Sexualidade No Idoso Institualizado
Sexualidade No Idoso Institualizado
Sexualidade No Idoso Institualizado
UNIVERSIDADE ABERTA
REPRESENTAÇÕES E VIVÊNCIAS DA
SEXUALIDADE NO IDOSO INSTITUCIONALIZADO
UNIVERSIDADE ABERTA
2
Dedico este trabalho a todos aqueles que com o passar
dos anos ainda não se esqueceram de viver e nos
contemplam com a sua sabedoria e experiência
3
“Há ainda dias sorridentes
para a velhice, se ela se
interessa por tudo e se
desinteressa de si própria”.
C. de Belvèze
4
Agradecimentos
Ao meu marido pelo seu apoio permanente e por ter preenchido junto das
minhas filhas o vazio das minhas ausências.
Às minhas filhas, Mónica e Sofia, por serem a razão da minha existência e por
me contemplarem com o seu incondicional amor.
À minha irmã Sandra pelo apoio e ajuda na revisão e correcção deste trabalho.
À Célia, à Natália e à Paula pela partilha e pelo apoio nos momentos difíceis e
principalmente por tudo de bom que vivemos juntas neste processo.
A todos os funcionários e idosos que fizeram parte das amostras e que pela
sua colaboração e disponibilidade tornaram possível a realização deste
trabalho.
5
Resumo
6
a possibilidade de se relacionarem amorosamente com mais ninguém, quer
dentro ou fora da instituição.
Os idosos do nosso estudo consideram importante a opinião dos filhos nos
relacionamentos nesta idade e acham que não deve haver qualquer tipo de
contactos amorosos dentro da instituição, salientando mesmo que as
funcionárias não o deviam permitir.
Os cuidadores e funcionários, de uma maneira geral, parecem demonstrar
maior abertura a este respeito, referindo mesmo que concordam com
relacionamentos desta natureza. No entanto, consideram que os familiares dos
idosos não partilham desta opinião.
Consideram também que os idosos têm capacidade de amar e de se relacionar
emocionalmente e que ainda se interessam pela sexualidade.
Concluímos que para além dos aspectos mencionados é notória a
percentagem de inquiridos que não se pronuncia (positiva ou negativamente)
acerca de determinados temas, nomeadamente os que dizem respeito
sobretudo à sexualidade do idoso, podendo, de alguma forma, revelar tabus e
preconceitos existentes relativamente ao tema.
7
Abstract
8
stressing that the officials should not allow. Carers and officials, in general,
seem to show greater openness in this regard, noting that even agree on such
relationships. However, consider that the relatives of elderly people do not
share this view.
They also consider that the elderly are able to love and to relate emotionally, we
still care about the sexuality. We conclude that in addition to the items listed is
striking the percentage of respondents who did not pronounce (positive or
negative) on certain issues, particularly those that relate more to sexuality of the
elderly and, in some way, prove taboos and prejudices existing relatively the
theme.
9
Indice
Resumo ............................................................................................................................. 6
Abstract............................................................................................................................. 8
Siglas .............................................................................................................................. 19
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 20
I – PARTE – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ........................................................... 23
CAPÍTULO I – A PROBLEMÁTICA DO ENVELHECIMENTO NA SOCIEDADE
ACTUAL .................................................................................................................... 23
1.1 – CONCEITO DE ENVELHECIMENTO/VELHICE..................................... 23
1.2 – TEORIAS DO ENVELHECIMENTO.......................................................... 25
1.3 – ASPECTOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS DO ENVELHECIMENTO......... 29
1.3.1 – Na União Europeia ..................................................................................... 30
1.3.2 – Em Portugal ................................................................................................ 32
1.4 – REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, MITOS E ESTEREÓTIPOS EM
RELAÇÃO AOS IDOSOS..................................................................................... 36
1.5 – O IDOSO E A FAMÍLIA NA SOCIEDADE ACTUAL .............................. 44
CAPÍTULO II - SAÚDE, DOENÇA E ENVELHECIMETO ................................... 50
2.1 - ASPECTOS BIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO .............................. 50
2.2 – ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO......................... 53
2.3 – SAÚDE/DOENÇA NO IDOSO .................................................................... 57
CAPÍTULO III – SEXUALIDADE E ENVELHECIMENTO .................................. 60
3.1 – FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR ........................................ 60
3.1.1 - Aparelho reprodutor masculino................................................................... 61
3.1.2 – Aparelho reprodutor feminino .................................................................... 63
3.2 – CONCEITO DE SEXUALIDADE ............................................................... 66
3.3 – SEXUALIDADE E ENVELHECIMENTO.................................................. 69
CAPÍTULO IV – INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO ..................................... 77
4.1 – INSTITUCIONALIZAÇÃO TEMPORÁRIA .............................................. 79
4.2 – INSTITUCIONALIZAÇÃO PERMANENTE ............................................. 80
4.3 – CUIDAR O IDOSO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE............................... 82
II PARTE: INVESTIGAÇÃO EMPIRICA.................................................................... 87
CAPÍTULO I – CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTUDO ......................... 87
1.1 – CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE PALMELA ........................... 87
1.2 – CARACTERIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO/RESIDÊNCIA DE IDOSOS COI –
PINHAL NOVO ..................................................................................................... 92
CAPÍTULO II – METODOLOGIA ........................................................................... 98
2.1 – POPULAÇÃO ESTUDADA......................................................................... 98
2.1.1 – Dimensão da Amostra e Sistema de Recrutamento.................................... 98
2.1.2 – Critérios de Inclusão................................................................................... 99
2.1.3 - Procedimentos Formais e Éticos ................................................................. 99
2.2 – TIPO DE ESTUDO ..................................................................................... 101
2.3 – OBJECTIVOS DO ESTUDO...................................................................... 101
2.4 – INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS ........................................ 102
2.4.1 - Recolha de dados....................................................................................... 102
2.4.2 – Entrevistas ................................................................................................ 102
2.4.3 – Questionário ............................................................................................. 103
2.4.4 – Pré-Teste................................................................................................... 104
2.5 – ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................ 105
10
2.5.1 – Análise quantitativa .................................................................................. 105
2.5.2 – Análise de conteúdo ................................................................................. 105
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS ........................................................................................................ 107
3.1 – CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS ................................................. 107
3.1.1 – Caracterização da amostra dos idosos ...................................................... 107
3.1.2 – Análise das entrevistas aos idosos ............................................................ 117
3.2.1 – Caracterização da amostra dos funcionários e cuidadores ....................... 134
3.2.2 – Significados atribuídos, pelos cuidadores e funcionários da Instituição, aos
conceitos: Envelhecimento, Velhice, Idoso, Solidão, Amor, Afectividade,
Sexualidade, Sexo e Sexualidade na Terceira Idade ............................................ 139
3.2.3 – Grau de concordância dos inquiridos face às questões apresentadas na parte
final do questionário ............................................................................................. 152
3.2.4 - Análise de fiabilidade................................................................................ 175
CONCLUSÕES ............................................................................................................ 177
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 186
ANEXOS ...................................................................................................................... 197
ANEXO I...................................................................................................................... 198
ANEXO II .................................................................................................................... 200
ANEXO III ................................................................................................................... 203
ANEXO IV ................................................................................................................... 212
ANEXO V .................................................................................................................... 239
11
ÍNDICE DE FIGURAS
12
INDICE DE GRÁFICOS
13
Gráfico12 – Distribuição da amostra relativamente à questão P1: 153
O envelhecimento assusta as pessoas mais novas
14
Gráfico 20 – Distribuição da amostra relativamente à questão P23: 161
Os idosos já não se interessam pela sexualidade
15
expressar a sua sexualidade
16
INDICE DE QUADROS
17
INDICE DE TABELAS
18
Siglas
EU – União Europeia
19
INTRODUÇÃO
Falar hoje da pessoa idosa, dos que vivem aquela fase a que se convencionou
chamar a 3ª ou 4ª idade ou, na venerável tradição latina, a senectude, não é
tarefa fácil.
Numa sociedade que hiper valoriza o belo, o elegante, que tende perpetuar a
mocidade na procura constante do elixir da juventude, que projecta
sistematicamente o futuro, que papel desempenha um indivíduo que já se
encontra na última fase do seu ciclo vital ou como referia o poeta simbolista
Arno Holz que “já cantou a sua canção?”
20
vindo a assumir nos nossos dias e pelo longo caminho que ainda há a
percorrer para melhor conhecer e compreender a real dimensão do processo
de envelhecimento e dos factores que lhes estão associados.
21
expressão sexual, associada ao bem-estar físico e a uma sã orientação mental
face ao processo de envelhecimento, contribuem para criar um clima sexual
estimulante no seio do casal. Por seu lado, este clima melhora a tensão sexual
e favorece o sucesso neste domínio, sucesso esse que muitas vezes se pode
prolongar para lá dos 80 anos”.
22
I – PARTE – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Como nos diz Oliveira (2005), é comum encontrarmos metáforas que sugerem
definições do conceito de envelhecimento, quer de um ponto de vista mais
positivo ou, contrariamente mais negativo. Assim, é frequente ouvirmos
expressões como: idade crepuscular, entardecer, poente, cair do sol, Outono
da vida, rio que chega ao mar, cume da montanha, idade da colheita,
coroamento da vida, idade da saudade, infância revisitada, idade das perdas,
morte à vista, tempo de luto, entre tantas outras, as quais interpretadas e
analisadas na sua essência, revelam alguns aspectos que estão associados à
definição do conceito (a sabedoria, a grandeza, a beleza, a morte, a dor, o luto
etc.). Ainda de acordo com Oliveira (2005:24), do ponto de vista científico, os
autores definem o envelhecimento, como “um processo que, devido ao avançar
da idade, atinge toda a pessoa, bio-psico-socialmente considerada, isto é,
todas as modificações morfo fisiológicas e psicológicas, com repercussões
sociais, como consequência do desgaste do tempo”. Na mesma linha de
pensamento, Rosa (1996:9), diz-nos que “o envelhecimento humano pode ser
entendido como um processo individual resultante de alterações biológicas,
psicológicas ou outras provocadas pela idade”.
23
O envelhecimento, segundo Fontaine (2000:14), é o “conjunto de processos
(…), que o organismo sofre após a sua fase de desenvolvimento. O
envelhecimento não é sinónimo de velhice. Este último é o estado que
caracteriza um grupo de determinada idade, o das pessoas com mais de
sessenta anos,” diz ainda que o envelhecimento é “um processo de
degradação progressiva e diferencial” que “afecta todos os seres vivos e o seu
termo natural é a morte do organismo”.
24
tendo em conta os aspectos físicos, sociais e culturais inerentes a cada
indivíduo.
Os conceitos de envelhecimento e velhice encontram-se em estreita ligação,
sendo mesmo impossível definir objectivamente cada um deles. Deste modo,
será legitimo afirmar que são dois conceitos que se complementam e
contribuem para o melhor conhecimento da pessoa idosa, sem contudo haver
uma concordância unânime por parte dos estudiosos acerca do significado
destas realidades. O envelhecimento/velhice, traduz-se numa realidade
universal, comum a todos os seres vivos e de carácter multidimensional.
25
Conforme Nazareth (1997), o envelhecimento não se trata de uma doença
nova, mas sim do confronto com uma realidade que é o aumento contínuo das
pessoas idosas, quer em termos absolutos, quer relativos.
A respeito da pessoa velha, Debert (1999: 65) refere que, “uma das marcas da
cultura contemporânea é, sem dúvida, a criação de uma série de etapas no
interior da vida adulta ou no interior deste espaço que separa a juventude da
velhice como a "meia-idade", "idade da loba", a "terceira idade", a
"aposentadoria activa".
São inúmeras as hipóteses que se têm levantado ao longo dos anos no sentido
de explicar este fenómeno multidimensional. Segundo Nazareth (1999), no
processo de envelhecimento, estão envolvidas diversas áreas do
conhecimento, tais como a economia, a antropologia, a psicologia a ética e a
geografia. Os vários domínios científicos atribuíram um conjunto de explicações
e teorizações, ao fenómeno do envelhecimento, cada uma com um sentido
específico.
26
melhor explica o envelhecimento é a do “mecanismo do estroma descartável”,
a qual preconiza que muitos dos aspectos do envelhecimento, assentam na
impossibilidade das células do organismo, fazerem face às variadas agressões
ambientais, ficando incapazes de se regenerarem.
27
Conforme referem Nazareth (1999) e Poirier (1995), estes mecanismos estão
na base das teorias do envelhecimento sob o ponto de vista da biologia, as
quais explicam este fenómeno numa perspectiva que apenas contempla os
aspectos biológicos do indivíduo. São elas a:
Teoria imunitária, segundo a qual parece não haver distinção, por parte
do sistema imunitário, entre as células saudáveis e as substâncias
estranhas ao organismo, situação que conduz ao envelhecimento;
Teoria genética, segundo a qual o envelhecimento integra o código
genético dos indivíduos, estando programado biologicamente sob a
forma de um contínuo (embriogenese, puberdade e maturação), desde o
nascimento até à morte;
Teoria do erro da síntese proteica, que refere a possibilidade de
modificações na molécula de ADN, as quais alteram a informação
genética levando à síntese de proteínas incapazes de desempenhar a
sua função e consequentemente ao envelhecimento;
Teoria do desgaste, que defende que os vários sistemas do organismo
humano se danificam à medida que desempenham as suas funções ao
longo do tempo;
Teoria dos radicais livres, explica o envelhecimento através do
aparecimento de produtos tóxicos no organismo como resultado da
peroxidação dos ácidos gordos não saturados pelos radicais livres. Este
mecanismo provoca o envelhecimento celular, principalmente ao nível
dos neurónios e das fibras musculares, conduzindo à sua decadência
funcional;
Teoria neuro-endócrina, que atribui o envelhecimento à progressiva
falência do sistema endócrino relativamente às diferentes funções
orgânicas.
28
Teoria da actividade, que defende que a pessoa idosa deve continuar
activa para alcançar a maior satisfação possível e preservar a sua
saúde, o que por vezes implica identificar e adoptar novos papéis;
Teoria da desinserção, a qual refere que o envelhecimento está
associado ao afastamento progressivo do indivíduo face à sociedade e
vice-versa, o que conduz a uma desinserção recíproca;
Teoria da continuidade, que diz que o idoso continua nesta fase do
ciclo vital, com os seus hábitos, gostos e características anteriores, os
quais integram a sua personalidade ainda que tenha que desenvolver
alguns mecanismos de adaptação.
Estudos empíricos têm vindo a mostrar que o principal factor responsável pelo
envelhecimento das populações humanas tem sido a baixa natalidade, que
sobretudo a partir dos anos 70 se tem vindo a agravar na sequência da não
renovação das gerações.
29
Em Portugal, a estrutura da população apresenta já características de duplo
envelhecimento, sendo o mais grave, não o aumento da esperança de vida,
isto é, o efeito directo da melhoria das condições de vida na diminuição da
mortalidade e no aumento da longevidade, mas sim o grande declínio da
fecundidade e a consequente diminuição da população.
30
Em 1999, havia na UE 60 milhões de idosos com idade igual ou superior a 65
anos, comparativamente a apenas 34 milhões em 1960. Actualmente, os
idosos representam 16% da população total ou 24% do que se considera a
população em idade activa (15-64 anos). Até 2010, espera-se que este rácio
aumente para 27% (Eurostat).
31
1.3.2 – Em Portugal
32
Ainda segundo o mesmo autor, a alteração mais relevante desta evolução
demográfica verificada nos últimos tempos, foi o rápido envelhecimento da
população, ou seja, ocorreu uma diminuição da população jovem (0-14), em
oposição ao aumento da população com 65 anos ou mais. Como referido
anteriormente, a redução da natalidade e mortalidade e o avolumado número
de migrações, são os principais factores responsáveis pelo envelhecimento da
população portuguesa.
