596 CCFB 5836 FF
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1
2
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3
1. INTRODUÇÃO
4
O Brasil tem representatividade internacional nas mais diversas áreas do
setor de Casa e Construção. Empresas brasileiras fabricam todo tipo de
material para construção, decoração e funcionamento de casas, escritórios,
hotéis e hospitais, desde modelos simples e funcionais até os mais
sofisticados. A variedade de matérias-primas, o design e o alto nível
tecnológico da indústria nacional se refletem num amplo leque de produtos,
como cerâmicas, mármores e granitos de revestimento, pinturas e vernizes,
tubos e conexões, torneiras e louças, ferragens, vidros, cristais, rochas
ornamentais, madeiras, móveis e artigos de decoração.(APEX, 2010)
2
O conceito será desenvolvido no corpo do trabalho
5
do ambiente pode contribuir de maneira a otimizar o espaço atribuindo identidade ao
ambiente3 a partir do conceito do projeto.
O designer de interiores, enquanto se discute a regulamentação da profissão,
busca estar cada vez mais qualificado para atender a demanda do mercado,
conhecer os materiais, os recursos tecnológicos e práticas disponíveis para atender
a função, e a estética dos interiores (equipamentos, conforto, segurança,
sustentabilidade, acessibilidade). Sua formação pode ser em nível médio, superior
ou tecnológico, e nível de bacharelado e pós-graduação. Esta pesquisa aprofunda
essas questões no corpo do trabalho.
6
Figura 1: Esquema de organização do conteúdo: Mapa Mental Fonte: autora
1.4. Objetivos
7
1.4.2. Objetivos específicos
1.5. Justificativa
4 Os Revestimentos no DI são utilizados no acabamento das superfícies dos pisos, paredes, tetos,
estofados, etc. São desenvolvidos a partir de diferentes materiais e técnicas como, por exemplo:
tecidos, papeis de parede, cerâmicas, porcelanatos, laminados, vidros, plásticos, etc.
8
estar do usuário. Poucos designers de interiores, no entanto, têm compreensão de
como e por que essas respostas são produzidas e que padronagens são mais
susceptíveis de provocar uma específica reação no usuário.
Podendo ocupar uma grande área ou mesmo sendo um detalhe, a
padronagem raramente é descrita por suas particularidades. Ela agrega elementos
de linguagem carregados de conotações e interpretações pessoais para os usuários,
constituindo, assim, um recurso técnico importante no Design de Interiores.
As padronagens estão diretamente ligadas às superfícies de forma impressa,
aplicada, recortada, projetada em que se somam às características dos materiais
propondo volume, profundidade, textura ao projeto de DI.
Além do conhecimento empírico e da experiência do profissional, que
aspectos estão relacionados no momento de escolha das padronagens? Diante de
uma vasta oferta, a necessidade de conciliar o gosto do cliente com a proposta do
projeto, que critérios são utilizados na composição com as padronagens? Que
aspectos subjetivos (conceituais e compositivos) podem ser observados no estado
da arte do Design de Superfície contemporâneo? Essas perguntas são o ponto de
partida para o desenvolvimento desta pesquisa.
A contribuição desta investigação encontra-se no trabalho da localização
deste tema no contexto acadêmico, no mercado, na organização e sistematização
de conceitos relativos ao Design de Interiores e ao Design de Superfícies.
9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 2: Idade da Pedra: Pintura rupestre na parede da Grotta dei Cevi, Apulia. Fonte: Kubisch e
Seger (2007, p. 16)
Figura 3: Plate 1: The construction of Gothic Tracery Patters, Plate 2: The lattice and the Diamond;
Plate 10: Arab Lattice Patterns. Fonte: Day, 1910, p. 55, 59 e 90, consecutivamente.
5 Tradução da autora
6 Owen Jones, em seu livro A Gramática do Ornamento além de reunir ilustrações das diversas
culturas e fases da arte ornamental, defendeu trinta e sete (37) princípios gerais da disposição de
forma e cor em Arquitetura e nas Artes Decorativas em sua obra.
11
Os anuários de Arte Decorativa (Decorative Art – The Studio Year Book of
Furnishing & Decoration), editado durante os anos de 1906 a 1968, evidenciam a
utilização das padronagens, reservando um capítulo especifico a elas,
representadas pelos tecidos e tapetes.
Figura 4: Páginas ilustrativas. Fonte: Decorative Art, the Studio Year Book 1958-59. P. 78, 84 e 88
12
como: Pugin, Owen Jones, Cristopher Dresser, William Morris, entre muitos outros,
trazendo referências às escolas, aos estúdios, às empresas e às indústrias que
acompanharam movimentos e períodos artísticos (como Arts and Crafts, Art Noveau,
Art Déco, Belle Époque, Modernismo, op e pop art, etc.)
Mesmo no período modernista, em que a essência da forma e a textura
natural dos materiais foram extremamente valorizadas, madeira, pedra, vidro, ferro,
aço, concreto, as padronagens estiveram presentes nos papéis de paredes,
impressos em mobiliários, em artigos têxteis, sempre utilizadas com cuidado para
evitar conflito entre os materiais.
Trazendo essas considerações para o tema da pesquisa, observa-se que as
padronagem nos interiores acompanham não só os processos de industrialização
como as manifestações artísticas, fazendo-se presente no cotidiano das pessoas.
7 Tradução da autora.
13
momentos e detalhes. Como um quebra cabeça, no design de interiores, a
8
padronagem deve fazer parte do projeto (RODEMANN, 1999, p. 7).
8 Tradução da autora
24
quando procura explicar a relação sujeito-objeto no campo da percepção
(GOMES FILHO, 2002, p. 18).
25
nos quais se confia estar diante de ordens dentro de ordens, em que se pode
responder à sondagem de regularidade, sem fazer perder o sentimento de infinita e
inesgotável variedade.
27
melhoria psicológica dos espaços internos (CHING. E BINGGELI, 2005, p.
44).
9 Tradução da autora
28
Segundo Forest (2005), os termos: decorador, arquiteto, designer de
interiores são, muitas vezes, utilizados alternadamente tanto por profissionais e
leigos, no entanto, há diferença entre eles.
Design de Interiores segue uma metodologia sistemática e coordenada,
incluindo pesquisa, análise e integração dos conhecimentos no processo criativo, em
que as necessidades e recursos do cliente sejam satisfeitos para produzir um
espaço interior que cumpra as metas do projeto.
Para a Associação Brasileira de Design de Interiores:
10 Leis , normas municipais e estaduais determinam, por exemplo, os códigos de segurança contra
incêndio, acessibilidade, etc.
11 Design Universal, segundo a ABD é o Emprego de produtos e soluções desenvolvidas para
indivíduos desabilitados facilitando o uso, acesso, segurança e conforto. Fonte site:
http://www.abd.org.br/site.asp?CodCanal=12, acessado em novembro de 2010.
29
CREA/RS - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio
Grande do Sul – que no uso de suas atribuições legalmente conferidas pelo art. 45,
e alínea "e", do art. 46, da Lei Federal n° 5.194, de 24 de dezembro de 1966, para
efeito de fiscalização do exercício profissional de Arquitetura, na atividade específica
de Arquitetura de interiores, adota consecutivamente.
