O Meio Digital
O Meio Digital
O Meio Digital
Desenvolvimento de layout eficiente para o meio digital. Desdobramento de campanhas integradas online e offline. Formatos de mídia nas
principais plataformas digitais. Construção e adequação de campanha aos meios digitais.
PROPÓSITO
Obter conhecimento técnico sobre a mídia digital por meio de diretrizes essenciais da direção de arte eficiente.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos lápis, papel, tesoura e uma revista ou um jornal (que você possa recortar) para a atividade.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
No universo online, as possibilidades de fazer propaganda são infinitas. Entertainment, games, e-commerce, mobile, big data, brand
content, influencers e anúncios são apenas algumas maneiras de envolver o consumidor no meio digital. Por ser um ambiente vivo, no qual as
pessoas criam coisas novas todos os dias, ele também se modifica constantemente.
ENTERTAINMENT
Na publicidade, esse e outros termos são frequentemente usados em inglês. Qualquer ação em que uma marca proponha uma experiência ao
público é tratada como entretenimento, sendo chamada, portanto, de ação de entertainment.
GAMES
Corresponde a todos os jogos digitais, incluindo aplicativos ou jogos para video games. Em todos eles, é possível fazer ações de marketing e
publicidade.
E-COMMERCE
Loja online, seja essa loja um site, seja um espaço de vendas dentro das redes sociais (Facebook e Instagram, por exemplo).
BIG DATA
O grande banco de dados gerado pela internet. Sites, aplicativos, rede social e mecanismos de buscas online (Google) geram dados de
comportamento de seus usuários. Esses dados são organizados para que seja possível descrever o comportamento do público e seus
interesses.
BRAND CONTENT (CONTEÚDO DE MARCAS)
Essa é uma estratégia que percorre também o entertainment. Por exemplo, uma exposição sobre o basquete pode ser o conteúdo gerado por
uma marca, um branded content, e pode ser interessante se tornar um entretenimento.
Pessoas que influenciam a opinião de seus seguidores. Todas as pessoas famosas na internet (muito ou pouco famosas). Esses perfis podem
ser usados em estratégias de marcas para divulgar uma ideia.
Partiremos do pensamento que uma grande ideia (a chamada big idea), quando criada, pode ser aplicada de várias formas. Num pensamento
macro, ela pode acontecer de forma online (meios digitais) e offline (rádio, televisão e impressos). No primeiro módulo, vamos abordar duas
situações de campanhas online: a primeira, os banners; e a segunda, anúncios para as principais plataformas digitais, YouTube, Facebook,
Instagram e Twitter.
Esses meios foram escolhidos por serem os que abrangem a maior parte das propagandas no mercado brasileiro atualmente. Dificilmente, hoje
em dia, uma campanha não passa por pelo menos uma dessas mídias sociais, mesmo sendo inicialmente produzida para a televisão.
O esquema a seguir é um panorama geral desse universo gigantesco, ilimitado e muito flexível. Assim, todos os tópicos apontados podem
coexistir em uma mesma campanha. Por exemplo, no Facebook, pode ser anúncio, e-commerce, big data etc. O que vamos trabalhar nesta aula
está aceso em verde-limão.
Ainda no primeiro módulo, abordaremos técnicas de direção de arte para o aprimoramento de propagandas digitais. Assim, será possível
entender como deixá-las mais atraentes num universo com tantas outras distrações para o internauta. A disputa por atenção é gigantesca. O
internauta nem sempre está disposto a interagir com uma marca; seu interesse está em outras mil coisas.
ATENÇÃO
Veja bem: o seu anúncio está concorrendo com todos os memes do BBB, todas as lives dos cantores e de outros artistas e até com a
foto do crush. O espaço da propaganda não permite erros básicos e, por isso, deve ser trabalhado com muita precisão.
No segundo módulo, vamos discutir maneiras de criar para o meio digital e iniciar o critério de avaliação do potencial de atração e engajamento
de uma ideia. Uma ideia no meio digital pode impactar muitas pessoas, gerar comentários em outros meios e atingir um número realmente
grandioso de pessoas. Outras ideias podem atingir um público bem seleto, porém com a mesma eficiência. Tudo vai depender do objetivo a ser
alcançado. Para o meio digital, não importa a quantidade de pessoas que foram impactadas, mas, sim, a eficiência desse impacto.
MÓDULO 1
Porém, antes, é preciso entender a unidade básica de medida para o meio digital, o pixel. Tudo o que é construído para o meio digital será em
pixels, que não tem tamanho fixo. Isso depende da resolução da imagem.
Mobile first
Um conceito que existe desde 2009 e foi criado pelo Google. Ele diz que qualquer projeto, informação, comunicação na internet deve funcionar
no mobile (smartphones e tablets). Isso porque pesquisas dizem que o mobile, em 2014, já havia se tornado a primeira tela de consulta dos
consumidores. Segundo o IBGE, quase 75% das casas brasileiras possuem acesso à internet, sendo que 98% acessam de seus smartphones.
Logo, qualquer ideia para o digital precisa funcionar, inicialmente, no mobile.
Design responsivo
Design responsivo é uma programação criada para se adaptar aos diferentes tamanhos de telas. É muito utilizada na construção de sites. Pense
que uma imagem desenhada apenas para mobile, ao ser aberta no desktop, será pixelada e ficará horrível. Ou um texto planejado para o
desktop, quando visto no celular ou tablet, devido à proporção, aparecerá minúsculo, deixando sua leitura inviável.
Esta imagem mostra como funciona a responsividade quando entregue em devices (aparelhos) diferentes:
No caso de não haver responsividade:
O grande desafio é que essas distorções são percebidas em telas de tamanho bem similares, por exemplo, de um celular para o outro. Agora,
junte essas informações com o mobile first.
PIXELADA
Termo usado na propaganda para descrever uma imagem sem resolução. Toda imagem em que é possível ver o pixel como um quadrado é dita
imagem pixelada, e não é adequada para o uso digital.
Poderíamos fazer a adaptação do conteúdo ou da peça para todas as telas, uma a uma?
Muito difícil. Só entre os modelos do iPhone, há cinco tamanhos de telas disponíveis para compra.
Como conseguiremos garantir boa leitura em todos os tamanhos de telas disponíveis no mercado?
Com o design responsivo. Para isso, cabe ao diretor de arte layoutar já com o olhar e o pensamento da responsividade, para que a peça seja
programada dessa maneira.
LAYOUTAR
Expressão usada na propaganda que descreve a ação de fazer um layout. Fazer um layout é executar a diagramação visual de uma peça
publicitária.
PIXEL
O pixel é uma unidade de medida que contabiliza os pontos de luz que formam uma imagem na tela.
RESOLUÇÃO
Resolução é sempre medida em polegadas. Logo, uma imagem com mais resolução tem mais pixels em uma polegada. Quanto menos
resolução, menos pixels. Se, em uma polegada, houver 4 pixels, por exemplo, eles serão tão evidentes, que sua imagem ficará cheia de
quadradinhos, ou seja, pixelada. Uma imagem com boa resolução para impressão deve ter, no mínimo, 300 pixels em uma polegada. Para o
meio digital, 100 pixels por polegada são suficientes.
DICA
Faça o seu layout com fontes de sistema. A maioria das grandes marcas possui, pelo menos, duas fontes nos seus guidelines, uma delas
deve ser uma fonte de sistema para uso digital. Use imagens que tenham sobras nas laterais ou coloque-as em espaços limitados. Background
com cor sólida é sempre uma boa solução. Evite sombras e efeitos muito elaborados.
BACKGROUND
Fundo. Esse termo é sempre usado para descrever o fundo de um layout. Pode ser uma cor, uma arte ou uma paisagem. Ex.: uma menina está
no background azul. Ou o casal está em um background de folhagens. O texto fica sobre um background de praia.
GUIDELINES
Diretriz. Normalmente, uma marca possui uma diretriz para o seu uso. Por exemplo, que cores uma marca pode ter, qual fonte pode ser usada
etc. Assim, a comunicação fica alinhada, formando um todo coerente, tanto no tom de voz da marca quanto visualmente.
FONTE DE SISTEMA
Os banners podem ser fixos, animados ou interativos. Há inúmeros formatos e possibilidades, e é possível criar formatos, porém o custo será
enorme. Se a ideia necessitar de um banner completamente diferenciado e se isso gerar um engajamento com o público que justifique a criação
desse banner, não há por que não correr atrás para usá-lo. Caso contrário, a criação segue dentro dos formatos preexistentes. É possível
compensar com uma boa ideia a limitação de um formato que não pode ser mudado.
Pensando em design responsivo e mobile first, alguns sites oferecem opções de mídia para as versões desktop e mobile. Tudo para não
interferir na UXD, ou User Experience Design.
Nenhum desses nomes e formatos precisa ser decorado, pois, com o tempo, você se familiarizará com eles. O importante é que você conheça
esses formatos e saiba que eles existem.
O peso do banner é muito importante, e os sites não aceitam veicular banners pesados. Imagine que, ao acessar um portal pelo seu celular
usando seu plano de dados (3G ou 4G), haja um banner de 100Mb para carregar. Isso vai consumir boa parte do seu plano de dados para ver
uma propaganda, e o site não quer perder esse usuário. Assim, cada site impõe suas regras para o peso de cada banner. Esse peso gira em
torno de 150Kb e 300Kb e, para mobile, 5Kb. Portanto, ao pensar em construir um banner, principalmente com animação, é fundamental ser
simples, para que ele seja leve.
É todo design arquitetado para a experiência do usuário ser a melhor possível. A UXD dos iPhones está entre as melhores do mundo por ser
muito intuitiva.
Cada banner ou campanha deve ser avaliado individualmente, cada caso tem sua necessidade especial. Não há regras rígidas. Seguem
sugestões de algumas boas práticas para o desenvolvimento de banners.
TEXTOS
A compreensão do banner deve ser rápida. Um banner tem um segundo para causar boa impressão e três segundos para atrair ou perder o
consumidor. É bom que o texto seja curto e objetivo. Por isso, é importantíssimo que o diretor de arte esteja alinhado com o redator.
IMAGENS OU VÍDEOS
As imagens precisam ter boa resolução, podendo ser ampliadas sem pixelizar. Ajuda muito se a imagem escolhida tiver uma área de respiro
para adaptar formato. Cuidado com a utilização de vídeos, pois eles costumam ser pesados demais, o que pode inviabilizar seu banner. Gifs
funcionam muito bem, podem ser uma preferência. Uma das utilizações mais comuns em banners é a imagem do produto recortada sob um
background de cor sólida. Outra utilização comum são imagens de ambientes (por exemplo, uma mulher sentada no sofá da sala) ocupando um
espaço definido do banner. Dessa maneira, é mais fácil a adaptação de formatos.
CORES
Pense em cores complementares que deem destaques, ou em cores neutras que tenham contrastes entre si. Cores complementares são
aquelas opostas em um círculo cromático. Por exemplo, amarelo e roxo, azul e laranja. Isso ajuda a não utilizar somente preto e branco como
contraste. Preto, branco e cinza são as chamadas cores neutras, que ajudam bastante a obter esse contraste: cores escuras junto ao branco; e
cores claras junto ao preto e cinza, variando seu tom para contrastar ao fundo. Os monitores dos diretores de arte em uma agência são bem
melhores que o da maioria das pessoas em casa. Então, é fundamental lembrar que o banner vai aparecer para quem tem monitor
completamente descalibrado ou supersaturado. E é importante garantir a legibilidade. Se as cores não ajudarem, a leitura fica prejudicada.
BOTÃO
O usuário não deve ter dúvidas sobre onde clicar, ou seja, o botão deve ser muito evidente. Ele sempre chama para uma ação: clique aqui,
saiba mais, conheça, descubra, divirta-se, cadastre-se.
O botão deve ter no mínimo 40px x 40px. Alguns formatos para mobile não permitem botão, então use recursos visuais para indicar o clique,
como sublinhar o texto ou usar setas (>>>) para que o usuário identifique onde clicar.
FONTES
É mais seguro ter um tamanho mínimo para as fontes a fim de garantir a leitura do texto. Porém, essa questão depende muito do tamanho do
banner. É importante que seja avaliado cada caso, priorizando a leitura sem perder a harmonia estética da peça. Veja alguns exemplos com a
fonte Helvetica em três formatos distintos: retângulo médio, skyscraper e mobile banner.
TEMPO
Esse tópico serve para banners animados. Não pode ser rápido demais, dando tempo para a leitura do anúncio, nem lento demais, para não
ficar chato. Uma boa medida é três tempos (segundos) de leitura, se necessário quatro (segundos), sem contar os segundos finais para clique. O
que chamamos de tempo de leitura é realmente o tempo que alguém leva para ler seu texto. Há textos que podem ser lidos em três segundos e
outros em menos de um segundo. Um banner não deve ter mais de oito segundos no total, e a tela final com botão para clique deve ter, no
mínimo, dois segundos. Logo, os tempos de leitura devem ser bem distribuídos nesses seis segundos que restam. Um banner muito longo,
mesmo que interessante, pode ficar pesado demais e inviabilizar sua veiculação.
ANIMAÇÃO
Pense como funcionaria a animação do seu vídeo. Que elemento entraria primeiro? E em seguida? E depois? O papel do diretor de arte aqui é
pensar qual o ritmo desse banner e qual a prioridade das informações. Se for mais agitado, pode ser um GIF. Se fizer mais sentido, o produto
entra com mais suavidade. É necessário pensar na entrada do texto também. Ou ainda em que momento o logo aparece. Desenvolver essa
dinâmica do banner é um papel do diretor de arte.
Obs.: Normalmente, nas grandes agências, quem cria a peça digital não faz a sua animação. Quem faz isso é um departamento exclusivo,
“Motion e Programação”, por exemplo. Os banners são, em sua grande maioria, programados em HTML5. Isso desde 2015, quando o Google
STORYBOARD
Para apresentar a ideia de um banner animado ou interativo, é montado um storyboard, um roteiro, que deve conter todos os elementos e
animações que existirão no banner, com um passo a passo de cada acontecimento.
A sigla GIF significa Intercâmbio de formatos gráficos. Ou seja, imagens colocadas em sequência repetitivamente de modo que se tenha a
impressão de movimento.
HTML5
Linguagem de programação. A partir dessa programação, é possível dar movimento aos banners, por exemplo.
FLASH
Linguagem de programação. A partir dessa programação, é possível dar movimento aos banners, por exemplo. Por gerar arquivos mais
pesados, acabou caindo em desuso.
ATIVIDADE
O objetivo dessa atividade é transformar um anúncio em um banner, mas sem usar o computador. O exercício será bom para analisar e perceber
todas as possibilidades sem mexer no tamanho de cada elemento.
ATENÇÃO
Isso não é uma atividade para a criação de um banner, é apenas para você ensinar o seu cérebro a trabalhar com o mesmo layout em diferentes
formatos.
Você vai precisar de: tesoura, 2 folhas de papel tamanho A4, papel colorido, revista ou jornal e régua.
Tire fotos e analise se funciona, mostre a outras pessoas para ver se elas entendem. Identifique se falta algo, monte e remonte. É um ótimo
exercício. Pode-se trabalhar também com um passo a passo de leitura, como se tivessem animação. Faça do jeito que achar melhor.
Veja como ficaram duas possibilidades de resultados com os anúncios acima remontados:
Mais uma vez: não há certo e errado. Sua criatividade vai guiar os planejamentos e resultados. O importante é testar, treinar, exercitar seus olhos
e suas ideias.
Anúncio 2 - Formato quadrado
Vamos abordar quatro grandes plataformas sociais: Facebook, Instagram, YouTube e Twitter. O que diferencia essas mídias de uma mídia
tradicional é a forma como cada uma delas é consumida pelo internauta.
Mais um “personagem” é a pessoa que quer ver uma live de uma dupla sertaneja.
Refletindo sobre o uso individual das redes sociais, é possível notar que, em cada uma delas, há uma finalidade, um tipo de consumo diferente.
Por isso, a criação para as mídias sociais trata menos de formatos e mais de consumo da plataforma. Ainda assim, antes de se concentrar na
adequação da direção de arte e criação para cada plataforma, passaremos rapidamente pelos formatos.
FACEBOOK X INSTAGRAM
Ambos têm formatos muito parecidos, permitem anunciar com foto, vídeo e stories. É possível mesclar fotos e vídeos utilizando o recurso
carrossel ou até fazer uma loja por apenas um período e efetuar vendas no recurso Anúncios de Coleção. Todas essas publicações são feitas
diretamente pela plataforma conectada ao perfil do anunciante. A maioria das artes pode ser feita na resolução máxima recomendada 1080 x
1920 px, mantendo o tamanho limite de 4Gb para vídeos e 30Mb para fotos.
No Instagram, o consumo de imagens é muito rápido, as mensagens são passadas em fotos, muitas vezes sem texto. São imagens carregadas
de informação. Uma simples foto de praia vem contar que o internauta foi para a Bahia, está em um relacionamento novo, emagreceu, cortou o
cabelo e comprou óculos novos. Além disso, a plataforma está ligada à diversão, ao relaxamento e às descobertas. É onde se busca um do it
yourself de decoração, uma receita fácil e impressionante para o date e uma inspiração para o look do dia.
No geral, o Facebook tem um consumo mais lento, as pessoas estão lá dispostas a ler uma informação nova. No Instagram, isso não acontece.
Os usuários estão lá para ver imagens e dar scroll.
Quando pensamos em um anúncio para o Instagram, ele deve ser uma imagem carregada de informação, ou um vídeo com uma história boa o
suficiente para ser contada sem som. Os feeds das duas plataformas são mudos inicialmente, o som só é ativado se o usuário se interessar pelo
conteúdo. O Facebook permite um pouco mais de tempo, mas não muito. Para garantir boa performance, os anúncios só permitem que o texto
ocupe 20% da sua área total. O texto deve ser rápido e objetivo, como uma isca que o envolva e ganhe o clique do consumidor.
Logo, nas duas plataformas, a direção de arte tem um papel importantíssimo. Precisa se diferenciar, chamar a atenção, causar interesse e
envolvimento das pessoas, isto é, engajá-las. Campanhas nessas plataformas não são anúncio de revista veiculados na internet (por mais que
isso faça parte de muitas entregas no dia a dia das agências). É imprescindível pensar em que experiência cada plataforma pode oferecer. É
isso que fará sua ideia ser genial.
São inúmeras possibilidades de veiculação e diversas possibilidades de duração. Cada qual varia muito de acordo com a história que se tem
para contar. Com uma boa história, um lindo visual, imagens ou aspecto diferentes, é possível gerar surpresa. Em geral, é isso que capta a
atenção das pessoas. É isso que gostam de assistir. O formato mais desafiador talvez seja o skip ad, aquele que pode ser pulado depois de
seis segundos. O filme publicitário tem seis segundos para convencer o internauta a ficar no seu anúncio, e é muito pouco.
Fez uma série de filmes aparentemente normais, em que o vídeo pausa aos dois segundos, e entram o logo e o locutor em off; nada de novo. Até
você notar que os atores estão todos fingindo que o filme parou. Só a curiosidade de saber por que estão todos em modo estátua e o que vai
acontecer depois gerou um buzz enorme para marca, e o filme ganhou prêmios de criatividade. Uma dificuldade que se tornou a “sacada” da
campanha. Veja dois deles a seguir.
O Twitter é uma plataforma singular. Seu consumo é imediato. No Twitter, o importante é conseguir entrar na conversa do momento. É uma
plataforma ligada a outros meios. Por exemplo, o que acontece na TV é refletido no Twitter. Masterchef, BBB, final da novela, futebol, telejornal e
fofocas. Toda a programação da TV é compartilhada e comentada nessa plataforma em tempo real. O que vai falar mais alto é o melhor uso
desses acontecimentos. Para explorar os dados do Twitter, é possível se guiar pelos trending topics. Esse item mostra que assuntos (podem ser
programas de TV, por exemplo) estão com a audiência nas alturas. Esse é o foco.
Veja uma grande campanha feita para o Twitter criada para a Volvo:
A marca fez uma promoção durante a final do Super Bowl (campeonato de futebol americano nos Estados Unidos), momento em que a mídia é
extremamente cara, pois a audiência é enorme. A campanha oferecia um carro da Volvo como prêmio. Para concorrer, bastava twittar
#volvocontest durante a propaganda de qualquer outro carro. O que aconteceu é que todas as outras marcas de carro tiveram de dividir sua
audiência com a Volvo. Enquanto o comercial concorrente passava, os internautas deixaram de assisti-lo para twittar. Ou seja, a Volvo roubou a
audiência do Super Bowl por um custo baixíssimo.
MÓDULO 2
A propaganda, até a década de 1950, apenas apresentava seus produtos. Era necessário muito texto.
Em 1960, começou-se a incluir ideias nos anúncios, e as marcas passaram a ditar comportamentos.
E foi assim até início da década de 1990, quando a internet começou a se popularizar e trouxe um comportamento completamente diferente e
mutante.
De lá para cá, tem sido necessário se reinventar constantemente, pois, a cada nova plataforma criada, uma nova maneira de conversar surge e
novos comportamentos são descobertos. Como profetizou McLuhan, o meio é a mensagem.
HERBERT MARSHALL MCLUHAN (1911-1980)
Um dos mais importantes teóricos da comunicação. Quase 30 anos antes de a internet existir, ele vislumbrou seu aparecimento.
A principal mudança que esse novo comportamento trouxe para a propaganda foi que as marcas tiveram de parar de impor um comportamento e
passar a seguir um comportamento.
Para se conectar com o consumidor atualmente, o publicitário deve entender suas necessidades e oferecer o produto de maneira a preencher
essa necessidade, o que vale para qualquer meio de comunicação.
Na internet, isso se torna ainda mais minucioso porque é possível subdividir o público-alvo por interesses, colocá-los em grupos (clusters) e,
assim, desenvolver uma conversa diferente com cada um desses grupos. Essa é uma das características mais instigantes da publicidade digital.
O produto a ser trabalhado é um relógio, e existem dois tipos de homens que representam exatamente o público que se quer atingir. Têm a
mesma idade, mesma renda, são solteiros e até vizinhos no mesmo bairro. Porém, um deles faz crossfit, e o outro é surfista. A criação de arte
deve se perguntar se faz sentido se comunicar da mesma maneira com eles. Se a internet possibilita que você saiba dessas preferências, é
valioso usar essa informação para falar a mesma língua que o consumidor e aproximá-lo. Qualquer campanha se torna mais atraente se
conversar com os interesses pessoais de cada um.
Para o “crossfiteiro”, a mensagem pode ser a resistência do relógio. Para o surfista, é mais interessante mostrar o benefício de ser à prova
d'água, por exemplo. Um dos primeiros focos, portanto, é descobrir quem é seu consumidor. Em seguida, em qual plataforma está. Por fim, como
conversar com ele por lá.
A Netflix, por exemplo, faz esse diálogo muito bem. Cada conteúdo da plataforma tem várias capas, e cada capa será direcionada a um perfil de
pessoa diferente. Faça o teste, conecte o seu celular na Netflix e peça o mesmo a alguém da sua família ou a um amigo. Busque um conteúdo
original Netflix (Sex education, Stranger Things, The Goop Lab) e compare as capas.
No caso das campanhas publicitárias, a mesma campanha pode ter uma imagem para o Instagram, um sticker para o stories e um desafio de
dança para o Tiktok.
SAIBA MAIS
De maneira geral, quando se cria sem pensar na plataforma, as ideias são bem mais grandiosas. Mas nem sempre é possível contar uma
“história” de determinada maneira. Muitas vezes, em agências, é preciso seguir um briefing que já determina o público e as plataformas a serem
trabalhadas. É preciso pensar nessa situação não como limitadora, mas como desafiadora.
BRIEFING
Uma big idea pode ter sua melhor versão como um site, que organiza a big data e usa as plataformas sociais para sua divulgação. Ou a ideia
pode ser um show que será divulgado como live, contará com um influencer divulgando nas plataformas e depois terá as músicas veiculadas no
Spotify. Pode-se desenvolver um conteúdo de entretenimento e envolver o público nessa história. Os caminhos são muitos, e a inventividade e a
sensibilidade são os guias.
O processo criativo para ideias digitais não é muito diferente daquele para ideias offline. O básico é estar atento e conectado. Um bom exercício
é conhecer os vencedores dos principais festivais de publicidade.
Quando uma ideia é criada, é comum que ela precise ser desdobrada para várias mídias e plataformas. Cada desdobramento tem uma
finalidade. Vamos falar de dois tipos: Tornando a ideia multiplataforma e Ativação da campanha. Conheça-os a seguir.
