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º

10 VISTA
. ANO
EM RE

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DOMÍNIO
ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO
ENERGIA E MOVIMENTOS
SUBDOMÍNIO

ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS


SUBDOMÍNIO

ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS


SUBDOMÍNIO

E RADIAÇÃO

1.1 ENERGIA MECÂNICA E ENERGIA INTERNA

Para estudar a energia é necessário confinar o estudo a um sistema que é o corpo, a região ou o con-
junto de partículas que são o objeto de estudo.
Embora seja muitas vezes conveniente classificar a energia como energia química, nuclear, térmica,
mecânica, elétrica ou magnética, apenas se podem considerar duas formas básicas de energia:

Energia cinética (Ec) Energia potencial (Ep)


Energia associada ao estado de movimento de Energia armazenada num sistema em conse-
um objeto. A unidade no SI é o joule (J). quência da sua posição ou condição. A unidade
no SI é o joule (J).
1
Ec = m v2
2

A energia cinética é diretamente proporcional


ao quadrado da velocidade, por isso a linha de EXEMPLOS
um gráfico Ec = f(v2) é uma reta que passa pela
• Energia potencial elétrica devida à interação en-
1
origem, sendo o declive igual a m. A linha de tre partículas com carga elétrica como os ele-
2 trões.
um gráfico Ec = f(v) é uma parábola.
• Energia potencial elástica devida à alteração da
Ec Ec forma de uma mola.
• Energia potencial gravítica (Epg) devida à posição
relativa do sistema em relação à Terra.
v2 v

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1 ENERGIA E MOVIMENTOS

A soma da energia cinética com a energia potencial de um sistema designa-se energia mecânica (Em)
de um sistema.

10.º ANO EM REVISTA


Em = Ec + Ep

A energia interna (Ei) é a energia que tem em conta a estrutura do sistema, constituído microscopi-
camente por muitas partículas. Corresponde à soma da energia potencial interna com a energia ci-
nética interna de um sistema. Um aumento da massa ou da temperatura contribui para o aumento
da energia interna do sistema.

Energia potencial interna Energia cinética interna


Energia que resulta das várias interações entre as Energia associada ao movimento das partículas que
partículas que constituem o sistema a nível constituem o sistema a nível microscópico.
microscópico.
Quanto maior é a temperatura (T), maior é a agitação
Quanto maior é a massa (m), maior é o número de das partículas e maior é a energia cinética média
partículas que constitui o sistema e, portanto, maior é interna dessas partículas.
o número de interações, logo, uma maior massa
implica uma maior energia potencial interna.

A Ei, A > Ei, B B

A Ei, A > Ei, B B

A energia total (Etotal) de um sistema corresponde à soma da energia mecânica, macroscópica, com a
energia interna, microscópica:

Etotal = Em + Ei

1.2 SISTEMA MECÂNICO

Os sistemas em que as variações de energia interna não são tidas em conta, ou seja, que envolvam
apenas alterações na energia mecânica, são designados sistemas mecânicos.
Para simplificar o estudo do movimento de um sistema mecânico, pode considerar-se o estudo do
movimento de uma única partícula onde se encontra toda a sua massa – centro de massa. O estudo
do movimento do sistema reduzido a uma única partícula, localizada nesse ponto, designa-se mo-
delo da partícula material.

Força de reação do plano

Centro
de massa
Trajetória do
centro de massa

Força gravítica

Representação de forças no centro de massa de um cubo.

O modelo da partícula material só é válido para sistemas mecânicos (as variações de energia interna
são desprezáveis, pois uma só partícula não tem energia interna) constituídos por sólidos indefor-
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máveis (mantendo as partículas as suas posições relativas) em movimento de translação (todos os


pontos do sistema se movem com a mesma velocidade).

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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1.3 O TRABALHO COMO MEDIDA DA ENERGIA TRANSFERIDA POR AÇÃO DE FORÇAS
10.º ANO EM REVISTA

O trabalho (W) é a energia transferida pelo ou para o sistema através da atuação de uma força sobre
o mesmo, sendo a sua unidade coincidente com a da energia, ou seja, o joule (J).
Quando a energia é transferida para o sistema, o trabalho é positivo, quando a energia é transferida
do sistema, o trabalho é negativo.
O trabalho realizado por uma força é uma grandeza escalar e está relacionado com a intensidade da
força aplicada (F), com o valor absoluto do deslocamento efetuado (Dr) e com o ângulo existente en-
tre a direção da força e a direção do deslocamento (a).

W»F = F Dr cos a

Para se poder considerar que uma força realiza trabalho tem que haver deslocamento do sistema
como consequência da sua aplicação e tem de existir uma componente, dessa força, na direção do
deslocamento. O trabalho realizado é máximo quando a força tem a direção do deslocamento e nulo
quando a força atua perpendicularmente ao deslocamento.

EXEMPLOS

Situações em que as forças não realizam trabalho:

N
F

Fg

• No movimento do automóvel na horizontal, nem • Se o automóvel está parado, a força aplicada pela
o peso nem a normal realizam trabalho, pois são pessoa não realiza trabalho, pois não há desloca-
perpendiculares ao deslocamento. mento.

Trabalho realizado por uma força constante em movimentos retilíneos

1.º Força constante que atua na direção e no sentido do deslocamento do objeto. A força realiza um trabalho
a = 0º e cos 0º = 1 positivo, o sistema recebe
energia – trabalho potente e
F F máximo
Dr W»F = F Dr
ri rf

2.º Força constante que atua na direção do deslocamento do objeto, mas no A força realiza um trabalho
sentido oposto. negativo, o sistema cede
a = 180º e cos 180º = -1 energia – trabalho resistente e
máximo.
F F W»F = -F Dr
Dr
ri rf

3.º Força constante que atua perpendicularmente ao deslocamento. O sistema não recebe nem cede
a = 90º e cos 90º = 0 energia – trabalho nulo.

F F

Dr
ri rf

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1 ENERGIA E MOVIMENTOS

4.º Força constante que atua segundo um ângulo a em relação à direção do Se 0º < a < 90º, a força realiza
deslocamento. um trabalho positivo e o

10.º ANO EM REVISTA


sistema recebe energia
F F − trabalho potente.
a a Se 90º < a < 180º, a força
realiza um trabalho negativo e
Dr
o sistema cede energia
ri rf
− trabalho resistente.

"
No último exemplo apresentado na tabela, a força ( F ) pode ser decomposta em duas componentes,
" "
uma na direção do movimento ( F x) e uma perpendicular ao movimento ( F y), em que:

Fy
Fy = F sen a e " " "
F
f F = Fx + Fy a
Fx = F cos a g Fx

O trabalho, ou seja, a energia transferida, será tanto maior quanto maior for a componente da força
"
na direção do movimento ( F x), uma vez que é a única responsável pelo trabalho realizado sobre o
centro de massa. Esta componente da força na direção do movimento é muitas vezes designada
"
força eficaz ( F ef).

Trabalho da resultante das forças aplicadas sobre um corpo


Num sistema, como o representado na figura abaixo, sujeito a várias forças, o trabalho total, que cor-
responde ao trabalho da resultante das forças (W»F ) aplicadas sobre o corpo, pode ser determinado:
R

• pela soma dos trabalhos realizados por cada uma das forças aplicadas:
W»F = W»F + W»F + W»F + W»F
R 1 2 3 4

• a partir da intensidade da força resultante do conjunto de forças que atuam no corpo:


W»F = FR Dr cos a
R

F2 F2

F4 F1 F4 F1
F3 Dr F3
ri rf

O gráfico seguinte representa a intensidade da componente da força resultante (FR) na direção do


movimento (força resultante eficaz, FR, ef) em função da posição do corpo ao longo de uma trajetória
retilínea.
FR, ef

ri rf r

Considerando apenas o movimento de ri para rf, o trabalho efetuado pela força nesse deslocamento
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(Δr) corresponderá a, W = FR, ef Dr, ou seja, ao valor da área que está sombreada.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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1.4 TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA
10.º ANO EM REVISTA

De acordo com o Teorema da Energia Cinética, a variação da energia cinética é igual ao trabalho da
resultante das forças aplicadas num corpo.

