______________________________________________________
(B) “Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos” (pa-
rágrafo 2) ______________________________________________________
(C) “comungava todos os dias” (parágrafo 2)
(D) “apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de ______________________________________________________
Baudelaire” (parágrafo 4)
(E) “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice.” (pará- ______________________________________________________
grafo 6)
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E
QUANTITATIVO

R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.


NÚMEROS REAIS: OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, RADICIAÇÃO E POTENCIAÇÃO); Valem todas as propriedades anteriormente discutidas nos
EXPRESSÕES NUMÉRICAS; MÚLTIPLOS E DIVISORES; MÁ- conjuntos anteriores, incluindo os conceitos de módulo, números
XIMO DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; opostos e números inversos (quando aplicável).
PROBLEMAS A representação dos números reais permite estabelecer uma
relação de ordem entre eles. Os números reais positivos são maiores
que zero, enquanto os negativos são menores. Expressamos a
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R) relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois números reais,
O conjunto dos números reais, representado por R, é a fusão a e b,
do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números a≤b↔b–a≥0
irracionais. Vale ressaltar que o conjunto dos números racionais
é a combinação dos conjuntos dos números naturais e inteiros.
Podemos afirmar que entre quaisquer dois números reais há uma
infinidade de outros números.

R = Q U I, sendo Q ∩ I = Ø ( Se um número real é racional, não


irracional, e vice-versa).
Operações com números Reais
Operando com as aproximações, obtemos uma sequência de
intervalos fixos que determinam um número real. Assim, vamos
abordar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

Intervalos reais
O conjunto dos números reais possui subconjuntos chamados
intervalos, determinados por meio de desigualdades. Dados os
números a e b, com a < b, temos os seguintes intervalos:
– Bolinha aberta: representa o intervalo aberto (excluindo o
número), utilizando os símbolos:
> ;< ; ] ; [

Lembrando que N Ϲ Z Ϲ Q, podemos construir o diagrama – Bolinha fechada: representa o intervalo fechado (incluindo o
abaixo: número), utilizando os símbolos:
≥;≤;[;]

Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] para indicar as extremidades


abertas dos intervalos:
[a, b[ = (a, b);
]a, b] = (a, b];
]a, b[ = (a, b).

Entre os conjuntos números reais, temos:


R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos.
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos.
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a) Em algumas situações, é necessário registrar numericamente variações de valores em sentidos opostos, ou seja, maiores ou
acima de zero (positivos), como as medidas de temperatura ou valores em débito ou em haver, etc. Esses números, que se estendem
indefinidamente tanto para o lado direito (positivos) quanto para o lado esquerdo (negativos), são chamados números relativos.
b) O valor absoluto de um número relativo é o valor numérico desse número sem levar em consideração o sinal.
c) O valor simétrico de um número é o mesmo numeral, diferindo apenas no sinal.

OPERAÇÕES COM NÚMEROS RELATIVOS

Adição e Subtração de Números Relativos


a) Quando os numerais possuem o mesmo sinal, adicione os valores absolutos e conserve o sinal.
b) Se os numerais têm sinais diferentes, subtraia o numeral de menor valor e atribua o sinal do numeral de maior valor.

Multiplicação e Divisão de Números Relativos


a) Se dois números relativos têm o mesmo sinal, o produto e o quociente são sempre positivos.
b) Se os números relativos têm sinais diferentes, o produto e o quociente são sempre negativos.

Exemplos:
1) Na figura abaixo, o ponto que melhor representa a diferença na reta dos números reais é:

(A) P.
(B) Q.
(C) R.
(D) S.
Solução: Resposta: A.

2) Considere m um número real menor que 20 e avalie as afirmações I, II e III:


I- (20 – m) é um número menor que 20.
II- (20 m) é um número maior que 20.
III- (20 m) é um número menor que 20.

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É correto afirmar que: 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
A) I, II e III são verdadeiras. expoente, o resultado será igual a zero.
B) apenas I e II são verdadeiras.
C) I, II e III são falsas.
D) apenas II e III são falsas.

Solução: Resposta: C.
I. Falso, pois m é Real e pode ser negativo.
II. Falso, pois m é Real e pode ser negativo. Propriedades
III. Falso, pois m é Real e pode ser positivo. 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Potenciação Exemplos:
Multiplicação de fatores iguais 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número. Exemplos:


96 : 92 = 96-2 = 94

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em


um número positivo. 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


em um número negativo.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um


expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal (4.3)²=4².3²
para positivo e inverter o número que está na base.
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos
elevar separados.

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Radiciação a na
Radiciação é a operação inversa a potenciação * *
=
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
64 2 Operações

32 2
16 2
8 2
4 2
Operações
2 2
1
Multiplicação
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplo
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Divisão

Observe:

1 1
1 Exemplo
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5

De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , Adição e subtração

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.


Então:

8 2 20 2
n
a.b = n a .n b
4 2 10 2
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é 2 2 5 5
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi- 1 1
cando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

1 1 Caso tenha:
2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 = Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
3 3 3
32
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com
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radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos Portanto, os múltiplos de 2 são:
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24}
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista
de múltiplos é gerada pela multiplicação do número por todos os
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito.
Para verificar se um número é múltiplo de outro, é necessário
encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação entre
eles resulte no primeiro número. Em outras palavras, a é múltiplo
de b se existir um número inteiro k tal que a=b⋅k. Veja os exemplos:
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. – O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
multiplicado por 7, resulta em 49. 49 = 7 · 7
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
que, multiplicado por 3, resulta em 324.
324 = 3 · 108

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de – O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número
quadrados no denominador: inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
523 = 2 · ?”

– Múltiplos de 4
Como observamos, para identificar os múltiplos do número 4, é
MÚLTIPLOS E DIVISORES necessário multiplicar o 4 por números inteiros. Portanto:
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural 4·1=4
podem ser estendidos para o conjunto dos números inteiros1. Ao 4·2=8
abordar múltiplos e divisores, estamos nos referindo a conjuntos 4 · 3 = 12
numéricos que satisfazem certas condições. Múltiplos são obtidos 4 · 4 = 16
pela multiplicação por números inteiros, enquanto divisores são 4 · 5 = 20
números pelos quais um determinado número é divisível. 4 · 6 = 24
Esses conceitos conduzem a subconjuntos dos números 4 · 7 = 28
inteiros, pois os elementos dos conjuntos de múltiplos e divisores 4 · 8 = 32
pertencem ao conjunto dos números inteiros. Para compreender 4 · 9 = 36
o que são números primos, é fundamental ter uma compreensão 4 · 10 = 40
sólida do conceito de divisores. 4 · 11 = 44
4 · 12 = 48
Múltiplos de um Número
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a ...
é múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal
que a=b⋅k. Portanto, o conjunto dos múltiplos de a é obtido Portanto, os múltiplos de 4 são:
multiplicando a por todos os números inteiros, e os resultados M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
dessas multiplicações são os múltiplos de a.
Por exemplo, podemos listar os 12 primeiros múltiplos de 2 Divisores de um Número
da seguinte maneira, multiplicando o número 2 pelos 12 primeiros Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
números inteiros: 2⋅1,2⋅2,2⋅3,…,2⋅12 b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
Isso resulta nos seguintes múltiplos de 2: 2,4,6,…,24 entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
2·1=2 Veja alguns exemplos:
2·2=4 – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
2·3=6 – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2·4=8
2 · 5 = 10 CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE
2 · 6 = 12 Critérios de divisibilidade são diretrizes práticas que permitem
2 · 7 = 14 determinar se um número é divisível por outro sem realizar a
2 · 8 = 16 operação de divisão.
2 · 9 = 18 – Divisibilidade por 2 ocorre quando um número termina em 0,
2 · 10 = 20 2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando é um número par.
2 · 11 = 22 – A divisibilidade por 3 ocorre quando a soma dos valores
2 · 12 = 24 absolutos dos algarismos de um número é divisível por 3.
– Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando seus
1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm dois últimos algarismos formam um número divisível por 4.
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– Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando (B) 6


termina em 0 ou 5. (C) 4
– Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando é (D) 2
divisível por 2 e por 3 simultaneamente. (E) 20
– Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando
o dobro do seu último algarismo, subtraído do número sem esse Solução: Resposta: A.
algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Esse processo é Vamos decompor o número 40 em fatores primos.
repetido até verificar a divisibilidade. 40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a cada
– Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando seus expoente:
três últimos algarismos formam um número divisível por 8. 3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e
– Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando a multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por 9.
– Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 quando o 2) Considere um número divisível por 6, composto por 3
algarismo da unidade termina em zero. algarismos distintos e pertencentes ao conjunto A={3,4,5,6,7}.A
– Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 quando a quantidade de números que podem ser formados sob tais condições
diferença entre a soma dos algarismos de posição ímpar e a soma é:
dos algarismos de posição par resulta em um número divisível por (A) 6
11, ou quando essas somas são iguais. (B) 7
– Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é (C) 9
divisível por 3 e por 4 simultaneamente. (D) 8
– Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é (E) 10
divisível por 3 e por 5 simultaneamente.
Solução: Resposta: D.
Para listar os divisores de um número, devemos buscar os Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao mesmo
números que o dividem. Veja: tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos seus
– Liste os divisores de 2, 3 e 20. algarismos deve ser um múltiplo de 3.
D(2) = {1, 2} Logo os finais devem ser 4 e 6:
D(3) = {1, 3} 354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8 números.
D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}

Propriedade dos Múltiplos e Divisores MÁXIMO DIVISOR COMUM


Essas propriedades estão associadas à divisão entre dois O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
inteiros. É importante notar que quando um inteiro é múltiplo de não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
outro, ele é também divisível por esse outro número. Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
as etapas:
Vamos considerar o algoritmo da divisão para uma melhor • Decompor o número em fatores primos
compreensão das propriedades: • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
N=d⋅q+r, onde q e r são números inteiros. • Multiplicar os fatores entre si.
Lembre-se de que:
N: dividendo; Exemplo:
d, divisor;
q: quociente; 15 3 24 2
r: resto.
5 5 12 2
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N−r) 1 6 2
é um múltiplo do divisor, ou seja, o número d é um divisor de N−r.
3 3
– Propriedade 2: A soma entre o dividendo e o resto, acrescida
do divisor (N−r+d), é um múltiplo de d, indicando que d é um divisor 1
de (N−r+d).
15 = 3.5 24 = 23.3
Alguns exemplos:
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
resto r = 5. m.d.c
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que as (15,24) = 3
propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível por
8 e: 528 = 8 · 66

Exemplos:
1) O número de divisores positivos do número 40 é:
(A) 8
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MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM Exemplo


O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é (MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
o menor número, diferente de zero. porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
Para calcular devemos seguir as etapas: companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
• Decompor os números em fatores primos nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
• Multiplicar os fatores entre si panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às:
Exemplo: (A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
15,24 2 (C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
15,12 2 (E) 18 horas.
15,6 2
Resposta: E.
15,3 3
5,1 5
20,30,44 2
1
10,15,22 2
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. 5,15,11 3
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão 5,5,11 5
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
veis ao mesmo tempo. 1,1,11 11
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua 1,1,1
aparecendo.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
1h---60minutos
Exemplo x-----660
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será x=660/60=11
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os Então será depois de 11horas que se encontrarão
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão 7+11=18h
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir EXPRESSÕES NUMÉRICAS
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
(A) mais de 30 cm. operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
(B) menos de 15 cm. ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. associação, que podem aparecer em uma única expressão.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. Procedimentos
Resposta: A. 1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
352 2 416 2 ordem que aparecem;
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
176 2 208 2 - Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
88 2 104 2 cem.
44 2 52 2
2) Símbolos:
22 2 26 2 - Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
11 11 13 13 culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
1 1 - E por último as chaves { }.
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível ATENÇÃO:
E são os fatores que temos iguais:25=32 – Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.

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– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-


chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.
PROPORÇÃO
Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI- Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo. A/B e C/D é a igualdade:

A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e


B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é Propriedade fundamental das proporções


(A) 2 Numa proporção:
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5
Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
Resolução: meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
Vamos resolver cada expressão separadamente: é igual ao produto dos extremos, isto é:

AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

Resposta: E Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
PROPORCIONALIDADE: RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
EM PARTES DIRETAMENTE E INVERSAMENTE PROPORCIO- assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
NAIS; MÉDIAS ARITMÉTICA, GEOMÉTRICA E PONDERADA; para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA; PORCENTAGEM;
PROBLEMAS

RAZÃO Ou

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com


b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b.

Exemplo: Ou
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

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Ou GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- Exemplo
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- Velocidade x Tempo a tabela abaixo:
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
te. Temos então:
VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)
5 200
8 125
10 100
Ou
16 62,5
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Ou
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
Ou com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS


A solução segue das propriedades das proporções:
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais.... Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
Exemplo entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Distância percorrida e combustível gasto de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS) porcional?
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Carlos ganhará R$210000,00 e João R$315000,00.

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Inversamente Proporcionais 480x=1200


Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver- X=25
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, REGRA DE TRÊS COMPOSTA
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?
cuja solução segue das propriedades das proporções: Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


REGRA DE TRÊS SIMPLES 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
conhecidos. está o x.

Passos utilizados numa regra de três simples: Observe que:


1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
espécies diferentes em correspondência. proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
te proporcionais. de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
3º) Montar a proporção e resolver a equação. para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria das setas.
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Solução: montando a tabela:


HORAS CAMINHÕES VOLUME
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h) 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
400 ----- 3
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
480 ----- X

2) Identificação do tipo de relação: HORAS CAMINHÕES VOLUME


8 ----- 20 ----- 160
VELOCIDADE Tempo 5 ----- X ----- 125
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna Logo, serão necessários 25 caminhões
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima DIVISÃO PROPORCIONAL

VELOCIDADE Tempo Quando realizamos uma divisão diretamente proporcional es-


tamos dividindo um número de maneira proporcional a uma sequ-
400 ↓ ----- 3↓ ência de outros números. A divisão pode ser de diferentes tipos,
480 ↓ ----- X↓ vejamos:

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Divisão Diretamente Proporcional


• Divisão em duas partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B diretamente proporcionais
a p e q, montamos um sistema com duas equações e duas incógnitas, de modo que a soma das partes seja A + B = M:

O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K.p e B = K.q

• Divisão em várias partes diretamente proporcionais: para decompor um número M em partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcio-
nais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas x1 + x2 + ... + xn= M e p1 + p2 + ... + pn = P:

Divisão Inversamente Proporcional


• Divisão em duas partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B inversamente proporcio-
nais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os
inversos de p e q. Assim basta montar o sistema com duas equações e duas incógnitas tal que A + B = M:

O valor de K proporciona a solução pois: A = K/p e B = K/q.

• Divisão em várias partes inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn inversamente propor-
cionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. A montagem
do sistema com n equações e n incógnitas, assume que x1 + x2 + ... + xn= M:

Divisão em partes direta e inversamente proporcionais


• Divisão em duas partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a, c e d e inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas partes A e B diretamente propor-
cionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas incógnitas de forma que A + B = M

O valor de K proporciona a solução pois: A = K.c/p e B = K.d/q.

• Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais: para decompor um número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente pro-
porcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em n partes x1, x2, ..., xn diretamente
proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige que x1 + x2 + ... + xn = M:

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Exemplos: Resposta: D
(PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – IMA)
Uma herança de R$ 750.000,00 deve ser repartida entre três her- (SABESP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC) Uma empresa
deiros, em partes proporcionais a suas idades que são de 5, 8 e 12 quer doar a três funcionários um bônus de R$ 45.750,00. Será feita
anos. O mais velho receberá o valor de: uma divisão proporcional ao tempo de serviço de cada um deles. Sr.
(A) R$ 420.000,00 Fortes trabalhou durante 12 anos e 8 meses. Sra. Lourdes trabalhou
(B) R$ 250.000,00 durante 9 anos e 7 meses e Srta. Matilde trabalhou durante 3 anos
(C) R$ 360.000,00 e 2 meses. O valor, em reais, que a Srta. Matilde recebeu a menos
(D) R$ 400.000,00 que o Sr. Fortes é
(E) R$ 350.000,00 (A) 17.100,00.
(B) 5.700,00.
Resolução: (C) 22.800,00.
5x + 8x + 12x = 750.000 (D) 17.250,00.
25x = 750.000 (E) 15.000,00.
x = 30.000
O mais velho receberá: 12⋅30000=360000 Resolução:
Resposta: C * Fortes: 12 anos e 8 meses = 12.12 + 8 = 144 + 8 = 152 meses
* Lourdes: 9 anos e 7 meses = 9.12 + 7 = 108 + 7 = 115 meses
(TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC) Quatro funcionários di- * Matilde: 3 anos e 2 meses = 3.12 + 2 = 36 + 2 = 38 meses
vidirão, em partes diretamente proporcionais aos anos dedicados * TOTAL: 152 + 115 + 38 = 305 meses
para a empresa, um bônus de R$36.000,00. Sabe-se que dentre * Vamos chamar a quantidade que cada um vai receber de F,
esses quatro funcionários um deles já possui 2 anos trabalhados, L e M.
outro possui 7 anos trabalhados, outro possui 6 anos trabalhados e
o outro terá direito, nessa divisão, à quantia de R$6.000,00. Dessa
maneira, o número de anos dedicados para a empresa, desse últi-
mo funcionário citado, é igual a
(A) 5.
(B) 7.
(C) 2. Agora, vamos calcular o valor que M e F receberam:
(D) 3.
(E) 4.

Resolução:
2x + 7x + 6x + 6000 = 36000
15x = 30000
x = 2000 M = 38 . 150 = R$ 5 700,00
Como o último recebeu R$ 6.000,00, significa que ele se dedi-
cou 3 anos a empresa, pois 2000.3 = 6000
Resposta: D

(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –


FCC) Uma prefeitura destinou a quantia de 54 milhões de reais para F = 152 . 150 = R$ 22 800,00
a construção de três escolas de educação infantil. A área a ser cons-
truída em cada escola é, respectivamente, 1.500 m², 1.200 m² e 900 Por fim, a diferença é: 22 800 – 5700 = R$ 17 100,00
m² e a quantia destinada à cada escola é diretamente proporcional Resposta: A
a área a ser construída.
Sendo assim, a quantia destinada à construção da escola com (SESP/MT – PERITO OFICIAL CRIMINAL - ENGENHARIA CIVIL/
1.500 m² é, em reais, igual a ENGENHARIA ELÉTRICA/FÍSICA/MATEMÁTICA – FUNCAB/2014)
(A) 22,5 milhões. Maria, Júlia e Carla dividirão R$ 72.000,00 em partes inversamen-
(B) 13,5 milhões. te proporcionais às suas idades. Sabendo que Maria tem 8 anos,
(C) 15 milhões. Júlia,12 e Carla, 24, determine quanto receberá quem ficar com a
(D) 27 milhões. maior parte da divisão.
(E) 21,75 milhões. (A) R$ 36.000,00
(B) R$ 60.000,00
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

(C) R$ 48.000,00
(D) R$ 24.000,00
(E) R$ 30.000,00

Resolução:

A maior parte ficará para a mais nova (grandeza inversamente proporcional).


Assim:

8.M = 288 000


M = 288 000 / 8
M = R$ 36 000,00
M + J + C = 72000
Resposta: A

MÉDIA ARITMÉTICA
Ela se divide em:

• Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo número de elementos n.


Para o cálculo:
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a média
aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M

(I)

Foi pedido:

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Na equação ( I ), temos que: • Aplicações


Como o próprio nome indica, a média geométrica sugere inter-
pretações geométricas. Podemos calcular, por exemplo, o lado de
um quadrado que possui a mesma área de um retângulo, usando a
definição de média geométrica.

Exemplo:
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013

PORCENTAGEM

Resposta: E Este termo se refere a uma fração cujo denominador é 100, seu
símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontra-
• Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi- mos nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de
plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. calcular, etc.
Para o cálculo
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.

Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
ATENÇÃO: A palavra média, sem especificações (aritmética ou valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
ponderada), deve ser entendida como média aritmética. de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – PRO-
GRAMADOR DE COMPUTADOR – FIP) A média semestral de um cur- ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
so é dada pela média ponderada de três provas com peso igual a 1 10% 1,10
na primeira prova, peso 2 na segunda prova e peso 3 na terceira.
Qual a média de um aluno que tirou 8,0 na primeira, 6,5 na segunda 15% 1,15
e 9,0 na terceira? 20% 1,20
(A) 7,0
47% 1,47
(B) 8,0
(C) 7,8 67% 1,67
(D) 8,4
(E) 7,2 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:

Resolução: 10 x 1,10 = R$ 11,00


Na média ponderada multiplicamos o peso da prova pela sua
nota e dividimos pela soma de todos os pesos, assim temos: Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:

DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


Resposta: B
10% 0,90
MÉDIA GEOMÉTRICA 25% 0,75
É definida, para números positivos, como a raiz n-ésima do pro-
34% 0,66
duto de n elementos de um conjunto de dados.
60% 0,40
90% 0,10

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Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma:

10 X 0,90 = R$ 9,00

Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e É importante dizer que a e b representam qualquer número real
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
Lucro=preço de venda -preço de custo qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o
formas: segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.

Como resolver uma equação do primeiro grau


Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
ficar sozinho em um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no
Exemplo mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x.
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% 1° exemplo:
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8. Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e
(B) 15. ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
(C) 10. da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
(D) 6.
(E) 12.

Resolução
45------100%
X-------60% 2° exemplo:
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to- O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão. subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade
com a operação inversa, que é a soma:

Resposta: C.
3° exemplo:

FUNÇÕES, EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE 2º GRAUS,


EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS: CONCEITO, REPRESEN-
Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da
TAÇÃO GRÁFICA, PROBLEMAS
incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
EQUAÇÃO DO 1° GRAU passa para o outro lado dividindo.
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
ou mais incógnitas. Quem determina o “grau” dessa equação é o
expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

4° exemplo: Uma inequação é do 1º grau quando o maior expoente da


Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar incógnita é igual a 1. Podem assumir as seguintes formas:
o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da ax + b >0
incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1. ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0

Sendo a e b números reais e a ≠ 0.


Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro — Resolução de uma inequação do primeiro grau.
lado, teremos: Para resolver uma inequação desse tipo, podemos fazer da
mesma forma que fazemos nas equações.
Contudo, devemos ter cuidado quando a incógnita ficar
negativa.
Nesse caso, devemos multiplicar por (-1) e inverter o símbolo
da desigualdade.

Exemplos:
— Propriedade Fundamental das Equações
a) Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40.
A propriedade fundamental das equações é também chamada
Para resolver a inequação devemos isolar o x, passando o 19 e
de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
o 3 para o outro lado da desigualdade.
a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
Lembrando que ao mudar de lado devemos trocar a operação.
feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
Assim, o 19 que estava somando, passará diminuindo e o 3 que
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
estava multiplicando passará dividindo.
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:
3x < 40 -19
x < 21/3
x<7
Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da b) Como resolver a inequação 15 - 7x ≥ 2x - 30?
equação: Quando há termos algébricos (x) dos dois lados da desigualdade,
devemos juntá-los no mesmo lado.
Ao fazer isso, os números que mudam de lado têm o sinal
alterado.

15 - 7x ≥ 2x - 30
Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita
- 7x - 2 x ≥ - 30 -15
será dividido por 3 nos dois membros da equação:
- 9x ≥ - 45

Agora, vamos multiplicar toda a inequação por (-1). Para tanto,


trocamos o sinal de todos os termos:

9x ≤ 45 (observe que invertemos o símbolo ≥ para ≤)


x ≤ 45/9
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU x≤5

Inequação é uma sentença matemática que apresenta pelo Portanto, a solução dessa inequação é x ≤ 5.
menos um valor desconhecido (incógnita) e representa uma
desigualdade2. — Resolução usando o gráfico da inequação
Nas inequações usamos os símbolos: Outra forma de resolver uma inequação é fazer um gráfico no
> maior que plano cartesiano.
< menor que No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação identificando
≥ maior que ou igual que valores de x transformam a desigualdade em uma sentença
≤ menor que ou igual verdadeira.
Para resolver uma inequação usando esse método devemos
Exemplos: seguir os passos:
a) 3x - 5 > 62 1º) Colocar todos os termos da inequação em um mesmo lado.
b) 10 + 2x ≤ 20 2º) Substituir o sinal da desigualdade pelo da igualdade.
3º) Resolver a equação, ou seja, encontrar sua raiz.
2 https://www.todamateria.com.br/inequacao/ 4º) Fazer o estudo do sinal da equação, identificando os valores
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

de x que representam a solução da inequação. Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
Exemplo: Resolvendo a inequação 3x + 19 < 40. valores de y vão crescendo.
Primeiro, vamos escrever a inequação com todos os termos de
um lado da desigualdade:

3x + 19 - 40 < 0
3x - 21 < 0

Essa expressão indica que a solução da inequação são os


valores de x que tornam a inequação negativa (< 0).
Encontrar a raiz da equação 3x - 21 = 0

x = 21/3
x = 7 (raiz da equação)

Representar no plano cartesiano os pares de pontos Função Decrescente: a < 0


encontrados ao substituir valores no x na equação. O gráfico deste Nesse caso, os valores de y, caem.
tipo de equação é uma reta.

Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:
Identificamos que os valores < 0 (valores negativos) são os
valores de x < 7. O valor encontrado coincide com o valor que
encontramos ao resolver diretamente (exemplo a, anterior).

FUNÇÃO DO 1º GRAU
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
ção f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais


Definimos função como relação entre duas grandezas repre- Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax + na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero. o valor de x (raiz da função).
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura X=-b/a
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien- Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e equações para acharmos o valor de a e b.
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Exemplo: — Fórmula de Bhaskara


Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
1) Determinar os coeficientes da equação
F(1)=1a+b Os coeficientes de uma equação são todos os números que não
3=a+b são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para
F(3)=3a+b isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das
5=3a+b equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que
o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

Isolando a em I O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.


a=3-b
Substituindo em II Na equação:
– x² + x = 0
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5 O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.
-2b=-4 2) Encontrar o discriminante
b=2 O discriminante de uma equação do segundo grau é
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
Portanto, fórmula:
a=3-b Δ = b² – 4·a·c
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2 Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do
segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os
EQUAÇÃO DO 2° GRAU coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números
na fórmula do discriminante, teremos:
Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0 Δ = b² – 4 · a · c
será chamada equação do segundo grau3. O único detalhe é que Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em Δ = 16 – 16 · (– 24)
hipótese alguma. Δ = 16 + 384
Uma equação é uma expressão que relaciona números Δ = 400
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma — Quantidade de soluções de uma equação
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles reais5. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
que a igualdade seja verdadeira. caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
— Como resolver equações do 2º grau? Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira4.
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas, raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas
existem dois métodos mais comuns: raízes.
- Fórmula de Bhaskara;
- Soma e produto. 3) Encontrar as soluções da equação
Para encontrar as soluções de uma equação do segundo
O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o discriminante na seguinte expressão:
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não
é uma alternativa boa.
3 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20
ser,a%20zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma.
4 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau. 5 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-u-
htm ma-equacao-segundo-grau.htm
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74
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara. 3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação.
Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto
e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0, seja igual a 6 e a soma seja igual a 5.
substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de Os números cuja multiplicação é igual a 6 são:
Bhaskara: I. 6 x 1 = 6
II. 3 x 2 =6
III. (-6) x (-1) = 6
IV. (-3) x (-2) = 6

Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma


seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2.

— Equação do 2º Grau Incompleta


Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c
iguais a zero. Existem três tipos dessas equações, cada um com um
método mais adequado para sua resolução.
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos
possíveis de equações incompletas, que são:
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0;
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0;
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0.

Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para
solução é: S = {3, – 2}. encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja
possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos
— Soma e Produto específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos
Nesse método é importante conhecer os divisores de um trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0,
números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero.
método fica bastante complicado.
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas
equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é
possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação: bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações
incompletas, a seguir veremos cada um deles.

Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma
equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de
soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa
Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0.
equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a
1º passo: encontrar a, b e c.
seguir.
a=1
Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
b = -5
1º passo: colocar x em evidência.
c=6
Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
2x² + 5x = 0
2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula.
x · (2x + 5) = 0

2º passo: separar a equação produto em dois casos.


Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0

3º passo: encontrar as soluções.


Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
que:
Editora
75
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2x + 5 = 0 b=-1
2x = -5 c=-6
x = -5/2
Utilizamos a fórmula de Bhaskara (Δ = b² - 4ac) e substituímos
Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x = pelos valores dos coeficientes:
-5/2.
Δ = (- 1)² - 4 . 1 . (- 6)
Quando b = 0 Δ = 1 + 24
Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo Δ = 25
ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo: Continuando na fórmula de Bhaskara, substituímos novamente
Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0. pelos valores dos nossos coeficientes:
Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
3x² – 12 = 0
3x² = 12
x² = 12 : 3
x² = 4

Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que


existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o
símbolo de ±.
x = ±√4
x = ±2
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.

Quando b = 0 e c = 0
Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais
a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única
solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo:
3x² = 0
x² = 0 : 3
x² = 0 As raízes da equação são -2 e 3. Como o coeficiente a da
x = ±√0 equação do 2º grau é positivo, seu gráfico terá a concavidade
x = ±0 voltada para cima.
x=0

INEQUAÇÃO DO 2º GRAU

Uma inequação é do 2º grau quando o maior expoente da


incógnita é igual a 2. Podem assumir as seguintes formas:
ax² + bx + c > 0
ax² + bx + c < 0
ax² + bx + c ≥ 0
ax² + bx + c ≤ 0

Sendo a, b e c números reais e a ≠ 0.


Podemos resolver esse tipo de inequação usando o gráfico que
representa a equação do 2º grau para fazer o estudo do sinal, da
mesma forma que fizemos no da inequação do 1º grau.
Lembrando que, nesse caso, o gráfico será uma parábola.

Exemplo: Resolvendo a inequação x² - x - 6 < 0. Pelo gráfico, observamos que os valores que satisfazem a
inequação são: - 2 < x < 3.
Para resolver uma inequação do segundo grau é preciso Podemos indicar a solução usando a seguinte notação:
encontrar valores cuja expressão do lado esquerdo do sinal < dê
uma solução menor do que 0 (valores negativos).
Primeiro, identifique os coeficientes:
a=1
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Raízes

Um número x que pertence ao conjunto dos números Reais, tal


que, x seja maior que -2 e menor que 3.

FUNÇÃO DO 2º GRAU
Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)
Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
deve ser o maior termo. um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
a<0 Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Veja os gráficos:

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas


raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0

A função não tem raízes reais

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

EQUAÇÃO EXPONENCIAL 3x = 1
x = 0 ou
Chama-se equação exponencial6, toda equação onde a variável
x se encontra no expoente. 3x = 3 1
x=1
Exemplos
S = {0,1}

Para resolução, precisamos encontrar os valores da variável INEQUAÇÃO EXPONENCIAL


que a torna uma sentença numérica verdadeira. Vamos relembrar
algumas das propriedades da potenciação para darmos continuida- Assim como as equações exponenciais, as inequações são
de: aquelas cujo a variável se encontra no expoente. São representadas
por uma desigualdade > , < , ≤ ou ≥.

Exemplos

Vamos ver o passo a passo para resolução de uma equação ex-


ponencial:

Exemplos Resolução de inequação exponencial

1) 2x = 8 Resolver uma inequação exponencial é achar valores para vari-


1º) Algumas equações podem ser transformadas em outras ável que satisfaça a sentença matemática.
equivalentes, as quais possuem nos dois membros potências de Antes de resolver uma inequação exponencial, deve-se obser-
mesma base. Neste caso o 8 pode ser transformado em potência de var a situação das bases nos dois membros, caso as bases sejam
base 2. Fatorando o 8 obtemos 23 = 8. diferentes, reduza-as a uma mesma base e, em seguida, forme uma
inequação com os expoentes. Atente-se as regras dos sinais:
2º) Aplicando a propriedade da potenciação:  base
iguais, igualamos os expoentes, logo Caso a > 1, mantenha o sinal original.
x=3
Caso 0 < a < 1, inverta o sinal.
2) 2m . 24 = 210
2 m + 4 = 210  m + 4 = 10  m = 10 - 4  m = 6
S = {6}
Exemplos
3) 6 2m – 1 : 6 m – 3 = 64
6 (2m – 1 ) – (m – 3) = 64  2m – 1 – m + 3 = 4  2m – m = 4 + 1 – 3  A) 2x ≥ 128
m=5–3m=2 Por fatoração, 128 = 27.
S = {2} 2x ≥ 27  como as bases são iguais e a > 1, basta formar uma
inequação com os expoentes  x ≥ 7
4) 32x - 4.3x + 3 = 0. S = {x ∈ R | x ≥ 7}
A expressão dada pode ser escrita na forma:
(3x)2 – 4.3x + 3 = 0
Criamos argumentos para resolução da equação exponencial. B)
Fazendo 3x = y, temos:
y2 – 4y + 3 = 0, assim y = 1 ou y = 3 (Foi resolvida a equação do Como as bases são iguais então igualamos os expoentes: x <
segundo grau) 2. E como as bases estão compreendidas entre 0 e 1, inverte-se o
Como 3x= y, então sinal, logo: x > 2.
6 colegioweb.com.br S = {x ϵ R | x > 2}
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
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78
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

C) 4x + 4 > 5 . 2x
Perceba que, por fatoração, 4x = 22x e 22x é o mesmo que (2x)².
Vamos reescrever a inequação:
(2x)² + 4 > 5 . 2x
Chamando 2x de t, para facilitar a resolução, ficamos com:
t2 + 4 > 5t
t2 – 5t + 4 > 0, observe que caímos em uma inequação do 2º
grau, resolvendo a equação gerada pela inequação encontramos as
raízes t’ = 1 e t’’ = 4. Como a > 0, concavidade fica para cima e isto
também significa que estamos procurando valores que tornem a
inequação positiva, ficamos com:
t < 1 ou t > 4
Retornando a equação inicial:
t = 2x A Constante de Euler
2x < 1  x < 0  lembre-se que todo número elevado a 1 é igual É definida por :
ao próprio número, e que todo número elevado a zero é igual a 1. e = exp(1)
2x > 4  2x > 22  x > 2.
S = {x ∈ R | x < 0 ou x > 2} O número e é um número irracional e positivo e em função da
definição da função exponencial, temos que:
FUNÇÃO EXPONENCIAL Ln(e) = 1
A expressão matemática que define a função exponencial é
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e Este número é denotado por e em homenagem ao matemático
diferente de 1 e o expoente é uma variável. suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
propriedades desse número.
Função crescente
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
que seja o valor real de x. e = 2,7182818284
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser
que a curva da função é crescente. escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

EQUAÇÃO LOGARÍTMICA7
Função decrescente Existem equações que não podem ser reduzidas a uma igual-
dade de mesma base pela simples aplicação das propriedades das
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em potências. A resolução de uma equação desse tipo baseia-se na de-
todo o domínio da função. finição de logaritmo.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
é decrescente.

Existem quatro tipos de equações logarítmicas:

1º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois logarit-


mos de mesma base:

7 brasilescola.com
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Ùnico
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A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = g(x) > 0.

Exemplo

Temos que:
2x + 4 = 3x + 1
2x – 3x = 1 – 4
–x=–3
x=3
Portanto, S = {3}

2º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois logaritmos e um número real:

A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = ar.

Exemplo

Pela definição de logaritmo temos:


5x + 2 = 33
5x + 2 = 27
5x = 27 – 2
5x = 25
x=5
Portanto S = {5}.

3º) Equações que são resolvidas por meio de uma mudança de incógnita:

Exemplo

Vamos fazer a seguinte mudança de incógnita:

Substituindo na equação inicial, ficaremos com:

4º) Equações que envolvem utilização de propriedades ou de mudança de base:

Exemplo

Usando as propriedades do logaritmo, podemos reescrever a equação acima da seguinte forma:

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Note que para isso utilizamos as seguintes propriedades:

Vamos retornar à equação:

Como ficamos com uma igualdade entre dois logaritmos, segue que:
(2x + 3)(x + 2) = x2
ou
2x2 + 4x + 3x + 6 = x2
2x2 – x2 + 7x + 6 = 0
x2 + 7x + 6 = 0

x = -1 ou x = - 6

Lembre-se que para o logaritmo existir o logaritmando e a base devem ser positivos. Com os valores encontrados para x, o logaritman-
do ficará negativo. Sendo assim, a equação não tem solução ou S = ø.

INEQUAÇÃO LOGARÍTMICA

A forma de se resolver a inequação logarítmica é a mesma da equação, mas é preciso ter muito cuidado quando a base for 0 < a < 1.
São dois tipos de inequação logarítmica.

1º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre logaritmos de mesma base:

Neste caso há ainda dois casos a considerar

Exemplo
Log3 (2x + 1) ≤ 1
Condição de existência:
2x + 1 > 0 → 2x > – 1 → x > -1/2 (S1)
Veja que no 2º membro da desigualdade não temos um logaritmo. Porém, podemos escrever o número 1 em forma de logaritmo,
dessa forma igualando as bases: 1 = log3 31. A Base 3 foi escrita intencionalmente, para se igualar a base do logaritmo escrito no 1º mem-
bro. Reescrevendo a inequação:
Log3 (2x + 1) ≤ log3 31 → como a > 1 mantem-se a direção inicial do sinal.
2x + 1 ≤ 31 → 2x ≤ 3 – 1
2x ≤ 2 → x ≤ 1.
S = S1 ∩ S2 → a solução final é a interseção das soluções 1 e 2.
S = {x ∈ R / −12 < x ≤ 1}

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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

2º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre um loga-


ritmo e um número real: SISTEMAS LINEARES

SISTEMA DO 1º GRAU
Para resolver uma inequação desse tipo, basta substituir r por Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
, assim teremos: mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:

Exemplo
log1/2 (x − 7) > log1/2(3x + 1)
Condições de existência: • Resolução de sistemas
x – 7 > 0 → x > 7   (S1) Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos:
3x + 1 > 0 → 3x > – 1 → x > −13 (S2)
• Método da substituição
log1/2(x − 7) > log1/2(3x + 1) → como 0 < a <1 inverte-se a direção Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das
inicial do sinal. incógnitas e substituir na outra equação, veja como:
x – 7 < 3x + 1   → x – 3x < 1 + 7
–2x < 8 → 2x > – 8 →  x > – 4    (S3)
S = S1 ∩ S2 ∩ S3 → a solução final é a interseção das soluções Dado o sistema , enumeramos as equações.
1, 2 e 3.
S = {x ∈ R | x > 7}

FUNÇÃO LOGARÍTMICA Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e


isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2.
Uma função dada por , em que a constante 3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica. solvendo:
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12
Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
20 – y. Logo:
x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)

Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.

Dado o sistema

Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in-


cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
– 3.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

Teremos: (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em


um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58
pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas
30 partidas, é igual a
Adicionando as duas equações: (A) 12
(B) 14
(C) 16
(D) 13
(E) 15

Resolução:
Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas
Vitórias: x
equações e substituir o valor de y encontrado:
Empate: y
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
Derrotas: 2
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).
Pelo método da adição temos:
Exemplos:
(SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen-
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
(B) 320
(C) 330
(D) 350 Resposta: E
(E) 370
SISTEMA DO 2º GRAU
Resolução: Utilizamos o mesmo princípio da resolução dos sistemas de
Amarela: x 1º grau, por adição, substituições, etc. A diferença é que teremos
Vermelha: y como solução um sistema de pares ordenados.
Branca: z
x = y + 50 Sequência prática
y = z - 30 – Estabelecer o sistema de equações que traduzam o problema
z = y + 30 para a linguagem matemática;
– Resolver o sistema de equações;
– Interpretar as raízes encontradas, verificando se são compatí-
veis com os dados do problema.

Exemplos:
(CPTM - MÉDICO DO TRABALHO – MAKIYAMA) Sabe-se que o
Substituindo a II e a III equação na I: produto da idade de Miguel pela idade de Lucas é 500. Miguel é
5 anos mais velho que Lucas. Qual a soma das idades de Miguel e
Lucas?
(A) 40.
(B) 55.
(C) 65.
(D) 50.
Substituindo na equação II (E) 45.
x = 320 + 50 = 370
z=320+30=350 Resolução:
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg Sendo Miguel M e Lucas L:
M.L = 500 (I)
Resposta: E M = L + 5 (II)
substituindo II em I, temos:
(L + 5).L = 500
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

L2 + 5L – 500 = 0, a = 1, b = 5 e c = - 500 Exemplo


∆ = b² - 4.a.c
∆ = 5² - 4.1.(-500)
∆ = 25 + 2000
∆ = 2025
x = (-b ± √∆)/2a
x’ = (-5 + 45) / 2.1 → x’ = 40/2 → x’ = 20
x’’ = (-5 - 45) / 2.1 → x’’ = -50/2 → x’’ = -25 (não serve)

Então L = 20
M.20 = 500
m = 500 : 20 = 25 O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
M + L = 25 + 20 = 45 3(blusas)=6 maneiras
Resposta: E
Fatorial
(TJ- FAURGS) Se a soma de dois números é igual a 10 e o seu É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
produto é igual a 20, a soma de seus quadrados é igual a: de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
(A) 30 tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
(B) 40 n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
(C) 50
(D) 60 Arranjo Simples
(E) 80 Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
sequência de p elementos distintos de E.
Resolução:
Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
algarismos distintos podemos formar?

Eu quero saber a soma de seus quadrados x2 + y2


Vamos elevar o x + y ao quadrado:
(x + y)2 = (10)2
x2 + 2xy + y2 = 100 , como x . y=20 substituímos o valor :
x2 + 2.20 + y2 = 100
x2 + 40 + y2 = 100
x2 + y2 = 100 – 40
x2 + y2 = 60
Resposta: D

ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE: PRINCÍPIOS


FUNDAMENTAIS DE CONTAGEM, ARRANJOS, PERMUTA-
ÇÕES, COMBINAÇÕES, BINÔMIO DE NEWTON, CÁLCULO
DE PROBABILIDADES Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
ANÁLISE COMBINATÓRIA Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos 3 elementos tomados 2 a 2.
problemas de contagem.
Indica-se A3,2
Princípio Fundamental da Contagem
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se Permutação Simples
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!
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Exemplo Relação de Stifel


Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos Triângulo de Pascal


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Como temos uma letra repetida, esse número será menor.

Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

LINHA 0 1
LINHA 1 1 1
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode- LINHA 2 1 2 1
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com LINHA 3 1 3 3 1
i elementos é chamado combinação simples. LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

Binômio de Newton
Exemplo
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po-
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
Solução
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de


Pascal.
Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p,
também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
PROBABILIDADE
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
nominadores é igual ao numerador são iguais:
Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado.

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Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para Exemplo
cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
E={1,2,3,4,5,6} Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola verme-
lha é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que
No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para não seja vermelha.
cima:
E={Ca,Co} Solução

Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
São complementares.
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
para cima em três lançamentos de uma moeda. vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral.

Solução Exemplo
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
há duas possibilidades. um número par ou menor que 5, na face superior?

2x2x2=8 Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)} Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com B={1,2,3,4} n(B)=4
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.

Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um
evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por ,o
evento formado por todos os elementos de E que não pertencem Probabilidade Condicional
a A. É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
evento B, definido por:

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que

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Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver


questões.
M=C+J
M = montante
C = capital inicial
J = juros
Eventos Simultâneos M=C+C.i.n
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos- M=C(1+i.n)
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
JUROS SIMPLES
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em-
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS SIMPLES E COMPOS-
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações
TOS: CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS. TAXAS DE JUROS: NO-
envolvendo juros simples é a seguinte:
MINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL
J = C i n, onde:
E APARENTE. PLANOS OU SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE
J = juros
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS. CÁLCULO FINANCEI-
C = capital inicial
RO: CUSTO REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE FINANCIA-
i = taxa de juros
MENTO, EMPRÉSTIMO E INVESTIMENTO. TAXAS DE
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
RETORNO.
ano...)

Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-


MATEMÁTICA FINANCEIRA ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações qualquer outra combinação de períodos.
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés- balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
nome de juros. qualquer combinação.
Capital Exemplo
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan- Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre- Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
pela tecla PV nas calculadoras financeiras). R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
Taxa de juros e Tempo (A) 5,0%
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro (B) 5,9%
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente (C) 7,5%
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí- (D) 10,0%
odo de tempo a que se refere: (E) 12,5%
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). Resposta Letra “e”.
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: parcela a ser paga de R$45.
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). Aplicando a fórmula M = C + J:
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) 45 = 40 + J
J=5
Montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi- 5 = 40 X i X 1
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo. i = 0,125 = 12,5%
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JUROS COMPOSTOS Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; isto é, a
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo taxa efetiva?
no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in- Vamos acompanhar através do exemplo
tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
juros também. Taxa Efetiva
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil reais),
Quando usamos juros simples e juros compostos? aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados mensalmente,
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com- a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é taxa Nominal, efetiva
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras mensal e equivalente mensal:
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan-
ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos Respostas e soluções:
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de 1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser capitali-
juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro- zado com a taxa anual.
cesso de desconto simples de duplicatas. 2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas con-
venções: taxa proporcional mensal ou taxa equivalente mensal.
O cálculo do montante é dado por: a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por 12):
12%/12 = 1% a.m.
M = C (1 + i)t b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos R$
1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual aplicada nesse
Exemplo mesmo capital).
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses Cálculo da taxa equivalente mensal:
C = 25000
i = 25%aa = 0,25
i = 72 meses = 6 anos
M = C (1 + i)t
M = 25000 (1 + 0,25)6
M = 25000 (1,25)6 onde:
M = 95367,50 iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
it : taxa para o prazo que eu tenho
M=C+J q : prazo que eu quero
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50 t : prazo que eu tenho

Taxa Nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira
pode ser calculada pela expressão: iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.

Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva mensal

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, a) pela convenção da taxa proporcional:


deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de M = c (1 + i)n
$150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por: M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 M = 1.196,15
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
b) pela convenção da taxa equivalente:
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita confusão na M = c (1 + i)n
Matemática Financeira são os conceitos de taxa nominal, taxa efe- M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296
tiva e taxa equivalente. Até na esfera judicial esses assuntos geram M = 1.185,29
muitas dúvidas nos cálculos de empréstimos, financiamentos, con-
sórcios e etc. NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é equivalente
Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria das a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante utilizando a taxa anual,
vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, não são apre- neste caso teremos que transformar 18 (dezoito) meses em anos
sentados de uma maneira clara. para fazer o cálculo, ou seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
M = c (1 + i)n
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta não é M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297
realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é uma taxa “sem M = 1.185,29
efeito”). A capitalização (o prazo de formação e incorporação de ju-
ros ao capital inicial) será dada através de outra taxa, numa unidade
de tempo diferente, taxa efetiva.
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Conclusões: Substituindo S1 e S2 , vem:


– A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no cálculo do P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
montante. Normalmente a taxa nominal vem sempre ao ano! Daí então, vem que:
– A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é aquela que (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
foi utilizado para cálculo do montante. Pode ser uma taxa propor- in = taxa de juros nominal
cional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa equivalente mensal (0,949 % j = taxa de inflação no período
a.m.). r = taxa real de juros
– Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em se tra-
tando de concursos públicos, a grande maioria das bancas exami- Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j =
nadoras utilizam a convenção da taxa proporcional. Em se tratando 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
do mercado financeiro, utiliza-se a convenção de taxa equivalente.
Exemplo
Taxa Equivalente Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco
Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao mes- empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00.
mo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem montantes Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pe-
iguais. Essas taxas devem ser observadas com muita atenção, em al- de-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
guns financiamentos de longo prazo, somos apenas informados da Teremos que a taxa nominal será igual a:
taxa mensal de juros e não tomamos conhecimento da taxa anual in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =
ou dentro do período estabelecido, trimestre, semestre entre ou- 25%
tros. Uma expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos Portanto in = 25%
fornece a equivalência de duas taxas é: Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10,
1 + ia = (1 + ip)n, onde: substituindo na fórmula anterior, vem:
ia = taxa anual (1 + in) = (1+r). (1 + j)
ip = taxa período (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
n: número de períodos 1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Observe alguns cálculos: Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês? Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 para a taxa real de juros:
1 + ia = (1 + 0,02)12 (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1 + ia = 1,0212 1,25 = (1 + r).1,30
1 + ia = 1,2682 1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
ia = 1,2682 – 1 Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos
ia = 0,2682 uma taxa real de juros negativa.
ia = 26,82%
A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de 26,82%. Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00
As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa anual nesse ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%, qual a taxa
caso seria calculada da seguinte forma: 2% x 12 = 24% ao ano. Como real do empréstimo?
vimos, esse tipo de cálculo não procede, pois a taxa anual foi calcu- Resposta: 25%
lada de forma correta e corresponde a 26,82% ao ano, essa variação
ocorre porque temos que levar em conta o andamento dos juros Taxas Proporcionais
compostos (juros sobre juros). Para se compreender mais claramente o significado destas ta-
xas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois prazos:
Taxa Real – o prazo a que se refere à taxa de juros; e
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interes- – o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO,
sante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser inclusive, 2001).
negativas.
Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e ditas proporcionais quando seus valores e seus respectivos perío-
real. Para isto, vamos supor que um determinado capital P é aplica- dos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma pro-
do por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in porção. (PARENTE, 1996).
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de Exemplos
inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido Prestação = amortização + juros
por esta taxa acarretaria um montanteS2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a se-
montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então escrever: guir.
S1 = S2 (1 + r) Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas
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MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mesmo exercí- A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitali-
cio:uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e zação por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
juros de 3% ao mês. n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
Pagamento único 0 - - - 100.000,00
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um úni- 1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
co pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma fórmula do
montante: 2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -
Nos juros simples:
M = C (1 + i×n) Sistema de Amortização Misto (SAM)
M = montante É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas
C = capital inicial anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:
i= taxa de juros
n = período PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Nos juros compostos:


M = C (1+i)n n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
M = montante 0 - - - 100.000,00
C = capital inicial 1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
i = taxa de juros
n = período 2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -
Nos juros simples:
Sistema de Amortização Crescente (SACRE)
N° Juros Amortização Prestação Saldo devedor Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma
das formas utilizadas para o cálculo das prestações dos financia-
0 - - - 100.000,00
mentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações,
1 3.000,00 - - 103.000,00 a metodologia do sistema de amortização constante (SAC) anual,
2 3.000,00 - - 106.000,00 desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é
incluída posteriormente, resultando em uma amortização variável.
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 - Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois
pode resultar em amortizações decrescentes, dependendo da ocor-
Nos juros compostos: rência de TR com valor muito baixo.

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor Sistema Alemão


Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais,
0 - - - 100.000,00 exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momento “zero”)
1 3.000,00 - - 103.000,00 já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a pri-
meira amortização e as seguintes são definidas pelas três seguintes
2 3.090,00 - - 106.090,00
fórmulas:
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -
PMT = _ Vp.i_
Sistema Price (Sistema Francês) 1- (1+i)n

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do PMT = valor da prestação
período do desembolso das prestações. A fórmula para encontrar- VP = valor inicial do empréstimo
mos a prestação é dada a seguir: i = taxa de juros
n = período
PMT = VP . _i.(1+i)n_ (1+i)n -1

PMT = valor da prestação A1 = PMT . (1- i)n-1


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros A1 = primeira amortização
n = período PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1_

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(1- i)

An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)


An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do cálculo e serão
desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão aritmética,
em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra de amortização que permanece
constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros, amor-
tizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é
decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se o valor do principal pelo número
de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.

O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica do SAC é que
ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amortização é sempre o mesmo,
o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais
rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês (em juros sim-
ples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula
é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC
fica:
Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

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Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro. Sendo assim, o juro
é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as prestações. A soma das prestações
é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.

Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitalização por juros
compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas se equivale. Vejam: no nosso
exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês (regime de juros compostos) ou 9,27% no
acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.912,62) (35.275,08) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)
2 - (2.827,79) (33.305,05) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)
3 (100.000,00) (94.259,59) (31.419,87) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)
VPL - - - - - (173,09)

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92
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OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo. Isso seria uma
situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto menor (em módulo) o VPL,
melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir, teremos como
custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais barato do que uma aplicação no
mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento
único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS

Do ponto de vista da análise econômico-financeira, um projeto de investimento é qualquer atividade produtiva de vida limitada, que
implique na mobilização de alguns recursos na forma de bens de produção, em determinado momento, na expectativa de gerar recursos
futuros oriundos da produção. Esse tipo de conceituação pressupõe a possibilidade de quantificação monetária dos insumos e produtos
associados ao projeto (Noronha e Duarte8).

8 NORONHA, J. F. e DUARTE, L. Avaliação de projetos de investimentos na empresa agropecuária. In: AIDAR, A. C. K. Administração Rural. São Paulo: Paulicéia,
1995.
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Para Gitman9 na análise de qualquer projeto se faz necessário Empresas de grande porte costumam usar o período de payba-
uma abordagem de viabilidade econômico-financeira. Para isso, se ck para avaliar projetos de baixo valor, enquanto as pequenas cos-
faz importante o entendimento do timing dos fluxos de caixa des- tumam utilizá-lo para a maioria de seus projetos. A popularidade
tes, ou seja, o valor do dinheiro no tempo, que é baseado na ideia do método resulta da simplicidade de cálculo e do apelo intuitivo.
de que uma unidade monetária hoje vale mais do que uma outra Também é interessante por considerar os fluxos de caixa, e não o
que será recebida em uma data futura. Isso explica porque deseja- lucro contábil.
-se receber o quanto antes e pagar o mais tarde possível uma deter- Critérios de decisão do Payback
minada quantia que não será reajustada ao longo do tempo.
Quando usamos o período de payback para tomar decisões de
A análise e avaliação de projetos de investimento está intima- aceita-rejeição, aplicam-se os seguintes critérios de decisão:
mente ligada a gestão financeira que tem como principal objetivo - Se o período de payback for menor do que o período máximo
maximizar o valor do empreendimento, ou seja maximização da ri- aceitável de payback, aceitar o projeto.
queza dos proprietários, que depende da distribuição no tempo dos - Se o período de payback for maior do que o período máximo
fluxos de caixa de seus investimentos. aceitável de payback, rejeitar o projeto.

Técnicas de Análise e Avaliação de Projetos de Investimento A duração do período máximo aceitável é fixado subjetivamen-
te, com base em uma série de fatores, inclusive o tipo do projeto
Existem diversas técnicas (também conhecidas como métodos) (expansão, substituição, renovação ou outros), percepção do risco
para realizar análise e avaliação de projetos de investimentos que do projeto e relação percebida entre o período de payback e o va-
consideram o valor do dinheiro no tempo e a verificação de opor- lor da ação. Trata-se, simplesmente, de um valor que se acredita
tunidades de obter resultados positivos por meio da avaliação dos que, em média, resultará em decisões de investimento geradoras
fluxos de caixa. de valor.
Por existirem várias áreas na avaliação existe também espaço O critério de decisão com o payback pode ser aplicado tanto a
para discórdia, entre estas: a estimativa dos fluxos de caixa e do cus- projetos únicos quanto a projetos concorrentes.
to de oportunidade. Ou seja, mesmo que os modelos de avaliação
sejam quantitativos, a avaliação possui aspectos subjetivos. Isso faz - Projeto Único: deve-se definir um tempo máximo aceitável.
com que, por exemplo, dois analistas possam através da utilização Após definido esse tempo, se o projeto tiver um payback inferior ao
das mesmas técnicas chegarem a conclusões diferentes com rela- máximo aceitável, aceita-se o projeto, senão, rejeita-se.
ção à avaliação de um projeto de investimento.
As abordagens mais comuns envolvem a interação de procedi- - Projetos Correntes: com dois ou mais projetos que são exclu-
mentos de valor do dinheiro no tempo, considerações quanto ao dentes, deve-se escolher apenas o melhor, ou seja, o que tem me-
risco e retorno e conceitos de avaliação para selecionar a riqueza nor payback, tendo, portanto, o retorno mais rápido.
dos proprietários, onde se destacam três principais técnicas:
Atenção Candidato(a)
- Métodos não exatos - Período de Recuperação do Investi-
mento (Payback); Para que você possa compreender da melhor forma a aplicação
- Valor Presente Líquido (VPL); da técnica de Payback, utilizaremos a aplicação no fluxo de caixa do
- Taxa Interna de Retorno (TIR). Projeto A a seguir

Métodos não exatos: Período de Recuperação do Investimento Fluxo de Caixa – Projeto A:


(Payback) Investimento Inicial (data zero) R$ 400.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Os períodos de payback são normalmente usados para avaliar Ano 1: R$ 100.000,00
propostas de investimento de capital. O período de payback é o Ano 2: R$ 150.000,00
tempo necessário para que a empresa recupere o investimento ini- Ano 3: R$ 150.000,00
cial em um projeto, calculado a partir das entradas de caixa. Quanto Ano 4: R$ 250.000,00
mais rápido o retorno, menor o payback e melhor o projeto. Assim, Ano 5: R$ 350.000,00
o payback sempre deve ser mensurado em tempo – dias, semanas,
meses, anos –, quanto menor o tempo de retorno, mais interessan- Período máximo: O período máximo estipulado para o retorno
te será o investimento. Essa técnica é bastante conhecida, sendo do Projeto A é de 4 anos.
até repetida popularmente – “o tempo para recuperar o investi-
mento” –, exatamente a ideia do payback. Para facilitar o entendimento do Payback foi construída a tabela
abaixo com o valor do investimento inicial, os períodos, o fluxo de
cada período (as entradas ou saídas operacionais) e o valor acumu-
lado dos fluxos de caixa.

9 GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 2 ed. Porto Alegre:


Bookman, 2001.
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No momento em que o valor acumulado dos fluxos de caixa atingir o valor do investimento inicial, atingiu-se o payback, ou seja, o
investimento retornou os recursos utilizados, ou ainda, “recuperou-se o capital investido”.
O payback do projeto é de três anos, pois esse é o tempo necessário para retornar o valor do investimento inicial de R$ 400.000,00,
sendo inferior ao período máximo estipulado. Com base nesse resultado o projeto A deve ser aprovado com base na técnica de payback.

Principais falhas do payback

- Despreza o custo do dinheiro, ou seja, não compara o investimento realizado com possíveis ganhos em outros investimentos, tais
como aplicações financeiras, podendo levar o investidor a escolher projetos de retorno muito mais longos do que seria necessário.
- O payback considera que todos os investimentos analisados possuem o mesmo risco, desprezando a análise de risco de cada um. As-
sim, um investidor, utilizando o payback, pode escolher um projeto muito mais arriscado que outro, sem ter uma recompensa significativa
no retorno por esse risco adicional, ou seja, ele não foi levado a fazer a escolha mais racional possível.
- Não considera os fluxos de caixa após o período de payback, pois ele só analisa o investimento até este ser recuperado pelo investidor,
ou seja, ao atingir-se o tempo de payback, cessa-se a análise, desprezando todos os fluxos de caixa posteriores.

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Existem grandes controvérsias quanto a como calcular esta taxa. Alguns autores afirmam que a taxa de juros a ser usada pela engenha-
ria econômica é a taxa de juros equivalente à maior rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Uma proposta de investimen-
to, para ser atrativa, deve render, no mínimo, esta taxa de juros.
Outro enfoque dado a TMA é a de que deve ser o custo de capital investido na proposta em questão, ou ainda, o custo de capital da
empresa mais o risco envolvido em cada alternativa de investimento. Naturalmente, haverá disposição de investir se a expectativa de ga-
nhos, já deduzido o valor do investimento, for superior ao custo de capital. Por custo de capital, entendesse a média ponderada dos custos
das diversas fontes de recursos utilizadas no projeto em questão.

Qual deve ser a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)?


Existem algumas possibilidades bastante úteis para a definida:
Taxa de retorno da aplicação financeira: supõe que o custo de oportunidade seja o de deixar os recursos aplicados em investimentos
de baixo risco (renda fixa);
Taxa de captação de empréstimos: supõe que a empresa não possua os recursos para investir e, assim, será obrigada a captar um
empréstimo. Considera o custo de oportunidade de forma mais conservadora que a taxa de aplicação.

Valor Presente Líquido (VPL)10

O valor presente líquido, também conhecido pela terminologia Valor Atual, caracteriza-se, essencialmente, pela transferência para
o instante presente de todas as variações de caixa esperadas, descontadas à taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, seria o
transporte para a data zero de um diagrama de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e desembolsos esperados, descontados à taxa
de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e quanto maior o valor positivo, mais atrativa é a proposta.

n
F
C t
VPL = ∑ − I0
Onde: t =1 (1 + k )t
– valor presente das entradas de caixa;
– investimento inicial;
10 http://www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/Engecon2/CAP3EEA.pdf
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– taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);


– tempo de desconto de cada entrada de caixa;
- tempo de desconto do último fluxo de caixa.

Exemplo
Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos operacionais excessivamente elevados numa linha de pro-
dução, em decorrência da utilização de equipamentos velhos e obsoletos.
Os engenheiros responsáveis pelo problema propuseram à gerência duas soluções alternativas.
A primeira consistindo numa reforma geral da linha, exigindo investimentos estimados em $ 10.000, cujo resultado será uma redução
anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos, após os quais os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual.
A segunda proposição foi a aquisição de uma nova linha de produção no valor de $ 35.000 para substituir os equipamentos existentes,
cujo valor líquido de revenda foi estimado a $ 5.000. Esta alternativa deverá proporcionar ganhos de $ 4.700 por ano, apresentando ainda
um valor residual de $ 10.705 após dez anos.
Sendo a TMA para a empresa igual a 8% ao ano, qual das alternativas deve ser preferida pela gerência?

1º Projeto - reforma geral da linha


- Investimentos estimados em $ 10.000
- Resultado será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos,
- Os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual.

2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção


- Investimentos no valor de $ 35.000- para substituir os equipamentos existentes
- ganhos de $ 4.700 por ano,
- Valor residual de $ 15.705 após dez anos.
- TMA para a empresa igual a 8% ao ano,

1º Projeto – reforma geral da linha

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO é de R$ 3.420,16, este valor é considerado o Benefício líquido do projeto, pois já descontamos o
valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

Explicações da tabela:

Coluna 1 – Datas - data zero em economia consideramos a data do Valor presente. As outras datas são exatamente a vida útil do pro-
jeto (maquinários e outros bens relacionados),

Coluna 2 – Valores R$ - R$ 10.000,00 é o investimento – valor negativo para representar que este dinheiro sairá do caixa da empresa
para o projeto. Os outros valores R$ 2.000,00 do ano 1 ao ano 10 é exatamente os valores de redução de custo se o projeto for implantado.

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Coluna 3 – Item – são a nomenclatura respectivas de investimentos e redução de custo – neste caso podemos também lançar como
retorno dependendo do caso.

Coluna 4 – Fator de Cálculo - o fator de cálculo utilizado para análise de investimento é baseado na metodologia de JURO COMPOSTO,
lembra-se?

É claro que esta formula é do montante, mas em nosso caso, neste item vamos usar somente o fator.

(1+ i)
n
V
F =V
P
Então o que é fator de cálculo a juro composto? É exatamente - uma mais taxa elevado ao período respectivo, como segue:

(1+ i)
n

Para que serve então o fator de cálculo? Serve para “trazer para a data presente um valor que está no futuro”!
É evidente que se dividirmos um valor pelo seu respectivo fator teremos como resulta o valor presente. Se multiplicarmos teremos o
respectivo valor futuro. Entendeu? Grande dica para concursos.

Coluna 5 - VP – valor presente respectivo de cada ano, ou seja estamos calculando aqueles valores que a empresa terá no futuro, veri-
ficando qual será seu respectivo valor na data zero - valor presente, ...ok?

V
F
VP =
(1+ i)
n

Coluna 6 – Saldos R$ – calculamos o respectivo saldo em cada ano. Ou seja, teremos que “pagar os investimentos efetuados pela em-
presa”, então temos que ir pagando de acordo com as entradas de caixa ou neste caso será a redução de custos, entendeu?
Quando o saldo se transforma em positivo é sinal que conseguimos cobrir o valor dos investimentos, portanto fique alerta neste perí-
odo temos a viabilidade do projeto.
Podemos também utilizar a formula do valor presente líquido para cálculo direto:

n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL = ∑ 1,08
t =1
1
+
8 2
1,0
+
8 3
1,0
+
8 4
1,0
+
8 5
1,0
....n − 1
0 .000

n
2.000 2.000 2.000 2.000 2.000
VPL = ∑
t =1 1,0
8
+
1,166
+
1,259
+
1,3
6
+
1,469
.....n − 1
0 .000

ü = 13 .420,1
6 −1
0 .000 = 3.420,1
6

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2º Projeto - aquisição de uma nova linha de produção

Portanto o VALOR PRESENTE LIQUIDO é de R$ 3.811,84, este valor é considerado o Benefício líquido do projeto, pois já descontamos o
valor do investimento total que foi de dez mil reais, e ainda o investidor terá uma TMA a 8% ao ano.

n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL = ∑ + + + + ....n − 35 .000
t =1 1,08 1 1,08 2 1,08 3 1,08 4 1,08 5
n
4.700 4.700 4.700 4.700 4.700
VPL = ∑ + + + + .....n − 35 .000
t =1 1,08 1,166 1,259 1,36 1,469
VPL = 38 .811,24 − 35000 = 3.811,84
Taxa Interna de Retorno – TIR
A Taxa Interna de Retorno, ou TIR, é uma medida bastante utilizada no orçamento de capital. A TIR é uma medida da taxa de rentabili-
dade. Por definição, é uma taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial. Simplificando,
é uma taxa de desconto que torna o VPL igual à zero.
A TIR é um método similar ao VPL, ou seja, utiliza a mesma lógica de cálculo, contudo, apresenta os resultados em porcentagem, e não
em valores monetários. Dessa forma, é bastante popular, uma vez que muitos investidores preferem mensurar retornos em porcentagens,
e não em valores absolutos. Esse método também é conhecido por seu nome em inglês, ou seja, Internal Rate of Return, cuja sigla utilizada
é IRR.

Critérios de decisão da TIR


A TIR encontrada no cálculo não é o suficiente para definir se um investimento deve ser aceito ou não, já que essa taxa pode ser alta
ou baixa, dependendo do referencial adotado.
Assim, da mesma forma que o VPL, faz-se necessário utilizar a TMA, taxa mínima de atratividade, parâmetro de comparação para acei-
tar ou não um projeto de investimento. Dessa forma, se:

TIR > TMA – aceita-se o projeto;


TIR < TMA – rejeita-se o projeto.

A TIR deve ser usada em relação aos tipos de projetos, ou seja, projetos únicos ou projetos concorrentes, da seguinte forma:

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Projeto Único: estabelecer uma taxa mínima de atratividade. Se a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade, aceitar o projeto,
se for menor, rejeitá-lo.

Projetos Concorrentes: calcular a TIR de cada projeto e escolher a maior, mas estabelecendo, da mesma forma que no projeto único,
uma taxa mínima de atratividade. Caso as TIRs dos dois projetos sejam menores que essa taxa, o dois projetos devem ser rejeitados.

De acordo com Hoji11, a TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e recebimentos (entradas), que tem a
função de descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada valor
do fluxo de caixa para uma data focal (data base de comparação de valores correntes de diversas datas).
Geralmente, adota-se a data de início da operação – momento zero – como a data focal de comparação dos fluxos de caixa (Neto12). A
soma das saídas deve ser igual à soma das entradas, em valor da data focal, para se anularem (Hoji).

A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL (Valor Presente Líquido – outro
método de análise de investimentos) é possivelmente a técnica sofisticada mais usada para a avaliação de alternativas de investimentos.
Como a TIR é a taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já que o valor presente
das entradas de caixa é igual ao investimento inicial), matematicamente, a TIR é obtida resolvendo-se a Equação 1 para o valor de k que
torne o VPL igual a zero (Gitman13).

n
F
C t
VPL = ∑ − I0 (01)
t =1 (1 + k ) t
n
FC t
0=∑ − I0 (02)
t =1 (1 + TIR)t
Onde: FCt – valor presente das entradas de caixa;
– investimento inicial;
–taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa), será utilizada a – Taxa Interna de Retorno.
– tempo de desconto de cada entrada de caixa;
- tempo de desconto do último fluxo de caixa.

Para realização do cálculo da TIR iremos utilizar os seguintes dados:

Fluxo de Caixa do Projeto:


Investimento Inicial (data zero) R$ 145.000,00
Entradas de Caixa Operacionais:
Ano 1: R$ 71.000,00
Ano 2: R$ 74.000,00
Ano 3: R$ 80.000,00
Ano 4: R$ 50.000,00

Nessa situação, o investimento requer somente um desembolso de caixa no momento inicial, e o cálculo da IRR é desenvolvido no
momento inicial, e o cálculo da TIR é desenvolvido da seguinte maneira:

Desta forma, a taxa interna de retorno calculada é de 33,09% ao ano. Isto significa que, ao se descontar os vários fluxos previstos de
caixa por esta TIR, o resultado atualizado será exatamente igual ao montante do investimento (R$ 145.000,00), denotando se por conse-
guinte, a rentabilidade do projeto.
11 HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem pratica. 5ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006. 525.
12 NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e Suas Aplicações. 9ª ed. São Paulo: ATLAS, 2006. 448p.
13 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 7ª ed. São Paulo: HARBRA, 2002. 841 p.
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A TIR e a Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo


Se o investimento em ilustração fosse realizado em duas parcelas (R$ 100.000,00 no ato e R$ 45.000,00 no ano seguinte) e os benefí-
cios de caixa começassem a ocorrer a partir do próximo ano, a taxa interna de retorno seria reduzida para 23,91% ao ano.

A formulação para o cálculo da TIR apresenta-se:

Observa-se que a taxa interna de retorno decresce comparativamente à situação anterior devido ao diferimento mais que proporcional
dos benefícios de caixa em relação ao padrão de dispêndio de capital. A taxa de desconto que produz um NPV = R$ 0 é a IRR do investi-
mento.

Atenção Candidato(a):

O cálculo manual da TIR a partir da equação envolve uma técnica complexa de tentativa e erro que testa, logicamente, diversas taxas
de desconto, até encontrar aquela que faz com que o valor presente das entradas de caixa do projeto seja idêntico ao investimento inicial
(ou seja, VPL igual a R$ 0,00).
Sendo assim você deverá substituir por um possível valor percentual da TIR até que seja de fato encontrado o correto, essa
situação ocorre tanto para o cálculo da TIR com um único investimento inicial no fluxo de caixa, quanto para duas ou mais parcelas de
investimentos como apresentado acima (A TIR e a Distribuição dos Fluxos de Caixa no Tempo).

Valor anual uniforme equivalente

Este método procura encontrar uma série anual uniforme equivalente de um fluxo de caixa do investimento, considerando uma dada
taxa mínima de atratividade. Esse método pode ser utilizado também para converter o desembolso de um fluxo de caixa e os seus benefí-
cios no custo anual uniforme equivalente e no benefício anual uniforme equivalente, respectivamente. Assim, uma vez transformados os
custos e os benefícios de um fluxo de caixa em seus respectivos valores anuais uniforme equivalente podemos compará-los.

em que
  = Fluxo de Caixa do Projeto;
   = Taxa de Juros do Projeto;
   = Tempo de Vida do Projeto.
sendo que o primeiro termo do lado direito da expressão é o valor atual de um fluxo de caixa e o segundo termo é o fator de recupe-
ração do capital de uma série uniforme.

QUESTÕES

1. (CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia) Um casal está muito apaixonado, mas devido à distância de suas casas
e ao regime de trabalho dos dois, eles não conseguem se encontrar com a frequência de que gostariam. A moça só tem folga aos sábados,
e o rapaz trabalha três dias seguidos, folgando no quarto dia.
Se hoje é terça-feira e é dia de folga do rapaz, quantas folgas dele cairão no sábado nos próximos 365 dias?
Alternativas
(A) 4
(B) 8
(C) 12
(D) 13
(E) 15

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2. (CESGRANRIO - 2012 - EPE - Assistente Administrativo) As 6. (CESGRANRIO - 2013 - Banco da Amazônia - Técnico Bancário
luzes de um semáforo alternam entre amarelo (atenção), vermelho - 1) Suponha que a taxa de câmbio entre reais (R$) e dólares (US$)
(fechado) e verde (aberto), nessa ordem. Os tempos de cada etapa seja de 2 R$/US$, e a taxa de câmbio entre libras (£) e dólares seja
são respectivamente iguais a 3 s, 30 s e 45 s. de 0,50 £/US$. Deduz-se que a taxa de câmbio entre reais e libras,
em R$/£, é de
Se o semáforo fechou exatamente às 9h 36min 12s, ele esteve Alternativas
aberto quando eram (A) 0,5
Alternativas (B) 1
(A) 9h 33 min 55 s (C) 2
(B) 9h 34 min 2 s (D) 3
(C) 9h 34 min 12 s (E) 4
(D) 9h 35 min 15 s
(E) 9h 35 min 20 s 7. (CESGRANRIO - 2016 - ANP - Técnico em Regulação de Pe-
tróleo e Derivados - Especialidade Geral) Os faturamentos de uma
3. (CESGRANRIO - 2012 - Petrobras) empresa nos três primeiros trimestres de 2015 foram confirmados
e são dados a seguir.

1º Trimestre: R$ 1.000.000,00
2º Trimestre: R$ 3.000.000,00
3º Trimestre: R$ 5.000.000,00 O faturamento da empresa pre-
visto para o 4o Trimestre é de R$ 6.000.000,00.
Dois números reais não nulos, representados na reta, são iden-
A média aritmética dos quatro faturamentos foi calculada e
tificados pelas letras P e M.
considerada como uma previsão em um relatório de final de ano,
Se a distância PM é √50, o número identificado pela letra M é
sendo representada por Mprov.
Alternativas
A média aritmética dos quatro faturamentos trimestrais con-
(A) √15
firmados será 20% maior do que Mprov se o faturamento do 4º
(B) √18
Trimestre for maior do que o previsto em
(C) √24
Alternativas
(D) √42
(A) 20%
(E) √98
(B) 25%
(C) 40%
4. (CESGRANRIO - 2016 - ANP) Uma determinada solução é a
(D) 50%
mistura de 3 substâncias, representadas pelas letras P, Q e R. Uma
(E) 80%
certa quantidade dessa solução foi produzida, e sua massa é igual à
soma das massas das três substâncias P, Q e R, usadas para compô-
8. (CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR) Em
-la. As massas das substâncias P, Q e R dividem a massa da solução
um determinado concurso, a nota final de cada candidato é calcu-
em partes diretamente proporcionais a 3, 5 e 7, respectivamente.
lada por meio da média aritmética ponderada das notas de quatro
provas: Matemática, Português, Informática e Inglês. A Tabela a se-
A que fração da massa da solução produzida corresponde a
guir mostra os pesos de cada prova e as notas de um candidato em
soma das massas das substâncias P e Q utilizadas na produção?
três delas, pois ele desconhece sua nota na prova de Inglês.
Alternativas
(A) 1/2
(B) 2/3
(C) 12/35
(D) 8/15
(E) 10/21

5. (CESGRANRIO - 2013 - Banco da Amazônia) Os comprimen-


tos de uma mesa e de uma bancada são, respectivamente, iguais a Supondo que esse candidato tenha recebido nota x na prova de
204 centímetros e 7,5 metros. Inglês, a sua nota final será dada por
A razão entre o comprimento da mesa e o comprimento da
bancada, quando ambos são escritos em uma mesma unidade, é Alternativas
Alternativas (A) 44 + 2x / 4
(A) 17/625 (B) 21+ x /8
(B) 5/136 (C) 22 + 2x /4
(C) 68/125 (D) 44 + x /8
(D) 34/125 (E) 22 + x /4
(E) 136/5
Editora
101
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

9. (CESGRANRIO - 2011 - Petrobras - Técnico de Comercializa- 13. (CESGRANRIO - 2012 - BR Distribuidora - Técnico(a) de Ad-
ção Logística Júnior) O gerente de uma distribuidora de combus- ministração e Controle Júnior) Considere que carros novos, 0 km,
tíveis verificou que seus custos fixos são de R$ 170.000,00 e seus desvalorizam 20% no primeiro ano e 10% nos anos seguintes. Uma
custos variáveis são de R$ 1,79 por litro de combustível. Sabendo-se pessoa comprou dois carros, um básico 0 km e um completo com 1
que o preço de venda do combustível pela transportadora é de R$ ano de uso. Daqui a dois anos, ela deve vender os dois carros pelo
2,13 por litro de combustível, o ponto de equilíbrio da distribuidora, mesmo preço.
em litros de combustível, é de
Alternativas Qual a razão entre o preço do carro 0 km e o preço do carro
(A) 79.813 usado comprado por essa pessoa?
(B) 94.973 Alternativas
(C) 257.576 (A) 8/9
(D) 304.300 (B) 9/8
(E) 500.000 (C) 7/8
(D) 8/7
10. (CESGRANRIO - 2018 - Banco da Amazônia - Técnico Bancá- (E) 13/12
rio) Quando começou a pensar na construção de relacionamentos
de longo prazo com clientes, o diretor de uma empresa precisou 14. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Geofísico Júnior - Geolo-
determinar qual seria o valor financeiro desses relacionamentos no gia) Um estudo indicou que a população P(t) de uma determinada
longo prazo. espécie, dada em milhares de indivíduos, pode ser modelada pela
seguinte função:
Pressupondo-se que um ciclo de vida médio, para clientes ban-
cários Pessoa Jurídica, é de 20 anos e que cada cliente desses gera,
aproximadamente, negócios mensais de R$ 3.000,00, o valor de
cada cliente bancário Pessoa Jurídica é de
em que t é dado em décadas contadas a partir do início do es-
Alternativas tudo.
(A) 60.000,00
(B) 120.000,00 Considerando esse modelo, o valor mais próximo do número
(C) 360.000,00 de décadas, contadas a partir do início do estudo, necessário para
(D) 600.000,00 que essa população atinja a metade de sua capacidade de suporte
(E) 720.000,00 é igual a

11. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Engenheiro Júnior - Dado


Análise de Projetos de Inverstimentos) O custo total médio de uma ln 2 = 0,693
empresa é de R$ 10,00 por unidade produzida, sendo o nível de
produção de 100 unidades/dia. Se o nível de produção aumentasse Alternativas
para 101 unidades/dia, o custo total médio seria R$ 9,95/unidade. (A) 3,1
No nível de produção de 100 unidades por dia, o custo marginal (B) 3,4
é (C) 3,9
Alternativas (D) 4,2
(A) maior que R$ 10,00/unidade (E) 4,8
(B) menor que R$ 10,00/unidade
(C) de R$ 9,95 a R$ 10,00/unidade 15. (CESGRANRIO - 2009 - EPE - Assistente Administrativo) Se-
(D) igual a R$ 10,00/unidade jam x, y e k números reais. Para que a reta dada pela equação y – x
(E) igual a R$ 9,95/unidade = k (k constante) seja tangente à parábola de equação y = 2x2 + 1, o
valor de k deve ser um número entre
12. (CESGRANRIO - 2012 - BR Distribuidora - Técnico(a) de Ad- Alternativas
ministração e Controle Júnior) Para evitar a falta de etanol no mer- (A) – 1 e 0
cado, o governo decidiu diminuir o teor de etanol na gasolina de (B) 0 e 1
25% para 20%. Um carro, cujo tanque está com três quartos da sua (C) 1 e 2
capacidade ocupados por gasolina com o teor antigo, terá seu tan- (D)2 e 3
que completado com gasolina no teor novo, definido pelo governo. (E) 3 e 4
Após ser abastecido, o teor de etanol do composto no tanque
desse carro será de
Alternativas
(A) 45%
(B) 25%
(C) 23,75%
(D) 22,5%
(E) 20%
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102
102
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

16. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Geofísico Júnior - Física) 20. (CESGRANRIO - 2012 - Petrobras - Todos os Cargos - Grupo
Considere a curva definida por y = 3x2 no intervalo [0, 10]. O ponto F - Técnico de Nível Médio) Para que o sistema linear
desta curva que mais se aproxima da reta y = 3x - 10 tem abscissa
igual a
Alternativas
(A) 0,5
seja impossível, é necessário que
(B) 2,5
(C) 2,8
Alternativas
(D) 3,0
(A) k ≠ 27
(E) 3,5
(B) k = 9
(C) k ≠ 9
17. (CESGRANRIO - 2015 - Petrobras - Profissional Júnior - En-
(D) k = 81
genharia de Produção) Considere as informações a seguir para res-
(E) k ≠ 81
ponder à questão.
Um fazendeiro pretende cultivar x kg de milho, y kg de arroz e z
kg de feijão. Por experiência, o fazendeiro sabe que a produtividade
21. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercia-
de sua terra é de 0,2 kg de milho por m2 cultivado, 0,4 kg de arroz
lização e Logística Júnior - Comércio e Suprimento) Considere um
por m2 cultivado e 0,4 kg de feijão por m2 cultivado. Cada tipo de
conjunto de 10 empresas, denominadas A, B, C, D, E, F, G, H, I e J.
cultura demanda uma certa quantidade de água: 5,5 litros por hec-
Um analista precisa escolher quatro dessas empresas para distribuir
tare para o milho, 4 litros por hectare para o arroz e 3,5 litros por
quatro serviços diferentes, um para cada uma escolhida. Após uma
hectare para o feijão. Há a disponibilidade de 0,02 litros de água
análise técnica, decidiu que exatamente duas das três primeiras
por metro quadrado disponível para cultivo. A área disponível para
empresas — A, B e C — deveriam fazer quaisquer dois serviços den-
cultivo é de 10 hectares.
tre os quatro disponíveis. Os outros dois serviços que sobrassem
A inequação que representa a restrição associada à área dispo-
seriam distribuídos entre duas das sete outras empresas restantes.
nível para o cultivo é
Nessas condições, o número de possibilidades diferentes para
Alternativas
essa distribuição de serviços é igual a
(A) 50x + 25y + 25z ≤ 100.000
Alternativas
(B) 50x + 25y + 25z ≤ 4
(A) 1724
(C) 2x + y + z ≤ 40.000
(B) 1692
(D) 2x + y + z ≤ 100.000
(C) 1584
(E) 2x + y + z ≤ 4
(D) 1512
(E) 1294
18. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Administrador) Em uma
festa comunitária, uma barraca de tiro ao alvo dá um prêmio ao
22. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercia-
cliente de R$ 30,00, cada vez que o mesmo acerta a área central do
lização e Logística Júnior - Transporte Marítimo) De um quadro de
alvo. Caso contrário, o cliente paga R$ 10,00. Um indivíduo deu 50
profissionais com quatro engenheiros e cinco técnicos pretende-se
tiros e pagou R$ 100,00. Nessas condições, o número de vezes que
formar um grupo de cinco profissionais com, pelo menos, um enge-
ele ERROU o alvo foi
nheiro e um técnico.
Alternativas
Nessas condições, quantas possibilidades diferentes existem
(A) 10
de formação desse grupo de cinco profissionais?
(B) 20
Alternativas
(C) 25
(A) 19
(D) 35
(B) 20
(E) 40
(C) 120
(D) 125
19. (CESGRANRIO - 2013 - BR Distribuidora - Técnico de Supri-
(E) 126
mento e Logística Júnior) Ao comprar seis balas e um bombom, Jú-
lio gastou R$ 1,70. Se o bombom custa R$ 0,80, qual é o preço de
cada bala?
Alternativas
(A) R$ 0,05.
(B) R$ 0,15.
(C) R$ 0,18.
(D) R$ 0,30.
(E) R$ 0,50.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

23. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Analista de Comercialização e Logística Júnior - Transporte Marítimo) Uma empresa de trans-
porte marítimo transporta cargas classificadas como “Químico”, “Combustíveis” e “Alimentos”, e cada um de seus navios transporta apenas
um tipo de carga. Essa empresa informa que, dos 350 navios, 180 transportam combustíveis, e 120 transportam alimentos.
Ao chegar ao porto, a probabilidade de um navio dessa empresa estar transportando carga “Químico” ou “Alimentos” é, aproximada-
mente, de
Alternativas
(A) 0,14
(B) 0,34
(C) 0,49
(D) 0,62
(E) 0,75

24. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Engenheiro de Petróleo Júnior) A probabilidade de sucesso em uma prova de campo é a nona
parte da probabilidade de fracasso. Provas sucessivas e independentes são realizadas até que o sucesso ocorra pela primeira vez. Nessas
circunstâncias, o número esperado de fracassos que deverão ocorrer até que se verifique o primeiro sucesso é igual a
Alternativas
(A) 2
(B) 3
(C) 6
(D) 9
(E) 10

25. (CESGRANRIO - 2016 - ANP - Técnico Administrativo)


Semanalmente, o gerente de um restaurante, que funciona todos os dias, escolhe, por sorteio, dois dias da semana nos quais oferece
aos clientes descontos especiais. A probabilidade de que, no sorteio de determinada semana, apenas um dos dias sorteados pertença ao
final de semana (sábado ou domingo) é de
Alternativas
(A) 2/7
(B) 5/21
(C) 10/21
(D) 2/49
(E) 10/49

26. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Contador Júnior - Auditoria Interna) Um aplicador realizou um investimento cujo valor de resga-
te é de R$ 80.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros simples é de 3,5% ao mês e que faltam 5 meses para o resgate, o valor da aplicação,
em reais, foi de
Alternativas
(A) 68.085,10
(B) 66.000,00
(C) 65.000,00
(D) 64.555,12
(E) 63.656,98

27. (CESGRANRIO - 2015 - Banco do Brasil - Escriturário - 001) Uma conta de R$ 1.000,00 foi paga com atraso de 2 meses e 10 dias.
Considere o mês comercial, isto é, com 30 dias; considere, também, que foi adotado o regime de capitalização composta para cobrar juros
relativos aos 2 meses, e que, em seguida, aplicou-se o regime de capitalização simples para cobrar juros relativos aos 10 dias.

