O documento descreve uma ação judicial de cobrança de dívida. O apelante alega crédito não pago pela apelada por serviços de locação. A apelada argumenta que o apelante não comprovou os fatos constitutivos de seu direito, como horas trabalhadas e datas de vencimento. Pede manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido inicial.
O documento descreve uma ação judicial de cobrança de dívida. O apelante alega crédito não pago pela apelada por serviços de locação. A apelada argumenta que o apelante não comprovou os fatos constitutivos de seu direito, como horas trabalhadas e datas de vencimento. Pede manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido inicial.
O documento descreve uma ação judicial de cobrança de dívida. O apelante alega crédito não pago pela apelada por serviços de locação. A apelada argumenta que o apelante não comprovou os fatos constitutivos de seu direito, como horas trabalhadas e datas de vencimento. Pede manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido inicial.
O documento descreve uma ação judicial de cobrança de dívida. O apelante alega crédito não pago pela apelada por serviços de locação. A apelada argumenta que o apelante não comprovou os fatos constitutivos de seu direito, como horas trabalhadas e datas de vencimento. Pede manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido inicial.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL, por sua bastante procuradora, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar seus MEMORIAIS, para a sessão de julgamento a se realizar no dia 25/04/2024 às 9h00:
RELATÓRIO PROCESSUAL:
A presente ação se limita ao pedido de cobrança de
um pretenso crédito decorrente da locação de serviços para recolhimento de bagaço no pátio industrial da Apelada, na quantia atualizada pelo autor de R$ 192.154,46.
Todavia, o Apelante não desvencilhou do ônus que
lhe incumbia de comprovar a exigibilidade ao pagamento do crédito que alega ter direito, nos moldes do art. 373, I do Código de Processo Civil, seja por provas documentais ou orais. Conseguintemente, adveio o veredicto, que julgou improcedente o pleito exordial.
Inconformada, o Apelante interpôs o Recurso de
Apelação em tela, pois sustenta que teria desvencilhado do ônus de comprovar os fatos constitutivos do seu direito, insistindo em uma delirante e ilógica inversão do ônus da prova e rebatendo a contradita das suas testemunhas.
Em contrarrazões esta Apelada impugnou o pedido
de justiça gratuita concedida ao Apelante e, no mérito, apresentou razões pujantes para manutenção da sentença.
É a síntese do necessário.
DOS FATOS E DIREITO:
Primeiramente, os documentos trazidos pelo
Apelante a este Tribunal de nº 65 e nº 67, demonstra um patrimônio de R$ 450.000,00, bem como, uma renda de aposentadoria aumentada àquela alcançada através das prestações de serviço como microempreendedor, que reforça o pedido de revogação do beneficio da gratuidade de justiça somada às alegações já apontadas nas contrarrazões.
Quanto à discussão de mérito, temos que o ponto
controvertido da presente demanda cinge em saber se os serviços contratados foram devidamente prestados pelo Apelante e quantas horas foram efetivamente trabalhadas, em caso de comprovação, quais seriam as datas dos vencimentos dos títulos para contagem de atualizações. Pelas provas documentais carreadas pelo Apelante não foi possível comprovar o recebimento das prestações dos serviços que alega, bem como, a quantidade de horas efetivamente trabalhadas. Ainda, não houve comprovação pelo Apelante de quando os pagamentos se tornaram exigíveis, uma vez que apresenta documentos emitidos unilateralmente, não podendo precisar os vencimentos dos títulos.
Por outro lado, a Apelada apresentou comprovantes
de pagamento em favor do Apelante que somam a importância de R$ 41.382,56 (quarenta e um mil, trezentos e oitenta e dois reais e cinquenta e seis centavos).
Ao exame dos autos, observa-se que as notas fiscais
carreadas, cuja contrapartida financeira se reivindica, não contém assinatura do recebedor. As simples notas fiscais unilaterais carreadas não dão a certeza que de fato os serviços foram prestados, pois são apócrifas, não possuem chancela da Apelada.
Em que pese o esforço do Apelante em inverter o
ônus da prova para que a Apelada comprove a realização de serviços prestados, a inversão do ônus da prova não se aplica ao caso em discussão, conforme a legislação em vigor e, o controle pela realização dos serviços prestados é responsabilidade de ambos contraentes.
Ora, o próprio Apelante em seu depoimento pessoal
confessa que eram colhidas assinaturas de funcionários da Requerida, que acusavam o recebimento pelas prestações dos serviços, porém, procura se eximir da responsabilidade de apresentar os documentos probatórios, transferindo-a para a Apelada.
Na mesma senda, o Apelante manifesta indignação
quanto à contradita das suas testemunhas por litigarem no âmbito trabalhista contra Apelada. É inquestionável que as testemunhas mantêm um desagravo contra a Apelada, o que macula qualquer depoimento prestado em ação que esta figure como parte, tornando-as suspeitas.
Todavia, ainda ouvidas como meras informantes,
estas em nada puderam comprovar quanto à execução dos serviços prestados na safra de 2020/2021 e o tempo efetivamente trabalhado, uma vez que embora informem que a máquina do Apelante realizasse serviços 24 horas durante a safra, elas laboravam em jornada diurna, não podendo afirmar sobre fatos que não presenciaram.
Com efeito, as provas produzidas pelo Apelante, por
si só, não possuem idoneidade suficiente para comprovar o implemento da condição necessária ao pagamento da dívida percorrida.
Noutro giro, na hipótese de condenação da Apelada,
a atualização do débito deve ser aplicada conforme o art. 1º, §2º da lei 6.899/81, ou seja, após o ajuizamento da ação e os juros deve seguir a regra do artigo 405 do CC e 240 do CPC, uma vez que não existem provas das entregas e das datas em que se efetivaram as prestações de serviços.
DA CONCLUSÃO:
Por fim, apresenta-se escorreita a sentença atacada,
pelo que não há que se falar em sua reforma como deseja o Apelante.
É evidente que a dívida supostamente não quitada
pela Apelada não foi devidamente comprovada, não existem nos autos provas efetivas das horas realizadas na prestação dos serviços, crucial para calcular o valor a ser recebido pelo Apelante.
Nesse viés, calha assentar que a demonstração de
entrega da prestação de serviços consiste, em regra, em ônus processual a cargo da parte autora, uma vez que envolve fato constitutivo do seu direito (art. 373, inciso I, do CPC/2015). Desse modo, o Apelante não logrou em comprovar os fatos constitutivos do seu direito.
Por sua vez, reportando-se a ausência comprovação
dos fatos alegados pelo Apelante, se faz por bem, por medida de lei, direito e justiça, esta Egrégia Câmara NEGAR PROVIMENTO ao presente Recurso de Apelação interposto, mantendo-se escorreita a r. sentença monocrática. É o que se requer.
Termos em que,
Espera e requer deferimento.
Passos, 22 de abril de 2024.
INGRID RAIANE DE Digitally signed by INGRID
RAIANE DE MATTOS:0918749 MATTOS:09187490692 Date: 2024.04.22 13:17:12 0692 -03'00'