Principais Obras de Van Gogh
Principais Obras de Van Gogh
Principais Obras de Van Gogh
Vincent havia pedido para o irmão mais novo, Theo, interná-lo após uma série de
surtos psicóticos. Não é confirmado propriamente qual o problema de saúde que
acometia o artista, mas suspeita-se de bipolaridade e depressão profunda.
A tela acima ilustra o nascer do sol visto da janela do quarto onde Van Gogh
dormia. O trabalho apresenta alguns elementos peculiares como as espirais do céu
que imprimem uma noção de profundidade e movimento. Apesar do céu caótico, o
vilarejo que aparece na pintura tem ar pacato e alheio ao turbilhão exterior.
Os girassóis (1889)
Uma das obras-primas do pintor holandês, a tela que tem como protagonista um
vaso de girassóis tem dez versões.
A tela foi uma saudação feita ao amigo Paul Gauguin (1848-1903), que o visitou em
Arles, onde Vincent estava vivendo. Ao ver as imagens, Gauguin elogiou o colega
holandês ao afirmar que os seus girassóis eram mais bonitos do que as vitórias-
régias de Monet.
O que está no centro da mesa - o jantar - são batatas (daí o nome da tela). Todo o
quadro é pintado com o tom da cor da terra e a imagem contrasta o claro e o
escuro (repare como a luz no primeiro plano ilumina a mesa de refeição enquanto o
fundo permanece sombrio).
A pintura é considerada por muitos como a primeira obra-prima de Van Gogh e foi
feita quando o artista ainda morava com os pais. Diz-se também que a tela teria
sido feita sob a inspiração dos trabalhos de Rembrandt, um dos maiores pintores
holandeses.
O quarto (1888)
A pintura acima faz um registro do quarto que Van Gogh alugou em Arles. Na
imagem vemos detalhes da vida do pintor como os móveis de madeira e as telas
penduradas nas paredes.
Van Gogh faz uso de cores fortes e contrastantes na obra e, através dela,
percebemos um pouco de seu cotidiano. É curioso o fato de haverem duas cadeiras
e dois travesseiros quando se sabe que Vincent vivia sozinho.
Há suspeitas de que o quadro teria sido feito para o irmão, Theo, de modo a
confortá-lo para que soubesse que Van Gogh estava bem.
Não sabemos se Van Gogh teria cortado parte da orelha direita num episódio de
automultilação após ter se descontrolado com o amigo ou se havia sido atingido
com a navalha por Paul durante a discussão calorosa que teve.
Aqui está um quadro noturno sem ter usado tinta preta, somente maravilhosos azuis, violetas e verdes
Na tela vemos a primeira vez que Van Gogh experimentou pintar o céu com estrelas
pós-impressionistas.
A pintura é das poucas não assinadas pelo pintor, no entanto, não há qualquer
dúvida da sua autoria graças ao estilo apresentado e as cartas de Van Gogh, onde
ele se referia à pintura.
Até pouco tempo se achava que esse era o quadro final do artista, entretanto
pesquisadores do museu do pintor em Amsterdam descobriram um quadro
posterior, Raízes de árvores, mas que jamais chegou a ser completado.
Muitos teóricos leem na tela Campo de trigo com corvos o ambiente de depressão
e solidão vivenciado pelo pintor holandês, que sofreu ao longo de toda a vida com
perturbações mentais.
Pintado com cores leves e tons pastéis, a tela apresenta um ângulo curioso, como
se o espectador estivesse vendo a amendoeira por baixo. Os troncos, floridos,
representam justamente essa ideia de renascimento.
Uma curiosidade: o nome dado ao bebê, que nasceu no dia 31 de janeiro de 1890,
foi Vincent, em homenagem ao tio pintor. Foi esse único sobrinho que criou o
Museu Van Gogh, em 1973, em Amsterdam, em parceria com o governo holandês.
A tela onde Van Gogh pintou a sua própria cadeira é toda em tons amarelados
e representa a sua personalidade simples, enquanto a de Gauguin possui uma
atmosfera mais elegante.
A sua assinatura (Vincent) se encontra num espaço nada usual a meio do quadro
(na parte do fundo).
Foram cerca de 20 retratos do carteiro, da sua mulher Augustine e dos três filhos
do casal (Armand, Camille e Marcelle).
