Valéria 3

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Repertório Sociocultural - Bell Hooks

Biografia de bell hooks

bell hooks (1952-2021) foi uma pensadora, professora, escritora e ativista negra norte-americana de grande importância,
principalmente para o movimento antirracista e feminista. Batizada com o nome de Gloria Jean Watkins, nasceu em
Hopkinsville, ao sul dos EUA em 25 de setembro de 1952. Com uma longa trajetória acadêmica, bell escreveu e publicou mais
de 30 livros, em que apresenta sua visão de mundo empática e de resistência. Os temas que defendia em sua obra são a luta
contra o racismo, a importância do amor, a desigualdade social e de gênero e a crítica ao sistema capitalista.

Por que bell hooks se assina com letra minúscula?

É curioso, mas o nome que a escritora adotou - bell hooks - se escreve assim, com letras minúsculas. Essa foi uma maneira
que ela encontrou de evidenciar a importância de seus escritos e legado, e não de sua figura, evitando assim um personalismo,
valorizando a coletividade. O nome foi escolhido como homenagem à sua avó, Bell Blair Hooks, mãe de sua mãe.

Citações
“Quando somos ensinados que a segurança está na semelhança, qualquer tipo de diferença
parece uma ameaça.”

As ideias da autora conversam com o movimento negro e feminista, alinhadas às perspectivas de resistência e
transgressão das forças hegemônicas da sociedade. Nessa senda, os estudos de Hooks dialogam com teses/problemáticas
ligadas à força social na resolução e criação de imbróglios, ou seja, a autora reconhece e fundamenta o poder individual e
coletivo na construção do poderio social de intervenção. Além disso, dentro de parágrafos de desenvolvimento, é possível
relacionar a teoria de Hooks ao conceito de que o poder emana do povo (constituição do próprio Estado - Art. 1º, Parágrafo
Único - CF/1988). Logo, ao mobilizar suas forças em direção a um objetivo comum, a população

De mesma forma, a citação também pode ser diretamente relacionada à intolerância e à dominação de certos
agrupamentos sociais, configurando assim a hegemonia característica de uma sociedade capitalista, que reforça estereótipos
e marginaliza indivíduos que se destacam por sua singularidade. A compreensão de Hooks fomenta a perspectiva de que os
centros de poder e seus ocupantes têm, na intolerância, um mecanismo de defesa que busca não só excluir e subjugar, mas
também atacar e violentar sujeitos e grupos que estejam em discordância com as regras e valores dos grupos de dominação.
Nesse contexto,

Sendo assim, a obra também pode ser relacionada ao papel da escola e da família (quem ensina e educa) na
construção de uma educação/ensinamento, que considere e respeite as diferenças encontradas no corpo social. Dentro dessa
linha argumentativa, a harmonização dessa condição é fundamental e indispensável para a superação de conflitos baseados
na intolerância e exclusão de certos agrupamentos comunitários.

• Exemplo de Aplicação:

a) Outrossim, é notório que os aspectos ideológicos e educacionais interferem e fundamentam a persistência do óbice (Pode
ser substituído por uma referência direta à temática). Nesse sentido, de acordo com a autora feminista bell hooks (sic),
“quando somos ensinados que a segurança está na semelhança, qualquer tipo de diferença parece uma ameaça”. Sob
tal óptica, fica evidente que a reconfiguração desse anacronismo social depende, significativamente, da construção de um
sistema educacional

b) Além disso, a marginalização de sujeitos e identidades é uma consequência direta desse entrave. Nessa perspectiva,
torna-se evidente a ação da sociedade ao excluir e violentar os agrupamentos sociais marginalizadas (É possível substituir
agrupamentos sociais marginalizados pelo nome do grupo que está sendo afetado - mulheres, indígenas, deficientes),
distanciando esses sujeitos das possibilidades e oportunidades de ascensão social. Dentro desse contexto, essa ação de
exclusão, de acordo com bell hooks (sic), é resultado de uma sociedade que se estrutura na perspectiva de segurança a
partir da semelhança entre seus indivíduos e que, consequentemente, compreende as diferenças enquanto ameaças.
Sendo assim, é fundamental que haja uma reconfiguração do pensamento comunitário, possibilitando a aceitação e o
encorajamento das singularidades e coletividades menorizadas.
c) Ademais, torna-se premente destacar que o corpo social é orientado e formado a partir de uma percepção intolerante,
que direciona os indivíduos à segregação e violência contra sujeitos que se distanciem do perfil hegemônico. Nessa linha,
segundo a autora norte-americana bell hooks (sic), “quando somos ensinados que a segurança está na semelhança,
qualquer tipo de diferença parece uma ameaça”. Sob tal óptica, a superação do imbróglio está atrelada também a uma
reorganização dos princípios ideológicos e morais da sociedade, que devem ser baseados em concepções democráticas
e representativas de mundo. Dessa maneira, esse cenário nefasto só poderá ser modificado a partir da desconstrução de
crenças e ideologias que promovam a supremacia e o desrespeito a determinados grupos.

Citação 02

“Enquanto não consegui fazer minha voz ser ouvida, não consegui pertencer
verdadeiramente ao movimento. Antes de exigir que os outros me ouvissem, precisei
ouvir a mim mesma, para descobrir minha identidade.”

Dentro de suas obras, a autora realiza críticas à práxis pedagógica e à produção cultural, além de pontuar reflexões sobre
espiritualidade, amor e autoestima e as dinâmicas de raça, classe e gênero. Nesse sentido, enquanto repertório, hooks (sic)
pode fundamentar argumentos que postulem a ação individual do sujeito sobre si mesmo, caracterizando uma mudança que
ocorreria de dentro para fora: o indivíduo que é capaz de mudar a si mesmo e, consequentemente, o mundo. Nessa
perspectiva, é possível apresentar a citação da autora como uma analogia/exemplo de situação em que a autoafirmação foi
fundamental para a construção dos elementos identitárias que fizeram o sujeito reconhecer e lutar pelos seus direitos dentro
do movimento social e dentro do mundo. Assim, a citação acima pode ser anexada a argumentos que salientem o poder da
tomada de posição individual enquanto fator de superação para imbróglios que envolvam massas e indivíduos, salientando a
necessidade de reconhecimento e encorajamento da autonomia.

Assim, a fala de hooks (sic) pode fundamentar pensamentos relacionados à superação dos padrões de beleza, à
consciência de classe, ao papel da escola no processo de autoafirmação dos sujeitos e a argumentos/teses que
problematizem o reconhecimento do poder e da atuação social enquanto impulsionadores do óbice.

• Exemplo de Aplicação

a) Convém pontuar, ainda, que as atitudes individuais e a falta de autonomia dos estudantes (no lugar de estudantes, colocar
o nome do grupo social que está sendo atingido pelo óbice) influenciam diretamente a formação desse anacronismo social.
Nesse prisma, isso ocorre, dentre outros motivos, pela inexpressividade da consciência crítica do agrupamento, que não
direciona esses indivíduos para a construção de uma percepção política e engajada, alimentando, assim, uma abordagem
errônea da atuação social cidadã, pautada na submissão e permissividade. Sob tal ótica, segundo a socióloga e ativista
do movimento antirracista bell books (sic), a atuação política de um determinado grupo só é possível quando seus
elementos conseguem pertencer verdadeiramente ao movimento e, consequentemente, têm uma voz ativa para o mundo
e para si mesmos, passando assim por um processo de autorreconhecimento identitário. Dessa forma, para que haja a
superação do____________________(preencher com referência ao tema), torna-se urgente a construção de uma
consciência crítica-reflexiva da atuação comunitária desses estudantes, o que refletirá diretamente na reconfiguração
do/a____________________________________.

