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COMPLEMENTOS DE
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
• Tensões e deformações
• Teoria da elasticidade
• Método da energia
• Método das diferenças finitas
• Método plástico
2ª Edição
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes da
EESC/USP
[190]p.
ISBN 978-65-86954-42-5
DOI 10.11606/9786586954425
PREFÁCIO
Primeira Edição
PREFÁCIO
Segunda Edição
ÍNDICE
1- TENSÃO E DEFORMAÇÃO
1.1 – INTRODUÇÃO... 1
1.2 –TENSÃO... 2
1.3 - ESTADO DE TENSÃO... 3
1.4 – ESTADO PLANO DE TENSÃO... 5
1.4.1 – Transformação de Coordenadas... 5
1.5 – ESTADO TRIDIMENSIONAL DE TENSÃO... 10
1.5.1 – Transformação de Coordenadas... 10
1.6 – ESTADOS DE DESLOCAMETO E DEFORMAÇÃO... 17
1.7 – RELAÇÕES ENTRE O ESTADO DE DESLOCAMENTO E ESTADO DE
DEFORMAÇÃO – CASO PLANO... 18
1.7.1 – Transformação de Coordenadas... 21
1.8 – RELAÇÕES ENTRE O ESTADO DE DESLOCAMENTO E 0 ESTADO DE
DEFORMAÇÃO – CASO TRIDIMENSIONAL... 24
1.8.1 – Transformação de Coordenadas... 26
1.9 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – CÍRCULO DE MOHR... 27
1.10- RELAÇÃO ENTRE AS COMPONENTES DO ESTADO DE TENSÃO E
AS DO ESTADO DE DEFORMAÇÃO – LEI DE HOOKE... 31
1.11 – EXEMPLOS DE APLICAÇÃO... 36
1.11.1 – Primeiro Exemplo de Aplicação... 37
1.11.2 – Segundo Exemplo de Aplicação... 39
2- ELASTICIDADE BIDIMENSIONAL
2.1 – INTRODUÇÃO... 48
2.2 – COLOCAÇÃO DO PROBLEMA ESTRUTURAL... 49
2.3 – RELAÇÕES BÁSICAS DA ELASTICIDADE PLANA... 50
2.3.1 – Equação de Equilíbrio... 51
2.3.2 – Equação de Compatibilidade... 53
iv
3- MÉTODO DA ENERGIA
3.1 – INTRODUÇÃO... 88
3.2 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS... 88
3.3 – PRIMEIRO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 90
3.4 – SEGUNDO EXEMPLO DE APLICAÇÃO.... 96
3.5 – TERCEIRO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 100
3.6 – QUARTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 106
3.7 – QUINTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 110
3.8 – SEXTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 111
3.9 – SÉTIMO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 112
3.10 – OITAVO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 115
3.11 – COMENTÁRIOS FINAIS... 118
5- MÉTODO PLÁSTICO
5.1 – INTRODUÇÃO... 155
5.2 – MOMENTO D3E PLASTIFICAÇÃO... 157
5.3 – ANÁLISE PLASTICA DE UM CASO SIMPLES... 161
5.4 – PRIMEIRO EXEMPLODE APLICAÇÃO... 164
5.5 – SEGUNDO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 166
5.6 – TERCEIRO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 169
5.7 – QUARTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 171
5.8 – QUINTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 172
5.9 – SEXTO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 173
5.10 – SÉTIMO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 174
5.11 – OITAVO EXEMPLO DE APLICAÇÃO... 177
5.12 – CARREGAMENTO REPETIDO E ALTERNADO... 179
1
1 - TENSÃO E DEFORMAÇÃO
1.1 – INTRODUÇÃO
1.2 - TENSÃO
P3
P2
z
P4 F S
S
P1
y
x
P5 P5
P8 P8
P6 P6
P7 P7
Fy y zy
Fx zx
x
Fz
σ z lim
S 0 S
F
τ zx lim x (1.1)
S 0 S
Fy
τ zy lim
S 0 S
z
yz zx
yx zy
yx y
y yz
xz y
yz yx
x xy
dy
(τ xy dydz)dx (τ yx dxdz)dy 0
(τ yz dzdx)dy (τ zy dydx)dz 0 (1.2)
(τ zx dxdy)dx (τ xz dydz)dx 0
τ xy τ yx
τ yz τ zy (1.3)
τ zx τ xz
y
y __
xy
y _ y
y p _x
xy _x
x p
x __
xy _y
xy _
x
y
0 x 0 x
xP 1 2 xP
(1.4)
y P m1 m2 y P
onde
1 cos α
m1 senα
π (1.5)
2 cos(
α) senα
2
π
m2 s en( α) cos α
2
sendo 1 e m1 os cossenos diretores do eixo Ox em relação ao sistema de
referência Oxy (projeção do versor da direção Ox nos eixos Ox e Oy
respectivamente), 2 e m2 os cossenos diretores do eixo Oy . Além disso, o ângulo
α é tomado no sentido dextrorso, ou seja, anti-horário (vide Figura 1.4 a) ), e
também que a inversa da matriz de (1.4) é sua transposta.
y
m2 1.0
_ dS 1 ty dS
__
xy dS ty dS
2 y _x dS
1.0
m1 x dS 1 tx dS x dS 1
p
_ 1 tx dS
x dS
xy dS 1 xy dS 1
0 x xy dSm1 dSm1 xy dSm1
y dSm1 y dSm1
Por seu lado, o equilíbrio do elemento, mostrado na Figura 1.4 b), implica no
seguinte relacionamento entre forças:
t x dS σ x τ xy dS
1 (1.6)
t y dS τ xy σ y m1dS
7
1 2 σ x dS σ x τ xy dS
1 (1.8)
m
1 m 2 τ xy
dS τ xy σ y m1dS
σ x 1 m1 σ x τ xy
1 (1.9)
τ xy 2 m2 τ xy σ y m1
τ xy m σ x τ xy
1 1
2 (1.10)
σ y 2 m τ xy
2 σ y m2
σX τ XY 1 m1 σ x τ xy 2
1 (1.11)
τ XY σ Y 2 m2 τ xy σ y m1 m2
σ x 1 m1 σ x τ xy
1 (1.12)
0 2 m2 τ xy σ y m1
1 2 σ x 1 σ x τ xy
σ x 1 (1.13)
m1 m2 0 m1 τ xy σ y m1
σ x σ x τ xy 0
1 (1.14)
τ xy σ y σ x m1 0
cuja solução, dado que os cossenos diretores não podem ambos ser nulos, implica
em:
σ x σ x τ xy
det 0 (1.15)
τ xy σ y σ x
ou seja:
σ2x σ x (σ x σ y ) σ x σ y τ2xy 0
2
σx σ y σx σy σ (1.16)
σx τ 2xy 1
2 2 σ2
τ xy σ y σi
i (1.17)
σ x σi τ xy
e, com isso os autovetores passam a ser expressos por:
τ xy
σ1 σ1 σ x
1 (1.18)
τ xy
σ2 σ 2 σ x
1
sendo imediato verificar que as raízes (1.16) implicam que os autovetores (1.18)
são ortogonais entre si, e essa ortogonalidade é consistente com o Teorema de
Cauchy expresso em (1.3), ou seja, tensão de cisalhamento nula em uma face
implica nulidade da tensão de cisalhamento também na face ortogonal.
A teoria das equações algébricas mostra que que as raízes de (1.16) estão
relacionadas com as componentes do estado de tensão, ou seja:
σ1 σ 2 σ x σ y
σx τ xy (1.19)
σ1σ2 det
τ xy σ y
sendo que os termos do lado direito de (1.19) são os autovalores de (1.15), os quais
independem do sistema de referência adotado, ou seja, são invariantes, resultando
que o segundo membro de (1.19) também o são.
Outra constatação de interesse diz respeito ao fato de que a tensão normal
atinge valores extremos nas direções principais, com o máximo valendo σ1 e o
mínimo valendo σ2 , A representação gráfica do estado de tensão dada pelo clássico
círculo de MOHR apresentada mais adiante deixará isso evidente de maneira mais
imediata.
10
xP 1 2 3 xP
y P m1 m2 m3 y P (1.20)
z n n n3 zP
P 1 2
_
_ x
y
P y _
x
m1
1.0
0 x n1 1 x
z
_
z z
_
a) Coordenadas de um ponto em dois b) Cossenos diretores do eixo 0 x
sistemas de referência
t dS σ x τ xy τ xz dS
x 1
t y dS τ xy σy τ yz m1dS (1.21)
t z dS τ xz τ yz σ z n1dS
admitindo-se, naturalmente, que a área dS está contida num plano normal ao eixo
Ox , sendo t x dS, t y dS e t z dS as componentes, segundo Ox, Oy e Oz , da força
elementar que atua em tal área. Nota-se facilmente que as áreas onde atuam as
componentes de tensão segundo o sistema de referência Oxyz podem ser obtidas
como projeções da área elementar dS sobre os planos Oxy, Oxz e Oyz , resultando,
pois, dSn1 , dSm1 e dS 1 .
No sistema de referência Oxyz as componentes da força atuante na área
elementar dS são, conforme se mostra na Figura 1.6b), σ x dS, τ xy dS e τ xz dS , e
estão relacionadas com as componentes dessa mesma força t x dS, t y dS e t z dS
como em (1.19), ou seja:
t dS 2 3 σ x dS
x 1
t y dS m1 m2 m3 τ xy dS (1.22)
n n n3 τ dS
t z dS 1 2 xz
12
z z _
x
_ y
x tz dS _x dS y
_ tz dS _
y y
x tydS ty dS
__
xy dS
tx dS tx dS
dS 1
xy xz _
yx z _xz_ dS
zx dSn1
_
z
y yz
zy
z
dSm1
x x
σ m n σx τ xy τ xz
1 1
x 1 1
τ
xy 2 m2
n τ
2 xy
σy τ yz m1 (1.23)
m n
τ xz 3 3 3 τ xz
τ yz σ z n1
onde o termo dS , comum, foi suprimido. Cabe assinalar que, nas expressões (1.21)
e (1.22) o termo dS foi mantido de sorte a deixar evidente o fato de tais equações
exprimirem relações entre componentes de forças.
Procedendo-se de maneira análoga na procura das tensões atuantes nos
planos normais aos eixos Oy e Oz encontram-se expressões similares à (1.23), e,
reunindo-se tais expressões numa só expressão matricial, tem-se:
σx τ xy τ xz m n σ x τ xy τ xz 2 3
1 1 1
1
τ xy σy τ yz 2 m2 n2 τ xy σy τ yz m1 m2 m3 (1.24)
τ xz τ yz σ z 3 m3 n3 τ xz τ yz σ z n1 n2 n3
que constitui, por assim dizer, a lei de transformação das componentes do estado
de tensão tridimensional. Em verdade, trata-se da extensão tridimensional do
expresso em (1.11).
Verifica-se, facilmente, de (1.23) que existem direções onde as componentes
cisalhantes anulam-se. De fato, nessa circunstância tem-se, por exemplo, de (1.23):
13
σ x 1 m1 n1 σ x τ xy τ xz
1
0 2 m2 n2 τ xy σy τ yz m1 (1.25)
0 m n
3 3 3 τ xz
τ yz σ z n1
σx τ xy τ xz 1 0
1
τ xy σy τ yz m1 σ x m1 0 (1.26)
n 0
τ xz τ yz σ z n1 1
σ x σ x τ xy τ xz 0
1
τ xy σy σ x τ yz m1 0 (1.27)
τ xz τ yz σ z σ x n1 0
σ x σ x τ xy τ xz
det τ xy σy σ x τ yz 0 (1.28)
τ xz τ yz σ z σ x
uma vez que os cossenos diretores ( 1 , m1 e n1 ) não podem ser todos eles nulos.
Pois bem, a expressão (1.28) conduz a uma equação algébrica do terceiro
grau assim expressa
onde:
14
I1 σ x σ y σ z
σx τ xy σ τ xz σy τ yz
I2 det det x det (1.30)
τ xy σ y τ xz σz τ yz σ z
σx τ xy τ xz
I3 det τ xy σ y τ yz
τ xz τ yz σ z
e que são os chamados invariantes do estado de tensão, uma vez que estão
relacionados com as raízes de (1.29) como segue:
I1 σ1 σ2 σ3
I2 σ1σ2 σ1σ3 σ2σ3 (1.31)
I3 σ1σ2σ3
σx τ xy τ xz 1 0
1
τ xy σy τ yz m1 σ
i
m1 0 (1.32)
n n 0
τ xz τ yz σ z 1 i 1 i
σx τ xy τ xz 1
1
1
m1 n1
j
τ xy σy τ yz m1 σi 1 m1 n1 m1 0
j
(1.33)
n
τ xz τ yz σ z n1 i 1 i
ou transpondo-se (1.33):
15
σx τ xy τ xz 1
1
1
m1 n1
i
τ xy σy τ yz m1 σi 1 m1 n1 m1 0
i
(1.34)
n
τ xz τ yz σ z n1 j 1 j
σx τ xy τ xz 1
1
1
m1 n1
i
τ xy σy τ yz m1 σ 1 m1 n1 m1 0
j i
(1.35)
n
τ xz τ yz σ z n1 j 1 j
1
(σi σ j ) 1 m1 n1 m1 0 (1.36)
i
n
1
j
concluindo-se, pois, que os auto vetores são ortogonais entre si, uma vez que as
raízes são distintas em princípio. O caso de raiz dupla não muda essa constatação,
visto que um estudo específico do limite à esquerda e direita da raiz dupla permite
essa mesma conclusão.
