Capacitação de Professores de Ebd 2024
Capacitação de Professores de Ebd 2024
Capacitação de Professores de Ebd 2024
CAPACITAÇÃO DE
PROFESSORES DE
ESCOLA BÍBLICA
VANESSA SCHUMACHER
CAPACITAÇÃO E ATUALIZAÇÃO CRISTÃ
CAPACITAÇÃO DE
PROFESSORES DE
ESCOLA BÍBLICA
Apoio:
Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Mundial - ADM
Pastor Presidente Fábio Silva
CGADB 56652 / COMADERJ 2586
2ª Edição / 2019
SUMÁRIO
Introdução 03
01 As origens do ensino bíblico 04
02 A EBD como conhecemos hoje 06
03 Bases bíblicas para o ensino 07
04 Objetivos da EBD 08
05 O professor de EBD 10
Responsabilidade 12
06 Didática 13
Preparando sua aula 13
Bibliografia 16
07 EBD infantil 18
08 Bibliografia básica 19
03
CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
Introdução
A palavra educação possui um vasto sentido, compreendendo os processos formativos que
ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de forma necessária e
inevitável pelo simples fato de existirem socialmente. Dessa forma a educação ou a prática
educativa ocorre numa grande variedade de instituições e atividades sociais, econômicas,
políticas e religiosas que dão forma a convivência humana.
Já em sentido restrito, educação ocorre em instituições especificas, escolares ou não que tem
como finalidade a instrução e o ensino de maneira consciente, deliberada e planejada
(LIBANÊO, 1994). E, é nesse contexto que a Escola Bíblica esta inserida.
A Escola Bíblica (EB) ou Escola Bíblica Dominical (EBD) é parte de um amplo contexto
educacional denominado Educação Cristã. A Educação Cristã, como instrumento de formação
e aperfeiçoamento do caráter cristão, não ocorre apenas no ambiente da EBD, mas em todos os
setores e seguimentos da igreja local.
A EBD não é, simplesmente, uma parte da igreja local. Ela deve ser encarada como a própria
igreja ministrando o ensino bíblico de forma didática e metódica. Sua função é a de ministrar o
ensino religioso, segundo a Palavra de Deus para adultos e crianças, fazendo uso de técnicas
pedagógicas, sem, contudo, deixar de ser extremamente espiritual (SILVA, 1998).
Além do ensino da Palavra de Deus, a EBD contribui para a formação de hábitos cristãos
legítimos e saudáveis e práticas e deveres sociais bíblicos, resultando na formação do caráter
ideal segundo os princípios do genuíno Evangelho. Diferentemente do ensino secular, que tem
como prioridade o intelecto do aluno, a EBD visa o coração, o crescimento e a edificação
espiritual do aluno. Dessa forma, nenhuma lição deve ser encerrada sem uma aplicação
prática e pessoal (SILVA, 1998).
“Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no
seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei”. Hb 10. 16 - ARA.
“No terceiro ano do seu reinado, enviou ele os seus príncipes Ben-Hail, Obadias, Zacarias, Natanael e Micaías,
para ensinarem nas cidades de Judá;
Ensinaram em Judá, tendo consigo o Livro da Lei do Senhor; percorriam todas as cidades de Judá e ensinavam
ao povo”. 2 Cr 17. 7 -9 - ARA
“Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia”.
Ne 8.8 - ARA
Nos tempos de Jesus, a Palavra foi ensinada pelo próprio Mestre, que tinha no ensino uma
de suas principais ocupações. Não ao acaso, sua ordem foi clara: “ide, (...) ensinai” (Mt
28.19,20). Jesus ensinava em vários locais:
Nas sinagogas – Mt 4.23
Em casas particulares – Mc 2. 1-3
No templo – Mc 12. 35
Nas aldeias – Mc 6. 6
Ás multidões – Mc 6. 34
A pequenos grupos e individualmente – Lc 24. 27 / Jo 3 e 4
Os apóstolos de Jesus também eram encarregados de ensinar como vemos em At 5. 21.
Neste mesmo período, alguns homens se destacavam por proclamar as Boas Novas e, até
mesmo, fundar escolas de teologia sem vínculo com Roma. Este foi o caso de Columba* (521-
597?), que fundou na Escócia uma escola para estudos da Bíblia (ALMEIDA, 1983).
