Anatomia Do Sistema Linfático
Anatomia Do Sistema Linfático
Anatomia Do Sistema Linfático
Apresenta ção anatômica e funcional dos elementos que compõem o sistema linfático,
í
correlacionando-os em um contexto cl nico e cir úrgico.
PROP ÓSITO
OBJETIVOS
M ÓDULO 1
M ÓDULO 2
INTRODU ÇÃO
O sistema linf ático funciona como uma rede de tecidos, órgãos e vasos que ajudam a manter
í
o equil brio de fluidos corporais, a eliminar as subst âncias estranhas desses fluidos e a gerar
Este conte údo visa discutir a anatomia do sistema linfático – cuja estrutura e função estão
imunidade. Ser ão abordados aspectos gerais do sistema linfático, como suas funções e seus
M ÓDULO 1
LINF ÁTICO
doen ças, como bactérias e vírus, a maioria das pessoas permanece saudável. A imunidade,
termo que define a capacidade de evitar danos ou doen ças por meio de nossas defesas,
í
possui dois tipos gerais: inata e adaptativa ou espec fica.
A imunidade inata, cujo prop ósito é impedir a entrada de patógenos no corpo, refere-se às
pat ógeno e atua contra todos da mesma maneira. Entre os componentes da imunidade inata
í í
Barreiras f sicas e qu micas da pele e das membranas mucosas.
uma vez que ele violou a imunidade inata de defesas. Ela é baseada em uma resposta
í
espec fica a um micr óbio; ou seja, adapta-se ou se ajusta para lidar com um micróbio
í
espec fico.
O sistema do corpo respons ável tanto pela imunidade adaptativa quanto por alguns
aspectos da imunidade inata é o sistema linfático, que está intimamente ligado ao sistema
gordurosos.
A rela ção do sistema linfático com o sistema vascular.
LINFA
O fluido que o sistema coleta dos espa ços intersticiais dos tecidos e retorna à corrente
í
sangu nea.
Transportam a linfa.
O sistema linf ático é responsável por diversas funções. Observe um breve estudo sobre cada
uma delas:
í
(intersticiais). Os capilares sangu neos reabsorvem cerca de 85% dele, mas os 15% que n ão
í
quarto a metade das prote nas plasm áticas. Um indivíduo morreria de falha circulatória em
poucas horas se essa água e essas proteínas não voltassem à corrente sanguínea. Uma tarefa
do sistema linf ático é reabsorver esse excesso e devolvê-lo ao sangue. Qualquer distúrbio na
drenagem linf ática pode fazer com que os tecidos inchem com o excesso de fluido, condição
IMUNIDADE
À medida que o sistema linfático recupera o excesso de fluido do tecido, ele também coleta
c élulas estranhas e substâncias químicas dos tecidos. Algumas dessas células são
pat ógenas, microrganismos com potencial para causar doenças. Em seu caminho de volta à
í
corrente sangu nea, esse fluido passa pelos linfonodos, que atuam como filtros onde as
protetoras.
í
lip dios dos alimentos que n ão foram absorvidos pelos capilares sanguíneos intestinais.
A linfa é um fluido transparente e incolor, semelhante ao plasma sanguíneo, mas com baixo
í í
teor de prote na. Ela se origina a partir do l quido intersticial que foi absorvido pelos vasos
EXEMPLO
Ap ós uma refeição, por exemplo, a linfa que drena o intestino delgado tem uma aparência
í
leitosa devido ao seu alto teor de lip dios. Essa linfa intestinal é chamada de quilo.
A linfa que sai dos linfonodos – o principal suprimento de linfócitos para a corrente
sangu nea í – contém muitos linfócitos. A linfa também pode conter macrófagos, hormônios,
bact érias, vírus, detritos celulares e até células cancerígenas itinerantes. A linfa corre por
meio de um sistema de canais, denominados vasos linf áticos, semelhantes aos vasos
venosos. Eles come çam com capilares linfáticos microscópicos – também chamados de
linf áticos terminais –, que penetram quase todos os tecidos do corpo, mas estão ausentes na
ATEN ÇÃO
Os vasos linf áticos terminais estão intimamente associados aos capilares sanguíneos, mas,
í
por filamentos de prote na que impedem o colapso do vaso.
Ao contr ário das células endoteliais dos capilares sanguíneos, as células endoteliais
linf áticas não são unidas por zonas de oclusão nem possuem uma lâmina basal contínua.
Isso faz com que as lacunas entre as c élulas endoteliais sejam tão grandes que bactérias,
linf ócitos e outras células e partículas maiores possam entrar com o fluido do tecido. Desse
modo, a linfa que chega a um linfonodo leva uma esp écie de relatório sobre o estado de um
Os vasos linf áticos maiores são semelhantes às veias em sua histologia. Eles têm uma túnica
interna com endot élio e válvulas, uma túnica média com fibras elásticas e músculo liso e
uma fina t única externa. Suas paredes são mais finas, e suas válvulas estão mais próximas
v álvula.
À medida que os vasos linfáticos convergem ao longo de seu caminho, eles se tornam cada
vez maiores e sofrem certas mudan ças na nomenclatura. A rota da linfa de volta à corrente
Capilares linf áticos → Vasos coletores → Seis troncos linfáticos → Dois ductos coletores →
Os capilares linf áticos convergem para formar vasos coletores. Cabe ressaltar que existem
dois sistemas de vasos, um sistema de vasos linf áticos superficiais e outro profundo. Os
Os vasos linf áticos profundos viajam ao lado de veias e artérias e compartilham uma bainha
de tecido conjuntivo comum com elas. Em intervalos irregulares, eles esvaziam nos
linfonodos. A linfa escorre lentamente pelo linfonodo, onde as bact érias são fagocitadas, e
outro lado do linfonodo por meio de outro vaso coletor (eferente), que viaja e encontra
outros linfonodos. Ou seja, o vaso linf ático eferente é responsável por levar linfa filtrada de
Por fim, os vasos coletores convergem para formar troncos linf áticos maiores, cada um dos
quais drena uma parte importante do corpo. Existem 11 troncos linf áticos, cujos nomes
indicam suas localiza ções e partes do corpo que drenam – um tronco intestinal solitário e
pares de troncos jugular, subcl ávio, broncomediastinal, intercostal e lombar. O tronco
lombar drena n ão apenas a região lombar, mas também os membros inferiores. A união dos
troncos lombares com o tronco intestinal forma uma estrutura anat ômica denominada
cisterna do quilo.
CISTERNA DO QUILO
assim chamado devido à grande quantidade de quilo que coleta após uma refeição.
A cisterna do quilo apresenta formas vari áveis em 84% dos casos, dos quais ela pode se
apresentar fusiforme (37%), irregular (22%), sigmoide (11%), triangular (11%) arredondada
a) Anterior à coluna vertebral, entre os níveis T11 e L3, com maior frequência no nível da 1ª
9,3mm).
Os troncos linf áticos convergem para formar dois grandes ductos coletores:
O ducto linf ático direito se forma através da união dos troncos jugular, subclávio e
broncomediastinal do lado direito da cavidade tor ácica. Esse ducto recebe drenagem
linf ática do membro superior direito e do lado direito do tórax e da cabeça. Desemboca na
O ducto tor ácico, à esquerda, é maior e mais longo. Ele começa logo abaixo do diafragma,
anterior à coluna vertebral, no nível da segunda vértebra lombar. Aqui, os dois troncos
Ao subir, em conjunto com a aorta e de forma adjacente à coluna vertebral, o ducto torácico
recebe linfa adicional dos troncos broncomediastinal esquerdo, subcl ávio esquerdo e
jugular esquerdo, e ent ão deságua na união da veia subclávia esquerda com a veia jugular
interna esquerda ( ângulo venoso de Pirogoff). Coletivamente, esse ducto drena todo o corpo
abaixo do diafragma, o membro superior esquerdo e o lado esquerdo da cabe ça, pescoço e
t órax.
Imagem demonstrando a cisterna do quilo e a trajet ória do ducto torácico (em destaque).
posteriormente.
linf áticas, também chamadas de linfócitos, que variam de células vagamente dispersas nas
membranas mucosas dos tratos digestivo, respirat ório, reprodutivo e urinário até
Os tecidos linf áticos são compostos por uma variedade de linfócitos e outras células com
v ários papéis na defesa e na imunidade. As células linfáticas podem ser agrupadas em seis
C ÉLULAS NK
S ão linfócitos grandes, cujo nome deriva do termo em inglês Natural Killer , ou seja,
Est ão em constante “patrulha” na busca dessas células anormais e são, portanto, células de
S ão assim chamados porque desenvolvem por um tempo no timo e depois dependem dos
horm ônios tímicos para regular a sua atividade. O T significa dependente do timo. Existem
regulat órias e as células T de memória, cada uma com uma função específica.
LINF ÓCITOS B
Diferenciam-se em c élulas plasmáticas, que são células do tecido conjuntivo que secretam
í
prote nas defensivas chamadas de anticorpos. Os linf ócitos B foram assim nomeados pois
que possui estrutura semelhante à do timo. Os linfócitos B vão para a medula óssea, um
tecido linfoide prim ário, para amadurecer. Algumas células B tornam-se células B de
mem ória em vez de células plasmáticas, funcionando de forma similar aos linfócitos T de
MACR ÓFAGOS
neutr ófilos mortos, bactérias e outros corpos estranhos, além de processar corpos
antig ênicos) para a superfície celular, onde os “exibem” para os linfócitos T. Isso estimula
uma resposta imunol ógica contra o agente invasor. Macrófagos, linfócitos B e células
í
porque exibem fragmentos de ant genos para outras c élulas do sistema imunológico.
C ÉLULAS DENDRÍTICAS
S ão leucócitos (células de linhagem branca) que apresentam estruturas semelhantes aos
galhos de uma árvore. Podem ser encontradas na epiderme, nas membranas mucosas e nos
órgãos linfáticos.
C ÉLULAS RETICULARES
S ão células estacionárias que contribuem para o estroma dos órgãos linfáticos e atuam
como APCs no timo. N ão devemos confundir as células reticulares do sistema linfático com
Os tecidos linf áticos podem ser considerados agregados de linfócitos nos tecidos
conjuntivos das membranas mucosas e de v ários órgãos. A forma mais simples é o tecido
linf ático difuso, no qual os linfócitos estão espalhados em vez de densamente agrupados. É
particularmente prevalente nas passagens do corpo que se abrem para meio externo.
EXEMPLO
Podemos citar os tratos respirat ório, urinário e reprodutivo, onde é chamado de tecido
n ódulos linfáticos (folículos), que vêm e vão, conforme os patógenos invadem os tecidos e o
sistema imunol ógico responde ao desafio. Nódulos linfáticos abundantes são, entretanto,
í í
uma caracter stica relativamente constante em linfonodos, am gdalas e ap êndice. No íleo,
na por ção distal do intestino delgado, os nódulos linfáticos formam aglomerados chamados
formando áreas alongadas, e a sua superfície está livre das vilosidades e depressões
LINF ÁTICO
M ÓDULO 2
CLASSIFICA ÇÃO
Os órgãos e tecidos linfáticos amplamente distribuídos são classificados, com base em suas
fun ções, em dois grupos: órgãos linfáticos primários e órgãos linfáticos secundários.
í
como esterno e quadril e presente nas ep fises de ossos longos de adultos) e o timo. As
Os órgãos e os tecidos linfáticos secundários são os locais onde ocorrem a maioria das
í
(fol culos).
Vimos anteriormente como o sistema linf ático age e quais são suas principais células. Aqui,
medula óssea vermelha; timo; baço; tonsilas; e linfonodos –, de modo que possamos
A medula óssea vermelha pode não parecer um órgão. Quando aspirado dos ossos para fins
um exame microsc ópico minucioso da medula mostra que ela possui um grau estrutural
surpreendente e que é formada por múltiplos tecidos, portanto, atende aos critérios que a
Existem dois tipos de medula óssea: a amarela e a vermelha. A medula óssea amarela é
í
constitu da por tecido adiposo e, portanto, n ão será descrita. A medula óssea vermelha está
Em crian ças, a medula óssea vermelha – importante fornecedor de linfócitos para o sistema
A medula óssea vermelha é caracterizada por ser um material macio, pouco organizado e
altamente vascular, separado do tecido ósseo pelo endósteo do osso. Produz todas as
classes de elementos formados do sangue; sua cor vermelha vem da abund ância de
eritr ócitos (glóbulos vermelhos). Numerosas pequenas artérias entram no forame nutrício
í
na superf cie do osso, penetram no osso e des águam em grandes sinusoides na medula. Os
sinusoides drenam para uma veia longitudinal central que sai do osso pela mesma rota que
Os sinusoides, com 45 µm a 80µm de largura, são revestidos por células endoteliais, como
í
outros vasos sangu neos, e s ão circundados por tecido conjuntivo reticular. As células
reticulares secretam fatores estimuladores de col ônias que induzem à formação de vários
tipos de leuc ócitos. Nos ossos longos dos membros, as células reticulares envelhecidas
Os espa ços entre os sinusoides são ocupados por ilhas de células hematopoiéticas,
elas abrem caminho atrav és das células reticulares e endoteliais para entrar no seio nasal e
í
fluir na corrente sangu nea. As plaquetas tamb ém entram na corrente sanguínea dessa
forma.
ATEN ÇÃO
Como j á é sabido, a medula óssea vermelha fornece linfócitos que irão para órgãos-alvo
para amadurecerem.
TIMO
O timo, um órgão linfoide primário, está localizado na parte inferior do pescoço e na parte
anterior do mediastino superior. É uma glândula dividida em dois lobos. Situa-se posterior
fibroso.
Uma camada de tecido conjuntivo mant ém os dois lobos próximos, mas uma cápsula de
dividem cada lobo em l óbulos. Cada lóbulo tímico consiste em um córtex externo com
colora ção escura e uma medula central de coloração mais clara. O córtex é composto por
muitos linf ócitos T e células dendríticas dispersas, assim como células reticulares e
macr ófagos. Os linfócitos T imaturos (células pré-T) migram da medula óssea vermelha
c élulas reticulares especializadas tem vários processos longos que circundam e servem
c élulas pré-T em um processo conhecido como seleção positiva. Além disso, eles produzem
horm ônios tímicos que parecem auxiliar na maturação dos linfócitos T. Apenas cerca de 2%
apoptose.
Macr ófagos tímicos ajudam a limpar os restos de células mortas e células incompetentes.
Os linf ócitos T sobreviventes entram na medula do timo, que consiste em células T, mais
MON ÓCITOS
Essas c élulas são assim chamadas porque têm projeções longas e ramificadas que se
Em beb ês, o timo tem uma massa de cerca de 70g. Após a puberdade, o tecido conjuntivo
adiposo e areolar come ça a substituir o tecido tímico. Quando uma pessoa atinge a
por ção funcional pode pesar apenas 3g. Antes da atrofia do timo, ele povoa os órgãos e
tecidos linf áticos secundários com células T. No entanto, algumas células T continuam a
í
proliferar no timo ao longo da vida de um indiv duo, mas esse n úmero diminui com a idade.
anteriores e dos ramos mediastinais anteriores das art érias torácicas internas. As veias do
timo terminam nas veias braquiocef álica esquerda, torácica interna e tireoide inferior. Os
traqueobr ônquico.
BA ÇO
abdominal mais vulner ável em relação aos demais. O baço está localizado na parte
esquerdo do abdome, onde recebe parcialmente prote ção das costelas inferiores.
Posi ção do baço dentro da cavidade abdominal.
O ba ço é um órgão móvel, embora normalmente não desça abaixo da região costal (costela);
ele repousa sobre a flexura c ólica esquerda (no intestino), também conhecida como flexura
espl ênica, dada sua relação com o baço. Ele está associado posteriormente com a nona até a
costodiafragm ático. No que tange à topografia do baço, ele mantém relações anteriores com
o est ômago, relações posteriores com o diafragma, que o separa da pleura, do pulmão e das
flexura espl ênica do intestino e, medialmente, o baço mantém relação com o rim esquerdo.
curvatura maior pelo ligamento gastroespl ênico e ao rim esquerdo pelo ligamento
esplenorrenal. Esses ligamentos, contendo vasos espl ênicos, estão fixados no hilo do baço
em sua face medial. O hilo espl ênico frequentemente está em contato com a cauda do
Como o maior dos órgãos linfáticos, o baço participa do sistema de defesa do corpo como
í
per odo pr é-natal, ele é um órgão hematopoiético, mas, após o nascimento, está envolvido,
VOC Ê SABIA
grau limitado, pode fornecer uma esp écie de “autotransfusão” em resposta ao estresse
imposto pela hemorragia. Apesar de seu tamanho e das muitas fun ções úteis e importantes
que fornece, n ão é um órgão vital e pode ser removido por meio da esplenectomia em
Para acomodar essas fun ções, o baço possui uma massa vascular (sinusoidal) macia com
uma c ápsula fibroelástica relativamente delicada. A cápsula fina é coberta por uma camada
de perit ônio visceral que circunda inteiramente o baço, exceto no hilo esplênico, onde os
í
aproximadamente 12cm de comprimento e 7cm de largura. A superf cie diafragm ática do
adjacentes. A estreita rela ção do baço com as costelas que normalmente o protegem pode
Como j á vimos, o baço possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso que o envolve. A
por ção interna da cápsula emite trabéculas que se estendem para dentro do parênquima
A polpa branca é formada por tecido linfático majoritariamente composto por linfócitos e
centrais.
A polpa vermelha consiste em seios
venosos cheios de sangue e verdadeiros cord ões de tecido esplênico chamados de cordões
polpa vermelha.
Esquema representando a anatomia interna do ba ço.
Esse vaso segue um curso tortuoso, posteriormente à bolsa omental, anteriormente ao rim
esplenorrenal, a art éria esplênica se divide em cinco ou mais ramos que entram no hilo.
tribut árias que emergem do hilo. Recebe a veia mesentérica inferior durante sua trajetória e
em seguida se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática.
Os vasos linf áticos do baço deixam os nódulos linfáticos no hilo esplênico e passam ao longo
dos vasos espl ênicos para os linfonodos pancreático-esplênicos, que, por sua vez, drenam
í
linfa para os linfonodos cel acos.
Í
NOTA CL NICA: Ruptura de ba ço
fortes sobre o t órax inferior esquerdo ou abdome superior podem fraturar as costelas que o
protegem. Essa les ão por esmagamento pode resultar em ruptura do baço, o que causa
A remo ção do baço é necessária, para prevenir a morte por sangramento; e outras
diminuem na aus ência de um baço, o que coloca o paciente em maior risco de sepse devido à
SEPSE
í
toxinas, na corrente sangu nea ou nos tecidos. É uma infecção no sangue. Para reduzir o
risco de sepse, os pacientes que foram submetidos à retirada do baço tomam antibióticos
Í
NOTA CL NICA: Esplenomegalia
Quando o ba ço está acometido por alguma doença, como a leucemia granulocítica (alta
contagem de leuc ócitos), ele pode aumentar para 10 ou mais vezes seu tamanho e peso
O ba ço geralmente não é palpável no adulto. Se sua borda inferior puder ser detectada ao
palpar abaixo do rebordo costal esquerdo no final da inspira ção, ela está cerca de três vezes
maior que seu tamanho “normal”. Caso haja esplenomegalia, o hipoc ôndrio esquerdo fica
preenchido, deixa de apresentar timbre timp ânico e passa a maciço ao exame de percussão.
Esse espa ço anatômico (semilunar de Traube) tem forma de lua crescente, circundado pela
De modo geral, esse espa ço tem largura de 12cm e altura de 9cm, projetando-se da 6ª à 9-
10 ª costelas. A expressão “Traube Livre”, muito usada no cotidiano dos hospitais e por
acad êmicos, significa dizer que a percussão do espaço apresenta o timbre timpânico e que a
í
granuloc ticas, nas quais eritr ócitos ou leucócitos, respectivamente, são destruídos em
Í
NOTA CL NICA: Ba ços acessórios
ao hilo espl ênico. Eles podem estar embutidos parcial ou totalmente na cauda do pâncreas,
í
Na maioria dos indiv duos afetados, apenas um ba ço acessório está presente. Baços
í
da poss vel presen ça de um baço acessório é importante porque, se não for removido
durante uma esplenectomia, os sintomas que indicam a sua remo ção (por exemplo, anemia
TONSILAS
As tonsilas, conhecidas tamb ém como amígdalas, são agregados de tecido linfático
inalados. Cada tonsila é coberta por um epitélio e possui fossas profundas chamadas de
criptas tonsilares, revestidas por n ódulos linfáticos. As criptas geralmente contêm restos de
comida, leuc ócitos mortos, bactérias e produtos químicos antigênicos. Abaixo das criptas,
fibrosa incompleta.
Uma única tonsila faríngea, conhecida como adenoide, na parede superior e posterior da
í
palatoglosso e palatofar ngeo,
Numerosas tonsilas linguais, cada uma com uma única cripta, concentradas em um
í
remendo de cada lado da raiz da l ngua.
Tonsilas tub árias, situadas perto do tórus tubário, uma reflexão da porção membranosa da
chamado de amigdalite.
Diferen ça de uma cavidade oral normal para uma com tonsilite. Note, na segunda e na
J á a adenoide, caso aumentada, pode se tornar quase do tamanho de uma bola de pingue-
ATEN ÇÃO
fisicamente a parte posterior do nariz, ela pode obstruir o fluxo de ar o suficiente para que
respirar pelo nariz requeira uma quantidade desconfort ável de trabalho, e a inalação ocorra
pela boca aberta. A adenoide aumentada tamb ém pode obstruir as vias aéreas nasais o
suficiente para afetar a voz, sem realmente interromper o fluxo de ar nasal por completo.
LINFONODOS
espalhados ao longo do corpo, ao redor de vasos linf áticos. Os linfonodos possuem formato
profundamente. Grandes grupos deles est ão presentes perto das glândulas mamárias e nas
abdominal e p élvica.
VOC Ê SABIA
Os linfonodos, outrora chamados de g ânglios linfáticos, possuem algo entre 1mm a 25mm
de comprimento e, assim como o timo e o ba ço, são revestidos por uma cápsula de tecido
conjuntivo denso que se projeta internamente por meio de trab éculas, dividindo o linfonodo
í
sangu neos.
Oc órtex possui uma porção externa e uma porção interna. Dentro do córtex externo
prim ário. A maioria dos nódulos linfáticos no córtex externo são nódulos linfáticos
secund ários, que se formam em resposta a um antígeno e são locais de formação de células
linf ático secundário contém uma região de células que se coram pela luz, denominada
centro germinativo onde est ão as células B, as células dendríticas foliculares (um tipo
í
“apresentam” um ant geno (lembrando, é uma célula apresentadora de antígeno, APC), as
í í
encontrado um ant geno espec fico. As c élulas B que não se desenvolvem adequadamente
secund ário ao redor do centro germinativo é composta por densos acúmulos de células B
que migraram de seu local de origem dentro do n ódulo. O córtex interno não contém
Em rela ção ao fluxo da linfa, ela chega ao linfonodo em apenas uma direção, através de
v ários vasos linfáticos aferentes que penetram na superfície convexa do linfonodo. Os vasos
linfa para dentro. Dentro do linfonodo, a linfa entra em uma s érie de canais irregulares que
í
A partir da , a linfa entra nos seios medulares, que drenam para um ou dois vasos linf áticos
eferentes, que s ão mais largos e em menor número do que os vasos linfáticos aferentes,
linf áticos aferentes de outro linfonodo, até essa linfa alcançar a circulação venosa.
Linfonodos da cabe ça
OCCIPITAIS
Recebe linfa do couro cabeludo e direciona a linfa para os linfonodos profundos do pesco ço.
AURICULARES
Aqui, temos dois grupos, os auriculares anteriores, que se disp õem anteriormente ao
linfonodos cervicais.
PAROT DEOS Í
Formam dois grupos, um est á inserido na massa da glândula parótida, enquanto o outro
situa-se na parede lateral da faringe. Drenam parte da face, regi ão temporal, meato
ac ústico, e levam a linfa para linfonodos cervicais.
FACIAIS
í
mand bula. Drenam as regi ões adjacentes e conduzem linfa para os linfonodos
submandibulares.
FACIAIS PROFUNDOS
Podem ser encontrados ao redor da art éria maxilar, drenando as regiões adjacentes.
LINGUAIS
RETROFAR NGEOS Í
Linfonodos do pesco ço
SUBMANDIBULARES
mais constante é chamado de linfonodo de Stahr, que pode ser encontrado quando a artéria
CERVICAIS SUPERFICIAIS
CERVICAIS ANTERIORES
anteriormente à traqueia.
CERVICAIS PROFUNDOS
S ão os mais numerosos. Recebem a linfa dos linfonodos da cabeça e dos demais linfonodos
do pesco ço. Formam uma verdadeira cadeia ao redor da bainha carotídea e situam-se,
Outro linfonodo de grande import ância pertence à cadeia supraclavicular esquerda e recebe
cavidade tor ácica, abdominal e pélvica, ou em doenças como tuberculose e sífilis. Sua
linfonodos deltopeitorais, que se encontram ao lado da veia cef álica, perto da clavícula.
J á os linfonodos profundos são maiores e mais numerosos (em torno de 25) e estão situados
Os linfonodos axilares est ão divididos de acordo com a sua posição em relação à axila; e
como a mama e parte da parede tor ácica e os vasos eferentes formam o tronco subclávio.
Alguns grupos de linfonodos do membro superior.
Linfonodos do t órax
ESTERNAIS
Situados nas extremidades anteriores dos espa ços intercostais, ao lado da artéria torácica
interna. Recebem vasos linf áticos das mamas, de estruturas profundas da parede
í
abdominal e parte do f gado.
INTERCOSTAIS
Ocupam as partes posteriores dos espa ços intercostais e mantêm relações com os vasos
ducto tor ácico. Já os dos espaços intercostais superiores vão diretamente para o ducto
DIAFRAGM ÁTICOS
Situam-se na face superior do diafragma.
Relacionam-se com as veias braquiocef álicas e ramos do arco aórtico. Recebem linfa do
timo, peric árdio e linfonodos esternais, e seus vasos eferentes unem-se aos dos linfonodos
MEDIASTINAIS POSTERIORES
linfa do es ôfago, pericárdio e diafragma, assim como parte do fígado. Seus vasos eferentes
na maioria das vezes drenam para o ducto tor ácico ou para os linfonodos
traqueobronquiais.
TRAQUEOBRONQUIAIS
par ênquima pulmonar. Drenam os pulmões, coração, brônquios e parte da traqueia. Como
visto anteriormente, seus vasos eferentes se unem com os vasos eferentes dos linfonodos
Assim como no t órax, as cadeias de linfonodos podem ser divididas em parietais e viscerais.
Í
IL ACOS EXTERNOS
í
De oito a dez, encontram-se ao longo dos vasos il acos externos. Recebem linfa do membro
Í
IL ACOS COMUNS
í
De quatro a seis, situados ao redor dos vasos il acos comuns. Recebem linfa dos vasos
EPIG ÁSTRICOS
CIRCUNFLEXOS IL ACOS Í
Podem estar ausentes, mas, em geral, s ão de dois a quatro linfonodos situados na trajetória
í
dos vasos circunflexos il acos profundos.
Í
IL ACOS INTERNOS (HIPOG ÁSTRICOS)
í
Recebem linfa das v sceras p élvicas, períneo, glúteo e região posterior da coxa. Seus vasos
í
desembocam nos linfonodos il acos comuns, j á descritos.
SACRAIS
Situam-se na face p élvica do sacro, ao redor das artérias sacrais laterais e artéria sacral
mediana.
A ÓRTICOS LATERAIS
desembocadura da veia renal. Os do lado esquerdo formam uma verdadeira cadeia na aorta
e se situam sobre o pilar esquerdo do diafragma. Recebem linfa dos linfonodos il acos í
í
comuns, do test culo, ov ário, tuba uterina e útero, assim como linfa do rim, glândula
suprarrenal e da parede lateral do abdome. Seus vasos eferentes formam os troncos
PR É-AÓRTICOS
mesent érica inferior, portanto, são divididos dessa forma. Recebem linfa que corresponde
ao suprimento arterial da art éria adjacente. Formam o tronco intestinal, que desemboca na
cisterna do quilo.
RETROA ÓRTICOS
Recebem parte da linfa dos linfonodos a órticos laterais e seus vasos linfáticos eferentes
í
Cabe ressaltar que cada v scera do abdome tamb ém possui um grupo próprio de linfonodos,
que, em última instância, drenam para os linfonodos pré-aórticos. Esses linfonodos seguem
G ástricos
Hep áticos
Pancreaticoduodenais
Pancre ático-esplênicos
Ileoc ólicos
Mesoc ólicos
Pararretais
vasos eferentes que seguem ao longo dos vasos femorais para levar linfa para os linfonodos
inguinais.
LINFONODOS INGUINAIS
cadeias distais ao ligamento inguinal. Drena parte do p ênis, bolsa escrotal, períneo,
p ênis ou o clitóris.
Í
NOTA CL NICA: Met ástases
As met ástases podem ocorrer por três maneiras: invasão direta das membranas serosas de
hematog ênica. Iremos discutir a respeito da disseminação por via linfática, que é a forma
mais comum de dissemina ção para carcinomas, os tipos mais comuns de cânceres.
Nesse meio de propaga ção, as células liberadas no local primário do câncer entram e viajam
atrav és dos vasos linfáticos. As células transmitidas pela linfa são filtradas e aprisionadas
envolvimento dos linfonodos cancerosos segue as vias naturais da drenagem linf ática.
adjacentes; ou seja, linfonodos que recebem linfa de determinado órgão acometido pelo
c âncer.
Por isso, é importante que a drenagem linfática seja estudada. Torna-se fácil saber quais
determinado local ou órgão e para ser capaz de determinar os locais prováveis de locais
n ódulos cancerosos aumentam à medida que as células tumorais dentro deles aumentam;
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUS ÃO
O sistema linf ático é essencial para a homeostase. Ele auxilia na filtração de fluidos e
remove o excesso de fluidos dos tecidos. Age, tamb ém, dando suporte ao sistema venoso de
drenagem.
Estudamos que o sistema linf ático tem papel importante na defesa do organismo contra
pat ógenos, corpos estranhos e tumores. Primeiramente, focamos mais os aspectos gerais do
sistema linf ático e pudemos estudar o líquido que faz parte do sistema: a linfa, que corre
tamb ém algumas das células de defesa do sistema linfático, como os diversos tipos de
associado à mucosa), que estão presentes em diversas regiões e adquirem siglas específicas
quando associados a esses sistemas. Por exemplo, o tecido linfoide associado à mucosa do
Posteriormente, estudamos os órgãos que compõem o sistema linfático. Estes são divididos
em prim ários (timo e medula óssea vermelha) e secundários (baço e linfonodos, por
exemplo). Um órgão primário diz respeito ao local de secreção de células que se tornarão
linf ócitos, enquanto um órgão secundário, em essência, é o local onde esses pré-linfócitos
amadurecem e s ão armazenados.
armazenamento de linf ócitos foi debatida, assim como as funções secundárias desses
Por fim, descrevemos a distribui ção das cadeias de linfonodos do corpo humano. Os
linfonodos tendem a se aglomerar em regi ões específicas, gerando grupos de linfonodos que
PODCAST
REFER ÊNCIAS
DRAKE, R. L.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray's Anatomy for Students. 3.rd ed:
GOSS, C. M. (ed.). Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.
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Koogan, 2013.
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Americana, 2011.
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TORTORA, G. J.;, DERRICKSON, B. Principles of Anatomy and Physiology. 14.th ed. New
and systematic review of 22,487 patients. Int J Surg., v. 45, p. 18-28, 2017.
EXPLORE+
í
O v deo intitulado “The Lymphatic System Overview, Animation”. H á uma animação
sobre aspectos gerais do sistema linf ático e sua função imunológica, assim como seu
papel de apoio ao sistema circulat ório (no YouTube, em inglês, com legendas em
ingl ês).
O artigo publicado por Natale, Boci e Ribatti (2017) “Scholars and scientists in the
history of the lymphatic system”, que traz uma revis ão histórica a respeito do sistema
Lymphatic Anatomy and the Contribution of Frederik Ruysch”, que disserta a respeito
presen ça das válvulas dos vasos linfáticos e corrigiu a descrição do fluxo da linfa (na
CONTEUDISTA
Í
CURR CULO LATTES