Conteudo Anhembi
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Fundações
UNIDADE 3 - FUNDAÇÕES
PROFUNDAS
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Introdução
Você sabia que, em alguns casos, o solo não possui
resistência suficiente para supor a carga de uma
construção? Assim, é recomendado que se utilize as
fundações chamadas profundas ou indiretas. Mas quais
seriam essas fundações?
De acordo com a NBR 6122/2019, podemos dizer que as
fundações profundas são as estacas e os tubulões. As
estacas ainda são classificadas, por exemplo, quanto ao
material empregado; já os tubulões podem ser de a céu
aberto e ar comprimido.
As fundações profundas em estacas podem ser de madeira, aço, concreto ou um mix de tais
materiais. A estaca de concreto nem sempre necessita ser armada, porém, para identificar se ela
será ou não, qual material será empregado, qual a profundidade que irá atingir e qual será o tipo de
estaca, é preciso realizar a investigação geotécnica do subsolo.
Além disso, você sabia que há casos em que as estacas e os tubulões precisam de um bloco de
coroamento? Em certas circunstâncias, ambos precisam estar interligados, sendo que essa ligação é
realizada pelo bloco de coroamento.
Dessa forma, pensando nesses assuntos, ao longo desta unidade, conheceremos o conceito de
fundações profundas, as principais estacas e suas características, bem como os tubulões a céu
aberto e a ar comprimido.
Bons estudos!
A fundação na construção civil é um elemento capaz de realizar a distribuição da carga recebida — a qual pode
ser alvenaria, laje, pilar, entre outras possibilidades —, distribuindo-a para o solo. Essa função é comum tanto
para as fundações rasas quanto para as fundações profundas.
As fundações rasas são conhecidas como diretas ou superficiais, ao passo que as fundações profundas
também são chamadas de indiretas.
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A execução das fundações profundas é indicada para os solos que apresentam resistência baixa e obras em
que a carga a ser distribuída para o solo é excessiva, como no caso de uma ponte, um viaduto ou um edifício
de grande porte. Na figura a seguir, podemos verificar a perfuratriz helicoidal para a execução de estaca.
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma perfuratriz com trado helicoidal para a execução da furação
em solo. Há um trabalhador à frente, quase no centro da foto, que acompanha a perfuração. Ao lado direito
dele, encontramos um buraco e as armações que serão colocadas após a concretagem. Ao fundo, há
maquinários, montes de areia e uma cerca de madeira.
A execução das fundações indiretas faz uso de equipamentos como perfuratrizes, martelos hidráulicos,
martelos vibratórios, martelos de queda livre e martelos pneumáticos. A escolha de qual equipamento será
aplicado dependerá de fatores como o tipo de fundação definida em projeto e as características do solo.
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De acordo com a NBR 6122/2019, uma fundação indireta está apoiada a uma profundidade superior ao dobro
de sua menor dimensão em planta e, no mínimo, a três metros. A norma ainda destaca que são consideradas
fundações profundas as estacas e os tubulões (ABTN, 2019). Para Velloso e Lopes (2011), no entanto, também
podemos incluir entre as opções os chamados caixões.
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Quando o solo é deslocado para a colocação da estaca, diz-se que a execução é do tipo deslocamento. Nesse
processo executivo — que pode ser um deslocamento grande ou pequeno —, estão as estacadas cravadas.
Na figura a seguir, temos estacas de concreto empregadas com cravação no solo.
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de estacas de concreto com parte inferior piramidal e parte superior
retangular. São cinco estacas dispostas sobre o solo, uma do lado da outra. Ao redor, encontramos muita areia.
Velloso e Lopes (2011) ainda nos trazem as características das estacas cravadas:
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as que causam grande deslocamento são as estacas de madeira, pré-moldadas de concreto, de tubo de
aço de ponta fechada, Franki e micro-estacas injetadas;
as que são executadas sem deslocamento do solo são as estacas raiz e aquelas com revestimento
metálico perdido;
as que causam pequeno deslocamento são as estacas de perfis de aço, tubo de aço de ponta aberta e
hélices especiais.