33
Figura 1 – Pirâmide de Idades, Portugal 1960-2000
De acordo com o INE, entre 1960 e 2000, a proporção de jovens (0-14 anos)
diminuiu dos 37% para os 30%. Segundo a hipótese média de projecção de
população mundial das Nações Unidas, a proporção de jovens continuará a
diminuir, para atingir os 21% do total da população em 2050.
34
Alentejo, apresenta a maior distribuição de idosos, seguido do Algarve e do
Centro. A zona litoral é aquela que apresenta uma população menos
envelhecida. Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, verificam-se
os mais baixos níveis de envelhecimento do país, sendo também estas as
zonas geográficas com maior taxa de fecundidade.
35
O fenómeno do envelhecimento demográfico, de acordo com o último
Recenseamento da População, pode ser representado pelo gráfico que se
segue, o qual traduz o visível decréscimo da população jovem em oposição ao
evidente aumento da população idosa ocorrido no período de 1960 a 2001.
36
produtiva e o aumento da dependência e das necessidades, contrariam o que é
considerado desejável ao “bom funcionamento social”. Nesta perspectiva, a
terceira idade torna-se um objecto de fracasso e de inutilidade, pelo que é
frequentemente marginalizada, como grupo social, e vítima de preconceitos e
imagens pré-concebidas.
37
Beauvoir, citada por Berger (1995:63), diz-nos em relação aos idosos que “a
imagem sublimada que fazemos deles, é a do sábio, aureolado de cabelos
brancos, rico em experiência e venerável, que domina do alto da condição
humana; se se afastam desta imagem, caiem por terra: a imagem oposta à
primeira é a do velho louco que não raciocina e que divaga e de quem os filhos
se riem. De uma maneira ou de outra, pelas suas virtudes ou pelos seus
objectivos, situam-se fora da humanidade.”
38
• “São relativamente limpos e não se preocupam com a sua aparência”;
• “São muito religiosos e rezam muito”;
• “São muito sensíveis e inseguros”;
• “Já não se interessam pela sexualidade”;
• “São muito frágeis para fazerem exercício físico”;
• “São quase todos pobres”;
39
incapazes ou dependentes. Outra ideia que é comum sobre a velhice é a de
que os idosos voltam a ser crianças nesta fase do ciclo vital. Assim, são várias
as crenças, os mitos e os estereótipos sobre a velhice e o envelhecimento, que
na sua maioria são de carácter negativo e desvalorizador, o que reduz de
forma significativa a imagem e estatuto social do idoso. Conforme Hoffman, et
al (1999:509), “a visão de que as pessoas idosas são no mínimo incompetentes
e talvez até senis, é parcialmente responsável pela tendência da sociedade
para discriminá-las, ignorá-las, ou não levá-las a sério”.
40
A infantilização ou “bebeísme” é uma situação muito frequente, quando o
idoso começa a perder autonomia e capacidades, levando ao tratamento por
tu, à utilização de diminutivos como avozinho, etc.
41
Segundo Belmin (1999), a par de todas estas crenças é também comum o
estereótipo cultural de que a sexualidade do idoso termina com o fim da função
reprodutora, sendo que actividade sexual desaparece na mulher depois da
menopausa e é quase inexistente no homem idoso.
Para Simões (1985), é um contra-senso que uma sociedade dita “liberal”, que
se supõe ter superado muitos preconceitos sexuais, rejeite a manifestação da
sexualidade nos idosos, o que por vezes conduz a que os próprios idosos se
marginalizem. Os meios de comunicação, a publicidade e os cânones de
beleza que impregnam a sociedade super valorizam a juventude, os corpos
perfeitos e a atracção física, como requisitos para encontrar um parceiro e
42
manter um relacionamento. Ainda de acordo com o mesmo autor (1985),
baseado nos estudos de Broderick (1982), os idosos mantêm interesse pela
vida sexual, mantendo-se activos neste campo nesta fase do ciclo vital.
Sob o ponto de vista físico, quando nos referimos aos mais velhos, o vigor da
juventude já não é com certeza o mesmo, podendo haver dificuldades de
desempenho em ambos os sexos. O homem pode ter maior dificuldade em
manter a erecção, assim como a mulher, pode apresentar alterações ao nível
da lubrificação, tendo mais dificuldade em se excitar e ficar preparada para a
relação (Simões 1985; Canhão 1997).
O desejo, ao contrário, pode não se alterar, talvez até porque neste momento
da vida, os filhos já estão criados, as dificuldades superadas, o que tende a
43
facilitar e favorecer o desejo sexual. A quantidade tão generosa no início da
vida sexual, dá lugar a uma vivência sexual mais qualificada, em que o prazer
do casal assenta na qualidade.
44
modificações sociais teve repercussões ao nível do contexto familiar e social
actual, originando a verticalização das famílias, o crescente número de idosos
e a complexificação nos laços familiares.
45
De acordo com Segalen (1999), as grandes mudanças sócio-culturais dos anos
70, deram lugar ao aparecimento de novas formas de união, que não o
convencional casamento entre homem e mulher, o qual constituía a génese
das famílias tradicionais.
Toda esta diversidade familiar difere de cultura para cultura e também dentro
da própria cultura, já que têm vindo a mudar os papéis desempenhados por
cada um no seio da família.
46
próximo (esposa, filha, nora…), onde se verificava uma notória solidariedade
familiar e onde predominava a ideia de que só os idosos sem família seriam
institucionalizados.
Embora se envelheça cada vez mais tarde e se verifique que existe um grande
número de idosos com um razoável estado de saúde e vitalidade, é inevitável
pensar também que os indivíduos desta faixa etária, pela diminuição das suas
capacidades físicas, psíquicas e sociais estejam mais vulneráveis e sujeitos à
doença, expressando-se num maior grau de dependência familiar.
47
O papel do idoso dentro da família, difere consoante o seu contributo na
dinâmica familiar. Enquanto activo e independente, é encarado como uma mais
valia e um recurso disponível, colaborando na educação dos netos, na
execução das tarefas diárias e nalgumas situações, na economia doméstica.
Quando o idoso começa a apresentar algumas limitações e deixa de assumir
um papel activo ou se torna dependente, transforma-se, na maioria dos casos,
numa sobrecarga familiar. Como refere Fernandes (1997:59), “... as relações
que se estabelecem entre os membros de uma família e as solidariedades daí
decorrentes estão dependentes das condições materiais e objectivas em que
se estabelecem e dos pressupostos ideológicos e culturais em que se funda a
família”.
Estimativas com base nos resultados provisórios dos Censos 2001 revelam
que em 32,5% das famílias clássicas residia pelo menos um idoso e as famílias
constituídas apenas por idosos representavam 17,5% do total das famílias.
48
compostas por idosos e outros viram a sua importância relativa diminuir
ligeiramente, as compostas apenas por idosos aumentaram cerca de 36% no
período inter censitário. De referir ainda que do total de famílias só de idosos a
grande maioria são constituídas por apenas um idoso (50,5%) e por dois idosos
(48,1%).
Figura 4 – Evolução das famílias clássicas segundo a sua composição, Portugal 1991 e
2001
49
CAPÍTULO II - SAÚDE, DOENÇA E ENVELHECIMETO
50
As modificações associadas à senescência, podem reflectir uma diminuição da
capacidade de adaptação do idoso às várias agressões a que está sujeito no
seu quotidiano. Porém, apesar de todas as mudanças biológicas que ocorrem
durante a vida, o organismo mantém-se o mesmo em 60% ou 70% dos casos,
conforme nos diz Berger (1995). Ainda de acordo com a autora (1995:123) “ no
processo de envelhecimento são atingidos todos os sistemas importantes do
organismo, e o efeito destas mudanças nos contextos ambientais específicos
modifica os comportamentos individuais. Trata-se, no entanto, de processos
normais e não de sinais de doença”.
51
vêm somar-se as perdas funcionais resultantes da não utilização e das
sequelas de doenças agudas anteriores ou de afecções crónicas”.
Segundo Lopes (1980), citado por Malvar (2002:21), “a senescência não pode
ser observada como algo de estático, compartimentado, mas sim como o
resultado de um jogo de forças em que o Homem, como unidade mente-corpo,
segue uma evolução com importantes implicações biológicas, psicológicas,
sociais. É esta unidade bio-psicológica que constitui a PESSOA, com
características próprias somáticas e psíquicas, mergulhada num complexo
ambiental determinado por condições múltiplas profissionais, familiares, sócio-
económicas, políticas, religiosas, etc., que vão percorrendo a vida”.
52
natureza auditiva e visual podem influenciar fortemente o funcionamento das
actividades intelectuais e contribuir para o seu declínio.
53
(2005:38), contempla que a personalidade se organiza “em torno de duas
orientações ou aspectos opostos: extroversão (atitude para com o mundo
exterior) e introversão (atitude para com o mundo interior da pessoa). Este
autor refere que estes factores estão em equilíbrio, no entanto, com o decorrer
da idade é comum uma orientação superar a outra. “Assim, na juventude
prevalece a extroversão que se traduz pela necessidade de afirmação e
realização pessoal e profissional. Na segunda metade da vida dominaria a
introversão, voltando-se a pessoa para a análise dos seus sentimentos, para o
balanço e sentido da vida e para a tomada progressiva de consciência da
morte”.
Alguns autores, como Erikson, Peck e Buhler definiram diferentes teorias sobre
o desenvolvimento psicológico dos indivíduos idosos, no entanto, todos eles
estão de acordo relativamente ao conceito da interiorização. Tendo por base o
sistematizado por Berger (1995:163), acerca das teorias sobre as tarefas de
desenvolvimento psicológico de velhice, apresentamos o seguinte quadro:
TAREFAS DE
ETAPAS OU TAREFAS DE DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO
AUTORES ESTADIOS BEM SUCEDIDAS MAL SUCEDIDAS
Oitava etapa do
Integridade pessoal Desespero ou despeito
ERIKSON desenvolvimento
ou integridade do ego face à vida
humano
Teoria da intencionalidade ou
Quinta etapa da
BUHLER Redefinição dos objectivos de Desespero ou depressão
vida
vida
54
A funcionalidade intelectual, independentemente da idade, é influenciada por
situações de doença ou stress, sendo que o desempenho cognitivo se pode
manter inalterável em grande parte das pessoas idosas. Curbelo et al, (1989),
diz-nos que o envelhecimento psicológico ocorre na sequência de diferentes
factores, tais como a dependência, falta de autonomia e necessidade de
atenção e assistência por parte de terceiros.
55
indivíduos, porque o factor essencial é a apropriação do apoio por parte do
indivíduo”.
Para Monteiro (2005), a angústia que resulta da solidão, é algo que muitas
pessoas experimentam quando se apercebem que estão sós no mundo. Pode
mesmo dizer-se que a solidão é a sensação de mal-estar que o indivíduo tem
quando vivência sentimentos de perda.
56
ambiente familiar e meio em que o idoso está inserido, pela sua cultura,
capacidade económica, religião, etnia, etc.”.
A definição do conceito de Saúde é algo complexo que tem vindo a ser alvo de
inúmeras abordagens nos últimos anos. A Saúde depende do percurso de vida
de cada indivíduo e engloba todos os seus antecedentes sócio-culturais bem
como a sua constante relação com o meio em que está inserido.
57
ordem física, psicológica, sócio-cultural, entre outros, sendo definida por cada
pessoa de acordo com o seu próprio sistema de valores e experiências de vida
anteriores.
Com base nestas definições, é bem possível uma pessoa sentir-se doente sem
apresentar sinais de doença, ou sofrer de alguma doença sem ter sintomas da
mesma.
Segundo Bolander (1998), verifica-se que actualmente não existe uma nítida
separação entre Saúde e Doença, podendo-se mesmo designar estes
conceitos pelo termo “contínuo saúde - doença”, em que a sequência do bem-
estar vai desde um estado de saúde excelente, num dos extremos, passando
pela saúde regular e pela doença até à morte, no extremo oposto.
58
por questões sócio-culturais, bem como pelo próprio processo de
envelhecimento, Ramos (2004).
59
CAPÍTULO III – SEXUALIDADE E ENVELHECIMENTO
60
3.1.1 - Aparelho reprodutor masculino
Tendo por base o descrito por Jacob, Francone e Lossow (1980), o aparelho
reprodutor masculino é constituído por, órgãos internos e externos os quais têm
funções distintas e específicas.
O escroto e o pénis são os órgãos externos do sistema reprodutor masculino.
O escroto consiste numa bolsa localizada na região posterior ao pénis,
sustentada pela zona púbica. É uma continuação da parede abdominal e é
dividido em dois sacos através de um septo, cada um, na generalidade, com
um testículo. A partir da adolescência, a pele do escroto torna-se mais
pigmentada do que a restante pele do corpo. No tecido subcutâneo do escroto
encontram-se as fibras musculares lisas, as quais se contraem sempre que a
temperatura ambiente ou corporal diminui, dando ao escroto uma aparência
mais enrugada e firme. A contracção destas fibras musculares, faz com que os
testículos fiquem encostados ao períneo e mantenham uma temperatura
compatível com a viabilidade dos espermatozóides. Em condições normais de
temperatura, as fibras musculares encontram-se relaxadas e o escroto
apresenta-se mais liso e flácido.
61
urina e o sémen, a secreção sexual masculina. Na extremidade distal, o corpo
esponjoso, torna-se mais largo, dando origem à glande do pénis. Sobre a
glande situa-se o prepúcio, que consiste numa pele flácida dobrada sobre si
mesma.
Ainda de acordo com Jacob; Francone e Lossow (1980), a camada interna dos
testículos, denominada por túnica albugínea, é composta por uma compacta
camada de tecido conjuntivo fibroelástico. Internamente o testículo é dividido
em cerca de 250 lóbulos que contêm, cada um, os chamados túbulos
seminíferos. No interior destes túbulos, encontram-se as células reprodutoras
masculinas, em diferentes estádios de desenvolvimento.
62
que se une ao ducto deferente para dar origem ao ducto ejaculatório. Por sua
vez, esta estrutura, penetra na base da próstata e termina na porção prostática
da uretra, permitindo a saída de líquido seminal e de espermatozóides.
Os genitais externos (ou vulva) são delimitados e protegidos por duas pregas
cutâneas intensamente irrigadas e enervadas, que são os grandes lábios. Mais
63
internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina e da
uretra: os pequenos lábios.
64
Lossow (1980), os ligamentos cardinais que se encontram na base dos
ligamentos largos e que integram as artérias uterinas. Os ligamentos
uterossacrais (feixes fibrosos ao longo da pélvis), são essenciais ao suporte e
manutenção da posição uterina.
Os ovários, como nos dizem Jacob, Francone e Lossow (1980), são muitas
vezes considerados os principais órgãos reprodutores femininos. Consistem
em duas estruturas de forma oval, situadas na parte superior da cavidade
pélvica, um de cada lado do útero. Cada ovário é coberto por uma fina camada
de células cúbicas, o chamado epitélio germinativo. A parte interior ou estroma
do ovário é composto por um conjunto de células fusiformes, tecido conjuntivo
e vasos sanguíneos. Encontram-se ainda no interior de cada ovário, pequenos
65
folículos vesiculares em diferentes fases de maturação. O desenvolvimento dos
óvulos ocorre no interior de cada folículo.
66
São encontradas referências ao estudo do amor e do apetite sexual desde a
Idade Antiga, nos escritos do filósofo Platão, que identificava Eros como o
Deus do amor e dos apetites sexuais, Deus do instinto básico da vida,
responsável pela atracção entre os corpos.