Se a taxa de juros é de 3% ao mês, o juro cobrado foi de


Alternativas
(A) R$ 64,08
(B) R$ 79,17
(C) R$ 40,30
(D) R$ 71,51
(E) R$ 61,96

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

28. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Técnico Administrativo) Uma pessoa fez, com o capital de que dispunha, uma aplicação diversi-
ficada: na Financeira Alfa, aplicou R$ 3.000,00 a 24% ao ano, com capitalização bimestral; na Financeira Beta, aplicou, no mesmo dia, o
restante desse capital a 42% ao semestre, com capitalização mensal. Ao final de 1 semestre, os montantes das duas aplicações somavam
R$ 6.000,00. A taxa efetiva de juros da aplicação diversificada no período foi de
Alternativas
(A) 60%
(B) 54%
(C) 46%
(D) 34%
(E) 26%

29. (CESGRANRIO - 2006 - Petrobras - Administrador) A Cia. Brasília está analisando duas alternativas de investimento, com as seguin-
tes características:

• valor do investimento inicial: R$ 100.000,00;


• taxa de retorno do investimento esperada pela empresa: 15% ao ano;
• os investimentos são mutuamente exclusivos.

Realizados os estudos de viabilidade, chegou-se aos seguintes resultados:

Considerando-se os elementos apresentados e a técnica usual de avaliação de investimentos, a empresa deverá escolher a alternativa:
Alternativas
(A) A porque apresenta Taxa Interna de Retorno maior do que a da alternativa B e 154% maior que a taxa esperada pela empresa.
(B) A porque os benefícios de caixa esperados são crescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa
B.
(C) A porque o retorno do investimento ocorrerá logo após o segundo ano, enquanto na alternativa B só ocorrerá após o terceiro ano.
(D) B porque, no nível de taxa esperada pela empresa, essa alternativa sempre apresentará riqueza líquida superior à apresentada
pela alternativa A.
(E) B porque os fluxos de caixa são decrescentes, aumentando a remuneração dessa alternativa em relação à alternativa A.

30. (CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Engenheiro(a) de Petróleo Júnior) Um engenheiro avalia a compra de um equipamento cujo
investimento é de 300 mil reais (alocados no ano zero) para melhorar a produção em uma determinada planta industrial. O tempo de vida
útil do equipamento é de 2 anos, e, com a utilização desse equipamento, os fluxos esperados de receitas e despesas, considerando compra,
manutenção e operação, em milhares de reais, estão representados na Tabela a seguir.

Considerando que os fluxos de caixa anuais do projeto sejam obtidos exclusivamente pela diferença entre receitas e despesas, a taxa
interna de retorno esperada para esse investimento é de, aproximadamente,
Alternativas
(A) 5%
(B) 8%
(C) 10%
(D) 12%
(E) 15%
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO E QUANTITATIVO

ANOTAÇÕES
GABARITO
______________________________________________________

1 D ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 D
5 D ______________________________________________________

6 E ______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 E
10 E ______________________________________________________
11 B ______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 B
14 B ______________________________________________________

15 B _____________________________________________________
16 A _____________________________________________________
17 C
______________________________________________________
18 E
19 B ______________________________________________________
20 E ______________________________________________________
21 D
______________________________________________________
22 D
______________________________________________________
23 C
24 D ______________________________________________________
25 C ______________________________________________________
26 A
______________________________________________________
27 D
28 E ______________________________________________________
29 D ______________________________________________________
30 C
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
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106
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS
BANCÁRIOS
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. INSTITUIÇÕES DO SIS- que é capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas
TEMA FINANCEIRO NACIONAL - TIPOS, FINALIDADES E perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilida-
ATUAÇÃO. des de poupança.
O atual Sistema Financeiro Nacional nasceu através da Lei
4.595/64, que também ficou conhecida como Lei da Reforma Ban-
cária. A caracterização legal do Sistema Financeiro Nacional está
O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto de prevista na Lei de Reforma Bancária, em seu art. 17:
instituições (financeiras) onde o principal objetivo é propiciar con-
dições satisfatórias para a manutenção dos fluxos dos recursos fi-
Art. 17. Considera-se instituições financeiras, para efei-
nanceiros entre poupadores e investidores do país. O Sistema Fi-
tos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e
nanceiro Nacional visa criar condições para que haja intermediários
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória
financeiros, com o objetivo de realizar a ponte entre dois segmen-
a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos finan-
tos.
ceiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou es-
trangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Compete ao Sistema Financeiro Nacional:
Parágrafo único: Para os efeitos desta lei e da legisla-
Moeda, crédito, capitais e câmbio:
ção em vigor, equiparam se às instituições financeiras as
O principal ramo do SFN lida diretamente com quatro tipos de
pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referi-
mercado:
das neste artigo, de forma permanente ou eventual.
- Mercado monetário: é o mercado que fornece à economia
papel-moeda e moeda escritural, aquela depositada em conta cor-
rente; O Sistema Financeiro Nacional – SFN - pode ser subdivido em
- Mercado de crédito: é o mercado que fornece recursos para entidades normativas, supervisoras e operacionais.
o consumo das pessoas em geral e para o funcionamento das em- As entidades normativas são responsáveis pela definição das
presas; políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem função exe-
- Mercado de capitais: é o mercado que permite às empresas cutiva. Em geral, são entidades colegiadas, com atribuições especí-
em geral captar recursos de terceiros e, portanto, compartilhar os ficas e utiliza-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das
ganhos e os riscos; decisões. Atualmente, no Brasil funcionam como entidades norma-
- mercado de câmbio: é o mercado de compra e venda de mo- tivas o Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional
eda estrangeira. de Seguros Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência
Complementar – CNPC.
Seguros Privados: As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas
É o ramo do SFN para quem busca seguros privados, contratos funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua res-
de capitalização e previdência complementar aberta. ponsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de
- mercado de seguros privados: é o mercado que oferece servi- regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou
ços de proteção contra riscos; atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central
- previdência complementar aberta: é um tipo de plano para do Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Su-
aposentadoria, poupança ou pensão. Funciona à parte do regime perintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência
geral de previdência e aceita a participação do público em geral. Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são as entidades
- contratos de capitalização: são os acordos em que o contratan- supervisoras do nosso Sistema Financeiro.
te deposita valores podendo recebê-los de volta com juros e con- Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as de-
correr a prêmios. mais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não,
como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre
Previdência Privada outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupa-
Voltado para funcionários de empresas e organizações. O ramo dores e tomadores ou pela prestação de serviços.
dos fundos de pensão trata de planos de aposentadoria, poupança Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição das
ou pensão para funcionários de empresas, servidores públicos e in- principais atribuições de algumas delas.
tegrantes de associações ou entidades de classe.
Entidades Normativas
É exatamente o Sistema financeiro que permite que um agente
econômico qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) sem perspecti- a) Conselho Monetário Nacional - CMN
vas de aplicação, em algum empreendimento próprio, da poupança É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
O CMN não desempenha função executiva, apenas tem funções
Editora
107
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

normativas. Atualmente, o CMN é composto por três membros: - Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a
I - Ministro de Estado da Economia, que o presidirá; (Redação taxa de juros;
dada pela lei nº 13.844, de 2019). - Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de
II - Presidente do Banco Central do Brasil; e (Redação dada pela redesconto;
lei nº 13.844, de 2019). - Executar o sistema de metas para a inflação;
III - Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. - Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
(Redação dada pela lei nº 13.844, de 2019). - Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação
Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão Téc- nos mercados de câmbio;
nica da Moeda e do Crédito (Comoc), que tem como atribuições - Administrar as reservas internacionais brasileiras;
o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e - Tomar as medidas para garantir a liquidez e solvência das insti-
do crédito do País. As matérias aprovadas são regulamentadas por tuições financeiras nacionais;
meio de Resoluções, normativos de caráter público, sempre divul- - Conceder autorização para o funcionamento das instituições
gadas no Diário Oficial da União e na página de normativos do Ban- financeiras.
co Central do Brasil.
b) Comissão de Valores Mobiliários - CVM
b) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de
O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para fiscalizar e desenvolver o
diretrizes e normas da política de seguros privados, regular a cons- mercado de valores mobiliários no Brasil.
tituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vin-
Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência culada ao Ministério da Fazenda, porém sem subordinação hierár-
Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros. quica.
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscaliza-
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC dor, o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº
O CNPC tem a função de regular o regime de previdência com- 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM passa a
plementar operado pelas entidades fechadas de previdência com- ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Mi-
plementar (Fundos de Pensão). nistério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio pró-
prios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência
Entidades Supervisoras de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária” (art. 5º).
a) Banco Central do Brasil - BCB É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomea-
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulga- dos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Fede-
ção da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). ral. Eles formam o chamado “colegiado” da CVM. Seus integrantes
Sua sede é em Brasília, capital do país, e possui representações têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos “em virtude de
regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Ale- renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de pro-
gre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. cesso administrativo disciplinar” (art. 6º § 2º). O Colegiado define
É uma autarquia federal que tem como principal missão insti- as políticas e estabelece as práticas a serem implantadas e desen-
tucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda volvidas pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.
nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superin-
A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a tendências Regionais nas cidades de São Paulo e Brasília.
cargo exclusivo do BCB. Essas são algumas de suas atribuições:
O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Pre- - Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valo-
sidente da República após a aprovação prévia do Senado Federal, res mobiliários;
que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta. - Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de
Entre as várias competências do BCB destacam-se: valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futu-
- Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacio- ros;
nal e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; - Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores
- Executar a política monetária mediante utilização de títulos do do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários e
Tesouro Nacional; contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou
- Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de carteira de valores mobiliários;
de um dia, conhecida como taxa SELIC; - Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que
- Controlar as operações de crédito das instituições que com- criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores
põem o Sistema Financeiro Nacional; mobiliários negociados no mercado;
- Formular, executar e acompanhar a política cambial e de rela- - Assegurar o acesso do público a informações sobre os valo-
ções financeiras com o exterior; res mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham
- Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de emitido;
compensação); - Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas
- Emitir papel-moeda; no mercado de valores mobiliários;
- Executar os serviços do meio circulante para atender à deman- - Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utili-
da de dinheiro necessária às atividades econômicas; zação de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional;
- Manter o nível de preços (inflação) sob controle; - Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de audi-
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tores independentes, administradores de carteiras de valores mobi- sas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais, o BNDES
liários, agentes autônomos, entre outros; conta com linhas de apoio para financiamentos de longo prazo a
- Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de inves-
investimento; timentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos
- Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práti- novos, fabricados no país, bem como para o incremento das expor-
cas não-equitativas de administradores de companhias abertas e de tações brasileiras.
quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplican- Os financiamentos são feitos com recursos próprios, emprésti-
do as penalidades previstas em lei; mos e doações de entidades nacionais e estrangeiras e de organis-
- Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independen- mos internacionais, como o BID. Também recebe recursos do PIS e
tes, consultores e analistas de valores mobiliários. PASEP.
Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência Es-
c) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP pecial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES Partici-
A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos pações), criadas com o objetivo, respectivamente, de financiar a
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e comercialização de máquinas e equipamentos; e de possibilitar a
resseguro. Criada em 1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também subscrição de valores mobiliários no mercado de capitais brasilei-
instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, de que fazem par- ro. As três empresas, juntas, compreendem o chamado “Sistema
te o CNSP, o IRB, as sociedades autorizadas a operar em seguros BNDES”.
privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta
e os corretores habilitados. c) Caixa Econômica Federal - CEF
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, adminis- Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o pro-
trada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e pósito de incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob
por quatro Diretores. Essas são algumas de suas atribuições: penhor. É a instituição financeira responsável pela operacionaliza-
Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e opera- ção das políticas do Governo Federal para habitação popular e sa-
ção das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Aber- neamento básico.
tas de Previdência Privada e Resseguradores, na qualidade de exe- A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em
cutora da política traçada pelo CNSP; Atuar no sentido de proteger a bolsas.
captação de poupança popular que se efetua através das operações Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF tam-
de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro. bém atende aos trabalhadores formais por meio do pagamento do
FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos beneficiários de programas
d) Superintendência Nacional de Previdência Complementar - sociais e apostadores das Loterias.
PREVIC As ações da Caixa priorizam setores como habitação, sanea-
A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das mento básico, infraestrutura e prestação de serviços.
atividades das entidades fechadas de previdência complementar
e de execução das políticas para o regime de previdência comple- Demais Entidades Operadoras
mentar operado por essas entidades. É uma autarquia vinculada ao
Ministério da Previdência Social. - Instituições Financeiras Monetárias
São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista do pú-
Entidades Operadoras blico. Atualmente, apenas os Bancos Comerciais, os Bancos Múlti-
plos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal e as Coope-
Órgãos Oficiais rativas de Crédito possuem essa autorização.
a) Banco do Brasil - BB
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e foi Demais Instituições Financeiras
criado em 12 de outubro de 1808 pelo príncipe regente Dom João. Incluem as instituições financeiras não autorizadas a receber
É uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados. depósitos à vista. Entre elas, podemos citar:
É também uma empresa aberta que possui ações cotadas na Bolsa Agências de Fomento
de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). Associações de Poupança e Empréstimo
O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o Bancos de Câmbio
principal executor das políticas de crédito rural e industrial e de Bancos de Desenvolvimento
banco comercial do governo. E a cada dia mais tem se ajustado a Bancos de Investimento
um perfil de banco múltiplo tradicional. Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
b) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
BNDES Sociedades de Crédito Imobiliário
Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Outros Intermediários Financeiros
Comércio Exterior, com personalidade jurídica de direito privado e São também intermediários do Sistema Financeiro Nacional:
patrimônio próprio. É responsável pela política de investimentos a Administradoras de Consórcio;
longo prazo do Governo Federal, necessários ao fortalecimento da Sociedades de Arrendamento Mercantil;
empresa privada nacional. Sociedades corretoras de câmbio;
Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empre- Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

Instituições Auxiliares
Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como entidades operadoras auxiliares, as entidades administradores de mercados
organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado.
Além das entidades relacionadas acima, também integram o SFN as companhias seguradoras, as sociedades de capitalização, as enti-
dades abertas de previdência complementar e os fundos de pensão.

Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional1pel de intermediários”.

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas
pelo CMN.

1 https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp?frame=1
2 Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn
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Como funciona o CMN


BANCO CENTRAL DO BRASIL E CONSELHO MONETÁRIO Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deli-
NACIONAL - FUNÇÕES E ATIVIDADES. berar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de paga-
mento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orien-
Conhecido como BACEN, Banco Central do Brasil ou mesmo, tar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o
Banco Central, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
Economia, com sua sede em Brasília. zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coor-
Possui autonomia para executar medidas que favoreçam a eco- denar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida
nomia do país. pública interna e externa.
Conforme definição própria: Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião
“O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de
uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - ao Minis- Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no
tério da Economia, e foi criado pela Lei nº 4.595/1964. Busca de normas do Conselho e do Banco Central (BC).
Sua missão é assegurar à sociedade a estabilidade do poder
de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente e Composição do CMN
competitivo. — Ministro da Economia (presidente do Conselho)
— Presidente do Banco Central
Múltiplas atividades — Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. En- O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595,
tenda no detalhe: de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu início às suas ativida-
Inflação baixa​e estável des 90 dias depois, em 31 de março de 1965”.
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo
fundamental do BC.
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, man- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS FEDERAIS - PAPEL E
tendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o ATUAÇÃO.
BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC
que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade
de dinheiro (condições de liquidez) na economia. As Instituições Financeiras Federais são regidas pela Lei nº
6.404/76, e pela Lei nº 4.595/1964. Sujeitam-se, portanto, ao re-
Sistema financeiro seguro e eficiente gime das empresas privadas. Ao mesmo tempo, estão obrigadas a
Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro cumprirem sua função social e a se submeterem à fiscalização do
seja sólido (tenha capital suficiente para arcar com seus compro- Estado e da sociedade.
missos) e eficiente. Estas instituições sujeitam-se ao regime das empresas privadas
e mesmo tempo, estão obrigadas a cumprirem sua função social e a
Banco do governo se submeterem à fiscalização do Estado e da sociedade.
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depo- Neste grupamento, estão classificadas instituições como o Ban-
sitório das reservas internacionais do país co do Brasil S.A. – BB, Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social – BNDES e a Caixa Econômica Federal – Caixa.
Banco dos bancos
As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas Banco do Brasil S.A
contas são monitoradas para que as transações financeiras acon-
teçam com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia Até a criação do Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil era o
com saldo negativo. banco do governo.
Emissor do dinheiro​ O Banco do Brasil S.A. (BB) é uma instituição financeira brasi-
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que ga- leira, constituída na forma de sociedade de economia mista, com
rantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em participação da União brasileira em 68,7% das ações. Juntamente
espécie”. com a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social, o Banco da Amazônia e o Banco do Nor-
Conselho monetário nacional (CMN) deste, o Banco do Brasil é um dos cinco bancos estatais do governo
É a autoridade máxima do Sistema Financeiro Nacional. Sendo brasileiro.
órgão normativo, apenas define normas e diretrizes para execução Segundo sua filosofia corporativa sua missão é: “Ser um banco
do BACEM e da CVM. competitivo e rentável, promover o desenvolvimento sustentável
Conforme definição do Banco Central do Brasil: do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência”.
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do De acordo com dados do próprio banco, a empresa possui
Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de for- 15.133 pontos de atendimento distribuídos pelo país, entre agên-
mular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilida- cias e postos, sendo que 95% de suas agências possuem salas de
de da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. autoatendimento (são mais de 40 mil terminais), que funcionam
além do expediente bancário. Possui ainda opções de acesso via
internet, telefone e telefone celular. Está presente em mais de 21
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

países além do Brasil. interesse do Banco Central da República do Brasil, mediante contra-
O Banco do Brasil possui cinco mil agências, estando presente tação na forma do art. 13, desta lei;
na maioria dos municípios do país, com uma estrutura de mais de VIII - dar execução à política de comércio exterior (Vetado)
110 mil funcionários,6 além de dez mil estagiários, cinco mil contra- IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média pro-
tados temporários e 4,8 mil adolescentes trabalhadores. priedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria;
X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favo-
Vamos ver o que ensina a Lei nº 4.595/1964 sobre esta institui- recimento referido no art. 4º, inciso IX, e art. 53, desta lei;
ção: XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comer-
ciais suplementando a ação da rede bancária;
(...)
SEÇÃO II a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às
DO BANCO DO BRASIL S. A. necessidades creditícias das diferentes regiões do País;
b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei
Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob nº 8.490 de 19.11.1992)
a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento § 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos es-
de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal: pecíficos que possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, sem remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei.
prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas e ressal- § 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma
vado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho de 1952: do inciso III deste artigo o Banco do Brasil S. A. Colocará à disposição
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias pro- do Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que
venientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a parcela
produto das operações de que trata o art. 49, desta lei; que exceder as necessidades normais de movimentação das con-
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execu- tas respectivas, em função dos serviços aludidos no inciso IV deste
ção do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acor- artigo.
do com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério § 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão ob-
da Fazenda, as quais não poderão exceder o montante global dos jeto de contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal,
recursos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão, pelo esta representada pelo Ministro da Fazenda.
Banco, de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional; § 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da Re-
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa pública do Brasil todas as informações por este julgadas necessárias
autorização legal; para a exata execução desta lei.
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável; § 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropas- poderão ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites e
toris; condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
f) ser agente pagador e recebedor fora do País; Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República
g) executar o serviço da dívida pública consolidada; do Brasil elaborarão, em conjunto, o programa global de aplicações
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos mone-
do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósi- tários de que trata o inciso III, do artigo 4º desta lei.
to, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A. de-
federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios verão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade.
civis e militares, instituições de previdência e outras autarquias, § 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será
comissões, departamentos, entidades em regime especial de ad- feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Fe-
ministração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis deral.
por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo, as § 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil
exceções previstas em lei ou casos especiais, expressamente auto- S. A. não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos,
rizados pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do Banco sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal o
Central da República do Brasil; nome do substituto.
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições § 3º (Vetado)
de que trata o inciso III, do art. 10, desta lei, escriturando as res- § 4º (Vetado).
pectivas contas; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.284, de 1986)
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros Caixas Econômicas
papéis;
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os São instituições eminentemente de cunho social, concedendo
artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de
1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o dis- assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos
posto no art. 27, desta lei; e esporte.
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de Sua principal atividade, porém, está ligada ao Sistema Brasileiro
moeda estrangeira e, por conta do Banco Central da República do de Poupança e Empréstimo (SBPE), ligada ao Sistema Financeiro da
Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Na- Habitação (SFH), onde sua principal fonte de recursos, a caderneta
cional; de poupança, canaliza as economias da sociedade para a aplicação
VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de no crédito imobiliário de habitações populares, na infraestrutura e
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

no saneamento básico das cidades. DECRETA:


Outras atividades:
- captar depósitos à vista e a prazo; Art 1º Fica o Poder Executivo autorizado a constituir a Caixa Eco-
- realizar operações ativas e de prestação de serviços, basica- nômica Federal - CEF, instituição financeira sob a forma de empresa
mente às pessoas físicas; pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
- têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao Mi-
bens pessoais e sob consignação; nistério da Fazenda.
- vender bilhetes das loterias; Parágrafo único. A CEF terá sede e foro na Capital da República
- centralização do recolhimento e da posterior aplicação dos re- e jurisdição em todo o território nacional.
cursos do FGTS.
Art 2º A CEF terá por finalidade:
Atualmente, não há no Brasil caixas econômicas estaduais. a) receber em depósito sob a garantia da União, economias po-
pulares, incentivando os hábitos de poupança;
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL b) conceder empréstimos e financiamentos de natureza assis-
tencial, cooperando com as entidades de direito público e privado
A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está regulada pelo na solução dos problemas sociais e econômicos;
Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública c) operar no setor habitacional, como sociedade de crédito imo-
vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição asse- biliário e principal agente do Banco Nacional de Habitação, com o
melhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vis- objetivo de facilitar e promover a aquisição de sua casa própria, es-
ta, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma pecialmente pelas classes de menor renda da população;
característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de d) explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de do Brasil e da Loteria Esportiva Federal nos termos da legislação
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos pertinente;
e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, finan- e) exercer o monopólio das operações sobre penhores civis,
ciando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de pe- com caráter permanente e da continuidade;
nhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio do f) prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza
empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem financeira, delegados pelo Governo Federal ou por convênio com
o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal. Além de cen- outras entidades ou empresas.
tralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos g) realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante do
oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra Sistema Financeiro Nacional, quaisquer outras operações, no plano
o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema interno ou externo, podendo estipular cláusulas de correção mone-
Financeiro da Habitação (SFH). tária, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Con-
selho Monetário Nacional;
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar volta- h) realizar, no mercado de capitais, para investimento ou reven-
da ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. da, as operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações,
É um instrumento governamental de financiamento social. obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários, obser-
Tem como missão, promover a melhoria contínua da qualidade vadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Mone-
de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financei- tário Nacional;
ros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento i) realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, pôr con-
ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, sanea- ta e ordem deste, e sob a supervisão do Conselho Monetário Nacio-
mento e infraestrutura, e na administração de fundos, programas e nal, quaisquer operações ou serviços nos mercados financeiro e de
serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais: capitais, que Ihe forem delegados, mediante convênio.
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 1.259, de 1973)
da sociedade e dos clientes;
- Busca permanente de excelência na qualidade de serviços; Art 3º O capital inicial da CFF pertencerá integralmente à União
- Equilíbrio financeiro em todos os negócios; e será constituído pelo total do patrimônio líquido do Conselho Su-
- Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da socie- perior das Caixas Econômicas Federais e de todas as Caixas Econô-
dade; micas Federais ora existentes, devidamente avaliados e cujo mon-
- Respeito e valorização do ser humano. tante se estabelecerá através de ato do Ministro da Fazenda.

DECRETO-LEI Nº 759, DE 12 DE AGOSTO DE 19693 Art 4º O patrimônio da CEF será constituído pelo acervo de to-
das as Caixas Econômicas Federais e do seu Conselho Superior, in-
Autoriza o Poder Executivo a constituir a empresa pública Caixa cluídos em tal acervo os haveres, direitos, obrigações e ações, bens
Econômica Federal e dá outras providências. móveis e documentos e papéis de seu arquivo que lhe serão auto-
maticamente incorporados.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe
confere o § 1º do artigo 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de de- Art 5º O pessoal da CEF será obrigatoriamente admitido me-
zembro de 1969, diante concurso público de provas ou de provas e títulos.
3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0759.htm. Acessado em § 1º O regime legal do pessoal da CEF será o da Consolidação
03.03.2021 das Leis Trabalhistas.
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§ 2º Poderão eventualmente ser requisitados pela CEF servido- tivas à exploração dos serviços da Loteria Federal e da Loteria Es-
res dos quadros do serviço público federal, das autarquias federais portiva Federal, não podendo os resultados financeiros decorrentes
ou das empresas públicas e sociedades de economia mista, exclu- dessa exploração inclusive os referidos no parágrafo anterior, ser
sivamente para o exercício de funções técnicas, mediante o ressar- consideradas sob forma alguma para o cálculo de gratificações e
cimento, pela CEF, aos órgãos de origem ou entidades de origem, de quaisquer vantagens devidas a empregados ou administradores.
dos proventos globais a que fizerem jus os servidores requisitados. § 3º O limite máximo para as despesas efetivas de custeio e ma-
nutenção dos serviços lotéricos e para a comissão de venda referida
Art 6º Como instituição integrante do Sistema Financeiro Nacio- no § 1º assim como as normas sobre a contabilização da renda líqui-
nal, a CEF estará sujeita às normas gerais, às decisões e a disciplina da decorrente da exploração dos mesmos serviços serão estabeleci-
normativa estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e à fis- dos em regulamento.
calização do Banco Central do Brasil.
Art 11. Fica vedado às instituições financeiras em geral e a quais-
Art 7º Os recursos das Agências Estaduais da CEF serão aplica- quer outras empresas, ressalvadas as Caixas Econômicas Estaduais
dos obrigatoriamente nas respectivas jurisdições, de forma propor- já em funcionamento, o uso da denominação “Caixa Econômica”.
cional aos depósitos ali captados e aos resultados da venda de bi-
lhetes de loteria no Estado. Art 12. As atuais Caixas Econômicas Estaduais não poderão rea-
Parágrafo único. Tendo em vista a instalação de novas Agências lizar operações vedadas à CEF.
ou Filiais e o desenvolvimento dos negócios da empresa, poderão
ser feitas aplicações, até o limite de 10% (dez por cento) das apli- Art 13. Considerar-se-ão extintos em 31 de dezembro de 1970 o
cações totais da CEF, em áreas diversas da origem dos depósitos. Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais e as Caixas Eco-
nômicas Federais dos Estados e no Distrito Federal.
Art 8º Os diretores da CEF, respeitados os princípios da legisla-
ção em vigor, serão solidariamente responsáveis pelos prejuízos ou Art 14. Os atuais servidores do Conselho Superior e das Caixas
danos causados pelo não cumprimento das obrigações ou deveres Econômicas Federais serão aproveitados como empregados da CEF,
impostos pela lei ou regulamentos que lhes definam os encargos e de preferência nas respectivas jurisdições, em conformidade com o
atribuições. que for estabelecido pelo Poder Executivo.
Parágrafo único. Os dispositivos do artigo 461 do Decreto-lei nº
Art 9º Os estatutos da CEF, expedidos pelo Ministro da Fazenda 5.452, de 1º de maio de 1943, não prevalecerão para efeito de equi-
e aprovados por Decreto do Presidente da República, estabelecerão paração entre os novos empregados da CEF e os antigos servidores
a constituição, atribuições e funcionamento dos órgãos que com- dos órgãos públicos indicados neste artigo.
põem sua estrutura básica.
Parágrafo único. Tanto na elaboração dos estatutos, quanto na Art 15. O Poder Executivo poderá baixar os atos que se fizerem
plantação da estrutura geral e normas de funcionamento da CEF, necessários a assegurar a continuidade administrativa do Conselho
serão observadas, entre outras, os seguintes princípios fundamen- Superior e dos Conselhos Administrativos das Caixas Econômicas
tais: Federais, em fase de extinção, bem como antecipar a extinção pre-
I - programação e coordenação das atividades em todos os ní- vista no artigo 13.
veis administrativos;
II - desconcentração da autoridade executiva, objetivando en- Art 16. Os depósitos judiciais em dinheiro relativos a processos
curtar os canais processuais e assegurar rapidez à solução das ope- de competência dos juízes federais serão obrigatoriamente feitos
rações; na CEF, ficando sujeitos à correção monetária a contar do segundo
III - descentralização e desburocratização dos serviços e opera- trimestre civil posterior à data do depósito, ressalvadas as disposi-
ções, eliminando-se as tramitações desnecessárias e os controles ções legais que fixem momento anterior para essa correção.
supérfluos;
IV - economia dos gastos administrativos, reduzindo-se as des- Art 17. Fica constituído a partir da data deste Decreto-lei o Fun-
pesas de pessoal ao estritamente necessário; do de instalação da CEF, que será administrado e aplicado de acordo
V - simplificação das estruturas, evitando-se o excesso de che- com instruções baixadas pelo Ministro da Fazenda.
fias e níveis hierárquicos; §1º O Fundo a que se refere este artigo receberá, entre outras
VI - incentivo ao aumento de produtividade de seus serviços. contribuições, depósitos correspondentes à percentagem que vier
a ser fixada em regulamento sobre o preço do plano de cada bilhete
Art 10. Os resultados da exploração da Loteria Federal e da Lo- de loteria vendido pelas Agências das Caixas Econômicas Federais
teria Esportiva Federal que couberem à CEF como executora desses nos Estados e no Distrito Federal.
serviços públicos serão destinados ao fortalecimento do patrimônio § 2º Os recursos do Fundo criado por este artigo serão aplica-
da empresa, vedada sua aplicação no custeio de despesas corren- dos na aquisição ou construção de prédio destinado aos serviços
tes. centrais da CEF, bem como para pagamento de serviços e materiais
§ 1º A CEF terá direito a uma comissão de venda a título de indispensáveis à criação e instalações da empresa.
remuneração fixa pelos serviços de distribuição nacional dos bilhe-
tes de loteria, cujo saldo líquido será anualmente levado à conta Art 18. Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publica-
do Fundo de Reserva, para futuro aproveitamento em aumentos ção, revogadas as disposições em contrário.
de capital.
§ 2º A CEF contabilizará em separado todas as operações rela-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

RELAÇÃO CEF/BNH mesmo tempo em que se expande internamente, com a alocação


em salas de um novo prédio no Rio de Janeiro e com a difusão de
Em 21 de novembro de 1986 (DL 2291), foi decretada a extinção sua rede de agências credenciadas, o Banco inaugurou, em 2009,
do BNH, por incorporação à CEF, que assumiu o conjunto de atri- um novo escritório na América do Sul (Montevidéu), outro na Eu-
buições antes de responsabilidade do BNH. Assim, toda orientação, ropa (Londres), e, em 2013, uma nova representação na África (Jo-
disciplinamento e controle do SFH está ao cargo da CEF. anesburgo) a fim de buscar novas alternativas ao desenvolvimento
em um mundo globalizado e interconectado.
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So- Todos os segmentos econômicos são contemplados pelo Banco:
cial agropecuária, indústria, comércio e serviços, infraestrutura, sempre
com condições especiais para as micro, pequenas e médias empre-
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BN- sas. O incentivo às exportações e o fortalecimento do mercado de
DES, ex-autarquia federal criada pela Lei nº 1.628, de 20 de junho capitais permanecem como ações estratégicas. Presente em todos
de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com os setores, o BNDES promove o aumento da competitividade e o
personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela fortalecimento da economia nacional, apoia o avanço social e cul-
Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão vincu- tural e contribui para ampliar o acesso de todos os cidadãos a uma
lado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte- vida melhor, com mais educação, saúde, emprego e cidadania.
rior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam
para o desenvolvimento do país. Missão, Visão e Valores
Desta ação resultam a melhoria da competitividade da econo-
mia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua população. Missão: Promover o desenvolvimento sustentável e competiti-
Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES vem vo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das
financiando os grandes empreendimentos industriais e de infra- desigualdades sociais e regionais.
estrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na Visão: Ser o Banco do desenvolvimento do Brasil, instituição de
agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias excelência, inovadora e pró-ativa ante os desafios da nossa socie-
empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educa- dade.
ção e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e Valores:
transporte coletivo de massa. - A ética é o solo sobre o qual o BNDES vem sendo construído
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo pra- desde sua criação. Assim, o BNDES exige de seus profissionais uma
zo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de conduta ética irrepreensível no exercício de suas atribuições. Tal
investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamen- conduta se traduz sobretudo em responsabilidade e honestidade.
tos novos, fabricados no país, bem como para o incremento das ex- Preservamos o respeito e a confiança em nossos relacionamentos e
portações brasileiras. marcamos nossos atos pela transparência. Partimos do princípio de
Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de ca- que só há desenvolvimento com ética.
pital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de ca- - Agimos em todas as circunstâncias com responsabilidade, reti-
pitais. dão, integridade, honestidade e senso de justiça.
A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacio- - Respeitamos a individualidade, dignidade e privacidade de
nais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis. todos, valorizamos a diversidade e repudiamos qualquer forma de
O BNDES considera ser de fundamental importância, na execu- discriminação.
ção de sua política de apoio, a observância de princípios ético-am- - Temos compromisso vital com os direitos humanos de todos os
bientais e assume o compromisso com os princípios do desenvolvi- participantes de nossa cadeia de relacionamentos.
mento sustentável. - Construímos um ambiente de trabalho marcado por respeito,
As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES aten- pluralidade de pensamentos, diálogo e capacidade de se colocar no
dem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer lugar do outro.
porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições fi- - Estabelecemos e mantemos nossos relacionamentos com res-
nanceiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a peito, confiança e transparência
disseminação do crédito, possibilitando um maior acesso aos recur- - Zelamos pela discrição e pelo sigilo no tratamento das infor-
sos do BNDES. mações utilizadas nas atividades do BNDES.

Desafios contemporâneos

O século 21 começou com a consolidação da vertente social na


missão do Banco, que é promover a competitividade da economia
brasileira, de forma agregada à sustentabilidade, à geração de em-
prego e renda e à redução das desigualdades sociais e regionais. O
BNDES busca promover, nos projetos que solicitam apoio, o desen-
volvimento local e regional, o compromisso socioambiental e a ca-
pacidade de inovação, desafios mais urgentes em um mundo cada
vez mais dinâmico e em constante transformação.
O BNDES é hoje uma instituição ativa e moderna, que continua
desbravando novas fronteiras em prol do crescimento do Brasil. Ao
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compra do bem ao final do contrato, no entanto, possuem prazo


mínimo de duração, que são determinados pela legislação e variam
OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO. conforme o prazo de vida útil do produto. Já o contrato de leasing
operacional, possui prazo mais curto e similaridade com uma loca-
Operações de Crédito são acordos de vontades entre as partes, ção, e é mais utilizado quando o cliente não pretende, pelo menos
pelo princípio da autonomia4, onde as instituições financeiras têm em princípio, adquirir o bem. Uma das principais características do
autonomia para conceder empréstimos e financiamentos com base Leasing é que o prazo mínimo da operação é de dois anos para bens
em critérios próprios. O Banco Central, na qualidade de ente regu- com vida econômica útil igual ou menor do que cinco anos.
lador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional, não interfere
na celebração de contratos de empréstimos e financiamentos, nem - Empréstimo em Consignação: é uma modalidade de emprés-
na renegociação de dívidas entre as instituições financeiras e seus timo em que o desconto da prestação é feito diretamente na fo-
clientes. lha de pagamento ou de benefício previdenciário do contratante.
A consignação em folha de pagamento ou de benefício depende
As operações de crédito são divididas entre operações de finan- de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira
ciamento e de empréstimo.5 concedente do empréstimo.
Em relação ao empréstimo consignado, a Circular do Banco Cen-
- Operações de Financiamentos: são recursos financeiros des- tral nº 3.522/20116 em seu artigo 1º estabelece a vedação às insti-
tinados a finalidade ou segmento específico previstos no contrato. tuições financeiras na celebração de convênios.
Como exemplo, podem ser citados os financiamentos imobiliários, “Art. 1º Fica vedada às instituições financeiras, na prestação de
industriais e rurais. Nesses casos, o próprio bem financiado pode serviços e na contratação de operações, a celebração de convênios,
servir de garantia, tornando a operação mais segura para o credor contratos ou acordos que impeçam ou restrinjam o acesso de clien-
e menos onerosa para o tomador. As regras para sua concessão tes a operações de crédito ofertadas por outras instituições, inclusi-
são mais rigorosas e os procedimentos mais detalhados. Em linhas ve aquelas com consignação em folha de pagamento”.
gerais, as instituições financeiras realizam a análise da capacidade
financeira do tomador do crédito, a avaliação do bem a ser adqui- Há também normas federais que tratam do assunto, como a Lei
rido e eventualmente em outras garantias oferecidas por este pro- 10.820 de 20037, onde estabelece:
ponente. Art. 1º - Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
- Operações de Empréstimos: são caracterizados por não se de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e irretratável, o
destinarem a uma finalidade específica. É o caso dos empréstimos desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponí-
pessoais, dos empréstimos consignados, do cheque especial, do vel dos valores referentes ao pagamento de empréstimos, financia-
cartão de crédito, entre outros. A liberação do empréstimo, por en- mentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil
volver menos formalidades do que um financiamento, costuma ser concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrenda-
mais simples e rápida, com menor número de procedimentos. O mento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. (Reda-
proponente ao empréstimo é submetido à análise de crédito pela ção dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
instituição financeira podendo, inclusive, não ser exigida uma ga- § 1º O desconto mencionado neste artigo também poderá inci-
rantia, embora tal condição possa ser negociada entre as partes dir sobre verbas rescisórias devidas pelo empregador, se assim pre-
com o propósito de redução do grau de risco da operação e conse- visto no respectivo contrato de empréstimo, financiamento, cartão
quentemente, da taxa de juros e demais encargos a serem conven- de crédito ou arrendamento mercantil, até o limite de 35% (trinta e
cionados. cinco por cento), sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusiva-
mente para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
Outras alternativas para a aquisição de bens são as operações I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
conhecida como arrendamento mercantil ou leasing. crédito;
[...]
- Arrendamento Mercantil: a propriedade do bem arrendado § 5º Nas operações de crédito consignado de que trata este ar-
fica com a arrendadora, neste caso a instituição financeira, que con- tigo, o empregado poderá oferecer em garantia, de forma irrevogá-
cede o direito de uso desse bem ao arrendatário, o cliente durante vel e irretratável:(Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016)
o prazo do contrato. O arrendamento mercantil oferece a opção de I - até 10% (dez por cento) do saldo de sua conta vinculada no
compra do bem por parte do arrendatário ao final do contrato. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; (Redação dada pela
Lei nº 13.313, de 2016);
- Leasing: é uma operação classificada como financeira ou ope- II - até 100% (cem por cento) do valor da multa paga pelo em-
racional e em geral, o contrato de leasing financeiro, o qual se as- pregador, em caso de despedida sem justa causa ou de despedida
semelha a uma operação de financiamento, por abranger a quase por culpa recíproca ou força maior, nos termos dos §§ 1º e 2º do art.
totalidade do valor do bem, onde o cliente quase sempre opta pela 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. (Redação dada pela Lei
nº 13.313, de 2016);
4 Princípio que consiste no poder entre partes para estipular livremente, como [...]
melhor convier, mediante acordo a disciplina de seus interesses, suscitando efei- 6 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/
tos ordem jurídica, envolvendo a criação de contratos e a liberdade de contratar ou Lists/Normativos/Attachments/49474/Circ_3522_v1_O.pdf
não contratar. 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.820.htm - Último acesso em
5 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/noticias/223 26/10/2018 as 09h12min
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Art. 6º Os titulares de benefícios de aposentadoria e pensão do Adiantamento Bancário


Regime Geral de Previdência Social poderão autorizar o Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS a proceder aos descontos referi- O Adiantamento Bancário pode ser definido como o contrato
dos no art. 1º e autorizar, de forma irrevogável e irretratável, que bancário pelo qual o Banco adianta certa importância pecuniária ao
a instituição financeira na qual recebam seus benefícios retenha, cliente contra a entrega de uma garantia real do pagamento do em-
para fins de amortização, valores referentes ao pagamento mensal préstimo, a qual será executada caso haja inadimplemento da obri-
de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de gação. O adiantamento ou antecipação bancária se caracteriza por:
arrendamento mercantil por ela concedidos, quando previstos em a) Oferta de uma garantia real dada pelo interessado;
contrato, nas condições estabelecidas em regulamento, observadas b) Adiantamento pecuniário de um crédito cambiário lastreado
as normas editadas pelo INSS. (Redação dada pela Lei nº 13.172, pela garantia;
de 2015); c) Concedido por banco ou instituição financeira equiparada.
[...]
§ 5º Os descontos e as retenções mencionados no caput não po- As formas de Antecipação bancária variam em função dos ob-
derão ultrapassar o limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor jetos sobre os quais recairá a garantia real, podendo incidir sobre:
dos benefícios, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamen- - Mercadorias ou documentos;
te para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015); - Títulos de crédito representados por mercadorias ou estoques;
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de - Outros títulos de crédito em geral;
crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015); - Direitos creditórios diversos.
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de
crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015). Crédito Direto ao Consumidor (CDC)9

- Empréstimo com Cheque Especial: neste caso tipo de emprés- É uma operação de crédito concedida tanto a pessoas físicas
timo o banco que o cliente é correntista disponibiliza um crédito como jurídicas para a aquisição de bens ou serviços. O consumidor
pré-aprovado com um limite de recurso em dinheiro estabelecido que contrata esse tipo de crédito passa a desfrutar imediatamente
de acordo com o perfil do correntista que pode ser usado como de um bem que será pago com sua renda futura. Os cartões de cré-
empréstimo de cheque especial quando necessário. dito também podem conceder crédito direto ao consumidor para
aquisição de bens. Normalmente são contemplados em contratos
- Empréstimo Rotativo: este tipo de empréstimo se caracteriza no máximo de 60 parcelas.
como a liberação de uma valor a título de emprestado e no ato do As taxas de juros correspondem à média das taxas praticadas10
pagamento, será pago apenas parte dele, ou seja, consiste no valor nas diversas operações realizadas pelas instituições financeiras em
mínimo da fatura de um cartão de crédito, por exemplo. Em contra- cada modalidade de crédito. Em uma mesma modalidade, as taxas
partida é nessa modalidade onde as taxas e encargos cobrados são de juros diferem entre clientes de uma mesma instituição financeira
os mais altos do mercado. e variam de acordo com diversos fatores de risco envolvidos nas
operações, tais como o valor e a qualidade das garantias apresen-
- Empréstimo com Penhor: modalidade de empréstimo onde a tadas na contratação do crédito. Na modalidade11 para pessoa fí-
pessoa física tem acesso a um crédito rápido, ficando livre de aná- sica divindade em pré-fixada e pós-fixadas. Já para pessoa jurídica
lise de cadastro e livre de avalista. Além disso, o consumidor pode também em pré-fixadas e pós-fixadas, mas nesta última em juros
estar com restrições. flutuantes e em moedas estrangeira.

Desconto Bancário Contas Garantidas

O Desconto bancário é uma operação bancária, através da qual A conta garantida é uma conta de cré­dito com um valor limite,
a instituição adianta créditos de terceiros para clientes, deduzindo Normalmente é movimentada pelo cliente através de seus cheques,
assim os juros da operação mediante a cessão do crédito que é feita desde que não haja saldo dispo­níveis em sua conta corrente de
através do endosso cambiário8. Neste caso, a instituição financei- movimenta­ção. A medida que entram recursos na conta corrente
ra antecipa ao seu cliente o valor de crédito que este titulariza, ou do cliente, eles são usados para cobrir o saldo devedor da conta
seja, antecipa assim os recebíveis deste cliente perante terceiro, na ga­rantida.
maioria das vezes não vencido, e o recebe em cessão. Dessa forma
a instituição financeira paga pelo crédito descontado, representado É um tipo de empréstimo em que são utilizadas em conjunto
geralmente por título de crédito, como duplicata, notas promissó- duas contas:
rias e outros, deduzindo os juros correspondente ao período com- - A conta corrente de livre movimenta­ção
preendido entre a data da antecipação e do vencimento do título. - A conta garantida
O Desconto Bancário é considerado contrato real, uma vez que se
aperfeiçoa com a transferência do crédito a instituição financeira. Sendo assim garante uma fluidez de recursos para as empresas,
já para o banco é um excelente recurso mercadológico. O valor de
limite e o prazo de pagamentos são definidos pela instituição finan-
9 http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2009/11/saiba-como-viabilizar-o-
-credito-direto-ao-consumidor
8 É o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem trans- 10 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/txjuros/1
mite os seus direitos à outra pessoa. 11 https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/TXJUROS/
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ceira conforme capacidade de pagamento da empresa. Em relação Composição Societária/Acionária


aos encargos, podem ser: A composição societária ou acionária é um elemento chave na
- Taxas pré ou pós-fixadas: que são incidente sobre os valores estrutura de uma empresa. Em uma sociedade limitada, os sócios
utilizado se respectivo prazo. Para cálculo dos juros devidos, as ins- têm sua responsabilidade limitada ao valor de suas quotas, mas ge-
tituições financeiras somam os valores utilizado sem um determi- renciam ativamente os negócios. Em uma sociedade anônima, os
nado período (mês cheio ou 30 dias corridos) e, sobre o somatório, acionistas podem ter responsabilidade limitada ao valor de suas
aplicam a taxa mensal de juros convertidas para um dia. ações e podem ou não ter um papel ativo na gestão da empresa. A
- Incidente sobre os prazos e valores utilizados, conforme legis- composição acionária de uma S.A. é particularmente relevante em
lação em vigor: nessa modalidade, é cobrado somente após a utili- empresas listadas em bolsa de valores, onde as ações são negocia-
zação do crédito e para calcular o valor devido as instituições finan- das publicamente e a estrutura acionária pode influenciar significa-
ceiras e somam os valores utilizados em um determinado período. tivamente as decisões corporativas e a governança.
- Taxa de Abertura de Crédito (TAC): cobrada pela instituição Entender esses aspectos é crucial não apenas para a conformi-
para cada contrato, conforme tabela de tarifas. dade legal e regulatória, mas também para a análise de risco, plane-
jamento financeiro e estratégico das entidades envolvidas. No setor
bancário, um conhecimento profundo dessas áreas permite uma
CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS. CADASTRO DE PESSOAS melhor avaliação dos clientes, uma gestão de risco mais eficiente
JURÍDICAS. TIPOS E CONSTITUIÇÃO DAS PESSOAS. COM- e facilita o cumprimento das normas anti-lavagem de dinheiro e de
POSIÇÃO SOCIETÁRIA/ACIONÁRIA. financiamento ao terrorismo.

Na área de conhecimentos bancários, compreender o cadastro


FORMA DE TRIBUTAÇÃO. MANDATOS E PROCURAÇÕES.
e a estrutura legal de entidades é essencial, pois estas informações
são cruciais para a realização de transações financeiras, conformi-
dade regulatória e relacionamentos comerciais. Este entendimento A forma de tributação e a utilização de mandatos e procura-
abrange tanto pessoas físicas quanto jurídicas, cada uma com suas ções são aspectos importantes no contexto empresarial e financei-
características e exigências específicas. ro, influenciando diretamente a gestão fiscal e legal das entidades.

Cadastro de Pessoas Físicas Forma de Tributação


O cadastro de pessoas físicas é fundamental para a identifica- No Brasil, as formas de tributação variam de acordo com o tipo
ção de indivíduos no sistema financeiro. No Brasil, o CPF (Cadastro e tamanho da entidade, assim como a natureza de suas operações.
de Pessoa Física) é o registro principal utilizado para tal propósito. Empresas podem optar por diferentes regimes tributários, como o
É um número único atribuído pela Receita Federal a cada cidadão Simples Nacional, o Lucro Presumido ou o Lucro Real, cada um com
brasileiro ou residente no país. Este número é essencial para uma suas especificidades e implicações fiscais.
variedade de funções, incluindo a abertura de contas bancárias, a
realização de investimentos e a declaração de impostos. O CPF não • Simples Nacional: é um regime tributário simplificado des-
apenas identifica o indivíduo perante as instituições financeiras, tinado a micro e pequenas empresas. Essa opção permite o paga-
mas também é utilizado para rastrear suas atividades econômicas mento de vários impostos federais, estaduais e municipais em uma
e financeiras, garantindo a conformidade com as leis tributárias e única guia, facilitando o processo fiscal. É limitado a empresas com
regulamentações bancárias. receita bruta anual de até um determinado teto.

Cadastro de Pessoas Jurídicas • Lucro Presumido: é um regime onde a base de cálculo do


O cadastro de pessoas jurídicas é igualmente importante no imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido é
setor bancário. No Brasil, o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Ju- determinada por um percentual fixo sobre a receita bruta da em-
rídica) é o número que identifica empresas e outras organizações. presa. É uma opção vantajosa para empresas com lucratividade alta
Similar ao CPF, o CNPJ é fundamental para a realização de ativida- e despesas operacionais baixas.
des empresariais, como a abertura de contas bancárias corporati-
vas, emissão de notas fiscais, contratação de empregados, e para • Lucro Real: é o regime onde a empresa paga os impostos com
cumprir obrigações tributárias e regulatórias. O CNPJ fornece infor- base em seu lucro líquido real. Esse regime é obrigatório para em-
mações vitais sobre a empresa, incluindo sua natureza jurídica, en- presas com receitas anuais acima de um determinado valor e pode
dereço, descrição da atividade econômica, entre outros. ser mais complexo em termos de gestão fiscal, exigindo uma conta-
bilidade mais detalhada.
Tipos e Constituição das Pessoas Cada regime tributário tem suas vantagens e desvantagens, e
A constituição de uma pessoa jurídica no Brasil pode assumir a escolha depende de uma série de fatores, incluindo a estrutura
várias formas, incluindo sociedades limitadas, sociedades anôni- operacional da empresa, suas despesas, receitas e objetivos de ne-
mas, cooperativas, entre outras. Cada tipo tem suas próprias regras gócios.
de constituição, governança, responsabilidades e obrigações fiscais.
Por exemplo, uma sociedade limitada (Ltda.) é formada por um Mandatos e Procurações
contrato social entre os sócios, enquanto uma sociedade anônima Mandatos e procurações são instrumentos legais que permi-
(S.A.) é regida por um estatuto social e suas ações podem ser nego- tem a uma pessoa (o mandatário ou procurador) agir em nome de
ciadas publicamente, dependendo de sua categoria. outra (o mandante ou outorgante). No ambiente corporativo, esses
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

instrumentos são vitais para a delegação de poderes, permitindo harmonia entre clientes e empresa, diminuindo os riscos das dívi-
que representantes legais ou agentes realizem atividades especí- das não serem pagas e fazendo que, consequentemente, as empre-
ficas, como operações bancárias, decisões de negócios, ou ações sas possam trabalhar com cliente mais comprometidos.
legais.
• Mandatos: normalmente se referem a uma autorização mais Análise e contratação12
geral para agir em nome do mandante em uma variedade de situa-
ções. Eles podem ser específicos (para uma tarefa ou tipo de deci- Consiste a análise de crédito no momento em que, de forma
são particular) ou gerais (cobrindo uma ampla gama de atividades). automática (política ou estratégica) ou de forma manual (análise
subjetiva efetuada, em regra, por profissionais especializados), as
• Procurações: são tipicamente mais formais e detalhadas do informações do interessado em adquirir crédito são avaliadas e
que os mandatos. Elas especificam exatamente quais poderes estão ponderadas em relação ao risco e a capacidade, seja do endivida-
sendo concedidos e em que circunstâncias podem ser exercidos. mento da pessoa ou da empresa que concederá o crédito. Desta
As procurações são amplamente utilizadas em transações legais e forma, a concessão de crédito se torna mais inteligente e segura,
financeiras, como a assinatura de contratos, a representação em e o crédito passa a ser o que se denomina atualmente de “crédito
processos judiciais ou a realização de transações bancárias. responsável”, conceito estratégico intimamente ligado à inadim-
plência, ao equilíbrio econômico e ao fomento do mercado.
Tanto os mandatos quanto as procurações devem ser elabo- Através da análise também é possível detectar fraudadores, eli-
rados cuidadosamente para garantir que confiram os poderes cor- minando, na cadeia de créditos, o nome das pessoas inidôneas. Em
retos e sejam válidos sob a lei. Além disso, eles precisam estar em outras palavras, a análise de crédito é importante para manter a
conformidade com as regulamentações locais e ser revisados regu- harmonia entre clientes e empresa, diminuindo os riscos das dívi-
larmente para garantir que permaneçam relevantes e adequados às das não serem pagas e fazendo que, consequentemente, as empre-
necessidades atuais da empresa ou do indivíduo. sas possam trabalhar com cliente mais comprometidos.
A análise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto
que através da experiência do agente de crédito é possível identifi-
car fatores de caráter, capacidade, capital e condições de pagamen-
FUNDAMENTOS DO CRÉDITO. CONCEITO DE CRÉDITO. ELE-
to. Porém, essa análise não pode ser realizada de maneira aleatória,
MENTOS DO CRÉDITO. REQUISITOS DO CRÉDITO.
é preciso estar embasada em conceitos técnicos que irão guiar a
tomada de decisão.
FUNDAMENTOS DO CRÉDITO Algumas empresas de pequeno porte não dispõem de capaci-
dade financeira para manter um analista de crédito, por isso tem
O crédito cada vez mais se torna elemento importante no de- surgido empresas que podem dar um suporte a esses empreende-
senvolvimento econômico do nosso país, com os clientes buscan- dores, visando a diminuição das perdas financeiras com a inadim-
do operações com taxas de juros e condições mais vantajosas e as plência. Todos os processos descritos abaixo, são feitos por essas
instituições financeiras buscando priorizar a segurança e a certeza empresas e em seus relatórios com os resultados da análise de cré-
de recebimento dos valores emprestados, com o foco principal, ob- dito também estão incluídas as consultas no SPC/SERASA.
viamente, em seus lucros. A contratação de crédito, nada mais é do que o fornecimento
Esta operação causa um impacto financeiro na empresa credo- de crédito para um indivíduo. Este capital possibilita acesso a bens
ra, já que ceder crédito a uma pessoa que não possui condições de e serviços que, de outra forma, não seriam adquiridos ou demora-
efetuar seu pagamento pode exigir renegociações, obrigar a empre- riam a ser.
sa a arcar com o crédito cedido até que o cliente faça o pagamento
e, em algumas vezes, até fazer com que a empresa se responsabili- Processo de análise de crédito para pessoa física
ze completamente pela dívida. Nesse último caso, a empresa pode
recorrer à justiça. No entanto, a pessoa pode não possuir nenhum O processo de análise de crédito para pessoa física visa a iden-
bem ou recurso e, consequentemente, não conseguirá pagar, fazen- tificar os riscos para a organização que está concedendo o crédito,
do com que a empresa credora, além de assumir a dívida, tenha evidenciar conclusões quanto à capacidade de repagamento do to-
custo adicional de serviços jurídicos. Por isso a importância da aná- mador e fazer recomendações sobre o melhor tipo de empréstimo
lise de crédito. a ser concedido.
Análise de crédito é o momento em que, de forma automática
(política ou estratégica) ou de forma manual (análise subjetiva efe- A análise ocorrerá conforme as necessidades do solicitante e
tuada, em regra, por profissionais especializados), as informações dentro de um nível de risco aceitável, a partir de documentação
do interessado em adquirir crédito são avaliadas e ponderadas em apresentada e análise da mesma, objetivando a maximização dos
relação ao risco e a capacidade, seja do endividamento da pessoa resultados da instituição, segundo Schrickel (2000).
ou da empresa que concederá o crédito. Desta forma, a concessão Este processo é extremamente importante para a análise de
de crédito se torna mais inteligente e segura, e o crédito passa a crédito efetuada em organizações de concessão de microcrédito,
ser o que se denomina atualmente de crédito responsável, conceito principalmente devido à simplificação e desburocratização desta
estratégico intimamente ligado à inadimplência, ao equilíbrio eco- modalidade, conforme explicado anteriormente.
nômico e ao fomento do mercado. Além disso, a análise subjetiva de crédito não é um exercício
Através da análise também é possível detectar fraudadores, eli- 12 Sabrina Carvalho. Por que realizar análise de crédito no meu negócio?
minando, na cadeia de créditos, o nome das pessoas inidôneas. Em Netconsultas. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_de_cr%-
outras palavras, a análise de crédito é importante para manter a C3%A9dito.
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que visa ao cumprimento de disposições normativas, mas sim tem tradicionais só devem conceder empréstimos (crédito) a tomadores
por objetivo chegar a uma decisão clara sobre a concessão ou não se possuírem adequadas e não restritivas informações cadastrais.
do crédito ao solicitante, acrescenta Santos (2006). Schrickel (2000) reafirma todos estes fatos, dizendo que as institui-
Porém, o processo de análise subjetiva, como o próprio nome ções de crédito devem munir-se de elementos informativos essen-
diz, não é uma ciência exata, podendo existir inúmeras soluções ciais e indispensáveis sobre o potencial tomador do crédito, antes
para cada situação de concessão, sendo certo que a análise pode de manter qualquer tipo de relacionamento concreto ou formalizar
fazer emergir opções durante o processo decisório, complementa alguma operação de crédito.
Blatt (1999).
É preciso dizer, ainda, que a análise de crédito é um processo Porém, todas as instituições de crédito devem atentar para o
organizado a fim de reunir e montar todos os fatos que conduzem sigilo das informações coletadas pelos agentes de crédito. Schrickel
ao problema, determinar as questões e suposições relevantes para (2000) sugere que as informações e documentação pessoal devem
a tomada de decisão, analisar e avaliar os fatos levantados e desen- ser mantidas arquivadas sobre minucioso controle. Tal atenção é
volver uma decisão a partir das alternativas funcionais e aceitáveis. necessária para que ocorra sigilo das informações e para que me-
Schrickel (2000) complementa que a análise será mais consis- lhor lhe permita o controle, manuseio e atualização dos dados.
tente quanto mais presentes e valiosas forem as quantificações dos
riscos identificados e praticidade, bem como a viabilidade das con- Os dados que deverão ser identificados para análise, segundo
clusões chegadas. Santos (2006), deverão ser os seguintes:
Portanto, o processo de análise de crédito para pessoa física - Escolaridade;
baseia-se na qualidade das informações obtidas e nas decisões de- - Estado Civil;
correntes. Essas decisões devem ser práticas e viáveis dentro de um - Idade;
modelo funcional adaptado à realidade da organização. - Idoneidade;
- Moradia (se própria ou alugada e tempo de residência);
Além disso, em qualquer situação de análise de crédito, há três - Número de dependentes;
etapas distintas a percorrer, conforme Schrickel (2000): - Renda (principal e complementar);
- Análise Retrospectiva: avaliação do desempenho histórico - Situação legal dos documentos; e
do tomador potencial, analisando os riscos inerentes ao mesmo e - Tempo no atual emprego ou atividade exercida.
como foram contornados. Este processo visa identificar fatores na
atual condição do tomador que possam dificultar o pagamento da Santos (2006) ainda defende que no processo de análise de cré-
dívida; dito deve-se considerar todas as informações relacionadas com a
- Análise de Tendências: projeção da condição futura do toma- situação financeira do cliente, pois a análise conjunta dos dados irá
dor do crédito, a fim de avaliar o nível de endividamento suportável fornecer informações mais precisas para a tomada de decisão. Para
e o quão oneroso será o crédito que se espera obter; e Schrickel (2000), o agente de crédito deve atentar para a seguinte
- Capacidade Creditícia: a partir do grau de risco que o tomador documentação legal:
apresenta e a projeção do seu nível de endividamento futuro, ava- - Certidão de Casamento, se casado (a);
liar a capacidade creditícia do tomador, ou seja, qual a quantia de - Cédula de Identidade (RG);
capital que ele poderá obter junto ao credor. - Cartão de Identificação do Contribuinte (CPF);
- Declaração de Bens (anexo da declaração do Imposto de Ren-
Para que ocorra uma análise minuciosa de risco da operação de da), conforme Lei 8.009/1990 – Lei de Impenhorabilidade do Bem
concessão de crédito à pessoa física, é preciso passar por algumas de Família;
fases distintas durante o processo. Santos (2006) define seis fases - Comprovante de rendimentos;
para este processo, conforme quadro a seguir: - Comprovante de residência;
- Análise Cadastral; - Procurações (se houver);
- Análise de Idoneidade; - Cartões de Instituições Financeiras (originais); e
- Análise Financeira; - Ficha Cadastral preenchida e assinada.
- Análise de Relacionamento;
- Análise Patrimonial; e Por fim, Blatt (1999) explica que a ficha cadastral é um resumo
- Análise de Sensibilidade. da vida do cliente, por meio da qual o credor tem a possibilidade
de obter um conhecimento inicial sobre o mesmo. Ele ainda define
Análise cadastral como “[...] um conjunto de informações financeiras e não financei-
ras que subsidiam o processo decisório de crédito, auxiliando na
A análise refere-se a processo de análise dos dados de identifi- avaliação [...] do cliente. (BLATT, 1999, p. 78).
cação dos clientes. Conforme Blatt (1999) evidencia, o sucesso da
concessão do crédito depende de informações confiáveis a respeito Análise de idoneidade
do cliente. Santos (2006) complementa, dizendo que:
“O levantamento e a análise das informações básicas de crédito Já a análise de idoneidade consiste no levantamento e análise
são requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédi- de informações relacionadas à idoneidade do cliente com o mer-
to, prazo de amortização, taxas de juros e, se necessário reforço ou cado de crédito. Segundo Santos (2006), esta análise baseia-se na
vinculação de novas garantias.” (SANTOS, 2006, p. 47). coleta de informações sobre o solicitante do crédito junto às em-
Segundo o Manual de Normas e Instruções do Banco Central presas especializadas no gerenciamento de risco de crédito. Empre-
do Brasil (2006), as instituições de crédito, micro crédito e bancos sas como Serasa, Boa Vista Serviços (SCPC), EQUIFAX e SPC (Serviço
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de Proteção ao Crédito) são exemplos de organizações que podem trimonial adaptado do solicitante do crédito, por parte do agente
fornecer informações úteis sobre a situação de crédito do cliente. de crédito. Tal instrumento visa a uma melhor visualização dos ati-
Para Santos (2006), a análise da idoneidade deve ser uma das vos e passivos a fim de determinar a situação financeira e capacida-
primeiras informações averiguadas, pois caso o cliente não possua de de pagamento do cliente.
informações negativas as demais informações poderão ser coleta- Os ativos representam os bens, tanto financeiros como patrimo-
das e analisadas para a análise do risco total. niais, dos clientes. São colocados em ordem de liquidez, iniciando
A idoneidade do cliente pode ainda ser classificada em quatro pelos ativos que melhor possam ser convertidos em receita imedia-
categorias, conforme Santos (2006): ta, representados por valores em conta corrente, salário e outros,
- Sem Restritivos: quando não há informações negativas sobre o até os ativos menos líquidos, como por exemplo, veículos e imóveis.
cliente no mercado de crédito; Os passivos representam todos os compromissos que o cliente as-
- Alertas: quando há registros antigos no mercado de crédito, sumiu com o mercado de crédito ou para a compra de bens e servi-
já solucionados, que não impedem a concessão de novos créditos. ços. São organizados de maneira a iniciar pelos de maior solvência
Apenas ocorre a exigência de uma análise mais criteriosa por parte (imediata) até os de maior prazo de pagamento.
do agente de crédito; Segundo Santos (2006), quanto maior for o saldo do ativo total
- Restritivos: indicam que o cliente possui informações desabo- em relação ao passivo total, maior será a capacidade de o cliente
nadoras no mercado de crédito. São exemplos: registros de atrasos, honrar as dívidas adquiridas. Neste caso, o patrimônio líquido, cal-
renegociações e geração de prejuízos a credores. Podem ser clas- culado pela diferença entre o total dos ativos e o total dos passivos,
sificadas como de caráter subjetivo (de uso interno de instituições será um excelente indicador da riqueza do cliente e, por conseguin-
do mercado de crédito) ou de caráter objetivo, tais como protestos, te, da capacidade de pagamento do mesmo.
registros de cheques sem fundo, ações de busca e apreensão, den-
tre outros; e Análise de relacionamento
- Impeditivos: são apontamentos que impedem que pessoas fí-
sicas atuem como tomadores de crédito, a exemplo de bloqueios A análise de relacionamento baseia-se principalmente na análi-
de bens, impedimentos no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), se realizada sobre as informações extraídas do histórico do relacio-
proibições legais de concessão de crédito, dentre outros. namento do cliente com o credor e o mercado de crédito. Quando
o cliente já é conhecido da instituição de concessão de crédito, é
Análise financeira possível extrair informações de créditos adquiridos anteriormente,
taxas de juros aplicadas, frequência de utilização, pontualidade na
Em relação à análise financeira, Blatt (1999) explica que a mes- amortização, dentre outros.
ma é primordial para a determinação das forças e fraquezas finan- Santos (2006) acredita que essa análise de relacionamento au-
ceiras do cliente, a partir das informações das demonstrações fi- xilia na análise da idoneidade do cliente e pode garantir uma deci-
nanceiras do mesmo. A análise da renda total do cliente e posterior são mais favorável ou não à concessão do crédito. Contudo, aponta
análise de compatibilidade com os créditos pretendidos é uma fase a dificuldade dos agentes de crédito de conseguirem informações
de vital importância no processo de análise dos riscos de crédito. precisas junto a outras instituições de crédito devido à necessidade
Para Black; Morgan (apud Santos, 2006), deve ser dada atenção de manter sigilo sobre as operações com que trabalham. Conhecer
especial à análise da renda, pois consideram existir relação direta o patrimônio dos clientes é importante no processo de análise de
entre a renda e a taxa de inadimplência de pessoas físicas. Santos crédito, principalmente para que seja possível vinculá-lo em con-
(2006) ainda diz que é de suma importância determinar o valor tratos de crédito sempre que for verificada a existência de algum
exato da renda e a sua regularidade, bem como a probabilidade risco maior.
de continuar sendo recebida. Desta maneira é possível identificar
fatores que poderão vir a prejudicar o futuro pagamento da dívida Análise patrimonial
contraída.
Autores como Santos (2006), Blatt (1999) e Schrickel (2000) de- A análise patrimonial é frequentemente utilizada para a avalia-
finem os Demonstrativos de Pagamento, Declaração de Imposto de ção das garantias que os clientes podem oferecer para vincularem
Renda e Extratos Bancários como as melhores fontes de informa- ao contrato de concessão, segundo Santos (2006). O autor define
ções sobre a renda do cliente. garantia como a vinculação de um bem que assegure a liquidação
Os Demonstrativos de Pagamento, fornecidos pelos emprega- do crédito caso o tomador não honre suas dívidas.
dores dos solicitantes de crédito, constituem-se na fonte mais uti- Entretanto, Blatt (1999) defende que a concessão do crédito
lizada pelas instituições de concessão de crédito. A Declaração do não pode estar atrelada ao bem disposto como garantia, pois assim
Imposto de Renda é uma fonte alternativa de dados que possibilita a organização estaria comprando um bem que não é de interesse.
um melhor cálculo sobre a renda média mensal do solicitante, se- Santos (2006) complementa dizendo que a finalidade da garan-
gundo Santos (2006). tia é evitar que fatores imprevisíveis impossibilitem a quitação do
No caso de pessoas físicas autônomas ou profissionais que tra- crédito adquirido pelo solicitante. O Banco Central estabelece que
balhem em atividades sazonais, o agente de crédito deve tomar es- as instituições financeiras que trabalham com a concessão de crédi-
pecial cuidado com discrepâncias na renda média mensal do clien- to devem exigir dos solicitantes garantias suficientes para garantir o
te. Para Santos (2006), nessa situação, a comprovação da renda é de retorno do capital utilizado na operação.
extrema dificuldade e por isso o agente de crédito deve se basear Porém, fica a cargo da instituição de concessão de crédito defi-
em cálculos aproximados a partir de demonstrativos bancários, tais nir quais garantias serão aceitas, bem como a real necessidade das
como extratos de contas bancárias. mesmas para a realização da operação de crédito. Além disso, San-
É sugerido, por Santos (2006), a construção de um Balanço Pa- tos (2006) diz que as garantias reais (bens) devem ser corretamente
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analisadas para se verificar a possibilidade de solvência das mes- to estatístico se baseia.


mas, assim como seu valor de mercado real e a existência de ações A partir de uma equação gerada através de variáveis referentes
legais que impeçam que sejam utilizadas. ao candidato à operação de crédito, os analistas de credit scoring
geram uma pontuação que representa o risco de inadimplência, ou
Análise de sensibilidade seja, o escore que resultante da equação de credit scoring pode ser
interpretado como probabilidade de inadimplência.
A análise de sensibilidade é uma fase extremamente importan- Conforme ressalta Saunders (2000), o escore pode ser utilizado
te no processo de análise da concessão de um crédito. Nesta fase, para classificação de créditos como adimplentes ou inadimplentes,
o agente de crédito ou analista financeiro irá monitorar a situação bons ou maus, desejáveis ou não, de acordo com a pontuação ob-
macroeconômica a fim de prever situações que poderão aumentar tida por cada crédito. Esta classificação, por sua vez, pode orientar
o nível de risco da operação. a decisão do analista em relação à concessão ou não do crédito so-
Santos (2006) cita como exemplo o monitoramento das taxas licitado.
de juros. O aumento das mesmas pode desencadear a redução do Assim, a ideia essencial dos modelos de credit scoring é identi-
nível de atividade econômica ou até levar à recessão, reduzindo a ficar certos fatores-chave que influenciam na adimplência ou ina-
capacidade de geração e retenção de fluxos de caixa, comprome- dimplência dos clientes, permitindo a classificação dos mesmos em
tendo a capacidade real de pagamento dos compromissos financei- grupos distintos e, como consequência, a decisão sobre a aceitação
ros das mesmas. ou não do crédito em análise.
É importante que os analistas de crédito monitorem o mercado A diferenciação desse modelo em relação aos modelos subje-
e a economia em geral a fim de prever possíveis situações de de- tivos de análise de crédito se dá pelo fato da seleção dos fatores-
sequilibro na economia. O objetivo é evitar o cenário de incumpri- -chave e seus respectivos pesos ser realizada através de processos
mento dos pagamentos nas suas carteiras de crédito. Blatt (1999) estatísticos. Além disso, a pontuação gerada para cada cliente, a
explica que uma correta avaliação do mercado pode ajudar a definir partir da equação do modelo credit scoring, fornece indicadores
quais taxas serão praticadas, quais prazos de pagamento são mais quantitativos das chances de inadimplência desse cliente, confor-
favoráveis e em quais situações o devedor poderá se tornar incum- me Blatt (1999).
pridor. Os modelos de credit scoring podem ser aplicados tanto à análi-
se de crédito de pessoas físicas quanto a empresas. Quando aplica-
Método credit scoring de análise de crédito dos a pessoas físicas, eles utilizam informações cadastrais e socioe-
conômicas dos clientes de acordo com Vasconcellos (2002).
A aplicação de modelos de credit scoring e outras ferramentas Blatt (1999) ressalta que a metodologia básica para o desenvol-
para análises de crédito se iniciaram na década de 1930, em com- vimento de um modelo de credit scoring não difere entre aplicações
panhias seguradoras, conforme Blatt (1999). Porém, seu desenvol- para pessoa física ou jurídica, sendo que as seguintes etapas devem
vimento em instituições financeiras deu-se a partir da década de ser cumpridas para o seu desenvolvimento:
1960, conforme Vasconcellos (2002). - Planejamento e definições: mercados e produtos de crédito
Este modelo proporciona uma vantagem competitiva para a or- para os quais serão desenvolvidos o sistema, finalidades de uso, ti-
ganização, porém, apenas após a estabilização da economia brasi- pos de clientes, conceito de inadimplência a ser adotado e horizon-
leira, em 1994, é que começou a ser difundido no Brasil. te de previsão do modelo;
O termo credit scoring é utilizado para descrever métodos esta- - Identificação das variáveis potenciais: caracterização do pro-
tísticos adotados para classificar candidatos à obtenção de um cré- ponente ao crédito, caracterização da operação, seleção das vari-
dito em grupos de risco. Segundo Blatt (1999) a partir do histórico áveis significativas para o modelo e análise das restrições a serem
de concessões de crédito efetuadas por uma instituição de crédito é consideradas em relação às variáveis;
possível, através de técnicas estatísticas, identificar as variáveis so- - Planejamento amostral e coleta de dados: seleção e dimen-
cioeconômicas que influenciam na capacidade do cliente em pagar sionamento da amostra, coleta dos dados e montagem da base de
o crédito, ou seja, na qualidade do crédito da pessoa física. dados;
O método de credit scoring é baseado na classificação de can- - Determinação da fórmula de escoragem através de técnicas
didatos a crédito em grupos de acordo com seus prováveis compor- estatísticas, como por exemplo, a análise discriminante ou regres-
tamentos de pagamento. Vasconcellos (2002) informa que a proba- são logística; e
bilidade de um candidato gerar ou não um risco a organização deve - Determinação do ponto de corte, a partir do qual o cliente é
ser estimada com base nas informações que o tomador fornecer na classificado como adimplente ou bom pagador; em outras palavras,
data do pedido de concessão, e a estimativa servirá como funda- é o ponto a partir do qual a instituição financeira pode aprovar a
mento para a decisão de aprovação ou não do crédito. liberação do crédito.
Santos (2006) complementa, explicando que o modelo, basea-
do em informações do passado recente da carteira de crédito, gera Segundo Chaia (2003), os modelos de credit scoring propria-
notas (scores) para novos candidatos ao crédito que representam a mente ditos são ferramentas que dão suporte à tomada de deci-
expectativa de que os clientes paguem suas dividas sem se torna- são sobre a concessão de crédito para novas aplicações ou novos
rem inadimplentes. clientes.
Assim, conforme Zerbini (2000), o modelo de credit scoring é
uma ferramenta valiosa para decisões de aprovação ou não de pe- Chaia (2003) faz o seguinte resumo das principais vantagens dos
didos de crédito, obedecendo à hipótese de que o público alvo da modelos credit scoring:
carteira de crédito, após a implementação do modelo, se mantenha - Consistência: são modelos bem elaborados, que utilizam a ex-
o mesmo que no passado recente sobre o qual todo o procedimen- periência da instituição, e servem para administrar objetivamente
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os créditos dos clientes já existentes e dos novos solicitantes; Recuperação de crédito é um procedimento que visa reparar
- Facilidade: os modelos credit scoring tendem a ser simples e inadimplências. Inadimplência, por sua vez, é o fato que se dá quan-
de fácil interpretação, com instalação relativamente fácil. As meto- do uma das partes de uma negociação não cumpre com o que havia
dologias utilizadas para construção de tais modelos são comuns e sido acordado. No comércio, o mais comum é a inadimplência ocor-
bem entendidas, assim como as abordagens de avaliação dos mes- rer através do atraso no pagamento de determinada dívida.
mos; Empresas recuperadoras de crédito operam com dívidas nega-
- Melhor organização da informação de crédito: a sistematiza- tivadas, em que o consumidor do crédito está como o “nome sujo”.
ção e organização das informações contribuem para a melhoria do Negociar dívidas com estas empresas é uma das formas de conse-
processo de concessão de crédito; guir limpar o nome e voltar a ter acesso ao crédito
- Redução de metodologia subjetiva: o uso de método quanti- As recuperadoras de crédito também costumam compram dívi-
tativo com regras claras e bem definidas contribui para a diminuição das de bancos ou financeiras. Assim, as contas não pagas passam a
do subjetivismo na avaliação do risco de crédito; e ser cobradas por essas empresas. E depois de negociar o pagamen-
- Maior eficiência do processo: o uso de modelos credit scoring to, seu nome fica limpo, e você pode voltar ao mercado de crédito.
na concessão de crédito direciona os esforços dos analistas, trazen-
do redução de tempo e maior eficiência a este processo. Como funciona a compra das dívidas?
Quando você tem uma dívida velha, e que pode até chegar ao
Chaia (2003) também demonstra as principais desvantagens ponto de caducar, muitas vezes o banco prefere vender a dívida
dos modelos de credit scoring: para recuperadoras. E deixam de ter que fazer todo o processo de
- Custo de desenvolvimento: desenvolver um sistema credit cobrança e recuperação.
scoring pode acarretar custos, não somente com o sistema em si, No momento em que a dívida passa para recuperadora, não
mas também com o suporte necessário para sua construção, como muda o valor inicial da dívida dentro dos bancos de dados de ina-
por exemplo, profissionais capacitados, equipamentos, coleta de dimplentes, mas muda a possibilidade de negociação. A recupera-
informações necessárias ao desenvolvimento do modelo, dentre ção de crédito tem como objetivo não só quitar a dívida, mas te aju-
outros; dar a limpar seu nome e voltar a conseguir crédito. Para isso existe
- Excesso de confiança nos modelos: algumas estatísticas po- o momento de negociação do valor.
dem superestimar a eficácia dos modelos, fazendo com que usu-
ários, principalmente aqueles menos experientes, considerem tais Qual a diferença entre cobrança e recuperação de crédito?
modelos perfeitos, não criticando seus resultados; De forma genérica é a abordagem que a empresa tem com você
- Falta de dados oportunos: se o modelo necessita de dados e o tipo de dívida a ser negociado. Em ambos os casos, as empresas
que não foram informados, pode haver problemas na sua utilização entram em contato por mensagem, e-mail ou por ligações.
na instituição, gerando resultados diferentes dos esperados. Além Quando é uma cobrança de pagamento, a empresa tem como
da falta de algumas informações necessárias, faz-se necessário ana- objetivo apenas fazer com que você pague aquela pendência, que
lisar também a qualidade e fidedignidade das informações disponí- pode estar negativada ou não. Você vai ouvir várias ofertas, mas
veis, uma vez que elas representam o insumo principal dos modelos pode ser que nenhuma caiba no seu bolso, e a empresa não vai
de credit scoring; e conseguir o pagamento.
- Interpretação equivocada dos escores: o uso inadequado do Agora, em caso de recuperação, as empresas têm a preocupa-
sistema devido à falta de treinamento e aprendizagem de como ção de oferecer alternativas que possam ser uma oportunidade
utilizar suas informações pode ocasionar problemas sérios à insti- para você negociar o valor e quitar sua dívida. Nesses casos, o tipo
tuição. de dívida é negativada, eles não trabalham com caso de contas em
atraso.
Verifica-se, portanto, que os modelos de credit scoring podem Algumas pessoas odeiam o contato das recuperadoras de crédi-
trazer significativos benefícios à instituição quando adequadamen- to, enxergam como um incômodo. No entanto, é um bom momento
te desenvolvidos e utilizados. No entanto, eles também possuem para você conseguir negociar suas pendências de uma forma que
limitações que precisam ser bem avaliadas antes do desenvolvi- te favoreça.
mento e implementação de um modelo dessa natureza.
Acompanhamento e Controle de operações
Recuperação de Crédito
1 - Na classificação das operações de crédito, pelos diversos tí-
O processo de recuperação de crédito13 é feito por empresas tulos contábeis, deve-se ter em conta:
especializadas em conseguir o pagamento de dívidas. Elas podem a) a aplicação dada aos recursos, por tipo ou modalidade de
ser contratadas, por exemplo, por instituições financeiras para fazer operação;
a cobrança da pendência. O que muitas destas empresas fazem é b) a atividade predominante do tomador do crédito.
adquirir (comprar) as dívidas que pertencem a bancos ou outros
tipos de instituições financeiras e de crédito. 2 - As operações de crédito distribuem-se segundo as seguintes
Com a dívida em posse da empresa, o processo passa a ser a re- modalidades:
cuperação do crédito devido. Por serem especializadas no assunto, a) empréstimos - são as operações realizadas sem destinação
conseguem oferecer meios aos devedores de maneira que possam específica ou vínculo à comprovação da aplicação dos recursos. São
pagar com mais facilidade, como por parcelamentos ou renegocia- exemplos os empréstimos para capital de giro, os empréstimos pes-
ções soais e os adiantamentos a depositantes;
13 https://www.serasa.com.br/ensina/seu-nome-limpo/recuperacao-de-credito/
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b) títulos descontados - são as operações de desconto de títu- 2 - A classificação da operação no nível de risco correspondente
los; é de responsabilidade da instituição detentora do crédito e deve
c) financiamentos - são as operações realizadas com destinação ser efetuada com base em critérios consistentes e verificáveis, am-
específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. parada por informações internas e externas, contemplando, pelo
São exemplos os financiamentos de parques industriais, máquinas menos, os seguintes aspectos: (Res 2682 art 2º I, II)
e equipamentos, bens de consumo durável, rurais e imobiliários. a) em relação ao devedor e seus garantidores:
I - situação econômico-financeira;
3 - Em operações de repasse, a instituição pode proceder ao seu II - grau de endividamento;
registro segundo a origem dos recursos em desdobramentos de uso III - capacidade de geração de resultados;
interno, sem prejuízo do disposto no item anterior. IV - fluxo de caixa;
V - administração e qualidade de controles;
4 - Mediante a utilização de subtítulos de uso interno ou de VI - pontualidade e atrasos nos pagamentos;
sistema computadorizado paralelo, as aplicações em operações de VII - contingências;
crédito devem ser segregadas segundo a atividade predominante VIII - setor de atividade econômica;
do tomador do crédito, de forma que permita o preenchimento dos IX - limite de crédito;
documentos da Estatística Econômico-Financeira previstos na seção b) em relação à operação:
1.19. I - natureza e finalidade da transação;
II - características das garantias, particularmente quanto à sufi-
5 - Os saldos credores em contas de empréstimo devem ser ins- ciência e liquidez;
critos, diariamente, pelo valor global, em SALDOS CREDORES EM III - valor.
CONTAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS, do Passivo Circu-
lante, no subtítulo adequado. 3 - A classificação das operações de crédito: (Res 2682 art 2º
parágrafo único, 3º)
6 - As operações de crédito rural alongadas na forma da Reso- a) de titularidade de pessoas físicas deve levar em conta, tam-
lução nº 2.238, de 31/01/96, bem assim aquelas renegociadas na bém, as situações de renda e de patrimônio, bem como outras in-
forma do seu art. 1º, inciso IX, devem ser reclassificadas para sub- formações cadastrais do devedor;
títulos de uso interno específicos dos subtítulos contábeis destina- b) de um mesmo cliente ou grupo econômico deve ser definida
dos ao registro das operações de financiamento rural originalmente considerando aquela que apresentar maior risco, admitindo-se ex-
efetuadas, observada a atividade preponderante desenvolvida pelo cepcionalmente classificação diversa para determinada operação,
tomador do crédito. observado o disposto na alínea “b” do item anterior.