Quando o processo executivo se dá por substituição, ocorre que solo acaba sendo removido para a execução
da estaca. Para Velloso e Lopes (2011), nesse tipo de execução, temos a redução de algum nível nas tensões
horizontais geostáticas. As estacas que são feitas por esse processo são as escavadas sem revestimento ou
que fazem uso de lama, as strauss e as hélices contínuas.
Você sabia?
Quando uma estaca for submetida a cargas somente de
compressão e estas forem inferiores a tensões médias menores que
5 Mpa, ela não precisa ser armada. Na verdade, a estaca apenas
será armada para esse caso se o processo de execução exigir a
colocação de armaduras (ALONSO, 2019).
Albuquerque e Garcia (2020) classificam as estacas de acordo com o carregamento, a posição, o material e a
fabricação. Para o autor, a estaca pode receber carregamento de compressão, tração ou horizontal; a posição
no solo pode ser vertical ou inclinada; o material usado para sua confecção acompanha a mesma classificação
de Velloso e Lopes (2011); e a classificação quanto à sua fabricação pode ser moldada in loco ou pré-
fabricada.
No quadro a seguir, temos uma síntese das principais estacas que constam na NBR 6122/2019.
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Quadro 1 - Tipos de estacas e suas particularidades
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em ABNT, 2019.
#PraCegoVer: no quadro, temos duas colunas e 39 linhas. Na primeira coluna, temos os tipos de estacas. Já
na segunda coluna, encontramos as características de cada uma delas. A estaca de concreto é moldada in
loco; seus materiais de preenchimento são concreto, argamassa e caldo de cimento; suas armações são
parcial ou total. A estaca reação é de concreto ou metálica, sendo utilizado o macaco hidráulico para realizar a
introdução da estaca no solo. A estaca com uso de fluído estabilizante é moldada in loco, a estabilização da
perfuração é feita com fluído estabilizante e a escavação é com perfuratriz ou utilização clamshell. A estaca
escavada mecanicamente tem sua execução realizada com perfuração do dolo por trado mecânico, sendo que
não há revestimento, nem uso de estabilizante. A estaca Franki é moldada in loco, tem sua execução por
cravação, possui base alargada e é integralmente armada. A estaca hélice contínua é moldada in loco, faz uso
de trado helicoidal contínuo introduzido por rotação no terreno, o concreto é injetado pela haste central do trado
e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca hélice de deslocamento é moldada in loco, faz uso
de trado especial dotado de aletas, não há retirada do solo, mas um deslocamento, o concreto é injetado pelo
interior do tubo central e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca hélice com trado segmentado
é moldada in loco, faz uso de trado helicoidal de diâmetro constante, o concreto é injetado pela haste central
do trado e a armadura é introduzida após a concretagem. A estaca metálica ou de aço é cravada de elemento
estrutural metálico, sendo que o material pode ser de perfil laminado ou soldado, simples ou múltiplo, com
tubos de chapa sobrada ou calandrada e tubos com ou sem costura e trilhos. A estaca mista é constituída de
dois segmentos de materiais. A estaca pré-moldada de concreto tem sua introdução realizada com golpes de
martelo de gravidade, explosão, hidráulico ou martelo vibratório. A estaca raiz é moldada in loco, armada e
preenchida com argamassa de cimento e areia, executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e os tubos
utilizados são recuperáveis. A estaca strauss tem a perfuração do solo feita com uma sonda ou piteira e o
revestimento total é com camisa metálica, o lançamento e apiloamento do concreto são feitos gradativamente e
o revestimento é retirado simultaneamente à concretagem. Por fim, a estaca Hollow Auger é moldada in loco,
sendo que sua perfuração é por rotação com trado helicoidal (segmentos de pequeno comprimento ≅ 1,0 m).
