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22/04/2024, 15:49 Fundações

Fundações
UNIDADE 3 - FUNDAÇÕES
PROFUNDAS

Autoria: Jociane da Silva Araújo - Revisão técnica: André Luis Moura da


Silva Leal

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Introdução
Você sabia que, em alguns casos, o solo não possui
resistência suficiente para supor a carga de uma
construção? Assim, é recomendado que se utilize as
fundações chamadas profundas ou indiretas. Mas quais
seriam essas fundações?
De acordo com a NBR 6122/2019, podemos dizer que as
fundações profundas são as estacas e os tubulões. As
estacas ainda são classificadas, por exemplo, quanto ao
material empregado; já os tubulões podem ser de a céu
aberto e ar comprimido.
As fundações profundas em estacas podem ser de madeira, aço, concreto ou um mix de tais
materiais. A estaca de concreto nem sempre necessita ser armada, porém, para identificar se ela
será ou não, qual material será empregado, qual a profundidade que irá atingir e qual será o tipo de
estaca, é preciso realizar a investigação geotécnica do subsolo.
Além disso, você sabia que há casos em que as estacas e os tubulões precisam de um bloco de
coroamento? Em certas circunstâncias, ambos precisam estar interligados, sendo que essa ligação é
realizada pelo bloco de coroamento.
Dessa forma, pensando nesses assuntos, ao longo desta unidade, conheceremos o conceito de
fundações profundas, as principais estacas e suas características, bem como os tubulões a céu
aberto e a ar comprimido.
Bons estudos!

3.1 Fundações indiretas ou


profundas

A fundação na construção civil é um elemento capaz de realizar a distribuição da carga recebida — a qual pode
ser alvenaria, laje, pilar, entre outras possibilidades —, distribuindo-a para o solo. Essa função é comum tanto
para as fundações rasas quanto para as fundações profundas.
As fundações rasas são conhecidas como diretas ou superficiais, ao passo que as fundações profundas
também são chamadas de indiretas.

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A execução das fundações profundas é indicada para os solos que apresentam resistência baixa e obras em
que a carga a ser distribuída para o solo é excessiva, como no caso de uma ponte, um viaduto ou um edifício
de grande porte. Na figura a seguir, podemos verificar a perfuratriz helicoidal para a execução de estaca.

Figura 1 - Perfuração de fundações de estacas sob o solo


Fonte: oneSHUTTER oneMEMORY, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma perfuratriz com trado helicoidal para a execução da furação
em solo. Há um trabalhador à frente, quase no centro da foto, que acompanha a perfuração. Ao lado direito
dele, encontramos um buraco e as armações que serão colocadas após a concretagem. Ao fundo, há
maquinários, montes de areia e uma cerca de madeira.

A execução das fundações indiretas faz uso de equipamentos como perfuratrizes, martelos hidráulicos,
martelos vibratórios, martelos de queda livre e martelos pneumáticos. A escolha de qual equipamento será
aplicado dependerá de fatores como o tipo de fundação definida em projeto e as características do solo.

3.1.1 Definição e classificação


A definição de fundação profunda, segundo a NBR 6122/2019, diz respeito a um elemento que transmite a
carga ao terreno por sua base, sua superfície lateral ou pela combinação de ambas (ABNT, 2019). Observe a
figura na sequência para entender um pouco melhor quanto às particularidades dessa fundação.

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Figura 2 - Resistências nas fundações profundas


Fonte: Elaborada pela autora, baseada em ABNT, 2019.

#PraCegoVer: na figura, temos um esquema representando as resistências nas fundações profundas. À


esquerda, temos o conceito de resistência de ponta, referente à transmissão da carga para o solo. Ela é feita
pela base da fundação. À direita, encontramos o conceito de resistência de fuste, referente à transmissão da
carga para o solo. Ela é feita pela superfície lateral da fundação.

De acordo com a NBR 6122/2019, uma fundação indireta está apoiada a uma profundidade superior ao dobro
de sua menor dimensão em planta e, no mínimo, a três metros. A norma ainda destaca que são consideradas
fundações profundas as estacas e os tubulões (ABTN, 2019). Para Velloso e Lopes (2011), no entanto, também
podemos incluir entre as opções os chamados caixões.

3.1.2 Fundação profunda: estaca


Na execução de estacas, não se faz necessário a descida de trabalhadores para a realização de serviços em
nenhuma profundidade. No geral, utilizam-se equipamentos e ferramentas para a execução de qualquer que
seja a estaca.
Os principais materiais empregados para a fabricação das estacas é a madeira, o aço e o concreto. Entretanto,
isso não impede que tais materiais sejam combinados entre si para que a estaca seja fabricada com
características especiais.
Segundo Velloso e Lopes (2011), as estacas podem ser classificadas de acordo com o material que as
compõem, o processo executivo e o efeito no solo. Observe o recurso na sequência para entender a respeito
dessas classificações!

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Classificação por material

Madeira, concreto, aço ou mista.

Classificação por processo executivo

Com deslocamento, sem deslocamento e substituição.

Quando o solo é deslocado para a colocação da estaca, diz-se que a execução é do tipo deslocamento. Nesse
processo executivo — que pode ser um deslocamento grande ou pequeno —, estão as estacadas cravadas.
Na figura a seguir, temos estacas de concreto empregadas com cravação no solo.