1
W»F = DEc § W»F = m (vf2 - vi2)
R R 2
Então:
• Se o sistema recebe energia: W»F > 0 ± DEc > 0 ± Ec,final > Ec,inicial (o módulo da velocidade aumenta);
R

• Se o sistema cede energia: W»F < 0 ± DEc < 0 ± Ec,final < Ec,inicial (o módulo da velocidade diminui);
R

• Se a energia do sistema não varia: W»F = 0 ± DEc = 0 ± Ec,final = Ec,inicial (o módulo da velocidade
R
mantém-se constante).
O facto de o trabalho da força resultante ser nulo não implica que as forças aplicadas não realizem
trabalho, mas sim que os seus trabalhos se anulam.

1.5 FORÇAS CONSERVATIVAS E FORÇAS NÃO CONSERVATIVAS

Forças conservativas Forças não conservativas


Forças cujo trabalho realizado para mover uma partícula Forças cujo trabalho realizado numa trajetória fechada
entre duas posições é independente da trajetória do é não nulo.
movimento e nulo se essa trajetória for fechada.
Exemplos: Exemplos:
Força gravítica Resistência do ar
Força elástica Força de atrito

Trabalho realizado pelo peso


Quando um corpo é largado no ar, junto à superfície terrestre, cai em direção ao solo. Isto acontece
porque a Terra exerce, sobre todos os corpos que possuem massa, uma força de atração à distância
designada por força gravítica.
A intensidade da força gravítica, vulgarmente designada por peso do corpo, pode ser determinada
pela expressão:

Fg = m g

O trabalho realizado pelo peso é:


Negativo na subida (resistente) Positivo na descida (potente) Nulo no movimento horizontal

rf ri
Fg
Dr
h h
ri rf
Dr
ri rf Dr

Fg Fg

Bola a subir na vertical Bola a descer na vertical Bola a deslocar-se na horizontal


WF» = Fg Dr cos 180º WF» = Fg Dr cos 0º WF» = Fg Dr cos 90º
R R R

WF» = - m g h WF» = m g h WF» = 0


R R R

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1 ENERGIA E MOVIMENTOS

O trabalho realizado pelo peso é:

10.º ANO EM REVISTA


Independente da trajetória do corpo

ri ri

Fg
a
Dr
h h
rf
rf
q
Fg Fg

Bola a descer num plano inclinado Bola a descer num degrau


WF» = Fg Dr cos a WF» = WF» (na horizontal) + WF» (na vertical)
R R R R

WF» = m g h WF» = 0 + Fg Dr cos 0º


R R

WF» = m g h
R

CONCLUSÃO

O peso é uma força conservativa, pois apresenta um trabalho independente da trajetória e nulo
num percurso fechado.
O trabalho realizado pelo peso pode ser determinado pela expressão:

WF» = - m g Dh
g

Energia potencial gravítica


A interação entre corpos origina uma forma básica de energia, a energia potencial. Quando essa inte-
ração se dá por ação da força gravítica, a energia associada corresponde à energia potencial gravítica.

A energia potencial gravítica de um sistema corpo-Terra é diretamente proporcional à altura, medida


em relação a um nível de referência, podendo determinar-se pela expressão:

Epg = m g h

A energia potencial gravítica não é uma grandeza absoluta, pois o seu valor depende do nível de re-
ferência escolhido, que vai determinar o valor da altura h.

Trabalho realizado pelo peso e a variação da energia potencial gravítica


O trabalho realizado pelo peso é simétrico da variação da energia potencial gravítica:

WF» = - DEpg
g

Esta relação verifica-se qualquer que seja o tipo de movimento ou trajetória de um corpo:
• o trabalho realizado pelo peso de um corpo numa subida é negativo e traduz-se num aumento da
energia potencial gravítica do sistema corpo-Terra:

Movimento ascendente " hf > hi " Epg aumenta " DEpg > 0 " W»F < 0 g

• o trabalho realizado pelo peso de um corpo numa descida é positivo e traduz-se numa diminuição
da energia potencial gravítica do sistema corpo-Terra:
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Movimento descendente " hf < hi " Epg diminui " DEpg < 0 " W»F > 0 g

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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Sendo o peso uma força conservativa, e uma vez que o trabalho realizado por qualquer força conser-
vativa sobre uma partícula depende apenas das posições inicial e final da partícula, é possível gene-
10.º ANO EM REVISTA

ralizar que o trabalho das forças conservativas que atuam num sistema é simétrico da variação da
energia potencial gravítica:
W»F = - DEpg
conservativa

1.6 CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

Num sistema em que atuam apenas forças conservativas ou em sistemas em que, para além das
forças conservativas, atuam forças não conservativas que não realizam trabalho, o trabalho das forças
conservativas será dado pelo trabalho realizado pela resultante das forças que atuam no sistema que,
segundo o Teorema da Energia Cinética, corresponderá à variação da sua energia cinética.
W»F = WF» = DEc
conservativas R

O trabalho realizado pelas forças conservativas no sistema corresponde ao simétrico da variação da


sua energia potencial gravítica:
W»F = - DEpg
conservativas

Então:
DEc = - DEpg § DEc + DEpg = 0

DEm = 0
Em = constante (não há dissipação de energia)
Em,i = Em,f

Quando num sistema mecânico atuam apenas forças conservativas ou se também atuarem forças
não conservativas que não realizem trabalho, há conservação da energia mecânica do sistema, ocor-
rendo apenas a transformação de energia potencial gravítica em energia cinética e vice-versa.

EXEMPLOS

• Uma criança num baloiço, considerando desprezáveis as forças não conservativas:


– durante a descida a velocidade aumenta, pois a energia potencial está a transformar-se em energia cinética;
– durante a subida a velocidade diminui, pois a energia cinética transforma-se em energia potencial, atin-
gindo a criança a mesma altura com que foi lançada.
vi = 0 m s-1
Ec, i = 0 J
• Ao largar um pêndulo, inicialmente em repouso, de uma altura h:
– à medida que cai, a energia potencial gravítica é convertida em
energia cinética e a velocidade aumenta;
h
– quando o pêndulo sobe, a velocidade diminui à medida que a al-
tura aumenta e a energia cinética converte-se em energia potencial
gravítica.
– havendo conservação da energia mecânica, a altura atingida pelo
hf = 0 m
pêndulo será igual à altura de onde foi largado. Epg, f = 0 J

Com base na conservação da energia mecânica, considerando-se que o peso, que é uma força conservativa,
é a única força a realizar trabalho, pode-se determinar a velocidade com que o pêndulo passa na parte infe-
rior da sua trajetória.
1
DEm = 0 § Em,i = Em,f § Ec,i + Ep,i = Ec,f + Ep,f § 0 + m g hi = m vf2 + 0 §
2
1 2
§ g hi = vf § vf = "2 g hi
2

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1 ENERGIA E MOVIMENTOS

1.7 VARIAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

10.º ANO EM REVISTA


Sabe-se, pelo Teorema da Energia Cinética, que o trabalho da resultante das forças que atuam num
sistema corresponde à variação da sua energia cinética.
WF» = - DEc
g

Por outro lado, se atuarem forças conservativas e forças não conservativas, o trabalho total será a
soma dos trabalhos destes dois tipos de forças.
WF» = WF» + WF»
R conservativas não conservativas

Além disso, o trabalho realizado pelas forças conservativas corresponde à variação da sua energia
potencial gravítica.
WF» = - DEpg
não conservativas

Cruzando estas informações, obtém-se:


- DEpg + WF» = DEc
não conservativas

O trabalho efetuado pelas forças não conservativas sobre um sistema é igual à variação da sua ener-
gia mecânica.
WF» = DEm
não conservativas

Então:
• se W»F > 0 ± A energia mecânica aumenta.
não conservativa

• se W»F = 0 ± A energia mecânica mantém-se constante.


não conservativa

• se W»F < 0 ± A energia mecânica diminui.


não conservativa

O trabalho de forças não conservativas, como a resistência do ar e/ou a força de atrito, é sempre ne-
gativo, pois trata-se de forças com sentido contrário ao do movimento. Nestes casos, a energia mecâ-
nica diminui e, por isso, estas forças dizem-se dissipativas, pois provocam a dissipação de energia no
sistema onde atuam.

Nessas circunstâncias, a energia dissipada é simétrica do valor do trabalho realizado por essas forças:

W»F = DEm = - Edissipada


não conservativa

EXEMPLO

Quando uma criança desce num escorrega, verifica-se que a energia cinética com que atinge a base do escor-
rega não corresponde à energia potencial com que iniciou o movimento. Isto acontece porque existiu dissi-
pação de energia pela atuação das forças de atrito, que muitas vezes é notória pelo aumento da temperatura
do escorrega em resultado do contacto com o corpo da criança durante a descida.

