Material de Apoio Completo para Saxofone
Material de Apoio Completo para Saxofone
Material de Apoio Completo para Saxofone
Atenciosamente,
Suelen Mondini
Suelen Mondini
Instrumentista e estudiosa dos processos de
ensino-aprendizagem com música. Graduada
em licenciatura em música e pós-graduada
em educação musical, é atuante em
diferentes áreas da didática e da
performance. Entusiasta da área da
comunicação e da produção de conteúdo na
internet.
Agradecimentos
À Deus, que me guia e abençoa nesta caminhada com a música;
Aos meus pais, que nas maiores dificuldades não mediram esforços para me oportunizar uma infância saudável
e uma educação digna;
Ao meu marido e companheiro Jurian Sutter, homem íntegro e meu grande incentivador;
Aos mestres/professores/amigos que marcaram a minha formação: João Bohn (in memoriam), Hélio Reichert,
Melita Bona, Hector Costita, Erik Heimann Pais, Bia Pasold, Noemi Kellermann, Roberto Fabiano Rossbach;
Aos amigos de longa data e aos alunos com os quais mais aprendi do que ensinei;
À Theo Wanne Mouthpieces, Vermont Paris, Sax Shop, Rigotti e Resonare atelier de sopros, marcas e lojas
apoiadoras do meu trabalho, com as quais tenho a honra de integrar o time de artistas e endorsers;
Aos alunos, instrumentistas e professores seguidores do meu trabalho na internet, porque sem vocês nada
seria possível.
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ROTEIRO DAS VIDEO AULAS
AULA 1
Parte 1: Apresentação do curso
Parte 2: Características históricas
Parte 3: A família do saxofone
Parte 4: Saxofonistas
AULA 2
Parte 5: O instrumento e suas partes
Parte 6: Como montar o seu saxofone
Parte 7: Cuidados de limpeza e manutenção
Parte 8: Postura de corpo, braços e mãos, sentado e em pé para saxofone alto e saxofone tenor
Parte 9: Exercícios de alongamento
AULA 3
Parte 10: Considerações sobre respiração
Exercícios
Parte 11: Embocadura
Exercícios com boquilha e boquilha com tudel
Parte 12: Articulação
Metrônomo
Exercícios
AULA 5
Parte 17: A extensão de notas do saxofone e os voicings (vocalizes)
Parte 18: As notas Si, Lá e Sol
Exercícios livres: ligados e articulados
Parte 19: Exercícios melódicos nº 1, nº 2, nº 3 e nº 4
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MÓDULO 2 Habilidades gerais
AULA 6
Parte 20: Considerações sobre afinação
Afinando seu saxofone
Parte 21: Exercício com cifragem popular nº5
Parte 22: A nota dó e suas particularidades
Parte 23: Exercícios de mecanismo (notas Sol, Lá, Si e Dó) nº 6, nº 7, nº 8, nº 9, nº 10 e nº11
AULA 7
Parte 24: Exercícios melódicos nº12, nº13 e nº14
Parte 25: Au clair de la lune (tradicional francesa) nº15
Exercício com cifragem popular nº16
AULA 8
Parte 26: Digitação das notas fá e mi e voicings dos graves
Exercício específico nº17 (dó ao mi, legato)
Parte 27: Exercícios melódicos nº18, nº19 e nº20
Ligadura
AULA 9
Parte 28: Os sinais de alteração
Algumas regras e os tipos de sinais de alteração
Parte 29: Digitação das notas Dó# e Fá#
Exercícios nº21 e nº22
Parte 30: Compassos simples
Os pulsos e suas subdivisões
Exercício rítmico nº23
AULA 10
Parte 31: Dinâmica
Parte 32: Digitação da nota Ré grave
Exercícios nº 24 e nº25
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MÓDULO 3 Ampliando os conhecimentos
AULA 11
Parte 33: Os agudos e a chave de registro
Notas re mi fá, fá# e sol agudos
Parte 34: Exercícios de mecanismo nº26, nº27, nº28, nº29, nº30, nº31, nº32, nº33, nº34, nº35, nº36,
nº37, nº38, nº39 e nº40.
Parte 35: Escalas Maiores
Escala de Sol Maior
Parte 36: Parabéns pra você em Dó Maior (nº41) e Parabéns pra você em Sol Maior (nº42)
AULA 12
Parte 37: Yellow Submarine (nº43)
Parte 38: Escala de Ré Maior
Silent Night (nº44)
AULA 13
Parte 39: Acentuação métrica
Iniciação e terminação rítmica
Parte 40: Sing a ling a ling a ling (nº45)
AULA 14
Parte 41: Enarmonia e temperamento
Digitações alternativas e seus usos
Digitações das notas enarmônicas Sib e Lá#
Parte 42: Exercícios com Sib/Lá# (digitação básica) nº46, nº47 e nº48
Exercícios com Sib/Lá# (digitação alternativa) nº49, nº50 e nº51
Parte 43: Escala de Fá Maior
Sourwood montain nº52
AULA 15
Parte 44: Nota Dó grave
Exercício especifico nº53 (sol ao dó, legato)
Parte 45: Exercícios de notas longas e sua importância: nº54
Parte 46: Yesterday em Fá Maior nº55
Síncope
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MÓDULO 4 Desafios e extras
AULA 16
Parte 47: Notas lá si e dó agudos
Parte 48: Sinais de acentuação: tenuto, marcato e sforzando
Parte 49: Somewhere over the rainbow em Dó Maior nº56
Contratempo
AULA 17
Parte 50: Algumas outras notas alteradas ré#/mib, sol#/láb
Parte 51: Escala de Sib Maior nº57
Escala de Lá Maior nº58
Escala de Mib Maior nº59
AULA 18
Parte 52: Tercinas em compassos simples
Compasso composto
Parte 53: Ré mi e fá agudíssimos
Parte 54: Marionet em Dó Maior nº60
AULA 19
Parte 55: Mesa dos graves e o dó#, si e sib
Parte 56: Exercicio específíco (mi ao sib, legato) nº61
CONTEÚDO EXTRA
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MÓDULO 1
AULA 1
Parte 1
Apresentação do curso
Ementa: Desenvolvimento dos fundamentos básicos no saxofone: respiração, articulação, embocadura,
mecanismo e postura. Aprimoramento de elementos técnicos e interpretativos a nível básico.
Conhecimento da notação musical.
Objetivos: Proporcionar a iniciação ao saxofone, desenvolvendo os fundamentos básicos do instrumento
de forma correta e progressiva. Oportunizar a aprendizagem “EAD” (ensino à distância) com qualidade e
assessoria individual. Auxiliar na formação inicial de saxofonistas conscientes, investigativos e sensíveis
ao fazer artístico. Objetivar o desenvolvimento técnico e interpretativo, independente de estilo, setup ou
aspirações profissionais. Contribuir no desenvolvimento de uma correta memória muscular. Auxiliar na
correção de quaisquer fundamentos para saxofonistas a nível intermediário ou profissional. Servir como
referencial teórico para professores e instrumentistas que atuam com docência em diferentes realidades.
Metodologia: Aulas online, de duração variada, com disponibilização de e-books e material de apoio.
Assessoria individual via texto ou vídeo.
Público-alvo: iniciantes (adolescentes e adultos) que buscam seu primeiro contato com o saxofone ou
com a música; estudantes de saxofone que queiram e/ou precisem corrigir quaisquer fundamentos do
instrumento; professores que buscam referências de uma proposta didática fundamentada e eficaz.
Duração indicada: 20 semanas
Informações gerais
O curso “Start Sax” é composto por 20 aulas, de duração variada. Sugere-se a realização de
uma aula por semana para iniciantes. Nos demais casos, a regularidade e frequência das
aulas pode ser adaptada às necessidades individuais. O acesso às videoaulas e materiais é
permanente (inclusive após as 24 semanas da data de compra) e o aluno pode retornar e
repetir as aulas quantas vezes achar necessário. Os e-books e materiais de apoio podem
ser baixados diretamente para seu desktop, smartphone ou notebook.
A assessoria é feita via e-mail e comentários na plataforma Hotmart, durante o período de
20 semanas, contadas a partir da data de aprovação da compra. A assessoria não é
obrigatória, sendo de decisão do aluno requerê-la ou não. Solicite assessoria pelo e-mail
[email protected]
Será aceita a análise e assessoria de somente um estudante por login. Seu login e senha
são intransferíveis, valorize o trabalho do autor.
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Parte 2
Características históricas
O saxofone é um instrumento que surgiu na metade do século XIX pelas mãos de um belga,
fabricante de instrumentos musicais e aficionado por sonoridades diferentes. Antoine-Joseph Sax, que
posteriormente intitulou-se Adolphe Sax, viveu em meio à revolução industrial da Europa e da
popularização de materiais como o metal. Esta realidade somada ao seu interesse por acústica e variados
timbres oportunizou a criação de diferentes instrumentos e o aperfeiçoamento de outros mais.
Em meio às suas diversas invenções surgiu o “oficleide”, que era, basicamente, a boquilha e a
palheta simples do clarinete baixo anexados à um corpo metálico. Este protótipo foi desenvolvido,
aprimorado, construído em diversos tamanhos e em 1846 foi patenteado, originando a família dos
saxofones. A teoria é reforçada com o dado de que o primeiro saxofone a ser desenvolvido era um
instrumento grave, possivelmente pela necessidade das bandas militares francesas em reforçar os
instrumentos de registro grave.
Adolphe Sax foi o primeiro professor de saxofone e em parceira com Georges Kastner desenvolveu
o primeiro método para o instrumento. Primeiramente, o saxofone popularizou-se me meio às bandas
militares. Posteriormente o compositor Rudy Wiedoeft, grande conhecedor da técnica do instrumento, foi,
de certa forma, o responsável por aproximar o saxofone do jazz. Seu trabalho incentivou novos
instrumentistas em formação em períodos que antecederam a era do jazz.
Na primeira metade do século XX o saxofone consolidou sua presença na música clássica por
influência principal de Marcel Renè Mule, que posteriormente foi convidado a retomar o curso de saxofone
do Conservatório de Paris. A partir daí a família do saxofone foi explorada por diferentes compositores e
instrumentistas em diferentes estilos, propostas e formações.
Parte 3
* Escala geral: conjunto de sons de altura definida que o ouvido humano pode identificar.
*Tessitura: conjunto de sons – do mais grave ao mais agudo – que o instrumento pode executar.
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Os saxofones mais conhecidos e utilizados atualmente são os seguintes:
Saxofone Soprano em Sib Saxofone Alto em Mib Saxofone Tenor em Sib Saxofone Barítono em Mib
Curvo Reto
Parte 4
Saxofonistas
Para você construir uma aprendizagem completa e adquirir uma identidade tímbrica é
importantíssimo desenvolver uma escuta musical consciente. Buscar referências em outros
instrumentistas é tão importante quanto manter uma prática regular e progressiva com o seu instrumento.
Não limite sua escuta ao saxofone ou estilos musicais específicos. Liberte-se de preconceitos e escute
música sob um aspecto investigativo e analítico. Como este método foca na aprendizagem com o
saxofone, daremos prioridade à exemplos e referências de saxofonistas, brasileiros e estrangeiros. Mas,
não esqueça das dicas acima, ok?