7 - O recebimento, em produto, das parcelas de operações alon- 4 - A classificação da operação nos níveis de risco de que trata
gadas deve ser registrado, pelo valor correspondente ao da parcela o item 1.6.2.1 deve ser revista: (Res 2682 art 4º I e II; Cta-Circ 2899
a ser amortizada, no título DEPOSITÁRIOS DE VALORES EM CUS- item 12 I e II)
TÓDIA, subtítulo De Terceiros, código 3.0.4.30.20-0, tendo como a) mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, em
contrapartida o título DEPOSITANTES DE VALORES EM CUSTÓDIA, função de atraso verificado no pagamento de parcela de principal
código 9.0.4.80.00-1. (Cta-Circ 2642 item 6) ou de encargos, devendo ser observado, no mínimo:
I - atraso entre 15 (quinze) e 30 (trinta) dias: risco nível B;
8 - Os valores repassados à instituição financeira pela Compa- II - atraso entre 31 (trinta e um) e 60 (sessenta) dias: risco nível
nhia Nacional de Abastecimento - CONAB, contra entrega dos pro- C;
dutos e sua incorporação aos estoques governamentais, devem ser III - atraso entre 61 (sessenta e um) e 90 (noventa) dias: risco
transferidos ao Tesouro Nacional na mesma data do seu recebimen- nível D;
to, promovendo-se a simultânea baixa dos registros efetuados na IV - atraso entre 91 (noventa e um) e 120 (cento e vinte) dias:
forma do item anterior. (Cta-Circ 2642 item 7) risco nível E;
V - atraso entre 121 (cento e vinte e um) e 150 (cento e cinqüen-
9 - As operações de desconto de notas promissórias rurais, du- ta) dias: risco nível F;
plicatas rurais e títulos assemelhados devem ser registradas nos VI - atraso entre 151 (cento e cinqüenta e um) e 180 (cento e
títulos e subtítulos adequados do desdobramento do subgrupo Fi- oitenta) dias: risco nível G;
nanciamentos Rurais e Agroindustriais, código 1.6.3.00.00-0. (Cta- VII - atraso superior a 180 (cento e oitenta) dias: risco nível H;
-Circ 2723 item 1) b) com base nos critérios estabelecidos nos itens 2 e 3;
I - a cada 6 (seis) meses, para operações de um mesmo cliente
Classificação das Operações de Crédito por Nível de Risco e ou grupo econômico cujo montante seja superior a 5% (cinco por
Provisionamento cento) do patrimônio líquido ajustado;
II - uma vez a cada 12 (doze) meses, em todas as situações, ex-
1 - As instituições financeiras e demais instituições autorizadas ceto na hipótese prevista no item 1.6.2.6;
a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem classificar as opera- c) por ocasião da revisão mensal prevista na alínea “a”, a reclas-
ções de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis: sificação da operação para categoria de menor risco, em função da
nível AA; nível A; nível B; nível C; nível D; nível E; nível F; nível G e redução do atraso, esta limitada ao nível estabelecido na classifica-
nível H. (Res 2682 art 1º I/IX) ção anterior;

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d) para efeito do disposto no inciso anterior, deve ser considera- de risco nível H, bem como que: (Res 2682 art 8º § 1º/3º)
da classificação anterior a classificação mais recente efetuada com a) admite-se a reclassificação para categoria de menor risco
base nos critérios estabelecidos nos itens 1.6.2.2 e 3, observada a quando houver amortização significativa da operação ou quando
exigência prevista na alínea “b”. fatos novos relevantes justificarem a mudança do nível de risco;
b) o ganho eventualmente auferido por ocasião da renegocia-
5 - Com relação ao disposto no item anterior deve ser observa- ção deve ser apropriado ao resultado quando do seu efetivo rece-
do: (Res 2682 art 4º § 1º,2º; Res 2697 art 5º) bimento;
a) para as operações com prazo a decorrer superior a 36 (trinta c) considera-se renegociação a composição de dívida, a prorro-
e seis) meses admite-se a contagem em dobro dos prazos previstos gação, a novação, a concessão de nova operação para liquidação
na alínea “a”; parcial ou integral de operação anterior ou qualquer outro tipo de
b) o não atendimento ao ali disposto implica a reclassificação acordo que implique alteração nos prazos de vencimento ou nas
das operações do devedor para o risco nível H, independentemente condições de pagamento originalmente pactuadas.
de outras medidas de natureza administrativa.
10 - É vedado o reconhecimento no resultado do período de
6 - As operações de crédito contratadas com cliente cuja respon- receitas e encargos de qualquer natureza relativos a operações de
sabilidade total seja de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil crédito que apresentem atraso igual ou superior a 60 (sessenta)
reais) podem ser classificadas mediante adoção de modelo interno dias, no pagamento de parcela de principal ou encargos. (Res 2682
de avaliação ou em função dos atrasos consignados na alínea “a” do art 9º)
item 1.6.2.4, observado que a classificação deve corresponder, no
mínimo, ao risco nível A, bem como que o Banco Central do Brasil 11 - As instituições devem manter adequadamente documenta-
pode alterar o valor de que se trata. (Res 2682 art 5º e parágrafo das sua política e procedimentos para concessão e classificação de
único; Res 2697 art 2º) operações de crédito, os quais devem ficar à disposição do Banco
Central do Brasil e do auditor independente. A documentação deve
7 - A provisão para fazer face aos créditos de liquidação duvido- evidenciar, pelo menos, o tipo e os níveis de risco que se dispõe a
sa deve ser constituída mensalmente, não podendo ser inferior ao administrar, os requerimentos mínimos exigidos para a concessão
somatório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir men- de empréstimos e o processo de autorização. (Res 2682 art 10 e
cionados, sem prejuízo da responsabilidade dos administradores parágrafo único)
das instituições pela constituição de provisão em montantes sufi-
cientes para fazer face a perdas prováveis na realização dos crédi- 12 - Devem ser divulgadas em nota explicativa às demonstra-
tos: (Res 2682 art 6º I/VIII) ções financeiras informações detalhadas sobre a composição da
a) 0,5% (cinco décimos por cento) sobre o valor das operações carteira de operações de crédito, observado, no mínimo: (Res 2682
classificadas como de risco nível A; art 11 I/III; Res 2697 art 3º)
b) 1% (um por cento) sobre o valor das operações classificadas a) distribuição das operações, segregadas por tipo de cliente e
como de risco nível B; atividade econômica;
c) 3% (três por cento) sobre o valor das operações classificadas b) distribuição por faixa de vencimento;
como de risco nível C; c) montantes de operações renegociadas, lançados contra pre-
d) 10% (dez por cento) sobre o valor das operações classificados juízo e de operações recuperadas, no exercício;
como de risco nível D; d) distribuição nos correspondentes níveis de risco previstos no
e) 30% (trinta por cento) sobre o valor das operações classifica- item 1, segregando-se as operações, pelo menos, em créditos de
dos como de risco nível E; curso normal com atraso inferior a 15 (quinze) dias, e vencidos com
f) 50% (cinquenta por cento) sobre o valor das operações classi- atraso igual ou superior a 15 (quinze) dias.
ficados como de risco nível F;
g) 70% (setenta por cento) sobre o valor das operações classifi- 13 - O auditor independente deve elaborar relatório circunstan-
cados como de risco nível G; ciado de revisão dos critérios adotados pela instituição quanto à
h) 100% (cem por cento) sobre o valor das operações classifica- classificação nos níveis de risco e de avaliação do provisionamento
das como de risco nível H. registrado nas demonstrações financeiras. (Res 2682 art 12)

8 - A operação classificada como de risco nível H deve ser trans- 14 - O Banco Central do Brasil pode determinar: (Res 2682 art
ferida para conta de compensação, com o correspondente débito 13 I/VI)
em provisão, após decorridos 6 (seis) meses da sua classificação a) reclassificação de operações com base nos critérios estabele-
nesse nível de risco, desde que apresente atraso superior a 180 cidos nesta seção, nos níveis de risco de que trata o item 1;
dias, não sendo admitido o registro em período inferior. A operação b) provisionamento adicional, em função da responsabilidade
classificada na forma deste item deve permanecer registrada em do devedor junto ao Sistema Financeiro Nacional;
conta de compensação pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos e en- c) providências saneadoras a serem adotadas pelas instituições,
quanto não esgotados todos os procedimentos para cobrança. (Res com vistas a assegurar a sua liquidez e adequada estrutura patrimo-
2682 art 7º e parágrafo único; Cta-Circ 2899 item 12 VI) nial, inclusive na forma de alocação de capital para operações de
classificação considerada inadequada;
9 - A operação objeto de renegociação deve ser mantida, no mí- d) alteração dos critérios de classificação de créditos, de conta-
nimo, no mesmo nível de risco em que estiver classificada, observa- bilização e de constituição de provisão;
do que aquela registrada como prejuízo deve ser classificada como
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e) teor das informações e notas explicativas constantes das de- 22 - No caso de recuperação de créditos mediante dação de
monstrações financeiras; bens em pagamento, devem ser observados os seguintes procedi-
f) procedimentos e controles a serem adotados pelas institui- mentos: (Cta-Circ 2899 item 12 X)
ções. I - quando a avaliação dos bens for superior ao valor contábil
dos créditos, o valor a ser registrado deve ser igual ao montante do
15 - O disposto nesta seção: (Res 2682 art 14,15) crédito, não sendo permitida a contabilização do diferencial como
a) aplica-se também às operações de arrendamento mercantil receita;
e a outras operações com características de concessão de crédito; II - quando a avaliação dos bens for inferior ao valor contábil
b) não contempla os aspectos fiscais, sendo de inteira responsa- dos créditos, o valor a ser registrado limita-se ao montante da ava-
bilidade da instituição a observância das normas pertinentes. liação dos bens.

16 - A provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser 23 - Na recuperação de créditos ainda não baixados como pre-
constituída sobre o valor contábil dos créditos mediante registro a juízo que atendam ao disposto no inciso II do item anterior, o mon-
debito de DESPESAS DE PROVISOES OPERACIONAIS e a crédito da tante que exceder ao valor de avaliação do bem deve ser registrado
adequada conta de provisão para operações de crédito. No caso de a débito da adequada conta de provisão para operações de crédito,
insuficiência, reajusta-se o saldo das contas de provisão a débito até o limite desta, e a diferença, se ainda houver, a débito de DES-
da conta de despesa. No caso de excesso, reajusta-se o saldo das PESAS DE PROVISÕES OPERACIONAIS. (Cta-Circ 2899 item 12 XI)
contas de provisão a crédito da conta de despesa, para os valores
provisionados no período, ou a crédito de REVERSAO DE PROVISOES 24 - Considera-se valor contábil dos créditos o valor da opera-
OPERACIONAIS, se já transitados em balanço. (Cta-Circ 2899 item ção na data de referência, computadas as receitas e encargos de
12 III) qualquer natureza, observado o disposto no item 1.6.2.10. (Cta-Circ
2899 item 13)
17 - O disposto no item anterior aplica-se também as provisões
adicionais eventualmente constituídas em função da classificação 25 - Os créditos titulados por empresas concordatárias devem
das operações de crédito contratadas ate 29 de fevereiro de 2000, ser classificados levando-se em conta os novos prazos e condições
nos diferentes níveis de risco previstos no item 1.6.2.1. (Cta-Circ estabelecidos nas sentenças judiciais homologatórias das respecti-
2899 item 12 IV) vas concordatas. (Com 2559)

18 - Para fins de constituição de provisão em operações de ar- 26 - Às custas judiciais e outros gastos ressarcíveis referentes a
rendamento mercantil, deve-se considerar como base de cálculo o créditos em situação anormal ou baixados como prejuízo, aplicam-
valor presente das contraprestações dos contratos, utilizando-se a -se os seguintes procedimentos: (Circ 1273; Res 2682 art 1º I/IX)
taxa interna de retorno de cada contrato na forma do previsto no a) escrituram-se em DEVEDORES DIVERSOS - PAÍS ou em despe-
item 1.11.8.5. (Cta-Circ 2899 item 12 V) sas, enquanto mantidas referidas operações nas contas de origem;
b) escrituram-se em despesas as relativas a créditos já baixados
19 - Os créditos baixados como prejuízo devem ser registrados como prejuízo;
em contas próprias do sistema de compensação, em subtítulos
adequados à identificação do período em que ocorreu o registro, 27 - As instituições financeiras, detentoras de créditos realizados
devendo ser mantido controle analítico desses créditos, com identi- com recursos de origem interna vencidos e vincendos, contratados
ficação das características da operação, devedor, valores recupera- com a Siderurgia Brasileira S.A. (SIDERBRÁS) não abrangidos pelas
dos, garantias e respectivas providências administrativas e judiciais, disposições da Resolução nº 1.757, de 29.10.90, e que tenham sido
visando a sua recuperação. (Cta-Circ 2899 item 12 VII) objeto de refinanciamento e reescalonamento junto ao Governo
Federal, podem: (Res 1904 art 1º; Res 2682 art 1º I/IX)
20 - O ganho eventualmente auferido por ocasião da renegocia- a) estornar para a conta de origem, os valores relativos àqueles
ção de operações de crédito, calculado pela diferença entre o valor créditos;
da renegociação e o valor contábil dos créditos, deve ser registrado b) manter em contas de rendas a apropriar os encargos relativos
em subtítulo de uso interno da própria conta que registra o crédito aos períodos anteriores à repactuação, para reconhecê-los como
e ser apropriado ao resultado somente quando do seu recebimen- receita efetiva quando de seu recebimento;
to, mediante registro na conta RENDAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDI- c) registrar os respectivos encargos a decorrer em contas de
TO, segundo critérios previstos na renegociação ou proporcional- rendas a apropriar, observadas a periodicidade mensal, os quais
mente aos novos prazos de vencimento. (Cta-Circ 2899 item 12 VIII) somente são reconhecidos como receita efetiva quando do seu re-
cebimento.
21 - Os créditos baixados como prejuízo e porventura renego-
ciados devem ser registrados pelo exato valor da renegociação, ob- 28 - Prevalecem as condições de que trata o item anterior en-
servado o disposto no inciso anterior quanto ao registro do ganho quanto o crédito renegociado não tenha sido cedido, ou de qual-
eventualmente auferido, a crédito da conta RECUPERAÇÃO DE CRÉ- quer forma transferido ou utilizado. (Res 1904 art 1º § 1º)
DITOS BAIXADOS COMO PREJUÍZO, com baixa simultânea dos seus
valores das respectivas contas de compensação. (Cta-Circ 2899 item
12 IX)

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29 - Ocorrendo a cessão, transferência ou utilização do crédito, 3 - As composições de dívidas de operações anteriormente clas-
de que trata o item 27 anterior, as correspondentes rendas a apro- sificadas em outros subgrupos, que guardarem características de
priar integram a receita do mês, ocasião em que é igualmente leva- operações de crédito, classificam-se no adequado desdobramento
da à conta cabível de resultado a eventual diferença entre o valor do subgrupo Operações de Crédito. (Circ 1273)
do crédito e o preço da operação em questão. (Res 1904 art 1º § 2º)
30 - A instituição que se utilizar da faculdade prevista no item 4 - As operações de crédito realizadas sob a forma de consórcio,
29, desta seção, deve aplicá-la, uniformemente, durante todo o pe- em que uma instituição financeira assuma a condição de líder da
ríodo de vigência dos respectivos créditos resultantes da repactua- operação, devem ser registradas de forma proporcional entre todas
ção e evidenciá-la em nota explicativa nas demonstrações financei- as instituições participantes. Igual procedimento deve ser adotado
ras publicadas, quantificando seus efeitos no resultado. (Res 1904 para escrituração das receitas e despesas. (Circ 1273)
art 1º § 3º)
5 - As instituições financeiras, demais entidades autorizadas a
31 - Para as operações de crédito rural objeto de renegociação funcionar pelo Banco Central e as administradoras de consórcio
ao amparo de decisões do Conselho Monetário Nacional, ficam fa- devem ajustar os contratos de mútuo de ouro, mensalmente, com
cultadas em relação às regras previstas na Resolução nº 2.682, de base no valor de mercado do metal, fornecido pelo Banco Central
21 de dezembro de 1999: (Res 3749 art 1º I, II) do Brasil. (Circ 2333 art 1º, item II)
a) a classificação em categorias de menor risco, conforme pre-
visão do seu art. 3º (Cosif 1.6.2.3.b), sem considerar a existência de Por fim, vejamos o que dispõe a Circular do BCB sobre o tema:
outras operações de natureza diversa classificadas em categoria de
maior risco; CIRCULAR Nº 3.870, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017
b) a observância ao disposto no seu art. 8º (Cosif 1.6.2.9), po-
dendo a instituição em atendimento a critérios consistentes e pre- Dispõe sobre o fornecimento de informações relativas a opera-
vistos naquela resolução, reclassificar a operação para categoria de ções de crédito ao Sistema de Informações de Créditos (SCR), de que
menor risco. trata a Resolução nº 4.571, de 26 de maio de 2017.

32 - Para efeito do disposto no item anterior, considera-se re- A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
negociação a composição de dívida, a prorrogação, a novação, a realizada em 19 de dezembro de 2017, com base no disposto nos
concessão de nova operação para liquidação parcial ou integral de arts. 9º, 10, inciso VI, 11, inciso VII, e 37 da Lei nº 4.595, de 31 de
operação anterior ou qualquer outro tipo de acordo que implique dezembro de 1964, no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei Complementar
alteração nos prazos de vencimento ou nas condições de pagamen- nº 105, de 10 da janeiro de 2001, nos arts. 9º e 15 da Lei nº 12.865,
to originalmente pactuadas. (Res 3749 art 1º § 1º) de 9 de outubro de 2013, e tendo em vista o disposto na Resolução
nº 4.571, de 26 de maio de 2017,
33 - O disposto no item 1.6.2.31 aplica-se somente caso o de-
vedor se mantenha na atividade regular de produção agropecuária. R E S O L V E:
(Res 3749 art 1º § 2º)
Art. 1º As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
34 - O disposto nos itens 1.6.2.31 a 1.6.2.33 aplica-se também 4.571, de 26 de maio de 2017, devem fornecer ao Sistema de Infor-
às operações de crédito rural realizadas com recursos do fundo mações de Créditos (SCR) informações sobre as operações de crédi-
Constitucional de financiamento do Centro-Oeste (FCO) e do Fun- to de que trata o art. 3º daquela Resolução:
do de Amparo ao Trabalhador (FAT) abrangidas por autorizações de I - de forma individualizada em relação a cada uma das ope-
refinanciamentos, renegociações ou prorrogações específicas dos rações, quando o valor do conjunto das operações do cliente for
respectivos Órgãos ou Conselhos Gestores, desde que as referidas igual ou superior a R$200,00 (duzentos reais), incluídas, nesse valor,
operações sejam realizadas com risco dos agentes financeiros. (Res as operações de crédito realizadas ou adquiridas pelas entidades e
3749 art 2º) programas ou fundos públicos mencionados no art. 5º da Resolução
4.571, de 2017;
Disposições Gerais II - de forma agregada, quando o valor do conjunto das opera-
ções do cliente for inferior a R$200,00 (duzentos reais), incluídas,
1 - A comissão de abertura de crédito recebida antecipadamen- nesse valor, as operações de crédito realizadas ou adquiridas pelas
te registra-se em RENDAS ANTECIPADAS e apropria-se mensalmen- entidades e programas ou fundos públicos mencionados no art. 5º
te “pro rata temporis”. Pode ser reconhecida como receita efetiva da Resolução 4.571, de 2017;
no ato do recebimento, se estabelecida em até 3% (três por cento) § 1º Independentemente do valor, as informações relativas a
do valor da operação. (Circ 1273) estatísticas de crédito e arrendamento mercantil devem ser remeti-
das de forma agregada.
2 - As composições de dívidas de operações, originalmente clas- § 2º As operações de crédito realizadas ou adquiridas por de-
sificadas como Operações de Crédito, devem ser mantidas no mes- pendências e subsidiárias localizadas no exterior das instituições
mo subgrupo, apenas com a reclassificação contábil, se for o caso. de que trata o caput, devem ser informadas conforme disposto a
(Circ 1273) seguir:
I - relativas a clientes pessoas físicas - de forma agregada;
II - relativas a clientes pessoas jurídicas:
a) até a data-base de outubro de 2018 - de forma agregada;
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b) a partir da data-base de novembro de 2018 - de forma in- Art. 5º As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução
dividualizada em relação a cada uma das operações, quando o nº 4.571, de 2017, devem fornecer ao SCR dados individualizados
valor do conjunto das operações do cliente for igual ou superior a complementares sobre os clientes e a relação de suas contrapartes
US$2,000,000.00 (dois milhões de dólares dos Estados Unidos da conectadas, de que trata o art. 22 da Resolução nº 4.557, de 23 de
América), e de forma agregada quando o conjunto das operações fevereiro de 2017.
do cliente for inferior ao citado valor.
§ 3º As instituições enquadradas nos Segmentos 4 e 5 (S4 e S5), Art. 6º Para fins de remessa de informações ao SCR, as insti-
nos termos do art. 2º da Resolução nº 4.553, de 30 de janeiro de tuições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017,
2017, devem remeter as informações de que trata o § 2º deste arti- devem observar o disposto na Resolução nº 3.533, de 31 de janeiro
go de forma agregada. de 2008, em relação à negociação de operações de crédito, bem
§ 4º Nos casos em que a legislação da jurisdição em que estiver como o seguinte:
localizada a dependência ou subsidiária impeça o fornecimento de I - nos casos em que houver retenção substancial dos riscos e
informação de forma individualizada, essa deverá ser remetida de benefícios por parte do cedente:
forma agregada. a) as instituições cedentes, mencionadas no caput deste artigo,
§ 5º As informações sobre operações de crédito realizadas ou devem identificar como cliente, o sacado, o devedor ou o tomador
adquiridas por dependências e subsidiárias localizadas no exterior final das operações de crédito;
destinam-se exclusivamente à finalidade mencionada no inciso I do b) as instituições cessionárias devem fornecer ao SCR as infor-
art. 2º da Resolução nº 4.571, de 2017. mações relativas às operações de crédito, informando como cliente,
§ 6º As informações sobre operações de crédito realizadas ou o interveniente ou o cedente;
adquiridas pelas entidades e programas ou fundos públicos men- c) o disposto neste inciso aplica-se também às negociações rea-
cionados no art. 5º da Resolução nº 4.571, de 2017, serão reporta- lizadas entre as instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
das ao SCR: 4.571, de 2017, e pelas entidades e programas ou fundos públicos
I - a partir da data-base de maio de 2019 - em relação a outras referidos no art. 5º da mesma Resolução.
entidades, não mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de II - nos casos em que houver transferência substancial dos riscos
2017, que tenham suas demonstrações consolidadas nos seus res- e benefícios por parte do cedente:
pectivos conglomerados prudenciais; a) as instituições cessionárias devem fornecer ao SCR as infor-
II - a partir da data-base de novembro de 2019 - em relação a mações sobre as operações de crédito objeto de negociação, em
programas ou fundos públicos, inclusive os municipais, os estadu- nome do sacado, do devedor ou do tomador final;
ais e os constitucionais federais, não consolidados nos respectivos b) as instituições cedentes devem fornecer ao SCR as informa-
conglomerados prudenciais, nos quais as instituições referidas no ções sobre as operações de crédito objeto de negociação, em nome
art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017, ou as entidades referidas no do sacado, do devedor ou do tomador final, quando essa negocia-
inciso I, desempenhem função de administrador, agente financeiro ção se der com fundos de investimento administrados pela institui-
ou operador. ção cedente ou por outra instituição pertencente ao conglomerado
§ 7º As instituições enquadradas nos Segmentos 4 e 5 (S4 e S5), prudencial;
nos termos do art. 2º da Resolução nº 4.553, de 2017, ficam deso- III - nos casos de negociação de operações de crédito sem trans-
brigadas da remessa das informações de que trata o inciso I do § 6º ferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, mas
deste artigo. com retenção de controle pelo cedente, deve ser observado o dis-
§ 8º As instituições referidas no caput devem comunicar a ine- posto no inciso I;
xistência de operações de crédito contratadas, na forma estabeleci- IV - nos casos de negociação de operações de crédito sem trans-
da por esta Autarquia. ferência e sem retenção substancial dos riscos e benefícios, mas
com a assunção de controle pelo cessionário, deve ser observado o
Art. 2º Para fins do disposto no inciso XVIII do art. 4º da Resolu- disposto na alínea “a” do inciso II.
ção nº 4.571, de 2017, e nesta Circular, as instituições de pagamen- Parágrafo único. A partir da data-base de novembro de 2019, as
to devem remeter ao SCR informações relativas às operações de informações relativas às operações de crédito concedidas pelas ins-
crédito, nos termos daquela Resolução. tituições e entidades mencionadas no art. 4º e no inciso I do art. 5º
da Resolução nº 4.571, de 2017, e que sejam objeto de negociação
Art. 3º Para fins do disposto no inciso X do art. 3º da Resolução com transferência substancial dos riscos e benefícios ou de contro-
nº 4.571, de 2017, e nesta Circular, os créditos decorrentes da co- le, no próprio mês da concessão, devem ser fornecidas ao SCR pela
mercialização de bens e de serviços, adquiridos por sociedade de instituição cedente.
fomento mercantil (factoring) equiparam-se a operações de crédito. Art. 7º A retenção substancial de riscos e de benefícios ou de
controle em negociação de operações de crédito, conforme dispos-
Art. 4º Para os títulos e valores mobiliários adquiridos pela ins- to na Resolução nº 3.533, de 2008, fica caracterizada quando as
tituição em operações reconhecidas como de crédito pelo Banco instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017,
Central do Brasil, nos termos do inciso X do art. 3º da Resolução nº realizarem:
4.571, de 2017, as instituições devem fornecer as informações ao I - a aquisição dos seguintes instrumentos financeiros que atri-
SCR considerando o emitente como cliente. buam à instituição adquirente participação significativa nos riscos e
benefícios sobre operações de crédito:
a) cotas subordinadas de fundos de investimento;
b) certificados de recebíveis imobiliários (CRI);

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c) debêntures emitidas por companhias securitizadoras de cré- V - a autorização de que trata o inciso IV se estende às institui-
ditos; e ções que, nos termos da regulamentação vigente, podem realizar
d) certificados de cédulas de crédito bancário (CCCB) ou outros consultas ao SCR e que adquiram ou recebam em garantia, ou ma-
instrumentos financeiros representativos da negociação dos títulos nifestem interesse de adquirir ou de receber em garantia, total ou
de crédito. parcialmente, operações de crédito de responsabilidade do cliente;
II - na forma do art. 6º desta Circular, a negociação em que o VI - é de responsabilidade exclusiva da instituição remetente a
interveniente ou o cedente assumir, ainda que de forma tácita, a inserção de informações que digam respeito ao cliente;
obrigação de substituir ou de recomprar, em razão de inadimplência VII - independentemente do que conste no SCR a respeito das
do sacado, do devedor ou do tomador final, quaisquer operações operações de responsabilidade do cliente, a decisão sobre a con-
dentre aquelas negociadas. cessão de novas operações de crédito é exclusiva da instituição, se-
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se também às negociações gundo sua política de crédito;
de operações de crédito realizadas com os fundos de investimento, VIII - os extratos das informações constantes no SCR são elabo-
com as companhias securitizadoras de créditos ou com as entidades rados de acordo com critérios contábeis e metodologia específica
de propósito específico. estabelecidos pelo Banco Central do Brasil, podendo diferenciar-se
§ 2º Os dados sobre retenções ou transferências substanciais daqueles apresentados por outros sistemas que tenham natureza e
dos riscos e dos benefícios de parte das operações de crédito ne- finalidade distintas;
gociadas na forma do art. 6º desta Circular somente podem ser for- IX - as informações relativas ao montante de responsabilidades
necidos ao SCR de forma proporcional, pelas instituições envolvidas de clientes em operações de crédito são encaminhadas ao Banco
na negociação, quando for possível identificar inequivocamente a Central do Brasil com base no saldo existente no último dia do mês
parcela ou a proporção do valor da operação correspondente aos de referência, havendo, portanto, lapso temporal entre a remessa
riscos e benefícios retidos ou transferidos. dos dados, seu processamento pelo Banco Central do Brasil e sua
Art. 8º Não devem ser fornecidas ao SCR as informações sobre: disponibilização no SCR;
I - os créditos decorrentes da comercialização de bens e de ser- X - a consulta às informações existentes em nome do próprio
viços realizada pelas entidades referidas no inciso I do art. 5º da cliente no SCR pode ser feita, também, por meio do sistema Regis-
Resolução nº 4.571, de 2017, com exceção daqueles referidos no trato - Extrato do Registro de Informações no Banco Central; e
art. 3º desta Circular; XI - a responsabilidade pela operacionalização do cumprimento
II - os títulos públicos; de medidas judiciais é das instituições remetentes de informações.
III - as operações de intermediação de títulos e valores mobili-
ários; Art. 11. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
IV - as cotas de fundo de investimento e títulos de securitização, 4.571, de 2017, devem remeter, no mínimo, as seguintes informa-
conforme definição do art. 115 da Circular nº 3.648, de 4 de março ções sobre as decisões judiciais relativas a operações de crédito:
de 2013; I - a identificação do cliente;
V - as ações, as cotas e os bônus de subscrição, quando não II - a operação de crédito, quando especificada;
tenham característica de renda fixa; III - a data-base de referência, quando especificada;
VI - as operações com instrumentos financeiros derivativos ou IV - o período de abrangência; e
certificados de operações estruturadas; V - a natureza da decisão, especificando a obrigação de eliminar
VII - os depósitos interfinanceiros, depósitos bancários ou letras o registro da operação no SCR ou de realizar a sua marcação como
emitidas por instituições financeiras; e sub judice.
VIII - os créditos decorrentes de operações de seguro, de cos- Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso II do art. 2º da
seguro, de resseguro, de títulos de capitalização, de consórcio, de Resolução nº 4.571, de 2017, será realizada a retirada de informa-
planos de previdência complementar e de planos de saúde. ções ou a marcação sub judice para a data-base objeto da decisão
Art. 9º O fornecimento de informações ao SCR deve ser reali- judicial, conforme informações remetidas pela instituição.
zado considerando o valor presente na data-base de cada um dos
fluxos previstos no contrato, observado o disposto no art. 9º da Re- Art. 12. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
solução nº 2.682, de 21 de dezembro de 1999. 4.571, de 2017, devem remeter, no mínimo, as seguintes informa-
ções sobre as manifestações de discordância apresentadas pelos
Art. 10. As instituições obrigadas à remessa de informações ao clientes de operações de crédito:
SCR devem divulgar, no mínimo, os seguintes esclarecimentos: I - a identificação do cliente;
I - a finalidade e o uso das informações do sistema; II - a operação de crédito a que se referem;
II - as formas de consulta às informações do sistema; III - a data-base de referência;
III - os procedimentos a serem observados perante as próprias IV - o período objeto de discordância; e
instituições para: V - os motivos da discordância.
a) a correção e a exclusão de informações constantes no siste-
ma; Art. 13. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº
b) o cadastramento de medida judicial; 4.571, de 2017, devem, tão logo tenham conhecimento, remeter,
c) o registro de manifestação de discordância quanto às infor- no mínimo, as seguintes informações relativas aos processos de re-
mações constantes do sistema; cuperação judicial e extrajudicial de clientes de operações de cré-
IV - a consulta sobre qualquer informação do sistema depende dito:
de prévia autorização do cliente; I - a identificação do cliente;
II - a etapa do processo; e
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III - a data de início de cada etapa.


RISCOS DA ATIVIDADE BANCÁRIA. DE CRÉDITO. DE MER-
Art. 14. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº CADO. OPERACIONAL. SISTÊMICO. DE LIQUIDEZ.
4.571, de 2017, ao constatarem fraude na concessão de operação,
devem proceder à retirada do registro no SCR ou à marcação de
vício de contrato dessa operação. Os riscos da atividade bancária são elementos cruciais que as
Parágrafo único. A retirada de que trata este artigo não carac- instituições financeiras devem gerenciar para garantir sua estabi-
teriza erro na remessa de informação ao Banco Central do Brasil. lidade, rentabilidade e conformidade regulatória. Estes riscos são
Art. 15. As instituições referidas no art. 4º da Resolução nº variados e incluem riscos de crédito, de mercado, operacionais,
4.571, de 2017, poderão ter acesso às informações consolidadas de sistêmicos e de liquidez. Cada um desses riscos apresenta desafios
que trata o art. 9º da referida Resolução, somente para as datas-ba- únicos para os bancos e requer estratégias específicas de mitigação.
ses remetidas ao Banco Central do Brasil e incorporadas à base de
dados do SCR. Risco de Crédito
Art. 16. As instituições de que trata o art. 4º da Resolução nº O risco de crédito é talvez o mais conhecido dos riscos bancá-
4.571, de 2017, devem designar diretor responsável pelo cumpri- rios. Ele ocorre quando um mutuário não consegue cumprir suas
mento do disposto nesta Circular e indicar empregado para respon- obrigações financeiras para com o banco, seja em termos de paga-
der a eventuais questionamentos sobre as informações fornecidas mento de juros ou do principal. Isso pode resultar de insolvência do
ao SCR. mutuário ou de uma deterioração de sua situação financeira. Ban-
§ 1º A designação e a indicação referidas neste artigo devem ser cos gerenciam o risco de crédito através de uma cuidadosa análise
registradas no Sistema de Informações sobre Entidades de Interes- de crédito antes da concessão de empréstimos e monitoramento
se do Banco Central (Unicad), instituído pela Circular nº 3.165, de 4 contínuo da saúde financeira dos mutuários durante o período do
de dezembro de 2002. empréstimo.
§ 2º Para fins da responsabilidade de que trata este artigo, ad-
mite-se que o diretor designado desempenhe outras funções na Risco de Mercado
instituição, exceto as relativas à administração de recursos de ter- O risco de mercado refere-se à possibilidade de um banco so-
ceiros e a operações de tesouraria. frer perdas devido a mudanças adversas nas condições de merca-
Art. 17. As instituições de que trata o art. 4º da Resolução nº do, como flutuações nas taxas de juros, taxas de câmbio, preços de
4.571, de 2017, devem manter à disposição do Banco Central do ações e preços de commodities. Este tipo de risco é particularmente
Brasil, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, os dados e a descrição relevante para bancos que mantêm grandes portfólios de títulos ou
da metodologia utilizados para a elaboração das informações for- que participam ativamente de negociações no mercado financeiro.
necidas ao SCR. A gestão do risco de mercado envolve o uso de ferramentas sofisti-
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº cadas de modelagem e análise para prever e mitigar possíveis per-
4.571, de 2017, resultantes de processo de transformação, incor- das.
poração, fusão ou cisão, assumem as obrigações das instituições
transformadas, incorporadas, fusionadas ou cindidas, relativas ao Risco Operacional
fornecimento de informações ao SCR, inclusive no que tange ao dis- O risco operacional decorre de falhas nos processos internos,
posto nos arts. de 11 a 14 desta Circular. sistemas, pessoas ou eventos externos. Isso inclui tudo, desde er-
Art. 19. Conforme disposto no Regimento Interno do Banco ros simples de processamento de dados até fraudes, ciberataques
Central do Brasil, o departamento responsável pela gestão do SCR e catástrofes naturais. A gestão eficaz do risco operacional requer
estabelecerá a forma, os prazos e as condições para remessa, pelas sistemas robustos de controle interno, auditoria regular, treinamen-
instituições mencionadas no art. 4º da Resolução nº 4.571, de 2017, to de funcionários e planos de contingência para lidar com eventos
das informações de que trata esta Circular, observada a necessida- inesperados.
de para fins de supervisão.
Art. 20. Esta Circular entra em vigor em 1º de janeiro de 2018. Risco Sistêmico
Art. 21. Fica revogado o art. 17 da Circular nº 3.681, de 4 de no- O risco sistêmico se refere ao risco de colapso de todo o sis-
vembro de 2013, e a Circular nº 3.567, de 12 de dezembro de 2011, tema financeiro ou mercado, muitas vezes desencadeado pelo fra-
passando as citações e o fundamento de validade de normativos casso de uma única entidade ou grupo de entidades, que leva a um
editados pelo Banco Central do Brasil, com base nas normas ora efeito dominó. Este tipo de risco foi notavelmente exemplificado
revogadas, a ter como referência esta Circular. pela crise financeira de 2008. A gestão do risco sistêmico é comple-
xa, pois envolve não apenas a gestão de riscos individuais dos ban-
cos, mas também a regulação e supervisão do sistema financeiro
como um todo.

Risco de Liquidez
O risco de liquidez é o risco de um banco não conseguir aten-
der suas obrigações financeiras quando elas vencem, sem incorrer
em perdas significativas. Isso pode ocorrer devido à incapacidade
de converter ativos em dinheiro rapidamente ou devido a saques
inesperados em grande escala por depositantes. Bancos gerenciam
o risco de liquidez mantendo reservas adequadas de liquidez e di-
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

versificando suas fontes de financiamento. • Taxa de Juros: A taxa de juros do empréstimo reflete o risco
O gerenciamento eficaz desses riscos é vital para a saúde e es- percebido. Clientes com maior risco de crédito geralmente recebem
tabilidade do setor bancário. Ele requer uma combinação de análise taxas de juros mais altas.
cuidadosa, supervisão regulatória, estratégias de mitigação de ris-
cos e, em alguns casos, intervenção governamental para proteger o • Condições de Mercado: As condições econômicas gerais e as
sistema financeiro como um todo. tendências de mercado podem influenciar o risco de crédito. Por
exemplo, uma recessão econômica pode aumentar o risco de ina-
dimplência devido à perda de empregos e diminuição da renda.
PRINCIPAIS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO RISCO DE CRÉ-
DITO. CLIENTES. OPERAÇÃO.
• Regulamentações e Políticas: As políticas de crédito da insti-
tuição financeira e as regulamentações do setor também desem-
O risco de crédito é uma das principais preocupações no setor penham um papel crucial na gestão do risco de crédito. Políticas
financeiro, especialmente para instituições que oferecem emprésti- mais estritas podem reduzir o risco, mas também limitam o acesso
mos e créditos. Esse risco refere-se à possibilidade de perda resul- ao crédito.
tante do não cumprimento das obrigações financeiras por parte dos
tomadores de empréstimo. As principais variáveis relacionadas ao Ao avaliar o risco de crédito, é vital para os credores considerar
risco de crédito podem ser categorizadas em duas grandes áreas: uma combinação dessas variáveis para formar uma visão abrangen-
clientes e operação. Cada uma dessas áreas abrange diferentes fa- te do perfil de risco do cliente e da operação. Essa avaliação cuida-
tores que as instituições financeiras devem avaliar cuidadosamente dosa não apenas protege a instituição financeira, mas também aju-
ao tomar decisões de crédito. da a garantir práticas de empréstimo responsáveis que beneficiam
a economia como um todo.
Variáveis Relacionadas aos Clientes
Capacidade de Pagamento: A capacidade de pagamento do
cliente é um dos fatores mais críticos. Isso envolve avaliar a situação TIPOS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO (EMPRÉS-
financeira atual do cliente, incluindo sua renda, despesas, dívidas TIMOS, DESCONTOS, FINANCIAMENTOS E ADIANTAMEN-
existentes e outras obrigações financeiras. Análises de relatórios TOS).
de crédito e históricos de pagamento são comuns para avaliar este
aspecto. — Introdução
As operações de crédito bancário desempenham um papel cru-
• Histórico de Crédito: O histórico de crédito de um cliente for- cial no funcionamento do sistema financeiro, fornecendo recursos
nece informações valiosas sobre seu comportamento em relação a para indivíduos, empresas e governos. Neste contexto, é essencial
obrigações financeiras anteriores. Pontuações de crédito baixas ou compreender os diferentes tipos de operações de crédito disponí-
históricos de inadimplência são indicadores de risco elevado. veis, incluindo empréstimos, descontos, financiamentos e adianta-
mentos.
• Estabilidade de Emprego e Renda: Clientes com empregos es-
táveis e fontes de renda consistentes são geralmente considerados — Empréstimos
de menor risco. A instabilidade no emprego ou renda irregular pode
aumentar o risco de inadimplência. Definição
Os empréstimos são uma forma comum de operação de cré-
• Garantias Oferecidas: As garantias oferecidas pelo cliente, dito, onde o tomador recebe uma quantia específica de dinheiro
como imóveis ou outros ativos, podem reduzir o risco de crédito, com a obrigação de devolvê-la ao banco em parcelas, geralmente
pois proporcionam uma forma de recuperação no caso de inadim- acompanhadas de juros.
plência.
Características
• Propósito do Empréstimo: O propósito para o qual o emprés- Montante: determinado valor é concedido ao tomador.
timo é solicitado também pode afetar o risco. Por exemplo, emprés- Prazo: período definido para a quitação do empréstimo.
timos para investimentos em negócios podem ser mais arriscados Juros: taxa de juros aplicada sobre o valor emprestado.
do que empréstimos para melhorias residenciais.
Vantagens e cautelas
Variáveis Relacionadas à Operação Os empréstimos oferecem flexibilidade financeira, mas é cru-
Quantia do Empréstimo: Quanto maior o valor do empréstimo, cial analisar as taxas de juros e garantias necessárias para evitar en-
maior o risco para o credor. Bancos geralmente aplicam critérios dividamentos excessivos.
de avaliação mais rigorosos para empréstimos de valores elevados.
Exemplo prático:
• Prazo do Empréstimo: Empréstimos com prazos mais longos Suponha que uma empresa necessite de capital para expandir
geralmente apresentam um risco maior devido à incerteza a longo suas operações. Optando por um empréstimo, ela pode receber um
prazo na capacidade de pagamento do cliente. montante específico, com a obrigação de devolver em prestações
mensais ao longo de cinco anos, com uma taxa de juros anual fixa
de 8%.
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Considerações adicionais — Adiantamentos


Além das características mencionadas, é essencial compreen-
der que os empréstimos podem ser classificados em diversas moda- Definição
lidades, como empréstimos pessoais, empresariais e consignados, Adiantamentos envolvem a concessão de valores antes da data
cada um adequado a diferentes necessidades e perfis de tomado- prevista para seu recebimento.
res.
Características
— Descontos Antecipação: recebimento de valores antes do vencimento.
Aplicações: comum em transações comerciais.
Definição
As operações de desconto referem-se à antecipação de valo- Benefícios
res a receber, geralmente relacionados a títulos de crédito, como Adiantamentos facilitam fluxos de caixa, permitindo que as
duplicatas. partes envolvidas obtenham recursos previamente.

Características Exemplo prático:


Antecipação: o banco adianta o valor presente do título ao Um fornecedor pode oferecer um desconto significativo se um
cliente. cliente efetuar o pagamento antecipado de uma fatura, incentivan-
Taxa de Desconto: taxa cobrada pelo banco pela antecipação. do a prática de adiantamentos.
Estratégias empresariais
Aplicações comuns Empresas frequentemente utilizam adiantamentos como estra-
Empresas frequentemente recorrem aos descontos para obter tégia para melhorar a previsibilidade financeira e garantir a conti-
liquidez imediata, antecipando recebíveis. nuidade das operações.

Exemplo prático:
Uma empresa possui uma duplicata de R$10.000,00 com venci- OPERAÇÕES DE CRÉDITO GERAL. CRÉDITO PESSOAL E CRÉ-
mento para daqui a 60 dias. Optando pelo desconto, o banco adian- DITO DIRETO AO CONSUMIDOR. DESCONTO DE DUPLICA-
ta, por exemplo, 90% desse valor, cobrando uma taxa de desconto TAS, NOTAS PROMISSÓRIAS E CHEQUES PRÉ-DATADOS.
de 5%. CONTAS GARANTIDAS. CAPITAL DE GIRO. CARTÃO DE
CRÉDITO. MICROCRÉDITO URBANO.
Benefícios adicionais
Além de fornecer liquidez, operações de desconto podem re-
duzir riscos financeiros ao transferir parte da responsabilidade de
pagamento para o banco. Operações de Crédito Geral

— Financiamentos — Crédito pessoal e crédito direto ao consumidor

Definição Introdução
Os financiamentos representam a concessão de recursos para As operações de crédito geral desempenham um papel vital
aquisição de bens ou realização de projetos específicos. na vida financeira de indivíduos e no crescimento econômico. Duas
modalidades amplamente utilizadas são o Crédito Pessoal e o Cré-
Características dito Direto ao Consumidor (CDC).
Finalidade: recursos destinados a um propósito específico. Ambas proporcionam acesso a recursos financeiros para aten-
Amortização: pagamento em parcelas ao longo do tempo. der necessidades diversas, desde emergências pessoais até aquisi-
Garantias: podem ser exigidas pelo banco. ção de bens de consumo duráveis.

Utilização — Crédito Pessoal


Indivíduos e empresas utilizam financiamentos para adquirir
imóveis, veículos e investir em projetos de longo prazo. Definição
O Crédito Pessoal é uma modalidade de empréstimo não vincu-
Exemplo Prático: lado a uma finalidade específica, oferecendo flexibilidade ao toma-
Suponha que um indivíduo deseje adquirir um imóvel no valor dor para utilizar os recursos conforme sua necessidade.
de R$200.000,00. Optando por um financiamento, ele pode realizar
o pagamento em prestações mensais ao longo de 20 anos, com uma Características
taxa de juros de 7% ao ano. Finalidade livre: pode ser usado para qualquer fim, como paga-
mento de dívidas, despesas médicas, ou viagens.
Variações de financiamentos Rápida disponibilidade: aprovação e liberação ágeis, propor-
Existem diferentes tipos de financiamentos, como o imobiliá- cionando acesso imediato aos recursos.
rio, automotivo e empresarial, cada um adaptado a necessidades Taxas de juros variáveis: geralmente mais altas devido à au-
específicas. Compreender as características de cada modalidade é sência de garantias, tornando-o adequado para situações de curto
crucial para tomar decisões financeiras informadas. prazo.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Exemplo prático: — Comparação entre Crédito Pessoal e CDC


Suponha que um indivíduo se depara com despesas médicas
inesperadas. Optando pelo Crédito Pessoal, ele pode receber uma Similaridades
quantia específica para uso imediato, pagando-a posteriormente Ambas as modalidades oferecem acesso rápido a recursos fi-
em parcelas ajustadas à sua capacidade financeira. nanceiros, permitindo que o consumidor atenda às suas necessida-
des imediatas.
Considerações adicionais
Além da flexibilidade, o Crédito Pessoal é uma opção valiosa Diferenças
para situações emergenciais, mas a avaliação criteriosa das taxas de Finalidade e flexibilidade: o Crédito Pessoal é mais flexível
juros e a análise do impacto financeiro são essenciais. quanto à finalidade, enquanto o CDC está vinculado à aquisição de
bens específicos.
Estratégias de utilização Taxas de juros: o CDC, geralmente, apresenta taxas mais baixas
O Crédito Pessoal pode ser estrategicamente utilizado para con- devido à garantia do bem financiado, tornando-o adequado para
solidar dívidas, realizar investimentos de curto prazo ou lidar com aquisições de longo prazo.
despesas inesperadas. A chave está na compreensão das condições
contratuais e na escolha de um plano de pagamento adequado. Escolha consciente
A escolha entre Crédito Pessoal e CDC deve ser guiada pelas ne-
— Crédito Direto ao Consumidor (CDC) cessidades específicas do consumidor. Enquanto o Crédito Pessoal
oferece versatilidade, o CDC é ideal para quem busca adquirir bens
Definição de maneira planejada, com benefícios financeiros a longo prazo.
O CDC refere-se a operações de financiamento direto para
aquisição de bens de consumo, como eletrodomésticos, eletrôni- Considerações finais
cos, veículos, e até mesmo viagens ou procedimentos médicos es- Entender as nuances entre o Crédito Pessoal e o CDC é crucial
pecíficos. para escolher a modalidade mais adequada às necessidades indivi-
duais. A análise cuidadosa de prazos, taxas e garantias é fundamen-
Características tal para uma decisão financeira informada.
Vinculado a bens: destinado à compra de produtos específi-
cos, oferecendo uma solução estruturada para aquisição de bens Documentos de Cobrança
duráveis.
Parcelamento: pagamento em prestações ao longo do tempo, Duplicatas
adaptado à vida útil do bem adquirido. A emissão de duplicata possibilita um processo de pagamento
Garantia do bem financiado: o bem adquirido serve como ga- que se originou da celebração de um contrato à vista ou a prazo de
rantia, permitindo taxas de juros mais vantajosas. compra e venda mercantil, sendo emitida de forma facultativa pelo
vendedor contra o comprador. Na hipótese de haver endossante
Exemplo prático: ou avalista, se torna necessário a anuência destes para manter sua
Suponha que um consumidor deseje adquirir um veículo zero coobrigação.
quilômetro. Optando pelo CDC Automotivo, ele pode parcelar o Para não perder o direito regressivo contra endossantes e res-
valor do automóvel ao longo de vários anos, utilizando o próprio pectivos avalistas, deverá o portador tirar o protesto de duplicata
veículo como garantia. dentro do prazo de 30 dias contados da data do seu vencimento. É
necessário o protesto contra o aceitante, seu avalista para garantir
Variações de CDC a ação executiva. Mas se o sacado não deu aceite no título ou não
Existem diferentes formas de CDC, adaptadas às característi- devolveu, torna-se indispensável o protesto para promover a ação
cas específicas dos bens financiados. O CDC Eletrodomésticos, por executiva, desde que esteja acompanhado do documento compro-
exemplo, pode oferecer parcelamentos específicos para produtos batório da remessa ou entrega da mercadoria ou comprovante de
dessa categoria. prestação de serviços. A duplicata poderá ser protestada pelos se-
guintes motivos:
Vantagens adicionais - Por falta de aceite;
Além da conveniência do parcelamento, o CDC frequentemen- - Por falta de devolução;
te proporciona taxas de juros mais atrativas em comparação com - Por falta de pagamento;
outras formas de crédito. A garantia do bem financiado reduz o - Ação para cobrança.
risco percebido pelas instituições financeiras, resultando em condi-
ções mais favoráveis para o consumidor. Nota Promissória
A Nota promissória14 é um título cambiário em que seu respon-
sável assume a obrigação direta e principal de pagar a soma cons-
tante no título. Se caracteriza como vínculo jurídico transitório en-
tre credor e devedor.
Em sentido amplo essa obrigação refere-se a uma relação entre
pelo menos duas partes e para que se concretize, é necessária a
imposição de uma dessas e a sujeição de outra em relação a uma
14 https://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=20329
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

restrição de liberdade da segunda. A nota promissória nada mais é do que um documento formal de uma promessa de pagamento. Como
nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser transferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval.
Caso a nota promissória não seja paga em seu vencimento poderá ser protestada, como ainda será possível ao beneficiário efetuar a
cobrança judicial, a qual ocorre por meio da ação cambial que é executiva, no entanto a parte só pode agir em juízo se estiver representada
por advogado legalmente habilitado.

Cheque
O cheque15 é uma ordem de pagamento à vista e um título de crédito. A operação com cheque envolve três agentes:
- O emitente (emissor ou sacador), que é aquele que emite o cheque;
- O beneficiário, que é a pessoa a favor de quem o cheque é emitido;
- O sacado, que é o banco onde está depositado o dinheiro do emitente.

Contudo, para os cheques de valor superior a R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais), é prudente que o cliente comunique ao banco com ante-
cedência, pois a instituição pode postergar saques acima desse valor para o expediente seguinte. O cheque é também um título de crédito
para o beneficiário que o recebe, porque pode ser protestado ou executado em juízo. Nele estão presentes dois tipos de relação jurídica.
A primeira entre o emitente e o banco (baseada na conta bancária). Já a segunda entre o emitente e o beneficiário.

Cheque pré-datado
Trata-se de um cheque comum, entretanto ele é preenchido com uma data futura. Ou seja, quando você deseja comprar a prazo e
coloca, na parte de baixo da folha do cheque a data que você deseja que o valor seja compensado. Isso o torna um cheque pré-datado.

Descontar cheque pré-datado e/ ou cruzá-lo

A maneira do preenchimento de cheque pré-datado pode fazer valer algumas características que irão influenciar diretamente em seu
uso. É possível torná-lo um cheque endereçado.
Dessa maneira, quando esse estilo de cheque está endereçado, ele só poderá ser sacado pela pessoa ou conta em que está destinado.
Essa modalidade é conhecida como cheque nominal quando tem um nome em específico ou cheque cruzado quando for para conta
corrente.
Além do direcionamento, o cheque cruzado pode conter também o banco ao qual deverá ser realizado o saque, descrito entre as linhas
cruzadas.

Para cruzar cheque pré-datado, basta seguir os passos a seguir:


Preencher o cheque com as informações básicas de valor, data, nome ou conta remetente;
No caso do cheque pré-datado, colocar a data futura em que deverá ser compensado;
Realizar dois riscos de forma paralela “//” em algum dos lados na parte frontal do cheque;
Para direcionar também o banco, basta colocar entre os riscos o nome do banco em questão.

Capital de Giro

Capital de Giro é uma linha de crédito concedida pelos bancos para financiar a operação diárias de uma organização, sendo oferecido
em condições facilitadas pelos bancos e instituições financeiras.
A gestão do capital de giro é uma das mais importantes, e também uma das mais complexas e abrangentes áreas financeiras de uma or-
ganização. A gestão do capital de giro diz respeito aos elementos de giro, que correspondem aos recursos correntes de curto prazo da uma
organização, como o ativo circulante e o passivo circulante, e de que maneira estes elementos estão inter-relacionados, conforme abaixo:

15 http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/servicos6.asp
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A gestão do capital de giro refere-se à capacidade da firma em operação de saque.


saldar, as compras de matérias-primas, o pagamento de fornecedo- O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contrato
res, o processo produtivo, os estoques, as vendas, a concessão de realizado entre o consumidor e uma administradora de cartões de
crédito, o recebimento, o pagamento de salários, impostos e outros crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de intermedia-
encargos referentes à operação das empresas. ção de pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio de
cartão, até um limite estabelecido entre o consumidor e um forne-
No estudo do ativo circulante são naturais implicações com o cedor de bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada,
gerenciamento de caixa, nível de crédito e nível de estoque, ou seja, desde que o consumidor pague suas obrigações integralmente até
de que maneira os recursos da empresa são aplicados no capital de o dia do vencimento da fatura e não opte pelo parcelamento do
giro. valor das compras.
A gestão do ativo circulante de uma empresa deve estabelecer
a quantidade de caixa necessário para sustentar a atividade opera- Fatura ou Demonstrativo do Cartão
cional de caixa e também para: As instituições devem fornecer aos seus clientes demonstrati-
a) atender a necessidades inesperadas de caixa. A empresa vos ou faturas mensais de cartão de crédito, explicitando informa-
deve possuir caixa para atender a necessidades inesperadas de di- ções, no mínimo, a respeito dos seguintes aspectos:
nheiro, como campanha de marketing repentina, devido a mudan- - Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de
ças na concorrência; operação de crédito passível de contratação;
b) obter crédito (reciprocidade). A liquidez das empresas é im- - Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de
portante para enfrentar as necessidades financeiras e manter sua operação de crédito passível de contratação;
classificação de risco de crédito, junto às instituições financeiras. - Gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando
Além disso, os bancos costumam conceder descontos em tarifas parcelados;
bancárias, conforme o montante de recursos da empresa aplicados - Identificação das operações de crédito contratadas e respec-
no banco (reciprocidade); tivos valores;
c) obter descontos comerciais. A disponibilidade de caixa tam- - Valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma
bém é útil para aproveitar descontos comerciais, como aqueles segregada de acordo com os tipos de operações realizadas por meio
obtidos pelo pagamento antecipado das contas ou obtidos ao se do cartão;
adquirir uma quantidade maior de produtos. Não havendo possibi- - Valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte no caso de
lidade de ganhos financeiros, o caixa deve tender a zero, a partir de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura;
um adequado planejamento. - Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das opera-
ções de crédito passíveis de contratação;
A concessão de crédito também deve ser observada pelo ad- - Taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação
ministrador durante a gestão do comportamento das vendas e da de obrigações.
formulação de uma política de crédito que compreenda a avaliação
do risco de crédito, prazos de concessão e política de cobrança. Tarifas
Outro elemento importante na gestão do ativo circulante é o O Banco Central, através da Resolução 3.919/201016 definiu cin-
estoque. Para a determinação do nível adequado de estoques deve co tipos de tarifas para cartão de crédito:
ser feita a comparação entre o custo que esse estoque representa - Segunda Via de Cartão: é cobrada para emissão de uma nova
incorrerá, caso venha a faltar estoque. via do mesmo cartão, por motivo de roubo, perda, entre outros
pelo usuário;
Cartão de Crédito - Saque: é cobrado quando o usuário efetua saques através do
cartão de crédito através de caixas eletrônicos ou outros canais de
O cartão de crédito é um serviço de intermediação que permite atendimento no Brasil ou no exterior;
ao consumidor adquirir bens e serviços em estabelecimentos co- - Anuidade: é cobrado uma vez por ano, podendo ser paga à
merciais previamente credenciados, mediante a comprovação de vista ou parcelada;
sua condição de usuário. Tal comprovação é feita com a apresenta- - Avaliação de Crédito em Caráter de Urgência: é a tarifa cobra-
ção do cartão no ato da aquisição da mercadoria. da quando o cliente ultrapassa o limite máximo do cartão;
- Pagamentos de Contas: é cobrada quando o cliente utiliza o
Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão en- cartão de crédito para pagamento de contas, como água, luz, bole-
tre consumidor e administradora de cartões de crédito, que tem por tos, entre outros.
objeto a prestação dos seguintes serviços:
– Serviços de intermediação de pagamentos à vista entre consu- Crédito Rotativo
midor e fornecedor pertencente a uma rede credenciada; A partir de Abril de 2017, com a entrada em vigor da Resolução
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura do BACEN 4.549/201717 e 3.892/201818, o saldo devedor da fatura
de obrigações assumidas através do cartão de crédito junto a forne- de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o venci-
cedor pertencente a uma rede credenciada; 16 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=res&a-
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura no=2010&numero=3919&r=1
de inadimplemento por parte do consumidor de obrigações assu- 17 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=4549&ti-
midas junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada; po=Resolu%C3%A7%C3%A3o&data=26/1/2017
– Serviço de intermediação financeira (crédito) para emprésti- 18 https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?numero=3892&ti-
mos em dinheiro direto ao consumidor, disponibilizado através de po=Circular&data=26/4/2018
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mento, somente pode ser mantido em crédito rotativo até o venci- belecimentos de crédito oficiais e particulares para incrementar os
mento da próxima fatura, normalmente no prazo de 30 dias. investimentos rurais reprodutivos, bem como atender às necessi-
Sendo assim no mês seguinte, ou seja, no final do prazo dos dades de custeio e comercialização da produção agropecuária e da
30 dias, o cliente não terá mais a opção do pagamento mínimo e Pesca, onde proporciona:
deverá escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a fatura, de a) Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores
acordo com as opções que o banco ofereça, com a taxa de juros do ou por suas cooperativas;
parcelamento sempre menor do que a do rotativo. b) Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a
comercialização de produtos agropecuários;
Microcrédito Urbano c) Fortalecer o setor rural;
d) Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de
O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno va- produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do
lor a microempreendedores formais e informais, normalmente sem padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos
acesso ao sistema financeiro tradicional.19 recursos naturais;
Podem obter recursos do BNDES Microcrédito as pessoas físicas e) Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização
e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de pequeno de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e
porte, ou seja, aquelas que obtenham receita bruta igual ou inferior trabalhadores rurais;
a R$ 360 mil em cada ano-calendário. Os recursos destinam-se sem- f) Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
pre ao financiamento de capital de giro ou de investimentos produ- g) Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra
tivos fixos, como obras civis, compra de máquinas e equipamentos na agricultura familiar.
novos e usados, e compra de insumos e materiais.
O valor do financiamento e a taxa de juros são determinados De acordo com o Decreto-Lei nº 167/196722, e da Lei nº
pelo agente operador, de acordo com limites pré-estabelecidos. 10.931/200423, a formalização do crédito rural pode ser realizada
Como o BNDES não atua diretamente no apoio aos microempreen- por meio dos seguintes títulos:
dedores, os interessados devem dirigir-se aos agentes operadores - Cédula Rural Pignoratícia (CRP)24;
do microcrédito de sua cidade/região, que analisarão a possibilida- - Cédula Rural Hipotecária (CRH)25;
de de concessão de crédito e as condições do financiamento. - Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH);
- Nota de Crédito Rural (NCR).
- Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB).
OPERAÇÕES DE CRÉDITO ESPECIALIZADO. CRÉDITO RU-
RAL. CONCEITO, BENEFICIÁRIOS, PRECEITOS E FUNÇÕES Beneficiários
BÁSICAS; FINALIDADES: OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO, São beneficiários do Crédito Rural os produtores rurais, classi-
CUSTEIO E COMERCIALIZAÇÃO. ficados como Pessoa Física ou Jurídicas, também Cooperativas de
produtores rurais que exercem a atividade com fins lucrativos, e
Pessoais Físicas ou Jurídicas que, embora não conceituados como
Operações de Crédito são acordos de vontades entre as partes,
“produtor rural”, ou seja, empresas que trabalham para atender as
pelo princípio da autonomia20, onde as instituições financeiras têm
necessidade dos produtores, se dedicando as seguintes atividades:
autonomia para conceder empréstimos e financiamentos com base
- Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou
em critérios próprios. O Banco Central, na qualidade de ente regu-
certificadas;
lador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional, não interfere
- Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e
na celebração de contratos de empréstimos e financiamentos, nem
embriões;
na renegociação de dívidas entre as instituições financeiras e seus
- Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária,
clientes.
em imóveis rurais, inclusive para proteção do solo;
Aqui traremos algumas operações de créditos que são disponi-
- Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis
bilizadas para determinados ramos ou situações onde se há neces-
rurais;
sidade de crédito.
- Medição de lavouras;
- Atividades florestais.
Crédito Rural
Custeio
O crédito rural foi institucionalizado no Brasil através da Lei nº.
A estabilidade monetária, obtida com a implantação do Plano
4.829 de 05/11/196521 e constitui hoje um dos principais instru-
Real na economia brasileira, permite que o governo estabeleça uma
mentos utilizados pelo governo brasileiro na execução de sua po-
política agrícola de longo prazo, com regras claras sobre a sua atu-
lítica Agrícola. Basicamente, o crédito rural consiste no suprimento
ação na produção e no mercado de produtos agrícolas, sobretudo
adequado, suficiente e oportuno de recursos financeiros por esta-
no que tange à política de crédito e aos instrumentos de amparo à
19 https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/bndes-microcre- produção e à comercialização.
dito/bndes-microcredito 22 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0167.htm
20 Princípio que consiste no poder entre partes para estipular livremente, como 23 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm
melhor convier, mediante acordo a disciplina de seus interesses, suscitando efei- 24 É baseada no penhor rural e que passa a valer como título de crédito
tos ordem jurídica, envolvendo a criação de contratos e a liberdade de contratar ou 25 É um título de crédito vinculado a financiamento rural, no qual o emitente
não contratar. presta garantia hipotecária
21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4829.htm
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Introduziram-se alguns ajustes nas regras atuais do crédito ru-


ral, que foram identificados mediante o comportamento e a avalia- PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRI-
ção das medidas que vigoram na safra passada. Esses ajustes estão CULTURA FAMILIAR (PRONAF): BASE LEGAL, FINALIDADES,
agora sendo divulgados, de modo a contribuir para a tomada de BENEFICIÁRIOS, DESTINAÇÃO, CONDIÇÕES.
decisão do agricultor, permitindo que ele faça sua programação de
maneira adequada e oportuna.
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Custeio Agrícola: Tem por finalidade atender as despesas nor- (PRONAF)
mais do ciclo de produção vegetal como opção de crédito ou uma
forma de capital de giro. O crédito de custeio para o campo é uma O PRONAF destina-se a estimular a geração de renda e melho-
forma de custeio que permite ao produtor planejar seu trabalho e rar o uso da mão de obra familiar, por meio do financiamento de
capital de giro para atividades sazonais. atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários de-
Uma vez tomada à decisão, o produtor não pode recuar sem senvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias
grandes prejuízos. Esse risco muda de acordo com a lavoura ou la- próximas26, proporcionando assim a manutenção de novas tecno-
vouras, também conhecidas como mix de produção, na região de logias e estimulando a pesquisa e desenvolvimento de técnicas à
plantio e o tamanho da área a ser semeada. Durante o ciclo produ- agricultura familiar.
tivo das lavouras é abrangido o preparo das terras até a entrega da
produção, despesas de armazenamento no imóvel ou em coope- Beneficiários27
rativas, aquisição de mudas, sementes, fertilizantes, corretivos de São beneficiários do PRONAF os agricultores e produtores rurais
solo, etc. que compõem as unidades familiares de produção rural e que com-
provem seu enquadramento mediante apresentação da Declaração
Custeio Pecuário: Tem por finalidade atender as despesas nor- de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, em um dos seguintes grupos:
mais de exploração pecuária, podendo estender à aquisição isolada
de insumos como sal, forragens, rações, minerais, defensivos vege- Grupo A: Agricultores familiares assentados pelo Programa Na-
tais e animais, abrangendo também apicultura, piscicultura, serici- cional de Reforma Agrária (PNRA) ou beneficiários do Programa Na-
cultura, fenação, silagem, etc. cional de Crédito Fundiário (PNCF) que não contrataram operação
de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a
Investimentos: Esta operação de investimento é toda aplicada Reforma Agrária (Procera) ou que ainda não contrataram o limite de
em bens ou serviços e se destinam na formação do capital fixo ou operações ou de valor de crédito de investimento para estruturação
semifixo para os produtores, sendo eles: no âmbito do Pronaf;
a) Fixos: Aplicação em bem estável de longa duração e vários
ciclos de produção. Ex.: Construção de mangueiras, pontes, cercas, Grupo B: Beneficiários que possuam renda bruta familiar nos
coxos cobertos, barracões, etc., e últimos 12 meses de produção normal, que antecedem a solicita-
b) Semifixo: Bem estável de curta e média duração: Ex.: Aquisi- ção da DAP, não superior a R$20.000,00 (vinte mil reais) e que não
ção de matrizes (vacas), reprodutores, etc. contratem trabalho assalariado permanente;

Pagamento e Fiscalização Grupo A/C: Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou


O pagamento do crédito deve ser efetuado de uma única vez ou beneficiários do PNCF que:
em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O prazo a) Tenham contratado a primeira operação no Grupo A;
e o cronograma de pagamentos devem ser estabelecidos em fun- b) Não tenham contratado financiamento de custeio, exceto no
ção da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos próprio Grupo A/C.
coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da
atividade assistida. Os Agricultores Familiares que:
É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressal- a) Explorem parcela de terra na condição de proprietário, pos-
vados os casos expressamente previstos e deve ser efetuada nos seiro, arrendatário, comodatário, parceiro, concessionário do PNRA
seguintes momentos: ou permissionário de áreas públicas;
- Crédito de custeio agrícola, antes da época prevista para co- b) Residam no estabelecimento ou em local próximo, conside-
lheita; rando as características geográficas regionais;
- Empréstimo do Governo Federal (EGF) no curso da operação; c) Não detenham, a qualquer título, área superior a quatro mó-
- Crédito de custeio pecuário, pelo menos uma vez no curso da dulos fiscais, contíguos ou não, quantificados conforme a legislação
operação, em época que seja possível verificar sua correta aplica- em vigor;
ção; d) Obtenham, no mínimo, 50% da renda bruta familiar da explo-
- Crédito de investimento para construções, reformas ou am- ração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;
pliações de benfeitorias até a conclusão do cronograma de execu- e) Tenham o trabalho familiar como predominante na explo-
ção, previsto no projeto; ração do estabelecimento, utilizando mão de obra de terceiros de
- Demais financiamentos em até sessenta dias após cada utiliza- acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária, po-
ção, para comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições. dendo manter empregados permanentes em número menor ou

26 https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp
27 https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/PRONAF.asp#1
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

igual ao número de pessoas da família ocupadas com o empreen- Principais Condições ao Crédito
dimento familiar; É necessária a apresentação de garantias para obtenção de fi-
f) Tenham obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses nanciamento do PRONAF, sendo a escolha dessas de livre conven-
de produção normal, que antecedem a solicitação da DAP, de até ção entre o financiado e o financiador, que devem ser ajustadas de
R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), considerando neste acordo com a natureza e o prazo do crédito. Um dos benefícios do
limite a soma de 100% do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do PRONAF é de a documentação pertinente à relação contratual en-
valor da receita recebida de entidade integradora e das demais ren- tre o proprietário da terra e o beneficiário do crédito não estarem
das provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento sujeitas à exigência de registro em cartório.
e fora dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos
os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de Limites e Prazos
atividades rurais; O valor do custeio rural contratado ao amparo do PRONAF fica
limitada a R$250.000,00 por mutuário e por ano agrícola.
Demais Beneficiários: São também beneficiários do Pronaf, me- O prazo de pagamentos observando os ciclos de cada empreen-
diante apresentação de DAP válida, as pessoas que: dimento são:
- Atendam, no que couber, às exigências previstas no tópico IV - - Para o Custeio Agrícola:
Agricultores familiares - e que sejam: De até 3 anos para as culturas de açafrão e palmeira real (pal-
- Pescadores artesanais que se dediquem à pesca artesanal, mito);
com fins comerciais, explorando a atividade como autônomos, com De até 2 anos para as culturas bianuais;
meios de produção próprios ou em regime de parceria com outros De até 1 ano para as demais culturas.
pescadores igualmente artesanais;
- Aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que - Para o Custeio Pecuário:
tenham na água seu normal ou mais frequente meio de vida e que De até 6 meses, no financiamento para aquisição de bovinos e
explorem área não superior a 2 (dois) hectares de lâmina d’água bubalinos para engorda em regime de confinamento;
ou, quando a exploração se efetivar em tanque-rede, ocupem até De até 2 anos quando o financiamento envolver a aquisição de
500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água; bovinos e bubalinos para recria e engorda em regime extensivo e o
- Silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que crédito abranger as duas finalidades na mesma operação;
promovam o manejo sustentável daqueles ambientes; De até 1 ano nos demais financiamentos, podendo esse prazo
- Que se enquadrem nas alíneas de A até F28 e que sejam: ser estendido por mais 1 ano quando o crédito se destinar à aqui-
a) extrativistas que exerçam o extrativismo artesanalmente no cultura, conforme o ciclo produtivo de cada espécie contido no pla-
meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores; no, proposta ou projeto.
b) integrantes de comunidades quilombolas rurais;
c) povos indígenas; Subprogramas do PRONAF29
d) demais povos e comunidades tradicionais. - Pronaf Agroindústria: financiamento a agricultores e produ-
tores rurais familiares, pessoas físicas e jurídicas, e a cooperativas
Importante: A Lei nº 11.326, de 2006, estabelece as diretrizes para investimento em beneficiamento, armazenagem, processa-
para a formulação da Política da Agricultura Familiar e Empreendi- mento e comercialização agrícola, extrativista, artesanal e de pro-
mentos Familiares Rurais, e o seu artigo 3º define quem é conside- dutos florestais; e para apoio à exploração de turismo rural;
rado agricultor familiar e empreendedor familiar rural.
- Pronaf Mulher: financiamento à mulher agricultora integrante
Destinação de unidade familiar de produção enquadrada no Pronaf, indepen-
Os créditos são destinados ao: dentemente do estado civil.
- Custeio: Para financiar atividades agropecuárias e não agrope-
cuárias de acordo com projetos específicos ou propostas de finan- - Pronaf Agroecologia: financiamento a agricultores e produto-
ciamento; res rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sistemas
- Investimento: Para financiar atividades agropecuárias ou não de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos
agropecuárias, para implantação, ampliação ou modernização da relativos à implantação e manutenção do empreendimento.
estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de ser-
viços, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais - Pronaf ECO: financiamento a agricultores e produtores rurais
próximas, de acordo com projetos específicos. Integralização de familiares, pessoas físicas, para investimento na utilização de tecno-
cotas-partes pelos beneficiários nas cooperativas de produção: des- logias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamen-
tinam-se a financiar a capitalização de cooperativas de produção to hídrico, pequenos aproveitamentos hidro energéticos, silvicultu-
agropecuárias formadas por beneficiários do Pronaf; ra e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez
- Industrialização: Para financiar atividades agropecuárias, da e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da
produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf, de acor- capacidade produtiva.
do com projetos específicos ou propostas de financiamento. Os
créditos individuais, independentemente da classificação dos bene- - Pronaf Mais Alimentos: financiamento a agricultores e pro-
ficiários a que se destinam, devem objetivar, sempre que possível, o dutores rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sua
desenvolvimento do estabelecimento rural como um todo. estrutura de produção e serviços, visando ao aumento de produti-
vidade e à elevação da renda da família.
28 As alíneas A até F deste tópico. 29 https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

- Pronaf Jovem: financiamento a agricultores e produtores ru- CAPÍTULO I


rais familiares, pessoas físicas, para investimento nas atividades de Do Financiamento Industrial
produção, desde que beneficiários sejam maiores de 16 anos e me-
nores de 29 anos entre outros requisitos. Art. 1º O financiamento concedido por instituições financeiras a
pessoa física ou jurídica que se dedique à atividade industrial pode-
- Pronaf Microcrédito (Grupo “B”): financiamento a agriculto- rá efetuar-se por meio da cédula de crédito industrial prevista neste
res e produtores rurais familiares, pessoas físicas, que tenham obti- Decreto-lei.
do renda bruta familiar de até R$ 20 mil, nos 12 meses de produção
normal que antecederam a solicitação da Declaração de Aptidão ao Art. 2º O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o financia-
PRONAF (DAP). mento nos fins ajustados, devendo comprovar essa aplicação no
prazo e na forma exigidos pela instituição financiadora.
- Pronaf Cotas-Partes: financiamento para integralização de
cotas-partes por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas Art. 3º A aplicação do financiamento ajustar-se-á em orçamen-
de produção rural; e aplicação pela cooperativa em capital de giro, to, assinado, em duas vias, pelo emitente e pelo credor, dele deven-
custeio, investimento ou saneamento financeiro. do constar expressamente qualquer alteração que convencionarem.
Parágrafo único. Far-se-á, na cédula, menção do orçamento que
a ela ficará vinculado.
CRÉDITO INDUSTRIAL, AGROINDUSTRIAL, PARA O CO-
MÉRCIO E PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: CONCEITO, Art. 4º O financiador abrirá, com o valor do financiamento conta
FINALIDADES (INVESTIMENTO FIXO E CAPITAL DE GIRO vinculada à operação, que o financiado movimentará por meio de
ASSOCIADO), BENEFICIÁRIOS. cheques, saques, recibos, ordens, cArt.as ou quaisquer outros docu-
mentos, na forma e no tempo previstos na cédula ou no orçamento.