No entanto, também existem forças não conservativas cujo efeito é aumentar a energia mecânica do
sistema.

EXEMPLO

A força muscular é uma força não conservativa. Quando uma mala que estava parada é arrastada por ação de
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uma força muscular, esta faz aumentar a energia cinética da mala.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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1.8 DISSIPAÇÃO DE ENERGIA E RENDIMENTO
10.º ANO EM REVISTA

Potência
O trabalho indica a quantidade de energia transferida entre sistemas, no entanto, nada revela acerca
da rapidez com que essa transferência se processa.
A potência (P) é a grandeza física que relaciona a energia transferida com o intervalo de tempo da
transferência, ou seja, corresponde à energia transferida por unidade de tempo, sendo a unidade no
SI o watt (W).
E
P=
Dt

Sendo o trabalho uma medida da energia transferida de ou para um sistema, quando esta transfe-
rência ocorre no intervalo de tempo, Dt, a potência média, P, pode ser definida como:

W
P=
Dt

Rendimento
Para se saber a eficiência de uma transformação ou transferência de energia, recorre-se ao conceito
de rendimento (h), que corresponde à razão entre a energia útil e a energia mecânica disponível. A
razão entre a potência útil e a potência total também corresponde ao rendimento.

Eútil E Pútil
h= § h = m,f e h=
Etotal Em,i Ptotal

• Quanto maior for o rendimento de um sistema maior é a quantidade de energia útil que ele produz
e, consequentemente, menor a energia dissipada – processo mais eficiente.
• O rendimento pode tomar valores entre 0 (0%) e 1 (100%).
• É uma grandeza adimensional, pois é o quociente entre duas grandezas com a mesma unidade.
• Num sistema mecânico real, teremos sempre h < 100%, o que significa que é impossível a conver-
são integral de energia cinética em energia potencial gravítica, ou vice-versa, pois há sempre ener-
gia dissipada devido à ação de forças dissipativas, como o atrito.

Energia dissipada
(várias formas de energia)
80 J
Energia total
(energia química
do combustível)
100 J Energia útil
(energia cinética)
20 J

Conversão de energia no motor de um automóvel.

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ENERGIA E MOVIMENTOS
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ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS


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ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS


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E RADIAÇÃO

2.1 CORRENTE ELÉTRICA E DIFERENÇA DE POTENCIAL

Um circuito elétrico é um conjunto de elementos elétricos ligados entre si.


Para facilitar a representação dos circuitos e tornar os esquemas mais universais, usam-se símbolos
elétricos que representam os diferentes elementos.

Símbolos utilizados na representação de circuitos elétricos


Elemento Símbolo Elemento Símbolo Elemento Símbolo Elemento Símbolo

Resistência
Pilha Gerador G Condensador
fixa

Bateria ou M Resistência
Motor Amperímetro A
pilhas variável

Interruptor (a)
Díodo emissor
aberto (a) Lâmpada Voltímetro V
de luz (LED)
fechado (b) (b)

Circuito elétrico de uma


lanterna: montagem e
diagrama esquemático.

Corrente elétrica
O conceito de carga elétrica é fundamental para explicar todos os fenómenos elétricos. A carga (Q ) é
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uma propriedade das partículas que compõem a matéria. O valor da carga elétrica é medido no SI
em coulomb (C).

11

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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Materiais onde é possível estabelecer com facilidade um movimento de cargas, são considerados
bons condutores elétricos.
10.º ANO EM REVISTA

Os metais são materiais que apresentam um O movimento de cargas elétricas também se


grande número de eletrões livres (eletrões da pode efetuar em soluções líquidas e gasosas.
camada de valência que se libertam facilmente
da ação do núcleo atómico, podendo deslocar-
-se livremente no material). São exemplo de
bons condutores elétricos. – +
+
+ –
+
– – – – +
– – –
– –

Representação de eletrões livres em movimento num Representação de iões positivos e negativos em


fio metálico. movimento numa solução aquosa.

Quando um condutor metálico for ligado às extremidades de uma pilha, como esta apresenta um
polo negativo numa extremidade e um polo positivo na outra, os eletrões livres do metal ficam sujei-
tos a uma força atrativa em relação ao polo positivo da pilha e a uma força repulsiva em relação ao
polo negativo. Nesta situação, as cargas são forçadas a adquirir movimento e cria-se um fluxo de
cargas negativas no sentido do polo positivo.
A corrente elétrica (I) é o movimento ordenado de cargas, correspondendo a sua intensidade à quan-
tidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor por unidade de tempo e tem como
unidade no SI o ampere (A).
Q
I=
Dt

A B

– – –
Fluxo de cargas
+ – – – + –
– – –

Representação de fluxo de cargas num condutor metálico: movimento ordenado de eletrões livres (A); fluxo de
cargas elétricas que atravessa a secção transversal (B).

Ainda antes da descoberta do eletrão, a comunidade científica convencionou que as cargas num cir-
cuito se moviam para o polo negativo. Ficou assim estabelecido que o sentido convencional para a
corrente elétrica é do polo positivo para o polo negativo, ainda que, num condutor metálico ligado a
uma pilha, a corrente elétrica seja, na realidade, estabelecida pelo fluxo de eletrões do polo negativo
para o polo positivo.

Diferença de potencial elétrico


A diferença de potencial elétrico ou tensão elétrica (U) corresponde ao trabalho realizado pela força
elétrica para deslocar uma carga unitária entre dois pontos, ou seja, a energia transferida por uni-
dade de carga no deslocamento da carga, e tem como unidade no SI o volt (V).

W»F e
U=
Q

12

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2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS

2.2 CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA

10.º ANO EM REVISTA


Quando a corrente elétrica num condutor é efetuada sempre no mesmo sentido diz-se que é uma
corrente contínua (CC ou DC).

U/V I/A

0 t/s 0 t/s
Esboços dos gráficos de U = f(t) e I = f(t) para uma corrente contínua (CC ou DC) produzida por uma pilha.

Uma corrente elétrica cujo sentido sofre inversão ao longo do tempo é designada por corrente alter-
nada (AC).

U/V I/A

0 0
t/s t/s

Esboços dos gráficos de U = f(t) e I = f(t) para uma corrente alternada (AC) como a que se utiliza nas habitações.

2.3 RESISTÊNCIA DE CONDUTORES FILIFORMES E RESISTIVIDADE

Materiais onde é possível estabelecer uma corrente de eletrões com facilidade são considerados bons
condutores elétricos. Os materiais que têm uma condutividade elétrica muito baixa designam-se
maus condutores elétricos e, no caso em que a condutividade elétrica é desprezável, isolantes elé-
trico. Entre os dois comportamentos extremos existem materiais com uma condutividade intermé-
dia que se designam semicondutores.

A B C

Fio de cobre usado como condutor elétrico (A), placa semicondutora de silício (B) e porcelana isoladora elétrica na
fixação de cabos de alta tensão (C).

Resistência elétrica
A resistência elétrica (R) corresponde à oposição que um material oferece à passagem de corrente
elétrica e tem como unidade no SI o ohm (W).
Existem componentes especificamente projetados para oferecer um determinado valor da resistên-
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cia elétrica. Podem ser utilizados em circuitos para limitar a corrente elétrica, variar a tensão elétrica
e, em certos casos, transferir energia sob a forma de calor.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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A lei de Ohm estabelece que, para uma dada temperatura, a tensão elétrica entre os terminais de
uma resistência é diretamente proporcional à corrente elétrica que a atravessa.
10.º ANO EM REVISTA

U=RI

Um ohm é definido como a resistência elétrica de um material que, quando percorrido por uma
corrente elétrica de intensidade um ampere, apresenta aos seus terminais uma diferença de poten-
cial elétrico de um volt.

Nem todas as resistências obedecem à lei de Ohm:

Uma resistência que obedece à lei de Ohm é, normal- Uma resistência não linear será aquela que não obe-
mente, designada resistência linear. Estas apresentam dece à lei de Ohm. Nestes elementos, a sua resistência
uma resistência constante e, portanto, a sua curva varia com a corrente elétrica, como no exemplo apre-
característica num gráfico U = f(I) é uma linha reta que sentado na seguinte curva característica.
passa pela origem, em que o declive corresponde à
resistência.

