Psicologia Da Saúde No Brasil

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Centro Universitário Alves Faria

Psicologiada
SaúdenoBrasil
Profª. Ma. Jéssyca Borges Guimarães
Psicologia da Saúde no Brasil
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Psicologia formation
Saúde
O surgimento da psicologia da saúde resulta da evolução dos modelos de compreensão do processo
saúde-enfermidade, resultantes das revoluções da saúde, que avançam em direção à perspectiva
psicossocial.

Nessa perspectiva a saúde é entendida em seu sentido mais amplo, ou seja, como o estado integral de
bem-estar e não só a saúde física com a que o termo saúde tem estado tradicionalmente identificado

Inclui o sentir-se bem, tanto consigo mesmo como nas relações e papeis que desempenhamos em nosso
trato com os demais e com o meio ambiente.

A saúde é bem-estar ou vida nas três dimensões que constituem a natureza humana: a biológica, a
psicológica e a social, e cujo desfrute, combinado ou integradamente, institui a principal aspiração do ser
humano e o ideal ou protótipo de felicidade da atualidade
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Saúde
Mudanças observadas nos padrões característicos das enfermidades no mundo ocidental, pelo qual, as
infecções foram em sua maioria controladas e em seu lugar apareceu uma nova maneira de adoecer, resultante
das enfermidades crônicas ou funcionais, não produzidas por agentes patogênicos específicos.

Esse novo padrão de adoecer se explica por causas múltiplas e de natureza não exclusivamente orgânica,
ficando evidenciados os fatores psicológicos, sociais, culturais e meio ambientais na configuração das doenças
entendidas sem a distinção entre o físico e o psicológico.

A mudança na forma de adoecer e a posição adotada frente à multicausalidade na gênese das enfermidades,
favoreceu ao reconhecimento do meio socioambiental e a conduta pessoal dos indivíduos como os principais
determinantes dessas enfermidades.
Psicologia da Saúde no Brasil
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Saúde
Tal fato ampliou a importância do papel das ciências da conduta, a exemplo da psicologia e também mudou a
assistência às enfermidades que passa de um enfoque exclusivamente reabilitador ou terapêutico a um
enfoque preventivo.

A ênfase na prevenção de doenças e na promoção de saúde foi progressivamente transformando a medicina


comportamental na atual psicologia da saúde. A primeira centrada no tratamento e na reabilitação e a segunda
centrada na prevenção e na modificação dos hábitos e estilos de vida inadequados dos indivíduos, assim como
de seu meio social e ambiental.

A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais
influenciam na saúde e na doença
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
O desenvolvimento da Psicologia da Saúde no Brasil percorreu um caminho não linear.

Muitos fatores contribuíram para o atraso do desenvolvimento dessa especialização da Psicologia no País,
mas um dos mais impactantes é a pouca internacionalização e troca de conhecimentos científicos da
Psicologia feita no Brasil.

Spink (2003)): vincula a psicologia da saúde ao modelo da psicologia social e comunitária.

A Psicologia da saúde é considerada um novo campo de saber que se reestrutura a partir da inserção de
psicólogos na Rede de atenção à saúde pública e a abertura de novos campos de atuação do psicólogo.

Tal contexto vem introduzindo transformações qualitativas na prática profissional que requer novas
perspectivas teóricas.
Psicologia da Saúde no Brasil
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
Configuração da psicologia da saúde como área de especialização da psicologia social é problemática e não
consensual.

Analisando a produção de Spink foi possível identificar que estas ideias foram elaboradas entre os anos 1990 e
2000, em um momento em que o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil estava estruturando-se e se
inaugurava a entrada dos psicólogos nos serviços de APS, fato que desvelou a fragilidade da formação de
psicólogos em termos de seu preparo para atuar na saúde pública em nível de atenção primária.

Em seus escritos Spink critica as práticas de psicólogos emigradas da clínica individual/privada cujo modelo
de intervenção se ancora na psicoterapia. A crítica assegura que o discurso da clínica individual deve ser
superado em favor de uma construção mais condizente com o campo da psicologia da saúde.

