MonografiaTeste Do Relógio UNifesp
MonografiaTeste Do Relógio UNifesp
MonografiaTeste Do Relógio UNifesp
Coordenadora do Curso
de Pós – Graduação: Profa. Dra. Maria da Graça
Maffah Mazzacoratti
iii
Dedico este trabalho à Karen e
aos meus pais Yocio e Mina
Agradecimentos
Prof. Dr. Paulo Henrique Bertolucci, não apenas pela orientação neste trabalho,
mas também em todas as outras orientações;
v
O aluno recebeu apoio financeiro com Bolsa de Formação de Pesquisador I-
Doutorado do CNPq –Conselho Regional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico –processo no. 143301/1997-7
vi
SUMÁRIO
viii
LISTA DE FIGURAS
x
Lista de tabelas
Tabela 1-Dados dos indivíduos controle ................................................................ 37
Tabela 2-Dados dos pacientes com Doença de Alzheimer (DA)............................ 38
Tabela 3-Dados dos pacientes com Doença por corpúsculos de Lewy.................. 38
Tabela 4-Dados dos pacientes com Declínio Cognitivo Leve (DCL).................... 39
Tabela 5-Indivíduos controles-Teste comparativo de Spearman........................... 41
Tabela 6-Pacientes DA-Teste comparativo de Spearman ..................................... 42
Tabela 7-Indivíduos controle -Teste comparativo de Spearman............................ 43
Tabela 8-Pacientes DA-Teste comparativo de Spearman...................................... 43
Tabela 9-Controles X DA – Teste do desenho do relógio.................................... 44
Tabela 10-Controles X DA - Desenho espontâneo (A)....................................... 45
Tabela 11-Controles X DA – Cópia do desenho do relógio (F)........................... 45
Tabela 12-(F) - (A) Diferença das pontuações em A e F..................................... . 46
Tabela 13-Sensibilidade e Especificidade do MEEM........................................... 46
Tabela 14-Sensibilidade Especificidade para A .................................................. 47
Tabela 15-Sensibilidade e especificidade para B ................................................. 48
Tabela 16-Sensibilidade e especificidade de C .................................................... 48
Tabela 17-Sensibilidade e especificidade de D..................................................... 49
Tabela 18-Sensibilidade e especificidade de E..................................................... 49
Tabela 19-Sensibilidade e especificidade de F...................................................... 50
Tabela 20-Sensibilidade e especificidade da diferença F-A ................................ 51
Tabela 21-Comparação dos subgrupos DA>21 X CTRL ................................. 52
Tabela 22-Itens do MEEM X Sub-itens do TR (grupo DA- teste de Spearman).. 53
Tabela 23-Comparação dos grupos DL X CTRL................................................ 54
Tabela 24-Comparação dos grupos DCL X CTRL............................................ 55
ix
OKAMOTO, IVAN HIDEYO
Aspectos cognitivos da doença de Alzheimer no Teste do
Relógio: Avaliação de amostra de população brasileira
Avaliação de amostra de população brasileira / Ivan Hideyo Okamoto.- -
São Paulo, 2001.
xi, 113f.
1.1-Colocação de horas
1.3-Leitura de horas
1.4-Formas de pontuação
pacientes com doença de Huntington e idosos normais.. Usando uma escala de 10-
pontos para avaliação de contorno, números e ponteiros, mas também com análise
qualitativa dos erros , concluíram que os dois grupos de pacientes possuíam dificuldades
visuo-construtivas, mas os pacientes com DA apresentavam mais tipos de erros
conceptuais.
Um outro sistema de pontuação foi apresentado por Death et
al. (1993), considerando apenas classes de erro, com “classe 4” para relógios normais,
“classe 3” para desenhos com alterações mínimas de espaçamento dos números, “classe
2” para severas alterações de espaçamento e “classe 1” para desenhos “bizarros”.
