Manual UFCD 6565
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a. Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos .............................. 10
a. Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão
directa .......................................................................................................................................................... 24
b. Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a ...... 24
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 26
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DESENVOLVIMENTO
A célula é a unidade estrutural e funcional comum a todos os seres vivos, sendo que estes
podem ser constituídos por uma ou mais células.
São elas que realizam todas as funções fundamentais dos seres vivos, como por exemplo,
reprodução, crescimento, alimentação, movimentação, reacção a estímulos externos e respiração
(consumo do oxigénio com produção de dióxido de carbono). Sendo assim, a célula é a menor parte
de um ser vivo capaz de desenvolver-se e reproduzir, ou seja, a menor parte de um ser vivo onde
reconhecemos as propriedades básicas da vida.
✓ Tecido
o Tecidos epiteliais;
o Tecidos conjuntivos;
o Tecidos musculares;
o Tecido nervoso;
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✓ Aparelho ou sistema
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2. NOÇÕES SOBRE O SISTEMA IMUNITÁRIO
a. Barreiras naturais
Existe uma série de barreiras protectoras no corpo humano que servem para impedir ou
dificultar a entrada dos microorganismos patogénicos no mesmo. No entanto, se algum deles
conseguir vencer essas barreiras, deparar-se-á com vários mecanismos de defesa desencadeados
pelo sistema imunitário, com o objectivo de destruí-los ou desactivá-los.
Em primeiro lugar, a própria pele que reveste todo o corpo constitui uma barreira
inultrapassável para muitos agentes infecciosos. Para além disso, como se encontra revestida por
uma camada Lipídica ligeiramente ácida, proveniente das secreções das glândulas cutâneas, com
propriedades anti-sépticas, cria um meio desfavorável para o desenvolvimento de inúmeros
microorganismos na superfície do corpo. Embora exista uma flora cutânea permanente, esta
encontra-se formada por microorganismos saprófitas, ou seja, que vivem às custas do organismo,
mas não o danificam. Por outro lado, como a sua presença dificulta o desenvolvimento de
microorganismos patogénicos, ou seja, prejudiciais, podem ser considerados benéficos.
Para além de ser constituído por substâncias antimicrobianas, este muco é constantemente
arrastado em direcção ao exterior pelo movimento de reduzidos cílios das células que revestem a
superfície das vias respiratórias.
Os microorganismos que penetram pela via digestiva também têm que enfrentar várias
barreiras protectoras. O primeiro obstáculo corresponde à acidez do suco gástrico, que é capar de
destruir inúmeros tipos de microorganismos que chegam ao estômago. As secreções de outras partes
do tubo digestivo criam igualmente um meio hostil para muitos microorganismos. Por Ultimo,
existe a flora bacteriana intestinal, composta por microorganismos saprófitas inofensivos, que
travam a proliferação de outros considerados perigosos.
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b. Fisiologia celular e humoral
Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai estimular os
linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para esse antigénio. Como resposta,
os linfócitos B dividem-se e formam células que sofrem diferenciação, originando plasmócitos e
células – memória. Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem
anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente lançados no sangue ou
na linfa e vão circular até ao local de infecção (fig.10).
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As células-memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a
acontecer um posterior contacto com o antigénio.
c. Imunidade natural
Os mecanismos de defesa não específica que impedem a entrada dos agentes patogénicos
são as barreiras anatómicas (pele, mucosas e pêlos das narinas), as secreções (produzidas pelas
glândulas sebáceas, sudoríparas, salivares e lacrimais) e as enzimas (existentes no suco gástrico).Os
mecanismos de defesa não específica que actuam sobre os agentes patogénicos que conseguiram
transpor as barreiras externas são a reacção inflamatória, a fagocitose, o interferão e o sistema
complemento.
❖ Reação inflamatória
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No local onde os agentes patogénicos conseguem penetrar no organismo vai produzir-se
uma reacção inflamatória traduzida por uma sequência de acontecimentos que visam neutralizar ou
destruir esses agentes.
Como consequência, vai aumentar o fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor local, e
a quantidade de fluido intersticial, originando um edema. A dor, normalmente associada, é devida à
distensão dos tecidos e à acção de várias substâncias nas terminações nervosas.
Cerca de meia hora a uma hora após o início da reacção inflamatória, os neutrófilos e os
monócitos começam a atravessar as paredes dos capilares – diapedese e a passar para os tecidos
infectados. Os monócitos transformam-se então em macrófagos.
