Diss Coutinho 2017 Ensino Criancas Planejamento
Diss Coutinho 2017 Ensino Criancas Planejamento
Diss Coutinho 2017 Ensino Criancas Planejamento
Rio de Janeiro
2017
Juliana Veloso Coutinho
Rio de Janeiro
2017
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/B
CDU 802.0(07)
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, desde que citada a fonte.
__________________________________ ____________________
Assinatura Data
Juliana Veloso Coutinho
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Profª. Dra. Janaína Cardoso (Orientadora)
Instituto de Letras - UERJ
_______________________________________________
Profª. Dra. Vera Lucia Teixeira da Silva
Instituto de Letras – UERJ
_______________________________________________
Prof. Dr. Rogério da Costa Neves
Colégio Pedro II
Rio de Janeiro
2017
DEDICATÓRIA
COUTINHO, Juliana Veloso. Um olhar sobre o ensino de língua estrangeira para crianças e
o seu planejamento. 2017. 108 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
COUTINHO, Juliana Veloso. A look into children’s foreign language teaching and its
planning. 2017. 108 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
The teaching of English for children has been widely explored in Language courses
and schools. However, teachers have found challenges like: the universities do not prepare
foreign Language teachers for this public; the lack of scientific research about this theme and
courseware; the lack of legal guidelines for the teaching of foreign Languages in the early
grades of the Elementary School, making the teacher’s work an experimental practice. The
methodology of the research was documental and the corpora for the analysis were a planning
implemented in an English teaching project for non-readers children between 4 and 6 years
old; and also a logbook where we described how the planning was carried out. One of the
most impressive results was the little use of the planning in the classes and the including of
our students in the processes of the construction of the learning. During the research, we
realised the importance of the playfulness for the development of the kids and the flexibility
of the planning. Our main objective is to identify and discuss the problems and successes in
this practice, in order to improve the foreign Language teaching for children. We wish our
study may benefit anyone interested in this subject, and stimulate the dialogue and more
research.
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9
2 METODOLOGIA ........................................................................................... 28
CONCLUSÃO ................................................................................................ 80
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 81
ANEXOS ......................................................................................................... 85
9
INTRODUÇÃO
1
“By the mid-1990s globalization was placing greater linguistic demands on mainstream education, firm the
primary level through to institutions of higher education.” (MEHISTO, Et al, 2008, p.10, tradução nossa.)
10
Frente aos desafios listados até agora, nos instigamos a investigar sobre a
aprendizagem infantil e o ensino de língua estrangeira para crianças. Ao vivenciar a
experiência de estágio e docência em um projeto de ensino de língua inglesa para crianças em
uma escola privada, foi vista uma metodologia que nos chamou atenção pelos significativos
2
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para LE, tal ensino inicia-se no terceiro e quarto ciclos do
Ensino Fundamental.
3
A pesquisadora Garcia (2011), em seu estudo sobre a idade da aprendizagem de LEC realizou uma entrevista
com coordenadores de instituições privadas de ensino que apontaram um estatuto de liberdade e falta de
regulamentação propiciando a diferenciação das escolas públicas. A autora se refere às instituições particulares
de ensino como Terra sem lei.
4
Para exemplificar, buscamos os fluxogramas dos cursos de Letras e Pedagogia da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), que estão disponíveis em:
<http://www.dep.uerj.br/arqs/fluxogamas_cursos/letras_ingles_literaturas_licenciatura.pdf>
<http://www.ementario.uerj.br/cursos/pedagogia.html>
11
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo discutiremos acerca dos conceitos que nos ajudam a compreender sobre
o desenvolvimento infantil, o ensino e aprendizagem de LEC, assim como os conceitos de
planejamento e autonomia do aprendiz.
5
“No limiar do século XXI, assiste-se, em muitos países do mundo, a níveis recorde de imigração. Entre 1965 e
2000 o número de pessoas que vive fora do país em que nasceu aumentou de 75 para 100 milhões. Contudo, não
mais de l em cada 40 cidadãos do mundo é imigrante.” (ENTZINGER, 2001, p.2)
14
Neste trabalho, no entanto, refere-se ao inglês como língua estrangeira, já que a única
língua oficial do Brasil é o português6 e é a falada pela maioria dos brasileiros.
Trazendo esta discussão para o âmbito educacional, o bilinguismo é uma questão ainda
mais complexa e relativa. Muito se discute sobre as denominações cabíveis às instituições que
oferecem o ensino de LE. Este, sendo praticado em diversas partes do mundo, varia sua
estrutura de acordo com os aspectos culturais locais, objetivos e o perfil dos alunos. Portanto,
as definições e abordagens também sofrem bastantes variações.