30
Quadro 1: Quadro de Referencias: Especialidades / Áreas de atuação (Gomes, 2006, p. 14)
33
II. Portadores de diploma de curso Técnico em Design de Interiores,
ministrado por estabelecimentos de ensino reconhecidos pelo Sistema
Estadual de Ensino;
III. Designer de Interiores autodidatas em exercício da profissão por um
período mínimo de cinco anos serão aceitos somente até dezembro de
2000, de acordo com a documentação solicitada pela ABD;
IV. Portadores de certificado do curso de nível básico devidamente
reconhecido pela ABD, que serão aceitos até Dezembro de 2000;
V. Portadores de diploma de cursos de instituições estrangeiras,
devidamente validado e registrado na legislação vigente, com documentos
legalizados e traduzidos por tradutor juramentado, e apresentação de
permanência definitiva no país. (ABD – Estatuto, 2010)
15 Apêndice A
34
comprometimento maior do profissional de nível superior e que as diferenças mais
significativas estão na elaboração do projeto executivo e na demonstração de suas
competências pessoais em que se pode destacar a capacidade de aplicação de
técnicas de representação gráfica, ser capaz de transmitir informações culturais para
o cliente, ter formação de nível superior, demonstrar domínio técnico, tecnológico e
científico, estar capacitado para promover bem-estar, saúde e segurança, ser capaz
de ministrar aulas e de realizar pesquisas, manter-se atualizado a respeito da
aplicação de materiais e equipamentos, e com as tendências de mercado, e
demonstrar capacidade de técnicas de informática.
No âmbito internacional, é importante citar a IIDA – International Interior
Design Association – fundada em 1994, como resultado da fusão do Institute of
Business Designers (IBD), International Society of Interior Designers (ISID); e o
Council of Federal Interior Designers (CFID). A meta dessa fusão foi criar uma
associação internacional com a missão de representar o Design de Interior em todo
o mundo. Com sede central em Chicago, EUA, desde essa data a IIDA tem
trabalhado para reunir as comunidades de Designers de Interiores em todas as
regiões e especialidades que representam os interesses de toda a comunidade,
atuando em 29 localidades ao redor do mundo. (IIDA, 2010)
National Council for Interior Design Qualification (NCICQ), com sede em
Washington - DC, nos Estados Unidos, é uma organização independente sem fins
lucrativos, de órgãos estaduais e municipais de credenciamento (norte-americanos e
canadenses), responsável pela emissão de certificados para profissionais
competentes de Design de Interiores desde 1974. Para obter este certificado, os
designers de interiores, além de cumprirem os requisitos de elegibilidade (formação
e experiência), prestam um exame rigoroso, o qual atesta a sua qualificação para os
empregadores, os reguladores de estado e do público em geral. Além de
desenvolver e administrar o exame, NCIDQ oferece pesquisas e conhecimentos que
informa as leis estaduais e provinciais de licenciamento e regulamentação para a
profissão de Design de Interiores.
Para o NCIDQ, Interior Design inclui uma gama de serviços realizada por
um designer profissional, qualificado por meio de educação, experiência e análise
para proteger e melhorar a saúde, a segurança de vida e bem-estar do público. O
anexo A lista estes serviços, os quais podem incluir uma ou todas das seguintes
tarefas.
35
Para a IFI – International Federation of Interior Designers/Architects - A
Partner of International Design Alliance –, o conceito adotado pela Assembleia Geral
da IFI, em 25 de maio de 1983, define Designer/Arquiteto de Interiores como:
16 Segundo o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do MEC, “o curso técnico é um curso de nível
médio que objetiva capacitar o aluno com conhecimentos teóricos e práticos nas diversas atividades
do setor produtivo. Acesso imediato ao mercado de trabalho é um dos propósitos dos que buscam
este curso, além da perspectiva de requalificação ou mesmo reinserção no setor produtivo. Este
curso é aberto a candidatos que tenham concluído o ensino fundamental e para a obtenção do
diploma de técnico é necessária a conclusão do ensino médio”. (MEC, 2011
http://catalogonct.mec.gov.br/perguntas_frequentes.php)
17 Os cursos seqüenciais são cursos de nível superior, mas não têm o caráter de graduação. Os
objetivos dos cursos seqüenciais são distintos dos objetivos dos cursos de graduação, embora as
grades curriculares dos cursos seqüenciais possam contemplar disciplinas semelhantes às oferecidas
nos cursos de graduação.
36
dois acontecimentos desencadearam uma proposta de reorganização da educação
profissional e tecnológica de graduação conforme uma nova metodologia.
37
2.1.3. O Desenvolvimento do Projeto
I. Etapas do Projeto
Figura 7: Esquema de Projeto Fonte: Um método para fazer projetos. MUNARI, 1997, p. 343
38
No DI, o projeto se fundamenta na relação Homem/Espaço levando em
conta o perfil, os aspectos psicológicos, culturais, sociais, econômicos relacionados
ao usuário, bem como as características do espaço físico, as dimensões (altura,
largura e profundidade), as funções do ambiente (dormitório, estar, jantar, cozinha,
hall de entrada, banheiro, cozinha, etc.), a orientação solar, elementos arquitetônicos
(portas, janelas, vigas, colunas, etc.), revestimentos (material, características),
pontos elétricos, pontos de água e esgoto (se necessário), entre outros
O Design de Interior envolve um conjunto de atividades desde a identificação
das necessidades dos usuários até a apresentação do projeto: planejamento e
representação da disposição dos elementos no ambiente, tanto dos elementos
móveis quanto dos fixos, da iluminação, da seleção dos materiais de revestimentos,
das cores, das padronagens, das texturas, dos modelos e dos tecidos das cortinas,
dos acessórios e equipamentos, além dos aspectos relacionados com a execução
do projeto.
O desenvolvimento do projeto tem a característica pessoal do profissional
(mesmo considerando as escolhas junto ao cliente), evidentes no processo de
criação na seleção dos materiais, dos móveis e dos equipamentos, nos contatos
com fornecedores e equipes de execução da obra. A dinâmica dessas atividades
deve obedecer a uma sequência sistematizada e organizada.
A Associação Brasileira de Design de Interiores enumera algumas etapas
fundamentais no projeto em DI:
39
- Coordenação de todos os profissionais que vão atuar na execução do
projeto, tais como: engenheiros, eletricistas, marceneiros entre outros,
harmonizando o trabalho conforme cronograma estabelecido.
- Compra de todos os produtos, sistemas e equipamentos após cotação e
aprovação do Cliente.
- Acompanhamento de toda a obra mantendo o orçamento dentro dos
valores previstos ou submetendo ao Cliente qualquer alteração para prévia
aprovação.
- Emissão de relatórios regulares detalhando o andamento (estágio) da obra
registrando as ocorrências tais como: alterações, substituições e
adequações técnicas e orçamentárias.
- Elaboração de check-list final de entrega de obra com pesquisa de
satisfação a ser respondida pelo Cliente (ABD, 2010).
40
objetivos preliminares, fazer o levantamento do espaço a ser trabalhado: elaborar o
briefing.
O briefing é desenvolvido pelo designer por meio de entrevistas com o
cliente para obter informações sobre as expectativas a respeito do projeto: sexo,
idade, estilo de vida, hobbies, escolaridade, aspectos físicos (para a personalização
dos recursos), o gosto de cada usuário, se há animais na casa etc.