Crédito Industrial e Agroindustrial Art. 5º As importâncias fornecidas pelo financiador vencerão ju-
ros e poderão sofrer correção monetária às taxas e aos índices que
O crédito Industrial e Agroindustrial é uma modalidade que o Conselho Monetário Nacional fixar, calculados sobre os saldos de-
busca promover o desenvolvimento do segmento por meio da ex- vedores da conta vinculada à operação, e serão exigíveis em 30 de
pansão, diversificação e aumento de competitividade das empre- junho, 31 de dezembro, no vencimento, na liquidação da cédula ou,
sas, contribuindo para agregar valor às matérias-primas locais, me- também, em outras datas convencionadas no título, ou admitidas
diante o financiamento de empreendimentos de pequeno, médio e pelo referido Conselho.
grande porte. Financia principalmente: Parágrafo único. Em caso de mora, a taxa de juros constante da
- A aquisição de bens de capital e implantação ou moderniza- cédula será elevável de 1% (um por cento) ao ano.
ção, reforma ou ampliação de empreendimentos;
- Aquisição de veículos utilitários necessários ao funcionamento Art. 6º O devedor facultará ao credor a mais ampla fiscalização
do empreendimento; do emprego da quantia financiada, exibindo, inclusive os elementos
- Modernização de máquinas e equipamentos; que lhe forem exigidos.
- Aquisição de móveis e utensílios;
- Elaboração de estudos ambientais; Art. 7º O financiador poderá, sempre que julgar conveniente e
- Capital de giro associado ao investimento; por pessoas de sua indicação, não só percorrer todas e quaisquer
- Entre outras modalidades. dependências dos estabelecimentos industriais referidos no título,
como verificar o andamento dos serviços neles existentes.
O público alvo são empresários registrados na junta comercial e
pessoas jurídicas de direito privado que realizem atividades produ- Art. 8º Para ocorrer às despesas cem a fiscalização, poderá ser
tivas no setor industrial e agroindustrial, como por exemplo, Coope- ajustada, na cédula, comissão fixada e exigível na forma do Art. 5º
rativas, Associações de Produtores, Pequenas Indústria, Empresas deste Decreto-lei, calculada sobre os saldos devedores da conta vin-
Prestadoras de Serviços, entre outros. culada à operação, respondendo ainda o financiado pelo pagamen-
Abaixo trazemos na íntegra o Decreto Lei 413/1969 que dispões to de quaisquer despesas que se verificarem com vistorias frustra-
sobre o financiamento industrial. das, ou que forem efetuadas em consequência de procedimento seu
que possa prejudicar as condições legais e celulares.
DECRETO-LEI Nº 413, DE 09 DE JANEIRO DE 1969.30
CAPÍTULO II
Dispõe sobre títulos de crédito industrial e dá outras providên- Da Cédula de Crédito Industrial
cias.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe Art. 9º A cédula de crédito industrial e promessa de pagamento
confere o § 1º do Art.2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezem- em dinheiro, com garantia real, cedularmente constituída.
bro de 1968,
DECRETA Art. 10. A cédula de crédito industrial é título líquido e certo,
exigível pela soma dela constante ou do endosso, além dos juros,
30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0413.htm - Últi- da comissão de fiscalização, se houver, e demais despesas que o
mo acesso em 27/10/2018 as 12h36min credor fizer para segurança, regularidade e realização de seu direito
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

creditório. fazendo-se, na cédula, menção a essa circunstância, logo após a in-


§ 1º Se o emitente houver deixado de levantar qualquer parce- dicação do grau do penhor ou da hipoteca, da alienação fiduciária
la do credito deferido, ou tiver feito pagamentos parciais, o credor e de seu valor global.
desconta-los-á da soma declarada na cédula, tornando-se exigível § 3º Da descrição a que se refere o inciso V deste Art.igo, dis-
apenas o saldo. pensa-se qualquer alusão à data, forma e condições de aquisição
§ 2º Não constando do endosso o valor pelo qual se transfere dos bens empenhados. Dispensar-se-ão, também, para a caracteri-
a cédula, prevalecerá o da soma declarada no título, acrescido dos zação do local ou do depósito dos bens empenhados ou alienados
acessórios, na forma deste Art.igo, deduzido o valor das quitações fiduciariamente, quaisquer referências a dimensões, confrontações,
parciais passadas no próprio título. benfeitorias e a títulos de posse ou de domínio.
§ 4º Se a descrição do imóvel hipotecado se processar em docu-
Art. 11. Importa em vencimento antecipado da dívida resultante mento à pArt.e, deverão constar também da cédula todas as indi-
da cédula, independentemente de aviso ou de interpelação judicial, cações mencionadas no item V deste Art.igo, exceto confrontações
a inadimplência de qualquer obrigação do eminente do título ou, e benfeitorias.
sendo o caso, do terceiro prestante da garantia real. § 5º A especificação dos imóveis hipotecados, pela descrição
§ 1º Verificado o inadimplemento, poderá, ainda, o financiador pormenorizada, poderá ser substituída pela anexação à cédula de
considerar vencidos antecipadamente todos os financiamentos con- seus respectivos títulos de propriedade.
cedidos ao emitente e dos quais seja credor. § 6º Nos casos do parágrafo anterior, deverão constar da cé-
§ 2º A inadimplência, além de acarretar o vencimento antecipa- dula, além das indicações referidas no § 4º deste Art.igo, menção
do da dívida resultante da cédula e permitir igual procedimento em expressa à anexação dos títulos de propriedade e a declaração de
relação a todos os financiamentos concedidos pelo financiador ao ou eles farão pArt.e integrante da cédula até sua final liquidação.
emitente e dos quais seja credor, facultará ao financiador a capita-
lização dos juros e da comissão de fiscalização, ainda que se trate CAPÍTULO III
de crédito fixo. Da Nota de Crédito Industrial

Art. 12. A cédula de crédito industrial poderá ser aditada, ratifi- Art. 15. A nota de crédito industrial é promessa de pagamento
cada e retificada, por meio de menções adicionais e de aditivos, da- em dinheiro, sem garantia real.
tados e assinados pelo emitente e pelo credor, lavrados em folha à
pArt.e do mesmo formato e que passarão a fazer pArt.e integrante Art. 16. A nota de crédito industrial conterá os seguintes requisi-
do documento cedular. tos, lançados no contexto:
I - Denominação “Nota de Crédito Industrial”.
Art. 13. A cédula de crédito industrial admite amortizações pe- II - Data do pagamento; se a nota fôr emitida para pagamento
riódicas que serão ajustadas mediante a inclusão de cláusula, na parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de
forma prevista neste Decreto-lei. pagamento das prestações.
III - Nome do credor e cláusula à ordem.
Art. 14. A cédula de crédito industrial conterá os seguintes requi- IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos e por ex-
sitos, lançados no contexto: tenso, e a forma de sua utilização.
I - Denominação “Cédula de Crédito Industrial”. V - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e
II - Data do pagamento, se a cédula for emitida para pagamento épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas.
parcelado, acrescentar-se-á cláusula discriminando valor e data de VI - Praça de pagamento.
pagamento das prestações. VII - Data e lugar da emissão.
III - Nome do credor e cláusula à ordem. VIII - Assinatura do próprio punho do emitente ou de represen-
IV - Valor do crédito deferido, lançado em algarismos por exten- tante com poderes especiais.
so, e a forma de sua utilização. Art. 17. O crédito pela nota de crédito industrial tem privilégio
V - Descrição dos bens objeto do penhor, ou da alienação fiduci- especial sobre os bens discriminados no Art.igo 1.563 do Código Ci-
ária, que se indicarão pela espécie, qualidade, quantidade e marca, vil.
se houver, além do local ou do depósito de sua situação, indicando-
-se, no caso de hipoteca, situação, dimensões, confrontações, ben- Art. 18. Exceto no que se refere à garantias e a inscrição, apli-
feitorias, título e data de aquisição do imóvel e anotações (número, cam-se à nota do crédito industrial as disposições deste Decreto-lei
livro e folha) do registro imobiliário. sobre cédula de crédito industrial.
VI - Taxa de juros a pagar e comissão de fiscalização, se houver, e
épocas em que serão exigíveis, podendo ser capitalizadas. CAPÍTULO IV
VII - Obrigatoriedade de seguro dos bens objeto da garantia. Das Garantias da Cédula de Crédito Industrial
VIII - Praça do pagamento.
IX - Data e lugar da emissão. Art. 19. A cédula de crédito industrial pode ser garantida por:
X - Assinatura do próprio punho do emitente ou de representan- I - Penhor cedular.
te com poderes especiais. II - Alienação fiduciária.
§ 1º A cláusula discriminando os pagamentos parcelados, quan- III - Hipoteca cedular.
do cabível, será incluída logo após a descrição das garantias.
§ 2º A descrição dos bens vinculados poderá ser feita em docu-
mento à pArt.e, em duas vias, assinado pelo emitente e pelo credor,
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 20. Podem ser objeto de penhor cedular nas condições deste Art. 26. Aplicam-se à hipoteca cedular os princípios da legisla-
Decreto-lei: ção ordinária sobre hipoteca, no que não colidirem com o presente
I - Máquinas e aparelhos utilizados na indústria, com ou sem os Decreto-lei.
respectivos pertences;
II - Matérias-primas, produtos industrializados e materiais em- Art. 27. Quando da garantia da cédula de crédito industrial fizer
pregados no processo produtivo, inclusive embalagens; pArt.e a alienação fiduciária, observar-se-ão as disposições cons-
Ill - Animais destinados à industrialização de carnes, pescados, tantes da Seção XIV da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, no que
seus produtos e subprodutos, assim como os materiais empregados não colidirem com este Decreto-lei.
no processo produtivo, inclusive embalagens;
IV - Sal que ainda esteja na salina, bem assim as instalações, Art. 28. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial conti-
máquinas, instrumentos utensílios, animais de trabalho, veículos nuam na posse imediata do emitente, ou do terceiro prestante da
terrestres e embarcações, quando servirem à exploração salineira; garantia real, que responderá por sua guarda e conservação como
V - Veículos automotores e equipamentos para execução de ter- fiel depositário, seja pessoa física ou jurídica. Cuidando-se de garan-
raplanagem, pavimentação, extração de minério e construção ci- tia constituída por terceiro, este e o emitente da cédula responderão
vil bem como quaisquer viaturas de tração mecânica, usadas nos solidariamente pela guarda e conservação dos bens gravados.
transportes de passageiros e cargas e, anda, nos serviços dos esta- Parágrafo único. O disposto neste Art.igo não se aplica aos pa-
belecimentos industriais; péis mencionados no item IX, Art.. 20, deste Decreto-lei, inclusive
VI - Dragas e implementos destinados à Iimpeza e à desobstru- em consequência do endosso.
ção de rios, portos e canais, ou à construção dos dois últimos, ou
utilizados nos serviços dos estabelecimentos industriais; CAPÍTULO V
VII - Toda construção utilizada como meio de transporte por SEÇÃO I
água, e destinada à indústria da revelação ou da pesca, quaisquer Da Inscrição e Averbação da Cédula do Crédito Industrial
que sejam as suas características e lugar de tráfego;
VIII - Todo aparelho manobrável em vôo apto a se sustentar a Art. 29. A cédula de crédito industrial somente vale contra ter-
circular no espaço aéreo mediante reações aerodinâmicas, e capaz ceiros desde a data da inscrição. Antes da inscrição, a cédula obriga
de transportar pessoas ou coisas; apenas seus signatários.
IX - Letra de câmbio, promissórias, duplicatas, conhecimentos
de embarques, ou conhecimentos de depósitos, unidos aos respec- Art. 30. De acordo com a natureza da garantia constituída, a
tivos “ warrants “; cédula de crédito industrial inscreve-se no CArt.ório de Registro de
X - Outros bens que o Conselho Monetário Nacional venha a ad- Imóveis da circunscrição do local de situação dos bens objeto do
mitir como lastro dos financiamentos industriais. penhor cedular, da alienação fiduciária, ou em que esteja localizado
o imóvel hipotecado.
Art. 21. Podem-se incluir na garantia os bens adquiridos ou pa-
gos com o financiamento, feita a respectiva averbação nos termos Art. 31. A inscrição fa-se-á na ordem de apresentação da cédula,
deste Decreto-lei. em livro próprio denominada “Registro de Cédula de Crédito     In-
dustrial”, observado o disposto nos Art.igos 183, 188, 190 e 202, do
Art. 22. Antes da liquidação da cédula, não poderão os bens em- Decreto 4.857, de 9 de novembro de 1939.
penhados ser removidos das propriedades nela mencionadas, sob § 1º Os livros destinados à inscrição da cédula de crédito indus-
qualquer pretexto e para onde quer que seja, sem prévio consenti- trial serão numerados em série crescente a começar de 1 (um) e
mento escrito do credor. cada livro conterá termos de abertura e de encerramento, assina-
Parágrafo único. O disposto neste Art.igo não se aplica aos ve- dos pelo Juiz de Direito da Comarca, que rubricará todas as folhas.
ículos referidos nos itens IV, V, VI, VII e VIII do Art.igo 20 deste De- § 2º As formalidades a que se refere o parágrafo anterior prece-
creto-lei, que poderão ser retirados temporariamente de seu local e derão a utilização do livro.
situação, se assim o exigir a atividade financiada. § 3º Em cada CArt.ório haverá, em uso, apenas um livro “Re-
gistro de Cédula de Crédito Industrial”, utilizando-se o de número
Art. 23. Aplicam-se ao penhor cedular os preceitos legais vigen- subsequente depois de findo o anterior.
tes sobre penhor, no que não colidirem com o presente Decreto-lei.
Art. 32. A inscrição consistirá na anotação dos seguintes requi-
Art. 24. São abrangidos pela hipoteca constituída as constru- sitos cedulares:
ções, respectivos terrenos, instalações e benfeitorias. a) Data e forma do pagamento.
b) Nome do emitente, do financiador e, quando houver, do ter-
Art. 25. Incorporam-se na hipoteca constituída as instalações e ceiro prestante da garantia real e do endossatário.
construções, adquiridas ou executadas com o crédito, assim como c) Valor do crédito deferido e forma de sua utilização.
quaisquer outras benfeitorias acrescidas aos imóveis na vigência da d) Praça do pagamento.
cédula, as quais, uma vez realizadas, não poderão ser retiradas ou e) Data e lugar da emissão.
destruídas sem o consentimento do credor, por escrito. § 1º Para a inscrição, o apresentante do título oferecerá, com o
Parágrafo único. Faculta-se ao credor exigir que o emitente faça original da cédula, cópia em impresso idêntico, com a declaração
averbar, à margem da inscrição principal, a constituição de direto “Via não negociável”, em linhas paralelas transversais.
real sobre os bens e benfeitorias referidos neste Art.igo. § 2º O CArt.ório conferirá a exatidão da cópia, autenticando-a.
§ 3º Cada grupo de 200 (duzentas) cópias será encadernado na
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ordem cronológica de seu arquivamento, em livro que o CArt.ório tação do título sob pena de responsabilidade funcional do oficial
apresentará no prazo de quinze dias depois de completado o grupo, encarregado de promover os atos necessários.
ao Juiz de Direito da Comarca, para abri-lo e encerra-lo, rubricando § 1º A transgressão do disposto neste Art.igo poderá ser co-
as respectivas folhas numeradas em série crescente a começar de municada ao Juiz de Direito da Comarca pelos interessados ou por
1 (um). qualquer pessoa que tenha conhecimento do fato.
§ 4º Nos casos do § 5º do Art.. 14 deste Decreto-lei, à via da § 2º Recebida a comunicação, o Juiz instaurará imediatamente
cédula destinada ao CArt.ório será anexada cópia dos títulos de do- inquérito administrativo.
mínio, salvo se os imóveis hipotecados se acharem registrados no § 3º Apurada a irregularidade, o oficial pagará multa de valor
mesmo CArt.ório. correspondente aos emolumentos que seriam cobrados, por dia de
atraso, aplicada pelo Juiz de Direito da Comarca, devendo a respec-
Art. 33. Ao efetuar a inscrição ou qualquer averbação, o Oficial tiva importância ser recolhida, dentro de 15 (quinze) dias, a esta-
do Registro de Imóveis mencionará, no respectivo ato, a existência belecimento bancário que a transferirá ao Banco Central do Brasil,
de qualquer documento anexo à cédula e nele aporá sua rubrica, para crédito do Fundo Geral para Agricultura e Indústria - FUNAGRI,
independentemente de qualquer formalidade. criado pelo Decreto nº 56.835, de 3 de setembro de 1965.

Art. 34. O CArt.ório anotará a inscrição, com indicação do nú- SEÇÃO II


mero de ordem, livro e folhas, bem como valor dos emolumentos Do Cancelamento da Inscrição da Cédula de Crédito Industrial
cobrados no verso da cédula, além de mencionar, se for o caso, os
anexos apresentados. Art. 39. Cancela-se a inscrição mediante a averbação, no livro
11§ 1º Pela inscrição da cédula, serão cobrados do interessado, próprio:
em todo o território nacional, o seguintes emolumentos, calculados I - da prova da quitação da cédula, lançada no próprio título ou
sobre o valer do crédito deferido:      (Extinto pela Lei nº 8.522, de passada em documento em separado com força probante;
1992) II - da ordem judicial competente.
a) até NCr$ 200,00 - 0,1% § 1º No ato da averbação do cancelamento, o serventuário
b) de NCr$ 200,01 a NCr$ 500,00 - 0,2% mencionará o nome daquele que recebeu, a data do pagamento
c) de NCr$ 500,01 a NCr$ 1.000,00 - 0,3% e, em se tratando de quitação em separado, as características des-
d) de NCr$ 1.000,01 a NCr$ 1.500,00 - 4% se instrumento; no caso de cancelamento por ordem judicial, esta
e) acima de NCr$ 1.500,00 - 0,5% - até o máximo de ¼ (um também será mencionada na averbação, pela indicação da data do
quArt.o) do salário-mínimo da região. mandato, Juízo de que precede, nome do Juiz que o subscreveu e
22§ 2º Cinquenta por cento (50%) dos emolumentos referidos demais características correntes.
no parágrafo anterior caberão ao oficial do Registro de Imóveis e § 2º Arquivar-se-ão no CArt.ório a ordem judicial de cancela-
os restantes cinquenta por cento (50%) serão recolhidos ao Banco mento da inscrição ou uma das vias do documento da quitação da
do Brasil S.A., a crédito do Tesouro Nacional.      (Extinto pela Lei nº cédula, procedendo-se como se dispõem no § 3º do Art.igo 32 deste
8.522, de 1992) Decreto-lei.

Art. 35. O oficial recusará efetuar a inscrição, se já houver regis- SEÇÃO III
tro anterior no grau de prioridade declarado no texto da cédula, ou Da Correição dos Livros de Inscrição da Cédula de Crédito
se os houverem sido objeto de alienação fiduciária considerando-se Industrial
nulo o ato que infringir este dispositivo.
Art. 40. O Juiz de Direito da Comarca precederá à correção do
Art. 36. Para os fins previstos no Art.. 29 deste Decreto-lei aver- livro “Registro de Cédula de Crédito Industrial” uma vez por semes-
bar-se-ão, à margem da inscrição da cédula, os endossos posterio- tre, no mínimo.
res à inscrição, as menções adicionais, aditivos e qualquer outro ato
que promova alteração na garantia ou noções     pactuadas. CAPÍTULO VI
§ 1º Dispensa-se a averbação dos pagamentos parcial e do en- Da Ação para Cobrança da Cédula de Crédito Industrial
dosso das instituições financiadoras em operações de redesconto
ou caução. Art. 41. Independentemente da inscrição de que trata o Art.. 30
22§ 2º Os emolumentos devidos pelos atos referidos neste Art. deste Decreto-lei, o processo judicial para cobrança da cédula de
igo serão calculados na base de 10% (dez por cento) sobre os valo- crédito industrial seguirá o procedimento seguinte:
res constante do parágrafo único do Art.igo 34 deste Decreto-lei, 1º) Despachada a petição, serão os réus, sem que haja preparo
cabendo ao oficial do Registro de Imóveis e ao Juiz de Direito     da ou expedição de mandado, citados pela simples entrega de outra
Comarca as mesmas percentagens naquele dispositivo.     (Extinto via do requerimento, para, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, pa-
pela Lei nº 8.522, de 1992) gar a dívida;
2º) não depositado, naquele prazo, o montante do débito, pro-
Art. 37. Os emolumentos devidos pela inscrição da cédula ou ceder-se-á a penhora ou ao sequestro dos bens constitutivos da ga-
pela averbação de atos posteriores poderão ser pagos pelo credor, a rantia ou, em se tratando de nota de crédito industrial, à daqueles
débito da conta a que se refere o Art.igo 4º deste Decreto-lei. enumerados no Art.. 1.563 do Código Civil (Art.igo 17 deste Decre-
to-lei);
Art. 38. As inscrições das cédulas e as averbações posteriores 3º) no que não colidirem com este Decreto-lei, observar-se-ão,
serão efetuadas no prazo de 3 (três) dias úteis a contar da apresen- quanto à penhora, as disposições do Capítulo III, Título III, do Livro
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VIII, do Código de Processo Civil; pArt.e veículos automotores, embarcações ou aeronaves, o grava-
4º) feita a penhora, terão réus, dentro de 48 (quarenta e oito) me será anotado nos assentamentos próprios da repArt.ição com-
horas, prazo para impugnar o pedido; petente para expedição de licença ou registro dos veículos.
5º) findo o termo referido no item anterior, o Juiz, impugnado
ou não o pedido, procederá a uma instrução sumária, facultando às Art. 49. Os bens onerados poderão ser objeto de nova garantia
pArt.es a produção de provas, decidindo em seguida; cedular a simples inscrição da respectiva cédula equivalerá à aver-
6º) a decisão será proferida dentro de 30 (trinta) dias, a contar bação à margem da anterior, do vínculo constituído em grau sub-
da efetivação da penhora; sequente.
7º) não terão efeito suspensivo os recursos interpostos das de-
cisões proferidas na ação de cobrança a que se refere este Art.igo; Art. 50. Em caso de mais de um financiamento, sendo os mes-
8º) o foro competente será o da praça do pagamento da cédula mos o credor e emitente da cédula, o credor e os bens onerados, po-
de crédito industrial. derá estender-se aos financiamentos subsequentes o vínculo origi-
nariamente constituído mediante referência à extensão nas cédulas
CAPÍTULO VI posteriores, reputando-se uma só garantia com cédulas industriais
Disposições Especiais distintas.
§ 1º A extensão será averbada à margem da inscrição anterior e
Art. 42. A concessão dos financiamentos previstos neste Decre- não impede que sejam vinculados outros bens à garantia.
to-lei bem como a constituição de suas garantias, pelas instituições § 2º Havendo vinculação de novos bens, além da averbação, es-
de crédito, públicas e privadas, independe da exibição de compro- tará a cédula sujeita à inscrição no CArt.ório do Registro de Imóveis.
vante de cumprimento de obrigações fiscais, da previdência social, § 3º Não será possível a extensão se tiver havido endosso ou se
ou de declaração de bens e certidão negativa de multas. o bens já houverem sido objeto de novo ônus em favor de terceiros.
Parágrafo único. O ajuizamento da dívida fiscal ou previdenci-
ária impedirá a concessão do financiamento industrial, desde que Art. 51. A venda dos bens vinculados à cédula de crédito indus-
sua comunicação pela repArt.ição competente às instituições de trial depende de prévia anuência do credor, por escrito.
crédito seja por estas recebida antes da emissão da cédula, exceto
se as garantias oferecidas assegurarem a solvabilidade do crédito Art. 52. Aplicam-se à cédula de crédito industrial e à nota de
em litígio e da operação proposta pelo interessado. crédito industrial, no que forem cabíveis, as normas do direito cam-
bial, dispensado, porém, o protesto para garantir direito de regres-
Art. 43. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas so contra endossantes e avalistas.
do Art. 171 do Código Penal aquele que fizer declarações falsas ou
inexatas acerca de bens oferecidos em garantia de cédula de crédito CAPÍTULO VIII
industrial, inclusive omitir declaração de já estarem eles sujeitos a Disposições Gerais
outros ônus ou responsabilidade de qualquer espécie, até mesmo
de natureza fiscal. Art. 53. Dentro do prazo da cédula, o credor, se assim o enten-
der, poderá autorizar o emitente a dispor de pArt.e ou de todos os
Art. 44. Quando, do penhor cedular fizer pArt.e matéria-prima, bens da garantia, na forma e condições que convencionarem.
o emitente se obriga a manter em estoque, na vigência da cédula,
uma quantidade desses mesmos bens ou dos produtos resultantes Art. 54. Os bens dados em garantia assegurarão o pagamento
de sua transformação suficiente para a cobertura do saldo devedor do principal, juros, comissões, pena convencional, despesas legais e
pôr ela garantido. convencionais, com as preferências estabelecidas na legislação em
vigor.
Art. 45. A transformação da matéria-prima oferecida em penhor
cedular não extingue o vínculo real, que se transfere para os produ- Art. 55. Se baixar no mercado o valor dos bens onerados ou se
tos e subprodutos. se verificar qualquer ocorrência que determine sua diminuição ou
Parágrafo único. O penhor dos bens resultantes da transforma- depreciação, o emitente reforçará a garantia dentro do prazo de
ção, industrial poderá ser substituído pelos títulos de crédito repre- quinze dias da notificação que o credor lhe fizer, por cArt.a enviada
sentativos da comercialização daqueles produtos, a crédito do cre- pelo Correio, ou pelo Oficial do CArt.ório de Títulos e Documentos
dor, mediante endosso pleno. da Comarca.

Art. 46. O penhor cedular de máquinas e aparelhos utilizado na Art. 56. Se os bens oferecidos em garantia de cédula de crédito
indústria tem preferência sobre o penhor legal do locador do imóvel industrial, pertencerem a terceiras, estes subscreverão também o
de sua situação. título para que se constitua o vínculo.
Parágrafo único. Para a constituição da garantia cedular a que,
se refere este Art.igo, dispensa-se o consentimento do locador. Art. 57. Os bens vinculados à cédula de crédito industrial não
serão penhorados ou sequestrados por outras dívidas do emitente
Art. 47. Dentro do prazo estabelecido para utilização do crédito, ou de terceiro prestante da garantia real, cumprindo a qualquer de-
poderá ser admitida a reutilização pelo devedor, para novas aplica- les denunciar a existência da cédula as autoridades incumbidas da
ções, das parcelas entregues para amortização ao débito. diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responderem pelos
prejuízos resultantes de sua omissão.
Art. 48. Quando, do penhor ou da alienação fiduciária, fizerem
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Art. 58. Em caso de cobrança em processo contencioso ou não, Art. 66. Este Decreto-lei entrará em vigor 90 (noventa) dias
judicial ou administrativo, o emitente da cédula de crédito industrial depois de publicado, revogando-se os Decretos-leis nºs 265, de
responderá ainda pela multa de 10% (dez por cento) sobre o princi- 28 de fevereiro de 1967, 320, de 29 de março de 1967 e 331, de
pal e acessórios em débito, devida a pArt.ir do primeiro despacho da 21 de setembro de 1967 na pArt.e referente à cédula Industrial
autoridade competente na petição de cobrança ou de habilitação Pignoratícia,1.271, de 16 de maio de 1939, 1.697, de 23 de outu-
do crédito. bro de 1939, 2.064, de 7 de março de 1940, 3.169, de 2 de abril
de 1941, 4.191, de 18 de março de 1942, 4.312, de 20 de maio de
Art. 59. No caso de execução judicial, os bens adquiridos ou pa- 1942 e Leis nºs 2.931, de 27 de outubro 1956, e 3.408, de 16 de
gos com o crédito concedido pela célula de crédito industrial res- junho de 1958, as demais disposições em contrário.
ponderão primeiramente pela satisfação do título, não podendo ser Brasília, 9 de janeiro de 1969; 148º da Independência e 81º da
vinculados ao pagamento de dívidas privilegiadas, enquanto não República.
fôr liquidada a cédula.

Art. 60. O emitente da cédula manterá em dia o pagamento dos RECURSOS UTILIZADOS NA CONTRATAÇÃO DE FINANCIA-
tributos e encargos fiscais, previdenciários e trabalhistas de sua res- MENTOS.
ponsabilidade, inclusive a remuneração dos empregados, exibindo
ao credor os respectivos comprovantes sempre que lhe forem exi-
— Introdução
gidos.
A tomada de decisão sobre os recursos utilizados na contrata-
ção de financiamentos é uma etapa crucial para atingir objetivos
Art. 61. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito indus-
financeiros. Nesta seção, exploraremos detalhadamente diversas
trial poderão ser redescontadas em condições estabelecidas pelo
opções, desde recursos próprios até alternativas oferecidas pelo
Conselho Monetário Nacional.
mercado financeiro.
Art. 62. Da cédula de crédito industrial poderão constar outras
— Recursos próprios
condições da dívida ou obrigações do emitente, desde que não con-
trariem o disposto neste Decreto-lei e a natureza do título.
Definição
Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional, observadas
Recursos próprios representam o capital investido pelo toma-
as condições do mercado de crédito, poderá fixar prazos de venci-
dor do financiamento, proveniente de suas economias ou patrimô-
mento dos títulos do crédito industrial, bem como determinar inclu-
nio líquido.
são de denominações que caracterizem a destinação dos bens e as
condições da operação.
Vantagens
Flexibilidade: liberdade para determinar a quantia a ser inves-
Art. 63. Os bens apenhados poderão, se convier ao credor, ser
tida.
entregues à guarda de terceiro fiel-depositário, que se sujeitará às
Menor risco financeiro: não gera obrigações de pagamento a
obrigações e às responsabilidades legais e cedulares.
terceiros.
§ 1º Os direitos e as obrigações do terceiro fiel-depositário, in-
clusive a imissão, na posse, do imóvel da situação dos bens ape-
Estratégias avançadas
nhados, independerão da lavratura de contrato de comodato e de
Investimentos inteligentes: utilizar os recursos próprios em
prévio consentimento do locador, perdurando enquanto subsistir a
investimentos que gerem retornos, contribuindo para a sustenta-
dívida.
bilidade financeira.
§ 2º Tôdas as despesas de guarda e conservação dos bens con-
tratados ao terceiro fiel-depositário correrão, exclusivamente, por
— Financiamento bancário
conta do devedor.
§ 3º Nenhuma responsabilidade terão credor e terceiro fiel-de-
Definição
positário pelos dispêndios que se tornarem precisos ou aconselhá-
O financiamento bancário é uma opção tradicional que envolve
veis para a boa conservação do imóvel e dos bens apenhados.
a obtenção de recursos diretamente de instituições financeiras.
§ 4º O devedor é obrigado a providenciar tudo o que fôr recla-
Características
mado pelo credor para a pronta execução dos reparos ou obras de
Variedade de modalidades: instituições oferecem diferentes
que, porventura, necessitar o imóvel, ou que forem exigidos para a
tipos de financiamento adaptados a diversas necessidades.
perfeita armazenagem dos bens empenhados.
Taxas de juros competitivas: a taxa de juros pode variar, mas a
concorrência entre bancos oferece oportunidades de negociação.
Art. 64. Serão segurados, até final resgate da cédula, os bens
Possibilidade de negociação de prazos: alguns bancos permi-
nela descritos e caracterizados, observada à vigente legislação de
tem ajustes nos prazos de pagamento conforme a capacidade do
seguros obrigatórios.
tomador.
Art. 65. A cédula de crédito industrial e a nota de crédito indus-
Análise de riscos
trial obedecerão aos modelos anexos, quais poderão ser padroni-
Avaliação de capacidade de pagamento: importante para evi-
zados e alterados pelo Conselho Monetário Nacional, observado o
tar endividamento excessivo.
disposto no Art.igo 62 deste Decreto-lei.

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Garantias exigidas: compreender as garantias exigidas pelo Interação direta com investidores/doadores: possibilidade de
banco e os riscos associados. estabelecer uma conexão direta com a comunidade.
Estratégias eficientes
Modalidades específicas Transparência: fornecer informações detalhadas sobre o proje-
Crédito imobiliário: destinado à aquisição de propriedades, to ou necessidade para atrair investidores/doadores.
oferece prazos extensos e taxas competitivas. Recompensas atrativas: oferecer recompensas interessantes
Crédito para empresas de pequeno porte: adaptação de linhas para os apoiadores pode impulsionar a arrecadação.
de crédito para atender às necessidades específicas de micro e pe-
quenas empresas.
FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO NOR-
— Consórcio DESTE (FNE): BASE LEGAL, FINALIDADES, REGRAS, ADMI-
NISTRAÇÃO.
Definição
O consórcio é uma modalidade colaborativa em que indivíduos
se unem para adquirir um bem ou serviço por meio de contribui- Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE31
ções mensais.
Base Legal
Características A redução das desigualdades sociais e regionais é preconizada
Planejamento coletivo: os participantes planejam a compra pela Constituição Federal brasileira, suscitando a existência de po-
em conjunto, sem a necessidade de recursos iniciais significativos. líticas públicas que promovam a diminuição das diferenças inter e
Possibilidade de antecipação: lances podem acelerar a con- intrarregionais, mediante a democratização de investimentos pro-
templação. dutivos que impulsionem o desenvolvimento econômico com a cor-
respondente geração de emprego e renda.
Vantagens adicionais Criado em 1988 (artigo 159, inciso I, alínea “c” da Constituição
Ausência de Juros: diferentemente de empréstimos, não há da República Federativa do Brasil e artigo 34 do Ato das Disposi-
cobrança de juros. ções Constitucionais Transitórias) e regulamentado em 1989 (Lei nº
Participação em grupos específicos: consórcios podem ser seg- 7.827, de 27/09/1989), o Fundo Constitucional de Financiamento
mentados para atender a grupos específicos, como consórcios para do Nordeste (FNE) é um instrumento de política pública federal
aquisição de veículos pesados. operado pelo Banco do Nordeste que objetiva contribuir para o
desenvolvimento econômico e social do Nordeste, através da exe-
— Empréstimos Pessoais cução de programas de financiamento aos setores produtivos, em
consonância com o plano regional de desenvolvimento, possibili-
Definição tando, assim, a redução da pobreza e das desigualdades.
Os empréstimos pessoais são uma alternativa rápida para ob- Provido de recursos federais, o FNE financia investimentos de
tenção de recursos, sem vinculação a uma finalidade específica. longo prazo e, complementarmente, capital de giro ou custeio.
Além dos setores agropecuário, industrial e agroindustrial, também
Características são contemplados com financiamentos os setores de turismo, co-
Acesso rápido: processo ágil de aprovação e liberação dos re- mércio, serviços, cultural e infraestrutura.
cursos. Os recursos do Fundo representam ingressos adicionais para o
Ampla disponibilidade: disponível em bancos, cooperativas e Nordeste, mas não substituem outros fluxos financeiros do Gover-
plataformas online. no Federal, de órgãos repassadores ou do próprio BNB. Por defi-
nição legal, não se sujeita a injunções de políticas conjunturais de
Cuidados na contratação contingenciamento de crédito, tendo em vista a conveniência e a
Avaliação da necessidade: utilizar empréstimos pessoais so- necessidade de se assegurar a continuidade das inversões de de-
mente em situações verdadeiramente necessárias. senvolvimento regional.
Comparação de taxas: pesquisar e comparar as taxas de dife- Atualmente, o FNE atende a 1.990 municípios situados nos nove
rentes instituições antes de decidir. estados que compõem a região Nordeste e no Norte dos estados do
Espírito Santo e de Minas Gerais, incluindo os Vales do Jequitinho-
— Crowdfunding nha e do Mucuri, contemplando com acesso ao crédito os segmen-
tos empresariais de microempreendedores individuais, produtores,
Definição empresas, associações e cooperativas.
O crowdfunding é uma abordagem inovadora em que recursos O Fundo é operacionalizado em respeito às diretrizes legais, tais
são obtidos por meio de doações ou investimentos de um grande como: destinação de pelo menos metade do ingressos de recursos
número de pessoas. para o semiárido; ação integrada com as instituições federais sedia-
das na Região; tratamento preferencial aos mini, micro e pequenos
Características empreendedores; preservação do meio ambiente; conjugação do
Diversidade de modelos: existem modelos de crowdfunding de crédito com a assistência técnica; democratização do acesso ao cré-
recompensa, dívida e equity, cada um adequado a diferentes obje- dito e apoio às atividades inovadoras.
tivos. Na medida em que o Fundo prioriza o atendimento a mini e
31 https://www.bnb.gov.br/sobre-o-nordeste-fne
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pequenos produtores rurais, a micro e pequenas empresas, à região e deverão destinar crédito diferenciado dos usualmente adotados
semiárida e aos municípios localizados em microrregiões de baixa pelas instituições financeiras, em função das reais necessidades das
renda, dinâmicas e estagnadas no âmbito da Política Nacional de regiões beneficiárias.
Desenvolvimento Regional (PNDR), reforça-se a importância desse § 2° No caso da região Nordeste, o Fundo Constitucional de
instrumento de política de fomento para o desenvolvimento. Dessa Financiamento do Nordeste inclui a finalidade específica de finan-
forma, o planejamento da ação desenvolvimentista e a integração ciar, em condições compatíveis com as peculiaridades da área, ati-
de políticas, programas e ações em múltiplas escalas, desde o in- vidades econômicas do semi-árido, às quais destinará metade dos
traurbano ao mesorregional, são fundamentais para assegurar uma recursos ingressados nos termos do art. 159, inciso I, alínea c, da
maior eficiência na utilização dos recursos públicos e maior efetivi- Constituição Federal.
dade na intervenção nas economias locais. Art. 3° Respeitadas as disposições dos Planos Regionais de De-
Nesse contexto, o FNE Itinerante, fruto de uma parceria entre senvolvimento, serão observadas as seguintes diretrizes na formu-
o Ministério da Integração Nacional (MI) e a Superintendência de lação dos programas de financiamento de cada um dos Fundos:
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), tem por objetivo benefi- I - concessão de financiamento aos setores produtivos das regi-
ciar, por meio da divulgação das linhas de financiamento do FNE, as ões beneficiadas; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, II - ação integrada com instituições federais sediadas nas regi-
instaladas naqueles municípios que apresentam maiores dificulda- ões;
des de acesso ao sistema bancário. Os eventos do FNE Itinerante ca- III - tratamento preferencial às atividades produtivas de peque-
racterizam-se pela oferta de palestras técnicas e informativas, aten- nos e miniprodutores rurais e pequenas e microempresas, às de uso
dimento negocial individual dos participantes e pelo agendamento intensivo de matérias-primas e mão-de-obra locais e as que produ-
de visitas gerenciais a microempresários e microempreendedores zam alimentos básicos para consumo da população, bem como aos
individuais (para maiores informações, acessar o Relatório do FNE projetos de irrigação, quando pertencentes aos citados produtores,
Itinerante 2017 no link disponível no final da página). suas associações e cooperativas;
O Banco do Nordeste, anualmente, elabora e submete ao MI e IV - preservação do meio ambiente;
à Sudene, proposta de aplicação de recursos por meio da Progra- V - adoção de prazos e carência, limites de financiamento, ju-
mação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, a ros e outros encargos diferenciados ou favorecidos, em função dos
qual contempla, dentre outros aspectos, as estratégias de ação e os aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e espaciais dos empre-
programas de financiamento, além dos planos estaduais de aplica- endimentos;
ção de recursos. VI - conjugação do crédito com a assistência técnica, no caso de
setores tecnologicamente carentes;
Seguem os dispositivos da Lei 7.827/1989: VII - orçamentação anual das aplicações dos recursos;
VIII - uso criterioso dos recursos e adequada política de garan-
LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989 tias, com limitação das responsabilidades de crédito por cliente ou
grupo econômico, de forma a atender a um universo maior de be-
Regulamenta o art. 159, inciso I, alínea c, da Constituição Fe- neficiários e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e retorno
deral, institui o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte às aplicações;
- FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE IX - apoio à criação de novos centros, atividades e pólos dinâmi-
e o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, cos, notadamente em áreas interioranas, que estimulem a redução
e dá outras providências. das disparidades intra-regionais de renda;
X - proibição de aplicação de recursos a fundo perdido.
O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no exercício do XI - programação anual das receitas e despesas com nível de
cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso detalhamento que dê transparência à gestão dos Fundos e favore-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ça a participação das lideranças regionais com assento no conselho
deliberativo das superintendências regionais de desenvolvimento;
Art. 1° Ficam criados o Fundo Constitucional de Financiamen- (Incluído pela Lei Complementar nº 129, de 2009).
to do Norte - FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do XII - ampla divulgação das exigências de garantia e de outros
Nordeste - FNE e o Fundo Constitucional de Financiamento do Cen- requisitos para a concessão de financiamento; (Redação
tro-Oeste - FCO, para fins de aplicação dos recursos de que trata a dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal, os quais se XIII - concessão de financiamento a estudantes regularmente
organizarão e funcionarão nos termos desta Lei. matriculados em cursos superiores não gratuitos, de que trata a Lei
I - Das Finalidades e Diretrizes Gerais nº 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído pela Lei nº
Art. 2° Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, 13.530, de 2017)
Nordeste e Centro-Oeste têm por objetivo contribuir para o desen- II -- Dos Beneficiários
volvimento econômico e social das regiões Norte, Nordeste e Cen- Art. 4o São beneficiários dos recursos dos fundos constitucio-
tro-Oeste, através das instituições financeiras federais de caráter nais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste:
regional, mediante a execução de programas de financiamento aos (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
setores produtivos, em consonância com os respectivos planos re- I - produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, e coo-
gionais de desenvolvimento. perativas de produção que, de acordo com as prioridades estabe-
§ 1° Na aplicação de seus recursos, os Fundos Constitucionais lecidas nos planos regionais de desenvolvimento, desenvolvam
de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficarão a sal- atividades produtivas nos setores agropecuário, mineral, industrial,
vo das restrições de controle monetário de natureza conjuntural agroindustrial, de empreendimentos comerciais e de serviços das
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regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; (Incluído pela de Financiamento do Centro-Oeste.


Lei nº 13.530, de 2017) Art. 7º A Secretaria do Tesouro Nacional liberará ao Ministério
II - estudantes regularmente matriculados em cursos superio- da Integração Nacional, nas mesmas datas e, no que couber, se-
res e de educação profissional, técnica e tecnológica não gratuitos gundo a mesma sistemática adotada na transferência dos recursos
que contribuirão para o desenvolvimento do setor produtivo das dos Fundos de Participação dos Estados, do Distrito Federal e dos
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com as prio- Municípios, os valores destinados aos Fundos Constitucionais de Fi-
ridades estabelecidas nos planos regionais de desenvolvimento. nanciamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, cabendo
(Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) ao Ministério da Integração Nacional, observada essa mesma siste-
§ 1º Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão fi- mática, repassar os recursos diretamente em favor das instituições
nanciar empreendimentos de infra-estrutura econômica, inclusive federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A. (Re-
os de iniciativa de empresas públicas não dependentes de trans- dação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
ferências financeiras do Poder Público, considerados prioritários Parágrafo único. O Ministério da Fazenda informará, mensal-
para a economia em decisão do respectivo conselho deliberativo. mente, ao Ministério da Integração Nacional, às respectivas supe-
(Redação dada pela Lei nº 11.775, de 2008) rintendências regionais de desenvolvimento e aos bancos adminis-
§ 2º No caso de produtores e empresas beneficiárias de fundos tradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento a soma da
de incentivos regionais ou setoriais, a concessão de financiamentos arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
de que trata esta Lei fica condicionada à regularidade da situação natureza e do imposto sobre produtos industrializados, o valor das
para com a Comissão de Valores Mobiliários - CVM e os citados fun- liberações efetuadas para cada Fundo, bem como a previsão de da-
dos de incentivos. (Redação dada pela Lei nº 11.775, tas e valores das 3 (três) liberações imediatamente subseqüentes.
de 2008) (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
§ 3º (Revogado pela lei nº 12.716, de 2012) Art. 8° Os Fundos gozarão de isenção tributária, estando os
§ 4o Os estudantes e os cursos mencionados no inciso II do seus resultados, rendimentos e operações de financiamento livres
caput deste artigo deverão atender aos requisitos estabelecidos no de qualquer tributo ou contribuição, inclusive o imposto sobre ope-
art. 1o da Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído rações de crédito, imposto sobre renda e proventos de qualquer
pela Lei nº 13.530, de 2017) natureza e as contribuições do PIS, Pasep e Finsocial.
Art. 5° Para efeito de aplicação dos recursos, entende-se por: § 1º Para os efeitos do art. 14 da Lei Complementar nº 101, de
I - Norte, a região compreendida pelos Estados do Acre, Amazo- 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a fim de com-
nas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, eTocantins; pensar a renúncia de receita do crédito presumido de que trata o §
II - Nordeste, a região abrangida pelos Estados do Maranhão, 3º do art. 1º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, entre 1º de
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2025 será cobrado o Imposto
Sergipe e Bahia, além das partes dos Estados de Minas Gerais e Es- sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos
pírito Santo incluídas na área de atuação da Sudene; (Re- ou Valores Mobiliários (IOF) sobre as operações de crédito pratica-
dação dada pela Lei nº 9.808, de 20.7.1999) das com recursos do FCO, não aplicada a respectiva isenção de que
III - Centro-Oeste, a região de abrangência dos Estados de Mato trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020)
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal; § 2º Relativamente às operações de crédito de que trata o §
IV - semi-árido, a região natural inserida na área de atuação da 1º deste artigo, a alíquota do IOF será a mesma alíquota incidente
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, defi- nas demais operações de crédito não isentas sujeitas ao referido
nida em portaria daquela Autarquia. (Redação dada pela imposto. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020)
Lei Complementar nº 125, de 2007) Art. 9º Observadas as diretrizes estabelecidas pelo Ministério
III - Dos Recursos e Aplicações da Integração Nacional, os bancos administradores poderão repas-
Art. 6° Constituem fontes de recursos dos Fundos Constitucio- sar recursos dos Fundos Constitucionais a outras instituições auto-
nais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste: rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com capacidade
I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação do imposto técnica comprovada e com estrutura operacional e administrativa
sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre aptas a realizar, em segurança e no estrito cumprimento das diretri-
produtos industrializados, entregues pela União, na forma do art. zes e normas estabelecidas, programas de crédito especificamente
159, inciso I, alínea c da Constituição Federal; criados com essa finalidade. (Redação dada pela Lei nº
II - os retornos e resultados de suas aplicações; 10.177, de 12.1.2001)
III - o resultado da remuneração dos recursos momentanea- § 1º Respeitado o disposto no caput deste artigo, caberá aos
mente não aplicados, calculado com base em indexador oficial; Conselhos Deliberativos das Superintendências Regionais de De-
IV - contribuições, doações, financiamentos e recursos de ou- senvolvimento definir o montante de recursos dos respectivos Fun-
tras origens, concedidos por entidades de direito público ou priva- dos Constitucionais de Financiamento a serem repassados a outras
do, nacionais ou estrangeiras; instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central
V - dotações orçamentárias ou outros recursos previstos em lei. do Brasil. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I § 2º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses de-
deste artigo, será observada a seguinte distribuição: volverão aos bancos administradores os valores devidos, de acordo
I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional com o cronograma de reembolso das operações formalizadas nos
de Financiamento do Norte; contratos, independentemente do pagamento pelo tomador final.
II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo (Redação dada pela Lei nº 13.986, de 2020
Constitucional de Financiamento do Nordeste; e § 3º Aos bancos cooperativos e às confederações de coope-
III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional rativas de crédito, em conformidade com o § 5º do art. 2º da Lei
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Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, no seu conjunto, sob que se refere o art. 8º desta Lei. (Incluído pela Medida
seu risco exclusivo, fica assegurado, nos casos do FCO e do FNO, o Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
repasse de 10% (dez por cento) dos recursos previstos para cada § 9º Poderão ser considerados, para os efeitos deste artigo, os
exercício ou do valor efetivamente demandado por essas institui- valores que já tenham sido repassados às instituições financeiras e
ções, o que for menor. (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) as operações de crédito respectivas. (Incluído pela Medida
§ 4º O montante do repasse de que trata este artigo terá como Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
teto o limite de crédito da instituição beneficiária do repasse pe- § 10. Na hipótese do § 9º: (Incluído pela Medida
rante o banco administrador dos recursos dos Fundos Constitu- Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
cionais de Financiamento, observadas as boas práticas bancárias. I - não haverá risco de crédito para as instituições financei-
(Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) ras nas operações contratadas até 30 de novembro de 1998;
§ 5º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses deve- (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
rão assumir integralmente o risco da operação perante o respectivo II - nas operações contratadas de 1º de dezembro de 1998 a 30
Fundo. (Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021) de junho de 2001, o risco de crédito das instituições financeiras fica
Art. 9º-A. Os recursos dos Fundos Constitucionais poderão ser limitado a cinqüenta por cento; e (Incluído pela Medida
repassados aos próprios bancos administradores, para que estes, Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
em nome próprio e com seu risco exclusivo, realizem as operações III - o del credere das instituições financeiras, mantendo-se
de crédito autorizadas por esta Lei e pela Lei nº 10.177, de 12 de inalterados os encargos pactuados com os mutuários: (In-
janeiro de 2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196- cluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
3, de 24.8.2001) a) fica reduzido a zero para as operações a que se refere o in-
§ 1º O montante dos repasses a que se referem o caput estará ciso I; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de
limitado a proporção do patrimônio líquido da instituição financei- 24.8.2001)
ra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído b) fica limitado a três por cento para as operações a que se
pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) refere o inciso II. (Incluído pela Medida Provisória nº
§ 2º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais se su- 2.196-3, de 24.8.2001)
bordina à manutenção da proporção a que se refere o § 3º e indepen- § 11. Para efeito do cálculo da taxa de administração a que fa-
de do adimplemento, pelos mutuários, das obrigações contratadas zem jus os bancos administradores, serão deduzidos do patrimônio
pelas instituições financeiras com tais recursos. (Incluído líquido dos Fundos Constitucionais os valores repassados às institui-
pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) ções financeiras, nos termos deste artigo. (Incluído pela
§ 3º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais, em Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
decorrência de redução do patrimônio líquido das instituições fi- IV - Dos Encargos Financeiros
nanceiras, será regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional. Art. 10. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995)
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) Art. 11. (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
§ 4º Nas operações realizadas nos termos deste artigo: Art. 12. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995)
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) V - Da Administração
I - serão observados os encargos estabelecidos na Lei nº 10.177, Art. 13. A administração dos Fundos Constitucionais de Finan-
de 12 de janeiro de 2001; e (Redação dada pela Lei nº ciamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste será distinta e autô-
13.682, de 2018) noma e, observadas as atribuições previstas em lei, exercida pelos
II - o del credere das instituições financeiras: (Incluído pela seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de
Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) 12.1.2001)
a) fica limitado a seis por cento ao ano; (Incluído pela Medida I - Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvolvi-
Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) mento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste; (Reda-
b) está contido nos encargos a que se refere o inciso I; e (Inclu- ção dada pela Lei Complementar nº 129, de 2009).
ído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) II - Ministério da Integração Nacional; e (Redação dada
c) (Revogado pela Lei nº 14.227, de 2021) pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
§ 5º Os saldos diários das disponibilidades relativas aos re- III - instituição financeira de caráter regional e Banco do Brasil
cursos transferidos nos termos do caput serão remunerados pelas S.A. (Incluído pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
instituições financeiras com base na taxa extra-mercado divulgada Art. 14. Cabe ao Conselho Deliberativo da respectiva superin-
pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Medida Provisória tendência de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Cen-
nº 2.196-3, de 24.8.2001) tro-Oeste: (Redação dada pela Lei Complementar nº 125,
§ 6º Os recursos transferidos e utilizados em operações de de 2007)
crédito serão remunerados pelos encargos pactuados com os mu- I - estabelecer, anualmente, as diretrizes, prioridades e progra-
tuários, deduzido o del credere a que se refere o § 4º, inciso II; mas de financiamento dos Fundos Constitucionais de Financiamen-
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) to, em consonância com o respectivo plano regional de desenvolvi-
§ 7º Os bancos administradores deverão manter sistema que mento; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125,
permita consolidar as disponibilidades e aplicações dos recursos, de 2007)
independentemente de estarem em nome do Fundo Constitucional II - aprovar, anualmente, até o dia 15 de dezembro, os progra-
ou da instituição financeira. (Incluído pela Medida Provi- mas de financiamento de cada Fundo para o exercício seguinte, es-
sória nº 2.196-3, de 24.8.2001) tabelecendo, entre outros parâmetros, os tetos de financiamento
§ 8º As instituições financeiras, nas operações de financiamen- por mutuário; (Redação dada pela Lei Complementar
to realizadas nos termos deste artigo, gozam da isenção tributária a nº 125, de 2007)
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III - avaliar os resultados obtidos e determinar as medidas de mediante exame da correlação custo/benefício, e quanto à capaci-
ajustes necessárias ao cumprimento das diretrizes estabelecidas e dade futura de reembolso do financiamento almejado, para, com
à adequação das atividades de financiamento às prioridades regio- base no resultado dessa análise, enquadrar as propostas nas faixas
nais; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de encargos e deferir créditos; (Redação dada pela Lei
de 2007) Complementar nº 125, de 2007)
IV - encaminhar o programa de financiamento para o exercício IV - formalizar contratos de repasses de recursos na forma pre-
seguinte, a que se refere o inciso II do caput deste artigo, junta- vista no art. 9º desta Lei, respeitados os limites previstos no § 3º do
mente com o resultado da apreciação e o parecer aprovado pelo referido dispositivo; (Redação dada pela Lei nº 13.682,
Colegiado, à Comissão Mista permanente de que trata o § 1º do de 2018)
art. 166 da Constituição Federal, para conhecimento e acompanha- V - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempenho
mento pelo Congresso Nacional. (Incluído pela Lei e estado dos recursos e aplicações ao Ministério da Integração Na-
Complementar nº 125, de 2007) cional e aos respectivos conselhos deliberativos; (Re-
§ 1º Até o dia 30 de outubro de cada ano, as instituições finan- dação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
ceiras federais de caráter regional encaminharão, à apreciação do VI - exercer outras atividades inerentes à aplicação dos recur-
Conselho Deliberativo da respectiva superintendência de desenvol- sos, à recuperação dos créditos, inclusive nos termos definidos nos
vimento regional, a proposta de aplicação dos recursos relativa aos arts. 15-B, 15-C e 15-D, e à renegociação de dívidas, de acordo com
programas de financiamento para o exercício seguinte, a qual será as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
aprovada até 15 de dezembro. (Redação dada pela Lei (Redação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)
nº 13.682, de 2018) § 1º O Conselho Monetário Nacional, por meio de proposta do
§ 2º Na data prevista no § 1º deste artigo, as instituições fi- Ministério da Integração Nacional, definirá as condições em que os
nanceiras administradoras deverão informar àquelas previstas no bancos administradores poderão renegociar dívidas, limitando os
art. 9º desta Lei os limites disponíveis para repasse a cada uma, encargos financeiros de renegociação aos estabelecidos no contra-
e os valores deverão ser apurados segundo critérios de avaliação to de origem da operação inadimplida. (Incluído pela
fornecidos previamente pelas instituições administradoras às ins- Lei nº 12.793, de 2013)
tituições tomadoras dos recursos. (Incluído pela Lei nº § 2º Até o dia 30 de setembro de cada ano, as instituições fi-
13.682, de 2018) nanceiras de que trata o caput encaminharão ao Ministério da In-
§ 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, as instituições tegração Nacional e às respectivas superintendências regionais de
beneficiárias dos repasses deverão habilitar-se até a data prevista desenvolvimento, para análise, a proposta dos programas de finan-
no § 1º deste artigo perante as instituições financeiras administra- ciamento para o exercício seguinte. (Incluído pela Lei nº
doras. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) 12.793, de 2013)
§ 4º As instituições financeiras administradoras somente reser- Art. 15-A. (Revogado pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
varão a parcela de que trata o § 3º do art. 9º desta Lei às instituições Art. 15-B. Ficam convalidadas as liquidações de dívida efetua-
financeiras beneficiárias que cumprirem a exigência do § 3º deste das pelas instituições financeiras federais administradoras dos Fun-
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) dos Constitucionais, que tenham sido realizadas em conformidade
Art. 14-A. Cabe ao Ministério da Integração Nacional estabele- com as práticas e regulamentações bancárias das respectivas insti-
cer as diretrizes e orientações gerais para as aplicações dos recursos tuições e que tenham sido objeto de demanda judicial, recebidas
dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora
Centro-Oeste, de forma a compatibilizar os programas de financia- dos devedores diretos e respectivos garantes, relativamente a ope-
mento com as orientações da política macroeconômica, das políti- rações concedidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Fi-
cas setoriais e da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. nanciamento, de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei Complementar nº 125, de 2007) 11.945, de 2009).
Parágrafo único. O Ministério da Integração Nacional exercerá § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se liquidada a dívida
as competências relativas aos Conselhos Deliberativos das Superin- pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora
tendências de Desenvolvimento das Regiões Norte e Nordeste, de quando obtida mediante o desconto a uma taxa real que corres-
que trata o art. 14 desta Lei, até que sejam instalados os menciona- ponda ao custo de oportunidade do Fundo que tenha provido os
dos Conselhos. (Incluído pela Lei nº 11.524, de 2007) recursos financiadores da dívida liquidada, pelo tempo estimado
Art. 15. São atribuições de cada uma das instituições financei- para o desfecho da ação judicial, aplicada sobre o valor de avaliação
ras federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A., nos termos dos referidos bens. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009).
da lei: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) § 2º A convalidação referida no caput deste dispositivo resul-
I - aplicar os recursos e implementar a política de concessão de tará na anotação de restrição que impossibilitará a contratação de
crédito de acordo com os programas aprovados pelos respectivos novas operações nas instituições financeiras federais, ressalvada a
Conselhos Deliberativos; (Redação dada pela Lei nº hipótese de o devedor inadimplente recolher ao respectivo Fundo
10.177, de 12.1.2001) financiador da operação o valor atualizado equivalente à diferença
II - definir normas, procedimentos e condições operacionais havida entre o que pagou na renegociação e o que deveria ter sido
próprias da atividade bancária, respeitadas, dentre outras, as dire- pago caso incidissem no cálculo os encargos de normalidade em
trizes constantes dos programas de financiamento aprovados pelos sua totalidade, quando então poderá ser baixada a aludida anota-
Conselhos Deliberativos de cada Fundo; (Redação dada ção. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009).
pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) § 3º As instituições financeiras federais administradoras dos
III - analisar as propostas em seus múltiplos aspectos, inclusive Fundos Constitucionais deverão apresentar relatório ao Ministério
quanto à viabilidade econômica e financeira do empreendimento, da Integração Nacional, com a indicação dos quantitativos renego-
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ciados sob a metodologia referida no caput. (Incluído pela valente, a substituição, a liberação ou a alienação de garantias e
Lei nº 11.945, de 2009). de constrições, inclusive com a utilização do patrimônio rural em
§ 4º O disposto neste artigo somente se aplica aos devedores afetação, de acordo com o disposto na Lei nº 13.986, de 7 de abril
que tenham investido corretamente os valores financiados, confor- de 2020. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
me previsto nos respectivos instrumentos de crédito. (Inclu- § 4º Fica vedada a renegociação extraordinária que envolva
ído pela Lei nº 11.945, de 2009). operação de crédito objeto de renegociação extraordinária anterior
Art. 15-C. As instituições financeiras federais poderão, nos rescindida por descumprimento pelo mutuário das cláusulas e das
termos do art. 15-B e parágrafos, proceder à liquidação de dívidas condições pactuadas. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
em relação às propostas cujas tramitações tenham sido iniciadas § 5º O valor total dos créditos a serem liquidados ou repactu-
em conformidade com as práticas e regulamentações bancárias de ados será obtido mediante a soma dos valores que se enquadrem
cada instituição financeira federal. (Incluído pela Lei nº nos termos deste artigo, atualizados com base nos encargos de
11.945, de 2009). normalidade, sem o cômputo de multa, de mora ou de quaisquer
Art. 15-D. Os administradores dos Fundos Constitucionais fi- outros encargos de inadimplemento, mesmo que tenham sido in-
cam autorizados a liquidar dívidas pelo equivalente financeiro do corporados ou pactuados por meio de aditivos contratuais ou de
valor atual dos bens passíveis de penhora, observando regulamen- escrituras públicas de confissão. (Incluído pela Lei nº 14.166, de
tação específica dos respectivos Conselhos Deliberativos, a qual 2021)
deverá respeitar, no que couber, os critérios estabelecidos no art. § 6º Ao saldo devedor a ser liquidado ou repactuado, atuali-
15-B. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). zado na forma do § 5º deste artigo, conforme o caso, poderão ser
Art. 15-E. Além das medidas de recuperação de crédito e de acrescidos honorários advocatícios máximos equivalentes a 1% (um
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º por cento) do valor da dívida atualizada no caso de operações que
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores do FNO, do FNE e se encontrem em cobrança judicial . (Incluído pela Lei nº 14.166,
do FCO ficam autorizados a realizar acordos de renegociação ex- de 2021)
traordinária de operações de crédito inadimplidas sob sua gestão. § 7º A partir da data de repactuação, incidirão sobre o saldo de-
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) (Regulamento) vedor não liquidado nos termos deste artigo os encargos aplicáveis
§ 1º § 1º A renegociação extraordinária poderá ser solicitada a novos créditos destinados ao financiamento de itens semelhantes
pelo mutuário sempre que satisfeitas as condições estabelecidas aos originalmente financiados pela operação renegociada, obser-
neste artigo.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) vadas a atividade econômica e a classificação original de porte do
§ 2º Os acordos de renegociação extraordinária de que trata devedor.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
o caput deste artigo aplicam-se exclusivamente às operações de § 8º Na hipótese de repactuação, o pagamento das prestações
crédito cuja contratação original tenha ocorrido há, no mínimo, 7 será realizado em até 120 (cento e vinte) meses, admitidas presta-
(sete) anos da data de sua solicitação e que, nas demonstrações ções anuais para as operações de crédito rural. (Incluído pela Lei
financeiras dos Fundos Constitucionais, tenham sido: (Incluído nº 14.166, de 2021)
pela Lei nº 14.166, de 2021) § 9º O disposto neste artigo não se aplica às operações de cré-
I - integralmente provisionadas; (Incluído pela Lei nº 14.166, dito de mutuários que tenham comprovadamente cometido inapli-
de 2021) cação, desvio de finalidade ou fraude em operações de crédito con-
II - totalmente lançadas em prejuízo. (Incluído pela Lei nº tratadas com recursos dos Fundos Constitucionais. (Incluído pela
14.166, de 2021) Lei nº 14.166, de 2021)
§ 3º Nos acordos de renegociação extraordinária de que trata § 10. O disposto no § 9º deste artigo não impede a renego-
o caput deste artigo ficam autorizadas a concessão de prazos e for- ciação nos casos em que: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
mas de pagamento especiais, incluídos o diferimento, a moratória I - a irregularidade tenha sido devidamente saneada pelo inte-
e a concessão de descontos, observadas as seguintes condições: ressado ou em que seja saneada concomitantemente à liquidação
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) ou à repactuação; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
I – os descontos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) II – na hipótese de inaplicação, o objeto do financiamento te-
a) não poderão reduzir o valor original da operação de crédito, nha sido, de forma comprovada, fisicamente implantado ou adqui-
excluídos os acréscimos a qualquer título; (Incluído pela Lei nº rido. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
14.166, de 2021) § 11. Para os fins deste artigo, considera-se contratação origi-
b) não poderão implicar redução superior a 90% (noventa por nal: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
cento) dos valores a serem renegociados; e (Incluído pela Lei nº I - a operação que deu origem ao crédito, mesmo que renego-
14.166, de 2021) ciada por meio dos normativos internos da instituição financeira, de
c) serão concedidos na forma de: (Incluído pela Lei nº resoluções do Conselho Monetário Nacional ou de autorização legal
14.166, de 2021) específica, inclusive aquelas operações alongadas com fundamento
1. rebate para liquidação dos créditos atualizados na forma do no § 3º do art. 5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995; e
§ 5º deste artigo, segundo critérios e percentuais a serem definidos (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
em regulamento; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) II - as operações renegociadas com fundamento no § 6º do art.
2. bônus de adimplência para pagamento dos créditos repac- 5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995, e da Resolução nº
tuados atualizados na forma do § 5º deste artigo, segundo critérios 2.471, de 26 de fevereiro de 1998, do Conselho Monetário Nacio-
e percentuais a serem definidos em regulamento; (Incluído pela nal. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
Lei nº 14.166, de 2021) § 12. O ônus financeiro decorrente do ajuste do saldo devedor
II – as garantias vigentes deverão ser mantidas, permitidos o e dos descontos previstos neste artigo será suportado: (Incluído
oferecimento de exoneração mediante pagamento do valor equi- pela Lei nº 14.166, de 2021)
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I – no caso das operações provisionadas integralmente ou lan- acordo com as normas de concessão de crédito; ou (Incluído pela
çadas totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos Lei nº 14.166, de 2021)
Fundos Constitucionais, pela instituição financeira administradora, II – na hipótese de não haver substituição do titular da opera-
pela instituição repassadora ou pelo respectivo Fundo Constitucio- ção ou na hipótese de substituição do titular em que o novo titu-
nal, de acordo com a proporção do risco de cada um; (Incluído lar não exerça atividade econômica passível de financiamento pelo
pela Lei nº 14.166, de 2021) Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
II – nos demais casos, pelo respectivo Fundo Constitucional.. a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) no momento da renegociação e que financie itens semelhantes aos
§ 13. Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es- financiados originalmente pela operação renegociada; e (Incluído
tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas- pela Lei nº 14.166, de 2021)
tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no art. 62 do b) a atividade econômica e o porte do devedor original no mo-
Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do mento da contratação do crédito renegociado. (Incluído pela Lei
Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do nº 14.166, de 2021)
caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei § 4º Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es-
nº 10.522, de 19 de julho de 2002. (Incluído pela Lei nº 14.166, tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas-
de 2021) tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no art. 62 do
§ 14. O regulamento tratará dos casos omissos que necessi- Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do
tem ser disciplinados para dar efetividade ao disposto neste artigo. Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei
Art. 15-F. Além das medidas de recuperação de crédito e de nº 10.522, de 19 de julho de 2002.’. (Incluído pela Lei nº 14.166,
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º de 2021)
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores dos Fundos Cons- Art. 15-G. Para os fins do disposto nos arts. 15-E e 15-F desta
titucionais de Financiamento ficam autorizados a realizar renego- Lei: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
ciações de dívidas com substituição dos encargos contratados na I - o encaminhamento para cobrança judicial, as execuções e
operação de crédito pelos encargos correntemente utilizados para as cobranças judiciais em curso e o prazo de prescrição das dívidas
contratação de nova operação. (Incluído pela Lei nº 14.166, de para as quais foi solicitada a renegociação ficam suspensos a partir
2021) do protocolo do pedido de renegociação até o término da análi-
§ 1º A substituição de encargos de que trata o caput deste ar- se do pedido pelo banco administrador; (Incluído pela Lei nº
tigo aplica-se exclusivamente às operações de crédito: (Incluído 14.166, de 2021)
pela Lei nº 14.166, de 2021) II – a instituição financeira deverá apresentar ao devedor, caso
I - que tenham sido integralmente provisionadas ou lançadas este solicite formalmente, extrato demonstrativo da evolução da dí-
totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos Fundos vida conforme os critérios estabelecidos nesta Lei; (Incluído pela
Constitucionais; e (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) Lei nº 14.166, de 2021)
II – em que seja proposta a realização de um dos seguintes pro- III - as regras previstas nos demais dispositivos desta Lei apli-
cedimentos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) cam-se subsidiariamente. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
a) substituição do titular da operação, por meio de assunção, Art. 15-H. Ficam os bancos administradores dos Fundos Cons-
de expromissão ou por outro meio que transfira a obrigação da dívi- titucionais de Financiamento autorizados a ceder a empresas es-
da a terceiro; ou (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) pecializadas na cobrança de créditos inadimplidos operações en-
b) alteração do controle societário direto ou indireto da em- quadradas mas não renegociadas nos termos dos arts. 15-E e 15-F
presa mutuária. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, as renego- Parágrafo único. O valor obtido com a cessão de que trata o
ciações serão condicionadas à avaliação do banco administrador caput deste artigo será dividido entre o banco administrador e o
acerca da idoneidade financeira e da capacidade de pagamento do Fundo Constitucional na proporção do risco de crédito assumido
assuntor, do expromitente ou do controlador direto ou indireto su- por cada um na data da concessão. (Incluído pela Lei nº 14.166,
perior em relação ao devedor ou controlador original e a outros cri- de 2021)
térios, em conformidade com as práticas e as regulamentações ban- Art. 16. O Banco da Amazônia S.A. - Basa, o Banco do Nordeste
cárias das respectivas instituições. (Incluído pela Lei nº 14.166, do Brasil S.A. - BNB e o Banco do Brasil S.A. - BB são os administra-
de 2021) dores do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO,
§ 3º Os encargos a serem utilizados para a substituição de que do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e do
trata este artigo terão como parâmetros: (Incluído pela Lei nº Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, res-
14.166, de 2021) pectivamente.
I - na hipótese de substituição do titular da operação em que o § 1° O Banco do Brasil S.A. transferirá a administração, patri-
novo titular exerça atividade econômica passível de financiamento mônio, operações e recursos do Fundo Constitucional de Financia-
pelo Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) mento do Centro-Oeste - FCO para o Banco de Desenvolvimento
a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito do Centro-Oeste, após sua instalação e entrada em funcionamento,
no momento da renegociação e que financie a principal atividade conforme estabelece o art. 34, § 11, do Ato das Disposições Consti-
econômica desenvolvida pelo novo titular e que seja passível de fi- tucionais Transitórias.
nanciamento pelo Fundo Constitucional; e (Incluído pela Lei nº § 2° (Parágrafo revogado pela Lei nº 10.177, de
14.166, de 2021) 18.1.2001)
b) o porte do novo titular no momento da renegociação, de Art. 17. (Revogado implicitamente pela Lei 10.177, de
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12.1.200 que revogou o art. 13 da Lei 9.126/1995) Art. 18. Cada Fundo terá contabilidade própria, registrando to-
Art. 17-A. Os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO dos os atos e fatos a ele referentes, valendo-se, para tal, do sistema
farão jus a taxa de administração sobre o patrimônio líquido dos contábil da respectiva instituição financeira federal de caráter regio-
respectivos Fundos, apropriada mensalmente, nos seguintes per- nal, no qual deverão ser criados e mantidos subtítulos específicos
centuais: (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) para esta finalidade, com apuração de resultados à parte.
I - 3% (três por cento) ao ano, no exercício de 2018; (Incluído Art. 18-A. Observadas as orientações gerais estabelecidas pelo
pela Lei nº 13.682, de 2018) Ministério da Integração Nacional, as Superintendências de De-
II - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) ao ano, no senvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste são
exercício de 2019; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) responsáveis pelo funcionamento de ouvidorias para atender às su-
III - 2,4% (dois inteiros e quatro décimos por cento) ao ano, no gestões e reclamações dos agentes econômicos e de suas entidades
exercício de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) representativas quanto às rotinas e aos procedimentos empregados
IV - 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) ao ano, no exer- na aplicação dos recursos do respectivo Fundo Constitucional de
cício de 2021; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) Financiamento. (Redação dada pela Lei nº 12.716, de 2012)
V - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) ao ano, no exer- § 1º As ouvidorias a que se refere o caput deste artigo terão seu
cício de 2022; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) funcionamento guiado por regulamento próprio, que estabelecerá
VI - 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) ao ano, a partir as responsabilidades e as possibilidades das partes envolvidas, re-
de 1º de janeiro de 2023. (Incluído pela Lei nº 13.682, de servando-se às instituições financeiras a obrigação de fornecimento
2018) das informações e justificações necessárias à completa elucidação
§ 1º Para efeitos do cálculo da taxa de administração a que se dos fatos ocorridos e à superação dos problemas detectados e pen-
refere o caput deste artigo, serão deduzidos do patrimônio líquido dências existentes. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
apurado para o mês de referência: (Incluído pela Lei nº § 2º Cabe ao Conselho Deliberativo das Superintendências
13.682, de 2018) de Desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste
I - os saldos dos recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata estabelecer o regulamento para o funcionamento da ouvidoria do
o art. 4º da Lei nº 9.126, de 10 de novembro de 1995; (Incluído respectivo Fundo. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
pela Lei nº 13.682, de 2018) § 3º O ouvidor de cada Fundo será nomeado, por proposta
II - os valores repassados ao banco administrador nos termos da Superintendência Regional de Desenvolvimento, pelo respec-
do § 11 do art. 9º-A desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de tivo Conselho Deliberativo, do qual participará com direito à voz.
2018) (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
III - os saldos das operações contratadas na forma do art. 6º-A § 4º No prazo de até 30 (trinta) dias de sua solicitação, o to-
da Lei nº 10.177, de 12 de janeiro de 2001, conforme regulamenta- mador de financiamento tem o direito de receber do banco admi-
do pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nistrador uma ficha completa de cada uma de suas operações de
nº 13.682, de 2018) crédito, com a discriminação de todos os lançamentos desde sua
§ 2º Os bancos administradores farão jus ao percentual de contratação. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
0,09% a.a. (nove centésimos por cento ao ano) sobre os saldos dos § 5º As entidades representativas dos produtores rurais po-
recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata o art. 4º da Lei nº derão, nos termos do regulamento previsto no § 1o, assistir aos to-
9.126, de 10 de novembro de 1995. (Redação dada pela Lei nº madores na obtenção de informações sobre as pendências em suas
14.227, de 2021) operações de crédito e promover reuniões de conciliação entre os
§ 3º O montante a ser recebido pelos bancos administradores agentes econômicos e os bancos administradores. (Incluído
em razão da taxa de administração de que trata este artigo, deduzi- pela Lei nº 12.716, de 2012)
do o valor a que se refere o § 2º deste artigo, poderá ser acrescido § 6º A participação das entidades representativas dos produto-
em até 20% (vinte por cento), a título de taxa de performance. (Re- res rurais, nos termos do § 5º, não exclui nem mitiga a responsabili-
dação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) dade primária dos bancos administradores em divulgar e disseminar
§ 4º A taxa de administração de que trata o caput deste artigo as informações acerca das operações de crédito. (Incluído
somada à remuneração de que trata o § 2º deste artigo ficam limi- pela Lei nº 12.716, de 2012)
tadas, em cada mês, a 20% (vinte por cento) do valor acumulado, § 7º Caso o banco administrador não atenda à solicitação pre-
até o mês de referência, das transferências de que trata a alínea c vista no § 4º, a respectiva ouvidoria assumirá a responsabilidade
do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal, realizadas pela solicitação e informará ao Conselho Deliberativo em sua pri-
pela União a cada um dos bancos administradores, descontados os meira reunião após esse fato, cabendo ao Presidente do Banco Ad-
valores pagos nos meses anteriores referentes à taxa de administra- ministrador justificar o não atendimento ou a demora em fazê-lo.
ção de que trata o caput deste artigo e ao percentual de que trata o (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
§ 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) Art. 19. As instituições financeiras federais de caráter regional
§ 5º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Economia e do farão publicar semestralmente os balanços dos respectivos Fundos,
Desenvolvimento Regional regulamentará a taxa de performance devidamente auditados.
de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.227, Art. 20. Os bancos administradores dos Fundos Constitucio-
de 2021) nais de Financiamento apresentarão, anualmente, ao Ministério da
§ 6º Ato do Presidente da República regulamentará a sistemá- Integração Nacional e às respectivas Superintendências Regionais
tica do cálculo e da apropriação da taxa de administração a que fa- de Desenvolvimento relatório circunstanciado sobre as atividades
zem jus os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO. (In- desenvolvidas e os resultados obtidos pelos respectivos Fundos.
cluído pela Lei nº 13.682, de 2018) (Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018)
VI - Do Controle e Prestação de Contas § 1° O exercício financeiro de cada Fundo coincidirá com o ano
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civil, para fins de apuração de resultados e apresentação de rela- parágrafo anterior, pelas instituições financeiras federais de caráter
tórios. regional, com os recursos dos Fundos Constitucionais de Financia-
§ 2° Deverá ser contratada auditoria externa, às expensas do mento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ficam ao abrigo desta
Fundo, para certificação do cumprimento das disposições constitu- Lei, inclusive para efeito de eventuais benefícios financeiros.
cionais e legais estabelecidas, além do exame das contas e outros Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
procedimentos usuais de auditagem. Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3° Os bancos administradores deverão colocar à disposição
dos órgãos de fiscalização competentes os demonstrativos, com po- Brasília, 27 de setembro de 1989; 168° da Independência e
sições de final de mês, dos recursos, aplicações e resultados dos 101° da República.
Fundos respectivos.
§ 4º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa-
nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será
encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo da superinten- BNDES/FINAME: BASE LEGAL, FINALIDADE, REGRAS, FOR-
dência do desenvolvimento, juntamente com sua apreciação, às co- MA DE ATUAÇÃO.
missões que tratam da questão das desigualdades inter-regionais
de desenvolvimento na Câmara dos Deputados e no Senado Fede-
ral, para efeito de fiscalização e controle. (Redação dada O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
pela Lei Complementar nº 129, de 2009). BNDES é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do
§ 5º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa- Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem como
nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será objetivo o financiamento de longo prazo de empreendimentos que
encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo de desenvol- contribuam para o desenvolvimento do país. Essa atividade de fi-
vimento regional, juntamente com sua apreciação, a qual levará nanciamento resulta na melhoria da competitividade da economia
em consideração o disposto no § 4° deste artigo, à Comissão Mista brasileira e no aumento da qualidade de vida de sua população.
permanente de que trata o § 1º do art. 166 da Constituição Fede- O BNDES também busca fortalecer a estrutura de capital das
ral, para efeito de fiscalização e controle, devendo ser apreciado na empresas privadas e o desenvolvimento do mercado de capitais,
forma e no prazo do seu regimento interno. (Redação o comércio de máquinas e equipamentos e o financiamento às ex-
dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) portações. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES
§ 6º Do montante de recursos a que se refere o inciso II do atendem às necessidades de investimentos de empresas de qual-
caput do art. 6º desta Lei, será destinada anualmente a parcela de quer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com institui-
até 0,01% (um centésimo por cento) para contratação pelas respec- ções financeiras, com agências instaladas em todo o país, permite
tivas superintendências de desenvolvimento regional, e pagamento a divulgação do crédito, possibilitando maior acesso aos recursos
pelo banco administrador do respectivo Fundo, de atividades de do BNDES.
avaliação dos impactos econômicos e sociais decorrentes da aplica- O BNDES se considera de fundamental importância, na execu-
ção dos recursos dos Fundos, de forma a permitir a aferição da efi- ção de sua política de crédito, levando em consideração os princí-
cácia, da eficiência e da efetividade desses recursos, de acordo com pios ético-ambientais e o compromisso com os princípios do de-
as diretrizes definidas conjuntamente pelo Ministério da Economia senvolvimento sustentável. O BNDES apoia projetos que tenham
e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, a ser descontada impacto direto na melhoria das condições de vida da população
de cada Fundo Constitucional de Financiamento na proporção defi- nas áreas de desenvolvimento urbano, ambiental, social, regional e
nida no parágrafo único do referido art. 6º. (Redação dada pela Lei rural. Em especial, um papel importante é o apoio a investimentos
nº 14.227, de 2021) sociais voltados para educação e saúde, agricultura familiar, sanea-
§ 7º O conjunto mínimo de informações que deve constar do mento básico e transporte coletivo de massa.
relatório a que se refere o caput deste artigo e sua estrutura serão O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
definidos em ato conjunto dos Ministros de Estado da Integração (BNDES) é o principal agente financiador do desenvolvimento no
Nacional e da Fazenda, com indicadores qualitativos e quantitativos Brasil. Desde sua fundação, em 1952, o BNDES tem desempenhado
que permitam a mensuração do desempenho, consoante os pro- um papel fundamental no estímulo à expansão da indústria e da
pósitos e os resultados da política de aplicação dos recursos dos infraestrutura no país. Ao longo da história do Banco, sua atuação
Fundos. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) evoluiu de acordo com os desafios socioeconômicos brasileiros, e
VII - Das Disposições Gerais e Transitórias agora inclui apoio à exportação, inovação tecnológica, desenvolvi-
Art. 21. Até a aprovação da proposta prevista no inciso I do art. mento socioambiental sustentável e modernização da administra-
14 desta Lei, ficam as instituições financeiras federais de caráter re- ção pública.
gional autorizadas a aplicar os recursos dos respectivos Fundos de O Banco oferece diversos mecanismos de apoio financeiro a
acordo com as diretrizes gerais estabelecidas no art. 3° desta Lei. empresas brasileiras de todos os portes e entidades da administra-
§ 1° Dentro de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação desta ção pública, viabilizando investimentos em todos os setores eco-
Lei, as instituições financeiras federais de caráter regional apresen- nômicos. Em qualquer empreendimento apoiado, desde a fase de
tarão, aos Conselhos Deliberativos das respectivas superintendên- análise até o monitoramento, o BNDES destaca três fatores que
cias de desenvolvimento regional, as propostas de programas de considera estratégicos: inovação, desenvolvimento local e desen-
financiamento de que trata o parágrafo único do art. 14 desta Lei, volvimento socioambiental.
as quais deverão ser aprovadas até 60 (sessenta) dias após o rece- No século XXI, o BNDES alinha sua atuação à realidade de um
bimento. mundo globalizado, com economias profundamente conectadas, e
§ 2° As operações realizadas antes da aprovação de que trata o intensifica seus esforços para assumir papéis e atribuições que ul-
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trapassam as fronteiras do Brasil, em consonância com o aumento — Finalidades


da inserção internacional de o país. Hoje, o Banco tem escritórios
em Londres, um dos centros financeiros mais importantes do pla- Apoio ao trabalhador desempregado
neta, e em Montevidéu, considerada a “capital” do bloco comer- Uma das principais finalidades do FAT é prover assistência fi-
cial do Mercosul e sede de diversos organismos regionais. O BNDES nanceira aos trabalhadores desempregados, garantindo-lhes um
também financia a expansão de empresas nacionais muito além das suporte temporário enquanto buscam nova colocação no mercado
fronteiras do país e busca diversificar as fontes de seus recursos no de trabalho.
mercado internacional. Além disso, o BNDES fortaleceu seus esfor-
ços já tradicionalmente realizados, como o financiamento à expor- Financiamento de programas de desenvolvimento econômico
tação de bens e serviços brasileiros em projetos realizados no exte- O FAT também desempenha um papel crucial no financiamento
rior e a captação de recursos institucionais por meio de organismos de programas e projetos que visam o desenvolvimento econômico
multilaterais, compartilhamento de experiências e oportunidades e a geração de empregos. Isso inclui ações voltadas para o fomento
de promoção. de setores estratégicos e a capacitação profissional.
O BNDES possui três subsidiárias integrais: FINAME, BNDESPAR
e BNDES Limited. Juntas, as quatro empresas compõem o Sistema Incentivo à Economia Regional
BNDES. Para promover o desenvolvimento de regiões menos desenvol-
Os recursos do FINAME destinam-se ao financiamento de ope- vidas, o FAT opera programas específicos que visam à criação de
rações de compra e venda e exportação de máquinas e equipamen- oportunidades de trabalho e ao fortalecimento da infraestrutura
tos brasileiros, bem como à importação de bens da mesma natureza econômica regional.
produzidos no exterior. Suas atividades são desenvolvidas em con-
junto com a colaboração do BNDES, que por sua vez é responsável — Regras e funcionamento
pela FINAME. No entanto, a gestão desta agência é da responsabili-
dade do seu Conselho de Administração. Arrecadação de recursos
A BNDESPAR é uma sociedade empresária, que foi constituída O FAT é alimentado por recursos provenientes das contribui-
como subsidiária integral do BNDES. Realiza operações de capitali- ções sociais pagas pelos empregadores, sendo uma porcentagem
zação de empreendimentos controlados por grupos privados, res- incidente sobre a folha de salários. Além disso, parte dos recursos
peitando os planos e políticas do BNDES. provêm do PIS/PASEP.
Entre os outros objetivos, a subsidiária é responsável por con-
tribuir para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro por Governança e administração
meio da ampliação da oferta de títulos e da democratização da titu- O Conselho Deliberativo do FAT, composto por representantes
laridade do capital social. do governo, empregadores e trabalhadores, exerce papel funda-
O banco é o principal instrumento de apoio financeiro no Bra- mental na definição das diretrizes e na alocação dos recursos. A
sil para investimentos em todos os setores econômicos. O Banco gestão cotidiana é realizada pelo Conselho Diretor.
destina recursos especiais, preferencialmente na forma de financia-
mentos de longo prazo e participações acionárias, além de apoiar Auditorias e transparência
empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento econô- Para assegurar a integridade e eficiência na gestão dos re-
mico e social. cursos, o FAT está sujeito a auditorias regulares. A transparência
O dinamismo do sistema econômico moderno estimula o BN- é promovida por meio da divulgação de relatórios e informações
DES a investir não apenas em projetos de grande porte, mas tam- detalhadas sobre o uso dos recursos, proporcionando prestação de
bém em empreendimentos de micro, pequenas e médias empre- contas à sociedade.
sas, pessoas físicas e órgãos da administração pública. Dessa forma,
o Banco universalizou o acesso ao crédito e, assim, contribui para o Pagamento do seguro-desemprego
avanço da economia e, consequentemente, para a geração de em- O Seguro-Desemprego é um dos principais benefícios ofere-
prego e renda. cidos pelo FAT. Este benefício, garantido por lei, proporciona uma
Os desembolsos do BNDES encerraram o ano de 2011 em R$ compensação financeira temporária ao trabalhador dispensado
139,7 bilhões. O resultado ficou dentro das expectativas do Banco sem justa causa, visando mitigar os impactos financeiros do desem-
e permitiu que a instituição continuasse contribuindo para a expan- prego.
são dos investimentos na economia brasileira, com destaque para o
setor de infraestrutura. Abono salarial
Outra responsabilidade do FAT é o pagamento do Abono Sala-
rial, um benefício anual destinado a trabalhadores que atendem a
FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR (FAT): BASE LE-
critérios específicos, como ter exercido atividade remunerada por
GAL, FINALIDADES, REGRAS, FORMA DE ATUAÇÃO.
pelo menos 30 dias no ano-base e ter remuneração média de até
dois salários mínimos.
Base legal
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é uma instituição
brasileira com base legal na Constituição Federal de 1988, especi-
ficamente nos artigos 239 e 240. Sua criação foi estabelecida para
viabilizar recursos destinados à execução de políticas de amparo
aos trabalhadores.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Critérios para recebimento de benefícios ros que envolvem valores de pequena monta, oferecidos a indiví-
Os critérios para recebimento de benefícios, como Seguro-De- duos de baixa renda.
semprego e Abono Salarial, são estabelecidos em regulamentações Tais serviços podem compreender ampla gama, desde o forne-
específicas. Tais critérios incluem tempo de contribuição, remune- cimento de crédito à oferta de mecanismos de investimento e de
ração média e outros fatores que garantem a distribuição justa dos seguro. O crédito, por sua vez, sob a nomenclatura de “microcrédi-
recursos. to”, tem ganhado grande destaque internacional.
Em resumo, as microfinanças são serviços e produtos desenvol-
— Forma de atuação vidos para atender às necessidades financeiras de pessoas com par-
cos rendimentos e pouco ou nenhum patrimônio economicamente
Investimento em programas de qualificação apreciável. Esse leque de serviços e produtos financeiros tem apoio
O FAT direciona recursos significativos para programas de quali- fundamental no crédito, que é concedido com base em metodolo-
ficação profissional, visando melhorar a empregabilidade dos traba- gias de análise de crédito especificamente desenvolvidas para esse
lhadores brasileiros. Esses programas incluem cursos, treinamentos setor, de grande simplicidade e flexibilidade quanto aos requisitos
e outras ações que capacitam os trabalhadores para as demandas de acesso, quanto à documentação e às garantias exigidas, e com
do mercado de trabalho. envolvimento direto do mutuante no cotidiano do mutuário, para
compreender suas dificuldades de natureza técnica, administrativa,
Apoio a setores estratégicos ou mesmo relativa à apresentação de garantias, e fornecer auxílio
Parte dos recursos do FAT é destinada a financiar setores es- ou soluções capazes de superar semelhantes obstáculos à conces-
tratégicos da economia, impulsionando o crescimento e a criação são do crédito e a seu regular pagamento.
de empregos. Essa atuação contribui para a sustentabilidade e for- Dentro das microfinanças, os principais agentes são conhecidos
talecimento de segmentos-chave, como a indústria, agricultura e por Instituições de Microfinanças (IMF). As IMFs são organizações
tecnologia. que oferecem serviços financeiros para pessoas de baixa renda.
Também se enquadram no conceito de IMFs as Sociedades que rea-
Apoio a micro e pequenos empreendedores lizam operações de Crédito aos Microempreendedores.
O FAT desenvolve programas específicos de crédito e apoio téc-
nico para micro e pequenos empreendedores. Essa iniciativa visa Dentro desta definição se encaixam diversos tipos de organiza-
fortalecer a base da economia, promovendo a sustentabilidade e a ções que variam em sua estrutura jurídica, missão, metodologia e
diversificação dos negócios locais. sustentabilidade, mas que têm por ponto em comum a oferta de
serviços financeiros para uma clientela que simplesmente não é al-
Parcerias com entidades de capacitação cançada pelos bancos tradicionais.
O FAT estabelece parcerias com entidades especializadas em
capacitação profissional, buscando a eficácia na implementação de Tipos de organizações e forma de atuação em microfinanças33
programas voltados para a melhoria das competências dos traba-
lhadores. Todas as organizações legalmente constituídas como microfi-
nanceiras podem atuar no microcrédito empreendedor e em mi-
Conclusão crofinanças, observadas as disposições legais que as disciplinam.
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) desempenha um pa- Assim, os operadores de microcrédito/microfinanças podem ser
pel crucial na promoção do amparo social e no estímulo ao desen- agrupados de acordo com as suas características e vínculos de su-
volvimento econômico. Sua base legal, finalidades, regras e forma pervisão legal:
de atuação convergem para a construção de uma sociedade mais
justa e preparada para os desafios do mercado de trabalho. 1. Instituições reguladas
Em resumo, o FAT não apenas oferece suporte financeiro a tra- As instituições reguladas são aquelas autorizadas e diretamente
balhadores em momentos de desemprego, mas também investe supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen) como insti-
em iniciativas que fortalecem a capacitação profissional e impulsio- tuições financeiras componentes do Sistema Financeiro Nacional
nam o crescimento econômico do país. (SFN). O Bacen as reclassifica ainda de acordo com os seus níveis de
interação com o SFN e o público em geral. Confira a reclassificação:
MICROFINANÇAS: BASE LEGAL, FINALIDADE, FORMA DE
Instituições captadoras de recursos.
ATUAÇÃO.
São as instituições financeiras autorizadas a captar recursos jun-
to ao público em geral. Fazem parte desse grupo os bancos múlti-
MICROFINANÇAS32 plos com carteira comercial; os bancos comerciais; a Caixa Econô-
mica Federal; e as cooperativas de crédito. Por se constituírem em
As microfinanças, sobretudo por meio das operações de mi- instituições financeiras plenas, estão habilitadas, do ponto de vista
crocrédito (concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos regulatório, a praticar operações de microcrédito empreendedor e
empreendedores informais e microempresas sem acesso ao siste- demais produtos e serviços financeiros das microfinanças, como os
ma financeiro tradicional), têm sido percebidas como importantes depósitos.
ferramentas mitigação da pobreza em todo o mundo.
Entende-se por microfinanças o conjunto de serviços financei- 33 https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tipos-de-organi-
32 https://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/livro_microfinan%C3%A- zacoes-e-forma-de-atuacao-em microfinancas,ef59d53342603410VgnVCM-
7as_internet.pdf 100000b272010aRCRD
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Demais instituições financeiras. Microcrédito