Outra propriedade interessante decorre do fato de a matriz de (1.32) ser
simétrica, resultando que os autovalores são então reais. Tal fato pode ser
facilmente entendido, assumindo-se que se uma das raízes for complexa e sendo
adotado o eixo Ox na direção correspondente tem-se:
σ x σ x 0 0
det 0 σ * σx τ** 0 (1.37)
y y z
0 τ σ * σx
y* z* z
Todavia, em sendo a matriz aij real uma nova redação para (1.38) é então:
ou procedendo-se a transposição:
T T
h i
aij λhi
(1.41)
uma vez que a matriz aij é simétrica. Assim sendo, tem-se das relações anteriores
que:
T T T T
λhi hi hi λ hi hi aij hi λhi hi (1,42)
ou ainda:
T
λ λ h h 0
i i
(1.43)
Por outro lado, como o produto dos vetores conjugados não é nulo, tem-se:
λ λ 2bi 0 (1.44)
Considere-se, por exemplo, o caso em que uma peça estrutural plana, numa
dada situação, apresenta a configuração geométrica ilustrada na Figura 1.7 a),
sendo os seus pontos geometricamente definidos em relação a um sistema de
referência fixo Oxy . Pois bem, numa dada situação deformada, conforme ilustra-se
na Figura 1.7 b), os pontos da estrutura ocupam uma nova posição, ou, em outras
palavras, os pontos movimentam-se da posição original para uma nova posição (de
B para B´ - vide Figura 1.7 b) ). Cabe ressaltar que a causa desse acontecimento
não é, por ora, objeto de exame; podendo, aliás, ocorrer por qualquer razão.
B'
v
y y
B B u
x x
u
u x dx u
dx u
dx dx x
v
v dy v
dy y v
(1.45)
dy dy y
u
dy v dx
y u v
x
dy dx y x
u dy
u y
R'
v + yv dy 2
R 1 Q'
v dx
x
y dy P'
v v
u Q
P
0 u + ux dx
x dx
u
dx dx (1.46)
x
20
v
dx dx (1.47)
x
ou seja
v
1 (1.48)
x
dx u
1
dx x
(1.49)
dy v
1
dy y
em vista de certas relações apresentadas no item seguinte. Todavia, nos casos da
prática tais considerações se verificam.
Pois bem, com base nas relações (1.45) definem-se, então, as componentes
de deformação
dx u
εx
dx dx
dy v
εy (1.50)
dy dy
u v
γ xy γ1 γ2
y x
y
_
y
___ v(x,y)
v(x,y) ___ _
u(x,y) x
p
u(x,y)
0 x
u 1 m1 u
(1.51)
v 2 m2 v
1 cos α
m1 senα
(1.52)
2 senα
m2 cos α
u
εx
dx
v
εy (1.53)
dy
u v
γ xy
y x
u u v
εx 1 m1
dx x x
v u v
εy 2 m2 (1.54)
dy y y
u v u v u v
γ xy 1 m1 2 m2
y x y y x x
u u x u y
(1.55)
dx dx x dy x
x
1
x (1.56)
y
m1
x
u 2 v 2 u v
εx m m (1.57)
x 1 y 1 y x 1 1
1 1
εX 2
γ XY m εx
2
γ xy 2
1 1
1 (1.59)
1 γ m2 1
m m2
εY 2
γ εy 1
2 XY 2 xy
2
2
γ xy
ε ε x (ε x ε y ) εx ε y 0
x 2
(1.60)
2 2
εx ε y εx ε y γ xy ε
εx 1
2 2 2 ε2
mi 1
1
γ xy ε y εi (1.61)
i 2
εx εi 1
γ
2 xy
ε1 ε2 ε x ε y
1
εx 2
γ xy (1.62)
ε1ε2 det
1 γ εy
2 xy
u
εx
x
v
εy
y
w
εz
z
(1.63)
u v
γ xy
y x
u w
γ xz
z x
v w
γ yz
z y
u 1 m1 n1 u
v 2 m2 n2 v (1.64)
w m n w
3 3 3
1 cos α x
m1 cos α y (1.65)
n1 cos α z
y y
v
v (x,y,z) _
_ x
_
y u
_ v
u (x,y,z) y x u
x x
z
w (x,y,z) _
w w
z z
_
z
que contém os cossenos diretores, conforme já mencionado, tem por matriz inversa
a sua matriz transposta.
De acordo com as definições expressas em (1.51), no sistema de referência
dextrorso Oxyz as componentes de deformação são dadas por:
u
εx
x
v
εy
y
w
εz
z
(1.66)
u v
γ xy
y x
u w
γ xz
z x
v w
γ yz
z y
Por outro lado, a primeira, por exemplo, das (1.66), tendo em vista a relação (1.64),
permite escrever-se:
u u u u
εx 1 m1 n (1.67)
x x y z 1
visto que:
x
1
x
y
m1 (1.68)
x
z
n1
x
Ora, no caso em questão trata-se de funções de três variáveis; assim sendo tem-se
pela regra da cadeia, por exemplo,
u u x u y u z
(1.69)
x x x y x z x
27
v w
e, com isso, de (1.69), juntamente com similares correspondentes à e , tem-
x x
se para (1.67) uma nova redação, ou seja:
u 2 v 2 w 2 u v
εx m n m
x 1 y 1 z 1 y x 1 1
(1.70)
v w u w
m1n1 1n1
z y z x
γ xy γ xz γ xy γ xz
εx εx
2 2 2 2
m1 n1 2 3
γ xy γ yz 1 γ xy γ yz 1
εy 2 m2 n2 εy m1 m2 m3 (1.72)
2 2
3 m3 n3
2 2
γ γ yz γ γ yz n1 n2 n3
xz εz xz εz
2 2 2 2
localizado de tal forma que eixo Ox coincide com a direção principal correspondente
à tensão principal σ1 supondo-se σ1 σ2 , e com isso, tem-se:
σ x σ1 cos2 α σ2sen2α
(1.73)
τ xy σ1 σ2 senα cos α
σ1 σ2 σ1 σ2
σx cos 2α
2 2 (1.74)
σ σ2
τ xy 1 sen2α
2
2 1
1+ 2
2
2 1- 2
2
t x σ1 1
t y σ2m1 (1.74)
t z σ3n1
t2x t2y t2z σ1221 σ22m12 σ23n12 σ2x τ2xy τ2xz σ2 τ2 (1.75)
na qual:
σ σx
(1.76)
τ τ 2xy τ 2xz
1 1 1 21 1
2 2
σ1 σ 2 σ23 m12 σ2 τ2 (1.78)
σ1 σ 2
σ3 n12 σ2
τ 2 (σ σ2 )(σ σ3 )
21
(σ1 σ2 )(σ1 σ3 )
τ2 (σ σ3 )(σ σ1 )
m12 (1.79)
(σ2 σ3 )(σ2 σ1 )
τ2 (σ σ1 )(σ σ2 )
2
n 1
(σ3 σ1 )(σ3 σ2 )
τ2 (σ σ2 )(σ σ3 ) 0 (1.80)
ou ainda:
2 2
2 σ σ3 σ 2 σ3
τ σ 2 (1.81)
2 2
2 2
2 σ σ3 σ1 σ3
τ σ 1 (1.82)
2 2
2 2
2 σ σ2 σ1 σ 2
τ σ 1 (1.83)
2 2
indicando-se que o ponto correspondente fica do lado de fora do círculo definido por
σ1 e σ2 . Reunindo-se tais resultados conclui-se então que os pontos referentes ao
estado triplo de tensão ficam sempre na região hachurada na Figura 1.12 b).
Vale finalmente assinalar que o estado de deformação também pode ser
representado por um círculo de Mohr similar ao da Figura 1.12 b), pelas razões já
mencionadas no exame do caso duplo de tensão.
31
2+3
2
2- 3
2
3 2
2
a) Situação 1 >1
Estado de
tensão
3 2 1
εx σ
c11 c12 c13 c14 c15 c16 x
εy c c22 c23 c24 c25
c26 σ y
21
εz c31 c32 c33 c34 c35 c36 σ z
(1.84)
γ xy c 41 c 42 c 43 c 44 c45 c 46 τ xy
γ c c52 c53 c54 c55 c56 τ
xz 51 xz
γ c61 c62 c63 c64 c65 c66 τ
yz yz
.
assumindo-se que esse processo é conservativo, ou seja, que a energia em jogo só
depende dos estados iniciais e finais, não sendo influenciada pelo histórico
intermediário. Assim sendo, o número de constantes independentes passa a ser 21
( 21 3 6x6 2 ), e esse é o caso do material denominado anisótropo
(comportamento diferente em diferentes direções), ou material do tipo Green, no
qual, por exemplo, tensão normal provoca distorção, e cisalhamento provoca
deformação axial; sem contar igualmente que o cisalhamento num plano provoca
distorções nos outros planos. Vale assinalar também que as constantes de (1.84)
têm, naturalmente, dimensão de unidade de área por força.
O material de comportamento mais simples é o denominado isótropo (mesmo
comportamento em todas as direções), envolvendo apenas duas constantes
independentes, e mais que isso, são elas invariantes; ou seja, em qualquer direção
essas constantes não se alteram. A matriz de constantes nesse caso é
classicamente assim redigida:
1 E ν E ν E 0 0 0
1 E ν E 0 0 0
1E 0 0 0
(1.85)
2(1 ν) E 0 0
sim. 2(1 ν) E 0
2(1 ν) E
ε 1 E ν E 0 σx
x
εy ν E 1 E 0 σy (1.84)
0 0 2(1 ν) E τ
γ xy xy
σ 2 22 2 1 2 σx
x 12
σ y m1 m22 2m1m2 σ y
m m 1m2 2m2 τ
τ xy 1 1 2 2 xy
(1.85)
ε 2 22 1 2 εx
x 12
ε y m1 m22 m1m2 εy
2 m 2 m 1m2 2m2 γ
γ xy 1 1 2 2
xy
21 22 1 2 εx
2
m1 m22 m1m2 εy
2 m 2 m
1 1 1m2 2m2 γ
2 2
xy
(1.86)
1 E ν E 0 21 22 2 1 2 σx
2
ν E 1 E 0 m1 m22 2m1m2 σy
0
0 2(1 ν) E 1m1 2m2 1m2 2m2 τ
xy
m 2m1
3
1 2 2 m2m 2 m m2 2 2m 2 2m 21m22 22m12
2 1 2 1 1 2 1 2 1 2 1 2
(1.87)
1 E ν E 0 21 22 2 1 2 1 E ν E 0
ν E 1 E 0 m12 m22 2m1m2 ν E 1 E 0
2(1 ν) 1m2 2(1 ν)
0 0 1m1 2m2 0 0
E 2m2 E
1 E ν E νz Ez 0 0 0
1 E νz E z 0 0 0
1 Ez 0 0 0
(1.88)
1G 0 0
sim. 1 Gz 0
1 Gz
E
G (1.89)
2(1 ν)
1 Ex νx Ex νy E y 0 0 0
1 Ey νz Ez 0 0 0
1 Ez 0 0 0
(1.90)
1 Gx 0 0
sim. 1 Gy 0
1 Gz
τ xy σ x 1 2 σ ym1m2 σ zn1n2
1 (1.91)
γ xy ε εym1m2 εzn1n2
2 x 1 2
Pois bem, a primeira das (1.91), tendo em vista a lei de HOOKE para material
isótropo, passa a escrever-se
1 1
E σ x ν(σ y σ z 1 2 E σ y ν(σ x σ z m1m2
γ xy 2 (1.92)
1 σ ν(σ σ n n
E z y x 1 2
σ σy
X 1 2 νm1m2 νn1n2 ν 1 2 m1m2 νn1n2
γ XY 2 E E (1.93)
σz
ν 1 2 νm1m2 n1n2
E
σx
(1 ν) 1 2 ν( 1 2 m1m2 n1n2 )
E
σy
γ xy 2 (1 ν)m1m2 ν( 1 2 m1m2 n1n2 ) (1.94)
E
σz
E (1 ν)n1n2 ν( 1 2 m1m2 n1n2 )
onde os termos com ν em evidência são nulos, pois tratam-se do produto escalar
de versores ortogonais. Assim, tem-se então:
36
e, com isso, tendo-se em vista a segunda das (1.91) verifica-se, facilmente, a razão
da relação apontada em (1.89), e também já explícita em (1.85).
Resta ainda registrar que o coeficiente de Poisson de para que o material na
deformação não venha a gerar energia (material instável) deve ser maior que 0.5, e
de modo a não violar a consideração de isotropia não deve ser negativo. Senão,
vejamos. Considere-se o caso do estado de tensão principal σ1 p , com
confinamento σ2 σ 3 p1 , supondo-se ε2 ε3 0 (confinamento), de modo a
não haver alteração da seção transversal no plano 2 3 . Assim sendo, tem-se:
1
ε2 ε3 p ν(p1 p) 0
E 1
ν
p1 p
ν1
indicando-se que o coeficiente de Poisson não pode ser negativo, pois nesse caso
a tensão de confinamento seria de tração! Por outro lado:
p ν p 2(0.5 ν)(1 ν)
ε1 1 2ν
E 1 ν E 1 ν
equação do terceiro grau. Como nos casos abordados as raízes são reais, dada a
natureza do problema, grandes simplificações podem ser conseguidas.
Dada uma equação do terceiro grau do tipo canônico:
x 3 ax 2 bx c 0 (1.96)
x1 y 1 a / 3
x2 y 2 a / 3 (1.97)
x3 y 3 a / 3
Por outro lado, sabendo-se que as três raízes são reais, têm-se:
y 1 2 3 ρ cos(θ / 3)
y 2 2 3 ρ cos((2π θ) / 3) (1.98)
y 2 2 3 ρ cos((2π θ) / 3)
onde:
ρ R2 Q 2
(1.99)
θ arc.tg.(Q / R)
sendo:
1 ba 2a3
R c
2 3 27
3
(1.100)
1 a2 2
Q b R
27 3
com a, b e c tomados com sinal conforme (1.96); sendo necessário tomar cuidado
com os sinais desses coeficientes. Cabe apontar, além disso, que o arco θ pertence
ao primeiro quadrante no caso de R positivo e ao segundo em caso contrário (essa
observação diz respeito à posição do número complexo no plano de Gauss).