U/V U/V

Declive = R

I/A I/A

Resistividade
A resistividade (r) depende da natureza e da temperatura do material e traduz a dificuldade com que
os eletrões se deslocam através desse material, sendo a sua unidade no SI o ohm metro (W m).

Resistividade de alguns materiais comuns, a 20 °C

Material Resistividade (Ω m) Característica

Prata 1,64 * 10 -8
Condutor

Cobre 1,72 * 10-8 Condutor

Alumínio 2,8 * 10 -8
Condutor

Ouro 2,45 * 10-8 Condutor

Tungsténio 5,65 * 10-8 Condutor

Carbono 4 * 10 -5
Semicondutor

Germânio 4,7 * 10-1 Semicondutor

Silício 6,4 * 102 Semicondutor


10
Papel 10 Isolador

Mica 5 * 1011 Isolador


12
Vidro 10 Isolador

Teflon 3 * 1012 Isolador

A resistividade de condutores é inferior à apresentada pelos semicondutores que, por sua vez, é infe-
rior à dos maus condutores e isoladores.

14

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2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS

A resistência elétrica de um condutor filiforme depende da resistividade, característica do material


que o constitui, e da sua geometria (comprimento e área da secção reta).

10.º ANO EM REVISTA


S (m)

Resistividade = r (Ω m) Área = A (m2)

L
R=r
A

Da expressão anterior verifica-se que a resistência elétrica é diretamente proporcional à resistividade


e ao comprimento do material, mas é inversamente proporcional à área da sua secção transversal.

EXEMPLO

A resistividade do tungsténio, à temperatura de 20 °C, é 5,65 * 10-8 W m, o que significa que um fio de tungs-
ténio com 1 m de comprimento e 1 m2 de área de secção reta apresenta uma resistência de 5,65 * 10-8 W.

Variação da resistividade com a temperatura


A temperatura a que se encontra um condutor tem implicação no valor da resistividade que este
apresenta. De um modo geral, a resistividade e, portanto, a resistência elétrica dos metais aumenta
com o aumento da temperatura.

25
Tungsténio
20
ρ / 10–8 Ω m

15

Cobre Alumínio
10
Ouro

5
Prata

0
200 300 400 500 600 700 800 900
T/K

Gráfico da resistividade de vários metais em função da temperatura.

Sabendo o modo como a resistividade de um condutor metálico varia em função da temperatura é


possível construir um termómetro calibrando os valores da temperatura em função da resistência
apresentada pelo sensor utilizado, uma vez que esta grandeza pode resultar de uma medição direta
e é diretamente proporcional à resistividade.
Dois tipos de dispositivos muito utilizados nas medições de temperatura são os termístores e os
©AREAL EDITORES

RTD (acrónimo do inglês Resistive Temperature Device).

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

©AREAL EDITORES
2.4 EFEITO JOULE
10.º ANO EM REVISTA

Potência elétrica
A grandeza que mede a energia elétrica transferida por unidade de tempo é a potência elétrica (P)
que corresponde também ao produto da tensão elétrica nos terminais de um elemento pela corrente
elétrica que o atravessa. A unidade no SI é o watt (W).

E
P= e P=UI
Dt

Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a potência também pode ser dada
U2
por P = R I2 ou P = .
R

Energia dissipada por efeito Joule


A passagem de corrente elétrica ao longo de um condutor metálico propicia a existência de choques
entre os eletrões livres e os iões do condutor que, além de condicionar a corrente elétrica, conduz ao
aumento da temperatura do condutor provocando uma dissipação de energia para o meio envol-
vente ao condutor.
O efeito Joule corresponde ao efeito térmico provocado pela passagem de corrente elétrica através de
um condutor elétrico.
Se a potência corresponde à energia transferida por unidade de tempo, a potência elétrica de um
condutor sujeito ao efeito Joule corresponderá à potência que este dissipa quando é atravessado pela
corrente elétrica.

Pdissipada = U I

A energia dissipada como calor por um condutor no intervalo de tempo em que é atravessado pela
corrente elétrica, pode ser determinada pela expressão:

Edissipada = U I Dt

Para condutores óhmicos, em que se pode aplicar a Lei de Ohm, a energia dissipada também pode
ser expressa por:

Edissipada = R I2 Dt

Existe um limite para a quantidade de calor que um condutor consegue transferir sem sofrer danos
resultantes do calor gerado. Quando este limite é ultrapassado, torna-se excessivamente quente e
pode alterar o valor da sua resistência ou danificar-se. Dependendo da função do componente elé-
trico, o efeito Joule tanto pode ser benéfico como prejudicial. É benéfico, quando se trata, por exem-
plo, de uma resistência de aquecimento. Num sistema de iluminação, pelo contrário, interessa mini-
mizar a energia transferida como calor. No que respeita aos sistemas de iluminação, a tecnologia que
utiliza diodos emissores de luz (LED – acrónimo do inglês Light Emitting Diode), correspondeu a um
aumento importante da eficiência energética.

A B C

Circuito elétrico danificado por aquecimento excessivo (A); conjunto de dissipação térmica do processador de um
computador (cooler) (B) e resistência elétrica de um aquecedor ao rubro (C).

16

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2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS

2.5 GERADORES DE CORRENTE CONTÍNUA

10.º ANO EM REVISTA


Num circuito elétrico é o gerador elétrico o elemento responsável pela aplicação de uma diferença de
potencial elétrico capaz de criar corrente elétrica no circuito.
Para se obter uma corrente contínua constante num circuito a diferença de potencial elétrico apli-
cada ao circuito deverá ser constante.
As baterias são exemplos de geradores de corrente contínua num circuito.

Força eletromotriz
Mesmo que o gerador de corrente contínua não esteja associado a nenhum circuito elétrico, ele apre-
senta uma diferença de potencial elétrico entre os seus terminais. Essa tensão elétrica, medida em
circuito aberto, é designada por força eletromotriz (e) do gerador. Esta grandeza tem como unidade
no SI o volt (V).
Um gerador em que se verifica que a diferença de potencial elétrico nos seus terminais é indepen-
dente da corrente elétrica que percorre o circuito a que está ligado designa-se gerador elétrico ideal.

U/V

0 I/A

Gráfico da tensão elétrica em função da corrente


elétrica para um gerador ideal.

Resistência interna
Se o gerador considerado for uma pilha e se esta estiver ligada a um circuito fechado, verifica-se que
a tensão elétrica nos seus terminais é inferior à sua força eletromotriz. Isto deve-se ao facto de, na
prática, a pilha não ser um gerador ideal e apresentar uma resistência interna (Ri) que provoca dissi-
pação de energia.
Os geradores elétricos reais apresentam sempre resistência interna, ainda que por vezes esta seja
muito pequena e possa ser desprezada.
Nas figuras seguintes apresenta-se um gerador que corresponde a uma pilha com resistência interna Ri:

Em circuito aberto Em circuito fechado

Ri
B A
Ri
B A

A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B
corresponde à tensão elétrica nos terminais da pilha, corresponde à diferença entre a sua força eletromotriz
ou seja, à força eletromotriz da pilha. e a tensão elétrica decorrente da sua resistência
interna.

UAB = UPilha = ePilha U = e − Ri I


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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

©AREAL EDITORES
Curva característica de um gerador
U/V variação
10.º ANO EM REVISTA

Num gerador real, para valores de correntes elé- aproximadamente


tricas muito baixas, a tensão elétrica depende da 𝛆 linear
corrente fornecida de um modo linear. Nestas Declive = Ri variação
não linear
condições o gráfico corresponde a uma reta que
se traduz pela expressão: U = e - Ri I e designa-
-se curva característica de um gerador.
Na curva característica de um gerador, o módulo
I/A
do declive da curva e a ordenada na origem cor-
Gráfico da tensão elétrica em função da corrente
respondem, respetivamente, à resistência in- elétrica para um gerador real.
terna e à força eletromotriz do gerador.
A força eletromotriz e a resistência interna são duas características de um gerador.

2.6 ASSOCIAÇÕES EM SÉRIE E EM PARALELO

O modo como os elementos que constituem um circuito elétrico estão ligados entre si é um fator
importante e a ter em conta quando se estudam estes circuitos.

Associação em série Associação em paralelo


Elementos elétricos ligados entre si de modo a constituí- Elementos elétricos ligados entre si de tal modo que se
rem apenas um caminho para a passagem da corrente constituem vários caminhos para a passagem da cor-
elétrica. rente elétrica.