Figura 3 - Estacas para cravação no solo


Fonte: qwret, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de estacas de concreto com parte inferior piramidal e parte superior
retangular. São cinco estacas dispostas sobre o solo, uma do lado da outra. Ao redor, encontramos muita areia.

Velloso e Lopes (2011) ainda nos trazem as características das estacas cravadas:

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as que causam grande deslocamento são as estacas de madeira, pré-moldadas de concreto, de tubo de
aço de ponta fechada, Franki e micro-estacas injetadas;

as que são executadas sem deslocamento do solo são as estacas raiz e aquelas com revestimento
metálico perdido;

as que causam pequeno deslocamento são as estacas de perfis de aço, tubo de aço de ponta aberta e
hélices especiais.

Quando o processo executivo se dá por substituição, ocorre que solo acaba sendo removido para a execução
da estaca. Para Velloso e Lopes (2011), nesse tipo de execução, temos a redução de algum nível nas tensões
horizontais geostáticas. As estacas que são feitas por esse processo são as escavadas sem revestimento ou
que fazem uso de lama, as strauss e as hélices contínuas.

Você sabia?
Quando uma estaca for submetida a cargas somente de
compressão e estas forem inferiores a tensões médias menores que
5 Mpa, ela não precisa ser armada. Na verdade, a estaca apenas
será armada para esse caso se o processo de execução exigir a
colocação de armaduras (ALONSO, 2019).

Albuquerque e Garcia (2020) classificam as estacas de acordo com o carregamento, a posição, o material e a
fabricação. Para o autor, a estaca pode receber carregamento de compressão, tração ou horizontal; a posição
no solo pode ser vertical ou inclinada; o material usado para sua confecção acompanha a mesma classificação
de Velloso e Lopes (2011); e a classificação quanto à sua fabricação pode ser moldada in loco ou pré-
fabricada.
No quadro a seguir, temos uma síntese das principais estacas que constam na NBR 6122/2019.

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Quadro 1 - Tipos de estacas e suas particularidades
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em ABNT, 2019.

#PraCegoVer: no quadro, temos duas colunas e 39 linhas. Na primeira coluna, temos os tipos de estacas. Já
na segunda coluna, encontramos as características de cada uma delas. A estaca de concreto é moldada in
loco; seus materiais de preenchimento são concreto, argamassa e caldo de cimento; suas armações são
parcial ou total. A estaca reação é de concreto ou metálica, sendo utilizado o macaco hidráulico para realizar a
introdução da estaca no solo. A estaca com uso de fluído estabilizante é moldada in loco, a estabilização da
perfuração é feita com fluído estabilizante e a escavação é com perfuratriz ou utilização clamshell. A estaca
escavada mecanicamente tem sua execução realizada com perfuração do dolo por trado mecânico, sendo que
não há revestimento, nem uso de estabilizante. A estaca Franki é moldada in loco, tem sua execução por
cravação, possui base alargada e é integralmente armada. A estaca hélice contínua é moldada in loco, faz uso
de trado helicoidal contínuo introduzido por rotação no terreno, o concreto é injetado pela haste central do trado
e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca hélice de deslocamento é moldada in loco, faz uso
de trado especial dotado de aletas, não há retirada do solo, mas um deslocamento, o concreto é injetado pelo
interior do tubo central e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca hélice com trado segmentado
é moldada in loco, faz uso de trado helicoidal de diâmetro constante, o concreto é injetado pela haste central
do trado e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca metálica ou de aço é cravada de elemento
estrutural metálico, sendo que o material pode ser de perfil laminado ou soldado, simples ou múltiplo, com
tubos de chapa sobrada ou calandrada e tubos com ou sem costura e trilhos. A estaca mista é constituída de
dois segmentos de materiais. A estaca pré-moldada de concreto tem sua introdução realizada com golpes de
martelo de gravidade, explosão, hidráulico ou martelo vibratório. A estaca raiz é moldada in loco, armada e
preenchida com argamassa de cimento e areia, executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e os tubos
utilizados são recuperáveis. A estaca strauss tem a perfuração do solo feita com uma sonda ou piteira e o
revestimento total é com camisa metálica, o lançamento e apiloamento do concreto são feitos gradativamente e
o revestimento é retirado simultaneamente à concretagem. Por fim, a estaca Hollow Auger é moldada in loco,
sendo que sua perfuração é por rotação com trado helicoidal (segmentos de pequeno comprimento ≅ 1,0 m).

Vale mencionar que cada estaca é utilizada para determinada característica de solo e com base no
carregamento que este irá receber. A escolha da estaca também depende de fatores econômicos, da
disponibilidade no local da execução, entre outras variáveis que devem ser estudadas e levadas em
consideração no projeto.
Agora que entendemos a respeito desse assunto, realize a atividade sugerida na sequência e teste os
conhecimentos adquiridos. Responda à questão com atenção e com base em nossos estudos até o momento!

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Imagine a seguinte situação: Maria Eduarda é engenheira e foi contrata para a realização do projeto de
fundação para um galpão industrial. Diante do perfil geotécnico, da visita à construção e de seus
conhecimentos quanto ao fato de que, no local, seriam armazenados contêineres pesados, a engenheira
decidiu que usará uma estaca moldada in loco e a perfuratriz terá trado helicoidal de diâmetro constante.
Para esse tipo de estaca, a armadura é colocada após a concretagem.