Atentamos para o fato deste sistema não considerar a colocação de ponteiros ou de hora
específica. Comparando os desenhos de 117 pacientes com o desempenho do Mini-
Exame do Estado Mental, concluíram que apenas “classe 3 e 4”poderiam ser
considerados normais.
O “Teste de Realização do Relógio” (Clock Completion Test)
de Watson et al. (1993), envolve apenas um círculo pré-desenhado e a colocação de
números, mas sem desenhar os ponteiros. O sistema de pontuação avalia a colocação
dos números nos quatro quadrantes do círculo, com maior peso para o quarto quadrante
(9:00 horas a 12:00 horas). Qualquer erro nos quadrantes 1 a 3 recebeu 1 ponto, e erro
no quarto quadrante recebeu 4 pontos. Avaliando 76 pacientes com demência e 36
indivíduos normais, concluiu-se que pontuações de 0 a 3 foram consideradas normais e
de 4 ou mais pontos, corresponderam ao grupo dos doentes.Além disso, obtiveram uma
boa correlação entre esta forma de aplicação e de pontuação do desenho do relógio e
outro teste de rastreio, o teste de orientação concentração e memória de Blessed (Short
Blessed Test).
Outro teste que não observa os erros qualitativos do desenho,
foi desenvolvido por Manos e Wu (1994), com o “Teste do relógio de 10 pontos” (10-
point Clok Test). Utilizaram um sistema de pontuação que dividia o desenho em oito
partes (oitavas), pontuando cada número que houvesse sido colocado corretamente, mais
a colocação de ponteiros. Afirmam ainda que, baseados em dados de literatura e nos
diversos sistemas de pontuação, quanto mais comprometida a população de dementes e
10
*Alzheimer, A.: Über einen eingenartigen schweren Erkrankungsprozess der Hirnrinde. Neurol
Zbl 25: 1134,1906 citado por MESULAM, M. M. In : Principles of behavioral and cognitive
neurology 2nd. ed. Oxford University Press; 2000..
16
utilizando critérios que são empregados para DA, como o DSM- Manual de Diagnóstico
e Estatística de Doenças Mentais – DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria
(American Psychiatry Association, 1994); ou critérios do NINCDS-ADRDA -
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (McKhann et al 1993).
As fases clínicas da DA em estágio leve mostram
comprometimentos mais pronunciados ao compararmos com as fases pré clínicas, até
mesmo por serem critérios diagnósticos. Alguns autores encontraram comprometimento
em alguns aspectos de atenção e de velocidade psicomotora (Morris et al., 1991),
enquanto outros não observam tais deficiências ( Lines et al.,1991). Esta discrepância
pode ser explicada pelo tipo de material apresentado em cada teste, havendo maior
alteração em testes onde a demanda de sistemas executivos complexos é maior. A
memória episódica na DA está comprometida em seus aspectos verbais e espaciais,
assim como déficits espaciais são observados nos testes de habilidade construtiva. O
déficit em aprender informações, no nível episódico, aparece precocemente, com o
aprendizado de eventos e de pessoas, importantes para o conhecimento auto-biográfico
está prejudicado. Outra marca da DA é a dificuldade em resolver problemas do dia a dia
e de planejar atividades corretamente (secundárias ao déficit de aprendizado de
informações). Um déficit em evocar fatos e eventos também está presente,
principalmente para os adquiridos mais recentemente,sendo proporcional ao déficit de
aprendizado episódico e pode ser percebido na dificuldade dos pacientes em reconhecer
locais e a relação de pessoas e objetos com estes locais. Os déficits de linguagem
observados precocemente na DA podem ser notados com a dificuldade em nomear
objetos (teste de nomeação de Boston), análise de discurso, vocabulário, capacidade
descritiva e compreensão de leitura. A fala pode se tornar um pouco lenta, podendo
haver perseveração, repetição de palavras e frases fora de contexto. O teste de fluência
verbal é muito sensível e utilizado para avaliar linguagem em estágios precoces da DA.