I1 B R1 C

A R1 B R2 C R3 D
A E R2 F D
I I2
G R3 H
I3

Diagrama esquemático de uma associação Diagrama esquemático de uma associação


em série de resistências. em paralelo de resistências.

A corrente elétrica é a mesma em qualquer ponto: A corrente elétrica no circuito principal é igual à soma
das correntes elétricas das várias derivações existentes:
IA = IB = IC = ID = I
I = I1 + I2 + I3
A tensão elétrica nos terminais da associação é igual à A tensão elétrica nos terminais da associação é igual à
soma das diferenças de potencial elétrico nos terminais diferença de potencial elétrico nos terminais de cada
de cada elemento: derivação existente:

UAD = UAB + UBC + UCD UAD = UBC = UEF = UGH = U

EXEMPLO

Se toda a instalação elétrica de uma habitação fosse ligada em série, a corrente elétrica seria igual em qualquer
ponto da habitação. No entanto, a existência de um único caminho de passagem da corrente elétrica faz com
que uma falha num qualquer ponto do circuito da habitação inviabilize a passagem de corrente elétrica em todo
o circuito. Além disto, a tensão elétrica necessária ao funcionamento do circuito teria de corresponder à soma
das tensões elétricas de todos os elementos elétricos do circuito. Portanto, seria necessário aplicar uma tensão
elétrica elevada ao circuito da habitação e variá-la ao ligar ou desligar um componente. Estes fatores justificam
o facto de as habitações apresentarem instalações elétricas subdivididas em diversos ramos paralelos.

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2 ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS

A corrente elétrica é medida com amperímetros A tensão elétrica é medida com voltímetros ins-

10.º ANO EM REVISTA


que são instalados em série. talados em paralelo.

2.7 CONSERVAÇÃO DA ENERGIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS

A abordagem do conceito de resistência elétrica e do efeito Joule leva a pensar em dissipação de ener-
gia. No entanto, nas transferências e transformações de energias envolvidas nos circuitos elétricos
existe conservação de energia.

R1

R2 Diagrama esquemático de um
circuito elétrico com elementos
puramente resistivos.

Considere um circuito formado por uma pilha, um interrutor e duas resistências. Desprezando o
efeito da queda de tensão no interruptor e nos fios de ligação, serão as resistências que funcionam
como recetores da energia fornecida pela pilha. Nesta situação, uma vez que a associação é em série:

Uútil, pilha = UR1 + UR2

Multiplicando todos os membros da expressão por I e, depois, por Dt, obtêm-se as expressões para a
relação de potência e de energia no circuito elétrico:
Uútil, pilha I = UR1 I + UR2 I § Pútil, pilha = PR1 + PR2
Pútil, pilha Dt = PR1 Dt + PR2 Dt § Eútil, pilha = ER1 + ER2

CONCLUSÃO

Pode então dizer-se que existe conservação da energia, pois a energia fornecida pela pilha é igual
à soma da energia recebida pelas resistências.

Em cada resistência: ER = RR I2Dt


Sendo a pilha um gerador não ideal, a tensão útil fornecida ao circuito é inferior à sua força eletro-
motriz:
Uútil, pilha = Epilha – URi, pilha

Pelo que a energia útil transferida da pilha para o circuito corresponde a: Eútil = Epilha - Edissipada
Sendo a energia dissipada dada pela expressão: Edissipada = URi, pilha I Dt = Ri I2 Dt

CONCLUSÃO

A energia elétrica fornecida ao circuito pelo gerador (e que poderá ser utilizada pelos recetores) é
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igual à energia elétrica total gerada subtraída da energia dissipada na resistência interna.

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DOMÍNIO
ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO
ENERGIA E MOVIMENTOS
SUBDOMÍNIO

ENERGIA E FENÓMENOS ELÉTRICOS


SUBDOMÍNIO

ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS


SUBDOMÍNIO

E RADIAÇÃO

3.1 TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO

Sistema, fronteira e vizinhança


Quando se fala em transferências de energia, está a considerar-se um Vizinhança
sistema – um corpo, uma região ou um conjunto de partículas. Tudo o
que existe em volta do sistema, que não faça parte deste, é considerado
vizinhança. O limite real ou virtual que separa o sistema da vizinhança Sistema Fronteira
é denominado fronteira. Assim, para estudar qualquer sistema é possí-
vel definir uma energia desprezando a maior parte do Universo.

Representação de sistema,
fronteira e vizinhança.
Os sistemas podem ser considerados:

Sistema aberto Sistema fechado Sistema isolado

Permite troca de matéria e de Permite troca de energia mas não Não permite troca de energia nem
energia com a vizinhança. de matéria com a vizinhança. de matéria com a vizinhança.

Em virtude da possível transferência de energia com o exterior, a energia interna de um sistema


pode aumentar, se o sistema receber energia, ou diminuir, se o sistema ceder energia ao exterior.

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3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

O que é um sistema termodinâmico?

10.º ANO EM REVISTA


Um sistema termodinâmico é um sistema em que se tem em conta a energia interna pois a sua va-
riação é apreciável. Esta variação provocada por transferências de energia resulta, geralmente, numa
variação de temperatura.

Equilíbrio térmico
Quando dois corpos a temperaturas diferentes são colocados em contacto há transferência de ener-
gia do corpo a temperatura superior para o corpo a temperatura inferior até atingirem uma situação
de equilíbrio térmico, que corresponde à igualdade de temperaturas. A igualdade de temperatura é a
única exigência para o equilíbrio térmico.
TA > TB

TA TB TA TB TEq TEq

Corpos a diferentes temperaturas e com contacto trocam energia até atingirem uma situação de equilíbrio térmico,
que corresponde à igualdade de temperaturas entre si.
A B
A B
A temperatura é uma propriedade que determina
se um sistema está ou não em equilíbrio térmico
com outros. O aumento da temperatura do sis-
tema implica, em geral, um aumento da energia
cinética das suas partículas.
Sistemas com diferentes temperaturas, TA < TB.

Maior temperatura Maior agitação das partículas Maior energia cinética média interna das partículas

Escalas de temperatura
A maneira mais fiável de medir a temperatura de um sistema é recorrendo a escalas termométricas.
Estas são construídas partindo do pressuposto que algumas das propriedades físicas de um corpo
sofrem alterações quando são sujeitas a aquecimento ou arrefecimento, nomeadamente, por expan-
sões e compressões.
Assim, sabe-se que existe uma variação da temperatura do corpo quando uma destas propriedades
sofre alteração, sendo possível estabelecer uma escala de temperatura.
São as situações de equilíbrio térmico que permitem estabelecer escalas de temperatura.
A escala mais usada internacionalmente é a escala em grau Celsius (°C), assim denominada em ho-
menagem ao astrónomo Anders Celsius que foi o primeiro a propô-la em 1742.
A temperatura pode ser medida em grau Celsius (ºC) ou em kelvin (K), sendo a primeira a mais
usada no dia a dia e a última a unidade no SI. Para converter a temperatura em grau Celsius (t) para
a temperatura em kelvin (T) pode-se usar:

T / K = t / °C + 273,15

A escala de temperatura em kelvin é a escala de temperatura absoluta, correspondendo o zero da


escala à temperatura mais baixa que se pode atingir em teoria – o chamado zero absoluto e que cor-
responde a – 273,15 ºC. Apesar da temperatura ser diferente em grau Celsius e kelvin, uma variação
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de temperatura de 1 ºC é exatamente igual a uma variação de temperatura de 1 K.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

©AREAL EDITORES
3.2 TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA COMO CALOR
10.º ANO EM REVISTA

Quando, por exemplo, se mergulha um cilindro de cobre quente em água fria, é transferida energia
do sistema a temperatura mais elevada (cilindro de cobre) para o de menor temperatura (água) até se
atingir o equilíbrio térmico. Nestes casos é transferida energia como calor.
O calor é a energia transferida entre sistemas vizinhos que se encontram a diferentes temperaturas,
sendo a unidade no SI o joule (J).
• O calor flui sempre de uma região a temperatura mais elevada para outra a menor temperatura.
• A quantidade de calor recebida por um dos corpos é simétrica da quantidade de calor cedida pelo
outro se o conjunto for um sistema isolado.
• Por convenção, o calor é negativo se é transferido do sistema para o exterior e é positivo se é trans-
ferido do exterior para o sistema.
As experiências de Thompson e de Joule contribuíram para o reconhecimento do calor como ener-
gia, além de estabelecerem a relação entre calor e trabalho.

