PL 466 2015
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DESPACHO:
ÀS COMISSÕES DE:
VIAÇÃO E TRANSPORTES
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E
CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (ART. 54 RICD)
APRECIAÇÃO:
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
SUMÁRIO
I - Projeto inicial
Art. 1º Esta Lei institui a adoção de medidas que visem assegurar a circulação
segura de animais silvestres pelo território nacional, com a redução de acidentes
envolvendo pessoas e animais nas estradas, rodovias e ferrovias brasileiras.
Art. 2º Estudos de Viabilidade Técnica e Ambiental e Estudos de Impacto
Ambiental - relativos ao planejamento, construções, reformas e duplicação de
estradas, rodovias e ferrovias deverão prever a adoção de medidas mitigadoras do
número de acidentes envolvendo animais silvestres.
Art. 3º Para os fins previstos nesta lei, devem ser adotadas pelo menos as
seguintes medidas mitigadoras do número de acidentes com animais silvestres nas
estradas, rodovias e ferrovias do território nacional:
I – Adoção de Cadastro Nacional Público de acidentes com animais silvestres,
com a concepção de banco de dados no qual sejam registrados todos os incidentes
desta natureza, bem como, demais informações de pesquisa e localização de
passagens no território brasileiro; sujeitando-se a regulamentação posterior.
II - Fiscalização e monitoramento constante nas áreas de maior incidência de
atropelamentos de animais silvestres, identificadas a partir dos dados do Cadastro
Nacional, com o fortalecimento das estruturas de instituições já existentes, para a
celebração de acordos e convênios, com profissionais capacitados.
III - Implantação de medidas que auxiliem a travessia da fauna silvestre, tais
como: Instalação de sinalização e redutores de velocidade, passagens aéreas ou
subterrâneas, passarelas, pontes, cercas e refletores.
IV - Promover a educação ambiental no território brasileiro, visando a redução
no número de acidentes com animais silvestres; com a realização de pelo menos
campanhas que visem a conscientização dos motoristas e da população.
§1° Em se tratando de áreas protegidas, com estradas, rodovias ou ferrovias
em seu interior ou entorno imediato e não previstas no plano de manejo, é necessária
a implantação e o monitoramento permanente de medidas de mitigação.
Art. 4º As estradas, rodovias e ferrovias federais, estaduais e municipais já
existentes no território nacional deverão se adequar, após estudos específicos, às
regras concernentes as medidas mitigadoras constantes desta lei.
Parágrafo único. Lei posterior regulamentará os prazos para adequação e
outros aspectos necessários à completa e adequada aplicação desta lei.
Art. 5º O não cumprimento das obrigações impostas, sujeitará o responsável
ao pagamento de multa a ser definida em regulamento próprio.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor 90 dias após sua publicação.
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JUSTIFICATIVA
O modal rodoviário corresponde atualmente a cerca de 60% do transporte de
cargas no Brasil, fluindo por quase dois milhões de quilômetros de rodovias e estradas
federais, estaduais e municipais.
Tamanho espaço dedicado aos veículos provocou um espantoso aumento da
frota nacional, que cresceu mais de 120% na última década. Hoje temos mais de 65
milhões de carros, motos e caminhões.
Além de engarrafamentos, poluição e descarte de resíduos, outro grave
problema registra estatísticas alarmantes, até agora silenciosas: os incontáveis
atropelamentos e mortes de animais silvestres.
Estimativas baseadas nos poucos estudos disponíveis pintam um quadro
estarrecedor, com milhões de animais selvagens tendo suas vidas perdidas todos os
dias sob as rodas, uma verdadeira chacina, inclusive de espécies ameaçadas de
extinção – em recente estudo encontrou-se 84 animais vertebrados atropelados, em
que 50% pertenciam à classe dos mamíferos, 26% das aves e 24% dos répteis, em
36 km na linha 200 (Rondônia).