εy εc 103
60°
a
30°
b
P x
c
π π π π
εa 103 εx cos2 ( 103 )sen2 γ xy sen cos
6 6 6 6
5π 5π 5π 5π
εb 103 εx cos2 ( 103 )sen2 γ xy sen cos
6 6 6 6
ou seja
Resolvendo vem:
εx 1.67x103
γ xy 0.0
2
1.67x103 103 1.67x103 103 3
ε1 1.67x10
2 2
2
1.67x103 103 1.67x103 103 3
ε2 10
2 2
e de (1.49) tem-se:
1
(0.0)
tg.α2 2 0
1.67x103 ( 103 )
1
(0.0)
tg.α1 2 in det er min ada
103 ( 103 )
ou seja:
a 18x103
b 56x106
c 227x109
155, 20
y 1 2x103 3 0.0722 cos 5160N / cm
2
3
3600 155, 20
y 2 2x103 3 0.0722 cos 3080N / cm
2
3
360 155, 2
0 0
y 3 2x103 3 0.0722 cos 8240N / cm
2
3
41
σ1 11160N / cm2
σ2 9080N / cm2
σ3 2240N / cm2
que são naturalmente, as componentes de tensão não nulas nas direções principais.
Por sua vez, a direção correspondente à tensão σ1 11160N / cm2 pode ser
encontrada, tomando-se, por exemplo, n1* 1 em (1.27). Com os valores em
questão tem-se então:
encontrando-se, pois:
*1 0.713
m1* 0.205
0.713
1 0.573
2 2
0.713 0.205 1
0.205
m1 0.165
2 2
0.713 0.205 1
1
n1 0.803
0.7132 0.2052 1
2 0.271
m2 0.885
n2 0.378
3 0.773
m3 0.435
n3 0.462
42
1
7
ε1 11160 0.3(9080 2240) 4.55x104
2x10
1
7
ε1 9080 0.3(11160 2240) 3.20x104
2x10
1
7
ε1 2240 0.3(11160 9080) 4.16x104
2x10
1 1 1
dT1 (σ y dxdz)ε y dy σ y ε y dxdydz σ y c22σ y dxdydz (1.101)
2 2 2
ε*y c25 τ xz
(1.102)
γ xz c55 τ xz
dy
dx zx
x
zx
y dz
y
x y dy
a) Tensões consideradas
zx dz
zx
y
zx
y
b) c) Trabalho de cisalhamento
1
dT2 (σ y dxdz) c25 τ xz dy (τ dxdy)(c55 τ xz dz) (1.103)
2 xz
1 1
dT dT1 dT2 σ y c22σ y dxdydz σ y τ xz c25dxdydz τ xz c55 τ xz dxdydz (1.104)
2 2
Invertendo-se a sequência, primeiro aplicando-se totalmente a componente
de cisalhamento τ xz e depois a componente de tensão σ y , o trabalho total resulta:
1 1
dT σ y c22σ y dxdydz σ y τ xz c52dxdydz τ xz c55 τ xzdxdydz (1.105)
2 2
verificendo-se que os únicos parâmetros diferente nos dois casos são as constantes
c25 e c52 que devem ser iguais assumindo-se que a energia no processo de
deformação seja conservativa, ou seja, independente da história considerada.
Procedendo-se de modo análogo com as demais componentes conclui-se
que:
cij c ji (1.106)
dT 1
U0
σ ε σ y ε y σ z ε z τ xy γ xy τ xz γ xz τ yz γ yz
dxdydz 2 x x
(1.107)
σ x εx σ y ε y τ xy γ xy σ x ε x σ y ε y τ xy γ xy (1.108)
e, com isso, (1.108) pode ser verificada, após manipulações algébricas de alguma
monta, tendo-se em conta que a ortogonalidade dos autovetores implica em:
21 22 1
1m1 2m2 0
m12 m22 1 (1.110)
( 21 22 )(m12 m22 ) 1
etc.
1
εm
(ε ε2 ε3 ) (1.112)
3 1
e definindo-se novas deformações como sendo:
ε1* εm ε1
ε2* εm ε2 (1.113)
*
ε εm ε3
3
1 1
U0 (σ1 σ2 σ3 )εm (σ1ε1* σ2ε2* σ3ε3* ) (1.114)
2 2
1 ν
E
(σ1 σ2 )2 (σ1 σ3 )2 (σ2 σ3 )2 (1.115)
U0
σi (1.116)
εi
λ 2G 2 2m 3
U0 I1 2GI2 I1 2mI1I2 nI3 (1.117)
2 3
I1 ε1 ε2 ε3
I2 ε1ε2 ε1ε3 ε2ε3 (1.118)
I3 ε1ε2ε3
φx
φ y (1.119)
φz
2 - ELASTICIDADE BIDIMENSIONAL
2.1 – INTRODUÇÃO
P P u
v
Q u P'
Q xy
dy dy dy+ dy
v
dx dx dx+ dx
Q'
y y
x x
Pelo exposto no capítulo anterior têm-se já, de início, seis relações entre as
componentes dos estados envolvidos no problema estrutural, ou seja, três relações
entre as componentes do estado de deslocamento e o de deformação:
u
εx
x
v
εy (2.1)
y
u v
γ xy
y x
ε 1 ν 0 σx
x 1
εy ν 1 0 σy (2.2
E0 0 2(1 ν) τ
γ xy xy
ε 1 ν2 (1 ν)ν 0 σx
x 1 2
ε y (1 ν)ν 1 ν 0 σy (2.3)
E 0 0 2(1 ν) τ
γ xy xy
restando saber, agora, das duas relações que ainda faltam para completar as oito
necessárias. A propósito, as condições de equilíbrio em forças não foram ainda
utilizadas, pois ao nível das tensões constituem expressões redundantes (tensões
em faces opostas são iguais e opostas).
y dy
y+ y xy
xy+ y
dy
xy
Y xy+ x
dx
y
x
x
X x + dx
xy x
espessura dz
xy
0 x
y
τ xy
σ x dydz τ xy dxdz τ xy dy dxdz
y
σ x
σx dx dydz Xdxdydz 0
x
(2.4)
τ xy
σ y dxdz τ xy dydz τ xy dx dydz
x
σ y
σy dy dxdz Ydxdydz 0
y
σ x τ xy
X0
x y
(2.5)
σ y τ xy
Y0
y x
que consiste nas duas relações que faltavam. Cabe assinalar que tais relações
exprimem condições no que respeita às derivadas das componentes do estado de
tensão, que, em princípio, são tensores de terceira ordem. Todavia tais relações
são vetoriais, e assim, a combinação dos tensores de terceira ordem devem resultar
em grandeza vetorial. O equilíbrio expresso em (2.5) ganha a seguinte redação num
outro sistema de referência:
53
σ x τ xy
X0
x y
(2.6)
σ y τ xy
Y0
y x
e isso pode ser verificado com base nas relações (1.4) e (1.11) apresentadas no
capítulo anterior, resultando para (2.5) depois de algumas operações algébricas:
σ τ xy σ y τ xy
1 x X Y 2 0
x y y x
(2.7)
σ τ xy σ y τ xy
m1 x X Y m2 0
x y y x
2ε x 2 u 3u
y 2 y 2 x y x
2
2ε y 2
v 3 v
2
2 (2.8)
x2 y x y
x
2 γx 2 u v 3u 3 v
xy xy y x y 2x x 2y
2ε x 2ε y 2 γ xy
(2.9)
y 2 x2 xy
2σ x 2σ x 2σ y 2σ y X Y
(1 ν) (2.10)
x y
2 2 2 2
x y y x
2 2 X Y
2 2 (σ x σ y ) (1 ν) (2.11)
x y x y
2 2 1 X Y
2 2
(σ x σ y ) (2.12)
x y 1 ν x y
lembrando-se, em tempo, que essa nova redação deriva da equação (2.9), tendo-
se em vista as relações (2.3) e (2.5).
Uma notável contribuição à Teoria da Elasticidade foi dada pelo inglês G.B.
AIRY (1862) ao descobrir uma engenhosa manobra algébrica, segundo a qual
aquele conjunto de três equações nas componentes do estado de tensão pode de
ser reduzido a tão somente uma equação a uma incógnita, à custa de um
levantamento da ordem de derivação (na matemática, como no mundo, tudo tem o
seu preço, mesmo com o concurso de procedimentos geniais).
Antes, porém, de se abordar esse assunto, carece esclarecer certos
pormenores referentes à natureza das forças de volume. De acordo com os
conceitos da Física clássica, as forças de volume encontram razão de ser na e-
xistência de campos de força como, por exemplo, o gravitacional, que mais de perto
interessa aos técnicos do ramo civil. Pois bem, tais forças podem ser expressas por
meio da variação do potencial do campo correspondente, ou seja:
X
x
(2.13)
Y
y
onde é o potencial, sendo que o sinal negativo provém do fato de que o trabalho
da força sendo positivo, por exemplo, Xdx positivo, indica uma queda no campo de
forças. Convém atentar-se para o fato de que, no caso plano, o potencial é uma
função das variáveis x e y , a exemplo das componentes dos estados envolvidos
no problema estrutural.
56
2φ
σx
y 2
2φ
σy (2.14)
x2
2φ
τ xy
xy
4φ 4φ 4φ 2 2
2 2 2 4 (1 ν) 2 (2.15)
x 4 x y y x y 2
4φ 4φ 4φ 1 2ν 2 2
2 (2.16)
x 4 x2y 2 y 4 1 ν x 2 y 2
X 2
2 0
x x
(2.17)
Y 2
2 0
y y
A propósito cabe esclarecer que uma mesma massa tem, no alto da cordilheira dos
Andes, por exemplo, praticamente o mesmo peso que tem ao nível do mar. Assim,
57
4φ 4φ 4φ
2 0 (2.18)
x 4 x 2y 2 y 4
e simplificação adicional ocorre nos casos onde o peso próprio pode ser desprezado
em face das demais solicitações, pois, nesses casos, as expressões (2.12) simplifi-
cam, ou seja:
2φ
σx
y 2
2φ
σy (2.19)
x2
2φ
τ xy
xy
valendo acrescentar que mesmo nos problemas onde o peso próprio é significativo,
a integração pode ser alcançada lançando-se mão da propriedade da superposição
de soluções, ou seja, nesse caso φ é dada pela soma de duas funções, na qual a
primeira conduz às tensões referentes à solicitação externa e a segunda às tensões
referentes às forças de volume, sendo que essas duas funções devem obedecer às
equações (2.18) e (2.19) e as correspondentes condições de contorno (compatível
no contorno com as solicitações aí existentes).
Para finalizar, convém esclarecer que, na Teoria da Elasticidade, os
problemas têm sido tratados com um procedimento inverso, ou seja, dada uma
solução da equação (2.18), por exemplo, procura-se o problema estrutural resolvido
com tal solução. Parece, à primeira vista, um procedimento muito estranho, pois o
normal é o contrário, ou seja, dado um problema procura-se a solução; e não dada
uma solução procura-se o problema. Todavia, achar o problema resolvido com uma
dada solução constitui também um problema. O procedimento normal, que consiste
na análise do comportamento de uma estrutura dada, em geral só e viável mediante
integração numérica, pois o caminho analítico (soluções de forma fechada) não
parece meio eficiente, a não ser em casos muito particulares (em geral a solução
não é nenhuma das funções conhecidas). A propósito dos métodos de integração
numérica, dois deles serão objeto dos próximos capítulos.
φ A1x2 A2 xy A3 y 2 (2.20)
que consiste num polinômio, cujos termos são do segundo grau. Naturalmente, em
face das relações (2.19), verifica-se, facilmente, que a inclusão de termos de grau
menor em nada altera o campo de tensão. Pois bem, a função expressa em (2.20)
corresponde às seguintes componentes de tensão (vide (2.19)):
σ x 2A3
σ x 2A1 (2.21)
σ x A2
ou seja, um estado de tensão uniforme. Essa resposta parece trivial, porém deve-
se atentar para o fato de que tal solução garante a existência de estados uniformes
de tensão mesmo em casos não a nível elementar, onde a uniformidade é garantida
pela continuidade das funções em jogo.
É interessante constatar que, no caso de se ter A1 A 2 0 , o problema
resolvido trata do conhecido caso de solicitação de uma barra, ou chapa, por força
normal, ou tração uniforme, com A3 valendo, naturalmente, P 2S , sendo P a força
axial e S a área da seção transversal da barra. A Figura 2.3a) e b) ilustra o problema
em questão.
x P
= 2A3 = S
y
a) Configuração da solicitação
x
y
b) Barra vinculada
2A2 P
εx
E ES
2A2 νP
εy ν (2.22)
E ES
γ xy 0
u P
εx
x ES
v P
εy ν (2.23)
y ES
u v
γ xy 0
y x
Px
u f (y) C1
ES 1 (2.24)
Py
v ν f2 (x) C2
ES
onde f1(y) e f2 (x) são funções apenas nas variáveis y e x , respectivamente, sendo
C1 e C2 constantes de integração. Levando as (2.24) na terceira das (2.23)
encontra-se:
f1(y)
C3
dy
(2.26)
f2 (x)
C3
dx
Px
u C3 y C1
ES (2.27)
Py
u ν C 3 x C2
ES
u(x 0, y 0) 0 C1 0
v(x 0, y 0) 0 C2 0 (2.28)
u(x 0, y 0) 0 C3 0
u Px ES
(2.29)
u νPy ES
φ Ay 3 (2.30)
sendo 𝐴 uma constante. Com efeito, o estado de tensão correspondente (vide 2.19)
é dado por:
σ x 6Ay (2.31)
com σ y τ xy 0 .
