Trabalho Semestral de Resolução de Problemas

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TRABALHO SEMESTRAL DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Aula 3 – Conflito aparente de normas penais, lei penal no tempo e tempo do


crime.

1) Tício seqüestra Sabina em 5 de março de 2013, quando estava em vigor o atual


Código Penal, que punia tal crime com pena que variava de 1 a 3 anos de reclusão (art.
148 do CP). Imagine que em data de 7 de março de 2013 entra em vigor a Lei Y, que
aumenta a pena para tal crime, fixando-a entre 3 e 6 anos de reclusão. No dia 10 de
março de 2013, depois de 5 dias em que esteve mantida em cárcere privado, Sabina é
libertada, graças à ação da polícia. Qual lei deve ser aplicada para punir Tício, o
Código Penal em sua redação original, ou com a redação da Lei Y? Justifique.

A lei utilizada para punir Tício devera ser o art. 148 do CP com a pena que variava de 1 a 3
anos de reclusão, pois a Retroatividade da lei penal acontece apenas quando a uma nova lei
entra em vigor, aumentando a pena para um crime que já esta ocorrendo, assim podendo
retroagir a lei para ajudar o autor do crime a ter uma pena menor.

Aula 4 – Lei Penal no espaço. Disposições dos artigos 10, 11 e 12 do CP.

2) Juan, cidadão argentino, é funcionário contratado pela União e presta serviços à


Embaixada Brasileira em Buenos Aires. Certo dia, aproveitando-se de ocasião em que
os demais funcionários da embaixada estavam assistindo a um jogo da seleção
brasileira, Juan entra na sala de almoxarifado e de lá subtrai para si 50 cadernetas de
passaporte não preenchidas, as quais pretendia vender no mercado negro. Tendo o
circuito interno de vigilância filmado a ação de Juan, foram apreendidas as cadernetas
em sua casa, graças à autorização da Justiça Argentina. Processado naquele país, Juan
foi absolvido por insuficiência de provas. Pergunta-se: Juan ficará sujeito à lei
brasileira? Há algum princípio de extraterritorialidade que se aplica ao caso? Explique.
Sim, Juan ficará sujeito à lei brasileira, pois segundo o Art. 7º - Ficam sujeitos à lei
brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido
ou condenado no estrangeiro.

Aula 6 – Conduta; Teorias da Conduta; Ação e Omissão; Fase da realização da


conduta.

3) Roberto possui uma propriedade rural onde passa os finais de semana. Numa terça-
feira, Elias, seu inimigo, aproveitando-se da ausência de pessoas no local, ateou fogo
no capim seco que havia ao redor da casa existente na propriedade de Roberto,
pretendendo com isso que a casa viesse a incendiar-se. Sidnei, vizinho da propriedade
rural de Roberto e amigo deste, presenciou a conduta criminosa de Elias, sem nada
fazer. Sidnei deve ser punido pela omissão? Justifique.

Sidnei não será punido pelo crime, pois de acordo com o Art.13, § II, CP, o dever de
agir se incumbe apenas a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Sidnei era somente amigo de Roberto, não havendo nenhuma obrigação sobre
vigilância ou proteção sobre a casa.

Aula 7 – Dolo, culpa e suas modalidades.

4) Mévio quer matar Tício e Tício quer matar Mévio. Mévio esconde-se dentro da
caixa d'água vazia que está instalada no sótão da nova casa de Tício, onde aguarda este
chegar, a fim de matá-lo durante a madrugada, quando pretende descer pela porta que
dá acesso ao sótão e surpreender a vítima enquanto dorme. Tício passara a tarde
arquitetando plano para matar Mévio e não chegou à conclusão alguma, resolvendo
voltar para casa e pensar melhor no assunto no dia seguinte. Antes de voltar para casa,
Tício passa na companhia de abastecimento e solicita a ligação de água em sua casa,
no que é prontamente atendido. A ligação de água é feita, a caixa d'água é abastecida e
Mévio, que não consegue sair de lá, morre afogado, o que vem a ser descoberto vários
dias depois, por conta do sabor estranho que Tício sentiu na água. A conduta de Tício
é causa da morte de Mévio? Tício deve responder por crime de homicídio? Em caso
positivo, trata-se de homicídio doloso ou culposo?