b) Com efeito, é premente que a transformação da consciência individual dos sujeitos seja compreendida enquanto fator de
amenização do óbice (pode ser modificado por uma referência direta à temática). Isso é verídico, porque, como
fundamenta a socióloga norte-americana bell hooks (sic), só é possível pertencer verdadeiramente a um movimento social,
a partir da participação crítica e reflexiva dos sujeitos, fundamentando uma atuação autônoma, guiada pelo pertencimento
e pela autoafirmação identitária. Nessa lógica, a reformulação do/da__________________________ (Tema) precisa ser
amparada na reconfiguração da autopercepção dos sujeitos atingidos por esse contexto deletério. Assim, por amparar-se
em critérios subjetivos e comunitários, a formulação de ações para resolução da problemática irá atingir diretamente a
estruturação do corpo social e dos princípios ideológicos anexados ao impasse.

c) Diante desse cenário, a modificação da consciência individual dos sujeitos (pode ser acrescentado uma especificação
sobre a crença que precisa ser modificada) deve ser compreendida enquanto fator de amenização do imbróglio. Essa
ação terá efeito, porque, dentre outros aspectos, é verídico que a ação coletiva é movida pelas ideologias e percepções
dos sujeitos que a constituem. Acerca disso, a socióloga norte-americana bell hooks (sic) aponta que só é possível
pertencer verdadeiramente a um movimento social a partir da autoafirmação dentro dos processos discursivos coletivos
e individuais. Nesse sentido, a superação do óbice só poderá ser constituída a partir de uma
“Enquanto não consegui fazer minha voz ser ouvida, não consegui pertencer
verdadeiramente ao movimento. Antes de exigir que os outros me ouvissem, precisei
ouvir a mim mesma, para descobrir minha identidade.”

• “Ser oprimido significa a ausência de escolhas.”


• “No momento em que escolhemos amar, começamos a nos mover contra a dominação, contra a opressão. No momento
em que escolhemos amar, começamos a nos mover em direção à liberdade, a agir de formas que libertam a nós e aos outros.”
• “Desde do início do meu envolvimento com o movimento de mulheres fiquei incomodada pela insistência das mulheres
brancas liberacionistas que a raça e o sexo eram duas questões separadas. A minha experiência de vida mostrou-me que as
duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento, dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido
negra e ter nascido mulher.”
• “Eu não terei a minha vida reduzida. Eu não vou me curvar ao capricho ou à ignorância de outra pessoa. Saber ser
solitário é fundamental para a arte de amar. Quando conseguimos estar sozinhos, podemos estar com os outros sem usá-los
como formas de escape.”
• “A maioria das mulheres, em especial as mulheres brancas privilegiadas, deixou até mesmo de considerar noções do
feminismo revolucionário, quando começou a alcançar poder econômico dentro da estrutura social existente”
• "Normalmente, quando as pessoas falam sobre a "força" das mulheres negras. Eles ignoram a realidade que ser forte em
face da opressão não é o mesmo que superar a opressão, essa resistência não deve ser confundida com a transformação."
• “Honrar a nós mesmas, amar nossos corpos, é uma fase avançada na construção de uma autoestima saudável.”
• “Eu não terei a minha vida reduzida. Eu não vou me curvar ao capricho ou à ignorância de outra pessoa.”
• “Patriarcado não tem gênero.”
• “Enquanto mulheres usarem poder de classe e de raça para dominar outras mulheres, a sororidade feminista não poderá
existir por completo.”
• “Antes que as mulheres pudessem mudar o patriarcado, era necessário mudar a nós mesmas, criando consciência.”
• “A sala de aula não é lugar de para as estrelas, é um lugar de aprendizado.”

• “É preciso distinguir e dar crédito às especificidades de cada aluno e ao seu papel para a abordagem de linha de montagem
para a aprendizagem.”