61
1.0
M M
c
x x
2c
y c y
seção
x v f
y
c) Configuração de deslocamentos
(σ dS)y M
S x
(2.32)
6A y 2dS M
S
M
A (2.33)
6I
I y 2dS
S
M
σx y
I
σy 0 (2.34)
τ xy 0
σx M
εx y
E EI
νσ νM
εy x y (2.35)
E EI
γ xy 0
M
u yx f1(y) C1
EI (2.36)
νM y 2
v f2 (x) C2
EI 2
Mx df2 (x)
C3
EI dx
(2.38)
df1(y)
C3
dy
onde C3 é uma nova constante de integração; ou, ainda, por integração de (2.38):
Mx2
f2 (x) C3x
2EI (2.39)
f1(y) C3 y
M
u yx C3 y C1
EI
(2.40)
M y2 x2
v ν C3 x C 2
EI 2 2
u(x 0, y 0) 0
v(x 0, y 0) 0 (2.41)
v(x 0, y 0)
0
x
M
u xy
EI
(2.42)
M x2 y2
v ν
EI 2 2
o que vem confirmar, mais uma vez, os resultados da Resistência dos Materiais com
relação ao movimento da linha de ordenada média dada por y 0 . Cabe ressaltar,
a propósito, que não deve causar estranheza o fato de ser nulo na linha média o
movimento u , porquanto, conforme reiteradas vezes mencionado, aborda-se o
assunto em teoria de pequenos deslocamentos (o movimento u dos pontos da linha
media é muito menor que o movimento v , e dessa forma é que deve ser entendido
esse valor nulo).
τ
S xy
dS P (2.43)
3P xy 3
φ xy 2 (2.44)
4c 3c
(é fácil constatar-se que o polinômio em questão constitui uma função de AIRY, pois
na variável 𝑥 a potência é unitária) e as tensões correspondentes por:
2φ 3P
σx 2
3 xy
y 2c
2φ
σy 2 0 (2.45)
x
3P y
2
2φ
τ xy 3 1
xy 4c c
cabendo ser notado que as expressões (2.45) coincidem com as preconizadas pela
Resistência dos Materiais, uma vez que:
1(2c)3 2 3
I c
12 3
ms 1(c y) y (c y) / 2 (2.46)
M Px
V P
c x
0
c
b
P
y
diagrama de
x
3 P
3 P 4 bc
4 bc c
x
3 P
y c 2 C2
diagrama de
xy diagrama de
xy
tôrques
arame M
d
h
= NS
d = NS
d
d = NS
= NS
Na Figura 2.8b) a mesma tração é vista como uma solicitação aplicada segundo
tensão uniforme; e nesse caso a tensão é uniforme também no interior da peça,
conforme já visto anteriormente. Assim sendo, o Princípio de Saint-Venant garante
que em ambos os casos a tensão no interior da peça, conforme mostra a Figura
2.8c), é uniforme (se isso não ocorresse, os resultados obtidos em ensaios de tração
não teriam nenhuma validade).
Como se nota, o Princípio de Saint-Venant não permite uma definição muito
clara, e também não é possível prová-lo na sua generalidade; contudo sua
veracidade é constatada em inúmeros casos especiais de cálculo mais requintado.
Tais defeitos conceituais não diminuem em nada a utilidade do Princípio, pois ele
67
τ q
S xy
σ ds 0
S x
(2.47)
σ ydS 0
S x
q q
c
q x q 2c
c y
1,0
onde S indica a área da seção. Convém ser notado que as integrais indicadas em
(2.47) correspondem, respectivamente, à força cortante, força normal e momento
fletor nas extremidades da barra.
As condições de contorno apontadas são satisfeitas por uma conveniente
combinação de termos de polinômios do segundo, terceiro e quarto graus. A função
de AIRY desse caso conduz ao seguinte estado de tensão:
68
q 2 q 2 2
σx ( x 2 )y y 3 c2 y
2I 2I 3 5
q1 2
σ y y 3 c 2 y c3 (2.48)
2I 3 3
q 2
τ xy
2I
c y2 x
u
εx 0
x
v
εy 0 (2.49)
y
w
εz 0
z
e com isso percebe-se que o movimento u não varia com x , v com y e w com z
, ou seja:
u u(y, z)
v v(x, z) (2.50)
w w(x, y)
u(y, z) v(x, z)
γ xy
y x
u(y, z) w(x, z)
γ xz (2.51)
z x
v(y, z) w(x, z)
γ xz 0
z y
y (v)
Mt
z (w) x (u)
Mt
de z , pois γ xy não varia com x ; do mesmo modo, da segunda de (2.51) tira-se que
w(x, y) x é uma função só de y . Com relação à terceira de (2.51) duas situações
são possíveis, ou seja: ou v(x, z) dz C e w(x, z) dy C , onde C é uma
constante; ou então v(x, z) dz f(x) e w(x, y) dy f(x) ,onde f(x) é uma função
exclusiva da variável x . O primeiro caso não faz sentido pois, por exemplo,
v(x, z) dz é, por força de considerações anteriores, uma função exclusiva de z ,
ou seja, v é do tipo:
v xf(z)
e, assim sendo, v(x, z) z x df dz e, por isso, não pode ser constante. Dessa
forma só resta como situação possível o segundo caso, e mesmo assim com df dz
resultando constante. Esclarecendo melhor:
v df(z)
x Kx
z dz
(2.52
w df(z)
x Kx
y dz
u F(y, z)
v Kxz (2.53)
w Kxy
u θψ(y, z) (2.55)
e não como expresso na primeira das (2.53). Sendo oportuno registrar que a função
ψ(y, z) expressa o empenamento da seção.
As componentes não nulas do estado de deformação, com base nas
expressões (2.54) e (2.55), passam a ser expressas por:
A V
seção
A' x
W
z
u v ψ
γ xy θ z
y x y (2.56)
u w ψ
γ xz θ y
z x z
ψ
τ xy Gγ xy Gθ z
y
(2.57)
ψ
τ xz Gγ xz Gθ y
z
xy
xy + y
dy
y
dy
z
xy seção
xy
xz xz
xz+ z dz
τ τ xy
τ xz dxdy τ xy dxdz τ xz xz dxdy τ xy dxdz 0 (2.58)
z y
τ xy τ xz
0 (2.59)
y z
ou, ainda, tendo-se em vista (2.57), essa expressão ganha a seguinte redação:
73
2ψ 2ψ
2 0 (2.60)
y 2 z
__ xy y
xy
s
cos (m) = dz
ds
xz seção
_ sen (m) = - dy
y ds
xz
__ ds
dy
_
z m
z m
dz
dz dy
τ τ xy τ xy τ xz 0 (2.61)
ds ds
ψ dz ψ dy
z y 0 (2.62)
y ds y ds
74
Mt (τ
S xz
y τ xy z)dS (2.63)
y
s
xy
seção
dS
dy
xz z
dz
y
z
ψ ψ
Mt Gθ y z y 2 z 2 dS (2.64)
S z y
resultando:
Mt
θ (2.65)
GIt
onde:
75
ψ ψ
z y y z y
2
It z2 dS (2.66)
S
Vy τS xy
dS 0
(2.67)
Vz τ xz
dS 0
S
φ
τ xy
z
(2.69)
φ
τ xz
y
τ xy 2φ
y zy
(2.70)
τ xy 2φ
z yz
τ xy 2φ 2ψ
Gθ 1
z z 2 yz
(2.71)
τ xz 2φ 2ψ
Gθ 1
y y 2 zy
ou seja:
2φ 2φ
2 2Gθ (2.72)
z2 y
φ dz φ dy
0 (2.73)
z ds y ds
dφ
0 (2.74)
ds
φ
Vz
S
τ xz dS
S y
dS (2.75)
77
ou seja:
z2 y2 φ
Vz
z1 y1 y
dy dz
(2.76)
y2 φ
y1 y
dy φ(y 2 ) φ(y1) 0 (2.77)
φ φ
Mt y y
S
z dS
z
(2.78)
φ z2 y2 φ
S y
ydS
z1 y1 y
ydy dz
(2.79)
y2 φ y y2
y1 y
ydy φy 2
y1 y1
φdy (2.80)
na qual:
y
φy 2 0 (2.81)
y1
φ
S y
ydS φdS
S
(2.82)
φ
S z
zdS φdS
S
(2.83)
y 2 z2 R2 0 (2.85)
φ K(y 2 z 2 R 2 ) (2.86)
2K 2K 2Gθ (2.87)
Gθ
K (2.88)
2
πR 4 πR 4
Mt Gθ (R2 y 2 z 2 )dS Gθ πR 4 Gθ (2.89)
S
2 2
79
y y
xy
R xz R
z z
2Mt Mt
θ = (2.90)
πGR 4 GIt
onde:
πR 4
It (2.91)
2
φ 2Mt
τ xy 4
z
z πR
(2.92)
φ 2Mt
τ xz y
y πR 4
2Mt ψ
τ xy z Gθ z
y
4
πR (2.93)
2Mt ψ
τ xz y Gθ y
z
4
πR
2Mt yz
ψ yz f1(y) C1
πR 4 Gθ (2.94)
2Mt yz
ψ yz f2 (z) C2
πR 4 Gθ
onde f1(y) e f2 (z) são funções exclusivas das variáveis apontadas, e C1 e C2 são
constantes de integração. Pois bem, um exame das expressões (2.94) leva,
respectivamente a concluir, ainda, que:
ψ f1(y) C1
(2.95)
ψ f2 (z) C2
porquanto as somas das duas primeiras parcelas são identicamente nulas (note-se,
a propósito, o expresso em (2.90)). Obviamente a única solução viável em face de
(2.95) é a condição ψ constante na seção, que pode ser:
ψ(y, z) 0 (2.96)
z2 y2
φ K 2 2 1
a b
resultando:
81
πa3b3
It
a2 b2
πab2
Wt
2
z 2 y 2 z 3 3xy 2 2a2
φ Gθ
2 2a 27
3a4
It
45
2 3a3
Wt
45
d /2
s
h
y + d
dz
dy
z s s d /2
d /2
s p
d
contorno pressão p
a) Membrana b) Elemento de membrana c) Vista lateral
FIGURA 2.16 – Configuração de equilíbrio de membran
dθ dθI
pdzdy 2sdysen 2sdzsen (2.97)
2 2
h
θ
z
h
θI
y
(2.98)
sendθ dθ 1 2h
dz
2 2 2 z 2
sendθI dθI 1 2h
dy
2 2 2 y 2
2h 2h p
2 (2.99)
y 2
z s
h
θ senθ tgθ
z
h
θI senθI tgθI
y
cos θ cos θI 1
h Kφ (2.100)
onde K é um fator constante, cuja dimensão é área dividida por força ( h tem
dimensão de comprimento e φ tem dimensão de força por unidade de comprimento
pois a derivada de φ tem dimensão de tensão).
Essa analogia permite, mediante a experimentação com membrana de bolha
de sabão, cujas propriedades satisfazem a condições estabelecidas: s constante, e
no contorno não ocorrem perturbações de molhamento, obter os parâmetros de
torção It e Wt , que constituem os parâmetros geométricos da seção de interesse
no caso. Com efeito, de (2.84) e (2.100) tem-se:
2
Mt 2 φds
K S
hdS (2.101)
S
ou ainda:
2V
Mt (2.102)
K
84
p
K (2.103)
2Gθs
4V
Mt Gθ (2.104)
p/s
Mt 4V
It (2.105)
Gθ p/s
φ φ
τ xy cos α s enα (2.107)
z y
z
cos α
z (2.108)
y
senα
z
φ z φ y φ
τ xy (2.109)
z z y z z
85
__
xy
xy
_
xz y
z
_
z
FIGURA. 2.17 – Tensão cisalhante resultante
1 h β
τ xy (2.110)
K z K
β Mβ
τ xy 2Gθ t (2.111)
p/s 2V
resultando-se:
Mt
τmax
Wt
(2.112)
2V
Wt
βmax
t2
φ K y2 (2.113)
4
K Gθ (2.114
c/2 t/2 2 t2 t3 c
Mt 2
c / 2 t / 2
Gθ y dy dz Gθ (2.115)
2 3
t 3c
It (2.116)
3
y y
t/2
z t z t
c c
φ
τ xz 2Gθy (2.117)
y
3Mt
τmax Gθt 2
(2.118)
t c
ou seja:
t2c
Wt (2.119)
3
a exemplo de (2.112).
A solução aqui apresentada serve de base para resolver também os casos
de seção transversal formada por retângulos alongados, a exemplo do ilustrado na
Figura 2.19. Nesses casos, onde as perturbações criadas nas regiões de conexão
dos retângulos não introduzem alterações apreciáveis, os parâmetros podem ser
assim estimados:
1 n 3
It t c
3 i 1 i i
(2.120)
1 n 2
Wt t c
3tmax i 1 i i
3 - MÉTODO DA ENERGIA
3.1 – INTRODUÇÃO
d P
δ δT (3.2)
e essa colocação provém do fato de que toda força tem a sua razão na existência
de um campo, como, por exemplo, o gravitacional, e o trabalho positivo da força
corresponde, no fundo, a uma queda nesse campo.