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro
deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo

Aula 8 – Nexo causal, tipo, tipicidade

5) Rodrigo Cambará enfrenta Bento Amaral em duelo de arma branca, em virtude de


desentendimento que teve como estopim a disputa pelo amor de Bibiana. Durante o
duelo, Rodrigo imobiliza Bento e passa a gravar seu nome à ponta de faca no rosto do
desafeto, postergando a execução. Neste ínterim, Bento saca traiçoeiramente revólver
que trazia consigo e dispara, ferindo Rodrigo e quase o levando à morte. Passadas
algumas semanas, ambos os contendores se recuperam. Bento decide então realizar
cirurgia plástica, a fim de retirar a marca infame de seu rosto, com a qual não
conseguia viver. Durante a cirurgia plástica, Bento sofre parada cárdio-respiratória,
causada por reação alérgica à anestesia, e morre. Pergunta-se: de acordo com a Teoria
da Equivalência dos Antecedentes, a conduta de Rodrigo, ao gravar seu nome à faca
no rosto de Bento, é causa da morte? Deve Rodrigo responder por homicídio?
Explique.
Sim, Rodrigo deve ser julgado por homicídio, pois segundo a teoria da equivalência dos
antecedentes (art. 13, CP), o seu comportamento de gravar seu nome no rosto de Bento
Amaral, criou a ocorrência da morte.

Aula 9 – Tentativa. Desistência voluntária. Arrependimento eficaz.


Arrependimento posterior. Crime impossível.

6) Romeu, casado com Julieta há 30 anos, já não suporta mais a mania desta de tomar
chimarrão com as vizinhas, justamente no domingo de tarde, durante os jogos de seu
time, que ele assiste na televisão. Num determinado domingo, em que o volume da
conversa feminina é maior que o volume máximo da televisão, Romeu decide
exterminar o mal pela raiz. De noite, Romeu, sem que Julieta perceba, insere veneno
na xícara com café da esposa. Julieta bebe e vai dormir. Logo após, Romeu pensa em
tudo que ele e Julieta viveram juntos nos últimos 30 anos e arrepende-se sinceramente.
Vai até o quarto, onde encontra Julieta ainda sã, e conta-lhe o que fizera. Diz a ela que
a ama e está arrependido, implorando-lhe que beba o antídoto contra o veneno. Julieta,
decepcionada, recusa-se a beber o antídoto, dizendo que poderia fazê-lo, mas prefere a
morte a viver sabendo que seu amado fizera aquilo, vindo a falecer. Deve Romeu
responder pelo crime de homicídio? O arrependimento eficaz lhe favorece? Explique.

Romeu devera responder pelo crime de homicídio doloso, tendo seu arrependimento
inútil devido à morte de Julieta, tendo apenas o seu arrependimento eficaz caso
cumprisse as exigências do Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos
já praticados.

Aula 10 – Erro de tipo. Erro de pessoa. Antijuridicidade.


7) Marta encontra sua inimiga Inês na beira de um lago, segurando um pacote. Como é
escuro e aparentemente não há ninguém nas redondezas, Marta resolve aproveitar a
oportunidade para matar Inês, o que efetivamente vem a fazer através de disparo de
arma de fogo. Após, descobre que no pacote que segurava Inês havia uma criança, que
aquela pretendia afogar no lago, e que acabou sendo salva graças à ação de Marta.
Flagrada, Marta afirma ter agido em legítima defesa de terceiro, ou seja, da criança. Na
condição de juiz, aprecie o argumento de Marta.

Aula 12 – Concurso de Pessoas

8) Tício é servidor público, exercendo suas funções no INSS, onde é o encarregado


pelo controle do almoxarifado central do órgão, regulando o estoque de materiais de
expediente do órgão. Lá é entregue uma carga de 120 toneladas de papel A4. Tício é
amigo de Mévio, proprietário de uma loja de artigos de papelaria. Ambos arquitetam
plano para, juntos, tomarem parte do papel e o venderem na loja de Mévio, com
repartição dos lucros. Assim, Tício passa a enviar o papel para agências do INSS
mencionando nos documentos de remessa sempre uma quantidade maior do que a
efetivamente enviada. A diferença é apanhada por Mévio no almoxarifado do INSS,
onde o papel lhe é entregue todos os dias por Tício. Descoberto o golpe, ambos são
presos. Tício responderá pelo crime de peculato (art. 312 do CP). Mévio deverá
responder por peculato ou por apropriação indébita (art. 168 do CP)?
O crime previsto pelo art. 168 do CP diz que Mévio precisa responder por apropriação
indébita, não podendo responder por peculato, pois não pode ser julgado pelo art. 312
do CP.

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