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Considerando esse contexto, qual estaca foi escolhida por Maria Eduarda diante das características
mencionadas?

a. Estaca hélice.

b. Estaca de aço e sapata.

c. Estaca strauss e viga alavanca.

d. Estaca Franki.

e. Execução de radier.

Verificar 

Com nossos estudos em dia a respeito das estacas e de suas principais características, podemos passar a
estudar o tubulão, que é outro tipo de fundação profunda. Acompanhe o conteúdo atentamente!

3.1.3 Fundação profunda: tubulão


Os tubulões costumam trabalhar a compressão. Devido a isso, é recomendada uma armação de ligação para
esse tipo de fundação, a qual deve ficar entre o bloco e o tubulão. No entanto, caso este seja projetado para
trabalhar a tração, a armação deve seguir as orientações do projetista.
O tubulão normalmente necessita da descida de um trabalhador até o fundo da escavação para que se possa
realizar o alargamento da base ou fazer a limpeza do local (ABNT, 2019). Isso não significa, necessariamente,
que ele possui a base alargada. Quando é alargada, o processo de alargamento também pode ser realizado
com equipamento específico.
Um fato importante para essa fundação é que as cargas recebidas são resistidas principalmente pela ponta.
Velloso e Lopes (2011) afirmam que o trabalhador pode participar da escavação desde o fuste até o
alargamento da base.
Os tubulões podem ser divididos em a céu aberto e a ar comprimido. No caso dos tubulões a céu aberto, são
aqueles em que é realizada a concretagem de um poço escavado. Eles podem ser executados acima do N. A.
ou em um terreno com nível d’água rebaixado. Nesse contexto, Albuquerque e Garcia (2020) nos trazem que é
possível a realização dessa fundação em solos saturados, desde que a água seja bombeada e que não haja
possibilidades de deslocamento.
Essa fundação permite — a depender de certas características —, que o poço seja escavado com ou sem
revestimento. Para a execução de um tubulão sem revestimento, o solo não deve apresentar risco de desabar.
Por outro lado, em caso de uso de revestimento, o solo provavelmente é pouco coesivo e há risco de
desabamento. Nesse último caso, o revestimento deve ser empregado por meio do processo de execução gow
ou Chicago.

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Figura 4 - Tubulão escavado manualmente


Fonte: James Jiao, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia da abertura de um tubulão em um terreno. Há baldes amarrados


em cordas para retirada de material feito na escavação. O tubulão fez uso de revestimento (camisa) para
proteção da parede. Ao redor da abertura, encontramos outros materiais comuns à construção civil, como
cordas, madeiras, tábuas e equipamentos. Tanto na parte superior quanto na parte inferior da foto há um
guarda-sol colorido aberto.

Por sua vez, os tubulões a ar comprimido ou pneumáticos são indicados para solos que ficam abaixo do N.
A. e que precisam de escoramento. Para a execução desse tipo de tubulão, podem ser aplicados
revestimentos de anéis de concreto ou aço. Como a escavação atinge o lençol freático, é necessário o uso de
ar comprimido e, por isso, usa-se uma campânula (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020; VELLOSO; LOPES,
2011).
Importante ressaltar, aqui, que independentemente de qual for o tipo de tubulão que necessite da descida do
trabalhador para limpeza ou alargamento da base, há riscos à integridade física do indivíduo envolvido. O
perigo está tanto na escavação quando não há revestimento quanto no uso do ar comprimido.
O trabalho em ambiente a ar comprimido exige que o profissional execute suas funções sob altas pressões.
Dessa maneira, é fundamental a etapa em que o indivíduo passa pela compressão/descompressão. Deve
haver, além disso, uma equipe preparada para a necessidade de primeiros socorros, caso o profissional venha
a sofrer uma embolia. Ademais, o responsável pela execução deve obedecer às normas de segurança,
inclusive a Norma Regulamentadora n. 33 e o anexo 6 da Norma Regulamentadora n. 15, nos quais há
orientações sobre trabalhos executados em ambientes confinados e sob pressão.
Uma observação importante a ser feita é que a NBR 6122/1996 trazia em seu escopo a fundação do tipo
caixão como fundação profunda, mas, na atualização da norma em 2019, ela não consta mais. Entretanto,
Velloso e Lopes (2011) colocaram como diferencial entre o tubulão e o caixão apenas a forma geométrica,
sendo que o primeiro tem a forma cilíndrica, enquanto o segundo tem forma prismática. Por não constar mais
na norma atual, essa fundação não será aprofundada.

