Alinhamento de Equipamentos Rotativos
Alinhamento de Equipamentos Rotativos
Alinhamento de Equipamentos Rotativos
01- Apresentação 02
12 Exercícios 30
14- Exercícios 46
15-Relatórios----------------------------------------------------------------47
18- Bibliografia--------------------------------------------------------------51
01- A P R E S E N T A Ç Ã O
Todos os acoplamentos possuem limites de desalinhamento dentro dos quais podem operar
sem falha, desgaste irregular ou provocar folgas indesejadas. Mesmo operando dentro dos
limites de desalinhamento e projeto, esses acoplamentos oferecem alguma resistência contra
sua flexibilidade. A força (resistência) normalmente aumenta proporcionalmente ao
desalinhamento e desse modo influenciando a flutuação de cargas no mancal com a rotação do
eixo. Além disso, operar com eixos alinhados na condição normal de operação minimiza o
deslocamento entre partes do acoplamento enquanto prover uma boa reserva de movimento
em qualquer direção que venha a ser requisitada. Alguns fabricantes de acoplamentos
fornecem os limites de tolerância nos catálogos de acordo ao que o acoplamento suportaria
antes que se danifiquem.
Podemos afirmar também que baseado em experiência; que vibrações excessivas, desgastes
anormais em acoplamentos e mancais, problemas em selos mecânicos, empeno no eixo muitas
vezes são causados por alinhamento mal executado. Em alguns casos, desalinhamentos
podem causar danos muito mais graves como quebra de eixo, acoplamento, e/ou mancal, o que
ocasiona em destruição completa do equipamento.
Para operação suave e maior vida útil da máquina, os procedimentos para um bom alinhamento
são essenciais e não podem ser relegados para um segundo plano.
Algumas definições básicas devem ser assimiladas para que se possam aplicar as técnicas de
alinhamento de precisão entre eixos.
Dizemos que dois, ou mais eixos estão alinhados quando suas linhas de centro
pertencem a uma mesma reta e não formam ângulo entre sí.
3. TIPOS DE ALINHAMENTO:
4. TIPOS DE DESALINHAMENTO:
É a distancia entre as faces dos cubos do acoplamento. Essa medida deve ser feita
com os eixos das máquinas na posição normal, ou seja, na posição assumida
quando operando normalmente. Para maiores detalhes, medidas e tolerância do GAP,
deverá consultar o manual do equipamento.
6- PROCEDIMENTOS E CUIDADOS GERAIS ANTES DO ALINHAMENTO
Para se executar uma tarefa rápida eficaz e organizada é necessário que haja um
planejamento dos passos a seguir e preparação dos materiais que serão utilizados. No
alinhamento esse procedimento não poderia ser diferente. É imprescindível que se tenha
à mão todo o material necessário à sua execução.
Fig.01
e) Cada instrumento a ser usado no alinhamento deve ser inspecionado e aferido
para evitar possíveis erros nas leituras.
g) Devemos marcar as faces dos cubos do acoplamento a cada 90° para facilitar a
localização dos corretos pontos de tomada de leitura com o relógio. Uma
referencia feita num ponto fixo da carcaça garantirá que todas as leituras serão
tomadas na mesma posição.
e) As medidas tomadas com os relógios devem ser feitas girando os dois eixos ao
mesmo tempo, para que a falta de concentricidade e/ou irregularidade nas
superfícies dos cubos, não mascare os valores obtidos. Excepcionalmente em
alguns casos não será possível girar os dois eixos.
f) As medições com os relógios devem ser o mais próximo possível das linhas de
centro vertical e horizontal dos cubos do acoplamento. Usar o referencial citado
no item 4.g.
h) Nas medidas tomadas com relógio na radial, a soma algébrica das leituras
verticais deve ser igual a soma algébrica das leituras horizontal, exemplo:
Pode ser tolerável até uma diferença de 0,02 mm entre as somas acima. Caso seja
encontrada diferença maior refaça as leituras.
i) Durante o alinhamento, normalmente fixamos uma máquina e movemos a outra. A
escolha de qual máquina será fixa e qual será a móvel, dependerá do arranjo das
tubulações, tipos de máquinas, entre outro fatores. Para cada caso, devemos
fazer uma prévia análise e escolher a maneira mais adequada.
Exemplo:
Motor Elétrico x Outros- mover o motor
Turbina x Bomba- mover turbina
Turbina x compressor centrífugo- analisar
Trens de Máquinas- Fixar a mais central e mover a partir desta
Multiplicador ou redutor entre máquinas- fixar o redutor e mover as
máquinas.