67
Nesta linha de pensamento, Cordeiro (2003) afirma que o Homem é um ser
altamente sexual e sexualizante, referindo a existência de diversas provas que
clarificam este assunto, nomeadamente a nível orgânico e psicossocial. O autor
conclui que cada célula humana, logo cada órgão, aparelho e sistema tem um
grau menor ou maior de sexualidade. Todos os actos humanos estão
carregados de sexualidade. O mesmo autor refere também que a sexualidade
tem a sua expressão em vários níveis “orgânico ou físico, revelado no
crescimento e na maturação sexual, ou psicológico e cultural/social, revelado
nos comportamentos e na vida de relação”. Ainda no âmbito dos níveis de
expressão da sexualidade o autor deixa bem clara a seguinte ideia:
“sexualidade não é sinónimo de relações sexuais!”.
Embora a progressão da infância à idade adulta, quer nos homens quer nas
mulheres, tenha sofrido algumas alterações ao longo dos tempos e difira de
sociedade para sociedade, podemos constatar através da bibliografia
consultada, que o desenvolvimento da sexualidade acontece durante toda a
vida do indivíduo. Não só depende das suas características genéticas, como
68
também das suas interacções ambientais e condições sócio-culturais, uma vez
que o Homem é um ser inteligente e que vive em sociedade. Neste sentido,
muitos aspectos da sua vida sofrem influências, mais ou menos marcadas, das
ideias, valores e circunstâncias da sua época, não sendo excepção à regra, a
vivência e expressão da sua sexualidade.
69
Como nos dizem Berger (1995) e Cruz (1996), mesmo que o processo de
envelhecimento inclua uma maior susceptibilidade às doenças, as mudanças
fisiológicas provocadas pelo avançar da idade são universais, afectando todos
indivíduos de todas as espécies, enquanto que as doenças só afectam alguns.
70
médicos evitam o assunto, provavelmente pelo medo de não saberem lidar
com as situações que surjam, se a sociedade evita o assunto e se os próprios
idosos se sentem constrangidos a abordar o tema, então podemos dizer que o
panorama sexual da terceira idade ficará inexoravelmente abandonado ao
conformismo e apatia cultural.
Kaiser (1996), realizou uma revisão dos diferentes trabalhos publicados até
então sobre a actividade sexual em pessoas de mais idade. Entre esses
estudos destaca-se o de Pfeiffer (1968), que encontrou, em 95% dos homens
com idade entre 46 e 50 anos, uma frequência semanal de relacionamentos
71
sexuais, baixando esta percentagem para 28%, nos homens entre 66 e 71
anos. No caso das pessoas regularmente casadas, os estudos revelaram que,
53% dos casais com idade de 60 anos se mantinham sexualmente activos, o
mesmo acontecendo a 24% daqueles cujas idades eram superiores a 76 anos.
Outro trabalho descrito na revisão de Kaiser, foi o realizado por Bretschneider.
Este autor indicou que 63% dos homens e 30% das mulheres, entre 80 e 102
anos, eram sexualmente activos. Nesse estudo verificou-se que a actividade
sexual mais frequente entre os idosos eram as carícias, os toques e,
finalmente, o coito. Esta investigação, revelou ainda, ser frequente a prática da
masturbação em 74% dos homens e 42% das mulheres estudadas. Tanto os
homens como as mulheres idosas mais activas sexualmente, eram pessoas
que tinham tido mais parceiros (as) sexuais e maior actividade sexual na
juventude.
72
• Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na mulher;
• Efeitos colaterais de medicamentos;
• Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos filhos.
Steinke (1997), por exemplo, apontou como um dos principais factores a influir
negativamente na sexualidade do idoso, o importante desconhecimento nesta
área, assim como aspectos culturalmente proibitivos relativamente às relações
sexuais entre idosos.
73
como a irritabilidade, cansaço, diminuição do apetite sexual, dificuldades
na concentração, etc.
• A capacidade de erecção torna-se mais demorada e precisa de uma
maior estimulação.
• A quantidade de sémen ejaculado é menor e a sensação de orgasmo é
menos intensa e de menor duração.
• Verifica-se uma menor e mais lenta elevação dos testículos, bem como
uma redução da tensão muscular durante a relação sexual.
• Há um aumento do período refractário (tempo decorrido entre uma
ejaculação e a seguinte).
Belsky (1999), acrescenta que a par de todas estas alterações físicas, podem
ainda verificar-se uma série de situações relacionadas com a idade que podem
contribuir para a dificuldade do desempenho sexual masculino, como é o caso
de doenças como a hipertensão arterial, a diabetes a arteriosclerose,
intervenções cirúrgicas à bexiga, à próstata e à espinal medula.
74
• Perda de elasticidade da vagina, que se torna mais estreita e reduzida
no seu tamanho.
• Seios mais flácidos e menos volumosos em grande parte das mulheres.
• A lubrificação vaginal é mais lenta e menos acentuada, em virtude das
alterações de estrogénio.
• Alterações nas formas do corpo por acumulação de gordura em
determinadas zonas o que compromete, em grande parte dos casos, a
manutenção de uma silhueta tipicamente feminina.
• As mamas embora mantenham o seu carácter de zona erógena de
eleição, praticamente não aumentam de tamanho e verifica-se uma
menor vaso congestão ao nível dos genitais e uma menor capacidade,
intensidade e frequência de contracções.
• As modificações da estrutura vaginal, bem como as relacionadas com a
lubrificação podem tornar o coito doloroso e desagradável (dispareunia).
No entanto, não se verificam alterações significativas na resposta
clitoridiana.
75
mais negativamente todo o processo de envelhecimento, particularmente no
que se refere à sua imagem corporal.
76
CAPÍTULO IV – INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO
Por outro lado, os serviços para idosos são escassos, sem tradição,
desenvolvidos em instituições com pouca história e experiência e
desempenhados por técnicos sem formação específica na área e muitas vezes
por indivíduos pouco diferenciados tecnicamente, na sua maior parte
77
desempregados, que auferindo baixos salários desempenham funções
cuidativas ao idoso. Esta realidade concorre de alguma forma para o conceito
negativo existente no nosso país relativamente à Institucionalização do idoso.
Contudo, quando a situação de saúde do idoso se deteriora, os familiares
cuidadores já estão muitas vezes exaustos, não conseguindo fazer face à
situação. Nestas circunstâncias, é muitas vezes necessário encarar a
institucionalização do idoso, que de acordo com as suas limitações, poderá ser
temporária ou permanente. Todo este aspecto de vulnerabilidade e de pouco
suporte familiar, conduz em grande parte das situações, à institucionalização
dos idosos da família.
A institucionalização, se por um lado corta alguns dos laços que o idoso tem
com a sociedade, por outro pode também constituir o acesso ao
estabelecimento de novas relações afectivas que podem induzir ao
“redespertar” da sua sexualidade, sendo cada vez mais frequente, a ocorrência
de casamentos entre idosos da mesma instituição, situação comprovada pela
divulgação que é feita através dos órgãos de comunicação social.
78
4.1 – INSTITUCIONALIZAÇÃO TEMPORÁRIA
79
O internamento hospitalar representa sempre uma ameaça para o idoso porque
vem alterar o decorrer normal do seu quotidiano, de uma forma mais ou menos
agressiva, mais ou menos violenta, mas sempre imprevista, incómoda e
desconfortante. A saúde, segundo a sua perspectiva está deteriorada, a perda
gradual de autonomia para tarefas que realizava com prazer causa-lhe grande
sofrimento e dor.
80
De acordo com a nossa experiência profissional, do contacto permanente e das
conversas que mantemos diariamente com alguns idosos parece-nos poder
concluir que na maioria dos casos, independentemente do grau de participação
que teve na decisão, o idoso sente-se vulgarmente triste só e abandonado.
81
grupo etário, onde por vezes, pela patologia associada há défices na
comunicação verbal.
Os cuidados ao idoso, exigem o respeito pela pessoa humana como ser único,
cujo significado e finalidade de vida é a prioridade máxima do cuidador, o qual
deve canalizar todos os esforços no respeito à liberdade, pontos de vista e
comportamentos do indivíduo que está a cuidar.
82
Para Honoré (2001:17), cuidar “indica uma maneira de se ocupar de alguém,
tendo em consideração o que é necessário para que ele realmente exista
segundo a sua própria natureza, ou seja, segundo as suas necessidades, os
seus desejos, os seus projectos”.
Cuidar envolve muito mais do que simplesmente tratar pessoas. Cuidar envolve
um processo de relação com o outro. Requer determinadas capacidades,
indispensáveis ao bom desempenho profissional, sobretudo quando se quer
imprimir uma visão humanista à prática do cuidar. Neste sentido, cada vez mais
se aposta na selecção e formação dos cuidadores de idosos que desenvolvem
a sua actividade em instituições, sobretudo as de carácter permanente.
83
conceito integrador, o qual permite redimensionar as relações entre os
indivíduos, entre o indivíduo e a sociedade, entre o indivíduo e as instituições,
entre a sociedade e a cultura”.
84
No processo de cuidados ao indivíduo, nomeadamente ao idoso, torna-se
fundamental a criação de todo um ambiente de confiança e entendimento,
entre aquele que cuida e o que é cuidado. Esta ligação tornar-se-á de
imensurável valor terapêutico ou numa relação de ajuda crescente e eficaz, se
tivermos em conta, tal como refere Ramos (2007:155), comportamentos que
passam “(…) por gestos, atitudes e palavras acessíveis e simples, pelo diálogo
e pela comunicação com o outro, exigindo o conhecimento da cultura e o
respeito pela diversidade, mas também por atenção, disponibilidade e empatia,
em relação ao individuo e às situações, na sua singularidade e especificidade”.
85
escutá-lo. Para além destes aspectos é de salientar o toque como forma de
comunicação já que, como refere Saman (1982), citado por Poirier (1995: 490),
“a necessidade de tocar e ser tocado persiste ao longo de toda a vida e pode
ser intensificada pelos défices sensoriais e as perdas pessoais que sobrevêm
no decurso da velhice”.
86
II PARTE: INVESTIGAÇÃO EMPIRICA
87
Região de Lisboa e Vale do Tejo (470 hab/km2 e 291 hab/km2,
respectivamente).
Fonte: CMP
88
de dois terços da população do Concelho está concentrada em Pinhal Novo e
em Palmela (37.108 habitantes). A freguesia de Pinhal Novo mantém-se uma
área em contínua expansão e crescimento o que a tornará, futuramente, ainda
mais populosa.
Fonte: CMP
89
Quadro 3 – Taxa de crescimento dos grupos etários no Concelho de Palmela,
por Freguesia, e na Península de Setúbal (1991-2001, %)
90
Analisando os dados por freguesia, verifica-se que os índices que classificam a
população como “muito envelhecida” dizem respeito às freguesias de Palmela,
Marateca e Quinta do Anjo. A variabilidade do índice de envelhecimento da
população entre 1991 e 2001 nas freguesias do concelho de Palmela, confirma
o anteriormente referido conforme se pode observar no quadro seguinte:
Var. 1991-2001
Freguesia 1991 2001 (%)
Marateca 55 104,1 89,3
Palmela 63,1 107,1 69,7
Pinhal Novo 60,3 76 26,0
Poceirão 55,9 94,7 69,4
Quinta do Anjo 82,6 118,8 43,8
Total 63,3 94,2 48,8
Península de
Setúbal 56,5 93,7 65,8
91
do Anjo, com pesos mais elevados face ao conjunto dos seus
habitantes”;
• “Observou-se um acréscimo de 52,5% de indivíduos com 65 ou mais
anos, entre 1991 e 2001, com maior evidência nas Freguesias de
Quinta do Anjo, Palmela e Pinhal Novo”;
• “Palmela classifica-se como um concelho “tendencialmente
envelhecido”, muito próximo do patamar do muito envelhecido – o qual
é atingido por Marateca, Palmela e Quinta do Anjo”.
92
Logo em 1982, procurando dar resposta às solicitações da comunidade, alarga
o seu âmbito de intervenção à valência de Jardim Infantil, passando a acolher
crianças com idades compreendidas entre os três e os cinco anos.
93
Dando cumprimento ao preceituado na nova redacção dos estatutos, a 4 de
Outubro de 2001, inaugurou-se um Centro de Acolhimento Temporário para
Crianças em Risco, dos 0 aos 6 anos, nas suas instalações de Rio Frio.
94
outros trabalhadores que dão apoio técnico (psicólogos, assistentes sociais e
outros) e administrativo, contactando com os idosos por vezes de forma
directa, mas menos frequente e que exercem habitualmente funções na sede
da Instituição Fundação COI.
95
Em 10 de Fevereiro de 2006 é entregue o processo, devidamente instruído,
para reconhecimento da Fundação COI, no Ministério do Trabalho e Segurança
Social.
96
Fornece alimentação, promove a autonomia e o bem-estar biopsicossocial,
através de situações de convívio e animação social.
97
CAPÍTULO II – METODOLOGIA
98
A técnica de amostragem é não probabilista de conveniência, ou seja, tal como
refere Carmo e Ferreira (1998:197), dá-nos acesso a “um grupo de indivíduos
que esteja disponível ou um grupo de voluntários” que aceitem colaborar no
nosso estudo.
A palavra ética deriva do latim ethica e do grego ethiké, que no seu sentido
mais lato significa ciência da moral e a arte de cada indivíduo gerir a sua
conduta uma vez inserido numa sociedade. Enquanto disciplina filosófica,
segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (1990:708), a
ética “procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de a
alcançar”, é a “ciência que tem por objecto o juízo de apreciação com vista à
distinção entre o bem e o mal”, é “ a ciência da moral”.
99
importantes quando fazem investigação, pois os participantes não devem de
forma alguma ser prejudicados, esta ideia relaciona-se com o princípio da não
maleficência. Os mesmos autores referem ainda que a participação dos
entrevistados deve ser voluntária e consciente, facto que é sustentado pelo
princípio da autonomia. Quando se leva a cabo qualquer tipo de investigação
que envolva a participação da pessoa humana, deve-se assegurar aos
participantes, a confidencialidade e o anonimato das informações prestadas,
garantindo que os seus dados pessoais, não serão divulgados ou partilhados
sem a sua expressa autorização. Os participantes de qualquer estudo, devem
ser sempre tratados com dignidade e respeito, conforme ditam os princípios de
beneficência e justiça.
100
2.2 – TIPO DE ESTUDO
101
2.4 – INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS
2.4.2 – Entrevistas
102
sorrisos, franzir de sobrolhos, choro, etc.), permite obter um vasto leque de
informações sobre as respostas obtidas às questões em estudo.
2.4.3 – Questionário
103
um questionário aos cuidadores directos e funcionários que de alguma forma
contactam com os idosos.
2.4.4 – Pré-Teste
104
2.5 – ANÁLISE DOS DADOS
105
• Unidade de registo – é o segmento de conteúdo mais pequeno que é
considerado pela análise, podendo incluir uma palavra ou frase;
• Unidade de enumeração – é aquela que permite proceder à
quantificação”.
106
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
107
1 - Manuel
O Sr. Manuel trabalhou no campo, nas terras dos pais, antes de casar e só
depois de cumprir o serviço militar começou a trabalhar nos caminhos-de-ferro,
como revisor de material.
Casou com 23 anos e tem três filhos. É viúvo há um ano. Veio para a
Residência de Idosos há 7 meses, por opção pessoal e diz gostar de ali estar –
“Gosto muito. Fui eu que pedi para vir para cá. Em casa sentia-me muito
sozinho … não queria incomodar os filhos. Aqui sou bem tratado e é melhor ter
vindo agora que ainda estou bem… mais tarde era bem pior…”, o seu olhar
expressava alguma tristeza o que parecia contrariar as suas palavras. Os filhos
e os netos visitam-no quase todas as semanas. Quando não podem vir, ele vai
a casa deles, pois ainda se pode deslocar com facilidade e os filhos moram no
Pinhal Novo. Mesmo quando não visita os filhos o Sr. Manuel gosta de passear
e fazer umas caminhadas pela vila.