Por sua vez, a energia de deformação origina-se, conforme já foi
mencionado, do trabalho das forças internas. É oportuno lembrar que as forças
internas não trabalham em movimentos de corpo rígido, uma vez que tais forças
são auto equilibradas (são ações e reações entre vizinhos). Assim, a energia em
consideração provém do trabalho realizado pelas forças internas segundo os
deslocamentos oriundos da deformação da estrutura. A energia de deformação, em
se tratando de material elástico linear (material obediente à lei de HOOKE), é dada,
como já exposto no primeiro capítulo, por:
1
2 V x x
U (σ ε σ y ε y σ z εz τ x y γ x y τ x z γ x z τ yz γ yz )dV (3.3)
δU δ 0 (3.4)
π U (3.5)
δπ δU δ 0 (3.6)
1
2 V x x
U σ ε dV (3.7)
91
resultando:
du
εx yvII (x) (3.9)
dx
e portanto:
U
1
2V
1
σ x εx dV
2 0
σ ε dS dx 21 E y dS (v ) dx
S x x
0 S
2 II 2
1
2 0
EI(vII )2 dx
(3.11)
Pv(x ) (3.12)
1
π EI(vII )2 dx Pv(x ) (3.13)
2 0
92
y v(x)
linha
elástica
v(x 0) 0
(3.15)
v I (x 0) 0
v A2 x2 (3.16)
π
δπ δA2 0
A2
(3.18)
π
0
A 2
π
4EIA2 P2 0
A2
(3.19)
P
A2
4EI
P 2
va x (3.20)
4EI
a) momento fletor:
P
M EIvII (3.21)
2
b) força cortante:
P22
π (3.23)
8EI
v a A2x2 A3 x 3 (3.24)
1
π EI(2A2 6A3 x)2dx P(A2 2 A 33 )
2 0
(3.25)
EI
(4A22 12A2 A 32 12A 233 ) P(A22 A 33 )
2
π π
δπ δπ δA 2 δA3 0 (3.26)
A2 A3
ou seja:
π EI
(8A2 12A32 ) P2 0
A2 2
(3.27)
π EI
(12A22 24A33 ) P3 0
A3 2
4 6 A2 P 1
(3.28)
6 12 A3 EI 1
P
A2
2EI (3.29)
P
A2
6EI
P 2 P 3
va x x (3.30)
2EI 6EI
M EIvII P( x)
(3.31)
V EIvIII P
P22
π (3.32)
6EI
ficando claro trata-se da energia total mínima ( -1/6<-1/8). Tal fato se explica tendo-
se em vista que o problema em questão trata-se do estudo de um equilíbrio estável,
ou, em outras palavras, o equilíbrio é atingido em condições de energia total mínima.
De fato, a segunda derivada de π em relação à A2 a primeira de (3.27) e em
95
2 π
4EI
A22
(3.33)
2 π
4EI3
A23
P
P P
3 3
Momento P/2 x 3EJ 4EJ
_
elástica
x
aproximado
Força + P
cortante exato
x zero
v a A 2 x 2 A 3 x 3 An x n (3.34)
que conduz a:
1
π EI(2A 2 6A3 x n(n 1)An )2 dx P(A 22 A 33 Ann ) (3.35)
2 0
π 1
2EI(2A2 6A3 x n(n 1)Anxn 2 )2dx P( 2 ) 0
A2 2 0
π 1
2EI(2A2 6A3 x n(n 1)Anxn 2 )6xdx P( 3 ) 0 (3.36)
A2 2 0
π 1
2EI(2A2 6A3 x n(n 1)Anxn 2 )n(n 1)xn 2dx P( n ) 0
A2 2 0
4 6 2n A 1
2
P
6 12 6(n 1) A3 1 (3.37)
EI
n2 (n 1)2 An 1
(n 2)
2n 6(n 1)
2n 3
P
A2
2EI
P
A3 (3.38)
6EI
An 0
P
π (A22 A33 Ann ) (3.39)
2
e essa propriedade torna mais fácil a obtenção, como se pode perceber, do valor
da energia total.
Exibe-se na Figura 3.4 uma viga simplesmente apoiada sujeita a uma força
uniformemente distribuída q . Para tal viga procura-se, no que segue, estudar
algumas elásticas aproximadas.
Em primeiro lugar, a expressão da energia total, em termos da elástica, é
agora dada por:
97
1
2 0
π EI(vII )2 dx qvdx (3.40
0
y v (x)
linha elástica
v a A 0 A1x A2 x2 (4.41)
v a (x 0) 0
(4.42)
v a (x ) 0
π 1
2EI(2A 2 )2dx q(x 2 x)dx (3.44)
A2 2 0 0
ou seja:
q3
4EIA2 0 (3.45)
6
98
resultando-se:
q2
A2 (3.46
24EI
q2
va ( x x 2 ) (3.47)
24EI
q 2
II
M EIv
12 (3.48)
III
V EIv 0
e finalmente, a energia total fica sendo dada, a exemplo do expresso em (3.39), por:
1 q25
2 0
π qA 2
(x 2
x)dx (3.49)
288EI
π
EI(2A 2 6A3 x)2dx q(x 2 x)dx 0
A2 0 0
(3.51)
π
EI(2A 2 6A3 x)6xdx q(x x)dx 0
3 2
A3 0 0
ou seja:
4 6 A 2 q2 1 6
(3.52)
6 12 A3 EI 1 4
q
A2
24EI (3.53)
A3 0
𝐴 =0
4 6 8 A2 1/ 5
q 2
6 12 18 A 3 EI 1 / 4 (3.55)
8 18 28.8 A 4 2
3 / 10
A2 0
q
A3 (3.56)
12EI
q
A4
24EI
resultando-se pois:
q 2 2 2 1
va ( x x 3 ) 2 (x 4 3 x) (3.57)
24EI
II q 2 x x 2
M EIv ( )
2 2 (3.58)
q x
V EIvIII (1 2 )
2
100
q EIv IV q (3.59)
0
1 1 q3 q 4 3q5 q q25
π (3.60)
2 2 6 4 10 12EI 240EI
q
24EI
cabendo-se notar que menor que o expresso em (3.49), como era de se esperar.
Para finalizar o presente exemplo de aplicação confrontam-se na Figura 3.5
os resultados encontrados com as soluções estudadas. Basicamente, as
observações de caráter prático que se pode tirar de um exame dos resultados
lançados nessa figura são as mesmas já levantadas no exemplo anterior. Cabe,
ainda, acrescentar que a pesquisa de polinômios de grau acima de quatro conduz
à mesma solução já encontrada com o polinômio do quarto grau, a exemplo do que
já se constatou no exemplo anterior.
aproximado
exato
Elástica Momento
q4 q2
96 EJ 12
q2
q4 q 8
76,8 EJ
Cortante q
q/2 +
_ zero zero
Solicitação
q /2
P
x
y
/2 /2
1 2 2
π EI 2A2 dx PA 2 ( )
2
(3.62)
2 0 4 2
P
A2 (3.63)
16EI
e, finalmente:
P
va ( x x 2 )
16EI
p
M
8
V0 (3.64)
q0
1 2 2 P2 3
π PA2 ( )
2 4 2 12EI
tem-se:
102
1 2 A22 3A33
2 0 2
π EI A (2) A 3
(6x)
dx P (3.66)
4 8
4 6 A 2 P 1 / 4
(3.67)
6 12 A3 EI 3 / 8
tem-se:
1 2 A 3A3 7A 4
2
π EI A 2
(2) A 3
(6x) A 4
(12x ) dx P 2 (3.69)
2 0
4 8 16
4 6 8 A2 1/ 4
P
6 12 18 A 3 EI 3 / 8 (3.70)
8 18 28.8 A 4 2
7 / 16
1.5P
A2
96EI
15P
A3 (3.71)
96EI
7.5P
A2 2
96EI
P 3 x 2 x x 3 x x 4 x
va 1.5 ( ) 15 ( ) 7.5 ( ) (3.72)
96EI
P x x
M 3 90 90( )2
96
P x
V 90 180( )
96
(3.73)
P
q 1.875
1 A 3A 3 7A 4 P2 3
π 2
2 4 8 16 97.52EI
Elástica Momento
P
3
P
3 P
4,92 P/4
48,8 EJ 48 EJ
P/1,07 Cortante
1,87P
+ P/2
P/2 _
q 00
dx 0
P/1,07 qdx = P
v1(x 0) v 2 (x ) 0
v1(x / 2) v 2 (x / 2) 0
vI1(x / 2) v I2 (x / 2) 0 (3.76)
v (x / 2) v (x / 2) 0
II
1
II
2
vII1 (x 0) vII2 (x ) 0
A
1 0 0 0 0 0 0 0 0
A1
0 0 0 1 2
3
0
8 4 22 8 4 22 3 A 2 3
0 4 4 0 4 4 32 0 AI0 A3 32 (3.77)
0 0 2 0 0 0 0 AI 0
1
0 0 0 0 0 2 6 AI 0
0 0 2
2 0 0 2 3 I 3
A3
105
v 1 A3 (x 3 62 x / 8)
(3.78)
v 2 A3 (23 / 8 182 x / 8 3x2 x 3 )
P A 6
3 3
1 /2
/ 2 3 3 8 16
2
π EI(6A 3x)2 dx EI A (6 6x) dx (3.79)
2 0
A3 P / 12EI (3.80)
P 6 2 3
v1 xx
12EI 8
(3.81)
P 18 2 23
v1 x 3x2 x3
12EI 8 8
P
M1 x
2
P
V1
2
P
M2 ( x) (3.82)
2
P
V2
2
P2 3
π
96EI
energia total, o mesmo não se verifica nos esforços internos, que apresentam
descontinuidade (a solução exata apresenta continuidade ao nível da elástica,
primeira e segunda derivadas; nos demais níveis apresenta descontinuidades).
1
2
U
2 0
EI vII dx (3.83)
u
v
du
v' dx
x x
y y dx
para θ pequeno, ou seja, grosso modo θ 0.0873rd . Por outro lado, a configuração
geométrica permite escrever:
P I2
2 0
Pu (v ) dx (3.86)
1
EI(2A2 )2 dx P A 2 (2x ) dx
2
π
2 0 0
(3.88)
3
4EIA 2 PA2 0 (3.89
3
cujo autovalor se expressa ( A 2 0 ):
12EI
P (3.90)
2
P 3
π A22 2EI
6
(2.91)
P 3
δπ 2A2 2EI 0
6
e π tem sempre valores positivos para P menor que P crítico e valores sempre
negativos para P maior. De fato, no caso de P menor que P crítico a energia de
deformação deve ser maior que o potencial da força, pois trata-se de um problema
estável, ou seja, a estrutura não aceita, por assim dizer, uma situação deformada,
ao contrário do caso instável que ocorre com P maior que P crítico, onde a estrutura
entra em movimento , pois parte da energia potencial da força se transforma em
energia cinética.
Tomando como solução aproximada uma função do tipo:
tem-se:
2
1 1
π EI(2A 2 6A3 x)2 P A 2 (2x ) A3 (3x2 2 ) dx (3.93)
2 0 2 0
P 3 P 4
4EI 6EI2
A 0
3 2 2 (3.104)
P 4 8P5 A 0
2 6EI
2
12EI3 3
10
12EI
P1
2 (3.95)
60EI
P2 2
valendo-se notar que a primeira raiz, ou valor de P crítico, não sofreu alteração em
relação à solução anterior; todavia dessa nova solução decorre um segundo valor
de P crítico.
A título de curiosidade, tomando como solução aproximada um
desenvolvimento do quarto grau, que obedece, além das condições de vinculação,
também condições mecânicas mais imediatas (momento nulo nas extremidades),
do tipo:
v a A 4 (x 4 2x3 3 x) (3.96)
tem-se:
9.88EI
P (3.97)
2
9,88EJ
aprox. (Pc = )
2
v
exato (Pc =
2 EJ )
2
y senóide
x
e no restante:
v1(x 0) v 2 (x )
v1(x / 3) v 2 (x / 3)
vI1(x / 3) vI2 (x / 3) (3.100)
v (x 0) v (x ) 0
II
1
II
2
16vII1 (x / 3) vII2 (x / 3)
resultando-se:
v 1 A3 (x 3 52 x)
(3.101)
v 2 A3 ( 8x 3 24x 2 182 x 23 )
EJ
2/3
x 16EJ
/3
y
111
π
1
2 /3
16 EI 6A3 x dx
0
2
/3
EI( 48A3 x 48A3 )dx
(3102)
P 16
0
/3
3A x
3
2
5A3 2
2
dx
/3
( 24A3 x 48A3x 18A3 ) dx
2 2 2
ou seja:
12.5EI
P (3.104)
2
cujo erro em relação ao valor exato ( 11.1EI / 2 ) é da ordem de 13%. Será, então,
necessário prosseguir para uma solução mais apurada usando-se polinômios de
grau mais elevado.
1
x (vI )2 dx dx
0
II 2
π EI(v ) dx ρ (3.105)
2 0 0
112
EI
ρ8 (3.107)
3
1
2 V x x
π (σ ε σ y ε y τ xy γ xy )dV q u(x c, y)dS (3.108)
S
onde:
113
σ x K1ε x K 2ε y
σ x K 2ε x K1ε y (3.109)
τ xy K 3 γ xy
com:
E
K1
1 ν2
νE
K2 (3.110)
1 ν2
E
K3
2(1 ν)
q
y
x
c c
1
π
2 V
(K 1ε2x 2K 2εx ε y K1ε2y K 3 γ2x )dV q u(x c, y)dS
S
(3.111)
e, lembrando-se que:
114
u
εx
x
v
εy (3.112)
y
u v
γ xy
y x
adotando-se como solução aproximada:
u Ax2 y By 2 x
(3.113)
v Ay 3 Bx2 y
εx 2Axy By 2
εx 3Ay 2 Bx 2 (3.114)
γ xy Ax 2 4Bxy
8 2 3 3 2 2 5 6 2 2 3 3
K1 A c B c 2K 2 ABc B c
5
9 5 5 9
1 18 2 5 2 2 5 12 2 32
π K1 A c B c ABc3 3 K 3 A2c5 B2c33 (3.115)
2 5 5 9 5 9
1 1
q Ac22 Bc3
2 3
16K1 3 36K1
α α
12K 2 12K1 3
9 5 α α
4K 3 5 5 9
α A q α
2
5 2α (3116)
4K 1 8K 2 3 B 2
12K α α 3
12K1 3 5 9
2
α α
5 9 4K 1 5 64K 3 3
α α
5 9
115
onde α c / .
A título de ilustração, tomando-se c 100cm , E 21000kN / cm2 e
ν 1 / 3 , o sistema de equações (3.116) tem a seguinte solução:
A 3.45q108
(3.117)
B 4.89q108
e ainda:
cujo erro é de grande magnitude. Para se ter uma ideia da precisão dos resultados
em unidades do sistema técnico, onde se adota E 2100tf / cm2 , exibe-se na
Figura 3.13 o carregamento encontrado em confronto com o dado, onde se nota
uma grande disparidade, especialmente nas regiões onde as tensões são nulas.