Djamila Ribeiro:

Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira.
É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. Tornou-
se conhecida no país por seu ativismo na Internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S.
Paulo.
• “Não dá para falar em consciência humana enquanto pessoas negras não tiverem direitos iguais e sequer forem tratadas
como humanas.”
• “A invisibilidade da mulher negra dentro da pauta feminista faz com que ela não tenha seus problemas nem ao menos
nomeados. E não se pensa em saídas emancipatórias para problemas que nem sequer foram ditos.”
• “Na maior parte da minha infância e adolescência, não tinha consciência de mim.”
• “Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito, impor minha existência numa sociedade que insiste em negá-la.”
• “O feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar contra uma opressão e
alimentar outra.”
• “Não dá para lutar contra o que não se pode dar nome. [...] E, quando não se sabe de onde vem, é mais fácil ir para onde
a máscara diz que é o seu lugar.”
• “Aqui no Brasil, como se criou esse mito da "democracia racial", de que todo mundo se ama e todo mundo é legal, muitas
vezes o próprio sujeito negro tem dificuldade para entender que nossa sociedade é racista.
• “O falar não se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir.”
• “O não ouvir é a tendência a permanecer num lugar cômodo e confortável daquele que se intitula poder falar sobre os
Outros, enquanto esses Outros permanecem silenciados.”
• “A vontade de ser aceita nesse mundo de padrões eurocêntricos é tanta que você literalmente se machuca para não ser a
neguinha do cabelo duro que ninguém quer.”
• “Devemos pensar uma reconfiguração do mundo a partir de outros olhares, questionar o que foi criado a partir de uma
linguagem eurocêntrica.”

Eduardo Galeano

Eduardo Hughes Galeano foi um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de 40 livros, que já foram traduzidos em
diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.

• “O mundo está dividido principalmente entre indignos e indignados, e todos sabem de que lado querem ou podem estar.”
• “Agora a América é, para o mundo, nada mais do que os Estados Unidos: nós habitamos, no máximo, uma sub-América,
uma América de segunda classe, de nebulosa identificação. É a América Latina, a região das veias abertas”
• “Se o clima fosse um banco já o teriam salvo”
• “A caridade é humilhante porque é exercida na vertical e de cima para baixo; a solidariedade é horizontal e envolve o respeito
mútuo.”
• “O código moral do final do milênio não condena a injustiça, mas sim o fracasso.”
• “Violência gera violência , como sabemos; mas também gera lucros para a indústria da violência, que a vende como um
espetáculo e a converte em mercadoria.”
• “Pobres contra pobres, como de costume: a pobreza é um cobertor muito curto, e todo mundo puxa para o seu lado.”
• “As paredes são a imprensa dos pobres.”
• “As crianças pobres são aquelas que mais sofrem com a contradição entre uma cultura que ensina a consumir e uma
realidade que os proíbe.”
• “A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi, e contra o que foi, anuncia o que será.”
• "Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."
• Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre"
• "A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhece-la."
• "Somos porque ganhamos. Se perdemos, deixamos de ser."
• “A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”
• “Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as
roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus.”

Judith Butler
Filósofa do movimento pós-estruturalista, esta norte-americana é considera uma das mais importantes teóricas do feminismo
atualmente. Além disso, Judith também defende a teoria queer, postulando que a identidade e a orientação de gênero não são
inatas, mas sim um constructo social.
• “Qualquer que seja a liberdade pela qual lutemos, deve ser uma liberdade baseada na igualdade.”
• “Os movimentos sociais devem unir as energias criativas e afirmativas das pessoas, não apenas reiterar os danos e produzir
uma identidade como sujeitos de dano.”
• “O jornalismo é um lugar de luta política… Inevitavelmente.”
• “Nós nos perdemos no que lemos, para voltar a nós mesmos, transformados e parte de um mundo mais expansivo.”
• “De certa forma, toda guerra é uma guerra sobre os sentidos. Sem alterar os sentidos, nenhum Estado poderia fazer guerra”
• “O trabalho intelectual é uma maneira de se conectar com as pessoas, de fazer parte de uma conversa em andamento.”
• “Existe uma boa maneira de categorizar os corpos? O que as categorias nos dizem? As categorias nos dizem mais sobre a
necessidade de categorizar os corpos do que sobre os próprios corpos.”

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