E-Book - Como Resolver Peças
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Bons estudos,
Abraços, Equipe Ceisc.
2ª FASE OAB | PENAL | 40º EXAME
SUMÁRIO
Aulas imprescindíveis
Como resolver queixa-crime .................................................................................................................. 5
Como resolver resposta à acusação ................................................................................................... 10
Como resolver memoriais .................................................................................................................... 16
Como resolver apelação....................................................................................................................... 23
Como resolver contrarrazões de apelação ......................................................................................... 30
Como resolver recurso em sentido estrito........................................................................................... 37
Como resolver resposta à acusação no procedimento do júri .......................................................... 41
Como resolver memoriais no procedimento do júri............................................................................ 45
Como resolver agravo em execução................................................................................................... 50
Como resolver revisão criminal............................................................................................................ 56
Como resolver recurso ordinário constitucional .................................................................................. 61
Como resolver embargos infringentes ................................................................................................ 65
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase do 40º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
Enunciado
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo
contemporâneo.
No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para
todos os seus contatos.
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado,
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas
de trabalho e atingir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para
socorrê-lo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de
Helena em seu perfil pessoal.
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e
Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo.
(Valor: 5,00 pontos)
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE NITERÓI/RJ
I – DA TEMPESTIVIDADE
A presente queixa-crime é tempestiva, pois oferecida dentro do prazo de 6
meses, previsto nos artigos 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal.
II – DOS FATOS
No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói/RJ, a
querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro.
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui
perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos do querelante, por meio do
seu computador pessoal, instalado em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico
o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de
um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”.
Na sequência, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de
trabalho e atingir a sua reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado! No
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava
tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar
uma ambulância para socorrê-lo!”.
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou
a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no
artigo 141, § 2º, do Código Penal.
III – DO DIREITO
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 de
abril, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do
expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-
lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal.
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e
sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código
Penal.
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou
a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo,
por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, § 2º, do Código Penal.
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única
publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos
termos do artigo 70, 2ª parte, do Código Penal.
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, o querelante requer:
a) A designação de audiência reconciliação, prevista no artigo 520 do Código
de Processo Penal;
b) O recebimento da queixa-crime;
c) A citação da querelada;
d) A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada
pela prática dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, § 2º, e artigo 70, todos do
Código Penal;
e) A fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso
IV, do Código de Processo Penal;
f) A produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) CARLOS...;
2) MIGUEL...;
3) RAMIREZ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO...
OAB...
Como resolver resposta à acusação
Enunciado
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE VITÓRIA/ES
Processo nº
I) DA TEMPESTIVIDADE
A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que apresentada
dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer o denunciado:
a) Nulidade do ato de recebimento da denúncia, com base no artigo 564, III,
“b”, do Código de Processo Penal.
b) Rejeição da denúncia, com base no artigo 395, III, do Código de Processo
Penal;
c) Nulidade do processo OU encaminhamento dos autos ao Ministério Público,
pelo não oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo;
d) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso II, do Código de
Processo Penal;
e) Produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a
testemunhal.
ROL DE TESTEMUNHAS
a) Carlos...
b) José...
c) Antônio...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver memoriais
Enunciado
Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
Processo nº
I) DA TEMPESTIVIDADE
Os presentes memoriais são tempestivos, já que apresentados dentro do prazo
de 5 dias, previsto no artigo 403, §3°, do Código de Processo Penal.
III) DO DIREITO
A) DA FALTA DE REPRESENTAÇÃO
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito
previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto
Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima.
Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de lesão corporal leve
é de ação penal pública condicionada à representação. No caso, a vítima demonstrou não ter
interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente, não havendo, pois,
representação para o oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal
pública condicionada à representação.
Logo, incidiu a extinção da punibilidade pela decadência, nos termos do artigo
107, IV, do Código Penal, já que entre a data do fato e pelo menos até a intimação para
manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses, nos termos do artigo 38 do
Código de Processo Penal e artigo 103, do Código Penal, sem representação.
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos termos
do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal.
C) DO ESTADO DE NECESSIDADE
O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra seu
irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade de
locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência.
Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu agiu em estado
de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme artigo 24 e artigo 23, inciso I, ambos
do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo razoável a
exigência do sacrifício.
Assim, deve o réu ser absolvido, com base no artigo 386, inciso VI, do Código
de Processo Penal.
D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL
A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias
judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis.
E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,
com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela
prática de contravenção anterior.
Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela prática
de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código Penal, que
prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em julgado da
sentença condenatória pela prática de crime anterior.
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61,
inciso I, do Código Penal.
F) DA ATENUANTE DA IDADE
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser
reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal.
H) DO REGIME ABERTO
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos termos
do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos.
Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a quatro
anos. Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a fixação de
regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal.
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do cumprimento
da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107, inciso
IV, do Código Penal;
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo 564,
III, “a”, e inciso IV, do Código de Processo Penal;
c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de suspensão
condicional do processo;
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal;
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal;
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do
Código Penal;
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código
Penal;
h) Concessão de suspensão condicional da pena.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver apelação
Enunciado
No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento
que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em
fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava
desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira significativa
o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém costumava
passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado.
Júlio foi localizado, confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado
que se encontrava completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter
ilícito do fato, em razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão
em determinado bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida,
que ingerida junto com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química,
causou sua embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o
imóvel foi destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia
ninguém no local no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem
atingidos.
Com base em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público ofereceu
denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo
competente, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código Penal. Foi concedida
liberdade provisória. Após citação e apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e
julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de
processos de réu solto estava para data longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após
oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e julgamento, que foi realizada em 05 de
março de 2021, ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados. Em seu
interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, destacando que pouco, porém, se recordava
sobre o ocorrido.
Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o juiz proferiu sentença condenando
o réu nos termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base, reconheceu a existência de
maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de
Antecedentes Criminais, acostada ao procedimento, constava uma condenação de Júlio pela
prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019, cujo trânsito em julgado
ocorreu em 10 de março de 2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da agravante do
Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, aumentando a pena em 05 meses, já que o meio
empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não foram reconhecidas atenuantes da
pena. Na terceira fase, não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição de pena, sendo
mantida a pena de 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime
semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos com base no
Art. 44, III, do CP. Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve inerte, sendo a defesa
técnica de Júlio intimada em 11 de julho de 2022, segunda-feira.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas
as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição,
considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: o(a) examinando(a) deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser
utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Apelante: Júlio
Apelado: Ministério Público
Processo nº
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Colenda Câmara Criminal
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 250 do Código
Penal.
Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o Juiz proferiu
sentença, condenando Júlio nos termos da denúncia.
O Ministério Público não interpôs recurso.
A defesa foi intimada da sentença no dia 11 de julho de 2022, segunda-feira.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DA OITIVA DAS VÍTIMAS
Após citação e apresentação de defesa, entendeu o Magistrado por realizar
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e
julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de
processos de réu solto estava para data longínqua.
Todavia, o mero decurso natural do tempo não é fundamento idôneo para
justificar tal medida. No caso, o magistrado determinou a produção antecipada da prova
simplesmente porque a data da audiência de instrução e julgamento estava longe, sem
qualquer fato concreto a indicar o risco de perecimento da prova.
