Capítulo Do Livro História Da Educação
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Capítulo Do Livro História Da Educação
EDUCAÇÃO
História da educação
Caroline Silveira Bauer
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A educação brasileira é um direito de todos os cidadãos, sendo obrigatória para
crianças e jovens. Na prática, esse direito e essa obrigação são atravessados por
muitas outras questões. Em algum período histórico a educação não foi reconhe-
cida como um direito e, portanto, o Estado se eximiu de sua responsabilidade? A
educação esteve acessível a todos os habitantes da América portuguesa ou do
Império do Brasil? Durante quase 400 anos, a escola foi um espaço destinado a
pequenos grupos pertencentes às elites econômicas e políticas, e a massificação
do ensino ocorreu há menos de 100 anos, na década de 1930.
Essas informações demonstram a relevância do aprendizado da história da
educação, estudando as continuidades e as rupturas ao longo do tempo, os projetos
ideológicos e políticos e os beneficiários das políticas educacionais. Por meio
desse estudo, conseguimos evidenciar a relação da educação com a ideologia,
compreendendo a escola como um espaço político que está em disputa por
diferentes visões de mundo. Além disso, podemos compreender os papéis sociais
da escola em relação à formação de identidades e subjetividades.
Neste capítulo, você vai conhecer um panorama sobre a história da educação no
Brasil em seus diferentes períodos históricos. Além disso, vai ver qual é a relação
entre a ideologia e a escola e como as visões de mundo impactam diretamente
nas concepções de ensino. Por fim, vai estudar o papel que a escola desempenha
2 História da educação
(SAVIANI, 2013). Além das áreas de educação e saúde, o ministério era res-
ponsável por temas relativos ao esporte e ao meio ambiente.
Esse conjunto das Leis Orgânicas do Ensino, editadas de 1942 a 1946, estabeleceram
o ensino técnico-profissional (industrial, comercial, agrícola); mantiveram o caráter
elitista do ensino secundário e incorporaram um sistema paralelo oficial (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial [Senai] e Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial [Senac]). A Reforma Capanema incorporou também algumas reivindi-
cações contidas no Manifesto de 1932, a saber: a) gratuidade e obrigatoriedade
do ensino primário; b) planejamento educacional (Estados, territórios e Distrito
Federal deveriam organizar seus sistemas de ensino); c) recursos para o ensino
primário (Fundo Nacional do Ensino Primário) estipulando a contribuição dos
Estados, Distrito Federal e dos municípios; d) referências à carreira, remuneração,
formação e normas para preenchimento de cargos do magistério e na administração.
[...] a nova Carta Magna brasileira define em seu artigo 208 que o dever do Esta-
do com a educação será efetivado mediante a garantia de ‘ensino fundamental
obrigatório e gratuito’, considerado ‘direito público subjetivo’. A efetivação desse
direito, um avanço em termos de políticas públicas educacionais, proporcionou
mudanças importantes na educação pública brasileira.
Para saber mais sobre a vida de Paulo Freire, acesse o site Memórias
da Ditadura e pesquise pela biografia do educador.
Referências
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.
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Leitura recomendada
ANPED e a BNCC: luta, resistência e negação. Associação Nacional de Pós-Graduação
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