Ao longo de toda Idade Média (século V ao XV), numerosos grupos de crentes deixaram o
cristianismo da igreja Católica para experimentar uma fé mais viva, singela e real, conforme o
padrão da fé e prática encontrados na Bíblia.
Foram perseguidos e martirizados aos milhares por causa de seus testemunhos, e em
algumas regiões, quase exterminados como os Donatistas, Paulicianos, Cátaros, Anabatistas e
Paterinos. Estes grupos não possuíam as Escrituras Sagradas, mas parte delas, pois a igreja
Católica destruía todos os pergaminhos que encontravam, evitando assim, com que os
ensinamentos genuinamente bíblicos se propagassem.
Outros grandes homens, pregadores destemidos da Palavra de Deus surgiram, mas logo
Roma instaurou o Tribunal da Inquisição, levando muitos deles à fogueira sob a acusação de
heresia. Todavia, os verdadeiros cristãos jamais desistiram do ensino da Palavra.
Em 1340, com o nome de Irmãos da Vida Comum, uma sociedade nascida na Holanda
educou e preparou em seus seminários cerca de 1200 estudantes para pregarem o Evangelho da
salvação (ALMEIDA, 1983). Todos esses bravos pregadores abriram caminho para a Reforma
Protestante que viria no século XVI.
FIQUE SABENDO
Donatismo: considerado herético pelo catolicismo, era uma vertente do cristianismo que
surgiu no norte da África no séc IV e se extinguiu no séc VII.
Paulicianos: sécs VIII – IX, Armênia, Monte Ararate. Procurou manter-se fielmente dentro
do ensino do Novo Testamento.
Cátaros: surgiram no sul da França e norte da Itália, nos sécs XI – XIV.
Anabatistas: surgiram em 1525, em Zurique, na Suíça. Considerados a ala radical da
Reforma Protestante, eram contra o batismo infantil.
Paterinos: séc XV, Bôsnia.
O Tribunal da Inquisição foi instituído pelo Papa Inocêncio III, em 1229, e condenava à
morte em fogueira todos os que eram acusados de heresia. João Huss e Jerônimo de
Praga são exemplos de pregadores que foram queimados na fogueira da Inquisição.
O ensino bíblico precisou se adaptar ao longo dos anos devido às circunstâncias adversas e
perseguições. A Escola Bíblica como conhecemos hoje, teve seu primeiro modelo em 1780 com o
jornalista cristão inglês Robert Raikes.
Na ocasião, Raikes incomodado com a ociosidade das crianças convocou professoras para
ensinarem. O alvo era crianças carentes, sem acesso à escola. As disciplinas ministradas eram
gramática, matemática e religião, nas manhãs de domingo. Dias depois, um sacerdote anglicano
disponibilizou professoras de sua igreja para ajudarem nesta árdua tarefa. As aulas aconteciam
em praças ou em casas particulares (LEMOS, 2014).
Não demorou muito para que esse movimento se espalhasse e João Wesly, fundador da Igreja
Metodista, logo se interessou pela obra de Raikes. Wesley acreditava que o método de Raikes era
a melhor maneira de ensinar a Bíblia. Algumas igrejas abriram suas portas para a Escola
Dominical. Quatro anos após sua fundação, a EBD possuía cerca de 250 mil alunos (LEMOS,
2014).
Em 1785, surgiu a primeira Associação de EBD, fundada na Inglaterra. No mesmo ano, uma
associação semelhante surgia nos EUA. No dia 03 de novembro de 1783, é celebrada a fundação
da EBD nos moldes conhecidos hoje (LEMOS 2014).
no Brasil...
No Brasil, a EBD surgiu em 1855, em Petrópolis, Rio de Janeiro. O jovem casal de missionários
escoceses da Igreja Congregacional, Robert e Sarah Kalley, chegaram ao país e no mesmo ano
passaram a ensinar a Bíblia, nas manhãs de domingo, para crianças e jovens da região. A
primeira aula foi realizada no domingo, dia 19 de agosto de 1855. Com o passar do tempo,
aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia que o missionário Kalley iniciou aulas
para adultos. Foi através deste humilde começo baseado no ensinamento das Sagradas
Escrituras que nasceu a Igreja Congregacional no Brasil (LEMOS, 2014).
Desde então, a EBD vem crescendo entre as diversas denominações evangélicas, ensinando e
preparando lideres para a seara do Senhor!