Vale mencionar que cada estaca é utilizada para determinada característica de solo e com base no
carregamento que este irá receber. A escolha da estaca também depende de fatores econômicos, da
disponibilidade no local da execução, entre outras variáveis que devem ser estudadas e levadas em
consideração no projeto.
Agora que entendemos a respeito desse assunto, realize a atividade sugerida na sequência e teste os
conhecimentos adquiridos. Responda à questão com atenção e com base em nossos estudos até o momento!
Imagine a seguinte situação: Maria Eduarda é engenheira e foi contrata para a realização do projeto de
fundação para um galpão industrial. Diante do perfil geotécnico, da visita à construção e de seus
conhecimentos quanto ao fato de que, no local, seriam armazenados contêineres pesados, a engenheira
decidiu que usará uma estaca moldada in loco e a perfuratriz terá trado helicoidal de diâmetro constante.
Para esse tipo de estaca, a armadura é colocada após a concretagem.
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Considerando esse contexto, qual estaca foi escolhida por Maria Eduarda diante das características
mencionadas?
a. Estaca hélice.
d. Estaca Franki.
e. Execução de radier.
Verificar
Com nossos estudos em dia a respeito das estacas e de suas principais características, podemos passar a
estudar o tubulão, que é outro tipo de fundação profunda. Acompanhe o conteúdo atentamente!
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Por sua vez, os tubulões a ar comprimido ou pneumáticos são indicados para solos que ficam abaixo do N.
A. e que precisam de escoramento. Para a execução desse tipo de tubulão, podem ser aplicados
revestimentos de anéis de concreto ou aço. Como a escavação atinge o lençol freático, é necessário o uso de
ar comprimido e, por isso, usa-se uma campânula (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020; VELLOSO; LOPES,
2011).
Importante ressaltar, aqui, que independentemente de qual for o tipo de tubulão que necessite da descida do
trabalhador para limpeza ou alargamento da base, há riscos à integridade física do indivíduo envolvido. O
perigo está tanto na escavação quando não há revestimento quanto no uso do ar comprimido.
O trabalho em ambiente a ar comprimido exige que o profissional execute suas funções sob altas pressões.
Dessa maneira, é fundamental a etapa em que o indivíduo passa pela compressão/descompressão. Deve
haver, além disso, uma equipe preparada para a necessidade de primeiros socorros, caso o profissional venha
a sofrer uma embolia. Ademais, o responsável pela execução deve obedecer às normas de segurança,
inclusive a Norma Regulamentadora n. 33 e o anexo 6 da Norma Regulamentadora n. 15, nos quais há
orientações sobre trabalhos executados em ambientes confinados e sob pressão.
Uma observação importante a ser feita é que a NBR 6122/1996 trazia em seu escopo a fundação do tipo
caixão como fundação profunda, mas, na atualização da norma em 2019, ela não consta mais. Entretanto,
Velloso e Lopes (2011) colocaram como diferencial entre o tubulão e o caixão apenas a forma geométrica,
sendo que o primeiro tem a forma cilíndrica, enquanto o segundo tem forma prismática. Por não constar mais
na norma atual, essa fundação não será aprofundada.
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O estabilizante utilizado é expulso durante a concretagem, o qual só deve parar quando não for mais
constatado fluído ou solo.
Uma estaca raiz, por sua vez, pode ser executada em solos ou solos e rochas. No caso da estaca em solo, a
perfuração pode se dar por perfuratriz rotativa ou rotopercussiva com descida de tubos de revestimento. Esses
procedimentos de perfuração também são usados para as estacas raiz em solos e rochas. Além disso, é
utilizada uma sapata ou coroa diamantada interna à composição de tubos de revestimento. A perfuração deve
sempre prosseguir até a cota prevista em projeto.