Vale assinalar que a busca por solução melhor não consiste, na prática, na adoção
de polinômios de ordem elevada, mas de separação da região de integração em
subdomínios (elementos finitos), e neles adotando-se polinômios de ordem menor
e adequados.
1
(τ γ τ xz γxz )dV Mtθ
2 V xy xy
π (3.120)
116
carregamento dado
carregamento encontrado
0,28q
0,15q
0,18q 0,07q 0,40q 0,18q
+ + +
100cm
0,07q 0,01q y 0,17q 0,07q
x
0,03q 0,04q q 0,04q 0,03q
200cm
(xy) (x ) (x ) (xy )
b
z
b y
a a
u θψ(y, z)
v θxz (3.121)
w θxz
bem como:
ψ
γ xy θ z
y
ψ
γ xz θ y
z (3.122)
ψ
τ xy Gθ z
y
ψ
γ xz Gθ y
z
Gθ2 ψ
2
ψ
2
π
2 S z y dS Mtθ
y z (3.123)
cuja expressão envolve a função empenamento, bem como o giro por unidade de
comprimento, o comprimento da barra e o módulo de elasticidade da torção.
Tomando-se, por exemplo, como solução aproximada uma função do tipo:
ψ Ayz (2.124)
tem-se:
Gθ2
π (A 1)2 y 2dS (A 1)2 z 2dS Mtθ (3.125)
2 S S
16ab2 16a2b
2(A 1) 2(A 1) 0 (2.126
12 12
ou seja:
a2 b2
A (3.127)
a2b2
ψ ψ
z y y z y z 2 dS (A 1)y 2 (A 1)z 2 dS
2
It
S S
(3.128)
64a2b2
12(a2 b2 )
4.1 – INTRODUÇÃO
df(x) y yi
y I (x xi ) lim i 1 (4.1)
dx i hi 0 hi
120
y = f(x) y = f(x)
f(x)
f(x)
yi yi+1 yi+2
yi+1
yi
yi 1 yi
y I (x xi ) y Ia (4.2)
hi
Pois bem, de posse da relação (4.2) as derivadas de ordem superior podem
ser expressas, por via de consequência, de forma similar, como, por exemplo, o
caso da derivada segunda:
y Ii 1 y Ii
y II (x xi ) yIIa (4.3)
hi
y i 1 y i
y Ii
hi
(4.4)
y y i 1
y Ii 1 i2
hi
y Ii 1 y Ii y 2y i 1 y i
y IIi (x xi ) i 2 (4.5)
hi h2i
Convém notar que, para exprimir a derivada segunda em função dos valores
da função, introduz-se uma aproximação adicional, ou seja, as derivadas primeiras
foram substituídas por expressões já aproximadas (vide (4.4)).
O procedimento até aqui seguido caracteriza-se pelo fato de se estimar a
derivada num dado ponto a partir do conhecimento do valor da função nesse ponto
e em seus vizinhos situados no sentido crescente da variável x ; disso decorre a
formulação de operadores ditos ascendentes. Todavia é possível formular outros
operadores a partir da ideia básica de se colocar a derivada em termos de diferença
em outras configurações de vizinhança, gerando-se assim operadores
descendentes, onde os vizinhos situam-se no sentido decrescente da variável x , e
os centrais, onde os vizinhos rodeiam o ponto de consideração.
Conforme já mencionado, os operadores de diferença exprimem com certo
grau de precisão as derivadas; e, assim sendo, é de grande interesse prático
quantificar esse grau de precisão. Para tanto, o desenvolvimento de funções em
série de Taylor, assunto de fácil exposição, é a seguir apresentado
A teoria das séries de Taylor foi sem dúvida uma revolução na chamada
matemática operacional, afinal ela permitiu pela primeira vez na história da
matemática explicitar de maneira exata, além das funções trigonométricas, muitas
outras funções.
Em verdade a série de Taylor é uma expansão polinomial tendo por base o
valor da função e de suas derivadas em um determinado valor da variável, em
especial para o valor nulo da variável, da mesma forma como ocorre com qualquer
polinômio.
Por exemplo, considere-se um polinômio genérico do tipo:
d
p x pI (x) C1 2C2 x 3C3 x 2 4C4 x 3 ...
dx
d
2
p x pII x 2C2 6C3 x 12C4 x2 ...
dx (4.7)
d
3
p x pIII x 6C3 24C4 x ...
dx
d
4
p x pIV x 24C4 ...
dx
onde o numeral romano como expoente indica o nível de derivação. Assim sendo,
para valor nulo da variável x tem-se de imediato:
p x 0 C0 0!C0 p0
pI x 0 C 1 1!C1 pI0
pII x 0 2C2 2!C2 pII0
(4.8)
pIII x 0 6C3 3!C3 pIII0
pIV (x 0) 24C4 4!C4 pIV
0
.........
x1 x2 x3 x4
p x p0 pI0 pII0 pIII0 pIV
0 ... (4.9)
1! 2! 3! 4!
h2 h3 h4
y i 1 yi y Iih yIIi yIIIi yIV
i
...
2! 3! 4! (4.10)
h2 h3 h4
y i 1 y i y Iih y IIi y IIIi yIV
i
...
2! 3! 4!
y i 1 y i y II y III
y I (x) y Ii i h i h2 ....
h 2! 3!
III
y y i 1 2y
y I (x) i 1 2yIi i h2 ... (4.11)
h 3!
y 2y i y i 1 2y iVI 2
y II (x) i 1 y II
i
h ...
h2 4!
y i 1 y i y IIi
y Ii h .... o(h)
h 2!
y y i 1 yIIIi 2
y Ii i 1 h ... o(h2 ) (4.12)
2h 3!
II y i 1 2y i y i 1 2y iVI 2
yi h ... o(h2 )
h 2
4!
y i 1 y i 1
y Ii (4.13)
2h
e o operador central de segunda derivada:
y i 1 2y i y i 1
y IIi (4.14)
h2
apresentam erro de segunda ordem, e, consequentemente, ao serem aplicados em
relações diferencias resultam, coerentemente em conjunto, igualmente erros de
segunda ordem.
Os operadores de diferenças finitas (4.13) e (4.14) que expressam derivadas
em termos de valores da função na vizinhança são denominados lagrangeanos
centrais de passo duplo. Todavia existem também operadores de diferenças finitas
mais gerais denominados operadores de diferenças finitas hermitianos, como
mostrado a seguir, apenas a título de exemplificação.
Considere-se para tanto os seguintes desenvolvimentos:
h2 h3 h4
y i 1 yi y Iih yIIi yIIIi yIV
i
...
2! 3! 4! (4.15)
I h2 h3 I h
4
y i 1
yIi y IIi h yIIIi yIV i
y i
...
2! 3! 4!
124
y III 3
y i ay i 1 byIi cy Ii 1 0 (h ) (4.16)
12
ou seja:
1 a 0
1 ch bh 0 (4.17)
1
ch 0
2
h
y i 1 y i (y Ii y Ii 1 ) 0 (4.18)
2
M
vII (4.16)
EI
P
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6
x v x x
y elástica /2 /2 /2 /2 /3 /3 /3 /3 /3
a) Viga em balanço b) Primeira malha (h= /2) c) Segunda malha (h= /3)
v(x 0) 0
(4.17)
v I (x 0) 0
v2 0
v 3 v1 (4.18)
0
onde na segunda de (4.18) emprega-se o operador de diferença central (4.13).
Por outro lado, a condição (4.16) levada nos pontos 2, 3 e 4 implica em:
v1 2v 2 v 3 P
2 EI
2
v 2 2v 3 v 4 P
(4.19)
2 2EI
2
v 3 2v 4 v5
0
2
2
v2 0
v 3 P3 8EI (4.20)
v 4 P 2.67EI
3
v2 0
(v 3 v1 ) / (2 / 3) 0
(v1 2v 2 v 3 ) / ( / 3)2 P / EI
(4.21)
(v 2 2v 3 v 4 ) / ( / 3)2 2P / EI
(v 3 2v 4 v5 ) / ( / 3)2 P / 3EI
(v 4 2v5 v 6 ) / ( / 3)2 0
cuja solução é:
v2 0
v 3 P3 / 18EI
(4.22)
v 4 P3 / 5.4EI
v 5 P3 / 2.84EI
P 3 o( 2 )
v5 (4.23)
2.67EI 4
P 3 o( 2 )
v5 (4.24)
2.84EI 9
127
0.161P3
o( 2 ) (4.25)
EI
P 3 ( 0.161P3 ) P 3
v5 (4.26)
2.67EI 4EI 2.99EI
P
5 6
/2 /3
5
4
/3
/2 4
3 /3
3
/2
2 /3
x 2
/2 /3
1 1
y
v II (P EI)v 0 (4.27)
v(x 0) 0
(4.28)
v(x ) 0
128
v2 0
v4 0
(v1 2v 2 v 3 ) / ( / 2)2 (P / EI)v 2 0 (4.29)
(v 2 2v 3 v 4 ) / ( / 2) (P / EI)v 2 0
2
(v 3 2v 4 v 5 ) / ( / 2)2 (P / EI)v 2 0
0 1 0 0 0
0 0 0 1 0
det 1 α 1 0 0 0 (4.30)
0 1 α 1 0
0 0 1 α 1
onde
P 2
α 2 (4.31
4EI
resultando:
α 0 (4.32)
ou seja:
P 8EI 2 (4.33)
0 1 0 0 0 0
1 α 1 0 0 0
0 1 α 1 0 0
det 0 (4.34)
0 0 1 α 1 0
0 0 0 1 α 1
0 0 0 0 1 0
onde
P 2
α 2 (4.35)
9EI
resultando-se, pois:
α2 1 0 (4.36)
9EI
P1
2 (4.37)
27EI
P1 2
sendo o erro na primeira raiz da ordem de 9%. A segunda raiz, segunda carga de
flambagem, não será aqui objeto de exame por se tratar de uma espécie de efeito
colateral no aumento da precisão da carga de flambagem. Lançando-se mão do
critério de correção já mencionado no exemplo anterior (extrapolação de
Richardson), que também se aplica a autovalores, uma vez que o equilíbrio
expresso em (4.27) é redigido em diferenças finitas com erro de ordem o(h2 )
independente do valor de P , tem-se:
8EI o( 2 )
P
2 4
(4.38)
9EI o( 2 )
P 2
9
9.798EI
P (4.39)
2
130
v i 1 (2 α)v i v i 1 0 (4.40)
v n Aλn (4.41)
λ2 (2 α)λ 1 0 (4.42)
cujas raízes:
2
2α 2 α
λ1,2 1 (4.43)
2 2
2
2α 2 α
λ1,2 i 1 (4.44)
2 2
λ1,2 ρe θi (4.45)
onde
2 2
2 α 2 α
ρ 1 1
2 2 (4.46)
2
4α α
Tgθ
2α
vn0 0 A B
(4.48)
v n m 0 Aemθi Bemθi
v m A emθi emθi 2Aisen(mθ) 0 (4.49)
v n A enθi enθi 2Aisen(nθ) Csen(nθ) (4.50)
Elástica 5 6
v
/2 /3
5
4
v /3
x /2 4
M 3 /3
x 3
/2
2 /3
y 2
a) Coluna e carga b) Deformada
/2 /3
1 1
M ρ(v η v)dη (4.51)
x
M ρv( x) ρ v ηdη (4.52)
x
MI EIvIII (4.54)
ρ
vIII ( x)vI 0 (4.55)
EI
v(x 0) 0
vI (x 0) 0 (4.56)
v (x ) 0
II
sendo que a última provém do fato de ser nulo o momento fIetor no topo, e as
primeiras são imposições da vinculação.
Todavia, é mais conveniente tratar o problema mediante a equação
diferencial:
ρ
φII ( x)φ 0 (4.57)
EI
φ(x 0) 0
(4.58)
φI (x 0) 0
onde se toma φ v I .
Adotando-se a malha indicada na Figura 4.4c), as equações de diferenças
finitas ficam:
φ2 0
φ1 2φ2 φ3 ρ
( 0)φ2 0
( 2)2
EI
φ2 2φ3 φ 4 ρ
( 2)φ3 0 (4.59)
( 2)2
EI
φ3 2φ4 φ5 ρ
( )φ 4 0
( 2)2
EI
φ5 φ3
0
0 1 0 0 0
1 α 2 1 0 0
det 0 0 (α 4) 2 1 0 0 (4.60)
0 0 1 2 1
0 0 1 0 1
onde
resultando-se α 2 , ou seja:
8EI
ρ (4.62)
3
cujo erro em relação ao valor exato 7.837EI 3 é da ordem de 2%. Por outro lado,
com a malha indicada na Figura 4.4d), tem-se que o determinante, da matriz do
sistema, a ser anulado, será agora:
134
0 1 0 0 0 0
1 β 2 1 0 0 0
0 1 2β 3 2 1 0 0
det 0 (4.63
0 0 1 β 32 1 0
0 0 0 1 2 1
0 0 0 1 0 1
ρ1 7.91EI 3
(4.64)
ρ1 46.09EI 3
cujo erro da primeira raiz em relação à solução exata é de tão somente 0,93%, não
tendo significado físico a segunda raiz. Todavia, refinando o resultado (extrapolação
de Richardson), de modo similar aos exemplos anteriores, com base nas relações:
ρ 8EI 3 o( 2 ) 4
(4.65)
ρ 7.91EI 3 o( 2 ) 9
tem-se:
7.838EI
ρ (4.66)
3
5 7
P P
/2 6
/4
4
5
/4
/2 /4
q q v 3 4
/2 3
/4
elástica
x
2
2
/4
/2 /4
1 1
y
q
M Pv ( x x 2 ) (4.67)
2
EI
M (4.68)
v II
Pv q(x 2 x)
v II (4.69
EI 2EI
v(x 0) 0
(4.70)
v(x ) 0
2v 3 Pv 3 q
( 2)2 ( 2) (4.71)
( 2)
2
EI 2EI
136
resultando-se, pois:
1
q 4 P 2
v3 2 (4.72)
32EI 4EI
1
2v 3 q2 P 2
M3 EI 2
2 (4.73)
( 2) 4 4EI
1 8EI
P (4.74)
2 2
q 2
M (4.75)
4
q 2
M 1.015 (4.76)
4
o que implica num erro de tão somente 1,5%. Considerando-se agora uma força
normal de 3/4 da força crítica a solução aproximada conduz a:
q 2
M 2 (4.77)
4
enquanto a exata é:
q 2
M 2.046 (4.78)
4
α 1 0 v 3 3 / 128
q 4
1 α 1 v 4 4EI 4 / 128 (4.79)
0 1 α v5
3 / 128
onde:
P2
α 2 (4.80)
16EI
q 4 4 3α 2
v3 / (α 2)
4EI 128 128
q 6
4
4α 2
v4 / (α 2) (4.81)
4EI 128 128
q 4 4 3α 2
v5 / (α 2)
4EI 128 128
q 2
M 1.013 (4.82)
4
q 2
M 2.041 (4.83)
4
q
k (4.84)
v
dM
V
dx (4.85)
dV
q kv
dx
q
q
M M+dM
V
V+dV
kv
dx
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 7
/2 /2 /2 /2 /4 /4 /4 /4 /4 /4
k q
vIV v (4.86)
EI EI
v(x 0) 0
vI (x 0) 0
(4.87)
v(x ) 0
vII (x ) 0
v 1 4v 2 6v 3 4v 4 v5
v IV
i
(4.88)
2 4
tem-se:
v2 0
v 3 v1 0
k 4 q 4
v1 4v 2 6v 3 4v 4 v5 v3 (4.89)
16EI 16EI
v 3 2v 4 v5 0
v4 0
q 4 1
v3 (4.90)
16EI 6 k / 16EI
4
v 3 0.98cm (4.91)
cujo erro em relação ao valor exato 0,5086cm é da ordem de 80% (um senhor erro!).