Experiência de Thompson Experiência de Joule


Thompson foi quem primeiro estabeleceu uma relação A experiência de Joule, esquematizada na figura, per-
entre calor e trabalho. Ao supervisionar o funcionamento mitiu demonstrar que em alguns casos, o trabalho de
de canhões, verificou que a rosca perfuradora fazia aque- forças externas resulta numa variação de temperatura,
cer consideravelmente a limalha de ferro e que era neces- tal como quando se transfere energia para o sistema sob
sário uma grande quantidade de água para arrefecer o a forma de calor.
canhão. Este facto veio demonstrar que era possível aque- Através da experiência constatou que a água ia aquecendo
cer água através da fricção resultante do movimento, não à medida que as pás iam rodando. Medidndo o trabalho
sendo necessário o contacto com uma chama ou com um realizado sobre a água e a temperatura final, determinou a
corpo com maior temperatura como era suposto. Assim, energia, sob a forma de trabalho, que foi necessário forne-
constatou-se que é possível aumentar a energia interna da cer à água para que tudo se passasse como se a água
água, quer transferindo energia sob a forma de calor, quer tivesse sido aquecida num fogão. Encontrou, assim, a rela-
sob a forma de trabalho, sugerindo a existência de uma ção entre a caloria e o joule: 1 cal = 4,186 J
relação entre trabalho e calor.

Manivela

Termómetro
Sistema de
roldanas

Massas
suspensas
Sistema de
pás rotativas
Vaso de cobre
revestido com
cortiça

O modo como ocorre a transferência de energia sob a forma de calor não é igual em todos os siste-
mas. É habitual identificar-se três tipos de processos de transferência de energia por calor: condução,
convecção e radiação.
O processo de transferência de energia por radiação pode fazer-se sem haver contacto entre os siste-
mas, uma vez que ocorre por emissão e absorção de radiação eletromagnética, que pode propagar-se
em regiões com total ausência de matéria (no vazio), enquanto a condução e a convecção exigem
contacto entre sistemas.

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3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

3.3 RADIAÇÃO E IRRADIÂNCIA

10.º ANO EM REVISTA


Emissão e absorção de radiação
Um corpo, desde que esteja a uma temperatura superior ao zero absoluto (0 K), emite energia na
forma de radiação – energia transferida por ondas eletromagnéticas.
Todos os corpos emitem radiação e, à temperatura ambiente, emitem predominantemente no infra-
vermelho. Isto permite detetar a presença de pessoas em locais inóspitos e não iluminados, utili-
zando câmaras termográficas (máquinas sensíveis à radiação infravermelha), o que pode revelar-se
muito útil em buscas por alguém que tenha desaparecido numa montanha, numa floresta ou como
sistema de deteção de intrusos em habitações e lojas.
Para comparar a energia emitida por dois corpos distintos deve ser considerada a potência da radia-
ção emitida, designada potência irradiada pelo corpo.

E
P=
Dt

A radiação emitida por um corpo distribui-se pelo espaço, designando-se por irradiância (Er) a ener-
gia da radiação emitida por unidade de tempo e unidade de área. Esta grandeza tem como unidade
no SI o watt por metro quadrado (W m-2).

P
Er =
A

Quando a radiação incide na superfície de um


Radiação Radiação
corpo, pode ser absorvida, refletida ou transmi- incidente refletida
tida através do corpo.
Radiação
Eincidente = Erefletida + Etransmitida + Eabsorvida absorvida
Radiação
transmitida

A radiação visível que é refletida pelo corpo é responsável pela cor dos objetos. Quando a luz branca,
resultante da combinação de todas as radiações da zona do visível, incide sobre um corpo, este ab-
sorve parte dessas radiações, chegando apenas aos olhos do observador as outras cores, as que foram
refletidas pelo corpo. Assim:

Um objeto preto, absorve toda a radiação visível que Um objeto que seja branco reemite toda a radiação
incide sobre ele. Como nenhuma radiação visível é visível que incide sobre ele e não absorve nenhuma.
refletida pelo objeto, este apresenta-se preto.

• Os corpos pretos registam temperaturas mais elevadas que os corpos brancos, quando expostos, durante um
certo intervalo de tempo, à radiação visível.
• De um modo geral, os corpos opacos e escuros são bons absorsores da radiação visível, enquanto os corpos
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claros e polidos são maus absorsores.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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A radiação solar na produção da energia elétrica – painel fotovoltaico
10.º ANO EM REVISTA

Desde o final do século XIX que se conhece a propriedade de certos materiais (materiais semicondu-
tores, como o selénio e o silício), de produzirem uma diferença de potencial elétrico nas suas extre-
midades quando a radiação incide sobre eles. Esta propriedade é atualmente aproveitada para con-
verter a energia da luz solar em energia elétrica em sistemas designados painéis solares fotovoltaicos,
que são constituídos por células fotovoltaicas.

Fluxo de
eletrões Fotões
Camada n
- -
Junção Corrente
Camada p + + elétrica

Estrutura e função de uma célula fotovoltaica.

De forma a maximizar o rendimento de um sistema fotovoltaico é necessário dimensionar a área


atendendo à irradiância solar média no local da instalação, ao número médio de horas de luz solar
por dia e à potência a debitar.

3.4 CONDUÇÃO E CONVECÇÃO

Para além da transferência de energia sob a forma de calor por radiação, nos sólidos é ainda possível
transferir energia sob a forma de calor por condução; nos fluidos pode existir condução e convecção,
sendo o segundo mais eficaz.

Condução Convecção
Mecanismo de transferência de energia como calor que Mecanismo de transferência de energia como calor que
ocorre devido à transferência de energia das partículas ocorre em fluidos (líquidos e gases), acompanhado de
mais agitadas (a maior temperatura) para as mais movimentos do próprio fluído que são designados
lentas (a menor temperatura). correntes de convecção.
A porção de fluído que se encontra a uma temperatura
As partículas mais agitadas propagam a agitação às
mais elevada torna-se menos densa e sobe, criando
partículas vizinhas havendo assim transferência de
uma corrente “quente” ascendente. Enquanto sobe,
energia sem transporte de matéria.
essa porção de fluido arrefece tornando-se mais densa,
até que inverte o sentido do movimento, originando
uma corrente “fria” descendente. A corrente “quente”
ascendente e a corrente “fria” descendente ocorrem
simultaneamente e repetem-se, ao longo do tempo,
originando correntes de convecção, permitindo
transferências de energia e o aquecimento ou
arrefecimento de todo o fluido.

Fonte Fonte
“quente” “fria”

muito agitadas agitadas pouco agitadas

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3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

EXEMPLOS EXEMPLOS

10.º ANO EM REVISTA


Condução Convecção

Condução de calor entre a resistência de um jarro A convecção faz parte de muitos processos natu-
elétrico e a água (A) e ao longo de uma colher rais. É fundamental no sistema climático da Terra
metálica mergulhada numa sopa quente (B). e explica também a existência de brisas maríti-
mas (A) e terrestres (B).

3.5 CONDUTIVIDADE TÉRMICA

A condutividade térmica (k), que mede a Valores de condutividade térmica de alguns materiais
capacidade de uma substância para condu-
zir calor, é uma constante que depende do Material k / W m-1 K-1
material de que é feito o corpo sendo, por- Espuma de poliuretano 0,024
tanto, uma propriedade do mesmo. Rela-
Ar (seco) 0,026
ciona-se com a taxa temporal de transferên-
cia de energia como calor por condução, Lã de vidro 0,048
sendo a unidade no SI o watt por metro e Madeira (pinho) 0,11
kelvin (W m-1 k-1).
Vidro 1,0
Um material que transfere facilmente ener-
Aço inox 14
gia por condução é um bom condutor de
calor ou condutor térmico e tem um ele- Alumínio 235
vado valor de condutividade térmica. Um Cobre 401
material com condutividade térmica baixa é
Prata 428
mau condutor de calor ou isolador térmico.

EXEMPLO

A condutividade térmica dos materiais é que permite explicar as diferentes sensações que temos quando
pisamos pisos de diferentes materiais com os pés descalços. Quando a pele está em contacto com um metal
ou com madeira, ainda que ambos se encontrem à mesma temperatura, se esta for inferior à temperatura
do corpo, o metal parece estar mais frio. Isto acontece porque, como o metal tem maior condutividade tér-
mica, é transferida energia continuamente da pele para o metal. Pelo contrário, a madeira é um material
isolador térmico, pelo que a energia transferida dos pés fica localizada na zona de contacto, ficando esta ra-
pidamente à mesma temperatura.