Há atualmente uma tentativa de diferenciação entre aulas de inglês na escola, cursos de
idiomas, escolas bilíngues e ainda as escolas internacionais. Como não há especificações
legais, alguns programas que oferecem aulas de LE, com um ou dois tempos de aula
semanais, se intitulam bilíngues, na tentativa de fazer marketing quanto à qualidade deste
ensino. Ora, definir a educação bilíngue pode ser algo tão complexo quanto definir o
bilinguismo, como já foi exposto anteriormente no estudo de Megale (2005). A seguir, vemos
algumas definições de diferentes autores para a discussão:
6
“Portugal decretou, em 1757, a lei do Diretório, que proibiu crianças, filhos de portugueses e indígenas de
aprender e falar outra língua que não o português. Inicialmente, a regra valia para as áreas onde hoje estão os
Estados do Pará e Maranhão. Mas, em 1759, um alvará tornou obrigatório seu uso em todo o território nacional,
assegurando sua hegemonia.” (Portal Brasil).
7
Nesta abordagem, a competência de comunicar-se se torna o objetivo do ensino de línguas, reconhecendo a
interdependência entre linguagem e comunicação. (LARSEN-FREEMAN, 2000, p. 121 – tradução livre).
15
8
Ensino Bilíngue, 2011, disponível em: http://www.ensinobilingue.com.br/2011/09/diferencas-entre-escola-
bilingue-e.html
9
Projeto Rio Criança Global disponível em: <http://extra.globo.com/noticias/educacao/educacao-360/a-
experiencia-das-escolas-bilingues-na-rede-publica-do-rio-13847095.html>acesso em 07/09/2016.
16
desenvolvimento geral do aluno não fica claro o que o autor quis dizer. Pode-se entender que
ele se trata de um desenvolvimento pessoal (emocional, social, etc.); ou em relação aos
conteúdos interdisciplinares (política, matemática, história, ciências, etc.). Ambas as
possibilidades seriam algo equivocado, visto que qualquer professor poderia desenvolver
estratégias para uma formação, além dos conteúdos pré-estabelecidos nos planos de curso,
independente do tipo de instituição de ensino.
Quanto à educação bilíngue (ou ensino bilíngue), para Megale (2005): “Educação
bilíngüe pressupõe conceitos distintos em países e contextos diferenciados em função: de
questões étnicas, dos próprios educadores e legisladores e de fatores sociopolíticos.”
(MEGALE, 2005, p.7). Entendemos que essa, assim como a escola internacional, cumpre com
os conteúdos em certo percentual na língua nativa e na língua alvo que se propõe a ensinar,
desenvolvendo a competência linguística do aluno de se comunicar utilizando a língua alvo na
aprendizagem de outras disciplinas.
O projeto de ensino de inglês realizado em nossa escola mais se assemelha com o
ensino bilíngue. Há preocupação e ações com o intuito de desenvolver nos alunos questões
como o respeito ao próximo, às diferenças, o desenvolvimento físico-motor, emocional,
dentre diversas questões. No projeto não temos disciplinas com tempos de aulas definidos
para ciências, matemática, etc. Ensinamos a língua inglesa, mas através dela abordamos
assuntos interdisciplinares.
Uma das características mais notáveis das crianças é o quanto elas são curiosas, e há
quem saia do sério com os inúmeros “por quês”. Este bombardeio de perguntas sinaliza a
emergência do interesse da criança em descobrir por que as coisas são como são
(SANTROCK, 2009, p.42). As crianças envolvem-se facilmente com propostas diversas. Esta
característica é grande aliada na aprendizagem e contribui significativamente para a aceitação
de novos conteúdos.
É importante considerar também que as crianças têm a necessidade de engajar-se
ativamente na construção do conhecimento (ROCHA, 2008, p.18). Desde o nascimento, ela
estabelece relações com o meio em que vive, construindo os primeiros entendimentos através
de experiências sensoriais (SANTROCK 2009, p. 39). Ou seja, criança aprende
experimentando. Atividades que contemplem todos os sentidos são de suma importância. Elas
apreciam e precisam falar, tocar, degustar e cheirar, além de ouvir e assistir.
Quanto ao desenvolvimento cognitivo, Piaget (apud SANTROCK 2009, p. 37) propõe
um esquema de processos que segue a seguinte ordem:
falta da reversibilidade – Se for pedido a uma criança que adicione três laranjas a uma
determinada quantidade de laranjas e depois para retirar três laranjas, ela não entenderá que
ficou com o mesmo número inicial de laranjas.
A ideia do lúdico seria, segundo Perrotti (apud TONELLI, 2008, p.190): “a junção de
brincar (de forma livre e individual) e jogar (conduta social que supõe regras) com efeito
prazeroso e alegre”. Dantas (apud TONELLI, 2008, p.190) aponta que: “As mensagens
veiculadas pelo lúdico devem ser instigantes a ponto de desafiar o leitor, propondo-lhe
problemas, cujas soluções dependem de sua habilidade criativa para dar respostas a situações
novas.”.