Eu estou agora trabalhando com um outro modelo, um carteiro com uniforme azul, com detalhes
dourados, uma grande barba no rosto, parecido com Sócrates.
O doutor era amante das artes e costumava comprar obras e se relacionar com
outros artistas. A conexão dos dois foi, num primeiro momento, intensa. Mas depois
se desentenderam e Vincent escreveu ao irmão:
Creio que não devo mais contar com Dr. Gachet. Em primeiro lugar, ele está mais doente do que eu, ou
pelo menos, tanto quanto eu. de modo que não há mais o que falar. Quando um cego conduz outro cego,
os dois não caem no buraco?"
A tela foi produzida depois de duas semanas que médico e paciente se conheceram
e o artista buscou retratar, como ele disse, "a aflitiva expressão de nossa época".
A obra foi finalizada poucos meses antes da morte de Vincent e é mais um indício
de que o artista passava por conflitos e grave sofrimento psíquico, mas ainda assim
tinha a crença em Deus e um "portal da eternidade", nome da obra.
Sobre o desenho e as litografias que fez desse tema, ele disse na época:
Hoje e ontem desenhei duas figuras de um velho com os cotovelos sobre os joelhos e a cabeça entre as
mãos. (...) Que bela visão faz um velho trabalhador, em seu terno de bombazina remendado com a
cabeça careca.
Nela, o artista optou por usar tons de amarelo para se representar em uma postura
onde encara o público com olhar firme, mas transmitindo também ansiedade, pois
logo se mudaria para o sul da França para passar uma temporada.
Esse é mais um dos 27 autorretratos do pintor e, sobre esse tipo de produção ele
afirmou:
Gostaria de pintar retratos que daqui a cem anos aparecessem como uma revelação (...) não por
fidelidade fotográfica, mas antes (...) pela valorização dos nossos conhecimentos e do nosso gosto
presente na cor, como meio de expressão e exaltação do caráter.
Quisera eu fazer os ciprestes como as telas dos girassóis, porque me surpreende que ninguém os tenha
feito como os vejo.
Esse óleo sobre tela tem 75,5 x 91,5 cm e está hoje em uma galeria na Grã-
Bretanha.
A casa amarela (1888)
O quadro acima, criado em setembro de 1888, retrata a casa onde viveu o pintor
quando deixou Paris. O criador alugou um quarto na casa amarela em maio do
mesmo ano em que pintou o quadro. O edifício onde residiu estava situado em um
quarteirão perto da praça Lamartine, em Arles.
Na casa, Van Gogh morava e trabalhava com outros artistas em uma espécie de
colônia, experimentando uma vivência coletiva, embora cada um tivesse o seu
próprio quarto.
A cidade escolhida pelo pintor estava a 16 horas de trem de Paris. Ao fundo da tela,
do lado direito, nota-se a presença de um elemento que pode representar a
possibilidade de fuga (um viaduto com o trem acima).
O pai, Theodorus van Gogh, era um pastor calvinista - Vincent também tentaria
seguir o caminho religioso do pai porém ser sem sucesso.
A mãe, Anna Carbentus, era dona de casa e havia perdido um filho ainda bebê
chamado Vincent. Com a nova gravidez, escolheu dar o nome do filho que havia
perdido à nova criança que iria nascer. Coincidentemente Vincent nasceu no
mesmo dia que o irmão, no ano a seguir.
De volta à Holanda, tenta seguir teologia com muita dificuldade. Acaba por ficar
com o cargo de pastor de uma pequena comunidade muito pobre na Bélgica. Depois
de algum tempo no cargo, decidiu abandonar a comunidade para se dedicar à arte
de forma integral.
Quando sinto uma terrível necessidade de religião, saio à noite para pintar as estrelas.
Van Gogh foi sustentado ao longo de toda a vida por Theo, seu irmão mais novo,
que foi um grande amigo e apoiador. Cartas trocadas entre os dois nos fornecem
pistas de como teria sido a vida do pintor.
O artista, que viria a se tornar um dos maiores nomes do pós-impressionismo, teve
uma vida curta. Van Gogh morreu com 37 anos (suspeita-se de suicídio) e produziu
900 quadros - tendo vendido apenas um em vida.