18 Nesse sentido, “as qualidades apropriadas ao contexto espacial compatível com as necessidades
dos usuários como sensação, ambiência ou atmosfera, imagem e estilo, grau de fechamento espacial,
conforto e segurança, qualidade da luz, foco e orientação do espaço, cor e tom, texturas, ambiente
acústico, ambiente térmico, flexibilidade e duração estimada de uso”.( CHING E BINGGELI,2006.
p68)
19 Estilo aqui é considerado “o conjunto das qualidades de expressão características de um setor ou
de uma época, na história da literatura, das belas artes, da musica”. (BUENO, 89). Segundo o
dicionário Houaiss da Língua Portuguesa... ”conjunto de tendências e características formais,
conteudísticas, estéticas etc. que identificam ou distinguem uma obra ou um artista, escritor, etc., ou
um determinado período ou movimento.”
41
diretamente relacionados com a utilização propriamente dita do espaço, do
ambiente, com todos os detalhes referentes às atividades que nele serão
realizado e com todas as preferências pessoais de quem ocupará
(GURGEL, 2007, p. 17).
20 Tradução da autora
42
2.1.3.2 Princípios e Elementos de Composição do Design de Interiores
43
para alcançar uma coisa sobre uma prateleira, nos sentamos a uma mesa,
descemos um lance de escada ou interagimos com outras pessoas. Essas
são dimensões funcionais que variam de acordo com a natureza da
atividade que está sendo executada situação social (CHING E BINGGELI,
2006 p. 59).
21 “Le Corbusier desenvolveu uma arquitetura funcionalista radical de construção e planejamento que
fez dele um dos mais conceituados (e citado) arquitectos do Movimento Moderno.” (COLES E
HOUSE, 2007)
22
culturais, psicológicas, por exemplo, objetos ou situações comuns, pessoais ,
podem não causar desconforto, mesmo que esteja desproporcional ao ambiente.
O princípio de projeto escala se refere, especificamente, ao tamanho de
uma coisa relacionada a um padrão conhecido ou a uma constante conhecida, por
exemplo, o Sistema Métrico Internacional: medidas em milímetros, centímetros,
metros ou o Sistema Norte Americano de Unidade: pés, polegadas e jardas.
A execução do projeto de um ambiente parte da representação do espaço
ou no papel ou no computador, em escala, ou seja, em dimensões proporcionais à
realidade. A escala é fundamental na representação de um ambiente.
Para GURGEL (2010), “A Escala humana utiliza “ergonomia” 23 para
determinar alturas, distâncias e outras dimensões dos objetos. A escala visual e
intuitiva é a que observamos quando entramos num ambiente.” (GURGEL, 2010, p.
68)
O equilíbrio está associado à maneira que os elementos estão dispostos no
ambiente, identificando-o como uma unidade, considerando a área de circulação, as
atividades realizadas e a iluminação.
CHING e BINGGELI (2006) descrevem três tipos de equilíbrios visuais:
simétrico, radial e assimétrico:
22 Diz respeito a um indivíduo, sendo que a mesma situação pode causar um desconforto à outra
pessoa.
23 Ergonomia, segundo o Institute of Ergonomics & Human Factors, do Reino Unido, é a aplicação de
informações científicas sobre os seres humanos ao o design de objetos, sistemas e ambientes: no
que diz respeito a trabalho, esporte e lazer, saúde e segurança. Institute of ergonomics & Human
Factors, 2010 tradução da autora.
47
maneira que estão organizados para corresponder ao conceito (a ideia, o tema) do
ambiente.
Para CHING e BINGGELI (2006): “É a tensão cuidadosa e artística entre a
ordem e a desordem – entre unidade e variedade – que dá vida à harmonia e cria
interesse em um interior”.
“A repetição de diferentes características comuns a diferentes elementos
proporcionará unidade com variedade compositiva.” (GURGEL, 2010).
Para se alcançar o equilíbrio e a harmonia, observam-se, na composição, as
semelhanças e diferenças dos elementos, utilizando as várias características
particulares dos elementos para compor uma unidade.
O ritmo pode ser facilmente identificado quando se refere à repetição de
uma forma ou elemento. Não se referindo a uma repetição enfadonha, mas sim algo
sutil que ajude dar unidade ao projeto por meio de uma correlação dos elementos
podendo incluir a intervalos regulares, objetos ou formas idênticas em uma trajetória
retilínea, ou uma série de elementos arquitetônicos repetidos – tais como colunas,
pilares, uma sequencia de janelas idênticas – ou a repetição de pequenos detalhes –
como fotos com molduras iguais ou objetos decorativos.
Para GURGEL (2010), o ritmo “cria dinamismo na composição, ao fazer a
ligação entre diferentes pontos de um mesmo ambiente ou ainda serve como “pano
de fundo” para a composição”.
48
Os centros de interesse podem ser: elemento arquitetônico (como uma
lareira, uma janela, uma escada etc.) ou a vista de uma janela (uma paisagem ou
um jardim), um quadro, uma escultura, um móvel e, até mesmo, um centro de
interesse ocasional, como uma mesa posta para uma festa.
Os elementos no Design Interiores são os recursos utilizados para compor
o ambiente. Presentes por meio das formas (ponto, linhas, planos e volume),
texturas e padronagens, luz e cor.
A seleção de cada elemento pelo designer, ao conceber o projeto, passa por
critérios que irão definir os aspectos estéticos e funcionais do ambiente. Esses
elementos expressam a qualidade inerente do ambiente, em que esta combinação
dará a sua identidade e atmosfera.
PARA CHING e BINGGELI (2006), no Design de Interiores,
Figura 11: Representação do ponto no ambiente. Fonte: CHING E BINGGELI, 2006, p. 94.
A linha é uma sequência de pontos: no Design de Interiores, pode significar
movimento, direção, crescimento, peso, caráter visual, comprimento, espessura e
continuidade.
Para GURGEL (2010): “Nossos olhos inconscientemente seguirão a
orientação das linhas de um ambiente. O modo e o tipo de linha num projeto
adicionarão diferentes características a ele” (GURGEL, 2010, p. 29).
Ainda para Gurgel (2010) a linha reta é mais direta e masculina.
Para CHING e BINGGELI (2006), a linha horizontal pode representar
estabilidade e repouso.
A linha horizontal remete ao horizonte, a posição quando se repousa pode
ser usada para dar a sensação de ampliar a largura, quando utilizada em um
ambiente estreito, e para sugerir menor altura, quando utilizada em um ambiente
muito alto.
50
por exemplo – e as linhas divergentes que partem de um centro e abrem-se
sistematicamente em todos os sentidos.
O plano é fundamental no Design de Interiores, envolvem duas dimensões:
a largura e o comprimento. Segundo CHING e BINGGELI (2006), estas formas
planas, quando utilizadas como pisos, parede, tetos; servem para delimitar e definir
o volume tridimensional do espaço. Elementos menores, como portas, escadas,
prateleiras e mobiliários, também podem ser considerados planos. Além disso, o
plano traz consigo as características dos materiais utilizados em sua superfície,
como textura e cor, atribuindo também estas qualidades à propriedade de controlar
os valores da iluminação e da propagação do som pela absorção ou reflexão destes.
51
textura visual de uma superfície, freqüentemente respondemos à sua
qualidade tátil aparente sem de fato usarmos o tato. Baseamos essas
reações físicas às qualidades têxteis das superfícies a partir de associações
prévias com materiais similares. [...]
