Capacitação EBD – Recursos Digitais e Interatividade

Prof. João Marcos Barros Fernandes

1. Introdução | O que são e por que usar?
Existem diversas formas de fazer uma aula interativa, o limite é a criatividade que o Espírito
Santo te dá (I Pedro 4.10,11). Os recursos digitais - seja computador, celular, tablet ou internet - são
novas ferramentas que a tecnologia nos proporciona.
Conforme estudo realizado pela Microsoft Corp., o tempo médio de atenção de um peixe
dourado sem foco é de 9 segundos, e as pessoas na era digital perdem a atenção após 8 segundos. Isso
significa que o Professor tem apenas 8 segundos para prender a atenção do aluno antes que ele tire o
celular do bolso (isso se já não estiver escondido entre as páginas da Bíblia) e começe a ignorar
completamente sua aula.
Quantos de vocês, lendo a bíblia ou outro livro, de repente percebeu que não se lembrava de
nada do último parágrafo que acabou de ler e que sua mente estava em um assunto completamente
distante? É exatamente isso que acontece com o aluno se sua aula for chata.
Por isso, sua aula deve ser, primeiramente, objetiva, para que o foco não se perca; e interativa
para que o aluno crie identificação com o assunto ministrado e mantenha o interesse ao longo do tempo.
A tecnologia não é obrigatória, muito menos a única forma de fazer uma aula interativa, mas
tem grande eficácia quando nosso público é formado por Jovens e Adolescentes, pois faz parte do seu
uso diário. O mais importante é fazer com excelência. (Colossenses 3.23 | Romanos 12.7)
Sendo assim, porque fazer uma aula interativa? Porque seu aluno já tem toda a informação do
mundo na palma da mão. Não basta passar informação, você deve envolve-lo no assunto e gerar
identificação.
2. Observação | O que não são?
Vale ressaltar que nenhum recurso substitui preparo e a qualidade do conteúdo ministrado. Sua
aula deve ser:
 Bíblica: prepare seu conteúdo, estude a palavra de Deus e livros complementares. O aluno
percebe quando você não sabe do que está falando (Hebreus 4.12). Não diga “eu acho”, diga
“está escrito”;
 Prática: o aluno deve conseguir aplicar o ensino na vida dele (Tiago 1.22);
 Evangelística: não adianta nada trazer um conteúdo extremamente teológico ou Científico se no
fim da aula seu aluno não souber do Jesus que deu a vida pelos seus pecados e deu o Espírito
Santo para completar nele a obra de salvação (I Coríntios 1.22-24);
 E espiritual: ore pela aula e pelos alunos, Jejue. Se o Espírito Santo não convencer (João 16.7-
13) todo o seu preparo e esforço perde o valor. Prepare a aula junto com o amigo Espírito Santo!
Por fim, a aula deve ser didática. É nesse ponto que entram os recursos e a interação. Eles são a
ponte que ligam o conteúdo ao aluno e o aluno ao conteúdo. Jesus usava parábolas com situações do
cotidiano, para que os ouvintes pudessem associar as verdades espirituais a aspectos da vida terrena.
Dessa forma, apenas os duros de coração “viam e não percebiam, ouviam e não entendiam” (Marcos
4.12). É pensando nisso que agora vamos conhecer algumas ferramentas e aprender a usá-las de forma
que contribua para sua aula.
"divertido não é o contrário de sério, é o contrário de chato." - Mauro Fantino
3. Slides
Os Slides não são nenhuma novidade, desde os tempo das cavernas o homem já usa figuras para
conectar as pessoas a ideias e histórias. Eles são excelentes para acionar os sensores visuais dos alunos,
e dão asas à sua criatividade com o uso de imagens.
Você pode usar os slides com função similar ao quadro branco/negro, dispondo os principais
tópicos da aula. No entanto, não escreva demais. Eles te acompanham, não dão a aula por você. Também
é bom evitar colocar versículos na tela para que os alunos exercitem o manuseio da Bíblia.
Você se lembra do peixe dourado? Se seu slide leva mais de 8 segundos para ser lido, é provável
que ele tire o foco da aula. Slide NÃO é esboço nem apostila ou revista, você não precisa (nem deve)
escrever tudo o que vai falar no slide, ele deve ser um gancho para o assunto abordado. Toda vez que o
aluno lembrar daquela frase, tópico ou imagem, vai conectá-lo rapidamente ao que você ensinou.
Além disso, preocupe-se com o aspecto visual dos slides. Você deve ter reparado que atualmente
muitas empresas estão simplificando suas logos. Segundo James Robinson, isso é por que quanto menos
informação tiver para processar mais rápida e eficiente será a comunicação. Além disso, quanto mais
simples, mais abrangente é o seu uso. No caso dos slides, isso significa uma aula menos “engessada”.
3.1. Algumas dicas práticas são:
 Não use fontes muito estilizadas ou com serifa, quanto mais simples, mais fácil fica a
leitura. Na dúvida, use Arial ou Calibre.
 Use um tamanho de fonte que facilite a leitura dos alunos mais ao fundo da sala.
 Tome muito cuidado com as cores. Na dúvida, faça tudo preto e branco, pois é fácil de
visualizar mesmo em uma tela ruim e agride menos a vista dos alunos que já passam a
maior parte do dia com os olhos em uma tela. Os próprios programas como powerpoint
ou Canva costumam ter exemplos de palhetas de cores. Use cores apenas o suficiente
para chamar atenção do que for necessário e cores muito chamativas apenas se
intencionalmente.
 Quanto ao uso de imagens e figuras, faça de forma intencional. Não use imagens
genéricas demais, pois elas causam desinteresse. Busque saber que tipos de imagem
chamam a atenção dos alunos. Adolescentes, por exemplo, identificam-se bem com
memes, cenas de filmes e jogos populares. Use esses itens para conectar o aluno com o
versículo ou tema abordado.
 Use apenas uma imagem por slide para manter o foco. Não existe um limite de slides,
a quantidade vai estar de acordo com o seu plano de aula.
 Mantenha as imagens na proporção original.
 Evite escrever texto por cima de imagem. Se for necessário, faça usando sombras,
bordas ou preenchimentos. Preste muita atenção nas cores para que a imagem e o texto
não se misturem e o entendimento de ambos seja prejudicado.
 Além de imagens, você também pode inserir vídeos curtos ou GIFs (imagens animadas),
com o mesmo propósito de conectar o assunto a algo que chame a atenção do aluno. O
objetivo de um vídeo não é dar aula no seu lugar.
 Você também pode usar diagramas e mapas mentais, desde que mantenha a
simplicidade e não traga mais confusão à mente do aluno.
 Lembre-se: os slides devem ser ganchos, não ventiladores. Mostre somente o
necessário.
4. Formulários
Os Formulários servem para fazer pesquisas e questionários.
Através deles, você pode saber o que se passa na mente do aluno, dar a eles a chance de opinar
de forma anônima ou não, fazer perguntas pessoais de forma anônima e obter estatísticas.
As informações obtidas, além de incrementarem a aula que está sendo lecionada naquele
momento, também servem de base para que você possa aprimorar suas próximas aulas.
As ferramentas mais comuns são o Google Forms e o Microsoft Forms.
Você também pode fazer questionários (assim como já é feito na ADVEC Taquara), para uso
antes, durante ou após a aula sobre o conteúdo ensinado em aula. No entanto, existem ferramentas mais
apropriadas para isso, que trazem o recurso da gamificação, o que promove ainda mais o engajamento
dos alunos.
5. Kahoot
É o site mais famoso atualmente para gamificação, mas existem outros similares como
Mentimeter ou Slido.
As vantagens dele são:
 Facilidade de gerar questionários múltipla escolha já com recurso de apresentação, para
que os alunos leiam as perguntas na tela do professor e respondam no celular;
 Cronômetro e pontuação para cada resposta correta no menor tempo, criando uma
competição saudável entre os alunos;
 Uma boa forma de usar é no início da aula para relembrar o assunto de aulas anteriores
ou ao final para verificar o aprendizado e tirar qualquer dúvida que tenha ficado durante
a aula;
 Torna sua aula um desafio para o aluno.
6. Jogos
No portal Fábrica EBD ( fabricaebd.org) há vários jogos disponíveis com temas bíblicos, e você
pode jogar junto com os alunos durante a aula.
Você também pode encontrar em outros sites jogos e questionários bíblicos prontos ou criar um
personalizado para sua aula.
O importante é interagir com o assunto da aula e gerar engajamento.
7. Outras possibilidades
Além das mostradas nessa aula, existem infinitas formas de tornar sua aula mais interessante
para os alunos, e como dito na introdução, o limite é a criatividade!
O importante é que seu aluno saia da sala de aula com certeza das verdades bíblicas ensinadas
e vontade de aprender mais e aplicar em suas vidas.
8. Referências:
Bíblia (NVI)
O Espírito Santo
GOULART, Adriana. Tecnologias digitais no ensino de Escola Bíblica Dominical (EBD).
Fábrica EBD, julho, 2021. Disponível em: https://artigos.fabricaebd.org/adriana-goulart/tecnologias-
digitais-no-ensino-de-escola-biblica-dominical-ebd/. Acesso em: 09 ago. 2021.
Quanto tempo uma pessoa presta atenção?. Palestra para professores, abril, 2020. Disponível
em: https://palestraparaprofessores.com.br/tie-business/quanto-tempo-uma-pessoa-presta-atencao/.
Acesso em: 09 ago. 2021.
BallasCast – Episódio 212 – Mauro Fantini | Aula Online (Final). Abril, 2021. Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/4bwTnZcyrwIKrrUm8xiojd?si=KwbP3FmqTeitvYL-
Mgc8Mw&utm_source=whatsapp&dl_branch=1. Acesso em: 09 ago. 2021.
Maratona EBD 2020. Outubro, 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=AlpgbmFP6lI&list=PLT6gM4_ko67ykQc2bvd_FTRqSyTD48qn-
. Acesso em: 09 ago. 2021.
ROBINSON, James. Why Logos Are Getting Simpler. Linkedin, agosto, 2017.
https://www.linkedin.com/pulse/why-logos-getting-simpler-james-robinson/. Acesso em: 09 ago. 2021.