Quando se trata de educação infantil é interessante, se não imprescindível, a inclusão de
atividades lúdicas. As atividades ou tarefas propostas para crianças precisam responder às
suas necessidades e, nesse sentido, o lúdico mostra-se importante. Ele está diretamente ligado
às brincadeiras e aos jogos em geral que desafiam os participantes, os induzem a usar a
20
criatividade para solucionar problemas e requerem capacidade de adaptação a regras, para que
seja possível a execução dos mesmos. Dessa forma, os jogos e os brinquedos contribuem para
o desenvolvimento do indivíduo de maneira prazerosa e ainda podem auxiliar na
internalização de conteúdos. Uma das formas em que Vygotsky define o brinquedo é a
seguinte:
[...] a relação brinquedo-desenvolvimento pode ser comparada à relação
instrução-desenvolvimento, o brinquedo fornece ampla estrutura básica para
mudanças das necessidades e da consciência. [...] Tudo aparece no
brinquedo, que se constitui, assim, no mais alto nível de desenvolvimento
pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente através da atividade de
brinquedo. (VIGOTSKY, 1991, p.69.)
As brincadeiras e os jogos são ações surgidas na infância que criam oportunidades para
o uso de uma habilidade imprescindível para o desenvolvimento das crianças e da linguagem:
a interação.
Quando as brincadeiras passam a ser coletivas, elas exigem regras que, em princípio
simples, devem ser obedecidas. (FIGUEIRA, 2010, p.102). A adequação de regras e
comportamento pode ser um desafio para algumas crianças. Porém, através da brincadeira e
do jogo, a sua aceitação pode ser melhor desenvolvida. Segundo Vygotsky (1998, p.63): “[...]
não existe brinquedo sem regras. A situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já
contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais
estabelecidas a priori.”. Ou seja, a aceitação e a negociação de regras tornam-se
imprescindíveis para que seja possível a brincadeira. De acordo com o avanço dos indivíduos,
tais regras evoluem também.
10
O direito de brincar aparece nos seguintes documentos legais:
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Lei 8096 Dos direitos fundamentais da criança, Livro I,
artigo 16, capítulo II; Lei 12594 Convenção sobre o direito da criança, artigo 31.
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF): Declaração universal de direitos da criança e do
adolescente, princípio 7º.
Referencial Curricular Nacional para a Educação, p. 27.
22
Pires (2001, p.51) também afirma que as crianças costumam ser rápidas para aprender
coisas novas. No entanto, elas também podem se esquecer rápido alguns conceitos já
aprendidos (PIRES, 2001, p. 51). É preciso se ater que elas precisam de um exercício de
revisão constante.
Em relação às aulas, o tempo de duração das atividades também é algo importante.
Quanto mais novos, mais curto é o foco de atenção. O tempo da atenção das crianças costuma
ser o número da sua idade em minutos acrescidos de mais dois. Jensen (2005) sugere que na
faixa-etária dos alunos da professora-pesquisadora, o tempo direto de instrução de novos
conteúdos deva ser entre 5 a 8 minutos. Logo, o professor deve trazer sempre atividades
variadas.
Genevieve Roth (apud PIRES 2001) faz algumas ressalvas quanto à aula de línguas: os
professores devem ter cuidados com a pronúncia correta, a velocidade natural da fala, as
variações e expressões do tom da voz e gestos e artefatos visuais. A disposição da turma deve
ser em círculo ou semicírculo e todos devem ver os lábios do professor. As crianças em geral
têm pouca noção do tempo formal. Assim, é importante que se cumpra uma rotina ao iniciar e
encerrar a aula para ajudá-las a se orientar e, o mais importante, as necessidades das crianças
devem ser respeitadas.
11
Nas atividades cerebrais as células nervosas não tocam umas nas outras diretamente. Há entre elas um espaço
minúsculo que são zonas ativas, fazendo contato entre terminações nervosas, neurônios, células musculares ou
células glandulares, através de neurotransmissores(ROSSA, 2009 p.57).
24
As famílias que optam pela aprendizagem da língua estrangeira das crianças muito
novas (antes do Ensino Fundamental II) poderiam se perguntar se, ao longo do tempo, as
crianças se sentirão desestimuladas a concluírem os estudos, ou ainda se esquecem a língua ao
atingirem a fase adulta. A aprendizagem de uma LE terá um papel significativo no
desenvolvimento do sujeito, como vimos até agora. No entanto, a falta de exposição à LE
após a conclusão dos estudos poderia levar ao esquecimento de estruturas linguísticas e
vocabulário.
Logo, deve-se avaliar também os motivos e as necessidades; assim como deve ser
muito criteriosa ao escolher a instituição. Estas devem englobar um programa que contemple
os fundamentos da educação infantil, didática de ensino de LE, e seus profissionais devem ter
um bom nível de proficiência na língua. Instituições que prezam por fins lucrativos acima da
preocupação com o desenvolvimento e bem estar das crianças podem provocar uma relação
extremamente prejudicial entre o aluno e a aprendizagem. Assis-Peterson (2001, p.24) alerta
que:
Aqueles que optam pelo ensino da LE desde o “berço” devem levar em conta
professores excelentes e métodos apropriados para facilitar a aprendizagem e
evitar que as crianças percam o interesse pelo estudo de línguas,
ironicamente, cedo. (ASSIS-PETERSON, 2001, p. 24).