Escala, distância de observação e luz são fatores importantes que
modificam nossa percepção da textura e das superfícies que eles articulam.
Escala: quanto menor a escala de um padrão, mais suave sua aparência. A
escala relativa de uma textura pode afetar a figura aparente e a posição de
um plano no espaço; em geral as texturas tendem a preencher visualmente
o espaço no qual elas existem. [...]
Luz: luz direta incidente sob uma superfície com textura evidencia sua
textura visual, luz difusa diminui o contraste podendo obscurecer sua
estrutura tridimensional. Superfícies lisas e polidas atraem atenção.
Superfícies ásperas quando iluminadas com luz direta, formam padrões
distintos de luz e sombra. [...]
Contraste: o Contraste influencia a força ou a sutileza aparente de uma
textura. Uma textura quando observada contra um fundo liso uniforme
parecerá mais óbvia do que quando justaposta a uma textura similar. [...]
Espaço: Textura é uma característica intrínseca dos materiais usados para
definir, mobiliar e embelezar os espaços internos. A composição das
diferentes texturas é tão importante quanto a composição de cor e luz. A
escala de um padrão deve estar relacionada com a escala do espaço e de
suas principais superfícies, assim como com o tamanho dos elementos
secundários. Combinações de texturas podem ser usadas para criar
variedade e interesse (CHING e BINGGELI, 2006, p. 105-110).
52
ofuscamento que se refere à intensidade de brilho e a necessidade dos olhos em
se ajustar ao nível de iluminação; a difusão, medida da direção e dispersão de uma
luz à medida que ela emana de sua fonte (a luz suave diminui contrastes e sombras,
a iluminação direcional ajuda na percepção de figuras, formas e texturas das
superficiais) e a cor. “A cor aparente de uma superfície é o resultado da reflexão de
seu matiz predominante e da absorção das outras cores da luz que a iluminam.”
(CHING e BINGGELI, 2006, p. 249).
Todos esses fatores citados por CHING e BINGGELI são considerados
importantes por esta pesquisa por contribuir na análise dos ambientes quanto à
utilização das padronagens, a ser visto mais adiante.
A iluminação abrange um conteúdo vasto e, ainda, podem-se considerar
vários outros aspectos.
GURGEL (2010), quando trata de iluminação, refere-se aos seguintes
aspectos:
53
Direta
Geral
Indireta
Efeito
Dirigida Destaque
Tarefa
54
24
A OSRAM disponibiliza em seu manual do curso de iluminação uma
metodologia para o desenvolvimento de um projeto para se estabelecer uma
sequência lógica de cálculos. Esta metodologia pressupõe as seguintes etapas:
a) Levantamento das atividades do local, de suas dimensões físicas, de seu
layout, dos materiais utilizados e das características da rede elétrica no local (dados
iniciais do projeto);
b) Determinação dos objetivos da iluminação e dos efeitos que se pretendem
alcançar em função da(s) atividade(s) a ser(em) exercida(s) no ambiente (definidos,
principalmente, em função dos sistemas de iluminação a serem adotados);
c) Escolha das lâmpadas (em função de todos os demais itens desta
relação);
d) Escolha das luminárias; e) Análise dos Fatores de Influência na Qualidade
da Iluminação (relacionados, principalmente, à definição dos níveis de iluminância,
das relações de luminância – contrastes –, do IRC (Índice de Reprodução de
Cores25 e da Temperatura de Cor). (OSRAM, 2009, p. 36)
O último e importante elemento de Design de Interiores é a cor. Entender e
explorar a forma como se observa a cor é fundamental para um projeto bem-
sucedido.
Segundo MAHNKE (1996), “a cor, não é propriedade dos objetos, espaços
ou superfícies, ela é a sensação causada por certas qualidades da luz que o olho
reconhece e o cérebro interpreta”. (MAHNKE, 1996, p. 2)
Para Mahnke (1996), observar a cor significa "experimentar", ter consciência,
isto é, muitos fatores conscientes e inconscientes estão envolvidos neste processo e,
com tantas correlações envolvidas na "experiência de cor", considera que,
definitivamente, não se pode sistematizadar ou classificar esta experiência. No
entanto, supõem que haja seis fatores básicos inter-relacionados que a influenciam:
Usando uma pirâmide que tem como a base: inevitavelmente (1) as reações
biológicas ao estímulo da cor; depois, (2) o inconsciente coletivo; (3)
simbolismo consciente – associações; (4) influências culturais e costumes;
(5) influência das tendências , moda e estilos; até chegar ao nível mais alto,
55
(6) o "relacionamento pessoal", onde o indivíduo obtêm a cor. O
“relacionamento pessoal” está ligado e é influenciado por todos os outros
níveis (MANHKE, 1996, p. 10).
26
Figura 12: The Color Experience Pyramid. Fonte: Mahnke, 1996, p. 11. Traduzido pela autora.
Para reforçar a importância da cor nos ambientes, vale citar a forma que
Mahnke resume o estudo da vivência da cor pelo ser humano sob o aspecto
fisiológico e psicológico:
... a cor, que é criada pela luz, é uma forma de energia e esta energia afeta
nas funções do corpo e influencia a mente e a emoção. Sabemos que a cor
atua na ativação cortical (ondas cerebrais); funções do sistema nervoso
autônomo (que regula o ambiente interno do organismo), a atividade
hormonal, e que a cor desperta e define associações emocionais e estéticas.
Em suma, a nossa resposta à cor é total, nos influencia tanto
psicologicamente quanto fisiologicamente (MAHNKE, 1996, p. 18).
26 Os termos em inglês na construção da pirâmide são:(1) biological reactions to a color stimulus; (2)
the collective unconscious; (3) symbolism of the conscious - associations (4) Cultural Influences and
Mannerism (5) Influence of Trends, Fashion and Styles; (6) the “personal relationship”
Estas considerações de MAHNKE (1996) reforçam a efetiva influência da cor
como elemento compositivo no Design de Interiores e a relevância da cor no
desenvolvimento do projeto.
CHING E BINGGELI (2006) consideram a cor “assim como a figura e a
textura uma propriedade visual inerente de toda forma [...] As cores que atribuímos
aos objetos, contudo, são originadas da luz que ilumina e revela a forma e o espaço.
Sem luz não há cor” (CHING E BINGGELI, 2006, p. 113).
Há dois aspectos, diretamente relacionados ao estudo das cores, que
precisam ser observados: um é a cor-luz, ou a luz branca (luz natural ao meio-dia),
a radiação luminosa visível, formada pela afluência equilibrada de todos os matizes
presentes na natureza; radiações coloridas que podem ser separadas. O outro
aspecto é a cor-pigmento, a substância presente nas superfícies que, de acordo
com sua constituição, absorve, reflete ou refrata os raios luminosos presentes na luz.
A cor é o resultado do reflexo da luz que não é absorvida por um pigmento
Para CHING E BINGGELI (2006), a cor tem três dimensões:
57
Figura 13: Roda das Cores. Fonte: CHING E BINGGELI, 2006, p. 115.
27 Sistema que distribui as cores em três escalas ordenadas de graus visuais uniformes conforme
seus atributos de matiz, valor e croma (intensidade). CHING e BINGGELI, p. 1167.
28 Sistema baseado nas medições precisas das ondas de luz refletidas por uma superfície, fatorados
por curvas de sensibilidade que foram medidas para o olho humano. Utilizado na nas especificações
da maioria dos fabricantes de móveis norte-americanos. CHING e BINGGELI p.117.
