F10 em Revista
F10 em Revista
F10 em Revista
10 VISTA
. ANO
EM RE
E RADIAÇÃO
Para estudar a energia é necessário confinar o estudo a um sistema que é o corpo, a região ou o con-
junto de partículas que são o objeto de estudo.
Embora seja muitas vezes conveniente classificar a energia como energia química, nuclear, térmica,
mecânica, elétrica ou magnética, apenas se podem considerar duas formas básicas de energia:
A soma da energia cinética com a energia potencial de um sistema designa-se energia mecânica (Em)
de um sistema.
A energia interna (Ei) é a energia que tem em conta a estrutura do sistema, constituído microscopi-
camente por muitas partículas. Corresponde à soma da energia potencial interna com a energia ci-
nética interna de um sistema. Um aumento da massa ou da temperatura contribui para o aumento
da energia interna do sistema.
A energia total (Etotal) de um sistema corresponde à soma da energia mecânica, macroscópica, com a
energia interna, microscópica:
Etotal = Em + Ei
Os sistemas em que as variações de energia interna não são tidas em conta, ou seja, que envolvam
apenas alterações na energia mecânica, são designados sistemas mecânicos.
Para simplificar o estudo do movimento de um sistema mecânico, pode considerar-se o estudo do
movimento de uma única partícula onde se encontra toda a sua massa – centro de massa. O estudo
do movimento do sistema reduzido a uma única partícula, localizada nesse ponto, designa-se mo-
delo da partícula material.
Centro
de massa
Trajetória do
centro de massa
Força gravítica
O modelo da partícula material só é válido para sistemas mecânicos (as variações de energia interna
são desprezáveis, pois uma só partícula não tem energia interna) constituídos por sólidos indefor-
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1.3 O TRABALHO COMO MEDIDA DA ENERGIA TRANSFERIDA POR AÇÃO DE FORÇAS
10.º ANO EM REVISTA
O trabalho (W) é a energia transferida pelo ou para o sistema através da atuação de uma força sobre
o mesmo, sendo a sua unidade coincidente com a da energia, ou seja, o joule (J).
Quando a energia é transferida para o sistema, o trabalho é positivo, quando a energia é transferida
do sistema, o trabalho é negativo.
O trabalho realizado por uma força é uma grandeza escalar e está relacionado com a intensidade da
força aplicada (F), com o valor absoluto do deslocamento efetuado (Dr) e com o ângulo existente en-
tre a direção da força e a direção do deslocamento (a).
W»F = F Dr cos a
Para se poder considerar que uma força realiza trabalho tem que haver deslocamento do sistema
como consequência da sua aplicação e tem de existir uma componente, dessa força, na direção do
deslocamento. O trabalho realizado é máximo quando a força tem a direção do deslocamento e nulo
quando a força atua perpendicularmente ao deslocamento.
EXEMPLOS
N
F
Fg
• No movimento do automóvel na horizontal, nem • Se o automóvel está parado, a força aplicada pela
o peso nem a normal realizam trabalho, pois são pessoa não realiza trabalho, pois não há desloca-
perpendiculares ao deslocamento. mento.
1.º Força constante que atua na direção e no sentido do deslocamento do objeto. A força realiza um trabalho
a = 0º e cos 0º = 1 positivo, o sistema recebe
energia – trabalho potente e
F F máximo
Dr W»F = F Dr
ri rf
2.º Força constante que atua na direção do deslocamento do objeto, mas no A força realiza um trabalho
sentido oposto. negativo, o sistema cede
a = 180º e cos 180º = -1 energia – trabalho resistente e
máximo.
F F W»F = -F Dr
Dr
ri rf
3.º Força constante que atua perpendicularmente ao deslocamento. O sistema não recebe nem cede
a = 90º e cos 90º = 0 energia – trabalho nulo.
F F
Dr
ri rf
4.º Força constante que atua segundo um ângulo a em relação à direção do Se 0º < a < 90º, a força realiza
deslocamento. um trabalho positivo e o
"
No último exemplo apresentado na tabela, a força ( F ) pode ser decomposta em duas componentes,
" "
uma na direção do movimento ( F x) e uma perpendicular ao movimento ( F y), em que:
Fy
Fy = F sen a e " " "
F
f F = Fx + Fy a
Fx = F cos a g Fx
O trabalho, ou seja, a energia transferida, será tanto maior quanto maior for a componente da força
"
na direção do movimento ( F x), uma vez que é a única responsável pelo trabalho realizado sobre o
centro de massa. Esta componente da força na direção do movimento é muitas vezes designada
"
força eficaz ( F ef).
• pela soma dos trabalhos realizados por cada uma das forças aplicadas:
W»F = W»F + W»F + W»F + W»F
R 1 2 3 4
F2 F2
F4 F1 F4 F1
F3 Dr F3
ri rf
ri rf r
Considerando apenas o movimento de ri para rf, o trabalho efetuado pela força nesse deslocamento
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(Δr) corresponderá a, W = FR, ef Dr, ou seja, ao valor da área que está sombreada.
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1.4 TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA
10.º ANO EM REVISTA
De acordo com o Teorema da Energia Cinética, a variação da energia cinética é igual ao trabalho da
resultante das forças aplicadas num corpo.