Nivaldo Ornelas Marcelo Martins Charlie Parker Marcel Mule Joe Henderson
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AULA 2
Parte 5
Boquilha
Tudel
Abraçadeira
ou braçadeira Chaves
Campana
Correia
Corpo
Graxa lubrificante
Pano de limpeza
Palheta
* Aerofone: Instrumentos que produzem o som a partir de uma fonte de ar. Exemplos: instrumentos de sopro, acordeom e órgão
de tubos.
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O instrumento
O saxofone, com exceção dos acessórios, é composto pelo corpo e pelo tudel. Encontramos uma
grande variedade de opções no mercado, partindo de instrumentos estudantes à instrumentos
profissionais. Ao comprar seu instrumento é importante ficar atento à algumas características como:
procedência, marca, modelo, mecânica, acabamento externo, etc. Quando possível, é interessante pedir
auxílio à um saxofonista experiente, que poderá experimentar o instrumento e atestar sua relação custo-
benefício. Muitas vezes vale a pena considerar comprar um instrumento usado, em boas condições e de
melhor qualidade que um novo de qualidade inferior. Outra precaução é verificar a loja e/ou o vendedor.
Existe um comércio de produtos falsificados intenso nesse meio, além da execução de golpes. Por isso,
fique atento e seja cauteloso.
Boquilha
A boquilha é a parte do saxofone que tem contato direto com os lábios e dentes superiores do
instrumentista. Existem diversos aspectos na anatomia da boquilha que influenciam diretamente nas
características do som que o saxofonista emite, como: o material de que é feita, a câmara interna (forma
e espaço interno), a abertura (distância entre a ponta da boquilha e a ponta da palheta), etc. Com o
aprimoramento técnico e o amadurecimento tímbrico, o saxofonista deve buscar a melhor boquilha, de
acordo com seus objetivos, preferências tímbricas e realidade musical (estilos musicais, formações) em
que atua.
Para começar, é importante utilizar uma boquilha intermediária* de boa qualidade, auxiliando na
fundamentação de uma boa embocadura. As marcas que produzem saxofones geralmente encaminham
uma boquilha juntamente com outros acessórios. Porém, as boquilhas que acompanham esses
instrumentos (de marcas de custo-benefício mais baixo) não são boas opções para o novo instrumentista.
Então, se você comprou um saxofone novo, nas características que expus acima, compre uma boquilha
de qualidade superior àquela que veio juntamente com o instrumento. Esse pequeno investimento trará
inúmeros benefícios para seu aprendizado. No mercado brasileiro, para iniciantes, uma ótima opção são
as boquilhas de massa da Yamaha. Existem diversas numerações (3C, 4C, 5C, 6C, 7C). Aconselho você
a comprar: para saxofone alto Yamaha 4C ou Yamaha 5C e para saxofone tenor Yamaha 5C. Se você
optar por um saxofone da Yamaha, esta boquilha já acompanha o instrumento, de fábrica.
Abraçadeira ou braçadeira
A abraçadeira é o acessório que fixa a palheta na boquilha. O material com que é feita e sua anatomia
também influenciarão no resultado tímbrico do instrumentista, pois suas características anatômicas
influenciam, principalmente, na forma de como a palheta irá vibrar. Essas mudanças são menos
perceptíveis quando comparadas à influência da boquilha na sonoridade. Porém, podem fazer bastante
diferença para músicos mais experientes.
Caso você seja iniciante, não há a necessidade de investir em abraçadeiras caras e rebuscadas.
Busque uma abraçadeira que fixe corretamente a palheta na boquilha e que não dificulte o manuseio na
hora de montar e desmontar o seu instrumento.
Palheta
A palheta é a parte do instrumento responsável pelo início da produção sonora, juntamente com a
boquilha e a abraçadeira. É graças a ela e as suas particularidades de produção do som que o saxofone
faz parte das famílias das madeiras. Existem palhetas de diversos materiais, cortes e espessuras e o
mercado oferece uma diversidade generosa de opções. As palhetas são específicas para cada tipo de
saxofone e sua numeração faz referência à espessura. Geralmente, quanto maior a abertura da boquilha,
menor será o número da palheta e vice-e-versa. Porém, existem outras questões a ponderar além das
particularidades de cada instrumentista. Cada marca possui modelos variados, com qualidade variada e
formas diferentes de numerar as palhetas. Por isso, com o passar do tempo, é interessante
*Boquilha intermediária: refiro-me às boquilhas que não tenham características anatômicas muito específicas ou nos extremos
dos limites de abertura, câmara, etc.
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conhecer e experimentar diferentes palhetas para adquirir uma percepção mais fiel à sua realidade. Um
dos assuntos mais discutidos neste universo é a escolha entre palhetas naturais - de tipos diversos de
Arundo donax*- e palhetas sintéticas. Existem opiniões e realidades distintas, onde as duas opções
podem ser úteis. Porém, mesmo após avanços e pesquisas, as palhetas sintéticas ainda não alcançaram
o resultado tímbrico proporcionado pelas palhetas naturais. Estas últimas, tem uma vida útil relativamente
curta comparando-as com as sintéticas, que possuem uma durabilidade maior e custam mais.
Caso você seja iniciante, sugiro iniciar com palhetas naturais. Para as boquilhas com as numerações
sugeridas anteriormente, as palhetas de nº 3 ou 3 ½ são as ideais, porém para estudantes que já tocam
a determinado tempo e mantém uma rotina de estudos. Os iniciantes podem começar com a palhetas
naturais de numeração 2 e 2 ½, em média, dependendo da palheta. As numerações nem sempre são
equivalentes e podem mudar conforme marca e/ou modelo.
Algumas marcas, modelos e numerações de palhetas naturais para iniciantes (para as numerações de
boquilha sugeridas):
Correia
A correia é o acessório que sustenta o saxofone. Existem diversos tipos e modelos, que podem
circundar o pescoço, o peitoral, os ombros, distribuindo o peso em diferentes áreas. O ideal é escolher o
modelo mais confortável e compatível com uma boa postura. Evite correias frágeis que possam se romper
ou não prendam com segurança o instrumento e machuquem sua pele. Lembre que os saxofones são
instrumentos pesados, você passará bastante tempo com seu instrumento e a longo prazo, se não tomar
as devias precauções, pode comprometer questões posturais.
Graxa lubrificante
A graxa lubrificante serve para lubrificar a cortiça do tudel (parte onde encaixa-se a boquilha) e
também a parte inferior do tudel que se encaixa ao corpo do instrumento. Existem diversas marcas e
tamanhos variados.
Pano de limpeza
O pano de limpeza serve para secar seu instrumento após o uso. Existem diversos modelos. Dê
preferência aos modelos que possuem um cordão conectado a um peso, que facilita a secagem interna
do instrumento.
Cobre boquilha
O cobre boquilha é um protetor para a boquilha e a palheta em momentos que você estiver descansando
ou intervalando seus estudos.
Protetor de boquilha
O protetor de boquilha é utilizado na parte superior da boquilha para evitar o atrito entre os dentes e a
boquilha.
Existem ainda outros acessórios para o instrumento. Porém, os relacionados acima são os
acessórios mais importantes para o estudante de saxofone.
*Arundo donax: nome cientifico de um tipo de bambú, da família Poaceae, conhecida popularmente como cana-do-reino ou
cana.
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Parte 6
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Quarto passo: encaixe o tudel ao corpo fazendo movimentos de vai e vem.
Aperte o parafuso para fixar o tudel.
Verifique o tipo de abraçadeira que você tem. Algumas tem dois pinos de ajuste, outras um. Em
algumas o pino fica na parte inferior da boquilha, próximo à palheta. Em outras o pino fica na parte
superior.
Sétimo passo: ajuste a correia para que o saxofone fique na altura ideal.
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Parte 7
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Parte 8
Saxofone Alto
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Saxofone Tenor
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Parte 9
Exercícios de alongamento
Para manter a saúde articulativa e muscular e proporcionar um maior rendimento, aconselha-se,
antes de tocar, realizar alguns dos exercícios abaixo:
1) Alongar o corpo:
a. Buscar alcançar o teto, mãos e dedos esticados, cabeça e olhar para cima.
2) Alongar o pescoço:
a. Movimentar para os lados;
b. Direcionar o queixo para o peito e posteriormente para o teto (nesta última com a boca aberta);
c. Girar para ambos os lados, completando um movimento de 360º.
3) Relaxar os ombros:
a. Movimentar para cima e para baixo, em repetições rápidas e movimentos curtos;
b. Realizar movimentos circulares, para frente e para trás;
c. Balançar os braços e mãos, soltos, com movimentos para frente e para trás.
4) Alongar os braços:
a. Posicionar braço esticado à frente do corpo com palma da mão para frente e dedos para cima.
Fazer pressão com a outra mão, empurrando os dedos em direção ao corpo. Alternar os braços;
b. Posicionar braço esticado à frente do corpo com palma da mão para frente e dedos para baixo.
Fazer pressão com a outra mão, empurrando os dedos em direção ao corpo. Alternar os braços;
5) Alongar os pulsos:
a. Fazer movimentos circulares para a esquerda e para a direita, com os punhos fechados.
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AULA 3
Parte 10
Exercícios
Abaixo estão descritos alguns exercícios que auxiliarão na conscientização da musculatura do apoio
desenvolvendo o controle da coluna de ar e proporcionando uma emissão correta.
a. Deitar em uma superfície plana, colocando as mãos apoiadas sobre o abdômen, centralizando
próximo ao umbigo. Pressionar as mãos para dentro enquanto faz o movimento contrário com o
estômago e o abdômen. Variar a intensidade dos dois movimentos e observar como o diafragma
se movimenta;
b. Inspirar com o queixo, lábios e boca relaxados e glote aberta (como bocejar). Expirar rápido e
com força, pela boca. Repetir esse processo continuamente. Perceber movimentação da
musculatura abdominal, intercostal e do diafragma.
c. Inspirar pela boca e soltar o ar com as consoantes: S, X e F. Manter a mesma pressão de ar
até o término;
d. Inspirar pela boca e soltar o ar com movimentos curtos do diafragma e do abdômen, usando
as consoantes: S, X e F.
e. A exemplo da letra “d”, executar a sequência: SS XX FF
Parte 11
Embocadura
A embocadura é a forma como posicionamos os lábios, o maxilar, os dentes e algumas das
musculaturas da face para soprar. Existem alguns tipos de embocaduras diferentes, conforme a escola*
ou estilo musical em que atua o saxofonista. Porém, ao iniciar a prática com o saxofone é importante
desenvolver uma embocadura básica que promova o controle e a homogeneidade tímbrica em toda a
tessitura* do instrumento. Uma correta embocadura é indispensável para produzir um bom timbre e
desenvolver a afinação*, consequências do fluxo de ar constante e da correta vibração da palheta.
*Diafragma: feixe muscular e tendinoso que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.
*Apoio: suporte muscular para o controle do ar.
*Escola: conjunto de características da execução do instrumentista baseada em uma sonoridade específica, sendo esta última
estabelecida por questões históricas.
*Tessitura: conjunto de sons – do mais grave ao mais agudo – que o instrumento pode executar.
*Afinação: processo de produção dos sons que iguala as frequências e suas relações.