O Sr. Manuel começou a namorar com 17 anos e casou aos 23 anos. Descreve
o seu casamento como “um bom casamento, foi aquele que eu escolhi… acho
que não podia ter sido melhor… fomos felizes até ao fim…nos últimos tempos
houve muito sofrimento por causa da doença da minha mulher… tinha um
problema canceroso na barriga, depois afectou-lhe a cabeça tinha que a ajudar
em tudo”. Com muita tristeza e com um olhar angustiado, continuou: “já não
tinha forças para tratar dela sozinho, passava a vida a chamar os filhos e
resolvemos pô-la num lar… ia lá vê-la todos os dias, até lá fui no dia em que
ela morreu, mas ela já tinha morrido e por isso já não a vi. É assim a vida….
Demo-nos sempre bem éramos muito amigos. Não há casa onde não entre o
sol… mas resolvíamos sempre as nossas coisas”.
108
o outro não voltava a casar nem a arranjar outra pessoa. Juramos que éramos
só nós.”
Com lágrimas nos olhos, diz-nos: “ Sinto muito a falta dela, foi uma vida inteira.
Tenho muitas saudades, sinto-me muito sozinho, mas em casa era pior, sentia-
me abandonado. Os filhos têm a vida deles, e chegava a casa era aquele
vazio… sentia-me mesmo mal! Decidi vir para aqui e faço de conta que agora
tenho uma nova família”.
109
2 - Maria
Casou com 21 anos e descreve o seu casamento como: “muito bom, (…) o
casamento com que qualquer mulher sonha. Foi muito feliz, dava-me muito
bem com o meu marido. (…) Foi o único namorado que tive, foi o único homem
que conheci. Acho que não podia haver outro melhor”. Inicialmente não queria
vir para a residência, mas como não se deu bem em casa do sobrinho, optou
por vir e refere estar satisfeita. Ainda é uma senhora autónoma, muito
comunicativa embora com dificuldades auditivas o que a leva a isolar-se por
vezes no seu quarto, no entanto, refere que gosta de conversar com toda a
gente.
Embora se sinta muito sozinha e com saudades do seu marido, não considera
a possibilidade de voltar a casar ou a relacionar-se com outro homem, nem
dentro nem fora da residência. Abanando a cabeça relutantemente, justifica-se
dizendo: “ (…) acho que não me conseguia deitar com outro homem. Comecei
a namorar com o meu marido aos 17 anos e foi com ele que aprendi tudo. (…)
Dantes as nossas mães não nos diziam nada, não eram assuntos que se
falassem, por isso quando casávamos só sabíamos algumas conversas que
ouvíamos aqui ou ali. Na primeira noite tive tanta vergonha, mas ele foi
atencioso e paciente. Depois foi tudo acontecendo ao longo da nossa vida. Não
conseguia ter outro homem (…)”. Com muito carinho e com um olhar triste a Dª
Maria confessa-nos: “tenho muitas saudades do meu Júlio (…) todos os dias
choro por ele. Quando me vou deitar, todos os dias lhe faço uma festa antes de
dormir” e ao dizer isto acaricia a fotografia do marido que tem em cima da
mesa-de-cabeceira. Teve outros pretendentes, mas nunca lhe interessaram.
110
Tem conhecimento que existe qualquer tipo de relacionamento entre duas
pessoas da residência, mas refere nunca ter visto nada. Fala-nos da situação
com algum constrangimento e reprovação: “ (…) há aí uma senhora que parece
que anda interessada no Sr. António. (…) Ficou viúva e começou logo a andar
atrás dele. A mim pareceu-me muito mal porque achei muito cedo. (…) Não tive
conhecimento de outros casos. A Dª Teresa (funcionária), já os proibiu de ir no
elevador. Parece que era no elevador que namoravam, Eu nunca vi mas
parece que foram apanhados por outras pessoas. Aqui acho mal, tem que
haver respeito pelos outros. Havia aí um casal que veio para cá, mas isso era
diferente, eram marido e mulher, dormiam no mesmo quarto. (…) Ele ficou
viúvo e está muito em baixo”.
Depois do marido morrer teve alguns pretendentes, mas não quer voltar a
casar ou a ter outro homem. A Dª Maria acha que as funcionárias não levam a
sério os relacionamentos que possam existir na residência, mas devem
reprovar e garantir o respeito. Já ouviu falar de casamentos em instituições de
idosos, não conhece ninguém e afirma mesmo: “devem ser casos raros”.
3 - Amélia
Considera que o seu casamento foi feliz e que voltaria a casar com a mesma
pessoa outra vez, com um ar saudoso, algo sonhador, diz-nos: “era um homem
muito perfeito, muito bonito. Tinha muitas mulheres atrás dele, elas não o
largavam, mas eu nunca o ralei por causa disso. Nunca me importei com isso,
ele contava-me tudo e dizia que eram coisas sem importância, que ia com elas
era isso que esperavam que ele fizesse. (…) Nunca me faltou nada nem na
mesa nem na cama, por isso eu nunca me ralei e ele sempre saiu comigo e
sempre foi meu amigo. Tenho a certeza que ele gostava muito de mim e sabia
que também gostava dele”. Sente a falta do marido, nunca voltou a casar e
mostrando indignação perante a possibilidade de arranjar um novo
companheiro, revela-nos: “ não, nunca me passou isso pela cabeça (…), já não
encontrava nenhum homem como ele. Para mim ele era único”.
111
sexual é importante para toda a vida”. Considera satisfatória a sua vida sexual
e partilha connosco a este respeito o seguinte: “ (…) o meu marido nunca me
faltou com nada e sempre nos demos bem nesse campo. (…) Não havia
vergonhas, no princípio sim, os tempos eram outros, mas o meu marido via-me
nua e eu a ele quando tomávamos banho, lavávamos as costas um ao outro”.
Continua ainda com um ar tristonho: “ (…) sinto muito a falta dele, (…) sonho
muitas noites com ele, às vezes sonho que estou a falar com ele se ele
estivesse aqui, depois acordo e vejo que estou sozinha e que era tudo um
sonho…”.
4 - Isabel
112
Em relação à importância da vida sexual no casamento, a Dª Maria, com um ar
envergonhado e com poucas falas, revela-nos: “para mim não (…), já sabe
como são os homens. Eu nunca liguei muito a isso no meu tempo essas coisas
não se falavam assim como agora, em todo o lado”. No que respeita à sua vida
sexual, classifica-a, com algum embaraço, de: “ (…) normal.” Continua ainda,
justificando-se: “ (…) acho que foi como a das outras raparigas do meu tempo,
já se sabe como é, quando o meu marido queria eu também queria, faz parte
da obrigação da mulher casada”. Como quem quer por termo à conversa e com
um ar sério e firme, diz-nos: “ (…) Deus levou-me o meu marido antes de mim,
era a minha companhia, não quero mais ninguém. Nesta idade eu quero é
descanso. O meu filho não ia gostar de me ver com outro homem,
naturalmente pensaria que a mãe não regulava bem do juízo se eu resolvesse
casar com esta idade”.
5 - João
O Sr. João tem 85 anos, é natural de Beja e mora no Pinhal Novo desde os 40
anos. É viúvo pela segunda vez há cerca de 8 meses e encontra-se na
residência há 7 meses. Casou pela 1 ª vez aos 27 anos, ficou viúvo aos 60 e
voltou a casar aos 70 anos. Tem cinco filhos do 1º casamento e optou por ir
para a residência, atendendo ao seu estado de saúde que já não lhe permitia
ser autónomo nas suas actividades de vida diárias. Refere gostar de estar na
residência, mas preferia estar em casa a tratar da sua vida como fazia quando
não estava doente. Recebe a visita dos filhos e netos com regularidade. O Sr.
João tem a 4ª classe e trabalhava nos caminhos-de-ferro até se reformar.
Embora se desloque em cadeira de rodas é muito activo e atento.
Relativamente à religião não sabe especificar, dizendo-nos: “nem sei, acho que
não acredito nessas coisas… tenho a minha devoção mas não sei se é
religião”. O Sr. João considera que os dois casamentos que teve foram bons e
descreve-os da seguinte forma: “foram os dois bons, cada um à sua maneira. O
primeiro, era novo cheio de energia e juventude e a minha Ana também era
nova e foi a mãe dos meus filhos. A segunda vez, casei para ter uma
companhia e também porque um homem precisa de uma mulher”. Continua
referindo que: “(…) foram casamentos felizes. Éramos amigos, embora
tivéssemos as nossas coisas. No primeiro talvez houvesse mais o fogo da
paixão, éramos mais novos, no segundo, foi mais pela companhia, a idade era
113
outra… Gostei das minhas duas mulheres e acho que elas também gostavam
de mim. Voltava a casar com elas, só tenho pena que me tenham faltado”. Com
um ar risonho, algo malandro, o Sr. João diz-nos que: “(…) se fosse mais novo
e tivesse saúde casava a terceira vez”. No decorrer da entrevista, relativamente
ao facto de se sentir sozinho, assume uma expressão triste e sofredora e
confessa-nos: “(…) sinto-me muito sozinho, a nossa companhia é uma parte da
nossa vida, quando ela parte há um bocado de nós que também morre… a
mim já me morreram dois bocados”.
6 - Angélica
114
Casou com 25 anos e viveu em Lisboa até aos 55 anos altura em que veio com
o marido para o Pinhal Novo para ajudar o filho e a nora. Até se casar foi
telefonista, mas deixou de trabalhar porque o marido assim o desejou. Tem a
4ª classe e é católica.
Tem só um filho, mas teve grávida várias vezes. Com tristeza diz-nos: “ (…)
hoje tenho pena de não ter tido mais, mas naquele tempo havia muitas
dificuldades. Fiz muitos desmanchos, não havia comprimidos e o meu marido
nem sempre conseguia evitar”.
115
não iam gostar, de certa forma são como os nossos filhos, têm a obrigação de
olhar por nós e não iam ver com bons olhos se se andassem para aí a arranjar
casamentos. Outras talvez não se importassem, não nos são nada… eram até
capazes de achar graça”.
Idade 83 97 100 82 85 86
Religião Sem
Católica Católica Católica Católica religião Católica
definida
Idade com
que casou 23 21 32 27 27 25
Número de
filhos 3 0 0 1 5 1
Tempo na ~
Residência 7 Meses 4 Anos 2 Anos 2 Anos 8 Meses 6 Meses
(anos/meses)
116
A média de idades dos idosos inquiridos é de 88,8 anos, todos viúvos e com a
escolaridade correspondente à 4 ª classe. Maioritariamente são mulheres e de
religião católica. Um inquirido não especificou nenhuma religião:
- “ Nem sei, acho que não acredito nessas coisas… tenho a minha devoção
mas não sei se é uma religião” (E5)
A média de idades com que casaram, situa-se nos 25,8 anos (de salientar um
inquirido que se casou já depois dos 30 anos (E3)) e quatro dos inquiridos têm
um ou mais filhos, sendo que dois não têm nenhum:
• “Tive uma filha mas nasceu morta. Tive muita pena, chorei muito.”. “ A
parteira que me fez o parto disse-me que a menina tinha uma perninha
torta” “Depois o meu marido nunca mais quis outros filhos, prevenia-se
para eu não engravidar” (E2).
• “Nunca tive filhos, o meu marido nunca quis ter filhos”. “ Tive pena”. “ O
meu marido nunca me disse porquê, tomava as suas precauções pois
não queria que eu engravidasse”. “ Tive pena de não ter filhos mas
respeitei sempre a vontade dele “ (E3)
117
de uma grelha, com o Tema, as Categorias, Sub categorias e frequências
encontradas para cada Sub categoria.
118
Quadro 8 – Categoria “ Casamento”
Casar novamente E5
119
O facto deste participante ter contraído matrimónio duas vezes, vai de encontro
aos dados estatísticos que nos dizem que é mais frequente os homens viúvos
voltarem a casar do que as mulheres.
120
• “(…) o meu marido coitadinho estava muito doente e já pouca
companhia me fazia. Depois morreu, já lá vão cinco anos e a solidão
apoderou-se de mim. Aqui no lar sempre estamos mais acompanhados.
Enquanto ele estava vivo sempre tinha algumas ocupações com ele,
quando ele morreu pouca coisa tinha para fazer”. (E4)
• “Sim, sinto muito a falta dela minha senhora. Sinto-me sozinho, a nossa
companhia é uma parte da nossa vida, quando ela parte, há um bocado
de nós que também morre… a mim já me morreram dois bocados”. (E5)
• “Sim, sinto muito a falta dele minha senhora. A gente habitua-se a uma
pessoa e depois quando ela lhe falta sente-se muito sozinha. Era a
minha companhia, agora estou sozinha e tenho muitas saudades do
tempo em que estávamos juntos”. (E6)
Mesmo quando vão por opção pessoal para as instituições, são comuns e
descritos na literatura, sentimentos de abandono, isolamento e solidão, muitas
das vezes reprimidos pelo idoso e que passam despercebidos aos familiares,
por um lado pela negação da situação, por outro porque a vida agitada não
permite dar atenção a “estes pormenores”.
121
A viuvez é um aspecto que afecta tanto os homens como as mulheres ainda
que de maneira diferente, no entanto, como refere Monteiro (2005:162),
“Homens e Mulheres sofrem de solidão da mesma forma”. A autora continua,
sugerindo que talvez a viuvez represente um factor promotor da solidão
emocional e social.
122
referido por estudiosos nesta área, conforme se pode ver nas transcrições
seguintes:
• “É um aspecto muito importante”. “É a vida do casal, é a nossa união”.
“(…) É uma forma de entendimento do casal (…) quando acaba também
não é o fim do casamento, há a amizade, a companhia, um vida em
conjunto”.“(…) Sempre nos entendemos nesse sentido. A minha mulher
muitas vezes conservava a sua opinião, mas eu respeitava e quando
acontecia era sempre de mutuo acordo. Só assim é que as coisas
funcionam… Acontecia quando apetecia, naturalmente. Por fim surgem
os problemas de saúde que também interferem na nossa vida de casal.
Há cinco anos fui operado à próstata e o médico disse-me que já não
havia nada. (…) Havia amizade, amor e compreensão. Um carinho, uma
festa às vezes é tão ou mais importante do que a vida sexual”. (E1)
• “(…) é um aspecto muito importante. É o que acontece entre um homem
e uma mulher que se amam. É a vida”.(…) a nossa vida sexual
acontecia quando apetecia, era sempre de acordo dos dois, ele nunca
me obrigava a nada. (…) às vezes sentava-me ao colo dele e ele fazia-
me festas até que acontecia o resto, só nessa altura é que nos
despíamos. Quando tomávamos banho, nem eu entrava na casa de
banho nem ele. Tem a ver com a nossa educação. Com a idade o fogo
vai-se apagando, mas mantém-se o amor e o carinho”. (E2)
• “A vida sexual é muito importante, é um acto de amor. (…) o meu marido
nunca me faltou com nada e sempre nos demos bem nesse campo. (…)
Nunca o ralei por causa de ele andar com outras mulheres. Eu sabia e
ele nunca me tratou de maneira diferente. Não havia vergonhas, no
princípio sim, os tempos eram outros, mas o meu marido via-me nua e
eu a ele, quando tomávamos banho lavávamos as costas um ao outro”.
(E3)
• “Para mim não, mas a menina já sabe como são os homens. Eu nunca
liguei muito a isso e no meu tempo essas coisas também não se falavam
assim, como agora, em todo o lado. (…) Acho que foi como a das outras
raparigas do meu tempo, já se sabe como é, quando o meu marido
123
queria eu também queria, faz parte da obrigação da mulher casada”.