Consiste em solicitar ao paciente, dentro de um tempo determinado, a falar o maior
número de palavras possíveis que comecem com certa letra (categoria simbólica) ou de
determinada categoria semântica (p.ex. animais). Na DA leve, a categoria simbólica
parece estar mais comprometida que a categoria semântica, embora em DA moderada e
17
1.8-Alterações cognitivas no
Declínio Cognitivo Leve (DCL)
2- OBJETIVOS
2.6- Avaliar o desempenho de pacientes com Declínio Cognitivo Leve (DCL) no TR.
24
3-MÉTODOS
forma geral incluiu teste de rastreio (Mini-Exame do Estado Mental), teste de avaliação
da memória (memória verbal, memória visual), testes de atenção, testes de linguagem,
testes de praxias ideomotora e ideatória, bem como de praxias construtivas, com
avaliação também de funções executivas e de pensamento abstrato. Pelo fato destes
testes não serem realizados exclusivamente para este estudo, e sim para diagnóstico de
demência, não foram realizados de forma padronizada para todos os pacientes (mesma
ordem), entretanto seguiram os parâmetros de aplicação de cada teste neuropsicológico.
Todas as avaliações foram realizadas em sala silenciosa e
isolada no Ambulatório de Doenças Degenerativas da Disciplina de Neurologia da
UNIFESP, em consultório particular ou na biblioteca da Universidade Aberta da
Terceira Idade (UATI).
B- Conhecimento Semântico;-
São seis questões dirigidas diretamente ao indivíduo e o
examinador anotava literalmente a resposta da pessoa na ficha de respostas;
C- Leitura de horas:-
Apresentamos individualmente, uma série de relógios
impressos por computador, marcando dez horários diferentes, um a cada página.
Assinalamos apenas a resposta correta na casela, e se incorreta, anotamos a resposta ao
lado, para posterior análise.
1-) 3:00 hrs. 4-) 10:25 hrs. 7-) 4:25 hrs. 10-) 7:50 hrs.
2-) 8:20 hrs. 5-) 5:05 hrs. 8-) 11:10hrs.
3-) 9:55 hrs. 6-) 2:40 hrs. 9-) 6:45 hrs.
29
D- Percepção de erros:
E- Colocação de Horas
comparar desempenhos de uma única bateria. Assim, ficamos com 108 indivíduos que
realizaram a bateria descrita, divididos nos seguintes grupos:
- 43 (quarenta e três) indivíduos controle;
- 50 (cinqüenta) pacientes com provável ou possível doença de Alzheimer;
- 9 (nove) pacientes com provável ou possível doença por corpúsculos de Lewy;
- 6 (seis) indivíduos que preenchem critérios de Declínio Cognitivo Leve.
3.4- PONTUAÇÕES
A-Desenho Espontâneo:-
Uma neuropsicóloga com experiência em avaliação de testes
cognitivos realizou a correção deste sub-item, de forma individual. Esta avaliadora não
tinha conhecimento se o desenho que estava pontuando era de um indivíduo controle,
paciente com DA, paciente com DL ou ainda de um indivíduo com DCL, e que utilizou
a escala de 15 pontos de Freedman et al. (1994), que inclui avaliação de contorno do
círculo, números, ponteiros e centro:
Quadro 2- pontuação do Desenho Espontâneo do Relógio
Contorno:
- Desenho de contorno aceitável 1pt
- Contorno com tamanho médio 1pt
Números:
- De 1- 12 sem adição ou omissão 1pt
- Só arábicos 1pt
- Ordem correta
- Papel não é rodado quando se escreve 1pt
- Posição correta 1pt
- Todos dentro do contorno 1pt
Ponteiros:
- com dois ponteiros e/ou marcas 1pt
- hora indicada de alguma maneira (marca) 1pt
- minutos indicado de alguma maneira (marca) 1pt
- Na proporção correta (minutos maior) 1pt
- Sem marcas supérfluas 1pt
- Ligados (ou até 12 mm de proximidade) 1pt
Centro:
- Centro desenhado, inferido, ou extrapolado onde os
ponteiros se encontram 1pt
15 pts.