Figura 15: Sistema Pantone®. Fonte: Pantone
29 É importante salientar que a palavra cor se refere à sensação, e matiz é o estímulo da cor. Ching e
Binggeli
Os esquemas de cores podem ser: monocromáticos (quando uma cor é
dominante e as tonalidades desta cor são usadas para criar combinações); análogos
(em que as cores que são contíguas, ou pelo menos próximas na roda de cores);
complementares (usam dois ou mais matizes de lados opostos da roda de cores);
tríade, ou tripla (sempre que um conjunto de três cores mais ou menos equidistante
na roda de cores são utilizados na composição).
A figura 16 representa, consecutivamente, os esquemas de cores abordados.
Figura 16: Esquema de cores: Roda de cores, Cores monocromáticas, análogas e complementares e
tríade. Fonte: Glossy Paints
60
Figura 17: Representação de distribuição tonal (três tons). Ambiente em perspectiva. Fonte: a autora
61
2.1.3.3. A Representação do Projeto
Figura 18: Hilton The Hague Grand Cafe "Pearl". Holanda. Sketches (croquis), mood board, concept
board e foto: Design de Interiores: Fonte: Angélica Kok.
62
O croqui (esboço, sketches) é aceito, tanto entre os técnicos como entre os
leigos, e deve ser claro e eficaz na comunicação. É um método simples, prático, de
baixo custo (lápis e papel), e consegue, rapidamente, expressar a ideia em questão.
Pode representar, por exemplo, o detalhamento de um móvel ou de uma tarefa
(forma como será fixado um painel) e estar presente na apresentação final do
projeto para o cliente.
Para CHING e BINGGELI (2006), três tipos de sistemas visuais de
30
representações foram desenvolvidos, ao longo dos tempos, para representar
formas, construções e ambientes espaciais tridimensionais em uma superfície
bidimensional: desenhos de múltiplas vistas (plantas-baixas, seções e elevações;
uma série de projeções ortográficas); desenhos paraline (projeções axonométricas,
isométricas, dimétricas e trimétricas; projeções oblíquas e plantas-baixas oblíquas) e
desenhos em perspectiva (projeções perspectivas, perspectivas com um, dois e três
pontos de fuga).
Os desenhos de múltiplas vistas compreendem os tipos de desenhos que
31
conhecemos como plantas-baixas, elevações e seções . Cada um desses
é uma projeção ortográfica de um aspecto particular de um projeto ou uma
construção. [...] Na projeção ortográfica, projetores paralelos encontram o
plano do desenho em ângulos retos. Assim, a projeção ortográfica de uma
característica ou de um elemento que é paralelo ao desenho permanece
com o tamanho, forma e configuração real. [...] precisamos de uma série de
vistas distintas, mas relacionadas para descrever na totalidade a natureza
tridimensional de uma forma ou composição. [...] Uma planta baixa é uma
projeção ortográfica de um objeto, uma estrutura ou uma composição em
um plano horizontal. [...] representa uma seção através de uma edificação
ou parte de uma edificação como se fosse fatiada a uma altura de 1,20m
em relação ao piso e removesse a parte de cima. [...] Uma seção ou corte é
uma projeção ortográfica de um objeto ou uma estrutura da forma que seria
visualizada se cortada por um plano vertical, para mostrar sua configuração
32
interna. [...] Desenhos paraline transmitem a natureza tridimensional de
uma forma ou construção em uma única representação. [...] Projeções
perspectivas representam uma forma de construção tridimensional
projetando todos os seus pontos em um plano de desenho (PD) através do
uso de linhas retas que convergem para um ponto fixo, representando a
visão do observador. [...] O uso principal dos desenhos em perspectiva em
projetos é representar uma vista experimental do espaço e das relações
espaciais (CHING E BINGGELI, 2006, p. 78-85).
30 “Esses sistemas visuais de representação constituem uma linguagem gráfica que é governada por
um conjunto consistente de princípios.” CHING e BINGGELI, 2006 p.77
31 É comum encontrar as expressões: “vistas” para elevações e “cortes” para seções;
32 Desenhos paraline, incluem projeções ortográficas conhecidas como: projeções axonométricas:
Isométrica, a mais conhecida (onde os três eixos principais estão em ângulos iguais (120º) com o
plano do desenho; dimétricas e trimétricas (onde consecutivamente dois e três eixos principais estão
em ângulos iguais com o plano do desenho. E projeções oblíquas: elevações obliquas (uma das
faces verticais principais esta orientada paralelamente ao plano do desenho. Planos oblíquos (uma
das faces horizontais principais está orientada paralelamente com o plano do desenho). (CHING e
BINGGELI, 2006, p 82-84).
63
Figura 19: Representação Ambiente Cozinha integrada. Perspectiva, planta-baixa com planejamento
do mobiliário e instalações, e foto projeto finalizado. Fonte: Grey, Ardley, Hall, Katz, Gaventa, Weiss,
1998, p. 64, montagem da autora.
Figura 20: Exemplos de representação: planta-baixa com estudo de cor, mobiliário e instalações;
planta-baixa e planta de iluminação; perspectiva e elevação. Fonte: Gibbs, 2005, p. 88, 89.
64
No Design de Interiores, a planta baixa é usada para definir o espaço quanto
à área de circulação, à distribuição do mobiliário, à definição dos pisos e dos forros,
à distribuição da iluminação, aos projetos de móveis (sob medida) e para definir as
cotas (as medidas) que são projetadas em escala.
33
As escalas mais comuns 1:50 (normalmente no projeto arquitetônico); 1:20
ou 1:25 para o projeto de um ambiente; para representar o detalhamento de móveis,
sistemas de encaixe, fixação etc., pode-se usar uma escala maior.
O projeto executivo, quanto a sua representação, segue um sistema de
34
padronização, obedecendo a uma série de normas técnicas , especificações
relacionadas desde ao papel, quanto ao tipo, formato (A1, A2, A3, A4, A5, A6), da
posição da legenda, a dobradura das pranchas, a caligrafia, os tipos de linhas,
escalas, linhas de cota, etc. No Brasil, a ABNT é responsável por esta normatização
com o objetivo de fixar os padrões de qualidade, produtos, processos e
procedimentos técnicos relacionados ao projeto.
COLES e HOUSE, 2007, citam, ainda, como representação: o modelo
tridimensional por computador (three-dimensional computer model), em que a
representação tridimensional acontece a partir de dados “geométricos”,
armazenados e gerados por um computador; a renderização que se dá o por meio
processamento de um software especializado que usa a cor e luz para representar a
realidade desejada no projeto de um ambiente usando um modelo tridimensional, ou
imagem (o que depende da qualidade do software, do computador e da habilidade
do designer em operar o sistema) permitindo criar imagens que são muito próximas
da realidade; e referem-se também ao banco de texturas (texture mapping) realizado
por um software que aplica padronagens e texturas às superfícies de um modelo
computacional para representar materiais com realidade; a maquete (scale models)
é uma ferramenta de design de grande valor para o desenvolvimento e
compreensão do espaço e forma.
33 Um desenho na escala 1:50 significa que cada dimensão representada no desenho será 50 vezes
maior na realidade, ou seja, cada 1 (um) centímetro que medirmos no papel corresponderá a 50
(cinqüenta) centímetros na realidade. 1:20 (corresponderá 20 cm), etc.
