Doenças Da Soja (Glycine Max) Causadas Por Bactérias

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Carliza Luz da Silva

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Doenças da soja (Glycine max) causadas por bactérias

Doenças são os principais fatores limitantes para que a produção alcance bons
rendimentos. Com o passar dos anos as doenças passaram a ter maior importância devido
a maior área de cultivo, expansão para novas áreas e com a chegada de novos patógenos.
Primeiramente, para se estabelecer um plano de controle, é necessário identificar
corretamente o tipo de doença e qual o seu causador, pois cada doença possui
características específicas e tratamento diferenciado. Além de que, quanto mais cedo for
identificada, maiores as chances de manejar de forma eficiente.
As principais doenças bacterianas são: Crestamento bacteriano (Pseudomonas
savastanoi pv. glucinea), Fogo selvagem (Pseudomonas syringae pv. tabaci), Pústula
bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines) e Mancha bacteriana marrom
(Curtobacterium flaccumfacines pv. flaccumfaciens).

● Crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv. glucinea)


Sintomas: É comum na folha, mas pode atacar haste, pecíolo e vagem. Inicia com
manchas aquosas, semitransparentes quando observadas contra a luz, que necrosam e
aglutinam, formando áreas grandes de tecido morto. Pode haver ou não halo amarelado
largo ao redor das manchas sob temperatura amena, e estreito ou ausente sob temperatura
superior a 27 °C. Observação das manchas de cor negra com bordas irregulares na página
inferior da folha permite diagnose da doença nas horas úmidas da manhã, pela
presença de uma película brilhante, que é o exsudato da bactéria. Ataques
severos causam rasgamento dos espaços internervais da folha e queda.
Condições de desenvolvimento: Semente infectada e restos do cultivo anterior
de soja são as fontes iniciais de inóculo. A semente infectada não mostra sintoma. A
doença é favorecida por alta umidade, principalmente chuva com vento e sob temperaturas
amenas (20 °C a 26 °C). Em dias secos, finas escamas do exsudato da bactéria são
disseminadas na lavoura, mas para haver infecção há necessidade de filme de água na
superfície da folha. A bactéria penetra na folha pelos estômatos ou por ferimentos.
Controle: Não há medidas de controle

● Fogo selvagem (Pseudomonas syringae pv. tabaci)


Sintomas: Aparecem nas folhas, onde a bactéria produz uma toxina que se
dissemina nos tecidos causando lesões necróticas com halo amarelado. As lesões variam
no tamanho e na forma, e podem coalescer, formando extensas áreas de tecido morto. Em
ataques severos pode ocorrer desfolha precoce nas cultivares suscetíveis.
Carliza Luz da Silva
21952852
Condições de desenvolvimento: Essa bactéria pode ser transmitida pela
semente e restos de cultura, que servem como fonte de inóculo. É disseminada por
respingos de água. Pode aproveitar lesões causadas por outros agentes patogênicos, como
a bactéria causadora da pústula bacteriana, para penetrar no tecido das plantas.
Controle: Uso de cultivares resistentes.

● Pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines)


Sintomas: Típica de folha, mas também infecta haste, pecíolo e vagem. As
manchas são arredondadas, nunca angulares, e de coloração parda. Na página inferior da
folha, no centro da lesão, ocorre pequena elevação de cor esbranquiçada, parecendo um
vulcão. Além dessa elevação, essa doença se diferencia do crestamento bacteriano pela
inexistência do brilho na página inferior. Em cultivares suscetíveis, o grande número de
pústulas na superfície da folha dá a aparência áspera, à vista e ao tato. Em estádios mais
avançados da cultura, com base apenas nos sintomas, a pústula pode ser confundida com
o crestamento bacteriano e com a ferrugem.
Condições de desenvolvimento: O patógeno é transmissível pela semente que
não mostra sintoma típico. Os restos de cultura são, também, fonte de inóculo. Infecções
secundárias são favorecidas por chuva e vento, aliados às condições de umidade elevada e
temperatura alta (acima de 28 ° C). A bactéria pode sobreviver na rizosfera da cultura do
trigo, mantendo assim o inóculo para a lavoura de soja seguinte.
Controle: Uso de cultivares resistentes.

● Mancha bacteriana marrom (Curtobacterium flaccumfacines pv.


flaccumfaciens)
Sintomas: Começa com pequenas lesões cloróticas, que aumentam e podem
tomar todo o folíolo. Não ocorre anasarca. A clorose começa de forma oval ou alongada
frequentemente na margem das folhas e progride para o centro. As lesões podem
coalescer, formando áreas necrosadas de coloração marrom que, com ação do vento e da
chuva, podem rasgar a folha. As sementes podem ser descoloridas em decorrência do
crescimento da bactéria, e as plântulas resultantes de sementes infectadas podem
apresentar enfezamento. O sintoma de murcha da planta que ocorre no feijoeiro, raramente
ocorre na soja.
Condições de desenvolvimento: A bactéria pode ser transmitida pela semente.
Nas lavouras a disseminação ocorre por ferimentos causados pelo contato entre as folhas.
Sobrevive no solo e em restos culturais, infectando as plântulas durante a germinação.
Temperaturas entre 25 ºC e 30 ºC são favoráveis à infecção.
Carliza Luz da Silva
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Controle: Uso de sementes certificadas, rotação de culturas com espécies não
hospedeiras e uso de cultivares resistentes. Os sintomas nas folhas são reduzidos após o
florescimento.

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