❖ Fagocitose
Os macrófagos que já existiam nos tecidos que foram invadidos multiplicam-se e tornam-se
móveis.
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❖ Interferão
Os interferões são proteínas produzidas por certas células quando atacadas por vírus ou por
parasitas intracelulares. Estas proteínas não apresentam especificidade pois podem inibir a
replicação de diversos vírus.
❖ Sistema complemento
d. Imunidade Adquirida
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A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num organismo hospedeiro
quando este sofreu previamente exposição a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada
por anticorpos (imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular).
Os linfócitos T têm capacidade para reconhecer alguns antigénios que se ligam a marcadores
da superfície de certas células imunitárias. Se uma bactéria for fagocitada por um macrófago, os
fragmentos resultantes da fagocitose ligam-se a certos marcadores superficiais desse macrófago que
os exibe e apresenta aos linfócitos T. A exposição e ligação de linfócitos T com o antigénio
específico estimula a sua proliferação.
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3. SISTEMAS OSTEOARTICULAR E MUSCULAR
❖ Ossos
O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo
denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.
Quanto à irrigação do osso, existem vasos sanguíneos maiores e outros menores, no entanto,
o tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática.
Por outro lado, como falado anteriormente, existem umas partes do esqueleto denominadas
de cartilagem que têm uma forma elástica de tecido conectivo semi-rígido que forma partes do
esqueleto onde há movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio e obtêm
oxigénio e nutrientes através de difusão.
❖ Ossos longos: Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um
corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior
resistência. O osso um pouco encurvado absorve o stress mecânico do peso do corpo
em vários pontos. Os ossos longos têm as diáfises formadas por tecido ósseo
compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso nas epífises.
Exemplo: Fémur.
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❖ Ossos curtos: são semelhantes a um cubo, tendo o comprimento praticamente iguais
às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, excepto na superfície, onde
há uma fina camada de ósseo compacto. Exemplo: osso do carpo
❖ Ossos laminares: São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido
ósseo compacto, com uma camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos
garantem proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos. Exemplo: osso
parietal e frontal.
❖ Ossos alongados: são ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central.
Exemplo: costelas.
❖ Ossos pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidos por
mucosa, apresentando um pequeno peso em relação ao seu volume.
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o Estrutura dos ossos longos:
❖ Músculos
Os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua
contração são capazes de transmitir-lhe movimento. O movimento é efectuado por fibras, as fibras
musculares, controladas pelo sistema nervoso. Um músculo vivo apresenta cor vermelha e
representam cerca de 40-50% do peso corporal.
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✓ Quanto à situação
o Superficiais ou cutâneos: estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma das
inserções na camada profunda da derme.
✓ Quanto à forma
o Largos: caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das
grandes cavidades.
✓ Quanto à função
o Fixadores: estabilizam a origem do agonista de modo a que ele possa agir mais
eficazmente.
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Quanto à estrutura os músculos classificam-se da seguinte forma:
✓ Músculos estriados esqueléticos: contraem-se por nossa vontade, isto é, são voluntários. O
tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque ao microscópio verificam-se
faixas estriadas alternadas, de cor clara e escura.
✓ Músculos lisos: Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da
cavidade abdomino-pélvica. A acção involuntária é controlada pelo sistema nervoso
autónomo.
✓ Locomoção
✓ Movimentos
o Rotação medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano
mediano
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o Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em
torno do eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente
no ombro
A coluna vertebral é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por
tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras. A coluna vertebral é constituída
por 24 vértebras
✓ Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo flectir-se para a frente, para trás,
para os lados e ainda girar sobre o seu eixo
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✓ Osteoporose
A osteoporose é uma doença óssea sistémica, (i.e. generalizada a todo o esqueleto), que por
si só não causa sintomas, caracterizada por uma densidade mineral óssea (DMO) diminuída e
alterações da microarquitectura e da resistência ósseas que causam aumento da fragilidade óssea e,
consequentemente, aumento do risco de fracturas.
Se não for prevenida precocemente, ou se não for tratada, a perda de massa óssea vai
aumentando progressivamente, de forma assintomática, sem manifestações, até à ocorrência de uma
fractura.
✓ Fracturas e luxações
As fracturas podem ser consideradas segundo o seu tipo em fracturas expostas e fracturas
não expostas.
Numa fractura exposta há fractura do osso sem que haja lesão (corte) da pele mas podem
existir tecidos lesionados debaixo da pele, ao contrário na fractura não exposta há fractura do osso
com lesão com corte da pele, sendo que o osso fracturado pode sair pela pele, provocando
contaminação com possibilidade de infeção.
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Uma luxação é outra lesão considerada entre as lesões articulares, musculares e ósseas e que
consiste na perda de contacto das superfícies articulares por deslocação dos ossos que formam a
articulação. Os sinais e sintomas mais frequentes são a dor violenta, incapacidade funcional,
deformação e edema.
✓ Tumores ósseos
Os tumores ósseos são produzidos pelo crescimento de células anormais nos ossos.
Podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os tumores ósseos não
cancerosos são relativamente frequentes, enquanto os cancerosos são pouco frequentes. Além disso,
os tumores ósseos podem ser primários (tumores cancerosos ou não cancerosos que têm origem no
próprio osso) ou metastáticos, quer dizer, cancros originados noutro ponto do organismo (por
exemplo, nas mamas ou na próstata) e que depois se propagam ao osso.
Nas crianças, a maior parte dos tumores ósseos cancerosos são primários; nos adultos, a
maioria são metastáticos. A dor dos ossos é o sintoma mais frequente de tumores ósseos. Além
disso, é possível notar uma massa ou tumefacção. Por vezes, o tumor (especialmente se for
canceroso) enfraquece o osso, pelo que este se fractura com pouca ou nenhuma sobrecarga (fractura
patológica). Devem-se fazer radiografias das articulações ou de qualquer membro que cause dor
persistente.
Contudo, os raios X só mostram uma zona anormal, mas não indicam de que tipo de tumor
se trata. A tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RM) são úteis para
determinar a localização exacta e o tamanho do tumor. Contudo, não costumam fornecer um
diagnóstico específico.
A extracção de uma amostra do tumor para exame microscópico (biopsia) é necessária para
estabelecer o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns tumores, pode obter-se a amostra
extraindo algumas células com uma agulha (biopsia por aspiração). Não obstante, pode ser
necessário um procedimento cirúrgico (biopsia aberta) para obter uma amostra adequada para o
diagnóstico. O tratamento imediato (que consiste numa combinação de medicamentos, cirurgia e
radioterapia) é de grande importância no caso de tumores cancerosos.
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e. Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de
envelhecimento e da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente
Quando determinadas alterações osteoarticulares e musculares resultam do processo de
envelhecimento e que levam a alterações da mobilidade é necessário um planeamento de cuidados
adequado ao caso em questão. Na alteração da mobilidade, existem duas situações que implicam
cuidados de saúde: transferências do utente e prevenção de úlceras de pressão.
“As Úlceras de Pressão são áreas da superfície corporal localizadas que sofreram
exposição prolongada a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de modo a impedir a circulação
local, com consequente destruição e/ou necrose tecidular.” (DGS, 2007).
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a. Classificação das úlceras de pressão
i. Grau I
Presença de eritema cutâneo que não desaparece ao fim de 15 min de alívio da pressão.
Apesar da integridade cutânea, já não está presente resposta capilar.
ii. Grau II
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iii. Grau III
Ausência da pele, com lesão ou necrose do tecido subcutâneo, sem atingir a fáscia
muscular.
iv. Grau IV
i. Fatores intrínsecos
São as forças físicas que actuam a nível local, como compressão prolongada, fricção
e estiramento.
d. Posicionamentos
i. Decúbito Dorsal
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ii. Decúbito lateral
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4. TAREFAS QUE EM RELAÇÃO A ESTA TEMÁTICA SE
ENCONTRAM NO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DO/A
TÉCNICO/A AUXILIAR DE SAÚDE
O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão directa de uma profissional de saúde pode executar
determinadas tarefas de transferências e posicionamentos de utentes em estado critico, auxiliando o
enfermeiro.
O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão e orientação de um profissional de saúde pode executar
tarefas como posicionamento e transferências de utentes com mobilidade reduzida, mas que não requerem
cuidados especializados.
• Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto de acordo, com
as orientações do enfermeiro;
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• Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados de higiene e conforto ao
utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;
• Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção
cirúrgica;
Por outro lado, ainda podem vigiar a pele do utente, alertando o enfermeiro sempre que haja
alterações da integridade ou aspecto da mesma.
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BIBLIOGRAFIA
✓ SERRA, Luís M. Alvim ; OLIVEIRA, António Fonseca, co-aut ; CASTRO, José Costa e, co-
aut - Critérios fundamentais em fraturas e ortopedia. 3ª ed. atualizada e aumentada. Lisboa :
Lidel, 2012
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