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3.1.4 Métodos executivos


A execução das estacas ocorre com a moldagem no próprio local. As recomendações são o controle rigoroso
do concreto e o lançamento deste por bombeamento, o que é importante para evitar a segregação do material.
As estacas moldadas in loco, segundo Albuquerque e Garcia (2020), podem ser do tipo broca, escavada, raiz,
Hollow Auger, strauss, hélice e Franki.
As estacas brocas são executadas com trado manual e acima do nível d’água (N. A.). Seu diâmetro pode
atingir dimensões entre 15 e 30 centímetros, assim como comprimento entre três e oito centímetros.
Para as estacas escavadas, há a possibilidade de uso ou não de estabilizante. As estacas escavadas sem
uso de estabilizante fazem uso de perfuratrizes, ocorrem acima do N. A. e, para sua execução, é necessário
um cuidado maior para que não ocorra a contaminação do concreto. Desse modo, indica-se o uso de funil para
colocação do concreto. Já o método executivo das estacas escavadas com uso de estabilizante deve seguir as
seguintes etapas:

Etapa 1 Colocação do revestimento metálico.

Etapa 2 Escavação dentro do revestimento.

Etapa 3 Colocação da armadura.

Etapa 4 Concretagem e retirada do revestimento (simultaneamente).

O estabilizante utilizado é expulso durante a concretagem, o qual só deve parar quando não for mais
constatado fluído ou solo.
Uma estaca raiz, por sua vez, pode ser executada em solos ou solos e rochas. No caso da estaca em solo, a
perfuração pode se dar por perfuratriz rotativa ou rotopercussiva com descida de tubos de revestimento. Esses
procedimentos de perfuração também são usados para as estacas raiz em solos e rochas. Além disso, é
utilizada uma sapata ou coroa diamantada interna à composição de tubos de revestimento. A perfuração deve
sempre prosseguir até a cota prevista em projeto.
Ainda a respeito da estaca raiz, vale mencionar que a armadura deve ser colocada até o fundo do furo, e a
argamassa de cimento e areia é injetada por meio de bomba injetora. Essa injeção da argamassa só deve
parar quando não houver mais sinal de contaminação (lama ou detritos) (ABNT, 2019).
As estacas Hollow Auger são executadas com o emprego de tubos metálicos recuperáveis, dotados de hélice
dupla nas laterais, as quais servem para dar estabilidade aos furos. Essas estacas podem ser executadas
abaixo do N. A., sendo que a moldagem do concreto é feita no local por um funil acoplado na hélice.
No caso das estacas Strauss, estas podem ser executadas abaixo ou acima do N. A. O procedimento de
execução tem início com um furo prévio feito com soquete. Em seguida, deve-se acoplar a sonda e a coroa
(primeiro revestimento colocado). Nesse momento, tem-se início a cravação e escavação dentro da coroa. O
procedimento é repetido até que a profundidade prevista seja atingida, considerando que o concreto deve estar
preparado para que a concretagem seja iniciada logo após o fim da perfuração.
Na estaca strauss, é relevante que o concreto primeiro forme uma coluna de pelo menos um metro dentro do
revestimento, devendo ser apiloado para se transformar na base da estaca. Após isso, deve-se lançar o
concreto para a formação de uma coluna de concreto de seis metros, subir lentamente o revestimento e
adensar o concreto com pilão. Depois da retirada do primeiro tubo metálico, uma coluna de dois metros de
concreto deve restar para que se repita toda a operação até atingir a conclusão da estaca. O concreto deve
ficar, no mínimo, a 30 centímetros da cota de arrasamento (ABNT, 2019).
Temos, ainda, as estacas hélices contínuas, que fazem a perfusão do solo com máquina perfuratriz. Um
ponto importante nesse tipo de equipamento é colocar a torre (da perfuratriz) no prumo, posicionando o trado
sobre o piquete. Os trados utilizados são segmentados e acoplados uns aos outros. Ao final da perfuração, há

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o início da concretagem, a qual ocorre com a subida controlada do trado.


Para essa estaca (hélice contínua) é importante garantir um comprimento de, no mínimo, 50 centímetros de
concreto acima da cota de arrasamento. A última etapa é a colocação da armação. Para a estaca hélice de
deslocamento, pode ser utilizado o mesmo equipamento da estaca hélice contínua. Além disso, esse tipo de
estaca pode ser executado abaixo do N. A.
Finalmente, a estaca Franki segue um método executivo: montagem do bate-estaca, pensionamento do tubo e
do pilão — o tubo deve ser posicionado e aprumado verticalmente —, execução da bucha com areia e pedra,
cravação do tubo, execução da base, concretagem e colocação da armadura.

Você quer ler?


O dimensionamento das estacas traz peculiaridades para cada
tipo. Por exemplo, para as estacas metálicas que estão em solos
moles, é necessário realizar o cálculo da carga de ruptura, que, por
sua vez, também é conhecida como carga crítica de flambagem.
Nesse sentido, para saber mais sobre o dimensionamento
estrutural das estacas metálicas e outras estruturas de fundação
profunda, sugerimos a leitura do livro Dimensionamento de
Fundações Profundas, escrito por Urbano Rodriguez Alonso. Vale
tirar um tempo para folhear a obra!
Para além das estacas, há a execução dos tubulões. No caso do tubulão a céu aberto, o fuste pode ser
executado manual ou mecanicamente. Para o caso de escavação manual, deve-se adotar a retira de solo com
pá até a profundidade de dois metros. Após esse valor, a retirada do material é feita com o auxílio de um balde,
o qual é erguido de pouco a pouco. Quando a profundidade de projeto for alcançada, começa-se — após a
liberação da cota de assentamento — a abertura e o alargamento da base. Já na execução de escavação
mecânica, faz-se a perfuração do solo com movimentos de subida e descida do trado. Após atingir a cota
desejada, é realizado o alargamento da base.
Para esse tipo de fundação, primeiro é colocada a armação. Somente depois se dá início à concretagem.
Também vale mencionar que é fundamental que a base seja preenchida por completo.
Por outro lado, os tubulões a ar comprimido ou pneumáticos têm sua escavação executada dentro dos
revestimentos (camisas). Essa escavação pode ser feita pelo poceiro ou de forma mecanizada enquanto não
se atinge o nível d’água. Depois que o limite é atingido, realiza-se a instalação da campânula. Esta recebe ar
comprimido e permite a realização dos trabalhos sem que a água entre no tubulão.