Diante disso, considerando ainda o inconformismo manifestado pela defesa,
requer a nulidade da oitiva das vítimas, com base no artigo 225 do Código de Processo Penal
Ou art. 564, inciso IV, do Código de Processo Penal OU Súmula 455 do Superior Tribunal de
Justiça.
E) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE
O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da agravante
do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal.
Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de modo
que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser afastada, por
configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal deve
ser afastada, por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime.
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
O recorrente, em seu interrogatório, confirmou a autoria delitiva.
Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos
termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Enunciado
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO
Apelado: RODRIGO
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do
artigo 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal.
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória, aplicando
a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, e 13
dias-multa.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação,
acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015.
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e intimou
a defesa para apresentar a medida cabível.
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 14 de setembro de 2015
e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2015. Todavia, nos termos do
artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é de
05 dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da
interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso
de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo.
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido.
B) DO AUMENTO DA PENA-BASE
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a
existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia,
nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações
penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob
pena de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII,
da Constituição Federal/88.
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no
mínimo legal.
C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática de
crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal.
Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima
recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês,
não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima.
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de
responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com
dolo ou culpa.
F) DO REGIME CARCERÁRIO
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de cumprimento
de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma
situação de insegurança em toda a sociedade.
Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal,
eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a fixação do
regime mais severo do que a pena aplicada permitir.
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo, portanto,
vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com base na
gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça.
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população do Rio
de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais severo,
porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o regime
carcerário semiaberto fixado na sentença.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o
recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos
seus exatos termos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver recurso em sentido estrito
Enunciado
Carlos, nascido em 15 de fevereiro de 2000, foi flagrado, no dia 10 de março de 2019, praticando
o crime de furto consumado. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia, imputando a Carlos a prática do delito do artigo 155, “caput”, do Código Penal, perante
a 2ª Vara Criminal da Comarca de Salvador/BA. A denúncia foi recebida no dia 18 de maio de
2019, sendo Carlos regularmente citado, apresentando, na sequência, resposta à acusação.
Considerando não existir fundamento para absolvição sumária, o magistrado designou audiência
de instrução de julgamento, determinando a intimação do réu e das testemunhas arroladas na
denúncia e resposta à acusação. Carlos, no entanto, conseguiu emprego fixo em cidade diferente
daquela em que o processo tramitava, para onde se mudou, deixando de comunicar tal fato ao
juízo respectivo, não sendo encontrado no endereço constante nos autos para ser intimado para
audiência, razão pela qual a solenidade foi cancelada. O processo tramitou lentamente, diante
das sucessivas paralisações do Poder Judiciário, em decorrência das greves dos servidores,
bem como pelo fato de não haver juiz titular na Vara Criminal, já que o anterior obteve remoção
para outra comarca. No dia 20 de junho de 2023, um novo magistrado assumiu a titularidade da
Vara Criminal, e, ao analisar o processo, designou audiência de instrução e julgamento, tendo o
advogado de Carlos sido intimado da data. De imediato, o advogado de Carlos, compulsando os
autos do processo, verificou a hipótese de prescrição, e postulou o reconhecimento da extinção
da punibilidade. O Magistrado, por sua vez, indeferiu o pedido, sob o fundamento de que não
teria incidido a prescrição, mantendo a data para a realização da audiência. Carlos e sua defesa
técnica foram intimados da decisão em 03 de julho de 2023, segunda-feira. Considerando apenas
as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Carlos, a peça jurídica
cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas as teses jurídicas
de direito material e processual aplicáveis. A peça deverá ser datada do último dia do prazo para
interposição, devendo ser considerado que segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país.
(Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE SALVADOR/BA
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Recorrente: CARLOS
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
I) DOS FATOS
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de furto consumado,
nos termos do artigo 155, “caput”, do Código Penal.
A denúncia foi recebida em 18 de maio de 2020, sendo o réu citado e
apresentada resposta à acusação.
Após designação de audiência, a defesa formulou pedido de extinção da
punibilidade, que foi indeferido pelo Magistrado.
A defesa foi intimada da decisão no dia 04 de julho de 2022, segunda-feira.
II) DO DIREITO
A) DA PRESCRIÇÃO
O Réu foi denunciado pelo crime de furto consumado, tendo a defesa
formulado pedido de extinção da punibilidade, sendo indeferido pelo Magistrado, sob o
fundamento de que não teria incidido prescrição.
Todavia, incidiu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato. Isso porque
o réu foi denunciado pelo crime de furto consumado, que prevê pena máxima de 04 anos.
Logo o prazo prescricional é de 08 anos, nos termos do artigo 109, IV, do Código Penal.
Considerando que o réu era menpr de 21 anos de idade na epoca do fato, o prazo deverá
ser reduzido pela metade, sendo, portanto, de 04 anos.
Nesse sentido, entre a data do recebimento da denúncia, 18 de maio de 2019,
e a data que ainda não há publicação da sentença condenatória, pelo menos até o dia 03 de
julho de 2023, passaram-se mais de 04 anos, incidindo, portanto, a prescrição da pretensão
punitiva.
Logo, deve ser declarada extinta a punibilidade do réu,com base no artigo
107, IV, do Código Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso,
com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que:
a) Seja reconhecida declarada extinta a punibilidade do réu, com base
no artigo 107, IV, do Código Penal
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver resposta à acusação no procedimento do júri
Enunciado
Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém
completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela
informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem
mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus
pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para
realizar um aborto.
Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era
proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer
uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.
Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem
à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,
Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.
Em face disso, foi determinada realização de perícia. Como não havia perito oficial na comarca,
o inquérito policial demorou para ser concluído, sendo acostados ao procedimento investigatório
o laudo médico pericial, no qual consta a informação de que Joaquina não estivera grávida no
momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um
exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na
adolescente. Após conclusão do inquérito policial, no dia 20/01/2018, Túlio vem a ser denunciado
pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do
Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto
despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A denúncia foi recebida em 22/01/2018. O réu foi
citado no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-
se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
Processo nº ...
I) DA TEMPESTIVIDADE
A presente peça é tempestiva, uma vez que apresentada dentro do prazo de
10 dias, na forma do artigo 406 do Código de Processo Penal.
III) DO DIREITO
A) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão condicional do processo,
mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei nº 9.099/95,
caberá ao Ministério Público oferecer proposta suspensão condicional do processo quando
a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, abrangidos ou não por esta
Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se destacam a primariedade
e a presença dos requisitos do artigo 77 do Código Penal.
O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando pelo qual foi
denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além disso, o recorrente é primário
e de bons antecedentes, conforme folha de antecedentes criminais sem outras anotações
juntada no processo.
Logo, deve ser declarada a nulidade do recebimento da denúncia, uma vez
que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo.
B) DA PRESCRIÇÃO
O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126, caput, combinado
com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04
anos de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso
IV, do Código Penal.
Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o prazo
prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 115 do Código Penal. Assim o
prazo prescricional, no caso, é de 04 anos.