Ainda a respeito da estaca raiz, vale mencionar que a armadura deve ser colocada até o fundo do furo, e a
argamassa de cimento e areia é injetada por meio de bomba injetora. Essa injeção da argamassa só deve
parar quando não houver mais sinal de contaminação (lama ou detritos) (ABNT, 2019).
As estacas Hollow Auger são executadas com o emprego de tubos metálicos recuperáveis, dotados de hélice
dupla nas laterais, as quais servem para dar estabilidade aos furos. Essas estacas podem ser executadas
abaixo do N. A., sendo que a moldagem do concreto é feita no local por um funil acoplado na hélice.
No caso das estacas Strauss, estas podem ser executadas abaixo ou acima do N. A. O procedimento de
execução tem início com um furo prévio feito com soquete. Em seguida, deve-se acoplar a sonda e a coroa
(primeiro revestimento colocado). Nesse momento, tem-se início a cravação e escavação dentro da coroa. O
procedimento é repetido até que a profundidade prevista seja atingida, considerando que o concreto deve estar
preparado para que a concretagem seja iniciada logo após o fim da perfuração.
Na estaca strauss, é relevante que o concreto primeiro forme uma coluna de pelo menos um metro dentro do
revestimento, devendo ser apiloado para se transformar na base da estaca. Após isso, deve-se lançar o
concreto para a formação de uma coluna de concreto de seis metros, subir lentamente o revestimento e
adensar o concreto com pilão. Depois da retirada do primeiro tubo metálico, uma coluna de dois metros de
concreto deve restar para que se repita toda a operação até atingir a conclusão da estaca. O concreto deve
ficar, no mínimo, a 30 centímetros da cota de arrasamento (ABNT, 2019).
Temos, ainda, as estacas hélices contínuas, que fazem a perfusão do solo com máquina perfuratriz. Um
ponto importante nesse tipo de equipamento é colocar a torre (da perfuratriz) no prumo, posicionando o trado
sobre o piquete. Os trados utilizados são segmentados e acoplados uns aos outros. Ao final da perfuração, há
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Precisamos nos lembrar de que, antes de definir o tipo de fundação mais adequado, é importante a
investigação do solo. Ela pode ser feita em campo e laboratório. O dimensionamento geométrico para as
fundações profundas leva em consideração as mesmas cargas utilizadas para o dimensionamento das
fundações rasas, ou seja, as cargas centradas, excêntricas e horizontais.
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Independentemente do tipo de fundação, é essencial que o projeto seja elaborado conforme os Estados
Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Serviço (ELS). Ambos precisam ser considerados para a garantia
de que as fundações apresentem segurança contra ocorrência de colapso (parcial ou total), deformações,
fissuras, entre outras possibilidades.
Nas fundações profundas, a segurança deve levar em conta a resistência. Esta, por sua vez, é determinada
por método semiempírico ou provas de carga estáticas. Segundo consta na NBR 6122/2019, a grandeza
fundamental para um projeto de estaca deve ser a carga admissível, enquanto que, para os tubulões, tem-se a
tensão admissível ou tensão resistente de cálculo (ABNT, 2019).
#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um tubulão de base alargada. A parte superior é o fuste em
forma de cilindro. A base do tubulão apresenta forma trapezoidal sobre um rodapé, um tronco de cone. Em
campo, o fuste é circular, ao passo que a base alargada fica sobre um rodapé que assume a forma circular ou
de falsa elipse com uma altura de 20 centímetros.
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O dimensionamento estrutural do fuste de um tubulão é realizado levando em conta que essa parte do tubulão
é uma peça de concreto simples ou armada. Isso dependerá de cada caso. No quadro a seguir, há uma síntese
das características de um fuste com revestimentos de concreto e metálico.