07
CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
A grande missão dada à igreja não envolve apenas a proclamação das Boas Novas e
evangelização. O ensino das Doutrinas Bíblicas precisa ser apresentado ao povo para edificação e
afastamento das heresias (Rm 15.4; 1 Cl 1.28; 1 Tm 4.11).
O próprio ministério de Jesus foi, em grande parte, voltado ao ensino (Mt 5.2; 7.29; 9.35; Lc
4.15). Os primeiros cristãos, também foram zelosos no ensino. As bênçãos decorrentes do ensino
da Palavra são expressas em Jo 5.39; Rm 15.4; Sl 119.105; 2 Tm 3.15-17; Ap 1.3.
"Desde a infância lhe foram ensinadas as Sagradas Escrituras, que lhe deram sabedoria para
receber a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e
útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer perceber o que não está em ordem em
nossa vida. Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer o que é certo. Deus a usa para
preparar e capacitar seu povo para toda boa obra".
2 Tm 3.15-17 - NVT
4 Os objetivos da EBD
Ganhar almas para Jesus: o primeiro grande dever do professor de EBD é agir e orar diante
de Deus, no sentido de que todos os seus alunos aceitem Jesus como Salvador. O professor
pode ensinar os alunos, mas não pode salvá-los. Este é o trabalho do Espírito Santo. No
entanto, o professor pode levá-los a Cristo usando a Palavra.
Esta situação se dá, basicamente, nas classes infantis e de adolescentes, visto que, exceto
em raras ocasiões, os alunos das classes de adultos já são convertidos.
Caro professor,
Uma EBD dotada de obreiros treinados e cheios do Espírito Santo, pode contribuir
eficazmente para a implantação da santíssima fé cristã entre os homens.
O futuro de seus alunos, independentemente da classe ou faixa etária, é o resultado do que
lhes for ensinado agora. Assim, o papel do professor deve ser o de ajudar cada aluno a viver
uma vida verdadeiramente cristã. Aqui, vale lembrar que o professor também ensina com
exemplos. Atitudes que refletem o Evangelho de Cristo trazem inúmeros benefícios aos alunos.
O educador cristão deve seguir o exemplo do apóstolo Paulo e dizer, sem receio, aos seus
alunos: "Sejam meus imitadores, como eu sou imitador de Cristo" (I Co 11.1 - NVT).
5 O Professor de EBD
Diferentemente de como ocorre nas escolas seculares, o professor de EBD, nem sempre, é
escolhido por seu currículo impecável, ou por uma vasta experiência em sala de aula. Pelo
contrário. Em algumas ocasiões, ele esta ali, porque são poucos os trabalhadores para a seara do
Senhor. Será este seu caso? Como se deu sua chamada para esse ministério?
Seja qual for a situação que te colocou de frente para uma classe de Escola Bíblica, uma coisa
é certa: este não é um dos trabalhos mais fáceis de serem executados. É árduo, cansativo e difícil.
Por vezes, o professor levanta aos domingos sem a menor motivação para ministrar uma aula.
Outras vezes, não consegue sequer preparar a aula, não sabendo nem por onde começar. Em
certas ocasiões, questiona-se sobre sua real capacidade - 'será que Deus realmente me usa?'.
Talvez, você não tenha se dado conta do tamanho do empreendimento que faz parte. Um
empreendimento de mais de 4 mil anos! Mas a rotina de trabalho, casa, igreja pode te fazer
esquecer disso. Nossas obrigações, sejam elas seculares ou religiosas nos fazem mergulhar em
uma entediante rotina.
Motivação:
entendendo o meu propósito
Como se manter motivado domingo após domingo para o exercício desse ministério?
A falta de motivação pode ser confundida com irresponsabilidade, descompromisso e descaso.
Há casos em que isso realmente ocorre, gerando um problema para a coordenação de EBD, para
o pastor e para igreja. O professor, mais que qualquer outro componente da EBD, precisa ser
altamente compromissado com essa causa. Já falamos, anteriormente, que você é observado
continuamente por seus alunos.
Entretanto, manter uma mente motivada não é fácil. Mas é possível! Como? Quando um
professor de Escola Bíblica entende seu real propósito, ele jamais se sente desmotivado a seguir
em frente. Jamais se sente cansado para preparar uma aula.
Seu papel vai muito além de ensinar as histórias contidas na Bíblia.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
O empreendimento de mais de 4 mil anos que você faz parte, oferece novas perspectivas à
pessoas, outrora, desacreditadas. Fazer pessoas saírem do marasmo da vida e ganharem o
mundo é o papel do professor de EBD. Jesus fez isso enquanto esteve aqui na Terra. Mas,
agora, esse é o nosso papel.
Para cumprir o 'ide' do Senhor, precisamos entender que, se estamos com Ele - e Ele vive
em nós - somos pescadores de homens (Mt 4.19; Lc 5.10). Jesus escolheu você para
trabalhar no coração humano, para incendiar o mundo!
Agora, você deve estar se perguntado qual o material a ser utilizado para inflamar multidões.
Vamos explicar.
Em primeiro lugar, precisamos entender com clareza o motivo pelo qual ensinamos e
treinamos nossos irmãos em Cristo. Esse motivo está em Gálatas 3. 13 e 14.
“Cristo nos resgatou (...) a fim de que a bênção de Abraão em Cristo Jesus se estenda aos gentios ...”.
Gl 3. 13 e 14 - BJ
Algumas pessoas pensam que proclamar as Boas Novas foi uma brilhante ideia que Jesus
Cristo teve momentos antes de subir aos céus. Como se durante seu último discurso Ele
lembrasse: "Ah, sim! Já estava esquecendo, vão é ensinem Meu evangelho". Isso não é verdade!
A Bíblia começa por missões/ensino, mantém missões/ensino como tema central e, por fim,
chega ao seu clímax, no Apocalipse, com explosões espontâneas de alegria porque o mandato
missionário/educador foi cumprido (RICHARDSON, 2008).
Como o apóstolo Paulo nos assegura, Deus já havia anunciado as Boas Novas a Abraão há
muito tempo, "quando disse: todas as nações da terra serão abençoadas por seu intermédio" (Gl
3. 8b - NVT). Ou seja, por meio da Aliança Abrâmica, o Senhor anunciou que todos os povos da
terra receberiam a bênção prometida, bênção essa, que vem a ser a redenção por meio do
Messias.
Sua função como educador cristão é anunciar o propósito que o Senhor deixou registrado há
mais de 4 mil anos, ao anunciar/ensinar a Salvação mediante a fé em Jesus. De modo que cada
aluno se torne um crente salvo; Cada crente salvo, um aluno bem treinado; Cada aluno bem
treinado, um obreiro atuante, diligente e dinâmico que será um novo propagador do propósito de
Deus.
A responsabilidade de propagar/ensinar a Revelação que leva o homem de volta a comunhão
com Deus, transmitindo assim as bênção que o Senhor tem para humanidade é sua. Para tal,
você precisa entender que ensinar a Palavra de Deus exige cuidados específicos.
CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. Rio de Janeiro: Sextane, 2015.
RICHARDSON, Don. O fator Melquisedeque: o testemunho de Deus nas culturas por todo mundo.
São Paulo: Vida Nova, 2008.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
Responsabilidade
Como eu ensino?
O professor, quer queira, quer não, precisa aprender a como interpretar a Bíblia, isso porque,
todo leitor é ao mesmo tempo um intérprete, assumindo que, quando lemos, também
entendemos o que lemos.
Quando lemos levamos para o texto tudo que somos, todas as nossas experiências, cultura e
entendimento prévio de palavras e ideias. Essa atitude nos faz achar que o nosso pensamento
reflete a intensão do autor, o Espírito Santo.
Justamente, por essa razão é que o professor de EBD precisa aprender os princípios básicos
da Hermenêutica. Às vezes, aquilo que levamos para o texto nos desencaminha ou nos leva a
atribuir ao texto ideias que lhe são estranhas, mesmo quando isso não é a nossa intenção.
A interpretação dos Textos Sagrados amparada por princípios sólidos de Hermenêutica é que
difere a Sã Doutrina de heresias. E o professor deve estar atento a tudo aquilo que é ensinado.
Podemos observar a importância da correta interpretação da Bíblia na exortação de 2
Timóteo 2.15 (ACF):
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem
a Palavra da verdade”.
De acordo com Davis W. Huckabee, 'procura' no português moderno é mais restrito do que o
original. A palavra grega spoudazo a que se refere 'procura', tem o sentido de fazer algo com
diligência e esforço, ou seja, buscar com o objetivo de esclarecer qualquer assunto.
