SP 1.2 5° Semestre
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Etiologias periféricas
• Dor pós-amputação
• Neuropatias periféricas dolorosas
• Neuralgia trigeminal e glossofaríngea
• Síndrome complexa de dor regional
• Radiculopatias e aracnoidite
Etiologias centrais
• Dor central encefálica (Boivie, 2006):
1. Traumática
2. Siringomielia
3. Sífilis
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• Descargas ectópicas
1. Neuroma
2. Brotamento colateral
3. Mudança de fenótipo de neurônios do gânglio da raiz dorsal (GDR)
• Acoplamento simpático-sensitivo
• Alterações fenotípicas
A excitação cruzada efática é o processo fisiopatológico pelo qual, a partir de fibra nervosa
danificada, há o desenvolvimento de curto-circuito elétrico p o r correntes iônicas com fibras
nervosas adjacentes intactas. Outro fenômeno relacionado é a excitação cruzada “não-efática”
por mediadores químicos difusíveis, o que pode ser a base da explicação do tic douloureux na
neuralgia do trigêmeo.
Alterações fenotípicas por expressão gênica modificada de neurônios do gânglio da raiz dorsal
e de neurônios do corno dorsal da medula constituem importantes mecanismos de dor
neuropático. Os genes modificados após axotomia aqui descritos envolvem os relacionados a
neuropeptídeos, receptores, canais iônicos, enzimas, transmissão sináptica, proteínas de
crescimento, citoesqueleto e mobilidade celular, metabolismo e outros.
Podem ocorrer déficits motores com perda de força motora, paralisia e perda de reflexos,
como por exemplo. no pós-AVE e desmielinização aguda.
Gabapentinoides
A gabapentina e a pregabalina atuam por meio de ligação aos canais de cálcio (na subunidade
alfa-2-delta) voltagem dependentes dos neurônios présinápticos, onde regulam o fluxo de
cálcio e diminuem a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica. Também atuam em
receptores N-metilD-aspartato (NMDA), proteína quinase c e citocinas inflamatórias. Não são
metabolizados pelo fígado, ou seja, apresentam poucas interações farmacológicas, mas
apresentam excreção renal, o que requer cuidado com o uso em nefropatas. Alguns colaterais
ligados aos gabapentinoides são ganho de peso, tontura, sonolência, vertigem, xerostomia e
edema de membros inferiores. Atualmente, são a primeira linha de tratamento farmacológico
na dor neuropática de várias doenças (mas foram estudadas principalmente para 92 controle
de neuropatia diabética e neuropatia pós-herpética), são usados na prevenção de dor crônica
após eventos agudos.
Carbamazepina e Oxcarbazepina
Age bloqueando os canais de sódio voltagem-dependentes, diminui a recaptação iônica após a
ativação e suprime a ativação mantendo a atividade fisiológica. Além disso, também atuam na
captação de noradrenalina. A principal indicação da carbamazepina é para o tratamento de
neuralgia do trigêmeo, principalmente como terapia para as dores lancinantes em vez das
dores contínuas. É fracamente recomendada, mas pode ser utilizada para tratamento de
neuropatia diabética dolorosa. Pode causar sonolência, náuseas, vômitos, ataxia, diplopia,
vertigens alterações hepáticas, leucopenia. Em pacientes cardiopatas pode descompensar a
doença cardíaca. Retenção urinária é um dos efeitos adversos, porém, pode 93 atuar como um
auxílio terapêutico em pacientes idosos com incontinência urinária. A oxcarbazepina, um
metabólito da carbamazepina, apresenta semelhante efeito analgésico, com um perfil
relativamente mais seguro. Os efeitos colaterais que ela produz são considerados de leves a
moderados, porém são muito frequentes.
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Anestésicos Locais
Os anestésicos locais atuam bloqueando os estímulos nervosos reversivelmente por meio do
bloqueio dos canais de sódio. Sem este trânsito iônico, o potencial de ação não é atingido e,
aos poucos, a transmissão de impulsos entre as fibras está impedida. A ligação entre o fármaco
e o receptor no canal de sódio é favorecida pela voltagem, dificultando a ligação do fármaco
com a forma ativada do canal, enquanto a afinidade entre o anestésico local e a forma
inativada do receptor é muito maior, fazendo com que permaneçam neste estado,
estabilizando a polaridade na membrana. Ao lançar mão de um anestésico local clinicamente,
deve-se atentar para algumas variáveis inerentes às propriedades do próprio fármaco. A
potência anestésica é relativa a lipossolubilidade da molécula, pois quanto mais lipossolúvel,
mais difusão para as fibras nervosas terá o fármaco. Sendo assim, um anestésico com alta
lipossolubilidade pode ter uma apresentação com uma concentração menor que um com
menor lipossolubilidade.
Outra variável é o tempo de início de ação do anestésico, que também está ligado a sua
lipossolubilidade, pois há maior difusão entre os tecidos, até chegar no local de ação desejado.
Neste caso, os fármacos em preparações com maiores concentrações possuem início de ação
mais rápido, já que mais moléculas são depositadas para alcançar a anestesia desejada. Há
também outros fatores que interferem no início de ação de um anestésico, como a
vasodilatação ou a própria lipossolubilidade, que favorece o sequestro do fármaco nos
adipócitos, elevando o tempo de início de ação. A duração da ação está diretamente ligada
com a afinidade de ligação protéica que o fármaco dispõe. Dessa forma, quanto maior for sua
afinidade de ligação com proteínas, maior será a duração da ação, já que se pressupõe que
maior será o tempo de ligação entre a molécula de anestésico com o canal de sódio e o
bloqueio neural. Além disso, a proximidade do fármaco com seu local de ação também
interfere na duração da ação, justificando o uso de vasoconstritores associados aos anestésicos
locais, sendo uma ferramenta clínica diretamente ligada ao prolongamento do efeito
anestésico.