Nesse grupo, o Bacen inclui aquelas que não possuem autoriza-
ção para captar recursos junto ao público. É o caso das agências de É um tipo de empréstimo34 para pequenos empreendedores,
fomento, dos bancos de desenvolvimento, das sociedades de cré- que desejam ampliar seu próprio negócio, comprar equipamento,
dito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte (SCM) mudar de estabelecimento, etc. O microcrédito é uma proposta do
e das “financeiras” (sociedade de crédito, financiamento e investi- Governo Federal para incentivar microempreendedores e promo-
mento). Assim, por restrição legal, esse grupo se atém à oferta de ver o crescimento de renda para a população.
crédito. As SCM são constituídas como pessoa jurídica de direito O microcrédito é voltado a empreendedores formais – pessoa
privado com fins lucrativos na forma de uma sociedade de respon- jurídica ou MEI, por exemplo – e informais que não conseguem
sabilidade limitada (Ltda.) ou companhia fechada (S/A). acessar empréstimos ou créditos convencionais; eles são de até R$
20 mil por cliente.
2. Instituições não reguladas O microcrédito e suas regras são geridos pelo BNDES (Banco Na-
Essas instituições operam com instituições de microcrédito e cional do Desenvolvimento), mas quem o oferece são instituições
programas governamentais que não fazem parte do Sistema Finan- financeiras do país.
ceiro Nacional. Suas formas operacionais possuem maiores restri- Atualmente, o microcrédito35 é concedido no Brasil de várias
ções em relação às entidades reguladas. Seguem legislações pró- formas, por meio de ações do Poder Público, da sociedade civil e da
prias e estão basicamente conformadas em três grupos: iniciativa privada, apresentando diferentes desenhos institucionais.
O Poder Público vem atuando com programas voltados direta-
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). mente para o tomador de microcrédito, por meio de bancos oficiais
Constituídas como entidades de direito privado, sem fins lucra- com carteiras especializadas, a exemplo do programa CrediAmigo
tivos e qualificadas pelo Ministério da Justiça (MJ) como de interes- do Banco do Nordeste, ou através de programas conhecidos como
se público, nos termos da Lei 9.790/99. Essas entidades não estão “Bancos do Povo”, que trabalham majoritariamente com recursos
sujeitas à Lei da Usura, portanto, podem praticar taxas de mercado. orçamentários. Há ainda os programas públicos de fomento a ins-
Atualmente, o MJ mantém registro de 270 OSCIP. tituições de microcrédito da sociedade civil e da iniciativa privada.
Organizações não governamentais (ONG). São as chamadas “instituições de segunda linha”, a exemplo do
Trata-se de organizações de direito privado sem fins lucrativos. Programa de Crédito Produtivo Popular do BNDES e do Programa
Geralmente, são formadas por associações, institutos e outras for- SEBRAE de Apoio ao Segmento de Microcrédito.
mas jurídicas da sociedade civil. A ONG está sujeita à Lei da Usura, O microcrédito adota uma metodologia específica, que consis-
não podendo praticar juros superiores a 12% ao ano. te, primeiramente, na concessão assistida do crédito. Ao contrário
Programas e fundos financeiros de governo. do que acontece no sistema financeiro tradicional, onde existe uma
Criados no âmbito de governos estaduais e municipais, são postura reativa (o cliente é que vai até o banco), nas instituições de
comumente conhecidos como “Banco do Povo”. Do ponto de vis- microcrédito os Agentes de Crédito vão até o local onde o candidato
ta legal, essas organizações também estão sujeitas à Lei da Usura, ao crédito exerce sua atividade produtiva, para avaliar as necessida-
além de não poder oferecer serviços de depósitos e outros meios des e as condições de seu empreendimento, bem como as possibili-
de captação de recursos junto ao público. dades de pagamento. Após a liberação do crédito, esse profissional
passa a acompanhar a evolução do negócio.
Outras classificações Outro ponto que diferencia o microcrédito do crédito tradicio-
As instituições microfinanceiras (IMF) também podem ser clas- nal são os sistemas de garantias, importantes para a cobertura de
sificadas de acordo com a forma de atuação: possíveis inadimplências. Aprática de concessão do crédito tradicio-
nal é a exigência de garantias reais. O microcrédito adota sistemas
Instituições de primeiro piso. de garantias mais próximos das condições sócio-econômicas dos
Referem-se às instituições – inclusive as não reguladas pelo pequenos empreendedores, cuja ausência de bens para oferecer
Bacen – que atuam de forma direta junto aos micros e pequenos como garantia real é compensada pelo capital social da comunida-
empreendimentos, independentemente de sua forma jurídica de de (relações de confiança, reciprocidade e participação). Assim, as
organização. garantias podem ser oferecidas: individualmente, com o tomador
Instituições de segundo piso. indicando um avalista/fiador; coletivamente, por meio de aval so-
As instituições de segundo piso são formadas por entidades re- lidário, que consiste na formação de grupos, geralmente de três a
guladas pelo Bacen, e possuem maior capacidade de captação de cinco pessoas, em que cada um é ao mesmo tempo tomador do
recursos junto ao público em geral e/ou de investidores qualifica- crédito e avalista dos demais.
dos. Entre as entidades dessa classificação, o Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal, BDMG, Desenbahia e o Badesc. Principais características do Microcrédito
Representam o grupo de entidades que atuam com operações
financeiras junto às instituições de primeiro piso, podendo também Crédito Produtivo
operar diretamente com o público dos micros e pequenos negócios. O microcrédito é um crédito especializado para determinado
São reconhecidas como fornecedoras de recursos (funding) para os segmento da economia: o pequeno empreendimento informal e
operadores de microcrédito. a microempresa. Portanto, está voltado para apoiar negócios de
pequeno porte, gerenciados por pessoas de baixa renda, e não se
destina a financiar o consumo.
34 https://www.serasa.com.br/ensina/seu-credito/o-que-e-microcredito/
35 https://www.bcb.gov.br/content/publicacoes/outras_pub_alfa/microcredito.pdf
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Ausência de Garantias Reais uma série de contatos pessoais e na aplicação de vários instrumen-
A concessão de crédito a empreendedores de baixa renda, que tos de conhecimento e análise da atividade econômica que está
não têm garantias reais para respaldá-lo, tem sido atendida pelo mi- sendo fomentada.
crocrédito de duas maneiras. A primeira é o aval solidário (ou fiança
solidária), que consiste na reunião, em geral, de três a cinco pesso- Crédito Adequado ao Ciclo do Negócio
as com pequenos negócios e necessidades de crédito, que confiam Embora sejam grandes as diferenças entre os negócios apoia-
umas nas outras para formar um Grupo Solidário, com o objetivo de dos, algumas características são comuns às operações de microcré-
assumir as responsabilidades pelos créditos de todo o grupo. dito, quais sejam:
O processo de formação de Grupos Solidários é auto-seletivo, - empréstimos de valores pequenos: o empréstimo médio
pois as pessoas buscam o bom pagador sabendo que o não paga- das instituições brasileiras de microcrédito está em torno de R$
mento de um faz com que todos respondam, pagando, pelo crédito 1.000,00;
concedido. Assim, estabelece-se uma rede de apoio e vigilância que - prazos de pagamentos curtos: semanais, quinzenais e, no má-
tem como resultado a baixa inadimplência. ximo,
Outra opção para aqueles que não querem participar do aval - mensais; caracterização como linha de crédito: possibilidade
solidário é a apresentação de um avalista/fiador que preencha as de renovação dos empréstimos;
condições estabelecidas pela instituição de microcrédito. - empréstimos com valores crescentes: aumento dos valores
O fato de os tomadores de microcrédito serem pessoas empre- dos empréstimos de acordo com a capacidade de pagamento até
endedoras, que têm uma atividade econômica de escala diminu- o limite estabelecido pela política de crédito de cada instituição.
ta, porém viável economicamente, e o reconhecimento por parte Essas características criam uma espécie de “círculo virtuoso”
dos tomadores do inestimável valor que o acesso a uma linha de onde o tomador é incentivado a pagar em dia, já que esse é um in-
crédito permanente representa para suas atividades econômicas, dicativo importante para o recebimento de novo crédito, que pode
conformam as principais garantias das instituições de microcrédito. ser de valor maior. O fato de o tomador de microcrédito vivenciar
Agrega-se a esses fatores o acompanhamento realizado pelo Agen- a obtenção, a administração e a liquidação de diversos créditos
te de Crédito junto a cada cliente, indispensável para a verificação aumenta a confiança e a motivação em relação à possibilidade de
da necessidade do crédito e para o sucesso da operação financeira. crescimento do seu negócio e o grau de informação e de organiza-
ção do seu pequeno empreendimento. Além disso, a instituição de
Crédito Orientado microcrédito ganha sustentabilidade e escala nas operações.
O caráter informal de grande parte dos pequenos negócios, o
valor reduzido das operações de microcrédito, a ausência de garan- Baixo Custo de Transação e Elevado Custo Operacional
tias reais nas operações e a formação sócio- cultural dos pequenos A decisão de fazer um empréstimo, do ponto de vista do peque-
empreendedores requerem procedimentos específicos no processo no empreendedor, esbarra na ausência de tempo (deixar o local de
de concessão de microcrédito. trabalho) e recursos (garantias) para negociá- lo. Por isso, o empre-
O tomador de microcrédito nem sempre vislumbra o crédito endedor de baixa renda busca reduzir ao máximo os custos de tran-
como investimento no seu ramo de negócio e, em alguns casos, tem sação que, para ele, podem pesar mais do que o custo financeiro.
receio de se endividar. Assim, torna-se fundamental que o micro- Baixo custo de transação significa:
crédito seja concedido de forma assistida, o que é feito pelo Agente - proximidade do cliente: a localização da instituição de micro-
de Crédito. A postura do Agente de Crédito, suas atitudes, lingua- crédito deve ser próxima da residência e/ou local de trabalho dos
gem e abordagem devem levar aos pequenos empreendedores as clientes;
informações e orientações essenciais para o êxito do negócio. - mínimo de burocracia: adoção de poucos procedimentos buro-
Ele é o elo entre a instituição de microcrédito e o tomador do cráticos, tais como documentos, assinaturas etc;
empréstimo, sendo o responsável pelo estabelecimento de uma re- - agilidade na entrega do crédito: o prazo entre a solicitação e a
lação profissional e de confiança. Afinal, concedentes e tomadores entrega do crédito deve ser o mais curto possível.
precisam que os empréstimos sejam pagos e retornem à instituição Essas características incentivam o bom uso do crédito e o paga-
de microcrédito, assegurando sua continuidade em bases susten- mento em dia. Por outro lado, o custo de uma instituição sustentá-
táveis. vel de microcrédito é significativo, o que requer, além da eficiência
O trabalho do Agente de Crédito, resumidamente, começa com administrativa, a cobrança de taxas de juros nem sempre baixas.
uma entrevista com o pretendente ao microcrédito, no local do em- O uso de tecnologia micro financeira adequada é imprescindível
preendimento, muitas vezes sua própria moradia. No diálogo com o às instituições de microcrédito. Essa tecnologia consiste na utiliza-
cliente, o Agente de Crédito faz o diagnóstico da situação financeira ção de ferramentas gerenciais e organizacionais atualizadas, com
e dos aspectos gerenciais do negócio, dimensionando a viabilida- sistemas integrados de informações financeiras e contábeis, que
de do crédito a ser concedido. A utilização de índices financeiros, elevam a sua eficiência e produtividade e reduzem seus custos ad-
planos de investimentos, fluxos de caixa e outros instrumentos faz ministrativos e operacionais. O BNDES vem incentivando essa mo-
parte do processo de avaliação. De um modo geral, para emprésti- dernização, através do Programa de Desenvolvimento Institucional/
mos de valores muito baixos essa análise quantitativa é simplifica- PDI, e vem criando novos instrumentos para o setor, a exemplo de
da, com destaque para a confiabilidade do empreendedor, o plano sistemas alternativos de pontuação de crédito e classificação insti-
de investimento e o fluxo de caixa. tucional. O SEBRAE também atua nesse sentido, ofertando serviços
O Agente de Crédito está envolvido em todo o processo de li- destinados à reestruturação e expansão das instituições de micro-
beração e recebimento do crédito. Diferentemente das práticas crédito, capacitação profissional e sistema informatizado de gestão,
bancárias tradicionais, o Agente de Crédito vai até o cliente e não o que deverão resultar em crescimento e modernização das organiza-
contrário. Assim, estabelece-se uma relação que deve pautar-se em
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ções. Espera-se com o ganho de escala e eficiência das instituições — Conta corrente
a consolidação de uma indústria microfinanceira no País. A conta corrente é um dos principais serviços bancários, ofe-
recendo uma plataforma para a realização de diversas transações
Ação Econômica com Forte Impacto Social financeiras. Vamos explorar cada aspecto relacionado à conta cor-
O impacto positivo do microcrédito nas situações de pobreza rente de maneira abrangente.
é amplamente reconhecido. Ao permitir o acesso continuado ao
crédito para negócios com capital próprio mínimo (razão pela qual Abertura de conta corrente
não alcançam empréstimos junto ao sistema financeiro tradicional A abertura de uma conta corrente é o primeiro passo para ter
e pagam juros muito elevados a agiotas), fortalece-se o empreendi- acesso a diversos serviços bancários. Este processo envolve a apre-
mento e aumenta-se a renda das famílias. Desse processo, muitas sentação de documentos pessoais e, em alguns casos, comprovan-
vezes, resulta a volta do filho para a escola, a construção de novos tes de renda. As instituições financeiras podem oferecer diferentes
cômodos na casa e a melhoria da qualidade da alimentação familiar. tipos de contas correntes, cada uma adaptada às necessidades es-
De fato, o microcrédito vem apoiando modelos alternativos pecíficas do cliente.
de geração de ocupação e renda para o segmento mais pobre da
população, firmando-se como elemento importante de estratégias Manutenção da conta corrente
destinadas a enfrentar a pobreza e a exclusão social. Isso faz com A manutenção da conta corrente refere-se à gestão regular da
que ele se constitua em alternativa às tendências mais gerais da mesma. Os titulares devem monitorar saldos, efetuar depósitos e
sociedade contemporânea de concentração da renda e ampliação retiradas, além de ficarem atentos a possíveis tarifas associadas ao
das disparidades sócio-econômicas serviço. A adoção de práticas responsáveis é essencial para manter
a conta corrente em bom estado.
Condições para contratar
O BNDES determina algumas regras para a captação do micro- Encerramento de conta corrente
crédito. A primeira delas está relacionada à receita de quem con- O encerramento de uma conta corrente pode ocorrer por di-
trata. versos motivos, como mudança de banco, insatisfação com os ser-
Para ter acesso a este tipo de empréstimo, é preciso que o con- viços oferecidos, ou mesmo por decisão estratégica do titular. É
tratante, seja pessoa jurídica ou pessoa física que pretende come- importante seguir os procedimentos estabelecidos pela instituição
çar um negócio, desempenhe atividades produtivas de pequeno financeira para evitar contratempos no processo.
porte. Na prática, isso significa que ele deve ter uma receita bruta
- ou seja, sem os descontos de impostos - igual ou inferior a 360 000 Pagamento por meio de cheques
reais por ano, o que representa uma renda média mensal de até 30 Os cheques são uma forma tradicional de efetuar pagamentos
000 reais. por meio da conta corrente. Ao emitir um cheque, o titular autoriza
Outra regra diz respeito ao uso do dinheiro: o valor do emprésti- o banco a transferir fundos para a pessoa ou empresa beneficiária.
mo deve ser destinado a projetos específicos, como capital de giro e A compensação do cheque pode levar alguns dias, e é importante
investimentos na companhia. Isso inclui aquisições de matéria-pri- garantir que haja saldo suficiente na conta.
ma, máquinas e equipamentos.
Devolução de cheques
A devolução de cheques pode ocorrer por diversos motivos,
SERVIÇOS BANCÁRIOS E FINANCEIROS. CONTA CORRENTE: como fundos insuficientes, assinatura não reconhecida, ou cheques
ABERTURA, MANUTENÇÃO, ENCERRAMENTO, PAGAMEN- emitidos sem a devida provisão. As instituições financeiras utilizam
TO, DEVOLUÇÃO DE CHEQUES E CADASTRO DE EMITENTES sistemas, um deles seria o Cadastro de Emitentes de Cheques Sem
DE CHEQUES SEM FUNDOS (CCF). DEPÓSITOS À VISTA. DE- Fundos ou CCF para registrar e monitorar esse tipo de ocorrência.
PÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB). FUNDOS DE INVESTIMEN-
TOS. CADERNETA DE POUPANÇA. TÍTULOS DE CAPITALI- Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF)
ZAÇÃO. PLANOS DE APOSENTADORIA E DE PREVIDÊNCIA O CCF é um instrumento utilizado pelos bancos para registrar
PRIVADOS. 3.8 SEGUROS. CONVÊNIOS DE ARRECADAÇÃO/ e compartilhar informações sobre clientes que emitiram cheques
PAGAMENTOS (CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚ- sem fundos. Estar cadastrado no CCF pode acarretar restrições,
BLICOS, TRIBUTOS, INSS E FOLHA DE PAGAMENTO DE como a impossibilidade de obtenção de crédito, até que a pendên-
CLIENTES). SERVIÇO DE COMPENSAÇÃO DE CHEQUE cia seja regularizada.
E OUTROS PAPÉIS. COBRANÇA.
— Depósitos à vista
Os depósitos à vista constituem uma parte fundamental dos
Os serviços bancários e financeiros constituem um conjunto serviços bancários, oferecendo aos clientes a conveniência de aces-
essencial de atividades que abrangem uma ampla gama de transa- sar seus fundos a qualquer momento. Nesta seção, exploraremos
ções e operações destinadas a atender às necessidades financeiras os aspectos relacionados a depósitos à vista, destacando suas ca-
dos indivíduos, empresas e instituições. Nesta seção, exploraremos racterísticas, benefícios e implicações.
em detalhes os principais serviços oferecidos pelo setor bancário
e financeiro, destacando sua importância na economia e na vida
cotidiana.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Características dos depósitos à vista Benefícios do CDB:


São uma forma de conta bancária que permite aos titulares Segurança: o CDB é assegurado pelo Fundo Garantidor de Cré-
depositar e retirar fundos sem restrições significativas. Essa flexi- ditos (FGC) até determinado valor, conferindo segurança ao inves-
bilidade é característica dos depósitos que não possuem prazo de tidor.
vencimento, proporcionando liquidez imediata aos recursos. Diversificação: disponibilidade de diferentes tipos de CDBs,
permitindo a diversificação da carteira de investimentos.
Benefícios dos depósitos à vista
Acessibilidade: garantem fácil acesso aos fundos, possibilitan- Implicações fiscais
do transações rápidas e eficientes. Os rendimentos do CDB estão sujeitos à tributação de Imposto
Liquidez: a ausência de prazo de vencimento assegura a liqui- de Renda (IR), seguindo a tabela regressiva de alíquotas.
dez imediata, permitindo que os clientes atendam a necessidades
financeiras urgentes. Recibos de Depósito Bancário (RDB)
Facilidade de movimentação: os titulares podem movimentar Características do RDB:
seus fundos por meio de transferências, saques, cheques e opera- O RDB é um instrumento similar ao CDB, mas com algumas par-
ções eletrônicas. ticularidades:
Intransferibilidade: o RDB é, geralmente, intransferível, o que
Tipos de depósitos à vista significa que não pode ser negociado antes do vencimento.
Conta corrente: associada à conta corrente, essa modalidade Rentabilidade pós-fixada: a remuneração geralmente está
de depósito oferece ampla flexibilidade para movimentação de re- atrelada a índices de mercado, como o CDI (Certificado de Depósito
cursos. Interbancário).
Conta salário: destinada ao recebimento de salários, permite
ao titular acessar seus ganhos de forma rápida e direta. Vantagens do RDB:
Conta poupança com movimentação: algumas instituições Rentabilidade atrativa: RDBs pós-fixados podem oferecer ren-
oferecem contas poupança que possibilitam a movimentação de tabilidade atrativa, especialmente em cenários de elevadas taxas
recursos de forma mais ágil. de juros.

Implicações fiscais Implicações fiscais


Em muitos países, os rendimentos provenientes de depósitos Assim como o CDB, os rendimentos do RDB estão sujeitos à
à vista podem estar sujeitos a tributação. É crucial que os titulares tributação de Imposto de Renda (IR).
estejam cientes das implicações fiscais associadas a esses rendi-
mentos e cumpram as obrigações fiscais estabelecidas pelas auto- Estratégias de escolha entre CDB e RDB
ridades competentes. Ao decidir entre CDB e RDB, é importante considerar fatores
como prazo de investimento, perfil de risco e objetivos financeiros.
Estratégias de maximização de rendimentos A diversificação da carteira também pode envolver a inclusão de
Alguns bancos oferecem serviços que permitem a maximização ambas as modalidades para otimizar os resultados.
dos rendimentos de depósitos à vista. Isso pode incluir programas
de cashback, remuneração diferenciada e benefícios exclusivos — Fundos de investimento
para clientes. Os fundos de investimento representam uma forma coletiva de
investir, onde recursos de diversos investidores são agrupados e ge-
— Depósitos a prazo (CDB E RDB) ridos por uma instituição financeira. Essa gestão profissional busca
Os depósitos a prazo são uma modalidade de investimento em otimizar ganhos e diversificar riscos. Vamos explorar os principais
que os recursos ficam aplicados por um período determinado, pro- aspectos dos fundos de investimento.
porcionando ao investidor remuneração de acordo com as condi- Características dos Fundos de Investimento:
ções acordadas. Vamos aprofundar nos detalhes dos Certificados
de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB). Diversificação
Os fundos possibilitam a diversificação automática de inves-
Certificados de Depósito Bancário (CDB) timentos, distribuindo os recursos entre diferentes ativos, como
Características do CDB: ações, títulos de renda fixa, câmbio, entre outros. Isso ajuda a redu-
O CDB, Certificado de Depósito Bancário, representa um ins- zir os riscos associados a um ativo específico.
trumento de renda fixa originado por instituições financeiras com o
propósito de angariar fundos. Profissionalismo na gestão
Algumas de suas características incluem: A gestão dos fundos é realizada por profissionais especializa-
Rentabilidade fixa ou variável: dependendo do tipo de CDB, a dos, os gestores de fundos, que tomam decisões baseadas em aná-
remuneração pode ser pré-fixada, pós-fixada ou vinculada a índices lises de mercado, cenários econômicos e objetivos do fundo.
específicos.
Prazos diversificados: os CDBs podem ter prazos variados, per- Liquidez
mitindo aos investidores escolherem de acordo com suas necessi- A liquidez dos fundos varia conforme a categoria. Fundos de
dades. curto prazo tendem a oferecer maior liquidez, permitindo resgates
mais rápidos, enquanto fundos de longo prazo podem ter prazos de
resgate mais extensos.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Tipos de fundos de investimento: Rendimento atrelado à taxa básica de juros


A caderneta de poupança é impactada diretamente por mu-
Fundos de renda fixa danças na taxa básica de juros (Selic). Quedas na Selic podem redu-
Alocam seus recursos principalmente em ativos de natureza zir a rentabilidade da poupança.
fixa, tais como títulos públicos e privados. São indicados para perfis Estratégias de Utilização da Caderneta de Poupança:
de investidores mais conservadores.
Reserva de emergência
Fundos de ações A poupança é frequentemente recomendada para formação de
Concentram seus investimentos em ações de empresas listadas uma reserva de emergência, proporcionando segurança financeira
na bolsa de valores. São mais voláteis, mas oferecem potencial de em situações inesperadas.
retorno elevado.
Objetivos de curto prazo
Fundos multimercado Investidores com objetivos de curto prazo, como aquisição de
Possuem a liberdade de alocar recursos em diferentes classes bens ou viagens, podem utilizar a poupança devido à sua liquidez
de ativos, como renda fixa, ações, câmbio, entre outros. Buscam imediata.
diversificação e rentabilidade.
Complemento a outras modalidades de investimento
Fundos de previdência privada A caderneta de poupança pode ser utilizada como complemen-
Voltados para o planejamento de aposentadoria, esses fundos to a outros investimentos, equilibrando a carteira de acordo com os
visam o crescimento do patrimônio ao longo do tempo, oferecendo objetivos do investidor.
benefícios fiscais.
— Títulos de capitalização
Implicações fiscais Os títulos de capitalização representam uma modalidade de
Os rendimentos obtidos nos fundos de investimento podem investimento que combina características de poupança e sorteio
estar sujeitos à tributação de Imposto de Renda (IR), que varia con- de prêmios. Vamos explorar os elementos fundamentais dos títulos
forme o tipo de fundo e o prazo do investimento. de capitalização, suas particularidades, benefícios e considerações
importantes.
Estratégias de escolha de fundos Características dos títulos de capitalização:
Ao escolher um fundo de investimento, é essencial considerar
o perfil de risco, os objetivos financeiros e o horizonte de investi- Depósito inicial
mento. Além disso, analisar o histórico de rentabilidade e a taxa de O investidor realiza um depósito inicial para adquirir um título
administração é crucial para uma decisão informada. de capitalização. Esse valor pode variar de acordo com o tipo e as
condições estabelecidas pela instituição financeira.
— Caderneta de poupança
A caderneta de poupança é uma das formas mais tradicionais Sorteios e prêmios
de investimento, oferecendo simplicidade e segurança para os in- Os títulos de capitalização oferecem a chance de participar de
vestidores. Nesta seção, abordaremos os principais aspectos da ca- sorteios periódicos, concorrendo a prêmios em dinheiro. O valor
derneta de poupança, suas características, benefícios e limitações. dos prêmios e a frequência dos sorteios dependem do tipo de tí-
Características da caderneta de poupança: tulo.

Rentabilidade Resgate ao final do prazo


A caderneta de poupança possui uma remuneração definida Ao final do prazo estipulado no contrato, o investidor tem direi-
por uma taxa básica de juros (TR) mais a Taxa Referencial (TR). Essa to a resgatar o valor investido, corrigido pela taxa de remuneração
rentabilidade é calculada mensalmente. estabelecida.
Modalidades de títulos de capitalização:
Liquidez
A liquidez é uma das principais vantagens da poupança. Os re- Tradicionais
cursos podem ser resgatados a qualquer momento, proporcionan- Nessa modalidade, o investidor concorre a prêmios através de
do flexibilidade aos investidores. sorteios regulares, sem a possibilidade de resgate antecipado.

Isenção de Imposto de Renda Incentivo


Os rendimentos da caderneta de poupança são isentos de Im- Os títulos de capitalização de incentivo oferecem a opção de
posto de Renda, o que a torna uma opção atrativa para investidores resgate antecipado, proporcionando ao investidor a flexibilidade de
de diferentes perfis. recuperar parte do capital antes do prazo estipulado.
Limitações da Caderneta de Poupança:
Compra programada
Baixa rentabilidade em cenários de queda de juros Destinada a quem busca disciplina financeira, essa modalidade
Em momentos de queda nas taxas de juros, a poupança pode permite realizar depósitos periódicos, acumulando valor ao longo
oferecer uma rentabilidade menor em comparação a outras opções do tempo e concorrendo a sorteios.
de investimento. Benefícios e considerações:
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Possibilidade de ganho extra Vantagens:


Os sorteios de prêmios oferecem uma oportunidade adicional Contribuição empresarial: a empresa pode oferecer contrapar-
de ganho, tornando os títulos de capitalização atrativos para quem tidas financeiras, ampliando os benefícios aos colaboradores.
busca entretenimento e potencial retorno financeiro. Gestão profissional: os recursos são geridos por profissionais
especializados, visando maximizar os retornos.
Rentabilidade limitada
A rentabilidade dos títulos de capitalização costuma ser inferior Considerações Importantes:
a outras opções de investimento, como CDBs e fundos de investi- Planejamento antecipado: quanto mais cedo iniciar o planeja-
mento. É crucial analisar as taxas de remuneração proporcionadas. mento da aposentadoria, mais eficaz será o acúmulo de recursos ao
longo do tempo.
Contrato e prazo Perfil de investimento: a escolha entre PGBL e VGBL, assim
Antes de adquirir um título de capitalização, é crucial compre- como a seleção de investimentos, deve estar alinhada ao perfil de
ender as condições contratuais, prazos e eventuais taxas associa- risco e objetivos do investidor.
das. A transparência nas informações é essencial.
— Seguros
— Planos de aposentadoria e de previdência privados Os seguros desempenham um papel crucial na proteção finan-
Os planos de aposentadoria e previdência privados desempe- ceira, proporcionando cobertura contra diversos riscos e imprevis-
nham um papel crucial no planejamento financeiro a longo prazo, tos. Nesta seção, exploraremos os fundamentos dos seguros, as di-
oferecendo uma fonte de renda durante a aposentadoria. Vamos ferentes modalidades disponíveis e considerações importantes na
explorar os elementos essenciais desses planos, suas vantagens, escolha de uma apólice.
modalidades e considerações importantes.
Fundamentos dos seguros
Planos de Previdência Privada Princípio Básico:
Objetivo principal: O princípio fundamental dos seguros é a transferência do risco
Os planos de previdência privada visam proporcionar uma ren- financeiro de um indivíduo para uma seguradora. Em troca do pa-
da complementar à aposentadoria, contribuindo para a manuten- gamento de prêmios, a seguradora assume a responsabilidade de
ção do padrão de vida do investidor. cobrir prejuízos em situações especificadas.

Contribuições: Prêmios e apólices:


O investidor realiza contribuições periódicas ao longo do tem- Prêmios: são os pagamentos regulares realizados pelo segura-
po, acumulando um fundo de reserva que será utilizado como fonte do à seguradora.
de renda na aposentadoria. Apólice: é o contrato que estabelece os termos, condições e
Modalidades: limites da cobertura oferecida.

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) Modalidades de seguros


Permite dedução das contribuições na declaração de Imposto Seguro de Vida:
de Renda até um limite específico. – Garantem amparo financeiro aos beneficiários no evento do
O imposto de renda incide sobre o total resgatado no momento falecimento do segurado.
da aposentadoria. – Pode incluir coberturas adicionais, como invalidez ou doen-
ças graves.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
Não oferece dedução fiscal e a tributação do imposto de renda Seguro de Automóvel
ocorre exclusivamente sobre os ganhos no momento do resgate. – Cobertura contra danos ao veículo segurado, a terceiros e
eventuais despesas médicas.
Benefícios – Possibilidade de inclusão de coberturas adicionais, como pro-
Flexibilidade: os planos de previdência privada oferecem flexi- teção contra roubo.
bilidade quanto ao valor e periodicidade das contribuições.
Sucessão patrimonial: em caso de falecimento do titular, os Seguro Residencial
beneficiários indicados recebem os recursos do plano, possibilitan- – Protege a residência contra danos causados por eventos
do uma sucessão patrimonial eficiente. como incêndios, roubos e desastres naturais.
– Inclui responsabilidade civil para danos a terceiros dentro da
Planos de aposentadoria complementar propriedade.
Objetivo Principal:
Os planos de aposentadoria complementar são oferecidos por Seguro Saúde
algumas empresas como benefício adicional aos seus colaborado- – Fornece cobertura para gastos médicos, hospitalares e odon-
res, contribuindo para a segurança financeira na aposentadoria. tológicos.
Contribuições: – Modalidades incluem planos individuais, familiares ou em-
Normalmente, as contribuições para esses planos são realiza- presariais.
das tanto pelos colaboradores quanto pela empresa, constituindo
uma forma de poupança conjunta.
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Seguro de Responsabilidade Civil Redução de Custos Operacionais


– Protege contra danos causados a terceiros, seja em acidentes Para empresas, a utilização de convênios pode reduzir custos
de trânsito, acidentes domésticos ou atividades profissionais. operacionais associados à gestão de pagamentos e recebimentos.
Facilita a conciliação financeira e evita atrasos nos processos.
Considerações importantes na escolha de seguros
Avaliação de Necessidades: identificar os riscos específicos Facilidade e Acessibilidade
que necessitam de cobertura é crucial para escolher apólices ade- Para consumidores, a possibilidade de realizar pagamentos em
quadas. diferentes estabelecimentos conveniados proporciona facilidade e
Comparação de Coberturas: analisar as coberturas oferecidas acessibilidade.
por diferentes seguradoras, considerando valores de franquia, limi- Isso se traduz em uma experiência mais conveniente no cum-
tes e exclusões. primento de obrigações financeiras.
Revisão Periódica: à medida que as circunstâncias mudam, é
essencial revisar as apólices para garantir que continuem atenden- — Serviço de compensação de cheque e outros papéis
do às necessidades do segurado. O serviço de compensação de cheques e outros papéis desem-
penha um papel fundamental na liquidação segura e eficiente de
— Convênios de arrecadação e pagamentos transações financeiras. Nesta seção, exploraremos os princípios e
Os convênios de arrecadação e pagamentos desempenham um processos envolvidos nesse serviço, destacando sua importância no
papel central na gestão financeira, facilitando o pagamento de tri- sistema financeiro.
butos, serviços públicos e outras obrigações. Nesta seção, explora-
remos os fundamentos desses convênios, sua importância e como Compensação de cheques
eles simplificam processos para empresas e cidadãos. Princípios Básicos:
A compensação de cheques é o processo pelo qual os bancos
Convênios com concessionárias de serviços públicos trocam e reconciliam os valores correspondentes aos cheques emi-
Pagamento de contas de consumo: tidos pelos clientes.
Os convênios permitem que os consumidores paguem suas Esse processo garante que o valor do cheque seja devidamente
contas de água, energia elétrica, gás e outros serviços essenciais debitado da conta do emitente e creditado na conta do beneficiário.
em locais conveniados.
Essa facilidade proporciona comodidade aos clientes, evitando Câmaras de compensação
deslocamentos desnecessários. As câmaras de compensação são entidades responsáveis por
facilitar a troca de cheques entre os bancos.
Convênios para Pagamento de Tributos: Elas agem como intermediárias, permitindo que os bancos re-
Impostos e taxas: gistrem e ajustem suas transações diárias.
Empresas e cidadãos podem utilizar convênios para efetuar o
pagamento de impostos municipais, estaduais e federais. Compensação de outros papéis
A rede de estabelecimentos conveniados amplia os pontos de Duplicatas e Títulos de Crédito:
pagamento, tornando o processo mais acessível. Além dos cheques, a compensação também pode envolver ou-
tros papéis, como duplicatas e títulos de crédito.
Convênios com o INSS O objetivo é assegurar que as transações comerciais sejam efe-
Pagamento de contribuições: tivamente liquidadas.
Empregadores podem utilizar convênios para efetuar o paga-
mento das contribuições previdenciárias de seus funcionários ao Importância da compensação
INSS. Eficiência nas Transações:
Isso simplifica o cumprimento de obrigações trabalhistas e pre- O serviço de compensação promove eficiência nas transações
videnciárias. financeiras, garantindo a liquidação rápida e precisa.
Isso reduz o risco de inadimplência e fortalece a confiança no
Convênios para folha de pagamento de clientes sistema financeiro.
Pagamentos a fornecedores e colaboradores:
Empresas podem estabelecer convênios para realizar paga- Padronização e segurança
mentos a fornecedores e colaboradores de forma eficiente. Os processos de compensação são baseados em padrões e pro-
Isso contribui para a organização financeira e a otimização dos tocolos definidos, garantindo segurança e conformidade.
processos internos. A padronização contribui para a interoperabilidade entre dife-
rentes instituições financeiras.
— Benefícios dos convênios de arrecadação e pagamentos
Controle financeiro
Centralização de Pagamentos Para as instituições financeiras, a compensação é essencial
Os convênios permitem centralizar pagamentos em diferentes para o controle financeiro, permitindo a conciliação e a verificação
segmentos, facilitando o controle financeiro. das transações.
Empresas podem oferecer aos clientes e colaboradores uma
ampla rede de locais para efetuar pagamentos. Evolução tecnológica na compensação
Digitalização e Automatização:
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Com a evolução tecnológica, o processo de compensação tem Relacionamento com Clientes


se beneficiado da digitalização e automatização. O processo de cobrança pode ser conduzido de maneira a pre-
Isso resulta em maior rapidez e eficiência, além da redução de servar o relacionamento com os clientes.
custos operacionais. Uma abordagem respeitosa promove a fidelização, mesmo em
situações de inadimplência.
Segurança cibernética
A segurança cibernética é uma preocupação crescente, e as Regulamentação e Ética na Cobrança
instituições investem em tecnologias para proteger o sistema de Respeito às Leis e Normas:
compensação contra ameaças digitais. A cobrança deve ser conduzida em estrita conformidade com
as leis e normas vigentes.
— Cobrança Práticas éticas são fundamentais para evitar problemas legais e
O processo de cobrança é fundamental para a gestão finan- manter a reputação da empresa.
ceira, permitindo que empresas recebam pagamentos pendentes
de clientes. Nesta seção, exploraremos os princípios da cobrança, Treinamento de Equipe
estratégias eficazes e a importância desse processo para a saúde Treinamento adequado da equipe de cobrança é crucial para
financeira das organizações. garantir práticas éticas e profissionais.
A empatia e a habilidade de lidar com situações delicadas são
Princípios da cobrança aspectos essenciais.
Registro e Monitoramento:
O processo de cobrança inicia-se com o registro e monitora-
mento atento dos pagamentos pendentes.
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO (SPB)
Manter registros precisos é crucial para identificar padrões de
pagamento e atrasos.
Conceito
Comunicação clara e respeitosa
A comunicação com devedores deve ser clara, respeitosa e pro- Conceitua-se o Sistema de Pagamentos Brasileiro como o con-
fissional. junto de procedimentos, regras, instrumentos e operações integra-
Estabelecer um diálogo transparente contribui para a resolu- das que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação finan-
ção eficiente de pendências. ceira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira, visando a maior proteção
Estratégias Eficazes de Cobrança contra rombos ou quebra em cadeia de instituições financeiras.
Proatividade: Sua função básica é permitir a transferência de recursos finan-
A proatividade na identificação de contas inadimplentes é es- ceiros, o processamento e liquidação de pagamentos para pessoas
sencial. físicas, jurídicas e entes governamentais.
O monitoramento constante permite a antecipação de proble- Toda transação econômica que envolva o uso de cheque, cartão
mas e a aplicação de estratégias preventivas. de crédito, ou TED, por exemplo, envolve o Sistema de Pagamentos.

Negociação Flexível História


Oferecer opções de pagamento flexíveis pode facilitar a quita-
ção de dívidas. Os bancos têm três funções principais: 1) a função do depósito;
Negociações que consideram a capacidade financeira do deve- 2) a função do sistema de pagamentos; 3) a função de crédito.
dor aumentam as chances de sucesso. A função de sistema de pagamentos é exercida pelos bancos na
medida em que realizam a liquidação financeira das transações na
Utilização de Meios Tecnológicos economia.
Ferramentas tecnológicas, como sistemas de gestão financeira No século XVII, nasceu a primeira câmara de compensação na
e plataformas de cobrança online, otimizam o processo. França, cidade de Lião.
Automatização de lembretes e notificações contribui para a Em 1921, nasceu a Câmara de Compensação do Rio de Janei-
eficácia. ro, sob a responsabilidade do Banco do Brasil (Lei nº 2.591, de
07.08.1912).
Importância da Cobrança para Empresas Em 1932, nasceu a Câmara de Compensação de São Paulo. O ar-
Fluxo de Caixa: tigo 11, VI, da Lei nº 4.595, de 31.12.64, delegou ao BCB competên-
A cobrança eficiente impacta diretamente o fluxo de caixa da cia para regular a execução dos serviços de compensação de che-
empresa. ques e outros papéis, e o artigo 19, IV, atribuiu ao Banco do Brasil a
Pagamentos pontuais fortalecem a estabilidade financeira e a execução desses serviços. O BCB aprovou o primeiro Regulamento
capacidade de investimento. do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis através da
Redução de Inadimplência Circular nº 52, de 16.09.66.
Uma estratégia de cobrança eficaz contribui para a redução da Em 1969, surgiu o Sistema Integrado Regional de Compensação
inadimplência. (SIRC), o qual permitiu a integração de praças localizadas em uma
Isso minimiza perdas financeiras e preserva a saúde financeira mesma região.
da empresa. Na década de 70, surgiu a Compensação de Recebimentos e o
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Documento de Crédito (DOC), uma ordem de transferência de fun- maras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação,
dos interbancária (uma forma de transferência de recursos entre pelo BCB ou pela CVM, em suas áreas de competência:
contas de bancos diferentes), instrumento alternativo ao uso do I. de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito
cheque. e de crédito;
Até 1979, o cheque e o DOC desempenharam papel pratica- II. de transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
mente exclusivo como instrumentos de liquidação financeira. Mas a III. de compensação e de liquidação de operações com títulos e
transferência de fundos, por meio eletrônico, operada por sistemas valores mobiliários;
especiais, substituiu o cheque: num primeiro passo, nas transações IV. de compensação e de liquidação de operações realizadas em
no âmbito do mercado financeiro com a implantação da SELIC e da bolsas de mercadorias e de futuros; e
CETIP; depois, em 2002, nas transações comerciais com a implanta- V. outros, inclusive envolvendo operações com derivativos fi-
ção do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). nanceiros, cujas câmaras ou prestadores de serviços tenham sido
Em 1979, nasceu o Sistema Especial de Liquidação e Custódia autorizados.
(SELIC), o qual passou a realizar a custódia e a liquidação financeira De acordo com a Resolução nº 2.882, de 30.08.2001, do CMN,
das operações envolvendo títulos públicos. O SELIC eliminou o uso as câmaras de compensação e de liquidação são as pessoas jurídi-
do cheque para a liquidação de operações com títulos públicos. cas que, na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2001, exercem, em
Em 1980, o Banco Central do Brasil, através da Circular nº 492, caráter principal, atividade no SPB e operam um dos sistemas inte-
de 07.01.80, instituiu a conta de “Reservas Bancárias”, adstrita aos grantes do SPB.
bancos comerciais. A Circular nº 3.101, de 28.03.2002, do BCB, es- Os regulamentos das diferentes “clearings” devem ser explí-
tabeleceu que as disponibilidades mantidas no Banco Central do citos quanto às responsabilidades dos participantes e da própria
Brasil, em moeda nacional, pelos bancos comerciais, bancos de in- “clearing”, assim como devem estar claramente definidas as res-
vestimento, caixas econômicas e bancos múltiplos devem ser regis- ponsabilidades do Banco Central. Os procedimentos aplicáveis na
tradas na conta Reservas Bancárias. hipótese de inadimplemento de qualquer participante devem estar
Em 1983, surgiu o Sistema Nacional de Compensação, o qual in- minuciosamente definidos, inclusive no tocante aos mecanismos de
terligou todo o País e melhorou o uso do cheque como instrumento repartição de perdas.
de liquidação financeira.
Em 1986, nasceu a Central de Custódia e de Liquidação Finan- O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 9.419, de
ceira de Títulos (CETIP), empresa de liquidação financeira. A CETIP 18.04.2002, divulgou a autorização de funcionamento das seguintes
eliminou o uso do cheque para a liquidação de operações com tí- câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação:
tulos privados. I. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
Em 1988, surgiu a Compensação Eletrônica, dando velocidade e de Câmbio BM&F, para a liquidação e a gerência de riscos das ope-
segurança ao Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, rações interbancárias com moeda estrangeira;
o qual em 2001, através de Sistemas Locais, 15 SIRC e do Sistema II. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Opera-
Nacional, compensou diariamente, em média, 13,4 milhões de do- ções de Derivativos BM&F, para a liquidação e gerência de riscos
cumentos ou R$ 17,2 bilhões. das operações de contratos de derivativos e de mercadorias;
Em 2002, nasceu o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro III. Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), para
(SPB), regulamentado pela Lei nº 10.214, de 27.03.2001, e baseado a liquidação de operações com títulos de renda variável, de renda
no Sistema de Transferência de Reservas (STR), um sistema de liqui- fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação futura;
dação bruta em tempo real de transferência de fundos entre seus IV. Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VISANET),
participantes. para a liquidação de transações com cartões de crédito e de débito;
O STR, operado pelo Banco Central do Brasil, começou a funcio- V. Redecard S.A., para a liquidação de transações com cartões
nar em 22.04.2002, ocasião em que surgiu a Transferência Eletrôni- de crédito e de débito;
ca Disponível (TED). VI. Tecnologia Bancária S.A. - (TECBAN), para a liquidação de
A TED é o instrumento para a realização de transferência ele- transações com cartões de débito e ordens de crédito;
trônica de fundos entre os bancos, liquidada sempre no mesmo dia, VII. Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos
através do STR ou de outra câmara de compensação (a CIP). O DOC (CETIP), para a realização de negócios e leilões em ambiente ele-
é hoje liquidado em “D + 1” através do Serviço de Compensação de trônico, bem como para registro e liquidação de operações (Comu-
Cheques e Outros Papéis. nicado nº 10.233, de 10.10.2002).
A partir de 29.07.2002, o valor mínimo para a emissão de Trans- O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 10.455, de
ferências Eletrônicas Disponíveis (TED) passou a ser de R$ 5.000,00 27.11.2002, divulgou a autorização de funcionamento da Câmara
e restou cumprida a meta estabelecida na implantação do novo Interbancária de Pagamento (CIP) para operar sistema de liquida-
SPB. Anunciado em 07.07.99 pelo BCB, o novo SPB começou em ção de transferências interbancárias de fundos, por ordem de cré-
22.04.2002 com o valor mínimo da TED fixado em R$ 5 milhões, dito eletrônica.
reduzido em 13.05.2002 para R$ 1 milhão, em 10.06.2002 para R$ A CIP iniciou suas atividades em 06.12.2002 e pretende atrair
100.000,00, em 08.07.2002 para R$ 50.000,00 e, por último, em parte do volume de transferências de recursos por meio de TEDs,
29.07.2002, para R$ 5.000,00. até então realizadas com exclusividade pelo STR. A CIP está apta
Na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2002, integram o novo SPB, para processar mais de 300 mil TEDs por dia e oferecerá aos bancos
além do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis - a custo unitário mais reduzido que o STR. O volume de TEDs hoje é
partir da Circular nº 3.102, de 28.03.2002, do BCB, Centralizadora de 55 mil por dia.
de Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE) -, os seguin- A CETIP operacionaliza a Central Clearing de Compensação e Li-
tes sistemas, na forma de autorização concedida às respectivas câ- quidação (CENTRAL), câmara de ativos, a qual tem por objeto com-
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

pensar e liquidar as operações de mercado secundário (envolvendo As infraestruturas do mercado financeiro desempenham um
títulos públicos ou privados, valores mobiliários, derivativos e ou- papel fundamental para o sistema financeiro e a economia de uma
tros ativos financeiros) cursadas na CETIP. forma geral. É importante que os mercados financeiros confiem na
A CETIP, na liquidação de operações, não assume riscos e opera qualidade e continuidade dos serviços prestados pelas IMF. Seu fun-
no conceito “Entrega contra Pagamento” (somente efetiva as ope- cionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira e
rações quando o vendedor tem saldo de ativos para transferir para condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão da
o comprador e quando o comprador efetua o pagamento). Mas a política monetária.
Central Clearing assume riscos e dá limites operacionais para a ne- O Comunicado 25.164/2014 enumera os sistemas de compen-
gociação de ativos a descoberto. sação e de liquidação, depósito centralizado e registro de ativos
Observa João Cirilo Miedzinski, diretor da Controlbanc, consul- financeiros e de valores mobiliários que atualmente integram o Sis-
toria contratada pela CETIP: “A lógica de liquidação de operações tema de Pagamentos Brasileiro:
estabelecida pelo SPB possui duas vertentes distintas: a primeira - Sistemas de transferências de fundos:
é que as transações que devam ser liquidadas pelo seu valor bruto - Sistema de Transferência de Reservas (STR), operado pelo Ban-
serão processadas diretamente no STR; a segunda é que transações co Central do Brasil (BCB);
que devam ser liquidadas pelo seu valor líquido (“net value”) serão - Centralizadora da Compensação de Cheques (Compe), do Ban-
processadas através de câmaras especializadas para estas funções co do Brasil S.A.;
e que proporcionem a certeza da liquidação aos seus participantes - Sistema de Liquidação Financeira Multibandeiras, da Cielo;
através de um sistema de garantias homologado pelo Banco Cen- - Sistema de Liquidação Doméstica, da Redecard;
tral.” - Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancá-
Gilberto Mifano, diretor geral da Companhia Brasileira de Liqui- rias de Ordens de Crédito (Siloc), da CIP; e
dação e Custódia (CBLC), avisa: a CBLC é uma das câmaras e pres- - Sistema de Transferência de Fundos (Sitraf), da CIP.
tadores de serviços de compensação e de liquidação do novo SPB, - Sistemas de liquidação de operações com títulos, valores mo-
conforme Comunicado nº 9.419, de 18.04.2002, do BCB, o qual au- biliários, derivativos e câmbio:
torizou a CBLC a realizar a liquidação de operações com títulos de - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), operado
renda variável e de renda fixa pública e privada, nos mercados à pelo BCB;
vista e de liquidação futura. A CBLC é a única depositária de ações - Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
no Brasil e uma das maiores da América Latina e, desde o ano 2001, de Câmbio da BM&FBovespa;
oferece serviços de custódia de títulos de renda fixa privada, como - Câmara de Compensação, Liquidação e Gerenciamento de Ris-
debêntures e “commercial papers”, ressalta Gilberto Mifano, que cos de Operações no Segmento Bovespa e da Central Depositária de
acrescenta: a CBLC é a única depositária do Brasil (e uma das poucas Ativos (CBLC) da BM&FBovespa;
no mundo) que identifica os clientes finais, os quais podem fazer - Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Ativos da
consulta dos saldos de suas aplicações via internet, em tempo real. BM&Bovespa;
As empresas podem pagar os dividendos à CBLC, a qual, em um - Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações
único dia, os repassa para o acionista. de Derivativos da BM&FBovespa;
O Comitê de Sistemas de Pagamentos e Liquidações do BIS de- - Sistema de Registro, de compensação, de liquidação e custódia
finiu princípios para os sistemas de pagamentos e liquidações dos da Cetip S.A. – Mercados Organizados (Cetip);
países. De acordo com esses princípios, além de alto grau de segu- - Central de Cessão de Crédito (C3) da Câmara Interbancária de
rança e confiança operacional, um sistema deve oferecer meios de Pagamentos (CIP).
se efetuarem pagamentos que sejam práticos para seus usuários e
eficientes para a economia; o sistema deve prever a pronta liqui- Com a efetividade da Lei nº 12.865, a partir do início de maio de
dação dos valores no dia, de preferência ao longo do dia e de um 2014, os arranjos de pagamento autorizados pelo BCB na forma da
mínimo no final do expediente. Circular nº 3.682, estarão assim sujeitos aos procedimentos de vi-
gilância análogos àqueles aplicáveis as infraestruturas do mercado
Aspectos Institucionais financeiro integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Os padrões internacionais induzem o tratamento homogêneo
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as enti- das infraestruturas de diferentes países permitindo maior trans-
dades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o proces- parência de regras, políticas e procedimentos adotados mundial-
samento e a liquidação de operações de transferência de fundos, mente. É importante ressaltar que a interligação entre os mercados
de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e financeiros mundiais demanda que os países cooperem e padroni-
valores mobiliários. São integrantes do SPB, os serviços de compen- zem as exigências de funcionamento das infraestruturas.
sação de cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrô-
nicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de outros Principais aspectos do SPB:
ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações
com títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto grau
de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos para
outros, chamados coletivamente de entidades operadoras de Infra- transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substituição
estruturas do Mercado Financeiro (IMF). aos instrumentos baseados em papel.
A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei 12.865, os Até meados dos anos 90, as mudanças no SPB foram motivadas
arranjos e as instituições de pagamento passaram, também, a in- pela necessidade de se lidar com altas taxas de inflação e, por isso,
tegrar o SPB. o progresso tecnológico então alcançado visava principalmente o
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

aumento da velocidade de processamento das transações financei- em câmara de compensação e de liquidação envolvendo moeda es-
ras. trangeira, o princípio de pagamento contra pagamento também é
Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil – BCB até observado.
2002, o foco foi redirecionado para a administração de riscos. A en- Após a implantação das reformas de 2002, o Banco Central do
trada em funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas Brasil iniciou um projeto institucional de modernização de paga-
- STR, em abril de 2002, marca o início de uma nova fase do SPB. mentos de varejo. O processo gerou os relatórios “Diagnóstico do
O STR, operado pelo BCB, é um sistema de liquidação bruta em Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil”, em 2005, e “Relatório
tempo real onde há a liquidação final de todas as obrigações finan- sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos”, em 2010, apontado
ceiras no Brasil. São participantes do STR as instituições financeiras, ineficiências e sugerindo melhorias no mercado de pagamentos
as câmaras de compensação e liquidação e a Secretaria do Tesouro de varejo, culminando com edição da Lei 12.865 em 2013. Em de-
Nacional. corrências das novas competências atribuídas pela referida Lei, o
Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em que Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil editaram
transferências de fundos interbancárias podem ser liquidadas em normas disciplinando arranjos e instituições de pagamento. Esse
tempo real, em caráter irrevogável e incondicional, Além disso, novo arcabouço normativo buscou estabelecer condições mínimas
qualquer transferência de fundos entre as contas dos participantes para a oferta segura de serviços de pagamento, estimular a compe-
do STR passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de tição, com a entrada de novos atores, potencializando o surgimento
recursos na conta do participante emitente da transferência. Para de modelos mais competitivos e eficientes, criando, portanto, um
que haja liquidez e consequentemente um melhor funcionamento ambiente mais inclusivo e favorável a inovações em pagamentos de
do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em tempo varejo.
real, três aspectos são especialmente importantes: O CMN estabeleceu as diretrizes a serem observadas pelo BCB
1. o BCB concede, às instituições financeiras participantes do na regulamentação, supervisão e vigilância e, em linha com os obje-
STR, crédito intradia na forma de operações compromissadas com tivos estabelecidos pela Lei, e direcionou as ações desta autarquia
títulos públicos federais, sem custos financeiros; no sentido de promover a interoperabilidade, a inovação, a solidez,
2. utilização pelos bancos dos saldos do recolhimentos compul- a eficiência, a competição, o acesso não discriminatório aos servi-
sórios ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações, já que ços e às infraestruturas, o atendimento às necessidades dos usuá-
a verificação de cumprimento é feita com base em saldos de final rios finais e a inclusão financeira.
do dia; e
3. acionamento pelo BCB de rotina para otimizar o processo de Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês
liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas
de espera no âmbito do STR. A cobrança de títulos foi o produto mais importante envolvido
pelas instituições nos últimos 10 anos.
Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação Servem para aumentar o relacionamento instituição financei-
nas operações interbancárias, com consequente redução também ra x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e
do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma institui- permitem maiores aplicações destes recursos em títulos públicos.
ção financeira provoque a quebra em cadeia de outras, no chama- A cobrança é feita através de bloquetes que podem circular
do “efeito dominó”. Até abril de 2002, para mitigar tal risco e não pela câmara de compensação (câmara de integração regional) o
propagar a falta de liquidez de um participante aos outros, muitas que permite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer
vezes o BCB bancava operações a descoberto em conta Reservas praça (desde que pagos até o vencimento após o vencimento, pa-
Bancárias, o que significava elevar o seu risco de não receber os re- gamento somente poderá ser feito na agencia emissora do bloque-
cursos em caso de liquidação da instituição financeira, consequen- te).
temente, provocando prejuízo para a sociedade brasileira. Com as Os valores resultantes da operação de cobrança são automati-
alterações nos procedimentos, houve significativa redução do risco camente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo
de crédito incorrido pelo BCB. estipulado entre o banco e o cliente.
A reforma de 2002, entretanto, foi além dessas modificações.
Para redução do risco sistêmico, que era o objetivo maior da refor- Vantagens da cobrança de títulos:
ma, foram igualmente importantes algumas alterações legais. Para o Banco:
A base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi forta- 1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquidações;
lecida por intermédio da Lei 10.214, de março de 2001, que, entre 2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços;
outras disposições, reconhece a compensação multilateral e pos- 3. consolidação do relacionamento com o cliente;
sibilita a efetiva realização de garantias no âmbito desses sistemas 4. inexistência do risco de crédito.
mesmo no caso de insolvência civil de participante. Caso uma enti-
dade opere algum sistema sistemicamente importante é necessário Para o Cliente:
que atue como contraparte central e, ressalvado o risco de emissor, 1. capilaridade da rede bancária;
assegure a liquidação dessas operações em seu sistema. 2. crédito imediato dos títulos cobrados;
As entidades que atuam como contraparte central devem ado- 3. consolidação do relacionamento com o banco;
tar adequados mecanismos de proteção, dependendo do tipo de 4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o pro-
sistema e da natureza das operações cursadas em seus sistemas, testo);
e devem ser autorizadas pelo BCB. O princípio da entrega contra
pagamento é observado em todos os sistemas de compensação e
de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Processo de cobrança bancária: Além dessas instituições, é importante citar que, atuando em
1. Os títulos a serem cobrados (ou mo­dernamente apenas seus nome dos bancos, os correspondentes bancários, tipicamente ca-
dados, via com­putador) são passados ao banco; sas lotéricas, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos
2. o banco emite os bloquetes aos sa­cados (aquele que deverá varejistas, oferecem alguns serviços bancários e de pagamentos in-
pagar o valor do bloquete); clusive em locais não atendidos pela rede bancária convencional.
3. o sacado paga;
4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente). O Papel do Banco Central

Diferentes tipos de cobrança (criados devido à concorrência): O Banco Central do Brasil - BCB tem como missão institucional a
- cobrança imediata: sem registro de títulos; estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema
- cobrança seriada: para pagamento de parcelas; financeiro. As infraestruturas do mercado financeiro desempenham
- cobrança de consórcios: para paga­mento de consórcios; um papel fundamental para o sistema financeiro e a economia de
- cobrança de cheques prédatados: cobrança remunerada: re- uma forma geral. Seu funcionamento adequado é essencial para a
muneração dos valores cobrados; estabilidade financeira e condição necessária para salvaguardar os
- cobrança indexada: em qualquer índi­ce ou moeda; canais de transmissão da política monetária. Assim, cumpre ao BCB
- cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e viceversa; atuar no sentido de promover sua solidez, normal funcionamento e
- cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente; contínuo aperfeiçoamento.
- cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a pra- Nesse sentido, qualquer infraestrutura de mercado financeiro
zo; no Brasil, para funcionar, está sujeito à autorização e à vigilância
- cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de do BCB, inclusive aqueles que liquidam operações com títulos, va-
empréstimos lores mobiliários, moeda estrangeira e derivativos financeiros. Ain-
- cobrança de títulos descontados: ­desconto de títulos. da cabe ao Banco Central do Brasil, seguindo diretrizes dadas pelo
Conselho Monetário Nacional, o papel de regulador, juntamente
Diferença entre nota fiscal x fatura x duplicata com a Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas esfe-
- nota fiscal: é um documento fiscal, comprovante obrigatório ras de competência.
da saída de mer­cadoria de um estabelecimento comercial ou in- Na função de vigilância cabe ao BCB assegurar que as infraestru-
dustrial; turas e os arranjos de pagamentos operados no Brasil sejam admi-
- fatura: é uma relação de notas fiscais que correspondem a nistrados consistentemente com os objetivos de interesse público,
uma venda a prazo; mantendo a estabilidade financeira e reduzindo o risco sistêmico.
- duplicata: é um título de crédito formal e nominativo emitido A partir de outubro de 2013, com a edição da Lei 12.865, os
pelo vendedor com a mesma data, valor global e vencimento da arranjos e as instituições de pagamento passaram, também, a inte-
fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do grar o SPB. Como decorrência do novo marco normativo os arranjos
sacador (vendedor) contra o sacado (comprador). A proprieda­de da de pagamento, de que são exemplo aqueles baseados em cartões
duplicata pode ser transferida por endosso. de pagamento, estarão sujeitos a procedimentos de vigilância, aná-
logos àqueles aplicáveis as IMF.
Pagamentos de Títulos e Carnês Compete também ao BCB a definição de quais são os sistemas
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de de liquidação sistemicamente importantes.
seus títulos a receber (cobrança). Além disso, o BCB atua também como provedor de serviços de
O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre liquidação e nesse papel ele opera o Sistema de Transferência de
seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o Reservas - STR e o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -
caso, entrega de comprovantes ne­cessários ao pagamento. Selic, respectivamente um sistema de transferência de fundos e um
De posse desses dados, o banco orga­niza e executa todo o fluxo sistema de liquidação de operações com títulos públicos.
de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de Como operador do STR, sistema onde há a liquidação final de
pagamento, informando ao cliente todos os passos executados. todas as obrigações financeiras no Brasil, o BCB deve executar as
O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou ordens de transferência de fundos, observar os requisitos, inclusive
depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes. os de segurança, aplicáveis às situações de recebimento e de emis-
A ordem de pagamento OP é utilizada para pagamentos ou de- são de mensagens de transferência de fundos, assegurar o contínuo
pósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferen- funcionamento do sistema, observando índice de disponibilidade
tes. mínimo de 99,8% (noventa e nove vírgula oito por cento), obser-
var as disposições legais aplicáveis ao sigilo de dados, e prestar aos
O Papel dos Intermediários Financeiros participantes tempestivamente informações sobre o funcionamen-
to do sistema. O BCB pode, também, a seu critério, suspender ou
Ocupam posição de destaque no âmbito do sistema de paga- excluir participante que esteja colocando em risco o funcionamento
mentos, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira co- do Sistema Financeiro Nacional - SFN ou do STR, ou operando em
mercial, as caixas econômicas e, em plano inferior, as cooperativas desacordo com o disposto no regulamento do STR ou nas demais
de crédito. Essas instituições captam depósitos à vista e, em contra- normas que regulam o funcionamento do SFN.
partida, oferecem a seus clientes, pessoas físicas e jurídicas, contas Para que haja liquidez e consequentemente um bom funciona-
de depósito que são utilizadas para movimentação de recursos e mento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação de
para pagamentos. obrigações em tempo real, o Banco Central do Brasil pode conceder
crédito intradia às instituições financeiras participantes do STR, na
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

forma de operações compromissadas com títulos públicos federais, Fato e ato jurídico:
sem custos financeiros. O fato jurídico é um acontecimento que produz consequências
no mundo jurídico, ou seja, que gera direitos e obrigações para as
Instrumentos de Pagamento partes envolvidas. Os fatos jurídicos podem ser naturais (como o
nascimento de uma pessoa) ou humanos (como a celebração de
Os instrumentos de pagamento são classificados em ordens de um contrato).
débito e ordens de crédito. O ato jurídico é uma manifestação de vontade que tem a in-
- Na ordem de débito, o comando do pagamento é iniciado pelo tenção de produzir efeitos no campo do direito. Pode ser um ato
beneficiário. Exemplo: o cheque, cujo processo de liquidação é ini- unilateral, quando depende apenas da vontade de uma pessoa, ou
ciado pelo beneficiário. um ato bilateral (contrato), quando depende da vontade de duas ou
- Na ordem de crédito, o pagamento é iniciado pelo pagador. mais pessoas. Para que o ato jurídico seja válido, é necessário ob-
Exemplos: a Transferência Eletrônica Disponível (TED), o Documen- servar determinados requisitos legais, como forma válida, capacida-
to de Crédito (DOC), cartões de pagamento e o Boleto de Cobrança de das partes, ausência de vícios de consentimento, entre outros.
Bancário.

Diferença entre instrumentos de pagamentos e meios de pa- CONTRATOS: CONCEITO DE CONTRATO, REQUISITOS DOS
gamentos CONTRATOS, CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS; CONTRA-
TOS NOMINADOS, CONTRATOS DE COMPRA E VENDA, EM-
De acordo com a Lei nº 12.865/2013 (art. 6º, inciso V), um ins- PRÉSTIMO, SOCIEDADE, FIANÇA, CONTRATOS FORMAIS E
trumento de pagamento é um dispositivo ou um conjunto de proce- INFORMAIS.
dimentos acordado entre o usuário final e seu prestador de serviço
de pagamento utilizado para iniciar uma transação de pagamento.
Entre os instrumentos de pagamento estão as ordens de transfe- Os contratos são uma parte fundamental das relações jurídicas,
rência de crédito (Transferência Eletrônica Disponível – TED; Docu- comerciais e pessoais no mundo moderno. Eles formam a base so-
mento de Crédito – DOC; Transferência Eletrônica de Crédito – TEC; bre a qual as partes acordam em realizar trocas de bens, serviços,
transferência entre clientes de uma mesma instituição; e o boleto dinheiro, ou outros termos. O entendimento dos contratos, seus re-
de pagamento); o cheque; os cartões de pagamento (crédito, débi- quisitos e classificações é essencial para garantir que acordos sejam
to e pré-pago) e o débito direto (débito automático em conta). legalmente válidos e executáveis.
Já os meios de pagamento são os ativos utilizados para liquidar
as obrigações que o pagador possui junto ao recebedor. São exem- Conceito e Requisitos dos Contratos
plos de meios de pagamento: o papel-moeda e os depósitos à vista Um contrato é um acordo entre duas ou mais partes que cria
e a prazo (poupança) nos bancos. obrigações legais para serem cumpridas por ambas as partes. Para
ser considerado válido, um contrato deve atender a determinados
requisitos básicos:
ASPECTOS JURÍDICOS. NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS
OPERAÇÕES DE CRÉDITO. SUJEITO E OBJETO DO DIREITO. • Capacidade das Partes: Todos os envolvidos devem ter a ca-
FATO E ATO JURÍDICO pacidade legal para contratar, o que geralmente exclui menores de
idade e pessoas com incapacidade mental.
• Consentimento: O acordo deve ser feito de forma voluntária,
Noções de direito aplicadas às operações de crédito: sem coerção, fraude ou erro.
• Objeto: O objeto do contrato deve ser claro, possível, deter-
As operações de crédito são regulamentadas pelo direito civil e minado ou determinável, e legal.
pelo direito comercial, dependendo do tipo de operação. • Forma: Embora muitos contratos possam ser feitos verbal-
O direito civil estabelece as regras gerais aplicáveis às opera- mente, certos tipos de contratos devem ser feitos por escrito e, em
ções de crédito, como a capacidade das partes, a forma de contrata- alguns casos, notariados ou registrados para serem válidos.
ção, os direitos e deveres das partes, entre outros aspectos.
O direito comercial regulamenta as operações de crédito rea- Classificação dos Contratos
lizadas por empresas, como o crédito bancário e as operações de Os contratos podem ser classificados de várias maneiras, de-
factoring. pendendo de sua natureza e dos termos acordados.

Sujeito e objeto do Direito: • Contratos Bilaterais e Unilaterais: Um contrato bilateral é


aquele em que ambas as partes se comprometem a cumprir obri-
O sujeito de direito é todo aquele que possui direitos e obriga- gações, enquanto um unilateral envolve obrigação por apenas uma
ções reconhecidos pela ordem jurídica. São exemplos de sujeitos de das partes.
direito as pessoas físicas (indivíduos) e as pessoas jurídicas (empre- • Contratos Onerosos e Gratuitos: Nos contratos onerosos,
sas, associações, etc.). ambas as partes se beneficiam e assumem obrigações, enquanto
O objeto de direito é aquilo sobre o qual incidem os direitos e nos gratuitos, apenas uma das partes obtém benefício sem assumir
obrigações do sujeito de direito. Pode ser um bem material ou ima- contrapartidas.
terial, como um imóvel, um contrato, uma patente, entre outros.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Contratos Comutativos e Aleatórios: Um contrato comutativo • Contratos por Instrumento Público: São contratos formaliza-
tem prestações certas e determinadas para ambas as partes. Já os dos em cartório, na presença de um tabelião. Têm a vantagem de
contratos aleatórios envolvem elementos de risco e incerteza. maior segurança jurídica, pois o tabelião assegura a autenticidade
do documento, a capacidade legal das partes e o cumprimento das
Contratos Nominados e Inominados formalidades legais. São frequentemente exigidos em operações de
• Contratos Nominados: São aqueles que têm sua estrutura maior valor ou complexidade, como hipotecas ou financiamentos
e condições definidas por lei, como contratos de compra e venda, de grande porte.
empréstimo, sociedade, fiança, entre outros.
• Contratos Inominados: São acordos que não se enquadram • Contratos por Instrumento Particular: São mais comuns em
em categorias previamente estabelecidas pela lei, muitas vezes exi- operações de crédito e não requerem a formalização em cartório.
gindo mais negociação e personalização nos termos. Basta que as partes envolvidas assinem o documento para que ele
tenha validade. Esses contratos são mais flexíveis e menos onero-
Tipos Específicos de Contratos sos em termos de custos e tempo. Porém, podem oferecer menor
• Compra e Venda: Este é um contrato onde uma parte se com- segurança em relação à autenticidade e ao cumprimento das obri-
promete a transferir a propriedade de um bem ou serviço em troca gações, comparados aos contratos públicos.
de um preço estipulado.
• Empréstimo: Pode ser de duas formas principais: comodato Cédulas e Notas de Crédito
(uso de bem não fungível, gratuito) e mútuo (transferência de pro- As cédulas e notas de crédito são títulos que formalizam as ope-
priedade de bem fungível, geralmente com pagamento de juros). rações de crédito e têm grande importância no sistema financeiro.
• Sociedade: Um contrato onde duas ou mais pessoas se obri-
gam a contribuir com bens ou serviços para exercer uma atividade • Cédulas de Crédito: São títulos representativos de dívida que
econômica e dividir entre si os lucros. especificam os termos e condições sob os quais o crédito foi conce-
• Fiança: Onde uma pessoa garante satisfazer a obrigação de dido, incluindo valor, taxa de juros, prazo de pagamento, garantias,
um devedor caso este não cumpra seu compromisso. entre outros. Exemplos incluem a Cédula de Crédito Bancário (CCB),
Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) e Cédula de Crédito à Exporta-
Contratos Formais e Informais ção (CCE). Esses títulos são negociáveis e podem ser utilizados para
• Contratos Formais: São aqueles que exigem formalidades es- obtenção de recursos ou refinanciamento da dívida.
peciais para sua validade, como escritura pública ou registro.
• Contratos Informais: São válidos sem necessidade de formali- • Notas de Crédito: As notas de crédito, como a Nota Promis-
dades específicas, podendo ser até mesmo verbais, desde que res- sória, são compromissos de pagamento onde o emitente se com-
peitem os requisitos básicos de um contrato. promete a pagar uma determinada quantia em uma data futura.
São amplamente utilizadas em operações de financiamento e em-
Entender essas diversas formas e requisitos de contratos é cru- préstimos de curto prazo. A vantagem das notas de crédito é a sua
cial para a realização de transações seguras e para a proteção dos simplicidade e flexibilidade, sendo menos complexas que as cédulas
direitos e interesses de todas as partes envolvidas. de crédito.

Ambos, cédulas e notas de crédito, são instrumentos negociá-


INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE veis e podem ser cedidos ou transferidos a terceiros, o que facilita a
CRÉDITO. CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO E liquidez no mercado financeiro. Eles desempenham um papel cru-
PARTICULAR. CÉDULAS E NOTAS DE CRÉDITO. cial na concessão de crédito, pois proporcionam um meio formal
e legalmente reconhecido de documentar as obrigações de paga-
mento.
Os instrumentos de formalização das operações de crédito são A escolha entre estes diferentes instrumentos de formalização
essenciais no setor financeiro, pois garantem a legalidade e a execu- depende da natureza da operação de crédito, da necessidade de se-
ção das transações de crédito. Entre os principais instrumentos uti- gurança jurídica, dos custos envolvidos e da preferência das partes.
lizados estão os contratos por instrumento público e particular, bem Entender esses instrumentos é fundamental para profissionais do
como as cédulas e notas de crédito. Cada um desses instrumentos setor bancário, empresas e indivíduos que buscam acessar crédito
possui características específicas e serve para diferentes propósitos no sistema financeiro.
dentro do contexto de operações de crédito.

Contratos por Instrumento Público e Particular GARANTIAS. FIDEJUSSÓRIAS: FIANÇA E AVAL. REAIS: HI-
Os contratos de crédito podem ser formalizados como instru- POTECA E PENHOR. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓ-
mento público ou particular, dependendo da natureza da transação VEIS.
e dos requisitos legais envolvidos.

As instituições financeiras ao analisar suas operações levam em


conta vários fatores e ao concluir pela viabilidade do negócio, fixa as
condições em que ele será realizado, definindo:
• valor liberado,
• prazo,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• encargos financeiros, e A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a garantia


• garantias. oferecida pelos bancos goza de grande respeitabilidade no mundo
dos negócios. A fiança bancária está sujeita a cobrança de tarifas,
A constituição de garantias visa gerar maior comprometimen- mas não se sujeita a cobrança de IOF, por tratar-se de um contrato.
to pessoal e patrimonial do tomador de recursos e aumentar, caso
o cliente se torne insolvente, a possibilidade de retorno do capital 2. Garantias reais que vinculam patrimônio ao cumprimento da
emprestado. obrigação assumida pelo devedor. Recaem sobre bens móveis ou
A garantia assume papel acessório à decisão de crédito, não po- imóveis do patrimônio do devedor ou de terceiros; se ele não pagar,
dendo ser determinante para a realização do negócio, já que sua haverá um processo de execução em que será requerida a venda ju-
execução é sabidamente onerosa e demorada. dicial do bem, pagando-se preferencialmente o credor, onde temos
O negócio de um banco não é cobrar judicialmente seus crédi- o penhor, a hipoteca e a alienação fiduciária.
tos; é emprestar bem e receber.
Espécies:
As garantias do Sistema Financeiro Nacional podem ser dividi-
das em 2 modalidades: Penhor
É um direito real que consiste na tradição de coisa móvel, sus-
1. Garantias pessoais ou Garantias Fidejussórias que baseiam- cetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao cre-
-se na confiança, isto é, se o devedor não pagar, uma terceira pes- dor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como sujeitos o
soa (que prestou a garantia pessoal) será obrigada a pagar no lugar devedor pignoratício (pode ser tanto o sujeito passivo da obrigação
dele, onde temos o aval e a fiança. principal como terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignora-
tício (o que empresta o dinheiro).
Espécies:
Penhor mercantil
Aval É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa onerada,
O aval é a garantia de pagamento formal e solidária firmada por ou seja, o devedor continua na sua posse, equiparando-se ao de-
terceiro em um título de crédito, onde os intervenientes são: o ava- positário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial.
lista (aquele que presta o aval), o avalizado (aquele que recebe o Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz
aval) e o credor. Para tanto, basta que se lance o aval no próprio parte integrante do negócio comercial. Pode abranger tanto esto-
título ou na folha de alongamento. A simples assinatura no anverso ques de matérias-primas quanto estoques de produtos acabados.
do título é suficiente para configurar o aval. Os estoques objeto de penhor mercantil são confiados a fiel deposi-
Considera-se não escrito o aval cancelado. Tratando-se de ga- tário, que se torna responsável pela guarda, existência e conserva-
rantia solidária, implica que o avalista é coobrigado, isto é, é code- ção dos bens dados em garantia.
vedor principal.
Hipoteca
Fiança A hipoteca é um direito real sobre um bem imóvel ou aos que
Dá-se a fiança quando uma pessoa se obriga a satisfazer deter- forem a ele equiparados, que tem por objetivo assegurar o paga-
minada obrigação, caso o respectivo devedor não a cumpra. mento de uma dívida.
A fiança é um contrato acessório; pode ser gratuito ou oneroso. A posse do bem gravado não se transfere ao credor.
Os intervenientes são: o devedor (afiançado), o fiador (pessoa física A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou cons-
ou pessoa jurídica) e o credor. truções no imóvel e deve ser registrada no Cartório de Registro de
Caso o devedor principal não cumpra a obrigação e o fiador ve- Imóveis.
nha a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes te- Podem ser objeto de hipoteca os imóveis, seus acessórios, as
nha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de ordem para estradas de ferro (linhas, estações, locomotivas e vagões), as minas
que os bens do devedor sejam excutidos em primeiro lugar, salvo se e pedreiras, os navios e os aviões.
foi estipulada solidariedade no contrato de fiança.
O fiador tem a prerrogativa de renunciar a este direito. Alienação fiduciária
A fiança só pode ser concedida pelo cônjuge quando o outro Pelo contrato de alienação fiduciária, o devedor transfere ao
der seu consentimento. A este requisito se dá o nome de outorga credor a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel, até que a dí-
uxória. A falta da autorização torna o ato anulável. vida daquele seja inteiramente paga. O devedor é chamado fidu-
ciante e o credor denomina-se fiduciário. Uma vez completado o
Fiança bancária pagamento, a propriedade do bem alienado volta ao fiduciante.
É um compromisso contratual pelo qual uma instituição finan- A alienação fiduciária de coisas móveis rege-se pelo Decreto-Lei
ceira garante o cumprimento de obrigações de seus clientes. O pú- 911/1969. Até a entrada em vigor do novo Código Civil os contra-
blico alvo são as pessoas físicas e jurídicas. A fiança bancária é uma tos de empréstimos com garantia de alienação fiduciária de coisa
obrigação por escrito (carta de fiança) assumida pelo banco, res- móvel só podiam ser pactuados entre instituições financeiras e o
ponsabilizando-se por dívida total ou parcial de cliente que queira financiado, pessoa física ou jurídica. A partir de da entrada em vigor
assumir uma obrigação perante terceiros. da Lei 9.514/97, passou a existir também a alienação fiduciária da
Regulamentação do CMN estipula o limite máximo de exposição coisa imóvel.
por cliente a ser observado pelas instituições financeiras na presta- A mora ou o inadimplemento do fiduciante possibilita ao fiduci-
ção de garantia de fiança bancária. ário requerer em juízo a busca e apreensão do bem móvel objeto do
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

contrato, para vendê-lo a terceiros e tornar efetiva a sua garantia. vedor.