1
W»F = DEc § W»F = m (vf2 - vi2)
R R 2
Então:
• Se o sistema recebe energia: W»F > 0 ± DEc > 0 ± Ec,final > Ec,inicial (o módulo da velocidade aumenta);
R
• Se o sistema cede energia: W»F < 0 ± DEc < 0 ± Ec,final < Ec,inicial (o módulo da velocidade diminui);
R
• Se a energia do sistema não varia: W»F = 0 ± DEc = 0 ± Ec,final = Ec,inicial (o módulo da velocidade
R
mantém-se constante).
O facto de o trabalho da força resultante ser nulo não implica que as forças aplicadas não realizem
trabalho, mas sim que os seus trabalhos se anulam.
Fg = m g
rf ri
Fg
Dr
h h
ri rf
Dr
ri rf Dr
Fg Fg
ri ri
Fg
a
Dr
h h
rf
rf
q
Fg Fg
WF» = m g h
R
CONCLUSÃO
O peso é uma força conservativa, pois apresenta um trabalho independente da trajetória e nulo
num percurso fechado.
O trabalho realizado pelo peso pode ser determinado pela expressão:
WF» = - m g Dh
g
Epg = m g h
A energia potencial gravítica não é uma grandeza absoluta, pois o seu valor depende do nível de re-
ferência escolhido, que vai determinar o valor da altura h.
WF» = - DEpg
g
Esta relação verifica-se qualquer que seja o tipo de movimento ou trajetória de um corpo:
• o trabalho realizado pelo peso de um corpo numa subida é negativo e traduz-se num aumento da
energia potencial gravítica do sistema corpo-Terra:
Movimento ascendente " hf > hi " Epg aumenta " DEpg > 0 " W»F < 0 g
• o trabalho realizado pelo peso de um corpo numa descida é positivo e traduz-se numa diminuição
da energia potencial gravítica do sistema corpo-Terra:
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Movimento descendente " hf < hi " Epg diminui " DEpg < 0 " W»F > 0 g
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Sendo o peso uma força conservativa, e uma vez que o trabalho realizado por qualquer força conser-
vativa sobre uma partícula depende apenas das posições inicial e final da partícula, é possível gene-
10.º ANO EM REVISTA
ralizar que o trabalho das forças conservativas que atuam num sistema é simétrico da variação da
energia potencial gravítica:
W»F = - DEpg
conservativa
Num sistema em que atuam apenas forças conservativas ou em sistemas em que, para além das
forças conservativas, atuam forças não conservativas que não realizam trabalho, o trabalho das forças
conservativas será dado pelo trabalho realizado pela resultante das forças que atuam no sistema que,
segundo o Teorema da Energia Cinética, corresponderá à variação da sua energia cinética.
W»F = WF» = DEc
conservativas R
Então:
DEc = - DEpg § DEc + DEpg = 0
DEm = 0
Em = constante (não há dissipação de energia)
Em,i = Em,f
Quando num sistema mecânico atuam apenas forças conservativas ou se também atuarem forças
não conservativas que não realizem trabalho, há conservação da energia mecânica do sistema, ocor-
rendo apenas a transformação de energia potencial gravítica em energia cinética e vice-versa.
EXEMPLOS
Com base na conservação da energia mecânica, considerando-se que o peso, que é uma força conservativa,
é a única força a realizar trabalho, pode-se determinar a velocidade com que o pêndulo passa na parte infe-
rior da sua trajetória.
1
DEm = 0 § Em,i = Em,f § Ec,i + Ep,i = Ec,f + Ep,f § 0 + m g hi = m vf2 + 0 §
2
1 2
§ g hi = vf § vf = "2 g hi
2
Por outro lado, se atuarem forças conservativas e forças não conservativas, o trabalho total será a
soma dos trabalhos destes dois tipos de forças.
WF» = WF» + WF»
R conservativas não conservativas
Além disso, o trabalho realizado pelas forças conservativas corresponde à variação da sua energia
potencial gravítica.
WF» = - DEpg
não conservativas
O trabalho efetuado pelas forças não conservativas sobre um sistema é igual à variação da sua ener-
gia mecânica.
WF» = DEm
não conservativas
Então:
• se W»F > 0 ± A energia mecânica aumenta.
não conservativa
O trabalho de forças não conservativas, como a resistência do ar e/ou a força de atrito, é sempre ne-
gativo, pois trata-se de forças com sentido contrário ao do movimento. Nestes casos, a energia mecâ-
nica diminui e, por isso, estas forças dizem-se dissipativas, pois provocam a dissipação de energia no
sistema onde atuam.
Nessas circunstâncias, a energia dissipada é simétrica do valor do trabalho realizado por essas forças:
EXEMPLO
Quando uma criança desce num escorrega, verifica-se que a energia cinética com que atinge a base do escor-
rega não corresponde à energia potencial com que iniciou o movimento. Isto acontece porque existiu dissi-
pação de energia pela atuação das forças de atrito, que muitas vezes é notória pelo aumento da temperatura
do escorrega em resultado do contacto com o corpo da criança durante a descida.
No entanto, também existem forças não conservativas cujo efeito é aumentar a energia mecânica do
sistema.
EXEMPLO
A força muscular é uma força não conservativa. Quando uma mala que estava parada é arrastada por ação de
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1.8 DISSIPAÇÃO DE ENERGIA E RENDIMENTO
10.º ANO EM REVISTA
Potência
O trabalho indica a quantidade de energia transferida entre sistemas, no entanto, nada revela acerca
da rapidez com que essa transferência se processa.