34
B-Conhecimento Semântico
C- Leitura de Horas:-
D- Percepção:-
E- Colocação de Horas:-
4-RESULTADOS
C- leitura de horas CC= 0,017 CC= 0,042 CC= 0,254 CC= 0,243
p = 0,913 p = 0,788 p = 0,101 p = 0,117
D- percepção de CC= - 0,239 CC= 0,118 CC= - 0,106 CC= 0,097
erros p = 0,122 p = 0,451 p = 0,500 p = 0,535
E- colocação de CC= 0,256 CC= 0,275 CC= 0,153 CC= 0,012
horas p = 0,098 p = 0,075 p = 0,327 p = 0,941
F-cópia do desenho CC= - 0,211 CC= - 0,324 CC= 0,079 CC= 0,371
p = 0,175 p = 0,034 p = 0,616 p = 0,014
MEEM: Mini-Exame do Estado Mental
CC: coeficiente de correlação
* estatisticamente significante para p<ou = 0,01
A
--
B CC=0,078
p = 0,617 --
C CC=0,295 CC=0,201
p = 0,055 p = 0,197 --
D CC=0,140 CC=0,123 CC=0,084
p =0,372 p = 0,431 p = 0,592 --
E CC=0,140 CC=0,107 CC=0,160 CC=0,226
p = 0,372 p= 0,495 p=0,306 p= 0,144 --
F CC=0,552* CC=0,122 CC=0,140 CC=0,219 CC=0,050
P<0,001 p=0,436 p=0,370 p=0,158 p=0,748 --
DA A B C D E F
(n=50)
A
--
B CC=0,382*
p =0,006 --
C CC=0,667* CC=0,483*
P < 0,001 p < 0,001 --
D CC=0,360* CC=0,296 CC=0,384*
p = 0,010 p = 0,037 p=0,006 --
E CC=0,560* CC=0,435* CC=0,851* CC=0,452*
p<0,001 p= 0,002 p<0,001 p= 0,001 --
F CC=0,695* CC= 0,243 CC=0,623* CC=0,404* CC=0,567*
P<0,001 p=0,089 p<0,001 p=0,004 P<0,001 --
8,00
7,00
6,00
módulo de /z/
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontuação A
6,00
5,00
módulo de /z/
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontuação D
49
5,00
4,00
módulo de /z/
3,00
2,00
1,00
0,00
2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Pontuação F
6,00
5,00
3,00
2,00
1,00
0,00
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pontuação F-A
Controles A- B- C- D- E- F-
X desenho conhecimento leitura percepção colocação cópia
DA>21 espontâneo semântico de horas de erros de horas desenho
Teste U de 497,500* 523,000* 551,000* 529,000* 619,000* 739,500
Mann-Whitney
Significância p <0,001 p <0,001 p <0,001 p <0,001 p <0,001 p =0,282
4.8-Comparação CTRL e DL
DL X CTRL A- B- C- D- E- F-
desenho conhecimento leitura de percepção colocação cópia
espontâneo semântico horas de erros de horas desenho
Teste U de Mann- 33,500* 19,000* 52,500* 29,500* 50,000* 37,000*
Whitney
Significância p <0,001 p <0,001 p <0,001 p <0,001 p <0,001 p<0,001
5-Discussão
100%, com média de 70%. O diagnóstico de possível DA, por estes critérios, pode
atingir maiores índices de sensibilidade (até 93%), porém com menores índices de
especificidade (48%), indicando muitas características em comum de demências DA e
não –DA (Knopman et al, 2001). Em nosso estudo, não diferenciamos provável de
possível DA, mas apenas o classificamos como paciente com DA.