34 Como a ABNT NBR 10068 :1987 Norma que padroniza as características dimensionais das
folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos; ABNT NBR
8402:1994 : Execução de caráter para escrita em desenho técnico – Procedimento, Esta Norma fixa
as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes; a
NBR 10126 que fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos
técnicos; etc..
65
Figura 21: Projetos: maquetes eletrônicas tridimensionais modeladas e renderizadas no software:
Home Archtecture. Fonte: a autora.
Figura 22: Sketch model – maquete para estudo de formas, cor. Fonte: a autora.
66
2.2 DESIGN DE SUPERFÍCIE
67
criativa própria desenvolvida a partir do briefing, pela necessidade do cliente, do
mercado, atendendo o perfil psicossocial do público destinado.
Os processos de produção dos diferentes produtos para revestimento
passam por uma adequação tecnológica, tanto para atender os requisitos da
sustentabilidade como para incorporar os novos materiais. A soma desses fatores
contribui para a manifestação dessa estética visual contemporânea.
A partir dos autores BARACHINI, MINUZZI, SCHWARTZ e
RÜTHSCHILLING, pode-se observar o Design de Superfície sob quatro aspectos
principais de aplicabilidade, aqui apropriado pela autora dessa pesquisa com o
enfoque em Design de Interiores.
Design de
Superfície
68
35
O princípio da padronagem é a propagação do módulo . Segundo
RÜTHSCHILLING (2008), os elementos visuais do Design de Superfície são:
35 O módulo é a unidade da padronagem, isto é, a menor área que inclui todos os elementos visuais
que constituem o desenho. (RUTHSCHILLING,2008).
69
Considerando o módulo:
71
A textura é o grão tátil das superfícies e substâncias. [...] As texturas dos
elementos de design correspondem igualmente à sua função visual.
Exemplo: uma superfície elegante, de delicada padronagem, poderia
adornar o interior ou o livreto de um SPA [..] (LUPTON E PHILLIPS, 2008 p.
53).
38 Os processos de estamparia são: carimbos, serigrafia (silk screen), transfer, sublimação e jato de
tinta.
72
Technical information
Collection: ARZINO
Part Number: F1477/03
Name: livenza aqua
Composition: 100%PL (VISCOSE
FLOCK PRINTED)
Width: 145 cm
: Weight: 134 g/m2
Horizontal Pattern Repeat: 47 cm
Vertical Pattern Repeat: 64 cm
Product Usage:
73
ao deslizamento), características químicas (resistência a manchas, resistência ao
ataque químico), características geométricas (lados e espessuras, ortogonalidade,
retitude lateral e planaridade) e características visuais (defeitos e tonalidades).
Figura 26: Revestimentos cerâmicos, porcelanatos, ladrilhos hidráulicos - Fonte: fotos Exporevestir
2010, pela autora.
Figura 27: Revestimentos cerâmicos, porcelanatos, ladrilhos hidráulicos. Fonte: fotos Exporevestir
2010, pela autora.
75
nos laminados podem ser utilizadas para criar um mobiliário personalizado,
revestimentos de parede, entre outros.
O revestimento para pisos vinílicos se apresenta em placas e mantas. As
matérias-primas destes revestimentos são sintéticas ou artificiais, tendo quase
sempre o PVC como base. Há uma busca pelo desenvolvimento de produtos
supostamente sustentáveis, como se pode ver no revestimento de linóleo natural,
Linoleum®, da Tarkett Fedemac, por exemplo, que:
41 Cada produto possui suas particularidades técnicas quanto suas características, aplicação e
manutenção.
76
Observa-se, aqui, que não há especificação alguma por parte do fabricante
quanto o tamanho do módulo, a única referência à padronagem se dá no momento
da apresentação do produto ao mencionar “estampas e grafismo de alto contraste”.
A pesquisa considera que os papéis de parede também fazem parte desse
grupo de materiais, pois encontram em suas composições, além da base celulósica,
acabamentos vinílicos, emborrachados, fibras naturais e sintéticas, etc. O papel de
parede é o revestimento, junto com os têxteis, que, tradicionalmente, são utilizados
para inserir as padronagens ao ambiente. São vendidos em rolos e são de fácil
aplicação. Pode-se observar na figura 31 as especificações técnicas que do
revestimento:
Technical information
Collection: Arabella wallcoverings
Part Number: P497/07
Name: Almaviva linen
Composition: WP
Width: 52 cm -
Weight: 160 g/m2
Horizontal Pattern Repeat: 52 cm
Technical information Vertical Pattern Repeat : 72 cm
Collection:
DARLY WALLCOVERINGS Product After Care :
Part Number : P524/04
Name: padgett delft
Width: 52 cm
Weight: 160 /m2
Vertical Pattern Repeat: 53 cm
2
Coleção Infinita
Papel de parede
Medidas: 10m x 52cm = 5m² aproximadamente
- Resistência à Luz;
- Vinílico, lavável;
Cola vendida separadamente.
Comportamento com Fogo: Em ensaio realizado IRAM11910-
3 que coincide com as normas ASTN E 162 e ABTN
ME 24.
Este produto se classifica como classe RE 2 - material de
muito baixa propagação de chama e com a classe A da
norma Brasileira ABTN - ME 24.
3
Figura 31: Papel de parede, exemplos de especificações técnicas. Fonte: 1 e 2: Laura Ashley e 3.
Origini
77
Novamente, observa-se que a referência técnica brasileira não remete ao
tamanho do módulo da padronagem.
Novos materiais associados a novas tecnologias estão constantemente
sendo desenvolvidas e diferentes revestimentos estão sendo disponibilizados a cada
dia. Há, ainda, os revestimentos produzidos com materiais vítreos (vidros
texturizados, jateados etc); materiais metálicos; superfícies sensitivas (touch screen);
eletrônicos. Alguns exemplos poderão ser vistos no próximo capítulo quando for
abordado o estado da arte das padronagens.
Figura 32: Imagem ilustrativa: Mesmo ambiente mesma padronagem, em escalas diferentes. Fonte: a
autora.
A luz direta incidente sobre uma padronagem tátil, ao revelar o relevo, produz
um movimento harmônico à superfície. Por meio da iluminação dessa
superfície, pode-se criar um clima dramático, sereno, dinâmico, etc., no
ambiente.
A luz difusa diminui o contraste incidente, podendo esconder sua estrutura
tridimensional.
80
Figura 35. Mesmo ambiente com pequena variação na iluminação com padronagens diferentes.
Fonte a autora
Figura 36 Mesmo ambiente com mesma iluminação, com a aplicação de diferentes padronagens
resulta em diferentes ambientes
Figura 37: Mesmo ambiente com a mesma iluminação, mesma padronagem aplicada em diferentes
superfícies. Fonte a autora
45 Floral, geométrico, cachemere, Poá e listrado: Jonh Lewis; abstrato: backnation; tole de Jouy :
Curtain fabrics online; príncipe de gales, espinha-depeixe,risca-de-giz,olho-de-perdiz: Estivanelli
83
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
84
documental forneceu dados, inicialmente, “brutos” (sem tratamento analítico), estudo
de campo (observações, visitas a exposições, feiras, palestras etc.) e estudo de
caso.
46 Conforme relatório das atividades desenvolvidas pela autora disponibilizado nos Apêndices
85
Pesquisa Documental: A pesquisa documental buscou dados na legislação
brasileira vigente, no material disponibilizado pela Casa Cor RS 2010 (texto, foto,
vídeo), material fornecido pelo profissional (croquis eletrônicos, planta baixa, vistas,
fotos) relativo ao ambiente estudado.
Estudo de caso: O estudo de caso contou com a observação do ambiente
em visita a Casa Cor RS 2010; pesquisa documental: material de divulgação da
Casa Cor (release, fotos, vídeo/depoimento), material do profissional (croquis,
estudo de cores, planta baixa, vistas, fotos) e entrevista. A investigação desse
ambiente reúne todo o conteúdo desenvolvido na pesquisa, desde a realidade do
profissional abordada no capítulo do DI (discutido na reflexão sobre os conceitos até
a representação do projeto) até o estudo conceitual das padronagens utilizadas.
O ambiente Atelier do Fotógrafo foi selecionado por possuir uma
representação significativa do tema da pesquisa: é um ambiente contemporâneo de
conhecimento público, reúne diversos revestimentos que evidenciam a utilização da
padronagem como elemento compositivo do ambiente, demonstra a prática
profissional de Design de Interiores desenvolvida pelo arquiteto, conforme discussão
estabelecida no início do capítulo 2 dessa pesquisa.
86
3.3.1. O estado da arte das padronagens no Design de Interiores: as
visualidades contemporâneas
87
1. Subtração/Recorte/Vazado
50 laser: sm (sigla do ingl light amplification by stimulated emission of radiation, amplificação da luz
pela emissão estimulada de radiação) Fís Fonte de luz, desenvolvida para a produção de um feixe
de luz acromático, muito condensado, de intensidade luminosa muito grande. Os feixes de luz
fortemente condensados podem fazer evaporar-se localmente metais de ponto de fusão alto, pelo
que se podem "brocar" fusos em materiais muito duros Fonte:. Dicionário Michaellis da Língua
Portuguesa, on line.
88
Detalhe:
Figura 42 - lace curtain: by d’hanis & lachaert. Cortina feita de papel. Fonte: www.designboom.com
2. Clássicos Renovados
Figura 43: Liason: Bisazza by Calo Del Bianco. Fonte: Savoir, 2007, p. 72
72-75.
Figura 44: Ant’ique: Gam ”plus” Fratesi. Arabesco formado por “formigas” Fonte: Savoir, 2007, p. 80-
81.
51
Figura 45: Renda Labirinto : Marcelo Rosenbaum. Fonte: www.tokstok.com.br
91
3. Fun
Com o intuito de divertir, este tipo de padronagem tem como recurso
compositivo o jogo conceitual, alterando as escalas, com as cores, forma,
construção de narrativas, explorando o lado lúdico
lúdi e/ou no sense como elementos
de criação.
Figura 49: Glasort Trad: capa para edredom e fronhas Design: IKEA. Fonte: WWW.ikea.co.uk
4. Antagonismos / Ambiguidades
Figura 50: Angels & Devils (1941) e Plane Filling II (1957) Mauritus Cornelis Escher . Fonte:
www.mcescher.com
Figura 55: Green Queen – Design: Ostwald Helgan. Fonte: Savoir, 2007, p. 188-189.
96
6. Narrativa
Figura 56: Golly Gosh: Deuce Design. Fonte: Vilaseca, 2007, p. 278.
Figura 57: Feasting at the Berry Bush – Design: Deadly Squere . Fonte: Savoir (2007, p.246)
Figura 58: Furtherland: Paula Castro for Evgenia Ostroviskaya, 2006. Fonte: Savoir
Savoir, 2007, p. 20.
Figura 60: Gooh 2 – Design: Sweden Graphics. Fonte: Savoir 2007, p. 246-247.
Figura 61: Pisos Ellos e Permeare com design de Renata Rubim e produzidos pela Solarium. Fonte:
www.renatarubim.com.br
Figura 62: The Algue by Vitra Designer: Ronan and Erwan Bouroullec (este padrão também observa o
aspecto de objeto). Fonte: http://www.bouroullec.com/
8. Camadas / Sobreposição
Figura 63: Wall Decoration – Lene Toni Kjeld. Fonte: Savoir 2007, p. 200-201
Figura 64: Wall Decoration – Lene Toni Kjeld. Fonte: Savoir 2007, p. 200, 203
101
9. Sombra / Tatuagem
102
10. Objeto
Figura 68: Ecooler: design: Mey e Boaz kahn – Premio IIDA (Incheon International Design Awards)
2010: Fonte: www.iida.kr/
103
11. Continuidade
Figura 70: Plaits: Design: Ellen Berggren Oberg Fonte: Savoir, 2007, p. 126
104
12. Relevo
Figura 72: Rose: Design: Helen Amy Murray. Fonte: Vilaseca, 2007, 71
53 Devore “mostra um desenho em relevo sobre fundo transparente, obtido por corrosão. O tecido
inicialmente é composto por dois grupos de fios fiados com fibras têxteis diferentes. A destruição pela
ação de produtos químicos de um desses grupos acaba revelando o desenho.” (PEZZOLO,2007,
p.299)
105
13. Interatividade
Figura 74: Papel de parede desenvolvido por 5.5 Design Fonte: www.cinqcinqdesigners.com
Figura 75: Linda Florence. Papel de parede com padrão floral revestido por uma camada de folha de
prata, como nas raspadinhas, tem que ser removido cuidadosamente para ser revelado.
Fonte: http://www.lindaflorence.co.uk
107
Figura 77: Wall Therapy. As pessoas são convidadas a pintar-com-números o papel de parede depois
de ter sido prescrito uma cor de passar por um pequeno teste comparativo. As cores são escolhidas
com base no teste psicofísico que visa a encontrar a cor que reforça o seu bem-estar. O exemplo
mostrado foi exibido em Londres Designersblock em 2003. Fonte:
http://loop.ph/bin/view/Loop/WallTherapy
108
Figura 78: Berzina zane criou 'touch me wallpaper' seu projeto em 2003. O papel é impregnado com
tinta termocrômica que muda de cor em resposta ao calor do corpo. Como tal, o papel de parede
convida as pessoas a tocá-lo e a criar padrões com as mãos até que ele retorne à temperatura
ambiente. Fonte: http://www.zaneberzina.com
Figura 79: Este papel de parede contém tinta sensível ao calor. Quando o calor é aplicado, por um
radiador, por exemplo, este modelo “Vinha”, flores coloridas surgem.Fonte: http://shiyuan.upshine.net
Figura 80: Wall with Ears. Paredes têm ouvidos, papel de parede desenvolvido por: loop.ph. O ruído
do ambiente aciona o papel de parede, que brilha em resposta aos níveis de ruído. Quanto mais alto
é o som, mais brilhante o papel de parede se torna. Esta tecnologia acrescenta profundidade e uma
nova linguagem para o Design de Interiores. Fonte: http://loop.ph/bin/view/Loop/WallsWithEars
Figura 81: blumen: A padronagem deste painel de parede obtém sua cor a partir de circuitos elétricos
com tecnologia eletroluminescente. A tecnologia oculta no “Wallpaper” “blumen” é capaz de iluminar
em uma gama de padrões gerados por um software instalados nos painéis. Fonte:
http://loop.ph/bin/view/Loop/BlumenWallpaper
Figura 82: Este painel possui emissores de luz. Desenvolvido pelo Designer holandês Jonas Samson,
quando aceso, transforma-se em uma fonte de luz para o ambiente. Quando se apagam as luzes, o
papel de parede ilumina o quarto, mas quando as luzes se acendem novamente, o papel de parede
parece completamente normal. Este projeto não é apenas uma ideia wallpaper incomum, mas
também uma forma interessante de iluminação sem uma lâmpada tradicional. Fonte:
http://www.jonassamson.com
Figura 83: Christopher Pearson projetou uma série de papéis de parede animados que usam
projetores digitais para dar movimento às padronagens. O efeito destas peças parece dar vida às
folhas que parecem mover-se com o vento, e as cenas parecem reais, movendo-se e mudando ao
longo do tempo. Fonte: http://www.christopherpearson.com
14. Projeção
Figura 84: Living room. Concept Mr. Beam. O projeto criou uma experiência única, o mapeamento
físico de vídeo 3D, tornando uma sala branca em uma área de 360° de projeção Esta técnica permite
assumir o controle de todas as cores, padrões e texturas dos móveis, papéis de parede e carpete.
Tudo feito com dois projetores. Fonte: http://www.mr-beam.nl/project/1
112
3 3.3. A Utilização das padronagens no ambiente: o Atelier do Fotógrafo
54 Casa Cor RS 2010; EstiloTV-Especial Casa Cor RS 2010, Jornal do Comércio, Transit Arquitetura
- WJW Arquitetura e Design na Casa Cor RS 2010
113
localizada na Avenida dos Estados nº 111, ao lado do aeroporto, em Porto Alegre.
Além da homenagem especial a Lucio Costa (um dos grandes ícones da Arquitetura
e Urbanismo nacional), no ano de aniversário dos 50 anos da construção de Brasília,
teve como tema: “Sua Casa, Sua Vida, Mais Sustentável e Feliz”, a mostra procurou
enfatizar tanto a utilização de materiais com certificação – no caso da madeira –
quanto o uso consciente da energia elétrica.
Neste ano de 2010, CASA COR© promove mais uma vez a busca pela
construção e decoração sustentável. Esta orientação estratégica, iniciada
em 2008, tem por objetivo engajar os profissionais participantes nesta que
não é uma tendência, mas sim, uma realidade (CASA COR RS 2010).
114
as cores e formas, os motivos da padronagem e dos demais
elementos;
o conceito do ambiente.
A partir da interpretação dos documentos coletados, a investigação procurou
identificar e descrever os propósitos compositivos que as padronagens atendem
para alcançar o resultado da combinação criativa do uso dos elementos e princípios
do Design de Interiores.
Os documentos utilizados no estudo de caso, “O Ateliê do Fotógrafo”, estão
organizados da seguinte forma: o release oficial da casa cor (divulgado para a
imprensa – Anexo C); a apresentação do profissional (fornecido por ele – Anexo D);
o vídeo/depoimento produzido pelo Estilo TV – Especial Casa Cor RS 2010 (aqui
representado pela transcrição do depoimento do profissional – Anexo E); as
representações do projeto (planta-baixa, vistas, croquis – Anexo F) e fotos do
ambiente (Anexo G).
A observação da planta-baixa, dos croquis e das vistas (Anexo F) permite
afirmar que o ambiente possui, aproximadamente, 24m². Se considerar uma área
planificada, encontra-se: parede 1 e 3 (referente à vista 1 e 3), aproximadamente,
13,3m² cada; Parede 2 e 4 (referente às vistas 2 e 4), aproximadamente, 12m² cada.
Estas informações foram elaboradas a partir das representações do projeto (plantas,
vistas e croquis - Anexo F)
As padronagens identificadas no ambiente estão presentes nas poltronas
estilo Luis XV (figura 82), no revestimento cimentício presente na parede (figura 83 e
84), nos adesivos aplicados a parede (figura 85) e no tapete que reveste grande
parte do piso (figura 86).
Os aspectos descritos, nesse momento, reúnem informações técnicas e
subjetivas referentes às padronagens a partir da interpretação da autora.
Os revestimentos têxteis utilizados nas poltronas Luis XV são tecidos
coordenados55 confeccionados em jacquard56, nas cores preto e cinza (com algum
brilho referindo a prata); em 100% poliéster; com largura de 1,40 m. Apresentados
55 Os tecidos coordenados quase sempre fazem parte da mesma coleção (linha de produção) onde
combinam as cores, tons sobre tons ou ainda os motivos utilizados nas padronagens.
56 Tecido jacquard “Mostra efeito decorativo produzido por meio da tecelagem. Os inúmeros
desenhos que surgem do entrelaçamento dos fios, que variam na cor e no brilho. Seu resultado final
resulta do cruzamento livre dos fios do urdume e de trama, geralmente tintos ou fantasia”. (PEZZOLO,
2007, p. 154)
115
em duas padronagens: listrada e flor-de-lis 57 : esta com a repetição do módulo
(pattern repeat) de 7 cm.
Figura 85: Poltronas Luis XV, tecidos coordenados: padronagem listrada e flor-de-lis. Fonte: Arquiteto
Francisco H. Franck
57 Motivo adotado pelos franceses em seu brasão "fleur-de-lis" onde suas três pétalas representou
os ideais das cruzadas: a fé, a sabedoria e o valor, suas três pétalas. A sua origem é bem antiga e
em diferentes culturas possui diferentes significados .
Figura 86: Revestimento cimentício “Duna”. Fonte: Casa Cor 2010.
Figura 87: Revestimento Duna reflete no painel melamínico alto brilho. Fonte: Arquiteto Francisco H.
Franck
Sob o olhar subjetivo do tema do ambiente, a fotografia, o contraste
constante entre as diferentes texturas remetem à descontinuidade do tempo, como
pontuados pelos os “clics” da máquina fotográfica. O brilho com o opaco, o rústico
com o clássico. A incidência da luz nas padronagem do revestimento “Duna”, por
meio do volume de suas linhas sinuosas, como as marcas de areia, são dinâmicas,
mesmo em sua cor neutra.
A padronagem aplicada na parede com o motivo máquina fotográfica sugere
uma faixa cujos módulos estão dispostos lado a lado, confeccionada em adesivo
brilhante, colorido nas mesmas cores do tapete. A incidência da luz reforça o brilho,
destacando a textura visual. Cada módulo possui, aproximadamente, 15cm X 7cm e
fazem parte da composição direta com outros dois adesivos. Essa linha horizontal
estabiliza o ambiente e contribui para a sensação de se estar num ambiente amplo.
Figura 88: Padronagem: máquina fotográfica. Adesivos. Fonte: Arquiteto Francisco H. Franck
O tapete, que reveste a maior parte do piso do ambiente, projeta, por meio
de sua padronagem de linhas curvas, movimentos circulares convergentes suaves,
ao mesmo tempo, divergem do centro em si, projetando as curvas para fora, dando
uma sensação de ampliar o plano.
A padronagem é “esculpida” 58 e as cores são: sahara brilho, alumínio e
cadiz; o tamanho do tapete é de 3,60m x 3,60m, sua espessura é de 14mm, e é
confeccionado em nylon (100%) com tratamento antiestático, antialérgico e
antichamas.
Figura 89: Padronagem tapete, Fonte: recorte foto 42. Fonte: Francisco Humberto Franck.
120