A potência (P) é a grandeza física que relaciona a energia transferida com o intervalo de tempo da
transferência, ou seja, corresponde à energia transferida por unidade de tempo, sendo a unidade no
SI o watt (W).
E
P=
Dt
Sendo o trabalho uma medida da energia transferida de ou para um sistema, quando esta transfe-
rência ocorre no intervalo de tempo, Dt, a potência média, P, pode ser definida como:
W
P=
Dt
Rendimento
Para se saber a eficiência de uma transformação ou transferência de energia, recorre-se ao conceito
de rendimento (h), que corresponde à razão entre a energia útil e a energia mecânica disponível. A
razão entre a potência útil e a potência total também corresponde ao rendimento.
Eútil E Pútil
h= § h = m,f e h=
Etotal Em,i Ptotal
• Quanto maior for o rendimento de um sistema maior é a quantidade de energia útil que ele produz
e, consequentemente, menor a energia dissipada – processo mais eficiente.
• O rendimento pode tomar valores entre 0 (0%) e 1 (100%).
• É uma grandeza adimensional, pois é o quociente entre duas grandezas com a mesma unidade.
• Num sistema mecânico real, teremos sempre h < 100%, o que significa que é impossível a conver-
são integral de energia cinética em energia potencial gravítica, ou vice-versa, pois há sempre ener-
gia dissipada devido à ação de forças dissipativas, como o atrito.
Energia dissipada
(várias formas de energia)
80 J
Energia total
(energia química
do combustível)
100 J Energia útil
(energia cinética)
20 J
10
E RADIAÇÃO
Resistência
Pilha Gerador G Condensador
fixa
Bateria ou M Resistência
Motor Amperímetro A
pilhas variável
Interruptor (a)
Díodo emissor
aberto (a) Lâmpada Voltímetro V
de luz (LED)
fechado (b) (b)
Corrente elétrica
O conceito de carga elétrica é fundamental para explicar todos os fenómenos elétricos. A carga (Q ) é
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uma propriedade das partículas que compõem a matéria. O valor da carga elétrica é medido no SI
em coulomb (C).
11
©AREAL EDITORES
Materiais onde é possível estabelecer com facilidade um movimento de cargas, são considerados
bons condutores elétricos.
10.º ANO EM REVISTA
Quando um condutor metálico for ligado às extremidades de uma pilha, como esta apresenta um
polo negativo numa extremidade e um polo positivo na outra, os eletrões livres do metal ficam sujei-
tos a uma força atrativa em relação ao polo positivo da pilha e a uma força repulsiva em relação ao
polo negativo. Nesta situação, as cargas são forçadas a adquirir movimento e cria-se um fluxo de
cargas negativas no sentido do polo positivo.
A corrente elétrica (I) é o movimento ordenado de cargas, correspondendo a sua intensidade à quan-
tidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor por unidade de tempo e tem como
unidade no SI o ampere (A).
Q
I=
Dt
A B
– – –
Fluxo de cargas
+ – – – + –
– – –
Representação de fluxo de cargas num condutor metálico: movimento ordenado de eletrões livres (A); fluxo de
cargas elétricas que atravessa a secção transversal (B).
Ainda antes da descoberta do eletrão, a comunidade científica convencionou que as cargas num cir-
cuito se moviam para o polo negativo. Ficou assim estabelecido que o sentido convencional para a
corrente elétrica é do polo positivo para o polo negativo, ainda que, num condutor metálico ligado a
uma pilha, a corrente elétrica seja, na realidade, estabelecida pelo fluxo de eletrões do polo negativo
para o polo positivo.
W»F e
U=
Q
12
U/V I/A
0 t/s 0 t/s
Esboços dos gráficos de U = f(t) e I = f(t) para uma corrente contínua (CC ou DC) produzida por uma pilha.
Uma corrente elétrica cujo sentido sofre inversão ao longo do tempo é designada por corrente alter-
nada (AC).
U/V I/A
0 0
t/s t/s
Esboços dos gráficos de U = f(t) e I = f(t) para uma corrente alternada (AC) como a que se utiliza nas habitações.
Materiais onde é possível estabelecer uma corrente de eletrões com facilidade são considerados bons
condutores elétricos. Os materiais que têm uma condutividade elétrica muito baixa designam-se
maus condutores elétricos e, no caso em que a condutividade elétrica é desprezável, isolantes elé-
trico. Entre os dois comportamentos extremos existem materiais com uma condutividade intermé-
dia que se designam semicondutores.
A B C
Fio de cobre usado como condutor elétrico (A), placa semicondutora de silício (B) e porcelana isoladora elétrica na
fixação de cabos de alta tensão (C).
Resistência elétrica
A resistência elétrica (R) corresponde à oposição que um material oferece à passagem de corrente
elétrica e tem como unidade no SI o ohm (W).
Existem componentes especificamente projetados para oferecer um determinado valor da resistên-
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cia elétrica. Podem ser utilizados em circuitos para limitar a corrente elétrica, variar a tensão elétrica
e, em certos casos, transferir energia sob a forma de calor.
13
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A lei de Ohm estabelece que, para uma dada temperatura, a tensão elétrica entre os terminais de
uma resistência é diretamente proporcional à corrente elétrica que a atravessa.