A perspectiva de Spink é pertinente no que se refere à predominância das assistências clínicas em todos os
níveis de atenção de saúde, mas, problemática no que se refere à afirmação de que a psicologia da saúde seja
uma área de especialização da psicologia social.
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
Spink (2003) se refere à Psicologia Social e Saúde como suficiente para incorporar a psicologia da saúde.

Yamamoto e Cunha (1998), se opõem ao discurso de Spink (1992), com respeito a não haver necessidade de
construir um novo corpo de conhecimentos para a psicologia da saúde, já que esta deveria constituir-se mais
como uma ampliação dos conhecimentos subordinados à psicologia social que, propriamente, a construção de
uma nova e distinta área de atuação.

Outra questão problemática é a identificação da psicologia da saúde com psicologia hospitalar.

Existe, entre os psicólogos brasileiros que atuam no contexto hospitalar, uma identificação da psicologia da
saúde como sinônima da psicologia hospitalar.

E, também, a defesa da psicologia hospitalar como campo próprio ou autônomo.

Para Yamamoto e Cunha (1998) a psicologia hospitalar não deveria ser compreendida como nova área, ou como
campo autônomo, já que designaria um local aonde desenvolver a intervenção profissional, e não um campo de
atuação.
Psicologia da Saúde no Brasil
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
O trabalho realizado no âmbito hospitalar, com suas peculiaridades em razão de sua inserção nesse novo
espaço de atuação profissional, deveria ser mais bem considerado como uma vertente das ações do campo da
saúde.

Para eles, o trabalho feito no contexto hospitalar deveria estar situado dentro da perspectiva da psicologia da
saúde, entendida em termos mais amplos sem enquadrá-la nos limites de uma especialização.

Isto favoreceria a formação profissional com relação à necessidade de uma melhor instrumentalização
técnica, fundamentada em aportes teóricos mais consistentes, de modo a subsidiar as ações e ampliar-lhes os
limites tradicionais.

A psicologia da saúde no Brasil tem uma organização distinta do resto do mundo, sendo identificada pela
psicologia hospitalar.
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
Essa área fundamenta seu trabalho principalmente na promoção e na educação para a saúde, que objetiva
intervir com a população em sua vida cotidiana antes que haja riscos ou se instale algum problema de âmbito
sanitário.

O trabalho é multiplicador, uma vez que capacita a própria comunidade para ser agente de transformação da
realidade, pois aprende a lidar, controlar e melhorar sua qualidade de vida. Dessa maneira, torna-se evidente
que a Psicologia da Saúde dá ênfase às intervenções no âmbito social e inclui aspectos que vão além do
trabalho no hospital, como é o caso da Psicologia

É inadequado utilizar o termo psicologia hospitalar, como sinônimo de psicologia da saúde, já que são
conceitos distintos.

O certo é que a psicologia da saúde é mais ampla e a psicologia hospitalar deveria ser uma área de aplicação
da psicologia da saúde.
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Características da Psicologia da Saúde no Brasil
Tal equívoco foi amparado Conselho Federal de Psicologia [CFP](2007), ao instituir uma psicologia hospitalar
como área de especialização da psicologia e não da psicologia da saúde.

A perspectiva teórica é a de que a psicologia da saúde não deverá estar vinculada a uma relação de
pertencimento nem à psicologia clínica nem tampouco à psicologia social. Como já não está em relação à
medicina comportamental.

A compreensão da psicologia da saúde deve ser como uma disciplina autônoma, mas essencialmente
interdisciplinar.

Tal perspectiva é utilizada para propor que a psicologia da saúde, considerada como campo de saberes e de
práticas, se desenvolve sobre uma base multi e interdisciplinar já que se articula entre os saberes e práticas
originados de múltiplas disciplinas, como: a psicologia clínica, a psicologia social, a psicologia comunitária, a
saúde pública/comunitária, a epidemiologia, a antropologia, a sociologia, a medicina comportamental, entre
outras.
Psicologia da Saúde no Brasil
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Psicologia formation
Saúde X Psicologia Hospitalar
O reconhecimento da psicologia da saúde como ampla e autônoma.

Ampla porque pode agregar as diversas aplicações da psicologia no que se refere aos múltiplos
contextos de saúde e capaz de ser aplicada a todos os níveis de atenção de saúde, e autônoma
porque tem um corpo teórico, objetivos, objeto de estudo e práticas, distintos das outras
especialidades da psicologia.

Tal compreensão implica uma inversão da lógica atual, ou seja, a psicologia da saúde agrega a
psicologia clínica e a hospitalar, e não o contrário; e, se complementa na correlação com as
disciplinas básicas relacionadas.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
A discussão entre Psicologia Hospitalar e Psicologia da Saúde tomou proporções cada vez maiores no Brasil,
especialmente na academia.

Questionava-se o nome da especialidade, sua definição, e se sua prática deveria ser oriunda dos conhecimentos da
Psicologia da Saúde, entendendo essa como uma área muito mais ampla que abrangia o trabalho do psicólogo
hospitalar e em qualquer ambiente onde se faça saúde.

Foram criadas residências em Psicologia Hospitalar em diversos hospitais do Brasil.

Contudo, em 2016, uma nova resolução (Resolução CFP n.° 03/2016) altera a anterior e cria a especialidade de
Psicologia em Saúde, mantendo a especialidade de Psicologia Hospitalar.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
Nessa nova especialidade, Psicologia em Saúde, o psicólogo:
- Atua em equipes multiprofissionais e interdisciplinares no campo da saúde;

- Utiliza os princípios, técnicas e conhecimentos relacionados à produção de subjetividade para a análise, planejamento e
intervenção nos processos saúde e doença, em diferentes estabelecimentos e contextos da rede de atenção à saúde;

- Considera os contextos sociais e culturais nos quais se insere, estabelece estratégias de intervenção com populações e
grupos específicos, contribuindo para a melhoria das condições de vida dos indivíduos, famílias e coletividades;

- Desenvolve ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e vigilância em saúde junto a usuários, profissionais de
saúde e ambiente institucional, colaborando em processos de negociação e fomento a participação social e de articulação
de redes de atenção à saúde;

- Pode desenvolver ações de gestão dos vários serviços de saúde e de formação de trabalhadores, dominando
conhecimento sobre a reforma sanitária brasileira e as políticas de saúde no Brasil, a legislação e funcionamento do SUS,
gestão do trabalho e Educação Permanente em Saúde, financiamento, avaliação e monitoramento de serviços de saúde,
podendo exercer funções em instâncias municipais, estaduais ou nacional.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
Já na Psicologia Hospitalar, o psicólogo possui sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à
saúde, bem como em centros de educação superior e de pesquisa, atuando em instituições de saúde e realizando
atividades como:

- Atendimento psicoterapêutico;
- Grupos psicoterapêuticos;
- Grupos de psicoprofilaxia;
- Atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva;
- Pronto atendimento;
- Enfermarias em geral;
- Psicomotricidade no contexto hospitalar;
- Avaliação diagnóstica;
- Psicodiagnóstico;
- Consultoria e interconsultoria.

Essas atividades podem ser realizadas com o paciente, com seus familiares e com a equipe de saúde (CFP Resolução
n° 013/2007).
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
Já na Psicologia Hospitalar, o psicólogo hospitalar reúne esses conhecimentos e técnicas para aplicá-los de maneira
coordenada e sistemática, visando à melhora da assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso,
ao tempo específico da hospitalização.

Portanto, seu trabalho é especializado no que se refere, fundamentalmente, ao restabelecimento do estado de saúde
do doente ou, ao menos, ao controle dos sintomas que prejudicam seu bem-estar.