3.2 Dimensionamento geométrico de elementos


profundos

Precisamos nos lembrar de que, antes de definir o tipo de fundação mais adequado, é importante a
investigação do solo. Ela pode ser feita em campo e laboratório. O dimensionamento geométrico para as
fundações profundas leva em consideração as mesmas cargas utilizadas para o dimensionamento das
fundações rasas, ou seja, as cargas centradas, excêntricas e horizontais.

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Independentemente do tipo de fundação, é essencial que o projeto seja elaborado conforme os Estados
Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Serviço (ELS). Ambos precisam ser considerados para a garantia
de que as fundações apresentem segurança contra ocorrência de colapso (parcial ou total), deformações,
fissuras, entre outras possibilidades.
Nas fundações profundas, a segurança deve levar em conta a resistência. Esta, por sua vez, é determinada
por método semiempírico ou provas de carga estáticas. Segundo consta na NBR 6122/2019, a grandeza
fundamental para um projeto de estaca deve ser a carga admissível, enquanto que, para os tubulões, tem-se a
tensão admissível ou tensão resistente de cálculo (ABNT, 2019).

3.2.1 Dimensionamento de estaca


A escolha do tipo de estaca é determinada a partir do conhecimento das cargas de projeto e do perfil
geotécnico do solo. Depois de ter em mãos tais dados, passa-se para a etapa do dimensionamento. Nesta,
realiza-se a determinação do comprimento e da quantidade de estacas que devem ser executadas.
Albuquerque e Garcia (2020) nos alertam que, para esse dimensionamento, é importante que a carga
admissível geotécnica seja menor ou igual à carga admissível estrutural do elemento de fundação.
No dimensionamento de estacas metálicas (perfil e trilho), deve-se adotar um critério de área e perímetro para
o cálculo da capacidade de carga e suas respectivas resistências, tanto de ponta quanto lateral. No caso da
resistência de ponta, existe uma área bruta da ponta da estaca metálica ou área circunscrita que deve ser
considerada. Já para o atrito lateral, o perímetro a ser considerado pode ser o colado ou circunscrito.

3.2.2 Dimensionamento da base de tubulões


Para as bases, a NBR 6122/2019 determina que os tubulões devem ser dimensionados para não terem alturas
maiores que 1,8 metros. Contudo, caso o tubulão seja a ar comprimido, essa base pode ter altura de até três
metros (ABNT, 2019). Além disso, os tubulões com base alargada devem assumir o formato geométrico de
tronco de cone, com base circular ou falsa elipse.

Figura 5 - Perfil do tubulão com base alargada


Fonte: Elaborada pela autora, baseada em ABNT, 2019.

#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um tubulão de base alargada. A parte superior é o fuste em
forma de cilindro. A base do tubulão apresenta forma trapezoidal sobre um rodapé, um tronco de cone. Em
campo, o fuste é circular, ao passo que a base alargada fica sobre um rodapé que assume a forma circular ou
de falsa elipse com uma altura de 20 centímetros.

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O dimensionamento estrutural do fuste de um tubulão é realizado levando em conta que essa parte do tubulão
é uma peça de concreto simples ou armada. Isso dependerá de cada caso. No quadro a seguir, há uma síntese
das características de um fuste com revestimentos de concreto e metálico.

Quadro 2 - Síntese para dimensionamento do fuste


Fonte: Elaborado pela autora, baseado em ABNT, 2019

#PraCegoVer: no quadro, temos duas colunas e cinco linhas. Na primeira coluna, encontramos as
características do tubulão com revestimento de concreto: a armadura necessária pode ser colocada totalmente
no revestimento ou parte no revestimento e parte no núcleo; quando for o caso de trabalho sob ar comprimido,
a armadura transversal (estribos) é calculada imaginando o tubulão sob ar comprimido, à uma pressão igual a
1,3 vezes a máxima de trabalho prevista, sem pressão externa de terra e sem água; toda a armadura
longitudinal deve ser colocada, preferencialmente, na camisa. Caso não seja possível, deve ser acrescentada
uma armadura no núcleo; e a armadura de ligação fuste-base deve ser projetada e executada de modo a
garantir uma concretagem satisfatória da base alargada. Já na segunda coluna, temos as características do
tubulão com revestimento de aço: a verificação de resistência da armadura de transição fuste-base é feita
apenas no Estado Limite Último (ELU), devendo ser, pelo menos, igual à da camisa de aço; e a ferragem é
cravada após a concretagem da base, sendo o comprimento de ancoragem das barras dessa armadura
calculado de acordo com a NBR 6118/2004.