As características próprias de cada faixa-etária também são pontos que todo educando
deve considerar. Desta forma, ele melhor compreende seus alunos e desenvolve as estratégias
necessárias para o seu grupo. Genevieve Roth (apud PIRES 2001, p.51), em seu trabalho, traz
características do ensino infantil:
energia - crianças precisam de movimento;
barulho - podemos controlar o barulho, mas não se deve esperar por aulas
silenciosas;
25
O professor ainda deve estar preparado para situações quando fica impossível
trabalhar, devido às crianças estarem muito cansadas ou agitadas. Ele deve ser compreensivo
e propor outras atividades como uma brincadeira no pátio, quando as crianças estão muito
agitadas, ou desenhar quando estiverem cansadas. É necessário ter em mente que a criança
terá uma vida inteira para aprender, e seus limites devem ser respeitados. (ROTH 1998, apud
PIRES 2001).
Roth (apud PIRES, 2001) ainda dá um conselho aos professores e reitera o ponto
decisivo para a relação entre o aprendiz e a língua estrangeira por toda sua vida:
O ato de planejar faz parte da história do ser humano. O desejo de transformar sonhos
em realidade objetiva é uma preocupação marcante de todos nós. Em nosso dia-a-dia, sempre
estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas
atividades diárias são delineadas em etapas previamente planejadas, uma vez que já
pertencem ao contexto de nossa rotina. Agimos automaticamente em muitas situações da
nossa vida. Entretanto, para a realização de certas atividades, especialmente as que não estão
inseridas em nosso cotidiano, usamos processos racionais e conscientes para traçar estratégias
e alcançar o que desejamos. (BAFFI, 2002, p.1)
Planejamento Educacional seria o processo que se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais
as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades
futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade,
26
quanto as do indivíduo (SANTANA, apud BAFFI, 2002, p.2). Planejamos muitas das vezes
cada detalhe de como agir, e por vezes supomos as reações que nossas ações irão acarretar.
No entanto, o futuro pode ser imprevisível até certo ponto, e, tratando-se de seres humanos,
nunca podemos ter absoluta certeza de como o outro irá reagir. Em educação, planejamento é
então um apoio, baseado em pesquisas, que irá guiar os passos de como agir, mas na prática,
pode não ser aplicável em sua totalidade.
Na educação construtiva, leva-se em conta a autonomia do ser educando. A escola vai
respeitar os saberes dos alunos e discutir a razão de ser das coisas. Dialogicamente, educandos
e educadores construirão o conhecimento. O planejar estaria em criar possibilidades para a
produção e construção, trazendo estratégias para estimular, nos próprios alunos, a curiosidade,
que instigará a aprendizagem e a criticidade, para que se possa formar cidadãos conscientes de
qualquer determinação que lhes sejam impostas (FREIRE 1996).
O trabalho de Paulo Freire (1996) nos faz refletir sobre o aluno autônomo, e sobre o
nosso planejamento. Percebe-se a importância desse ser flexível por dois motivos principais:
1º não é possível prever a reação dos alunos diante das propostas que lhes são apresentadas; 2º
deve-se dar espaço para as contribuições dos aprendizes.
Podemos entender do texto de Freire que todos são seres imperfeitos e não temos
entendimento absoluto sobre as coisas do mundo. Todos possuem conhecimentos e
percepções diferentes da realidade e é a troca com o outro que possibilita chegar a um
entendimento mais realístico das coisas. O professor que não considera os conhecimentos do
educando e sua cultura estará minando seres humanos. Ao desestimular a curiosidade dos
aprendizes e ignorar os conhecimentos que eles trazem para a sala de aula, além de antiético,
o professor também estaria atenuando o seu auto-crescimento através da “co-construção” com
os seus alunos.
Descentralizando todo conhecimento do professor, Krashen (1982), falando sobre o
ensino de línguas, sugere que este e o ambiente de ensino sejam provedores de insumo
(input), para que o aluno apreenda os conteúdos para construir e se conscientizar quanto aos
processos de aprendizagem. Lantolf e Thorne (2006) apontam que o especialista (professor),
27
ou não (os colegas de classe, por exemplo) auxiliam os aprendizes através de andaimes
(scafoldings) e mediação para que o aluno possa construir e não receber prontamente todo o
conteúdo. Paiva (2014) traz uma síntese do papel do mediador:
As teorias expostas até agora nos ajudam a melhor entender o contexto da sala de aula
de ensino de línguas para crianças, norteando também a nossa análise dos dados. Baseados em
nossas leituras, compreendemos que os aprendizes devem, sobretudo, ser estimulados para
serem autônomos na própria aprendizagem.
28
2 METODOLOGIA
Os corpora deste estudo são de natureza documental, que são: “quaisquer materiais
escritos que possam ser usados como fonte de informação sobre o comportamento humano”
(PHILLIPIS apud SÁ-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009, p. 6). São estes um
planejamento elaborado para o ensino da língua inglesa e um diário de bordo em que se relata
a execução do planejamento.
