Estatuto Do PCC CV

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POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA

DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE ENSINO
CURSO DE GERENCIAMENTO DE CRISES

Disciplina: Rebelião em Estabelecimentos Prisionais

ESTATUTO DO PCC PREVÊ REBELIÕES INTEGRADAS

A ação organizada do PCC (Primeiro Comando da Capital), que desencadeou a


série de rebeliões no Estado de São Paulo, está prevista no estatuto da organização
criminosa.
O estatuto prevê ainda que todo membro que não seguir à risca as determinações
será condenado à morte, sem perdão.
Leia abaixo a íntegra do estatuto reproduzida fielmente como foi escrita pelas
lideranças da organização criminosa.

ESTATUTO DO PCC
1.Lealdade, respeito, e solidariedade acima de tudo ao Partido
2. A Luta pela liberdade, justiça e paz
3.A união da Luta contra as injustiças e a opressão dentro das prisões
4.A contribuição daqueles que estão em Liberdade com os irmãos dentro da prisão
através de advogados, dinheiro, ajuda aos familiares e ação de resgate
5.O respeito e a solidariedade a todos os membros do Partido, para que não haja
conflitos internos, porque aquele que causar conflito interno dentro do Partido, tentando
dividir a irmandade será excluído e repudiado do Partido.
6.Jamais usar o Partido para resolver conflitos pessoais, contra pessoas de fora.
Porque o ideal do Partido está acima de conflitos pessoais. Mas o Partido estará sempre
Leal e solidário a todos os seus integrantes para que não venham a sofrerem nenhuma
desigualdade ou injustiça em conflitos externos.
7.Aquele que estiver em Liberdade "bem estruturado" mas esquecer de contribuir
com os irmãos que estão na cadeia, serão condenados à morte sem perdão.
8.Os integrantes do Partido têm que dar bom exemplo a serem seguidos e por isso
o Partido não admite que haja assalto, estupro e extorsão dentro do Sistema.
9.O partido não admite mentiras, traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo, interesse
pessoal, mas sim: a verdade, a fidelidade, a hombridade, solidariedade e o interesse
como ao Bem de todos, porque somos um por todos e todos por um.
10.Todo integrante tem que respeitar a ordem e a disciplina do Partido. Cada um
vai receber de acordo com aquilo que fez por merecer. A opinião de Todos será ouvida e
respeitada, mas a decisão final será dos fundadores do Partido.
11. O Primeiro Comando da Capital PCC fundado no ano de 1993, numa luta
descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de concentração
"anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto a
"Liberdade, a Justiça e Paz".
12.O partido não admite rivalidades internas, disputa do poder na Liderança do
Comando, pois cada integrante do Comando sabe a função que lhe compete de acordo
com sua capacidade para exercê-la.
13.Temos que permanecer unidos e organizados para evitarmos que ocorra
novamente um massacre semelhante ou pior ao ocorrido na Casa de Detenção em 02 de
outubro de 1992, onde 111 presos foram covardemente assassinados, massacre este que
jamais será esquecido na consciência da sociedade brasileira. Porque nós do Comando
vamos mudar a prática carcerária, desumana, cheia de injustiças, opressão, torturas,
massacres nas prisões.
14. A prioridade do Comando no montante é pressionar o Governador do Estado à
desativar aquele Campo de Concentração “anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de
Taubaté, de onde surgiu a semente e as raízes do comando, no meio de tantas lutas
inglórias e a tantos sofrimentos atrozes.
15.Partindo do Comando Central da Capital do QG do Estado, as diretrizes de
ações organizadas simultâneas em todos os estabelecimentos penais do Estado, numa
guerra sem trégua, sem fronteira, até a vitória final.
16. O importante de tudo é que ninguém nos deterá nesta luta porque a semente
do Comando se espalhou por todos os Sistemas Penitenciários do estado e conseguimos
nos estruturar também do lado de fora, com muitos sacrifícios e muitas perdas
irreparáveis, mas nos consolidamos à nível estadual e à médio e longo prazo nos
consolidaremos à nível nacional. Em coligação com o Comando Vermelho - CV e PCC
iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o Terror "dos
Poderosos" opressores e tiranos que usam o Anexo de Taubaté e o Bangu I do Rio de
Janeiro como instrumento de vingança da sociedade na fabricação de monstros.
Conhecemos nossa força e a força de nossos inimigos Poderosos, mas estamos
preparados, unidos e um povo unido jamais será vencido.
LIBERDADE! JUSTIÇA! E PAZ! UNIDOS VENCEREMOS
O Quartel General do PCC, Primeiro Comando da Capital, em coligação com
Comando Vermelho CV
Fonte: da Folha Online, em Campinas

EM NOVO ESTATUTO, PCC SE UNE A CV


Quinta-feira, 5 de setembro de 2002 RITA MAGALHÃES Jornal da Tarde

Cópias do documento foram apreendidas em diferentes presídios e mostram que a


facção, cujos líderes estão isolados, endureceu suas normas para conquistar mais
adeptos.
Um novo estatuto do crime organizado está sendo espalhado pelas celas dos
presídios do Estado com objetivo de conquistar adeptos para fortalecer o Primeiro
Comando da Capital (PCC), enfraquecido com o isolamento da liderança no Centro de
Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, único presídio de segurança
máxima do País com bloqueador de celular.
Desta vez, o documento registra a existência de uma coligação entre o Primeiro
Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), conforme suspeitas da Polícia
Civil e do Ministério Público Estadual.
Só na semana passada, três cópias do estatuto foram apreendidos em presídios
diferentes da Grande SP. Os documentos foram localizados por funcionários durante
revistas de rotina. Um deles foi entregue ao JT com exclusividade.
Logo no início do estatuto (artigo 2.º) nota-se, inexplicavalmente, a inversão no
lema da facção: "a luta pela liberdade,Justiça e paz". O lema do PCC exposto em
rebeliões, mortes e atentados a fóruns sempre foi "paz, Justiça e liberdade".
Ao longo do documento constata-se que as regras da organização endureceram ainda
mais e continuam sob rígida hierarquia militar. Quem ousa desacatá-las é condenado à
morte. Diz o artigo 5.º: "O respeito e a seriedade são obrigações de todos os membros do
partido para que não haja conflitos internos, porque aquele que causar conflito na
tentativa de dividir a irmandade será excluído e repudiado".
O 7.º é uma ameaça aos integrantes ingratos: "aquele que estiver em liberdade
bem-estruturado, mas se esquecer de contribuir com os irmãos dentro das prisões será
condenado à morte, sem perdão".
A sentença para os membros infratores é decretada sempre pelos fundadores do
"partido". O documento não revela se os líderes do CV vão compartilhar das decisões do
primeiro escalão do PCC. Em São Paulo, apenas três pessoas ocupam essa posição:
José Márcio Felício, o Geleião, César Augusto Roris da Silva, o Césinha, e José Eduardo
Moura da Silva, o Bandejão.
No Rio de Janeiro, William da Silva Lima, de 60 anos, conhecido como Professor, é
um dos fundadores do CV. Em entrevista ao JT, ele negou ter influência sobre as
atividades criminosas da facção. Mas mesmo assim é apontado como o líder intelectual
da organização.
É no 16.º e último artigo que está declarada a aliança entre PCC e CV. "...
Nos consolidamos em nível estadual e, a médio e longo prazo, nos consolidaremos
em nível nacional em coligação com o Comando Vermelho. CV e PCC irão revolucionar o
país de dentro das prisões", ressalta o documento.
Para o delegado Ruy Ferraz Fontes, do Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado (Deic), e o promotor criminal Márcio Sérgio Christino, do Grupo de
Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), esse estatuto não
surpreende nem traz grandes novidades. "Eu apreendi uma cópia desse mesmo estatuto
em dezembro de 2001 (época que começaram os boatos da coligação das duas facções).
Já colhemos vários indícios disso. Acredito sim que esses criminosos estejam se
mobilizando para conseguir uma organização nacional, mas vamos trabalhar muito, com
investigação e repressão, para que isso não aconteça", disse Fontes.
Christino defende a tese de que a divulgação do estatuto nos presídios é pura
propaganda. "É uma forma de manter a facção viva, apesar de ela não estar morta.
Acredito que hoje, com o isolamento dos principais líderes, o PCC esteja fragmentado,
incapaz de articular um movimento em nível nacional.
Um líder como o Geleião, o Cesinha e o Bandejão, que estão no topo da pirâmide
da facção, não surge de uma hora para outra."
O promotor afirmou que a simpatia do PCC pelo CV é declarada desde 1994,
quando surgiu o primeiro estatuto da facção. Ele afirmou que, de lá para cá, já viu pelo
menos quatro documentos diferentes. Para Christino, uma idéia nunca morre. "O PCC
sofreu um duro golpe com a retirada dos líderes de circulação, mas não vai deixar de
existir assim. Acredito até que nunca acabe", afirmou.

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