Os pacientes do grupo de demência por corpúsculos de Lewy
(DL) foram diagnosticados de acordo com os critérios do “Consortium on Dementia
with Lewy Body” (McKeith, et al, 1996), cujos estudos com comparação
neuropatológica, demonstram uma alta especificidade (87%) mas com baixa
sensibilidade (58%), indicando talvez, que estes critérios sejam muito restritivos para
esta doença (Knopman et al, 2001), mas que também são amplamente utilizados para
diagnóstico de DL.
A utilização dos critérios de Declínio Cognitivo Leve (DCL)
de Petersen et al (1999) foi uma forma de incluir neste grupo pessoas que não
preenchiam critérios para um quadro de demência, mas nós quisemos observar o
desempenho cognitivo, até como forma de avaliarmos possíveis progressões dos
déficits cognitivos. Estudos indicam que estes indivíduos apresentam um maior risco
de desenvolverem demência ou mesmo DA , com índices de conversão de 6 a 25% ao
ano ( Petersen et al, 2001).
No nosso estudo nós não utilizamos uma bateria
neuropsicológica única e padronizada para todos os pacientes, o que pode ser alvo de
críticas, entretanto, a idéia inicial de nosso estudo era de avaliar o desempenho no
Teste do Relógio (TR) de pessoas com diferentes quadros demenciais. Portanto estes
testes serviram como parte do diagnóstico, auxiliando na distribuição dos diferentes
grupos de pacientes, e não foram utilizados na avaliação do TR.
memória?...” Neste grupo, 46,51% dos indivíduos responderam que sim. Para estes
que responderam afirmativamente, a pergunta seguinte era: “...esta perda de memória
interfere no dia-a-dia ou interfere na sua vida?...”. Todos os que responderam
afirmativamente a primeira pergunta, responderam negativamente a segunda pergunta,
demonstrando que, apesar de ser uma queixa comum nesta faixa etária da população,
poucos são os que se preocupam com sua integridade cognitiva, uma vez que nenhuma
destas pessoas procurou um profissional para avaliar esta dificuldade de memória.
A escolha do Clinical Dementia Rating – CDR
(Hughes,1982), como escala de graduação de demência, foi devido ao fato de ser uma
escala de fácil aplicação, rápida e direcionada para demência e déficits cognitivos e
amplamente utilizada, o que nos permitiu comparar os grupos de pacientes (DA, DL,
DCL) com o grupo CTRL. Houve diferença estatística entre o grupo CTRL e DA (p<
0,001) neste critério, reforçando as diferenças dos dois grupos. Houve diferença
significativa entre o grupo controle com o grupo DL (p<0,001) e também com o grupo
DCL (p<0,001), demonstrando que o CDR pode ser uma maneira de diferenciar os
pacientes do grupo CTRL.
O uso do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), em
nosso estudo, não é utilizado como diagnóstico de demência ou de normalidade, mas
sim como forma de quantificação rápida e objetiva dos déficits cognitivos, e que
posteriormente serviram para divisão do grupo DA, e comparação de quais funções
cognitivas testadas pelo MEEM se correlacionavam com os componentes deste TR.
No que se refere à bateria do TR, algumas considerações
podem ser feitas ,antes de passarmos à discussão dos resultados, especialmente os
motivos de havermos optado por esta forma de aplicação dos sub-itens, uma vez que a
literatura nos apresenta diversas maneiras, não havendo um padrão único de aplicação
ou de correção.
59
5.2.2-B-Conhecimento Semântico:
5.2.3-C-Leitura de horas:
5.2.6-F-Cópia de desenho:
noção de que os grupos DL e DCL são reduzidos e podem sofrer viés amostral, e, por
esta razão, nosso estudo estatístico está direcionado mais aos grupos CTRL e DA.
O grupo CTRL se diferenciou estatisticamente do grupo DA
quanto ao sexo, pois encontramos no grupo CTRL, mais indivíduos do sexo feminino.