10.º ANO EM REVISTA
U=RI
Um ohm é definido como a resistência elétrica de um material que, quando percorrido por uma
corrente elétrica de intensidade um ampere, apresenta aos seus terminais uma diferença de poten-
cial elétrico de um volt.
Uma resistência que obedece à lei de Ohm é, normal- Uma resistência não linear será aquela que não obe-
mente, designada resistência linear. Estas apresentam dece à lei de Ohm. Nestes elementos, a sua resistência
uma resistência constante e, portanto, a sua curva varia com a corrente elétrica, como no exemplo apre-
característica num gráfico U = f(I) é uma linha reta que sentado na seguinte curva característica.
passa pela origem, em que o declive corresponde à
resistência.
U/V U/V
Declive = R
I/A I/A
Resistividade
A resistividade (r) depende da natureza e da temperatura do material e traduz a dificuldade com que
os eletrões se deslocam através desse material, sendo a sua unidade no SI o ohm metro (W m).
Prata 1,64 * 10 -8
Condutor
Alumínio 2,8 * 10 -8
Condutor
Carbono 4 * 10 -5
Semicondutor
A resistividade de condutores é inferior à apresentada pelos semicondutores que, por sua vez, é infe-
rior à dos maus condutores e isoladores.
14
L
R=r
A
EXEMPLO
A resistividade do tungsténio, à temperatura de 20 °C, é 5,65 * 10-8 W m, o que significa que um fio de tungs-
ténio com 1 m de comprimento e 1 m2 de área de secção reta apresenta uma resistência de 5,65 * 10-8 W.
25
Tungsténio
20
ρ / 10–8 Ω m
15
Cobre Alumínio
10
Ouro
5
Prata
0
200 300 400 500 600 700 800 900
T/K
15
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2.4 EFEITO JOULE
10.º ANO EM REVISTA
Potência elétrica
A grandeza que mede a energia elétrica transferida por unidade de tempo é a potência elétrica (P)
que corresponde também ao produto da tensão elétrica nos terminais de um elemento pela corrente
elétrica que o atravessa. A unidade no SI é o watt (W).
E
P= e P=UI
Dt
Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a potência também pode ser dada
U2
por P = R I2 ou P = .
R
Pdissipada = U I
A energia dissipada como calor por um condutor no intervalo de tempo em que é atravessado pela
corrente elétrica, pode ser determinada pela expressão:
Edissipada = U I Dt
Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a energia dissipada também pode
ser expressa por:
Edissipada = R I2 Dt
Existe um limite para a quantidade de calor que um condutor consegue transferir sem sofrer danos
resultantes do calor gerado. Quando este limite é ultrapassado, torna-se excessivamente quente e
pode alterar o valor da sua resistência ou danificar-se. Dependendo da função do componente elé-
trico, o efeito Joule tanto pode ser benéfico como prejudicial. É benéfico, quando se trata, por exem-
plo, de uma resistência de aquecimento. Num sistema de iluminação, pelo contrário, interessa mini-
mizar a energia transferida como calor. No que respeita aos sistemas de iluminação, a tecnologia que
utiliza diodos emissores de luz (LED – acrónimo do inglês Light Emitting Diode), correspondeu a um
aumento importante da eficiência energética.
A B C
Circuito elétrico danificado por aquecimento excessivo (A); conjunto de dissipação térmica do processador de um
computador (cooler) (B) e resistência elétrica de um aquecedor ao rubro (C).
16
Força eletromotriz
Mesmo que o gerador de corrente contínua não esteja associado a nenhum circuito elétrico, ele apre-
senta uma diferença de potencial elétrico entre os seus terminais. Essa tensão elétrica, medida em
circuito aberto, é designada por força eletromotriz (e) do gerador. Esta grandeza tem como unidade
no SI o volt (V).
Um gerador em que se verifica que a diferença de potencial elétrico nos seus terminais é indepen-
dente da corrente elétrica que percorre o circuito a que está ligado designa-se gerador elétrico ideal.
U/V
0 I/A
Resistência interna
Se o gerador considerado for uma pilha e se esta estiver ligada a um circuito fechado, verifica-se que
a tensão elétrica nos seus terminais é inferior à sua força eletromotriz. Isto deve-se ao facto de, na
prática, a pilha não ser um gerador ideal e apresentar uma resistência interna (Ri) que provoca dissi-
pação de energia.
Os geradores elétricos reais apresentam sempre resistência interna, ainda que por vezes esta seja
muito pequena e possa ser desprezada.
Nas figuras seguintes apresenta-se um gerador que corresponde a uma pilha com resistência interna Ri:
Ri
B A
Ri
B A
A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B
corresponde à tensão elétrica nos terminais da pilha, corresponde à diferença entre a sua força eletromotriz
ou seja, à força eletromotriz da pilha. e a tensão elétrica decorrente da sua resistência
interna.
17
FIS11AEP_REV-02
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Curva característica de um gerador
U/V variação
10.º ANO EM REVISTA
O modo como os elementos que constituem um circuito elétrico estão ligados entre si é um fator
importante e a ter em conta quando se estudam estes circuitos.