De uma maneira geral, nos líquidos, a condutividade térmica é inferior à dos sólidos metálicos.
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Nos gases a condutividade térmica é ainda menor, uma vez que as partículas dos gases estão
muito afastadas umas das outras, comparativamente com as dos líquidos e as dos sólidos.

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

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3.6 CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA
10.º ANO EM REVISTA

A energia a transferir, para uma substância, sob a forma de calor é diretamente proporcional à varia-
ção de temperatura que se quer provocar e à massa de substância, sendo a constante de proporciona-
lidade a capacidade térmica mássica.

E = m c DT

A capacidade térmica mássica ou calor específico (c) corresponde à variação de energia por unidade
de massa e de variação de temperatura da substância, sendo medido no SI em joule por quilograma
e kelvin (J kg–1 k–1). O valor da capacidade térmica mássica depende do material que constitui a amos-
tra existindo um valor específico em cada estado físico que, normalmente, varia com a temperatura.

EXEMPLO

A capacidade térmica mássica da água é 4186 J kg–1 °C–1, isso significa que é necessário fornecer (ou remo-
ver) 4186 J de energia a cada quilograma de água para que a sua temperatura aumente (ou diminua) 1 K.

O gráfico de E = f (DT ) apresenta uma linha reta que passa na origem, o que E/J
traduz a proporcionalidade direta entre estas grandezas, sendo o declive igual
a m c.
Para duas amostras com a mesma massa, quanto maior for a capacidade
térmica mássica, maior será o declive.
DT / K
A Lei ou Princípio da Conservação de Energia estabelece que a quantidade
total de energia num sistema isolado permanece constante.
Dois sistemas a temperaturas diferentes, isolados em relação ao meio exterior, colocados em con-
tacto entre si, trocam energia sob a forma de calor até atingirem o equilíbrio térmico, ou seja, até fi-
carem à mesma temperatura. A energia cedida pelo corpo a temperatura superior é igual, em mó-
dulo, à energia recebida pelo corpo a temperatura inferior.
DEsistema = 0 § DEA + DEB = 0 § DEA = - DEB

Coletor solar
O Sol é, por excelência, a fonte de energia da Terra. Um coletor solar pode transformar energia solar
em energia térmica para fornecer água quente (sanitária, para aquecimento central ou, ainda, para
aquecimento de piscinas). De uma forma simples, um coletor plano é constituído por:
• uma placa absorsora metálica e negra que permite uma boa condução térmica e uma absorção
significativa da radiação solar incidente.
• uma placa isoladora que se situa entre a placa absorsora e o fundo da caixa e que impede as perdas
de energia sob a forma de calor, do interior do coletor para o exterior, por condução.
• uma serpentina de tubos metálicos para que a energia seja facilmente conduzida para o fluido de
transferência térmica.
• uma zona de vácuo entre a cobertura e a placa absorsora que reduz as perdas de energia sob a
forma de calor por condução e por convecção.

Cobertura
Placa absorvente
Circuito com fluido
Caixa isoladora
Placa isoladora

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3 ENERGIA, FENÓMENOS TÉRMICOS E RADIAÇÃO

3.7 VARIAÇÃO DE ENTALPIA DE FUSÃO E DE VAPORIZAÇÃO

10.º ANO EM REVISTA


A situação representada na figura seguinte mostra como varia a temperatura em função do tempo
para uma quantidade de água desde que foi retirada do congelador, à temperatura de - 5 ºC, até à
ebulição.
T / ºC

100

0
t / min
–5

A energia a transferir, sob a forma de calor, para que uma amostra mude de estado físico é direta-
mente proporcional à massa de substância, de acordo com a expressão:

E = m DH

A variação de entalpia (DH) é a constante de proporcionalidade da expressão e indica a energia que


é necessário fornecer à unidade de massa de uma substância para mudar de estado físico, apre-
sentando valores característicos para cada substância e para cada mudança de estado físico. A
unidade no SI é o joule por quilograma (J kg–1).

EXEMPLO

O valor 3,33 * 105 J kg-1 para a variação de entalpia de fusão da água significa que é necessário fornecer
3,33 * 105 J de energia a cada quilograma de água no estado sólido (gelo), à temperatura de fusão, para
que esta passe ao estado líquido.

E/J

O gráfico de E = f(m) apresenta uma linha reta que passa


na origem, o que traduz a proporcionalidade direta entre
estas grandezas, sendo o declive igual a DH.
m / kg

3.8 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

Trabalho e calor são processos de transferência de energia entre o sistema que se está a considerar e
o exterior. Se o sistema não for isolado, essa transferência de energia implicará uma variação da
energia interna ou externa.
A Primeira Lei da Termodinâmica diz que, numa transformação entre dois estados, a variação de
energia interna de um sistema é igual à soma do trabalho realizado sobre o sistema (ou que o sis-
tema faz sobre o exterior) com o calor transferido para o mesmo (ou cedido por ele).

DU = W + Q W, Q > 0

Nesta “contabilidade” de energia que “entra” ou “sai” do sistema,


consideram-se:
• positivos, o trabalho e o calor fornecidos ao sistema pelo exterior;
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• negativos, o trabalho e o calor cedidos pelo sistema ao exterior. W, Q < 0

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1 ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO

©AREAL EDITORES
3.9 SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
10.º ANO EM REVISTA

As máquinas térmicas permitem obter trabalho útil a partir de um fluxo de calor entre duas fontes a
temperaturas diferentes, uma fonte “quente” e uma fonte “fria”.
O Enunciado de Plank do Postulado de Kelvin, corresponde a um dos enunciados da Segunda Lei da
Termodinâmica que diz que é impossível construir uma máquina térmica que, operando ciclica-
mente, converta em trabalho útil todo o calor que recebe de uma fonte “quente”. Tem que existir
energia dissipada para uma fonte “fria”, sistema que recebe calor.
Um outro enunciado da Segunda Lei da Termodinâmica afirma que “Os processos que ocorrem es-
pontaneamente na natureza levam a uma diminuição da energia útil do universo”.

EXEMPLO

O motor de combustão interna de um automóvel é um exemplo de uma máquina térmica. Nenhuma má-
quina térmica poderá apresentar um rendimento de 100%. O rendimento das melhores máquinas térmicas
atuais é, em geral, inferior a 50% e, no caso dos motores de combustão, apenas da ordem dos 20%, o que
significa que, por cada 100 J de energia fornecida, apenas 20 J de energia são transformados em trabalho
sobre o exterior.

LABORATÓRIO DE FÍSICA

Incerteza de uma medição


Numa medição direta, por mais rigoroso que seja o instrumento utilizado, há sempre uma incerteza
associada à medida. Assim, sempre que se efetua uma medição direta deve também registar-se a
incerteza absoluta de leitura dos aparelhos ou instrumentos de medida utilizados. Quando o fabri-
cante dos instrumentos de medida não a fornece, deve usar-se o seguinte procedimento:

Se o instrumento for analógico Se o instrumento for digital


Considera-se a incerteza absoluta de leitura igual a Considera-se a incerteza absoluta de leitura igual a
metade do valor da divisão menor da escala. uma unidade do último dígito de leitura.

Se se medir o comprimento de um lápis com uma Se se usar um termómetro digital para medir a
régua de sensibilidade 0,1 cm, a incerteza absoluta temperatura corporal, que apresenta leituras com
de leitura da régua será ¿ 0,05 cm. uma casa decimal, a incerteza absoluta de leitura
do termómetro será ¿ 0,1 ºC.

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LABORATÓRIO DE FÍSICA

O resultado da medição pode ser apresentado de três formas distintas:

10.º ANO EM REVISTA


• Em função da incerteza absoluta de leitura do instrumento de medida utilizado;
Por exemplo: 10,40 cm ¿ 0,05 cm ou (10,40 ¿ 0,05) cm e 36,6 ºC ¿ 0,1 ºC ou (36,6 ¿ 0,1) ºC.
• Intervalo de valores no qual deverá estar contido o valor da grandeza medida com um dado grau de
confiança;
Por exemplo: [10,35; 10,45] cm e [36,5; 36,7] ºC.
• Em função da incerteza relativa (que corresponde ao quociente entre a incerteza absoluta de leitura
e o resultado da medição), em percentagem;
Por exemplo: 10,40 cm ¿ 0,5% e 36,6 ºC ¿ 0,3%.