Rodriguez-Marín (2003) sintetiza as seis tarefas básicas do psicólogo que trabalha em hospital:
1) função de coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital;
2) função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do processo de adaptação e recuperação do
paciente internado;
3) função de interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com o paciente;
4) função de enlace: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com outros profissionais, para
modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes;
5) função assistencial direta: atua diretamente com o paciente, e
6) função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da organização.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde X Psicologia Hospitalar
Essa nomenclatura - Psicologia Hospitalar - e o foco ao contexto hospitalar pode ser compreendido historicamente a partir das
políticas de saúde feitas no Brasil, que centralizavam o hospital como lugar de referência, num modelo de atenção secundária e
terciária, deixando em segundo plano ações de prevenção e promoção da saúde.

O hospital torna-se o símbolo de atendimento em saúde no Brasil, ideia que vem sendo desconstruída nos últimos anos com a
descentralização proposta pelo SUS

A Psicologia Hospitalar no Brasil tem como definição o contexto, mas ainda tem dificuldades em encontrar seu marco conceitual de
atuação.

Transpor o modelo clínico para dentro do hospital não funciona, e por isso muitos psicólogos se viam perdidos na sua atuação, pois a
inadequação da assistência gerava experiências malsucedidas

No Brasil, a formação em Psicologia era, e continua sendo, deficitária no que se refere aos conhecimentos da realidade sanitária do
País, à participação em pesquisas e em políticas de saúde, indispensáveis para a determinação da sua prática e para o aprimoramento
da especialidade.

Isso acaba por gerar distanciamento entre o psicólogo em formação e as demandas sociais, dificultando sua compreensão e a atuação
com pessoas que têm sofrimento físico e psíquico sobrepostos.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde e os níveis de assistência em saúde
É reconhecer as áreas e as intervenções do profissional dedicado a este campo.

Conhecer bem a saúde pública/comunitária, no que se refere às políticas de saúde e as formas de intervir nos níveis de
atenção de saúde (primário, secundário e terciário).

Uma possibilidade para diminuir o impasse tanto conceitual como em relação ao problema da inadequação das práticas dos
psicólogos nos diversos setores da rede de atenção de saúde, sobretudo no caso da realidade brasileira, seria entender as
práticas psicológicas por seus níveis de aplicação e complexidade, e não por locais de intervenção.

A compreensão da psicologia da saúde como ampla e autônoma permite sedimentar a natureza biopsicossocial do processo
de saúde-enfermidade, ademais de mostrar as novas intervenções do psicólogo na promoção de saúde e na prevenção de
enfermidades.

Com este olhar é possível intervir tanto no sistema público de saúde como em outros sistemas sociais onde caibam as
assistências de um psicólogo da saúde.

É imprescindível entender as práticas de saúde do psicólogo enquadradas por seus níveis de complexidade (primário,
secundário e terciário) para poder saber o que fazer em cada lugar de atuação.
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde e os níveis de assistência em saúde
O primeiro nível de atenção de saúde é identificado como o que apresenta maiores problemas de inadequação das
práticas, pois é o nível em que não há tradição das assistências de psicólogos.

Neste nível cabem as assistências de promoção de saúde e de prevenção de doenças.

As intervenções aqui, ainda que possam dirigir-se também a um indivíduo em particular, devem priorizar a saúde das
comunidades.

Ou seja, o fazer do psicólogo fundamenta-se no conhecimento do perfil de saúde-enfermidade da comunidade e volta-se


para o desenvolvimento de seu potencial de saúde.

Só assim, será possível pensar as práticas de promoção de saúde e de prevenção primária de doenças.

Neste nível as práticas devem ser interdisciplinares e multiprofissionais, já que dependem do conhecimento e da
contribuição das várias disciplinas relacionadas.

Nesse sentido o trabalho é desenvolvido pela equipe multiprofissional de saúde, além de considerar possíveis
interconsultas com outros profissionais de áreas afins
Psicologia da Saúde no Brasil
Psicologia da Saúde e os níveis de assistência em saúde
No segundo nível de atenção estão as assistências curativas, tratamento de doenças e de prevenção do agravamento das doenças.

Já não cabe a prevenção primária nem tampouco a promoção de saúde, porque já haverá se instalado uma doença.

Em todos os níveis de atenção de saúde o psicólogo pode assistir à saúde mental, mas o foco no tratamento deve ser feito no segundo
nível de assistência de saúde.

Ou seja, a intervenção clínica e psicoterápica, cujo objetivo é o tratamento e a modificação da personalidade individual.

No terceiro nível de atenção de saúde estão as assistências mais complexas.

Estão relacionadas com as assistências no hospital geral, e na rede de assistências substitutivas e de apoio ao tratamento dos doentes
mentais.

Este nível também está inteiramente voltado à investigação dos processos biopsicossociais relacionados aos comportamentos
doentios, aos estilos vida que agregam valor à saúde ou à doença, à qualidade de vida, e todos os temas relacionados (coping,
resiliência, stress, aderência aos tratamentos de doenças crônicas, análise e melhora do sistema e atenção sanitária, entre outros).

A saúde mental, deve ser assistida em todos os níveis de assistência.


RESOLUÇÃO Nº 17, DE 19 DE JULHO DE 2022
Dispõe acerca de parâmetros para práticas psicológicas em contextos de atenção básica, secundária e
terciária de saúde.
- Estão regidos por esta Resolução as psicólogas e os psicólogos atuantes em todos os estabelecimentos de saúde, públicos e
privados, que exercem a prática psicológica por meio de ações de:
I - promoção, prevenção e educação em saúde; e
II - intervenção e reabilitação nos diversos estágios ontogenéticos e psicodiagnósticos do processo de saúde-doença, o que
inclui os casos que requeiram cuidados paliativos.

- A psicóloga e o psicólogo deverão atuar de modo a promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades,
fortalecendo o acesso universal e contribuindo para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, conforme Princípio Fundamental II, do Código de Ética Profissional do Psicólogo.

- O exercício profissional da psicóloga e do psicólogo deverá buscar a qualificação do cuidado em saúde, por meio de ações
de:
I - apoio, suporte, matriciamento e construção de projetos terapêuticos singulares junto aos usuários, familiares e demais
profissionais de saúde;
II - compartilhamento de saberes, práticas colaborativas e articulações intra e intersetoriais;
III - educação permanente, educação popular e comunitária, preceptoria e formação; e
IV - gestão dos processos de trabalho com demais profissionais de saúde, estudantes, usuários do SUS e seus familiares.
RESOLUÇÃO Nº 17, DE 19 DE JULHO DE 2022
DA ATENÇÃO BÁSICA

A atuação deverá estar pautada nos atributos desse nível de atenção à saúde, especialmente no que se refere à equidade,
à integralidade, à universalidade de acesso, à longitudinalidade, à atenção no primeiro contato e à coordenação do cuidado.

Deverão atuar nas diferentes equipes e dispositivos descritos nas portarias ministeriais, que apresentam sua tipificação e
parametrização. São eles:
I - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB);
II - Equipe de Consultório na Rua (eCR);
III - Centro de Convivência e Cultura;
IV - Equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP)
V - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescente em Conflito com a Lei (PNAISARI); e
VI - demais equipes e dispositivos vigentes, conforme normativas do Ministério da Saúde.

A Agenda-Padrão da Atenção Básica é composta por quatro eixos (Anexo I):


I - Atendimento Específico;
II - Ações Compartilhadas;
III - Ações no Território; e
IV - Outras Ações.
RESOLUÇÃO Nº 17, DE 19 DE JULHO DE 2022
DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA
A atuação deverá estar pautada nos atributos desse nível de atenção à saúde, especialmente no que se refere à equidade, à
integralidade, à universalidade do acesso, à longitudinalidade, ao acolhimento e ao cuidado em liberdade e compartilhado em rede.

Atuarão tendo como base os atributos derivados da lógica da clínica ampliada, da reabilitação e reinserção social, familiar e
comunitária de base territorial e da construção do Projeto Terapêutico Singular, de modo a respeitar a diversidade e os marcadores
sociais dos sujeitos e das coletividades.

Deverão atuar nos diferentes equipes e dispositivos descritos nas normativas vigentes, que apresentam sua tipificação e
parametrização, a saber:
I - serviços da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS;
II - Centros Especializados, o que inclui os Ambulatórios, os Centros de Referência diversos, as Clínicas e os Centros de Reabilitação, entre
outros;
III - serviços de Atenção Hospitalar, com procedimentos de média complexidade;
IV - serviços de Atenção às Urgências e Emergências; e
V - demais equipes e dispositivos vigentes nas normativas do Ministério da Saúde.

Art. 14. A Agenda-Padrão da Atenção Secundária é composta por quatro eixos (Anexo II):
I - Atendimento Específico;
II - Ações Compartilhadas;
III - Ações no Território; e
IV - Outras Ações.
RESOLUÇÃO Nº 17, DE 19 DE JULHO DE 2022
DA ATENÇÃO TERCIÁRIA
Deverá estar pautada nos atributos deste nível de atenção à saúde, especialmente no que se refere à equidade, à integralidade, à
universalidade de acesso, à longitudinalidade, ao acolhimento, ao cuidado em liberdade e compartilhado em rede.

As especificidades desse nível de atenção à saúde, que se constituem em unidades que organizam procedimentos:
I - com alta densidade tecnológica;
II - de elevada especialização; e
III - de alta tecnologia ou alto custo.

O dimensionamento do quadro de psicólogas e psicólogos, proposto para o atendimento ao paciente, usuário e familiar, será orientado
pelos seguintes parâmetros:
I - atendimento psicológico ambulatorial, avaliação psicológica, sessões de entrevista inicial e devolutiva: Hora-Assistencial de 60
minutos por atendimento;
II - atendimento de avaliação neuropsicológica: Hora-Assistencial de 90 a 120 minutos por atendimento;
III - atendimento de habilitação e reabilitação neuropsicológica: Hora-Assistencial de 45 a 60 minutos por atendimento;
IV - grupos psicoeducativos e grupos terapêuticos: Hora-Assistencial de 90 a 120 minutos;
V - Unidade de Internação Adulto (enfermaria): Hora-Assistencial de 30 a 45 minutos;
VI - Unidade de Internação Pediátrica (enfermaria): Hora-Assistencial de 45 a 60 minutos;
VII - Unidade de Terapia Intensiva adulto e pediátrica: Hora-Assistencial de 30 a 40 minutos;
VIII - Unidade de Pronto Socorro: Hora-Assistencial de 30 a 60 minutos;
RESOLUÇÃO Nº 17, DE 19 DE JULHO DE 2022
DA ATENÇÃO TERCIÁRIA
IX - Leito-dia/Hospital-dia: Hora-Assistencial de 30 a 40 minutos;
X - paciente em unidade de cuidados paliativos: Hora-Assistencial de 60 minutos;
XI - abordagem ou reunião familiar de cuidados paliativos: Hora-Assistencial de 50 a 70 minutos;
XII - atenção domiciliar: Hora-Assistencial de 60 a 120 minutos;
XIII - reuniões de equipe, discussão de casos e elaboração de Projeto Terapêutico Singular: Hora-Assistencial de 60 a 120 minutos;
XIV - evolução do prontuário e elaboração de declarações e atestados: duração de 15 a 30 minutos;
XV - elaboração de demais documentos: duração de 90 a 120 minutos por documento;
XVI - supervisão, tutoria, preceptoria, participação e orientação de trabalhos, pesquisas, monografias e artigos: duração de 60 a 120
minutos; e
XVII - ações de educação permanente: duração de 45 a 90 minutos.

Art. 23. Em situações de atendimento a pacientes hospitalizados e seus familiares, o cálculo do dimensionamento de quantidade de
leitos por psicóloga ou psicólogo responsável deve considerar:
I - a quantidade de atendimentos diários possíveis dentro da carga horária e Hora-Assistencial estipulada;
II - a complexidade dos casos e suas respectivas clínicas;
III - o quantitativo de leitos e enfermarias da unidade de atenção hospitalar;
IV - a necessidade de realização de outras atividades que não envolvem a assistência direta; e
V - a taxa de cobertura exigida pela respectiva gestão.

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