I1 B R1 C
A R1 B R2 C R3 D
A E R2 F D
I I2
G R3 H
I3
A corrente elétrica é a mesma em qualquer ponto: A corrente elétrica no circuito principal é igual à soma
das correntes elétricas das várias derivações existentes:
IA = IB = IC = ID = I
I = I1 + I2 + I3
A tensão elétrica nos terminais da associação é igual à A tensão elétrica nos terminais da associação é igual à
soma das diferenças de potencial elétrico nos terminais diferença de potencial elétrico nos terminais de cada
de cada elemento: derivação existente:
EXEMPLO
Se toda a instalação elétrica de uma habitação fosse ligada em série, a corrente elétrica seria igual em qualquer
ponto da habitação. No entanto, a existência de um único caminho de passagem da corrente elétrica faz com
que uma falha num qualquer ponto do circuito da habitação inviabilize a passagem de corrente elétrica em todo
o circuito. Além disto, a tensão elétrica necessária ao funcionamento do circuito teria de corresponder à soma
das tensões elétricas de todos os elementos elétricos do circuito. Portanto, seria necessário aplicar uma tensão
elétrica elevada ao circuito da habitação e variá-la ao ligar ou desligar um componente. Estes fatores justificam
o facto de as habitações apresentarem instalações elétricas subdivididas em diversos ramos paralelos.
18
A corrente elétrica é medida com amperímetros A tensão elétrica é medida com voltímetros ins-
A abordagem do conceito de resistência elétrica e do efeito Joule leva a pensar em dissipação de ener-
gia. No entanto, nas transferências e transformações de energias envolvidas nos circuitos elétricos
existe conservação de energia.
R1
R2 Diagrama esquemático de um
circuito elétrico com elementos
puramente resistivos.
Considere um circuito formado por uma pilha, um interrutor e duas resistências. Desprezando o
efeito da queda de tensão no interruptor e nos fios de ligação, serão as resistências que funcionam
como recetores da energia fornecida pela pilha. Nesta situação, uma vez que a associação é em série:
Multiplicando todos os membros da expressão por I e, depois, por Dt, obtêm-se as expressões para a
relação de potência e de energia no circuito elétrico:
Uútil, pilha I = UR1 I + UR2 I § Pútil, pilha = PR1 + PR2
Pútil, pilha Dt = PR1 Dt + PR2 Dt § Eútil, pilha = ER1 + ER2
CONCLUSÃO
Pode então dizer-se que existe conservação da energia, pois a energia fornecida pela pilha é igual
à soma da energia recebida pelas resistências.
Pelo que a energia útil transferida da pilha para o circuito corresponde a: Eútil = Epilha - Edissipada
Sendo a energia dissipada dada pela expressão: Edissipada = URi, pilha I Dt = Ri I2 Dt
CONCLUSÃO
A energia elétrica fornecida ao circuito pelo gerador (e que poderá ser utilizada pelos recetores) é
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igual à energia elétrica total gerada subtraída da energia dissipada na resistência interna.
19
E RADIAÇÃO
Representação de sistema,
fronteira e vizinhança.
Os sistemas podem ser considerados:
Permite troca de matéria e de Permite troca de energia mas não Não permite troca de energia nem
energia com a vizinhança. de matéria com a vizinhança. de matéria com a vizinhança.
20
Equilíbrio térmico
Quando dois corpos a temperaturas diferentes são colocados em contacto há transferência de ener-
gia do corpo a temperatura superior para o corpo a temperatura inferior até atingirem uma situação
de equilíbrio térmico, que corresponde à igualdade de temperaturas. A igualdade de temperatura é a
única exigência para o equilíbrio térmico.
TA > TB
TA TB TA TB TEq TEq
Corpos a diferentes temperaturas e com contacto trocam energia até atingirem uma situação de equilíbrio térmico,
que corresponde à igualdade de temperaturas entre si.
A B
A B
A temperatura é uma propriedade que determina
se um sistema está ou não em equilíbrio térmico
com outros. O aumento da temperatura do sis-
tema implica, em geral, um aumento da energia
cinética das suas partículas.
Sistemas com diferentes temperaturas, TA < TB.
Maior temperatura Maior agitação das partículas Maior energia cinética média interna das partículas
Escalas de temperatura
A maneira mais fiável de medir a temperatura de um sistema é recorrendo a escalas termométricas.
Estas são construídas partindo do pressuposto que algumas das propriedades físicas de um corpo
sofrem alterações quando são sujeitas a aquecimento ou arrefecimento, nomeadamente, por expan-
sões e compressões.
Assim, sabe-se que existe uma variação da temperatura do corpo quando uma destas propriedades
sofre alteração, sendo possível estabelecer uma escala de temperatura.
São as situações de equilíbrio térmico que permitem estabelecer escalas de temperatura.
A escala mais usada internacionalmente é a escala em grau Celsius (°C), assim denominada em ho-
menagem ao astrónomo Anders Celsius que foi o primeiro a propô-la em 1742.
A temperatura pode ser medida em grau Celsius (ºC) ou em kelvin (K), sendo a primeira a mais
usada no dia a dia e a última a unidade no SI. Para converter a temperatura em grau Celsius (t) para
a temperatura em kelvin (T) pode-se usar:
T / K = t / °C + 273,15
21
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3.2 TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA COMO CALOR
10.º ANO EM REVISTA
Quando, por exemplo, se mergulha um cilindro de cobre quente em água fria, é transferida energia
do sistema a temperatura mais elevada (cilindro de cobre) para o de menor temperatura (água) até se
atingir o equilíbrio térmico. Nestes casos é transferida energia como calor.