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Para tocar o saxofonista deve apoiar os dentes superiores na parte superior da boquilha. Seu lábio
superior deve repousar naturalmente e o lábio inferior dobra-se levemente para dentro*. Toda a
musculatura em torno dos lábios direciona-se à ponta da boquilha. Repouse o lábio inferior próximo à
parte onde a palheta começa a encostar na boquilha, mantendo o lábio superior paralelo. Não force ou
aperte demasiadamente o lábio inferior, pois esta ação prejudica a vibração da palheta. Lembre-se: o
ponto de apoio é nos dentes superiores e o tônus da musculatura da face é igual em toda a circunferência
próxima aos lábios. Evite desalinhar os maxilares e tensionar a musculatura da face. Excesso de dor não
é normal e é prejudicial para você. A inspiração para tocar saxofone é buco nasal, ou seja, pela boca e –
consequentemente – pelo nariz. Para inspirar, mantenha os dentes superiores apoiados e erga os lábios
superiores, possibilitando a entrada do ar.
Exercícios
Agora, vamos finalmente soprar e sentir a coluna de ar, a vibração da palheta e o tônus das musculaturas.
*Dobra-se levemente para dentro: Esta é uma das formas de posicionamento do lábio inferior. Alguns saxofonistas não o
dobram. Porém, pode-se considerar esta uma variante específica a alguns estilos musicais. Outro ponto a considerar é a
influência das diferenças anatômicas de cada saxofonista no posicionamento do lábio inferior.
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Exercício 1: Monte o tudel anexo à boquilha com palheta e abraçadeira. Segure no tudel, posicione a
embocadura e sopre. Experimente outras embocaduras, em posições diferentes daquela descrita acima.
Neste exercício você deve explorar sonoridades e sensações, como uma brincadeira sonora. Preste
atenção às mudanças tímbricas conforme você altera a embocadura. Cuide para não quebrar a palheta.
Exercício 2: Ainda com o tudel e a boquilha, posicione a embocadura e sopre. Porém, neste segundo
exercício, busque posicionar a embocadura conforme a descrição acima. Repita o exercício várias vezes
tentando estabilizar a nota, sem mudanças na altura ou vibrações. Faça este exercício em frente ao
espelho, para observar como está a posição da sua embocadura. Na hora de inspirar, não retire o lábio
inferior do lugar. Siga as instruções acima.
O som que você deve executar O som que você deve evitar
Exercício 3: Repita o exercício acima, porém utilizando somente a boquilha. Busque os mesmos
resultados.
É importante lembrar da respiração e das questões abordadas anteriormente. Aos poucos, seu corpo irá
criando uma memória muscular. Lembre-se: é a repetição que auxiliará no desenvolvimento desta
memória muscular e na fixação de todos os fundamentos. Toque em períodos curtos, todos os dias ou no
máximo de dias que conseguir.
Parte 12
Articulação
A articulação caracteriza a limpidez da interpretação musical vista pela separação dos sons em uma
frase musical. Na prática, é a forma como o som é emitido e iniciado. Ou seja, o que divide os sons em
uma mesma frase musical não é o ato de inspirar e sim a articulação. Cada família de instrumentos possui
uma forma diversa de articular de acordo com as suas características físicas e anatômicas. Os
instrumentos de sopro, em sua maioria, utilizam a língua para nuances articulativas.
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Pa-ra-béns pra vo-cê (inspira)
Nes-ta da-ta que-ri-da (inspira)
Mui-tas fe-li-ci-da-des (inspira)
Mui-tos a-nos de vi-da.
Nesta canção, cada sílaba corresponde a uma nota e cada linha (conforme exposto acima) é
respectiva a uma frase da canção. Geralmente inspiramos ao final de cada frase e o que separa as notas
são os fonemas das palavras. Comparando com a articulação no saxofone, cada sílaba seria um golpe
de língua e ao final da frase inspiraríamos para iniciar a próxima.
Porém, nem sempre todos os sons de uma frase musical serão articulados. Podemos dividi-los
basicamente em: ligados e articulados. Os sons ligados são aqueles que não fazem o uso da língua e os
articulados são os que a utilizam.
Para começar a desenvolver este fundamento trabalharemos especificamente com os sons
articulados.
Na categoria dos sons articulados existem uma série de variações que são associadas,
normalmente, às articulações de diferentes consoantes. As consoantes linguodentais* “T” e “D” e as
consoantes velares “Q” e “G” são as mais utilizadas pelos saxofonistas. As linguodentais têm resposta
mais rápida e são as mais utilizadas. Já as velares são praticadas para desenvolver técnicas específicas
– como o ataque duplo – e outras articulações exclusivas a determinados estilos musicais. Iniciaremos
com a articulação “TU”, com foco na consoante “T”, nosso ponto de partida para a automatização da
língua.
O Metrônomo
O metrônomo – palavra grega que significa medida (metron) e regra (nomos) – é um aparelho que
serve para determinar o andamento*, marcando a duração dos pulsos*.
Existem metrônomos analógicos e digitais, porém ambos medem a pulsação* através dos bpm
(batimentos por minuto). Você pode comprar um metrônomo ou baixar um aplicativo em seu celular.
Utilizar o metrônomo nos estudos musicais auxilia na fixação exata das proporções dos sons (curtos
e longos), desenvolve a percepção acerca dos andamentos e proporciona a estabilidade da pulsação na
execução de músicas e/ou trechos com métrica definida (diga-se a grande maioria dos estilos e
composições da música ocidental). Porém, não fique preso ao metrônomo, não o torne uma muleta na
sua execução. Lembre-se que ele é uma ferramenta de estudo.
* Andamento: é a indicação da velocidade de uma determinada música. O conceito andamento está intimamente relacionado à
adoção da métrica na música ocidental. No século IX o monge Remi d’Auxerre já pontuava as diferenças entre ritmo e métrica.
Segundo ele o ritmo é somente uma sucessão livre e harmoniosa das palavras (neste período a música sacra era vocal), sem
proporção nem sistema, não tendo regras nem uma organização específica. Sua declaração continua afirmando que a métrica –
em oposição ao ritmo – é uma sucessão de bases organizadas e definidas.
* Pulsos: batidas regulares. Quanto maior a distancia temporal entre os pulsos (ou tempos) mais lento é o andamento
(velocidade) da música. Quanto menor a distância temporal entre os pulsos mais rápido é o andamento da música.
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Exercícios
Conforme descrito acima, começaremos com a consoante “T”. Pense na sílaba “TU” e observe que
a língua se direciona aos dentes superiores para produzir o som. É exatamente assim que você fará para
articular no saxofone. Não pense em direcionar a língua à palheta ou boquilha e sim movimentar a língua
da mesma forma que para falar a sílaba “TU”. Lembre que o movimento da língua é independente da
embocadura. Logo, durante qualquer articulação a embocadura deve permanecer imóvel. Alterações na
embocadura em consequência da articulação provocam modificações sonoras indesejadas. No início
você pode sentir dificuldade em desassociar embocadura e articulação. Porém, é a consciência que fará
com que você domine a técnica e não fortaleça um futuro vício. Todos os exercícios abaixo podem e
devem ser executados também em frente ao espelho.
Exercício 1) Monte o tudel anexo à boquilha com palheta e abraçadeira. Segure no tudel, posicione a
embocadura e sopre um som longo. Posteriormente comece a movimentar a língua (pensando na sílaba
“TU”) durante este som longo e perceba que estas movimentações causam interrupções a este som.
Exercício 2) Repita o mesmo exercício, articulando aleatoriamente, porém já inicie o som com o golpe
de língua.
Exercício 3) Com o auxílio do metrônomo (a partir de 50 bpm) articule regularmente, juntamente com o
pulso do metrônomo. Repita em andamentos (velocidades) diferentes.
Exercício 4) Crie sequências de sons de tamanhos diferentes, compondo ritmos* diversos. Pense em
frases de músicas que você conhece (é como se você estivesse tocando a música, porém em uma nota
só) e reproduza os ritmos. Execute este exercício com e sem metrônomo.
* Ritmo: em grego rhythmos significa aquilo que fui, que se move”. É uma sequencia de sons de tamanhos variados. A relação
entre estes sons de durações variadas define o ritmo.
23
AULA 4 AULA EXTRA: Teoria e Leitura Musical
Parte 13
Considerações iniciais
Antes de iniciarmos a segunda aula é importante pontuar algumas questões acerca de conceitos
da teoria musical, e regras da notação musical. Estas informações serão imprescindíveis para você
acompanhar e executar os exercícios.
Mas, porque estudar teoria musical?
Primeiramente, vamos conhecer um pouco mais sobre os termos e seus significados. A teoria
musical abrange todos os conceitos e explicações acerca da ciência dos sons no fazer musical. A notação
musical é o conjunto de símbolos e regras presentes na partitura*. A leitura musical é o ato de interpretar
os símbolos da notação e reproduzi-los sonoramente. Neste curso, conforme for realizando as aulas, você
estará: aprendendo vários conceitos da teoria musical, conhecendo os símbolos e regras da notação
musical e praticando a sua fluência com a leitura musical.
Neste módulo extra você terá um resumo bem fundamentado dos elementos teóricos necessários
para compreender a notação na primeira parte do curso. Conforme progredirem os exercícios e a
dificuldade, aparecerão novos elementos da notação que serão explicados no decorrer do curso.
A leitura da partitura é uma ferramenta valiosa e importante para o músico. Existem realidades onde
o músico não necessita conhecer elementos da notação musical e outras onde o domínio é requisito
básico. No início da aprendizagem os conceitos e simbologias da notação musical podem parecer difíceis
e maçantes. Lembre-se que estamos falando de uma linguagem e tal qual é recheada de regras e
convenções específicas. Imagine-se iniciando o aprendizado de uma língua – como, por exemplo, o
mandarim – com o alfabeto completamente diferente do seu. Seria, no mínimo, desafiador. Porém, com
o passar do tempo – e, principalmente, encontrando funcionalidade para os conteúdos teóricos que você
está aprendendo – você estará adquirindo uma leitura fluida e eficaz. O desenvolvimento da leitura
musical trará independência, agilidade para a sua execução e proporcionará uma visão ampliada do fazer
musical.
* Partitura: folha de papel ou documento onde está escrita uma composição, de acordo com as regras de notação musical.
24
Parte 14
Música é arte e defini-la em uma frase é tão complexo quanto sintetizar em poucas palavras um
livro de 500 páginas. Musicólogos e historiadores apontam que a pluralidade do fazer musical é notada
desde os primórdios. Abstenho-me de rotular ou definir esta arte tão complexa e assim instigo você, caro
leitor, a buscar fontes e referências acerca das diferentes definições da música.
A música é uma arte que trabalha com os sons. Para compreender melhor nosso objeto de estudo
– o som – é importante conhecer as suas propriedades:
ALTURA: define e compara os sons em relação à sua frequência (grave, médio, agudo).
Na partitura a altura é definida pelo posicionamento das notas (circunferências) nas linhas (pauta ou pentagrama)
Observe a seguir: a linha verde abaixo do trecho musical mostra o desenho melódico da sequência de notas escritas.
DURAÇÃO: define e compara os sons em relação ao tempo que duram (longo, curto)
Na partitura a duração é definida pelas formas em torno das circunferências (cabeça da nota)
Observe a seguir: as formas e desenhos em torno das cabeças das notas se modificam.
Cada símbolo (figuras de duração) representa um som de duração diferente.
25
A música pode ser constituída de:
MELODIA: sequência de sons de altura definida
HARMONIA: sequência de acordes (3 ou mais sons diferentes tocados simultaneamente)
CONTRAPONTO: melodias sobrepostas, simultaneamente
RITMO: relação entre sons de durações diferentes
Parte 15
As línguas latinas usam a terminologia criada por Guido d’Arezzo. Idiomas como o alemão, inglês e
grego utilizam o sistema alfabético. Este sistema também é utilizado para a cifragem popular que é uma
das formas de registro dos acordes*.