O fuste pode ser considerado como o tronco que assume formato cilíndrico. Ele pode ou não ter revestimento
de aço ou concreto. Em campo, muitos chamam o revestimento do tubulão de camisa metálica ou camisa de
concreto.

3.2.3 Dimensionamento para tubulão isolado


A altura total do tubulão isolado é calculada com uma análise feita do subsolo, pois dependerá da resistência
da camada em que é apoiada a base da fundação. Como a distribuição da carga recebida precisa ser
uniforme, tanto centro do pilar quanto fuste e base devem coincidir.
No dimensionamento do diâmetro do fuste, é necessário obter a tensão admissível do concreto que será
utilizado. Para tanto, deve-se calcular a área do fuste e, em seguida, descobrir o diâmetro. Observe as
equações a seguir:

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Diante dessas fórmulas, temos algumas particularidades a serem consideradas:

é a carga recebida;

é o diâmetro do fuste;

é o valor da tensão admissível do concreto;

é o coeficiente de ponderação das ações (esforços);

é o coeficiente de minoração da resistência do concreto à compressão.

O dimensionamento da base é realizado a partir da tensão admissível do solo em que a base será apoiada.
Para o cálculo da altura da base (circular), deve-se usar a seguinte equação: . Em caso
de não se desejar armação na base, é preciso a inclinação do ângulo , que pode ser descoberto com o
cálculo: . Aqui, vale lembrar que a NBR 6122/2019 solicita que esse ângulo obedeça à seguinte
exigência: .
Na prática, alguns pilares são próximos a outros e, por isso, há interferência de uma fundação em outra.
Quando isso ocorre, a base assume a geometria chamada falsa elipse. Albuquerque e Garcia (2020)
mencionam que, se as áreas das bases forem as mesmas, o formato das bases dos tubulões pode ser
modificado. Para esse dimensionamento, deve-se seguir as seguintes etapas:

a área da base do tubulão 1 será igual à área do novo tubulão;

a área da base do tubulão 2 será igual à área do novo tubulão;

para um caso geral, transforma-se a base circular em falsa elipse;

e são definidos em função da distância dos pilares e sempre que der ;

elipse.

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Figura 6 - Superposição para tubulões com interferência de um pilar no outro


Fonte: ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020, [ s. p.].

#PraCegoVer: na figura, temos o desenho da superposição de pilares. Do lado esquerdo, encontramos dois
tubulões que se superpõem. Eles são circulares. O tubulão 1 tem diâmetro menor que o tubulão 2. Cada um
recebe um pilar. Já do lado direito, temos a solução para o caso da superposição, que é o tubulão 1 e o tubulão
2 assumindo a forma geométrica da falsa elipse.

Quando não for possível a execução de dois tubulões de base circular, a indicação, segundo Albuquerque e
Garcia (2020), é a de executar um tubulão no formato circular, enquanto o outro será executado no formato de
falsa elipse. Nas situações em que não for possível a verificação de , as duas bases serão em falsa
elipse. Entretanto, se ainda assim a proximidade dos pilares for próxima e essas soluções não forem possíveis,
será necessário afastar o centro de gravidade dos tubulões e inserir uma viga de ligação.
Antes, antes de seguirmos com o conteúdo, vamos realizar mais uma atividade para fixar nossos
conhecimentos adquiridos? Acompanhe a proposta a seguir e responda à questão considerando nossos
estudos até o momento!

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Imagine que, devido a determinadas circunstâncias, a fundação empregada em uma obra será a fundação
profunda em tubulão. Este terá revestimento metálico (camisa metálica) e base alargada circular. Entretanto,
durante a realização do projeto, alguns pilares estavam muitos próximos e, consequentemente, as bases
ficaram superpostas.
Diante dessa situação, uma solução adequada para que a superposição não ocorra é:

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a. tonar as bases que estão superpostas em uma falsa elipse.

b. realizar a execução de estaca raiz.

c. realizar a execução de estaca strauss.

d. tonar uma das bases quadradas.

e. manter a superposição e aumentar a base.

Verificar 

No próximo item, estudaremos os cálculos por estaqueamento. Confira o conteúdo com cautela para não
perder detalhes do assunto!

3.2.4 Cálculos por estaqueamento


As estacas podem trabalhar em grupos. O estaqueamento pode ser considerado como a união de mais de uma
estaca, a qual recebe o carregamento da estrutura. Quando o estaqueamento ocorre, deve haver uma espécie
de ligação estrutural entre essas estacas. Tal ligação se dá pelo bloco de coroamento.
Nesse sentido, temos que a NBR 6122/2019 define o bloco de coroamento como aquele capaz de transferir a
carga dos pilares para os elementos de fundação profunda (estacas e tubulões) (ABNT, 2019).

Você quer ver?