O calor é a energia transferida entre sistemas vizinhos que se encontram a diferentes temperaturas,
sendo a unidade no SI o joule (J).
• O calor flui sempre de uma região a temperatura mais elevada para outra a menor temperatura.
• A quantidade de calor recebida por um dos corpos é simétrica da quantidade de calor cedida pelo
outro se o conjunto for um sistema isolado.
• Por convenção, o calor é negativo se é transferido do sistema para o exterior e é positivo se é trans-
ferido do exterior para o sistema.
As experiências de Thompson e de Joule contribuíram para o reconhecimento do calor como ener-
gia, além de estabelecerem a relação entre calor e trabalho.
Manivela
Termómetro
Sistema de
roldanas
Massas
suspensas
Sistema de
pás rotativas
Vaso de cobre
revestido com
cortiça
O modo como ocorre a transferência de energia sob a forma de calor não é igual em todos os siste-
mas. É habitual identificar-se três tipos de processos de transferência de energia por calor: condução,
convecção e radiação.
O processo de transferência de energia por radiação pode fazer-se sem haver contacto entre os siste-
mas, uma vez que ocorre por emissão e absorção de radiação eletromagnética, que pode propagar-se
em regiões com total ausência de matéria (no vazio), enquanto a condução e a convecção exigem
contacto entre sistemas.
22
E
P=
Dt
A radiação emitida por um corpo distribui-se pelo espaço, designando-se por irradiância (Er) a ener-
gia da radiação emitida por unidade de tempo e unidade de área. Esta grandeza tem como unidade
no SI o watt por metro quadrado (W m-2).
P
Er =
A
A radiação visível que é refletida pelo corpo é responsável pela cor dos objetos. Quando a luz branca,
resultante da combinação de todas as radiações da zona do visível, incide sobre um corpo, este ab-
sorve parte dessas radiações, chegando apenas aos olhos do observador as outras cores, as que foram
refletidas pelo corpo. Assim:
Um objeto preto, absorve toda a radiação visível que Um objeto que seja branco reemite toda a radiação
incide sobre ele. Como nenhuma radiação visível é visível que incide sobre ele e não absorve nenhuma.
refletida pelo objeto, este apresenta-se preto.
• Os corpos pretos registam temperaturas mais elevadas que os corpos brancos, quando expostos, durante um
certo intervalo de tempo, à radiação visível.
• De um modo geral, os corpos opacos e escuros são bons absorsores da radiação visível, enquanto os corpos
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23
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A radiação solar na produção da energia elétrica – painel fotovoltaico
10.º ANO EM REVISTA
Desde o final do século XIX que se conhece a propriedade de certos materiais (materiais semicondu-
tores, como o selénio e o silício), de produzirem uma diferença de potencial elétrico nas suas extre-
midades quando a radiação incide sobre eles. Esta propriedade é atualmente aproveitada para con-
verter a energia da luz solar em energia elétrica em sistemas designados painéis solares fotovoltaicos,
que são constituídos por células fotovoltaicas.
Fluxo de
eletrões Fotões
Camada n
- -
Junção Corrente
Camada p + + elétrica
Para além da transferência de energia sob a forma de calor por radiação, nos sólidos é ainda possível
transferir energia sob a forma de calor por condução; nos fluidos pode existir condução e convecção,
sendo o segundo mais eficaz.
Condução Convecção
Mecanismo de transferência de energia como calor que Mecanismo de transferência de energia como calor que
ocorre devido à transferência de energia das partículas ocorre em fluidos (líquidos e gases), acompanhado de
mais agitadas (a maior temperatura) para as mais movimentos do próprio fluído que são designados
lentas (a menor temperatura). correntes de convecção.
A porção de fluído que se encontra a uma temperatura
As partículas mais agitadas propagam a agitação às
mais elevada torna-se menos densa e sobe, criando
partículas vizinhas havendo assim transferência de
uma corrente “quente” ascendente. Enquanto sobe,
energia sem transporte de matéria.
essa porção de fluido arrefece tornando-se mais densa,
até que inverte o sentido do movimento, originando
uma corrente “fria” descendente. A corrente “quente”
ascendente e a corrente “fria” descendente ocorrem
simultaneamente e repetem-se, ao longo do tempo,
originando correntes de convecção, permitindo
transferências de energia e o aquecimento ou
arrefecimento de todo o fluido.
Fonte Fonte
“quente” “fria”
24
EXEMPLOS EXEMPLOS
Condução de calor entre a resistência de um jarro A convecção faz parte de muitos processos natu-
elétrico e a água (A) e ao longo de uma colher rais. É fundamental no sistema climático da Terra
metálica mergulhada numa sopa quente (B). e explica também a existência de brisas maríti-
mas (A) e terrestres (B).
A condutividade térmica (k), que mede a Valores de condutividade térmica de alguns materiais
capacidade de uma substância para condu-
zir calor, é uma constante que depende do Material k / W m-1 K-1
material de que é feito o corpo sendo, por- Espuma de poliuretano 0,024
tanto, uma propriedade do mesmo. Rela-
Ar (seco) 0,026
ciona-se com a taxa temporal de transferên-
cia de energia como calor por condução, Lã de vidro 0,048
sendo a unidade no SI o watt por metro e Madeira (pinho) 0,11
kelvin (W m-1 k-1).