Os envolvidos no contexto escolar onde o planejamento foi executado serão
caracterizados para que os leitores possam melhor entender o contexto da pesquisa. Eles não
foram submetidos a nenhum tipo de teste, questionário/entrevista ou atividades específicas
para gerar resultados para esta pesquisa. No diário de bordo foi descrito o cotidiano
espontâneo do ambiente da professora-pesquisadora. “Os documentos não existem
isoladamente, mas precisam ser situados em uma estrutura teórica para que o seu conteúdo
seja entendido.” (MAY, Apud SÁ-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009, p.10).
Durante o processo da pesquisa também existem processos caraterísticos da pesquisa-
ação. Esta é realizada em um espaço de interlocução, onde os atores implicados participam na
29
qualquer série (entre o jardim II e o 5º ano do Ensino Fundamental). Há duas turmas para
cada série no projeto. O projeto acontece diariamente no turno da manhã. São três horas de
aula. No fim do turno do projeto, os professores encaminham os alunos para suas turmas da
aula regular em português – há mudança de salas.
A proposta pedagógica da escola procura seguir características construtivistas12. Nas
atividades em geral da educação infantil, evitam-se modelos pré-estabelecidos. Busca-se
valorizar a produção e a criatividade dos alunos. No entanto, ao chegarem ao Ensino
Fundamental, a exigência da instituição, quanto aos estudos requerida aos alunos é muito alta.
Desde pequenos, eles têm a preocupação de estar em uma boa colocação no ranking de notas,
para futuramente saírem-se bem sucedidos em avaliações para a entrada em cursos superiores
- movimento comum, especialmente nas instituições privadas, com a preocupação de aprovar
o maior número possível de alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e assim
propagarem quantitativamente sua qualidade em ensino. Desde o Ensino Fundamental I eles
já têm uma grande carga de conteúdos e constantes avaliações.
Em contrapartida ao ensino formal, no projeto de língua inglesa, os alunos se sentem
mais relaxados e livres. As atividades em geral têm um cunho artístico. Não há dever de casa,
nem avaliações para que o aluno passe de um estágio para outro. Não é cobrado dos alunos o
estudo formal da língua. Por não terem que se preocupar em dominar conteúdos para
avaliações, a aprendizagem da LE se torna uma experiência prazerosa para as crianças.
No projeto, busca-se inserir os alunos em um ambiente em que haja contato com a
língua inglesa. A equipe pedagógica se comunica com os alunos em inglês e, desde o início,
os alunos são estimulados a se comunicarem na língua alvo. No primeiro ano eles utilizam
poucas palavras na língua estrangeira, mas ao longo dos anos eles fazem uso de mais palavras
e estruturas mais complexas. Já no primeiro ano, alcançam a capacidade de compreender
grande parte do que os professores falam em inglês. Demonstram isso executando comandos e
interagindo com os professores. Ao concluir o projeto, utilizam pouco vocabulário em
português.
As atividades variam entre contar histórias, os alunos assistem a filmes e vídeos,
trabalham com músicas, desenvolvem brincadeiras, organizam algumas exposições,
apresentações e fazem muitas atividades: como desenho, pintura, e recorte e colagem. Uma
vez por semana, os alunos têm aula de informática - quando jogam no computador algo
12
Sobre o construtivismo, a epistemologia piagetiana sugere que a escola considere o educando como sujeito
ativo e construtor de seu próprio saber, o que vai ao encontro de todas as pedagogias que valorizam a autonomia,
a liberdade e o autogoverno como características a serem incentivadas no estudante. (CUNHA, 2008, p.99)
31
referente ao planejamento - e educação física, com outro professor que também fala inglês.
Uma vez por mês, há uma aula de culinária e um school outing (algum passeio que tenha
relação com o planejamento trabalhado).
Em grande parte das atividades produzidas pelos alunos, eles têm que descrever, em
inglês, o que fizeram. É um momento individual em que o professor geralmente também
estimula o aluno a usar a língua alvo e utilizar estruturas completas13. Por exemplo, se ao
perguntar “What is this?” o aluno responder simplesmente “Ball”, o professor pede que ele
fale “This is a ball.”, e também faz perguntas quanto ao tamanho, quantidade e a cor do
objeto. Esses depoimentos são chamados de reports (relatos) e, após pegá-los dos alunos, os
professores digitam, imprimem e colam nas respectivas atividades. No final do mês, é
montado um portfólio com as atividades de cada criança e enviado para a casa do aluno, para
a apreciação da família.
No momento do report, é comum que as crianças falem primeiro em português, e
então o professor pede que eles usem a língua alvo. O contrário também acontece: quando
eles não sabem alguma palavra em inglês, perguntam para o professor, pois não querem o seu
relato em português. Os relatos também podem ser feitos em grupo, para recontar histórias ou
experiências que eles passaram juntos. Nos primeiros anos do projeto, o português é quase
predominante nos relatos. Eles usam algumas palavras em inglês e poucas estruturas
gramaticais. Ao longo dos anos, há pouco ou nenhum uso da língua materna.