Entre a data da consumação do delito, dia 03 de janeiro de 2014, e a do
recebimento da denúncia, 22/01/2018, decorreram mais de 04 anos, configurando a
prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.
Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição,
devendo o réu ser absolvido sumariamente, nos termos do artigo 397, IV, do Código de
Processo Penal.
C) DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. Todavia, conforme
boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos
termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o
delito. Trata-se, portanto, de crime impossível.
No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que Joaquina não estava
grávida para causar o aborto. O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da
conduta e, consequentemente, a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir
crime, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento
de proposta de suspensão condicional do processo;
b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de
Processo Penal;
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso IV, do Código de
Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver memoriais no procedimento do júri
Enunciado
Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém
completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela
informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem
mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus
pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para
realizar um aborto.
Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era
proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer
uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.
Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem
à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,
Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.
Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput,
c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca
de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo
defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014.
Processo nº ...
I) DA TEMPESTIVIDADE
Os presentes memoriais são tempestivos, uma vez que apresentada dentro do
prazo de 5 dias, na forma do artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal.
III) DO DIREITO
A) DA PRESCRIÇÃO
O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126, caput, combinado com
artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04 anos
de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso IV,
do Código Penal.
Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o prazo
prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 115 do Código Penal. Assim o
prazo prescricional, no caso, é de 04 anos.
Entre a data de recebimento da denúncia, 22/01/2014, até a data de publicação
da sentença de pronúncia, dia 18/06/2018, decorreram mais de 04 anos, configurando a
prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.
Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição, nos
termos no artigo 107, inciso IV, do Código Penal.
C) DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. Todavia, conforme
boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos
termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-
se, portanto, de crime impossível.
No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que Joaquina não estava
grávida para causar o aborto. O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da
conduta e, consequentemente, a absolvição sumária pelo fato evidente não constituir crime,
com base no artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Seja declarada a extinção da punibilidade, com base no artigo 107,
inciso IV, do Código Penal;
b) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de
proposta de suspensão condicional do processo;
c) Absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do Código de
Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Enunciado
Marieta, funcionária pública do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi condenada por
infração ao Art. 313-A do Código Penal, a uma pena de dois anos de reclusão e 10 dias-multa,
em regime aberto e substituída por duas penas restritivas de direitos, porque, em 10/10/2017,
inseriu nos sistemas informatizados do INSS informações fraudulentas, consistentes em vínculos
empregatícios falsos, o que ensejou a concessão de benefício previdenciário indevido em favor
de Joana, com prejuízo ao erário no valor de R$75.000,00 (setenta e cinco mil reais). Marieta
também foi condenada em idêntica pena, em outro processo, por infração ao Art. 313-A do
Código Penal, porque em 15/09/2017, valendo-se do mesmo modus operandi, concedeu
benefício previdenciário indevido em favor de Luíza, gerando prejuízo ao erário no montante de
R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais). Ainda, Marieta foi condenada em um terceiro processo,
por infração ao Art. 313-A do Código Penal, consoante mesmo modus operandi e com aplicação
da mesma pena de dois anos de reclusão e 10 dias-multa, por inserir dados falsos no sistema
informatizado e assim conceder benefício previdenciário fraudulento em favor de Anastácia, com
prejuízo ao erário de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), fato ocorrido em 03/11/2017. As
referidas condenações transitaram em julgado nos dias 10/11/2022, 21/11/2022 e 02/12/2022,
respectivamente, e todas elas substituíram as penas privativas de liberdade por duas restritivas
de direitos. Marieta não possui outros processos em sua folha de antecedentes criminais. As
cartas de execução de sentença foram tombadas ao Juízo de execução penal da Vara Federal
Criminal de Alfa (vinculada ao Tribunal Regional Federal da 10ª Região) em datas próximas. O
Juízo, à luz das três cartas de execução definitivas, proferiu decisão somando as penas, na forma
do Art. 69, do Código Penal, fixando a pena total de 6 (seis) anos de reclusão, em regime
fechado, considerando que houve reincidência de Marieta quando da realização do segundo e
terceiro fato, após já ter realizado o primeiro ato delituoso. Quanto à pena de multa, promoveu a
readequação, consoante proporcionalidade à nova pena privativa de liberdade fixada,
estabelecendo-a em 90 dias-multa. Determinou a conversão das penas restritivas de direito em
privativas de liberdade e a expedição de mandado de prisão para o início de cumprimento das
penas. A intimação da decisão ocorreu no dia 25/08/2023, sexta-feira. O mandado de prisão foi
expedido na mesma data, pendente de cumprimento. Na qualidade de advogado de Marieta já
constituído nos autos, redija a peça processual cabível, diferente de embargos de declaração e
habeas corpus, para garantir os direitos de sua assistida, devendo ser deduzida toda a matéria
de direito processual e material cabível. A peça deverá ser datada do último dia do prazo,
levando-se em conta que segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00).
Obs.: o examinando deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser utilizados
para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DE EXECUÇÃO
PENAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ALFA
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 10ª REGIÃO
Agravante: MARIETA
Agravado: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº...
I) DOS FATOS
A agravante foi condenada, definitivamente, pela prática dos crimes de
inserção de dados falsos em sistema de informações, sendo-lhe aplicada, para cada um
dos crimes, a pena de 2 anos de reclusão e 10 dias-multa.
Após receber as cartas de execução da sentença, o Juízo da execução
proferiu decisão somando as penas, na forma do Art. 69, do Código Penal, fixando a pena
total de 6 (seis) anos de reclusão, em regime fechado, considerando a existência de
reincidência.
Promoveu ainda a readequação da pena de multa, consoante
proporcionalidade à nova pena privativa de liberdade fixada, estabelecendo-a em 90 dias-
multa.
A defesa foi intimada no dia 25/08/2023, sexta-feira.
II) DO DIREITO
DA CONTINUIDADE DELITIVA
A ré foi denunciada pela prática de 3 (três) crimes previstos no art. 313-A do
Código Penal, tendo o juiz da execução penal aplicado o concurso material de crimes.
Todavia, trata-se de crime continuado, previsto no artigo 71, “caput”, do Código Penal.
Isso porque os crimes são da mesma espécie e foram cometidos nas mesmas
condições de tempo, lugar e modo de execução, já que praticados nos dias 15/09/2017,
10/10/2017 e 03/11/2017, contra o INSS, sendo todas as condutas subsequentes dever ser
havidas como continuação da primeira.
Logo, deveria ser aplicada a unificação das penas na forma do art. 111, da Lei
7.210/84 (Lei de Execução Penal), com a exasperação da pena de 1/6 a 2/3, de forma
proporcional ao número de crimes, nos termos do artigo 71, “caput”, do Código Penal.
C) DA REINCIDÊNCIA
Não incidiu, no caso, a agravante da reincidência.
Isso porque, para a configuração da reincidência é imprescindível que exista
sentença condenatória transitada em julgado por crime anterior ao praticado pelo agente,
conforme o art. 63, do Código Penal.
No caso, a agravante não registrava nenhuma sentença condenatória
transitada em julgado antes da prática do segundo e terceiro fato, cometidos em 10/10/2017
e 03/11/2017, sendo que o trânsito em julgado da sentença condenatória pelo primeiro fato
ocorreu em 10/11/2022, após, portando, a prática dos delitos.