Vidro 1,0
Um material que transfere facilmente ener-
Aço inox 14
gia por condução é um bom condutor de
calor ou condutor térmico e tem um ele- Alumínio 235
vado valor de condutividade térmica. Um Cobre 401
material com condutividade térmica baixa é
Prata 428
mau condutor de calor ou isolador térmico.
EXEMPLO
A condutividade térmica dos materiais é que permite explicar as diferentes sensações que temos quando
pisamos pisos de diferentes materiais com os pés descalços. Quando a pele está em contacto com um metal
ou com madeira, ainda que ambos se encontrem à mesma temperatura, se esta for inferior à temperatura
do corpo, o metal parece estar mais frio. Isto acontece porque, como o metal tem maior condutividade tér-
mica, é transferida energia continuamente da pele para o metal. Pelo contrário, a madeira é um material
isolador térmico, pelo que a energia transferida dos pés fica localizada na zona de contacto, ficando esta ra-
pidamente à mesma temperatura.
De uma maneira geral, nos líquidos, a condutividade térmica é inferior à dos sólidos metálicos.
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Nos gases a condutividade térmica é ainda menor, uma vez que as partículas dos gases estão
muito afastadas umas das outras, comparativamente com as dos líquidos e as dos sólidos.
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3.6 CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA
10.º ANO EM REVISTA
A energia a transferir, para uma substância, sob a forma de calor é diretamente proporcional à varia-
ção de temperatura que se quer provocar e à massa de substância, sendo a constante de proporciona-
lidade a capacidade térmica mássica.
E = m c DT
A capacidade térmica mássica ou calor específico (c) corresponde à variação de energia por unidade
de massa e de variação de temperatura da substância, sendo medido no SI em joule por quilograma
e kelvin (J kg–1 k–1). O valor da capacidade térmica mássica depende do material que constitui a amos-
tra existindo um valor específico em cada estado físico que, normalmente, varia com a temperatura.
EXEMPLO
A capacidade térmica mássica da água é 4186 J kg–1 °C–1, isso significa que é necessário fornecer (ou remo-
ver) 4186 J de energia a cada quilograma de água para que a sua temperatura aumente (ou diminua) 1 K.
O gráfico de E = f (DT ) apresenta uma linha reta que passa na origem, o que E/J
traduz a proporcionalidade direta entre estas grandezas, sendo o declive igual
a m c.
Para duas amostras com a mesma massa, quanto maior for a capacidade
térmica mássica, maior será o declive.
DT / K
A Lei ou Princípio da Conservação de Energia estabelece que a quantidade
total de energia num sistema isolado permanece constante.
Dois sistemas a temperaturas diferentes, isolados em relação ao meio exterior, colocados em con-
tacto entre si, trocam energia sob a forma de calor até atingirem o equilíbrio térmico, ou seja, até fi-
carem à mesma temperatura. A energia cedida pelo corpo a temperatura superior é igual, em mó-
dulo, à energia recebida pelo corpo a temperatura inferior.
DEsistema = 0 § DEA + DEB = 0 § DEA = - DEB
Coletor solar
O Sol é, por excelência, a fonte de energia da Terra. Um coletor solar pode transformar energia solar
em energia térmica para fornecer água quente (sanitária, para aquecimento central ou, ainda, para
aquecimento de piscinas). De uma forma simples, um coletor plano é constituído por:
• uma placa absorsora metálica e negra que permite uma boa condução térmica e uma absorção
significativa da radiação solar incidente.
• uma placa isoladora que se situa entre a placa absorsora e o fundo da caixa e que impede as perdas
de energia sob a forma de calor, do interior do coletor para o exterior, por condução.
• uma serpentina de tubos metálicos para que a energia seja facilmente conduzida para o fluido de
transferência térmica.
• uma zona de vácuo entre a cobertura e a placa absorsora que reduz as perdas de energia sob a
forma de calor por condução e por convecção.
Cobertura
Placa absorvente
Circuito com fluido
Caixa isoladora
Placa isoladora
26
100
0
t / min
–5
A energia a transferir, sob a forma de calor, para que uma amostra mude de estado físico é direta-
mente proporcional à massa de substância, de acordo com a expressão:
E = m DH
EXEMPLO
O valor 3,33 * 105 J kg-1 para a variação de entalpia de fusão da água significa que é necessário fornecer
3,33 * 105 J de energia a cada quilograma de água no estado sólido (gelo), à temperatura de fusão, para
que esta passe ao estado líquido.
E/J
Trabalho e calor são processos de transferência de energia entre o sistema que se está a considerar e
o exterior. Se o sistema não for isolado, essa transferência de energia implicará uma variação da
energia interna ou externa.
A Primeira Lei da Termodinâmica diz que, numa transformação entre dois estados, a variação de
energia interna de um sistema é igual à soma do trabalho realizado sobre o sistema (ou que o sis-
tema faz sobre o exterior) com o calor transferido para o mesmo (ou cedido por ele).
DU = W + Q W, Q > 0
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3.9 SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
10.º ANO EM REVISTA
As máquinas térmicas permitem obter trabalho útil a partir de um fluxo de calor entre duas fontes a
temperaturas diferentes, uma fonte “quente” e uma fonte “fria”.