Da mesma forma que o termo grego para 'maneja bem', orthotomos era usado na antiga
Grécia para designar um traçado em linha reta ou arar um sulco reto. Ou seja, devemos manejar,
mover, manobrar como um trabalhador que ara a terra em linha reta. Nossa interpretação não
pode fazer curvas. Uma interpretação em linha reta do começo ao fim, traz coerência.
Traçar curvas, de modo a forçar o texto a dizer o que ele não diz é abusar do texto, e não
usá-lo com fins práticos e educativos, e é neste ponto, que todas as heresias começam.
Nós, os manejadores deste livro, somos moralmente responsáveis pelo uso apropriado ou
inapropriado dele, pois o Senhor nos concede o manuseio, como um penhor, uma mordomia
divina (I Co 4. 1 e 2).
“Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros*dos mistérios de Deus.
Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”.
ARC – Almeida Revista e Corrigida
“Portanto, que todos nos considerem servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer
desses encarregados é que sejam fiéis”.
NVI – Nova versão Internacional
“Vocês nos devem tratar como servidores de Cristo, que foram encarregados de administrar a realização dos
planos secretos de Deus.
O que se exige de quem tem essa responsabilidade é que seja fiel ao seu Senhor”.
NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
*Despenseiros: distribuidor de algo que está em sua guarda, administrador da despensa.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
6
Preparar e ministrar uma aula pode se tornar um pesadelo para professores inexperientes e
mesmo aqueles com alguma vivência em sala de aula, vez por outra, ficam perdidos em meio ao
processo de preparar e aplicar um conteúdo. Fique tranquilo, separamos valiosas dicas que o
auxiliaram nesta tarefa.
Preparando sua aula
Você já assistiu uma aula e teve a sensação de que o professor não dominava o assunto em
questão? Isso ocorre, na grande maioria das vezes, por falta da preparação da aula. Logo, essa
deve ser a primeira preocupação de um professor de EBD.
Uma aula bem preparada reflete em um professor seguro, em um conteúdo de qualidade e
aprofundado e em um tempo hábil para explanar todo o assunto desejado. Não nos esqueçamos
que somos ministros do Senhor, trabalhadores escolhidos para propagar a Salvação, isso exige
que o todo o processo de montagem de aula seja feito a base de oração.
Toda e qualquer aula de EBD sem a atuação do poder do Espírito Santo é ineficaz. Sabedoria
e filosofia não levam pessoas a Cristo. Entre ser um professor culto, dotado de muitas
habilidades e ser um professor cheio do Espírito Santo, escolha sempre a segunda opção.
Intelecto não convence o homem do pecado, o Espírito Santo sim. Aleluia! (1 Co 2. 1-16).
Nossa oração é para que o resumo da sua vida esteja em
At 6.4 - NVT: "Então nós nos dedicaremos à oração e ao PARA ENSINAR A
MENSAGEM DA CRUZ,
ensino da palavra".
NÃO DEPENDA DO
Não estamos dizendo aqui que o cristão não deva se
PODER DE SUA
aperfeiçoar, ou buscar conhecimentos. Muito pelo contrário. PERSUASÃO OU DO
O que estamos afirmando é que de nada adianta um vasto DINAMISMO DA SUA
conhecimento se você não busca o essencial, a saber, o PERSONALIDADE.
Espírito de Deus. DEPENDA,
Um crente cheio do Espírito Santo é uma poderosa arma EXCLUSIVAMENTE, DO
capaz de contagiar pessoas com a glória do Senhor. Porém, PODER DO ESPÍRITO
sob determinadas condições, essa arma se torna uma SANTO.
bomba atômica. Essas condições são definidas quando o
crente uni o poder do Espírito Santo a uma busca por conhecimento visando exercer o ministério
de uma maneira mais excelente para que o nome do Senhor seja conhecido, honrado e exaltado.
Essa fusão gera uma reação em cadeia que irradia e propaga a mensagem da Cruz para muito
além do que pensamos.
Que tipo de professor você quer ser?
ETAPA
Com a revista do professor em mãos, após uma breve leitura, é necessário definir os
objetivos, ou seja, aquilo que você deseja que seu aluno aprenda ao fim a lição. Libâneo (1994,
p. 119) afirma que "os objetivos antecipam resultados e processos esperados (...) expressando
conhecimentos, habilidades e hábitos (conteúdos) a serem assimilados".
Na revista adotada da editora Cristã Evangélica, os objetivos são apresentados ao professor
com o título 'o aluno será capaz de'. É justamente isso que o professor precisa ter em mente ao
preparar a lição: o que eu quero que meus alunos aprendam? Essa é a pergunta chave.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
ETAPA
Após as definições dos objetivos, o professor deve voltar sua atenção ao conteúdo
propriamente dito, ao desenvolvimento do tema que foi estipulado anteriormente
(tema/assunto). Nesta etapa, também, definimos a bibliografia complementar.
Conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos e atuação
social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo em vista a assimilação ativa e aplicação
pelos alunos na sua vida prática. Engloba, portanto, conceitos, ideias, fatos, processos,
princípios, regras, valores e tudo mais que contribua para a nova vida que o Evangelho nos
oferece. Em suma, o conteúdo aplicado, juntamente com o poder do Espírito Santo
precisa gerar no aluno, mudança de vida. Dessa fora, o conteúdo apresentado precisa ser
apresentado claro, organizado e teologicamente correto.
Quando falamos que o conteúdo apresentado precisa contribuir para hábitos cristãos
saudáveis, um conflito é gerado: devo apresentar conteúdo teológico ou um devocional? Os
dois, seria a resposta correta! Observe:
Suponhamos que o objeto de estudo de nossa aula seja o Salmo 126.
"Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira,
o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera
Vamos
Teinar
fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te
da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu
és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo
fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a
vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino
a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19 - ARA).
Neste momento, o professor pode desenvolver o tema a ser ministrado e fazer anotações importante.
Cada professor tem seu método de estudo. Fique a vontade para utilizar o melhor meio para você.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
BIBLIOGRAFIA
A bibliografia vem a ser o arcabouço teórico da sua aula. Ela é extremamente importante e
precisa ser selecionada com cautela.
Além da Bíblia, a bibliografia básica é composta pela revista da editora Cristã
Evangélica. A Bíblia sempre será a principal fonte de inspiração e pesquisa, independente da
revista adoada.
No entanto, isso não quer dizer que o professor não possa recorrer a fontes secundárias.
Nesta seção veremos livros, sites e outras ferramentas que podem auxiliá-lo na hora da
preparação da aula.
1. Bíblia:
O professor precisa ter ao seu alcance diferentes versões da Bíblia. Isso pode facilitá-lo no
entendimento de variados textos. Nesse momento, a internet é uma grande aliada. Existem
aplicativos confiáveis que apresentam variadas versões dos textos sagrados. Nossa indicação
é o Bible em www.bible.com.
Além disso, uma boa Bíblia de Estudos se faz necessária.
2. Dicionários:
São essenciais e fundamentais. Abrem um leque de conhecimento e esclarecem importantes
questões. Nossa sugestão é o Dicionário Wycliffe, além de completo, pode ser baixado com
facilidade na internet. Outra sugestão interessante é o Dicionário Bíblico Tyndale.
3. Livros:
Paixão dos estudiosos, os livros são, geralmente, fontes confiáveis de pesquisa. Na dúvida, leia
sempre dois autores diferentes sobre o mesmo tema. Tenha em mente que a verdade bíblica é
única, mas as opiniões dos autores não. Essa observação vale, também, para os comentários
das Bíblias de Estudo.
Não hesite em consultar, também, livros seculares, eles são importantes fontes de pesquisa,
sobretudo de História.
4. Sites:
A internet é uma bênção quando usada de forma consciente. Sites confiáveis indicam os
autores apresentando uma breve biografia e informam as fontes utilizadas. Não confiem em
sites sem autorias.
Fique ligado: a Wikipédia não é confiável e não deve ser usada como fonte de pesquisa!
Nossas indicações são (apenas alguns):
www.omundobiblico.net - você pode fazer o download é ter sempre a mão uma fonte de
pesquisa com mapas, datas, dicionário e diversos recursos.
www.gotquestions.org/Portugues - este site apresentam questões bíblicas respondidas.
www.voltemosaoevangelho.com - este blog disponibiliza textos e vídeos online de diversos
pregadores do mundo inteiro.
www.mapasbiblicos.blogspot.com.br - este blog apresenta diversos mapas bíblicos.
www.escoladominical.com.br - site da CPAD com diversos recursos, sobretudo para escola
dominical.
www.icp.com.br - Instituto Cristão de Pesquisas.
www.cacp.org.br - Centro Apologético Cristão de Pesquisa.
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
ETAPA
A etapa três da elaboração da aula consiste em definir o método da aula, os recursos
didáticos a serem utilizados e o meio pelo qual o professor avaliará o aluno.
Método: como o professor dará aula (aula expositiva em sala, aula ao ar livre, aplicação de
filmes...). Os métodos são determinados pela relação objetivo/conteúdo. São os meios
utilizados para alcançar os objetivos do ensino, ou seja, ao "como" será alcançado o objetivo.
Recursos didáticos: materiais necessários ao professor e alunos (quadro, giz, data show,
revista do aluno, texto impressos ou online, lápis de cor, papel...).
Avaliação: como será a avaliação adotada. Essa é uma tarefa necessária e permanente do
trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino-aprendizagem. É
através dela que o professor acompanhará se os objetivos foram alcançados. Podem ocorrer
dentro das perguntas e atividades sugeridas pela revista, ou podem ser elaboradas pelo
professor.
Elementos do
Plano de Aula
Título da Lição:
Texto Bíblico:
Versículo-chave:
Tema/Assunto:
Objetivos:
Conteúdo:
Método:
Recursos didáticos
Avaliação:
Bibliografia:
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
7 EBD INFANTIL
Professor,
Organize a sala e os materiais que serão utilizados antes da aula. Você,
mais do que qualquer outro professor, precisa elaborar sua aula com antecedência.
Dicas valiosas:
Receba os alunos calorosamente. Mostre sua felicidade em revê-los.
Ore com as crianças.
Caso algum aluno chegue atrasado, pare, por um instante, e peça que os alunos
ajudem a explicar o que já foi dito em aula.
Cante louvores animados. Preferencialmente, com gestos e que façam as crianças
se movimentarem.
Momento da história:
Leia várias vezes com as crianças o texto bíblico. Faça um cartaz ou imprima.
Abra a Bíblia e mostre onde o texto se encontra.
Encontre o ponto de contato para iniciar a história.
NUNCA LEIA A REVISTA!
Conte a história de forma entusiasmada. Olhe olho no olho, mude o tom de voz, faça caras e
bocas...
Momento da atividade.
Explique a tarefa e os auxilie a realizar.
Mostre como você está orgulhoso e que eles fizeram um bom trabalho.
A criança precisa entender que ao sair do templo, ela não vai para uma "salinha" brincar. Prefira chamar
o espaço das crianças de sala de culto infantil. Não menospreze o espaço onde a Palavra é ministrada
aos pequeninos.
Jamais deixe os pequeninos desenhando sem propósito. Eles devem sair da nave da igreja para serem
ministrados e não para brincarem.
Você é a responsável pela solidez da igreja do amanhã.
De acordo com seu comprometimento e preparo, como será a igreja daqui há 10 anos?
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CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DE ESCOLA BÍBLICA
7 Bibliografia básica
LEMOS, Ruth Doris. A minúscula semente de mostarda que se transformou em uma grande
árvore. CPAD - Lições bíblicas, 11 de nov de 2014. Disponível em
<http://licoesbiblicas.com.br/index.php/sobre-ed/historia>. Acesso em 25 de dez de 2015.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1994. (Coleção Magistério).
SILVA, Antônio Gilberto da. A escola dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 1 998.
Bíblias:
A autora
Vanessa Schumacher é mestre no Ministério Entronizando o Rei, nasceu em berço evangélico, filha do Pastor
Fábio Silva e da Missionária Wanda Borba. Casada, desde 2004, com o Diácono Paulo Cezar, com quem,
também, trabalha.
Graduada em História pelo La Salle Institutos Superiores de Ensino e em Teologia pelo SECAM.
Atuou no Laboratório de Estudos do Tempo Presente da Unilasalle, e possui especializações em:
História Antiga e Medieval - cultura e religião,
História do Tempo Presente – o Brasil e o mundo no pós 1945,
Ensino de História, Filosofia e Sociologia,
Marketing e Mídias Digitais.
Atualmente cursa pós-graduação em Arqueologia Bíblica pela UNASP - SP e é professora de Teologia na
FATEM.
Publicação: Fahrenheit 9/11 e o terrorismo nos Estados Unidos após o 11 de setembro de 2001. Publicado na
Revista do GET – Grupo de Estudos do Tempo Presente da Universidade Federal de Sergipe. Edição nº 03.
Contatos:
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21 96553-3207