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver revisão criminal
Enunciado
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,
tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava
cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas
arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e
que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e
reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte
à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua
subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde
o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem
como que tal veículo estava em seu poder desde então.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO
I) DOS FATOS
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, ocorrido
no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de Gabriela.
Após o encerramento da instrução e oferecimento das alegações finais, o
Magistrado proferiu decisão condenando a requerente a 05 anos de reclusão no regime
fechado.
Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no dia 27 de outubro
de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde o
veículo estava escondido.
II) DO DIREITO
A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, ocorrido
no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de Gabriela.
Todavia, não foi considerada na sentença condenatória a causa de diminuição
da pena consistente no arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código Penal.
O filho da vítima, que nunca fora mencionado no processo que deu origem à
condenação do requerente, informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo
os conselhos maternos, lhe telefonou indicando o local onde o veículo estava escondido,
acrescentando que no mesmo dia do telefonema foi ao local e pegou o veículo de volta,
sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então.
Logo, surgiu prova nova no sentido de que a requerente teria restituído o
veículo antes do recebimento da denúncia, razão pela qual deve ser considerada a causa
de diminuição da pena em face do arrependimento posterior, no se grau máximo, qual seja,
em 2/3, já que o bem subtraído foi devolvido na sua integralidade.
B) DA QUALIFICADORA
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, ocorrido
no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de Gabriela,
sendo qualificado porque teria subtraído para transportar para o Paraguai.
Todavia, o fato novo, consistente nas declarações do filho da vítima, comprova
que o veículo não chegou a ser transportado para o exterior, já que teria sido restituído à
vítima.
Logo, não incidiu a qualificadora prevista no §5º do artigo 155 do Código
Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado para o furto simples (artigo
155, “caput”, do Código Penal).
C) DO REGIME FECHADO
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, ocorrido
no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de Gabriela,
sendo condenada a cinco anos de reclusão, em regime fechado.
Todavia, considerando o afastamento da qualificadora e do arrependimento
posterior e a consequente diminuição em 2/3, a pena não será superior a quatro anos. Além
disso, a reparação do dano promovida pela requerente prepondera sobre os maus
antecedentes, sendo, portanto, as circunstâncias judiciais favoráveis.
Logo, nos termos da Súmula 269 do Superior Tribunal de Justiça, é possível
a fixação do regime semiaberto ao condenado à pena não superior a quatro anos, com
circunstâncias judiciais favoráveis.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a ação de revisão criminal, a
fim de que seja, nos termos do artigo 626 do Código de Processo Penal:
a) Desclassificada a conduta de furto qualificado para o furto simples;
b) A diminuição da pena privativa de liberdade, em face do arrependimento
posterior;
c) A fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) para
o cumprimento da pena privativa de liberdade.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Como resolver recurso ordinário constitucional
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta
Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos
assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a
frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de
confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado
convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante
disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o
investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e
anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha
em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o
Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades
legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o
flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em
flagrante em prisão preventiva, com base no artigo 310, inciso II, do Código de Processo Penal.
Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi
denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Com base somente
nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na
qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva de advogado(a), no
que tange à liberdade de seu cliente. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Nestes termos,
pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Autos nº
I) DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o delito
de roubo majorado tentado.
O auto de prisão em flagrante foi lavrado e encaminhado à autoridade judiciária,
que converteu em prisão preventiva.
O recorrente impetrou habeas corpus, que, por maioria, foi denegado pelo
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
II) DO DIREITO
A) DO FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO
O recorrente foi preso acusado de ter praticado, em tese, o crime de roubo
majorado tentado. Todavia, trata-se de prisão ilegal, já que um policial disfarçado
convenceu o requerente a ingressar na agência bancária e anunciar o assalto, momento
em que foi preso em flagrante, caracterizando o chamado flagrante preparado ou
provocado.
Nos termos da Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, não configura
crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
artigo 17 do Código Penal, verifica-se que a prisão é ilegal, devendo ser relaxada.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a consequente
reforma do acórdão recorrido, para o fim de que seja concedido o habeas corpus e relaxada
a prisão em flagrante do recorrente, com a expedição do alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
ADVOGADO...
OAB...
Como resolver embargos infringentes
Enunciado
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,
ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça,
mantendo a decisão de pronúncia, tendo um desembargador proferido voto pela
desclassificação. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos
fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Embargante: Jerusa
Embargado: Ministério Público
Processo nº
I) DOS FATOS
A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta da vítima, que, em
alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via.
Após o encerramento do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia imputando a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual.
O Juiz pronunciou a recorrente pelo delito descrito na denúncia. Contra essa
decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que, por maioria, foi julgado improvido
pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
II) DO DIREITO
A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a morte
de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e
pronunciada pela prática do crime de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual. A 2ª Câmara Criminal, por maioria, manteve a decisão recorrida.
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte
de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima, tanto que conduzia o seu veículo
respeitando o limite de velocidade.
Nesse sentido, a conduta da recorrente se enquadra, em tese, no artigo 302
do Código de Trânsito Brasileiro, razão pela qual deve responder pela prática, em tese, de
homicídio culposo na condução de veículo automotor, devendo haver, portanto, a
desclassificação e remessa do presente feito ao juízo competente, nos termos do artigo 419
do Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma do
acórdão, a fim de que:
Seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso para o delito de
homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97,
encaminhando-se os autos para o Juízo competente, nos termos do artigo 419 do Código
de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado ...
OAB...
Aulas muito relevantes
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o
encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o
Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas
depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que
o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas
municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de
procedimento administrativo disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,
utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como
demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento
administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos
autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática
do delito de peculato, previsto no artigo 312, “caput”, do Código Penal. Wilson foi notificado no
dia 03 de junho de 2016, sexta-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA....
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de peculato, previsto no artigo
312, “caput”, do Código Penal, porque teria utilizado, sem autorização, o veículo do
Município.
O réu foi notificado no dia 03 de junho de 2016.
A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada dentro do
prazo de 15 dias, previsto no artigo 514 do Código de Processo Penal.
II) DO DIREITO
A) DA AUSÊNCIA DE DOLO OU PECULATO DE USO
O réu foi acusado de ter utilizado o veículo automotor do Município, sem
autorização. Todavia, o réu não teve a intenção de se apropriar do bem, nem tampouco o
desviou da Administração Municipal.
Pretendia, apenas, utilizar o veículo para levar sua esposa até o Posto de
Saúde do Município vizinho e depois devolvê-lo no mesmo lugar que retirou. Assim, não há
que se falar em peculato-apropriação, peculato-desvio ou peculato-furto.
Logo, o réu não tinha dolo de se apropriar, desviar ou subtrair o veículo, tanto
que, após encher o tanque de gasolina, devolveu-o no mesmo local que pegou e nas
mesmas condições, caracterizando, no caso, peculato de uso, que constitui fato atípico.
Assim, trata-se de fato atípico, devendo a denúncia ser rejeitada, nos termos
do artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer o réu seja a denúncia rejeitada, com base no artigo
395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver defesa preliminar da lei de drogas
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar
portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que
efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,
encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,
verificou-se que Roniquito não registrava procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a
autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,
previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou
ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,
internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica
de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do artigo 33, “caput”, da Lei nº
11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de
junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no
último dia do prazo. (valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA....