O Enunciado de Plank do Postulado de Kelvin, corresponde a um dos enunciados da Segunda Lei da
Termodinâmica que diz que é impossível construir uma máquina térmica que, operando ciclica-
mente, converta em trabalho útil todo o calor que recebe de uma fonte “quente”. Tem que existir
energia dissipada para uma fonte “fria”, sistema que recebe calor.
Um outro enunciado da Segunda Lei da Termodinâmica afirma que “Os processos que ocorrem es-
pontaneamente na natureza levam a uma diminuição da energia útil do universo”.
EXEMPLO
O motor de combustão interna de um automóvel é um exemplo de uma máquina térmica. Nenhuma má-
quina térmica poderá apresentar um rendimento de 100%. O rendimento das melhores máquinas térmicas
atuais é, em geral, inferior a 50% e, no caso dos motores de combustão, apenas da ordem dos 20%, o que
significa que, por cada 100 J de energia fornecida, apenas 20 J de energia são transformados em trabalho
sobre o exterior.
LABORATÓRIO DE FÍSICA
Se se medir o comprimento de um lápis com uma Se se usar um termómetro digital para medir a
régua de sensibilidade 0,1 cm, a incerteza absoluta temperatura corporal, que apresenta leituras com
de leitura da régua será ¿ 0,05 cm. uma casa decimal, a incerteza absoluta de leitura
do termómetro será ¿ 0,1 ºC.
28
Algarismos significativos
Na contagem dos algarismos significativos resultantes de uma medição experimental direta é impor-
tante ter em conta as seguintes regras:
• A contagem de algarismos significativos faz-se da esquerda para a direita, a partir do primeiro dí-
gito diferente de zero à esquerda, contando qualquer dígito como significativo até ao último repre-
sentado.
Por exemplo: 5,85 cm tem três algarismos significativos.
• O algarismo zero é significativo quando se encontra no meio de um número ou no final de um
número, do lado direito da vírgula decimal.
Por exemplo: 204 cm contém três algarismos significativos assim como 0,00570 km.
• o número de algarismos significativos é sempre o mesmo, independentemente das unidades em
que a grandeza se exprime, devendo manter-se numa conversão de unidades.
Por exemplo: 0,00570 km em unidade do SI seria 5,70 m.
Existem três regras básicas para se efetuar o arredondamento de valores de grandezas obtidos atra-
vés de operações aritméticas:
• Se o algarismo a seguir ao último algarismo significativo for inferior a 5, o algarismo significativo
mais à direita depois da vírgula decimal mantém-se.
Por exemplo: 7,524 arredondado para três algarismos significativos fica 7,52.
• Se o algarismo a seguir ao último algarismo significativo for superior a 5, acrescenta-se uma uni-
dade ao algarismo significativo mais à direita da vírgula decimal.
Por exemplo: 6,537 arredondado para três algarismos significativos fica 6,54.
• Se o algarismo depois do último algarismo significativo for igual a 5, convencionou-se que o alga-
rismo significativo mais à direita da vírgula decimal mantém-se, se for par, e aumenta uma uni-
dade, se for ímpar, embora existam outras convenções válidas.
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Por exemplo: 6,345 arredondado para três algarismos significativos fica 6,34, enquanto 6,215 arre-
dondado para o mesmo número de algarismos significativos fica 6,22.
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Notação científica e ordem de grandeza
10.º ANO EM REVISTA
N * 10n
x1 + x2 + xn
x=
n
Para conhecer a incerteza associada ao valor mais provável calcula-se o desvio, di, de cada medição, defi-
nido como a diferença entre o valor obtido para uma medida, xi, e o valor mais provável, x, pela expressão:
di = xi - x
EXEMPLO
30
ea = |x - xr|
Esse valor multiplicado por cem corresponderá ao erro relativo percentual, er(%).
Precisão e exatidão
A precisão é uma medida da reprodutibilidade de um resultado, isto é, avalia a proximidade de uma
série de medições de uma mesma grandeza, efetuadas nas mesmas condições de medição. É afetada
pelos erros aleatórios e pode ser estimada pela incerteza, quanto menor for a incerteza maior é o
grau de precisão.
A exatidão avalia a proximidade entre o resultado da medição e o valor de referência. É afetada pelos
erros sistemáticos e pode ser estimada pelo erro relativo, quanto menor o erro relativo maior a exati-
dão de uma medição.
TI-Nspire CX
• Introduzir na tabela os valores experimentais em duas colunas, uma correspondente aos valores
das abcissas e a outra ao valor para as ordenadas;
• Atribuir designações às colunas (por exemplo, “distância” e “energia”) (figura 2).
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3. Determinar a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de pontos experimentais:
10.º ANO EM REVISTA
• Premir a tecla e selecionar sequencialmente: “4: Analisar”; “6: Regressão”; “1: Mostrar
linear (mx+b)” ou “2: Mostrar linear (a+bx)” (figuras 4 e 5).
Figura 4 Figura 5
Casio fx CG
1. Elaborar uma tabela com os valores pretendidos:
• No menu principal premir Statistics;
• Em List1 introduzir os valores da variável independente (por exemplo, distância) e em List2 os
da variável dependente (por exemplo, energia) (figura 6).
Figura 6
Figura 7
Figura 8 Figura 9
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