#PraCegoVer: no quadro, temos duas colunas e cinco linhas. Na primeira coluna, encontramos as
características do tubulão com revestimento de concreto: a armadura necessária pode ser colocada totalmente
no revestimento ou parte no revestimento e parte no núcleo; quando for o caso de trabalho sob ar comprimido,
a armadura transversal (estribos) é calculada imaginando o tubulão sob ar comprimido, à uma pressão igual a
1,3 vezes a máxima de trabalho prevista, sem pressão externa de terra e sem água; toda a armadura
longitudinal deve ser colocada, preferencialmente, na camisa. Caso não seja possível, deve ser acrescentada
uma armadura no núcleo; e a armadura de ligação fuste-base deve ser projetada e executada de modo a
garantir uma concretagem satisfatória da base alargada. Já na segunda coluna, temos as características do
tubulão com revestimento de aço: a verificação de resistência da armadura de transição fuste-base é feita
apenas no Estado Limite Último (ELU), devendo ser, pelo menos, igual à da camisa de aço; e a ferragem é
cravada após a concretagem da base, sendo o comprimento de ancoragem das barras dessa armadura
calculado de acordo com a NBR 6118/2004.
O fuste pode ser considerado como o tronco que assume formato cilíndrico. Ele pode ou não ter revestimento
de aço ou concreto. Em campo, muitos chamam o revestimento do tubulão de camisa metálica ou camisa de
concreto.
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é a carga recebida;
é o diâmetro do fuste;
O dimensionamento da base é realizado a partir da tensão admissível do solo em que a base será apoiada.
Para o cálculo da altura da base (circular), deve-se usar a seguinte equação: . Em caso
de não se desejar armação na base, é preciso a inclinação do ângulo , que pode ser descoberto com o
cálculo: . Aqui, vale lembrar que a NBR 6122/2019 solicita que esse ângulo obedeça à seguinte
exigência: .
Na prática, alguns pilares são próximos a outros e, por isso, há interferência de uma fundação em outra.
Quando isso ocorre, a base assume a geometria chamada falsa elipse. Albuquerque e Garcia (2020)
mencionam que, se as áreas das bases forem as mesmas, o formato das bases dos tubulões pode ser
modificado. Para esse dimensionamento, deve-se seguir as seguintes etapas:
elipse.
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#PraCegoVer: na figura, temos o desenho da superposição de pilares. Do lado esquerdo, encontramos dois
tubulões que se superpõem. Eles são circulares. O tubulão 1 tem diâmetro menor que o tubulão 2. Cada um
recebe um pilar. Já do lado direito, temos a solução para o caso da superposição, que é o tubulão 1 e o tubulão
2 assumindo a forma geométrica da falsa elipse.
Quando não for possível a execução de dois tubulões de base circular, a indicação, segundo Albuquerque e
Garcia (2020), é a de executar um tubulão no formato circular, enquanto o outro será executado no formato de
falsa elipse. Nas situações em que não for possível a verificação de , as duas bases serão em falsa
elipse. Entretanto, se ainda assim a proximidade dos pilares for próxima e essas soluções não forem possíveis,
será necessário afastar o centro de gravidade dos tubulões e inserir uma viga de ligação.
Antes, antes de seguirmos com o conteúdo, vamos realizar mais uma atividade para fixar nossos
conhecimentos adquiridos? Acompanhe a proposta a seguir e responda à questão considerando nossos
estudos até o momento!
Imagine que, devido a determinadas circunstâncias, a fundação empregada em uma obra será a fundação
profunda em tubulão. Este terá revestimento metálico (camisa metálica) e base alargada circular. Entretanto,
durante a realização do projeto, alguns pilares estavam muitos próximos e, consequentemente, as bases
ficaram superpostas.
Diante dessa situação, uma solução adequada para que a superposição não ocorra é:
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Verificar
No próximo item, estudaremos os cálculos por estaqueamento. Confira o conteúdo com cautela para não
perder detalhes do assunto!
propriedades do solo, visto que conhecer a qualidade do solo será determinante para calcular a quantidade
de estacas que cada bloco comportará;
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O conhecimento das propriedades do solo é obtido com o estudo geotécnico. Este também será importante
para dimensionar a carga de projeto e escolher o tipo de estaca. Para as estacas metálicas, Albuquerque e
Garcia (2020) ressaltam que, no dimensionamento, deve-se adotar um critério de área e perímetro para o
cálculo da capacidade de carga e suas respectivas resistências, de ponta e lateral.