C D E F G A B Inglês
C D E F G A H
Alemão
Cada instrumento, de acordo com suas características anatômicas, executa uma quantidade de
notas. A soma destes sons é a extensão ou tessitura do instrumento. A sequência (dó – ré – mi – fá -sol
– lá – si) se repete várias vezes, de acordo com a tessitura ou extensão do instrumento. A escala geral*
contém esta sequência nove vezes. Cada nova sequência destes sete sons chamamos de “oitava”.
C
* Série harmônica: sons secundários que compõem o som fundamental (som principal).
* Escala geral: sequência de sons de altura definida que o ouvido humano pode identificar.
* Acordes: bloco de três ou mais sons diferentes de altura definida que soam simultaneamente.
26
Pentagrama ou Pauta: sistema atual para representação dos sons, diferenciando sua altura. Composto
por 5 linhas e 4 espaços.
Esta disposição obedece à regra da sequência das 7 notas musicais. Se definirmos uma das notas
dispostas acima, conseguimos deduzir as outras, graças à relação entre elas. Observe abaixo:
Se fixarmos a primeira nota (em azul) como a nota lá, conseguimos identificar as próximas:
si, dó, ré, mi fá sol, lá e si.
Linhas e espaços suplementares: colocados acima ou abaixo da pauta para aumentar a extensão de
notas escritas. Cada instrumento terá uma extensão diferenciada, utilizando mais ou menos as linhas
suplementares.
Clave: palavra que vem do latim com o significado “chave”. É colocada ao início da pauta. A clave nomeia
determinada nota da escala geral (escala de todos os sons de altura definida que o ouvido humano pode
perceber). A partir desta nomeação e da relatividade entre as notas, tem-se a localização dos sons.
Existem três claves:
27
De acordo com os registros históricos podemos afirmar a existência das três claves (SOL, FÁ e DÓ)
de sete formas diferentes: clave de sol na 2ª linha (a nota da segunda linha é o sol); clave de dó na 1ª
linha (a nota da primeira linha é o dó); clave de dó na 2ª linha (a nota da segunda linha é o dó); clave de
dó na 3ª linha (a nota da terceira linha é o dó); clave de dó na 4ª linha (a nota da quarta linha é o dó);
clave de fá na 3ª linha (a nota da terceira linha é o fá); clave de fá na 4ª linha (a nota da quarta linha é o
fá).
As diferentes claves foram criadas para representar registros diferentes (grave, médio e agudo).
Seria impossível representar todas as notas de altura definida em um sistema de 5 linhas, mesmo que
usássemos muitas linhas suplementares. Como cada instrumento musical toca uma determinada região
de notas da escala geral, dividiu-se cada região para uma clave (clave de sol na 2ª linha para o registro
agudo, clave de dó na 3ª linha para o registro médio e clave de fá na 4ª linha para o registro grave). As
outras posições das referidas claves surgiram como forma de escrita em diferentes circunstâncias,
principalmente na música vocal do renascimento.
Logo, quando adequamos ao pentagrama, temos o mesmo dó escrito em três lugares diferentes:
28
Parte 16
Existem inúmeras possibilidades sonoras acerca da duração dos sons e dos silêncios (momentos
em que há a ausência de som). Podemos executar sons longos ou curtos, de tamanhos variados em
infinitas sequências. Dados históricos comprovam que as variações rítmicas eram indicadas pelas
palavras e foi na música vocal (aproximadamente século XIII) que se começou a utilizar convenções e
símbolos para durações específicas.
Uma boa parte dos estilos e gêneros da música ocidental possuem uma métrica definida, ou seja,
possuem medidas com proporções pré-definidas. Nestes casos, os sons são medidos por pulsos*
regulares, que, por sua vez, são mensurados pelos bpm (batimentos por minuto). Abaixo, criei
visualmente a idéia dos conceitos de pulso e pulsação. Cada barra escrita representa um pulso. Na
primeira linha o gráfico demonstra uma pulsação (andamento*) mais rápida. Na segunda linha o gráfico
demonstra uma pulsação mais lenta.
Quanto maior a distância temporal (aqui definida pela distância visual) entre os pulsos (também chamados de
tempos) mais lento é o andamento. Quanto menor a distância temporal entre os pulsos mais rápido é o andamento.
Sons
Pulsos
Observe que temos 4 sons de tamanhos variados: o primeiro tem a duração de 2 pulsos (tempos), o segundo tem
3 pulsos, o terceiro 1 pulso e o quarto 4 pulsos. A pulsação regular é a referência para medir os sons,
consequentemente haverá uma proporção exata entre eles.
Existem situações onde a métrica não está presente ou a proporção é alterada. Algumas formas
composicionais não possuem métrica – como o canto gregoriano ou os recitativos das óperas por exemplo
– e outras modificam o andamento. Essas modificações podem apressar, atrasar, suspender ou parar a
pulsação de determinada composição. Durante os exercícios do curso você conhecerá alguns dos termos
e especificidades dessas alterações.
Com o desenvolvimento da notação musical e a fixação da notação moderna, estabeleceu-se sete
figuras de valor para representar sons e silêncios de diferentes durações. Caso você, posteriormente,
estude música antiga* ou alguma composição especifica, poderá encontrar mais figuras além das sete
predominantemente utilizadas. Após o desenvolvimento de alguns outros símbolos – como a ligadura*
29
por exemplo – diminuiu-se a quantidade de figuras e por isso – atualmente – são sete as figuras de valor.
Repare no quadro abaixo que os símbolos se alteram visualmente, mantendo a cabeça da nota* e
modificando seu entorno (hastes, bandeirolas, cabeça da nota fechada ou aberta, etc).
Figuras de valor
Nota Pausa Nome
Semibreve
Mínima
Semínima
Colcheia
Semicolcheia
Fusa
Semifusa
Notas
Pausas
30
As figuras de valor possuem uma proporção entre si, conforme podemos observar abaixo:
Notas Pausas
1
1/
2
1/
4
1/
8
1
/16
1/
32
1/
64
31
Esta proporção é respeitada em quaisquer circunstâncias. Mas como, na prática, utilizamos essas
figuras? Anteriormente vimos que utilizamos o pulso para medir os sons. Em todas as partituras com
métrica definida, aparece a informação de qual das sete figuras de valor valerá um pulso (tempo). Quando
você sabe qual das figuras vale um tempo, consegue deduzir todas as outras pela regra da proporção.
Pulsação
No exemplo criado acima a figura de valor informada como a que vale um pulso é a semínima
(observe as figuras com hastes para baixo dentro do retângulo verde). Logo, consequentemente,
conseguimos descobrir os valores da sequência rítmica descrita (figuras com a haste para cima):
Para praticar: ligue o metrônomo a 50 bpm. Cada pulso que soa é uma das figuras dentro do retângulo
verde. Movimente o pé (batendo no chão) ou a mão (batendo em uma superfície) juntamente com o
metrônomo a fim de sincronizar os sons do seu corpo com os sons do metrônomo. Posteriormente, faça
a sequência das figuras dispostas acima do retângulo verde, pronunciando a sílaba “TA”. Assim:
Pulsação
Caso mude a figura de valor fixada como a que vale 1 tempo, os valores se alterarão, porém a
proporção será sempre a mesma.
Na partitura, para informar a unidade de tempo* e mensurar a quantidade de tempos por compasso,
existe a fórmula de compasso.
A fórmula de compasso é esta “fração” disposta após a clave no início da partitura. Sonoramente, o
compasso agrupa os tempos de acordo com a sua acentuação métrica*. O ritmo e a acentuação derivam
da poesia e antes de existir essa divisão mensural por compassos, as acentuações musicais coincidiam
com as acentuações das palavras. Essa sequência regular de tempos e acentuações define a métrica.
32
O número inferior da fórmula de compasso é o representante da unidade de tempo e advém do
denominador da fração da proporção entre as figuras de valor:
1 1 representa a semibreve
1
/2 2 representa a mínima
1
/4 4 representa a semínima
1/ 8 representa a colcheia
8
1
/16 16 representa a semicolcheia
1/ 32 representa a fusa
32
1/ 64 representa a semifusa
64
Barra Simples
Abaixo veremos alguns exemplos. Para facilitar e focar na duração dos sons, os exemplos abaixo estão
dispostos sem a pauta.
A Barra final*
A Dois por Quatro: dois tempos por compasso e a unidade de tempo é a semínima
B Três por Quatro: três temos por compasso e a unidade de tempo é a semínima
C Sete por Quatro: sete tempos por compasso e a unidade de tempo é a semínima
D Dois por Dois: dois tempos por compasso e a unidade de tempo é a mínima
E Três por Dois: três tempos por compasso e a unidade de tempo é a mínima
33
Desde o início do aprendizado da leitura musical é importante desenvolver a prática do solfejo.
Solfejo é a ação de falar e/ou cantar as notas grafadas em determinado exercício ou trecho musical.
Existem três tipos:
34
AULA 5
Parte 17
Apesar de a família de saxofones possuir instrumentos com tessituras e extensões bem distintas, a
clave de sol é utilizada na grafia de todos os saxofones. Essa é uma característica particular, possível
porque os saxofones são instrumentos transpositores e já utilizam uma grafia que não corresponde ao
som real, facilitando e unificando a leitura. Veja abaixo descrita a extensão dos saxofones e como as
notas são grafadas:
Para um timbre homogêneo em toda a extensão, uma correta emissão do som, execução de efeitos
e notas além da extensão básica e para a construção de sua identidade tímbrica o saxofonista deve ter
controle dos voicings. Voicings (em português vocalizes) são as diferentes posições das musculaturas
internas da cavidade oral. As posições da língua, da garganta e das partes internas da boca possibilitam
a execução em toda a extensão do instrumento, bem como o domínio da dinâmica e da entonação. É
comum notarmos uma modificação demasiada na embocadura de alguns instrumentistas para
conseguirem executar determinadas notas. Essas modificações são utilizadas em alguns efeitos e em
determinados estilos, porém se usados para a execução das notas da extensão básica tornam-se
“muletas”, prejudicando a homogeneidade tímbrica e a qualidade do som. Compreender o uso dos
voicings pode parecer um pouco complexo no início. Porém, despertando o uso destas musculaturas, o
aluno fundamenta sua memória muscular de forma correta desde o início, evitando problemas futuros.
O saxofone é um instrumento cônico e por isso a utilização dos voicings se faz necessária. Quanto
mais grave tocamos, mais longo torna-se o comprimento do fluxo de ar pelo instrumento e maior deve ser
o espaço da cavidade oral. Quanto mais agudo tocamos mais curto torna-se o fluxo de ar pelo instrumento
e menor deve ser o espaço da cavidade oral. Experimente cantar uma melodia descendente (do agudo
para o grave) e observe a movimentação da língua e do palato mole*, principalmente. Perceba como sua
cavidade oral vai se ampliando, progressivamente. Fazendo o movimento contrário, entoando uma
melodia ascendente, o movimento muscular também é inverso. Observe as imagens:
* Harmônicos: Sons secundários que compõem o som fundamental (som principal, aquele que ouvimos)
* Palato mole: tecido macio na parte de trás do céu da boca (palato duro).
35
Notas graves Notas médias Notas agudas
Parte 18
SI LÁ SOL
36
Exercícios livres: ligados e articulados
Agora começaremos a conhecer as digitações do saxofone. Lembre-se de observar a postura das
mãos e dedos. Os dedos deverão ficar levemente curvados como se você estivesse carregando uma
maçã ou um pouco de água na palma das mãos. Os dedos que não estiverem sendo usados (não
estiverem acionando nenhuma chave) deverão ficar repousados sobre as suas respectivas chaves ou
bem próximos a elas. Evite deixar os dedos demasiadamente afastados do instrumento, porque quanto
mais longe estiverem, maior será o caminho nas trocas e consequentemente mais lenta será a digitação.
Também evite apertar com força para realizar as digitações: você deve abaixar levemente os dedos com
a pressão mínima para fechar as chaves.
Execute todos os exercícios livres e escritos com som FORTE. Esta conduta é muito importante para o
iniciante em saxofone.
Exercício 1: execute a nota Si, com sons longos e lineares, assim:
Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__ Si__
37
Exercício 8: execute a nota Lá com sons de um pulso (utilize o metrônomo em 50bpm):
Exercício 9: execute a nota Sol com sons de um pulso (utilize o metrônomo em 50bpm):
Exercício 10: crie ritmos e reproduza-os em uma nota só. Uma idéia interessante para executar esse
exercício é escolher uma música ou canção que você conheça, extrair o ritmo e executar em uma nota
só (si, lá ou sol). Posteriormente, crie ritmos e alterne as notas, formando pequenas melodias. Não
esqueça, cada nota deve ser articulada. O que separa os sons é a língua e não a parada do fluxo de ar.
Parte 19
Exercícios melódicos
Para realizar os exercícios abaixo você pode usar o metrônomo ou pulsar um andamento sem o
auxilio eletrônico. Algumas pessoas veem benefício em exteriorizar o andamento movimentando um dos
pés, outras mantém a referência na cabeça. Experimente e verifique o que mais auxilia na sua execução.
= 60 bpm
SI
LÁ
SOL
Este esquema exemplifica o exercício nº4 e deve ser lido da esquerda para a direita, nas
linhas onde encontram-se os quadrados pintados. Cada linha representa uma nota. Os
sons deverão ser lineares como os quadrados acima dispostos. A cada novo quadrado
(independentemente de seu tamanho) a língua deve ser articulada.
38
MÓDULO 2
AULA 6
Parte 20
* Lá3: Lá de oitava específica dentro da Escala Geral. Oitava é a soma de cada grupo de sete notas (dó ré mi fá sol lási) dentro
da escala geral. A Escala Geral é a sequência de todas as notas que o ouvido humano pode identificar com altura definida:
* Baixo: termo usado para referir-se a um som com frequência menor (um som mais grave) em relação a outro som adotado
como referência. Um som está alto quando sua frequência é superior (um som mais agudo) em relação a outro som adotado
como referência.
39
Afinando seu saxofone
Para afinarmos os instrumentos de sopro (como o saxofone) igualaremos a frequência de uma nota
específica à referência do afinador eletrônico. Você pode comprar o aparelho (geralmente as funções do
afinador e do metrônomo vem juntas) ou você pode baixar um aplicativo em seu celular.
Existem algumas diferenças entre as notas utilizadas como referência para afinação nos instrumentos
de sopro. Algumas vezes adota-se uma nota que seja mais estável no instrumento, de acordo com as
suas particularidades acústicas. Isso pode acontecer no saxofone, porém, aqui no curso, utilizaremos o
lá do diapasão por esta ser a referência geral de todos os instrumentos. Os saxofones são instrumentos
transpositores e por isso o lá do diapasão não tem o mesmo som do lá que tocamos nos saxofones. Nos
saxofones em Sib (tenor e soprano) o lá do diapasão corresponde à nota Si. Nos saxofones em Mib
(sopranino, alto e barítono) o lá do diapasão corresponde à nota Fá#.
Até agora, aprendemos a tocar 3 notas: Si, Lá e Sol. Se você toca saxofone tenor utilizará a nota Si,
conforme dito anteriormente. Caso você toque saxofone alto, adotaremos, inicialmente, outra nota como
referência, porque o Fá# (respectivo ao lá do diapasão) você ainda não toca. Posteriormente, após
aprender esta nota, mude a nota de referência para afinar seu sax alto.
Para afinar toque a nota (Si para tenor e Sol para alto) linear e longa. Observe onde o ponteiro
estabiliza. Quando a nota estiver afinada o ponteiro deverá estar centralizado. Quanto mais para a direita
estiver o ponteiro mais alto está a nota e quanto mais para esquerda mais baixa ela estará. Se a nota
estiver baixa você deverá colocar a boquilha mais para dentro no tudel (na cortiça). Se a nota estiver alta
você deverá colocar a boquilha mais para fora do tudel.
Deverá aparecer no afinador a letra A (lá do diapasão). Para o saxofone alto, por enquanto (em
função de usar uma nota diferente do lá do diapasão) deverá aparecer Bb
40
Repita o processo de afinar sempre que possível, assim você irá se acostumando com esse
procedimento. Existem muitos fatores que podem alterar a afinação do nosso instrumento enquanto
estamos tocando. O clima é um dos principais agentes influenciadores na mudança da afinação. Outra
mudança que pode acontecer é quando afinamos o instrumento logo no início do estudo ou apresentação
e depois de certo tempo tocando. É comum, após alguns minutos, a afinação subir, pois a dilatação do
metal do instrumento é influenciada pela temperatura do ar do nosso sopro. Por isso, o ideal é aquecer o
instrumento, ou seja, tocar de 10 a 15 minutos antes de afinar.
Parte 21
Parte 22
A nota Dó
DÓ
* Ponto de aumento: ponto colocado ao lado da cabeça da nota. Tem a função de aumentar mais
a metade do que a nota já vale. No caso do exercício nº 5, o ponto está ao lado de mínimas que
valem dois tempos. Logo, o ponto aumentará mais a metade de dois, que é um. Somadas a
duração da mínima (2) com o ponto (1), temos notas de 3 tempos/pulsos.
41
A nota Dó e suas particularidades
A nota dó, referenciada acima é mais aguda que as três notas anteriores já aprendidas.
A digitação da nota dó quando executada antes ou após a nota si, gera um movimento de troca entre
os dedos indicador e médio da mão esquerda. Esta é uma particularidade motora que será desenvolvida
a seguir.
Parte 23
Exercícios de mecanismo (notas Sol, Lá, Si e Dó)
Execute os exercícios a seguir com inúmeras repetições, som linear e foco nos movimentos de trocas
entre os dedos.
Faça os exercícios: a. com as notas ligadas (sem articular) usando a língua somente no primeiro som
após as inspirações; b. com todas as notas articuladas.
Esses exercícios servem para fixar a memória muscular dos dedos e melhorar a agilidade.
Nestes exercícios você encontrará uma nova figura: a colcheia ( ). Na fórmula de compasso onde
a semínima vale um tempo a colcheia valerá meio tempo, dadas as proporções entre as figuras. Os pulsos
podem ser divididos em partes menores e essas partes chamamos de subdivisões. Neste caso, temos a
primeira subdivisão, a divisão do pulso em duas partes iguais. Observe abaixo:
A primeira metade do pulso é onde efetivamente está o “clic”, representado pelos números acima
(numa simulação de um compasso 4/4). A segunda parte do pulso é chamada de “e”. Se compararmos à
ação de reproduzir a pulsação com o pé, a primeira parte do pulso encontra-se quando o pé bate no chão
e a segunda parte quando o pé está levantado.
As figuras de valor a partir da colcheia (colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa) podem unir-se para
facilitar a leitura das subdivisões, assim:
42
Execute os próximos exercícios em andamentos variados, aumentando a pulsação progressivamente.
Comece com 50 bpm.
6 7
SOL e LÁ LÁ e SI
8 9
SI e DÓ LÁ e DÓ
10 11
SOL e SI SOL e DÓ
43
AULA 7
Parte 24
Exercícios melódicos
= 60 bpm
12
Pausa de compasso: Neste exercício temos a fórmula de compasso ¾ (três tempos por compasso sendo a
semínima a unidade de tempo). Quando a semínima é a unidade de tempo a pausa de semibreve vale 4 tempos
e nem poderia ser utilizada, pois cada compasso comporta somente três tempos. Porém, existe uma regra que
indica a utilização da pausa de semibreve como pausa de compasso. Quando houver um compasso inteiro em
silêncio não há a necessidade de preenchê-lo com pausas que juntas somem a quantidade de tempos. Neste
caso pode-se inserir a pausa de semibreve que adquire a função de pausa de compasso, valendo exatamente
o número de tempos do compasso. Aqui no exercício nº 7 a pausa de compasso vale 3 tempos.
= 60 bpm
13 1 2 3
= 70 bpm
14
Parte 25
= 50 bpm
1 2 1 2 1 2 1 2
D.C. al fine ou Da Capo al fine: Termo em italiano (tradução “da cabeça ao final”)
que indica a repetição da música desde o início até onde está a palavra fine.
44
= 70 bpm
16
Ligadura: linha curva grafada sob ou sobre as notas indicando que estas não podem ter interrupção. A
ligadura nos instrumentos de sopro tem relação direta com a ação da língua. Notas ligadas não devem
ser articuladas.
a. Ligadura de prolongamento: une duas notas iguais, de mesma altura, somando sua duração. Observe
o exemplo abaixo:
2 + 2 = 4 tempos
Deve-se articular (bater a língua) somente na primeira nota. O resultado sonoro é o mesmo que se
estivéssemos lendo uma semibreve .
b. Ligadura de expressão: une duas ou mais notas de alturas diferentes. Observe os exemplos abaixo:
Deve-se articular (bater a língua) somente na primeira nota. O resultado sonoro é a união dos sons,
sem nenhuma interrupção. No exemplo à esquerda a nota lá é articulada e a nota si não. Então, deve-
se bater a língua na primeira nota (nota lá) e na mudança para a nota si somente mudar a digitação,
sem alterar ou interromper o fluxo de ar. No exemplo à direita deve-se articular a primeira nota (nota
lá) e as próxima três notas (si, dó e si) não devem ser articuladas, sem alterar ou interromper o fluxo
de ar com a língua. Neste mesmo exemplo o lá semínima (última nota) volta a ser articulado.
Staccato: palavra em italiano que significa destacado. O staccato é um ponto colocado acima ou abaixo
da cabeça da nota e diminui sua duração. Esta diminuição depende do estilo, da época e do andamento
da música. De forma geral, o staccato diminui em metade a duração da nota. Para executá-lo deve-se
encostar a língua na palheta ao final da nota para que ela pare de vibrar e para que a nota pare de soar
com precisão. Alguns saxofonistas confundem o staccato com um acento (ou força) ao início da nota.
Este é um equívoco porque o início da nota deve permanece igual (se articulada ou ligada, seu início não
se modifica). Então, o scaccato influência o final da nota, deixando-a mais curta.
= =
= =
45
AULA 8
Parte 26
FÁ MI
Conforme vimos anteriormente, os voicings são as diferentes posições das musculaturas internas
da cavidade oral. Logo, quanto mais grave tocamos, mais longo torna-se o fluxo de ar pelo instrumento e
maior deve ser o espaço da cavidade oral. Essa movimentação é interna e externamente as mudanças
são quase imperceptíveis. Lembre-se destas características para executar as notas Fá e Mi e treine em
frente ao espelho, evitando a movimentação da embocadura. Uma analogia interessante é imaginar um
ovo dentro da boca, sempre atento a não exagerar nas aberturas para evitar desconfortos musculares.
