Anestesico Local

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Um homem com 49 anos de idade procura atendimento o dontoló gico com

queixa de dor intolerável, pulsátil, constante e difusa na região de molares


inferiores, lado esquerdo. O paciente mostra -se debilitado e relata e star “g
ripado”, ter tido febre alta nos últimos dois dias. Após exame clínico, foi
estabelecido o diagnóstico de pulpite irreversível no dente 36 e realizado
o tratamento endodôntico.

Considerando a opção de prescrição medicamentosa par a conforto e controle


da dor pós-o peratória, qual é o fármaco de eleição.
Faça a prescrição.
Vamos aprender a prescrever?

• Receita;
• Receita de Analgésico
• Receita de Antiinflamatório
• Receita de Antibiótico
Anestesia local

Ada Lavor
A anestesia local é definida como
um bloqueio reversível da condução
nervosa, determinando perda
das sensações sem alteração do
nível de consciência

(Ferreira,
1999).
Pauta
O que vamos aprender hoje

01
COMO AGEM OS ANESTÉSICOS LOCAIS

02
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
ANESTÉSICOS LOCAIS
Os assírios, por volta de 1000 a.C., comprimiam a carótida (artéria que leva
sangue para o cérebro) do paciente até que ele ficasse inconsciente.

Na Europa medieval era comum a concussão cerebral. ...

No século 4 a.C., Hipócrates, o “pai da medicina”, lançava mão da esponja


soporífera (impregnada de ópio, vinho e plantas como o meimendro e a
mandrágora) sob o nariz de seus doentes para nocauteá-los...

Horace Wells - 1846 - Óxido Nitroso


1860– COCAÍNA: primeiro anestésico local na Medicina e Odontologia que
foi a cocaína, isolada da Erytroxycolon coca

1905 – PROCAÍNA: derivado sintético, que deu início à descoberta dos


anestésicos locais utilizados até hoje (GRUPO ÉSTER)

1943 – LIDOCAÍNA: INÍCIO DA ERA DOS GRUPO ANESTÉSICOS


LOCAIS DO GRUPO AMINA
COMO AGEM OS ANESTÉSICOS LOCAIS

Suprimem a condução do
estímulo nervoso de
forma reversível
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

São bases fracas


Pouco solúveis em água

Instáveis quando expostos ao ar


Para uso clinico, são adicionados ao acido cloridrico, formando
um sal, o cloridrato, que apresenta maior solubilidade e
estabilidade na solução
3 porções bem definidas

1- Hidrofíilica – injeção
nos tecidos

2- Lipofílica- Difusão do
anestesico

3- Cadeia Intermediária

Dividem-se baseados na
cadeia intermediária da
formula

•ESTER
•AMINA
ATUALMENTE

•OS ANESTÉSICOS LOCAIS MAIS UTILIZADOS EM ODONTOLOGIA


SÃO AMINAS TERCIÁRIAS

•CONSTITUEM-SE EM UMA ALTERNATIVA MENOS TÓXICA , MAIS


EFETIVA E COM POTENCIAL ALERGÊNICO MENOR QUE OS
ANESTÉSICOS TIPO ÉSTER .
CARACTERÍSTICAS IDEAIS

•Baixa toxicidade sistêmica;

•Não ser irritante aos tecidos

•Não causar lesão permanente às estrut uras nervosas.

•O tempo para início da anestesia deve ser o mais curto possível

•Duração de ação suficiente para a realização do procedimento cirúrgico

•Ação reversível
BIOTRANSFORMAÇÃO

ÉSTERES AMIDAS

•HIDROLISADOS POR COLINESTERASES •HIDROLISADOS POR ENZIMAS


PLASMÁTICAS MICROSSOMAIS HEPÁTICAS •MAIOR
•MENOR TEMPO DE DURAÇÃO DO DURAÇÃO DE EFEITO QUE ALs DO
EFEITO ANESTÉSICO GRUPO ÉSTER
OS ÉSTERES FORAM OS 1° AL A SEREM
SINTETIZADOS, TENDO COMO SURGIRAM A PARTIR DE 1948, COM A
PRECURSOR A COCAÍNA. SÍNTESE DA LIDOCAÍNA
ALTAMENTE ALERGÊNICO
Classificação dos anestésicos locais quanto a sua
composição
Classificados quanto a sua duração:
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

Potência- relação direta com a lipossolubilidade do fármaco

Alta lipossolubilidade

relacionado com a movimentação dos


Peso molecular anestésicos locais no canal de sódio da
membrana nervosa
Quanto maior a lipossolubilidade, maior a
Grau de
toxicidade e menor a margem de segurança
lipossolubilidade
do anestésico local
REQUISITOS PARA A
 Obter a história médica do paciente (por meio
PRÁTICA ANESTÉSICA:
da anamnese);

 Conhecimento da solução anestésica e seu

mecanismo de ação;

 Conhecimento da anatomia;

 Dominar as técnicas anestésicas e

instrumentais adequados
Lidocaína
Mepivacaína
Prilocaína
Articaína
Bupivacaína
Benzocaína
Lidocaína
Ação vasodilatadora, o que promove sua rápida eliminação do local da injeção, a
duração da anestesia pulpar é limitada a apenas 5-10 min.