O dimensionamento da altura da estaca é determinado a partir do conhecimento da carga do pilar e perfil
geotécnico do subsolo. Já para se calcular a quantidade de estaca ( ) de um bloco de coroamento, precisa-se
conhecer a carga vertical do pilar ( ) e a carga admissível estrutural ( ). Diante disso, teremos a seguinte
fórmula: .
Albuquerque e Garcia (2020) também mencionam que o espaçamento ( ) mínimo entre os eixos das estacas é
dado conforme o recurso a seguir. Acompanhe!
Moldadas in loco
É importante dimensionar, ainda, o cobrimento ( ) entre o centro da estaca e o bordo desse bloco de
coroamento. O valor de é calculado pela seguinte equação: é igual a 15 mais o diâmetro da estaca em
centímetros sobre 2.
Na figura a seguir, é possível verificar o espaçamento mínimo dos eixos das estacas ( ) e o cobrimento ( )
no bloco de coroamento.
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#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um retângulo que representa o bloco de coroamento, o qual
comporta um conjunto de círculos, que são as estacas. Do centro de cada estaca parte uma linha tracejada na
horizontal e outra na vertical. A distância do centro de uma estaca a outro centro da estaca ao lado é
representado por , enquanto a distância do centro da estaca até o bordo do bloco é representado por .
O cálculo e a verificação do recalque precisam ser feitos para o grupo (de estacas ou tubulões), já que o
resultado do cálculo, por exemplo, de uma estaca isolada, é diferente do cálculo para o grupo de estacas.
Velloso e Lopes (2011) nos explicam que a estimativa de recalques de grupos pode ser calculada utilizando
alguns métodos: artifício do radier fictício, elaborado por Terzaghi e Peck; métodos empíricos; e métodos
elásticos.
Velloso e Lopes (2011) ainda mencionam que o estudo da capacidade de carga e o estudo dos recalques são
realizados separadamente no efeito do grupo das estacas ou dos tubulões. Deve ser considerado, também, o
chamado cálculo por estaqueamento, que, por sua vez, é cálculo da distribuição dos esforços entre as
estacas de um grupo sob um carregamento qualquer.
Para realizar o cálculo da eficiência do grupo de estacas, Albuquerque e Garcia (2020) citam a regra Feld. Esta
consiste em descontar 1/16 de cada estaca do grupo para cada estaca vizinha à ela. Trata-se de uma média
ponderada entre a interação das estacas. Um bloco com uma única estaca tem eficiência de 100%.
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#PraCegoVer: na figura, temos o desenho de um retângulo que representa um bloco de coroamento. Dentro
dele, há seis círculos que representam as estacas (três na parte de cima e três na parte de baixo). A estaca do
canto esquerdo superior é colocada como exemplo. Partem dela três setas vermelhas que estão direcionadas
para as três estacas vizinhas. Da estaca localizada no centro, superior, partem cinco setas verdes em direção
às cincos estacas vizinhas.
No bloco anterior, podemos perceber que quatro estacas possuem três vizinhas — as setas em vermelho
comprovam isso. Logo, o cálculo da eficiência é dado por . Para esse mesmo bloco,
duas estacas possuem cinco vizinhas — as setas em verde comprovam isso. Desse modo, o cálculo para elas
é dado por . Nesse caso, a eficiência total para o bloco é
.
O cálculo de eficiência é importante para a verificação do comportamento de um grupo de estacas, já que o de
uma única estaca é diferente do comportamento de um grupo de estacas. Neste, o recalque é bem maior!