Processo nº
I) DOS FATOS
O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha.
Ao longo do seu interrogatório, o réu disse que não era traficante,
reconhecendo ser dependente de substância entorpecente.
O Ministério Público ofereceu denúncia imputando ao réu a prática do delito
do artigo 33 da Lei 11.343/2006.
O réu foi notificado.
A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada dentro do
prazo de 10 dias, previsto no artigo 55 da Lei 11.343/2006.
II) DO DIREITO
A) DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha, sendo acusado de tráfico
de drogas. Todavia, o fato é materialmente atípico, incidindo, no caso, o princípio da
insignificância, já que a pequena quantidade de droga apreendida em poder do réu não é
capaz de ofender à coletividade ou a saúde pública.
Logo, deve ser rejeitada a denúncia, com base no artigo 395, incisos II e III,
do Código de Processo Penal.
B) DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE
O réu foi preso acusado de estar portando substância entorpecente. Todavia,
a natureza da substância supostamente apreendida em poder do réu foi atestada a partir
da experiência profissional do policial que realizou a prisão em flagrante. Logo, não há
registro de que tenha sido realizado o laudo de constatação preliminar da natureza da
substância, nos termos do artigo 50, §1º, da Lei 11.343/2006.
Diante disso, não há prova da materialidade do delito, devendo a denúncia
ser rejeitada, por ausência de justa causa, com base no artigo 395, inciso III, do Código de
Processo Penal.
ROL DE TESTEMUNHAS:
a)Joaquim
b) Manuel
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., 15 de junho de 2016
Advogado...
OAB...
Como resolver apelação no Tribunal do Júri
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve
como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do
Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra
Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados
reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito
de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06
(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos
jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão
plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do
caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia
do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00
pontos)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DO JÚRI DA COMARCA...
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
Apelante: Fernando
Apelado: Ministério Público
Processo nº
I – DOS FATOS
O réu foi denunciado e pronunciado pela prática do crime de homicídio doloso.
Durante a sessão plenária do Júri, todas as testemunhas disseram que a vítima
iniciou as agressões e que o réu agiu em legítima defesa.
Os jurados decidiram pela condenação do réu.
O Magistrado fixou a pena em 06 (seis) anos, em regime semiaberto.
II) DO DIREITO
A) Da nulidade posterior à pronúncia
Após a sessão plenária, a família do réu tomou conhecimento de que dois dos
jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. Todavia, nos termos do artigo 448, inciso
IV, do Código de Processo Penal, irmãos são impedidos de servirem de jurados no mesmo
Conselho de Sentença.
Logo, considerando que dois dos jurados eram irmãos, deve ser
anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do artigo 593, inciso III, “a”, do Código de
Processo Penal.
B) Da decisão manifestamente contrária à prova dos autos
Os jurados reconheceram a autoria e a materialidade e optaram por condenar
o réu pela prática do delito de homicídio doloso. Todavia, todas as testemunhas
asseguraram que a vítima iniciou as agressões contra Fernando e que este agiu em legítima
defesa.
Logo, a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos,
devendo o presente recurso ser provido, a fim de sujeitar o réu a novo julgamento, nos
termos do artigo 593, § 3º, do Código de Processo Penal.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma da
decisão, a fim de que:
a) Seja anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do artigo 593, III,
“a”, do Código de Processo Penal;
b) Seja o réu submetido a novo julgamento pelo plenário da Sessão do Júri,
nos termos do artigo 593, § 3º, do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver apelação do assistente de acusação no procedimento do júri
Enunciado
Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é
tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não
saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,
vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em
flagrante delito. Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual
atestou que Ana agira sob influência de estado puerperal.
Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o
laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do Júri pela prática do crime de homicídio
triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet que Ana fora movida por motivo fútil,
empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que
tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça
reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Ana teria agido impelida por motivo fútil
ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado feio e teria empregado meio cruel ao bater a
cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede, além de impossibilitar a defesa da vítima,
incapaz, em razão da idade, de defender-se.
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,
se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao
proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o
Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis
sem manifestação do Parquet.
Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,
Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a
decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL/TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA...
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Apelante: Wilson
Apelada: Ana
Processo nº
I – DOS FATOS
Ana foi denunciada pela prática do delito de homicídio triplamente qualificado
pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
Ao proferir sentença, o Magistrado absolveu sumariamente a ré, sob o
fundamento de que seria inimputável por conta do seu estado puerperal.
Intimado da decisão no dia 11 de janeiro de 2011, o Ministério Público deixou
transcorrer o prazo recursal.
Em 20 de janeiro de 2011, o pai da vítima procurou o advogado para se
habilitar como assistente da acusação e impugnar a decisão.
II – DO DIREITO
A) DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável. Todavia, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do Código de Processo
Penal, somente seria possível a absolvição sumária pela inimputabilidade se fosse a única
tese defensiva.
No caso, além da inimputabilidade, a defesa apresentou a tese de negativa
de autoria, ao alegar que a ré não praticou o fato imputado a ela.
Logo, não poderia o Magistrado absolver sumariamente a ré, mas deveria
proferir sentença de pronúncia, encaminhando-a para julgamento pelo Tribunal do Júri pela
prática do crime de homicídio triplamente qualificado ou, alternativamente, pelo delito de
infanticídio.
B) DA INIMPUTABILIDADE
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar
em consequência da influência do estado puerperal. Todavia, o estado puerperal não
constitui causa de inimputabilidade, ou seja, causa excludente de culpabilidade, sendo,
portanto, elementar do crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal.
Logo, não cabia ao Magistrado absolver sumariamente a ré pela
inimputabilidade, mas proferir decisão de pronúncia pela prática do delito de homicídio
triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou
a defesa da vítima, ou alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto no artigo 123 do
Código Penal.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO O RECURSO E REFORMADA A
DECISÃO RECORRIDA, com o PROVIMENTO, a fim de que:
Seja a ré pronunciada, encaminhando-a a julgamento pelo Tribunal do Júri
pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego do
meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, nos termos do artigo 121, §2º,
incisos II, III e IV, do Código Penal, ou, alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto
no artigo 123 do Código Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver contrarrazões de apelação do júri
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo motivo fútil (art. 121,
§2º, II, do CP). No dia 25 de junho de 2021 foram designados para comparecerem na sessão em
Plenário, 25 jurados, porém somente compareceram 16 jurados daqueles convocados, tendo o
juiz Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS realizado o sorteio para
formação do Conselho de Sentença. Na ocasião, o Ministério Público se insurgiu consignando
em ata a ausência da formação do número necessário à composição do júri, nos termos do artigo
447 do CPP, o que não foi considerado pelo magistrado. Após a devida formação do Conselho
de Sentença, foi iniciada a instrução. A tese da acusação consistia em reforçar a prática de
homicídio qualificado nos termos trazidos pela pronúncia, enquanto à defesa insistiu na tese de
absolvição em face da ocorrência de legítima defesa. A alegação defensiva foi construída em
plenário com base no relato das testemunhas defesa. Encerrados os debates orais, sem que o
Ministério Público postulasse pela réplica, os jurados dirigiram-se para a votação, ocasião em
que absolveram Carlos da imputação, reconhecendo a incidência da legítima defesa. Após a
votação o magistrado proferiu a sentença absolutória, inconformado o Ministério Público interpôs
recurso com base no art. 593, III, alíneas “a” e “d”, do CPP, apresentando suas razões recursais
no sentido da ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, por não estarem
presentes os 25 jurados, bem como o julgamento dos jurados ter sido manifestamente contrário
à prova dos autos, visto que estava provada a prática de homicídio qualificado. O magistrado
recebeu o recurso da acusação e determinou a sua intimação, no dia 20 de julho de 2021 (terça-
feira), para manifestar-se na condição de advogado de Carlos. Elabore a peça processual,
privativa de advogado, utilizando o último dia do respectivo prazo.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DA VARA DO TRIBUNAL DO
JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.