Associada a um vasoconstritor : 40-60 min de anestesia pulpar / Tec. Mole : 120-


150 min;

É metabolizada no fígado e eliminada pelos rins;

Meia-vida plasmática é de 1,6 h


Mepivacaína
Potência anestésica similar à da lidocaína;

Início de ação entre 1,5-2 min;

Produz discreta ação vasodilatadora. Por isso, quando empregada na forma pura,
sem vasoconstritor (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais
duradoura do que a lidocaína (por até 20 min na técnica infiltrativa e por 40 min
na técnica de bloqueio regional);

Sofre metabolização hepática, sendo eliminada pelos rins;

Meia-vida plasmática de 1,9 h.

Toxicidade semelhante à da lidocaína


Articaína

Rápido inicio de ação, entre 1-2 min.

. Potencia 1,5 vezes maior do que a da lidocaína.

. Possui baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica

E metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo. Como a


biotransformacao começa no plasma, sua meia-vida plasmática e mais
curta do que a dos demais anestésicos (~ 40 min), propiciando a
eliminação mais rápida pelos rins.6 Por essas características
farmacocinéticas, a articaina reúne as condições ideais de
ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em adultos, idosos e
pacientes portadores de disfunção hepática
Prilocaína
Potencia anestésica similar a da lidocaína.
E metabolizada mais rapidamente do que a lidocaina, no figado e nos
pulmões;

. Eliminacao renal;

. Meia-vida plasmatica de 1,6 h.5;

. Apesar de ser menos toxica do que a lidocaína e a mepivacaina, em


casos de sobredosagem produz o aumento dos niveis de metemoglobina
no sangue. Portanto, e recomendado maior cuidado no uso deste
anestesico em pacientes com deficiencia de oxigenacao (portadores
de anemias, alteracoes respiratorias ou cardiovasculares).
Bupivacaína

Sua potencia anestésica e 4 vezes maior do que a da lidocaína;

Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade também e 4 vezes maior em


relação a lidocaína. Por isso, e utilizada na concentração de 0,5%;

Ação vasodilatadora maior em relação a lidocaína, mepivacaina e


prilocaina;

Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos alveolar inferior e


lingual, produz anestesia pulpar por 4 h e em tecidos moles, por ate 12 h;

Meia-vida plasmática de 2,7 h.


Bupivacaína

E metabolizada no fígado e eliminada pelos rins;

Não e recomendada para pacientes < 12 anos, pelo maior risco de


lesões por mordedura do lábio, em razão da longa duração da
anestesia dos tecidos moles;
Benzocaína

Único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no


Brasil.
Usado apenas como anestésico tópico ou de superfície
Epinefrina

Felipressina Norepinefrina

Vasoconstritores

Corbadrina
(levonordefrina)

Fenilefrina
Vasoconstritores
No Brasil, o cirurgião-dentista dispõe de soluções anestésicas locais que contêm
vasoconstritores de dois tipos:

Aminas simpatomiméticas: Catecolaminas – Epinefrina (adrenalina) , norepinefrina (


noradrenalina) e corbadrina ( levonordefrina)
Não catecolaminas - Fenilefrina

Receptores adrenérgicos: Alfa ( 1e 2 ) e Beta ( 1, 2 ,3 )

Felipressina - Análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético): Prilocaína


ação sobre os receptores da vasopressina, presentes no músculo liso da parede dos
vasos sanguíneos, com ação muito mais acentuada na microcirculação venosa do
que na arteriolar – Pouco valor no controle da hemostasia
Vasoconstritores

Por esse motivo, a associação de


vasoconstritores aos sais anestésicos
produz uma interação farmacológica
desejável

Todos os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora


Outros componentes das soluções anestésicas

Veículo – Água bidestilada – diluente e aumentar


o volume da solução;

Antioxidante - bissulfito de sódio;

Substância bacteriostática – Metilparabeno , mas é indutor de alergia,


encontrado mais em frasco- ampola. Tubete já não justifica o uso, pois é único;

Cloreto de Sódio - É adicionado ao conteúdo de uma solução anestésica local


para torná-la isotônica em relação aos tecidos do organismo.
Doses máximas de sal anestésico e vasoconstritor

Volume máximo de uma solução anestésica local deve ser calculado em função
de três parâmetros:

Concentração do anestésico na solução;

Doses máximas recomendadas;

Peso corporal do paciente


Como calcular o volume máximo da solução anestésica local
*Atenção: No cálculo da dose máxima de lidocaína para um adulto com
100 kg, apesar de a dose máxima atingir o valor de 440 mg, esse
paciente só poderá receber até 300 mg de lidocaína por sessão de
atendimento, que é a dose máxima absoluta desse sal anestésico,
presente em 8,3 tubetes,
EFEITOS ADVERSOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

Superdosagem;
Reações alérgicas (raro);
Superdosagem absoluta X Superdosagem relativa;
Anestesia local de pacientes com comprometimento
sistêmico
Critérios de escolha da
solução anestésica local
01
Procedimentos de curta a media.duração, que
demandem tempo de anestesia pulpar > 30 min

02
Procedimentos muito invasivos ou demaior tempo de duração

03
Na contraindicação absoluta ao uso da epinefrina
3. Na contraindicação absoluta ao uso da epinefrina
• Quando o procedimento demandar anestesia pulpar com duração de até 30 min.