Muitas vezes, uma campanha possui públicos em várias plataformas, precisando, então, cobri-las com conteúdo direcionado de maneira
estratégica. O instigante desse pensamento é justamente a divisão entre as plataformas. Assim, cada peça é colocada em um lugar. Não é
necessário contar uma história toda no Instagram, a história toda de novo no Facebook e, de novo, tudo no YouTube. Divide-se o todo em partes
e é montado um grande quebra-cabeça. Tendo como base o conhecimento dos principais meios (como apontado no módulo anterior) e como
eles se comportam, será possível analisar e ilustrar esse desdobramento multiplataforma.
DICA
Vale voltar a falar dos banners. Normalmente, em meio a uma campanha multiplataforma, aproveitando que a marca está em alta, as empresas
usam os banners com toda a linha de produto para venda. Principalmente por ser uma mídia de leitura rápida e finalidade objetiva, não há tempo
de contar histórias. Aliam-se (e alinham-se), portanto, duas estratégias.
Behind the Mac foi uma campanha multiplataforma que aproximou pessoas comuns e gênios da atualidade por meio de um ponto em comum:
seu computador Mac. Associou essa ideia à de que as grandes mentes precisam estar atrás de um grande equipamento, mexendo com a
vaidade do público, o que se desdobrou em várias plataformas, adequando a campanha a cada uma das linguagens, usando a hashtag
#behindthemac (Atrás do Mac ou Por trás do Mac) para gerar uma conversa unificada.
COMENTÁRIO
A campanha gerou um engajamento tão grande que pessoas anônimas começaram a postar suas imagens Behind the Mac. Explore a hashtag
#behindthemac e busque esse videocase.
Ativação da campanha
A campanha de determinada marca pode ficar no ar por um longo período (seis meses, por exemplo).
Para que continue tendo relevância e envolvimento do público, muitas vezes, são feitas “ativações” desse assunto nas redes sociais. Essas são
ideias capazes de gerar engajamento e reativar a conversa sobre a marca ou o tema relacionado a ela. Foi o que aconteceu na campanha de
Centrum. Durante o período da campanha offline, foi feita uma ativação nas redes sociais para relembrar o tema de uma alimentação completa.
Com o site de receitas Tasty Brasil, Centrum criou receitas ricas em vitaminas para melhorias específicas, provando que não é possível ter todas
as vitaminas necessárias em uma única refeição, dizendo que “O que faltar Centrum complementa”.
SAIBA MAIS
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação de arte para o meio digital é extremamente rica e dinâmica. Se a publicidade se renovou quando passou a ouvir o que o público quer
em vez de ditar comportamentos, é no meio digital que essa transformação fica mais viva e próxima das pessoas. Pensar campanhas que
contemplem as diferentes plataformas não descarta pensar os meios offline. Cada campanha pode precisar de um desdobramento específico.
Isso se deve muito ao objetivo e à estratégia da marca. Cabe aos diretores de arte saberem conversar em cada meio para, assim, colocar a
marca para dialogar também.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AJUDA DO ADSENSE. Personalização de anúncios. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
FACEBOOK FOR BUSINESS. Anúncios do Instagram. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
FACEBOOK FOR BUSINESS. Conheça as campanhas premiadas no Face Awards 2017. Publicado em: 15 jun. 2017.
FACEBOOK FOR BUSINESS. Facebook e Instagram: um comportamento diferente para cada Feed. Publicado em: 18 ago. 2016.
IAB TECH LAB. IAB New Ad Portfolio. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
IBGE EDUCA. Uso de internet, televisão e celular no Brasil. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
MUNHOZ, J. Entenda o que é mobile first e conheça as suas principais vantagens. In: MOBLEE. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul.
2020.
PAGANO, M. P. Resoluções e telas dos celulares e computadores. In: Medium. Publicado em: 14 mar. 2018.
REPERTÓRIO CRIATIVO. Calendário de festivais publicitários. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
SERRADAS, V. A importância do design responsivo. In: UX Collective. Consultado em meio eletrônico em: 1 jul. 2020.
EXPLORE+
É importante ter um conhecimento básico de nomenclaturas da propaganda, de direção de arte e dos termos do meio digital. Um bom site
de consulta para isso é Plugcitários.
O Google Fonts é um ótimo banco de fontes de sistema. Todas de graça para baixar e usar.
Pesquise formatos detalhados de mídia, banners e outros recursos diferenciados para cada plataforma digital e sites.
Julia Zapparoli
CURRÍCULO