Processo nº...
Nestes termos.
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
I) DOS FATOS
Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo
motivo fútil (art. 121, §2º, II, do CP).
No dia 25 de junho de 2021 foi submetido a julgamento perante o Plenário do
Júri da Comarca de Porto Alegre, tendo sido absolvido pelos jurados.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, com
fundamento nas alíneas “a” e “d”, do CPP.
O Magistrado recebeu o recurso ministerial e determinou a intimação da
defesa para apresentar a medida cabível. Por tal razão, neste momento a defesa apresenta
as presentes Contrarrazões.
II) DO DIREITO
A) DA INOCORRÊNCIA DE NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA
Não assiste razão ao representante do Ministério Público ao sustentar a
ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, vejamos.
O artigo 447 do Código de Processo Penal informa a composição do Tribunal
do Júri com 25 jurados. Entretanto, a lei autoriza, no artigo 463 do Código de Processo
Penal, para o sorteio do Conselho de Sentença, ou seja, dos 7 jurados que julgarão o caso
em plenário, a existência de um número mínimo de 15 jurados, o que se verificou no caso
em exame, sem qualquer situação que ensejasse o reconhecimento de nulidade.
Logo, não há nulidade a ser reconhecida, conforme pretende o Ministério
Público, ao interpor a apelação nos termos do artigo 593, III, alínea “a”, do CPP.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja IMPROVIDO o recurso de apelação interposto,
mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos.
Nestes termos.
Pede deferimento.
Local ..., 28 de julho de 2021.
Advogado...
OAB...
Como resolver relaxamento de prisão
Enunciado
No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves
pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade
rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves
foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo
foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo
trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais
lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,
foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar
expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia
Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo
306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de
entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob
protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo
competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito
pertinente ao caso. (Valor 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...
Autos nº...
I) DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado o delito previsto
no artigo 306 da Lei nº 9.503/97.
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho
alveolar, sendo-lhe negado no auto de prisão em flagrante o direito de se entrevistar com
advogado e com seus familiares.
O requerente permaneceu preso dois dias após a lavratura da prisão em
flagrante, sendo que a autoridade policial não comunicou o fato ao juízo competente nem à
Defensoria Pública.
II) DO DIREITO
A) DA PROVA ILÍCITA
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de
ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do requerente de não
produzir prova contra si mesmo, previsto no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição
Federal/88 e artigo 8º, § 2, alínea “g”, do Decreto 678/92.
Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia. Logo,
trata-se de prova ilícita, nos termos do artigo 157 do Código de Processo Penal, e artigo 5º,
inciso LVI, da Constituição Federal/88.
D) DA NOTA DE CULPA
de 24 horas após a realização da prisão, deveria ser entregue a nota de culpa ao flagrado.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) O relaxamento da prisão em flagrante;
b) Expedição do alvará de soltura;
c) Vista ao Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
Como resolver liberdade provisória
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,
Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no artigo 180,
“caput”, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto
de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,
embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de
Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.
Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial
representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco
concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato
judicial.
Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em
flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma
forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado,
sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. O juiz recebeu o auto de prisão
em flagrante, deixando para se manifestar na audiência de custódia. Josué, no entanto,
desesperado com a situação disse para você, na condição de advogado (a), buscar soltá-lo o
mais rápido possível, antes mesmo da designação da audiência de custódia.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos
pertinentes ao caso. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE SÃO PAULO/SP
Autos nº
I) DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado o delito de
receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal.
O auto de prisão em flagrante observou todas as formalidades e foi
encaminhado, no prazo legal, ao Poder Judiciário.
II) DO DIREITO
A) Da impossibilidade de conversão da prisão em flagrante em prisão
preventiva
O requerente foi preso em flagrante acusado de ter praticado o delito de
receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal.
Todavia, nos termos do artigo 313, inciso I, do Código de Processo Penal, se
o acusado não for reincidente em crime doloso, somente será admitida a prisão preventiva
nos crimes dolosos punidos com pena máxima privativa de liberdade superior a quatro
anos.
Logo, no caso, considerando que o acusado não é reincidente e o crime de
receptação simples prevê a pena máxima de quatro anos, não é possível a conversão da
prisão em flagrante em prisão preventiva, já que não estão presentes nenhuma das
hipóteses do artigo 313 do Código de Processo Penal.
Diante disso, a medida cabível é a concessão da liberdade provisória.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) a concessão da liberdade provisória, a fim de que possa responder eventual
processo em liberdade;
b) Subsidiariamente, requer seja concedida a fiança ou outra medida cautelar
diversa da prisão;
c) Expedição de alvará de soltura;
d) Vista ao Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
Aulas relevantes
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
No dia 06 de abril de 2020, na cidade de Niterói, Carla, que contava com 19 anos de idade,
caminhava sozinha pela rua, quando foi surpreendida por um indivíduo, que, por meio de
emprego de uma faca, subtraiu o seu celular. A ação foi visualizada por Amarildo e Carlos, que
conversavam próximo ao local. De imediato, Clara procurou a Delegacia de Polícia Especializada
em Crimes Contra o Patrimônio e narrou os fatos à autoridade policial, apontando a fisionomia
do agente. Depois das investigações, a autoridade policial conseguiu reunir elementos
informativos no sentido de que João teria sido o autor da subtração, já que, além de ter sido
regularmente reconhecido pela vítima, foi apreendido em seu poder o celular subtraído e a arma
branca utilizada. Após a conclusão do inquérito policial, os autos são encaminhados ao Ministério
Público com relatório final de investigação, indiciando João, que se encontrava em liberdade
provisória. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no
gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. Indignada, Carla
procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima.
Você, na qualidade de advogado(a) de Carla deve adotar a medida cabível. Informa-se que a
cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais
Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.
(Valor: 5,00 pontos)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE NITERÓI/RJ
I) DA TEMPESTIVIDADE E LEGITIMIDADE
A presente queixa-crime subsidiária foi oferecida dentro do prazo de 6 meses,
a contar da inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia dentro do prazo do artigo
46 do Código de Processo Penal, nos termos dos artigos 38 do Código de Processo Penal
e art. 103 do Código Penal.