Mepivacaína 3% (sem vasoconstritor).


Esta solução em geral promove anestesia
pulpar de ~ 20 min (infiltrações na maxila)
a 40 min de duração (bloqueios regionais
na mandíbula),

• Quando o procedimento demandar anestesia pulpar com duração > 30 min.


Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL
Por não pertencer ao grupo das aminas
simpatomiméticas, a felipressina não age
sobre os receptores alfa e beta adrenérgicos
1. Procedimentos de curta a média duração, que
demandem tempo de anestesia pulpar > 30 min

Optar por uma das seguintes soluções:


• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000.
• Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000.
• Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000.
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL.
2. PROCEDIMENTOS MUITO INVASIVOS OU DE MAIOR TEMPO DE DURAÇÃO

INTERVENÇÕES NA MAXILA
• Bloqueio regional:
• Lidocaína 2% ou mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000.
• Técnica infiltrativa:
• Articaína 4% com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000.
INTERVENÇÕES NA MANDÍBULA
• Bloqueio regional:
• Lidocaína 2% ou mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000.
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000.
Contra indicações do uso da epinefrina
• Hipertensos (PA sistólica > 160 mmHg ou diastólica > 100 mmHg).
• História de infarto agudo do miocárdio, com capacidade metabólica < 6 MET
(equivalentes metabólicos), sem liberação para atendimento odontológico por
parte do cardiologista.
• Período < 6 meses após acidente vascular encefálico.
• Cirurgia recente de ponte de artéria coronária ou colocação de stents.
• Angina do peito instável (história de dor no peito ao mínimo esforço).
• Certos tipos de arritmias cardíacas, apesar do tratamento adequado (p. ex.,
síndrome de Wolff-Parkinson-White).
• Insuficiência cardíaca congestiva não tratada ou não controlada.
• Hipertireoidismo não controlado
Contra indicações do uso da epinefrina

• Feocromocitoma.
• História de alergia a sulfitos (maior prevalência em asmáticos).
• Pacientes que fazem uso contínuo de derivados
• das anfetaminas (femproporex, anfepramona, etc.), empregados nas “fórmulas
naturais” de regimes de emagrecimento, atualmente proscritos pela ANVISA,
mas adquiridos por pacientes como produtos de importação ilegal.
• Usuários de drogas ilícitas (cocaína, crack, óxi, metanfetaminas, ecstasy).
Hipertireoidismo
• Em pacientes com a doença controlada, as soluções com epinefrina 1:100.000 ou
1:200.000 podem ser empregadas, respeitando- -se o limite máximo de dois
tubetes anestésicos por sessão.

História de alergia aos sulfitos

• As opções para a anestesia nos pacientes alérgicos ao bissulfito


de sódio são a prilocaína 3% com felipressina 0,03
UI/mL e a mepivacaína 3% (sem vasoconstritor).
Feocromocitoma
É um tumor benigno que se desenvolve nas glândulas adrenais, localizadas sobre
os rins; raro; que produzem catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), localizados
principalmente na medula das glândulas suprarrenais.

Os portadores dessa neoplasia apresentam sintomas clássicos como hipertensão


arterial, cefaleia, sudorese e taquicardia, decorrentes da excreção de
catecolaminas.

Podem desencadear crises hipertensivas


potencialmentefatais, principalmente durante
anestesia local, procedimentos muito invasivos ou
outras situações de estresse
Uso em gestantes
Técnica anestésica;

Quantidade da droga administrada;


Ausência/presença de vasoconstritor e os efeitos citotóxicos
(Scavuzzi; Rocha, 1999).

O anestésico local pode afetar o feto de 2 formas:

Diretamente (quando ocorrem altas concentrações


na circulação fetal)

Indiretamente (alterando o tônus muscular uterino ou


deprimindo os sistemas cardiovascular e respiratório da mãe)
(Oliveira, 1990).
A lidocaína é o anestésico mais apropriado , no máximo 2
tubetes por atendimento

Prilocaína e articaína não devem ser usadas por poderem levar à


metahemoglobinemia, tanto na mãe quanto no feto
(Malamed, 2004)

A felipressina deve ser evitada em pacientes grávidas por ser


derivada da vasopressina e, teoricamente, ter capacidade de
levar à contração uterina.

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