Existe uma diferença entre o bloco de fundação rasa e o bloco de
coroamento, assim como entre a sapata e o bloco de coroamento.
O bloco de fundação rasa resiste às tensões de tração apenas
pelo material, sem necessidade de armadura, ao passo que o
bloco de coroamento é aquele que transfere a carga dos pilares
para os elementos de fundação profunda. Apenas com esse
conceito podemos perceber que não é possível confundi-lo com a
sapata, pois esta diz respeito à uma fundação rasa. Para se
aprofundar nisso, assista ao vídeo Sapata ou Bloco de
Coroamento?, disponível na íntegra clicando no botão abaixo!
Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=PX_i40vRXGI)
Conforme Velloso e Lopes (2011), as cargas aplicadas aos estaqueamentos são constituídas, normalmente,
por forças verticais, horizontais e momentos. Quando se pretende realizar o projeto de estaqueamento, é
necessária a determinação do número, da disposição e das inclinações das estacas.
A dimensão do bloco de coroamento dependerá de fatores como:

propriedades do solo, visto que conhecer a qualidade do solo será determinante para calcular a quantidade
de estacas que cada bloco comportará;

menor espaço entre os centros das estacas;

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distribuição das estacas dentro do bloco de coroamento.

O conhecimento das propriedades do solo é obtido com o estudo geotécnico. Este também será importante
para dimensionar a carga de projeto e escolher o tipo de estaca. Para as estacas metálicas, Albuquerque e
Garcia (2020) ressaltam que, no dimensionamento, deve-se adotar um critério de área e perímetro para o
cálculo da capacidade de carga e suas respectivas resistências, de ponta e lateral.
O dimensionamento da altura da estaca é determinado a partir do conhecimento da carga do pilar e perfil
geotécnico do subsolo. Já para se calcular a quantidade de estaca ( ) de um bloco de coroamento, precisa-se
conhecer a carga vertical do pilar ( ) e a carga admissível estrutural ( ). Diante disso, teremos a seguinte
fórmula: .
Albuquerque e Garcia (2020) também mencionam que o espaçamento ( ) mínimo entre os eixos das estacas é
dado conforme o recurso a seguir. Acompanhe!

Estacas cravadas (deslocamento)

smin é igual a 2,5, vezes o diâmetro da estaca em centímetros.

Moldadas in loco

smin é igual a 3,0, vezes o diâmetro da estaca em centímetros.

É importante dimensionar, ainda, o cobrimento ( ) entre o centro da estaca e o bordo desse bloco de
coroamento. O valor de é calculado pela seguinte equação: é igual a 15 mais o diâmetro da estaca em
centímetros sobre 2.
Na figura a seguir, é possível verificar o espaçamento mínimo dos eixos das estacas ( ) e o cobrimento ( )
no bloco de coroamento.

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Figura 7 - Cobrimento e espaçamento entre estacas


Fonte: ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020, p. 249.

#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um retângulo que representa o bloco de coroamento, o qual
comporta um conjunto de círculos, que são as estacas. Do centro de cada estaca parte uma linha tracejada na
horizontal e outra na vertical. A distância do centro de uma estaca a outro centro da estaca ao lado é
representado por , enquanto a distância do centro da estaca até o bordo do bloco é representado por .

O cálculo e a verificação do recalque precisam ser feitos para o grupo (de estacas ou tubulões), já que o
resultado do cálculo, por exemplo, de uma estaca isolada, é diferente do cálculo para o grupo de estacas.
Velloso e Lopes (2011) nos explicam que a estimativa de recalques de grupos pode ser calculada utilizando
alguns métodos: artifício do radier fictício, elaborado por Terzaghi e Peck; métodos empíricos; e métodos
elásticos.
Velloso e Lopes (2011) ainda mencionam que o estudo da capacidade de carga e o estudo dos recalques são
realizados separadamente no efeito do grupo das estacas ou dos tubulões. Deve ser considerado, também, o
chamado cálculo por estaqueamento, que, por sua vez, é cálculo da distribuição dos esforços entre as
estacas de um grupo sob um carregamento qualquer.
Para realizar o cálculo da eficiência do grupo de estacas, Albuquerque e Garcia (2020) citam a regra Feld. Esta
consiste em descontar 1/16 de cada estaca do grupo para cada estaca vizinha à ela. Trata-se de uma média
ponderada entre a interação das estacas. Um bloco com uma única estaca tem eficiência de 100%.

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Figura 8 - Bloco com seis estacas


Fonte: Elaborada pela autora, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um retângulo que representa um bloco de coroamento. Dentro
dele, há seis círculos que representam as estacas (três na parte de cima e três na parte de baixo). A estaca do
canto esquerdo superior é colocada como exemplo. Partem dela três setas vermelhas que estão direcionadas
para as três estacas vizinhas. Da estaca localizada no centro, superior, partem cinco setas verdes em direção
às cincos estacas vizinhas.

No bloco anterior, podemos perceber que quatro estacas possuem três vizinhas — as setas em vermelho
comprovam isso. Logo, o cálculo da eficiência é dado por . Para esse mesmo bloco,
duas estacas possuem cinco vizinhas — as setas em verde comprovam isso. Desse modo, o cálculo para elas
é dado por . Nesse caso, a eficiência total para o bloco é
.
O cálculo de eficiência é importante para a verificação do comportamento de um grupo de estacas, já que o de
uma única estaca é diferente do comportamento de um grupo de estacas. Neste, o recalque é bem maior!