Complicando o cenário, não há monitoramento sistemático da mortandade de
onças, tamanduás, preguiças, macacos, veados e muitas outras espécies ameaçadas
em nível nacional.
As estimativas mostram que mais de 450 milhões de animais selvagens
podem estar sendo mortos anualmente em 1,7 milhões de quilômetros de estradas
existentes em todo o Brasil. Deste número, 390 milhões são de pequenos animais
como sapos, cobras, aves e mamíferos de pequeno porte, 55 milhões são animais
como lebres, gambás, macacos, jiboias, tartarugas, entre outros e 5 milhões são de
grandes animais, tais como onças, onças-pardas, lobo-guará, tamanduá-bandeira,
lontras, canídeos e outros felinos de várias espécies.
O atropelamento é apenas o mais visível dos impactos inerentes a todas
rodovias e ferrovias. Os demais são mais difíceis de serem quantificados quanto à
mortalidade e efeitos diretos, mas certamente implicam em redução da viabilidade
populacional a médio e longo prazo.
Desta forma, com relação a mortalidade determinada por atropelamento, as
taxas encontradas para o Brasil variam enormemente, tanto em função da região,
quanto do grupo considerado.
Qualquer empreendimento nas estradas gera impactos negativos. Durante a
construção destes há a perda de habitats, o aumento da compactação e redução da
filtração do solo, podendo alterar a biota e, o crescimento da vegetação no entorno é
impedida pelo seu corte e uso de herbicidas que mantém a vegetação no estágio
inicial de sucessão.
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sejam estabelecidas. No caso das UCs, áreas que por definição existem para
conservar a biodiversidade, a falta de mecanismos que contribuam para a
minimização de impactos é quase ilógica e necessita urgentemente ser revertida.
Em relação à presença de atropelamentos de fauna selvagem na área da
Unidade e/ou seu entorno, mais de 80% das UCs que possuem rodovias em sua área,
afirmam já ter verificado atropelamento de fauna selvagem. Entre os 18% que afirmam
não ter atropelamentos, quase a totalidade (92%) são de Unidades que não possuem
rodovias e estradas no seu interior. Um total de 50% dos questionários informaram
haver atropelamentos constantes em diferentes intensidades, e apenas 1% informa
ser um problema extremo. Crê-se que esta percepção pode ser alterada se o
monitoramento deste impacto for incluído na rotina das Unidades.
Diante de todo o exposto e em face da importância da matéria, peço o apoio
dos ilustres membros desta Casa para a aprovação do Projeto de Lei em tela.
DESPACHO:
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Artigo 2°. Para os fins previstos nesta lei, entende-se por Corredor
Ecológico a obra de arte construída sob ou sobre as estradas, rodovias e ferrovias,
destinada ao uso exclusivo, livre e seguro da fauna, quando de sua circulação em seu
meio ambiente natural.
JUSTIFICATIVA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
motoristas e da população.
§1° Em se tratando de áreas protegidas, com estradas, rodovias ou
ferrovias em seu interior ou entorno imediato e não previstas no plano de manejo, é
necessária a implantação e o monitoramento permanente de medidas de mitigação.
Art. 4º As estradas, rodovias e ferrovias federais, estaduais e municipais já
existentes no território nacional deverão se adequar, após estudos específicos, às
regras concernentes as medidas mitigadoras constantes desta lei.
§ 1º. Lei posterior regulamentará os prazos para adequação e outros
aspectos necessários à completa e adequada aplicação desta lei.
§ 2º Em rodovias concedidas, qualquer medida de mitigação deverá
ser previamente aprovada pelo poder concedente, respeitando o contrato de
concessão em a recomposição de equilíbrio econômico financeiro.
Art. 5º O não cumprimento das obrigações impostas, sujeitará a sanções
a serem definidas em regulamento próprio.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor 90 dias após sua publicação.
Art. 1º Esta Lei institui a adoção de medidas que visem assegurar a circulação
segura de animais silvestres pelo território nacional, com a redução de acidentes
envolvendo pessoas e animais nas estradas, rodovias e ferrovias brasileiras, sempre
que necessário e apontado por estudo específico.
Parágrafo único – Em rodovias concedidas, qualquer medida de mitigação
deverá ser previamente aprovada pelo poder concedente, respeitando o contrato de
concessão e a recomposição do equilíbrio econômico financeiro.
Art. 2º Estudos de Viabilidade Técnica e Ambiental e Estudos de Impacto
Ambiental - relativos ao planejamento, construções, reformas e duplicação de
estradas, rodovias e ferrovias deverão prever quando apontada a real necessidade, a
adoção de medidas mitigadoras do número de acidentes envolvendo animais
silvestres.
Art. 3º Para os fins previstos nesta lei devem ser adotadas, quando indicada a
necessidade em estudos específicos, as seguintes medidas mitigadoras do número
de acidentes com animais silvestres nas estradas, rodovias e ferrovias do território
nacional:
I – Adoção de Cadastro Nacional Público de acidentes com animais silvestres,
com a concepção de banco de dados no qual sejam registrados todos os incidentes
desta natureza, bem como, demais informações de pesquisa e localização de
passagens, sendo de responsabilidade de cada órgão, seja federal, estadual,
municipal ou concessionárias a apresentar informações inerentes à faixa de domínio
sob sua responsabilidade sujeitando-se a regulamentação posterior.
II - Fiscalização e monitoramento constante nas áreas de maior incidência de
atropelamentos de animais silvestres, identificadas a partir dos dados do Cadastro
Nacional, com o fortalecimento por parte dos governos Federal, Estaduais e
Municipais das estruturas de instituições já existentes, para a celebração de acordos
e convênios, com profissionais capacitados.
III - Implantação de medidas que auxiliem a travessia da fauna silvestre, tais
como: Instalação de sinalização e redutores de velocidade, passagens aéreas ou
subterrâneas, passarelas, pontes, cercas e refletores.
IV – Os órgão competentes devem promover a educação ambiental no território
brasileiro, visando a redução no número de acidentes com animais silvestres; com a
realização de pelo menos campanhas que visem a conscientização dos motoristas e
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da população.
§1° Em se tratando de áreas protegidas, com estradas, rodovias ou ferrovias
em seu interior ou entorno imediato e não previstas no plano de manejo, é necessária
a implantação e o monitoramento permanente de medidas de mitigação.
Art. 4º As estradas, rodovias e ferrovias federais, estaduais e municipais já
existentes no território nacional deverão se adequar, após estudos específicos, às
regras concernentes as medidas mitigadoras constantes desta lei.
§ 1º. Lei posterior regulamentará os prazos para adequação e outros aspectos
necessários à completa e adequada aplicação desta lei.
§ 2º Em rodovias concedidas, qualquer medida de mitigação deverá ser
previamente aprovada pelo poder concedente, respeitando o contrato de concessão
em a recomposição de equilíbrio econômico financeiro.
Art. 5º O não cumprimento das obrigações impostas, sujeitará a sanções a
serem definidas em regulamento próprio.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor 90 dias após sua publicação
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Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre a locomoção da fauna silvestre em trechos rodoviários que
margeiam reservas biológicas, santuários ecológicos, unidades de conservação e/ou áreas de
preservação ambiental no bioma da Mata Atlântica.
Art. 2º. As concessionárias de rodovias federais responsáveis pela exploração de trechos
rodoviários que margeiam reservas biológicas, santuários ecológicos, unidades de conservação
e/ou áreas de preservação ambiental no bioma da Mata Atlântica deverão construir túneis de
passagem para garantir a locomoção com segurança da fauna silvestre ali existente visando um
equilíbrio que assegure o transporte das pessoas com a proteção das espécies animais.
Parágrafo único. Órgão técnico do poder concedente regulamentará está Lei.
Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICATIVA
O objetivo do projeto de lei que ora apresento é contribuir para a preservação da fauna
silvestre que habita a Mata Atlântica visando assegurar às futuras gerações o acesso a riquíssima
biodiversidade do nosso país.
“Isso significa que são atropelados 475 milhões de animais selvagens por ano no país. Cerca
de 90% disso, 400 e poucos milhões, são pequenos vertebrados. E é por isso que as pessoas não
percebem. São pequenas aves, rãs, sapinhos que as pessoas não percebem que estão sendo
atropelados”, diz Alex Bager. (idem)
Além dos bichos menores, acabam morrendo 40 milhões de animais de médio porte como
gambás, lebres e macacos. Outros 5 milhões de vítimas são animais de grande porte como onça,
lobos, antas e capivaras, muitos deles ameaçados de extinção.
A situação é considerada tão grave que provocou a ação do Ministério Público. O procurador
Paulo Trazzi já abriu um procedimento e vai ouvir todos os órgãos envolvidos: “Eu acredito que é
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possível a gente conseguir um equilíbrio que assegure o transporte das pessoas com a proteção das
espécies animais”, avalia Paulo Trazzi, procurador da República.
Ele lembra que não é só a biodiversidade que está em risco: “A preocupação com os animais,
por si só, já seria suficiente para a nossa atuação e pra considerar a situação urgente, mas, também
existe o risco a vida das pessoas e a saúde das pessoas. Um acidente com uma onça parda de 70
quilos pode causar capotamento e morte de pessoas”, diz Paulo Trazzi, procurador da República.
Da Mata Atlântica
Este bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², corresponde 13,04% do território nacional e
é constituída principalmente por mata ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte
ao Rio Grande do Sul. A Mata Atlântica passa pelos territórios dos estados do Espírito Santo, Rio de
Janeiro e Santa Catarina, e parte do território do estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São
Paulo e Sergipe.
A Mata Atlântica é uma das cinco florestas ameaçadas com maior biodiversidade do mundo,
segundo a ONG Conservação Internacional. Os animais mais conhecidos da Mata Atlântica são:
Mico-Leão-Dourado, onça-pintada, bicho-preguiça e capivara.
O bioma apresenta, por exemplo, 725 espécies de vertebrados endêmicos, que não são
encontrados em nenhum outro lugar do planeta e é uma área prioritária para ações de conservação.
A vida desses animais e a preservação da biodiversidade presente na Mata Atlântica são
motivos nobres que justificam a adoção de medidas como a construção de túneis de passagem pelas
concessionárias responsáveis pela exploração de um determinado trecho rodoviário.
Vale ressaltar que, alguns trechos rodoviários que margeiam a Mata Atlântica já fazem uso
desse mecanismo que, na prática, se mostrou eficaz. Porém, são poucos os trechos beneficiados;
precisamos ir além, e construir os túneis por toda a costa litorânea que margeia a Mata Atlântica.
Competirá a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), regulamentar essa Lei no
que diz respeito à seleção dos trechos rodoviários que devem ser beneficiados com a construção dos
túneis de passagem.
Trata-se de uma medida simples que vai ao encontro do que determina a Constituição
Federal, no art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.
Por todo o exposto, peço o apoio dos nobres pares para a aprovação deste Projeto de lei.
CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
PREÂMBULO
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental,
a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
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ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto
ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
I – RELATÓRIO
II - VOTO DO RELATOR
milhões de animais silvestres por ano, ou 15 animais por segundo. Esses números,
por si só, já demonstram, eloquentemente, a dimensão do massacre causado pelas
estradas brasileiras à nossa fauna nativa.
Segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de
Estradas, cerca de 90% dos animais mortos, cerca de 400 milhões, são pequenos
vertebrados, como pequenas aves, rãs, sapos, cujo atropelamento muitas vezes não
é sequer percebido pelos motoristas. Além dos animais menores, morrem 40 milhões
de animais de médio porte, como gambás, lebres e macacos. Os animais maiores,
como onça, lobos, antas e capivaras, somam mais 5 milhões. Muitos desses animais
são espécies ameaçadas de extinção.
Convém lembrar que os acidentes com animais maiores, além
dos danos ao veículo, causam comumente ferimentos e, muitas vezes, até mesmo a
morte de motoristas e passageiros.
Entretanto, há medidas que podem reduzir significativamente
esses números, incluindo a construção de passagens por sobre ou por baixo das
estradas, cercas e barreiras, redução de velocidade em unidades de conservação,
medidas educativas, dentre outras. Essas medidas já vêm sendo adotadas em
algumas rodovias nacionais com resultados bastante promissores.
É extremamente oportuna, portanto, a proposta do ilustre
Deputado Ricardo Izar que visa à adoção dessas medidas mitigadoras na construção
e ampliação de novas estradas, rodovias e ferrovias e a adaptação das estradas já
existentes.
As modificações propostas pela Comissão de Viação e
Transportes, mormente aquelas que buscam harmonizar as medidas propostas com
os contratos de concessão de rodovias parecem-nos apropriadas.
Cumpre-nos observar ainda que o conteúdo do PL nº 935/2015,
bem como do PL 5168/2016, estão contemplados no principal, que é mais abrangente.
Com o propósito de contribuir para o aperfeiçoamento do texto
das proposições em comento e corrigir alguns pequenos problemas de técnica
legislativa, estamos propondo um novo substitutivo.
Em face do exposto, votamos pela aprovação do Projeto de Lei
nº 466, de 2015, na forma do Substitutivo anexo, e pela rejeição dos Projetos de Lei
nº 935, de 2015, e 5168, de 2016.
Sala da Comissão, em 04 de outubro de 2016.
É o relatório.
II - VOTO DO RELATOR
A iniciativa das proposições em epígrafe é válida, pois a matéria nelas
tratada é da competência privativa da União (CF, art. 22, IX e XI) e se insere entre as
de atribuição normativa do Congresso Nacional (CF, art. 48, caput).
É o voto.
SUBEMENDA Nº 1
Suprima-se o § 2º do art. 4º da proposição, renumerando-se o § 1º
para parágrafo único.
SUBEMENDA Nº 2
DESPACHO:
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por vegetação nativa, fica proibida a retirada da vegetação nativa em uma faixa de 50
metros contados do limite da faixa de domínio da estrada ou rodovia.
JUSTIFICAÇÃO
A abertura de estradas e a construção de rodovias são
empreendimentos que causam significativo impacto ambiental. Dentre os efeitos
ambientais de uma obra de construção civil de rodovias destacam-se: perda de terras
agricultáveis; compactação e erosão do solo; alteração do lençol freático; eliminação
da vegetação natural; modificação do relevo e de cursos d’água; restrições ao
movimento e atropelamento de animais.
Quem trafega pelas estradas e rodovias brasileiras descortina, em
regra, uma paisagem desoladora, no que concerne à arborização das margens e das
áreas adjacentes ao leito rodoviário. A vegetação marginal desempenha um papel de
grande importância no controle da erosão e na qualidade da paisagem. Pode ainda
desempenhar um papel significativo na conservação da biodiversidade e como
corredor ecológico, facilitando o fluxo gênico de fauna e flora.
No que se refere especificamente à fauna silvestre, os dois impactos
principais das estradas e rodovias, como já mencionado, são a perda de espécies por
atropelamento, que é direto, visível e mensurável por conta das carcaças presentes
em faixas de rolamentos e acostamentos, e o efeito barreira, um impacto indireto e
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
.......................................................................................................................................................
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
.......................................................................................................................................................
Seção V
Dos Crimes contra a Administração Ambiental
.......................................................................................................................................................
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir
obrigação de relevante interesse ambiental: (Vide arts. 23, 39 § 2º da Lei nº 12.305, de 2/8/2010)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo
da multa.
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de
questões ambientais:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
FIM DO DOCUMENTO