Fig. 1a
a) Folgar os macaquinhos deixando livres dos pés da máquina ver figura 02.
b) Verificar necessidade de lubrificação no acoplamento e das maquinas em questão
c) Verificar aperto dos parafusos travas do cubo do acoplamento
d) Verificar giro livre dos eixos acoplados
e) Instalar e fixar a proteção do acoplamento
f) Verificar com a máquina em operação se as condições operacionais são as
especificadas e se os limites de vibração estão dentro dos valores estabelecidos
MACAQUINHOS
MACAQUINHOS
Figura 02
9- INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS UTILIZADOS EM ALINHAMENTO
Fig. 03
Fig. 04
c) Relógio comparador é o instrumento de grande precisão de sensibilidade,
utilizado na centragem de peças na usinagem, verificação de excentricidade e
empeno, alinhamento de máquinas, verificação de medidas por comparação
etc. Cada traço do relógio comparador representa 0,01mm “lê-se um
centésimo de milímetro” e uma volta completa representará 1,0mm “ lê-se um
milímetro”. Geralmente os relógios podem efetuar leituras entre 0,01mm a
10mm. Figura 05.
Fig. 05
Fig. 06
Fig. 07
f) O paquimetro é um instrumento usado para medir dimensões lineares interna,
externa e frofundidade de uma peça. No alinhamento, ele é utilizado na
medição dos calços, parafusos, chaves ou tudo o que for necessrio e que não
necessite de medidas de extrema precisão. Figura 08.
Fig 08
Fig. 09
h) Os suportes ou dispositivos utilizados nos alinhamentos serão
confeccionados de acordo o arranjo do acoplamento, espaço físico e métodos
de alinhamento etc. Estes suportes deverão ser confeccionados pelo pessoal
de execução, e armazenados para uma futura utilização. Figura 10
Fig.10
10- ALINHAMENTO RIM AND FACE OU RADIAL AXIAL
Em máquina com folga axial, este método perde a eficiência pois haverá erros de leitura.
Exemplo: Figura 11
RADIAL
Diâmetro do cubo “D” = 100 mm
C < D/2
Maquina Fixa Máquina Móvel
30< 100/2
30< 50 Fig. 11
AXIAL
𝐃𝐀𝐕 𝐱 𝐋
C= 𝐃
Onde: C= calços para correção
Fig. 12
𝐃𝐑𝐕
𝐂= DRV= Desalinhamento Radial Vertical
𝟐
2= é uma constante
Neste caso devemos observar que se a leitura for positiva devemos colocar calços nos
quatros pés por igual e se for negativa devemos retirar calços. É de suma importância
que os suportes juntamente com seus respectivos relógios, sejam instalados no cubo da
máquina fixa, e a leitura efetuada no cubo da maquina móvel. Caso a disposição dos
relógios sejam inversas os sinais deverão ser trocados.
A B
MF MM
Fig. 13
b) Partindo do ponto “o” gire o eixo no sentido horário até o ponto 180° e de posse das
leituras calcule o desalinhamento vertical como mostrado na fórmula a seguir. Utilize
como exemplo: RA ou Relógio “A” = +0,8mm e RB ou Relógio “B”= +0,6mm.
𝐈−𝐒
𝐃𝐯𝐚 = ∴ (+𝟖) − (𝟎) = +4 Onde: DVA= desalinhamento vertical relógio A
𝟐
S= leitura superior
𝐈−𝐒
𝐃𝐯𝐛 = ∴ (+6) - (0) = +3 I= leitura inferior
𝟐
2 2= constante
c) De posse dos valores do desalinhamento, represente graficamente a posição relativa
das linhas de centro dos eixos no plano vertical. Em uma folha de papel milimetrado,
trace uma linha reta horizontal que representará a linha de centro do eixo da maquina
fixa e será chamado de linha de zero. Mais abaixo represente os valores obtidos nos
relógios “A” e “B” e efetue os devidos cálculos de desalinhamento. Ver Figura 14.
Fig. 14
d) Tome as medidas A, B e C, conforme mostrado na figura 15.
. Ex. A=300 mm
B= 500 mm
C= 800 mm.
Obs. Esta tomada de medidas com a trena poderá ter uma variação de ± 2,0 mm.
C= é a medida entre os centros dos pés dianteiros “PD” e os pés traseiros “PT”.