O valor da força correspondente à máxima resistência que o sistema pode oferecer é chamado de capacidade
de carga. Segundo Cintra (2010), essa capacidade também recebe as seguintes denominações: capacidade
de suporte, carga de ruptura, carga última, capacidade de carga última ou capacidade de carga de ruptura.
No caso, a definição de ruptura é uma ação ou o efeito de romper, mas Cintra (2010) menciona que, para o
caso de estacas, não temos nenhuma relação com o rompimento da estrutura. Para a fundação, ocorre um
recalque incessante que pode ser interrompido com a redução da carga aplicada.
A NBR 6122/2019 nos traz que a “[…] capacidade de carga é dada pela soma de duas parcelas, ou seja, pela
parcela correspondente ao atrito lateral e pela parcela correspondente à resistência da ponta” (ABNT, 2019, [s.
p.]). Isso serve tanto para as estacas quanto para os tubulões. O valor da capacidade pode ser obtido por
métodos estáticos, dinâmicos e com a realização das provas de carga.
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Você o conhece?
Luciano Décourt nasceu em São Paulo e se formou em Engenharia Civil
pela Escola Politécnica da USP. Fez cursos de pós-graduação na mesma
instituição e na Universidade de Harvard. Em 1982, foi premiado pela
melhor previsão da capacidade de carga de uma estaca pré-moldada de
concreto armado, utilizando para essa previsão uma fórmula de sua própria
autoria. Vale pesquisar sobre essa personalidade e entender melhor a
respeito de sua fórmula!
A capacidade de carga (carga de ruptura) para o material da estaca pode ser considerada como a capacidade
que esse material tem de resistir sem que ocorra a ruptura da estaca. Um dos métodos aplicados para calculá-
la é o método Decourt-Quaresma. Este determina que a capacidade de carga é a soma de resistência lateral
por atrito ao longo do fuste ( ) com a resistência de ponta ( ). Observe a seguir as equações utilizadas
nesse método:
No método Decourt-Quaresma, leva-se em consideração os fatores de segurança (1,3 e 4,0), o que nos traz à
seguinte dedução final da fórmula: .
Se ocorrer a formação de um conjunto de estacas ou tubulões, não é permitido que a tensão admissível seja
superior à de uma sapata que tenha o mesmo contorno desse conjunto.
Conclusão
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Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: projeto e
execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019a.
ALBUQUERQUE, P. J. R. de; GARCIA, J. R. Engenharia de fundações.
São Paulo: LTC, 2020.
ALONSO, U. R. Dimensionamento de fundações profundas. São
Paulo: Blucher, 2012.
ALONSO, U. R. Exercícios de fundação. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2019.
BRASIL. Ministério da Economia. Norma Regulamentadora n. 15 (NR-15), de 8 de junho de 1978.
Atividades e operações insalubres. Brasília: SIT, 1978. Disponível em:
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-15-atualizada-
2019.pdf (https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-15-
atualizada-2019.pdf). Acesso em: 23 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Norma Regulamentadora n. 33 (NR-33), de 22 de dezembro de
2006. Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. Brasília: SIT, 2006. Disponível em:
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-33.pdf
(https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-33.pdf).
Acesso em: 23 fev. 2021.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Fundações diretas: projeto geotécnico. São Paulo:
Oficina de Textos, 2011.
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SAPATA ou bloco de coroamento? [S. l.], [s. d.]. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Glauco
Rodrigues. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PX_i40vRXGI
(https://www.youtube.com/watch?v=PX_i40vRXGI). Acesso em: 23 fev. 2021.
VELLOSO, D. de A.; LOPES, F. de R. Fundações: critérios de projeto, fundações superficiais,
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VELLOSO, D. de A.; LOPES, F. de R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo,
fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=hBtkkLyMZnjFdaGFa1TVmA%3d%3d&l=sMYchQtn5zIKsVMvWs30Xg%3d%3d&cd=09lB0… 25/25