(E4)
• “(…) Acho que é importante para o casal, mas talvez mais para o
homem. O homem tem que ter uma mulher, se não houver vida sexual
em casa o homem tem que procurar noutro sítio. Um casal sem vida
sexual não é um casal, não há união… e os filhos? Os filhos nascem da
vida sexual”. (E5)
• “É um aspecto importante, talvez mais para os homens do que para as
mulheres. A mulher tem que respeitar a vontade do homem, era o que
eu tentava fazer, mas mesmo assim ele andava com outras. Há homens
com uma grande necessidade, é mesmo da sua natureza, a mulher tem
o dever de corresponder”. (E6)
124
Lima (2006:98), lembra-nos que: “Apesar do contexto actual ser de diversidade
relacional, mantemo-nos, no entanto, muitas vezes presos entre os velhos
padrões de comportamento e as novas formas de vida”.
ninguém
física no dia-a-dia
125
Todos os idosos concordam que o amor não tem idade, mas na sua maioria
referem que o amor começa na juventude e acaba quando um elemento do
casal morre. Há mesmo quem refira que:
• “O amor não é só para os jovens, mas acaba quando a nossa
companhia parte”. (E1)
• “O amor começa nos jovens e é uma coisa para a vida”. (E2)
• “O amor é para sempre, mas com a pessoa que nós escolhemos em
novas. Amei o meu marido até ele morrer e já não conseguia amar outro
homem”. (E3)
• “(…) as pessoas podem gostar de alguém mais tarde na vida, mas as
ilusões menina, essas só existem enquanto somos novos, depois o que
mais se pode esperar…”. (E4)
• “O amor é para todas as idades, tem é forças diferentes conforme a
idade”. (E5)
• “O amor é para toda a vida, acaba quando um dos dois morre”. (E6)
126
• “Os meus filhos não têm nada a ver com a minha vida, nunca me meti
na deles, eles não têm nada que se meter na minha”. (E5)
• “Não sei se é para parecer mais atraente. Quando era novo talvez.
Agora continuo a ter cuidado para andar arranjado e não andar a fazer
figuras “. (E1)
• “Gosto muito de me arranjar com os meus trapos velhos. Sou muito
asseada, não gosto de me ver suja, mas não sou tola. Gosto que digam
é uma senhora velha, mas arranjada. (…) Dantes era para o meu marido
127
que me gostava de arranjar, agora é só porque mantenho o gosto de
andar arranjada e limpa”. (E2)
• “Gosto muito de me arranjar, gosto de andar lavada. Sempre gostei
muito de me arranjar, quando era nova andava sempre bem vestida e
com os lábios pintados. O meu marido levava-me a passear e gostava
que eu fosse arranjada, nunca se importou que eu pintasse os lábios e
até tinha orgulho em sair comigo. Agora acho que é importante andar
arranjada e lavada, mas não tem nada a ver com a forma como me
arranjava para o meu marido”. (E3)
• “Gosto de me arranjar de maneira a andar sempre lavada com a roupa
limpa em condições. Perfumes, pinturas e jóias, nunca fui mulher disso!”
(E4)
• “Sempre gostei de andar arranjado, não saia de casa sem o meu boné e
sem a barba feita. Agora o importante é andar limpo”. (E5)
• “(…) Quando era nova gostava de me arranjar, acho até que era bonita,
mas o meu marido não gostava de exageros. Agora quero andar limpa e
arranjada”. (E6)
Para Poirier (1995:331-332), “cada ser humano é único e tem uma visão de si
que lhe é própria e à qual tenta corresponder”. Neste sentido, é relevante o que
os nossos idosos nos transmitiram na abordagem desta categoria, uma vez
que nos levaram a pensar que por, variadíssimas razões, foram modificando os
seus hábitos, quer no que respeita ao estabelecimento de relações, quer
mesmo no que refere à sua aparência.
128
O tipo de vestuário e a aparência física dos indivíduos têm por base factores
Bio-fisiológios, psicológicos, sociológicos, culturais e espirituais, os quais
devem ser respeitados e tidos em conta, nomeadamente quando estamos a
cuidar de idosos.
Como nos diz Mailoux-Poirier (1995:332): “As razões invocadas para a escolha
do vestuário são habitualmente as seguintes:
• Melhorar a aparência física
• Respeitar a personalidade
• Impressionar
• Fazer-se aceitar
• Afirmar o seu estatuto
• Obter satisfação pessoal”.
129
Quadro 11 – Categoria “Relacionamentos/casamentos dentro da
instituição”
Indiferença das E1
funcionárias
130
• “Gosto de conversar com todos, depende dos feitios e eu não estou aqui
para me chatear com ninguém. (…) Tanto converso com senhoras como
com homens”. (E1)
• “Tanto gosto de conversar com homens como com senhoras, tem mais a
ver com os nossos feitios. (…) Eu passo muito tempo no meu quarto,
porque já ouço muito mal e tenho que estar assim próximo como estou
da senhora”. (E2)
• “Converso muito pouco porque estou muito surda e vejo mal, mas é-me
indiferente conversar com homens ou mulheres” (E3)
• “Converso com toda a gente, não tenho preferências”. (E4)
• “Gosto muito de conversar e converso com toda a gente”. (E5)
• “Tanto faz, gosto de conversar e converso com toda a gente. Não tenho
nenhum interesse especial em homens ou mulheres” (E6)
131
Parece-nos que a baixa de auto-estima deste idoso se deve ao seu estado de
saúde e não à sua idade. Nas conversas que tivemos com ele, aparentava uma
forte vontade de viver e muita energia, ambas condicionadas pela sua doença.
132
• “Acho que as funcionárias deviam impor o respeito. (…) Acho que já
estão proibidos de ir sozinhos”. (E3)
• “Acho que as funcionárias não devem deixar que isso aconteça. (…) O
que é que vão pensar os filhos e as famílias se souberem que se
passam coisas dessas aqui?” (E4)
• “(…) Acho que elas não iam gostar, há que manter o respeito e esse é o
trabalho delas”. (E5)
• “Acho que elas não iam gostar, de certa forma são como os nossos
filhos, têm a obrigação de olhar por nós e não iam ver com bons olhos
se se andassem aí a arranjar casamentos. Ou talvez não se
importassem, não nos são nada… eram capazes até de achar graça”.
(E6)
Embora os idosos refiram que as funcionárias reprovam, mas não dão muito
ênfase à situação, alguns deles referem que os intervenientes “foram proibidos”
de se deslocar sozinhos no elevador, o que denota alguma reprovação ou uma
eventual incapacidade de lidar com a situação. Isto, sugere a existência de
preconceitos e tabus a este respeito assim como uma provável incapacidade
em lidar com estas questões da sexualidade.
Assim, como nos diz Lima (2006:97), citando Fallowfield (2002); Stead,
Falowfield, Brown & Shelby (2001), “Como os cuidadores de saúde contribuem
para o silêncio que rodeia a sexualidade no envelhecimento não falando com
os seus pacientes mais velhos sobre esses aspectos, a informação por parte
dos médicos e de outros técnicos, a criação de um ambiente mais educativo e
permissivo nas nossas instituições, bem como, a formação dos técnicos e dos
cuidados em geral (familiares ou outros) é de extrema relevância”.
133
Nenhum dos nossos idosos conhece alguém que se tenha conhecido e casado
numa instituição desta natureza, embora já tenham ouvido falar de tais casos
através da comunicação social. Um dos inquiridos refere que no Centro de dia
dos Reformados e Pensionistas que frequentava, houve alguns casais que se
juntaram.
134
Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo o sexo
Sexo N %
Feminino 27 90
Masculino 3 10
Total 30 100
135
elevada como a mais baixa se encontra no grupo dos indivíduos do sexo
feminino e que a média de idades dos trabalhadores é de 38 anos para ambos
os sexos e o desvio padrão é de 9,262 anos. Em relação ao sexo feminino
apresentam uma média de 38,44 anos e um desvio padrão de 9,3 anos e
variam entre os 21 e os 57 anos. Quanto ao sexo masculino, a média de idades
é de 34,00 anos, o desvio padrão é de 9,644 e variam entre os 27 e os 45
anos.
Sexo
Classe Etária Total
Feminino Masculino
<25 Anos 1 0 1
≥25 e <30 Anos 5 1 6
≥30 e <35 Anos 4 1 5
≥35 e <40 Anos 4 0 4
≥40 e <45 Anos 4 0 4
≥45 e <50 Anos 6 1 7
≥50 e <55 Anos 2 0 2
≥55 Anos 1 0 1
Total 27 3 30
136
Tabela 4 – Distribuição das frequências quanto ao estado civil
Os inquiridos são na sua maioria casados, sendo de referir que apenas 3,3%
da amostra se encontra numa situação de separação ou divórcio.
Indivíduos
Nenhuma 3,3%
Ensino Básico – do 1º ao 4º ano 6,7%
Ensino Básico – do 5º ao 6º ano 10,0%
Ensino Básico – do 7º ao 9º ano 16,8%
Ensino Secundário – do 10º ao 20,0%
11º ano
Ensino Secundário – 12º ano 13,3%
Bacharelato 3,3%
Licenciatura 23,3%
Pós-Graduação 3,3%
Total 100%
137
A maioria dos indivíduos tem Licenciatura (23,3%) ou o Ensino Secundário – do
10º ao 11º ano (20,0%). Seguidamente, surgem os inquiridos com o Ensino
Básico – do 7º ao 9º ano (16,8%) e por último podemos constatar que 3,3% dos
indivíduos inquiridos não apresentam nenhum grau de habilitação académica.
É de referir que igual percentagem da amostra tem uma pós-graduação.
Todos Todas
Nas
os as Mensalmente Total
férias
dias semanas
138
Os inquiridos que contactam com pessoas idosas no âmbito pessoal, verifica-
se que predominam aqueles que mantêm um contacto semanalmente (51,7%),
seguido do contacto diário.
139
conceitos foram definidos, só que nem sempre com as três palavras solicitadas
(Anexo IV).
10
9 9
8
7
6 6 6
6
5
4
4
3 3 3 3 3 3
2 2
2
1 1 1 1 1
0
Exclusão
Estigmatizado
Memórias
Perdas
Velho
Tranquilo
Rabugice
Ternura
Não responde
Compreensão
Sabedoria
Fragilidade
Carência
Etapa da vida
Aceitação
Repouso
Doenças
Solidão
Reforma
Infância
Compaixão
Dependência
140
altas e baixas para cada caso. Assim, a título de exemplo, se velho surge 11
vezes nesta caracterização e denota algum negativismo, a sabedoria que surge
logo a seguir, traduz um aspecto positivo do envelhecimento. Contudo, na
análise global deste gráfico, podemos constatar que os aspectos negativos do
envelhecimento aparecem mais vezes do que os positivos.
12
12
11
10
10 9
8
7 7
6 6
6
5
4
4
2 2 2 2 2
2 1 1 1
Stress
Processo
Rugas
Tristeza
Tempo
Carinho
Ciclo de Vida
Gerontologia
Não responde
Doença
Satisfação
Sabedoria
Maturidade
Tranquilidade
Independência
Deterioração
Solidão
Perda
141
Estes dados revelam um certo equilíbrio entre os aspectos positivos e
negativos da velhice, uma vez que foram atribuídos alguns significados que
tanto podem sugerir positividade como o contrário. É o caso de Processo, que
não explicita se é um bom ou mau processo e gerontologia pela variedade de
aspectos que engloba.
25 24
20
15 14
10 9
5 5 5
5
3 3
2 2 2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1
0
Egoísta
Triste
Desilusão
Disponível
Ancião
Cansado
Solidão
Carinho
Maduro
Respeito
Velhice
Dignidade
Reforma
Calma
Não responde
Compreensão
Sabedoria
Compaixão
Dependente
Vida de Trabalho
Incompreendido
142
dignidade e egoísta, são apontados duas vezes cada e os significados como:
compaixão, calma, carinho, maduro, desilusão e respeito, apenas surgem uma
vez. Também aqui são revelados, maioritariamente os aspectos negativos
associados ao idoso.
Como nos dizem Fontaine (2000) e Berger (1995), o envelhecimento ocorre ao:
nível biológico, com as modificações físicas do indivíduo, como o surgir das
rugas, as alterações da marcha e da postura, algumas transformações no
campo sensorial, como a audição e a visão e sob o ponto de vista da saúde
com o aparecimento de algumas doenças; nível social, com a perda de papéis
sociais, com a passagem à reforma e a progressiva alteração das actividades
até aí desempenhadas; e por último ao nível psicológico com a deterioração
das funções cognitivas, intelectuais e de motivação. Neste âmbito psicológico,
é de referir, que significados como egoísmo e a rabugice, apontados pelos
inquiridos, possam remeter para o conceito de introversão que está associado
ao envelhecimento, conforme defendem autores como Erikson, Peck e Buhler.
143
ligados e cuja definição colide com significados semelhantes ou repetidos, facto
que podemos constatar através da leitura e análise dos quadros anteriores.
14
12
12 11
10 9
8
8 7
6 5 5
4
4 3 3
2 2
2 1 1 1
0
Angústia
Sozinho
Luto
Disponibilidade
Tristeza
Isolamento
Abandono
Depressão
Sofrimento
Medo
Frágil
Doença
Velhice
Revolta
Não responde
Degradação
144
de vitimização”. Continua, referindo que os aspectos positivos da solidão
assentam, predominantemente no benefício do indivíduo identificar e
reconhecer os sentimentos associados à solidão, e a partir de aí acreditar nas
suas capacidades e incrementar a sua auto-confiança.
12
10
8 8
8 7
6 6
6 5 5
4 3 3 3 3 3
2 2 2 2 2 2
2 1 1 1 1 1
0
Vida
Sentimentos
Brincar
Afecto
Carinho
Companheirismo
Respeito
Paz
Cumplicidade
Amizade
Ternura
Partilha
Romance
Não responde
Prazer
Compreensão
Atenção
Casamento
Felicidade
Gratificante
Sinceridade
Beleza
Paixão
Relação
Afecto (13), Felicidade (8), Amizade (8), Carinho (7), Paixão (6), Sentimentos
(6), Companheirismo e Respeito (5), são os aspectos mais referidos como
145
significados da palavra Amor. Os menos frequentes e que apareceram apenas
uma vez são: Paz, Sinceridade, Vida, Beleza e Brincar.
146
Gráfico 8 – Distribuição da frequência dos significados de Afectividade
Frequência
16 15
14 13
12
10 9
8
8
6
6
4 4
4 3 3 3
2 2 2 2 2 2 2 2
2 1 1 1 1 1 1
0
Amor
Convívio
Emoção
Cuidar
Calor
Carinho
Companheirismo
Beijo
Abraço
Respeito
Individual
Amizade
Partilha
Ternura
Sensibilidade
Confiança
Dádiva
Não responde
Agradar
Sentimento
Compreensão
Proximidade
Reciprocidade
Dedicação
Afectividade é definida pela amostra como: Carinho (16), Sentimento (13),
Amizade (9), Amor (8), Partilha (6) e Cuidar (4). Como respostas menos
frequentes, temos Companheirismo, Compreensão e Proximidade (3) e ainda
Beijo, Calor, Convívio, Reciprocidade, Ternura, Abraço, Emoção e
Sensibilidade com uma frequência de 2.
147
Gráfico 9 – Distribuição da frequência dos significados de Sexualidade
Frequência
12
10
10
8
8
7
6 6
6
5 5
4 4 4 4 4 4
4
3 3 3 3
2 2
2
1 1 1
0
Fisiológico
Amor
Sentimentos
Disponibilidade
Carinho
Educação
Casal
Ciclo vital
Cumplicidade
Amizade
Intimidade
Necessidade
Dá vida
Não responde
Prazer
Atracção
Afirmação
Natural
Liberdade
Afectividade
Sensualidade
Paixão
Para estes autores a Sexualidade não pode ser definida tendo por base apenas
um campo da ciência, mas sim como uma realidade multidimensional inerente
ao indivíduo em todo o seu ciclo vital. Deste modo, López e Fuertes (1999:8)
diz-nos que: “a sexualidade, como todas as realidades complexas, não pode
ser definida a partir de um único ponto de vista, uma só ciência ou umas
quantas palavras. O que hoje sabemos sobre a sexualidade é o resultado de
múltiplas aproximações, feitas a partir de diferentes ciências”.
148
Nesta linha de pensamento Lima (2006) e Nodin (2002), consideram que a
sexualidade diz respeito às vertentes afectivas e emocionais de cada pessoa,
especificamente na maneira com ela interage com os outros, sendo a sua
representação e manifestação, influenciada por factores sócio-culturais,
próprios de cada sociedade humana.
12
10 9
8
8 7
6
6 5 5 5
4
4 3 3 3
2 2 2 2 2 2 2
2 1 1 1 1 1
0
Amor
Exposição
Desejo
Carinho
Orgânico
Afecto
União
Intimidade
Necessidade
Caricia
Partilha
Amizade
Luxúria
Responsabilidade
Não responde
Prazer
Género
Reprodução
Excitação
Sensação
Natural
Paixão
Preservação
Relação sexual
149
São muito dispersos os significados atribuídos ao Sexo, no entanto podemos
verificar que Prazer, Amor, Género, Reprodução, Desejo, Relação sexual,
Paixão e Necessidade, são os mais referidos pela amostra.
Tomando por base os significados mais apontados podemos inferir que este
conceito, está relacionado com dois aspectos: os relacionamentos sexuais e a
caracterização do feminino e do masculino. Segundo Nodin (2002:260), “a
palavra sexo é utilizada na língua portuguesa pelo menos com dois sentido
principais. O mais habitual é o que designa uma relação sexual entre duas ou
mais pessoas. (…) O outro sentido em que ela é utilizada é quando serve para
designar os órgãos sexuais, ou seja, o pénis ou a vagina. É, provavelmente,
das palavras mais utilizadas do vocabulário sexual e popular, e também das
que suscita as reacções mais emocionais, ainda que normalmente não de uma
forma explicita”.
150
Gráfico 11 – Distribuição da frequência dos significados
de Sexualidade na Terceira Idade
Frequência
18
16
16
14
12
10
8 8
8
6 5 5 5
4 4 4
4 3
2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0
Amor
Toque físico
Disponibilidade
Carinho
Afecto
Tabu
Companheirismo
Direito
Solidão
Solidão
Amizade
Cumplicidade
Intimidade
Necessidade
Partilha
Impotência
Interessante
Não responde
Bem estar
Prazer
Compreensão
Lentidão
Protecção
Adequado
Natural
Incompreendida
Imaginativa
Maturidade
Ajuda a viver
151
parte das pessoas mais velhas, sobretudo do sexo feminino, é o mito da beleza
física jovem. Este fomenta os sentimentos de profunda culpabilidade, e de
vergonha e de baixa auto-imagem nas pessoas que não encaixam nesse
padrão dificultando, consequentemente, as suas relações interpessoais. Este
mito é favorecido pela publicidade que vende uma imagem da sexualidade
como privilégio único e exclusivo da juventude”.
152
Gráfico 12 – Distribuição da amostra relativamente à questão P1:
O envelhecimento assusta as pessoas mais novas
%
100
75
50 46,7
25 20,0 20,0
13,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
153
Gráfico 13 – Distribuição da amostra relativamente à questão P2:
O convívio entre velhos e novos pode ser benéfico para ambos
%
100
75
56,7
50
40,0
25
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Estes dados confirmam o que nos dizem Ramos (2005) e Belsky (2001), entre
outros autores que se debruçaram sobre as relações intergeracionais e sobre o
enriquecimento cultural, social e familiar que estas podem traduzir. É de referir
que os benefícios do convívio entre velhos e novos não é apenas vantajoso
para estes, mas sim constitui um mais valia bi-direccional.
154
Gráfico 14 – Distribuição da amostra relativamente à questão P5:
O envelhecimento conduz à solidão
%
100
75
50
33,3
30,0
26,7
25
6,7
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
155
possível ser-se autónomo. Nesta mesma linha, verifica-se também, através da
análise dos dados, que 46,6% da amostra, em oposição a 33,3%, defende que
o relacionamento com as pessoas idosas não é mais difícil do que o
relacionamento com os jovens. Um quinto dos inquiridos não tem uma ideia
formada a este respeito.
75
53,3
50
23,3
25
10,0 10,0
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
156
Berger (1995), diz-nos os comportamentos que assumimos perante os idosos,
tendem a espelhar atitudes negativas ou positivas, as quais por sua vez,
condicionam o nosso relacionamento com o idoso. Deste modo salientamos
como atitudes positivas “o respeito, a confiança e a luta contra as atitudes
negativas como a gerontofobia, o idadismo (“âgeisme”), o automorfismo social
e a infantilização ou “bebeísme”.
75
56,7
50
23,3
25
16,7
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
157
introspecção, o que o torna mais virado para o seu interior do que para o
ambiente que o rodeia.
%
100
75
50
34,5
25 20,7 20,7
17,2
6,9
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
158
Gráfico 18 – Distribuição da amostra relativamente à questão P16:
Os idosos já não têm capacidade de amar nem de se relacionar
emocionalmente
%
100
75
48,3
50
34,5
25
10,3
6,9
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Muitas das vezes é a própria sociedade, familiares ou amigos que pelos seus
comportamentos e atitudes condicionam os relacionamentos do indivíduo
idoso, já que frequentemente a ideia que os idosos têm deles mesmos é reflexo
daquilo que os outros pensam de si.
De acordo com Castro (2007: 78-79), citando Cordo (1999), “as atitudes da
sociedade para com as pessoas mais velhas determinam, em grande medida,
o grau de auto-estima dos idosos: quando estes se sentem respeitados e
159
considerados como membros de pleno direito da sociedade, capazes e
competentes, a sua auto-estima vê-se reforçada. Pelo contrário, como é
natural, o idoso responde com um comportamento mais defensivo, céptico e
desconfiado, quando a sociedade lhe induz uma auto-estima negativa”.
%
100
75
56,7
50
25 20,0
13,3
10,0
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
160
certamente terão as mesmas necessidades e carências que as outras pessoas
em geral.
%
100
75
65,5
50
25
17,2
10,3
6,9
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Mais de 70% dos inquiridos discorda que os idosos já não se interessam pela
sexualidade, no entanto, é de salientar que nesta amostra, mais de 15% não
161
tem opinião definida a este respeito e apenas 10% concorda com esta
afirmação.
162
Gráfico 21 – Distribuição da amostra relativamente à questão P25:
Os idosos são pessoas doentes
%
100
75
50 46,7
25 20,0
16,7
13,3
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Mais uma vez é possível inferir da análise e leitura do gráfico, que os inquiridos
que compõem a nossa amostra, revelam-nos estar em contrariedade com um
dos mais usuais mitos associados à terceira idade.
163
Gráfico 22 – Distribuição da amostra relativamente à questão P27:
A vivência e expressão da sexualidade por parte do idoso
institucionalizado, deve ser reprimida por se tratar de um
comportamento pouco aceitável
%
100
75
50
43,3
23,3
25
16,7 16,7
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Estes resultados podem-nos sugerir que, pelo menos 33,4% dos participantes,
revela, eventualmente, marcadas dificuldades em lidar com estas situações,
quer seja por questões pessoais ou culturais.
164
Gráfico 23 – Distribuição da amostra segundo a questão P28:
Os idosos são seres assexuados
%
100
75
50
36,7
30,0
25 20,0
10,0
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Mais uma vez, se pode inferir da análise dos dados que uma grande fatia dos
participantes se integra no perfil preconceituoso e de tabus da nossa
sociedade, já que manifestamente consideram o idoso como um se assexuado
ou, de uma forma mais velada não se pronunciam sobre o assunto.
Este de facto é dos mitos mais comuns relativamente à terceira idade e que por
vezes é comprovado pelos estudos realizados, os quais, na opinião de López e
Fuertes (1989), nem sempre correspondem à realidade, já que à semelhança
do nosso estudo, são realizados em reduzido número e com indivíduos
especiais (voluntários, residentes em instituições, etc.). Os autores continuam
referindo que muitos dos participantes nestes estudos encontram-se em
165
situações desfavorecidas, pelo que não se pode concluir que a sexualidade na
velhice corresponda somente ao que estes estudos revelam.
É importante relembrar, como nos diz Castro (2007:91), que os indivíduos mais
velhos também apreciam “partilhar gestos de carinho, afecto e amor, os quais
são essenciais para o bem-estar emocional de todas as pessoas”.
166
Gráfico 24 – Distribuição da amostra segundo a questão P29:
O relacionamento amoroso entre homens e mulheres
institucionalizados é um comportamento natural
%
100
75
56,7
50
23,3
25
13,3
6,7
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
167
Gráfico 25 – Distribuição da amostra segundo a questão P30:
A proximidade entre Homens e Mulheres institucionalizados é
resultado da solidão
%
100
75
53,3
50
25 20,0
13,3
10,0
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
168
Gráfico 26 – Distribuição da amostra segundo a questão P31:
Os idosos já não têm contactos íntimos mesmo quando subsiste o
casal
%
100
75
48,3
50
27,6
25
17,2
6,9
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
169
manter nos idosos saudáveis, eles necessitam de um par, com quem manter a
actividade sexual e de uma relação satisfatória, para continuarem a ter desejo”.
75
51,7
50
24,1
25 20,7
3,4
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
170
Gráfico 28 – Distribuição da amostra segundo a questão P37:
Ao presenciar uma manifestação, no âmbito da sexualidade, por
parte de um idoso, o cuidador deve fingir que não vê
%
100
75
50
36,7
30,0
26,7
25
3,3 3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
171
A autora (2006:96) esclarece-nos que: “Alguns autores têm sublinhado os
direitos dos residentes à expressão sexual, incluindo aqueles que têm
limitações cognitivas, no que concerne ao consentimento mútuo e à
capacidade de dar consentimento. Por outro lado, encontramos estratégias de
intervenção direccionadas para lidar com o comportamento sexual
desadequado nas instituições, preservando um ambiente confortável para os
residentes e pessoal”.
75
55,2
50
24,1
25
10,3 10,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Como nos referem Lopéz e Fuertes (1989), são diversas as atitudes face à
sexualidade e têm vindo a modificar-se a par das transformações sociais que
172
ocorreram nos últimos anos. Os autores dizem-nos que “a censura oficial”
desapareceu e que, apesar de se continuarem a verificar comportamentos e
atitudes singulares, os meios de comunicação social oferecem a possibilidade
de abordar, abertamente, uma grande panóplia de temas relativos à
sexualidade.
Lopéz e Fuertes (1989), partilham ainda connosco que: “(…) embora tenha sido
superada a atitude de negação, interdição e proibição, estamos longe de um
verdadeiro reconhecimento da sexualidade como um campo de estudo (as
nossas universidades não consideram que este seja um campo
suficientemente digno de estudo), uma dimensão humana a introduzir no
ensino (o sistema educativo apenas fez uma introdução nominal da educação
sexual) e uma actividade humana que necessita de cuidados de saúde (os
centros de planeamento oferecem assistência a uma parte muito pequena da
população e os serviços de terapia, na maior parte dos casos, não oferecem
ajuda a quem tem dificuldades sexuais)”.
173
Gráfico 30 – Distribuição da amostra segundo a questão P44:
O casamento entre idosos na instituição é uma prática bem aceite
pelos cuidadores
%
100
75
50
36,7 36,7
25
13,3
10,0
3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
Perante estes resultados podemos inferir que são quase tantos os funcionários
e cuidadores que estão de acordo com esta situação, como aqueles que
assumem uma posição neutra.
174
Gráfico 31 – Distribuição da amostra segundo a questão P45: O
casamento entre idosos na instituição é uma prática bem aceite
pelos familiares
%
100
75
53,3
50
33,3
25
6,7
3,3 3,3
0
Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
totalm ente nem discordo totalm ente
175
como um conjunto de variáveis representam uma determinada dimensão. Para
dados com uma estrutura multidimensional, o coeficiente alpha de Cronbach
será baixo. Tecnicamente, o coeficiente alpha de Cronbach não é um teste
estatístico – é um coeficiente de fidelidade (ou consistência). Se as correlações
inter-variáveis forem altas, então há evidência que as variáveis medem a
mesma dimensão. É este o significado de uma fidelidade (reliability) alta.
176
CONCLUSÕES
177
Existem poucas publicações sobre a sexualidade na terceira idade e não
encontramos nenhum estudo com características semelhantes para que
pudéssemos comparar os resultados. Tratando-se de um estudo constituído
por duas amostras seleccionadas por conveniência, na instituição
seleccionada, não podemos generalizar os resultados para a população de
idosos institucionalizados e cuidadores e funcionários em geral.
São naturais de várias regiões do país, mas todos residiam no Pinhal Novo
antes de entrarem para a Residência, sendo o tempo médio de permanência
na instituição de 1,6 anos. Os idosos do sexo masculino durante a sua
actividade laboral foram ferroviários, enquanto que as mulheres ou foram
domésticas (2) ou costureira (1) ou telefonista (1). Mesmo aquelas que
desempenharam uma profissão deixaram de o fazer quando casaram.
178
A totalidade dos entrevistados referiu aspectos, sociais, culturais, educacionais,
psico-emocionais, físicos e reprodutivos, associados à sua vida sexual, o que
nos sugere que, apesar das características próprias desta geração que hoje
tem mais de 80 anos, a maioria dos idosos não associa a vida sexual apenas à
vertente reprodutiva, mas sim, lhe confere um carácter mais abrangente de
qualidade afectiva e relacional.
Todos os idosos concordam que o amor não tem idade, mas na sua maioria
referem que o amor começa na juventude e acaba quando um elemento do
casal morre.
179
uma atenção especial à sua aparência quando eram mais novos e com
contactos sociais.
Embora os idosos refiram que as funcionárias reprovam, mas não dão muito
ênfase à situação, alguns deles referem que os intervenientes “foram proibidos”
de se deslocar sozinhos no elevador, o que denota alguma reprovação ou uma
eventual incapacidade de lidar com a situação.
Nenhum dos nossos idosos conhece alguém que se tenha conhecido e casado
numa instituição desta natureza, embora já tenham ouvido falar de tais casos
através da comunicação social. Um dos inquiridos refere que no Centro de dia
180
dos Reformados e Pensionistas que frequentava, houve alguns casais que se
juntaram.
181
Relativamente à terceira parte do questionário aplicado aos cuidadores e
funcionários, verificámos que a maioria dos inquiridos respondeu “concordo” a
quase todas as questões.
182
• P28. Os idosos são considerados seres assexuados (36,7%);
• P31. Os idosos já não têm contactos íntimos, mesmo quando subsiste
o casal (48,3%);
183
Consideramos como principais limitações deste trabalho:
• A falta de estudos nesta área;
• O limite de tempo para a realização da investigação;
• O facto dos resultados deste estudo não poderem ser generalizados,
limitando-se as conclusões apenas à população estudada;
• A instituição ser recente e os idosos estarem lá há relativamente pouco
tempo.
• Não ter sido possível entrevistar os idosos referidos como tendo um
“caso amoroso”, uma vez que o estado de saúde da senhora, se
deteriorou rapidamente e o idoso recusou participar no estudo (é uma
pessoa considerada difícil por todos da instituição, funcionários e
idosos).
184
Finalizamos com um sentimento de satisfação pelo prazer que nos deu realizar
este trabalho, não só pelos momentos de reflexão e partilha sobre estes temas,
mas principalmente pelo contacto com os idosos, que constituiu sem duvida o
momento mais alto deste percurso.
185
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195
Sites da Internet consultados:
http://www.apdemografia.pt/pdf_congresso/Plenarias_Maria_Goncalves.pdf
8/9/07 16:42
196
ANEXOS
197
ANEXO I
198
199
ANEXO II
200
201
202
ANEXO III
Questionário
203
204
205
206
207
208
209
210
211
ANEXO IV
212
Uma palavra para o conceito ENVELHECIMENTO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid amadurecer 1 3,3 3,3 3,3
amadurecimento 1 3,3 3,3 6,7
conhecimento 2 6,7 6,7 13,3
degradação 1 3,3 3,3 16,7
desenvolvimento 1 3,3 3,3 20,0
dificuldades 1 3,3 3,3 23,3
experiência 1 3,3 3,3 26,7
físico 1 3,3 3,3 30,0
independência 1 3,3 3,3 33,3
maturidade 2 6,7 6,7 40,0
outra fase da vida 1 3,3 3,3 43,3
passagem do tempo 1 3,3 3,3 46,7
perda 2 6,7 6,7 53,3
perda de capacidades 2 6,7 6,7 60,0
processo 2 6,7 6,7 66,7
processo biológico 2 6,7 6,7 73,3
rugas 1 3,3 3,3 76,7
sabedoria 1 3,3 3,3 80,0
stress 1 3,3 3,3 83,3
temporal 1 3,3 3,3 86,7
tranquilidade 1 3,3 3,3 90,0
tristeza 2 6,7 6,7 96,7
velhos 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
213
Uma palavra para o conceito ENVELHECIMENTO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
abandono 1 3,3 3,3 10,0
adaptação 1 3,3 3,3 13,3
amadurecimento 1 3,3 3,3 16,7
calmo 1 3,3 3,3 20,0
capacidades 1 3,3 3,3 23,3
conhecimento 1 3,3 3,3 26,7
deterioração 1 3,3 3,3 30,0
dificuldades 1 3,3 3,3 33,3
gerontologia 1 3,3 3,3 36,7
limitações 1 3,3 3,3 40,0
mudança 1 3,3 3,3 43,3
natural 2 6,7 6,7 50,0
orgânico 1 3,3 3,3 53,3
passar do tempo 1 3,3 3,3 56,7
perda de capacidade 1 3,3 3,3 60,0
perda de confiança 1 3,3 3,3 63,3
psicológico 1 3,3 3,3 66,7
queda 1 3,3 3,3 70,0
resignação 1 3,3 3,3 73,3
rugas 2 6,7 6,7 80,0
sabedoria 2 6,7 6,7 86,7
satisfação 1 3,3 3,3 90,0
solidão 1 3,3 3,3 93,3
tempo (ou falta de) 1 3,3 3,3 96,7
tornar-se mais velho 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
214
Uma palavra para o conceito ENVELHECIMENTO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
capacidades 1 3,3 3,3 10,0
carinho 1 3,3 3,3 13,3
ciclo da vida 1 3,3 3,3 16,7
continuo 1 3,3 3,3 20,0
dependência 1 3,3 3,3 23,3
desenvolvimento 1 3,3 3,3 26,7
deterioraçao 1 3,3 3,3 30,0
disponibilidade 1 3,3 3,3 33,3
doença 1 3,3 3,3 36,7
evoluir 1 3,3 3,3 40,0
exclusão 1 3,3 3,3 43,3
expriência 1 3,3 3,3 46,7
faculdades 1 3,3 3,3 50,0
falhas 1 3,3 3,3 53,3
falta de saúde 1 3,3 3,3 56,7
independência 1 3,3 3,3 60,0
inevitável 1 3,3 3,3 63,3
maturidade 1 3,3 3,3 66,7
natural 1 3,3 3,3 70,0
pensante 1 3,3 3,3 73,3
perda de capacidades 1 3,3 3,3 76,7
rugas 2 6,7 6,7 83,3
sabedoria 2 6,7 6,7 90,0
saudável 1 3,3 3,3 93,3
silêncio 1 3,3 3,3 96,7
solidão 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
215
Uma palavra para o conceito VELHICE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid cabelos brancos 1 3,3 3,3 3,3
compaixão 1 3,3 3,3 6,7
conhecimento 1 3,3 3,3 10,0
dependente 1 3,3 3,3 13,3
desalento 1 3,3 3,3 16,7
doenças 1 3,3 3,3 20,0
esquecidos 1 3,3 3,3 23,3
etapa da vida 1 3,3 3,3 26,7
exclusão 1 3,3 3,3 30,0
experiência 2 6,7 6,7 36,7
falta de amparo 1 3,3 3,3 40,0
fase 1 3,3 3,3 43,3
fim de um ciclo 1 3,3 3,3 46,7
idade 3 10,0 10,0 56,7
idade avançada 1 3,3 3,3 60,0
infância 1 3,3 3,3 63,3
memória 1 3,3 3,3 66,7
memórias 1 3,3 3,3 70,0
nostalgia 1 3,3 3,3 73,3
perda de autonomia 1 3,3 3,3 76,7
reforma 1 3,3 3,3 80,0
rugas 1 3,3 3,3 83,3
sabedoria 1 3,3 3,3 86,7
solidão 1 3,3 3,3 90,0
tranquilo 1 3,3 3,3 93,3
velho 1 3,3 3,3 96,7
vulnerável 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
216
Uma palavra para o conceito VELHICE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 1 3,3 3,3 3,3
adaptação 1 3,3 3,3 6,7
avançada 1 3,3 3,3 10,0
carência 1 3,3 3,3 13,3
carentes de afecto 1 3,3 3,3 16,7
compreensão 1 3,3 3,3 20,0
consolidação 1 3,3 3,3 23,3
dependência 1 3,3 3,3 26,7
doença 2 6,7 6,7 33,3
dores 2 6,7 6,7 40,0
estado de repouso 1 3,3 3,3 43,3
experiência 2 6,7 6,7 50,0
falta de forças 1 3,3 3,3 53,3
idade 2 6,7 6,7 60,0
maturidade 1 3,3 3,3 63,3
medo de morrer 1 3,3 3,3 66,7
memórias 1 3,3 3,3 70,0
necessidades 1 3,3 3,3 73,3
perda de papéis 2 6,7 6,7 80,0
recordações 1 3,3 3,3 83,3
reforma 1 3,3 3,3 86,7
relembrar 1 3,3 3,3 90,0
sabedoria 3 10,0 10,0 100,0
Total 30 100,0 100,0
217
Uma palavra para o conceito VELHICE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
aceitação 2 6,7 6,7 16,7
baixa auto estima 1 3,3 3,3 20,0
calma 1 3,3 3,3 23,3
compreensão 2 6,7 6,7 30,0
dependência 1 3,3 3,3 33,3
doença 2 6,7 6,7 40,0
enfraquecimento do corpo 1 3,3 3,3 43,3
esquecidos 1 3,3 3,3 46,7
estipmatizado 1 3,3 3,3 50,0
evolução 1 3,3 3,3 53,3
frágil 1 3,3 3,3 56,7
fragilidade 1 3,3 3,3 60,0
mau estado 1 3,3 3,3 63,3
medicamentos 1 3,3 3,3 66,7
necessidade de ajuda 1 3,3 3,3 70,0
paciência 1 3,3 3,3 73,3
perdas 1 3,3 3,3 76,7
rabugentos 1 3,3 3,3 80,0
rabugice 1 3,3 3,3 83,3
revoltada 1 3,3 3,3 86,7
tempo 1 3,3 3,3 90,0
ternura 1 3,3 3,3 93,3
vida 1 3,3 3,3 96,7
vivida 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
218
Uma palavra para o conceito IDOSO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid + 65 anos 1 3,3 3,3 3,3
ancião 1 3,3 3,3 6,7
calma 1 3,3 3,3 10,0
cansado 1 3,3 3,3 13,3
carinho 1 3,3 3,3 16,7
conhecimento de vda 1 3,3 3,3 20,0
desilusão 1 3,3 3,3 23,3
experiente 1 3,3 3,3 26,7
frqueza 1 3,3 3,3 30,0
histórias 1 3,3 3,3 33,3
idade 2 6,7 6,7 40,0
incompreendido 1 3,3 3,3 43,3
patriarca 1 3,3 3,3 46,7
pessoa 1 3,3 3,3 50,0
pessoa com idade 1 3,3 3,3 53,3
pessoa com muitos conhecimentos adquiridos 1 3,3 3,3 56,7
reforma 1 3,3 3,3 60,0
respeito 1 3,3 3,3 63,3
sabedoria 2 6,7 6,7 70,0
sábio 1 3,3 3,3 73,3
solidão 1 3,3 3,3 76,7
tem muita idade 1 3,3 3,3 80,0
tempo livre 1 3,3 3,3 83,3
trabalho 1 3,3 3,3 86,7
triste 1 3,3 3,3 90,0
velhice 1 3,3 3,3 93,3
velho 2 6,7 6,7 100,0
Total 30 100,0 100,0
219
Uma palavra para o conceito IDOSO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 1 3,3 3,3 3,3
abandono 1 3,3 3,3 6,7
ancião 1 3,3 3,3 10,0
anos de trabalho 1 3,3 3,3 13,3
compreensão 1 3,3 3,3 16,7
dependente 1 3,3 3,3 20,0
dignidade 1 3,3 3,3 23,3
egoista 1 3,3 3,3 26,7
experiência 1 3,3 3,3 30,0
experiência de vida 1 3,3 3,3 33,3
experiente 2 6,7 6,7 40,0
gasto 1 3,3 3,3 43,3
incompreensão 1 3,3 3,3 46,7
muita idade 1 3,3 3,3 50,0
o que vive uma longa vida 1 3,3 3,3 53,3
ouvinte 1 3,3 3,3 56,7
peso para a família 1 3,3 3,3 60,0
reformado 1 3,3 3,3 63,3
sabedoria 4 13,3 13,3 76,7
teimoso 1 3,3 3,3 80,0
tempo livre 1 3,3 3,3 83,3
velhinho 1 3,3 3,3 86,7
velho 1 3,3 3,3 90,0
vida 1 3,3 3,3 93,3
vida de trabalho 1 3,3 3,3 96,7
vivida 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
220
Uma palavra para o conceito IDOSO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
cansaço 1 3,3 3,3 13,3
compaixão 1 3,3 3,3 16,7
compreensão 1 3,3 3,3 20,0
descanso 1 3,3 3,3 23,3
despreocupado 1 3,3 3,3 26,7
dificuldade 1 3,3 3,3 30,0
direitos 1 3,3 3,3 33,3
disponível 1 3,3 3,3 36,7
experiência 2 6,7 6,7 43,3
farto 1 3,3 3,3 46,7
forreta 1 3,3 3,3 50,0
gerontologia 1 3,3 3,3 53,3
idade 1 3,3 3,3 56,7
maduro 1 3,3 3,3 60,0
mestre 1 3,3 3,3 63,3
rugas 1 3,3 3,3 66,7
sabadaia 1 3,3 3,3 70,0
sabedoria 5 16,7 16,7 86,7
sábia 1 3,3 3,3 90,0
sénior 1 3,3 3,3 93,3
triste 1 3,3 3,3 96,7
velho 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
221
Uma palavra para o conceito SOLIDÃO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid abandono 3 10,0 10,0 10,0
aborrecimento 1 3,3 3,3 13,3
depressão 1 3,3 3,3 16,7
desprezo 1 3,3 3,3 20,0
doença 1 3,3 3,3 23,3
é um estado de espírito 1 3,3 3,3 26,7
estar só 1 3,3 3,3 30,0
falta de amigos 1 3,3 3,3 33,3
idoso 1 3,3 3,3 36,7
isolamento 3 10,0 10,0 46,7
só 4 13,3 13,3 60,0
sofrimento 3 10,0 10,0 70,0
sozinho 1 3,3 3,3 73,3
tristeza 6 20,0 20,0 93,3
trsiteza 1 3,3 3,3 96,7
vazio 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
abandono 1 3,3 3,3 10,0
angústia 5 16,7 16,7 26,7
ausência 1 3,3 3,3 30,0
auto-estima 1 3,3 3,3 33,3
depressão 2 6,7 6,7 40,0
desamparado 1 3,3 3,3 43,3
disponibilidade 1 3,3 3,3 46,7
frágil 1 3,3 3,3 50,0
isolado 1 3,3 3,3 53,3
isolamento 4 13,3 13,3 66,7
não ter familires 1 3,3 3,3 70,0
negro 1 3,3 3,3 73,3
preocupação 1 3,3 3,3 76,7
revolta 1 3,3 3,3 80,0
sofrimento 1 3,3 3,3 83,3
triste 4 13,3 13,3 96,7
tristeza 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
222
Uma palavra para o conceito SOLIDÃO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
abandonado 1 3,3 3,3 13,3
abandono 1 3,3 3,3 16,7
amargura 1 3,3 3,3 20,0
angústia 1 3,3 3,3 23,3
carência de afectos 1 3,3 3,3 26,7
degradação 1 3,3 3,3 30,0
depressão 1 3,3 3,3 33,3
doença 1 3,3 3,3 36,7
dor 2 6,7 6,7 43,3
falta de convivência 1 3,3 3,3 46,7
ingratidão 1 3,3 3,3 50,0
isolado 1 3,3 3,3 53,3
isolamento 2 6,7 6,7 60,0
luto 1 3,3 3,3 63,3
medo 1 3,3 3,3 66,7
rejeição 1 3,3 3,3 70,0
sentimento 1 3,3 3,3 73,3
sofrimento 2 6,7 6,7 80,0
sozinho 1 3,3 3,3 83,3
sózinho 1 3,3 3,3 86,7
triste 1 3,3 3,3 90,0
tristeza 2 6,7 6,7 96,7
velhice 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
223
Uma palavra para o conceito AMOR
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid afecto 3 10,0 10,0 10,0
alegria 1 3,3 3,3 13,3
amizade 2 6,7 6,7 20,0
carinho 5 16,7 16,7 36,7
compreensão 1 3,3 3,3 40,0
criar novos amigos 1 3,3 3,3 43,3
felicidade 2 6,7 6,7 50,0
gratificante 1 3,3 3,3 53,3
importante 1 3,3 3,3 56,7
paixão 2 6,7 6,7 63,3
partilha 1 3,3 3,3 66,7
paz 1 3,3 3,3 70,0
prazer 1 3,3 3,3 73,3
relação 1 3,3 3,3 76,7
respeito 2 6,7 6,7 83,3
sinceridade 1 3,3 3,3 86,7
temos que amar sempre todos as pessoas 1 3,3 3,3 90,0
ternura 2 6,7 6,7 96,7
vida 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
224
Uma palavra para o conceito AMOR
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 1 3,3 3,3 3,3
afecto 3 10,0 10,0 13,3
alegria 1 3,3 3,3 16,7
amizade 3 10,0 10,0 26,7
beijo 1 3,3 3,3 30,0
beleza 1 3,3 3,3 33,3
bem estar 1 3,3 3,3 36,7
carinho 3 10,0 10,0 46,7
companheirismo 1 3,3 3,3 50,0
compreensão 1 3,3 3,3 53,3
cumplicidade 1 3,3 3,3 56,7
felicidade 1 3,3 3,3 60,0
festinhas 1 3,3 3,3 63,3
gostar 1 3,3 3,3 66,7
paixão 1 3,3 3,3 70,0
paz 1 3,3 3,3 73,3
querido 1 3,3 3,3 76,7
relação 2 6,7 6,7 83,3
respeito 3 10,0 10,0 93,3
simpatia 1 3,3 3,3 96,7
ter um romance 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
225
Uma palavra para o conceito AMOR
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
afecto 2 6,7 6,7 13,3
afectos 1 3,3 3,3 16,7
atenção 2 6,7 6,7 23,3
bem estar 1 3,3 3,3 26,7
brincar 1 3,3 3,3 30,0
carinho 1 3,3 3,3 33,3
casamento 1 3,3 3,3 36,7
companheirismo 4 13,3 13,3 50,0
confiança 1 3,3 3,3 53,3
confraternização 1 3,3 3,3 56,7
cumplicidade 1 3,3 3,3 60,0
felicidade 1 3,3 3,3 63,3
gostar 1 3,3 3,3 66,7
loucura 1 3,3 3,3 70,0
namoro 1 3,3 3,3 73,3
paixão 2 6,7 6,7 80,0
partilha 2 6,7 6,7 86,7