Executar o próximo exercício com notas longas (em um andamento que você consiga realizar em
somente uma respiração) ligadas e som forte. Atente para as mudanças dos voicings (quanto mais grave,
maior o espaço da cavidade oral) e para relação de altura entre os sons. Repita várias vezes.
17
Fermata: Tipo de sinal de prolongamento colocado sob ou sobre a nota. Indica o prolongamento da figura,
sem duração específica. Logo, a pulsação não é mantida durante a execução da fermata.
46
Parte 27
Exercícios melódicos
= 80 bpm
18
= 80 bpm
19
= 70 bpm
20
47
AULA 9
Parte 28
Tom e semitom
O menor intervalo* entre dois sons na música ocidental é o semitom ou meio tom. Na música oriental,
em algumas situações, é possível encontrarmos distâncias menores que meio tom. A menor distância
entre dois sons que o ouvido humano pode perceber é o coma. Um tom inteiro é composto por 9 comas.
Logo, após o temperamento, os semitons foram igualados em partes iguais, cada um com 4 comas e
meia.
O temperamento é um sistema de afinação que abandona a afinação absoluta (pelos cálculos
acústicos de afinação perfeita) das notas. O sistema temperado iguala os doze semitons existentes em
proporções perfeitas facilitando as projeções harmônicas. Os instrumentos temperados são os que
possuem o som fixo como o piano, o teclado e o órgão. Os instrumentos não temperados são aqueles
que podem reproduzir os sons da escala natural (fundamentada nos cálculos acústicos que reproduzem
a afinação perfeita) como o violino, o trombone e o canto. Por fim, os instrumentos semi-temperados são
aqueles que possuem as digitações fixas baseadas no sistema temperado, mas podem alterar a afinação
de cada nota de acordo com a emissão, como o clarinete, o saxofone, etc.
Os sinais de alteração
Os sinais de alteração, também denominados acidentes são sinais colocados ao lado da nota e modificam
o som em relação à sua altura.
48
Algumas regras e os tipos de sinais de alteração
Dó’s naturais
Dó sustenido Dó’s naturais, pois já fazem
Dó sustenido pois sucede outro dó parte de um novo compasso.
sustenido no mesmo compasso.
49
Parte 29
DÓ# FÁ#
Exercícios melódicos
= 60 bpm
21
As flechas azuis acima estão indicando os dois colchetes com os números 1. e 2. Estes símbolos
fazem parte do grupo de abreviatura, usados para reduzir e facilitar a escrita musical. As abreviaturas acima
indicadas são de repetição e chamam-se primeira e segunda casa. O trecho indicado com o colchete e o número
1 é chamado de primeira casa e o trecho indicado com o colchete e o número 2 é chamado de segunda casa.
Observe que ao final da primeira casa encontra-se um sinal de repetição. Esse tipo de abreviatura é usado quando
um determinado trecho da música é repetido, porém termina diferente. Então, mantem-se o trecho igual e escreve-
se na sucessão as finalizações. A leitura deverá ser feita da seguinte forma: toque os compassos do nº 1 ao nº 8.
Ao chegar no nº 8 você encontrará o sinal de repetição e deverá retornar ao início. Repita dos compassos nº 1 ao
nº 4 porém não toque o compasso nº 5 pois ele pertence à primeira casa. Pule para o compasso nº 9 (que é a
segunda casa) e siga até o final. Tudo que está dentro do colchete da primeira casa deve ser tocado na primeira
vez e tudo que está dentro do colchete da segunda casa deve ser tocado na repetição, seguindo até o final.
= 100 bpm
22
50
Parte 30
Compassos simples
Para fundamentar e fixar os aspectos rítmicos e suas escritas inicia-se o desenvolvimento da leitura
musical com os compassos simples. Compassos simples são aqueles que possuem como unidade de
tempo uma figura simples (não pontuada) e possuem a subdivisão binária ou quaternária dos
pulsos/tempos. Ou seja, todos os compassos que você já leu e tocou até o presente momento aqui no
curso são compassos simples. Existem ainda os compassos compostos, os irregulares e os alternados.
O compasso simples binário possui dois pulsos e na fórmula de compasso é indicado pelo número
2 (número superior). O compasso simples ternário possui três pulsos e na fórmula de compasso é indicado
pelo número 3 (número superior). O compasso simples quaternário possui quatro pulsos e na fórmula de
compasso é indicado pelo número 4 (número superior). Lembre-se que o número inferior da fórmula indica
a figura que é a unidade de tempo.
Usando como referência a semínima como unidade de tempo, observamos a seguinte relação:
PÃO
BO LO
CHO CO LA TE
51
Exercício rítmico
O próximo exercício deverá ser executado em pulsações variadas. Inicie com 50 bmp e aumente
gradativamente. Pense na articulação “TU”. Observe que não há o pentagrama, consequentemente, não
temos indicação de notas de altura definida. Você executará o exercício em uma nota só. A cada repetição
e aumento de andamento troque a nota escolhida. Este exercício auxilia principalmente na fixação dos
elementos rítmicos propostos e na automatização da articulação.
1 2 1 e 2 e 1 e 2 e 1 2____ 1 2 1 e 2
52
AULA 10
Parte 31
Dinâmica
A dinâmica é a intensidade com que o som é emitido. A amplitude das ondas sonoras tem relação
direta com a intensidade do som. No saxofone é possível tocar sons fortes e fracos, executar crescendos
e decrescendos, de acordo com a velocidade do ar. Quanto maior a velocidade do ar, mais forte será o
som. Quanto menor a velocidade do ar, mais fraco ele será. Porém, em qualquer circunstância, deve-se
manter o apoio para que a pressão do ar permaneça estável.
Naturalmente, de acordo com o discurso musical (frases, lógica melódica, rítmica ou harmônica) devemos
explorar diferentes dinâmicas. Essas dinâmicas, conhecidas como dinâmicas naturais não estão escritas
na partitura e devem ser estimuladas desde o início da prática com o instrumento. Porém, existem as
dinâmicas sugeridas pelo compositor, arranjador* ou editor, que acompanham as demais informações
contidas na partitura. A existência ou não de dinâmicas na escrita musical depende do estilo e período da
composição, bem como a formação* para a qual foi composta.
Sinais de dinâmica
Existem uma série de sinais utilizados para registrar as dinâmicas na partitura. Esses sinais
obedecem a convenções e regras que se consolidaram com o passar do tempo. Abaixo você encontra
alguns sinais e seus significados. Eles são abreviaturas de termos em italiano, muito frequentes nas
partituras. Lembre-se: não existe uma medicação física (decibéis) exata para cada dinâmica.
Cada instrumento tem as suas particularidades, assim como cada estilo e formação. Ou seja, um
forte presente numa partitura do período clássico soará diferente de um forte escrito em uma composição
do período romântico. O importante é compreender e aplicar uma relação de proporção adequada às
dinâmicas. Inicie pensando nos limites de velocidade do ar que você consegue alcançar e a partir disso
estipule uma escala de proporção. Lembre-se: não exagere, evitando causar tonturas e esforços
desnecessários.
*Arranjador: Músico que cria versões de músicas já compostas em formações e propostas variadas.
53
Abaixo veja alguns outros sinais de dinâmica. Muitas das palavras e termos podem estar abreviados
ou acompanhados de outras palavras em italiano, como, por exemplo: più forte, que significa mais forte.
Parte 32
Digitação da nota ré grave
RÉ
24
54
Todos os sinais de dinâmica são colocados abaixo da pauta e devem ser executados a partir da nota
que está paralela verticalmente. As dinâmicas devem ser mantidas até o aparecimento de uma próxima
dinâmica.
Neste exercício encontramos a semínima pontuada seguida de colcheia. Neste caso, a semínima
pontuada vale um tempo e meio e a colcheia meio tempo. Observe:
= 80 bpm
25
Você deve iniciar o exercício nº25 com a dinâmica mezzo forte (meio forte). Nesta dinâmica você
deve soprar naturalmente, sem excesso de esforço (tanto para menos quanto para mais ar). Mantenha a
dinâmica até o final do terceiro compasso do segundo sistema*. A partir do quarto compasso do segundo
sistema execute a dinâmica piano (conforme indicado pela abreviatura p). Mantenha a dinâmica piano até
o segundo compasso do terceiro sistema. A partir do terceiro compasso do terceiro sistema observe que
o símbolo de crescendo ocupa dois compassos. Durante estes dois compassos você deverá crescer
gradativamente, indo de piano (suave) a forte (conforme indicado pela abreviatura f).
55
MÓDULO 3
AULA 11
Parte 33
Nos dois primeiros módulos você desenvolveu a familiaridade com várias notas da primeira oitava
do saxofone, notas da região grave do instrumento:
Para tocar notas mais agudas é necessário o uso da chave de registro ou chave de oitava. Esta
chave é responsável por, mecanicamente, acionar a reprodução dos sons agudos. A chave é acionada
com o polegar da mão esquerda movimentando a falange distal:
Todas as notas a partir da nota ré da quarta linha utilizam a chave de registro. Todas as notas abaixo
deste ré não a utilizam. Uma boa parte das notas agudas possuem a mesma digitação das notas graves,
porém com o acionamento da chave de registro.
56
Notas Ré, Mi, Fá, Fá# e Sol agudos
RÉ MI FÁ FÁ# SOL
A partir de agora, se você toca saxofone alto, poderá usar o Fá# agudo como nota de referência para afinação.
Ele corresponde ao Lá do diapasão. Até então você estava usando como referência o Sol, porque não havia
aprendido a nota correspondente ao Lá do diapasão. Lembre-se: afine com o Fá# agudo e no afinador aparecerá a
nota A (lá). Qualquer dúvida, retorne à aula 6 parte 19.
Parte 34
Exercícios de mecanismo
Os próximos exercícios auxiliarão na automatização muscular das digitações novas e na mudança da
primeira para a segunda oitava.
57
Parte 35
Escalas Maiores
Escala (do latim scala, que significa gama ou escada) é uma sequência de notas diferentes e
consecutivas, uma sequência ordenada de sons de altura definida.
Existem diferentes tipos de escalas, com quantidades de notas e organização variadas. Elas são
classificadas pelo número de notas ou pela sua natureza e utilização. Cada nota da escala é chamada de
grau e a distância entre esses graus proporciona sonoridades diferentes.
As variadas escalas são provenientes de diferentes estilos, períodos e culturas. Por isso, em muitas
melodias, se extrairmos e organizados as notas nelas presentes, obtemos escalas específicas.