Todavia, com a segunda malha ( h 4 ) indicada na figura 4.8d) tem-se:
140
v 3 0.34cm
v 4 0.64cm (4.92)
v 5 0.51cm
v 4 0.98 o( 2 ) 4
(4.93)
v 4 0.64 o( 2 ) 16
obtendo-se
v 4 0.53cm (4.94)
cujo erro cai para 5% em relação ao valor exato 6.08 2 . Tendo em vista a relação
momento curvatura, deduz-se ser este também a ordem do erro relativo ao
momento fletor no meio do vão.
φ φ j φl
x 2h
φ φk φm
y 2h
(4.97)
2φ φl 2φ i φ j
x 2 h2
2φ φm 2φ i φk
y 2 h2
y y
h h h h
s
k P k O h
l i j h h
t l i j r
h h
m m
q n
h h h
u
x x
a) Operador da torção b) Operador de elasticidade
De modo análogo, com a malha indicada na Figura 4.7 b), tem-se ainda os
seguintes operadores relativos às derivadas no ponto i:
142
φ φ
2φ φ y j y l φo φn φp φq
xy x y 2h 4h2
4φ 4φ 4φ
2
φ 2
x 4
2 2 2
x y y 4
(4.99)
1
k l m
n o p
20φ 8 φ φ φ φ 2 φ φ φ φ
i j q
h4 φr φs φt φu
0 1 0
2 1
2
h 1 4 1 (4.100)
0 1 0
1 0 1
2 1
2
h 0 0 0 (4.101)
1 0 1
0 0 1 0 0
0 2 8 2 0
1
( ) 4 1 8 20 8
2 2
1 (4.102)
h
0 2 8 2 0
0 0 1 0 0
1 2 2 ... 2 1
2 4 4 ... 4 2
c d h2 2 4 4 ... 4 2
a c φdsdy
4 ...
... ... ... ... ...
(4.103)
2 4 4 ... 4 2
1 2 2 ... 2 1
Mt
θ
GIt
(4.104)
M
τmax t
Wt
procurados.
Considere-se inicialmente a malha indicada na figura 4.8 a). Nesse caso tem-
se apenas uma incógnita, que é a função φ no centro da seção. Assim, em termos
de diferença, a equação da torção se expressa:
y y
a/4
a/2 3 2
A a/4
1 1
a/4
a/2
a/4
z z
a/2 a/2 a/4 a/4 a/4 a/4
ou seja:
φ1 0.125Gθa2 (4.107)
φ 4φ1
τ xy Gθa / 2 (4.108)
dz 2(a / 2)
cujo erro em relação ao valor exato é da ordem de 50%. Cabe esclarecer que, na
estimativa da derivada indicada na expressão, utilizou-se o operador de diferenças
ascendentes de ordem h2 , dado por:
1
y Ii
2h
3y i 4yi 1 yi 2 (4.109)
(a / 2)2
Mt 2 (4φ) 0.0625θa4 (4.110)
4
145
cujo erro em relação ao valor exato ( 0.141Gθa4 ) é bastante elevado (mais de 100%).
Com a malha indicada na figura 4.10b e tendo em vista a simetria existente
tem-se:
φ1 0.141Gθa2
φ2 0.109Gθa2 (4.112)
φ3 0.0859Gθa2
1
τ xy (4φ2 φ1 ) 0.59Gθa (4.113)
2(a / 4)
(a / 4)2
Mt 2 (16φ3 16φ2 φ1 ) 0.115Gθa4 (4.114)
4
φ1 0.125Gθa2 o(h2 ) / 4
(4.115)
φ1 0.141Gθa2 o(h2 ) / 16
e com isso, o valor mais exato da função φ(x, y) no centro da seção fica:
φ1 0.146Gθa2 (1.116)
φ2 0.113Gθa2
(4.117)
φ3 0.0889Gθa2
τ xy 0.61Gθa (4.118)
Mt 0.119Gθa4 (4.119)
com erro agora de 15%. Para finalizar, é oportuno assinalar que, adotando-se uma
malha com espaçamento 𝑎/6, e os resultados refinados, a ordem do erro cai para
menos de 1%. Todavia, com os resultados apontados em (4.118) e (4.119) tem-se,
tendo em vista (4.104), os seguintes valores para It e Wt :
It 0.119a4
(4.120)
Wt 0.19a3
dy
senα
ds (4.122)
dx
cos α
ds
_
Y
y
_
Y
_
_
dy
x X
X dy ds
s dx
xy
contorno y
dx
x
a) Configuração de contorno b) Configuração de equilíbrio
onde o sinal negativo na segunda das (4.112) indica que, no caso, x decresce com
o aumento de 𝑠. As equações (4.121), em face da (4.122), e eliminação do fator
comum ds , passam a escrever-se:
dy dx
σx τ xy X
ds ds (4.123)
dx dy
σ y τ xy Y
ds ds
2φ dy 2φ dx
X
y 2 ds xy ds
(4.124)
2φ dx 2φ dy
Y
x2 ds xy ds
ou seja:
d φ
X
ds dy
(4.125)
d φ
Y
ds dx
φ
y s
Xds
(4.126)
φ
Yds
x s
dφ φ x φ y
(4.127)
ds x s y s
φ φ d φ d φ
φx
x
y
y
x ds x
s
y ds
ds y
(4.128)
y
x
4q s 4q
φ 0.5a 0.5a
0 Yds 0.4a 4qds 0.4qa
x 2
φ φ φ
0.4qa
x 3 x 4 x 2
φ φ 2a
1.6a ( q)ds 0.0qa (4.130)
x 5 x 4
φ φ 2.4a
2a ( q)ds 0.4qa
x 6 x 5
φ φ φ
0.4qa
x 7 x 8 x 6
1 1
a) x . qa b) y . qa
a/2 a/2
0,4 -0,4 0,0 0,0
a/2 a/2
_
c) 1 2 Y x ds d) . 1 2
qa qa
0,1 -0,02 0,1 -0,02
0,18 0,18
a/2 a/2
0,18 0,18 -0,02 -0,02
a/2 a/2
0.5a
Ponto : 2
0.4a
s(4q)ds 0.18qa2
Pontos : 3 4 2 0.18qa
2a
Ponto : 5 0.18qa2 1.6a
s(2a s)( q)ds 0.1qa2 (4.131)
2.4a
Ponto : 6 0.1qa2 2a
s(2a s)( q)ds 0.18qa2
Pontos : 7 8 6 0.18qa2
11 9
6 5 4 -0,02qa2 0,1qa2
-0,02qa2
12 7 9 3 10 -0,02qa2 -0,02qa2
2
2 9 -0,4qa
9-0,4qa 9
1
8 2 -0,02qa2 0,0 -0,02qa2
13 9
a) Malha adotada b) Situação final
φ φ10 φ9
0.4qa (4.132)
x 3 2(a / 2)
20φ9 8qa2 (0.1 2x0.2 0.0) 2qa2 ( 4x0.02) 4φ9 qa2x2x0.4 0 (4.133)
ou seja:
φ9 0.06qa2 (4.134)
cujo erro em relação a um valor mais correto, 0.064qa2 , obtido com uma malha de
espaçamento a / 6 , é de apenas 6%. Todavia, com relação às tensões nos pontos
1 e 5, por exemplo:
2φ 2φ9 2x0.1qa2
(σ x )5 2 2
0.32q
y 5 (a / 2)
(4.135)
φ
2
2φ9 0.0qa2
(σ x )1 2 0.48q
y 1 (a / 2)2
φ1 0.0383qa2
(4.137)
φ2 0.0698qa2
cujo erro em relação a valores mais exatos já é da ordem de 30%. Mais ainda, as
tensões nos pontos 1 e 2 ficam:
(σ x )1 0.0612q
(4.138)
(σ x )2 0.1017q
sendo que, nesse caso, o erro ainda é bastante grande em relação a valores mais
exatos.
153
1 1 _
a) x . qa b) y . qa c) 1 2 Y x ds
qa
0,17 0,17 0,0 0,0 0,11 0,11
0,4 -0,4 0,0 0,0 0,18 0,18
d) .
1
e) final
2 2
qa2
0,09 0,09 -0,02qa2 0,09qa2 -0,02qa2
-0,02 -0,02
0,09qa2
-0,02qa2 2 2 -0,02qa2
-0,02 -0,02
2-0,267qa2 2-0,267qa2
-0,02qa2 -0,02qa2
-0,02 -0,02
1-0,267qa2 1 1 1-0,267qa2
1 1
5 - MÉTODO PLÁSTICO
5.1 - INTRODUÇÃO
bastante simples.
Na Figura 5.1a) exibe-se o diagrama tensão-deformação do aço doce para
tensão crescente. Pode-se notar, por exemplo, que no trecho BD , após o trecho
correspondente ao regime elástico, ocorrem grandes deformações sob tensão
praticamente constante. Pois bem, considerando-se, agora, uma barra sujeita a flexão
pura, na medida em que se vai aumentando o momento solicitante, o diagrama de
tensão numa seção genérica passa pelos três estágios indicados na Figura 5.1b),
onde σp e εp são, respectivamente a tensão e a deformação correspondente no final
do trecho elástico (proporcionalidade entre tensão e deformação), σ e e εe os
correspondentes ao início do escoamento e ε´e uma deformação genérica no trecho
plástico.
e C D
p B
A p e 'e
a) Diagrama Tensão - deformação
< p = p e e e
Viga p
De fato, num primeiro estágio as tensões na seção são menores que a tensão
limite de proporcionalidade, ou seja, estão no trecho AB indicados na Figura 5.1a).
Aumentando-se o momento solicitante as tensões na região das bordas mais
afastadas superam a tensão limite de proporcionalidade, percorrendo o trecho BC
indicado na Figura 5.1b) e, finalmente, não mais se alteram, permanecendo
constantes até que, praticamente, em toda a seção a tensão seja uniforme de
compressão e de tração, conforme se mostra na última das ilustrações da Figura
5.1b). Assim, nessa última situação o momento solicitante, dito de plastificação,
corresponde ao momento de colapso, visto que a barra esgotou sua capacidade de
resistência. A plastificação total da seção constitui, em verdade, uma idealização
somente viável se o patamar correspondente à tensão de escoamento σ e (vide Figura
5.1a) ) for realmente bastante, por assim dizer, longo. Para se ter uma ordem de
grandeza, a dimensão do patamar, trecho CD da Figura 5.1a) é da ordem de vinte
vezes a deformação limite de proporcionalidade, ou seja, (vide Figura 5.1a) ):
157
M EIk (5.2)
M
Mp C
B D
A curvatura k
compressão
e
h h
y
tração
b b Diagrama de tensão
Seção
ou seja:
h
y
y
(5.4)
bh2
Mp σ e
4
Mp Wpσe (5.5)
bh2
Wp (5.6)
4
bh2
Me σ e (5.7)
6
tendo-se, pois:
Mp 1.5Me (5.8)
compressão
d
a
h
d
b tração Diagrama de tensão
Seção
ou seja:
h
y
2
(5.10)
h 2d
2
Mp σe bd(h d) a
2
Mp 0.061(h3σ e ) (5.11)
160
e no caso elástico:
Me 0.0492(h3σe ) (5.12)
ou seja, a reserva de resistência da seção é, agora, de somente 24%. Todavia no caso
de h=b a reserva seria de apenas 18%. Esses resultados numéricos mostram que a
reserva de resistência do perfil duplo T pode ser até bem menor, dependendo da
geometria da seção. Em outras palavras, a distância que separa o início da
plastificação da plastificação total pode ser, nesses casos, muito curta.
Cabe, agora, alertar que a presença de força normal na barra altera o momento
de plastificação. Nesse caso, indique-se com MpN o momento plastificação tendo-se
em conta o efeito da força normal N. Esse fato pode ser facilmente constatado, por
exemplo, no caso da seção retangular anteriormente estudada.
Para uma seção retangular submetida simultaneamente a momento fletor M e
N, ambos positivos, considere-se, conforme indicado na Figura 5.5, a decomposição
do diagrama final de tensões referente ao efeito conjunto MpN N como uma parte
devida a N, e outra devida ao momento MpN .