Os professores elaboram planejamentos mensalmente. Esses planejamentos obedecem
a um modelo de estrutura para todas as séries do projeto (Segue o modelo no anexo A). Os
temas e as atividades ficam a critério dos próprios professores. Busca-se abordar temas
diversos utilizando a língua alvo como um instrumento para diferentes aprendizagens. O tema
dos planejamentos pode variar, por exemplo, sobre os tipos de animais, natureza, rios, mares,
água, comida, artes, tipos de casas, jogos olímpicos, contos de fada, os cinco sentidos,
dinossauros, emoções, e por aí vai. Os professores podem escolher, de acordo com as
características de suas turmas, ou devido a algum acontecimento no mundo, ou no país, como
já houve planejamentos sobre a copa de futebol e os jogos olímpicos no Brasil, abordando os
esportes.
Existe um plano de curso (syllabus) com as estruturas linguísticas que se espera que os
alunos adquiram em cada ano do projeto (segue o syllabus do jardim III no anexo B). Esses
conteúdos devem ser contextualizados nos planejamentos. O foco do ensino é a habilidade
13
Embora o projeto apresente característica da abordagem comunicativa, ainda há resquícios do estruturalismo
no ensino de línguas.
32
oral na língua inglesa, embora haja algumas atividades escritas a partir do 3º ano do Ensino
Fundamental.
Ao concluírem o último ano do projeto, os alunos passam por um simulado do teste
YLE14. O resultado desta avaliação não é lançado no boletim dos alunos e nada interfere na
conclusão do projeto. A escola usa o exame para avaliar o próprio ensino da língua inglesa.
14
YLE é o exame da universidade inglesa Cambridge para avaliação de inglês com crianças.
15
Classificação socioeconômica da escola pesquisada vinda do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) “Este é o maior nível da escala e os alunos, de modo geral, indicaram que
há em sua casa um quantitativo alto de bens elementares [...]; a renda familiar mensal é alta, pois está acima de 7
salários mínimos; e seu pai e sua mãe (ou responsáveis) completaram a faculdade e/ou podem ter concluído ou
não um curso de pós-graduação.”
33
alunos o uso da LE vai além da sala de aula. Desde muito pequenos, muitos já percebem que
em outros lugares existem idiomas diferentes do que falamos aqui. O conhecimento de mundo
que as crianças privilegiadas têm acesso faz com que desde cedo tenham uma percepção do
que é uma LE fora da sala de aula.
A turma do jardim III, com a qual o planejamento foi usado, é composta por 18
alunos, 9 meninos e 9 meninas. Deste grupo, 4 crianças iniciaram no projeto naquele ano,
enquanto os outros 14 já haviam iniciado desde o jardim II. Eram crianças calmas e durante o
ano não houve grandes problemas em relação à disciplina – característica essa que está sendo
cada vez mais rara em nossa experiência como professores. Nos momentos livres, os alunos
brincavam sempre com os mesmos subgrupos de colegas, e dificilmente meninos e meninas
brincavam juntos.
1. Ludicidade: visto sua importância (item 1.2.2), é entendido que esta é fundamental
para o desenvolvimento infantil e da linguagem, portanto torna-se fundamental sua inclusão
na educação infantil. Foi analisado também no planejamento se há espaço e de que forma ela
é direcionada.
2. Relações interpessoais: assim como a ludicidade está para o desenvolvimento infantil,
a interação está para o desenvolvimento da língua. A pesquisa buscou se há estratégias para
que haja interações em sala.
3. Conhecimentos transversais: na busca de tornar o ensino de línguas comunicativo,
com mais foco na comunicação e menos na explicitação de regras gramaticais, procurou-se
usar temas variados em que a língua seja uma ferramenta para que se possa adquirir
conhecimentos diversos. Também foi verificado se isso se cumpre nas propostas do
planejamento.
4. Outros: O último item é aberto para qualquer observação diferente das listadas
anteriormente.
35
1. Gramática e vocabulário
2. Ludicidade
3. Relações interpessoais
4. Conhecimentos transversais
5. Outros
Birthdays – dinâmica: o professor fala um mês do ano. Todas as crianças que fazem
aniversário naquele mês se levantam, percorrem a sala e depois sentam de volta em
seus lugares.
Box – dinâmica: trata-se de uma caixa com flashcards16 ou pequenos objetos. De olhos
fechados, um aluno pega uma imagem ou objeto, abre os olhos, e tem que dizer o que
pegou em inglês.
Building community – dinâmica: o professor vai sozinho para o centro da sala e chama
os alunos de acordo com características. Ex.: “Venham para a rodinha quem tem olhos
verdes. Venham para a rodinha quem pratica capoeira...” e assim se sucede até todas
as crianças entrarem na rodinha.
Changes – dinâmica: durante a rodinha, um aluno sai da sala. Dois alunos da rodinha
trocam de lugar. Quando o aluno que saiu da sala retorna, ele tem que reconhecer
quem trocou de lugar.
Chinese whisper – em português: telefone sem fio. Uma pessoa inicia a brincadeira
falando uma palavra ou frase no ouvido da pessoa ao lado. A frase é repassada ao pé
do ouvido de todas as pessoas e a mensagem deve chegar corretamente até a última
pessoa.