Gabapentina e pregabalina
A gabapentina é um aminoácido, um análogo do GABA, que é efetivo contra as crises parciais.
Originalmente planejada como espasmolítico, verificou-se que a gabapentina é mais efetiva
como fármaco anticonvulsivante. A pregabalina é outro análogo do GABA, estreitamente
relacionada com a gabapentina. Esse fármaco foi aprovado tanto pela sua atividade
anticonvulsivante quanto pelas suas propriedades analgésicas.
Mecanismo de ação
A despeito de sua estreita semelhança estrutural com o GABA, a gabapentina e a pregabalina
não atuam diretamente nos receptores de GABA. Entretanto, podem modificar a liberação
sináptica ou não sináptica do GABA. Observa-se um aumento na concentração cerebral de
GABA em pacientes em uso de gabapentina.
A gabapentina é transportada para o cérebro pelo transportador de L-aminoácidos. A
gabapentina e a pregabalina ligam-se intensamente à subunidade Ⲁ2𝛅 (alfa-2-delta) dos
canais de Ca2+ tipo N regulados por voltagem. Isso parece constituir a base do principal
mecanismo de ação, que consiste em diminuir a entrada de Ca2+, com efeito predominante
sobre os canais pré-sinápticos. A diminuição da liberação sináptica de glutamato proporciona
um efeito antiepiléptico.
Usos clínicos
A gabapentina também tem sido promovida para o tratamento da dor neuropática e, hoje,
está indicada para a neuralgia pós-herpética em adultos, em doses de 1.800 mg ou mais. Os
efeitos colaterais mais comuns consistem em sonolência, tontura, ataxia, cefaleia e tremor.
A pregabalina também foi aprovado para uso na dor neuropática, incluindo a neuropatia
periférica diabética dolorosa e a neuralgia pós-herpética.
• Trata-se do primeiro medicamento aprovado para a fibromialgia nos Estados
Unidos.
• Na Europa, o seu uso está aprovado para o transtorno de ansiedade generalizada.
8 Estudar o ATLS/APH
Atendimento Pré-Hospitalar ou APH, se refere ao atendimento realizado fora do ambiente
hospitalar, em geral em regime de urgência. No caso de paciente graves, este atendimento
pode ser o diferencial entre a vida e a morte. Há um sistema fixo de triagem e controle onde é
feita a análise inicial do caso e indicado o tipo de equipe que será deslocada para o
atendimento (básica ou avançada). Há unidades móveis que se deslocam até a área de socorro
e prestam a assistência, cuja complexidade depende da triagem realizada e do material e da
equipe disponíveis. Além de fornecer um sistema de transporte, o APH permite o primeiro
atendimento no local onde o problema se desencadeia, antes de o paciente ser levado a um
serviço médico. Trata-se de uma abordagem multidisciplinar, pois envolve a ativação pública do
sistema através do 192, onde um médico regulador irá acionar ambulâncias com equipes
básicas ou avançadas, que podem estar ligados a outros serviços de referência como hospitais,
bombeiros, defesa civil, transporte aéreo, equipes terrestres de salvamento, entre outros.
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Manifestações clínicas
As manifestações ocorrem após processo lesivo inicial, que podem ser fraturas ou lesões de
extremidades (SCDR tipo I ou distrofia simpático-reflexa) ou lesões de nervos periféricos
específicos (SCDR tipo II ou causalgia). É observada a dor, mas também podem estar presentes
edema, limitação de movimentos, alterações vasomotoras e cutâneas e desmineralização
óssea. Pode ocorrer perda de coordenação motora fina e tremores de ação ou posturais
causados principalmente por fraqueza muscular. Assim, também é possível delimitar dois
fenótipos entre os pacientes: periférico (predomínio de sintomas inflamatórios, como edema e
eritema) e central (predomínio de sensibilização central, como alodínia e alterações
motoras).6,15,16
Diagnóstico diferencial
Fundamental diferenciar de processos infecciosos e inflamatórios, que também levam a
manifestações flogísticas e são comuns no tempo pósoperatório e após traumas abertos.
Também é importante diferenciar de síndromes de compressão nervosa, que podem ocorrer
nas extremidades do corpo. 15
Diagnóstico
O diagnóstico compreende, essencialmente, a dor e depende de história compatível com os
tipos de síndrome complexa de dor regional, excluindo outras patologias que expliquem a dor
ou as alterações observadas. Os estudos de eletroneuromiografia costumam estar normais até
estágios avançados da doença. A diferença entre o diagnóstico de ambos os tipos de SCDR se
dá na identificação do fator desencadeante, que na síndrome do tipo I ocorre após evento
lesivo qualquer (fraturas, lesões de extremidades) e a do tipo II ocorre após lesão de nervo
específico. Em seguida, para ambos os casos, é observada dor espontânea, alodínia ou
hiperalgesia cujos limites não se restringem a um nervo específico ou são desproporcionais ao
evento inicial. Além disso, é observada a presença de edema, alterações vasomotoras cutâneas
ou sudomotoras na região dolorosa. O diagnóstico precoce melhora o prognóstico dos
pacientes, logo é importante se atentar para o risco do desenvolvimento desta síndrome
durante o acompanhamento pós-operatório.6,15,16 A tabela a seguir, resume os critérios
diagnósticos de Budapeste17:
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