A B C
Fig. 15
e) Registre no papel milimetrado as medidas A, B e C que foram coletadas no
equipamento. Ver figura 16.
Fig. 16
Fig. 16
f) Usando os valores A, B e C, trace quatro linhas verticais que irão representar da
esquerda para direita os seguintes planos:
Deve ser usada uma escala adequada para esta representação. Como
sugestão use 10 mm por divisão do papel milimetrado. Figura 17.
Fig. 17
g) De posse dos valores obtidos no cálculo do desalinhamento vertical, represente
graficamente o resultado obtido no relógio “A” e no relógio “B”.
Valores positivos são marcados acima da linha de zero e valores negativos são
marcados abaixo da linha de zero.
ATENÇÃO: Deve ser usada uma escala adequada para esta representação.
Como sugestão use 0,01 mm por divisão do papel milimetrado. Figura 18.
Fig. 18
h) Trace uma linha reta ligando os dois pontos marcados em “RA” e “RB”
prolongando-a até esta cruzar com as linhas verticais que representam os pés
dianteiros “PD” e os pés traseiros “PT” da máquina móvel. Esta reta que você
traçou representa a posição da máquina móvel em relação à linha de zero. Figura
19.
Fig. 19
i) Nas retas que representa os pés dianteiros e traseiros, conte os traços entre a
linha zero até o cruzamento desta reta com a linha do desalinhamento e registre os
valores. Neste ponto do cruzamento é que encontraremos os valores necessários,
para a correção do desalinhamento..
Observem que por via de regra para correção do alinhamento a frio, a reta do
desalinhamento deverá sobrepor a linha de zero. Ver figura 20.
Fig. 20
j) Para correção horizontal, zerar o relógio no ponto 90° e girar o eixo sentido
horário até o ponto 270°. Registre na planilha a metade do valor encontrado. O
gráfico será o mesmo com a diferença que chamaremos a parte acima da Linha
de zero de direita e a parte abaixo da linha de zero de esquerda. Como exemplo,
vamos utilizar os valores: RA= -0,60 mm e RB= -0,40 mm. O procedimento é o
mesmo usado no plano vertical, só que a correção agora será feita ajustando os
macaquinhos dos pés da máquina lateralmente, Deverá ser instalados dois relógios
nos pés para acompanhar o deslocamento Lateral. No nosso caso devemos mover
os pés dianteiros (-0,05 mm), para direita e nos pés traseiros (+0,20 mm) para
esquerda. Figura 21.
Se as tomadas das leituras forem tomadas por completo em um giro de 360° dos
eixos, devemos adotar a fórmula abaixo para encontrar o resultado da leitura.
D= Direita
E= Esquerda
Onde:
D−E
DH =
2
Fig. 21
12-EXERCÍCIOS
- Alinhamento encontrado:
0 0
RA RB
+0,16 -0,08
b)- Determine graficamente as correções necessárias para um alinhamento ideal aquente de uma
turbina a vapor acoplada a uma bomba centrífuga, sabendo que os pés dianteiros sobem 0,10mm
mais que a bomba e seus pés traseiros sobem 0,06mm mais que a bomba. Considerem os seguintes
dados abaixo:
M. FIXA
MÁQUINA MÓVEL
A
Fig. 22
Fig. 23
a) Inicialmente com auxílio de uma trena tome as medidas A, B e C. Essas
dimensões devem ser tomadas com precisão de ± 2 mm. Ver figura 22.
b) Monte os suportes nos relógios como mostrado na figura 23. Zere o relógio do
cubo da máquina fixa na posição superior e gire os eixos fazendo uma leitura a
cada 90°. Repita o procedimento com o relógio do cubo da máquina móvel. A
referencia para a anotação das leituras é considerando o observador posicionado
atrás da máquina fixa e olhando para a máquina móvel. Um exemplo de tomadas
de leituras é mostrado a seguir:
F M
Onde:
𝐈−𝐒 𝐃−𝐄
𝐃𝐯 = 𝐃𝐡 =
𝟐 𝟐
Onde:
Dv= Desalinhamento vertical Dh= Desalinhamento horizontal
S= Leitura superior I= Leitura inferior
D= Leitura da direita E= Leitura da esquerda
Usando o exemplo do íten anterior, temos:
Fixa Móvel
(−𝟐)−(−𝟔) (+𝟔)−(+𝟒)
𝑫𝒉 = = +𝟐 𝑫𝒉 = = +𝟏
𝟐 𝟐
d) Em uma folha de papel milimetrado, trace uma linha reta horizontal que
representará a linha de centro do eixo da máquina fixa e será chamado de linha
de zero, figura 24.