Se o bem móvel não for encontrado na posse do fiduciante, a busca Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não
e apreensão podem transformar-se em ação de depósito; se ele não abrange o caso de mútuo feito a menor.
entregar a coisa, poderá ser considerado depositário infiel. Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor
A lei faculta a venda da coisa independentemente de leilão, ava- não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domi-
liação prévia ou interpelação do devedor. O credor deve aplicar o ciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua
preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decor- bens suficientes para cumprir a obrigação.
rentes, entregando ao devedor o saldo apurado, se houver. Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o
credor exigir que seja substituído.
Legislação sobre as garantias do Sistema Financeiro Nacional Art. 827 O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem
direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro execu-
Aval – código civil tados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a
(..) que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no
Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obri- mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para
gação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. solver o débito.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Art. 828 Não aproveita este benefício ao fiador:
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio I - se ele o renunciou expressamente;
título. II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é sufi- III - se o devedor for insolvente, ou falido.
ciente a simples assinatura do avalista. Art. 829 A fiança conjuntamente prestada a um só débito por
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado. mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão.
falta de indicação, ao emitente ou devedor final. Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador respon-
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o de unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no paga-
seu avalizado e demais coobrigados anteriores. mento.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a Art. 830 Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida
obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais
decorra de vício de forma. obrigado.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efei- Art. 831 O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-ro-
tos do anteriormente dado. gado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um
dos outros fiadores pela respectiva quota.
(...) Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pe-
Art. 1.647..., nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do los outros.
outro, exceto no regime da separação absoluta: Art. 832 O devedor responde também perante o fiador por todas
... as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da
III - prestar fiança ou aval. fiança.
(...) Art. 833 O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa
estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencio-
Fiança – código civil nada, aos juros legais da mora.
(...) Art. 834 Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o anda-
ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a mento.
cumpra. Art. 835 O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assi-
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpreta- nado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obri-
ção extensiva. gado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimen- notificação do credor.
to do devedor ou contra a sua vontade. Art. 836 A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a res-
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o ponsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte
fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se fizer do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
certa e líquida a obrigação do principal devedor. Art. 837 O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde principal, se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal,
a citação do fiador. salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando ex- I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao
ceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá devedor;
senão até ao limite da obrigação afiançada. II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, ex- direitos e preferências;
ceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do de- III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmen-
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te do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez
ainda que depois venha a perdê-lo por evicção*. paga a dívida;
Evicção: perda, parcial ou total, que sofre o adquirente duma V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga,
coisa em consequência da reivindicação judicial promovida pelo no caso do inciso IV do art. 1.433.
verdadeiro dono ou possuidor. Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
Art. 839 Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, re- I - extinguindo-se a obrigação;
tardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fia- II - perecendo a coisa;
dor que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao III - renunciando o credor;
tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada. IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor
(...) e de dono da coisa;
Art. 1.647, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do ou- V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da
tro, exceto no regime da separação absoluta: coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
III - prestar fiança ou aval. § 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na ven-
(...) da particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir a
sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra
Penhor – código civil garantia.
(...) § 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da
Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto.
posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de averba-
faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de do o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.
alienação. Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante instrumento pú-
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de ve- blico ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis
ículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.
as deve guardar e conservar. Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do
por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei es-
no Cartório de Títulos e Documentos. pecial.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito: Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem
I - à posse da coisa empenhada; ser convencionados por prazos superiores aos das obrigações ga-
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devida- rantidas. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
mente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa § 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquan-
sua; to subsistirem os bens que a constituem.
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício § 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro
da coisa empenhada; respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor.
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá
lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor constituir-se independentemente da anuência do credor hipotecá-
mediante procuração; rio, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe a
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encon- extensão da hipoteca, ao ser executada.
tra em seu poder; Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autori- empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes-
zação judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa em- soa que credenciar.
penhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:
dono da coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, subs- I - máquinas e instrumentos de agricultura;
tituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea. II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa III - frutos acondicionados ou armazenados;
empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago, IV - lenha cortada e carvão vegetal;
podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, su- Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente,
ficiente para o pagamento do credor ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso
Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado: de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá
a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compen- o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima
sada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da respon- equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre
sabilidade; o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao seguinte.
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que integram
de ação possessória; a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais empenha-
inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capi- dos sem prévio consentimento, por escrito, do credor.
tal da obrigação garantida, sucessivamente; Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado
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empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, pode- segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel
rá este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro, antes de vencida a primeira.
ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato. Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por fal-
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para subs- tar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas poste-
tituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. riores à primeira.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste arti- Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira
go, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de men- hipoteca não se oferecer, no vencimento, para pagá-la, o credor da
ção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada. segunda pode promover-lhe a extinção, consignando a importância
Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, e citando o primeiro credor para recebê-la e o devedor para pagá-
materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os -la; se este não pagar, o segundo credor, efetuando o pagamento, se
acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que
destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, ani- lhe competirem contra o devedor comum.
mais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias- Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a exe-
-primas e produtos industrializados. cução da hipoteca, o credor da segunda depositará a importância
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos ar- do débito e as despesas judiciais.
mazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas. Art. 1.479 O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não
Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, me- se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores
diante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-lhes o
Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coi- imóvel.
sas empenhadas. Art. 1.485 Mediante simples averbação, requerida por ambas
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da
garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emi- data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsis-
tir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para tir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo
os fins que a lei especial determinar. registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então
Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por escri- lhe competir.
to do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situa- Art. 1.486 Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hi-
ção, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as poteca, autorizar a emissão da correspondente cédula hipotecária,
coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, na forma e para os fins previstos em lei especial.
que ficarão sub-rogados no penhor. Art. 1.487 A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívi-
Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas da futura ou condicionada, desde que determinado o valor máximo
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pes- do crédito a ser garantido.
soa que credenciar. § 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá
(...) de prévia e expressa concordância do devedor quanto à verificação
da condição, ou ao montante da dívida.
Hipoteca – código civil § 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá
(...) àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor res-
Art. 1.473 Podem ser objeto de hipoteca: ponderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da superveniente
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com desvalorização do imóvel.
eles; Art. 1.492 As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do
II - o domínio direto (diz respeito ao direito de dispor do imóvel); imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.
III - o domínio útil (diz respeito ao direito de utilizar ou usufruir Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, re-
do imóvel); querer o registro da hipoteca.
IV - as estradas de ferro; Art. 1.493 Os registros e averbações seguirão a ordem em que
V - os recursos naturais (as jazidas, minas e demais recursos forem requeridas, verificando-se ela pela da sua numeração suces-
minerais) independentemente do solo onde se acham; siva no protocolo.
VI - os navios; Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, e
VII - as aeronaves. esta a preferência entre as hipotecas.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; Art. 1.494 Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou
IX - o direito real de uso; uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, em favor
X - a propriedade superficiária (o domínio da construção ou da de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia, indicarem
plantação separado do solo). a hora em que foram lavradas.
Art. 1.474 A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramen- Art. 1.495 Quando se apresentar ao oficial do registro título de
tos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e hipoteca que mencione a constituição de anterior, não registrada,
registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel. sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até trinta
Art. 1.475 É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente; esgota-
imóvel hipotecado. do o prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a hipoteca ulte-
Art. 1.476 O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra rior será registrada e obterá preferência.
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de Art. 1.497 As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão
outro credor. ser registradas e especializadas.
Art. 1.477 Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da Art. 1.498 Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação
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perdurar; mas a especialização, em completando vinte anos, deve anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o
ser renovada. saldo devedor apurado.
Art. 1.499 A hipoteca extingue-se: § 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a
I - pela extinção da obrigação principal; ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no
II - pelo perecimento da coisa; seu vencimento.
III - pela resolução da propriedade; § 7º Aplica-se à alienação fiduciária em garantia o disposto nos
IV - pela renúncia do credor; artigos 758, 762, 763 e 802 do Código Civil, no que couber.
V - pela remição; § 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa
VI - pela arrematação ou adjudicação. que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à pena
Art. 1.500 Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal.
Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da res- § 9º Não se aplica à alienação fiduciária o disposto no artigo
pectiva prova. 1279 do Código Civil.
(...) § 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor
deverá, para fins probatórios, constar do certificado de Registro, a
Alienação fiduciária de bens móveis - que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito.

DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 196936 Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações
contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietá-
Altera a redação do art. 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de rio fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, indepen-
1965, estabelece normas de processo sôbre alienação fiduciária e dentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer
dá outras providências. outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em
contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no
Art 1º A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar
o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, in- ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de
dependentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alie- contas. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
nante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as § 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o prin-
responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a cipal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e correção
lei civil e penal. monetária, quando expressamente convencionados pelas partes.
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pa-
instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor, gamento e poderá ser comprovada por carta registrada com aviso
será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Re- de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do re-
gistro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de ferido aviso seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei
não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os se- nº 13.043, de 2014)
guintes: § 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais ga-
a) o total da dívida ou sua estimativa; rantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou conven-
b) o local e a data do pagamento; cional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e, facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as
eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção mone- obrigações contratuais, independentemente de aviso ou notificação
tária, com indicação dos índices aplicáveis; judicial ou extrajudicial.
d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os ele- § 4º Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2º apli-
mentos indispensáveis à sua identificação. cam-se às operações de arrendamento mercantil previstas na forma
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o deve- da Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. (Incluído pela Lei nº
dor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato, o domí- 13.043, de 2014)
nio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisi-
ção da propriedade pelo devedor, independentemente de qualquer Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que
formalidade posterior. comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2º do art. 2º, ou
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por nú- o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e
meros, marcas e sinais indicados no instrumento de alienação fi- apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida
duciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Reda-
terceiros, da identidade dos bens do seu domínio que se encontram ção dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
em poder do devedor. § 1º Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput,
§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o pro- consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem
prietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e aplicar preço no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições compe-
da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes tentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de
da cobrança, entregando ao devedor o saldo porventura apurado, propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado,
se houver. livre do ônus da propriedade fiduciária.
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o cré- § 2º No prazo do § 1º o devedor fiduciante poderá pagar a in-
dito do proprietário fiduciário e despesas, na forma do parágrafo tegralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados
36 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0911Compilado. pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será
htm. Acessado em 04.01.2022 restituído livre do ônus.
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§ 3º O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de Art. 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva, direta ou
quinze dias da execução da liminar. a convertida na forma do art. 4º, ou, se for o caso ao executivo fis-
§ 4º A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor cal, serão penhorados, a critério do autor da ação, bens do devedor
tenha se utilizado da faculdade do § 2º, caso entenda ter havido quantos bastem para assegurar a execução. (Redação dada pela Lei
pagamento a maior e desejar restituição. nº 13.043, de 2014)
§ 5º Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo.
§ 6º Na sentença que decretar a improcedência da ação de bus- (...)
ca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento Art. 7º-A. Não será aceito bloqueio judicial de bens constituídos
de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cinquenta por alienação fiduciária nos termos deste Decreto-Lei, sendo que,
por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualiza- qualquer discussão sobre concursos de preferências deverá ser re-
do, caso o bem já tenha sido alienado. solvida pelo valor da venda do bem, nos termos do art. 2º. (Incluído
§ 7º A multa mencionada no § 6º não exclui a responsabilidade pela Lei nº 13.043, de 2014)
do credor fiduciário por perdas e danos.
§ 8º A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui LEI Nº 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 199737
processo autônomo e independente de qualquer procedimento pos-
terior. Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a
§ 9º Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências.
tenha acesso à base de dados do Registro Nacional de Veículos Au- (...)
tomotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição judicial na Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio
base de dados do Renavam, bem como retirará tal restrição após a jurídico pelo qual o fiduciante, com o escopo de garantia de obri-
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) gação própria ou de terceiro, contrata a transferência ao credor,
§ 10. Caso o juiz não tenha acesso à base de dados prevista no ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. (Redação
§ 9º, deverá oficiar ao departamento de trânsito competente para dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
que: (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
I - registre o gravame referente à decretação da busca e apreen- Art. 23º Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel
são do veículo; e (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato
II - retire o gravame após a apreensão do veículo. (Incluído pela que lhe serve de título.
Lei nº 13.043, de 2014) § 1º Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fidu-
§ 11. O juiz também determinará a inserção do mandado a que ciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante
se refere o § 9o em banco próprio de mandados. (Incluído pela Lei possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa imóvel.
nº 13.043, de 2014) (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023)
§ 12. A parte interessada poderá requerer diretamente ao juízo
da comarca onde foi localizado o veículo com vistas à sua apreen- § 2º Caberá ao fiduciante a obrigação de arcar com o custo do
são, sempre que o bem estiver em comarca distinta daquela da tra- pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Ur-
mitação da ação, bastando que em tal requerimento conste a cópia bana (IPTU) incidente sobre o bem e das taxas condominiais existen-
da petição inicial da ação e, quando for o caso, a cópia do despacho tes. (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023)
que concedeu a busca e apreensão do veículo. (Incluído pela Lei nº Art. 24º O contrato que serve de título ao negócio fiduciário con-
13.043, de 2014) terá:
§ 13. A apreensão do veículo será imediatamente comunicada I - o valor da dívida, sua estimação ou seu valor máximo; (Re-
ao juízo, que intimará a instituição financeira para retirar o veículo dação dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
do local depositado no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas. II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do
(Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) crédito do fiduciário;
§ 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de III - a taxa de juros e os encargos incidentes;
busca e apreensão, deverá entregar o bem e seus respectivos docu- IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com a
mentos. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) descrição do imóvel objeto da alienação fiduciária e a indicação do
§ 15. As disposições deste artigo aplicam-se no caso de reinte- título e modo de aquisição;
gração de posse de veículos referente às operações de arrendamen- V - a cláusula que assegure ao fiduciante a livre utilização, por
to mercantil previstas na Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974. sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária, exceto
(Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) a hipótese de inadimplência; (Redação dada pela Lei nº 14.711,
de 2023)VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do
Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor
conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão;
ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do VII - a cláusula que disponha sobre os procedimentos de que
Livro IV, do Código de Processo Civil. tratam os arts. 26-A, 27 e 27-A desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 14.711, de 2023)
Parágrafo único (Revogado pela Medida Provisória nº 1.162, de
2023)
§ 1º Caso o valor do imóvel convencionado pelas partes nos
37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9514.htm. Acessado em 04.01.2022
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termos do inciso VI do caput seja inferior ao utilizado pelo órgão inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma do inciso VI do art.
competente como base de cálculo para a apuração do imposto so- 24, será realizado o segundo leilão, nos quinze dias seguintes.
bre transmissão inter vivos, exigível por força da consolidação da § 2º No segundo leilão será aceito o maior lance oferecido des-
propriedade em nome do credor fiduciário, este último será o valor de que igual ou superior ao valor da dívida, das despesas, dos prê-
mínimo para efeito de venda do imóvel no primeiro leilão. (Inclu- mios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos, e das contri-
ído pela Medida Provisória nº 1.162, de 2023) buições condominiais.
§ 2º Nos contratos firmados com cláusula de alienação fiduci- § 3º Para os fins do disposto neste artigo, entende-se por:
ária em garantia, caberá ao fiduciante a obrigação de arcar com o I - dívida: o saldo devedor da operação de alienação fiduciária,
custo do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Terri- na data do leilão, nele incluídos os juros convencionais, as penalida-
torial Urbana - IPTU incidente sobre o bem e das taxas condominiais des e os demais encargos contratuais;
existentes. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.162, de 2023) II - despesas: a soma das importâncias correspondentes aos
Art. 25º Com o pagamento da dívida e seus encargos resolve-se, encargos e custas de intimação e as necessárias à realização do
nos termos deste artigo, a propriedade fiduciária do imóvel. público leilão, nestas compreendidas as relativas aos anúncios e à
§ 1º No prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de liquidação comissão do leiloeiro.
da dívida, o fiduciário fornecerá o termo de quitação ao devedor
e, se for o caso, ao terceiro fiduciante. (Redação dada pela Lei nº § 4º Nos cinco dias que se seguirem à venda do imóvel no leilão,
14.711, de 2023) o credor entregará ao devedor a importância que sobejar, conside-
§ 1º-A O não fornecimento do termo de quitação no prazo pre- rando-se nela compreendido o valor da indenização de benfeitorias,
visto no § 1º deste artigo acarretará multa ao fiduciário equivalente depois de deduzidos os valores da dívida e das despesas e encargos
a 0,5% (meio por cento) ao mês, ou fração, sobre o valor do contra- de que tratam os §§ 2º e 3º, fato esse que importará em recíproca
to, que se reverterá em favor daquele a quem o termo não tiver sido quitação, não se aplicando o disposto na parte final do art. 516 do
disponibilizado no referido prazo. (Incluído pela Lei nº 14.711, de Código Civil.
2023) § 5º Se, no segundo leilão, o maior lance oferecido não for igual
§ 2º À vista do termo de quitação de que trata o parágrafo ante- ou superior ao valor referido no § 2º, considerar-se-á extinta a dívi-
rior, o oficial do competente Registro de Imóveis efetuará o can- da e exonerado o credor da obrigação de que trata o § 4º.
celamento do registro da propriedade fiduciária. § 6º Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, o credor,
Art. 26. Vencida e não paga a dívida, no todo ou em parte, e no prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, dará ao
constituídos em mora o devedor e, se for o caso, o terceiro fidu- devedor quitação da dívida, mediante termo próprio.
ciante, será consolidada, nos termos deste artigo, a propriedade do § 7º Se o imóvel estiver locado, a locação poderá ser denunciada
imóvel em nome do fiduciário. (Redação dada pela Lei nº 14.711, com o prazo de trinta dias para desocupação, salvo se tiver havido
de 2023) aquiescência por escrito do fiduciário, devendo a denúncia ser reali-
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, o devedor e, se for o caso, zada no prazo de noventa dias a contar da data da consolidação da
o terceiro fiduciante serão intimados, a requerimento do fiduciário, propriedade no fiduciário, devendo essa condição constar expressa-
pelo oficial do registro de imóveis competente, a satisfazer, no prazo mente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais
de 15 (quinze) dias, a prestação vencida e aquelas que vencerem por sua apresentação gráfica.
até a data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades § 8º Responde o fiduciante pelo pagamento dos impostos, ta-
e os demais encargos contratuais, os encargos legais, inclusive os xas, contribuições condominiais e quaisquer outros encargos que
tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel e as recaiam ou venham a recair sobre o imóvel, cuja posse tenha sido
despesas de cobrança e de intimação. (Redação dada pela Lei nº transferida para o fiduciário, nos termos deste artigo, até a data em
14.711, de 2023) que o fiduciário vier a ser imitido na posse.
§ 1º-A Na hipótese de haver imóveis localizados em mais de § 3º A intimação será feita pessoalmente ao devedor e, se for o
uma circunscrição imobiliária em garantia da mesma dívida, a inti- caso, ao terceiro fiduciante, que por esse ato serão cientificados de
mação para purgação da mora poderá ser requerida a qualquer um que, se a mora não for purgada no prazo legal, a propriedade será
dos registradores competentes e, uma vez realizada, importa em consolidada no patrimônio do credor e o imóvel será levado a leilão
cumprimento do requisito de intimação em todos os procedimentos nos termos dos arts. 26-A, 27 e 27-A desta Lei, conforme o caso,
de excussão, desde que informe a totalidade da dívida e dos imóveis hipótese em que a intimação poderá ser promovida por solicitação
passíveis de consolidação de propriedade. (Incluído pela Lei nº do oficial do registro de imóveis, por oficial de registro de títulos e
14.711, de 2023) documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de
§ 2º O contrato poderá estabelecer o prazo de carência, após o quem deva recebê-la, ou pelo correio, com aviso de recebimento,
qual será expedida a intimação. (Redação dada pela Lei nº 14.711, situação em que se aplica, no que couber, o disposto no art. 160 da
de 2023) Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos).
§ 2º-A Quando não for estabelecido o prazo de carência no con- (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
trato de que trata o § 2º deste artigo, este será de 15 (quinze) dias. § 3o-A. Quando, por duas vezes, o oficial de registro de imó-
(Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023) veis ou de registro de títulos e documentos ou o serventuário por
eles credenciado houver procurado o intimando em seu domicílio
Art. 27º Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada
fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, retornará ao imóvel, a
alienação do imóvel. fim de efetuar a intimação, na hora que designar, aplicando-se sub-
§ 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido for sidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei no 13.105,
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de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Art. 29. O fiduciante, com anuência expressa do fiduciário, po-
Lei nº 13.465, de 2017) derá transmitir os direitos de que seja titular sobre o imóvel objeto
§ 3o-B. Nos condomínios edilícios ou outras espécies de conjun- da alienação fiduciária em garantia, assumindo o adquirente as res-
tos imobiliários com controle de acesso, a intimação de que trata o pectivas obrigações.
§ 3o-A poderá ser feita ao funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência. (Incluído pela Lei nº 13.465, de Art. 30. É assegurada ao fiduciário, ao seu cessionário ou aos
2017) seus sucessores, inclusive ao adquirente do imóvel por força do lei-
§ 4º Quando o devedor ou, se for o caso, o terceiro fiduciante, lão público de que tratam os arts. 26-A, 27 e 27-A, a reintegração
o cessionário, o representante legal ou o procurador regularmente na posse do imóvel, que será concedida liminarmente, para deso-
constituído encontrar-se em local ignorado, incerto ou inacessível, o cupação no prazo de 60 (sessenta) dias, desde que comprovada a
fato será certificado pelo serventuário encarregado da diligência e consolidação da propriedade em seu nome, na forma prevista no
informado ao oficial de registro de imóveis, que, à vista da certidão, art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023)
promoverá a intimação por edital publicado pelo período mínimo
de 3 (três) dias em jornal de maior circulação local ou em jornal de Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida fi-
comarca de fácil acesso, se o local não dispuser de imprensa diária, cará sub-rogado, de pleno direito, no crédito e na propriedade fi-
contado o prazo para purgação da mora da data da última publica- duciária.
ção do edital. (Redação dada pela Lei nº 14.711, de 2023) Parágrafo único. Nos casos de transferência de financiamento
para outra instituição financeira, o pagamento da dívida à institui-
§ 4º-A É responsabilidade do devedor e, se for o caso, do terceiro ção credora original poderá ser feito, a favor do mutuário, pela nova
fiduciante informar ao credor fiduciário sobre a alteração de seu instituição credora. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
domicílio. (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023)
TÍTULOS DE CRÉDITO - NOTA PROMISSÓRIA, DUPLICATA,
§ 4º-B Presume-se que o devedor e, se for o caso, o terceiro fi-
CHEQUE.
duciante encontram-se em lugar ignorado quando não forem en-
contrados no local do imóvel dado em garantia nem no endereço
que tenham fornecido por último, observado que, na hipótese de o
devedor ter fornecido contato eletrônico no contrato, é imprescin- Os títulos de crédito são documentos representativos de obri-
dível o envio da intimação por essa via com, no mínimo, 15 (quinze) gações pecuniárias, não se confundindo com a obrigação, mas sim,
dias de antecedência da realização de intimação edilícia. (Incluído a representando. Digamos que o título de crédito é, antes de tudo,
pela Lei nº 14.711, de 2023) um documento, no qual se materializa e se incorpora a promessa
§ 4º-C Para fins do disposto no § 4º deste artigo, considera-se da prestação futura a ser realizada pelo devedor, em pagamento da
lugar inacessível: (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023) prestação atual realizada pelo credor. Nem todo documento será
I - aquele em que o funcionário responsável pelo recebimento título de crédito; mas, todo título de crédito é, antes de tudo, um
de correspondência se recuse a atender a pessoa encarregada pela documento, no qual se consigna a prestação futura prometida pelo
intimação; ou (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023) devedor.
II - aquele em que não haja funcionário responsável pelo recebi- Não adentrando em maiores discussões doutrinárias basica-
mento de correspondência para atender a pessoa encarregada pela mente são divididos os principais títulos de crédito em: letra de
intimação. (Incluído pela Lei nº 14.711, de 2023) câmbio; nota promissória; cheque; duplicata comercial; duplicada
§ 5º Purgada a mora no Registro de Imóveis, convalescerá o de serviços; conhecimento de depósito; warrant; letra hipotecária;
contrato de alienação fiduciária. cédula rural pignoratícia; ações de sociedade por ações; debênture;
§ 6º O oficial do Registro de Imóveis, nos três dias seguintes à dentre outros.
purgação da mora, entregará ao fiduciário as importâncias recebi-
das, deduzidas as despesas de cobrança e de intimação. 1. Características do título de crédito
§ 7o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem a purgação da - Negociabilidade: facilidade com que o crédito pode circular.
mora, o oficial do competente Registro de Imóveis, certificando esse Quando alguém emite um título de crédito, não está fazendo uma
fato, promoverá a averbação, na matrícula do imóvel, da consoli- promessa de pagamento dirigida exclusivamente ao beneficiário
dação da propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do original, mas para pessoa indeterminada que, na data do vencimen-
pagamento por este, do imposto de transmissão inter vivos e, se for to, esteja com a posse do título.
o caso, do laudêmio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) - Executividade: os títulos gozam de maior eficiência em sua co-
brança. São títulos executivos extrajudiciais de acordo com o art.
§ 8o O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar seu 784, I, do NCPC: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
direito eventual ao imóvel em pagamento da dívida, dispensados os debênture e o cheque. Basta, pois, sua apresentação em Juízo para
procedimentos previstos no art. 27. (Incluído pela Lei nº 10.931, que se dê início ao processo de execução (cobrança), ficando dis-
de 2004) pensada a prévia ação de conhecimento.
- Cartularidade: de acordo com o princípio da cartularidade, a
Art. 28. A cessão do crédito objeto da alienação fiduciária impli- execução somente poderá ser ajuizada se acompanhada do título
cará a transferência, ao cessionário, de todos os direitos e obriga- de crédito original. As únicas defesas possíveis do executado (deve-
ções inerentes à propriedade fiduciária em garantia. dor) serão aquelas fundadas em defeito de forma do título ou falta
de requisito necessário ao exercício da ação.

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2. Classificação dos Títulos de Crédito Havendo endossantes neste título, deverão estes responder
como devedores cambiários solidários e, assim sendo, deverão pa-
a) Quanto ao modelo: podem ser vinculados ou livres. gar o que estabelece o título ao beneficiário, caso o sacado não o
- Vinculados: devem atender a um padrão específico, definido aceite. O aceite é irretratável, ou seja, desde que produzido o saca-
por lei, para a criação do título. Exemplo: cheque. do não poderá se eximir do pagamento da letra.
- Livres: são os títulos que não exigem um padrão obrigatório
de emissão, basta que conste os requisitos mínimos exigidos por lei. Prazo de respiro: é o prazo de um dia dado em virtude da pri-
Exemplo: letra de câmbio e nota promissória. meira apresentação do título para aceite do sacado. De acordo com
o art. 24, do anexo I, da Lei Uniforme da Letra de Câmbio: “o sacado
b) Quanto à estrutura: podem ser ordem de pagamento ou pro- pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia
messa de pagamento. seguinte ao da primeira apresentação”.
- Ordem de pagamento: por esta estrutura o saque cambial dá As letras com data certa para vencimento ou à vista dispensam a
origem a três situações distintas: sacador ou emitente, que dá a or- apresentação para aceite, porque vencem no momento em que são
dem para que outra pessoa pague; sacado, que recebe a ordem e apresentadas, devendo ser feita em 1 (um) ano.
deve cumpri-la; e o beneficiário, que recebe o valor descrito no títu- Será considerada a falta de aceite quando o sacado não for en-
lo. Exemplo: letra de câmbio, cheque. contrado, estiver muito enfermo, não podendo, ao menos, expres-
- Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurí- sar-se, ou quando nega o aceite ao título expressamente. Diante
dicas: promitente, que deve, e beneficiário, o credor que receberá a da recusa do aceite, o beneficiário deverá, a fim de receber o valor
dívida do promitente. Exemplo: nota promissória. representado pelo título, protestá-lo no primeiro dia útil seguinte,
já que esta recusa acarreta o vencimento antecipado do título. Po-
c) Quanto à natureza: podem ser títulos causais ou abstratos. dendo o tomador perder o direito, se não protestar neste prazo, de
- Títulos causais: são aqueles que guardam vínculo com a causa acionar os demais coobrigados cambiários. Sendo assim, verifica-se
que lhes deu origem, constando expressamente no título a obriga- que o protesto pressupõe a ausência do aceite.
ção pelo qual o título foi assumido, sendo assim, só poderão ser O aceite deverá ser puro e simples, não podendo ser condicio-
emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu como uma possível causa nado, e poderá ser limitado de acordo com que o aceitante se obri-
para o mesmo. Podem circular por endosso. Exemplo: duplicatas. gar nos termos do mesmo. A lei permite que o sacador estabeleça
- Títulos abstratos: são aqueles que não mencionam a relação uma cláusula de proibição de aceitação do aceite, tornando a letra
que lhes deu origem, podendo ser criados por qualquer motivo. inaceitável. Com isso, deverá o beneficiário esperar até a data do
Exemplo: letra de câmbio, cheque. vencimento do título para apresentá-lo ao sacado, que só então, se
recusá-lo, poderá voltar-se ao sacador. Se, entretanto, antes da data
3. Constituição do Título de Crédito do vencimento o sacado aceitar o título, ele será válido.
Essa cláusula não será permitida quando a letra for sacada a cer-
a) Saque: Este instituto somente será encontrado pela emissão to termo da vista, pois quando isso ocorre o prazo do vencimento só
de letras de câmbio, já que estas são ordens de pagamento que, por corre a partir da data do aceite.
meio do saque, criam três situações jurídicas distintas, sendo estas:
- a figura do sacador, o qual dá a ordem de pagamento e que c) Endosso: É a forma pela qual se transfere o direito de receber
determina a quantia que deve ser paga; o valor que consta no título através da tradição da própria cártula.
- a figura do sacado, àquele para quem a ordem é dirigida, o De acordo com o art. 893 do Código Civil: “a transferência do
qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabeleci- título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes”
das; e, por último, e, por assim dizer, entende-se que não só a propriedade da letra
- o tomador (beneficiário), credor da quantia mencionada no que se transfere, como também a garantia de seu adimplemento.
título. Figuram dois sujeitos no endosso:
O saque, portanto, é o ato de criação, ou seja, da emissão da - endossante ou endossador: quem garante o pagamento do tí-
letra de câmbio. Após esse ato, o tomador pode procurar o sacado tulo transferido por endosso;
para receber do mesmo a quantia devida. Sendo que não tem por - endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa
única função emitir o título, mas também visa vincular o sacador transferência a letra de câmbio.
ao pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado não
pague a dívida ao tomador, este último poderá cobrá-la do próprio O endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao pa-
sacador, que é o próprio devedor do título. gamento do crédito descrito na cártula caso o sacado e sacador não
efetuem o pagamento. Portanto, se o devedor entregar a seu cre-
b) Aceite: É por meio deste que o sacado se compromete ao dor um título, por mera tradição e sem endosso, não estará vincu-
pagamento do título ao beneficiário, na data do vencimento. Para lado ao pagamento deste crédito caso as outras partes se tornem
que seja válido este aceite deverá conter o nome e assinatura do inadimplentes.
aceitante. Importante frisar que, se este aceite se der no verso do
título, deverá acompanhar a palavra “aceito” ou “aceitamos”, para Poderá o endosso se apresentar:
que não se confunda com endosso; mas se no anverso do título, - em preto: quando na própria letra traz a indicação do endossa-
bastará a assinatura do aceitante. tário do crédito. Também conhecido por endosso nominal.
O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá
ser falido. Se este vier a falecer poderá o inventariante proceder o
aceite em nome dos sucessores daquele.
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- em branco: quando apenas constar a assinatura do endossante, sem qualquer indicação de quem seja o endossatário. Deverá este
ser feito sempre no verso do título e se tornará um título ao portador.

Classificações doutrinárias de endosso:


- Endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titularidade do crédito como também o exercício de seus direitos.
- Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não transfere a titularidade do crédito, mas tão somente o exercício de seus
direitos. Este se subdivide em:
- Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que o endossatário aja como representante do endossante, podendo exercer os
direitos inerentes ao título.
- Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera garantia ao endossatário de uma dívida do endossante para com ele. Deve
sempre conter a cláusula: “valor em garantia” ou “valor em penhor”. Tendo, portanto, o endossante cumprido a obrigação para a qual se
destinou a garantia, poderá rever o título de crédito.

d) Cessão Civil: é a transferência de um título de crédito por meio diverso ao do endosso.

Diferenças de Endosso e Cessão Civil:


- Endosso: ato unilateral que só será admitido mediante assinatura e declaração contidas no título. Confere direitos
autônomos ao endossatário (direitos novos) e não poderá ser parcial.
- Cessão Civil: ato bilateral, por meio de um negócio jurídico; pode ser feita da mesma forma que qualquer outro con-
trato; confere os direitos derivados de quem o cedeu e poderá ser parcial.

e) Aval: Disciplina o art. 30 da Lei Uniforme da Letra de Câmbio, “o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar
soma determinada, pode ser garantido por aval”. Com isso, estabelece-se que aval é a garantia cambial, pela qual terceiro (avalista) firma
para com o avalizado, se responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do título, se este último não o fizer.

Poderá o aval se apresentar:


- em preto: indica o avalizado nominalmente;
- em branco: não indica expressamente o avalizado, considerando, por conseguinte, o sacador como o mesmo.

É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei Uniforme.

O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em contratos cíveis e não sob títulos de crédito, como a primeira.
Conceitua-se a fiança como um contrato acessório pelo qual a pessoa garante ao credor satisfazer a obrigação assumida pelo devedor
caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação do avalista é autônoma, independente da do avalizado. A fiança produz mais efeitos que
o aval, uma vez que a posição do fiador adquire características de principal.
Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefício de ordem, benefício este inexistente para o avalista.

4. Exigibilidade do Título de Crédito

a) Vencimento
O vencimento do título ocorrerá, ordinariamente, com o término normal do prazo, sob as seguintes formas elencadas pelo art. 6° do
Decreto. 2.044/1908:
a) à vista;
b) a dia certo;
c) a tempo certo da data;
d) a tempo certo da vista.

Ou, também, extraordinariamente, quando se dá pela interrupção do prazo por fato imprevisto e anormal, elencados no art. 19 da
mesma norma em questão.
a) falta ou recusa de aceite;
b) falência do aceitante.

b) Pagamento
É através do pagamento que se tem por extinta uma, algumas ou todas as obrigações declaradas no título de crédito. Pode-se dizer,
com isso, que o pagamento pode extinguir:
- algumas obrigações: se o pagamento é efetuado pelo coobrigado ou pelo avalista do aceitante, extingue-se a própria obrigação de
quem pagou e também a dos posteriores coobrigados;
- todas obrigações: se o pagamento é realizado pelo aceitante do título.

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c) Protesto
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que nenhuma dessas providências foram atendidas, pelo
sacado ou aceitante.
O protesto será levado a efeito por:
- falta ou recusa do aceite;
- falta ou recusa do pagamento;
- falta da devolução do título.

5. Dos Títulos de Crédito

A) Nota promissória: A Nota Promissória é um título de crédito no qual uma pessoa- sacador, emitente ou subscritor (obrigado prin-
cipal) firma, por escrito, uma promessa de pagamento para outra, beneficiário ou sacado, constante do documento, ou a sua ordem, uma
quantia em dinheiro. Está sujeita às mesmas normas aplicadas à letra de câmbio, com exceções previstas na Lei Uniforme. Enquanto a letra
de câmbio é uma ordem de pagamento, porque através dela o signatário (sacador) do título requisita a uma pessoa (sacado) o pagamento
de uma soma, a nota promissória é uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor que se obriga, dentro de certo prazo, ao pa-
gamento de uma soma pré-fixada. Passa a ser um título de crédito desde a sua emissão feita pelo devedor e o seu possuidor ou portador
poderá, logo após o vencimento, não sendo paga, propor ação executiva para recebê-la.
Por se tratar de um título autônomo que independe da indagação da causa que motivou a obrigação. “Nota promissória regularmente
emitida e avalizada, mesmo originária de um contrato particular, - decidiu o Tribunal - pode circular. Uma vez endossada, representa dívida
autônoma, com causa legítima” (in RT 659/150).
Em conclusão: nota promissória é uma promessa direta que o devedor faz ao credor, pois ela é emitida pelo devedor. Já a letra de
câmbio é emitida por uma pessoa que dá uma ordem ao seu devedor (sacado) para pagar certa quantia a um terceiro. Quando a nota
promissória é emitida, intervêm, necessariamente, duas pessoas: o emitente que é o devedor, e o beneficiário, que é o credor. Além delas,
podem aparecer outras pessoas, como o “avalista”, que se obriga com o emitente, solidariamente, ao pagamento do título e o “endossa-
tário”, ou terceiro, em cujas mãos passa o título quando o credor o aliena.

São requisitos essenciais da nota promissória:


1. a denominação nota promissória;
2. a importância por extenso a ser paga;
3. o nome da pessoa a quem deve ser paga;
4. a assinatura de próprio punho do emitente (devedor) ou do mandatário especial. “Se a cambial foi emitida por procuração, obser-
vados os poderes outorgados, é considerada válida (Súmula 6 deste Tribunal)” (in RT 652/151).
Esses requisitos devem ser lançados por extenso no seu contexto, como acontece com a letra de câmbio; a assinatura do devedor deve
ficar do lado direito e no final; o nome do credor deve aparecer logo após a expressão “nota promissória” situada no centro do título. A
nota promissória não pode ser emitida ao portador. Um de seus requisitos essenciais é que ela contenha o nome do credor. “A nota pro-
missória ao portador não constitui, per se, título de dívida líquida e certa - decidiu certa vez o Tribunal - podendo, quando muito, auxiliar a
prova da obrigação assumida pelo signatário para com o autor, cobrável pela via ordinária, e não pela executiva” (in RT 598/213).
Atualmente, a ação própria para a cobrança via ordinária é a “ação monitória”. Entretanto, nada impede que se emita a nota promis-
sória em branco, que poderá circular livremente. Somente no momento de ser apresentada em juízo, ou no Cartório de Protesto deve ser
colocado o nome do credor. O Tribunal já decidiu que não enseja execução o título incompleto, “por lhe faltar um requisito de forma” (in
RT 591/220).
“Se o credor não exercitar os poderes que lhe são conferidos no mandato tácito contido na emissão da nota promissória em branco,
deixando de complementá-la até o momento de sua cobrança, não se reconhece ao título a natureza cambial, tornando nula a execução
nele embasada” (in RT 588/210). O pagamento da promissória será feito no tempo indicado no próprio título. Se não se determina o prazo
para pagamento, entende-se que se trata de promissória à vista.

A nota promissória pode ser passada:


1. à vista;
2. em dia certo;
3. a tempo certo da data da emissão; neste caso, a data da emissão tem relevância.

Pelo art. 77 da Lei Uniforme, são aplicáveis à nota promissória todas as disposições da letra de câmbio, evidentemente no que não lhe
contrariem a natureza. Vale, assim, tudo o que for válido à letra de cambia aplica-se, mutatis mutantis, à nota promissória, no que diz res-
peito a endosso, aval, vencimento, pagamento, protesto, execução, etc. Exceto no que se refere ao aceite, pois na promissória não se utiliza
deste instituto, pela simples razão de que o próprio emitente da promissória equipara-se ao aceitante da letra de câmbio. É por isso que
a nota promissória é um título de crédito desde o seu nascedouro. A prescrição é de três anos do credor contra o emitente e o respectivo
avalista e, de um ano, a ação do portador contra o endossante.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

B) Duplicata : A duplicata, título príncipe do direito brasileiro, como assim se refere o doutrinador Tullio Ascarelli, é um título de crédito
emitido pelo fornecedor de mercadoria ou serviço, correspondente a uma fatura de venda mercantil a prazo (da qual é cópia), e que, aceito
pelo comprador, é em geral descontado num banco, que efetua sua cobrança.
No sentido etimológico, duplicata significa cópia, traslado, reprodução. Contudo, o termo “duplicata” não pode ser interpretado ao pé
da letra, como cópia ou documento duplicado de outro, mas sim como título emitido com base em crédito decorrente da venda de merca-
doria ou prestação de serviços. Existe uma corrente que defende que se pode dizer que a duplicata já existia desde o Código Comercial de
1850. Era imposto aos comerciantes a emissão de fatura. Era a fatura-duplicata, a relação por escrito das mercadorias entregue.
Em 1908, a parte que disciplinava essa matéria foi revogada pelo Decreto nº 2.044 e, mais adiante, veio a ser tratada novamente por
vários decretos e leis. Atualmente, a emissão de duplicatas é disciplinada pela lei 5.474/68. Trata-se de título de crédito causal, que se
transmite por endosso, garante-se por aval e cobra-se por ação cambial. Assim, por estar também submetida aos institutos do endosso,
aceite e aval, aplicam-se subsidiariamente, à duplicata as regras da letra de câmbio. O empresário que quer emitir duplicatas é obrigado a
ter e escriturar o Livro de registro de Duplicatas, que deve ser conservado no seu próprio estabelecimento.
A duplicata caracteriza-se como um instrumento de saque do vendedor de mercadorias pela importância faturada ao comprador. Tra-
ta-se assim, de ordem de pagamento, assemelhando-se à letra de câmbio. Distingue-se desta porque, enquanto a letra é título abstrato
(pode ser sacada em qualquer situação, de acordo com a vontade do emitente), a duplicata é título causal que, para ser regular, deve ter
sido emitida sob o lastro de uma venda de mercadorias ou prestação de serviços, ou seja, embasada em fatura, que é a relação de mer-
cadorias vendidas, discriminadas por sua natureza, quantidade e preço, ou relação de serviços, também discriminados de acordo com a
respectiva qualidade, natureza e preço.
É um título padronizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), através da resolução n. 102, e por isso deve conter:
I - A denominação “duplicata”;
II - A data de emissão;
III - O número de ordem;
IV - O número da fatura da qual foi extraída;
V - A data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
VI - O nome e o domicilio do vendedor e do comprador;
VII - A importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VIII - A cláusula à ordem (a cláusula “não à ordem” somente pode ser inserida no título por endossante, e, como o vendedor saca a seu
favor, ele, necessariamente, é o primeiro endossante do título);
IX - A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial (o
comprador deve ser identificado com nome, domicílio e documento: RG, CPF etc.);
X - A assinatura do emitente (seguindo a indicação de seu nome e domicílio).
A duplicata não pode compreender a mais de uma fatura e não pode ser emitida a certo termo de vista, nem a certo termo de data,
uma vez que deve conter a data certa de vencimento.

Aceite e Pagamento
Para que ocorra o aceite, a duplicata deverá ser enviada ao sacado na praça ou no lugar de seu estabelecimento, diretamente pelo
vendedor ou por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da
data da sua emissão (art 6º da Lei 5.474/68). No caso de remessa por intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores
ou correspondentes, estes deverão apresentar o título ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na
praça de pagamento. Se não for à vista, o comprador terá, no máximo, 10 (dez) dias para devolver o título ao apresentante, contados da
data de apresentação, devendo a duplicata estar devidamente assinada ou acompanhada de declarações, por escrito, das razões da falta
de aceite (art. 7º da Lei 5.474/68).
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A duplicata é um título de aceite obrigatório, ou seja, o sacado, Cobrança


em regra, está obrigado a aceitar a ordem do título. Ele somente A duplicata aceita expressamente, como é título de crédito per-
poderá negar o aceite da duplicata por motivo de: feito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores
I. Avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando não ex- formalidades. Basta a apresentação do título.
pedidas ou não entregues por sua conta e risco; No entanto, a execução da duplicata aceita por presunção segue
II. Vícios, defeitos e diferença na qualidade ou na quantidade regra diferente. Além da apresentação do título, são necessários o
das mercadorias devidamente comprovados; protesto (mesmo que a execução se dirija contra o devedor princi-
III. Divergência nos prazos ou nos preços ajustados. pal) e o comprovante de entrega das mercadorias. Essa sistemática
está prevista no art. 15 da lei das duplicatas:
Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mer-
cantil pode ser discriminado em três categorias: Art. 15. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efe-
I. Aceite ordinário – Resulta da assinatura do comprador aposta tuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos execu-
no local apropriado do título de crédito. tivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo
II. Aceite por comunicação – resulta da detenção da duplicata Civil, quando se tratar:
mercantil pelo comprador autorizado por eventual instituição fi- l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;
nanceira cobradora, com a comunicação, por escrito, ao vendedor, II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumula-
de seu aceite. tivamente:
III. Aceite por presunção – Resulta do recebimento das merca- a) haja sido protestada;
doria pelo comprador, desde que não tenha havido causa legal mo- b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da
tivadora de recusa, com ou sem devolução do título ao vendedor. entrega e recebimento da mercadoria; e
A prova do pagamento da duplicata é o recibo passado pelo le- c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite,
gítimo portador, ou por seu representante com poderes especiais, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º
no verso do próprio título ou em documento separado com referên- desta Lei.
cia expressa à duplicata. Também se presume resgatada a duplicata
com a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatá- Prescrição
rio, no qual conste, no verso, que seu valor se destina à amortização Nos termos do art. 18 da Lei n. 5.474/68, a pretensão à exe-
ou liquidação da duplicata nele mencionada. cução da duplicata prescreve: I- Em 3 anos, contados da data do
vencimento do título, contra o sacado e respectivos avalistas; II- Em
Aval 1 ano, contando da data do protesto, contra os endossantes e res-
De acordo com o art. 12 da Lei 5.474/68, o pagamento da du- pectivos avalistas; III- Em 1 ano, contando da data em que haja sido
plicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado efetuado o pagamento do título, de qualquer dos coobrigados, uns
àquele cujo nome indicar, caso não haja indicação, este será equi- contra os outros.
parado àquele cuja firma estiver aposta acima da sua, fora desses
casos, ao comprador. Duplicata De Serviços
As empresas individuais ou coletivas, fundações ou sociedades
Protesto civis, bem como os profissionais liberais e aqueles que prestam
Poder-se-á efetuar o protesto de uma duplicata na praça de pa- serviços de natureza eventual, poderão, também, emitir fatura e
gamento constante do título pelas seguintes razões: duplicata (art. 20). Na fatura será discriminada a natureza dos servi-
I - Falta de aceite; ços prestados, bem como a soma correspondente ao preço desses
II - Falta de devolução do título pelo comprador; serviços (art. 20, § 1º). Nesse caso, o sacado poderá negar aceite
III -Falta de pagamento. ao título se: I- Os serviços prestados não corresponderem efetiva-
O fato de não ter sido protestado o título por falta de aceite mente aos contratados; II- Forem comprovados vícios ou defeitos
ou de devolução não elide a possibilidade de protesto por falta de na qualidade dos serviços prestados; III- Houver divergência quanto
pagamento (art. 13, § 2º, da Lei n. 5.474/68). Como nas cambiais, aos prazos e preços ajustados.
a consequência da falta de protesto dentro do prazo legal (30 dias
contados da data do seu vencimento) é a mesma, qual seja, a perda Duplicata Simulada
do direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas Nos termos do art. 172 do Código Penal, caracteriza crime de
do título (art. 13, § 4º). duplicata simulada a conduta de “emitir fatura, duplicata ou nota
de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quanti-
dade ou qualidade, ou serviço prestado”. A pena é de detenção, de
Triplicata dois a quatro anos e multa. Nas vendas a prazo, com a emissão da
A triplicata nada mais é do que uma cópia da duplicata que foi nota e da fatura, é possível que o vendedor emita uma duplicata
perdida ou extraviada, possuindo os mesmos efeitos, requisitos e que, por se tratar de título de crédito, pode ser colocada em circula-
formalidades da duplicata que substitui (art. 23). Geralmente é emi- ção. Assim, vendedor pode descontar antecipadamente o valor nela
tida uma triplicata quando o comprador retém a duplicata original. contido com terceira pessoa (instituições financeiras na maioria das
vezes), e esta, por ocasião do vencimento, receber do comprador a
quantia respectiva. Se a duplicata, fatura ou nota de venda for emi-
tida sem que corresponda a uma efetiva venda ou serviço prestado,
poderá gerar prejuízo para quem a descontar. Isso porque, na data
do vencimento da duplicata, é evidente que a pessoa que constar
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no título como adquirente da mercadoria se negará a pagar o seu valor, já que, na realidade, nada adquiriu. Por isso, o legislador incrimina
a simples conduta de “emitir”, ainda que disso não advenha efetivo prejuízo para terceiros. Trata-se de crime formal, que se consuma com
a simples emissão da duplicata, fatura ou nota fiscal.

C) Documentos comerciais

Os documentos comerciais deverão ser fornecidos sempre que ocorrer o fornecimento de um bem ou prestação de serviços, ainda que
a saída ou a prestação do serviço esteja isenta ou imune do pagamento de impostos.
Para fins de lançamento do imposto, os contribuintes do ICMS são obrigados a utilizar os documentos fiscais instituídos pela legislação
tributária vigente, quando da ocorrência dos fatos geradores do imposto.
Apesar da obrigatoriedade da emissão do documento fiscal ser do vendedor da mercadoria, os clientes, ou seja, aqueles a quem as
mercadorias estão destinadas, também são corresponsáveis pela sua emissão, pois de acordo com o Art. 148 do Regulamento do ICMS,
sempre que for obrigatória a emissão de documentos fiscais, aqueles a quem se destinarem essas mercadorias são obrigados a exigir tais
documentos dos que devam emiti-los, contendo todos os requisitos legais.

Observação: É importante enfatizar que a correta emissão da nota fiscal ou cupom fiscal assegura:
1 – Que o ICMS, imposto embutido no preço da mercadoria e pago pelo adquirente, seja recolhido aos cofres públi-
cos;
2 – A certeza, para o adquirente do bem (cidadão, empresa, ou poder público), de que a sua compra está corretamen-
te formalizada em um documento que lhe assegura todos os direitos.

Nota fiscal
A nota fiscal é um documento fiscal que tem por fim o registro de uma transferência de propriedade sobre um bem ou uma atividade
comercial prestada por uma empresa a uma pessoa física ou outra empresa. Nas situações em que a nota fiscal registra transferência de
valor monetário entre as partes, a nota fiscal também destina-se ao recolhimento de impostos e a não utilização caracteriza sonegação fis-
cal. Entretanto, as notas fiscais podem também ser utilizadas em contextos mais amplos como na regularização de doações, transporte de
bens, empréstimos de bens, ou prestação de serviços sem benefício financeiro à empresa emissora. Uma nota fiscal também pode cancelar
a validade de outra nota fiscal, como por exemplo na devolução de produtos industrializados, outros cancelamentos ou cancelamento de
contratos de serviços e produtos.

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O Convênio S/Nº, de 15 de dezembro de 1970, que cria o Siste- g) o telefone e/ou fax;
ma Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais, traz em h) a unidade da Federação;
seus artigos as principais características que devem conter a nota i) o número de inscrição estadual;
fiscal, vejamos: III - no quadro “FATURA”, se adotado pelo emitente, as indica-
ções previstas na legislação pertinente;
(...) IV - no quadro “DADOS DO PRODUTO”:
Seção II a) o código adotado pelo estabelecimento para identificação do
Da Nota Fiscal produto;
b) a descrição dos produtos, compreendendo: nome, marca,
Art. 18. Os estabelecimentos, excetuados os de produtores tipo, modelo, série, espécie, qualidade e demais elementos que
agropecuários, emitirão Nota Fiscal: permitam sua perfeita identificação;
I - sempre que promoverem a saída de mercadorias; c) o código estabelecido na Nomenclatura Comum do Merco-
II - na transmissão da propriedade das mercadorias, quando es- sul/Sistema Harmonizado - NCM/SH, nas operações realizadas por
tas não devam transitar pelo estabelecimento transmitente. estabelecimento industrial ou a ele equiparado, nos termos da le-
III - sempre que, no estabelecimento, entrarem bens ou merca- gislação federal, e nas operações de comércio exterior;
dorias, real ou simbolicamente, nas hipóteses do artigo 54. d) o Código de Situação Tributária - CST;
e) a unidade de medida utilizada para a quantificação dos pro-
Art. 19. A nota fiscal conterá, nos quadros e campos próprios, dutos;
observada a disposição gráfica dos modelos 1 e 1-A, as seguintes f) a quantidade dos produtos;
indicações: g) o valor unitário dos produtos;
I - no quadro “EMITENTE”: h) o valor total dos produtos;
a) o nome ou razão social; i) a alíquota do ICMS;
b) o endereço; j) a alíquota do IPI, quando for o caso;
c) o bairro ou distrito; l) o valor do IPI, quando for o caso;
d) o Município; V - no quadro “CÁLCULO DO IMPOSTO”:
e) a unidade da Federação; a) a base de cálculo total do ICMS;
f) o telefone e/ou fax; b) o valor do ICMS incidente na operação;
g) o Código de Endereçamento Postal; c) a base de cálculo aplicada para a determinação do valor do
h) o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do ICMS retido por substituição tributária, quando for o caso;
Ministério da Fazenda; d) o valor do ICMS retido por substituição tributária, quando
i) a natureza da operação de que decorrer a saída ou a entrada, for o caso;
tais como: venda, compra, transferência, devolução, importação, e) o valor total dos produtos;
consignação, remessa (para fins de demonstração, de industrializa- f) o valor do frete;
ção ou outra); g) o valor do seguro;
j) o Código Fiscal de Operações e Prestações - CFOP; h) o valor de outras despesas acessórias;
l) o número de inscrição estadual do substituto tributário na i) o valor total do IPI, quando for o caso;
unidade da Federação em favor da qual é retido o imposto, quando j) o valor total da nota;
for o caso; VI - no quadro “TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTA-
m) o número de inscrição estadual; DOS”:
n) a denominação “NOTA FISCAL”; a) o nome ou razão social do transportador e a expressão “AU-
o) a indicação da operação, se de entrada ou de saída; TÔNOMO”, se for o caso;
p) o número de ordem da nota fiscal e, imediatamente abaixo, b) a condição de pagamento do frete: se por conta do emitente
a expressão SÉRIE, acompanhada do número correspondente, se ou do destinatário;
adotada nos termos do inciso I do art. 11; c) a placa do veículo, no caso de transporte rodoviário, ou outro
q) o número e destinação da via da nota fiscal; elemento identificativo, nos demais casos;
r) a data-limite para emissão da nota fiscal ou a indicação d) a unidade da Federação de registro do veículo;
“00.00.00”, quando o Estado não fizer uso da prerrogativa prevista e) o número de inscrição do transportador no Cadastro Geral
no § 2º do artigo 16, deste Convênio; de Contribuintes ou no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério
s) a data de emissão da nota fiscal; da Fazenda;
t) a data da efetiva saída ou entrada da mercadoria no estabe- f) o endereço do transportador;
lecimento; g) o Município do transportador;
u) a hora da efetiva saída da mercadoria do estabelecimento; h) a unidade da Federação do domicílio do transportador;
II - no quadro “DESTINATÁRIO/REMETENTE”: i) o número de inscrição estadual do transportador, quando for
a) o nome ou razão social; o caso;
b) o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes ou j) a quantidade de volumes transportados;
no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda; l) a espécie dos volumes transportados;
c) o endereço; m) a marca dos volumes transportados;
d) o bairro ou distrito; n) a numeração dos volumes transportados;
e) o Código de Endereçamento Postal; o) o peso bruto dos volumes transportados;
f) o Município; p) o peso líquido dos volumes transportados;
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VII - no quadro “DADOS ADICIONAIS”: alínea “e” do inciso IXimpressas por esse sistema;
a) no campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES” - outros da- 2. espaço em branco de até 5,0 cm na margem superior, na hi-
dos de interesse do emitente, tais como: número do pedido, ven- pótese de uso de impressora matricial.
dedor, emissor da nota fiscal, local de entrega, quando diverso do § 5º As indicações a que se referem a alínea “l” do inciso Ie as
endereço do destinatário nas hipóteses previstas na legislação, pro- alíneas “c” e “d” do inciso V, só serão prestadas quando o emitente
paganda, etc.; da nota fiscal for o substituto tributário.
b) no campo “RESERVADO AO FISCO” - indicações estabelecidas § 6º Nas operações de exportação o campo destinado ao Mu-
pelo Fisco do Estado do emitente; nicípio, do quadro “DESTINATÁRIO/REMETENTE”, será preenchido
c) o número de controle do formulário, no caso de nota fiscal com a cidade e o país de destino.
emitida por processamento eletrônico de dados; A nota fiscal poderá servir como fatura, feita a inclusão dos ele-
VIII - no rodapé ou na lateral direita da nota fiscal: o nome, o mentos necessários no quadro “FATURA”, caso em que a denomina-
endereço e os números de inscrição, estadual e no Cadastro Geral ção prevista nas alíneas “n” do inciso I e “d” do inciso IX, passa a ser
de Contribuintes do Ministério da Fazenda, do impressor da nota; a Nota Fiscal-Fatura;
data e a quantidade da impressão; o número de ordem da primeira
e da última nota impressa e respectiva série, quando for o caso; e o § 9º Serão dispensadas as indicações do inciso IVse estas cons-
número da autorização para impressão de documentos fiscais; tarem de romaneio, que passará a constituir parte inseparável da
IX - no comprovante de entrega dos produtos, que deverá inte- nota fiscal, desde que obedecidos os requisitos abaixo:
grar apenas a 1ª via da nota fiscal, na forma de canhoto destacável: 1. o romaneio deverá conter, no mínimo, as indicações das alí-
a) a declaração de recebimento dos produtos; neas “a” a “e”, “h”, “m”, “p”, “q”, “s” e “t” do inciso I; “a” a “d”, “f”,
b) a data do recebimento dos produtos; “h” e “i” do inciso II; “j” do inciso V; “a”, “c” a “h” do inciso VIe
c) a identificação e assinatura do recebedor dos produtos; do inciso VIII;
d) a expressão “NOTA FISCAL”; 2. a nota fiscal deverá conter as indicações do número e da data
e) o número de ordem da nota fiscal. do romaneio e, este, do número e da data daquela.
28,0 cm e 28,0 x 21,0 cm para os modelos 1 e 1-A, respecti- § 10. A indicação da alínea “a”, do inciso IV:
vamente, e suas vias não poderão ser impressas em papel jornal, 1. deverá ser efetuada com os dígitos correspondentes ao códi-
observado o seguinte: go de barras, se o contribuinte utilizar o referido código para o seu
1. os quadros terão largura mínima de 20,3 cm, exceto os qua- controle interno;
dros: 2. poderá ser dispensada, a critério da unidade da Federação
a) “DESTINATÁRIO/REMETENTE”, que terá largura mínima do emitente, hipótese em que a coluna “CÓDIGO PRODUTO”, no
de 17,2 cm; quadro “DADOS DO PRODUTO” poderá ser suprimida.
b) “DADOS ADICIONAIS”, no modelo 1-A; § 11. REVOGADO
2. o campo “RESERVADO AO FISCO” terá tamanho mínimo § 12. REVOGADO
de 8,0 cm x 3,0 cm em qualquer sentido; § 13. Os dados relativos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer
3. os campos “CGC”, “INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBSTITUTO Natureza serão inseridos, quando for o caso, entre os quadros “DA-
TRIBUTÁRIO”, “INSCRIÇÃO ESTADUAL”, do quadro “EMITENTE”, e os DOS DO PRODUTO” e “CÁLCULO DO IMPOSTO”, conforme legisla-
campos “CGC/CPF” e “INSCRIÇÃO ESTADUAL”, do quadro “DESTINA- ção municipal, observado o disposto no item 4 do § 4º do artigo
TÁRIO/REMETENTE”, terão largura mínima de 4,4 cm. 7ºdo Convênio s/nº, de 15 de dezembro de 1970.
§ 14. Caso o transportador seja o próprio remetente ou o desti-
1. das alíneas “a” a “h”, “m”, “n”, “p”, “q” e “r” do inciso I, de- natário, esta circunstância será indicada no campo “NOME/RAZÃO
vendo as indicações das alíneas “a”, “h” e “m” ser impressas, no SOCIAL”, do quadro “TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTA-
mínimo, em corpo “8”, não condensado; DOS”, com a expressão “Remetente” ou “Destinatário”, dispensadas
2. do inciso VIII, devendo ser impressas, no mínimo, em corpo as indicações das alíneas “b” e “e” a “i” do inciso VI.
“5”, não condensado;        § 15. Na nota fiscal emitida relativamente à saída de mercado-
3. das alíneas “d” e “e” do inciso IX. rias em retorno ou em devolução deverão ser indicados, ainda, no
§ 3º As indicações a que se refere as alíneas “a” a “h” e “m” do campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES”, o número, a data da
inciso I, poderão ser dispensadas de impressão tipográfica, a juízo emissão e o valor da operação do documento original.
do fisco estadual da localização do remetente, desde que a nota § 16. No campo “PLACA DO VEÍCULO” do quadro “TRANSPOR-
fiscal seja fornecida e visada pela repartição fiscal, hipótese em que TADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS”, deverá ser indicada a placa
os dados a esta referentes serão inseridos no quadro “Emitente”, do veículo tracionado, quando se tratar de reboque ou semirrebo-
e a sua denominação será “Nota Fiscal Avulsa”, observado, ainda: que deste tipo de veículo, devendo a placa dos demais veículos tra-
1. o quadro “Destinatário/Remetente” será desdobrado em cionados, quando houver, ser indicada no campo “INFORMAÇÕES
quadros “Remetente” e “Destinatário”, com a inclusão de campos COMPLEMENTARES”.
destinados a identificar os códigos dos respectivos municípios; 17. A aposição de carimbos nas notas fiscais, quando do trânsi-
2. no quadro informações complementares, poderão ser incluí- to da mercadoria, deve ser feita no verso das mesmas, salvo quan-
dos o código do Município do transportador e o valor do ICMS inci- do forem carbonadas.
dente sobre o frete. § 18. Caso o campo “INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES” não
§ 4º Observados os requisitos da legislação pertinente, a nota seja suficiente para conter as indicações exigidas, poderá ser utiliza-
fiscal poderá ser emitida por processamento eletrônico de dados, do, excepcionalmente, o quadro “DADOS DO PRODUTO”, desde que
com: não prejudique a sua clareza.
1. as indicações das alíneas “b” a “h”, “m” e “p” do inciso I e da § 19. É permitida a inclusão de operações enquadradas em di-
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ferentes códigos fiscais numa mesma nota fiscal, hipótese em que III - antes da tradição real ou simbólica das mercadorias:
estes serão indicados no campo “CFOP a) nos casos de transmissão de propriedade de mercadorias ou
§ 20. É permitida a indicação de informações complementares de títulos que as represente, quando estas não transitarem pelo es-
de interesse do emitente, impressas tipograficamente no verso da tabelecimento do transmitente;
nota fiscal, hipótese em que sempre será reservado espaço, com a b) nos casos de ulterior transmissão de propriedade e de mer-
dimensão mínima de 10 x15 cm, em qualquer sentido, para atendi- cadorias, que tendo transitado pelo estabelecimento transmitente,
mento ao disposto no § 17. deste tenham saído sem o pagamento do Imposto sobre Produtos
§ 21. O fisco poderá dispensar a inserção na Nota Fiscal, do ca- Industrializados e/ou Imposto de Circulação de Mercadorias, em
nhoto destacável, comprovante da entrega da mercadoria, median- decorrência de locação ou de remessas para armazéns gerais ou
te indicação na AIDF. depósitos fechados.
§ 22. A Nota Fiscal poderá ser impressa em tamanho inferior IV - relativamente à entrada de bens ou mercadorias, nos mo-
ao estatuído no § 1º,exclusivamente nos casos de emissão por pro- mentos definidos no artigo 56.
cessamento eletrônico de dados, desde que as indicações a serem § 1º Na Nota Fiscal emitida no caso de ulterior transmissão de
impressas quando da sua emissão sejam grafadas em, no máximo, propriedade de mercadorias, previstas na alínea “b” do inciso III,
17 caracteres por polegada, sem prejuízo do disposto no § 2º. deverão ser mencionados o número, a série e subsérie e a data da
Nota Fiscal emitida anteriormente por ocasião da saída das merca-
§ 24. A critério da unidade da Federação, poderá ser exigida dos dorias.
estabelecimentos gráficos, em complemento às indicações constan- § 2º No caso de mercadorias de procedência estrangeira que,
tes do inciso VIII, a impressão do código da repartição fiscal a que sem entrar em estabelecimento do importador ou arrematante,
estiver vinculado o contribuinte. sejam por este remetidas a terceiros, deverão o importador ou ar-
§ 25. Em se tratando dos produtos classificados nos códigos rematante emitir Nota Fiscal, com a declaração de que as mercado-
3003 e 3004 da Nomenclatura Brasileira de Mercadoria/Sistema rias sairão diretamente da repartição federal em que se processou
Harmonizado - NBM/SH, na descrição prevista na alínea “b” do in- o desembaraço.
ciso IV deste artigo, deverá ser indicado o número do lote de fabri-
cação a que a unidade pertencer, devendo a discriminação ser feita Art. 21. A Nota Fiscal, além das hipóteses previstas no artigo
em função dos diferentes lotes de fabricação e respectivas quanti- anterior, será também emitida:
dades e valores. I - no caso de mercadorias cuja unidade não possa ser transpor-
§ 26. A Nota Fiscal emitida por fabricante, importador ou distri- tada de uma só vez, desde que o Imposto sobre Produtos Industria-
buidor, relativamente à saída para estabelecimento atacadista ou lizados e/ou o Imposto de Circulação de Mercadorias deva incidir
varejista, dos produtos classificados nos códigos 3002, 3003, 3004 sobre o todo;
e 3006.60 da Nomenclatura Brasileira de Mercadoria/Sistema Har- II - no reajustamento de preço em virtude de contrato escrito de
monizado - NBM/SH, exceto se relativa às operações com produtos que decorra acréscimo do valor das mercadorias;
veterinários, homeopáticos ou amostras grátis, deverá conter, na III - na regularização em virtude de diferença de preço ou de
descrição prevista na alínea “b” do inciso IV deste artigo, a indica- quantidade das mercadorias, quando efetuada no período de apu-
ção do valor correspondente ao preço constante da tabela, suge- ração dos respectivos impostos em que tenha sido emitida a Nota
rido pelo órgão competente para venda a consumidor e, na falta Fiscal originária;
deste preço, o valor correspondente ao preço máximo de venda a IV - para lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializa-
consumidor sugerido ao público pelo estabelecimento industrial. dos e/ou do Imposto de Circulação de Mercadorias, não pagos nas
§ 27. Nas operações não alcançadas pelo disposto na alínea “c” épocas próprias, em virtude de erro de cálculo ou de classificação
do inciso IV do caput deste artigo, será obrigatória somente a in- fiscal, quando a regularização ocorrer no período de apuração dos
dicação do correspondente capítulo da Nomenclatura Comum do respectivos impostos em que tenha sido emitida a Nota Fiscal ori-
Mercosul/Sistema Harmonizado - NCM/SH. (Acrescido o § 28 ao ginária;
art. 19 pelo Ajuste SINIEF 01/14, efeitos a partir de 01.05.14). V - no caso de diferença apurada no estoque de selos especiais
§ 28. Tratando-se de destinatário não contribuinte do impos- de controle fornecidos ao usuário, pelas repartições do Fisco fede-
to, a entrega da mercadoria em local situado na mesma unidade ral, para aplicação em seus produtos.
federada de destino poderá ser efetuada em qualquer de seus do- § 1º Na hipótese do inciso I, serão observadas as seguintes nor-
micílios ou em domicílio de outra pessoa, desde que esta também mas:
não seja contribuinte do imposto e o local da efetiva entrega esteja 1. a Nota Fiscal inicial será emitida se o preço de venda se esten-
expressamente indicado no documento fiscal relativo à operação der para o todo sem indicação correspondente a cada peça ou par-
(Acrescido o § 29 ao art. 19 pelo Ajuste SINIEF 01/14, efeitos a partir te; a Nota Fiscal especificará o todo, com o lançamento do Imposto
de 01.05.14). sobre Produtos Industrializados e destaque do Imposto de Circula-
§ 29. O disposto no parágrafo anterior não se aplica à mercado- ção de Mercadorias, devendo constar que a remessa será feita em
ria cuja entrega efetiva seja destinada a não contribuinte do impos- peças ou partes.
to, situado ou domiciliado no Estado de Mato Grosso. 2. a cada remessa corresponderá nova Nota Fiscal, sem lança-
mento do Imposto sobre Produtos Industrializados e destaque do
Art. 20. A Nota Fiscal será emitida: Imposto de Circulação de Mercadorias, mencionando-se o número,
I - antes de iniciada a saída das mercadorias; a série e subsérie e a data da Nota Fiscal inicial.
II - no momento do fornecimento de alimentação, bebidas e ou- § 2º Na hipótese do inciso II, a Nota Fiscal será emitida dentro
tras mercadorias, em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos de 3 (três) dias da data em que se efetivou o reajustamento do pre-
similares; ço.
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§ 3º Nas hipóteses dos incisos III e IV, se a regularização não se efetuar dentro dos prazos mencionados, a Nota Fiscal será também
emitida, sendo que as diferenças dos impostos devidos serão recolhidas em guias especiais, com as especificações necessárias da regulari-
zação; na via da Nota Fiscal presa ao talonário deverá constar essa circulação, mencionando-se o número e a data da guia de recolhimento.
§ 4º Para efeito de emissão da Nota Fiscal na hipótese do inciso V:
1. a falta de selos caracteriza saída de produtos sem a emissão de Nota Fiscal e sem pagamento do Imposto sobre Produtos Industria-
lizados e do Imposto de Circulação de Mercadorias;
2. o excesso de selos caracteriza saída de produtos sem aplicação do selo e sem pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados
e do Imposto de Circulação de Mercadorias.
§ 5º A emissão da Nota Fiscal na hipótese do inciso V somente será efetuada antes de qualquer procedimento do Fisco.
§ 6º (Revogado).

Características da Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica proposta possuirá as seguintes características:


- Documento digital, que atende aos padrões definidos na MP 2.200/01, no formato XML (Extended Markup Language);
- Garantia de autoria, integridade e irrefutabilidade, certificadas através de assinatura digital do emitente, definido pela Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileiras (ICP Brasil), no formato e-CNPJ;
- O arquivo da NF-e deverá seguir o leiaute de campos definido em legislação específica;
- A NF-e deverá conter um “código numérico”, obtido por meio de algoritmo fornecido pela administração tributária, que comporá a
“chave de aceso” de identificação da NF-e, juntamente com o CNPJ do emitente e número da NF-e;
- A NF-e, para poder ser válida, deverá ser enviada eletronicamente e autorizada pelo fisco, da circunscrição do contribuinte emissor,
antes de seu envio ao destinatário e antes da saída da mercadoria do estabelecimento;
- A transmissão da NF-e será efetivada, via Internet, por meio de protocolo de segurança ou criptografia;
- A NF-e transmitida para a SEFAZ não pode mais ser alterada, permitindo-se apenas, dentro de certas condições, seu cancelamento;
- As NF-e deverão ser emitidas em ordem consecutiva crescente e sem intervalos a partir do 1º número sequencial, sendo vedado a
duplicidade ou reaproveitamento dos números inutilizados ou cancelados;
- A critério das administrações tributárias, a NF-e poderá ter o seu recebimento confirmado pelo destinatário.

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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nota_fiscal_eletr%C3%B4nica

Quadro atual da NF-e

Com a gradual adesão das empresas aos sistemas de documentos eletrônicos, a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) verificou que a maioria
dos contribuintes deixou de utilizar o emissor gratuito e optou por soluções próprias, ou online.

Os passos para emitir NF-e são semelhantes, independentemente da alternativa usada:

1. Certificado digital:
O primeiro passo para emitir nota eletrônica é possuir um certificado digital, que assegura validade jurídica ao documento por permitir
confirmação de sua autenticidade. Há diversos órgãos autorizados como autoridades certificadoras pela ICP (Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira).

2. Credenciamento na SEFAZ:
Mesmo usando um sistema próprio ou contratado, é preciso se credenciar junto à secretaria da fazenda para emitir NF-e. Cada estado
tem um procedimento específico, mas normalmente trata-se de um cadastro simples.

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3. Escolha o emissor de NF-e:


Existem softwares que podem ser baixados em seu computador para emitir notas. Outra opção é usar serviços que rodam na nuvem e
podem ser acessados online a qualquer hora em um dispositivo conectado à Internet. O volume é um dos fatores a se considerar: empre-
sas que tiram um volume grande de notas têm mais motivos para adotar um emissor integrado a um sistema de faturamento ou sistema
de gestão, por exemplo.

4. Gere as notas conforme sua necessidade:


Com certificado digital adequado, credenciamento realizado junto à Sefaz e emissor de NF-e escolhido, sua empresa está pronta para
faturar. Vale a pena realizar testes para homologar as notas, mas é um processo simples para seu negócio funcionar normalmente.

A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo firmou parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) para atender uma parcela de contribuintes que ainda utiliza os emissores gratuitos de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e do Conhe-
cimento de Transporte Eletrônico (CT-e). A Fazenda irá transferir ao Sebrae a solução gratuita e, a partir de julho de 2017, a instituição
passará a disponibilizar e atualizar as versões do aplicativo para as empresas. Até essa data a Fazenda paulista manterá o aplicativo em
funcionamento. Além do Sebrae, a Secretaria da Fazenda do Maranhão também oferecerá o serviço gratuito, a partir do código fonte
cedido ao governo maranhense pela Fazenda paulista.

O BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.: LEGISLAÇÃO BÁSICA, PROGRAMAS E INFORMAÇÕES GERAIS DE SUA ATUAÇÃO
COMO AGENTE IMPULSIONADOR DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO NORDESTE.

— Legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação como agente impulsionador do desenvolvimento sustentável
da região nordeste

O Banco do Nordeste do Brasil S.A. é uma instituição financeira fundamental para o desenvolvimento socioeconômico da região Nor-
deste do Brasil. Este banco desempenha um papel crucial como agente impulsionador do desenvolvimento sustentável, implementando
uma série de programas e políticas direcionadas ao fortalecimento da economia local e à melhoria das condições de vida da população.

Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)


O FNE é o principal instrumento financeiro utilizado pelo Banco do Nordeste, sendo uma parte integral da Política Nacional de De-
senvolvimento Regional (PNDR). Este fundo é um dos pilares do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), fornecendo
recursos financeiros essenciais para a região. O FNE visa a promoção do crescimento econômico e a redução das desigualdades regionais,
apoiando diversos setores, como agricultura, indústria, turismo e infraestrutura.

Programas de Microcrédito: Crediamigo e Agroamigo


O Crediamigo é reconhecido como o maior programa de microcrédito produtivo e orientado do Brasil. Ele tem como objetivo fornecer
crédito a empreendedores de pequeno porte, facilitando o acesso a recursos financeiros para o desenvolvimento de negócios e geração
de emprego e renda. Já o Agroamigo é um programa voltado para melhorar o perfil social e econômico das famílias do campo, oferecendo
crédito e apoio técnico para os agricultores familiares.

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)


O Pronaf é uma iniciativa que apoia a agricultura familiar, um segmento econômico vital para o Nordeste. O Banco do Nordeste atua
como agente financeiro principal deste programa na região, proporcionando crédito e assistência técnica aos agricultores familiares, visan-
do fortalecer este segmento e melhorar a segurança alimentar.

Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter)


O Prodeter é uma iniciativa estratégica do Banco do Nordeste que combina políticas governamentais com iniciativas de desenvolvi-
mento local. O programa visa promover o planejamento, a implementação e a autogestão do processo de desenvolvimento sustentável
dos territórios, fortalecendo a economia local. Envolve a construção e implementação de planos de ação, fortalecimento da governança
local e territorial, e a integração de políticas públicas necessárias para o desenvolvimento.

Soluções Digitais e Governança


Além destes programas, o Banco do Nordeste oferece uma série de soluções digitais para facilitar o acesso aos seus serviços, tanto
para pessoas físicas quanto jurídicas. Com um forte enfoque em governança e planejamento empresarial, o banco busca direcionar esfor-
ços para o desenvolvimento da região, buscando reduzir as desigualdades regionais e promover mudanças significativas nas condições de
vida das pessoas.
O Banco do Nordeste, portanto, não apenas fornece recursos financeiros essenciais para o desenvolvimento da região Nordeste, mas
também desempenha um papel ativo na formulação e implementação de políticas e estratégias voltadas para o desenvolvimento susten-
tável. A instituição é um exemplo de como um banco pode contribuir significativamente para o progresso socioeconômico de uma região,
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apoiando a inovação, o empreendedorismo e a inclusão financeira. Ética Aplicada é um campo vital que orienta indivíduos e orga-
Para mais informações detalhadas sobre os programas, ações nizações na tomada de decisões responsáveis e moralmente justas.
e a atuação do Banco do Nordeste, você pode visitar o Portal do Ela envolve uma compreensão profunda de ética, moral, valores
Banco do Nordeste (https://www.bnb.gov.br/). e virtudes, e como esses conceitos podem ser usados para guiar
ações em um mundo complexo e em constante mudança.

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES


NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL

Ética Aplicada é um campo da filosofia que se concentra na


As noções de ética empresarial e profissional são fundamentais
aplicação prática de conceitos éticos e morais em situações do co-
no mundo dos negócios e nas diversas profissões, atuando como
tidiano. Este campo abrange uma ampla gama de áreas, incluindo
um guia para a conduta e as decisões tomadas dentro e fora do am-
negócios, medicina, tecnologia e meio ambiente, enfatizando a im-
biente de trabalho. Esses conceitos estão intrinsecamente ligados
portância de tomar decisões conscientes e responsáveis. Para en-
ao bom funcionamento das organizações e à manutenção de uma
tender melhor a Ética Aplicada, é essencial explorar os conceitos de
sociedade justa e ordenada.
ética, moral, valores e virtudes, que formam a base deste campo.
Ética Empresarial
Ética
A ética empresarial refere-se aos princípios e padrões que as
Ética é o estudo dos princípios que governam o comportamen-
empresas seguem para garantir integridade e transparência em
to humano em termos do certo e errado. Ela se concentra em nor-
suas operações. Ela abrange uma variedade de aspectos, incluindo,
mas, valores e crenças compartilhadas que orientam ações e deci-
mas não se limitando a:
sões. Em contextos profissionais ou pessoais, a ética ajuda a definir
Honestidade e Transparência: As empresas devem fornecer in-
padrões de conduta esperados e desejados.
formações verdadeiras sobre seus produtos, serviços e operações
financeiras.
Moral
Responsabilidade Social: Isso envolve o compromisso da em-
Moral refere-se a regras e códigos de conduta que são adota-
presa com o bem-estar da sociedade e do meio ambiente, indo
dos por indivíduos ou grupos. A moral pode variar entre diferentes
além do objetivo de lucro.
culturas e sociedades, refletindo crenças e tradições locais. Enquan-
Justiça e Equidade: As práticas empresariais devem ser justas,
to a ética é mais teórica e filosófica, a moral é prática e aplicada,
garantindo igualdade de oportunidades para funcionários, clientes
influenciando diretamente as escolhas e ações das pessoas.
e parceiros de negócios.
Respeito pelas Leis e Regulamentos: Cumprimento rigoroso de
Valores
todas as leis e regulamentos aplicáveis.
Valores são crenças fundamentais que orientam ou motivam
atitudes e ações. Eles expressam o que é importante para um indiví-
Ética Profissional
duo ou grupo e podem incluir conceitos como honestidade, integri-
A ética profissional, por outro lado, foca na conduta individual
dade, igualdade e respeito. Os valores são cruciais na ética aplicada,
dos profissionais em seus campos de trabalho. Ela orienta como os
pois fornecem a base para julgamentos e escolhas éticas.
indivíduos devem agir em situações profissionais, baseando-se em
valores como:
Virtudes
- Integridade: Manter um comportamento honesto e íntegro
Virtudes são qualidades ou traços de caráter considerados mo-
em todas as atividades profissionais.
ralmente bons e desejáveis em uma pessoa. Incluem honestidade,
- Confidencialidade: Proteger informações sensíveis, respeitan-
coragem, compaixão, generosidade e humildade. A virtude ética se
do a privacidade de clientes e da empresa.
concentra no desenvolvimento de características pessoais que pro-
- Competência: Manter um alto nível de profissionalismo e co-
movem o bem-estar individual e coletivo.
nhecimento na área de atuação.
Na Ética Aplicada, estes conceitos são utilizados para resolver
- Respeito pelas Pessoas: Tratar colegas, clientes e outras par-
dilemas éticos em situações práticas. Por exemplo, em um ambien-
tes interessadas com respeito e dignidade.
te de trabalho, um profissional pode se deparar com um dilema en-
tre seguir um procedimento padrão (ética) ou agir de acordo com
Importância da Ética Empresarial e Profissional
sua consciência pessoal (moral). Nesse contexto, os valores pesso-
- Construção de Confiança: Uma forte ética empresarial e pro-
ais e as virtudes do indivíduo desempenham um papel crucial em
fissional ajuda a construir confiança entre a empresa, seus funcio-
sua decisão final.
nários, clientes e outras partes interessadas.
Além disso, a ética aplicada é importante para estabelecer pa-
- Sustentabilidade do Negócio: Empresas que adotam práticas
drões em profissões que têm um impacto direto na vida das pesso-
éticas tendem a ser mais sustentáveis a longo prazo.
as, como na medicina ou no direito. Aqui, os profissionais devem
- Melhoria da Imagem Corporativa: A ética no ambiente de tra-
equilibrar suas responsabilidades éticas e morais com as necessida-
balho melhora a imagem pública da empresa e pode ser um dife-
des e direitos de seus clientes ou pacientes.
rencial competitivo.
- Prevenção de Conflitos Legais e Financeiros: Adotar uma pos-
tura ética ajuda a evitar litígios e problemas financeiros decorrentes
de práticas inadequadas.
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A ética empresarial e profissional não é apenas uma questão dam as normas e práticas éticas.
de cumprir a lei ou seguir regras. Trata-se de cultivar uma cultura - Canais de Comunicação e Denúncia: Estabelecer mecanismos
de integridade e responsabilidade, que não só beneficia a empresa seguros e confidenciais para que os funcionários possam relatar
e os profissionais individualmente, mas também a sociedade como comportamentos antiéticos ou dilemas éticos.
um todo. É um investimento na reputação e na sustentabilidade a - Avaliação e Monitoramento: Regularmente avaliar e moni-
longo prazo de qualquer organização ou carreira profissional. torar a aderência às práticas éticas, ajustando políticas conforme
necessário para lidar com novos desafios éticos.

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVA- A gestão da ética é um processo contínuo que requer compro-
DAS. metimento e adaptação constantes. Empresas públicas e privadas,
embora enfrentem desafios únicos em relação à ética, comparti-
lham o objetivo comum de operar de maneira responsável e íntegra,
— A gestão da ética nas empresas públicas e privadas;
o que é crucial para o sucesso a longo prazo e a sustentabilidade.
A gestão da ética em empresas públicas e privadas é um aspec-
to crucial que aborda como as organizações desenvolvem, imple-
mentam e mantêm políticas e práticas éticas. Este conceito é fun- CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E INTEGRIDADE DO BANCO
damental tanto para sustentar a integridade das operações quanto DO NORDESTE DO BRASIL
para construir uma reputação positiva no mercado e na sociedade.
A abordagem da gestão da ética varia entre empresas públicas e
privadas devido às suas diferentes naturezas e objetivos.
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E INTEGRIDADE DO BANCO DO
Empresas Públicas NORDESTE DO BRASIL S.A.
Nas empresas públicas, a gestão da ética frequentemente en-
volve considerações adicionais devido ao seu papel e responsabili- CAPÍTULO I
dade perante o público e os stakeholders governamentais. Aspectos DOS OBJETIVOS
chave incluem:
- Transparência e Prestação de Contas: Como entidades públi- Art. 1º O conteúdo deste Código está vinculado à missão, à
cas, há uma expectativa mais alta de transparência em suas opera- visão e aos valores que definem a identidade única do Banco do
ções. Isso inclui a gestão financeira, contratações e decisões ope- Nordeste e representa o compromisso da instituição, dos seus ad-
racionais. ministradores, empregados, colaboradores e daqueles que atuam
- Conformidade com Regulamentos Governamentais: Empre- ou prestam serviços em nome ou para o Banco com o alinhamento
sas públicas devem aderir estritamente às leis e regulamentos, dos padrões requeridos de comportamento pessoal e profissional
muitas vezes sujeitas a escrutínio e auditorias governamentais mais ao mais alto nível de ética e de integridade desejado para os proces-
rigorosos. sos e relacionamentos internos e externos da Instituição.
- Interesse Público e Serviço: A tomada de decisão deve consi- Art. 2º São objetivos deste Código:
derar o bem-estar público e a ética no serviço público, colocando os I- Identificar e sistematizar os princípios e valores éticos e de
interesses da comunidade acima dos interesses empresariais. integridade essenciais, que devem orientar os relacionamentos in-
ternos e externos e a condução das atividades do Banco do Nor-
Empresas Privadas deste;
Nas empresas privadas, a gestão da ética também é vital, mas II- A partir deste conjunto de princípios e valores, alinhar e ins-
com enfoque em aspectos ligeiramente diferentes, como: pirar diretrizes e compromissos a serem expressos nas iniciativas,
- Cultura Corporativa Ética: A criação de uma cultura empresa- políticas, programas e normas do Banco do Nordeste;
rial que valoriza a ética, desde a liderança até os colaboradores, é III- Servir como guia e inspiração para o estabelecimento de
essencial. Isso envolve a incorporação de princípios éticos nas práti- uma linha de comportamento profissional dentro do padrão ético e
cas diárias e na tomada de decisão. de integridade esperado pelo Banco do Nordeste e pela sociedade;
- Reputação e Competitividade no Mercado: Empresas privadas IV- Estabelecer os princípios de integridade para prevenção à
muitas vezes usam a ética como um diferencial competitivo, melho- corrupção e a outros atos lesivos ao Banco do Nordeste, inclusive
rando a reputação e a confiança do consumidor. como forma de realizar negócios responsáveis e sustentáveis;
- Responsabilidade Social Corporativa (RSC): Iniciativas de RSC V- Orientar a tomada de decisão em situações de conflitos ou
são cruciais para demonstrar compromisso ético, envolvendo-se dilemas éticos;
em práticas que beneficiam a sociedade e o meio ambiente. VI- Servir como elemento norteador na busca constante de ga-
rantir a integridade das nossas ações e uma comunicação precisa,
Gestão da Ética em Ambos os Tipos de Empresas oportuna e transparente com todas as partes interessadas;
Em ambos os cenários, a gestão eficaz da ética envolve: VII- Orientar a participação de todos os agentes externos, públi-
- Códigos de Conduta e Políticas Éticas: Desenvolver e imple- cos e privados, em seus relacionamentos com o Banco do Nordeste;
mentar códigos de conduta claros e políticas éticas que definem as VIII- Fortalecer, na dimensão ética, a imagem e a reputação da
expectativas e orientam o comportamento de todos na organiza- instituição perante a sociedade;
ção. IX- Ser referência nas análises e apurações de eventuais infra-
- Treinamento e Educação: Oferecer treinamento regular em ções éticas ou de integridade.
ética para garantir que todos os membros da organização enten-
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CAPÍTULO II contínuo da atuação, dos comportamentos e das atitudes do ser


DO PÚBLICO-ALVO humano, sendo pré-requisito e suporte para a confiança pública;
II- Legalidade (atuação sempre conforme as leis), Impessoalida-
Art. 3º Este Código aplica-se ao seguinte público-alvo, para o de (prevalência do interesse público sobre interesses particulares),
qual o referencial ético aqui apresentado deve, obrigatoriamente, Moralidade (conduta pautada por padrões éticos de boa-fé, decoro,
balizar a condução de suas atividades e relacionamentos, seja no lealdade, honestidade e probidade na busca sempre do bem co-
mundo real ou no mundo virtual. mum), Publicidade (ampla divulgação dos atos da Instituição para a
sociedade) e Eficiência (melhor desempenho com economicidade,
I- Membros dos órgãos estatutários: redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e ren-
a)Membros do Conselho de Administração; dimento funcional para melhores resultados) como princípios esta-
b)Membros da Diretoria Executiva; belecidos na Constituição da República Federativa do Brasil para a
c)Membros do Conselho Fiscal; Administração Pública;
d)Membros do Comitê de Auditoria; III- Justiça, Governança, Honestidade, Sustentabilidade, Igual-
e)Membros do Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e dade, Compromisso, Democracia, Transparência, Respeito, Coope-
Remuneração; e ração, Confiança, Disciplina e Civilidade como valores institucionais
f)Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital. que devem reger todos os relacionamentos e processos do Banco
do Nordeste;
II- Empregados; IV- Meritocracia, Integridade, Inovação e Foco nos Clientes e
Resultados como princípios de gestão;
III- Colaboradores: V- Todas as pessoas devem ser tratadas com igualdade, sen-
a)Terceirizados; do inadmissível qualquer forma de discriminação, seja de origem
b)Bolsistas; social, cultural, étnica, sexual, ou relativa a questão de cor, idade,
c)Jovens aprendizes. religião, idioma, convicção filosófica ou política, orientação sexual,
identidade de gênero, estado civil, condição física e psíquica, ori-
IV- Fornecedores; gem, grau de escolaridade, formação, aparência e nacionalidade;
V- Parceiros e pessoas físicas prestadoras de serviços, bem VI- A convivência no ambiente de trabalho deve ser harmonio-
como profissionais de empresas contratadas ou parceiras que de- sa e produtiva, baseada na equidade, no respeito mútuo, na cordia-
senvolvam suas atividades, ou parte delas, nas dependências do lidade, na colaboração e no espírito de equipe, independentemente
Banco do Nordeste; do cargo ou função;
VI-Pessoas que atuem em nome do Banco do Nordeste, mesmo VII- Ambientes de trabalho saudáveis e seguros são indispensá-
que de forma temporária, recebendo ou não remuneração sobre veis para a garantia do bem-estar de empregados e colaboradores
essa atuação. e para a adequada prestação de serviços para clientes e usuários;
VIII- A corrupção, em todas as suas formas, bem como as prá-
Art.4º São considerados agentes externos e devem observar o ticas fraudulentas, o nepotismo, o conflito de interesses, os atos ilí-
que está disciplinado neste Código, no que couber: citos ou criminosos de toda ordem são incompatíveis com o padrão
a) Clientes; ético do Banco do Nordeste, devendo ser repudiados, combatidos e
b) Usuários de serviços; denunciados às instâncias competentes;
c) Empregados da Caixa de Previdência dos Funcionários do IX- Os direitos humanos fundamentais devem ser respeitados,
Banco do Nordeste do Brasil – Capef e do Grupo Caixa de Assistên- não sendo admitido qualquer ato que afronte a dignidade das pes-
cia dos Funcionários do Banco do Nordeste – Grupo Camed; soas e a igualdade de direitos entre elas; X Repúdio a todas as pres-
d) Empregados das instituições parceiras e patrocinadas; sões ou tentativas de interferência política, internas ou externas,
e) Representantes de órgãos de regulação e controle, bem que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
como de empresas de auditoria externa, no exercício de suas ativi- das em decorrência de ações imorais, ilegais, aéticas ou em desa-
dades nas dependências do Banco do Nordeste; cordo com os normativos internos;
f) Pessoas que atuem para o Banco do Nordeste, mesmo que XI- Responsabilidade socioambiental como um conjunto de
de forma temporária, recebendo ou não remuneração. compromissos, princípios e diretrizes de atuação fundamentais
para o desenvolvimento sustentável e que orientam o Banco do
CAPÍTULO III Nordeste, como banco de desenvolvimento, na aplicação do crédito
DA MISSÃO E DOS PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS FUNDA- e em seus processos internos de trabalho;
MENTAIS XIII- senção e imparcialidade no exercício das atividades e na
condução dos relacionamentos institucionais e interpessoais, não
Art. 5º A missão do Banco do Nordeste é atuar como o banco usando a posição dentro do Banco do Nordeste para a obtenção de
de desenvolvimento da Região Nordeste. benefícios ou vantagens para si ou para terceiros;
Parágrafo único: O Banco tem por objeto social a promoção do XIII- A exploração do trabalho infantil e a utilização do trabalho
desenvolvimento e a circulação de bens por meio da prestação de análogo à escravidão são práticas repudiadas pelo Banco do Nor-
assistência financeira, de serviços, técnica e de capacitação a em- deste;
preendimentos de interesse econômico e social. XIV- Zelo permanente de todos pela imagem e integridade ins-
Art. 6º Os princípios e valores que fundamentam a atuação dos titucional do Banco do Nordeste;
diversos agentes submetidos a este Código são os seguintes: XV- Atitudes e comportamentos baseados sempre no com-
I- Ética, como princípio fundamental para o aprimoramento promisso inalienável de buscar fazer sempre o melhor, o que inclui
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

atuar com espírito público, elevado senso de responsabilidade e de X- Analisar as operações de financiamento e de crédito de acor-
acordo com o disposto neste Código, nas normas internas e na le- do com os critérios técnicos disponíveis, incluindo aqueles relacio-
gislação vigente. nados com o risco e a viabilidade pertinentes;
Art. 7º Todas as políticas e iniciativas institucionais devem pau- XI- Tratar de forma colegiada as decisões sobre operações de
tar-se, no que couber, no conteúdo deste Código de Conduta Ética crédito e de financiamento;
e Integridade, respeitando todos os seus dispositivos, não sendo XII- Não apresentar indicações a clientes, ainda que por eles
admitido qualquer regramento interno que contrarie o que este Có- solicitadas, de fornecedores ou prestadores de serviços, mantendo
digo estabelece. sempre uma comunicação estritamente profissional, preservando a
isenção necessária e exigida.
CAPÍTULO IV
NAS RELACÕES COM CLIENTES E USUÁRIOS CAPÍTULO V
NAS RELAÇÕES COM INVESTIDORES E ACIONISTAS
Art. 8º As interações com clientes e usuários são orientadas pe-
las diretrizes e compromissos da Política de Relacionamento com Art. 10º As relações com investidores e acionistas devem ser
Clientes e Usuários de Produtos e Serviços Financeiros do Banco do pautadas nos princípios de governança universalmente aceitos e
Nordeste e devem ser regidas pelos seguintes princípios: nos pressupostos da legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
I. Integridade; cidade e eficiência, que norteiam a gestão pública, visando à (ao):
II. Conformidade; I- Transparência nas relações com o mercado, mediante a pres-
III.Confiabilidade; tação de informações claras, fidedignas, ágeis e oportunas, que
IV. Segurança e sigilo das transações; possibilitem a avaliação do desempenho da Instituição ou funda-
V. Legitimidade das operações contratadas e dos serviços pres- mentem, da melhor forma possível, a tomada de decisões sobre
tados; investimentos;
VI.Respeito; IIEquidade de tratamento para os acionistas e respeito aos seus
VII.Equidade; direitos, não se admitindo privilégios, tanto na distribuição de resul-
VIII.Cortesia; tados, como na divulgação de informações, nem quaisquer atitudes
IX.Diligência; discriminatórias;
X.Responsabilidade; III- Disponibilização de declarações, demonstrativos, relatórios,
XI.Transparência; comunicados e outros informativos que reflitam a realidade da ins-
XII.Receptividade a sugestões e críticas; tituição com objetividade, clareza, simplicidade e consistência;
XIII.Privacidade e proteção de dados; IV- Publicação das demonstrações financeiras e contábeis de
XIV.Observância de princípios e normas pertinentes aos direi- acordo com o estabelecido na lei e em conformidade com os prin-
tos do consumidor. cípios e normas de contabilidade, de maneira a representar, com ri-
Art. 9º Na realização de negócios, empregados e colaboradores gor e precisão, as transações realizadas, o resultado das operações,
do Banco do Nordeste devem seguir, além dos princípios e valores os fluxos de caixa e a posição patrimonial e financeira do Banco do
apresentados no artigo 6° anterior, as seguintes orientações: Nordeste;
I -Dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuários, V- Conformidade com as leis, normas e regulamentos e exigên-
considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilidades as- cia de seu cumprimento pelas contrapartes;
sociadas; VI- Aperfeiçoamento contínuo de diretrizes e práticas de gover-
II- Oferecer produtos e serviços adequados às necessidades de nança corporativa;
clientes e usuários de cada segmento; VII Cumprimento da missão institucional;
III- Fornecer, de forma clara, precisa e tempestiva, as informa- VIII Continuidade da Instituição no longo prazo e geração de
ções necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte resultados positivos e sustentáveis.
de clientes e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, Parágrafo único: É vedada ao público-alvo deste Código a di-
responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos vulgação, sem autorização da autoridade competente do Banco, de
existentes na execução de operações e na prestação de serviços; informação que possa causar impacto na cotação dos títulos da Ins-
IV- Cumprir os normativos internos e externos que regram a tituição e em suas relações com o mercado ou com consumidores
atuação institucional; e fornecedores.
V- Cumprir as normas internas e externas de prevenção à lava-
gem de dinheiro e de combate à corrupção e ao financiamento do CAPÍTULO VI
terrorismo; NAS RELAÇÕES COM O PODER PÚBLICO
VI- Abster-se de realizar negócios com clientes que exploram o
trabalho infantil ou o trabalho análogo ao escravo; Art. 11 O relacionamento com o Setor Público e seus agentes
VII- Prevenir e combater atos de fraude e corrupção, denun- deve ser norteado pela discussão democrática e pelo estabeleci-
ciando os fatos suspeitos às alçadas competentes; mento de parcerias institucionais, objetivando a implementação de
VIII- Manter sigilo sobre as informações que ainda não sejam políticas, projetos e programas voltados para o desenvolvimento
de domínio público, referentes a possíveis negócios com empresas sustentável da área de atuação do Banco do Nordeste.
e pessoas ou com o setor público; Parágrafo único: É vedada a realização de doações eleitorais,
IX- Resguardar as informações dos clientes do Banco, em espe- financeiras ou não, a pessoas ou partidos políticos por parte do
cial aquelas relativas à sua situação econômica, financeira e comer- Banco do Nordeste.
cial e dos respectivos empreendimentos; Art. 12 São exemplos de parâmetros a serem seguidos na defi-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

nição da conduta em relação a agentes públicos ou políticos: trole e de fiscalização, através da Unidade competente, de forma
I- Relações de caráter institucional com agentes públicos, in- transparente e fidedigna, informações sobre situações ocorridas na
dependentemente da posição hierárquica, devem ser conduzidas empresa que afrontem o Código de Conduta da Alta Administração
pela legalidade e transparência, em especial quanto ao seu objeto, Federal, não se eximindo de realizar as apurações internas, no que
finalidade e destino dos recursos envolvidos, bem como seguidas couber.
de rigorosa prestação de contas; Art. 16 Quando solicitado por órgãos de fiscalização ou de re-
II- Decisões originadas a partir de relacionamentos com o setor gulação, o Banco do Nordeste concederá acesso aos documentos
público devem ser isentas de preferências partidárias ou ideológi- e às informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive
cas, de forma a preservar a integridade do Banco do Nordeste; aqueles classificados como sigilosos, observado o disposto na Lei
III- Parcerias e eventuais destinações de recursos, reembolsá- de Acesso à Informação - LAI (Lei 12.527/2011) e na Lei Geral de
veis ou não, para o setor público devem ter sempre como objetivos Proteção de Dados - LGPD (Lei 13.709/2018).
o aprimoramento dos serviços destinados à sociedade pelo gover- Art. 17 É compromisso do público-alvo deste Código, quando
no, órgão ou entidade pública e o bem comum; solicitado, disponibilizar sempre a informação mais completa, atua-
IV- O Banco do Nordeste respeita o direito individual dos seus lizada, objetiva e clara possível aos órgãos de regulação e fiscaliza-
administradores e demais membros dos órgãos estatutários, dos ção, bem como às empresas de auditoria externa e às unidades de
empregados e colaboradores de participar de assuntos e proces- auditoria interna.
sos políticos, porém eventuais manifestações de opinião e a própria Art. 18 São consideradas condutas inadmissíveis apresentar, de
participação política desse público devem ter caráter estritamente maneira deliberada, informações incorretas, dar falsas declarações,
pessoal e ocorrer somente em seu tempo livre e às suas próprias destruir ou alterar registros e documentos potencialmente impor-
custas. e, em nenhuma hipótese, representarão o posicionamento tantes em processos de apuração ou investigação e até mesmo ten-
do Banco do Nordeste nem seu apoio institucional; tar induzir ao erro auditores internos ou externos e representantes
V- No relacionamento com agentes públicos ou políticos, sem- de órgãos de regulação e fiscalização.
pre considerar a percepção que a sociedade possa ter da condu-
ta adotada no caso concreto, assegurando-se de que não existam CAPÍTULO VIII
dúvidas sobre a ética e a integridade individuais e as do Banco do NAS RELACÕES COM O MERCADO E COM OS CONCORRENTES
Nordeste.
Art. 13 No relacionamento com agentes públicos, as seguintes Art. 19 A integridade, o respeito mútuo, a civilidade e a pro-
condutas são inadmissíveis: moção da concorrência justa e leal são compromissos permanentes
I- Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- nas relações de mercado ou entre concorrentes.
gem indevida a agente público ou político, ou a terceira pessoa a Art. 20 O Banco do Nordeste respeita a concorrência e proíbe
eles relacionada, bem como receber qualquer benefício, monetário que sejam divulgados ou disseminados por qualquer meio e sob
ou não, com a finalidade de dar cumprimento ao que já seria uma qualquer pretexto, conceito, comentário ou boato que possa com-
obrigação ou para fazer com que processos ou rotinas sejam indevi- prometer a imagem de empresas do mercado ou prejudicá-las de
damente facilitados, abreviados, apressados ou mesmo suprimidos; alguma maneira, zelando pela proteção de informações e pelo res-
II- Compactuar com fraudes em contratos de financiamento peito à reputação, opiniões e posicionamentos dos concorrentes.
com governos, órgãos ou entidades públicas; Art. 21 O intercâmbio de dados, informações e experiências
III- Servir a interesses particulares em detrimento do bem co- com a concorrência deve ser conduzido de forma lícita, transpa-
mum ou colaborar para a apropriação indevida de recursos públicos rente e fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e os
por entes privados; interesses do Banco do Nordeste.
IV- Aliciar autoridades, agentes públicos, concessionários e
permissionários de serviço público ou candidatos a cargos eletivos, CAPÍTULO IX
por meio de presentes, ofertas, benefícios ou vantagens indevidas NAS RELACÕES COM A SOCIEDADE E AS COMUNIDADES
direcionadas a esse público, ou a terceira pessoa a eles relacionada,
seja para facilitar negócios ou contratações, seja para que cumpram Art. 22 Nos relacionamentos com a sociedade em geral e, em
as próprias responsabilidades legais ou para precipitar processos; particular, junto às comunidades em que o Banco do Nordeste atua,
V- Utilizar recursos, estrutura, instalações, imagens, informa- o público-alvo deste Código deve-se primar pelo respeito às seguin-
ções, marcas e identidade visual do Banco do Nordeste para aten- tes diretrizes:
der a interesses político-partidários. I- Valorizar os vínculos estabelecidos entre o Banco do Nordes-
te e as comunidades em que atua, respeitando os valores culturais
CAPÍTULO VII existentes no local;
NAS RELAÇÕES COM ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO II- Desenvolver sua atuação com integridade e transparência,
E AUDITORIA cultivando a credibilidade junto à população de forma permanente
e influenciando positivamente a sociedade;
Art. 14 O relacionamento com os representantes de órgãos re- III- Levar em consideração, em todas as decisões, os impactos
guladores e fiscalizadores, bem como com as equipes de auditoria que elas trarão às comunidades e ao meio ambiente e buscar sem-
interna e externa, deve se dar de forma atenciosa, transparente, pre a promoção do desenvolvimento sustentável nas ações desen-
prestativa e respeitosa, sempre de acordo com os princípios e valo- volvidas;
res éticos estabelecidos neste Código e procurando atender a even-
tuais solicitações de informação nos prazos estabelecidos.
Art. 15 O Banco do Nordeste comunica aos órgãos de con-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IV- Considerar os princípios e diretrizes da Política de Respon- -estar dos empregados das empresas fornecedoras, prestadoras de
sabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) como premissa na serviços ou parceiras.
definição de políticas corporativas, programas de financiamento e
nas iniciativas de um modo geral. CAPÍTULO XI
NAS RELACÕES COM A IMPRENSA E DEMAIS ÓRGÃOS DE
CAPÍTULO X COMUNICAÇÃO
NAS RELACÕES COM FORNECEDORES E PARCEIROS
Art. 27 O Banco do Nordeste valoriza e respeita a imprensa e
Art. 23 O Banco do Nordeste pauta seu relacionamento com demais órgãos de comunicação, reconhecendo que são meios fun-
fornecedores, prestadores de serviços e parceiros pelo comparti- damentais para a disseminação dos princípios e valores da Institui-
lhamento dos padrões morais, éticos e de integridade constantes ção, bem como de fatos relevantes, produtos e serviços, iniciativas,
deste Código. realizações, resultados alcançados e do conhecimento gerado inter-
Art. 24 A seleção de fornecedores e prestadores de serviços namente, permitindo a visibilidade pública.
é realizada com imparcialidade e transparência, de forma a nunca Art. 28 O Banco do Nordeste prima por uma relação transpa-
existir favorecimento de qualquer espécie, procurando sempre ga- rente, independente, ágil e respeitosa com a imprensa e demais
rantir a pluralidade e a livre concorrência entre eles, bem como a órgãos de comunicação e, por meio de seus representantes deno-
qualidade e a viabilidade socioeconômica dos serviços prestados e minados porta-vozes, compromete-se em prestar as informações
dos produtos fornecidos. produzidas ou custodiadas pela Instituição sempre de forma clara,
Art. 25 São exigidos dos fornecedores e prestadores de servi- precisa, confiável e oportuna, preservando aquelas consideradas
ços, bem como de eventuais parceiros: confidenciais e estratégicas.
I -A adesão ao conjunto de princípios, valores e condutas éticas § único O público alvo deste código deve respeitar a compe-
e de integridade do Banco do Nordeste; tência restrita dos porta-vozes para atender a demanda de informa-
II- O respeito aos direitos humanos e à legislação vigente; ções pela mídia, conforme disposto na Política de Porta- Vozes do
III- O cumprimento das exigências trabalhistas, ambientais, Banco do Nordeste.
previdenciárias, fiscais e de segurança do trabalho; Art. 29 A publicidade, os pronunciamentos e a disponibilização
IV- Um padrão de integridade representado pela adoção das re- de informações institucionais devem ser impessoais e não podem
gulamentações referentes à prevenção e ao combate à corrupção; resultar em qualquer espécie de promoção pessoal.
V- A não utilização de trabalho infantil, escravo ou em condi-
ções degradantes, inclusive na cadeia produtiva de seus fornece- CAPÍTULO XII
dores; NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
VI- O não envolvimento em práticas que possam, de qualquer
modo, contribuir para a disseminação do proveito criminoso da Art. 30 Nas relações de trabalho, constituem-se como compro-
prostituição; missos da Alta Administração do Banco do Nordeste:
VII- Responsabilidade socioambiental e compromisso com a I- Cumprir as leis, as normas e as políticas de desenvolvimento
sustentabilidade de suas atividades; humano instituídas, estimulando a convivência harmoniosa, a cida-
VIII- Confidencialidade e sigilo quando do eventual acesso a dania, o espírito de equipe, a honestidade, a transparência dos atos
dados e informações do Banco do Nordeste, a qualquer tempo, no e a cordialidade no ambiente de trabalho;
desenvolvimento das suas atividades como fornecedor, prestador II- Garantir ambiente de trabalho adequado, confortável, segu-
de serviços ou parceiro; ro e em permanente melhoria, primando pela saúde, bem-estar e
IX- Que seus empregados ou representantes sejam orientados qualidade de vida de empregados e colaboradores;
a respeitar os princípios éticos e as diretrizes de conduta definidos III- Prover condições para que empregados e colaboradores se-
neste Código, bem como as normas operacionais do Banco do Nor- jam tratados com igualdade, tornando inadmissível qualquer forma
deste. de discriminação, seja de origem social, cultural, étnica, sexual, ou
Art. 26 No relacionamento com fornecedores, prestadores de relativa a questões de cor, idade, religião, idioma, convicção filosófi-
serviços e parceiros, são condutas vedadas ao público-alvo deste ca, política ou ideológica, orientação sexual, identidade de gênero,
Código: estado civil, filiação sindical e partidária, condição física e psíquica,
I- Condicionar a contratação de empresa ou a celebração de origem, grau de escolaridade, formação, aparência e nacionalidade;
parceria, bem como a manutenção dessas relações à obtenção de IV- Repudiar, coibir, apurar e punir qualquer procedimento que
benefício que extrapole os interesses do Banco do Nordeste, à rea- possa configurar assédio de qualquer natureza, seja de caráter físi-
lização de negócio do qual possam resultar vantagens ou benefícios co, sexual, moral ou psicológico;
pessoais ou para terceiros, à admissão pela contratada ou parceira V- Repudiar toda e qualquer prática ilícita, a exemplo de subor-
de qualquer profissional indicado por si próprio ou por outro mem- no, extorsão, corrupção, propina, nepotismo, lavagem de dinheiro,
bro ou empregado ou à participação em acordos ou práticas que em todas as suas formas;
caracterizem conflito de interesses reais ou aparentes para os en- VI- Aperfeiçoar o fluxo de informações necessárias à excelência
volvidos, de qualquer uma das partes; de procedimentos no ambiente de trabalho;
II- Prestar qualquer favor ou serviço remunerado a fornecedo- VII- Proporcionar e democratizar oportunidades de ascensão
res, prestadores de serviços ou parceiros com os quais mantenham profissional, mediante critérios claros de acesso a treinamentos,
relação por força das suas atividades no Banco do Nordeste; avaliações de desempenho, suprimento e substituição de cargos e
III- Propor disposições contratuais ou termos de parceria que funções, observando os interesses institucionais, assegurando aos
afrontem ou minimizem a dignidade, a qualidade de vida e o bem- empregados lisura e transparência em todos os processos dessa na-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tureza e valorizando o mérito como o principal critério para acesso VII- Zelar pelo patrimônio do Banco do Nordeste e primar pela
às funções comissionadas; VIII Incentivar o autodesenvolvimento economia, guarda e conservação dos bens corporativos e recursos
dos empregados, oferecendo treinamentos e capacitações adequa- materiais à sua disposição, utilizando-os unicamente para trabalhos
dos para o exercício das suas atividades no Banco do Nordeste; de interesse do Banco, protegendo-os de danos, manuseio inade-
IX- Estimular inovações em produtos, serviços, soluções, siste- quado, perdas ou extravios;
mas, políticas de financiamento e ações corporativas; VIII- Agir com responsabilidade socioambiental, especialmente
X- Estimular ações de sustentabilidade e de responsabilidade no uso de recursos como água, energia, papel e materiais de consu-
socioambiental; mo, promovendo a destinação final ambientalmente adequada de
XI- Buscar sempre o desenvolvimento sustentável em nossa resíduos e evitando qualquer forma de desperdício ou de utilização
atuação direta e indireta ou dentro da nossa esfera de influência; diferente daquela guiada pelo interesse institucional;
XII- Respeitar e valorizar a diversidade do conjunto de empre- IX- Cuidar da integridade dos recursos patrimoniais e financei-
gados e colaboradores, bem como de todas as pessoas com as quais ros de terceiros que estejam sob a guarda ou estejam sendo admi-
o Banco do Nordeste mantém relacionamento, combatendo todas nistrados pelo Banco;
as formas de preconceito e discriminação; X- Contribuir e zelar permanentemente para a boa imagem do
XIII- Assegurar que não haja restrição de ascensão funcional ou Banco do Nordeste, dentro e fora do ambiente de trabalho;
qualquer outro tipo de discriminação a empregadas do Banco do XI- Abster-se em decisões que envolvam interesses pessoais
Nordeste pelo fato de serem ou de poderem vir a ser mães; ou relação de parentesco consanguíneo ou por afinidade, em linha
XIV- Prover condições adequadas de trabalho para empregados reta ou colateral, até 3º grau;
e colaboradores com deficiências; XII- Abster-se de receber favores, vantagens ou presentes de
XV- Manter canais internos de comunicação efetivos, seguros qualquer natureza, para si ou para outrem, oferecidos de forma
e confiáveis para recepcionar e tratar sugestões de melhoria dos direta ou indireta, resultantes ou não de relacionamentos com o
processos operacionais e de gestão, bem como consultas, críticas, Banco do Nordeste e que possam influenciar decisões, facilitar ne-
reclamações e denúncias, garantindo o anonimato; gócios ou beneficiar terceiros;
XVI- Na forma do regramento ético vigente e, em especial, da XIII- Privar-se de obter proveito de cargo, função ou de infor-
Política de Proteção ao Denunciante, prover garantias institucionais mações em benefício próprio ou de terceiros;
quanto ao sigilo, à reserva de informações dos processos e à identi- XIV- Abster-se de adotar procedimento que possa configurar
dade de colaboradores envolvidos em denúncias, objetivando pre- assédio de qualquer natureza, seja físico, moral, sexual ou psico-
servar direitos e proteger a neutralidade das decisões; lógico;
XVII- Assegurar que informações pessoais, inclusive médicas XV- Comunicar às áreas competentes pressão ou assédio de
e sobre benefícios, fiquem restritas ao próprio empregado e ao qualquer pessoa cujo interesse conflite com os do Banco do Nor-
pessoal responsável pela guarda, manutenção e disponibilização deste;
dessas informações. As solicitações, análises e repasses dessas in- XVI- Contribuir para manutenção de ambiente de trabalho sau-
formações serão feitas somente por quem tiver legitimidade para dável baseado em respeito, solidariedade, honestidade, harmonia,
tanto, nos termos da lei e disposições normativas; autodesenvolvimento, espírito de equipe, cidadania e no comparti-
XVIII- Respeitar a liberdade de associação sindical e buscar con- lhamento de conhecimentos em prol do Banco;
ciliar, de forma transparente, os interesses do Banco do Nordeste XVII- Colaborar para um ambiente de trabalho livre de ofensas,
com os interesses dos empregados e de suas entidades represen- difamação, exploração, discriminação, repressão, intimidação, assé-
tativas, assumindo a negociação como prática permanente e modo dio e violência verbal ou não verbal;
preferencial de solução de conflitos trabalhistas; XVIII- Compartilhar com os demais colegas os conhecimentos e
XIX- Promover a ampla divulgação deste Código na organização. as informações necessárias ao exercício das atividades próprias da
Art. 31 O público alvo deste Código compromete-se a: instituição, respeitadas as normas relativas ao sigilo;
I- Cumprir a missão institucional; XIX- Não permitir que interesses de ordem pessoal, simpatias
II- Atuar sempre de acordo com as leis, regulamentos e normas ou antipatias interfiram no trato com colegas, público em geral e no
aplicáveis; andamento dos trabalhos;
III- Alinhar atividades, processos, operações e negócios do Ban- XX- Não prejudicar deliberadamente, no ambiente de trabalho
co do Nordeste com a Missão, Visão, Valores, Código de Conduta ou fora dele, por qualquer meio, a imagem da instituição ou a repu-
Ética e Integridade, Normas de Conduta e com os princípios e dire- tação dos administradores, demais membros dos órgãos estatutá-
trizes contidos nas políticas corporativas; rios, empregados e colaboradores;
IV- Agir sempre de acordo com as responsabilidades que o car- XXI- Notificar à área responsável sobre quaisquer ocorrências
go ou a função lhe confere, exercendo suas atividades com profis- que possam oferecer risco à saúde e/ou integridade física sua ou
sionalismo e contribuindo para a excelência dos serviços prestados de outrem;
pelo Banco; XXII- Aceitar e respeitar opiniões divergentes e de caráter cons-
V- Respeitar a diversidade, tanto a presente no âmbito interno, trutivo, agindo continuamente para prevenir e solucionar eventuais
quanto a do conjunto de pessoas com as quais o Banco do Nordeste conflitos;
mantém relacionamento, não adotando e combatendo quaisquer XXIII- Promover a união de esforços entre as diversas unidades,
comportamentos preconceituosos ou discriminatórios; dispondo-se sempre a compartilhar conhecimentos e informações
VI- Manter sigilo sobre assuntos de interesse do Banco do Nor- nos trabalhos conjuntos, contribuindo, dessa forma, para a manu-
deste, inclusive relacionados aos seus clientes, parceiros, concor- tenção de um ambiente amplamente cooperativo;
rentes e acionistas, não devendo divulgá-los, sob qualquer pretex- XXIV- Para todos aqueles que intervenham em processos de
to, salvo se autorizado; contratação, seleção e/ou promoção profissional, seja qual for a sua
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

posição, agir com objetividade técnica em todas as suas interven- VIII- Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva enca-
ções e decisões, atuando com respeito aos regulamentos vigentes minhar para providências;
e com o único objetivo de identificar as pessoas mais adequadas ao IX- Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
perfil e necessidades da função a preencher, promovendo a todo o atendimento do Banco do Nordeste;
tempo e circunstâncias a igualdade de oportunidades, observando- X- Desviar empregados ou colaboradores para atendimento a
-se os interesses institucionais; interesse particular;
XXV- Respeitar os direitos autorais e a legislação específica so- XI- Retirar das instalações do Banco do Nordeste, sem estar
bre propriedade intelectual, tanto das produções do Banco do Nor- legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
deste como de terceiros; cente ao Banco ou a terceiros;
XXVI- Praticar o diálogo e a cooperação com os públicos de re- XII- Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
lacionamento do Banco do Nordeste, recepcionando críticas e su- interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami-
gestões de melhoria, respondendo corretamente e com rapidez às gos ou de terceiros;
dúvidas apresentadas e procurando, a partir dessas condutas, agre- XIII- Apresentar-se embriagado ou sob o efeito de substâncias
gar continuamente valor a produtos e serviços; ilícitas no serviço ou fora dele habitualmente;
XXVII- Cumprir este Código e as normas internas a ele relacio- XIV- Cooperar com qualquer instituição que atente contra a
nadas, agindo de acordo com os princípios e valores éticos e de in- moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
tegridade aqui apresentados e escolhendo sempre, diante de mais XV- Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
de uma opção, a melhor para o Banco e para a sociedade; empreendimentos de cunho duvidoso.
XXVIII- Adotar os mais elevados padrões de profissionalismo, Parágrafo único: É vedado ao Presidente e aos Diretores do
integridade e comportamento ético no seu cotidiano, utilizando-se Banco do Nordeste opinar publicamente a respeito:
dessa conduta como elemento básico e norteador de suas respon- I- Da honorabilidade e do desempenho funcional de outra au-
sabilidades funcionais; toridade pública federal; e
XXIX- Conhecer e difundir, inclusive por meio das próprias atitu- II Do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão
des, os valores e princípios contidos neste Código; individual ou em órgão colegiado.
XXX- Comunicar imediatamente quaisquer suspeitas, tentativas
ou práticas de atos ilícitos ou condutas inapropriadas que afrontem CAPÍTULO XIII
o disposto neste Código, por meio dos canais de denúncias apresen- DO COMPORTAMENTO NAS REDES E MÍDIAS SOCIAIS
tados no Artigo 62.
XXXI- Assegurar que informações pessoais, inclusive médicas e Art. 33 O público-alvo deste Código e todos aqueles que atuam
sobre benefícios, a que tenham conhecimento em razão do cargo ou prestam serviços em nome ou para o Banco do Nordeste deve-
ou função, sejam manuseadas com o cuidado e a reserva necessá- rão aplicar, no que couber, os dispositivos contidos neste Código
ria, devendo ficar restritas ao conhecimento daqueles que precisem sempre que se identificarem ou forem identificáveis como vincula-
das informações para a realização de suas atividades no Banco. dos a essa Instituição em redes e mídias sociais.
Art. 32 São condutas vedadas nas relações de trabalho, presen- Art. 34 O Banco do Nordeste respeita e valoriza o direito à li-
ciais, virtuais ou remotas: vre expressão, porém é essencial que cada um esteja consciente
I O uso do cargo ou função, de facilidades, de amizades, de de que seu comportamento em redes e mídias sociais, ainda que
tempo, de posição ou de influências, para obter qualquer favoreci- em interações de caráter pessoal, pode comprometer a imagem, a
mento, para si ou para outrem; reputação e a integridade institucionais.
II- Prejudicar deliberadamente a reputação de administrado- Parágrafo único: Redes e mídias sociais devem ser utilizadas
res, empregados e colaboradores do Banco do Nordeste, agentes com responsabilidade, empatia e compromisso com a ética e a in-
públicos de órgãos e entidades federais, estaduais ou municipais e tegridade institucionais.
de cidadãos que deles dependam, bem como de clientes, parceiros, Art. 35 Nas interações em redes e mídias sociais, o público-alvo
fornecedores e concorrentes; deste Código deve observar as seguintes orientações:
III- Ser, mesmo que em função de seu espírito de solidariedade, I- Ter a consciência de que é responsável por tudo o que publica
conivente com erro ou infração a este Código de Conduta Ética e ou compartilha nas redes e mídias sociais;
Integridade; II- A má conduta no mundo virtual se compara e equivale àque-
IV- Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício la realizada no mundo real e pode até ser mais grave em razão da
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral publicidade que pode ser alcançada;
ou material; III- Respeitar os outros usuários da rede e suas opiniões e con-
V- Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al- vicções, mesmo em caso de discordância;
cance ou do seu conhecimento para cumprimento de suas respon- IV- Ser o primeiro a tentar corrigir eventual erro cometido nas
sabilidades funcionais ou execução de suas atividades; suas interações virtuais, estando pronto para, se for o caso, recuar
V- IPermitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, e desculpar-se;
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o V- Entender que o fato de as redes e mídias sociais permitirem
público ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; que qualquer pessoa publique o que pensa na Internet não dá a ela
VII- Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer o direito de ofender, maltratar, ameaçar, discriminar, violar direitos
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou autorais, revelar informações confidenciais ou sigilosas ou prejudi-
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes- car pessoas e instituições.
soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outra Art. 36 São práticas inadmissíveis nas interações em redes e
pessoa para o mesmo fim; mídias sociais:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I- Acessar imoderadamente as redes e mídias sociais no am- bem como o Programa de Integridade perante os públicos interno e
biente de trabalho para fins não relacionados às suas atribuições externo, destacando recursos humanos, financeiros e materiais su-
institucionais; ficientes para o desenvolvimento e execução de ambos e solicitan-
II- Criar perfis relacionados ou que façam menção ao Banco do do o comprometimento efetivo de todos os empregados, colabora-
Nordeste ou a alguma de suas unidades sem a expressa autorização dores e partes interessadas, para o fortalecimento de um ambiente
da Superintendência de Marketing e Comunicação; ético e íntegro no Banco do Nordeste;
III- Usar a identidade visual do Banco do Nordeste e/ou de seus V- Participar ou manifestar, de forma sistemática, apoio em to-
produtos e iniciativas em perfis pessoais ou de grupos; das as fases de desenvolvimento e execução do Plano de Trabalho
IV- Falar em nome da empresa, sem a devida designação for- Anual da Comissão de Ética e do Programa de Integridade do Banco
mal; do Nordeste, tomando para si a responsabilidade de também fo-
V- Ofender a honra do Banco do Nordeste, seus administrado- mentar a cultura ética, as políticas corporativas de integridade e o
res e demais membros dos órgãos estatutários, empregados, cola- respeito às leis dentro e fora da instituição;
boradores, parceiros, fornecedores ou concorrentes; VI- Promover o engajamento dos gestores do Banco do Nor-
VI- Divulgar ou tratar informações de natureza interna, confi- deste na criação de uma cultura institucional de ética e integrida-
dencial ou protegidas por sigilo em canais de comunicação não ho- de, criando mecanismos para encorajar, reforçar e disseminar esse
mologados pelo Banco do Nordeste; comprometimento em todos os níveis da hierarquia organizacional;
VII- Obrigar quem quer seja a participar de grupos de discus- VII- Procurar garantir que o Banco do Nordeste seja tão trans-
são ou de aplicativos de mensagens instantâneas não institucionais, parente quanto possível sobre todas as decisões, ações, planos,
uma vez que, se o canal de comunicação a ser utilizado não é do projetos, iniciativas, orçamentos, despesas e resultados, fornecen-
Banco do Nordeste, a eventual participação deve ser sempre vo- do às partes interessadas e à sociedade em geral informações que
luntária; permitam sua colaboração no desenvolvimento, acompanhamento
VIII- Divulgar fotos, vídeos ou textos que possam comprometer e avaliação das atividades institucionais, como forma de demons-
ou expor a vida privada de administradores e demais membros dos trar sua atuação sempre em conformidade com o interesse público;
órgãos estatutários, empregados, colaboradores, clientes, parceiros VIII- Acompanhar, de maneira sistemática, o desempenho do
ou fornecedores do Banco do Nordeste; Banco do Nordeste nas áreas de ética e de integridade, bem como
IX- Curtir ou compartilhar comentário, feito por terceiro, que garantir a atualização constante das políticas, programas e instru-
atente contra os princípios e valores deste Código ou que seja ofen- mentos corporativos frente a novos cenários, de forma a reforçar a
sivo ao Banco do Nordeste, por poder se constituir em ato lesivo à resiliência da instituição a atos de improbidade, corrupção, fraude,
honra e à reputação institucional; nepotismo, conflito de interesses e outros que violem a ética e a
X- Produzir e/ou divulgar informações e notícias que deveria integridade e, consequentemente, comprometam o desempenho
saber ser falsa. da missão institucional;
IX- Promover e incentivar a manutenção dos mais altos níveis
CAPÍTULO XIV de ética e de integridade na Instituição e o desenvolvimento de uma
DAS RESPONSABILIDADES ADICIONAIS DA ALTA ADMINIS- cultura organizacional baseada em elevados padrões de conduta;
TRAÇÃO X- Estimular o contínuo aprimoramento dos sistemas de gestão
da ética e da integridade do Banco do Nordeste e o trabalho con-
Art. 37 A Alta Administração, composta pelos membros do Con- junto e coordenado dos respectivos componentes, favorecendo as
selho de Administração, presidente e diretores, baseada na crença tomadas de decisão baseadas em critérios técnicos e não com base
de que suas ações e decisões não apenas são exemplos para todos em interesses particulares, minimizando os riscos de corrupção,
os empregados e colaboradores, mas que também ajudam a com- fraude, nepotismo e situações de conflito de interesses e aumen-
por a imagem do Banco do Nordeste perante o mercado e a socie- tando, assim, a qualidade dos serviços prestados pela Instituição;
dade, deve enxergar-se e atuar como a principal responsável pela XI- Promover eventos de treinamento e capacitação para admi-
promoção da cultura ética e de integridade dentro da instituição. nistradores e demais membros dos órgãos estatutários, emprega-
Art. 38 Baseados na premissa de que o exemplo vem de cima, dos e colaboradores.
os membros da Alta Administração do Banco do Nordeste devem
também: CAPÍTULO XV
I- Entender e assumir que são os principais vetores de promo- DAS RESPONSABILIDADES ADICIONAIS DOS GESTORES
ção da cultura ética e da integridade no Banco do Nordeste;
II- Incentivar e monitorar a promoção da cultura ética e, em to- Art. 39 Os gestores devem atuar de forma a que suas condutas
dos os momentos, demonstrar de forma inequívoca e contundente, estejam sempre em conformidade com os padrões éticos e de inte-
por meio de suas ações e decisões, o compromisso com a ética e a gridade exigidos por este Código, exercendo a liderança pelo exem-
integridade e a não tolerância à má conduta; plo e pelo compromisso contínuo de acompanhar, avaliar e cobrar
III- Adotar postura ética exemplar no relacionamento com em- das suas equipes a adesão permanente aos princípios e valores do
pregados e colaboradores, com terceiros, com autoridades públicas Banco do Nordeste, orientando empregados e colaboradores para
e com clientes, usuários, fornecedores e parceiros da instituição e a apropriada condução de suas atividades.
solicitar que todos os empregados e colaboradores da instituição Art. 40 Também é dever dos gestores:
também o façam, procurando garantir que a promoção dos mais I- Cumprir e fazer cumprir as leis, os normativos internos, as
altos padrões de ética e de integridade seja uma preocupação cons- políticas corporativas, o Código de Conduta Ética e Integridade e as
tante dentro da instituição; Normas de Conduta do Banco do Nordeste;
IV- Patrocinar o Plano de Trabalho Anual da Comissão de Ética, II Assumir postura de responsabilidade pelo todo, acompa-
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nhando e adotando medidas que inibam irregularidades e violações condições estabelecidos no Capítulo XVII.
ao disposto neste Código, em especial, atos de corrupção, fraude, §1º A ocorrência de conflito de interesses independe da exis-
nepotismo, conflito de interesses e todas as formas de assédio; tência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento
III- Controlar o acesso e o uso das informações e sistemas cor- de qualquer benefício ou ganho, financeiro ou não.
porativos pela equipe subordinada; §2º O empregado que tenha dúvidas quanto a uma eventual
IV- Abster-se de utilizar, para fins particulares, bens ou serviços situação concreta, que lhe diga respeito e que possa configurar con-
corporativos; flito de interesses, deverá realizar consulta ao Sistema Eletrônico de
V- Abster-se de manter, sob sua subordinação hierárquica dire- Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), do Ministério da Trans-
ta, cônjuge, companheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, parência e Controladoria-Geral da União (CGU).
por consanguinidade ou afinidade, até o 3º grau; §3º Situação ou circunstância de conflito de interesses deverá
VI- Não apenas buscar continuamente o autodesenvolvimento ser comunicada por meio dos canais de denúncias apresentados no
nos temas de ética e integridade, mas também estimular e apoiar Artigo 62.
treinamentos, capacitações e o desenvolvimento de suas equipes §4º Ao Presidente e aos Diretores do Banco do Nordeste é
nesses temas; permitido o exercício não remunerado de encargo de mandatário,
VII- Procurar certificar-se da autenticidade, fidedignidade, cla- desde que não implique a prática de atos de comércio ou quaisquer
reza e objetividade das informações prestadas pela equipe subor- outros incompatíveis com o exercício do seu cargo ou função, nos
dinada; termos da lei, e desde que previamente autorizado ou determinado
VIII- Difundir a cultura do cuidado e do zelo com o patrimônio, pelo Conselho de Administração.
com os recursos postos à disposição da equipe e com a imagem do Art. 43 O exercício de atividades extrabanco é permitido ao
Banco do Nordeste. empregado, desde que não exista conflito de interesses e que seja
IX- Evitar demandar tarefas ou realizar cobranças relacionadas observado o disposto neste Código e nos demais normativos que
ao trabalho fora do horário de expediente de subordinados, nos fins tratam do tema e, em especial, que:
de semana, feriados e férias. I- Não haja interferência em suas atividades e responsabilida-
des perante o Banco do Nordeste e seja compatível com seu horário
CAPÍTULO XVI de trabalho;
DO CONFLITO DE INTERESSES II- Não acarrete nem possa acarretar dano à reputação ou à
imagem do Banco do Nordeste;
Art. 41 Toda e qualquer situação que possa criar, ou sugerir III- Não sejam divulgadas ou utilizadas informações privilegia-
conflitos, reais ou potenciais, entre interesses públicos, em espe- das obtidas em função do desempenho de suas atividades no Banco
cial os do Banco do Nordeste, e interesses privados, que possam do Nordeste, observado o disposto no inciso III do Artigo 49;
comprometer o bem comum ou influenciar, de maneira imprópria, IV- Não sejam utilizados os recursos materiais e humanos pos-
o desempenho da função pública da Instituição, deve ser prevenida, tos a sua disposição para o desempenho de suas atividades no Ban-
coibida e reportada. co do Nordeste.
Parágrafo único: O conflito de interesses é real quando a si-
tuação geradora já se consumou e é potencial quando interesses CAPÍTULO XVII
particulares podem gerar conflito de interesses em situação futura. DOS PRESENTES, BRINDES E HOSPITALIDADES
Art. 42 São exemplos de situações que geram ou sugerem con-
flito de interesses e que devem ser evitadas: Art. 44 É vedado exigir, pedir, inclusive mediante insinuação,
I- Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito oferecer, ou aceitar qualquer tipo de favor, presente, comissão, aju-
próprio ou de terceiros, obtida em razão das atividades exercidas; da financeira, vantagem, contribuição, cortesia, compensação, do-
II- Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou ação, recompensa, gratificação, prêmio ou convites pessoais para
a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica viagens, hospedagens e entretenimento para si, para familiares ou
que tenha interesse em decisão de administrador ou empregado para terceiros, para o cumprimento da sua missão ou para influen-
ou do colegiado dos quais estes participem no Banco do Nordeste; ciar outro agente público para o mesmo fim.
III- Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da §1º Podem ser aceitos ou oferecidos brindes que:
sua natureza seja incompatível com as atribuições do cargo, função I- Sejam distribuídos de forma generalizada a título de propa-
ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade de- ganda, promoção institucional, divulgação habitual ou por ocasião
senvolvida em áreas ou matérias correlatas; de eventos especiais ou datas comemorativas de caráter histórico
IV- Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consul- ou cultural e que possuam valor unitário menor do que um por cen-
tor, assessor ou intermediário de interesses privados junto ao Ban- to do teto remuneratório previsto no inciso XI do caput do art. 37
co do Nordeste; da Constituição;
V- Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de II- Não possuam valor comercial.
que participe administrador outro membro de órgão estatutário, §2º Independentemente das hipóteses previstas no § 1º, não
empregado ou colaborador, seu cônjuge, companheiro ou parentes, pode ser aceito brinde distribuído por uma mesma pessoa, empre-
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro sa ou entidade a intervalos menores do que doze meses.
grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos §3º Se o valor do brinde ultrapassar o valor mencionado o inci-
de gestão; so I do §1º acima, será ele tratado como presente, aplicando-se-lhe,
VI- Receber presente de quem tenha interesse em decisão de em caso de impossibilidade de recusa ou de devolução imediatas,
administrador, de membro de órgão estatutário ou de empregado uma das seguintes providências:
ou ainda de colegiado do qual estes participem fora dos limites e I- Tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico,
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destiná-lo ao acervo do Banco do Nordeste para que este lhe dê o CAPÍTULO XIX
destino adequado; DA SEGURANÇA E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
II- Promover a sua doação a entidade de caráter assistencial
ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde que, Art. 48 São compromissos do público-alvo deste Código:
tratando-se de bem não perecível, se comprometa a aplicar o bem I- Proteger a informação de forma a garantir sua integridade,
ou o produto da sua alienação em suas atividades-fim; ou confidencialidade e disponibilidade, conforme o caso;
III- Determinar a incorporação ao patrimônio do Banco do Nor- II- Preservar a segurança da informação, abstendo-se de tratar
deste. de assuntos sigilosos, de uso interno do Banco, em salas de con-
§4º Somente é permitido receber valor monetário, presente ou versação, fóruns de discussão, redes e mídias sociais, plataformas
brinde acima do limite estabelecido nas seguintes situações: de videoconferência e serviços de comunicação com acesso pela
I- Quando procedentes de programas ou iniciativas de reconhe- internet não autorizados pelo Banco;
cimento interno do Banco do Nordeste. III- Resguardar as informações privilegiadas, relevantes ao pro-
II- Quando oriundos de campanhas promocionais da CAPEF ou cesso de decisão no âmbito do Banco do Nordeste que tenham ou
da CAMED destinadas aos participantes e beneficiários respectiva- possam ter repercussão econômica ou financeira e que não sejam
mente. de amplo conhecimento público, obtidas tanto no exercício de suas
III- Quando se configurarem como prêmio concedido em razão atribuições, quanto por meio casual, em virtude da falta de discri-
de concurso de acesso público a trabalho de natureza acadêmica, ção ou cuidado de pessoas obrigadas a guardar;
científica, tecnológica ou cultural. IV- Preservar a privacidade, proteger e tratar com sigilo os da-
IV- Em razão de laços de amizade ou coleguismo entre em- dos pessoais e demais informações pertinentes a clientes, forne-
pregados ou colaboradores por ocasião de datas comemorativas cedores, prestadores de serviços e demais parceiros, obtidos em
ou de confraternização, a exemplo de aniversários, despedidas e decorrência do relacionamento empresarial, fazendo uso apenas
movimentações de pessoal, desde que a oferta não seja atrelada para fins apropriados e legalmente permitidos;
à intenção de obter ganhos indevidos ou de recompensar alguém V- Abster-se de consultar o cadastro, as contas de depósitos (à
pelo cumprimento de uma obrigação inerente ao cargo ou função vista ou vinculadas) e aplicações de empregados ou de correntistas
ocupada, nem caracterize troca de favores ou benefícios. sem que seja por necessidade do serviço, preservando o sigilo ca-
V- Quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos dastral, bancário, empresarial e profissional;
protocolares em que houver reciprocidade ou em razão do exercício VI- Prestar esclarecimentos fidedignos, quando solicitado, nos
de funções diplomáticas. prazos estabelecidos em legislação.
Art. 45 Na participação, por interesse institucional, em congres-
sos, seminários e eventos similares, a cobertura dos custos caberá CAPÍTULO XX
ao Banco do Nordeste, sendo vedado o recebimento de qualquer DA GESTÃO DA ÉTICA E DA INTEGRIDADE
hospitalidade ou remuneração oferecida por terceiros.
Parágrafo único: Poderão ser custeados inscrição, passagem, Art. 49 A gestão da ética no Banco do Nordeste é conduzida
hospedagem e traslados, pela organização do evento, desde que pela Comissão de Ética e por sua Secretaria Executiva, ambas cons-
não se trate de benefício exclusivo ao Banco do Nordeste ou nos tituídas nos termos da legislação pertinente, em especial o Decreto
casos em que essas despesas forem providas por governo estran- nº 6.029/2007 e a Resolução nº 10/2008 da Comissão de Ética Pú-
geiro e suas instituições, por organismos internacionais ou institui- blica da Presidência da República (CEP).
ções acadêmicas, científicas ou culturais, que não tenham interesse Parágrafo único: As normas e procedimentos que orientam os
em decisão ou atos dos participantes do Banco do Nordeste ou de trabalhos da Comissão de Ética estão consolidados no seu Regimen-
colegiados dos quais estes participem. to Interno.
Art. 50 Dentre as atribuições da Comissão de Ética do Banco do
CAPÍTULO XVIII Nordeste, destacam-se:
DOS BENS E RECURSOS DO BANCO DO NORDESTE I- Na dimensão educativa, recomendar, acompanhar e avaliar
o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capaci-
Art. 46 O patrimônio, as instalações e os recursos materiais, tação e treinamento sobre as normas de ética, bem como a divul-
técnicos e financeiros do Banco do Nordeste devem ser utiliza- gação e implementação deste Código, em parceria com as demais
dos de forma legal, zelosa, sustentável e primordialmente para o unidades competentes;
cumprimento das atribuições que atendam aos propósitos insti- II- Apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desa-
tucionais, bem como protegidos de danos, manuseio inadequado, cordo com as normas éticas pertinentes, aplicando as consequen-
perdas ou extravios, evitando e combatendo toda forma de uso in- tes medidas preventivas e punitivas, conforme disciplinado no Ca-
devido, abuso e desperdício. pítulo XXIII;
Art. 47 É vedada a utilização da infraestrutura, instalações, III- Atuar como instância consultiva e orientativa em questões
equipamentos, redes de dados, canais de comunicação, recursos relacionadas a este Código;
humanos, materiais e de tecnologia da informação (correio eletrô- IV- Dirimir dúvidas atinentes à interpretação deste Código e das
nico, Internet, Intranet, sistemas, aplicativos etc.) do Banco do Nor- normas que versem sobre questões éticas e deliberar sobre casos
deste para atividades ou assuntos político-partidários, religiosos ou omissos;
de interesse comercial próprio ou de terceiros. V- Supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal e comunicar à Comissão de Ética Pública
(CEP) a ocorrência de fatos que possam configurar descumprimen-
to de suas normas;
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VI- Representar o Banco do Nordeste na Rede de Ética do Poder período indeterminado posterior ao mandato, ainda que desligados
Executivo Federal. dos quadros de empregados da empresa, acaso demandados admi-
Art. 51 A representação, a denúncia ou qualquer outra deman- nistrativa ou juridicamente por atos seus nesta qualidade.
da deve ser encaminhada por meio dos canais apresentados no Ar- Art. 56 O funcionamento da Comissão de Ética é estabelecido
tigo 62. em Regimento Interno aprovado pela própria Comissão.
§1º Quando o autor da demanda não se identificar, a Comissão Art. 57 As orientações e diretrizes para estruturação, efetivação
de Ética poderá acolher os fatos narrados para fins de instauração, e melhoria contínua do Programa de Integridade são apresentadas
de ofício, de procedimento investigatório, desde que contenha in- na Política de Integridade e Ética do Banco do Nordeste.
dícios suficientes da ocorrência da infração ou, em caso contrário, Parágrafo único: O Programa de Integridade do Banco do Nor-
determinar o arquivamento sumário. deste consiste no conjunto de mecanismos e procedimentos inter-
§2º Compete à Comissão de Ética analisar as ocorrências de nos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-
descumprimento deste Código no que concerne à dimensão da éti- dade e na aplicação efetiva deste Código, das normas de conduta e
ca e decidir pela abertura do respectivo processo de apuração ou das políticas e diretrizes institucionais, com o objetivo de detectar
pelo encaminhamento da demanda às áreas internas competentes, e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados
no caso de tema ou infração de outra natureza. contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
§3º A Comissão de Ética fica obrigada a preservar o sigilo de Art. 58 A gestão da integridade no Banco do Nordeste ocorre
quaisquer informações a que tenha acesso. de forma distribuída e envolve coordenação e a utilização de meca-
Art. 52 São princípios fundamentais no trabalho desenvolvido nismos e procedimentos pelas diversas áreas da Instituição.
pelos membros da Comissão de Ética: Parágrafo único: O Ambiente de Controles e Internos e Com-
I- Preservar a honra e a imagem da pessoa investigada; pliance é a instância colegiada responsável pela coordenação das
II- Proteger a identidade do denunciante; ações da Política de Integridade e Ética do Banco do Nordeste, sub-
II-I Atuar de forma independente e imparcial. missão de atualizações dessa política e do Programa de Integridade
Art. 53 A Comissão de Ética do Banco do Nordeste é composta à Diretoria Executiva, bem como de eventuais fragilidades, opor-
por 3 (três) membros titulares, com respectivos suplentes, todos tunidades de melhoria e ações necessárias ao aprimoramento dos
escolhidos entre os empregados do quadro permanente e em ati- mecanismos e procedimentos de integridade.
vidade no Banco.
§1º Dois membros titulares e dois suplentes são designados CAPÍTULO XXI
pelo Presidente do Banco do Nordeste. DAS DENÚNCIAS
§2º Um membro titular e um suplente são escolhidos pelos
empregados do Banco do Nordeste, respectivamente o primeiro e Art. 59 Qualquer pessoa pode apresentar denúncia relativa a
o segundo mais votados em eleição direta conduzida pelo Banco e comportamentos que infringem o estabelecido neste Código.
realizada a cada três anos §1º O Banco do Nordeste disponibiliza canais que possibilitam
§3º Compete ao Presidente do Banco do Nordeste designar, o recebimento de denúncias internas e externas relativas ao des-
dentre os componentes, o presidente da Comissão. cumprimento deste Código e das demais normas internas e obriga-
§4º O mandato dos membros da Comissão é de três anos, não cionais ou situações com indício de ilicitude de qualquer natureza,
coincidentes, permitida apenas uma recondução. relacionadas às atividades da Instituição.
§5ºA atuação na Comissão de Ética é considerada prestação de §2º A Política de Proteção ao Denunciante é parte integrante
relevante serviço público e não enseja qualquer remuneração, de- do Código de Conduta Ética e de Integridade do Banco do Nordeste
vendo ser registrada nos assentamentos funcionais do empregado. e possui mecanismos de proteção que impedem qualquer espécie
§6º Os trabalhos da Comissão de Ética são considerados prio- de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias.
ritários sobre as atribuições próprias do cargo ou função dos seus Art. 60 A denúncia deverá conter:
membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comis- I -Identificação opcional do denunciante;
são. II- Identificação do denunciado;
§7º O registro nos assentamentos funcionais do empregado III- Descrição detalhada dos fatos;
pode ocorrer também para o Secretário-Executivo da Comissão de IV- Apresentação dos elementos de prova ou indicação de onde
Ética e para aquelas pessoas que, a juízo de seus membros, tenham podem ser encontrados.
prestado relevante serviço à Comissão. Art. 61 Os responsáveis pelo tratamento de denúncias com-
§8º A infração de natureza ética cometida por membro da Co- prometem-se a garantir o anonimato do denunciante quando este
missão de Ética será apurada pela Comissão de Ética Pública da Pre- assim o desejar.
sidência da República.
Art. 54 Aos membros da Comissão de Ética do Banco do Nor- CAPÍTULO XXII
deste, titulares e suplentes, será assegurada inamovibilidade de lo- DOS CANAIS DE DENÚNCIA
tação e função em comissão durante o mandato e após o fim de seu
mandato por até12 (doze) meses, conforme parágrafo único. Art. 62 Os canais de denúncia do Banco do Nordeste são:
Parágrafo único: Caso o período do mandato seja inferior a três I- E-mail: [email protected] ou [email protected].
anos, será calculado tempo de asseguramento de forma proporcio- br ou [email protected] ou comitedeAudi-
nal ao tempo de exercício como membro na Comissão de Ética, li- [email protected];
mitado ao período de 12 meses. II- Telefones: Comissão de Ética (85) 3251-7693/ (85) 3251-
Art. 55 Os membros da Comissão de Ética e de sua Secretaria 7694 ou Ouvidoria0800 033 3033. Para pessoas com deficiência
Executiva terão assistência jurídica interna durante o mandato e por auditiva: 0800 033 3031;
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III- Carta: Comissão de Ética - Av. Doutor Silas Munguba, 5.700 pelo envolvimento na irregularidade, o empregado, de acordo com
– Polo de Lazer – Passaré – Fortaleza – CE – CEP: 60.743-902; a natureza e a gravidade, poderá sofrer punições disciplinares, sem
IV- Presencial, na sala da Comissão de Ética, no endereço cons- prejuízo, quando for o caso, da aplicação de responsabilização pe-
tante do inciso III acima, mediante agendamento com a Secretaria cuniária.
Executiva da Comissão; e Art. 67 As punições disciplinares são:
V- Para denúncias de assédio sexual: (85) 99857-0268. I- Repreensão: aplicada para condutas que descumpram de-
veres funcionais, sem indícios de dolo ou má-fé, de gradação leve e
CAPÍTULO XXIII que não justifique imposição de penalidade mais grave;
DAS SANÇÕES II- Advertência: aplicada em caso de reincidência de conduta
anteriormente punida com repreensão ou nas hipóteses de des-
Art. 63 O descumprimento ao disposto neste Código no tocante cumprimento de qualquer das vedações ou deveres funcionais pre-
aos aspectos éticos ocasionará a aplicação da penalidade de Censu- vistos em lei, regulamentação ou norma interna que não justifique
ra Ética, após o devido Processo de Apuração Ética (PAE), assegu- imposição de penalidade mais grave;
rando-se o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras III- Suspensão: aplicada em caso de reincidência das faltas pu-
providências a cargo da Comissão de Ética do Banco do Nordeste, nidas com advertência, nas ocorrências de gradação média, ou de
cumulativamente ou não, tais como: violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
I- Recomendação de dispensa de função de confiança; à penalidade de rescisão contratual por justa causa. É expressa pelo
II- Outras medidas necessárias para evitar ou sanar desvios éti- compulsório afastamento de empregado do exercício de suas ativi-
cos, lavrando, se for o caso, o Acordo de Conduta Pessoal e Profis- dades por período de até 30 (trinta) dias;
sional – ACPP IV- Despedida por justa causa: aplicada quando do cometimen-
§1º Da aplicação da censura decorrem as seguintes consequ- to de infração prevista na legislação vigente como justa causa para
ências, além de outras que venham a ser criadas por normativos rescisão do contrato de trabalho.
internos: Parágrafo único: A aplicação de punição disciplinar não exclui
I- Não recebimento de promoção por mérito no processo em a possibilidade de, a critério do Banco, serem adotadas as medidas
curso ou subsequente à decisão da Comissão de Ética do Banco do judiciais cabíveis para que o empregado repare os danos e prejuízos
Nordeste, conforme o caso; causados.
II- Comunicação à Comissão de Ética Pública (CEP), com o nome
do empregado censurado, para registro em seu banco de dados, CAPÍTULO XXIV
para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administração DAS DÚVIDAS E PEDIDOS DE INFORMAÇÃO
pública federal em casos de nomeação para cargo em comissão ou
de alta relevância pública; Art. 68 Em caso de dúvida quanto à aplicação deste Código ou
III- Registro da penalidade nos assentamentos funcionais, pelo sobre supostas infrações ao seu conteúdo, consultar a Comissão de
prazo de 3 (três) anos, contados da data em que a decisão se tornou Ética do Banco do Nordeste por meio dos canais apresentados no
definitiva, após o qual deverá ser retirado, caso o empregado cen- Artigo 62, ou ainda, por meio dos representantes locais da Comis-
surado não tenha praticado nova infração ética. são nas Superintendências Estaduais.
§2º A Comissão de Ética do Banco do Nordeste dará publicida-
de das decisões que resultar em sanção, em recomendação ou em CAPÍTULO XXV
ACPP, de forma resumida, com omissão dos nomes dos envolvidos, DISPOSIÇÕES FINAIS
através de ementa, no sítio eletrônico do Banco do Nordeste na in-
ternet. Art. 69 Como afirmação do compromisso do Banco do Nordes-
§3º A Comissão de Ética manterá banco de dados com as san- te com a equidade de gênero, destaca-se que os termos “empre-
ções aplicadas nos últimos três anos, que deverá ser consultado gados”, “colaboradores”, “contratados” e outros usados na forma
para fins de nomeação para o exercício de função em comissão. gramatical do masculino ao longo deste Código referem-se sempre
§4º A penalidade de Censura Ética será aplicada independente- a mulheres e homens.
mente de outras sanções, legais ou administrativas, determinadas Art. 70 Os editais de concurso público para seleção de empre-
por outras áreas competentes. gados do Banco do Nordeste farão expressa referência a este Códi-
Art. 64 No caso dos membros da Comissão de Ética do Banco go de Conduta Ética e Integridade para prévio conhecimento dos
do Nordeste, Secretaria da Comissão de Ética, da alta administração candidatos.
(presidente e diretores), além de membros do Conselho de Admi- Art. 71 Ninguém poderá ser responsabilizado civil, penal ou
nistração e Fiscal, a competência para apuração e aplicação de san- administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou,
ções éticas é da Comissão de Ética Pública (CEP). quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade
Art. 65 No caso dos colaboradores sujeitos às normas deste có- competente para apuração de informação concernente à prática de
digo, que não sejam empregados do Banco do Nordeste, compete crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em
à Comissão de Ética do Banco do Nordeste, tão somente proceder decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.
a devida apuração dos fatos, sem aplicação de penalidade, com o Art. 72 A Comissão de Ética apreciará toda e qualquer sugestão
envio do resultado ao gestor do contrato, reservando cópia ao Pre- de aprimoramento deste Código e proporá à Diretoria Executiva e
sidente do Banco do Nordeste, para as providências cabíveis, junto ao Conselho de Administração do Banco do Nordeste eventuais atu-
à empresa a qual o colaborador pertence. alizações que julgar necessárias.
Art. 66 Pela infringência às disposições legais, normas e regu- Parágrafo único: Este Código deverá ser revisado a cada três
lamentos do Banco, e após conclusão de procedimento disciplinar anos.
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Art. 73 Este Código encontra fundamentos na Constituição contribuição à mitigação de impactosassociados à mudança cli-
Federal; no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil mática;
do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n°. 1.171, de Alinhamento às normas legais, às políticas públicas e aos princi-
22/06/1994; no Código de Conduta da Alta Administração Federal, pais tratados, acordos, pactos e con-venções nacionais e internacio-
aprovado em 21/08/2000; no Decreto n° 6.029, de 01/02/2007, que nais relacionadas à responsabilidade social, ambiental e climática
instituiu o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal; dos quais o Brasil é signatário, em especial à Declaração Universal
nas Resoluções n° 3 e nº 10, de 23/11/2000 e 29/09/2008, respec- dos Direitos Humanos, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentá-
tivamente, da Comissão de Ética Pública (CEP); na Lei Anticorrup- vel da ONU e ao Acordo de Paris;
ção n° 12.846, de 01/08/2013; na Lei de Conflito de Interesses n° Contribuição de impacto positivo e mitigação dos impactos
12.813, 16/05/2013; na Lei das estatais n°13.303, de 30/06/2016; negativos de seus produtos, serviços,atividades e processos;
na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) nº 13.709, de Promoção da inclusão social e da inserção produtiva em bases so-
14/08/2018, e em outras Resoluções correlatas à Gestão da Ética cial, ambiental e climática sustentáveis;
e Integridade. Engajamento de partes interessadas e incentivo à adoção de
Art. 74 Este Código de Conduta Ética e Integridade entra em práticas social, ambiental e climatica- mente sustentáveis à toda
vigor na data de sua publicação. sua cadeia de valor.

Aprovação pelo Conselho de Administração e publicação em DIRETRIZES


21/03/2023. A atuação do Banco do Nordeste é norteada pelas seguintes
diretrizes:
Contribuir para o desenvolvimento de atividades e setores
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO da economia com potencial de impactopositivo de natureza social,
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL ambiental ou climática;
Apoiar a agricultura familiar e o agronegócio sustentável, em
especial a agroecologia, a agricultura orgânica, a agricultura de bai-
APRESENTAÇÃO
xo carbono, metodologias produtivas regenerativas, a convivência
como semiárido, o combate à desertificação, bem como o reflores-
A Política de Responsabilidade Social, Ambien-
tamento e a recuperação ambiental deáreas degradadas;
tal e Climática (PRSAC) do Banco do Nordeste consiste
Vedar a concessão de crédito a atividades, empreendimen-
no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social, ambiental
tos e práticas produtivas excluídas pornorma legal e àquelas que
e climática a ser observado por todo o Banco na condução de seus
não condizem com os princípios e diretrizes da Política de Respon-
negócios, atividades e processos, bem como na sua relação com
sabili- dade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) do Banco do Nor-
partes interes- sadas (clientes e usuários dos produtos e serviços;
deste;
comunidade interna; fornecedores e os prestadores de serviços
Considerar na análise das propostas de financiamento as espe-
terceirizados relevantes; investidores em títulos ou valores mobi-
cificidades, fragilidades e restrições legais relacionadas a Unidades
liários emitidos pelo Banco; e de- mais pessoas impactadas pelos
de Conservação, bem como a terras indígenas, povos tradicionais,
produtos, serviços, atividades e processos do Banco do Nordeste,
territórios quilombolas e comunidades afetadas por projetos de in-
segundo critérios estabelecidos pelo próprio Banco).
fraestrutura;
A presente PRSAC foi elaborada em consonância com a Reso-
Adotar mecanismos para prevenção ao desmatamento ilegal
lução do Conselho Monetário Nacional nº4.945, de 15/09/2021,
nos financiamentos;
que dispõe sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental
Apoiar a inclusão financeira e produtiva de microempreende-
e Climática (PR- SAC) e sobre as ações com vistas à sua efetividade
dores rurais e urbanos, além de micro epequenas empresas;
a serem estabelecidas pelas instituições financeiras edemais insti-
Apoiar projetos para inclusão social de indivíduos e grupos
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
em situação de risco e vulnerabilidadesocial;
Fomentar o uso de fontes renováveis para geração de energia;
PRINCÍPIOS
Incentivar a inovação, pesquisa e desenvolvimento científico
São princípios de Responsabilidade Social, Ambiental e Climá-
e tecnológico para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da
tica do Banco do Nordeste:
região, incluindo tecnologias sociais, visando soluções que con-
Promoção do desenvolvimento de sua área de atuação em ba-
tribuampara avanços de natureza social, ambiental ou climática;
ses social, ambiental e climática sus- tentáveis;
Observar a comprovação do licenciamento ambiental, auto-
Promoção de inovação social e tecnológica para o semiárido
rização para desmatamento e outorga de uso de recurso hídrico,
brasileiro;
quando couber, das atividades e empreendimentos, de acordo
Respeito e promoção da diversidade, equidade e inclusão em
com as normas e critérios estabelecidos pela legislação ambiental
seus negócios, atividades e processos e na relação com as partes
federal, estadual e/ou municipal;
interessadas;
Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos na cria-
Gestão da operação empresarial de forma ecoeficiente e so-
ção, no desenvolvimento, operação e avaliação de programas de
cioambientalmente responsável;
financiamento, produtos, serviços, atividades e processos;
Atuação pautada na ética, integridade e transparência em seus
Incorporar critérios sociais, ambientais e climáticos ao processo
negócios, atividades e processos de trabalho e na relação com as
de análise e concessão de financia-mentos e acompanhamento de
partes interessadas;
operações de crédito, bem como na aceitação, renovação e execu-
Apoio à transição para uma economia de baixo carbono e
ção de garantias imobiliárias;
Editora
203
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Estimular o desenvolvimento territorial e espacialmente dis- PAPEIS E RESPONSABILIDADES


tribuído; Todas as unidades organizacionais relacionadas com a PRSAC
Contribuir para a segurança hídrica na área de atuação do Ban- devem conhecer, aplicar e adotar as roti-nas e procedimentos ope-
co, em especial no semiárido; racionais necessários para sua efetivação.
Estabelecer procedimentos e medidas visando ao uso de recur-
sos e serviços de maneira sustentá- vel, destinar corretamente os GOVERNANÇA
resíduos, gerenciar a emissão de Gases de Efeito Estufa; Compõem a Governança da Política de Responsabilidade
Respeitar os direitos trabalhistas, a liberdade de associação e Social, Ambiental e Climática do Banco doNordeste:
de negociação coletiva na relação com a comunidade interna; A Diretoria de Planejamento, com as seguintes competências:
Promover a valorização da diversidade, equidade e inclusão e Prestação de subsídios e participação no processo de tomada
propiciar um ambiente de trabalho plural, inclusivo, saudável, segu- de decisões relacionadas ao esta-belecimento e à revisão da PRSAC,
ro e sem discriminação de qualquer natureza; auxiliando o Conselho de Administração;
Proporcionar o desenvolvimento pessoal e profissional dos Implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC;
empregados promovendo a equidadede oportunidades, a transpa- Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
rência nos processos de seleção, promoção e avaliação e nas políti- Aperfeiçoamento das ações implementadas quando identifi-
cas de remuneração e plano de carreira dos empregados; cadas eventuais deficiências;
Desenvolver ações que promovam a adoção de boas práticas Divulgação adequada e fidedigna de informações constantes
de educação financeira para clientes e comunidade interna; da seção “Divulgação” deste nor-mativo.
Atuar em consonância com a Política de Relacionamento O Comitê de Sustentabilidade, Riscos e de Capital, com as se-
com Clientes e Usuários de Produtos eServiços Financeiros e Po- guintes competências:
lítica de Privacidade; Propor recomendações ao Conselho de Administração sobre
Buscar a integração do Banco a pactos, acordos e compromis- o estabelecimento e a revisão daPRSAC;
sos nacionais e internacionais, de na-tureza social, ambiental ou cli- Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC
mática; e, quando necessário, propor re-comendações de aperfeiçoamento;
Atuar no relacionamento com suas partes interessadas de Manter registro das recomendações relativas aos dois itens
acordo com a Política de Integridadee Ética, a Política de Preven- imediatamente anteriores.
ção e Combate à Lavagem de Dinheiro e o Código de Conduta Ética O Conselho de Administração, com as seguintes competências:
eIntegridade do Banco do Nordeste; Aprovar e revisar a PRSAC, com o auxílio da Diretoria de Pla-
Proporcionar acessibilidade física e digital aos clientes e demais nejamento e do Comitê de Sustenta-bilidade, Riscos e de Capital;
usuários; Assegurar a aderência do Banco do Nordeste à PRSAC e às ações
Manter e promover canais de comunicação de fácil acesso com com vistas à sua efetividade;
todos os públicos de interesse; Assegurar a compatibilidade e a integração da PRSAC às de-
Instituir mecanismos de divulgação de informações acerca de mais políticas estabelecidas pela ins- tituição, incluindo políticas
seu desempenho em termos de con-tribuição social, ambiental e cli- de crédito, de gestão de recursos humanos, de gerenciamento
mática para o desenvolvimento de sua área de atuação; deriscos, de gerenciamento de capital e de conformidade;
Prover, à comunidade interna, competências necessárias para a Assegurar a correção tempestiva de deficiências relacionadas
efetivação desta Política; à PRSAC;
Atentar para que a estrutura remuneratória e de campanha de Estabelecer a organização e as atribuições do comitê responsá-
vendas de produtos e serviços não incentivem comportamentos in- vel pela PRSAC no Banco do Nor- deste;
compatíveis com esta Política; Assegurar que a estrutura remuneratória do Banco não incenti-
Induzir a adoção de melhores práticas sociais, ambientais e cli- ve comportamentos incompatíveis com a PRSAC;
máticas para fornecedores de produ-tos e serviços; Promover a disseminação interna da PRSAC e das ações com
Contemplar, em todos os instrumentos de crédito, termos de vistas à sua efetividade.
parceria, acordos, convênios e con- tratos celebrados pelo Banco, A Diretoria Executiva com a seguinte competência:
exigências relacionadas ao combate à discriminação de qualquer Conduzir suas atividades em conformidade com a PRSAC e
natureza, ao trabalho infantil, ao trabalho adolescente (salvo na com as ações implementadas comvistas à sua efetividade.
condição de aprendiz), ao trabalhoem condição análoga à de escra- Os processos relativos ao estabelecimento da PRSAC e à imple-
vo, ao assédio moral e sexual, ao proveito criminoso da prostituição mentação de ações com vistas à suaefetividade devem ser avaliados
e a danos ao meio ambiente; periodicamente pela Auditoria Interna.
Incentivar parcerias com partes interessadas, reforçando o
reconhecimento dos compromissos denatureza social, ambiental DIVULGAÇÃO
e climática do Banco; O Banco divulgará ao público externo, em local único e de fácil
Incentivar a produção e difusão cultural, inclusive nos estados identificação em seu sítio na internet, asseguintes informações:
e municípios nos quais não há Cen-tros Culturais Banco do Nordes- A PRSAC;
te; As ações implementadas com vistas à efetividade da PRSAC,
Incorporar as temáticas social, ambiental e climática nos ins- bem como os critérios para a suaavaliação;
trumentos de planejamento estratégi-co do Banco; A relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos ne-
Alinhar as ações de comunicação com os princípios e diretrizes gócios realizados em decorrência deaspectos de natureza social, de
desta Política. natureza ambiental ou de natureza climática, quando existentes;
A relação de produtos e serviços oferecidos que contribuam
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

positivamente em aspectos de natu- reza social, de natureza am- ESTRATÉGIA ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA):
biental ou de natureza climática, quando existentes; ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE DO BANCO DO NOR-
A relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou DESTE DO BRASIL
internacionais de natureza social, de natureza ambiental ou de
natureza climática, dos quais o Banco seja participante, quando
existentes;
Os mecanismos utilizados para promover a participação de A Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança) do Banco do
partes interessadas no processo deestabelecimento e de revisões Nordeste do Brasil representa um marco significativo em sua jorna-
da PRSAC; da para se tornar uma instituição financeira líder em sustentabili-
Facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribui- dade e responsabilidade social. Esta estratégia é uma abordagem
ção para a efetividade da PRSAC. multifacetada que permeia todas as operações e políticas do banco,
refletindo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da
ATUALIZAÇÃO região Nordeste do Brasil.
A revisão da PRSAC deve ser feita no mínimo a cada três anos
ou quando da ocorrência de mudança re-gulatória ou eventos consi- Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática
derados relevantes pelo Banco, incluindo: O Banco do Nordeste adotou uma política abrangente que en-
Oferta de novos produtos ou serviços relevantes; globa responsabilidade social, ambiental e climática. Esta política
Modificações relevantes nos produtos, nos serviços, nas ativi- não só cumpre os requisitos regulatórios, mas também coloca o
dades ou nos processos do Banco; banco na vanguarda de práticas sustentáveis no setor financeiro.
Mudanças significativas no modelo de negócios do Banco; Ela reflete o compromisso do banco em mitigar os impactos am-
Reorganizações societárias significativas; bientais adversos e promover um desenvolvimento que seja susten-
Mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas, ou tável e benéfico para as comunidades locais.
de mercado, incluindo alterações significativas nas preferências
de consumo que impactem de forma relevante os negócios da Linhas de Financiamento e Produtos para Sustentabilidade
instituição, tanto positiva quanto negativamente; O banco oferece uma variedade de linhas de crédito e produtos
Alterações relevantes em relação à dimensão e à relevância da financeiros que têm um impacto positivo no meio ambiente, co-
exposição ao risco social, ao riscoambiental e ao risco climático, de nhecidos como crédito verde. Esses produtos são projetados para
que tratam a Resolução CMN nº 4.557/2021. incentivar e facilitar projetos e empresas que se dedicam a práticas
sustentáveis e ecologicamente corretas. Isso inclui tudo, desde a
AÇÕES COM VISTAS À EFETIVIDADE DA PRSAC promoção de energias renováveis até o apoio a pequenas empresas
Para monitorar e avaliar a efetividade da Política de Res- e agricultores que empregam técnicas agrícolas sustentáveis.
ponsabilidade Social, Ambiental e Climática(PRSAC) foram insti-
tuídos os seguintes mecanismos: Gestão Ambiental Empresarial
Índice de Cumprimento da PRSAC - conjunto de indicadores O Banco do Nordeste incorporou uma robusta gestão ambien-
de responsabilidade das unidades da Direção Geral, elaborados tal empresarial em suas operações. A instituição adotou um Siste-
com participação das unidades responsáveis e do Ambiente de Pla- ma de Gestão Ambiental que não apenas garante a conformidade
nejamento, devendo compor o Programa de Ação do Banco; com as leis e regulamentos, mas também promove uma cultura
Plano de Ação da PRSAC - conjunto de ações e iniciativas a se- interna de respeito e cuidado com o meio ambiente. O banco se
rem implementadas pelas unidadesda Direção Geral com vistas a esforça para reduzir sua pegada ecológica e implementar práticas
sanarem lacunas e / ou incorporarem avanços corporativos para de negócios que sejam ambientalmente sustentáveis.
efetivação dos princípios e diretrizes da PRSAC;
Matriz de Responsabilidades PRSAC - as ações básicas de Gestão Socialmente Responsável
cumprimento da PRSAC distribuídas pelas unidades da DIRGE de A estratégia ASG do Banco do Nordeste também se concentra
acordo com suas respectivas atribuições. fortemente na gestão socialmente responsável. Esta abordagem
inclui a promoção de igualdade de gênero e diversidade racial em
CANAIS DE COMUNICAÇÃO seus quadros de funcionários, especialmente em cargos de lide-
Dúvidas e sugestões relacionadas a esta Política e sua aplica- rança. O banco está comprometido em oferecer oportunidades de
ção, devem ser encaminhadas ao endereço eletrônico: relaciona- treinamento e desenvolvimento para seus empregados, garantindo
[email protected]. que eles estejam equipados para contribuir efetivamente para os
Informações públicas acerca dessa Política estão disponíveis objetivos de sustentabilidade da organização.
no link: https://www.bnb.gov.br/sustentabilidade/politica-de-res-
ponsabilidade-social-ambiental-e-climatica Relatórios de Sustentabilidade
O Banco do Nordeste publica relatórios de sustentabilidade
RESPONSÁVEIS PELO DOCUMENTO detalhados, que demonstram seu compromisso com a transparên-
Elaboração: Célula de Estratégias de Sustentabilidade – Am- cia e a responsabilidade. Estes relatórios, elaborados conforme os
biente de Políticas de Desenvolvimento Sus-tentável – Superinten- padrões da Global Reporting Initiative (GRI), fornecem insights va-
dência de Políticas de Desenvolvimento Sustentável. liosos sobre o desempenho do banco em áreas ambientais, sociais
e de governança. Eles são fundamentais para avaliar o impacto das
Aprovação: Conselho de Administração Diretoria responsá- atividades do banco, permitindo que stakeholders e o público em
vel: Diretoria de Planejamento
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

geral acompanhem seu progresso e desempenho em relação aos “Dinheiro de plástico”


objetivos de sustentabilidade. É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”,
A Estratégia ASG do Banco do Nordeste do Brasil é um exemplo utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em
de como uma instituição financeira pode integrar a sustentabilida- caixas eletrônicos.
de em seu núcleo de negócios. O banco demonstra um compromis- Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências,
so genuíno com a promoção de práticas que não apenas beneficiam apenas para tais serviços. Promove também o conforto e a seguran-
o ambiente e a sociedade, mas também garantem a governança ça do cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie
responsável e ética. Essa abordagem holística é crucial para impul- para suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições
sionar um desenvolvimento sustentável e inclusivo na região Nor- financeiras e promove a garantia do recebimento para os comer-
deste do Brasil. ciantes.
Os cartões mais utilizados são:
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO. OS BANCOS do valor referente a compra. Segurança também para o estabele-
NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS. cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do
INTERNET BANKING.MOBILE BANKING. OPEN BANKING. cliente.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS E • Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
BIG TECHS. O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS. ve em parcelas.
• Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
(débito e crédito).
Presente, tendências e desafios
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer
Mobile banking
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet
É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino-
dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão
diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
substituídos pelos bancos digitais.
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar
Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes,
em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi-
físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas;
Open banking e o modelo de bank as a service
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso.
Open Banking
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam
É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade
rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
para seus usuários.
tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
financeiros.
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”
Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
Internet Banking
mentação do Open Banking no Brasil.
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia-
Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
operações bancárias, em ambiente fora da agência.
B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex-
condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as
mento.
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade,
Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência.
com quem compartilhá-los.
Banco virtual
Modelo de bank as a service
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte-
Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do
que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
Sistema Financeiro Nacional.
na prestação de serviços financeiros.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao
Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de
sistema bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de
comuns.
uma forma simples e rápida.
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí-
Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em-
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de
presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape-
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por
nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.
meio de sites ou aplicativos.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O comportamento do consumidor na relação com o banco Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento te-
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus- lefônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura
cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em biométrica e também na internet e móbile banking.
relação aos serviços bancários não seria diferente.
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi- Banco digitalizado versus banco digital
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos
agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é “tradicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que
possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por utilizaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar
aplicativos de forma rápida e segura. o modo como seus clientes realizam as transações. Através da di-
Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o gitalização, conseguiram mudar o foco das agências para internet
relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de- banking e móbile banking.
pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter- Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmen-
net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros. te digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial
com operadores de caixa, atendentes e gerentes.
A experiência do usuário Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não pos-
A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti- suem atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e
lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto, Neon.
serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a experi- Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam
ência foi boa ou ruim. 100% de internet banking e móbile banking para realizar operações
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de- em caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos.
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocra- ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após
cia de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados.
realização de tarefas de maneira mais ágil.
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológi- Fintechs, Startups e Big Techs
cos, que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor. As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
Segmentação e interações digitais bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
Devido a facilidade de interação com a tecnologia, os usuários soas físicas ou jurídicas.
que mais crescem entre os clientes dos bancos digitais, são os jo- Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e
vens. Público que antigamente não se importava por assuntos de muito eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços
dinheiro, tem se mostrado cada vez mais interessados nos produtos que deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público
e serviços dos bancos digitais, que prezam pela resolução de pro- que em muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras
blemas. comuns.
Diferente dos bancos tradicionais, os virtuais trazem rapidez, Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
inovação e inclusive linguagens mais fáceis de entendimento. mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem e
Com o objetivo de ampliar o acesso de muitas pessoas a ser- trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
viços financeiros, essas instituições identificaram espaços para in- tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
clusão de produtos e serviços, inclusive para quem não tem vínculo Microsoft.
com os bancos. Por exemplo, cartão de crédito pré-pago.
Ou seja, o segmento de seus clientes é muito variado, embora Soluções mobile e service design
os mais jovens sejam “mais simpáticos” e confiantes com serviços Soluções Mobile
prestados de forma virtual. Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das ne-
Além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digitais cessidades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira
atraem seus clientes pelas tarifas bem mais baixas que os demais mais eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os
bancos e a simplicidade e comodidade de ter um banco acessível a usuários mais precisam.
qualquer momento e lugar. No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
Inteligência artificial cognitiva mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que ne.
adquirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa
tecnologia em seus serviços, as instituições financeiras tem como Service Design
objetivo principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personali- Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
zação dos serviços oferecidos. cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações gerar valor para ambas as partes.
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao aces- ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
sar o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimen- soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
to.
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207
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto- fatores de preocupação atualmente é a operação do controverso
moedas sistema de shadow banking.
Blockchain
É a tecnologia que permite o registro de informações de forma Shadow banking
segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu O shadow banking38, também conhecido em português como
nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros “sistema bancário sombra”, é um conjunto de operações e interme-
para as transações. diários financeiros que fornecem crédito em todo o sistema finan-
Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na ceiro global de forma “informal”.
indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea- Ou seja, por meio de uma série de atividades paralelas ao sis-
mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e, tema bancário, algumas instituições e agentes conseguem realizar
ainda, para que seus dados seu se percam. financiamentos de forma indireta, sem passar por nenhuma super-
Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição visão ou regulação.
se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser Estas empresas intermediárias do segmento financeiro não par-
comparada a pastas de arquivos. ticipam do sistema bancário tradicional. Ou seja, estão “à sombra”
Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende- do sistema, por isso o nome.
reço na própria blockchain. O sistema financeiro tradicional é organizado em função dos
bancos e da relação que eles possuem com os governos de cada
Bitcoin país. No entanto, como consequência da evolução mundial em ter-
Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi- mos de globalização e aumento de tecnologia, nos dias atuais exis-
camente e não tem um banco central que organize sua organização. tem diversas alternativas dentro do segmento.
Ou seja, só existe no mundo virtual. Assim passou a existir essas novas formas de trabalhar com ope-
Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de rações financeiras com o nome de “shadow banking”.
a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa- Dentre os intermediários não-regulamentados que podem fazer
mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com- parte do shadow banking estão os:
putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização Bancos de investimento;
de uma fração de bitcoin. Fundos de hedge;
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- Operações com derivativos e títulos securitizados;
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma Fundos do mercado monetário;
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso Companhias de seguros;
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. Fundos de capital privado;
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a Fundos de direitos creditórios;
venda de bitcoins. Factorings e fomentadoras mercantis;
Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending).
Demais criptomoedas
As principais criptomoedas negociadas são: A grande questão em relação ao shadow banking é a falta de
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- fiscalização. Eles não sofrem com o mesmo rigor imposto aos ban-
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais cos tradicionais, algo que pode apresentar maiores riscos a todas as
rápida, global e também com redução de custos. partes envolvidas.
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e Apenas para ilustrar essa questão, podemos citar duas das obri-
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos gações que uma instituição bancária regulamentada precisa seguir:
do dia a dia.
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- O banco precisa ter patrimônio líquido suficiente para cobrir
neiras, com taxas mais baixas. todos os seus compromissos financeiros - inclusive com os seus
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de clientes.
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- O banco é obrigado a estabelecer processos que permitam a ve-
tomoeda a Ether, lançada em 2017. rificação dos seus clientes com o intuito de impedir o uso dos seus
recursos de maneira ilegal.
Como um shadow banking deixa de ser regulamentado e fisca-
lizado, ele também não precisa seguir todas as exigências. Neste
SISTEMA DE BANCOS SOMBRA (SHADOW BANKING)
ponto, vale reforçar que citamos apenas dois exemplos de uma sé-
rie de requisitos que instituições bancárias seguem. Sem a obriga-
SISTEMA DE BANCOS - SOMBRA (SHADOW BANKING) toriedade, quem garante que uma empresa fará todos os processos
exigidos? Com isso, claro, aumenta-se o risco do negócio.
Com a globalização, os mercados financeiros de todo o mundo
ficaram cada vez mais interligados e dependentes entre si. Mas ape-
sar dos benefícios que essa integração trouxe, os riscos envolvidos
em cada mercado deixaram de ter um caráter local e passaram a
comprometer o mundo inteiro. Nesse contexto, um dos principais 38 https://www.suno.com.br/artigos/shadow-banking/
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Existência do Shadow banking Essa flexibilidade na especialização tem impactos significativos


no tecido produtivo das economias, impulsionando a eficiência e o
Instituições que praticam o shadow banking geralmente servem desenvolvimento econômico.
como intermediários entre credores e tomadores de empréstimos, Ao permitir que as transações ocorram de maneira mais sua-
fornecendo crédito e capital para investidores e corporações. ve e descomplicada, a moeda facilita a concentração de recursos e
Mas como essas instituições não são bancárias, elas não rece- habilidades em áreas específicas, contribuindo para o crescimento
bem depósitos tradicionais como um banco tradicional. Por isso, sustentável.
muitas operações feitas por essas instituições possuem maiores ris-
cos de mercado, de crédito e de liquidez, além de não possuir uma Unidade de conta
reserva de capital para servir como garantia. Desafios da inflação e estratégias de mitigação:
Críticas e riscos envolvidos no shadow banking Enquanto a moeda serve como uma unidade padrão para ex-
pressar o valor de bens e serviços, desafios surgem com a inflação,
O setor bancário paralelo desempenha um papel crítico ao que pode distorcer a estabilidade da unidade de conta ao longo do
atender crescente demanda por crédito no mercado global. Porém, tempo.
embora muitos argumentam que a atuação desse sistema bancário Estratégias de mitigação desses efeitos envolvem o desenvolvi-
paralelo pode aumentar a eficiência econômica, sua operação gera mento de políticas monetárias sólidas, controle inflacionário e ado-
preocupações quanto ao risco sistêmico de sistema financeiro. ção de medidas para preservar a estabilidade do poder de compra.
Muitos acreditam, por exemplo, que o shadow banking foi o A compreensão desses desafios é crucial para manter a con-
principal responsável pela crise de 2008 – a maior recessão econô- fiança na moeda como uma medida confiável de valor.
mica desde a Grande Depressão dos anos 1930.
Isso se deve porque, na véspera da crise de 2008, o sistema fi- Reserva de valor
nanceiro paralelo nos Estados Unidos tinha crescido aproximada- Diversificação de ativos para preservar o poder de compra:
mente o mesmo tamanho do sistema bancário tradicional do país. Além de sua função como meio de troca, a moeda atua como
Por isso, quando os junk bonds imobiliários criados pelo shadow reserva de valor, permitindo que as pessoas armazenem poder de
banking começaram a derreter, os investidores correram para ten- compra para o futuro.
tar resgatar seu capital. Estratégias inteligentes de diversificação de ativos tornam-se
Mas como todas essas operações estavam completamente ala- imperativas para preservar o poder de compra em cenários econô-
vancadas (ou seja, sem nenhum lastro ou garantia real), não haviam micos variados.
fundos para honrar nenhum compromisso. Logo, esse problema se Investir em ativos diversificados, como ações, títulos e commo-
alastrou por todo o mercado financeiro, desencadeando todo o res- dities, pode proporcionar uma abordagem robusta para enfrentar
tante da crise e afetando profundamente a economia mundial. a volatilidade econômica e preservar o valor ao longo do tempo.

Regulação e limitações propostas ao shadow banking Padrão de pagamentos diferidos


Influência nas Relações Contratuais:
Após a crise de 2008, as autoridades do mundo inteiro se em- A moeda, ao facilitar transações a prazo, desempenha um pa-
penharam para aprovar uma série de medidas que regulasse e limi- pel crucial na moldagem das relações contratuais.
tasse a operação do shadow banking. Porém, apesar das reformas, Mudanças nas políticas monetárias podem ter impactos signifi-
principalmente aquelas aprovadas pelo Congresso americano, es- cativos em contratos e compromissos financeiros.
sas instituições ainda não estão sujeitas aos mesmos regulamentos Compreender a influência da moeda nessas relações é funda-
que os bancos depositários tradicionais. mental para assegurar a estabilidade e a confiança no ambiente de
Isso significa que o shadow banking ainda permanece ativo e al- negócios, destacando a interconexão entre as decisões políticas e o
tamente alavancado, com uma alta proporção de dívida em relação funcionamento do sistema econômico.
aos seus ativos de garantia. Por isso, muitos acreditam que o esse
sistema ainda pode estar expondo os mercados financeiros de todo Instrumento de cálculo
mundo a um risco sistêmico excessivo. Tecnologia na contabilidade:
No contexto das finanças modernas, a moeda atua não apenas
como uma unidade de conta, mas também como um instrumento
de cálculo.
FUNÇÕES DA MOEDA
A integração de tecnologias inovadoras, como blockchain, na
contabilidade moderna está transformando a confiabilidade e a efi-
A moeda desempenha um papel crucial nas economias moder- ciência dos processos financeiros.
nas, desempenhando diversas funções que facilitam as transações A transparência e a segurança proporcionadas por essas ino-
e promovem o funcionamento suave do sistema financeiro. Vamos vações têm o potencial de remodelar a forma como os registros
explorar as principais funções da moeda: financeiros são mantidos, promovendo uma maior confiança nas
transações.
Meio de troca
Flexibilidade na especialização:
A função primordial da moeda como meio de troca não apenas
simplifica as transações, mas também promove uma especialização
mais eficiente entre os agentes econômicos.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Liquidez res se encontram e fazem transações.


Efeitos da Iliquidez e estratégias de mitigação: Falando mais especificamente do mundo virtual, s são platafor-
Enquanto a liquidez é uma vantagem fundamental da moeda, mas onde vendedores oferecem seus produtos e serviços a poten-
os efeitos da iliquidez podem ser desafiadores em diferentes con- ciais compradores.
textos econômicos. O pode ser definido como um shopping virtual, no qual diver-
Desenvolver estratégias eficazes para mitigar riscos associados sos lojistas dividem a mesma plataforma. No caso de um e-commer-
à iliquidez é vital. Isso pode envolver práticas como gestão de fluxo ce convencional, cada empresa é responsável por criar e por gerir o
de caixa, diversificação de investimentos e o uso de instrumentos seu site de vendas. No Marketplace, a lógica é coletiva.
financeiros adequados para garantir a flexibilidade financeira em A principal vantagem do Marketplace é tornar os seus produ-
momentos de volatilidade. tos visíveis para mais internautas, aumentando as possibilidades de
você alcançar o seu público-alvo. Os consumidores também têm
Redução da complexidade nas transações vantagens em comprar neste tipo de canal, já que podem ter uma
Globalização e desafios transnacionais: experiência semelhante à que acontece em um shopping center.
A moeda, ao eliminar a necessidade de trocas complexas e
sistemas complicados de compensação, reduz a complexidade nas Qual a diferença de um marketplace para uma loja virtual?
transações comerciais.
No entanto, à medida que as transações se tornam mais glo- Enquanto uma loja virtual, como Submarino ou Magazine Lui-
bais, a moeda enfrenta desafios de complexidade em cenários za, só tem um dono, um marketplace, como eBay ou MercadoLivre,
transnacionais. reúne muitas lojas, de diferentes donos, que podem, inclusive, ven-
A evolução dos sistemas de pagamento e a adoção de padrões der produtos iguais a preços diferentes.
internacionais tornam-se cruciais para enfrentar esses desafios, No marketplace, o cliente encontra concorrência e isso significa
promovendo uma economia global mais eficiente. maior poder de escolha e melhores preços.
Para quem vende, a vantagem é a visibilidade. Vender seus
Estímulo ao crescimento econômico produtos em um marketplace significa poder ser encontrado mais
Inovações financeiras: facilmente pelo comprador.
Além de proporcionar estabilidade, a moeda também atua
como um catalisador para o crescimento econômico por meio de Funcionamento do Marketplace
inovações financeiras.
A ascensão das fintechs, por exemplo, influencia significativa- O marketplace é dividido em dois níveis de acesso: um para o
mente o ambiente econômico, estimulando a adoção de novas prá- lojista e um para o cliente. Dessa forma, o lojista tem a oportuni-
ticas e tecnologias. dade de customizar o seu mix de produtos ofertados e lidar com a
Essas inovações criam oportunidades para investimentos, au- organização do marketplace.
mentam a eficiência financeira e contribuem para um ambiente Enquanto isso, para o cliente, é como acessar uma loja virtual
propício ao desenvolvimento econômico sustentável. comum, com a diferença de que existem várias opções de lojas.
Ou seja, isso quer dizer que, na hora de fechar uma compra, o
Desafios e evolução contemporânea procedimento adotado é como em qualquer outro comércio virtual.
Inovações tecnológicas e globalização financeira: Então, não é necessário redirecionar o consumidor para o site de
As inovações tecnológicas, especialmente a ascensão das crip- cada loja ou fazer cobranças separadas.
tomoedas, estão redefinindo as funções tradicionais da moeda. O Marketplace reúne todos os vendedores virtuais no mesmo
O impacto das criptomoedas, com considerações sobre segu- ambiente e centraliza a função de pagamento. Assim, o procedi-
rança, volatilidade e aceitação generalizada, destaca a necessidade mento para fechar uma venda é semelhante a dos outros comércios
de uma abordagem dinâmica e regulamentações adequadas. eletrônicos. Não é necessário que o cliente seja redirecionado para
No contexto da globalização financeira, as regulações interna- a página de cada loja e, se ele comprar produtos de diferentes ven-
cionais desempenham um papel crucial na moldagem da interação dedores, poderá fazer um pagamento único
entre moedas. O marketplace pode ser desenvolvido para um determinado
A necessidade de padrões e regulamentações em uma econo- segmento específico ou então trabalhar com todas as lojas interes-
mia globalizada é um ponto de discussão vital para assegurar a es- sadas, agrupando-as em segmentos, como em uma loja de depar-
tabilidade e a equidade nas transações internacionais. tamentos.
Em alguns casos, a visibilidade dos lojistas aumenta porque os
marketplaces são sites conhecidos e comumente acessados pelos
consumidores.
MARKETPLACE.
Não existe um padrão estabelecido para os shoppings online.
Alguns são mais focados no varejo, outros no atacado e há ainda
O marketplace é um modelo de negócio que surgiu no Brasil aqueles que atendem os dois tipos de clientes.
em 2012, também é conhecido como uma espécie de shopping cen-
ter virtual. É considerado vantajoso para o consumidor, visto que
reúne diversas marcas e lojas em um só lugar, facilita a procura pelo
melhor produto e melhor preço.
Um marketplace39 é um espaço onde vendedores e comprado-
39 https://meunegocio.uol.com.br/blog/o-que-e-um-marketplace-e-como-ele-po- de-ser-util-para-minha-loja-virtual/#rmcl
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Vantagens do Marketplace 40 Entre os correspondentes mais conhecidos encontram-se as lo-


téricas e o banco postal, marca utilizada pela Empresa Brasileira de
Visibilidade Correios e Telégrafos - ECT.
É mais fácil atrair o público para um website que conta com O principal objetivo é levar serviços bancários à maior parte da
diversas marcas e produtos do que para um e-commerce de apenas população, estender a lugares onde não há agência dos principais
uma loja. Portanto, ganha-se visibilidade através da divulgação feita bancos, por exemplo. Dessa forma, consegue acelerar o atendimen-
por todo o marketplace. to ao cliente e facilitar o acesso ao crédito.
Além disso, muitas organizações apostam em parcerias de ven-
Baixo investimento e alto retorno das com outras empresas para alcançar um maior número de clien-
Exige-se um baixo investimento para começar as vendas atra- tes. Por exemplo, várias fintechs, companhias especializadas em
vés de um marketplace e o retorno obtido pode ser alto de acordo finanças, concedem crédito, mas precisam de instituições parceiras
com o sucesso das vendas. para emitir propriamente o capital e outras para captar público
Os correspondentes bancários geralmente são pequenos es-
Diversificação de público tabelecimentos comerciais que, atuando em nome dos bancos,
O público que acessa o marketplace é muito variado. Ou seja, oferecem alguns serviços bancários e de pagamentos inclusive em
muitos deles nunca procurariam pela sua loja. Mas, ao ver os pro- locais não atendidos pela rede bancária convencional, permitindo a
dutos todos em um mesmo lugar, podem acabar se interessando. expansão geográfica do sistema de meios de pagamento. Normal-
mente são casas lotéricas, farmácias, supermercados e outros esta-
Desvantagens do Marketplace belecimentos varejistas que agregam o serviço bancário”.
Cada vez mais encontrados em casas lotéricas, supermercados
Depender do marketplace e até farmácias, os correspondentes bancários podem prestar uma
Um grande perigo é ficar dependente do marketplace e não série de serviços também encontrados fora dos postos onde atuam.
conseguir vender por conta própria. Então, isso pode ser um grande O leque de serviços oferecidos pelo profissional vai da abertura de
problema em casos de imprevistos em relação ao marketplace. contas de depósitos até a análise de crédito e cadastro.
A função de corresponde bancário foi criada sob o argumento
Pouca importância para a sua marca de oferecer à população acesso mais simples ao Sistema Financeiro
Por estar exposto com várias outras marcas, a importância e o Nacional, “como forma de propiciar a melhoria das condições de
reconhecimento que você recebe por não ser tão bom quanto nas obtenção de crédito, de realização de poupança e de aquisição de
vendas pelo seu próprio site. produtos financeiros, além da maior comodidade para pagamento
de contas por parte das pessoas de menor renda”, justifica a Reso-
Competição pelo preço lução 3.156 do Banco Central.
Em marketplaces com muitas lojas de um mesmo segmento
pode acontecer de ter tantas opções diferentes que o preço se tor- Características principais do Correspondente Bancário
na um fator diferencial. Pois, a competição pelo preço nem sempre
é vantajosa. - Definição: execução de serviços de cunho acessório às ativi-
dades privativas de instituições financeiras, por meio de empresas
contratadas para este fim
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS - Correspondente não pode ter como atividade principal a re-
cepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de
depósitos à vista, a prazo e de poupança e os recebimentos e paga-
Correspondentes Bancários são empresas, integrantes ou não
mentos relativos a contas de depósitos à vista, a prazo e de poupan-
do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por Instituições Finan-
ça, bem como a aplicações e resgates em fundos de investimento
ceiras para a prestação de determinados serviços.
- Responsabilidade pelos serviços prestados permanece com o
A nomenclatura “correspondente bancário” ou “banco corres-
banco
pondente” deve ser utilizada apenas para as instituições financeiras
- Correspondente não pode cobrar tarifa por conta própria
que estabeleceram convênios com outros bancos para a prestação
de serviços financeiros, conforme previsto na Resolução 1.865, do
Aproveitamento de sinergias
Conselho Monetário Nacional, de 05 de setembro de 1991.
O Banco Central define correspondente bancário como “em-
Banco: ganha capilaridade, canal de menor investimentos,
presa contratada por instituições financeiras e demais instituições
compartilhamento de custos e amigável para clientes de menor
autorizadas pelo Banco Central para a prestação de serviços de
renda, horário flexível
atendimento aos clientes e usuários dessas instituições.”
Correspondente: aproveita recursos ociosos, aumenta o movi-
Em outras palavras é uma empresa não bancária (pessoa ju-
mento e usa a marca do banco e amplia as receitas
rídica) responsável por mediar instituições financeiras e clientes.
Essas empresas realizam operações de crédito e outros serviços,
Atividades de correspondentes bancário
em nome de um banco, e podem estar conveniadas a mais de uma
companhia.
De acordo com a regulamentação do Banco Central, essas insti-
tuições podem realizar serviços financeiros variados, como:

40 https://blog.vindi.com.br/o-que-e-marketplace-e-como-funciona/
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Recebimentos e pagamentos de contas qualquer natureza;


Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de con-
tas de depósitos à vista e a prazo; ARRANJOS DE PAGAMENTOS
Coleta de informações cadastrais e análise de crédito;
Serviços de cobranças; Um arranjo de pagamento41 é o conjunto de regras e procedi-
Ordens de pagamento; mentos que disciplina a prestação de determinado serviço de pa-
Solicitação de empréstimos pessoais, empresariais e financia- gamento ao público. As regras do arranjo facilitam as transações fi-
mentos; nanceiras que usam dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra
Solicitação de cartão de crédito e débito para trabalhadores e com dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o arranjo
aposentados; conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que acontece quan-
Realização de recebimentos, pagamentos e transferências ele- do o cliente usa uma bandeira de cartão de crédito numa compra
trônicas visando à movimentação de contas de depósitos de titula- que só é possível porque o vendedor aceita receber daquela ban-
ridade de clientes mantidas pela instituição contratante; deira.
Aplicação e resgate em fundo de investimento; O arranjo conecta pessoas que, sem ele, não teriam como re-
Realização de operações de câmbio de responsabilidade da ins- alizar transações financeiras entre si. Supervisionado pelo Banco
tituição contratante. Central, o arranjo fornece praticidade, confiabilidade e acesso do
Outras atividades, a critério do Banco Central do Brasil. público a diversas formas de pagamento.
Os arranjos de pagamento são as regras para viabilizar transfe-
Vantagens e cuidados rências de recursos, aportes e saques e tudo a mais que puder ser
definido como pagamento.
O correspondente bancário facilita o acesso a inúmeras ope- Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos
rações, sem que você precise se deslocar até uma agência. Assim, utilizados para realizar compras com cartões de crédito, débito e
ganha tempo, pode continuar no conforto do seu lar e não corre pré-pago, em moeda nacional ou estrangeira. Os serviços de trans-
perigo na rua. ferência e remessas de recursos também são arranjos de pagamen-
Também é possível resolver tudo em um lugar só. Por exemplo, tos.
uma padaria, além de vender produtos próprios, pode disponibi- As pessoas jurídicas não financeiras que executam os serviços
lizar saques, pagamento, abertura de contas, recarga de celular e de pagamento no arranjo são chamadas de instituições de paga-
seguros. mento e são responsáveis pelo relacionamento com os usuários fi-
Poderia até oferecer empréstimos, mas isso não costuma acon- nais do serviço. Instituições financeiras também podem operar com
tecer, pois a operação é um pouco mais rebuscada. Por isso existem pagamentos.
correspondentes bancários especializados nesse setor. Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à re-
Sem contar que é muito mais barato para os bancos e financei- gulação do BCB, tais como os cartões private label – emitidos por
ras ter correspondentes em diferentes lugares em vez de instalar grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento
várias agências ou caixas eletrônicos. Com custos baixos, as em- que o emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à
presas credoras também conseguem oferecer condições de paga- supervisão do BC os arranjos para pagamento de serviços públicos
mento melhores. Então, no caso de empréstimos e financiamentos, (como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento de
você encara juros bem menores que a média, e prazos mais longos. cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa cate-
Por outro lado, é importante ressaltar o que essas empresas goria, ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação.
NÃO podem fazer, segundo a lei. Estão proibidas de: A legislação proíbe que instituições de pagamento prestem ser-
Cobrar pagamento adiantado. viços privativos de instituições financeiras, como a concessão de
Impor tarifas sobre o serviço de intermediação prestado empréstimos e financiamentos ou a disponibilização de conta ban-
Liberar empréstimo sem ter parceria com um banco. cária e de poupança.
Ganhos para o país e para a sociedade Entre as empresas que prestam serviços de pagamento, temos:
- Penetração bancária no segmento mais pobre da população As instituidoras do arranjo, isto é , aquelas que estabelecem as
e para as regiões mais desassistidas, contribuindo para realizar a regras. É os casos das bandeiras de cartão de crédito, que conectam
inclusão social; pessoas do mundo inteiro para que o dinheiro do comprador che-
- Desenvolvimento e disponibilidade de produtos e serviços gue ao vendedor.
ajustados para a população de baixa renda e para as operações de
pequeno valor; As instituições financeiras ou de pagamento que aderirem ao
- Fomento da economia local; arranjo. O papel delas é variado incluindo, respectivamente, a ges-
- Aumento da arrecadação; tão das contas correntes bancárias, e a emissão dos instrumentos
- Geração de empregos; de pagamento, com os cartões de crédito e débito.
- Fomento de novos negócios;
- Valorização da cidadania da população local. As transações são registradas em conta corrente ou em conta de
pagamento. Esta diferente daquela pois seus recursos não podem
ser usados para empréstimos a terceiros.

41 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjospagamento
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Arranjos de pagamentos integrantes do Sistema de Pagamento Prazo e forma de entrega das informações exigidas dos arran-
Brasileiro (SPB)42 jos integrantes do SPB
Essa obrigação deve ser cumprida conforme o disposto na Carta
Arranjos de pagamento integrantes do SPB são aqueles em que Circular nº 3.923/2018 e na Carta Circular nº 3.872/2018.
o conjunto de participantes apresenta, de forma consolidada, nos
últimos 12 meses, volumes iguais ou superiores a pelo menos um
dos limites constantes no quadro ao lado e não estão enquadrados
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
nas demais hipóteses do art. 2º da Circular nº 3.682/2013.
Os instituidores de arranjos de pagamento, integrantes do SPB,
devem solicitar autorização de funcionamento em até 30 dias após Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
o arranjo de pagamento superar os limites do quadro.​ Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
BR Code, padrão único de QR Code para pagamentos no Brasil Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
semana e feriados.
O BR Code é o padrão de QR Code que deve ser utilizado pelos As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
arranjos de pagamento integrantes do SPB que ofertem a iniciação sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
de uma transação de pagamento por meio desse mecanismo, con- gamentos de impostos e taxas.
forme disposto na Circular nº 3.989/2020. A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
A existência de um único QR Code vai facilitar o processo de cias poderão ocorrer entre diferentes instituições.
iniciação dos pagamentos pelos usuários pagadores, que terão um Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
instrumento comum para iniciar a transação, utilizando o arranjo co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada
da sua escolha que seja aceito pelo usuário recebedor para efetivar uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta
a operação. Do ponto de vista do recebedor, existe uma redução bancária.
dos custos de aceitação de arranjos que permitem a iniciação por
meio do BR Code, além de uma racionalização da quantidade de QR • Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa-
Codes expostos nos estabelecimentos. gamento
Conforme estabelecido pela Carta Circular nº 4.014/2020, as O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am-
especificações técnicas do BR Code estão detalhadas no Manual do plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando
BR Code. diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular.
Pedido de autorização de funcionamento As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da
As informações e os documentos que compõem o pedido de au- mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti-
torização de arranjos de pagamento integrantes do SPB devem ser tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível
apresentados em conformidade com os modelos e as orientações à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é
descritas nos anexos da Carta Circular nº 3.949/2019. que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem
O Banco Central do Brasil iniciou, em 23/8/2018, um ciclo de conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te-
autorizações para arranjos de pagamento. lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os
Ciclo de autorizações recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
As autorizações estão organizadas em “lotes”, de acordo com Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos,
critérios de semelhança de características, natureza dos arranjos e de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento,
complexidade da análise, bem como de cronologia do recebimento entre outros.
dos pedidos de autorização. As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei-
Nesse contexto, o rito de autorização adota a seguinte ordem tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um
de prioridade: (i) arranjos fechados com conta de pagamento pré- QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o
-paga ou pós-paga; (ii) arranjos abertos com conta de pagamento pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da
de depósito à vista ou pré-paga; e (iii) arranjos abertos com conta transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário.
de pagamento pós-paga. Esse processo depende, ainda, do aten- As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi-
dimento tempestivo a demandas do Banco Central por ajustes ou gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran-
de particularidades que podem, eventualmente, não estar no pleno sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne-
domínio do instituidor. cessidade de qualquer outro instrumento.
Vale ressaltar que a autorização dos arranjos é apenas um dos O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu-
processos que compõem a vigilância dos arranjos de pagamentos ra ter menos intermediários.
integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Independente- Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais
mente da concessão de autorização, o Banco Central continua atu- meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na
ando, por outros meios, a fim de garantir a segurança e a eficiência FAQ do Pix.
dos arranjos de pagamento.

42 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjosintegrantesspb
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

• Com quem é possível fazer um Pix propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e pro-
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: dutos financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções
— entre pessoas (transações P2P, person to person); ágeis e eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co- no consumo de bens e produtos do segmento.
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsio-
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo- nadora dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como
res, por exemplo (transações B2B, business to business); agentes de transformação. A demanda pelo universo digital vem
— para transferências envolvendo entes governamentais, crescendo a passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- aceitação dos usuários.
son to government e business to government). As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de
como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de
• Limite de valor nas transações seus usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via sucesso de qualquer organização no mercado.
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas e alta-
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites mente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem maior fle-
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de xibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos tradicionais
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à manutenção
ciamento do terrorismo.” de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no futuro te-
nham espaço no mercado.

O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento bancá-


SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS
rio
A evolução digital vem revolucionando a forma de como se rea-
A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras liza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial, o
transformações, em especial na forma de como os negócios tradi- setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos das
cionais no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia se ade-
setor bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de forma- quar às inovações, para garantir sua permanência em um mercado
lidades, com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedi- altamente competitivo.
mentos exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças
sinônimo de preocupação ao usuário. O cenário era de concentra- que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área
ção de mercado, pautada no domínio centrado em poucas institui- onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a
ções contribuindo para desbancarização de muitas pessoas43. ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário tradi-
Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negó- cional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para muitas
cios cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio finan- flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus produtos
ceiro denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com rapidez.
financeira com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financei- Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço
ro tradicional, com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando da tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem
forte crescimento e se demonstrando como tendência mundial. O às mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável
sucesso das Fintechs se deve ao fato das facilidades e efetividade do por despontar no mercado, em especial o financeiro, novos presta-
suprimento das necessidades dos clientes e usuários. dores de produtos e serviços carregados de novidades e transfor-
O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o mações aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o
objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor ser- competitivo e pouco aberto mercado financeiro.
vir”. Por serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto, Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs
mas altamente promissor, tanto que a cada ano o crescimento é no Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silen-
exponencial. ciosa, mas hoje essas empresas comandam uma grande transfor-
Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups mação nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs,
estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exem- observa-se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impul-
plo: saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros, sionando e influenciando mudanças aos participantes do mercado
bancário, entre outros. financeiro, em especial os bancos tradicionais.
Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no
atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem
empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços finan- por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a
ceiros e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento concessão de produtos e serviços, como por exemplo:
da burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e — A disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e
serviços. com reduzidas taxas de juros;
Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são — Abertura de conta corrente sem custos;
Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como — Concessão de cartões de créditos com limites que agradam
43 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/ os usuários e sem anuidades;
article/download/26/25/.
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—Serviços bancários como: transferências, pagamentos, segu- processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem
ros e investimentos; maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que
— Atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos colocasse em risco os usuários e clientes.
usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja,
agradável ao público a que se destina. As parcerias digitais como forma de cooperação
É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em par-
Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das Star- cela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse
tups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes não crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços
bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de servi- ou na aquisição de produtos do segmento.
ço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das vezes Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios, os
possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição que bancos no movimento de observar os players do mercado tecno-
o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente deste lógico (aqui definidos como grupos com muita expertise no ramo,
modelo de negócio. investidores em mercados não tão promissores, mas com grande
Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para mitigação
mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se dá por
as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca meio das parcerias.
antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros aos Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lu-
diversos clientes, que precisam de novidades como medida de atra- cros, por dependerem de aportes pecuniários externos, fator deter-
ção e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta minante para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedo-
competitividade. res dessa realidade frequentemente firmam parcerias em forma de
Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das capital x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de
evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de merca- toda tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os
do, para assegurar sua permanência no competitivo mercado finan- resultados geralmente são de altas performances financeiras.
ceiro. Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a mes-
ma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada de
experiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando
alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande com-
partilhamento de informações, e essas permitem o crescimento e
Disruptura do método tradicional de atendimento bancário fortalecimento das organizações. Importante destacar, que as par-
Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa rup- cerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em formatos
tura ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de progra-
Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar mação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos de
a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado, relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão para aporte em startups.
ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prá- Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam
tica mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação as hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar so-
dos canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro luções inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
estão altamente digitalizados44. tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas fo- subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
ram: acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas atra-
bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que vés de testes.
mais cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganha- Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que todo
rem significativo espaço no quotidiano das pessoas. grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser ser inco-
Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como modado por elas. Diante dessa constatação as grandes instituições
os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais, bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o recado do
se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital nos ne-
da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos, gócios bancários.
se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos de-
segurança no meio digital. têm uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito con-
O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são ex- fiança. Por representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao
tremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados adequarem a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados
com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes sustentáveis e crescentes. Os grandes conglomerados bancários
tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da despontam na vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua
instituição no mercado. estrutura de atendimento de forma a proporcionar a melhor expe-
A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players riência a seus usuários.
digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negó- Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir
cios traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos como uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competi-
44 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/ tivo e altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão
article/download/26/25/. bancária, onde a implementação das tecnologias tem a finalidade
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de melhorias nos processos, bem como a fidelização com o cliente II - realizado para fins exclusivamente:
de forma a dispor ao público produtos e serviços com segurança e a) jornalístico e artísticos; ou
rapidez. b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
desta Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709,
a) segurança pública;
DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES.
b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ais adequado ao previsto nesta Lei.
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
CAPÍTULO I regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
volvimento da personalidade da pessoa natural. serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo.
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
Vigência deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como to à proteção de dados pessoais.
fundamentos: § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco
I - o respeito à privacidade; de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser
II - a autodeterminação informativa; tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
e de opinião; dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- tificada ou identificável;
midor; e II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re- te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público vinculado a uma pessoa natural;
ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
país onde estejam localizados os dados, desde que: identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio- e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
nal; IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de in- físico;
divíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência que são objeto de tratamento;
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
tados no território nacional. ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados to de dados pessoais;
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen- privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei. controlador;
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti- dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
culares e não econômicos; titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
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(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
gência gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; a integralidade de seus dados pessoais;
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen-
difusão ou extração; to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis- comercial e industrial;
poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi- vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
víduo; e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- comunicação ou difusão;
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
pessoais para uma finalidade determinada; de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
dados; X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
dimento empregado; dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do CAPÍTULO II
qual o país seja membro; DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata- SEÇÃO I
mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- realizado nas seguintes hipóteses:
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu- II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
mentação do controlador que contém a descrição dos processos de controlador;
tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
e mecanismos de mitigação de risco; previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con-
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem Capítulo IV desta Lei;
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti-
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Reda- cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência o titular, a pedido do titular dos dados;
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento des- administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
ta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
13.853, de 2019) Vigência VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão ou de terceiro;
observar a boa-fé e os seguintes princípios: VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas gência
finalidades; IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida- controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento; tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- dados pessoais; ou
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às legislação pertinente.
finalidades do tratamento de dados;
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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
Vigência controlador e a finalidade;
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
Vigência to; e
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti-
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- dos no art. 18 desta Lei.
tificaram sua disponibilização. § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
previstos nesta Lei. § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no in- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen- verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. alterações.
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di-
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre
da garantia dos direitos do titular. os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- no art. 18 desta Lei.
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe- fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu- timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. mas não se limitam a:
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
a manifestação de vontade do titular. legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- nos termos desta Lei.
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do
ais. controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
de consentimento. interesse.
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
soais serão nulas. mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento os segredos comercial e industrial.
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo SEÇÃO II
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
do art. 18 desta Lei. Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, específica e destacada, para finalidades específicas;
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
revogá-lo caso discorde da alteração. ses em que for indispensável para:
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- lador;
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
características previstas em regulamentação para o atendimento do pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
princípio do livre acesso: ou regulamentos;
I - finalidade específica do tratamento; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
comercial e industrial; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
III - identificação do controlador; cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
IV - informações de contato do controlador; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
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e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
terceiro; ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre-
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos-
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sani- sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como
tária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos pesquisas.
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- hipótese poderá revelar dados pessoais.
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
fica. regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- ambiente controlado e seguro.
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder SEÇÃO III
Público, no âmbito de suas competências. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre ADOLESCENTES
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, deste artigo e da legislação pertinente.
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (In- tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
13.853, de 2019) Vigência timento de que trata o § 1º deste artigo.
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados § 4º Os controladores não deverão condicionar a participação
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni- dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi- de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
ser revertido. § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste ar-
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno-
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- logias disponíveis.
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e téc- cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
nicas utilizados em processos de anonimização e realizar verifica- informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
ções acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Pro- ao entendimento da criança.
teção de Dados Pessoais.
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
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SEÇÃO IV caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.


DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS § 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá constituído, a agente de tratamento.
nas seguintes hipóteses: § 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da titular resposta em que poderá:
finalidade específica almejada; I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi-
II - fim do período de tratamento; car, sempre que possível, o agente; ou
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art. ção imediata da providência.
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou § 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
lação ao disposto nesta Lei. regulamento.
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
lador; nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
vel, a anonimização dos dados pessoais; nº 13.853, de 2019) Vigência
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- mizados pelo controlador.
ro, e desde que anonimizados os dados. § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
DOS DIREITOS DO TITULAR ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori-
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- do requerimento do titular.
quer momento e mediante requisição: § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
I - confirmação da existência de tratamento; favoreça o exercício do direito de acesso.
II - acesso aos dados; § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- tério do titular:
dos; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- II - sob forma impressa.
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
nesta Lei; titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in-
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- outras operações de tratamento.
gência § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia-
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei; para os setores específicos.
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
o controlador realizou uso compartilhado de dados; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
timento e sobre as consequências da negativa; decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Re-
8º desta Lei. dação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
nacional. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- segredos comercial e industrial.
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
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o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado termos desta Lei.
de dados pessoais. Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
gência blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. deste Capítulo.
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá-
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução
forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen- de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen-
tos de tutela individual e coletiva. tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
informações pelo público em geral.
CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
SEÇÃO I respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados
DAS REGRAS no art. 6º desta Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº exceto:
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
blico, desde que: II - (VETADO);
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- observadas as disposições desta Lei.
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
em seus sítios eletrônicos; V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
II - (VETADO); e vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
gência deverão ser comunicados à autoridade nacional.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
publicidade das operações de tratamento. soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de mento do titular, exceto:
que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces- I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
so à Informação) . Lei;
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Inclu-
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Informação) . Art. 28. (VETADO).
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri- Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
termos desta Lei. cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019) Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
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Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
partilhado de dados pessoais. 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
consideração:
SEÇÃO II I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
DA RESPONSABILIDADE destino ou no organismo internacional;
II - a natureza dos dados;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
cessar a violação. mento;
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po- V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da- peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
CAPÍTULO V para uma determinada transferência, normas corporativas globais
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso
II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na-
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- cional.
mente é permitida nos seguintes casos: § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de-
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei; mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de e os princípios desta Lei.
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
rência; realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
b) cláusulas-padrão contratuais; mento, quando necessário.
c) normas corporativas globais; § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
tidos; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju- lamento.
rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves- § 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
internacional; com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
em acordo de cooperação internacional; nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
VII - quando a transferência for necessária para a execução de Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es- comunicadas à autoridade nacional.
pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente CAPÍTULO VI
esta de outras finalidades; ou DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. SEÇÃO I
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional cialmente quando baseado no legítimo interesse.
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
ou organismo internacional. lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
segredos comercial e industrial.
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Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados mente onerosa.
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
da segurança das informações e a análise do controlador com re- por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto
adotados. na legislação pertinente.
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
das próprias instruções e das normas sobre a matéria. no evento danoso.
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da- dos quando provarem:
dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis- I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes
tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência. é atribuído;
SEÇÃO II II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
teção de dados; ou
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
mento de dados pessoais. dados ou de terceiro.
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele-
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: vantes, entre as quais:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar I - o modo pelo qual é realizado;
esclarecimentos e adotar providências; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
vidências; época em que foi realizado.
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
pessoais; e deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Lei, der causa ao dano.
lador ou estabelecidas em normas complementares. Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple- das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon-
mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi- sabilidade previstas na legislação pertinente.
ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de CAPÍTULO VII
tratamento de dados. DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
gência SEÇÃO I
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- forma de tratamento inadequado ou ilícito.
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
dos: considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- § 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no a sua execução.
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
43 desta Lei. rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova dados pessoais, mesmo após o seu término.
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
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Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
retar risco ou dano relevante aos titulares. forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de- de dados pessoais;
finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este-
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; zou sua coleta;
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
dustrial; d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
IV - os riscos relacionados ao incidente; processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida-
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter de;
sido imediata; e e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
ou mitigar os efeitos do prejuízo. mos de participação do titular;
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta-
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
como: h) seja atualizado constantemente com base em informações
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. cas;
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de
a acessá-los. forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu-
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos e divulgadas pela autoridade nacional.
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
tares. técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
soais.
SEÇÃO II
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA CAPÍTULO VIII
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente SEÇÃO I
ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama- Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super- nal: (Vigência)
visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
tratamento de dados pessoais. das corretivas;
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil
aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a
gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
dados do titular. III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII ciso II;
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade firmada a sua ocorrência;
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
os titulares dos dados, poderá: a sua regularização;
I - implementar programa de governança em privacidade que, VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
no mínimo: VII - (VETADO);
VIII - (VETADO);
IX - (VETADO).
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
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que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de 6 este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen-
13.853, de 2019) to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio- deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orien-
nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra- § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios: para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
afetados; monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
II - a boa-fé do infrator; § 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
IV - a condição econômica do infrator; de multa simples ou diária.
V - a reincidência; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
VI - o grau do dano; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
VII - a cooperação do infrator; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- (Vigência)
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- CAPÍTULO IX
dade da sanção. DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de 11 AIS E DA PRIVACIDADE
de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019) SEÇÃO I
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55. (VETADO).
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for § 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
demonstrado de forma inequívoca e idônea. Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa 13.853, de 2019)
de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído
julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san- V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste artigo V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
2019) sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e nº 13.853, de 2019)
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
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Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cin- I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
co) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa-
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do 13.853, de 2019)
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853,
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre de 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad-
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi-
2019) to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controla-
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor dor não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação;
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cin- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
co) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. VI - promover na população o conhecimento das normas e das
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais
tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade;
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificidades
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o nº 13.853, de 2019)
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa-
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Ci- representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
vil da Presidência da República para o exercício de suas atividades. de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla-
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta-
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- 13.853, de 2019)
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
pela Lei nº 13.853, de 2019) bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
de 2019) sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
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tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetua- afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
do de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu entendi- tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
mento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº
2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela
sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos Lei nº 13.853, de 2019)
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853,
13.853, de 2019) de 2019)
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853,
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (In- de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento 13.853, de 2019)
de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Inclu- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou contra-
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento tos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públicos
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de nº 13.853, de 2019)
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (In-
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
de 2019) República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
regulação de setores específicos da atividade econômica e gover- 14.460, de 2022)
namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes Art. 56. (VETADO).
esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas Art. 5 7. (VETADO).
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o SEÇÃO II
tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
pela Lei nº 13.853, de 2019) AIS E DA PRIVACIDADE
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades Art. 58. (VETADO).
da administração pública responsáveis pela regulação de setores Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representantes,
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 13.853, de 2019)
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II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
de 2019) soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei 13.853, de 2019)
nº 13.853, de 2019) Art. 59. (VETADO).
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019) CAPÍTULO X
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (In- Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- “Art. 7º ..................................................................
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº .......................................................................................
13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das ca- obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
tegorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei proteção de dados pessoais;
nº 13.853, de 2019) ..............................................................................” (NR)
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial “Art. 16. .................................................................
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (In- .......................................................................................
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali-
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente pessoais.” (NR)
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
13.853, de 2019) dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
nº 13.853, de 2019) dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
pela Lei nº 13.853, de 2019) trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço operações de tratamento e a natureza dos dados.
público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem
13.853, de 2019) outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma-
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, do Brasil seja parte.
de 2019) Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela- Lei nº 13.853, de 2019)
boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Inclu- quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853,
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (In- Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) da República.

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CAPÍTULO II
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 OU ESTRANGEIRA

LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio-
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes- pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º
soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, , que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
nacional ou estrangeira, e dá outras providências. contra princípios da administração pública ou contra os compromis-
sos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
nada;
CAPÍTULO I II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
DISPOSIÇÕES GERAIS qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva ad- III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física
ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
administração pública, nacional ou estrangeira. identidade dos beneficiários dos atos praticados;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades IV - no tocante a licitações e contratos:
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in- a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
dependentemente da forma de organização ou modelo societário quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li-
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida- citatório público;
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de de procedimento licitatório público;
direito, ainda que temporariamente. c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva- oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre- d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
ou não. participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res- f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento,
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
ilícito. da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemen- g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
te da responsabilização individual das pessoas naturais referidas no contratos celebrados com a administração pública;
caput . V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos,
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsa- entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive
bilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- sistema financeiro nacional.
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
cisão societária. e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estran-
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas
da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e re- jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
paração integral do dano causado, até o limite do patrimônio trans- de país estrangeiro.
ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta
fraude, devidamente comprovados. Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamen- em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
te responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin- em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo po-
do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e der público de país estrangeiro ou em organizações públicas inter-
reparação integral do dano causado. nacionais.

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CAPÍTULO III autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu-
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju- § 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro-
rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
Lei as seguintes sanções: jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao -Geral da União - CGU terá competência concorrente para instaurar
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei,
sua estimação; e para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu-
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta
ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con- Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser-
creto e com a gravidade e natureza das infrações. vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece- Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de
pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público. 30 de novembro de 2000.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa-
em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada
causado. pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível vidores estáveis.
utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação
a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses- judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o
senta milhões de reais). caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor- vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi- apreensão.
ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá- § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da
publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação investigação.
de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
belecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a
ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e
§ 6º (VETADO). eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- motivada as sanções a serem aplicadas.
ções: § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante
I - a gravidade da infração; ato fundamentado da autoridade instauradora.
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon-
III - a consumação ou não da infração; sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; para defesa, contados a partir da intimação.
V - o efeito negativo produzido pela infração; Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis-
VI - a situação econômica do infrator; são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in- para julgamento.
frações; Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e sanções estabelecidas nesta Lei.
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
pessoa jurídica; mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o pública.
órgão ou entidade pública lesados; e Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
X - (VETADO). sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
em regulamento do Poder Executivo federal. das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
sócios com poderes de administração, observados o contraditório e
CAPÍTULO IV a ampla defesa.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à cia, para apuração de eventuais delitos.
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CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DO ACORDO DE LENIÊNCIA DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú- Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa
blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es-
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo- fera judicial.
rem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta
sendo que dessa colaboração resulte: Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação ju-
couber; e dicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
provem o ilícito sob apuração. infratoras:
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebra- I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem
do se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração,
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, do-
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo- ações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de insti-
pere plena e permanentemente com as investigações e o processo tuições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que soli- prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
citada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi-
§2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa ju- nada quando comprovado:
rídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual
art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri- II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilí-
gação de reparar integralmente o dano causado. citos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias § 2º (VETADO).
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
processo. cumulativa.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re-
de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários
condições nele estabelecidas. à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú- causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter-
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das ceiro de boa-fé.
investigações e do processo administrativo. Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque-
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a autoridades competentes para promover a responsabilização admi-
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo nistrativa.
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú- Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o
blica do referido descumprimento. rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei. parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe- apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Exe- sentença.
cutivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra
a administração pública estrangeira. CAPÍTULO VII
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor- DISPOSIÇÕES FINAIS
do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de
ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca-
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
em seus arts. 86 a 88. publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar
e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por
eles aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
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acerca das sanções aplicadas: 1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en- pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata-
tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
II - tipo de sanção; e 2011.
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
ou impeditivo da sanção, quando for o caso. a data de sua publicação.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º
atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as in- da República.
formações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
administrativo.
DECRETO Nº 11.129 DE 11/07/2022.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento. DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que
ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas
e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio-
órgão ou entidade sancionadora. nal ou estrangeira.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins- o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 DECRETA:
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores CAPÍTULO I
aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescri- nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
ção será interrompida com a instauração de processo que tenha por § 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati-
objeto a apuração da infração. cados:
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi- I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública
nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. estrangeira, ainda que cometidos no exterior;
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen- II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro-
tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. duzam ou possam produzir efeitos; ou
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge- III - no exterior, quando praticados contra a administração pú-
rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su- blica nacional.
cursal aberta ou instalada no Brasil. § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati- ou de direito.
vamente nos termos da legislação específica aplicável. Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes-
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad-
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis-
que cometidos no exterior. trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da CAPÍTULO II
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
constitua infração à ordem econômica.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta SEÇÃO I
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de- DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
correntes de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade
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e mediante despacho fundamentado, decidirá: empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo,


I - pela abertura de investigação preliminar; três anos de tempo de serviço na entidade.
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida-
III - pela recomendação de arquivamento da matéria. des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará- as orientações técnicas vigentes.
ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios § 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis-
federal. tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à
§ 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente ampla defesa e ao contraditório.
pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma § 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de
estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me-
ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre- diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida-
gados públicos. de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne- Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir-
cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to- cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro-
das as diligências admitidas em lei, notadamente: cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar especificar eventuais provas que pretenda produzir.
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação; § 1º A intimação prevista no caput:
II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou- apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis-
tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame; são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da
III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação multa, previstos no art. 23; e
de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede II - solicitará a apresentação de informações e documentos,
de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle; nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que
IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com- permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica.
partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves- § 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:
tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa
5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional; jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva- II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento
lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e
necessárias para a investigação e para o processamento dos atos III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou jurídica processada.
VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas § 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será
ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei- feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi-
ras, ou a organizações públicas internacionais. cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon-
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre-
§ 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de
excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante publicação do edital.
ato da autoridade a que se refere o caput. § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de-
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto- fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os
ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas demais prazos, independentemente de notificação ou intimação,
de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe-
materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para tição de qualquer ato processual já praticado.
decisão sobre a instauração do PAR. Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro-
SEÇÃO II cessada.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO § 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica-
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-
Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento -se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da
do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi- § 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as
ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado. demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa-
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer- da se manifeste nos autos.
cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve- § 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in-
dada a subdelegação. timada de todos os atos processuais, independentemente de pro-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis. gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su-
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua- cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti-
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes-
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soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os produzidas no PAR.


pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul-
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no
§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo
a comissão poderá: julgamento do PAR.
I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido
dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con-
justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou tado da data de publicação da decisão.
II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as § 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no
novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri-
indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do -las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi-
art. 6º. ção do pedido de reconsideração.
§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa- § 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para
ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu-
programa de integridade, a comissão processante deverá examiná- blicar nova decisão.
-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime- § 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con-
tria das sanções a serem aplicadas. cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri-
Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de
de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu- publicação da nova decisão.
rado amplo acesso aos autos. Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar- nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações
tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial- e contratos da administração pública que também sejam tipifica-
mente em meio digital, mediante requerimento. dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados
Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito
funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos procedimental previsto neste Capítulo.
sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti- § 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au-
dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º. toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será
Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co- encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para
missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even- que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul-
tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su- gamento pelo Ministro de Estado competente.
gerirá, de forma motivada: § 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res-
I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con-
dosimetria, ou o arquivamento do processo; tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art.
II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe- 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º
tente para instrução de processo administrativo específico para da Lei nº 12.846, de 2013.
reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do
tenha resultado dano ao erário; Poder Executivo federal, competência:
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame
12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto, de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive
da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.
complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos; § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual-
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais-
termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e quer das seguintes circunstâncias:
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
quando cabível. competente;
Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de II - inexistência de condições objetivas para sua realização no
encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti- órgão ou na entidade de origem;
tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter- III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias. órgão ou com a entidade atingida; ou
Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au- V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de
toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à um órgão ou entidade da administração pública federal.
unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR. § 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública
Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os
encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os
será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur-
assistência jurídica competente. so.
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú-
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blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen- Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha
tal previsto neste Capítulo. tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do
pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado- último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos
ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad- os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado
ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul-
e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis
do envio de documentação complementar, na hipótese de novas mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite
provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização. mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação.
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores
CAPÍTULO III correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo:
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMEN- I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos;
TOS JUDICIAIS II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica;
SEÇÃO I III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci-
DISPOSIÇÕES GERAIS mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú-
Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san- blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios;
ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº IV - um por cento para a situação econômica do infrator que
12.846, de 2013: apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores
I - multa; e a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração
II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio- do PAR;
nadora. V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra- ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada
ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos
de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração
a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também anterior; e
estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros
restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con- instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou
tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR. com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão
considerados os seguintes percentuais:
SEÇÃO II a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
DA MULTA talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto mil reais);
da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
PAR, excluídos os tributos. talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de: totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do reais); ou
disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 - e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Código Tributário Nacional; totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa milhões de reais).
jurídica acusada, no Brasil ou no exterior; Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons-
III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa- tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra-
ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios, ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento.
tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con- Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22
tratos, entre outras; e serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen-
IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela tuais da base de cálculo:
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura- I - até meio por cento no caso de não consumação da infração;
ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas. II - até um por cento no caso de:
§ 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se- a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica
rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do
PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação ato lesivo; ou
dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida
de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra- e de danos resultantes do ato lesivo;
ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da
concorrido para a sua prática. pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in-
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dependentemente do acordo de leniência; III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes- decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica
V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa infratora.
jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os § 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
parâmetros estabelecidos no Capítulo V. metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados
Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu- não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o §
ais máximos, quando observadas as seguintes condições: 1º.
I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan- Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli-
do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos; cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o
II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis- limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013.
são ocorrer antes da instauração do PAR; e § 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao
III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.
de integridade for anterior à prática do ato lesivo. § 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri-
Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica
art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató- colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que
rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des-
que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida. contando-se as frações da multa eventualmente já pagas.
Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
limite: SEÇÃO III
I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMINIS-
for possível sua estimativa, e: TRATIVA SANCIONADORA
a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela
II - máximo, o menor valor entre: prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos
a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
for maior entre os dois valores; cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente:
b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele-
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi-
sobre vendas; ou ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional;
c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade
vantagem auferida. pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
§ 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul- III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e
tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula- em destaque na página principal do referido sítio.
do para o limite mínimo. Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita
§ 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art. a expensas da pessoa jurídica sancionada.
23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite SEÇÃO IV
mínimo estabelecido no caput. DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres-
ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten- Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela
dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis-
pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato posto no art. 15.
lesivo. § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
§ 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento
estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me- que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
todologias: § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te-
I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati- nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa-
vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará
comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias
hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu- e fundações públicas federais.
ção dos respectivos contratos; § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição.
os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à § 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em
pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18
pessoa jurídica infratora; ou será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio-
nal.
§ 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do
previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual-
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quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica. com o Advogado-Geral da União.
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União
SEÇÃO V nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe-
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10
de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015,
Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.
publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega-
caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos
danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali- de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes
dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação federativos.
do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le-
judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas. niência deverá:
Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in- I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re-
judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas levante;
as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins- II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo
crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa. a partir da data da propositura do acordo;
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le-
públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado- sivos;
ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem-
Procuradoria-Geral do Banco Central. pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento;
V - fornecer informações, documentos e elementos que com-
CAPÍTULO IV provem o ato ilícito;
DO ACORDO DE LENIÊNCIA VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau-
sado; e
Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o
decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi-
à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da
contra a administração pública nacional ou estrangeira. infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se-
da lei: rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em
I - o incremento da capacidade investigativa da administração reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali-
pública; dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o
II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento.
ativos; e § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado. do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do
jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei devido processo administrativo ou judicial.
nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº § 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor-
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial
vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja
colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re- identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:
sultar dessa colaboração: I - computados uma única vez para fins de quantificação do va-
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e
couber; e II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá-
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado.
provem a infração sob apuração. Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve-
rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica
Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi-
casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira. mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego-
Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria- ciação importará a desistência da proposta.
-Geral da União e do Advogado-Geral da União: § 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes
I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou
da União nos processos de negociação e de acompanhamento do por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob-
cumprimento dos acordos de leniência; e servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi- § 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a
nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente ser elaborado no PAR.
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§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos
acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria- incisos II a VII do caput do art. 37;
-Geral da União. II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri-
§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên- mento do acordo;
cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên- III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento
cia da Controladoria-Geral da União. do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784
§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru- da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
ída em processo administrativo específico, que conterá o registro IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa
dos atos praticados na negociação. de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo
Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será V, bem como o prazo e as condições de monitoramento;
submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se
existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne- refere o inciso VI do caput do art. 37; e
gociação. VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten- inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo-
dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme- res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de
tros da negociação do acordo de leniência. prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com-
§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a põem o escopo do acordo.
qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul-
critério da administração pública federal. gar os processos administrativos que apurem infrações administra-
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos: tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021,
I - interrompe a prescrição; e e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham
II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, sido noticiados por meio do acordo de leniência.
em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias. Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável
Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins- de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em
taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele- consideração os seguintes critérios:
bração de acordo de leniência poderá ser suspenso. I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo: lesivos;
I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e
o esclarecimento dos fatos; e III - o compromisso de assumir condições relevantes para o
II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató- cumprimento do acordo.
rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto
a instrução processual. de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro-
Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos ladoria-Geral da União.
de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti- Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial-
dades da administração pública federal relacionados com os fatos mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a
objeto do acordo em negociação. negociação e após a celebração do acordo de leniência.
Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni- § 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da
ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta- pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público,
do da data da assinatura do memorando de entendimentos. ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror- § 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência
rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam. da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados
Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza-
sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes-
lesivo. mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da
§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da própria pessoa jurídica.
proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra-
art. 38. zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos
§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei
federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro- nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento
cesso de negociação de acordo de leniência. dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re- termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015.
lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con-
de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa-
conhecimento da autoridade por qualquer outro meio. mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as- I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra-
segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo tiva sancionadora;
e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub-
do caso concreto, reputem-se necessárias. venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos
Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi- e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú-
ções, cláusulas que versem sobre: blico;
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III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis- I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda-
posto no art. 27; ou mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs- da Lei nº 12.846, de 2013;
tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de II - maior vantagem para a administração, de maneira que se-
licitações e contratos. jam alcançadas melhores consequências para o interesse público
§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo;
de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de
o escopo do acordo. modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições
§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- originalmente pactuadas;
soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a
ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven-
respeitadas as condições nele estabelecidas. cimento do prazo para seu adimplemento; e
Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple- V - higidez das garantias apresentadas no acordo.
mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con-
trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire- siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais
tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen- condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen-
sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de to do programa de integridade.
remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público. Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados
§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da
dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in- União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações.
formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas CAPÍTULO V
e de conformidade com as políticas e visitas técnicas. DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in-
da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto
interesse das investigações. de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria
Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de
colaboradora, a autoridade competente declarará: códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo
I - o cumprimento das obrigações nele constantes; de:
II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e
6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou
como das demais sanções aplicáveis ao caso; estrangeira; e
III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente
art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e organizacional.
IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra- Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu-
tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto. rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os
Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au- riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua
toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri- vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re-
mento: ferido programa, visando garantir sua efetividade.
I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado,
da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes
julgar rescindido o acordo; parâmetros:
II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu-
serão executados: ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao
a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu- programa, bem como pela destinação de recursos adequados;
almente já pagas; e II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi-
b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi-
indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des- nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida;
contando-se as frações eventualmente já pagas; e III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri-
III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre- dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece-
vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável. dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;
Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o
será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de programa de integridade;
três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP. V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia-
Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro-
deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac- grama de integridade e a alocação eficiente de recursos;
tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci-
requisitos: sa as transações da pessoa jurídica;
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VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a CAPÍTULO VI


confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUS-
jurídica; PENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos
no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi- Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati-
intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição
a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
certidões; administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca- mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
lização de seu cumprimento; to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen- de 1993;
te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo- administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do
a-fé; art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de da Lei nº 14.133, de 2021;
integridade; III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados,
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir- o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da
regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
dos danos gerados; de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para: 14.133, de 2021;
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais IV - suspensão temporária de participação em licitação e im-
como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá- pedimento de contratar com a administração pública, conforme
rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso- disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de
ciados; novembro de 2011;
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex- V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola- administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do
boradores e pessoas jurídicas de que participem; e art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
c) realização e supervisão de patrocínios e doações; VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei
reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis-
envolvidas; e posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
XV - monitoramento contínuo do programa de integridade VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº fevereiro de 1998; e
12.846, de 2013. IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por de 5 de junho de 2001.
meio de aspectos como: Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san-
I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores; ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações
II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que
ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte; não sejam de natureza administrativa.
III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de Art. 59. O CNEP conterá informações referentes:
unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores, I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de
ou da estruturação de grupo econômico; 2013; e
IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com
ou representantes comerciais; fundamento na Lei nº 12.846, de 2013.
V - o setor do mercado em que atua; Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
VI - os países em que atua, direta ou indiretamente; cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão
VII - o grau de interação com o setor público e a importância registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do
de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações, acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações
licenças e permissões governamentais em suas operações; e ou ao processo administrativo.
VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in- Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros
tegram o grupo econômico. a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao informações referentes a:
ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia- I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada;
ção de que trata o caput.

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II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio- ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
Pessoas Físicas - CPF; respeito a:
III - tipo de sanção; I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru-
IV - fundamentação legal da sanção; to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a
V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção; que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi-
da sanção ou data de aplicação da sanção; nária da decisão administrativa sancionadora;
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção, III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for-
quando couber; ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora; de pequeno porte; e
IX - valor da multa, quando couber; e IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber. em face de pessoas jurídicas e entes privados.
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca-
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
autoridade competente. de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
CEIS ou do CNEP se dará: de leniência; e
I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san- b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de
ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ativos; e
ato sancionador; ou II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar-
II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: conexos.
a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san- Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen-
cionada; te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes
b) cumprimento integral do acordo de leniência; de sua vigência.
c) reparação do dano causado; Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de
d) quitação da multa aplicada; e 2015.
e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci- Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022.
são administrativa sancionadora.
Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da
trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe- República.
cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE
Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS
26/02/2021.
e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
entidade sancionadora.
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re-
quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma-
Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm- zenamento de dados e de computação em nuvem a serem obser-
bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão vados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos do Brasil.
administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria- O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
-Geral da União. de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com
exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei- base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de
tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas, 14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de
inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência. setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro
Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de
de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad- 2009,
ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo RESOLVEU:
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
público.
Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
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CAPÍTULO I c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele-


DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO vância; e
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança da relevância dos incidentes;
cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança
processamento e armazenamento de dados e de computação em cibernética na instituição, incluindo:
nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio- a) a implementação de programas de capacitação e de avalia-
nar pelo Banco Central do Brasil. ção periódica de pessoal;
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre-
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui- c) o comprometimento da alta administração com a melhoria
ções legais. contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber-
nética; e
CAPÍTULO II VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre
DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais
instituições referidas no art. 1º.
SEÇÃO I § 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re-
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ- feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade
TICA da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a
incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar § 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do
e manter política de segurança cibernética formulada com base em caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a
princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade, prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de
a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor- informações, a realização periódica de testes e varreduras para de-
mação utilizados. tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos,
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com: o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui- de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu-
ção; tenção de cópias de segurança dos dados e das informações.
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos, § 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do
serviços, atividades e processos da instituição; e caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste-
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa- mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em-
bilidade da instituição. pregadas nas atividades da instituição.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética § 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como
única por: o controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput,
I - conglomerado prudencial; e devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres-
II - sistema cooperativo de crédito. tadoras de serviços a terceiros.
§ 3º As instituições que não constituírem política de seguran- § 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput,
ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com-
formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados
administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição. pela própria instituição.
Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar,
no mínimo: SEÇÃO II
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição; DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob- Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
jetivos de segurança cibernética; aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi-
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras- ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
informações sensíveis; sensibilidade das informações.
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con-
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
instituição; SEÇÃO III
V - as diretrizes para: DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes-
tes de continuidade de negócios; Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre- plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação
venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em- da política de segurança cibernética.
presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger,
informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das no mínimo:
atividades operacionais da instituição; I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade-
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quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser-
às diretrizes da política de segurança cibernética; viço de assegurar:
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con- b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu-
incidentes relevantes. peração dos dados e das informações processados ou armazenados
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire- pelo prestador de serviço;
tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu- d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para
ção do plano de ação e de resposta a incidentes. a prestação do serviço a ser contratado;
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem- e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados
penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito por empresa de auditoria especializada independente contratada
de interesses. pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con-
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela- troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade-
a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de- quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;
zembro. g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo: tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
I - a efetividade da implementação das ações descritas no art. h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos
6º, parágrafo único, inciso I; dados e das informações dos clientes da instituição.
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro- § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado,
tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve
utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art. considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
6º, parágrafo único, inciso II; das informações a serem processados, armazenados e gerenciados
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci- pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza-
bernético ocorridos no período; e da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con- § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor-
siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes. mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: documentados.
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet,
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine- referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o
xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os
ao da data-base. efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões
Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e do aplicativo.
o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º § 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces-
devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados,
inexistência, pela diretoria da instituição. inclusive para análise de informações e uso de recursos providos
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e nos termos da alínea “f” do inciso II do caput.
de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços
mínimo, anualmente. de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição
contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um
CAPÍTULO III dos seguintes serviços:
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E AR- I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra-
MAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam
à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po-
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de instituição ou por ela adquiridos;
riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela
tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos
contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen- computacionais do prestador de serviços; ou
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados
ou no exterior. ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re-
cursos computacionais do próprio prestador de serviços.
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados
contratação de serviços relevantes de processamento e armazena- no art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce- disponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos servi-
dimentos que contemplem: ços contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da
I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão regulamentação em vigor.
proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen-
que estejam expostas; e to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser
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comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
do Brasil. a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se- prestador de serviços ou à instituição contratante; e
guintes informações: b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa
I - a denominação da empresa contratada; contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
II - os serviços relevantes contratados; e alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os dados recebidos;
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena- V - o acesso da instituição contratante a:
dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a
art. 16, no caso de contratação no exterior. verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput;
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au-
dez dias após a contratação dos serviços. ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora-
informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II,
Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual. alínea “f”;
Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen- VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta- contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a
dos no exterior deve observar os seguintes requisitos: instituição;
I - a existência de convênio para troca de informações entre o VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con-
Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu-
onde os serviços poderão ser prestados; mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos dados armazenados e às informações sobre seus processamentos,
serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun- às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos
cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil; códigos de acesso aos dados e às informações;
III - a instituição contratante deve definir, previamente à con- VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de-
tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po- corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e
derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces- IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição
sados e gerenciados; e contratante permanentemente informada sobre eventuais limita-
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento
continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu- da legislação e da regulamentação em vigor.
tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços. Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti-
I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do tuição contratante pelo Banco Central do Brasil:
Banco Central do Brasil para: I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir-
I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con-
antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes
Resolução; e aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações
II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in- sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das
formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII
de sessenta dias antes da alteração contratual. do caput que estejam em poder da empresa contratada; e
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as institui- II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re-
ções deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in-
países e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de
prestados não restringem nem impedem o acesso das instituições antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:
contratantes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informa- a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido
ções. de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra- pelo responsável pelo regime de resolução; e
tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em
trata o § 2º devem ser documentados. que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante.
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação
processamento, armazenamento de dados e computação em nu- de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
vem devem prever: compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi-
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser- dades de registro ou de depósito centralizado.
viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
processados e gerenciados;
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e
armazenamento dos dados citados no inciso I do caput;
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se-
gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das
informações dos clientes;
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CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil
que suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regu- pelo prazo de cinco anos:
lamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade de ne- I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de
gócios, sobre: que trata o art. 2º;
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da- III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci-
dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários dentes, de que trata o art. 6º;
que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe- IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
lecimento da operação normal da instituição; e V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti- 12, § 2º;
nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”. VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para serviços prestados no exterior;
gerenciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de- VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi-
vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: do no caput a partir da extinção do contrato;
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21,
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos
de computação em nuvem contratados; citados mecanismos; e
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ-
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in- ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
ciso I do caput; e Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser- como estabelecer:
viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento
situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- de informações, nos termos do art. 22;
dências para o reinício das suas atividades. II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a
Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e docu- serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan-
mentar os critérios que configurem uma situação de crise de que ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
trata o inciso III do caput. III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei-
Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in-
mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as- terrompidos; e
segurar a implementação e a efetividade da política de segurança IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se-
cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re- rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re-
quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze- solução.
namento de dados e de computação em nuvem, incluindo: Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e de processamento, armazenamento de dados e de computação em
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de ser- I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º,
viços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera- no caso de serviços prestados no exterior; e
das na definição dos mecanismos de que trata o caput. II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme- no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021.
tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável, Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restri-
compatíveis com os controles internos da instituição. ções para a contratação de serviços de processamento e armazena-
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, mento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a
as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati- qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem
vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecen-
relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV. do prazo para a adequação dos referidos serviços.
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger Art. 27. Ficam revogadas:
informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
prestadoras de serviços a terceiros. II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021.
ao Banco Central do Brasil.

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5. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente


QUESTÕES Comercial - Prova A- O Internet banking facilita a realização de tran-
sações bancárias, mas também oferece risco para usuários finais
que são pessoas naturais. Para minimizar os riscos, o Banco Central
do Brasil determina que os participantes provedores de conta tran-
1. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia
sacional do Pix devem estabelecer limites máximos de valor para
- Microrregião 158 - TI- No Sistema Financeiro Nacional, identifi-
iniciação de um Pix com finalidade de compra ou de transferência,
cam-se os bancos-sombra (shadow banks) como bancos que
por conta transacional, e possibilidade de diferenciação do limite
(A) possuem diversos tipos de carteiras em suas operações ati-
estabelecido para o período diurno e para o período noturno.
vas.
Os participantes poderão, a seu critério, ofertar funcionalidade
(B) se especializam em transações financeiras como bancos es-
para que o usuário final possa solicitar que o período noturno com-
trangeiros.
preenda o período entre
(C) se concentram em transações financeiras no mercado local.
(A) 21 horas e 6 horas
(D) realizam operações financeiras à margem do sistema de re-
(B) 22 horas e 6 horas
gulação e supervisão do Banco Central do Brasil.
(C) 23 horas e 6 horas
(E) se originam a partir de indivíduos que se associam para
(D) 0 hora e 7 horas
prestar serviços financeiros a seus associados.
(E) 1 hora e 7 horas
2. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia
6. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente
- Microrregião 158 - TI- Ao longo das crises financeiras agudas, em
Comercial - Prova A- Um pesquisador em ciências da informação
que se observam elevada incerteza e temor em relação à solvência
busca descobrir como os vários sistemas financeiros nacionais tra-
de empresas e bancos, a extrema preferência por liquidez tende
tam a proteção dos seus bancos de dados contra ataques cibernéti-
a fazer com que os agentes econômicos aumentem as práticas de
cos que se tornaram comuns na contemporaneidade.
entesouramento.
Nos termos da Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de
Nesse contexto, a moeda assume, precipuamente, a função de
2018, que dispõe sobre a política de segurança cibernética aplicável
(A) meio de financiamento dos investimentos
às instituições financeiras, devem ser observados, no mínimo, os
(B) meio de troca
controles específicos, incluindo os voltados para a rastreabilidade
(C) unidade de conta
da informação, que busquem garantir a segurança das
(D) escambo
(A) relações empresariais
(E) reserva de valor
(B) situações sigilosas
(C) bases financeiras
3. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia
(D) questões litigiosas
- Microrregião 158 - TI- A economia digital propiciou a criação de
(E) informações sensíveis
um modelo de negócios em que uma empresa gerencia uma plata-
forma digital por meio da qual diversas empresas, concorrentes ou
7. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial -
não, ofertam e vendem produtos e serviços on-line num ambiente
Prova B- Quando um cliente paga uma conta mensal de energia elé-
que se assemelha a um shopping virtual. A plataforma digital des-
trica em uma casa lotérica, essa lotérica está atuando como
crita acima é denominada
(A) correspondente bancário
(A) startup
(B) banco digital
(B) marketplace
(C) banco comercial
(C) fintech
(D) banco múltiplo
(D) mobile banking
(E) agência postal
(E) internet banking
8. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial -
4. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente de Tecnologia
Prova B- Os contratos celebrados entre um banco e seus clientes
- Microrregião 158 - TI- A principal característica dos bancos exclu-
estabelecem tarifas, limites de crédito, taxas de juros, pagamentos
sivamente digitais é a
mínimos, datas e prazos para pagamento, dentre outros aspectos
(A) oferta de produtos e serviços por meio digital.
regulados. O estabelecimento de contratos só pode ocorrer devido
(B) oferta de serviços por meio de agências bancárias.
à função de unidade de conta da moeda.
(C) oferta de todos os serviços operados pelos bancos múlti-
A função de unidade de conta da moeda diz respeito à
plos.
(A) possibilidade de separar no tempo e no espaço as transa-
(D) ausência de operações com moeda estrangeira.
ções de compra das transações de venda.
(E) cobrança de taxas similares às cobradas pelos bancos tra-
(B) coincidência de interesses entre as partes envolvidas nas
dicionais.
transações, possibilitando que o contrato seja firmado.
(C) preservação do valor da moeda em data futura, com relação
ao momento da assinatura do contrato
(D) determinação da quantidade de unidades monetárias que
liquidam as obrigações de um contrato.
(E) capacidade da moeda ser facilmente trocada por outros ati-
vos sem perda significativa do seu valor.
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9. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - 13. CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia - Técnico Cientí-
Prova B- Liquidez é a capacidade de conversão de um bem em di- fico - Tecnologia da Informação- Existe um tipo de instituição finan-
nheiro. ceira, formada pela associação de pessoas, cujo objetivo é prestar
Considerando-se apenas os efeitos da transformação digital do serviços financeiros exclusivamente aos seus associados, tais como
sistema financeiro sobre a liquidez dos ativos financeiros, espera-se conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, emprésti-
que todos os ativos abaixo possam apresentar ganhos de liquidez, mos e financiamentos. Trata-se de instituição financeira que, em-
EXCETO bora supervisionada pelo Banco Central do Brasil, não tem acesso à
(A) Cédulas e moedas câmara de compensação de cheques, aos créditos oficiais, à reserva
(B) Certificados de Depósito Bancário e de Depósito Interban- bancária e ao mercado interfinanceiro.
cário (CDB e CDI)
(C) Depósitos em caderneta de poupança A instituição financeira descrita é denominada
(D) Títulos privados, como letras hipotecárias e letras de câm- (A) banco comercial
bio (B) caixa econômica
(E) Títulos Públicos (C) cooperativa de crédito
(D) banco comercial cooperativo
10. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial - (E) corretora de títulos e valores mobiliários
Prova B- O crédito rural é a modalidade de financiamento destinado
ao segmento rural. Ele atende a diversas finalidades das empresas 14. CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia - Técnico Ban-
que atuam no setor agropecuário. cário- Na composição do Sistema Financeiro Nacional no Brasil, o
O crédito rural destinado ao financiamento da aquisição de órgão normativo responsável pela fixação das metas para a inflação,
equipamentos, como tratores e colheitadeiras, por parte dos pro- pelas diretrizes da política cambial e pelas normas inerentes ao fun-
dutores agropecuários, atende à finalidade de crédito de cionamento das instituições financeiras é o(a)
(A) investimento (A) Banco Central do Brasil
(B) custeio (B) Banco do Brasil
(C) comercialização (C) Conselho Monetário Nacional
(D) industrialização (D) Caixa Econômica Federal
(E) exportação (E) Comissão de Valores Mobiliários

11. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial 15. CESGRANRIO - 2023 - BANRISUL - Escriturário- O Pix possui
- Prova B- Nos financiamentos destinados à compra de imóveis, as uma estrutura flexível e aberta de participação a fim de garantir o
instituições financeiras exigem, do devedor, uma modalidade de acesso e o surgimento de participantes que ofertem serviços inova-
garantia, operacionalizada através da oferta de um bem, que geral- dores e diferenciados que atendam às necessidades dos usuários
mente assume a forma de um imóvel. finais.
A garantia em questão é denominada
(A) fiança A participação no Pix é obrigatória para as instituições finan-
(B) penhor mercantil ceiras e para as instituições de pagamento autorizadas a funcionar
(C) aval pelo Banco Central do Brasil, que tenham uma quantidade de con-
(D) fiança bancária tas de clientes ativas acima de
(E) hipoteca
(A) 100.000
12. CESGRANRIO - 2023 - Banco do Brasil - Agente Comercial (B) 200.000
- Prova B- Como parte integrante do Sistema Financeiro Nacional, (C) 300.000
o Conselho Monetário Nacional (CMN) funciona como instituição (D) 400.000
cuja função é predominantemente (E) 500.000
(A) normativa
(B) executora
(C) bancária
(D) produtiva
(E) financeira

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______________________________________________________
GABARITO
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______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 E
3 B ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 E
______________________________________________________
7 A
8 D ______________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 A
______________________________________________________
11 E
12 A ______________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 C
______________________________________________________
15 E
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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