Caminhando para o Túmulo Vazio

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Caminhando para o túmulo vazio...

Essa é a noite da verdadeira libertação. “noite em que Jesus rompeu o inferno,


ao ressurgir da morte vencedor” (Proclamação da Páscoa). Nela a Igreja,
permanece à espera da ressurreição do Senhor e celebra-a com os
sacramentos da iniciação cristã. A procissão luminosa que abre nossa noite
relembra o caminho do povo de Deus rumo à terra prometida e simboliza,
igualmente o caminho da humanidade, que nas noites da história busca a
luz, o paraíso, a verdadeira vida, a reconciliação entre os povos, entre céu e
terra, enfim a paz universal.

Eis porque, mesmo em meio a todas as tragédias que afligem nosso


mundo, a Páscoa é celebrada no coração da noite, com antigos ritos cheios
de beleza poética e de força revigoradora. A “Luz” que se acende, “o Círio
Pascal”, gera outras luzes ao comunicar sua chama às velas que se
acendem na escuridão da noite, é imagem do Cristo Ressuscitado, que
rompe as trevas da morte e comunica sua vida sem perder seu vigor vital e
compartilha do seu destino vitorioso.

Ouvimos nas leituras proclamadas que Israel, no deserto, foi guiado de


noite por uma coluna de fogo e durante o dia, por uma nuvem. A nossa
coluna de fogo, a nossa sagrada nuvem é Cristo Ressuscitado, simbolizado
pelo círio pascal aceso. Cristo é a luz! Cristo é o Caminho, a Verdade e a
Vida! Seguindo-o, tendo fixo o olhar em Nele, não andaremos nas trevas (Jo.
8,12).

Ouvimos no Evangelho proclamado que Maria Madalena vai muito cedo ao


sepulcro procurar pelo Senhor (Mc. 16, 1-7). Ela faz isto porque ela O
seguia. Seguir Cristo significa, sobretudo estar atento à sua palavra. A
participação na liturgia dominical, semana após semana, é necessária para
que cada discípulo entre numa verdadeira familiaridade com a Palavra. Não
vivemos somente do pão ou do dinheiro ou da carreira, vivemos da Palavra
de Deus que nos corrige, educa-nos renova-nos, mostra-nos os verdadeiros
valores (2Tm. 3,16). Seguir Cristo implica estarmos atentos aos seus
mandamentos resumidos no duplo mandamento de amar a Deus e ao
próximo como a nós mesmos. Seguir Cristo significa ter compaixão dos
sofredores, ter um coração voltado para os pobres. Seguir Cristo implica
amar a sua Igreja, o seu corpo místico (Fl. 2,5-11). Caminhando assim,
acendemos pequenas luzes no mundo, dissolvemos as trevas da história.

O caminho de Israel o conduziu a terra prometida. A liturgia pascal que


agora celebramos nos dirige à Cristo. Nos auxiliam na peregrinação
terrestre em busca desta meta e para conquistar o inigualável “prêmio” (Fl.
3,14), os sacramentos da iniciação cristã: o Batismo, a Crisma e a santa
Eucaristia. Assim, a Igreja nos diz que estes sacramentos são a antecipação
do mundo novo, da nova vida. Este Jesus que Maria Madalena procurou de
manhã e que o encontrou ressuscitado, nós os encontramos na Igreja,
através dos Sacramentos que Ele nos deixou.

A ressurreição de Cristo não é simplesmente uma recordação de um fato


passado! É o glorioso Dom do amor de Deus. Cabe a nós agora
apropriarmo-nos desse dom e viver na verdade do nosso Batismo. A noite
pascal nos convida cada ano a nos imergir novamente nas águas do
Batismo, a passar da morte para a vida, a nos tornarmos verdadeiros
cristãos.

Ouçamos o que S. Paulo nos fala na carta aos Efésios (5,14) “Ó tu que
dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos que Cristo te iluminará”, diz
um antigo canto batismal, “Ó tu que dormes, desperta … e Cristo te iluminará”.
A Igreja proclamada em todos os cantos do mundo e a todos nós:
Despertemo-nos do nosso cristianismo cansado, sem motivação.
Levantemo-nos e sigamos Cristo a verdadeira luz, a verdadeira vida!!!!!

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