Considerando ter extrapolado o prazo para o Ministério Público oferecer a
denúncia, a ofendida passou a ter legitimidade para oferecer a presente queixa-crime
subsidiária.
sozinha pela rua, quando foi surpreendida pelo querelado, que, por meio de grave ameaça,
com emprego de uma faca, subtraiu o seu celular.
A subtração ocorreu por meio de emprego de faca, incidindo, por isso, a causa
de aumento de pena prevista no artigo 157, §2º, VII, do Código Penal.
III) DO DIREITO
Ao subtrair o celular da querelante, com emprego de uma faca, o querelado
praticou o crime previsto no artigo 157, § 2º, VII, do Código Penal.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, a querelante requer:
a) O recebimento da presente queixa-crime subsidiária;
b) A citação do querelado;
c) A condenação do querelado pela prática do crime previsto no artigo 157, §
2º, VII, do Código Penal;
d) A fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso
IV, do Código de Processo Penal;
e) A produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) Amarildo...;
2) Carlos...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado ...
OAB...
Como resolver razões de apelação
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de
roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do
caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.
Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele
ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o
ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de
subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica
guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário
que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,
antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,
já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,
verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano
criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público
requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso
nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,
de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.
O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos
fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,
Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que
pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem
qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela
prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da
ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em
alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da
denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de
imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-
base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada
procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)
meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,
incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a
apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado
à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou
acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o
fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza
os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência
da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas
cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o
recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira
dia útil em todo o país.
Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado tentado,
previsto no art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
O réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Ministério Público requereu a
condenação.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal, fixando a
pena de 05 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE
O advogado do réu renunciou aos poderes, tendo o Magistrado, de imediato,
concedido vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
em face do réu enquanto era inimputável. Todavia, não poderia o Magistrado elevar a
que com decisão definitiva, não enseja maus antecedentes, já que decisão reconhecendo
a prática de ato infracional não constitui fundamento idôneo a elevar a pena- base. Logo,
D) DA ATENUANTE DA MENORIDADE
de 21 (vinte e um) anos na data dos fatos. Logo, incide a atenuante da menoridade
relativa, prevista no art. 65, inciso I, do Código Penal. Assim, requer seja reconhecida a
E) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
Ao ser interrogado, o réu confessou os fatos, confirmando integralmente os
fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que pretendia praticar.
Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no art. 65, inciso III,
alínea d, do Código Penal.
F) DO AFASTAMENTO DO AUMENTO DE PENA PELO EMPREGO DE
ARMA
H) DO REGIME CARCERÁRIO
O Juiz fixou o regime inicial fechado, justificando que o crime de roubo é
extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias.
Todavia, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do delito não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que permitia a pena
aplicada, nos termos das Súmula nº 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal Federal, e
Súmula nº 440 do Superior Tribunal de Justiça. Assim, considerando que a pena não supera
04 anos, deveria ser fixado o regime carcerário aberto, nos termos do art. 33, § 2º, alínea
c, do Código Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma
da decisão recorrida, para o fim de que:
a) Seja declarada a nulidade do processo a partir das alegações finais pela
Defensoria Pública;
b) Seja o réu absolvido, com base no art. 386, inciso III, do Código de Processo
Penal;
c) Seja afastado o aumento pelos maus antecedentes, fixando a pena-base no
mínimo legal;
d) Seja reconhecida a atenuante da menoridade relativa, nos termos do art. 65,
inciso I, do Código Penal;
e) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos termos do art.
65, inciso III, alínea d, do Código Penal;
f) Seja afastado o aumento da pena pelo emprego de arma de fogo, fixando a
pena no mínimo legal;
g) Seja considerada a redução máxima pela tentativa, ou seja, em 2/3 (dois
terços) da pena;
h) Seja concedido o sursis, nos termos do art. 77 do Código Penal;
i) Seja fixado o regime inicial aberto de cumprimento de pena, nos termos do
art. 33, § 2º, alínea c, do Código Penal;
j) Seja expedido o alvará de soltura do réu.
Advogado....
OAB...
Como resolver contrarrazões de recurso em sentido estrito
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de
cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum
procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura
do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no
art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a conversão
da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e
concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da decisão no dia
04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante o juízo de
primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016 (quinta-feira),
argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória, nos
termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão preventiva,
sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta
a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado, então, recebeu o
recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia 09 de junho de 2016
(quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida cabível. Com base nas
informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo,
sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as informações narradas,
na condição de advogado(a) de Roniquito, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas
corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia
do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis
em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...
Autos nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é
tempestiva.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....
I) DOS FATOS
O recorrido foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o delito
de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão
preventiva.
O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e concedeu a liberdade
provisória.
Inconformado, o Ministério Público interpôs Recurso em Sentido Estrito. O
recurso foi recebido e a defesa intimada para apresentar a medida cabível.
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 04 de maio de 2016, numa
quarta-feira, e apresentou Recurso em Sentido Estrito no dia 19 de maio de 2016. Todavia,
nos termos do art. 586 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor o Recurso em
Sentido Estrito é de 05 dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação da decisão e da
interposição do recurso passaram mais de 05 dias, já que o último dia do prazo seria 09 de
maio de 2016, conclui-se que o Recurso em Sentido Estrito é intempestivo.
Logo, não deve ser conhecido o recurso.
C) DA GRAVIDADE EM ABSTRATO
O Ministério Público busca a prisão do recorrido, afirmando que estão
presentes os requisitos da prisão preventiva, sobretudo a garantia da ordem pública, já que
o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta a existência de um Estado paralelo e a
prática de outros delitos.
Todavia, a opinião do julgador acerca da gravidade em abstrato do delito não
constitui motivação idônea e suficiente para embasar um decreto de prisão, sendo
necessária decisão fundamentada, apontando de forma concreta, um dos motivos
ensejadores da prisão preventiva, constantes no art. 312 do Código de Processo Penal,
bem como nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal/1988 e art. 5º, inciso
LXI, da Constituição de Federal/1988, bem como o artigo 312, § 2º, do Código de Processo
Penal, e artigo 315, § 2º, II, do Código de Processo Penal.
Logo, considerando que não estão presentes os requisitos que autorizam a
preventiva, sobretudo porque o recorrido é primário, o recurso em sentido estrito deve ser
improvido.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja IMPROVIDO
o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público, MANTENDO-SE a decisão
recorrida nos seus exatos termos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Como resolver contrarrazões de agravo em execução
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um
aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela
vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto
denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal
a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado
e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro
de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro
de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo
progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos
subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você,
advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo
da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente.
O pedido foi deferido pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de
setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério
Público apresentou recurso de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado
das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:
a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o
benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir
metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;
Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas
do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia
do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO
PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é
tempestiva.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Processo nº...
I) DOS FATOS
O agravado foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais
do artigo 157, “caput”, do Código Penal, a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e
06 meses de reclusão, em regime inicial fechado.
A sentença transitou em julgado para ambas as partes no dia 11 de
setembro de 2013.
No dia 25 de agosto de 2015, o agravado formulou pedido de livramento
condicional, que foi deferido pelo Juiz da Execução Penal.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de agravo em
execução, acompanhado das razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015.