Algarismos significativos
Na contagem dos algarismos significativos resultantes de uma medição experimental direta é impor-
tante ter em conta as seguintes regras:
• A contagem de algarismos significativos faz-se da esquerda para a direita, a partir do primeiro dí-
gito diferente de zero à esquerda, contando qualquer dígito como significativo até ao último repre-
sentado.
Por exemplo: 5,85 cm tem três algarismos significativos.
• O algarismo zero é significativo quando se encontra no meio de um número ou no final de um
número, do lado direito da vírgula decimal.
Por exemplo: 204 cm contém três algarismos significativos assim como 0,00570 km.
• o número de algarismos significativos é sempre o mesmo, independentemente das unidades em
que a grandeza se exprime, devendo manter-se numa conversão de unidades.
Por exemplo: 0,00570 km em unidade do SI seria 5,70 m.

Nas medições indiretas:


• Na adição e na subtração, o número de casas decimais do resultado deve ser igual ao da parcela que
tiver menor número de casas decimais;
• Na multiplicação e na divisão, o resultado deve ter o mesmo número de algarismos significativos
que o fator ou divisor que tiver o menor número de algarismos significativos;
• Os números exatos, obtidos de definições ou de contagens, não afetam o número de algarismos
significativos, pois são considerados como sendo valores constantes isentos de erros.

Existem três regras básicas para se efetuar o arredondamento de valores de grandezas obtidos atra-
vés de operações aritméticas:
• Se o algarismo a seguir ao último algarismo significativo for inferior a 5, o algarismo significativo
mais à direita depois da vírgula decimal mantém-se.
Por exemplo: 7,524 arredondado para três algarismos significativos fica 7,52.
• Se o algarismo a seguir ao último algarismo significativo for superior a 5, acrescenta-se uma uni-
dade ao algarismo significativo mais à direita da vírgula decimal.
Por exemplo: 6,537 arredondado para três algarismos significativos fica 6,54.
• Se o algarismo depois do último algarismo significativo for igual a 5, convencionou-se que o alga-
rismo significativo mais à direita da vírgula decimal mantém-se, se for par, e aumenta uma uni-
dade, se for ímpar, embora existam outras convenções válidas.
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Por exemplo: 6,345 arredondado para três algarismos significativos fica 6,34, enquanto 6,215 arre-
dondado para o mesmo número de algarismos significativos fica 6,22.

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Notação científica e ordem de grandeza
10.º ANO EM REVISTA

Todos os números podem ser expressos em notação científica na forma:

N * 10n

onde N é qualquer número entre 1 e 10 e n é um expoente inteiro, positivo ou negativo.


Para converter um número para notação científica, deve deslocar-se a vírgula decimal para se obter
um número N entre 1 e 10. O expoente n da potência de base 10 será um número inteiro igual ao
número de vezes que a vírgula se deslocou:
• positivo, se a vírgula se deslocar para a esquerda,
• negativo, se a vírgula se deslocar para a direita.
A ordem de grandeza de um número é a potência de base dez mais próxima desse número.

Erros sistemáticos e erros aleatórios


Erros sistemáticos – são erros cujas causas podem ser identificadas. Em algumas situações podem
ser corrigidos facilmente, por exemplo, quando se devem às limitações dos aparelhos de medida
(ex: escala inadequada ou deficiente calibração do aparelho) ou das técnicas utilizadas (ex: o mé-
todo experimental não é adequado ao objetivo a atingir). Noutras situações, a sua correção obriga
à análise cuidadosa das condições experimentais e das técnicas envolvidas.
Erros aleatórios – são erros que surgem mesmo em situações de grande cuidado operacional e
resultam de causas desconhecidas e imprevisíveis, não se podendo quantificar a forma como alte-
ram (por excesso ou por defeito) o resultado final. Todavia, é possível estabelecer um intervalo de
valores no qual deverá estar contido o valor da grandeza medida com um dado grau de confiança.

Valor mais provável de uma medição e incertezas associadas


O valor mais provável de um conjunto de medições corresponde à soma da série de medições divi-
dida pelo número de medições e pode ser calculado pela expressão:

x1 + x2 + xn
x=
n

Para conhecer a incerteza associada ao valor mais provável calcula-se o desvio, di, de cada medição, defi-
nido como a diferença entre o valor obtido para uma medida, xi, e o valor mais provável, x, pela expressão:

di = xi - x

A incerteza absoluta de observação será o módulo do maior dos desvios calculados.


A incerteza absoluta associada ao valor mais provável será a maior das duas incertezas associadas a
essas medições, a incerteza absoluta de leitura ou a incerteza absoluta de observação.

EXEMPLO

Incerteza absoluta Incerteza relativa


t/s Valor mais provável Desvio
Ensaio de observação = em percentagem ou Resultado
(¿ 0,01 s) t/s di / s
maior dos desvios desvio percentual
1 1,45 0,01 Incerteza absoluta
1,45 + 1,41 + 1,47
t= Valor mais provável t = 1,44 s ¿ 0,03 s
2 1,41 3 - 0,03 0,03 s ou
t = 1,44
0,03
* 100 = 2% t = 1,44 s ¿ 2%
3 1,47 0,03 1,44

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LABORATÓRIO DE FÍSICA

Erro absoluto e erro relativo

10.º ANO EM REVISTA


Conhecendo-se o valor de referência (xr) de uma determinada grandeza e o valor obtido experimen-
talmente (x), pode determinar-se o erro absoluto, ea:

ea = |x - xr|

O erro relativo (er) é obtido pelo quociente:


ea
er =
xr

Esse valor multiplicado por cem corresponderá ao erro relativo percentual, er(%).

Precisão e exatidão
A precisão é uma medida da reprodutibilidade de um resultado, isto é, avalia a proximidade de uma
série de medições de uma mesma grandeza, efetuadas nas mesmas condições de medição. É afetada
pelos erros aleatórios e pode ser estimada pela incerteza, quanto menor for a incerteza maior é o
grau de precisão.
A exatidão avalia a proximidade entre o resultado da medição e o valor de referência. É afetada pelos
erros sistemáticos e pode ser estimada pelo erro relativo, quanto menor o erro relativo maior a exati-
dão de uma medição.

Utilização da calculadora gráfica


Edição de listas e obtenção da reta que melhor se ajusta a um conjunto de pontos experimentais

TI-Nspire CX

1. Elaborar uma tabela com os valores pretendidos:


• No menu principal, selecionar o ícone correspondente a “Adicionar Listas e Folha de Cál-
culo” (figura 1);

Figura 1 Figura 2 Figura 3

• Introduzir na tabela os valores experimentais em duas colunas, uma correspondente aos valores
das abcissas e a outra ao valor para as ordenadas;
• Atribuir designações às colunas (por exemplo, “distância” e “energia”) (figura 2).

2. Construir um gráfico a partir dos valores introduzidos:


• Carregar nas teclas e para selecionar a opção “5: Dados e Estatística”;
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• Clicar sobre os eixos para adicionar as variáveis X e Y (figura 3).

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LABORATÓRIO DE FÍSICA

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3. Determinar a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de pontos experimentais:
10.º ANO EM REVISTA

• Premir a tecla e selecionar sequencialmente: “4: Analisar”; “6: Regressão”; “1: Mostrar
linear (mx+b)” ou “2: Mostrar linear (a+bx)” (figuras 4 e 5).

Figura 4 Figura 5

Casio fx CG
1. Elaborar uma tabela com os valores pretendidos:
• No menu principal premir Statistics;
• Em List1 introduzir os valores da variável independente (por exemplo, distância) e em List2 os
da variável dependente (por exemplo, energia) (figura 6).

Figura 6

2. Construir um gráfico a partir dos valores introduzidos:


• Premir a tecla F1(GRAPH1) e para definir o tipo de gráfico premir F6(SET);
• A definição do tipo de gráfico faz-se em “Graph Type”: premir F1(Scatter) (figura 7);
• Premir “EXIT”, e em seguida premir novamente F1(GRAPH1).

Figura 7

3. Determinar a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de pontos experimentais:


• Premir a tecla F1(CALC), de seguida F2(X) e, por fim, F1(ax + b) (figura 8);
• Para visualizar a reta de regressão premir F6(DRAW) (figura 9).

Figura 8 Figura 9

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