16
Flashcards: Cartas com imagens impressas as quais os professores podem demonstrar para ensinar
algum vocabulário
36
Show and tell - Os alunos apresentam suas atividades e espera-se que os outros
escutem e respeitem o momento de cada um.
Water hourglass - flashcards estão escondidos pela sala. Os alunos têm um minuto
marcado em uma ampulheta com água para encontrar a imagem que o professor pedir.
What’s missing?: Em português “O que está faltando?”. O professor mostra flashcards
e depois retira uma carta sem que os alunos possam identificá-la. Ao mostrar
novamente as cartas, os alunos deverão lembrar qual carta está faltando; trabalhando
assim vocabulário e memória.
Neste capítulo apresentamos nossos dados, seguidos da análise e discussão das nossas
reflexões sobre o planejamento em questão.
Nesta seção, apresentamos cada dia do planejamento (Item A), triangulado com o
quadro de elementos da análise (Item B) e o diário de bordo (Item C), que descreve como o
planejamento foi executado diariamente, e fazemos a nossa análise dos dados (Item D).
Dia 1
Pretendeu-se iniciar o tema brinquedos e brincadeiras. Através de um videoclipe as
crianças iniciariam a aprendizagem sobre o vocabulário de brinquedos na língua alvo. Como
estruturas linguísticas seriam trabalhados os vocábulos para a descrição dos objetos e os
gostos dos alunos (Vide A).
B) Elementos da análise:
C) Diário de bordo
03 de outubro de 2016 – Flavor of fun! – Registrado no dia às 20:00h
Alunos recebidos com desenho livre.
Rodinha – Música do dia da semana, música do tempo. A1117 pergunta: “Teacher,
hoje tem Physical Education?”. Professora: “What is the day of the Physical Education
class?”A16: “Amanhã.” Professora: “What did you do in the weekend?”. Os alunos são
estimulados a falar a estrutura “I went”, mas poucos a usam naturalmente. Depois que os
primeiros alunos são corrigidos, as crianças começam a chamar a atenção umas das outras.
Professora mostra flashcards de brinquedos. A maioria já conhece algumas palavras. Os
17
Foi feita a caracterização dos alunos com a letra A mais uma numeração, que vai de 1 a 18 para a preservação
de suas identidades.
40
Dia 2
Neste dia pretendeu-se pular amarelinha e trabalhar o vocabulário referente à
brincadeira e sua descrição. Como um registro da brincadeira os alunos fariam uma atividade
de colagem representando a amarelinha (Vide A).
Educação Física
B) Elementos da análise:
C) Diário de bordo
04 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 21:00h
Alunos são recebidos com desenho livre.
Aula de Educação Física
Rodinha – Professora mostra os desenhos que eles fizeram no dia anterior e pergunta
para alguns alunos quais brinquedos eles desenharam. A professora pede que eles iniciem a
frase dizendo “I drew...”. A professora mostra os flashcards de brinquedos e brincadeiras.
Em seguida, todos saem da sala para pular amarelinha. Muitos alunos relataram que nunca
haviam realizado esta brincadeira. Alguns sentiram medo e pediram à professora que
segurasse suas mãos.
18
Realia - do latim “objetos reais”. Em educação é quando se usa objetos do dia a dia para o
ensino. “Real objects or pieces of writing, used to help teach students in a class.” Definição retirada de
Cambridge dicionário online.
43
Dia 3
Neste dia pretendeu-se continuar o assunto iniciado no dia anterior. Os alunos
terminariam a atividade de colagem. Ao descrever suas atividades, os alunos seriam
incentivados a usar vocabulário e estruturas referentes à descrição, cores, números, e verbos
relacionados a brincadeira da amarelinha.
A) Apresentação do planejamento para o dia 05/10/2016
Data: – 05/10 Quarta-feira – Ontem nós Vocabulário – Perguntas do tipo que, qual,
aprendemos como pular amarelinha. Hoje nós amarelinha quem, onde-; verbo ser/estar;
aprenderemos mais sobre essa brincadeira Números – de 1 a 10 presente simples; grupo de
Cores. Verbos – nomes.
Aquecimento: Cumprimentos – rotina (Que dia é pular, arremessar, ir,
hoje? Como está o tempo hoje? Qual é o seu parar, lançar. Quem é essa pessoa?
nome?) – Canções: circle time song (música da Esse/essa é...
rodinha em inglês), Brincar de aniversário;
O que ele/ela/eles estão
Brincar de “Water hour glass” na rodinha,
fazendo? Pulando
quando os alunos tem um minuto pra achar as
amarelinha.
imagens pedidas. (L-S)
Como se pula amarelinha?
Tempo: 15 minutos
Jogue uma pedra. Pule.
Desenvolvimento – Alunos vão terminar a Pegue a pedra. E vamos
atividade que começaram no dia anterior, colocar contar!
números nos quadrados colados e depois irão se
desenhar em outro pedaço de papel representando
a brincadeira da amarelinha. (L-S)
Tempo: 25 minutos
Aula de informática:
http://www.oneonlinegames.com/games/
teddiesemonsters
B) Elementos da análise:
5. Outros
C) Diário de bordo
05 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 16:20h
Alunos são recebidos com desenho livre e brinquedos de montagem.