Para facilitar a exposição são definidos os seguintes valores relativos a força
axial (5.13) e ao momento fletor (5.14), respectivamente, também apresentados na
Figura 5.5:
- -
-
e -
+ h +
CG +
e + +
+ +
+
N σeb(2e) σe AN
Np σebh σ e A (5.13)
AN 2e
A h
bh2
Mp σe
4
b(2e)2
Mpr σ e σ ebe2 (5.14)
4
MpN Mp Mpr
161
podendo-se escrever:
2
MpN Mpr be2 A
1 1 2 1 N (5.15)
Mp Mp bh 4 A
N A
N (5.16)
Np A
tem-se pois:
2
N
MpN Mp 1 (5.17)
Np
sendo que a expressão (5.17), em face da segunda das (5.4), confirma o fato
mencionado e, mais que isso, mostra que o momento de plastificação, como
esperado, sofre uma redução tanto para força normal de compressão como de tração.
Sendo oportuno também notar que carece de sentido físico a existência de força
normal superior ao valor dado na segunda das (5.13), e, assim, da (5.17) também
deixa de ter sentido momento de plastificação negativo.
Expressões similares à (5.17) podem ser encontradas para outros tipos de
seção, porém esse assunto não será, aqui, objeto de maior atenção. Além da força
normal, a força cortante também altera o momento de plastificação; todavia, em
atenção ao espírito introdutório que norteia o presente texto, esse assunto também
será negligenciado. Vale alertar, a propósito, que tais influências no momento de
plastificação são, na maioria dos casos práticos, muito pequenas.
P
M (5.18)
4
P
M Mp (5.19)
4
ou seja:
4Mp
P (5.20)
+
/2 /2
P/4
rótula P
/2.1 1 2
/2 /2 1+ 2
/2 /2
c) Rótula plástica
d) Estado virtual de deslocamento
Pois bem, da maneira como foi o problema colocado, o que se fez, no fundo,
foi admitir-se a existência de uma rótula plástica na seção que primeiro plastifica, ou
seja, nessa seção sabe-se, de antemão, o valor do momento máximo que se pode
conseguir, que é o momento de plastificação Mp . Na Figura 5.6c) mostra-se, então, a
configuração de equilíbrio na iminência do colapso, onde já se configura uma rótuIa
plástica logo abaixo da força aplicada.
Por outro lado, o resultado obtido, expresso em (5.20), pode ser alcançado de
uma maneira mais cômoda e, ao mesmo tempo, mais geral mediante o Princípio dos
Trabalhos Virtuais, que consiste num poderoso instrumento para a análise das
condições de equilíbrio (sob uma roupagem diferente tal princípio já foi utilizado em
todo o desenvolvimento do Capítulo 3, pois energia estacionária implica em trabalho
virtual nulo). Na Figura 5.6d) exibe-se um estado de deslocamento virtual, onde as
rotações indicadas são pequenas, de tal sorte a não introduzirem alteração na
geometria original. Assim sendo tem-se:
Mp (2θ1 ) P θ (5.21)
2
resultando:
163
4Mp
P (5.22)
P 1
P 2 1 P 2
/2 /2 x 1 1+ 2 x 1 1+ 2
x -x x -x
a) Viga e carregamento b) Primeira configuração c) Segunda configuração
Mp (θ1 θ2 ) P (5.23)
xθ1
θ2
x (5.24)
xθ1
2x
2Mp
P (5.25)
x
2Mp
P (5.26)
x
Pp 3 4Mp 3 Mp 2
fp (5.27)
48EI 48EI 12EI
Pe3 P 2 2
fe e Me (5.28)
48EI 4 12EI 12EI
resultando-se:
fp 1.5fe (5.29)
0
qvdx Mp (θ1 θ2 ) (5.30)
(xθ1 ) x
q Mpθ1 1 (5.31)
2 x
q q
1
x v
2
x 1 1+ 2
x -x
a) Viga e carregamento b) Configuração de rótula
FIGURA 5.8- Viga sob força uniforme e configuração de rótula
ou seja:
2Mp
q (5.32)
x( x)
dq ( x) x( 1)
2Mp 0 (5.33)
dx x( x)
2
ou seja
x (5.34)
2
8Mp
q (5.35)
2
P a P a P P
2 1 2
1 2
x1 x1 1
a -a x2 1+ 2 x2 1+ 2 1+ 2
a -a
a) Viga e solicitação b) Primeira configuração c) Segunda configuração d) Terceira configuração
2 x1 x 2
P(a x1)θ1 Mpθ1 (5.36)
x2
ou seja:
2 x1 x 2
P Mp (5.37)
(a x1 )( x2 )
e, por outro lado, a condição de carga mínima pode ser analisada a partir do
comportamento das derivadas:
P (2 x1 x 2 )( x 2 ) (a x1 )( x2 )
Mp
x1 (a x1 )( x 2 )
2
(5.38)
P (2 x1 x 2 )(a x1) (a x1)( x 2 )
Mp
x2 (a x1 )( x2 )
2
167
( x 2 )(2 a x 2 ) (5.39)
(a x1 )( x1 ) (5.40
2 a
P Mp (5.41)
a( a)
P 2( x1 )( x 2 )
M
x1 ( a)(x x )2 p
2 1
(5.42)
P 2( a)( x1 )
Mp
x 2 ( a)(x2 x1)
2
Pa( a)
M (5.43)
168
a a
Mp 1 Pa (5.44)
e, com efeito, essa relação é satisfeita com a força de colapso encontrada, ou seja:
2 a
P Mp (5.45)
a( a)
Todavia, essa conclusão trivial chama a atenção para outro aspecto muito
interessante, ou seja, no caso de se ter:
a a
Pa Mp 1 (5.46)
P P
Mp
-a
P (-a)a
Mp
(M)
Mp
a -a a -a
Mp
Mp
2 a
P Mp (5.47)
a( a)
q q
1
x1 2
x2 1+ 2
(2- 2 ) ( 2- 1)
2 x1 x 2
q 2Mp (5.48)
( x1 )( x 2 )(x 2 x1 )
(5.49)
q ( x1 ) ( x1 )(x2 x1 ) ( x1 )( x2 ) ( x 2 )2
2Mp
x1 ( x1 )( x2 )(x2 x1 )
2
170
sendo que um exame da primeira das (5.49) mostra que a derivada de q na variável
x1 é positiva para qualquer valor de x1 e x 2 no intervalo de zero a ; sendo ainda
naturalmente x 2 x1 . Assim, em relação à variável x1 o menor valor de q é dado para
x1 nulo. Com isso, o valor extremo de q , segundo a variável x 2 , está relacionado com
o valor nulo da segunda das (5.49), ou seja:
x2 ( x2 ) ( x 2 )2 0 (5.50)
resultando:
x 2 (2 2) (5.51)
x 2 (2 2) (5.52)
2Mp 2
q (5.53
2
3 24
Me Md
x0 (5.54)
2 q
q 2 x qx2
M Me Me Md 0 0 (5.55)
2 2
Mp M máx
Mp Md
Mp Me
parábola
(2- 2 ) ( 2- 1) parábola
x0
a) Diagrama do momento no colapso
b) Posição do momento máximo
171
Mp
x0 (5.56)
2 q
x 0 (2 2) (5.57)
1 α 1
P1θ1 Mpθ1 1 (1 ) (5.58)
3 6 2
onde:
α P2 P1 (5.59)
ou seja:
15Mp
P1 (5.60)
(2 α)
12Mp
P1 (5.61)
(1 2α)
P1 P2
P1 P2 P1 P2
x 2 x 2x
q x ( x) Mp 2 (5.62)
2 2 2 x
ou seja:
q 4Mp (5.63)
( x)( x 2 4)
5
xx (5.64)
8
28.44Mp
q (5.65)
2
q q q
/2 /2
x -x 5/8 3/8
1 3 2Mp
x0 0 (5.66)
2 9 28.44Mp 3
2 8
2
P
2
ou seja
2Mp
P (5.68)
resultando pois o mesmo valor expresso em (5.68). Cabe, todavia, esclarecer que a
cadeia cinemática (ou mecanismo) indicada em tracejado pode ser facilmente
entendida. Com efeito, imprimindo-se uma rotação θ na coluna da esquerda (vide
Figura 5.15b) ), a extremidade superior translada de θ (regime de pequenos
deslocamentos), e essa translação é conferida, igualmente, para a articulação e para
a extremidade da coluna da direita. Assim, por considerações de ordem geométrica
encontram-se as demais grandezas em jogo.
P
P 2
P/2 P/2
P P
P/2 P/2
2
P
θ Pθ Mp (4θ) (5.70)
2
ou seja:
8Mp
P (5.71)
que constitui um resultado sem significado, pois o trabalho das forças externas é,
nesse caso, negativo (de onde sairia a energia necessária para o trabalho positivo
realizado nas rótulas?). Por outro lado, com a configuração indicada na Figura 5.16c)
tem-se:
P
θ Pθ Mp (4θ) (5.72)
2
ou seja:
8Mp
P (5.73)
3
176
P θ
Mp (2θ) (5.74)
2
ou seja:
4Mp
P (5.75)
P
θ Mp (2θ) (5.76)
2
P
θ Pθ Mp (2θ) Mp (4θ) Mp (2θ) (5.78)
2
177
P
P/2
2
2
2
2
P
θ Pθ Mp (2θ) Mp (4θ) Mp (2θ) (5.79)
2
αP xθ1 2x
Pθ1 2 Mp 2θ1 θ1 (5.80)
2 2 x
onde α é o fator de relação entre as cargas em jogo (vide Figura 5.18a) ). A expressão
(5.80) permite escrever-se:
4
P Mp (5.81)
( ax)(2 x)
178
q= P/
x 1 2
P
1 1 1
1+ 2
2 x 2-x
ou seja:
(2α 1)
x (5.83)
2α
16αMp
P (5.84)
(4α2 4α 1)
(2α 1)
0x 2 (5.85)
2α
α0 (5.86)
ou seja, carga distribuída dirigida para baixo. Assim sendo, no caso de x 0 tem-se:
179
(2α 1)
(5.87)
2α
ou seja:
α 0.5 (5.88)
(2α 1)
2 (5.89)
2α
ou seja:
α 0.5 (5.90)
2Mp
P (5.91)
que coincide com o resultado encontrado com mecanismo de andar. Ora, esse fato
permite concluir-se que, para 0 α 0.5 , o mecanismo de colapso da estrutura é o
de andar, e o valor da carga é, então, o expresso em (5.85), considerando–se o caso
limite com 𝛼 tendendo para infinito tem-se de (5.89):
lim .x (5.92)
α 2α
ou seja, a rótula, nesse caso, tende a ocupar a posição centraI. O valor da carga
correspondente passa a ser dado por (vide (5.80) ):
ou seja, o valor da carga de colapso tende para o valor encontrado com o mecanismo
de viga. Esse resultado era de se esperar, porquanto o caso de α tendendo para
infinito corresponde, em termos físicos, ao caso de se solicitar a estrutura somente
por carga uniforme, ou, na razão inversa, carga horizontal tendendo para zero.
A B
Mp
0
C curvatura k
Mp D
FIGURA 5.19 – Modelo plástico perfeito
EI Mp
/2 /2 2
P θ Mp (3θ)
2
(5.94)
6Mp
P
sendo que esse resultado é alcançado com o carregamento crescente até atingir esse
valor. Todavia, o comportamento durante esse carregamento é no começo em regime
elástico linear até atingir a formação da primeira rótula, e a partir d´aí continua em
regime elástico linear, mas com momento plástico no local da primeira rótula formada,
181
6 P
32 5 P Mp
- 32
+
P M p
4 2
a) Regime elástico linear b) Regime plástico
FIGURA 5.21 – Evolução da plastificação
6P
Mp
32
(5.95)
32Mp
P
6
P Mp
Mp
4 2 (5.96)
6Mp
P
P 2 Mp
φp Mp (5.97)
3EI 16EI 24EI
visto que o carregamento final é o dado pela segunda de (5.96), e mais, a viga para
essa fase do carregamento agora torna-se isostática com carregamento no centro e
momento de plastificação no engaste. A primeira parcela de (5.97) é a rotação
decorrente da aplicação de Mp negativo no engaste, e a segunda a rotação decorrente
do carregamento central no apoio onde antes havia engaste.
Pois bem, ao descarregar sucede que o momento fletor não será zerado em
razão de a rotação plástica (5.97) ser residual (não é restituída). Assim sendo, o
momento residual deve provocar rotação igual à rotação plástica (5.97), ou seja:
182
Mr Mp
φr φp
3EI 24EI (5.98)
Mp
Mr
8
6P Mp
Mp
32 8
6Mp
P (5.99)
5P Mp / 2
Mp
32 8 (5.100)
6Mp
P
ou seja, a recarga pode ser realizada com carga expressa na segunda de (5.94) que
é a carga de colapso para carga crescente, e com isso, o carregamento repetido tem
a mesma magnitude da carga de colapso original. Todavia, em outras configurações
estruturais e de carregamento a repetição pode levar a uma acomodação
(shakedown) plástica para valores de carregamento maior que o definido no regime
elástico linear, ou então para colapso incremental para carregamento superior ao da
acomodação plástica (a rotação plástica ocorrendo com acréscimos fracionários com
a série geométrica correspondente resultando um valor finito, ou, caso contrário, com
razão superior à unidade resultando rotação crescente indefinidamente). De qualquer
modo o estudo de carregamento repetido envolve sempre análise do comportamento
elástico linear em todas as fases do descarregamento e recarregamento; exigindo-se
estudo particular de cada caso de estrutura e de carregamento. De qualquer modo,
os casos de acomodação (shakedown) plástica e de colapso incremental não será
aqui objeto de estudo, embora em combinação de carregamento permanente (peso
próprio) e acidental (carga de ocupação e vento por exemplo) esses fenômenos
podem ocorrer.
183
32Mp
P (5.101)
6
M k /2
Mk +
_
+
6 P _
32 5 P
- 32
+
6 – BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA