CC 20 08 2017 PDF

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SEMIOLOGIA E PROPEDÊUTICA

CASO CLÍNICO
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Identificação: CVV, 37 anos, feminina, branca, professora, natural de Recife (PE),


moradora do Rio de Janeiro, há 10 anos

▸ Queixa Principal: “Palpitação e nervosismo há 6 meses“.

▸ História da Doença Atual: A paciente procurou o ambulatório de psiquiatria com


queixa de que há cerca de um mês vem apresentando episódios de taquicardia ao
longo do dia, e que percebe ainda “palpitação”. Observou sudorese intensa e tremor
nas mãos. Encontra-se bastante ansiosa e atribui este fato ao seu novo emprego que a
exige muito desde oito meses atrás. Informa que no seu exame admissional o médico
notou aumento do volume do pescoço e sugeriu que ela fosse avaliada a seguir. Não
procurou, entretanto, assistência médica até a data de hoje. Nega dor, febre,
emagrecimento, dispneia e rouquidão. Refere que eventualmente, porém não sabe
descrever com precisão tem episódios de diarreia, com fezes pastosas, sem muco,
nem pus nem sangue. Relata ter tido perda ponderal de cerca de 7 Kg no último ano.
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Antecedentes Pessoais: Nasceu de parto cesáreo, a termo. Desenvolvimento


psicomotor e crescimento sem anormalidades. Nega doença comum da
infância (varicela). Imunizações efetuadas na infância. Nega doenças
crônicas, transfusões e doença sexualmente transmissível. Parceiro do sexo
masculino, sem uso de preservativos. Menarca aos 13 anos. Gesta 1 Parto 1.
Faz uso de contraceptivos orais, com acompanhamento médico
ginecológico anualmente.

▸ Antecedentes Familiares: Pais vivos e saudáveis, dois irmãos saudáveis. Uma


filha com 1 anos de idade, saudável. Desconhece história doença
semelhante entre familiares.

▸ Antecedentes Socioculturais: Mora em casa de alvenaria, com dois cômodos,


com água e esgoto tratados. Tem curso superior completo concluído há um
ano de pedagogia. Alimentação qualitativa e quantitativamente adequada.
Nega etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas.
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Informações complementares/Revisão dos sistemas: Nega déficit da


acuidade visual e auditiva, alterações de fâneros, otorrinolaringológicas,
geniturinárias e neurológicas. Refere que tem tido a sensação de corpo
estranho e eventualmente lacrimejamento com desconforto ocular.

▸ Exame físico geral e específico

▸ Estado geral regular, cooperativa, lúcida e orientada no tempo e no


espaço, ativa, sem posição preferencial. Hidratada, anictérica,
acianótica, corada.

▸ Sinais vitais: PA= 140x70 mmHg; Tax: 36,5º C; FC= 90bpm; FR= 16irpm

▸ Peso: 55 kg Altura: 1,68 (IMC= 19,5)


SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Fácies com olhar acentuado. Cavidade oral


sem alterações. Dentes em bom estado de
conservação. Pálpebras superiores e
inferiores sem alteração. Exoftalmia leve
hiperemia conjuntival bilateral. Pupilas
isocóricas e fotoreagentes. Reflexos
oculomotor, troclear e abducente
preservados. Fundo de olho sem alterações.
Não há linfonodos palpáveis. Pele íntegra,
com turgor e elasticidade preservados.
Aumento do volume do pescoço, sobretudo
na região anterior, onde se observa massa,
móvel à deglutição, à direita e à esquerda da,
de contorno liso. Observa-se frêmito na
topografia desta massa, além de sopro de
difícil definição.
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Tórax atípico, diâmetro anteroposterior preservado.

▸ Aparelho cardiovascular (ACV): Ictus visível e palpável no 4º EIE. Ritmo


cardíaco irregular e em 2 tempos, com cerca de 5 extra-sístoles/minuto,
além de sopro pancardíaco.

▸ Aparelho Respiratório (AR): Elasticidade, expansibilidade e FTV


preservados bilateralmente. Eupneica. Murmúrio vesicular (MV) audível
bilateralmente e sem ruídos adventícios.

▸ Abdome: Flácido, difusamente doloroso à palpação profunda; ausência de


visceromegalias. Peristalse discretamente aumentada. Fígado com cerca de
8 com na LHCM e a 2 do apêndice xifoide, liso, indolor e com borda
cortante. Baço impalpável. Traube livre

▸ Membros Superiores e Inferiores: Presença de lesão pré-tibial, caracterizada


por placa com espessamento da pele em aspecto de casca de laranja.
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Qual (is) o(s) diagnóstico(s) sindrômico(s) podem ser identificados.


Justifique.

▸ Síndrome endócrina / tireotóxica: Exofitalmia, Perda ponderal, Bócio


(bócio tóxico geralmente acompanha frêmito e sopro sistólico sobre a glândula, o que
evidencia a hipervascularização e a hipercinesia cardiovascular)

▸ Síndrome adrenégica - Alterações neuromusculares (palpitações e


tremores), sudorese intensa, alterações psicológicas (nervosismo e
ansiedade), alterações oftalmológicas (retração da pálpebra superior)

▸ Síndrome hipercinética - hiperatividade cardíaca, hipertensão sistólica,


pressão de pulso alargada (PA divergente) e taquicardia sinusal.

▸ Síndrome diarreica
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Quais os diagnósticos diferenciais são pertinentes e devem ser


contemplados nesta situação?

▸ Tireotoxicose

▸ Hipertireoidismo (primário ou secundário)

▸ Tireoidite

▸ Struma Ovarii (Teratoma ovariano - tecido tireoidiano ectópico)

▸ Feocromocitoma

▸ TAG - Transtorno de Ansiedade Generalizada

▸ Intoxicação por Amiodarona


SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Quais os diagnósticos etiológicos mais prováveis? Considere os de maior


prevalência e justifique.

▸ Doença de Graves - Hipertireoidismo com bócio difuso:

▸ Causa mais comum de hipertireoidismo endógeno - 85% dos casos.

▸ Mais comum em mulheres com mais de 20 anos e menos de 40.

▸ Definida por uma tríade de manifestações:

▸ Hipertireoidismo associado com crescimento difuso da tireoide.

▸ Oftalmopatia infiltrativa resultando em exoftalmia.

▸ Dermopatia infiltrativa localizada, muitas vezes chamada de mixedema


pré-tibial, o qual está presente na minoria dos paciente.
SEMIOLOGIA - CC5 - GRUPO2

▸ Bócio multinodular tóxico - Doença de Plummer

▸ Episódios recorrentes de hiperplasia e involução se associam para produzir o bócio


multinodular. (crescimento continuo e auntonomo - independente de TSH)

▸ Mais comum em mulheres.

▸ Pacientes com mais de 60 anos ou menos de 30.

▸ Quase nunca é acompanhado de oftalmopatia.

▸ Adenoma Tóxico

▸ Mutações do receptor de TSH - resposta exarcebada

▸ Mais comum em mulheres e idosos

▸ Menor exuberância dos sintomas com predomínio das manifestações cardiovasculares

▸ Diagnostico - cintilografia tireoidiana

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