O Magistrado recebeu o recurso interposto pelo Ministério Público e intimou
a defesa para apresentar e medida cabível.
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO EM EXECUÇÃO
O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 14 de setembro de 2015
e interpôs o recurso de agravo em execução no dia 30 de setembro de 2015.
Todavia, nos termos do artigo 586 do Código de Processo Penal e Súmula
700 do Supremo Tribunal Federal, o prazo para interposição do recurso é de cinco dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação e da interposição do
recurso passaram mais de cinco dias, já que o prazo vencia no dia 21 de setembro de 2015,
conclui-se que o recurso de agravo em execução é intempestivo.
Diante disso, o recurso de agravo em execução não deve ser conhecido.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja IMPROVIDO o
recurso de agravo em execução, MANTENDO-SE, por conseguinte, a decisão recorrida
nos seus exatos termos.
Advogado...
OAB...
Como resolver carta testemunhável
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de
agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de
2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não
recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,
considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o
recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... data...
Advogado...
OAB...
Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é
tempestiva.
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Testemunhante/recorrente: Jerusa
Testemunhado/recorrido: Ministério Público
Processo nº ...
I) DOS FATOS
A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta de Diogo. Não
obstante a presteza do socorro, Diogo faleceu em razão dos ferimentos sofridos pela
colisão.
Após o encerramento do respectivo inquérito policial, o Ministério Público
ofereceu denúncia contra a recorrente Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de
homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final,
ambos do Código Penal).
Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente
fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória.
Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que não foi
recebido pelo Magistrado, sob o fundamento de que é intempestivo.
II) DO DIREITO
A) Da carta testemunhável/Do recurso em sentido estrito denegado
O Magistrado não recebeu o recurso, sob o fundamento de que seria
intempestivo, já que a data fatal, segundo ele, seria o dia 06 de agosto de 2013.
Todavia, como se trata de prazo processual, o termo inicial para a contagem
do prazo do recurso é o primeiro dia útil após a intimação, nos termos do artigo 798 do
Código de Processo Penal.
Assim, considerando que a intimação ocorreu no dia 02 de agosto de 2013,
que caiu numa sexta-feira, o prazo recursal começou a correr no primeiro dia útil, segunda-
feira, qual seja, 05 de agosto de 2013, vencendo no dia 09 de agosto de 2013.
Logo, requer o testemunhante seja recebido o recurso em sentido estrito
denegado, pois interposto dentro do prazo previsto em lei.
B) DA DESCLASSIFICAÇÃO
Estando o presente recurso suficientemente instruído, verifica-se a
possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado, nos termos do artigo 644 do Código
de Processo Penal.
A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a morte
de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e
pronunciada pela prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte
de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a recorrente não agiu com
dolo, uma vez que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê o
artigo 18, I (parte final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria
do consentimento.
Nesse sentido, o fato atribuído à recorrente deveria, em tese, ser classificado
como homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 do
Código de Trânsito Brasileiro.
Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri
não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação
do delito, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal, remetendo-se os autos
ao juízo competente.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso, reformada a decisão e
provido o presente recurso, para o fim de que:
a) seja recebido o recurso em sentido estrito denegado;
b) seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso, para o delito de
homicídio culposo na condução de veículo automotor (Art. 302 do Código de Trânsito
Brasileiro), remetendo-se os autos para o Juízo Competente, nos termos do artigo 419 do
Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Como resolver recurso especial
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua
modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime aberto.
Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o
benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não
fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição
de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício
concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento
da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão,
fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na
sentença condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos
fornecidos, você, advogado(a) de Daniel foi intimado, para apresentar a medida cabível. Com base
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é
tempestiva.
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Recorrente: DANIEL
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Recurso nº ...
I) DOS FATOS
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de
roubo simples em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos
de reclusão em regime aberto, concedendo-lhe o benefício da suspensão condicional da
execução da pena, não fixando nenhuma condição.
Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição de
Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do
benefício concedido por uma pena restritiva de direitos.
O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação, de forma
unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as condições
do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na sentença
condenatória.
II) DO DIREITO
O recorrente foi condenado pela prática do delito de roubo simples tentado,
sendo-lhe concedido o benefício da suspensão condicional da pena, sem, no entanto, terem
sido fixadas condições. Todavia, em recurso exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça
negou provimento ao pedido formulado e, ainda, fixou as condições do sursis, violando o
disposto no art. 617 do Código de Processo Penal, já que a fixação das condições cabia ao
juiz de 1º grau.
Como não houve impugnação por parte do Ministério Público, a decisão
proferida pelo Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do
Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso especial,
para o fim de que seja REFORMADO O ACÓRDÃO e, consequentemente, mantida a decisão
que concedeu o sursis, sem estabelecer as condições do benefício.
Nestes temos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Como resolver mandado de segurança
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Jurema, atrasada para um encontro pessoal, dirige seu carro sem observar o limite de velocidade
exigida para o local. Em uma via de mão dupla, Jurema atravessou a via preferencial e, de forma
imprudente, acabou atingindo a motocicleta conduzida por Francisco. Não obstante o socorro
rápido, Francisco vem a falecer em decorrência dos ferimentos sofridos pela colisão provocada
por Jurema. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o
Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jurema, imputando-lhe a prática do delito de
homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 do Código de
Trânsito Brasileiro, sendo a peça acusatória recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca
de Niterói/RJ. Ao longo da ação penal, Maria, companheira de Francisco, formula pedido de
habilitação na condição de assistente à acusação, acompanhado do respectivo contrato de união
estável. O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de
Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como assistente à acusação.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore, na
condição de advogado de Maria, a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
I) DA TEMPESTIVIDADE
O presente mandado de segurança é tempestivo, uma vez que impetrado
dentro do prazo de 120 dias, na forma do artigo 23 da Lei nº 12.016/2009.5
Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos mencionar a que o mandado de
segurança é tempestivo.
O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do
Código de Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como
assistente à acusação.
III) DO DIREITO
O Magistrado indeferiu o pedido de habilitação à assistente à acusação
formulado pela impetrante, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de Processo
Penal não prevê legitimidade da companheira para intervir como assistente à acusação.
Todavia, embora o artigo 268 do Código de Processo Penal não faça
referência à legitimidade do companheiro nos casos de união estável, o artigo 226, § 3º, da
Constituição Federal, reconheceu a união estável entre homem e mulher como entidade
familiar para fins de proteção do Estado.
Logo, a própria Constituição Federal legitima a companheira como sucessor
no caso de falecimento do ofendido para fins de habilitação como assistente da acusação.
Assim, a decisão proferida pelo Magistrado violou direito líquido e certo da
impetrante, a concessão do mandado de segurança é medida que se impõe.
IV) DA LIMINAR
Como se vê, estão presentes o fumus boni juris e o periculum in mora,
pressupostos autorizadores da concessão liminar do mandado de segurança postulado.
A impetrante juntou aos autos o contrato de união estável, demonstrando sua
condição de companheira da vítima e parte legítima para figurar como assistente da
acusação.
ato da autoridade judiciária, já que a impetrante não poderá se manifestar nos atos
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...