Não foi encontrada diferença entre os dois grupos, no que se refere á idade e
escolaridade. Tuokko et all (1992) e Brodaty e Moore (1997) não encontraram
diferenças de desempenho relacionadas ao sexo do indivíduo quando aplicaram testes de
desenho de relógio. Entretanto alguns autores destacam o fator idade e escolaridade no
desempenho do teste do desenho do relógio. Ainslie e Murden (1993) relatam que o
desenho do relógio também foi afetado pelo grau de escolaridade,e que algumas escalas
de correção minimizam estes efeitos, pela forma de aplicação e de correção (Wolf-
Klein et al.,1989). Comparando com outras formas de aplicação e de correção
(Schulman et al.,1986; Sunderland et al., 1989), não encontraram especificidade para
uma população pouco alfabetizada. Nossa amostra do grupo DA mostrou que os
melhores desempenhos foram de pessoas mais escolarizadas, entretanto não foi possível
avaliarmos estatisticamente este grupo, pois apresentou poucos indivíduos
Freedman et al., (1994) encontraram influência da idade
quando aplicaram o TR a indivíduos normais, e descreveram um maior decréscimo de
pontuação em populações acima de 70 anos, sendo os erros mais comuns a
representação incorreta da proporção dos ponteiros e a colocação correta do ponteiro dos
minutos, que consistem nas características mais abstratas de um relógio.
Em nosso grupo CTRL, a idade também apresentou influência
apenas no desenho espontâneo do relógio, por ser o sub-item que demanda maior
capacidade de abstração e talvez o mais complexo. A avaliação do grupo DA mostrou
que a escolaridade influenciou no desempenho do teste de percepção de erros e de
colocação de horas. Por serem sub-testes não aplicados em outros estudos, que surgiram
de nossa observação, nos leva a aceitar que o TR, em seus sub-itens que incluem
avaliação de percepção visual e julgamento de qualidade, além de função práxica com
uso de objetos, sofrem influência de escolaridade, e devemos estar atentos a este fator na
aplicação de testes neuropsicológicos.
65
5.5-Sensibilidade e Especifcidade
ordenação de números, bem como na colocação dos ponteiros, como observamos nas
figuras 22 e 23 de um mesmo paciente.
como uma futura referência, uma vez que nossa amostra pode apresentar número
insuficiente de doentes e controles para tais conclusões.
5.8-CTRL com DL
observando que, não houve melhora do desempenho por cópia, quando comparado com
o desempenho no desenho espontâneo, apenas no grupo de pacientes DL, mas que,
poderia servir como um bom teste diagnóstico destes pacientes DL, quando o desenho
espontâneo se apresentasse melhor que a cópia. Esta afirmação foi discutida por
Swanwick et al. (1996), que encontrou desempenho do desenho espontâneo melhor que
desempenho no desenho por cópia em pacientes com DA, não sendo possível tal
afirmação. Ressaltamos que este nosso grupo foi pequeno e podemos estar incorrendo
em algum viés amostral, sugerindo que em estudos posteriores, esta amostra possa ser
aumentada, para então podermos ter mais certezas das afirmações.
6 – CONCLUSÕES
7-REFERÊNCIAS
LURIA, A. Higher cortical functions in man. (2nd ed.) New York: Basic
Books, 1980.
MANOS,P.J., WU,R. The ten-point clock test: a quick screen and grading
method for cognitive impairment in medical and surgical patients. Int J
Psychol Medicine 24: 229-244,1994.
SUNDERLAND,T.,HILL,J.L.,MELLOW,A.M.,LAWLOR,B.A.,GUNDERS
HEIMER,J., NEWHOUSE,P.A. and GRAFMANJ.H. Clock drawing in
Alzheimer’s disease- a novel measure of dementia severity. J Am Geriatr
Soc 37: 725-729, 1989.
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