Fig. 24
e) Usando os valores medidos de A, B e C, trace quatro linhas verticais que
representarão da esquerda para direita os seguintes planos verticais
Deve ser usada uma escala adequada para esta representação. Como sugestão,
use 20 mm por divisão do papel milimetrado.
Vamos usar como exemplo, os valores, A= 350 mm, B= 810 mm e C= 2260 mm, ver
figura 25.
Fig. 25
f) Represente o valor do desalinhamento vertical no cubo da máquina fixa. Valores
positivos são marcados acima da linha de zero e valores negativos são marcados
abaixo da linha de zero.
Use uma escala adequada para esta representação. Como sugestão, use 0,01
mm por divisão. Ver figura 26.
Fig. 26
g) Represente o valor do desalinhamento vertical obtido no cubo da máquina
móvel. Valores positivos são marcados abaixo da linha de zero e valores negativos
são marcados acima. Ver figura 27.
Fig. 27
h) Trace uma linha reta entre os pontos marcados e prolongue a mesma até cruzar
a linha vertical que representa os pés dianteiros e traseiros da máquina móvel. Essa
reta representa a posição da linha de centro do eixo da máquina móvel, no plano
vertical. Ver figura 28.
Fig. 28
i) Represente agora a posição relativa das linhas de centro dos eixos no plano
horizontal. Trace na mesma folha de papel milimetrado, uma reta horizontal que
representará a linha de centro do eixo da máquina fixa, figura 29.
Fig. 29
a)
j) Prolongue as quatros linhas verticais, até ultrapassarem a reta traçada no plano
horizontal. Figura 30.
Fig. 30
k) Represente o valor do desalinhamento horizontal, obtido no cubo da máquina
fixa. Valores positivos são marcados acima da linha de zero (lado esquerdo) e
valores negativos são marcados abaixo da linha de zero (lado direito). Ver figura
31.
Fig. 31
l) Represente o valor do desalinhamento horizontal obtido no cubo da máquina
móvel, lembre-se que neste caso, valores positivos são marcados abaixo da linha
de zero (lado direito) e valores negativos são marcados acima da linha de zero
(lado esquerdo). Ver figura 32.
Fig. 32
m) Trace uma linha reta entre os pontos marcados e prolongue a mesma até cruzar
com as linhas verticais que representa os pés dianteiros e traseiros da máquina
móvel. Essa reta representa a posição da linha de centro do eixo da máquina
móvel no plano horizontal. Ver figura 33.
Fig. 33
n) Agora que você traçou graficamente as posições relativas dos eixos das
máquinas, falta apenas determinar a correções necessárias para deslocar a
maquina móvel para a posição desejada. Figura 34.
MF 0 MM 0
-0,24 +0,26
Alinhamento desejado:
- Plano vertical- turbina deverá ficar mais baixa que a bomba nos pés dianteiros
(0,05)mm, e nos pés traseiros deverá ficar mais baixa (0,08)mm .
Temos aqui alguns modelos de relatórios que poderão ser utilizados por vocês, ou
adequado a sua necessidade.
16- ALINHAMENTO DE EIXOS A LASER
É essencialmente composto por duas unidades de medição que emite raios laser (raio
de luz infravermelho, não visível a olho nu), que por sua vez atuam como detectores, e
uma CPU, que com seus botões de controle e a tela de cristal líquido por onde
operaremos o aparelho laser seja inserindo dados, visualizando os resultados do
desalinhamento, visualizando as correções necessárias e o resultado final.
Diferente do alinhamento com relógio em que as tomadas das leituras são efetuadas
em 0°; 90°; 180° e 270°, no alinhamento a laser as leituras são tomadas apenas em três
posições, 0°, 90°, e 270° , ou seja meio dia, nove horas e três horas, referente aos
ponteiros do relógio. Portanto quando você estiver alinhando um equipamento e
operador falar pra você: 09 horas. Ele está solicitando que o eixo seja girado até o
ponto 270° que representa às 09 horas do ponteiro do relógio. Existem hoje aparelhos
mais sofisticados que efetuam as leituras em 45° ou até mesmo em 12 horas, isso sem
girar os eixos.
Dizemos que uma equipe de mecânica tem domínio em alinhamento de eixos a laser,
quando estes conseguem instalar devidamente os suportes com os
detectores/emissores nivelados e com seus respectivos feixes alinhados entre si.
BIBLIOGRAFIA: