Lei Orgânica PBH

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Correspondente à Constituição Federal e Estadual, a Lei Orgânica do Município estabelece as regras de

funcionamento da cidade e de relacionamento entre os cidadãos. Aprovada em dois turnos pela Câmara dos
Vereadores e pela maioria de dois terços dos membros, a norma delimita a ação da gestão pública e
oferece instrumentos legais capazes de enfrentar as grandes transformações que a cidade passa.

Art. 1º - O Município de Belo Horizonte integra, com autonomia políticoadministrativa, a República Federativa do
Brasil e o Estado de Minas Gerais.

Parágrafo único - O Município se organiza e se rege por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar,
observados os princípios constitucionais da República e do Estado.

Art. 2º - Todo o poder do Município emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos, ou
diretamente, nos termos da Constituição da República e desta Lei Orgânica.

§ 1º- O exercício indireto do poder pelo povo no Município se dá por representantes eleitos pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos, na forma da legislação federal, e por
representantes indicados pela comunidade, nos termos desta Lei Orgânica.

§ 2º - O exercício direto do poder pelo povo no Município se dá, na forma desta Lei Orgânica, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular no processo legislativo;

IV - participação na administração pública;

V - ação fiscalizadora sobre a administração pública.

§ 3º - A participação na administração pública e a fiscalização sobre esta se dão por meio de instâncias
populares, com estatutos próprios, aprovados pela Câmara Municipal.

Art. 3º - São objetivos prioritários do Município, além daqueles previstos no art. 166 da Constituição do Estado:

I - garantir a efetividade dos direitos públicos subjetivos;

II - assegurar o exercício, pelo cidadão, dos mecanismos de controle da legalidade e da legitimidade dos atos do
Poder Público e da eficácia dos serviços públicos;

III - preservar os interesses gerais e coletivos;

IV - promover o bem de todos, sem distinção de origem, raça, sexo, cor, credo religioso, idade, ou quaisquer
outras formas de discriminação;

V - proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça social e
o bem comum;

VI - priorizar o atendimento das demandas da sociedade civil de educação, saúde, transporte, moradia,
abastecimento, lazer e assistência social;

VII- preservar a sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento à preservação de sua memória,
tradição e peculiaridades;

VIII- valorizar e desenvolver a sua vocação de centro aglutinador e irradiador da cultura brasileira.

Parágrafo único - O Município concorrerá, nos limites de sua competência, para a consecução dos objetivos
fundamentais da República e prioritários do Estado.

Art. 4º- O Município assegura, no seu território e nos limites de sua competência, os
direitos e garantias fundamentais que a Constituição da República confere aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
§ 1º - Nenhuma pessoa será discriminada, ou de qualquer forma prejudicada, pelo fato
de litigar com órgão ou entidade municipal, no âmbito administrativo ou judicial.

§ 2º - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,


independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido aviso prévio à autoridade
competente, que, no Município, é o Prefeito ou aquele a quem ele delegar a atribuição.

§ 3º- Nos processos administrativos, qualquer que seja objeto e o procedimento,


observar-se-ão, entre outros requisitos de validade, a publicidade, o contraditório, a
defesa ampla e o despacho ou a decisão motivados.

§ 4º - Todos têm o direito de requerer e obter informação sobre projeto do Poder


Público, ressalvada aquela cujo sigilo seja, temporariamente, imprescindível à
segurança da sociedade e do Município, nos termos da lei, que fixará também o prazo
em que deva ser prestada a informação.

§ 5º - Independe de pagamento de taxa ou emolumentos, ou de garantia de instância, o


exercício do direito de petição ou representação, bem como a obtenção de certidão,
devendo o Poder Público fornecê-la no prazo máximo de trinta dias, para defesa de
direitos ou esclarecimentos de interesse pessoal ou coletivo.

§ 6º - É direito de qualquer cidadão e entidade legalmente constituída denunciar às


autoridades competentes a prática, por órgão ou entidade pública ou por delegatário de
serviço público, de atos lesivos aos direitos dos usuários, incumbindo ao Poder Público
apurar sua veracidade e aplicar as sanções cabíveis, sob pena de responsabilização.

§ 7º - Será punido, nos termos da lei, o agente público que, no exercício de suas
atribuições e independentemente da função que exerça, violar direito previsto nas
Constituições da República e do Estado e nesta Lei Orgânica.

§ 8º - Incide na penalidade de destituição de mandato administrativo ou de cargo ou


função de direção, em órgão ou entidade da administração pública, o agente público que
deixar injustificadamente de sanar, dentro de sessenta dias da data do requerimento do
interessado, omissão que inviabilize o exercício de direito previsto nas Constituições da
República ou do Estado ou nesta Lei Orgânica.

§ 9º - O Poder Público coibirá todo e qualquer ato discriminatório, nos limites de sua
competência, dispondo, na forma da lei, sobre a punição dos agentes públicos e dos
estabelecimentos privados que pratiquem tais atos.

Art. 5º - Ao Município é vedado:

I - estabelecer culto religioso ou igreja, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações de dependência
ou de aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé a documento público;


III - criar distinção entre brasileiros ou preferência de uma em relação às demais
unidades da federação.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º - São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

Parágrafo único - Salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica, é vedado a qualquer dos Poderes delegar
atribuição e, a quem for investido na função de um deles, exercer a de outro.

Art. 7º - O Município exerce sua autonomia, especialmente, ao:

I - elaborar e promulgar a Lei Orgânica;

II - legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar as legislações federal e estadual, no que couber;

III - eleger o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores;

IV - organizar o seu governo e administração.

Art. 8º - São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão.

Art. 9º - O Distrito de Belo Horizonte é a sede do Município e lhe dá o nome.

Art. 10 - Depende de lei a criação, organização e supressão de distritos ou subdistritos, observada, quanto
àqueles, a legislação estadual.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Art. 11 - Compete ao Município prover a tudo quanto respeite ao seu interesse local.

Art. 12 - Compete ao Município, entre outras atribuições:

I - manter relações com a União, os estados federados, o Distrito Federal e os demais municípios;

II - organizar, regulamentar e executar seus serviços administrativos;

III - firmar acordo, convênio, ajuste e instrumento congênere;

IV - difundir a seguridade social, a educação, a cultura, o desporto, a ciência e a tecnologia;

V - proteger o meio ambiente;

VI - instituir e arrecadar os tributos de sua competência e aplicar as suas receitas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes trimestralmente;

VII - organizar e prestar, diretamente ou mediante delegação, os serviços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VIII - fixar os preços dos bens e serviços públicos;

IX - promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do parcelamento, da


ocupação e do uso do solo urbano;

X - administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doações, legados e heranças, e dispor sobre sua
aplicação;

XI - desapropriar bens, por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos casos previstos em lei;

XII - estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços, inclusive os prestados
mediante delegação, e, em caso de iminente perigo ou calamidade pública, ocupar e usar de propriedade
particular, bens e serviços, assegurada indenização ulterior, se houver dano;

XIII - estabelecer o regime jurídico único de seus servidores e os respectivos planos de carreira;

XIV - constituir guarda municipal destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações, nos termos da
Constituição da República;

XV - associar-se a outros municípios do mesmo complexo geoeconômico e social, mediante convênio


previamente aprovado pela Câmara, para a gestão, sob planejamento, de funções públicas ou serviços de
interesse comum, de forma permanente ou transitória;

XVI - cooperar com a União e o Estado, nos termos de convênio ou consórcio previamente aprovados pela
Câmara, na execução de serviços e obras de interesse para o desenvolvimento local;

XVII - participar, autorizado por lei, da criação de entidade intermunicipal para a realização de obra, o exercício
de atividade ou a execução de serviço específico de interesse comum;

XVIII - fiscalizar a produção, a conservação, o comércio e o transporte de gênero alimentício e produto


farmacêutico destinados ao abastecimento público, bem como de substância potencialmente nociva ao meio
ambiente, à saúde e ao bem-estar da população;

XIX - licenciar a construção de qualquer obra;

XX - licenciar estabelecimento industrial, comercial, prestador de serviços e similares e cassar o alvará de


licença dos que se tornarem danosos ao meio ambiente, à saúde ou ao bem-estar da população;

XXI - fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos referidos no inciso anterior;

XXII - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, inclusive o de papéis e de outros resíduos recicláveis;

XXIII - interditar edificações em ruínas ou em condições de insalubridade e as que apresentem as


irregularidades previstas na legislação específica, bem como fazer demolir construções que ameacem a
segurança individual ou coletiva;

XXIV - regulamentar e fiscalizar a instalação e o funcionamento de aparelho de transporte;

XXV - licenciar e fiscalizar, nos locais sujeitos ao seu poder de polícia, afixação de cartazes, anúncios e
quaisquer outros meios de publicidade e propaganda;

XXVI - regulamentar e fiscalizar, na área de sua competência, os espetáculos e os divertimentos públicos;

XXVII - estabelecer e impor penalidades por infrações a suas leis e regulamentos.

Art. 13 - É competência do Município, comum à União e ao Estado:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e da garantia das pessoas portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento


básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos


e minerais em seu território;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

CAPÍTULO III
DO DOMÍNIO PÚBLICO
Art. 14 - Constituem bens municipais todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer título,
pertençam ao Município.

CAPÍTULO IV
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 15 - A atividade de administração pública dos Poderes do Município e a de entidade descentralizada


obedecerão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e razoabilidade.

§ 1º - A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público serão apuradas, para efeito de controle e
invalidação, em face dos dados objetivos de cada caso.

§ 2º - O agente público motivará o ato administrativo que praticar, explicitando-lhe o fundamento legal, o fático e
a finalidade.

Art. 16 - A administração pública direta é a que compete ao órgão de qualquer dos Poderes do Município.

Art. 17 - A administração pública indireta é a que compete:

I - à autarquia;

II - à sociedade de economia mista;

III - à empresa pública;

IV - à fundação pública;

V - às demais entidades de direito privado, sob o controle direto ou indireto do Município.

Art. 18 - A ação administrativa do Poder Executivo será organizada segundo os critérios de descentralização,
regionalização e participação popular.

Art. 19 - A atividade administrativa, subordinada ou vinculada ao Prefeito Municipal, se organizará em sistemas,


integrados por:

I - órgão central de direção e coordenação;

II - entidade da administração indireta, se houver;

III - unidade administrativa.

§ 1º - Secretaria Municipal é o órgão central de cada sistema administrativo.

§ 2º - Unidade Administrativa é a parte de órgão central ou de entidade da administração indireta.

Art. 20 - Funcionará junto a cada sistema administrativo uma instância, com atribuições de:

I - participar da elaboração de política de ação do Poder Público para o setor;

II - participar da elaboração de planos e programas para o setor e do levantamento de seus custos;

III - analisar e manifestar-se sobre o plano diretor, o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento
anual;

IV - acompanhar e fiscalizar a execução de plano e programas setoriais;

V - acompanhar e fiscalizar a aplicação de recursos públicos destinados ao setor;

VI - manifestar-se sobre proposta de alteração na legislação pertinente à atividade do setor.

Parágrafo único - Admitir-se-á o funcionamento de instâncias junto a sistema administrativo ou a órgão ou


entidade da administração pública, nos termos do art. 23 e seus parágrafos, voltados para as áreas de interesse
específicos da criança, do adolescente, do idoso, do portador de deficiência, do negro e da mulher.

Art. 21 - Administração Regional é a unidade descentralizada do Poder Executivo, com circunscrição, atribuição,
organização e funcionamento definidos em lei.

Parágrafo único - As diretrizes, metas e prioridades da administração municipal serão definidas, para cada
Administração Regional, nas leis de que trata o art. 125.
Art. 22 - Funcionará junto a cada Administração Regional uma instância, com atribuições de:

I - relacionar as carências e reivindicações regionais, nas áreas, entre outras, de saúde, educação, habitação,
transporte, saneamento básico, meio ambiente, urbanização, cultura, esporte e lazer e nas relativas à criança,
ao adolescente e ao portador de deficiência, e hierarquizar as prioridades;

II - participar da elaboração de planos de obras prioritárias para a região e do levantamento de seus custos;

III - analisar e manifestar-se sobre o plano diretor, o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento
anual;

IV - acompanhar e fiscalizar as ações regionais do Poder Público;

V - acompanhar e fiscalizar a aplicação de recursos públicos destinados à região;

VI - elaborar proposta de solução para problema da região.

Art. 23 - As instâncias de que tratam os arts. 20 e 22 atuarão de forma autônoma e independente do Poder
Público, nos termos fixados em lei, sendo-lhes garantido o livre acesso a documentos e informações de que
necessitar.1

§ 1º - A composição, organização e funcionamento das instâncias serão definidas em estatutos próprios,


registrados em cartório e protocolados no órgão junto ao qual cada instância atuará.

§ 2º - A participação nas instâncias não acarretará qualquer ônus para o Município.

Art. 24 - O Poder Público garantirá a participação da sociedade civil na elaboração do plano diretor, do plano
plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual.

Art. 25 - Depende de lei, em cada caso:

I - a instituição e a extinção de autarquia e fundação pública;

II - a autorização para instituir e extingüir sociedade de economia mista e empresa pública e para alienar ações
que garantam, nessas entidades, o controle pelo Município;

III - a criação de subsidiária das entidades mencionadas nos incisos anteriores e sua participação em empresa
privada.

§ 1º - Ao Município somente é permitido instituir ou manter fundação com a natureza jurídica de direito público.

§ 2º - É vedada a delegação de poderes ao Executivo para a criação, extinção ou transformação de entidade de


sua administração indireta.

Art. 26 - Para o procedimento de licitação, obrigatório para contratação de obra, serviço, compra, alienação e
concessão, o Município observará as normas gerais expedidas pela União.2

Art. 27 - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, sendo obrigatória a
regressão, no prazo estabelecido em lei, contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

Art. 28 - A publicidade de ato, programa, projeto, obra, serviço e campanha de órgão público, por qualquer
veículo de comunicação, somente pode ter caráter informativo, educativo ou de orientação social, e dela não
constarão nome, cor ou imagem que caracterizem a promoção pessoal de autoridade, servidor público ou
partido político.

§ 1º - É vedado ao Município subvencionar ou auxiliar, com recursos públicos e por qualquer meio de
comunicação, propaganda político-partidária ou com finalidade estranha à administração pública.

§ 2º - Os Poderes do Município, incluídos os órgãos que os compõem, publicarão trimestralmente, o montante


das despesas com publicidade que, no período, tiverem sido contratadas ou pagas a cada agência publicitária
ou veículo de comunicação.

Art. 29 - A lei definirá os atos decisórios de relevância que deverão ser publicados para produzir efeitos.

Art. 30 - Para registro dos atos e fatos administrativos, o Município terá livros, fichas ou outro sistema,
convenientemente autenticados, que forem necessários aos seus serviços.

Parágrafo único - O Município terá um livro especial para o registro de suas leis.

Art. 31 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara quanto
àqueles utilizados em seus serviços.

Art. 32 - A aquisição de bem imóvel, por meio de compra, permuta ou doação com encargo, depende de
autorização legislativa e, nos dois primeiros casos, também de prévia avaliação. 3

Art. 33 - A alienação de bem imóvel público edificado depende de avaliação prévia, licitação e autorização
legislativa.

Parágrafo único - A alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas remanescentes,
resultantes de obras públicas, e inaproveitáveis para edificação ou outra destinação de interesse público, bem
como de áreas resultantes de modificação de alinhamento, dependerá de prévia avaliação e autorização
legislativa.

Art. 34 - São inalienáveis os bens públicos não-edificados, salvo os casos de permuta e de implantação de
programas de habitação popular, nos quais são indispensáveis prévia avaliação e autorização legislativa.

§ 1º - São também inalienáveis os bens imóveis públicos, edificados ou não, utilizados pela população em
atividades de lazer, esporte e cultura, os quais somente poderão ser utilizados para outros fins se o interesse
público o justificar e mediante autorização legislativa.

§ 2º - A autorização legislativa mencionada neste artigo e no art. 33 é sempre prévia e depende do voto da
maioria dos membros da Câmara.

Art. 35 - O Município, preferencialmente à venda ou doação de seus imóveis, outorgará concessão de direito
real de uso.

Parágrafo único - O título de domínio e o de concessão do direito real de uso serão conferidos ao homem ou à
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 36 - Os bens imóveis públicos de interesse histórico, artístico ou cultural somente podem ser utilizados por
terceiros para finalidades culturais.

Art. 37 - A alienação de bem móvel é feita mediante procedimento licitatório e depende de avaliação prévia.

§ 1º - Para os fins do artigo, o órgão competente expedirá laudo técnico que comprove a obsolescência ou
exaustão, em razão de uso, do bem.

§ 2º - É dispensável o procedimento licitatório nas hipóteses de:

I - doação, admitida exclusivamente para fins de interesse social;

II - permuta;

III - venda de ações em bolsa.

§ 3º - O disposto no inciso III do parágrafo anterior depende de prévia autorização legislativa.

§ 4º - Nos casos em que for dispensada a autorização legislativa, o Executivo encaminhará à Câmara relatório
explicando a alienação feita, particularmente sobre o preço, se for o caso, e os critérios de escolha do
adquirente.4
Art. 38 - O uso especial de bem patrimonial do Município por terceiro será objeto, na forma da lei, de:

I - concessão, mediante contrato de direito público, remunerada ou gratuita, ou a título de direito real resolúvel;

II - permissão;

III - cessão;

IV - autorização.

§ 1º - O uso especial de bem patrimonial por terceiro será sempre a título precário, condicionado ao atendimento
de condições previamente estabelecidas e submetido à aprovação de comissão a ser criada pelo Executivo. .5

§ 2º - O uso especial de bem patrimonial será remunerado e dependerá de licitação quando destinado a
finalidade econômica.6

§ 3º - O uso especial de bem patrimonial poderá ser gratuito quando se destinar a outras entidades de direito
público, entidades assistenciais, religiosas, educacionais, esportivas, desde que verificado relevante interesse
público.7

Art. 39 - Os bens do patrimônio municipal devem ser cadastrados, zelados e tecnicamente identificados,
especialmente as edificações de interesse administrativo, as terras públicas e a documentação dos serviços
públicos.

§ 1º - O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis do Município, de que trata o artigo, devem ser
anualmente atualizados, garantido o acesso às informações neles contidas.

§ 2º- Os imóveis não-edificados deverão ser murados ou cercados e identificados com placas indicativas da
propriedade municipal.

Art. 40 - É vedado ao Poder Público edificar, descaracterizar ou abrir vias públicas em praças, parques,
reservas ecológicas e espaços tombados do Município, ressalvadas as construções estritamente necessárias à
preservação e ao aperfeiçoamento das mencionadas áreas.

Art. 41 - O disposto nos arts. 32 a 40 se aplica às autarquias e às fundações públicas.

Art. 42 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, os ocupantes de cargo em comissão ou função de


confiança, as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o
segundo grau, ou por adoção, e os servidores e empregados públicos municipais não poderão firmar contrato
com o Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas funções.

Art. 43 - É vedada a contratação de empresas, inclusive as locadoras de mão-de-obra, para a execução de


tarefas próprias e permanentes de órgãos e entidades da administração pública, salvo as situações de
emergência, bem como as atividades sazonais ou para as quais a manutenção de pessoal técnico e operacional
e de equipamentos e instalações seja inconveniente ao interesse público, nos termos da lei.

CAPÍTULO V
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 44 - A atividade administrativa permanente é exercida:

I - em qualquer dos Poderes do Município, nas autarquias e nas fundações públicas, por servidor público,
ocupante de cargo público, em caráter efetivo ou em comissão, ou de função pública;

II - nas sociedades de economia mista, nas empresas públicas e nas demais entidades de direito privado sob o
controle direto ou indireto do Município, por empregado público, ocupante de emprego público ou função de
confiança.

Art. 45 - Os cargos, empregos e funções são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei.

§ 1º - A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas,
ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração.

§ 2º - O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável, uma vez, por igual período.

§ 3º - Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado em concurso público será
convocado, observada a ordem de classificação, com prioridade sobre novos concursados, para assumir o
cargo ou emprego na carreira.

§ 4º - A inobservância do disposto nos parágrafos anteriores implica nulidade do ato e punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.

§ 5º - Ao servidor público municipal é garantido, nos concursos públicos, cinco por cento da pontuação total dos
títulos, por ano de serviço prestado, mediante subordinação, à administração pública do Município, até o
máximo de trinta por cento.

Art. 46 - A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.

§ 1º - O disposto no artigo não se aplica a funções de magistério.

§ 2º - É vedado o desvio de função de pessoa contratada na forma autorizada no artigo, bem como sua
recontratação, sob pena de nulidade do contrato e responsabilização administrativa e civil da autoridade
contratante.

Art. 47 - Serão exercidos por servidores ou empregados públicos municipais os cargos em comissão e as
funções de confiança da administração direta, inferiores, no Poder Executivo, ao terceiro nível hierárquico da
estrutura organizacional e, no Poder Legislativo, ao primeiro nível.

Parágrafo único - Excetuam-se do disposto no artigo os cargos e funções de assessoria, apoio e execução
estabelecidos em lei.

Art. 48 - Na administração indireta, os cargos ou empregos de provimento em comissão e as funções de


confiança, inferiores ao primeiro nível hierárquico da estrutura organizacional, e metade dos cargos e funções
da administração superior serão exercidos por servidores ou empregados de carreira da respectiva entidade.

Art. 49 - A revisão geral da remuneração do servidor público, sob um índice único, far-se-á sempre no mês que
a lei fixar, sendo, ainda, assegurada a preservação mensal de seu poder aquisitivo, desde que respeitados os
limites a que se refere a Constituição da República.

§ 1º - A lei fixará o limite máximo e a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, a
qual não poderá exceder a percebida, em espécie, a qualquer título, pelo Prefeito.

§ 2º - Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não podem ser superiores aos percebidos no Poder
Executivo.

§ 3º - É vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos para efeito de remuneração de pessoal do serviço


público, ressalvado o disposto nesta Lei Orgânica.

§ 4º - Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para
o fim de concessão de acréscimo ulterior, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

§ 5º - Os vencimentos do servidor público são irredutíveis, e a remuneração observará o disposto nos §§ 1º e 2º


deste artigo e os preceitos estabelecidos nos arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição da República.

§ 6º - Serão corrigidos mensalmente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis, os vencimentos, vantagens
ou qualquer parcela remuneratória pagos com atraso ao servidor público.

§ 7º- É assegurado aos servidores públicos e às suas entidades representativas o direito de reunião nos locais
de trabalho, após prévia comunicação à chefia imediata, e desde que o atendimento externo ao público, se
houver, não sofra interrupção.

Art. 50 - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, permitida, no entanto, se houver


compatibilidade de horários:

I - a de dois cargos de professor;

II - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

III - a de dois cargos privativos de médico.

Parágrafo único - A proibição de acumular se estende a empregos e funções e abrange autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

Art. 51 - Ao servidor público municipal em exercício de mandato eletivo se aplicam as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficará afastado do cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito ou de Vereador, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar por sua remuneração;

III - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, exceto para a promoção por merecimento;

IV - para o efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se
no exercício estivesse.

Art. 52 - A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para pessoas portadoras de deficiência e
para ex-presidiários recém-colocados em liberdade e definirá os critérios de sua admissão. 8

Art. 53 - Os atos de improbidade administrativa importam suspensão dos direitos políticos, perda de função
pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e na gradação estabelecidas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

Art. 54 - É vedado ao servidor público desempenhar atividades que não sejam próprias ao cargo de que for
titular, exceto quando ocupar cargo em comissão ou desempenhar função de confiança.

Art. 55 - Os servidores dos órgãos da administração direta, das autarquias e das fundações públicas sujeitar-se-
ão a regime jurídico único e a planos de carreira a serem instituídos pelo Município.
§ 1º - A política de pessoal obedecerá às seguintes diretrizes:

I - valorização e dignificação da função pública e do servidor público;

II - profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público;

III- constituição de quadro dirigente, mediante formação e aperfeiçoamento de administradores públicos;

IV - sistema de mérito objetivamente apurado para ingresso no serviço e desenvolvimento na carreira;

V - remuneração compatível com a complexidade e a responsabilidade das tarefas e com a escolaridade exigida
para o seu desempenho.

§ 2º - Ao servidor público que, por acidente ou doença, se tornar inapto para exercer as atribuições específicas
de seu cargo, serão assegurados os direitos e vantagens a ele inerentes, até seu definitivo aproveitamento em
outro cargo, de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, ou até a aposentadoria.

§ 3º - Para provimento de cargo de natureza técnica, exigir-se-á a respectiva habilitação profissional.

Art. 56 - O Município assegurará ao servidor os direitos previstos no art. 7º, incisos IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XV,
XVI, XVII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da Constituição da República e os que, nos termos da lei, visem à
melhoria de sua condição social e à produtividade no serviço público, especialmente:

I - duração do trabalho normal não-superior a oito horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação
de horários e a redução da jornada nos termos em que dispuser a lei;

II - adicionais por tempo de serviço;

III - férias-prêmio, com duração de seis meses, adquiridas a cada período de dez anos de efetivo exercício na
administração pública, admitida a sua conversão em espécie, a título de indenização, por opção do servidor, ou,
para efeito de aposentadoria, a contagem em dobro das não-gozadas; 9 IV- assistência e previdência sociais,
extensivas ao cônjuge ou companheiro e aos dependentes;

V - atendimento gratuito, em creche e pré-escola, aos filhos e dependentes, desde o nascimento até seis anos
de idade;

VI - licença a gestante, com duração de cento e vinte dias e, nos termos da lei, a adotante, sem prejuízo da
remuneração;

VII - auxílio-transporte;

VIII - progressão horizontal e vertical.

§ 1º - Cada período de cinco anos de efetivo exercício dá ao servidor o direito ao adicional de dez por cento
sobre seu vencimento e gratificações, o qual se incorpora ao valor do provento de aposentadoria. 10

§ 2º - Para os fins do inciso II, é assegurado o cômputo integral do tempo de serviço público.

§ 3º - Haverá, na administração pública, serviços especializados em segurança e medicina do trabalho e


comissões internas de prevenção de acidentes, com atribuições definidas em lei.

§ 4º - O servidor público, incluído o das autarquias e fundações, detentor de título declaratório que lhe assegure
direito à continuidade de percepção da remuneração de cargo de provimento em comissão, tem direito aos
vencimentos, às gratificações e a todas as demais vantagens inerentes ao cargo em relação ao qual tenha
ocorrido o apostilamento, ainda que decorrentes de transformação ou reclassificação posteriores.

Art. 57 - A lei assegurará ao servidor público da administração direta isonomia de vencimentos para cargos de
atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos poderes Executivo e Legislativo,
ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

Art. 58 - É livre a associação profissional ou sindical dos servidores públicos, nos termos da Constituição da
República.

Parágrafo único - É garantida a liberação de servidor ou empregado público para o exercício de mandato
eletivo em diretoria executiva de entidade sindical, sem prejuízo da remuneração e dos demais direitos e
vantagens de seu cargo ou emprego, exceto promoção por merecimento.

Art. 59 - É garantido ao servidor público o direito de greve, a ser exercido nos termos e limites definidos em lei
complementar federal.

Art. 60 - É estável, após dois anos de efetivo exercício, o servidor público nomeado em virtude de concurso
público.

§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor público estável, será ele reintegrado no cargo
anteriormente ocupado, com ressarcimento de todas as vantagens, sendo o eventual ocupante da vaga
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.

§ 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor público estável ficará em disponibilidade
remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado, respeitada a habilitação exigida.

Art. 61 - A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos municipais, na forma da lei.

Art. 62 - O Município manterá plano de previdência e assistência sociais para o agente político e o servidor
público submetido a regime próprio e para a sua família.

§ 1º - O plano de previdência e assistência sociais visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos os
beneficiários mencionados no artigo e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;

III - assistência à saúde;

IV - ajuda à manutenção dos dependentes dos beneficiários.

§ 2º - O plano será custeado com o produto da arrecadação de contribuições sociais obrigatórias do servidor
público e do agente político, do Poder, do órgão ou da entidade a que se encontra vinculado, e de outras fontes
de receita definidas em lei.

§ 3º - A contribuição mensal do servidor público e do agente político será diferenciada em razão da


remuneração, na forma da lei, e não será superior a um terço do valor atuariamente exigível.

§ 4º - Os benefícios do plano serão concedidos nos termos e nas condições estabelecidos em lei e
compreendem:

I - quanto ao servidor público e agente político:

a) aposentadoria;

b) auxílio-natalidade;

c) salário-família diferenciado;

d) licença para tratamento de saúde;

e) licença-maternidade, licença-paternidade e licença-adoção;

f) licença por acidente em serviço;

II - quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio-reclusão;

c) auxílio-funeral;

d) pecúlio.

§ 5º - Nos casos previstos nas alíneas "d", "e" e "f" do inciso I do parágrafo anterior, o servidor perceberá
remuneração integral, como se em exercício estivesse.

§ 6º - Incumbe ao Tesouro Municipal o custeio e pagamento dos benefícios referidos nas alíneas "a", "d", "e" e
"f" do inciso I do § 4º.
§ 7º - O Poder, o órgão ou a entidade a que se vincule o servidor público ou o agente político terá, após os
descontos, o prazo de dez dias para recolher as respectivas contribuições sociais, sob pena de
responsabilização do seu preposto e pagamento dos acréscimos definidos em lei.

Art. 63 - O servidor público será aposentado:

I - por invalidez permanente, com proventos integrais, quando decorrente de acidente em serviço, moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;

II- compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III - voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e aos vinte e cinco, se
professora, com proventos integrais;

c) aos trinta anos de efetivo exercício, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a
esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço.

§ 1º - As exceções ao disposto no inciso III, alíneas "a" e "c", no caso de exercício de atividades consideradas
penosas, insalubres ou perigosas, serão as estabelecidas em legislação federal. 11

§ 2º - A lei disporá sobre a aposentadoria em cargo, função ou emprego temporários.

§ 3º - O tempo de serviço público será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e


disponibilidade.

§ 4º - Os proventos da aposentadoria e as pensões por morte, nunca inferiores ao salário mínimo, serão
revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração do servidor em
atividade.

§ 5º- Serão estendidos ao inativo os benefícios ou vantagens posteriormente concedidos ao servidor em


atividade, mesmo quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou da função em que se
tiver dado a aposentadoria.

§ 6º - O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor
falecido, até o limite estabelecido em lei, observado o disposto nos §§ 4º e 5º.

§ 7º - A pensão de que trata o parágrafo anterior será devida ao cônjuge ou companheiro e aos demais
dependentes, na forma da lei.

§ 8º - É assegurado ao servidor afastar-se da atividade a partir da data do requerimento de aposentadoria, e sua


não-concessão importará a reposição do período de afastamento.

§ 9º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na


administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de
previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei federal.

§ 10 - Nenhum benefício ou serviço de previdência social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.

Art. 64 - O servidor público que retornar à atividade após a cessação dos motivos que causaram sua
aposentadoria por invalidez terá direito, para todos os fins, salvo para o de promoção, à contagem do tempo
relativo ao período de afastamento.

Art. 65- Incumbe a entidade da administração indireta gerir, com exclusividade, o sistema de previdência e
assistência sociais dos servidores públicos e agentes políticos.

§ 1º - Os cargos de direção da entidade serão ocupados por servidores municipais de carreira dela
contribuintes, ativos e aposentados, observada a habilitação profissional exigida quando se tratar de diretoria
técnica.

§ 2º - Um terço dos cargos de direção da entidade será provido por servidor efetivo, eleito pelos filiados ativos e
aposentados, para mandato de dois anos, vedada a recondução consecutiva.

§ 3º - Homologado o resultado da eleição, o Prefeito, nos vinte dias subseqüentes, nomeará o eleito e lhe dará
posse.

§ 4º - Caso o Prefeito não o nomeie ou emposse, no prazo do parágrafo anterior, ficará o eleito investido no
respectivo cargo.

CAPÍTULO VI
DOS SERVIÇOS E OBRAS PÚBLICOS

Art. 66 - No exercício de sua competência para organizar e regulamentar os serviços públicos, o Município
observará os requisitos de eficiência do serviço e conforto e bem-estar dos usuários.

Parágrafo único - O Poder Público dará prioridade às obras em andamento, não podendo iniciar novos projetos
com objetivos idênticos sem que seja concluído o projeto em execução.

Art. 67 - A lei disporá sobre a organização, o funcionamento, a fiscalização e a segurança dos serviços públicos
de interesse local, prestados mediante delegação, incumbindo aos que os executarem sua permanente
atualização e adequação às necessidades dos usuários.

§ 1º - O Município poderá retomar os serviços delegados, desde que:

I - sejam executados em desconformidade com o ato ou contrato, ou se revelem insuficientes para o


atendimento dos usuários;

II-haja ocorrência de paralisação unilateral dos serviços por parte dos delegatários;

III - seja estabelecida a prestação direta do serviço pelo Município.

§ 2º - A retomada será feita sem indenização nos casos previstos nos incisos I e II do parágrafo anterior, bem
como, salvo disposição em contrário do contrato, ao término deste.

§ 3º - A permissão de serviço público, sempre a título precário, dar-se-á por decreto, após edital de chamamento
de interessados para a escolha do melhor pretendente, procedendo-se à licitação com estrita observância das
normas gerais da União e da legislação municipal pertinente.

§ 4º - A concessão só será feita com autorização legislativa e mediante contrato, observada a legislação
referente à licitação e contratação.

§ 5º- Os delegatários de serviços públicos sujeitar-se-ão à regulamentação específica e ao controle tarifário do


Município.

§ 6º - Em todo ato ou contrato de delegação de serviço público, o Município se reservará o direito de averiguar a
regularidade do cumprimento da legislação trabalhista pelo delegatário.

Art. 68 - A lei disporá sobre:

I - o regime dos delegatários de serviços públicos, o caráter especial do contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e extinção dos serviços delegados;

II - os direitos dos usuários;

III - a política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado;

V - as reclamações relativas a prestação de serviços públicos;

VI - O tratamento especial em favor do usuário de baixa renda.

Parágrafo único - Na fixação das tarifas dos serviços públicos, ter-se-á em vista a justa remuneração.

Art. 69 - A competência do Município para realização de obras abrange:

I - a construção de edifícios públicos;

II - a construção de obras e instalações para implantação e prestação de serviços necessários ou úteis às


comunidades;

III - a execução de quaisquer outras obras destinadas a assegurar a funcionalidade e o bom aspecto da cidade.

§ 1º - A obra pública poderá ser executada diretamente por órgão ou entidade da administração pública e,
indiretamente, por terceiros, mediante licitação.
§ 2º - A construção de edifícios e obras públicas obedecerá aos princípios de economicidade, simplicidade,
adequação ao espaço circunvizinho e ao meio ambiente, e se sujeitará às exigências e limitações constantes do
código de obras.

§ 3º - A Câmara manifestar-se-á sobre a execução de obra pública pela União ou pelo Estado, no território do
Município, observada a legislação específica.
1
- Art. 23 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11, de 2/1/96.
2
- Parágrafo único do art. 26 revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 11, de 2/1/96.
3
- Art. 32 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11, de 2/1/96.
4
- § 4º do art. 37 acrescentado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 11, de 2/1/96.
5
- § 1º acrescentado e renumerado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 4, de 21/12/93.
6
- § 2º acrescentado e renumerado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 4, de 21/12/93.
7
- § 3º acrescentado e renumerado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 4, de 21/12/93.
8
- Art. 52 nova redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, de 16/06/99.
9
- Inciso III do art.56, com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 10, de 27/12/95
10
- § 1º do art. 56 declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça (ADIN 360, “Minas Gerais” de 23/4/94).
11
-§ 1º do art. 63 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 1, de 30/6/92.

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 70 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de representantes do povo eleitos em
pleito direto, pelo sistema proporcional, para mandato de quatro anos.

Parágrafo único - O número de vereadores aumentará em proporção ao crescimento da população municipal,


acrescentando-se um vereador para cada quinhentos mil habitantes até o limite estabelecido na Constituição da
República.

Seção II
Da Câmara Municipal
Art. 71 - A Câmara reunir-se-á, em sessão ordinária, independentemente de convocação, nos meses de
fevereiro a dezembro de cada ano, na forma como dispuser o Regimento Interno. 12

Art. 72 - No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com o mandato dos Vereadores, a Câmara
reunir-se-á no dia primeiro de janeiro para dar posse aos Vereadores, ao Prefeito e ao Vice-Prefeito e eleger a
sua Mesa Diretora para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
subseqüente.

Parágrafo único - A eleição da Mesa se dará por chapa, completa ou não, inscrita até a hora de eleição por
qualquer Vereador.

Art. 73 - A convocação de sessão extraordinária da Câmara Municipal far-se-á:

I - pelo Presidente da Câmara, em caso de intervenção no Município e para compromisso e posse do Prefeito e
Vice-Prefeito;

II - pelo Prefeito, pelo Presidente da Câmara ou a requerimento de um terço dos membros da Câmara, em caso
de urgência ou interesse público relevante. 13

Parágrafo único - Na sessão extraordinária, a Câmara somente delibera sobre a matéria objeto da convocação.

Art. 74 - A Câmara e suas comissões funcionam com a presença, no mínimo, da maioria de seus membros, e
as deliberações são tomadas por maioria de votos dos presentes, salvo os casos previstos nesta Lei Orgânica.