Mas, porque estudar escalas? O estudo de escalas favorece:
A afinação (a repetição das sequências de notas contribui para a memorização dos sons. Logo,
adquire-se a memória muscular exata para a emissão do som afinado, juntamente com o desenvolvimento
da percepção auditiva);
O mecanismo (o estudo de exercícios com escalas variadas favorece a automatização dos
mecanismos dos dedos, proporcionando resposta mais rápida à sua execução);
A leitura (a automatização de escalas diferenciadas proporciona uma melhor leitura à primeira
vista e prontidão na execução. Também auxilia no desenvolvimento da leitura relativa, onde observamos
a relação entre os graus e intervalos, evitando leituras decoradas e vícios);
O pensamento por graus (a execução de diferentes melodias deve ser conduzida por um
pensamento por graus e não na "decoreba" ou no "chutômetro". Essa prática favorece a execução de
melodias em tonalidades* variadas e auxilia na prática da transposição);
As escalas naturais ou diatônicas são a sequência das sete notas musicais diferentes e consecutivas
(a oitava nota é a repetição da primeira). Nós temos familiaridade principalmente com a sonoridade da
escala maior, pois sua estrutura é baseada na sequência dos sete sons naturais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e
si). Ouvimos sua sonoridade desde pequenos em canções infantis e folclóricas e reconhecemos suas
características sonoras em função da distância entre cada grau. Observe:
Na escala natural sem alterações observamos dois semitons naturais (do mi para o fá e do si para
o dó). Observando na imagem do piano, são os lugares onde não encontramos teclas pretas entre as
brancas. As teclas pretas representam as alterações (sustenidos e bemóis) e as teclas brancas as notas
naturais. Logo, a forma da escala maior, de acordo com as distâncias entre cada grau será: tom-tom-
semitom-tom-tom-tom-semitom.
* Tonalidade: conjunto de notas de determinada escala, com seus graus, suas funções e seus acordes derivados.
* Transposição: habilidade de ler, grafar, cantar ou tocar determinada melodia ou harmonia em outra tonalidade
58
Escala de Sol Maior
A escala apresentada anteriormente, composta por notas naturais, era a escala de Dó Maior, pois
seu primeiro grau era a nota Dó. Podemos ter escalas maiores em diferentes tonalidades partindo de
qualquer um dos doze semitons presentes na música ocidental. Para isso, basta mantermos a estrutura
tom-tom-semitom-tom-tom-tom-semitom. A distância entre cada tecla do piano é um semitom (não
importando importando se ela é preta ou branca). Logo, para manter a
estrutura tom-tom-semitom-tom-tom-tom-semitom na escala
de Sol Maior, é necessário alterar o VII grau (nota Fá). Pela
regra da escala maior, do VI para o VII grau é preciso ter um
tom inteiro. Porém, do Mi para o Fá há somente meio tom.
Logo, é preciso aumentar meio tom no VII grau,
transformando-o em Fá#. Experimente tocar esta sequência
de notas primeiramente com o Fá natural e posteriormente
com o Fá#. Você perceberá que com o Fá natural a
sonoridade da escala não condiz com aquela já gravada na
sua memória auditiva.
Execute agora a escala de Sol Maior, na forma ascendente e descendente, devagar. Repita o exercício
articulando e mantendo os sons ligados. Conecte-se à sonoridade. Mude os andamentos. Explore esta
escala.
Parte 36
Parabéns pra você
Para compreender as alterações e relações entre as escalas você irá praticar a música “Parabéns
pra você” em duas tonalidades: Dó Maior e Sol Maior. As tonalidades têm relação direta com as escalas.
Os acordes de determinado tom advêm da combinação dos sons da escala com as mesmas
características. Ao observar uma partitura podemos identificar a tonalidade da música através da
armadura de clave. A armadura de clave é composta pelas alterações (sustenidos ou bemóis) que serão
fixos em determinado trecho ou música.
Armadura de clave Não existe nenhuma alteração.
Indica a tonalidade: Dó Maior.
Parabéns pra você em Dó Maior
41
42
59
AULA 12
Parte 37
Yellow Submarine
Colcheia pontuada com semicolcheia – a nova combinação de figuras acima representada, na fórmula
de compasso em questão demonstra a seguinte relação e posicionamento dentro dos pulsos:
Para facilitar a leitura, pense nas figuras da segunda subdivisão (neste caso semicolcheias) ligando as
três primeiras:
60
Parte 38
Escala de Ré Maior
A escala de Ré Maior, seguindo a estrutura tom-tom-semitom-tom-tom-tom-semitom tem 2 sustenidos:
O Fá e o Dó. Observe e toque a escala:
São muitas as informações contidas na partitura. Para otimizar e ter resultados nos estudos, isole
os elementos. Primeiramente observe a sequencia de notas e as combinações de digitações. Depois,
observe e solfeje o ritmo. Num terceiro passo toque frase por frase, observando o ritmo e as notas. Por
último observe a dinâmica e reproduza frase por frase. Ao término, junte as frases montando seu “quebra-
cabeça” musical. Esta forma de estudar é mais efetiva, menos cansativa e fará com que você toque a
música mais rapidamente.
Lembre que as dinâmicas valem para o trecho em que estão escritas até o aparecimento de outra
dinâmica. No caso dos crescendo’s e decrescendo’s, quando não é especificada uma dinâmica inicial ou
final, a dinâmica inicial é a última anteriormente escrita e a final é a próxima dinâmica (de acordo com a
escala das dinâmicas). Caso tenha dúvidas retorne à aula nº10, ao final do segundo módulo.
Atente para os trechos em que a dinâmica é piano. Não relaxe o apoio. Lembre-se que controlar a
coluna de ar com menor fluxo e pressão constante é mais exaustivo que tocar forte. Experimente executar
crescendo’s e decrescendo’s com notas longas (com todas as notas que você já toca), compreendendo
bem este processo. Você pode inserir estes estudos como forma de aquecimento antes de começar a,
efetivamente, reproduzir os exercícios propostos aqui no curso.
61
AULA 13
Parte 39
Acentuação métrica
O acento é uma intensidade maior direcionada a determinada nota ou trecho musical. Naturalmente,
se pensarmos na acentuação das palavras, podemos perceber as sílabas acentuadas e a relação de
acentuação de acordo com a ênfase ou o significado de determinada frase. Na música, observamos as
mesmas características e como no texto, esses acentos transcendem a acentuação isolada a
determinada nota. Quando há uma métrica definida e a organização da música por compassos, observa-
se, naturalmente, a acentuação métrica, composta pelas acentuações fortes e fracas dos tempos dos
compassos. Essa acentuação não é grafada na partitura e influenciará na compreensão do discurso
musical. Vejamos um exemplo: a valsa, um tipo de dança de salão, tem como característica o compasso
ternário simples (1 2 3). Quando dançamos a valsa é sempre do primeiro tempo (tempo forte) que
movimentamos os pés, ora para um lado, ora para o outro. Os segundos e terceiros tempos tem
acentuação métrica fraca. Ao dançar e movimentar os pés podemos sentir a acentuação forte nos
primeiros tempos. Isso não significa que o músico sempre tocará as notas presentes no primeiro tempo
fortes, mas esta acentuação influenciará na interpretação e na compreensão da música como um todo.
Acentuações dos compassos simples
No compasso binário, o primeiro tempo é FORTE (F) e o segundo tempo é FRACO (f). Os tempos podem
ser divididos em partes (suas subdivisões) e suas acentuações seguem as regras das acentuações
métricas dos tempos.
No compasso ternário, o primeiro tempo é FORTE (F) e o segundo tempo e o terceiro são FRACOS (f).
Os tempos podem ser divididos em partes (suas subdivisões) e suas acentuações seguem as regras das
acentuações métricas dos tempos.
62
No compasso quaternário, o primeiro tempo é FORTE (F), o segundo tempo é FRACO (f), o terceiro é
MEZZO FORTE (mf) e o quarto é FRACO (f). Os tempos podem ser divididos em partes (suas
subdivisões) e suas acentuações seguem as regras das acentuações métricas dos tempos.
Ao iniciarmos uma música ou frase musical pode-se encontrar diferentes propostas de ritmo: tético,
anacrústico e acéfalo.
Tético: quando a música inicia com um compasso completo, sendo a primeira figura um som;
quando a frase inicia num tempo forte ou parte forte de tempo.
Anacrústico: quando a música inicia com um compasso incompleto; quando a frase inicia num
tempo fraco ou parte fraca de tempo.
Acéfalo: quando a música inicia com um compasso completo, porém a primeira figura é uma pausa.
63
Parte 40
Sing a ling a ling a ling
Allegretto
Leggiero é uma expressão que significa ligeiro, ágil, leve. As expressões são
termos que indicam uma sensação, um estado de espírito e são responsáveis por
informar ao intérprete as intenções do compositor.
64
AULA 14
Parte 41
Enarmonia e temperamento
Vimos anteriormente que o menor intervalo entre dois sons na música ocidental é o semitom ou meio tom.
e que após o temperamento os semitons foram igualados em partes iguais, cada um com 4 comas e meia.
A enarmonia surgiu como consequência do temperamento e substitui notas de sons iguais, porém com
nomes diferentes. Então, notas enarmônicas são aquelas que possuem o mesmo som, porém nomes
diferentes. Observe:
As digitações alternativas são digitações diferentes para executar uma mesma nota. Elas existem
para facilitar determinadas passagens e auxiliar na afinação. Determinadas passagens rápidas só são
possíveis com o uso das digitações alternativas e o saxofonista precisa conhecê-las e saber onde usá-
las.
O saxofone é um instrumento com várias particularidades de afinação e por ser semi-temperado a
execução de cada nota é variável. Diferentes saxofones (com propostas diferentes de construção) e
diversas combinações de boquilhas e abraçadeiras modificam a relação de afinação entre as notas. Por
isso, ao mudar de instrumento e/ou boquilha, o saxofonista deve executar estudos voltados para a fixação
das novas referências de afinação. Assim, ele saberá quando e onde precisará usar as digitações
alternativas. Digitações alternativas também são muito usadas para a execução de efeitos e ornamentos,
como os trinados.
65
Digitações das notas enarmônicas Lá# e Sib
SIb LÁ#
A digitação da imagem à esquerda é a digitação básica, mais utilizada. A segunda digitação é uma digitação
alternativa e utiliza a chave de recurso (chave “P”) posicionada entre as chaves do si e do lá frontais. Para executar
a primeira digitação, deve-se usar o dedo indicador e médio (como para executar a nota lá) e acionar a chave “Ta”
pressionando-a com a falange proximal do dedo indicador da mão direita. Para executar a segunda digitação
(digitação alternativa) deve-se pressionar a chave do si e a chave de recurso com o dedo indicador da mão esquerda,
descendo-o levemente, a fim de centraliza-lo entre as duas chaves.
Parte 42
Exercícios com Sib/Lá# (digitação básica)
Nos próximos exercícios, utilize a digitação básica para as notas Sib e Lá#.
66
Exercícios com Sib/Lá# (digitação alternativa)
Nos próximos exercícios, utilize a digitação alternativa (chave “P”) para as notas Sib e Lá#.
Parte 43
Escala de Fá Maior
A escala de Ré Maior, seguindo a estrutura tom-tom-semitom-tom-tom-tom-semitom tem 1 bemol: O Si.
Observe e toque a escala:
= 85 bpm
67
Colcheia com duas semicolcheias – a nova combinação de figuras acima representada, na fórmula de
compasso em questão demonstra a seguinte relação e posicionamento dentro dos pulsos:
68
AULA 15
Parte 44
Nota Dó grave
DÓ
53
Parte 45
Exercícios de notas longas e sua importância
Os exercícios de notas longas são importantíssimos para o saxofonista. Com eles, melhorarmos a
sonoridade desenvolvendo o tônus muscular da embocadura, o apoio e o controle sobre a emissão como
um todo. Estes exercícios são cansativos e por isso não utilize muito tempo dos seus estudos diários com
eles. 10 minutos de exercícios de notas longas diários resultam num resultado satisfatório para o nível de
aprendizagem em que você está atualmente. O saxofonista, iniciante ou profissional, deve sempre realizar
os estudos de notas longas. Abaixo proponho um estudo com notas naturais. Você pode criar seus
estudos de notas longas de acordo com as notas que já sabe tocar. Execute os exercícios com calma e
mantenha cada nota de forma linear, sem exagerar em sua duração.