prazer 1 3,3 3,3 90,0
sentimentos 1 3,3 3,3 93,3
ternura 1 3,3 3,3 96,7
união 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
226
Uma palavra para o conceito AFECTIVIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid acrinho 1 3,3 3,3 3,3
amizade 4 13,3 13,3 16,7
amor 2 6,7 6,7 23,3
bondade 1 3,3 3,3 26,7
calor 1 3,3 3,3 30,0
carinho 4 13,3 13,3 43,3
companehirismo 1 3,3 3,3 46,7
companheirismo 1 3,3 3,3 50,0
compreensão 2 6,7 6,7 56,7
confiança 1 3,3 3,3 60,0
é uma dadiva que se manifesta desde a mis tenra id 1 3,3 3,3 63,3
emoções 1 3,3 3,3 66,7
falar 1 3,3 3,3 70,0
meiguice 1 3,3 3,3 73,3
proximidade 1 3,3 3,3 76,7
são carentes e não procuram afectos entre eles 1 3,3 3,3 80,0
sensibilidade 1 3,3 3,3 83,3
sentimento 2 6,7 6,7 90,0
sentimentos 1 3,3 3,3 93,3
sentir 1 3,3 3,3 96,7
troca 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
227
Uma palavra para o conceito AFECTIVIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
agradar 1 3,3 3,3 10,0
ajuda 2 6,7 6,7 16,7
ajudar 1 3,3 3,3 20,0
amizade 2 6,7 6,7 26,7
amor 4 13,3 13,3 40,0
beijo 1 3,3 3,3 43,3
calor 1 3,3 3,3 46,7
carinho 3 10,0 10,0 56,7
companheirismo 1 3,3 3,3 60,0
compreensão 1 3,3 3,3 63,3
conforto 1 3,3 3,3 66,7
convívio 1 3,3 3,3 70,0
gostra de 1 3,3 3,3 73,3
partilhar 1 3,3 3,3 76,7
pertença 1 3,3 3,3 80,0
recprocidade 1 3,3 3,3 83,3
respeito 1 3,3 3,3 86,7
sentimento 1 3,3 3,3 90,0
sentimentos 1 3,3 3,3 93,3
ternura 1 3,3 3,3 96,7
toque 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
228
Uma palavra para o conceito AFECTIVIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
abraçar 1 3,3 3,3 10,0
abraço 1 3,3 3,3 13,3
amizade 2 6,7 6,7 20,0
amizde 1 3,3 3,3 23,3
amor 1 3,3 3,3 26,7
beijos 1 3,3 3,3 30,0
carinho 4 13,3 13,3 43,3
compartilhar 1 3,3 3,3 46,7
cuidar 1 3,3 3,3 50,0
dedicação 1 3,3 3,3 53,3
emoção 1 3,3 3,3 56,7
emoções 1 3,3 3,3 60,0
entendimento 1 3,3 3,3 63,3
fraternidade 1 3,3 3,3 66,7
individual 1 3,3 3,3 70,0
partilha 3 10,0 10,0 80,0
proximidade 1 3,3 3,3 83,3
saudade 1 3,3 3,3 86,7
sensibilidade 1 3,3 3,3 90,0
sentimento 1 3,3 3,3 93,3
sentimentos 1 3,3 3,3 96,7
ternura 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
229
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid afecto 1 3,3 3,3 3,3
afirmação 1 3,3 3,3 6,7
amante 1 3,3 3,3 10,0
amizade intima 1 3,3 3,3 13,3
amor 4 13,3 13,3 26,7
atracção 1 3,3 3,3 30,0
atracção física 1 3,3 3,3 33,3
carinho 1 3,3 3,3 36,7
conversar 1 3,3 3,3 40,0
cumplicidade 1 3,3 3,3 43,3
disponibilidade 1 3,3 3,3 46,7
é encarada com naturalidade 1 3,3 3,3 50,0
hormonas 1 3,3 3,3 53,3
importante 1 3,3 3,3 56,7
intimidade 2 6,7 6,7 63,3
liberdade 1 3,3 3,3 66,7
marido/mulegr 1 3,3 3,3 70,0
natural 1 3,3 3,3 73,3
necessidade 2 6,7 6,7 80,0
prazer 3 10,0 10,0 90,0
privada 1 3,3 3,3 93,3
sensualidade 1 3,3 3,3 96,7
sentimentos 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
230
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 1 3,3 3,3 3,3
afectividade 1 3,3 3,3 6,7
afecto 1 3,3 3,3 10,0
amor 2 6,7 6,7 16,7
anatomia 1 3,3 3,3 20,0
carinho 1 3,3 3,3 23,3
companheirismo 1 3,3 3,3 26,7
compreensão 1 3,3 3,3 30,0
contacto 1 3,3 3,3 33,3
cumplicidade 1 3,3 3,3 36,7
descoberta 1 3,3 3,3 40,0
desejo 1 3,3 3,3 43,3
em todas as fases da vida 1 3,3 3,3 46,7
emoções 1 3,3 3,3 50,0
fisiologia 1 3,3 3,3 53,3
homem 1 3,3 3,3 56,7
inerente 1 3,3 3,3 60,0
libertação 1 3,3 3,3 63,3
manifestação 1 3,3 3,3 66,7
partilha 1 3,3 3,3 70,0
prazer 1 3,3 3,3 73,3
relacionamento 1 3,3 3,3 76,7
respeito 1 3,3 3,3 80,0
romantismo 1 3,3 3,3 83,3
saúde 1 3,3 3,3 86,7
sensualidade 1 3,3 3,3 90,0
sexual 1 3,3 3,3 93,3
troca de carinho 1 3,3 3,3 96,7
vivência 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
231
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
afectiva 1 3,3 3,3 13,3
amizade 1 3,3 3,3 16,7
amor 1 3,3 3,3 20,0
atracção 1 3,3 3,3 23,3
bem estar 1 3,3 3,3 26,7
carinho 2 6,7 6,7 33,3
condição fisiológica 1 3,3 3,3 36,7
cumplicidade 2 6,7 6,7 43,3
dá vida 1 3,3 3,3 46,7
desejo 1 3,3 3,3 50,0
educação 1 3,3 3,3 53,3
escolha 1 3,3 3,3 56,7
fantasia 1 3,3 3,3 60,0
instinto 1 3,3 3,3 63,3
marido/mulher 2 6,7 6,7 70,0
mulher 1 3,3 3,3 73,3
natural 1 3,3 3,3 76,7
orgânico 1 3,3 3,3 80,0
paixão 1 3,3 3,3 83,3
prazer 1 3,3 3,3 86,7
precaução 1 3,3 3,3 90,0
relacionamento 1 3,3 3,3 93,3
sensualidade 1 3,3 3,3 96,7
união 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
232
Uma palavra para o conceito SEXO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid amor 5 16,7 16,7 16,7
caricia 1 3,3 3,3 20,0
continuam em actividade mas mais pausada 1 3,3 3,3 23,3
desejo 2 6,7 6,7 30,0
género 1 3,3 3,3 33,3
identificação 1 3,3 3,3 36,7
natural 2 6,7 6,7 43,3
necessidade 1 3,3 3,3 46,7
paixão 3 10,0 10,0 56,7
prazer 5 16,7 16,7 73,3
prazer físico 1 3,3 3,3 76,7
privacidade 1 3,3 3,3 80,0
relacionamentos 1 3,3 3,3 83,3
reprodução 1 3,3 3,3 86,7
saúde 1 3,3 3,3 90,0
sensação 1 3,3 3,3 93,3
troca 1 3,3 3,3 96,7
união 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
233
Uma palavra para o conceito SEXO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
amor 2 6,7 6,7 16,7
carinho 1 3,3 3,3 20,0
desejo 1 3,3 3,3 23,3
excitação 1 3,3 3,3 26,7
fervor 1 3,3 3,3 30,0
homem 2 6,7 6,7 36,7
luxúria 1 3,3 3,3 40,0
mulher 1 3,3 3,3 43,3
orgânico 1 3,3 3,3 46,7
orgão 1 3,3 3,3 50,0
paixão 1 3,3 3,3 53,3
partilha 2 6,7 6,7 60,0
prática 1 3,3 3,3 63,3
prazer 4 13,3 13,3 76,7
relações sexuais 1 3,3 3,3 80,0
reprodução 3 10,0 10,0 90,0
responsabilidade 1 3,3 3,3 93,3
sentidos 1 3,3 3,3 96,7
vida 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
234
Uma palavra para o conceito SEXO
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 3 10,0 10,0 10,0
acto de amor 1 3,3 3,3 13,3
afecto 2 6,7 6,7 20,0
amizade 1 3,3 3,3 23,3
amor 1 3,3 3,3 26,7
ardor 1 3,3 3,3 30,0
carinho 2 6,7 6,7 36,7
contacto físico 1 3,3 3,3 40,0
desejo 2 6,7 6,7 46,7
exposição 1 3,3 3,3 50,0
filhos 1 3,3 3,3 53,3
homem 1 3,3 3,3 56,7
intimidade 1 3,3 3,3 60,0
mulher 2 6,7 6,7 66,7
necessidade 2 6,7 6,7 73,3
orgão 1 3,3 3,3 76,7
paixão 1 3,3 3,3 80,0
prazer 2 6,7 6,7 86,7
preservação 1 3,3 3,3 90,0
relação sexual 1 3,3 3,3 93,3
relações sexuais 1 3,3 3,3 96,7
satisfação 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
235
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE NA 3ª IDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid adequado 1 3,3 3,3 3,3
afecto 4 13,3 13,3 16,7
ajuda a viver 1 3,3 3,3 20,0
amizade 4 13,3 13,3 33,3
amor 2 6,7 6,7 40,0
carinho 2 6,7 6,7 46,7
compreensão 1 3,3 3,3 50,0
conhecimento 1 3,3 3,3 53,3
cumplicidade 1 3,3 3,3 56,7
direito 1 3,3 3,3 60,0
é encarada com mais amadurecimento 1 3,3 3,3 63,3
interessante 1 3,3 3,3 66,7
intimidade 1 3,3 3,3 70,0
natural 2 6,7 6,7 76,7
necessidade 1 3,3 3,3 80,0
normal 1 3,3 3,3 83,3
orgânico 2 6,7 6,7 90,0
respeito 1 3,3 3,3 93,3
tentar perceber 1 3,3 3,3 96,7
toque físico 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
236
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE NA 3ª IDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
afecto 3 10,0 10,0 16,7
amizade 2 6,7 6,7 23,3
amor 2 6,7 6,7 30,0
caricias 1 3,3 3,3 33,3
carinho 6 20,0 20,0 53,3
contacto 1 3,3 3,3 56,7
cumplicidade 1 3,3 3,3 60,0
disponibilidade 2 6,7 6,7 66,7
incompreendido 1 3,3 3,3 70,0
maturidade 1 3,3 3,3 73,3
meiguice 1 3,3 3,3 76,7
natural 1 3,3 3,3 80,0
necessidade 1 3,3 3,3 83,3
partilha 1 3,3 3,3 86,7
prazer 1 3,3 3,3 90,0
solidão 1 3,3 3,3 93,3
tabu 1 3,3 3,3 96,7
ternurenta 1 3,3 3,3 100,0
Total 30 100,0 100,0
237
Uma palavra para o conceito SEXUALIDADE NA 3ª IDADE
Cumulative
Frequency Percent Valid Percent Percent
Valid 2 6,7 6,7 6,7
afectividade 1 3,3 3,3 10,0
afirmação 1 3,3 3,3 13,3
amizade 2 6,7 6,7 20,0
amor 1 3,3 3,3 23,3
autoestima 1 3,3 3,3 26,7
bem estar 1 3,3 3,3 30,0
carinho 4 13,3 13,3 43,3
companheirismo 1 3,3 3,3 46,7
companhia 1 3,3 3,3 50,0
disponibilidade 1 3,3 3,3 53,3
é incompreendida 1 3,3 3,3 56,7
experiência 1 3,3 3,3 60,0
imaginativa 1 3,3 3,3 63,3
impotência 1 3,3 3,3 66,7
incompreendidda 1 3,3 3,3 70,0
intimidade 1 3,3 3,3 73,3
lentidão 1 3,3 3,3 76,7
limitação 1 3,3 3,3 80,0
partilha 1 3,3 3,3 83,3
protecção 1 3,3 3,3 86,7
solidão 1 3,3 3,3 90,0
tabu 1 3,3 3,3 93,3
ternura 2 6,7 6,7 100,0
Total 30 100,0 100,0
238
ANEXO V
239
Distribuição da amostra relativamente às questões (P1 a P45), da terceira parte
do questionário
Não
concordo
Discordo nem Concordo
Totalmente Discordo discordo Concordo Totalmente
N % N % N % N % N %
P1. O envelhecimento assusta as pessoas mais novas
6 20,0 4 13,3 14 46,7 6 20,0
P2. O convívio entre velhos e novos pode ser benéfico
para ambos
1 3,3 12 40,0 17 56,7
P3. O envelhecimento significa a perda de faculdades e
de capacidades
10 33,3 5 16,7 11 36,7 4 13,3
P4. Os idosos são pessoas dependentes
11 36,7 10 33,3 9 30,0
P5. O envelhecimento conduz à solidão
1 3,3 9 30,0 8 26,7 10 33,3 2 6,7
P6. A sociedade actual valoriza e atribui grande
importância ao idoso
7 23,3 14 46,7 4 13,3 5 16,7
P7. Na velhice ainda é possível ser-se autónomo
1 3,4 6 20,7 17 58,6 5 17,2
P8. Os idosos são, na maioria, um peso para a família
5 16,7 6 20,0 5 16,7 11 36,7 3 10,0
P9. Os idosos transmitem experiência
1 3,3 16 53,3 13 43,3
P10. Os idosos são pessoas com objectivos de vida
1 3,4 6 20,7 12 41,4 10 34,5
P11. O relacionamento com pessoas idosas é mais difícil
do que o relacionamento com os mais jovens
1 3,3 13 43,3 6 20,0 9 30,0 1 3,3
P12. A qualidade de vida dos idosos depende da forma
como encaramos a velhice e o envelhecimento
1 3,3 3 10,0 3 10,0 16 53,3 7 23,3
P13. Os idosos têm uma ligação mais forte com o
passado do que com o presente
5 16,7 1 3,3 17 56,7 7 23,3
P14. A institucionalização do idoso dificulta os seus
contactos sociais
2 6,9 6 20,7 6 20,7 10 34,5 5 17,2
P15. Os idosos, em geral, têm uma auto-estima muito
reduzida
10 33,3 7 23,3 12 40,0 1 3,3
P16. Os idosos já não têm capacidade de amar nem de se
relacionar emocionalmente
10 34,5 14 48,3 3 10,3 2 6,9
P17. Os idosos são mais carente de afecto do que as
pessoas em geral
4 13,3 6 20,0 17 56,7 3 10,0
P18. Os idosos gostam de mudanças na sua vida
1 3,3 19 63,3 5 16,7 5 16,7
P19. Os idosos são frequentemente marginalizados
1 3,3 2 6,7 3 10,0 18 60,0 6 20,0
P20. O idoso é produto das suas vivências
2 6,9 5 17,2 17 58,6 5 17,2
P21. A velhice é uma segunda infância
2 6,7 7 23,3 4 13,3 15 50,0 2 6,7
P22. As pessoas mais novas valorizam a realização
pessoal das pessoas idosas
3 10,0 13 43,3 7 23,3 7 23,3
P23. Os idosos já não se interessam pela sexualidade
2 6,9 19 65,5 5 17,2 3 10,3
P24. Os idosos são pessoas inflexíveis e resistentes à 50,0
mudança
2 6,7 6 20,0 6 20,0 15 1 3,3
240
Não
concordo
Discordo nem Concordo
Totalmente Discordo discordo Concordo Totalmente
N % N % N % N % N %
241