§ 1º - Quando se tratar de matéria relativa a empréstimos, concessões de isenções, incentivos, benefícios


fiscais e gratuidades nos serviços públicos de competência do Município, além de outras referidas nesta Lei, as
deliberações da Câmara são tomadas por dois terços de seus membros.14
§ 2º - Quando estiverem sendo apreciadas proposições, o Presidente somente votará em caso de escrutínio
secreto ou se ocorrer empate nas demais modalidades de votação. 15

Art. 75 - As reuniões da Câmara são públicas, e somente nos casos previstos nesta Lei o voto é secreto.

Parágrafo único - É assegurado o uso da palavra por representantes populares na tribuna da Câmara durante
as reuniões, na forma e nos casos definidos pelo Regimento Interno.
Art. 76 - A Câmara ou qualquer de suas comissões, a requerimento da maioria de seus membros, pode
convocar, com antecedência mínima de dez dias, Secretário Municipal ou dirigente de entidade da
administração indireta, para prestar, pessoalmente,informações sobre assunto previamente determinado e
constante da convocação, sob pena de responsabilização.

§ 1º - O convocado, três dias úteis antes de seu comparecimento, enviará à Câmara exposição referente às
informações solicitadas.

§ 2º - Em situações de urgência e interesse público relevante, o prazo de convocação mencionado no artigo


poderá ser reduzido a até quarenta e oito horas, mediante requerimento aprovado por três quintos dos membros
da Câmara, hipótese em que não se aplicará o disposto no parágrafo anterior.

§ 3º - O Secretário pode comparecer à Câmara ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e após
entendimento com a Mesa, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.

§ 4º - A Mesa da Câmara pode, de ofício ou a requerimento do Plenário, encaminhar, por escrito, pedido de
informação a secretário, a dirigente de entidade da administração indireta e a outras autoridades municipais, e a
recusa, ou o não-atendimento no prazo de trinta dias, ou a prestação de informação falsa constituem infração
administrativa, sujeita a responsabilização.

Seção III
Dos Vereadores

Art. 77- O Vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município.

Art. 78 - É defeso ao Vereador:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, fundação pública, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa delegatária de serviço público municipal, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerados, inclusive os de que seja demissível ad nutum,
nas entidades indicadas na alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo, função ou emprego de que seja demissível ad nutum nas entidades indicadas no inciso I,
alínea "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, alínea "a";

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 79 - Perderá o mandato o Vereador:I - que infringir proibição estabelecida no artigo anterior;

II - que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa;

III - que proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta
pública;

IV - que perder ou tiver suspensos seus direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;

VII - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das reuniões ordinárias da Câmara,
salvo licença ou missão por esta autorizada;
VIII - que fixar residência fora do Município.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso de
prerrogativa assegurada ao Vereador.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a perda de mandato será decidida pela Câmara por voto secreto e
maioria de seus membros, mediante provocação da Mesa ou de partido político devidamente registrado.
§ 3º - Nos casos dos incisos IV, V e VII, a perda será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou por
provocação de qualquer de seus membros ou de partido político devidamente registrado.

§ 4º - No caso do inciso VI, a perda será decidida, se culposo o crime, na forma do § 2º, e declarada, se doloso
o crime, nos termos do § 3º.

§ 5º- O Regimento Interno disporá sobre o processo de julgamento, observado o disposto no art. 4º, § 3º, e, no
que couber, no art. 110 e parágrafos.
16
Art. 80 - Não perderá o mandato o Vereador:

I - investido em cargo de Ministro da República, Secretário de Estado, Secretário do Município, Administrador


Regional, chefe de missão diplomática temporária ou dirigente máximo de entidade da administração indireta na
esfera federal, estadual ou municipal;

II - investido em outro cargo do setor público, na esfera federal ou estadual, considerado de importância para o
Município, desde que, neste caso, tenha sido autorizado por três quintos dos membros da Câmara;

III - licenciado por motivo de doença ou para necessários cuidados físicos, aí incluídos os de maternidade,
sendo indispensável, em todos os casos, a respectiva comprovação médica por profissional da Câmara, sob
pena de responsabilização;

IV - licenciado para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse sessenta dias por sessão legislativa.

§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em cargo mencionado no artigo ou de
licença superior a sessenta dias.

§ 2º - Se ocorrer vaga e não houver suplente, far-se-á eleição para preenchê-la, se faltarem mais de quinze
meses para o término do mandato.

§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Vereador pode optar pela remuneração do mandato.

Art. 81 - A remuneração de vereador será fixada pela Câmara, em cada legislatura, para ter vigência na
subseqüente, por voto da maioria de seus membros, observados os limites constitucionais, vedado o pagamento
de jetons por comparecimento a sessão extraordinária.17

Parágrafo único - Na hipótese de a Câmara deixar de exercer a competência de que trata o artigo, ficarão
mantidos, na legislatura subseqüente, os valores de remuneração vigentes em dezembro do último exercício da
legislatura anterior, admitida apenas a atualização dos mesmos.

Seção IV
Das Comissões

Art. 82 - A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma do Regimento Interno e
com as atribuições nele previstas, ou conforme os termos do ato de sua criação.

§ 1º - Na constituição da Mesa e na de cada comissão é assegurada, tanto quanto possível, a participação


proporcional dos partidos políticos ou dos blocos parlamentares representados na Câmara.

§ 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a competência do Plenário, salvo
se houver recurso de um décimo dos membros da Câmara;

II - realizar audiência pública com entidade da sociedade civil;

III- realizar audiência pública em regiões do Município, para subsidiar o processo legislativo;

IV - convocar, além das autoridades a que se refere o art. 76, § 4º, servidor municipal para prestar informação
sobre assunto inerente às suas atribuições, constituindo infração administrativa a recusa ou não-atendimento no
prazo de trinta dias;

V - receber petição, reclamação, representação ou queixa de qualquer pessoa contra ato ou omissão de
autoridade ou entidade públicas;

VI - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VII - apreciar plano de desenvolvimento e programa de obras do Município;


VIII - acompanhar a implantação dos planos e programas de que trata o inciso anterior e exercer fiscalização
dos recursos municipais neles investidos.

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, observada a legislação específica, no que couber, terão


poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, e
serão criadas a requerimento de um terço dos membros da Câmara, para apuração de fato determinado e por
prazo certo, e suas conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público, ao Defensor do Povo
ou a outra autoridade competente, para que se promova a responsabilização civil, criminal ou administrativa do
infrator.

Seção V
Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 83 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida para o estabelecido no art. 84, dispor
sobre todas as matérias de competência do Município, especificamente:

I - plano diretor;

II - plano plurianual;

III - diretrizes orçamentárias;

IV - orçamento anual;

V - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de rendas;

VI - dívida pública, abertura e operação de crédito;

VII - delegação de serviços públicos;

VIII - criação, transformação e extinção de cargo, emprego e função públicos na administração direta, autárquica
e fundacional, e fixação de remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;

IX - fixação do quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades
sob controle direto ou indireto do Município;

X - servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, seu regime jurídico único, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria;

XI - criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública;

XII - divisão regional da administração pública;

XIII - divisão territorial do Município;

XIV - bens do domínio público;

XV - isenção, remissão e anistia;

XVI - transferência temporária da sede do Governo Municipal;

XVII - matéria decorrente da competência comum de que trata o art. 13.

Art. 84 - Compete privativamente à Câmara Municipal:

I - eleger a Mesa e constituir as comissões;

II - elaborar o Regimento Interno;

III - dispor sobre sua organização, seu funcionamento e sua polícia;

IV - dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função de seus serviços e fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - aprovar crédito suplementar ao orçamento de sua Secretaria, nos termos desta Lei Orgânica;

VI - fixar a remuneração do vereador, do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Secretário Municipal;

VII - dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito;


VIII - conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-Prefeito;

IX- conceder licença ao Prefeito para interromper o exercício de suas funções;

X - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município e o Vice-Prefeito, do Estado, por mais de dez dias, e ambos,
do País, por qualquer tempo;

XI - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e o Secretário Municipal, bem como ocupante de cargo de
mesma hierarquia deste, nas infrações político-administrativas;

XII - destituir do cargo o Prefeito, após condenação por crime comum ou de responsabilidade ou por infração
político-administrativa, e o Vice-Prefeito, o Secretário Municipal e ocupante de cargo de mesma hierarquia
deste, após condenação por crime comum ou por infração político-administrativa;

XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito não apresentadas dentro de sessenta dias da abertura da sessão
legislativa;

XIV - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito, e apreciar os relatórios sobre a execução dos
planos de governo;

XV - eleger, pelo voto de dois terços de seus membros, após argüição pública, o Defensor do Povo;

XVI - autorizar celebração de convênio pelo Governo do Município e ratificar o que, por motivo de interesse
público relevante, for efetivado sem essa autorização, desde que encaminhado à Câmara nos dez dias úteis
subseqüentes à sua celebração;18
XVII - autorizar previamente convênio intermunicipal para modificação de limites;

XVIII - solicitar, pela maioria de seus membros, a intervenção do Estado;

XIX - suspender, no todo ou em parte, a execução de ato normativo municipal declarado, incidentalmente:

a) inconstitucional, por decisão definitiva do Tribunal de Justiça do Estado, quando a decisão de


inconstitucionalidade for limitada ao texto da Constituição do Estado;

b) infringente desta Lei Orgânica, por decisão definitiva do órgão competente do Poder Judiciário;

XX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;

XXI - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XXII - dispor sobre limites e condições para concessão de garantia do Município em operações de crédito;

XXIII - autorizar a contratação de empréstimo, operação ou acordo externo, de qualquer natureza, de interesse
do Município, regulando as suas condições e respectiva aplicação, observada a legislação federal;

XXIV - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa do Poder
Executivo;

XXV - aprovar, previamente, a alienação ou a concessão de bem imóvel público;

XXVI - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XXVII - indicar, observada a lei complementar estadual, os vereadores representantes do Município na


Assembléia Metropolitana;

XXVIII - autorizar a participação do Município em convênio, consórcio ou entidade intermunicipais destinados à


gestão de função pública, ao exercício de atividade ou à execução de serviços e obras de interesse comum;

XXIX - aprovar os estatutos das instâncias previstas nesta Lei Orgânica;

XXX - mudar, temporária ou definitivamente, a sua sede.

§ 1º - Compete também à Câmara manifestar-se, por maioria de seus membros, a favor de proposta de emenda
à Constituição do Estado.

§ 2º - O não-encaminhamento à Câmara de convênio a que se refere o inciso XVI, nos dez dias úteis
subseqüentes à sua celebração, implica nulidade dos atos já praticados em virtude de sua execução, aplicando-
se o disposto no art. 91, no que couber.19

§ 3º - A representação judicial da Câmara é exercida por sua Procuradoria-Geral, à qual cabe também a
consultoria jurídica do Poder Legislativo.
Seção VI
Do Processo Legislativo

Art. 85 - O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - Emenda à Lei Orgânica;

II - lei;

III - resolução;
20
IV - decreto legislativo.

Parágrafo único - São também objeto de deliberação da Câmara, além de outras proposições previstas no
Regimento Interno:

I - a autorização;

II - a indicação;

III - o requerimento;

IV - a representação.

Art. 86 - A Lei Orgânica pode ser emendada mediante proposta:

I - de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara;

II - do Prefeito;

III - de, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.

§ 1º - As regras de iniciativa privativa pertinentes à legislação ordinária não se aplicam à competência para a
apresentação da proposta de que trata o artigo.

§ 2º - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou estado de defesa, nem
quando o Município estiver sob intervenção do Estado.

§ 3º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e considerada
aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos membros da Câmara.

§ 4º - Na discussão de proposta popular de emenda é assegurada a sua defesa,em comissão e no Plenário, por
um dos signatários.

§ 5º - A Emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem.

§ 6º - O referendo à emenda será realizado, se requerido antes da data da promulgação, por dois terços dos
membros da Câmara, ou por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.

§ 7º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
representada na mesma sessão legislativa.

Art. 87 - A iniciativa de lei cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos, na
forma e nos casos definidos nesta Lei Orgânica.

§ 1º - São matéria de lei, entre outras previstas nesta Lei Orgânica, que dependem de voto favorável:

I - de dois terços dos membros da Câmara;

a) o plano diretor;

b) o parcelamento, a ocupação e o uso do solo;

c) o código tributário;

II - da maioria dos membros da Câmara:

a) o código de obras;

b) o código de posturas;
c) o código sanitário;

d) o estatuto dos servidores públicos;

e) a organização da Defensoria do Povo e da Guarda Municipal;

f) a organização administrativa;

g) a criação de cargos, funções e empregos públicos.

§ 2º - Será dada ampla divulgação aos projetos de Lei Orgânica, estatuto e código previstos no parágrafo
anterior ou em outros dispositivos desta Lei, facultado a qualquer cidadão, no prazo de quinze dias da data de
sua publicação, apresentar sugestão sobre qualquer um deles ao Presidente da Câmara, que a encaminhará à
comissão respectiva, para apreciação.

Art. 88 - São matéria de iniciativa privativa, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:

I - da Mesa da Câmara:

a) o regulamento geral, que disporá sobre a organização da Secretaria da Câmara, seu funcionamento, sua
polícia, criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função, regime jurídico de seus servidores e
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias
e o disposto nos arts. 49, §§ 1º e 2º, e 57;

b) a autorização para o Prefeito ausentar-se do Município;

c) a mudança temporária da sede da Câmara;

II - do Prefeito:

a) a criação de cargo e função públicos da administração direta, autárquica e fundacional e a fixação da


respectiva remuneração, observados os parâmetros da lei de diretrizes orçamentárias;

b) o regime jurídico único dos servidores públicos dos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional,
incluído o provimento de cargo, estabilidade e aposentadoria;

c) o quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades sob
controle direto ou indireto do Município;

d) a criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública, exceto as


da Defensoria do Povo;

e) os planos plurianuais;

f) as diretrizes orçamentárias;

g) os orçamentos anuais;

h) a concessão de isenção, benefício ou incentivo fiscal;

i) a divisão regional da administração pública.

Art. 89 - Salvos nas hipóteses previstas no artigo anterior, a iniciativa popular em matéria de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros pode ser exercida pela apresentação à Câmara de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município, em lista organizada por entidade
associativa legalmente constituída, que se responsabilizará pela idoneidade das assinaturas.

§ 1º - Na discussão do projeto de iniciativa popular, é assegurada a sua defesa, em comissão e no Plenário, por
um dos signatários.

§ 2º - O disposto neste artigo e no § 1º se aplica à iniciativa de emenda a projeto de lei em tramitação na


Câmara, respeitadas as vedações do art. 90.

Art. 90 - Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa do Prefeito, ressalvados a comprovação da existência de receita e o disposto no art.
132, § 4º;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara.


Art. 91 - O Prefeito pode solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa, salvo o de Lei Orgânica,
estatutária ou equivalente a código, ou que dependa de quorum especial para aprovação.

§ 1º - Se a Câmara não se manifestar sobre o projeto em até quarenta e cinco dias, será ele incluído na Ordem
do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação.

§ 2º - O prazo do parágrafo anterior não corre em período de recesso da Câmara.

Art. 92 - A proposição de lei, resultante de projeto aprovado pela Câmara, será enviada ao Prefeito, que, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data de seu recebimento:

I - se aquiescer, a sancionará; ou

II - se a considerar, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrária ao interesse público, a vetará, total ou


parcialmente.

§ 1º - O silêncio do Prefeito, decorrido o prazo, importa sanção.

§ 2º - A sanção, expressa ou tácita, supre a iniciativa do Poder Executivo no processo legislativo.

§ 3º - O Prefeito publicará o veto e, dentro de quarenta e oito horas, comunicará seus motivos ao Presidente da
Câmara.

§ 4º - O veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 5º - A Câmara, dentro de trinta dias contados do recebimento da comunicação do veto, sobre ele decidirá, em
escrutínio secreto, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto:

I - de três quintos de seus membros, quando a matéria objeto da proposição de lei depender de aprovação por
dois terços;

II - da maioria de seus membros, quando a matéria depender de aprovação por quorum idêntico ou inferior.

§ 6º - Se o veto não for mantido, será a proposição de lei enviada ao Prefeito para promulgação.

§ 7º - Esgotado o prazo estabelecido no § 5º, sem deliberação, o veto será incluído na Ordem do Dia da reunião
imediata, sobrestadas as demais proposições, até votação final, ressalvada a matéria de que trata o § 1º do art.
91.

§ 8º - Se, nos casos do §§ 1º e 6º, a lei não for promulgada pelo Prefeito dentro de quarenta e oito horas, o
Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo.

§ 9º - O referendo a proposição de lei será realizado nos termos da legislação específica.

Art. 93 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto na
mesma sessão legislativa mediante proposta da maioria dos membros da Câmara ou de pelo menos cinco por
cento do eleitorado.

Art. 94 - A requerimento de vereador, aprovado pelo Plenário, os projetos de lei, decorridos sessenta dias de
seu recebimento, serão incluídos na Ordem do Dia, mesmo sem parecer.

Parágrafo único - O projeto somente pode ser retirado da Ordem do Dia a requerimento do autor, aprovado
pelo Plenário.

Seção VII
Da Fiscalização e dos Controles

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 95 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município e das


entidades da administração indireta é exercida pela Câmara, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder e entidade, observado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 74 da Constituição do
Estado.

§ 1º - O controle externo, a cargo da Câmara, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado.

§ 2º - Os Poderes Legislativo e Executivo e as entidades da administração indireta manterão, de forma


integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de:

I- avaliar o cumprimento das metas previstas nos respectivos planos plurianuais e a execução dos programas de
governo e dos orçamentos;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,


financeira e patrimonial dos órgãos da administração direta e das entidades da administração indireta, e da
aplicação de recursos públicos por entidade de direito privado;

III - exercer o controle de operações de crédito, avais e garantias, e o de seus direitos e haveres;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 3º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas e ao Defensor do Povo, sob pena de responsabilidade
solidária.

Art. 96 - Qualquer cidadão, partido político, associação legalmente constituída ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidade ou ilegalidade de ato de agente público.

Parágrafo único - A denúncia poderá ser feita, em qualquer caso, à Câmara e à Defensoria do Povo, ou, sobre
o assunto da respectiva competência, ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas.

Art. 97 - As contas do Prefeito, referentes à gestão financeira do ano anterior, serão julgadas pela Câmara
mediante parecer prévio do Tribunal de Contas, nos termos da Constituição do Estado, o qual somente deixará
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara.

§ 1º - Para efeito de exame e apreciação, as contas do Município ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer cidadão, que poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 2º - No primeiro e no último ano de mandato do Prefeito, o Município enviará ao Tribunal de Contas inventário
de todos os seus bens móveis e imóveis.

Art. 98 - Anualmente, dentro de sessenta dias do início da sessão legislativa, a Câmara receberá, em reunião
especial, o Prefeito, que informará, por meio de relatório, o estado em que se encontram os assuntos
municipais.

Parágrafo único - Sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor assunto de interesse público, a Câmara
o receberá em reunião previamente designada.

Art. 99 - A Câmara, após aprovação da maioria de seus membros, convocará plebiscito para que o eleitorado
do Município se manifeste sobre ato político do Poder Executivo ou do Poder Legislativo, desde que requerida a
convocação por vereador, pelo Prefeito ou, no mínimo, por cinco por cento do eleitorado do Município.

Subseção II
Da Defensoria do Povo

Art. 100 - A Defensoria do Povo é órgão público dotado de autonomia administrativa e financeira e com funções
de controle da administração pública, e suas atribuições, organização e funcionamento serão definidos em lei,
aprovada pela maioria dos membros da Câmara.

§ 1º - A Defensoria é dirigida pelo Defensor do Povo, com mais de trinta anos de idade, notável experiência,
reputação ilibada e reconhecido senso de justiça, eleito por dois terços dos membros da Câmara, para mandato,
não-renovável, de quatro anos, e nomeado pelo Presidente desta.

§ 2º - O Defensor do Povo se sujeita, no que couber e na forma da lei, às proibições, incompatibilidades e perda
do mandato aplicáveis ao vereador.

Art. 101 - A Defensoria do Povo terá, entre outras, as seguintes atribuições:

I - apurar os atos, fatos e omissões de órgãos e entidades da administração pública ou de seus agentes, que
impliquem exercício ilegítimo, inconveniente ou inoportuno de suas funções;

II - apurar:

a) as reclamações contra prestação dos serviços públicos;

b) os atos ou omissões do Poder Público, com ofensa dos princípios a que se sujeita a administração, de modo
especial o pertinente à moralidade administrativa;

III - divulgar, para conhecimento do cidadão, os direitos deste em face do Poder Público, incluído o de exercer o
controle direto dos atos administrativos;
IV - divulgar informações e avaliações relativas à sua ação, com o direito de publicá-la em órgão oficial de
imprensa;
V - acompanhar os processos de licitação;

VI - encaminhar relatórios de suas atividades e prestar suas contas à Câmara.

Parágrafo único - Obrigam-se as autoridades de órgãos e entidades a fornecer, em regime de urgência, sob
pena de responsabilização, documentos, dados, informações e certidões solicitados pelo Defensor do Povo.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 102 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado pelos Secretários Municipais.

Art. 103 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato de quatro anos, se realizará até noventa dias
antes do término do mandato de seus antecessores, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o
País, e a posse ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77 da Constituição da República.

Parágrafo único - Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na administração pública
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 51, I, II e III.

Art. 104 - A eleição do Prefeito importará, para mandato correspondente, a do Vice-Prefeito com ele registrado.

§ 1º - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em reunião da Câmara, prestando o seguinte compromisso:


"Prometo manter, defender e cumprir as Constituições da República e do Estado, a Lei Orgânica do Município,
observar as leis, promover o bem geral do povo belo-horizontino e exercer o meu cargo sob a inspiração do
interesse público, da lealdade e da honra".

§ 2º - O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito nos seus impedimentos e lhe sucederá na vacância do cargo.

§ 3º - O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 105 - No caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito ou no de vacância dos respectivos cargos,
será chamado ao exercício do Governo o Presidente da Câmara.

§ 1º - Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última
vaga.

§ 2º - Ocorrendo a vacância nos últimos quinze meses do mandato governamental, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Câmara, na forma de lei, aprovada pela maioria dos
membros desta.

§ 3º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 106 - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de
força maior, reconhecido pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 107 - O Prefeito e o Vice-Prefeito residirão no Município.

Parágrafo único - O pedido de autorização para o Prefeito e o Vice-Prefeito ausentarem-se do Município, nos
termos do art. 84, X, desta Lei Orgânica, será decidido pela Mesa Diretora da Câmara Municipal. (NR) 21

Seção II
Das Atribuições do Prefeito Municipal

Art. 108 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal:

I - nomear e exonerar Secretário Municipal;

II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior do Poder Executivo;

III - prover os cargos públicos do Poder Executivo;

IV - prover os cargos de direção ou administração superior de autarquia e fundação pública;

V - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
VI - fundamentar os projetos de lei que remeter à Câmara;

VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e, para sua fiel execução, expedir decretos e regulamentos;

VIII- vetar proposições de lei;

IX - remeter mensagem e planos de governo à Câmara, quando da reunião inaugural da sessão legislativa
ordinária, expondo a situação do Município, especialmente o estado das obras e dos serviços municipais;

X - enviar à Câmara a proposta de plano plurianual, o projeto da lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de Orçamento;

XI - prestar, anualmente, dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa ordinária, as contas
referentes ao exercício anterior;

XII - extingüir cargo desnecessário, desde que vago ou ocupado por servidor público não-estável, na forma da
lei;

XIII - celebrar convênios, ajustes e contratos de interesse municipal;

XIV - contrair empréstimo, externo ou interno, e fazer operação ou acordo externo de qualquer natureza,
mediante prévia autorização da Câmara, observado os parâmetros de endividamento regulados em lei, dentro
dos princípios da Constituição da República;

XV - convocar extraordinariamente a Câmara, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;

XVI - fixar, mediante decreto, o preço dos bens e serviços;

XVII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.

Seção III
Do Processo e Julgamento do Prefeito Municipal

Art. 109 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os definidos em lei federal especial, que estabelece as
normas de processo de julgamento.

Parágrafo único - Nos crimes de responsabilidade, e nos comuns, o Prefeito será submetido a processo de
julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.

Art. 110 - São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câmara, além de outras
previstas nesta Lei Orgânica:

I - impedir o funcionamento regular da Câmara;

II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos arquivos da
administração pública, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de investigação da
Câmara, pelo Defensor do Povo ou por auditoria regularmente instituída;

III - desatender, sem motivo justo, os pedidos de informação da Câmara, quando feitos a tempo e em forma
regular;

IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e os atos sujeitos a essa formalidade;

V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em forma regular, a proposta orçamentária;

VI - descumprir o Orçamento aprovado para exercício financeiro;

VII - praticar ato administrativo contra expressa disposição de lei ou omitir-se na prática daquele por ela exigido;

VIII- omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos à sua
administração;

IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido nesta Lei Orgânica, ou afastar-se do exercício do
cargo, sem autorização da Câmara;

X - deixar de remeter à Câmara, até o dia vinte de cada mês, um duodécimo da dotação orçamentária destinada
ao Poder Legislativo, salvo se por motivo justo, fundamentado ao Presidente da Câmara em tempo hábil;

XI - deixar de declarar seus bens, nos termos do art. 215, parágrafo único;

XII - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.


§ 1º - A denúncia, escrita e assinada, poderá ser feita por qualquer cidadão, com a exposição dos fatos e a
indicação das provas.

§ 2º - Se o denunciante for vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a comissão
processante, e, se for o Presidente da Câmara, passará a presidência ao substituto legal para os atos do
processo.

§ 3º - Será convocado o suplente do vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a comissão
processante.

§ 4º - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira reunião subseqüente, determinará sua leitura
e constituirá a comissão processante, formada por sete vereadores, sorteados entre os desimpedidos e
pertencentes a partidos diferentes, os quais elegerão, desde logo, o presidente e o relator.

§ 5º - A comissão, no prazo de dez dias, emitirá parecer, que será submetido ao Plenário, opinando pelo
prosseguimento ou arquivamento da denúncia, podendo proceder às diligências que julgar necessárias.

§ 6º - Aprovado o parecer favorável ao prosseguimento do processo, por dois terços dos membros da Câmara,
o Presidente determinará, desde logo, a abertura da instrução, citando o denunciado, com a remessa de cópia
da denúncia, dos documentos que a instruem e do parecer da comissão, informando-lhe o prazo de vinte dias
para o oferecimento da contestação e a indicação dos meios de prova com que pretenda demonstrar a verdade
do alegado.

§ 7º - Findo o prazo estabelecido no parágrafo anterior, com ou sem contestação, a comissão processante
determinará as diligências requeridas, ou as que julgar convenientes, e realizará as audiências necessárias para
a tomada do depoimento das testemunhas de ambas as partes, podendo ouvir o denunciante e o denunciado,
que poderão assistir pessoalmente, ou por seu procurador, a todas as reuniões e diligências da comissão,
interrogando e contraditando as testemunhas e requerendo a sua reinquirição ou acareação.

§ 8º - Após as diligências, a comissão proferirá, no prazo de dez dias, parecer final sobre a procedência ou
improcedência da acusação e solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de reunião para julgamento,
que se realizará após a distribuição do parecer.

§ 9º - Na reunião de julgamento, o processo será lido integralmente, e, a seguir, os vereadores que o desejarem
poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada um, sendo que, ao final, o
denunciado ou seu procurador terá o prazo máximo de duas horas para produzir defesa oral.

§ 10 - Terminada a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas forem as infrações articuladas na
denúncia.

§ 11 - Considerar-se-á afastado definitivamente do cargo e inabilitado, por oito anos, para o exercício de função
pública, sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, o denunciado que for declarado, pelo voto de dois
terços dos membros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia.

§ 12- Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata
que consigne a votação nominal sobre cada
infração e, se houver condenação, expedirá a competente resolução de cassação do mandato, ou, se o
resultado da votação for absolutório, determinará o arquivamento do processo, comunicando, em qualquer dos
casos, o resultado à Justiça Eleitoral.

§ 13 - O processo deverá estar concluído dentro de noventa dias, contados da citação do acusado, e,
transcorrido o prazo sem julgamento, será arquivado, sem prejuízo de nova denúncia, ainda que sobre os
mesmos fatos.

Art. 111 - O Prefeito será suspenso de suas funções:

I - nos crimes comuns e de responsabilidade, se recebida a denúncia ou a queixa pelo Tribunal de Justiça do
Estado; e

II - nas infrações político-administrativas, se admitida a acusação e instaurado o processo, pela Câmara.

Seção IV
Dos Secretários Municipais

Art. 112 - O Secretário Municipal será escolhido dentre brasileiros maiores de vinte e um anos de idade e no
exercício dos direitos políticos, e está sujeito, desde a posse, aos mesmos impedimentos do vereador.

Parágrafo único - Além de outras atribuições conferidas em lei, compete ao Secretário Municipal:

I - orientar, coordenar e supervisionar as atividades dos órgãos de sua Secretaria e das entidades da
administração indireta a ela vinculadas;

II - referendar ato e decreto do Prefeito;

III - expedir instruções para a execução de lei, decreto e regulamento;

IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão;

V - comparecer à Câmara, nos casos e para os fins previstos nesta Lei Orgânica;

VI - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.

Art. 113-O Secretário é processado e julgado perante a Câmara, nas infrações político-administrativas,
observado, no que couber, o disposto nos arts. 110 e 111.

Seção V
Da Procuradoria do Município

Art. 114- A Procuradoria do Município é o órgão que o representa judicialmente, cabendo-lhe também as
atividades de consultoria e assessoramento jurídicos ao Poder Executivo, e, privativamente, a execução de
dívida ativa.

§ 1º - O ingresso na classe inicial da carreira de Procurador Municipal far-se-á mediante concurso público de
provas e títulos.

§ 2º - A Procuradoria do Município tem por chefe o Procurador-Geral do Município, de livre designação pelo
Prefeito, dentre advogados de reconhecido saber jurídico e reputação ilibada.

12 - Art. 71 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 6, de 14/12/94 .


13 - Caput do art. 73 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 8/3/95.
14 - § 1º do art. 74 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 7, de 26/1/95.
15 - § 2º do art. 74 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 8/3/95.
16 - Caput do art. 80 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 9, de 24/4/95.
17 - Caput com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 8/3/95.
18- Inciso XVI do art. 84 declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça (ADIN 117, “Minas Gerais” de
10/2/94).
19 -§ 2º do art. 84 declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça (ADIN 117, “Minas Gerais” de 10/2/94).
20 -Inciso IV do art. 85 acrescentado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 13, de 4/9/98.
21- Art. 107 modificado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº 17, de 9/7/2001.

CAPÍTULO I
DA TRIBUTAÇÃO

Seção I
Dos Tributos Municipais

Art. 115 - Ao Município compete instituir:

I - impostos sobre:

a) propriedade predial e territorial urbana;


b) transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos à sua aquisição;
c) vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
d) serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do Estado,
nos termos da Constituição da República e da legislação complementar específica;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º - O imposto previsto na alínea "a" do inciso I poderá ser progressivo, nos termos da lei, de forma a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade.
§ 2º - O imposto previsto na alínea "b" do inciso I não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica, em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou
direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nestes casos, a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, a locação de bens imóveis
ou o
arrendamento mercantil.
§ 3º - As alíquotas dos impostos previstos nas alíneas "c" e "d" do inciso I obedecerão aos limites fixados em lei
complementar federal.
§ 4º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração municipal identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 5º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 116 - Constituem também recursos financeiros do Município:

I - as multas arrecadadas pelo exercício do poder de polícia;


II - as rendas provenientes de concessão, permissão, cessão ou autorização;
III - o produto da alienação de bens imóveis ou móveis, ações e direitos, na forma da lei;
IV - as doações e legados, com ou sem encargos;
V - outros definidos em lei.

Art. 117 - Somente ao Município cabe instituir isenção de tributo de sua competência, por meio de lei aprovada
por dois terços dos membros da Câmara,
prevalecendo o estatuído para o exercício seguinte.

Art. 118 - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos
municipais que incidam sobre vendas e serviços,
observadas as legislações federal e estadual sobre consumo.

Seção II
Das Limitações ao Poder de Tributar

Art. 119 - É vedado ao Município, sem prejuízo das garantias asseguradas aos contribuintes e do disposto no
art. 150 da Constituição da República e na legislação
complementar específica, estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.

Art. 120 - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária de competência do
Município só poderá ser concedida por lei aprovada por dois terços dos membros da Câmara.

Parágrafo único - O perdão da multa, o parcelamento e a compensação de débitos fiscais poderão ser
concedidos por ato do Poder Executivo, nos casos e condições especificados em lei.

Seção III
Da Participação do Município em Receitas Tributárias Federais e Estaduais

Art. 121- Em relação aos impostos de competência da União, pertencem ao Município:

I - o produto da arrecadação do imposto sobre rendas e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pela administração direta, pelas autarquias e pelas fundações
instituídas e mantidas pelo Município;

II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural, relativamente
aos imóveis situados no Município.

Art. 122 - Em relação aos impostos de competência do Estado, pertencem ao Município:

I - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores,
licenciados no território municipal, a serem creditados
nos termos do art. 150, § 1º, da Constituição do Estado;

II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a serem creditados na forma do disposto no art.
158, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição da República e no art.150, § 1º, da Constituição do Estado.

Art. 123 - Caberá também ao Município:

I - a respectiva quota no Fundo de Participação dos Municípios, como disposto no art. 159, inciso I, alínea "b",
da Constituição da República;

II - a respectiva quota do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, como disposto no
art. 159, inciso II e § 3º, da Constituição da República e no art. 150, inciso III e § 1º, da Constituição do Estado;

III - a respectiva quota do produto da arrecadação do imposto de que trata o inciso V do art. 153 da Constituição
da República, nos termos do inciso II do § 5º do mesmo artigo.
Art. 124 - Ocorrendo a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos decorrentes da
repartição das receitas tributárias, por parte da União ou do Estado, o Poder Executivo adotará as medidas
judiciais cabíveis, à vista do disposto nas Constituições da República e do Estado.

CAPÍTULO II
DO ORÇAMENTO

Art. 125 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

Art. 126 - A lei que instituir o plano plurianual de ação governamental, compatível com o plano diretor,
estabelecerá, por administrações regionais, as diretrizes, objetivos e metas da administração municipal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas a programas de duração continuada.

Art. 127 - A lei de diretrizes orçamentárias, compatível com o plano plurianual, compreenderá as metas e
prioridades da administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação
tributária.

Art. 128 - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Públicos, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Município;

II - o orçamento de investimento das empresas em que o Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;

III- o orçamento da seguridade social, se houver, abrangendo todas as entidades e órgãos da administração
direta e indireta do Município a ela vinculados, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público.

Parágrafo único - Integrarão a lei orçamentária demonstrativos específicos com detalhamento das ações
governamentais, em nível mínimo de:

I - órgão ou entidade responsável pela realização da despesa e da função;

II - objetivos e metas;

III - natureza da despesa;

IV - fontes de recursos;

V - órgão ou entidade beneficiários;

VI - identificação dos investimentos, por região do Município;

VII - identificação, de forma regionalizada, dos efeitos, sobre as receitas e as despesas, decorrentes de
isenções, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

Art. 129 - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Art. 130 - A lei orçamentária assegurará investimentos prioritários em programas de educação, saúde,
habitação, saneamento básico e proteção ao meio ambiente.

Parágrafo único- Os recursos para os programas de saúde não serão inferiores aos destinados aos
investimentos em transporte e sistema viário.

Art. 131 - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Prefeito à Câmara, nos termos e prazos fixados pela legislação específica.

Parágrafo único - O não-cumprimento do disposto no artigo implica a elaboração, pela comissão prevista no §
1º do art. 132, de projeto de lei sobre a matéria,
tomando por base a respectiva legislação vigente.

Art. 132 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais serão apreciados pela
Câmara, na forma regimental.

§ 1º - Caberá à comissão permanente da Câmara:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos no artigo e sobre as contas apresentadas anualmente
pelo Prefeito;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas e exercer o acompanhamento e a fiscalização


orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais
comissões da Câmara.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na comissão permanente, que sobre elas emitirá parecer, para
apreciação na forma regimental pelo Plenário.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não podem ser aprovadas quando incompatíveis
com o plano plurianual.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou a projeto que a modifique somente podem ser
aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as


que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;


b) serviço da dívida; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou


b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 5º - O Prefeito poderá enviar a mensagem à Câmara para propor modificação nos projetos a que se refere o
artigo enquanto não iniciada, na comissão permanente, a votação da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º - Rejeitado pela Câmara o projeto de lei orçamentária anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento
do exercício em curso, aplicando-se-lhe a atualização dos valores.

§ 7º - Se a Câmara não devolver, para sanção, o projeto de lei do orçamento anual no prazo consignado na
legislação específica, o Prefeito promulgá-lo-á como lei.

§ 8º - Aplicam-se aos projetos mencionados no artigo, no que não contrariar o disposto neste Capítulo, as
demais normas relativas ao processo legislativo.

Art. 133 - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.

Art. 134 - São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou


adicionais;

III - a realização de operações de crédito:

a) sem autorização legislativa em que se especifiquem a destinação, o valor, o prazo da operação, a taxa de
remuneração do capital, as datas de pagamento, a espécie dos títulos e a forma de resgate, salvo disposição
diversa em legislação federal ou estadual;
b) que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pela Câmara, por maioria de seus membros;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a destinação de recursos para
a manutenção e desenvolvimento do ensino, como
determinado pelo art. 160, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 129;

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para


outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social
para suprir necessidade ou cobrir déficit de
empresas, fundações e fundos;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão do plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados,
salvo se o ato de autorização for promulgado nos
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados
ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º - Admitir-se-á a abertura de crédito extraordinário, ad referendum da Câmara, para atender a despesas


imprevistas e urgentes, decorrentes de calamidade
pública.

Art. 135- Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e


especiais, destinados à Câmara, ser-lhe-ão
entregues até o dia vinte de cada mês.

Art. 136 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os limites estabelecidos em
lei complementar federal.

Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou


alterações de estrutura de carreiras, bem como a
admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as


sociedades de economia mista.

Art. 137 - À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Municipal, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos
para esse fim.

§ 1º - É obrigatória a inclusão, no orçamento municipal, de dotação necessária ao pagamento de seus débitos


constantes de precatórios judiciários, apresentados até primeiro de julho, data em que terão atualizados seus
valores, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte.

§ 2º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados ao Poder Judiciário, recolhidas as


importâncias respectivas à repartição competente, para atender ao disposto no art. 100, § 2º, da Constituição da
República.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 138 - A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

Parágrafo único - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados, na forma da Constituição da
República e desta Lei Orgânica.

Art. 139 - O Poder Público, agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, no âmbito de sua
competência, as funções de fiscalização, incentivo
e planejamento, atuando:

I - na eliminação do abuso do poder econômico;


II - na defesa, promoção e divulgação dos direitos do consumidor;
III - na fiscalização da qualidade dos bens e dos serviços produzidos e comercializados em seu território;
IV - no apoio à organização da atividade econômica em cooperativas e no estímulo ao associativismo;
V - na democratização da atividade econômica;
VI - na proteção dos trabalhadores em face da automação. (NR)22

Parágrafo único - O Município dispensará tratamento jurídico diferenciado à pequena e à microempresa, assim
definidas em lei, visando a incentivá-las pela
simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas
por meio de lei.

Art. 140 - A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade
econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações
trabalhistas e tributárias.

Parágrafo único - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não-extensivos às do setor privado.

CAPÍTULO II
DA SAÚDE

Art. 141 - A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, assegurado mediante políticas econômicas,
sociais, ambientais e outras que visem à prevenção e à eliminação do risco de doenças e outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, sem qualquer
discriminação.

Parágrafo único - O direito à saúde implica a garantia de:

I - condições dignas de trabalho, renda, moradia, alimentação, educação, lazer e saneamento;


II - participação da sociedade civil na elaboração de políticas, na definição de estratégias de implementação e
no controle das atividades com impacto sobre a saúde, entre elas as mencionadas no inciso anterior;
III - acesso às informações de interesse da saúde individual e coletiva, bem como sobre as atividades
desenvolvidas pelo sistema;
IV - proteção do meio ambiente e controle da poluição ambiental;
V - acesso igualitário às ações e aos serviços de saúde;
VI - dignidade, gratuidade e boa qualidade no atendimento e no tratamento de saúde;
VII - opção quanto ao número de filhos.

Art. 142 - As ações e serviços de saúde são de relevância pública, e cabem ao Poder Público sua
regulamentação, fiscalização e controle, na forma da lei.

Art. 143 - As ações e serviços públicos de saúde integram o Sistema Único de Saúde, que se organiza, no
Município, de acordo com as seguintes diretrizes:

I - comando político-administrativo único das ações pelo órgão central do sistema, articulado com as esferas
estadual e federal, formando uma rede regionalizada e
hierarquizada;
II - participação da sociedade civil;
III - integralidade da atenção à saúde, entendida como o conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos, curativos e de recuperação individuais e
coletivos, exigidos para cada caso e em todos os níveis de complexidade do sistema, adequado às realidades
epidemiológicas;
IV - integração, em nível executivo, das ações originárias do Sistema Único com as demais ações setoriais do
Município;
V - proibição de cobrança do usuário pela prestação de serviços públicos e contratados de assistência à saúde,
salvo na hipótese de opção por acomodações
diferenciadas;
VI - distritalização dos recursos, dos serviços e das ações, segundo critérios de contingente populacional e de
demanda;
VII - desenvolvimento dos recursos humanos e científico-tecnológicos do sistema, adequados às necessidades
da população;
VIII - formulação e implantação de ações em saúde mental, obedecendo ao seguinte:

a) respeito aos direitos e garantias fundamentais do doente mental, inclusive quando internado;
b) estabelecimento de política que priorize e amplie atividades e serviços preventivos e extra-hospitalares.

Parágrafo único - Na distribuição dos recursos, serviços e ações a que se refere o inciso I, serão observados o
disposto nos planos diretor e plurianual e na lei de diretrizes orçamentárias e o princípio da hierarquização,
compreendidos, para tal fim, os seguintes equipamentos:

I - unidades locais de saúde;


II - policlínicas;
III - hospitais gerais;
IV - hospitais de nível terciário;
V - hospitais especializados.

Art. 144 - Compete ao Município, no âmbito do Sistema Único de Saúde, além de outras atribuições previstas
na legislação federal:

I - a elaboração e a atualização periódica do plano municipal de saúde, em consonância com os planos estadual
e federal e com a realidade epidemiológica;
II - a direção, a gestão, o controle e a avaliação das ações de saúde ao nível municipal;
III - a administração do fundo municipal de saúde e a elaboração de proposta orçamentária;
IV - a fiscalização da produção ou da extração, do armazenamento, do transporte e da distribuição de
substâncias, produtos, máquinas e equipamentos que possam
apresentar riscos à saúde da população;
V - o planejamento, a execução e a fiscalização das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, incluindo os
relativos à saúde dos trabalhadores e ao meio
ambiente, em articulação com os demais órgãos e entidades governamentais;
VI - o oferecimento aos cidadãos, por meio de equipes multiprofissionais e de recursos de apoio, de todas as
formas de assistência e tratamento necessárias e
adequadas, incluídas a homeopatia e as práticas alternativas reconhecidas;
VII - a promoção gratuita e prioritária, pelas unidades do sistema público de saúde, de cirurgia interruptiva de
gravidez, nos casos permitidos por lei;
VIII - a normatização complementar e a padronização dos procedimentos relativos à saúde, pelo código
sanitário;
IX - a formulação e implementação de política de recursos humanos na esfera municipal, com vistas à
valorização do profissional da área de saúde, mediante instituição de planos de carreira e condições para a
reciclagem periódica;
X - o controle dos serviços especializados em segurança e medicina do trabalho;
XI - a instalação de estabelecimento de assistência médica de emergência em cada área regional do Município;
XII - a adoção de política de fiscalização e controle de endemias;
XIII - a prevenção do uso de drogas que determinem dependência física ou psíquica, bem como seu tratamento
especializado, provendo aos recursos humanos e
materiais necessários;
XIV - a informação à população sobre os riscos e danos à saúde e medidas de prevenção e controle, inclusive
mediante a promoção da educação sanitária nas escolas municipais;
XV - a prevenção de deficiências, bem como o tratamento e a reabilitação de seus portadores;
XVI - a transferência, quando necessária, do paciente carente de recursos para estabelecimento de assistência
médica ou ambulatorial, integrante do Sistema Único de Saúde, mais próximo de sua residência;
XVII - a implementação, em conjunto com órgãos federais e estaduais, do sistema de informatização, na área de
saúde;
XVIII - a participação na produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
insumos.

Art. 145 - O Poder Público poderá contratar a rede privada, quando houver insuficiência de serviços públicos,
para assegurar a plena cobertura assistencial à
população, segundo as normas de direito público e mediante autorização do órgão competente.

§ 1º - A rede privada, na condição de contratada, submete-se ao controle da observância das normas técnicas
estabelecidas pelo Poder Público e integra o Sistema Único de Saúde ao nível municipal.

§ 2º - Terão prioridade para contratação as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 3º - É assegurado à administração do Sistema Único de Saúde o direito de intervir na execução do contrato de


prestação de serviços, quando ocorrer infração de normas contratuais e regulamentares.

§ 4º - Caso a intervenção não restabelecer a normalidade da prestação de atendimento à saúde da população,


poderá o Poder Executivo promover a desapropriação da unidade ou rede prestadora de serviços, na forma da
lei.

Art. 146 - O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado com recursos do orçamento
municipal e do orçamento da seguridade social da União, além de outras fontes, os quais constituirão o fundo
municipal de saúde.

§ 1º - As dotações orçamentárias oriundas da União e do Estado serão destinadas diretamente ao fundo.

§ 2º - É vedada a destinação de recursos do fundo para auxílios e subsídios, bem como a concessão de prazos
ou juros privilegiados às entidades privadas.

Art. 147 - As pessoas físicas ou jurídicas que gerem riscos ou causem danos à saúde de pessoas ou grupos
assumirão o ônus do controle e da reparação de seus atos.

Art. 148 - O Município priorizará a assistência à saúde materno-infantil.

Art. 149 - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

CAPÍTULO III
DO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 150 - Compete ao Poder Público formular e executar a política e os planos plurianuais de saneamento
básico, assegurando:

I - o abastecimento de água compatível com os padrões de higiene, conforto e portabilidade;


II - a coleta e a disposição dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos e a drenagem das águas pluviais, de
forma a preservar o equilíbrio ecológico e prevenir ações danosas à saúde;
III - o controle de vetores.

§ 1º - As ações de saneamento básico serão precedidas de planejamento que atenda aos critérios de avaliação
do quadro sanitário da área a ser beneficiada, objetivando a reversão e a melhoria do perfil epidemiológico.

§ 2º - O Poder Público desenvolverá mecanismos institucionais que compatibilizem as ações de saneamento


básico com as de habitação, desenvolvimento
urbano, preservação do meio ambiente e gestão dos recursos hídricos, buscando integração com outros
municípios nos casos em que se exigirem ações conjuntas.

§ 3º - As ações municipais de saneamento básico serão executadas diretamente ou por delegação, visando ao
atendimento adequado à população.

Art. 151 - O Município manterá sistema de limpeza urbana, coleta, tratamento e destinação final do lixo,
observado o seguinte:

I - a coleta de lixo será seletiva;


II- o Poder Público estimulará o acondicionamento seletivo dos resíduos;
III - os resíduos recicláveis serão acondicionados para reintrodução no ciclo do sistema ecológico;
IV - os resíduos não-recicláveis serão acondicionados e terão destino final que minimize o impacto ambiental;
V - o lixo séptico proveniente de hospitais, laboratórios e congêneres será acondicionado e apresentado à coleta
em contenedores especiais, coletado em veículos
próprios e específicos e transportado separadamente, tendo destino final em incinerador público;
VI - os terrenos resultantes de aterros sanitários serão destinados a parques ou áreas verdes;
VII - a coleta e a comercialização dos materiais recicláveis serão feitas preferencialmente por meio de
cooperativas de trabalho.

CAPÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE

Art. 152 - Todos têm direito ao meio ambiente harmônico, bem de uso comum do povo e essencial à saudável
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e manter as plenas condições de seus processos vitais para as
gerações presentes e futuras.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, entre outras atribuições:

I - promover a educação ambiental multidisciplinar nas escolas municipais e disseminar as informações


necessárias à conscientização da população para a preservação do meio ambiente;
II - assegurar o livre acesso às informações ambientais básicas e divulgar, sistematicamente, os níveis de
poluição e de qualidade do meio ambiente no Município;
III - prevenir e controlar a poluição, a erosão, o assoreamento e outras formas de degradação ambiental;
IV - preservar remanescentes de vegetações, como florestas, cerrados e outros, a fauna e a flora, controlando a
extração, a captura, a produção, o armazenamento, a comercialização, o transporte e o consumo de espécimes
e subprodutos, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade;
V- criar parques, reservas, estações ecológicas e outras unidades de conservação, mantê-los sob especial
proteção e dotá-los da infra-estrutura indispensável às
suas finalidades;
VI - estimular e promover o reflorestamento com espécies nativas, objetivando especialmente a proteção de
encostas e dos recursos hídricos;
VII - fiscalizar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que importem
riscos para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, bem como o transporte e o armazenamento dessas
substâncias no território municipal;
VIII - sujeitar à prévia anuência do órgão ou entidade municipal de controle e política ambiental o licenciamento
para início, ampliação ou desenvolvimento de atividades e construção ou reforma de instalações que possam
causar degradação do meio ambiente, sem prejuízo de outras exigências legais;
IX - determinar para atividades e instalações de significativo potencial poluidor a realização periódica de
auditorias nos respectivos sistemas de controle da poluição, incluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua
operação sobre a qualidade dos
recursos ambientais;
X - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de fontes de energia alternativa não-poluentes, bem
como de tecnologia poupadora de energia;
XI - implantar e manter hortos florestais destinados à recomposição da flora nativa e à produção de espécies
diversas para a arborização dos logradouros públicos;
XII - promover ampla arborização dos logradouros públicos, a substituição de espécimes inadequados e a
reposição daqueles em processo de deterioração ou morte.

§ 2º - O licenciamento de que trata o inciso VIII do parágrafo anterior dependerá, no caso de atividade ou obra
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, de prévio relatório de impacto
ambiental, seguido de audiência pública para informação e discussão sobre o projeto, resguardado o sigilo
industrial.

§ 3º - Aquele que explora recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo
com a solução técnica exigida pelo órgão ou entidade municipal de controle e política ambiental.

§ 4º - A conduta e a atividade consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão o infrator, pessoa física ou
jurídica, a sanções administrativas, inclusive a interdição temporária ou definitiva, sem prejuízo das cominações
penais e da obrigação de reparar o dano causado.

Art. 153 - São vedadas no território municipal:

I - a disposição inadequada e a eliminação de resíduo tóxico;


II - a caça profissional, amadora e esportiva;
III - a emissão de sons, ruídos e vibrações que prejudiquem a saúde, o sossego e o bem-estar públicos.

Art. 154 - É vedado ao Poder Público contratar e conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais a quem
estiver em situação de irregularidade diante das normas de proteção ambiental.

Art. 155 - Cabe ao Poder Público:

I - reduzir ao máximo a aquisição e a utilização de material não-reciclável e nãobiodegradável, além de divulgar


os malefícios desse material sobre o meio ambiente;
II - fiscalizar, por meios técnicos específicos, a qualidade dos combustíveis distribuídos no Município e a
emissão de poluentes por veículos automotores, máquinas e equipamentos, bem como estimular a implantação
de medidas e uso de tecnologias que venham minimizar seus impactos;
III - implantar medidas corretivas e preventivas para recuperação dos recursos hídricos;
IV - estimular a adoção de alternativas de pavimentação, para garantia de menor impacto à permeabilidade do
solo;
V - implantar e manter áreas verdes de preservação permanente, em proporção nunca inferior a doze metros
quadrados por habitante, distribuídos eqüitativamente por Administração Regional;
VI - estimular a substituição do perfil industrial do Município, incentivando indústria de menor impacto ambiental;
VII - controlar os níveis de poluição sonora, visando a manter o sossego e o bemestar públicos;
VIII - manter sistema de atendimento de emergência para casos de poluição acidental, em articulação com
instituições públicas e privadas;
IX - fiscalizar os serviços e as instalações nucleares de qualquer natureza e a utilização de quaisquer fontes de
radiação.

Art. 156 - A Câmara manifestar-se-á previamente, em relação ao território municipal, sobre:

I - a instalação de reator nuclear;


II- a disposição e o transporte de rejeitos de usina que opere com reator nuclear;
III- a fabricação, a comercialização, o transporte e a utilização de equipamento bélico nuclear.

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO

Art. 157- A educação, direito de todos, dever do Poder Público e da sociedade, tem como objetivo o pleno
desenvolvimento do cidadão, tornando-o capaz de refletir sobre a realidade e visando à qualificação para o
trabalho.

§ 1º - O dever do Município com a educação implica a garantia de:

I - ensino de primeiro grau, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria, em período de oito horas diárias para o curso diurno;
II - atendimento obrigatório e gratuito em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade, em
horário integral, bem como acesso automático ao ensino de primeiro grau;
III - expansão progressiva da escola pública de segundo grau;
IV - acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
V - atendimento à criança em creche, pré-escola e no ensino de primeiro grau, por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, de assistência à saúde e de alimentação, inclusive, para a carente,
nos períodos não-letivos;
VI - expansão e manutenção da rede municipal de ensino, com a dotação de infra-estrutura física e
equipamentos adequados;
VII - preservação dos aspectos humanísticos e profissionalizantes do ensino de segundo grau;
VIII - atendimento educacional especializado ao portador de deficiência, sem limite de idade, na rede regular de
ensino, bem como vaga em escola próxima a sua
residência;
IX - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
X - programas específicos de atendimento à criança e ao adolescente superdotados;
XI- criação e manutenção, no currículo das escolas públicas, de cursos técnicoprofissionalizantes adequados às
peculiaridades e potencialidades dos educandos;
XII - supervisão e orientação educacional em todos os níveis e modalidades de ensino nas escolas públicas,
exercidas por profissional habilitado;
XIII - passe escolar gratuito ao aluno do sistema público municipal que não conseguir matrícula em escola
próxima à sua residência, observado os requisitos da lei.

§ 2º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito, bem como o atendimento em creche e pré-escola, é direito
público subjetivo.

§ 3º - O não-oferecimento do ensino pelo Poder Público, sua oferta irregular, ou o não-atendimento ao portador
de deficiência importam responsabilidade da autoridade competente.

§ 4º - Compete ao Município recensear as crianças em idade de creche e préescola e os educandos do ensino


de primeiro grau e zelar pela freqüência à escola.

§ 5º - O Município manterá os programas de educação pré-escolar e de ensino de primeiro grau com a


cooperação técnica e financeira da União e do Estado.

Art. 158 - Na promoção da educação pré-escolar e do ensino de primeiro e segundo graus, o Município
observará os seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola;


II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções filosóficas, políticas, estéticas, religiosas e pedagógicas, que conduza
ao educando à formação de uma postura ética e
social própria;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, extensiva aos programas suplementares;
V - valorização dos profissionais do ensino, com a garantia de plano de carreira para o magistério público, com
piso de vencimento profissional, pagamento por habilitação e ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, realizado periodicamente, sob o regime jurídico único adotado pelo Município para seus
servidores;
VI - garantia do princípio do mérito, objetivamente apurado, na carreira do magistério;
VII - garantia do padrão de qualidade, mediante:

a) reciclagem periódica dos profissionais de educação;


b) avaliação cooperativa periódica por órgão próprio do sistema educacional, pelo corpo docente, pelos alunos e
pelos responsáveis por estes;

VIII - incentivo à participação da comunidade no processo educacional;


IX - preservação dos valores educacionais e culturais locais;
X - gestão democrática do ensino público, mediante, entre outras medidas, a instituição de:

a) Assembléia Escolar, como instância máxima de deliberação de escola municipal, composta por servidores
nela lotados, por alunos e seus pais e por membros da
comunidade;
b) direção colegiada de escola municipal;
c) eleição direta e secreta, em dois turnos, se necessário, para o exercício de cargo comissionado de Diretor e
de função de Vice-Diretor de escola municipal, para mandato de dois anos, permitida uma recondução
consecutiva e garantida a participação de todos os segmentos da comunidade;
XI - garantia e estímulo à organização autônoma dos alunos, no âmbito das escolas municipais.

Art. 159 - Para o atendimento de crianças de zero a seis anos de idade, o Município deverá:
I - criar, implantar, implementar, manter, orientar, supervisionar e fiscalizar as creches;
II - atender, por meio de equipe multidisciplinar, composta por professor, pedagogo, psicólogo, assistente social,
enfermeiro e nutricionista, às necessidades da rede
municipal de creches;
III - propiciar cursos e programas de reciclagem, treinamento, gerenciamento administrativo e especialização,
visando à melhoria e ao aperfeiçoamento dos
trabalhadores de creches;
IV - estabelecer normas de construção e reforma de logradouros e dos edifícios para o funcionamento de
creches, buscando soluções arquitetônicas adequadas à faixa etária das crianças atendidas;
V- estabelecer política municipal de articulação junto às creches comunitárias e às filantrópicas.

§ 1º - O Município fornecerá instalações e equipamentos para creches e préescolas, observados os seguintes


critérios:

I - prioridade para as áreas de maior densidade demográfica e de menor faixa de renda;


II - escolha do local para funcionamento de creche e pré-escola, mediante indicação da comunidade;
III - integração de pré-escolas e creches.

§ 2º - A gestão democrática das creches públicas observará o disposto no art. 158, X, no que couber.

§ 3º - Cabe ao Poder Público o atendimento, em creche comum, de criança portadora de deficiência, oferecendo
recursos e serviços especializados de educação e
reabilitação.

§ 4º - A execução da política de atendimento em creche pública é de responsabilidade de organismo único da


administração municipal.

Art. 160 - O Município aplicará, anualmente, nunca menos de trinta por cento da receita orçamentária corrente
exclusivamente na manutenção e expansão do ensino público municipal.

§ 1º - As verbas municipais destinadas a atividades culturais e recreativas, bem como aos programas
suplementares de alimentação e saúde previstos no art. 157, § 1º, V, não compõem o percentual, que será
obtido levando-se em conta as datas de arrecadação e aplicação dos recursos, de forma que não se
comprometam os valores reais efetivamente liberados.

§ 2º - O Poder Executivo publicará no diário oficial, até o dia dez de março de cada ano, demonstrativo da
aplicação de verbas na educação, especificando sua
destinação.

Art. 161 - Fica assegurada a cada unidade do sistema municipal de ensino, inclusive às creches, a destinação
de recursos necessários à sua conservação,
manutenção e vigilância e à aquisição de equipamentos e materiais didático-pedagógicos, conforme dispuser a
lei orçamentária.

Art. 162 - O Município elaborará plano bienal de educação, visando à ampliação e à melhoria do atendimento
de sua obrigação de oferta de ensino público e gratuito.

Parágrafo único - A proposta do plano será elaborada pelo Poder Executivo, com a participação da sociedade
civil, e encaminhada, para a aprovação da Câmara, até o dia trinta e um de agosto do ano imediatamente
anterior ao do início de sua execução.

Art. 163 - As escolas municipais deverão contar, entre outras instalações e equipamentos, com laboratório,
biblioteca, auditório, cantina, sanitário, vestiário, quadra de esportes e espaço não-cimentado para recreação.

§ 1º - O Município garantirá o funcionamento de biblioteca em cada escola municipal, acessível à população e


com o acervo necessário ao atendimento dos alunos.

§ 2º - Cada escola municipal aplicará pelo menos dez por cento da verba referida no art. 161 na manutenção e
ampliação do acervo de sua biblioteca.

§ 3º - As unidades municipais de ensino adotarão livros didáticos perduráveis, possibilitando seu


reaproveitamento.

§ 4º - É vedada a adoção de livro didático que dissemine qualquer forma de discriminação ou preconceito.

§ 5º - O prédio e o mobiliário escolares deverão conformar-se aos princípios ergonômicos.

Art. 164 – O currículo escolar de primeiro e de segundo grau das escolas municipais incluirá conteúdos
programáticos sobre prevenção do uso de drogas, educação para a segurança no trânsito, educação do
consumidor e formação política e de cidadania. (NR)23
§ 1º - A formação religiosa, sem caráter confessional e de matrícula e freqüência facultativas, constitui disciplina
das escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º - A história e a geografia do Município constituem matérias obrigatórias nas classes de 1º a 4º séries do


primeiro grau.

§ 3º - A disciplina Formação Política e de Cidadania integrará a parte diversificada do currículo de segundo grau
e incluirá conteúdos relacionados à história
política do Brasil, à constituição do Congresso Nacional, das assembléias legislativas e das câmaras municipais,
às atividades dos vereadores, dos deputados estaduais e federais e dos senadores, à Constituição Federal, à
Constituição do Estado de Minas Gerais, à Lei Orgânica do Município e à legislação eleitoral vigente. (NR)24

Art. 165 - O quadro de pessoal necessário ao funcionamento das unidades municipais de ensino será
estabelecido em lei, de acordo com o número de turmas, turnos e séries existentes na escola.

CAPÍTULO VI
DA CULTURA

Art. 166 - O acesso aos bens da cultura e às condições objetivas para produzi-la é direito do cidadão e dos
grupos sociais.

§ 1º - Todo cidadão é um agente cultural, e o Poder Público incentivará, por meio de política de ação cultural
democraticamente elaborada, as diferentes manifestações culturais do Município.

§ 2º - O Município protegerá as manifestações das culturas populares e dos grupos étnicos participantes do
processo civilizatório nacional e promoverá, nas escolas municipais, a educação sobre a história local e a dos
povos indígenas e de origem africana.

Art. 167 - Constituem patrimônio cultural do Município os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, que contenham referência à identidade, à ação e à memória do povo belo-
horizontino, entre os quais se incluem:

I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações tecnológicas, científicas e artísticas;
IV - as obras, os objetos, os documentos, as edificações e outros espaços destinados a manifestações artísticas
e culturais, nesta incluídas todas as formas de
expressão popular;
V - os conjuntos urbanos e os sítios de valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.

§ 1º - As áreas públicas, especialmente os parques, os jardins e as praças, são abertas às manifestações


culturais, desde que estas não tenham fins lucrativos e sejam compatíveis com a preservação do patrimônio
ambiental, paisagístico, arquitetônico e histórico.

§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de fatos relevantes para a cultura municipal.

Art. 168 - O Município, com a colaboração da sociedade civil, protegerá o seu patrimônio histórico e cultural, por
meio de inventários, pesquisas, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e outras formas de
acautelamento e preservação.

Parágrafo único - O Poder Público manterá sistema de arquivos públicos e privados com a finalidade de
promover o recolhimento, a preservação e a divulgação do patrimônio documental de organismos públicos
municipais, bem como de documentos privados de interesse público, a fim de que possam ser utilizados como
instrumento de apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico e como elemento de prova
e informação.

Art. 169 - O Poder Público promoverá a implantação, com a participação e cooperação da sociedade civil, de
centros culturais nas regiões do Município, para atender às necessidades de desenvolvimento cultural da
população.

Parágrafo único- Serão instalados, junto aos centros culturais, bibliotecas e oficinas ou cursos de formação
cultural.

CAPÍTULO VII
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 170 - O Município promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a difusão e a


capacitação tecnológicas, voltados preponderantemente para a solução de problemas locais.

Parágrafo único - O Poder Executivo implantará política de formação de recursos humanos nas áreas de
ciência, pesquisa e tecnologia e concederá meios e
condições especiais de trabalho aos que dela se ocupem.

Art. 171 - O Município criará e manterá entidade voltada ao ensino e à pesquisa científica, ao desenvolvimento
experimental e a serviços técnico-científicos relevantes para o seu progresso social e econômico.

§ 1º - Os recursos necessários à efetiva operacionalização da entidade serão consignados no orçamento


municipal, bem como obtidos de órgãos e entidades de fomento federais e estaduais ou de outras fontes.

§ 2º - O Município recorrerá preferencialmente aos órgãos e entidades de pesquisa estaduais e federais nele
sediados, promovendo a integração intersetorial por
meio da implantação de programas integrados, consideradas as diversas demandas científicas, tecnológicas e
ambientais afetas às questões municipais.

Art. 172 - O Município criará núcleos descentralizados de treinamento e difusão de tecnologias de alcance
comunitário, de forma a contribuir para a sua absorção efetiva pela população, prioritariamente a de baixa
renda.

CAPÍTULO VIII
DO DESPORTO E DO LAZER

Art. 173 - O Município promoverá, estimulará, orientará e apoiará a prática desportiva e a educação física,
inclusive por meio de:

I - destinação de recursos públicos;


II - proteção às manifestações esportivas e preservação das áreas a elas destinadas;
III - tratamento privilegiado do desporto não-profissional.

§ 1º - Para os fins do artigo, cabe ao Município:

I - exigir, nas unidades escolares públicas, e para aprovação dos projetos urbanísticos e de novos conjuntos
habitacionais, reserva de área destinada a praça ou
campo de esporte e lazer comunitários;
II - utilizar-se de terreno próprio ou cedido, para implantação de áreas de lazer e praças de esporte, necessárias
à demanda do esporte amador nos bairro da cidade;
III - incluir a Educação Física como disciplina nos estabelecimentos oficiais de ensino;
IV - manter o funcionamento das instalações desportivas por ele criadas, no que se refere a recursos humanos e
materiais.

§ 2º - Cabe à Administração Regional, na área de sua circunscrição, a execução da política de esporte e lazer
definida pelo órgão ou entidade municipal competente, com a participação dos segmentos da sociedade
interessados.

§ 3º - O Município garantirá ao portador de deficiência atendimento especial no que se refere à educação física
e à prática de atividade desportiva, sobretudo no âmbito escolar.

§ 4º- O Município, por meio da rede pública de saúde, propiciará acompanhamento médico e exames ao atleta
integrante de quadros de entidade amadorista
carente de recursos.

§ 5º - Cabe ao Município, na área de sua competência, colaborar com os organismos públicos e as entidades
esportivas, objetivando o cumprimento das normas que regem os desportos.

Art. 174 - O Município apoiará e incentivará o lazer e o reconhecerá como forma de promoção social.

Parágrafo único - Os parques, os jardins, as praças e os quarteirões fechados são espaços privilegiados para o
lazer.

CAPÍTULO IX
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 175- A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;


II-o amparo às crianças e adolescentes de rua, aos desempregados e aos doentes;
III - a promoção da integração do mercado de trabalho;
IV - a reabilitação e habilitação do portador de deficiência, promovendo-lhe a melhoria da qualidade de vida e a
integração na vida comunitária, inclusive por meio da criação de oficinas de trabalho com vistas à sua formação
profissional e automanutenção.

§ 1º - O Município estabelecerá plano de ações na área da assistência social, observados os seguintes


princípios:

I - recursos financeiros consignados no orçamento municipal, além de outras fontes;


II - coordenação, execução e acompanhamento a cargo do Poder Executivo;
III - participação da sociedade civil na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

§ 2º - O Município poderá firmar convênios com entidade beneficente e de assistência social para a execução
do plano.

Seção II
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Idoso e do Portador de Deficiência

Art. 176 - O Município, na formulação e na aplicação de suas políticas sociais, visará a dar à família condições
para a realização de suas relevantes funções sociais.

Parágrafo único - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade e maternidade
responsáveis, o planejamento familiar é livre decisão do casal, incumbindo ao Município, nos limites de sua
competência, propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte das instituições oficiais ou privadas.

Art. 177 - É dever da família, da sociedade e do Poder Público assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 1º - A garantia de absoluta prioridade compreende:

I - a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;


II - a precedência de atendimento em serviço de relevância pública ou em órgão público;
III - a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
IV - o aquinhoamento privilegiado de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude, notadamente no tocante ao uso e abuso de
tóxicos, drogas afins e bebidas alcoólicas.

§ 2º - Será punido na forma da lei qualquer atentado do Poder Público, por ação ou omissão, aos direitos
fundamentais da criança, do adolescente, do idoso e do portador de deficiência.

Art. 178 - O Município, em conjunto com a sociedade, criará e manterá programas sócio-educativos e de
assistência jurídica destinados ao atendimento de criança e adolescente privados das condições necessárias ao
seu pleno desenvolvimento e incentivará os programas de iniciativa das comunidades, mediante apoio técnico e
financeiro, vinculado ao orçamento, de forma a garantir-se o completo atendimento dos direitos constantes
desta Lei Orgânica.

§ 1º - As ações do Município de proteção à infância e à adolescência serão organizadas na forma da lei, com
base nas seguintes diretrizes:

I - desconcentração do atendimento;
II - priorização dos vínculos familiares e comunitários como medida preferencial para a integração social de
crianças e adolescentes;
III - a participação da sociedade civil na formulação de políticas e programas, bem como no controle de sua
execução.

§ 2º - Programas de defesa e vigilância dos direitos da criança e do adolescente preverão:

I - estímulo e apoio à criação de centros de defesa dos direitos da criança e do adolescente, geridos pela
sociedade civil;
II - criação de plantões de recebimento e encaminhamento de denúncias de violência contra criança e
adolescente;
III - implantação de serviços de advocacia da criança, atendimento e acompanhamento às vítimas de
negligência, abuso, maus-tratos, exploração e tóxico.

§ 3º - O Município implantará e manterá, sem qualquer caráter repressivo ou obrigatório:

I - casas abertas, que ficarão à disposição das crianças e dos adolescentes desassistidos;
II - quadros de educadores de rua, compostos por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, especialistas em
atividades esportivas, artísticas e de expressão
corporal e dança, bem como por pessoas com reconhecida competência e sensibilidade no trabalho com
crianças e adolescentes.

Art. 179 - O Município promoverá condições que assegurem amparo à pessoa idosa, no que respeite à sua
dignidade e ao seu bem-estar.

§ 1º - O amparo ao idoso será, quando possível, exercido no próprio lar.

§ 2º - Para assegurar a integração do idoso na comunidade e na família, serão criados centros diurnos de lazer
e de amparo à velhice.

Art. 180 - O Município, isoladamente ou em cooperação, criará e manterá:

I - lavanderias públicas, prioritariamente nos bairros periféricos;


II - casas transitórias para mãe puérpura que não tiver moradia, nem condições de cuidar de seu filho recém-
nascido nos primeiros meses de vida;
III - casas especializadas para acolhimento da mulher e da criança vítimas de violência no âmbito da família ou
fora dele;
IV - centros de orientação jurídica à mulher formados por equipes multidisciplinares;
V - centros de apoio e acolhimento à menina de rua que a considerem em suas especificidades de mulher.

Art. 181 - O Município garantirá ao portador de deficiência, nos termos da lei:

I - a participação na formulação de políticas para o setor;


II - o direito à informação, à comunicação, à educação, ao transporte e à segurança, por meio, entre outros, da
imprensa braile, da linguagem gestual, da
sonorização de semáforo e da adequação dos meios de transporte;
III - programas de assistência integral para os excepcionais não-reabilitáveis;
IV - sistema especial de transporte para a freqüência às escolas e clínicas especializadas, quando
impossibilitado de usar o sistema de transporte comum, bem como passe livre, extensivo, quando necessário,
ao acompanhante.

§ 1º - O Poder Público estimulará o investimento de pessoas físicas e jurídicas na adaptação e na aquisição de


equipamentos necessários ao exercício profissional do trabalhador portador de deficiência, conforme dispuser a
lei.

§ 2º - Os veículos de transporte coletivo deverão ser equipados com elevadoreshidráulicos e demais condições
técnicas que permitam o acesso adequado ao portador dedeficiência.

§ 3º - O Poder Público implantará organismo executivo da política pública de apoio ao portador de deficiência.

CAPÍTULO X
DAS POPULAÇÕES AFRO-BRASILEIRAS

Art. 182 - Cabe ao Poder Público, na área de sua competência, coibir a prática do racismo, crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da Constituição da República.

Parágrafo único- O dever do Poder Público compreende, entre outras medidas:

I - a criação e a divulgação, nos meios de comunicação públicos, ou nos privados de cujos espaços se utilize a
administração pública, de programas de valorização da participação do negro na formação histórica e cultural
brasileira e de repressão a idéias e práticas racistas;
II - a inclusão, na propaganda institucional do Município, de modelos negros em proporção compatível com sua
presença no conjunto da população municipal;
III - a reciclagem periódica dos servidores públicos, especialmente os de creches e escolas municipais, de modo
a habilitá-los para o combate a idéias e práticas racistas;
IV - a punição ao agente público que violar a liberdade de expressão e manifestação das religiões afro-
brasileiras;
V - a proibição de práticas, pelas unidades da administração pública municipal, de controle demográfico e de
esterilização de mulheres negras, salvo as necessárias à saúde das pacientes;
VI - a inclusão de conteúdo programático sobre a história da África e da cultura afro-brasileira no currículo das
escolas públicas municipais;
VII- o cancelamento, mediante processo administrativo sumário, sem prejuízo de outras sanções legais, de
alvará de funcionamento de estabelecimento privado, franqueado ao público, que cometer ato de discriminação
racial.

Art. 183 - É considerado data cívica e incluído no calendário oficial do Município o Dia da Consciência Negra,
celebrado anualmente em vinte de novembro.

CAPÍTULO XI
DA POLÍTICA URBANA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 184 - O pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, a garantia do bem-estar de sua população e
o cumprimento da função social da propriedade, objetivos da política urbana executada pelo Poder Público,
serão assegurados mediante:

I - formulação e execução do planejamento urbano;


II - distribuição espacial adequada da população, das atividades sócioeconômicas, da infra-estrutura básica e
dos equipamentos urbanos e comunitários;
III - integração e complementaridade das atividades urbanas e rurais, no âmbito da região polarizada pelo
Município;
IV - participação da sociedade civil no planejamento e no controle da execução de programas que lhe forem
pertinentes.

Art. 185 - São instrumentos do planejamento urbano, entre outros:

I - plano diretor;
II - legislação de parcelamento, ocupação e uso do solo, de edificações e de posturas;
III - legislação financeira e tributária, especialmente o imposto predial e territorial progressivo e a contribuição de
melhoria;
IV - transferência do direito de construir;
V - parcelamento ou edificação compulsórios;
VI - concessão do direito real de uso;
VII - servidão administrativa;
VIII - tombamento;
IX - desapropriação por interesse social, necessidade ou utilidade pública;
X - fundos destinados ao desenvolvimento urbano.

Art. 186 - Na promoção do desenvolvimento urbano, observar-se-á o seguinte:

I - ordenação do crescimento da cidade, prevenção e correção de suas distorções;


II - contenção de excessiva concentração urbana;
III - indução à ocupação do solo urbano edificável ocioso ou subutilizado;
IV- parcelamento do solo e adensamento condicionados, adequada disponibilidade de infra-estrutura e de
equipamentos urbanos e comunitários;
V - urbanização, regularização e titulação das áreas ocupadas por população de baixa renda;
VI- proteção, preservação e recuperação do meio ambiente e do patrimônio histórico, cultural, artístico e
arqueológico;
VII - garantia do acesso adequado do portador de deficiência aos bens e serviços coletivos, aos logradouros e
edifícios públicos, bem como a edificações destinadas ao uso industrial, comercial e de serviços, e ao
residencial multifamiliar;
VIII - ampliação das áreas reservadas a pedestres.

Art. 187 - O Município, sobre toda edificação cuja implantação resultar em coeficiente de aproveitamento do
terreno superior a índice estabelecido em lei, deverá
receber contrapartida correspondente à concessão do direito de criação do solo.

Parágrafo único - A contrapartida, que se dará em moeda corrente ou dação de imóvel, será utilizada segundo
critérios definidos pelo plano diretor.

Seção II
Do Plano Diretor

Art. 188 - O plano diretor conterá:

I - exposição circunstanciada das condições econômicas, financeiras, sociais, ambientais, culturais e


administrativas do Município;
II - objetivos estratégicos, fixados com vista à solução dos principais entraves ao desenvolvimento social;
III - diretrizes econômicas, financeiras, administrativas, sociais, de uso e ocupação do solo e de preservação do
patrimônio ambiental e cultural, visando a atingir os
objetivos estratégicos e as respectivas metas;
IV - ordem de prioridades, abrangendo objetivos e diretrizes;
V - estimativa preliminar do montante de investimentos e dotações financeiras necessários à implantação das
diretrizes e à consecução dos seus objetivos, segundo a ordem de prioridades estabelecida;
VI - cronograma físico-financeiro com previsão dos investimentos municipais.

Parágrafo único - Os orçamentos anuais, as diretrizes orçamentárias e o plano plurianual serão


compatibilizados com as prioridades e metas estabelecidas no plano diretor.

Art. 189 - As diretrizes e metas do plano diretor devem estar ajustadas às definidas para a Região Metropolitana
de Belo Horizonte, especialmente no que se refere às funções públicas de interesse comum metropolitano.

Art. 190 - O plano diretor definirá áreas especiais, tais como:

I - áreas de urbanização preferencial;


II - áreas de reurbanização;
III - áreas de urbanização restrita;
IV - áreas de regularização;
V - áreas destinadas à implantação de programas habitacionais;
VI - áreas de transferência do direito de construir;
VII - áreas de preservação ambiental.

§ 1º - Áreas de urbanização preferencial são as destinadas a:

I - aproveitamento adequado de terrenos não-edificados, subutilizados ou nãoutilizados, observado o disposto


no art. 182, § 4º, I, II e III, da Constituição da República;
II - implantação prioritária de equipamentos urbanos e comunitários;
III - adensamento de áreas edificadas;
IV - ordenamento e direcionamento da urbanização.

§ 2º - Áreas de reurbanização são as que, para a melhoria das condições urbanas, poderão exigir novo
parcelamento do solo, recuperação ou substituição de
construções existentes ou novo zoneamento de uso e ocupação do solo.

§ 3º - Áreas de urbanização restrita são aquelas em que a ocupação será desestimulada ou contida, em
decorrência de:

I - necessidade de preservação de seus elementos naturais;


II - vulnerabilidade a intempéries, calamidades e outras condições adversas;
III - necessidade de proteção ambiental e de preservação do patrimônio histórico, artístico, cultural, arqueológico
e paisagístico;
IV - proteção dos mananciais, margens de rios e demais águas correntes e dormentes;
V - manutenção do nível de ocupação da área;
VI - implantação e operação de equipamentos urbanos de grande porte, tais como terminais aéreos, rodoviários,
ferroviários e autopistas.

§ 4º - Áreas de regularização são as ocupadas por população de baixa renda, sujeitas a critérios especiais de
urbanização, bem como a implantação prioritária de
equipamentos urbanos e comunitários.

§ 5º - Áreas de transferência do direito de construir são as passíveis de adensamento, observados os critérios


estabelecidos na lei de parcelamento, ocupação e
uso do solo.

§ 6º - Áreas de preservação ambiental são as destinadas à preservação permanente, em que a ocupação deve
ser vedada, em razão de:

I - riscos geológicos, geotécnicos e geodinâmicos;


II - necessidade de conter, pela preservação da vegetação nativa, o desequilíbrio no sistema de drenagem
natural;
III - necessidade de garantir áreas para a preservação da diversidade das espécies;
IV - necessidade de garantir áreas ao refúgio da fauna;
V - proteção às nascentes e cabeceiras de cursos d'água.

Art. 191 - A transferência do direito de construir poderá ser autorizada ao proprietário de imóvel considerado de
interesse de preservação ambiental ou cultural, bem como ao proprietário de imóvel destinado à implantação de
programa habitacional.

§ 1º - Na transferência do direito de construir, observar-se-á o índice de aproveitamento estabelecido pela Lei de


Uso e Ocupação do Solo para o imóvel a que se
refere o artigo, deduzida a parcela já utilizada do mesmo índice, limitando-se a transferência, no caso de imóvel
destinado a programa habitacional, a cinqüenta por cento do saldo.25

§ 2º - Os imóveis passíveis de recepção da transferência do direito de construir são:26

I - os integrantes das áreas a que se refere o art. 190, § 5º;


II - os indicados em lei específica referente a projetos urbanísticos especiais;
III - os situados em torno do imóvel objeto da transferência, segundo critérios de proximidade a serem
estabelecidos em lei.

§ 3º - Observar-se-á, como limite máximo de recepção da transferência do direito de construir, a área


correspondente ao percentual de vinte por cento do índice de aproveitamento do terreno de recepção,
excetuados os casos previstos em projetos urbanísticos especiais para os quais o limite será definido em lei
específica. 27

§ 4º - Uma vez exercida a transferência do direito de construir, o índice de aproveitamento não poderá ser
objeto de nova transferência.28

§ 5º- O disposto no artigo não se aplica ao imóvel cujo possuidor preencha as condições para a aquisição da
propriedade por meio de usucapião.29

Art. 192 - A operação do plano diretor dar-se-á mediante implantação de sistema de planejamento e
informações, objetivando o controle das ações e diretrizes setoriais.

Parágrafo único - Além do disposto no art. 39, o Poder Executivo manterá cadastro atualizado dos imóveis dos
patrimônios estadual e federal, situados no Município.

CAPÍTULO XII
DO TRANSPORTE PÚBLICO E SISTEMA VIÁRIO

Art. 193- Incumbe ao Município, respeitadas as legislações federal e estadual, planejar, organizar, dirigir,
coordenar, executar, delegar e controlar a prestação de serviços públicos relativos a transporte coletivo e
individual de passageiros, tráfego, trânsito e sistema viário municipal.

§ 1º - Os serviços a que se refere o artigo, incluído o de transporte escolar, serão prestados diretamente ou
mediante delegação, nos termos da lei.

§ 2º - À entidade da administração indireta, que será criada pelo Poder Público, caberão as atribuições, entre as
referidas no artigo, fixadas em lei.

§ 3º - A exploração do serviço de transporte coletivo que o Poder Público seja levado a exercer, por força de
contingência ou conveniência administrativa, será
empreendida por entidade da administração indireta.

§ 4º - A implantação e a conservação de infra-estrutura viária são de competência de órgão ou entidade da


administração pública, incumbindo-lhe a elaboração de programa gerencial das obras respectivas.

Art. 194 - As diretrizes, objetivos e metas da administração pública nas atividades setoriais de transporte
coletivo serão estabelecidos em lei que instituir o plano plurianual, de forma compatível com a política de
desenvolvimento urbano, definida no plano diretor do Município, e com a de desenvolvimento metropolitano.

Art. 195 - A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a fiscalização dos serviços de transporte
coletivo, escolar e de táxi, devendo fixar diretrizes de caracterização precisa e proteção eficaz do interesse
público e dos direitos dos usuários.

§ 1º - É assegurado o direito ao transporte coletivo a todos os habitantes do Município, cabendo ao Poder


Público tomar as medidas necessárias para garantir linha
regular em todos os bairros, vilas e favelas.

§ 2º - É obrigatória a manutenção de linhas noturnas de transporte coletivo em toda a área do Município.

§ 3º - O Poder Público promoverá permanente vistoria nas unidades de transporte coletivo, determinando a
retirada de circulação dos veículos não-apropriados ao uso e sua imediata substituição.

§ 4º - O sistema de transporte coletivo fornecerá, para aquisição antecipada pelo usuário, bilhete-transporte.

Art. 196 - O planejamento dos serviços de transporte coletivo deve ser feito com observância dos seguintes
princípios:

I - compatibilização entre transporte e uso do solo;


II - integração física, operacional e tarifária entre as diversas modalidades de transporte;
III - racionalização dos serviços;
IV - análise de alternativas mais eficientes ao sistema;
V - progressiva unificação das tarifas;
VI - participação da sociedade civil.

Parágrafo único - O Município, ao traçar as diretrizes de ordenamento dos transportes, estabelecerá metas
prioritárias de circulação de coletivos urbanos, que terão preferência em relação às demais modalidades de
transporte.

Art. 197 - As tarifas de serviços de transporte coletivo, de táxi e de estacionamento público serão fixadas pelo
Poder Executivo, conforme dispuser a lei.
§ 1º - O Poder Executivo deverá proceder ao cálculo da remuneração do serviço de transporte de passageiros
às empresas operadoras, com base em planilha de custos, contendo metodologia de cálculo, parâmetros e
coeficientes técnicos em função das peculiaridades do sistema de transporte urbano municipal.

§ 2º - As planilhas de custos serão atualizadas quando houver alteração no preço de componentes da estrutura
de custos de transporte necessários à operação do serviço.

§ 3º - É assegurado a entidades representativas da sociedade civil, à Câmara e à Defensoria do Povo o acesso


aos dados informadores da planilha de custos, a elementos da metodologia de cálculo, a parâmetros de
coeficientes técnicos, bem como às
informações relativas às fases de operação do sistema de transporte.

Art. 198 - O equilíbrio econômico-financeiro dos serviços de transporte coletivo será assegurado por uma ou
mais das seguintes condições, conforme dispuser a lei:

I - tarifa justa e sua revisão periódica;


II - subsídio aos serviços;
III - compensação entre a receita auferida e o custo total do sistema.

§ 1º - O cálculo das tarifas abrange o custo da produção do serviço definido pela planilha de custos e o custo de
gerenciamento das delegações do serviço e do controle de tráfego, levando-se em consideração a expansão do
serviço, a manutenção de padrões mínimos de conforto, segurança e rapidez e a justa remuneração dos
investimentos.

§ 2º - A fixação de qualquer tipo de gratuidade no transporte coletivo urbano só poderá ser feita mediante lei que
indique a fonte de recursos para custeá-la.

Art. 199 - A permissão do serviço de táxi será feita, proporcionalmente, observa a a seguinte ordem de
preferência:

I - a motoristas profissionais autônomos e a suas cooperativas;


II - a pessoa jurídica.

Parágrafo único - É vedada mais de uma permissão a motorista profissional autônomo.

Art. 200 - As vias integrantes dos itinerários das linhas de transporte coletivo terão prioridade para
pavimentação e conservação.

Parágrafo único - O alargamento das ruas principais de penetração de favelas, necessário à viabilização da
oferta de transporte coletivo, será compatível com a política de desenvolvimento urbano.

Art. 201 - O Poder Executivo analisará solicitação de alteração no trânsito do Município, podendo aprovar,
negar ou embargar atos a seu critério, e dará ciência de sua decisão ao Poder Legislativo no prazo máximo de
trinta dias.

Art. 202 - Em quarteirão fechado, o mobiliário urbano será disposto de forma a facilitar o trânsito eventual de
veículos, especialmente em situação de emergência.

Art. 203 - Nenhuma tecnologia nova no sistema de transporte coletivo poderá ser implantada no Município sem
prévia autorização legislativa.

§ 1º - Consideram-se aprovados como tecnologia no sistema de transporte coletivo o ônibus e o metrô.

§ 2º - A Câmara poderá autorizar o Poder Executivo a delegar a exploração de serviço de transporte público de
passageiros em nova tecnologia a órgão ou entidade da administração pública federal, estadual ou
intermunicipal, desde que o interesse público o justifique.

§ 3º - A alocação de recursos para investimentos em pesquisa e nova tecnologia de transporte e tráfego será
definida na lei que instituir o plano plurianual.

CAPÍTULO XIII
DA HABITAÇÃO

Art. 204- Compete ao Poder Público formular e executar política habitacional visando à ampliação da oferta de
moradia destinada prioritariamente à população de baixa renda, bem como à melhoria das condições
habitacionais.

§ 1º - Para os fins do artigo, o Poder Público atuará:

I - na oferta de habitações e de lotes urbanizados, integrados à malha urbana existente;


II - na definição das áreas especiais a que se refere o art. 190, V;
III - na implantação de programas para redução do custo de materiais de construção;
IV - no desenvolvimento de técnicas para barateamento final da construção;
V - no incentivo a cooperativas habitacionais;
VI - na regularização fundiária e na urbanização específica de favelas e loteamentos;
VII - na assessoria à população em matéria de usucapião urbano;
VIII- em conjunto com os municípios da Região Metropolitana, no estabelecimento de estratégia comum de
atendimento de demanda regional, bem como na
viabilização de formas consorciadas de investimento no setor.

§ 2º - A lei orçamentária anual destinará ao fundo de habitação popular recursos necessários à implantação da
política habitacional.

Art. 205 - O Poder Público poderá promover licitação para execução de conjuntos habitacionais ou loteamentos
com urbanização simplificada, assegurando:

I - a redução do preço final das unidades;


II- a complementação pelo Poder Público da infra-estrutura não implantada;
III - a destinação exclusiva àqueles que não possuam outro imóvel.

Art. 206 - Na implantação de conjunto habitacional, incentivar-se-á a integração de atividades econômicas que
promovam a geração de emprego para a população residente.

Art. 207 - Na desapropriação de área habitacional decorrente de obra pública ou na desocupação de áreas de
risco, o Poder Público é obrigado a promover reassentamento da população desalojada, que será ouvida.

Art. 208 - Na implantação de conjuntos habitacionais com mais de trezentas unidades, é obrigatória a
apresentação de relatório de impacto ambiental e econômicosocial, e assegurada a sua discussão em audiência
pública.

Art. 209 - A política habitacional do Município será executada por órgão ou entidade específicos da
administração pública, a que compete a gerência do fundo de
habitação popular.

Art. 210 - O Município deverá discriminar e manter cadastro atualizado de habitações em áreas de risco,
efetuando trabalho permanente de prevenção e realocação.

CAPÍTULO XIV
DO ABASTECIMENTO

Art. 211 - O Município, nos limites de sua competência e em cooperação com a União e o Estado, organizará o
abastecimento, com vistas a melhorar as condições de acesso a alimentos pela população, especialmente a de
baixo poder aquisitivo.

Parágrafo único - Para assegurar a efetividade do disposto no artigo, cabe ao Poder Público, entre outras
medidas:

I - planejar e executar programas de abastecimento alimentar, de forma integrada com os programas especiais
dos níveis federal, estadual, metropolitano e intermunicipal;
II - dimensionar a demanda, em qualidade, quantidade e valor de alimentos básicos consumidos pelas famílias
de baixa renda;
III - incentivar a melhoria do sistema de distribuição varejista;
IV - articular-se com órgão ou entidade executores da política agrícola nacional e regional, com vistas à
distribuição de estoques governamentais prioritariamente aos programas de abastecimento popular;
V - implantar e ampliar os equipamentos de mercado atacadista e varejista, como galpões comunitários, feiras
cobertas e feiras livres, garantindo o acesso a eles de produtores e de varejistas, por intermédio de suas
entidades associativas;
VI - incentivar a criação e a manutenção de granja, sítio e chácara destinados à produção alimentar básica;
VII - planejar e executar programas de hortas comunitárias.

CAPÍTULO XV
DA POLÍTICA RURAL

Art. 212 - O Município efetuará os estudos necessários ao conhecimento das características e das
potencialidades de sua zona rural, visando a:

I - criar unidades de conservação ambiental;


II - preservar a cobertura vegetal de proteção das encostas, das nascentes e dos cursos d'água;
III - propiciar refúgio à fauna;
IV - proteger e preservar os ecossistemas;
V - garantir a perpetuação de bancos genéticos;
VI - implantar projetos florestais;
VII - implantar parques naturais;
VIII - ampliar as atividades agrícolas.

CAPÍTULO XVI
DO TURISMO

Art. 213 - O Município, colaborando com os segmentos do setor, apoiará e incentivará o turismo como atividade
econômica, reconhecendo-o como forma de promoção e desenvolvimento social e cultural.

Art. 214 - Cabe ao Município, observadas as legislações federal e estadual, definir a política municipal de
turismo e as diretrizes e ações, devendo:

I - adotar, por meio de lei, plano integrado e permanente de desenvolvimento do turismo em seu território;
II - desenvolver efetiva infra-estrutura turística;
III - estimular e apoiar a produção artesanal local, as feiras, exposições, eventos turísticos e programas de
orientação e divulgação de projetos municipais, bem como elaborar o calendário de eventos;
IV - regulamentar o uso, ocupação e fruição de bens naturais e culturais de interesse turístico, proteger o
patrimônio ecológico e histórico-cultural e incentivar o turismo social;
V - promover a conscientização da população para preservação e difusão dos recursos naturais e do turismo
como atividade econômica e fator de desenvolvimento;
VI - incentivar a formação de pessoal especializado para o atendimento das atividades turísticas.

22
Inciso VI do art. 139 incluído pela Emenda nº 16, de 15/06/2000, DOM de 16/06/00
23
Caput do art. 164 com redação determinada pela Emenda nº 15, de 22/03/00
24
Inclusão do § 3º no art. 164 com redação determinada pela Emenda nº 15, de 22/03/00
25
§ 1º com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 5, de 22/2/94)
26
§ 2º do art. 191 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 5, de 22/2/94
27
§ 3º do art. 191 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 5, de 22/2/94
28
§ 4º do art. 191 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 5, de 22/2/94
29
§ 5º com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica nº 5, de 22/2/94

Art. 215 - Todo agente público, qualquer que seja sua categoria ou a natureza do cargo, e o dirigente, a
qualquer título, de entidade da administração indireta, obrigam-se, ao serem empossados e exonerados, ou
demitidos, a declarar seus bens, sob pena de nulidade, de pleno direito, do ato de posse.

Parágrafo único - Obrigam-se a declaração de bens, registrada em cartório de títulos e documentos, os


ocupantes de cargos eletivos nos poderes Legislativo e Executivo, os secretários municipais e os dirigentes de
entidades da administração indireta, no ato da posse e no término de seu exercício, sob pena de
responsabilização.

Art. 216 - Quando a execução de função pública de interesse comum da Região Metropolitana couber ao
Município, na forma de lei complementar estadual, observar-se-á a distribuição de competências entre os
poderes Legislativo e Executivo previstas nesta Lei Orgânica.

Art. 217 - Os órgãos e entidades da administração direta e indireta publicarão anualmente, até o dia trinta de
abril, relatório concernente aos cargos, empregos e funções de seus respectivos quadros que, no ano anterior,
tiverem vagado ou sido providos.

Art. 218 - Ao servidor nomeado em virtude de concurso público e exonerado durante o período de que trata o
art. 60 é assegurado o direito a indenização calculada pelo somatório de um duodécimo de sua remuneração,
por mês de efetivo exercício, e do valor de uma remuneração mensal, sem prejuízo de outros direitos previstos
em lei.

Art. 219 - Além do previsto nos arts. 56 e 158, V, a lei que dispuser sobre o estatuto do pessoal do magistério
público atribuirá, entre outros, os seguintes direitos ao profissional de educação:

I - adicional de, no mínimo, dez por cento sobre o vencimento e gratificação inerente ao exercício de cargo ou
função, a cada período de cinco anos de efetivo exercício, o qual se incorpora ao valor do provento da
aposentadoria;

II - pagamento por habilitação;

III - adicional por regência de turma, enquanto no efetivo desempenho das atribuições específicas do cargo;

IV - recesso escolar;

V - período sabático, com duração de cento e vinte dias, a cada período de sete anos de efetivo exercício do
magistério, para aprimoramento profissional devidamente comprovado;

VI - vencimento fixado a partir de valor que atenda às necessidades básicas do servidor e às de sua família,
respeitado o critério de habilitação profissional;

VII - jornada de trabalho especial, nela computadas as lacunas existentes no horário fixado;

VIII - liberação da regência de aulas em número equivalente a metade da carga horária, para o exercente da
função de coordenador de ensino a partir da 5ª série, escolhido anualmente e pelos professores do mesmo
conteúdo curricular e de conteúdos afins;

IX - liberdade de afixação e divulgação de materiais e temas de interesse da categoria ou escola, nas salas
destinadas aos servidores.

Parágrafo único - Para os fins do inciso II, o professor de 1ª a 4ª séries do primeiro grau detentor de curso
superior que o habilite para o magistério terá seu vencimento definido conforme o nível e a forma de cálculo do
vencimento do professor de 5ª a 8ª séries e do segundo grau, em jornada quivalente.30
Art. 220 - Compete ao Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Humanos propagar os direitos e garantias
fundamentais, assegurados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Constituição da República,
investigar-lhes as violações, encaminhar denúncias a quem de direito zelar para que sejam respeitados pelo
Poder Público.

§ 1º - O Conselho será composto:

I-por representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal;

II - por um representante de cada entidade situada no Município e voltada, exclusivamente ou por meio de setor
próprio, para a defesa desses direitos e garantias.

§ 2º - A participação no Conselho será gratuita.

Art. 221 - Comemorar-se-á, anualmente, em doze de dezembro, o Dia do Município, como data cívica.

Art. 222 - Para os fins do art. 204, § 2º, fica mantido o fundo de habitação popular, de que trata o Decreto nº
4.539, de 12 de setembro de 1983.

Art. 223 - Fica mantido o Fundo Municipal de Defesa Ambiental, instituído pela Lei nº 4.253, de 4 de dezembro
de 1985, sendo-lhe destinados para despesas de investimentos, entre outros, recursos provenientes de:

I - participação do Município no resultado da exploração de recursos minerais em seu território, ou


correspondente compensação financeira, prevista no art. 20, § 1º, da Constituição da República;

II - reembolso dos custos de serviços prestados pelo Poder Executivo no licenciamento ambiental de atividades
e obras;

III - arrecadação de multas previstas na legislação ambiental.

Art. 224 - Ficam tombados para o fim de preservação e declarados monumentos naturais, paisagísticos,
artísticos ou históricos, sem prejuízo de outros que venham a ser tombados pelo Município:31
I - o alinhamento montanhoso da Serra do Curral, compreendendo as áreas do Taquaril ao Jatobá;

II - as áreas de proteção dos mananciais;

III - os parques urbanos;

IV - o Jardim Zoológico;

V - a área do Aeroporto Carlos Prates;

VI - o conjunto arquitetônico e paisagístico da Igreja São José;

VII - o conjunto arquitetônico e paisagístico do Mosteiro Nossa Senhora das Graças, na


Vila Paris;

VIII - o conjunto paisagístico e as fachadas do prédio do Hospital Raul Soares;


IX - a mata da Baleia e as fachadas do prédio do Hospital Maria Ambrosina;

X - a mata e o conjunto arquitetônico do antigo seminário do campus da Pontifícia


Universidade Católica de Minas Gerais;

XI - a mata do campus da Universidade Federal de Minas Gerais;

XII - o Viaduto Floresta;

XIII - o edifício original do Colégio Arnaldo e seu terreno com testadas para as ruas
Ceará e Timbiras;

XIV - o conjunto arquitetônico original da Escola Estadual Governador Milton Campos


- Colégio Estadual Central;

XV - o Parque de Exposição da Gameleira;

XVI - o prédio e a área adjacente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de


Minas Gerais;

XVII - as fachadas do prédio do Hospital Militar;

XVIII - as fachadas do conjunto de edificações da Indústria de Bebidas Antárctica


Minas Gerais S.A., situada na Av. Oiapoque, nº 78;

XIX - o edifício do Cine México, situado na Av. Oiapoque, nº 194;

XX - o conjunto arquitetônico original do Centro Mineiro de Promoções Israel Pinheiro


- Minascentro, situado na Av. Augusto de Lima, nº 758;

XXI - o conjunto arquitetônico e paisagístico do reservatório d'água do Cruzeiro;

XXII - o Parque Florestal do Jatobá;

XXIII - O Jardim Botânico e o Museu de História Natural da Universidade Federal de


Minas Gerais;

XXIV - o conjunto arquitetônico da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da


Universidade Federal de Minas Gerais e o quarteirão onde está localizado, nas
interseções das ruas Carangola, Primavera, Professor Magalhães Drumond e
Desembargador Alfredo de Albuquerque;

XXV - o prédio da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais,


localizado no quarteirão compreendido pelas interseções das ruas Gonçalves
Dias, Paraíba, Cláudio Manoel e Rio Grande do Norte;

XXVI - o conjunto arquitetônico do Minas Tênis Clube I e o quarteirão onde está


localizado, compreendido pelas interseções das ruas da Bahia, Antônio Albuquerque,
Espírito Santo e Antônio Aleixo;
XXVII - o edifício sede da Prefeitura Municipal, situado na Av. Afonso Pena, nº 1.212;

XXVIII - a estátua do Cristo Redentor, situada no Bairro Milionários;

XXIX - as edificações, com suas fachadas, do Conjunto Residencial São Cristóvão


(IAPI), situado entre as avenidas Presidente Antônio Carlos, José Bonifácio e a Rua
Araribá.32

Art. 225 - O Poder Público promoverá a implantação de ciclovias e bicicletários como


forma de incentivo e segurança dos ciclistas.

Art. 226 - É vedada nova localização de atividades concentradoras de tráfego,


prejudiciais à função de circulação, em lotes lindeiros a vias arteriais, de acordo com o
plano municipal de classificação viário.

Art. 227 - Os logradouros e estabelecimentos públicos municipais não poderão ser


designados com nome de pessoa viva.

Art. 228 - A lei disporá sobre a organização, a composição, a competência e o


funcionamento de junta, com duplo grau de jurisdição, na estrutura do órgão central do
sistema administrativo de saúde, relativamente aos processos administrativos
decorrentes da fiscalização e da vigilância sanitária do Município.

Art. 229 - Estendem-se aos doentes mentais, no que couber, os direitos assegurados por
esta Lei Orgânica ao portador de deficiência.

Art. 230 - Para exercer atividades auxiliares e complementares de prevenção de


incêndio e de defesa civil, o Município poderá criar organizações de voluntários, cuja
orientação e treinamento serão efetivados, de preferência, mediante convênio com o
Estado.

Art. 231 - Esta Lei Orgânica terá vigência a partir de sua publicação.
30
Parágrafo único do art. 219 com a redação determinada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 3, de 1º/12/92.
31
Art. 224 declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça (ADIN 859, “Minas
Gerais” de 31/3/96).
32
Inciso XXIX do art. 224 acrescentado por determinação da Emenda à Lei Orgânica nº
12, de 12/3/96.

Art. 1º - Fica criada a autarquia Instituto Municipal de Previdência e Assistência Social, com a incumbência
prevista no art. 65 da Lei Orgânica.

§ 1º - À autarquia criada serão transferidos todo o ativo e passivo, pessoal, patrimônio, atribuições, verbas e
saldos da Beneficência da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que se extinguirá concomitantemente, na
forma da lei.

§ 2º-O Poder Executivo promoverá, no prazo de cento e vinte dias da promulgação da Lei Orgânica, a
regulamentação da autarquia criada.

§ 3º-Os servidores públicos e agentes políticos municipais ficam compulsoriamente filiados ao Instituto Municipal
de Previdência e Assistência Social,
ressalvados aqueles que, nesta data, sejam contribuintes da previdência social urbana, os quais poderão ser
facultativamente filiados, na forma em que dispuser a lei.

Art. 2º - A autarquia municipal Hospital Municipal Odilon Behrens absorverá o pessoal da área de saúde do
quadro de servidores da Beneficência da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, após a regulamentação do
Instituto Municipal de Previdência e Assistência Social.

Parágrafo único - O Hospital mencionado no artigo, na prestação direta dos serviços de saúde que lhe
competirem, dará prioridade ao atendimento dos servidores públicos municipais.

Art. 3º - A contratação de novos leitos psiquiátricos só será permitida na medida da demanda e da plena
utilização da atual capacidade pública instalada.

Art. 4º - O Município instituirá regime jurídico único e planos de carreira para os servidores dos órgãos da
administração direta, das autarquias e das fundações públicas.

Parágrafo único - A lei instituidora de regime jurídico único dos servidores públicos municipais dependerá de
voto da maioria dos membros da Câmara.

Art. 5º - Fica assegurado ao servidor público municipal que tiver tempo de serviço prestado antes de 13 de maio
de 1967 o direito de computar esse tempo para efeito de aposentadoria, proporcionalmente ao número de anos
de serviço a que estava sujeito, no regime anterior àquela data.

Art. 6º - Dentro de cento e oitenta dias da data da promulgação da Lei Orgânica, proceder-se-á à revisão dos
direitos do servidor público municipal inativo e do pensionista e à atualização do provento ou pensão a eles
devidos, a fim de ajustá-los ao disposto na Lei Orgânica.

Art. 7º - Enquanto não editada a lei prevista no art. 49 da Lei Orgânica, a revisão da remuneração do servidor
público se fará no mês de maio de cada ano.

Art. 8º - A administração pública municipal tem cento e oitenta dias para se adaptar às normas dos arts. 43, 47
e 48 da Lei Orgânica.

Art. 9º - Salvo disposição legal em contrário, os estabelecimentos municipais de ensino observarão os seguintes
limites na composição de suas turmas:

I - pré-escolar: até vinte alunos;

II - de 1ª e 2ª séries do primeiro grau: até vinte e cinco alunos;

III - de 3ª e 4ª séries do primeiro grau: até trinta alunos;

IV - de 5ª a 8ª séries do primeiro grau: até trinta e cinco alunos;

V - segundo grau: até quarenta alunos.

Art. 10 - O Município promoverá a ampliação, a recuperação e o aparelhamento das unidades municipais de


ensino, no prazo máximo de doze meses posteriores à promulgação da Lei Orgânica.

Art. 11 - A elaboração do primeiro plano bienal de educação será iniciada em abril de 1990, e dela participarão
entidades representativas dos profissionais municipais de ensino, entidades representativas de pais e alunos e
associações comunitárias sediadas no Município.

Art. 12 - Comissão Paritária instalada no prazo máximo de trinta dias da promulgação da Lei Orgânica,
composta por representantes do Poder Executivo, do Poder Legislativo e de entidades representativas dos
profissionais de educação, elaborará anteprojeto de leis referentes ao estatuto do magistério e ao quadro de
pessoal das escolas municipais, os quais serão enviados ao Prefeito no prazo máximo de cento e vinte dias,
contados da instalação.

Parágrafo único - O Poder Executivo enviará os projetos de lei, elaborados com base nos anteprojetos
mencionados, à apreciação da Câmara, no prazo máximo de trinta dias, contados do recebimento das
propostas.

Art. 13 - A primeira eleição para diretor e vice-diretor de estabelecimento municipal de ensino, após a vigência
da Lei Orgânica, será realizada até março de 1991.

Art. 14 - Será gradual a implantação da jornada de ensino de oito horas e do horário integral, previstos nos
inciso I e II do § 1º do art. 157 da Lei Orgânica.

§ 1º - A implantação prevista no artigo dar-se-á no primeiro período letivo após a vigência da Lei Orgânica, em
pelo menos dez por cento das escolas municipais de 1ª a 4ª séries de primeiro grau e das creches públicas.
§ 2º - Para efeito do disposto no parágrafo anterior, terão prioridade as escolas e creches situadas em regiões
carentes do Município.

Art. 15 - O Poder Executivo, dentro de noventa dias contados da promulgação da Lei Orgânica, criará e
instalará comissão, com a participação das entidades do setor cultural, para elaborar o plano de instalação de
centros culturais a que se refere o art. 169 da Lei Orgânica, o qual definirá, também, os critérios relativos aos
acervos das bibliotecas.

Art. 16 - O organismo previsto no art. 181, § 3º, da Lei Orgânica será implantado no prazo de seis meses,
contados da promulgação desta.

Art. 17 - A lei definirá a implantação progressiva, compatível com o sistema, dos equipamentos mencionados no
art. 181, § 2º, da Lei Orgânica.

Art. 18 - Até que a rede pública possa absorver a demanda existente, o Poder Público poderá firmar convênios
com instituições particulares para atendimento ao aluno excepcional.

Art. 19 - Em caso de convênio com instituições particulares para atendimento ao aluno excepcional, a cessão
de pessoal de magistério para o fim de orientação psicopedagógica ao educando se dará com todos os direitos
e vantagens do cargo, como se em exercício em unidade do sistema municipal de ensino.

Art. 20 - O Município obriga-se a fornecer apoio técnico, material e financeiro às creches comunitárias
conveniadas, até que possa assumir o atendimento em creches públicas.

Art. 21 - O Poder Executivo reavaliará todas as isenções, incentivos e benefícios fiscais em vigor e proporá ao
Poder Legislativo as medidas cabíveis.

Parágrafo único - Considerar-se-ão revogados, após seis meses contados da promulgação da Lei Orgânica, as
isenções, os incentivos e os benefícios fiscais que não forem confirmados por lei.

Art. 22 - Serão revistas pela Câmara, nos dezoito meses contados da data da promulgação da Lei Orgânica, a
doação, a venda, a permuta, a dação em pagamento e a cessão, a qualquer título, de imóveis públicos
realizadas de primeiro de janeiro de 1980 até a mencionada data.

§ 1º - A revisão obedecerá aos critérios de legalidade e de conveniência ao interesse público e, comprovada a


ilegalidade ou havendo interesse público, os bens reverterão ao patrimônio do Município.

§ 2º - Verificadas a lesão ao patrimônio público e a impossibilidade de reversão, o Poder Executivo tomará as


medidas judiciais cabíveis, visando ao ressarcimento dos prejuízos, sob pena de responsabilização.

§ 3º - Fica o Prefeito obrigado, nos primeiros seis meses do prazo referido no artigo, a remeter à Câmara todas
as informações e documentos, bem como, a qualquer tempo, colocar à sua disposição os recursos humanos,
materiais e financeiros necessários ao desempenho da tarefa, sob pena de responsabilização.

§ 4º - As despesas previstas para o trabalho de revisão serão consignadas nos orçamentos dos poderes
Executivo e Legislativo.

Art. 23 - Ficam revogadas todas as concessões, permissões, cessões e autorizações de uso, assim como as
locações, os arrendamentos e os comodatos de bem imóvel ou logradouro pertencentes ao patrimônio
municipal, feitos a terceiros sem a licitação legalmente exigida, cabendo ao Poder Executivo promovê-la, se
houver interesse público relevante.

Art. 24 - O Município elaborará, no prazo de seis meses da promulgação da Lei Orgânica, plano plurianual de
proteção e controle ambiental, incluindo diagnóstico e programas pormenorizados de preservação, reabilitação e
melhoria da qualidade do meio ambiente.

Parágrafo único - O percentual mínimo de área verde por habitante, previsto no art. 155, V, da Lei Orgânica,
deverá ser atingido no prazo máximo de cinco anos, sob pena de responsabilização da autoridade competente.

Art. 25 - O plano diretor será aprovado no prazo de doze meses a contar da promulgação da Lei Orgânica.

Parágrafo único - O sistema de planejamento e informações de que trata o art. 192 da Lei Orgânica deverá
estar implantado no prazo estabelecido neste artigo.

Art. 26 - O Município promoverá a descrição perimétrica das áreas indicadas no art. 224 da Lei Orgânica, no
prazo de seis meses da promulgação desta.

Art. 27 - O Poder Público tem cento e oitenta dias para criar a entidade da administração indireta a que se
refere o art. 193, § 2º, da Lei Orgânica.
Art. 28 - A Superintendência de Desenvolvimento da Capital é a entidade responsável pelas atividades descritas
no art. 193, § 4º, da Lei Orgânica, salvo se lei dispuser em contrário.

Art. 29 - A lei disporá sobre a criação do Diário Oficial do Município.

Art. 30 - Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra
Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, é assegurada prioridade na aquisição de casa
própria, para o que não a possua, ou para sua viúva ou companheira.

Art. 31 - Os poderes públicos municipais promoverão edição popular do texto integral da Lei Orgânica, a qual
será distribuída aos munícipes por meio de escolas, sindicatos, associações e outras instituições
representativas da comunidade.

Art. 32 - Este Ato terá vigência a partir de sua publicação.

Belo Horizonte, 21 de março de 1990.

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