69
54
Parte 46
Yesterday em Fá Maior
Síncope
70
MÓDULO 4
AULA 16
Parte 47
Notas Lá, Si e Dó Agudos
SOL LÁ SI DÓ
Parte 48
Sinais de acentuação: tenuto, marcato e sforzando
Os sinais de acentuação são colocados acima ou baixo da cabeça da nota e indicam diferentes tipos de
acentuação. Vamos conhecer alguns dos mais usados.
71
Sforzando: Com este sinal de acentuação a nota é inicialmente
acentuada e posteriormente suavizada. Em comparação com o
marcato o acento inicial do sforzando é menor e o decrescendo é
maior. Nos saxofones executamos este ataque com um golpe do
diafragma e dos músculos abdominais.
O livro “Teoria da Música” de Buhimil Med referenciado ao final deste material expõe um gráfico de
imagens bem claro mostrando as diferenças de acentuações. Observe as imagens e texto abaixo,
baseadas na literatura deste autor.
72
Parte 49
Somewhere over the rainbow em Dó Maior
= 80 bpm
contratempo
contratempos, compassos compostos
Anexar tabela de organização de estudos
Anexar dicionário de digitação 1 2 3 4 e
Os tempos abaixo das notas foram dispostos nos compassos onde encontramos os
contratempos. Contratempo é um som que inicia num tempo fraco ou parte fraca de
tempo, precedido por uma pausa no tempo forte ou parte forte de tempo. Com isso,
há um deslocamento da acentuação métrica natural do compasso. Observe as notas
circuladas (os sol’s). Existe som no e do quarto tempo e uma pausa no quarto. Como
este som iniciou numa parte fraca (e) e anteriormente a ele no quarto tempo (parte
forte) existe uma pausa, ele é um contratempo. Dica para ler: pense nas pausas como
se fossem sons, mas na hora de executar não execute o som imaginado.
73
AULA 17
Parte 50
Algumas outras notas alteradas Ré#/Mib, Sol#/Láb
Parte 51
Escalas de Sib Maior, Lá Maior e Mib Maior
A seguir você irá conhecer as escalas de Sib Maior, Lá Maior e Mib Maior. Lembre-se: estas escalas
são maiores e mantém a mesma estrutura. Execute as escalas em andamentos variados e diferentes
propostas de articulação e acentuação. Aqui, você terá abertura para criar. Com um lápis anote as
articulações e acentuações desejadas e execute. Repita várias vezes. Depois, apague essas propostas
e crie outras. Siga esta idéia e ainda, caso queira, mude os tempos das figuras, criando padrões rítmicos
variados.
Escala de Sib Maior: possui dois bemóis (Sib e Mib). Após a barra dupla (localizada entre o segundo e
terceiro compasso) encontramos um arpejo. O arpejo é a execução sucessiva de notas de um
determinado acorde. Um acorde é a execução simultânea de três ou mais notas. Os acordes maiores
(estamos usando este exemplo pois eles têm relação direta com as escalas maiores) são compostos pelo
1º, 3º e 5º graus da escala maior. Por exemplo: o acorde de Sib Maior é composto pelo si bemol (primeiro
grau), ré (terceiro grau) e fá (quinto grau). Nos exercícios abaixo, temos o arpejo ascendente chegando
no primeiro grau oitava acima e posteriormente o arpejo descendente, retornando ao si bemol inicial.
57
74
Escala de Lá Maior: possui três sustenidos (Fá#, Dó# e Sol#)
58
59
75
AULA 18
Parte 52
Tercinas em compassos simples
Quiálteras são grupos de notas que valem mais ou menos do que geralmente representariam. Os
grupos de quiálteras aparecem como uma alternativa de inserção de outros valores, além daqueles já
definidos pela subdivisão natural.
Em um compasso simples, a subdivisão é binária. Isso significa que a unidade de tempo se dividirá
em duas figuras iguais e posteriormente em quatro, depois em oito (metade da metade da metade...):
Nesta subdivisão binária, por exemplo, não existe a possibilidade de dividir o tempo em três sons
iguais e não existe figura de valor proporcionalmente compatível, justamente porque as figuras de valor
também acompanham essa proporção. Este é um dos casos onde a existência da quiáltera é justificada.
Criou-se uma forma de representar visualmente esta subdivisão, que também é possível sonoramente
(logo aprenderemos como executá-la). Existem quiálteras variadas, com 5, 6, 7 notas. Aqui no curso,
aprenderemos a ler e executar a quiáltera tercina.
A tercina é exatamente a quiáltera dada como exemplo acima:
Ela é o conjunto de três valores iguais que valem por dois da mesma espécie e são indicadas pelo
número 3, escrito acima ou abaixo do grupo de notas. Observe o exemplo utilizando a semínima como
unidade de tempo:
Pratique esta figura rítmica em andamentos variados, com notas repetidas e também com as
escalas que você já aprendeu. Utilize o metrônomo.
76
Compasso composto
Aqui no curso, até agora, aprendemos e praticamos exercícios e músicas escritas em compassos
simples. Vamos relembrar? Compassos simples são aqueles que possuem como unidade de tempo uma
figura simples (não pontuada) e possuem a subdivisão binária ou quaternária dos pulsos/tempos. O
compasso simples binário possui dois pulsos e na fórmula de compasso é indicado pelo número 2
(número superior). O compasso simples ternário possui três pulsos e na fórmula de compasso é indicado
pelo número 3 (número superior). O compasso simples quaternário possui quatro pulsos e na fórmula de
compasso é indicado pelo número 4 (número superior). Lembre-se que o número inferior da fórmula indica
a figura que é a unidade de tempo.
Os compassos compostos possuem como unidade de tempo uma figura composta (pontuada) e
possuem a subdivisão ternária dos pulsos/tempos. O compasso composto binário possui dois pulsos e
na fórmula de compasso é indicado pelo número 6 (número superior). O compasso composto ternário
possui três pulsos e na fórmula de compasso é indicado pelo número 9 (número superior). O compasso
composto quaternário possui quatro pulsos e na fórmula de compasso é indicado pelo número 12 (número
superior). Lembre-se que o número inferior da fórmula indica a figura que é a unidade de tempo.
Observe o quadro comparativo:
77
Parte 53
Ré mi e fá agudíssimos
RÉ MI FÁ
Parte 54
Marionet em Dó Maior
78
AULA 19
Parte 55
Mesa dos graves e o Dó#, Si e Sib
DÓ# SI SIb
Parte 56
Exercício específico (mi ao sib, legato)
Executar o próximo exercício com notas longas (em um andamento que você consiga realizar em
somente uma respiração) ligadas e som forte. Atente para as mudanças dos voicings (quanto mais grave,
maior o espaço da cavidade oral) e para relação de altura entre os sons. Repita várias vezes.
61
Você também pode fazer uma variação deste exercício sem passar pela nota dó:
79
AULA 20
Parte 57
Escala cromática em toda a extensão básica do saxofone
A escala cromática é composta por todos os doze semitons presentes na música ocidental. Executar
a escala cromática em toda a extensão do instrumento é passar por todas as notas de todas as regiões,
sem exceção. É como se tocássemos todas as teclas do piano, em sequência, brancas e pretas, naturais
e alteradas. Abaixo, observe a escala cromática em toda a extensão do saxofone, ascendente e
descendente:
62
As notas circuladas são as últimas notas agudas que você ainda não viu aqui no curso. Cada cor
representa notas enarmônicas, ou seja, você fará a mesma digitação. Lá# é enarmônico de Sib; Dó# é
enarmônico de Réb; Ré# é enarmônico de Mib. Abaixo, suas digitações:
80
Observação: Na execução da escala cromática você deverá optar pela digitação principal do Lá#/Sib. Isso porque, nessa escala,
estas notas precedem ou sucedem a nota Si. Executar o Si seguido do Sib/Lá# (ou vice-e-versa) com a digitação alternativa (a
que utiliza a chave de recurso) fará aquela movimentação rotacional do indicador esquerdo, que comentamos anteriormente.
Esse movimento não é lógico e dificulta a execução. Por isso deve ser evitado.
A nota Solb é enarmônica de Fá#. Ainda não havíamos visto essa nota em nenhum exercício, porém
você já sabe a digitação de Fá#. Assim acontecerá com várias notas enarmônicas em todas as regiões.
Na dúvida, observe as digitações ao longo do material de apoio e consulte o material “Dicionário de
Digitação Básica” disponível na pasta “Materiais extras” na sua área de membros da Hotmart.
Para relembrar:
Execute o exercício nº61 bem devagar, com consciência de cada nota. No início não se preocupe
com a duração das notas. Aos poucos, você irá executando a escala com mais rapidez, de acordo com
o desenvolvimento da tua memória muscular.
Parte 58
Exercícios de mecanismo do método Klosé
Vários métodos trazem exercícios de mecanismo variados. O Método Completo para todos os
saxofones de H. Klosé (referencias ao final do material) traz uma série de exercícios interessantes. Se
possível, invista na compra deste material e insira os estudos de mecanismo ali presentes em sua rotina
de estudos. Há um vídeo do meu canal do youtube explicando como estudar esses exercícios e também
executo alguns deles. Abaixo do vídeo na plataforma Hotmart você encontra o link.
81
CONTEÚDO EXTRA
Parte 59
Planejamento de estudos
Organize sua rotina de estudos e tenha melhores resultados. Monte conforme suas possibilidades de
tempo e objetivos, de acordo com a fase de aprendizado.
Exemplo:
SEGUNDA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
Notas longas Propostas dias da semana prof. Suelen 10 minutos
Mondini
Exercício nº 50 e 51 curso Repetição conforme proposta 25 minutos
Start Sax do curso
Método “X”, exercícios com Exercício “x”, pág. “y” 10 minutos
foco em dinâmica
Repertório A música que curto Quando quiser
Agora, vamos lá! Monte o seu planejamento!
Caso queira, acrescente os dias do final de semana.
SEGUNDA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
TERÇA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
QUARTA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
QUINTA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
SEXTA-FEIRA
O que? Como? Quanto tempo?
82
Parte 60
E-books extras, materiais e referencial teórico
Chegamos ao final do curso online. Espero que o curso tenha sido proveitoso e que você continue
seus estudos. É uma satisfação ter estado com você nessa fase de aprendizado. Lembre-se: a prática
com um instrumento musical requer disciplina e dedicação. A repetição também é um fator muito
importante para o seu desenvolvimento, porém não esqueça da sua motivação e do seu prazer em fazer
música. Toque as músicas que você curte e faça música com outras pessoas, participando de grupos ou
projetos, seja em caráter profissional ou amador. Assim você estará compartilhando experiências e
amadurecendo musicalmente.
Não esqueça de baixar os e-books e os materiais extras para continuar estudando. Durante todo o
curso eu indico vídeos do canal no youtube “Suelen Mondini”. Assista-os quando quiser e visite o canal
regularmente. Lá, posto vídeos acerca do saxofone e periodicamente você encontrará dicas e novas
informações. Um grande abraço e até breve!
Referencial Teórico
83
POZZOLI, Ettore. Guia teórico-prático para o Ensino do ditado musical: partes I e II. São Paulo: Ricordi,
1983.
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