3.3 Capacidade de carga de fundações


profundas

O valor da força correspondente à máxima resistência que o sistema pode oferecer é chamado de capacidade
de carga. Segundo Cintra (2010), essa capacidade também recebe as seguintes denominações: capacidade
de suporte, carga de ruptura, carga última, capacidade de carga última ou capacidade de carga de ruptura.
No caso, a definição de ruptura é uma ação ou o efeito de romper, mas Cintra (2010) menciona que, para o
caso de estacas, não temos nenhuma relação com o rompimento da estrutura. Para a fundação, ocorre um
recalque incessante que pode ser interrompido com a redução da carga aplicada.
A NBR 6122/2019 nos traz que a “[…] capacidade de carga é dada pela soma de duas parcelas, ou seja, pela
parcela correspondente ao atrito lateral e pela parcela correspondente à resistência da ponta” (ABNT, 2019, [s.
p.]). Isso serve tanto para as estacas quanto para os tubulões. O valor da capacidade pode ser obtido por
métodos estáticos, dinâmicos e com a realização das provas de carga.

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Você o conhece?
Luciano Décourt nasceu em São Paulo e se formou em Engenharia Civil
pela Escola Politécnica da USP. Fez cursos de pós-graduação na mesma
instituição e na Universidade de Harvard. Em 1982, foi premiado pela
melhor previsão da capacidade de carga de uma estaca pré-moldada de
concreto armado, utilizando para essa previsão uma fórmula de sua própria
autoria. Vale pesquisar sobre essa personalidade e entender melhor a
respeito de sua fórmula!

A capacidade de carga (carga de ruptura) para o material da estaca pode ser considerada como a capacidade
que esse material tem de resistir sem que ocorra a ruptura da estaca. Um dos métodos aplicados para calculá-
la é o método Decourt-Quaresma. Este determina que a capacidade de carga é a soma de resistência lateral
por atrito ao longo do fuste ( ) com a resistência de ponta ( ). Observe a seguir as equações utilizadas
nesse método:

Diante dessas equações, temos que:

é a capacidade de carga do solo;

é a adesão média ao longo do fuste;

é o fator característico do solo;

é a área de contato ao longo do fuste ( ), sendo que é o raio da estaca e é a altura;

é área da seção transversal de ponta;

é o SPT médio na ponta da estaca;

é o valor médio de SPT ao longo do fuste.

No método Decourt-Quaresma, leva-se em consideração os fatores de segurança (1,3 e 4,0), o que nos traz à
seguinte dedução final da fórmula: .
Se ocorrer a formação de um conjunto de estacas ou tubulões, não é permitido que a tensão admissível seja
superior à de uma sapata que tenha o mesmo contorno desse conjunto.

Conclusão

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Chegamos ao fim de mais uma unidade de estudos. Em virtude do que foi


abordado aqui, podemos concluir que a uma fundação profunda pode ser do
tipo estaca ou tubulão. Normalmente, ambos são empregados quando os
solos superficiais apresentam baixa resistência, mas há outros fatores
envolvidos também, como a carga da estrutura ser muito elevada.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

conhecer os conceitos e as definições de fundações profundas;

identificar quais tipos de estacas e tubulões existem;

aprender a respeito do dimensionamento das estacas e dos tubulões;

reconhecer que, qualquer que seja a fundação, é importante que se tenha


conhecimento das cargas de projeto e do perfil geológico do terreno que irá
recebê-la;

identificar que, em um tubulão, toda a carga aplicada a ele será suportada


por sua base, ao passo que, nas estacas, a carga será suportada pela
ponta da estaca, pela sua lateral ou por ambas.

Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: projeto e
execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019a.
ALBUQUERQUE, P. J. R. de; GARCIA, J. R. Engenharia de fundações.
São Paulo: LTC, 2020.
ALONSO, U. R. Dimensionamento de fundações profundas. São
Paulo: Blucher, 2012.
ALONSO, U. R. Exercícios de fundação. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
BRASIL. Ministério da Economia. Norma Regulamentadora n. 15 (NR-15), de 8 de junho de 1978.
Atividades e operações insalubres. Brasília: SIT, 1978. Disponível em:
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-15-atualizada-
2019.pdf (https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-15-
atualizada-2019.pdf). Acesso em: 23 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Norma Regulamentadora n. 33 (NR-33), de 22 de dezembro de
2006. Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. Brasília: SIT, 2006. Disponível em:
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-33.pdf
(https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-33.pdf).
Acesso em: 23 fev. 2021.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Fundações diretas: projeto geotécnico. São Paulo:
Oficina de Textos, 2011.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=hBtkkLyMZnjFdaGFa1TVmA%3d%3d&l=sMYchQtn5zIKsVMvWs30Xg%3d%3d&cd=09lB0… 24/25
22/04/2024, 15:49 Fundações

SAPATA ou bloco de coroamento? [S. l.], [s. d.]. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Glauco
Rodrigues. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PX_i40vRXGI
(https://www.youtube.com/watch?v=PX_i40vRXGI). Acesso em: 23 fev. 2021.
VELLOSO, D. de A.; LOPES, F. de R. Fundações: critérios de projeto, fundações superficiais,
fundações profundas. São Paulo: Oficina de textos, 2010.
VELLOSO, D. de A.; LOPES, F. de R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo,
fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=hBtkkLyMZnjFdaGFa1TVmA%3d%3d&l=sMYchQtn5zIKsVMvWs30Xg%3d%3d&cd=09lB0… 25/25

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