Aula de informática
Rodinha – Professora pergunta o que os alunos fizeram no dia anterior. Alguns
respondem “Hopscotch”. Professora mostra pedaços de papel coloridos para as crianças
fazerem sua própria amarelinha com colagem e depois se desenharem em outro pedaço de
papel. Segue uma atividade no anexo E2.
D) Análise dos dados
Boa parte das atividades previstas no planejamento não acontece (Vide A e C). Houve
um jogo no laboratório de informática e as crianças fizeram a atividade prevista para ser
iniciada no dia anterior (Vide C). Os professores relatam que nos dias de educação física e
informática sobra pouco tempo para as atividades em sala de aula. Os alunos têm bastante
tempo falando sobre o mesmo tema, para que possam internalizar o vocabulário.
Perguntar o que haviam feito no dia anterior é uma maneira de dar início, importante
para situar os alunos, e relembra-los do dia anterior. Não houve nenhuma atividade para o
fechamento da aula.
Dia 4
Pretendeu-se organizar uma exibição de brinquedos, os quais seriam trazidos pelos
próprios alunos, a fim de trabalhar a situação de exposição, organização e comportamento
deste tipo de situação, além de trabalhar o vocabulário referente aos brinquedos.
A) Apresentação do planejamento para o dia 06/10/2016
Data: 06/10- Quinta-feira – Ontem nós Vocabulário de Perguntas do tipo que, qual,
aprendemos a pular amarelinha. Hoje nós brinquedos, quem, onde-; verbo ser/estar;
aprenderemos a preparar uma exposição de exposição, toalha de presente simples; grupo de
brinquedos. mesa. nomes.
Tempo: 15 minutos
B) Elementos da análise:
C) Diário de bordo
06 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 19:00h
Alunos são recebidos com desenho livre e massinha. Professora começa a montar o
mural com uma amarelinha feita com papel, e um balanço. Algumas crianças se animam para
desenhar mais coisas para o mural (segue uma foto do mural no anexo E3).
Rodinha – Um aluno mexe no material da professora e o aluno A16 diz: “Don’t touch
the my material.”. Sempre que alguma criança mexe no material da professora ela diz: “Don’t
touch my material!”. Uma aluna sai da sala para verificar o tempo. Ela diz “Cold.”. Alguns
alunos discordam, então a professora comenta “Yes, it’s cold! I’m wearing long sleeved t-
shirt. Who is wearing long sleeved t-shirt? Who is wearing a coat? Who is wearing soccer
boots? Who is wearing white socks?”.Após a discussão sobre o tempo e roupas a professora
46
pergunta para alguns alunos: “What’s your favorite toy?”um aluno usa a estrutura: “My
favorite toy is...” e é elogiado por usar a frase completa em inglês. Então os outros alunos
também usam a estrutura completa. A professora segura o flashcard da brincadeira da qual
eles estavam falando naquela semana e pergunta: ”What are we studying about?”. As
crianças respondem: “About hopscotch”. Então a professora mostra como estava ficando a
atividade da amarelinha que eles haviam iniciado no dia anterior. Após a rodinha os alunos
terminam a atividade e desenham mais brinquedos de playground para o mural.
Durante uma brincadeira livre com A5, A9, A16, e A17 a professora teve que mediar a
situação de conflito. Eles criaram uma nova regra para um quebra-cabeça que havia na sala.
Um brinquedo simples para montagem de imagens de animais, com apenas quatro peças para
cada animal. Eles passaram a brincar como se fosse um jogo da memória. Todas as peças
eram viradas de cabeça para baixo e cada criança pegava uma peça. Na primeira rodada, era
determinado o animal que cada um ficaria, virando a primeira peça. Um aluno ficava como
juiz. Nas outras rodadas, se o jogador pegasse uma peça que não fosse do animal dele, este
aluno teria que passar a vez. Ganhava quem montasse um animal primeiro. O conflito
acontecia porque eles não respeitavam e/ou não conseguiam acompanhar bem a ordem para
cada um jogar. O aluno A16 tem bastante dificuldade para aceitar perder qualquer tipo de
competição. É frequente a necessidade de um adulto para mediar as situações. Os alunos
falavam em português, mas os nomes dos animais eram ditos em inglês.
D) Análise dos dados
O planejamento sugere muitas dinâmicas para este dia, mas nenhuma é promovida em
sala pela professora. No entanto, os momentos mais lúdicos, quando os alunos conseguem
usar sua criatividade e elaborar jogos e brincadeiras, se dão quando eles têm algum tempo
livre. Estes momentos acontecem nos 20 minutos da entrada dos alunos, quando eles
finalizam alguma atividade e nos minutos finais da aula. Sempre que é possível a professora e
a estagiária brincam junto com as crianças para resolverem conflitos, estabelecerem laços
afetivos com as crianças e estimulam o uso da língua alvo.
Na proposta da exposição, não fica claro o que os alunos fariam e qual seriam suas
produções na língua alvo. A exposição não chega a acontecer por falta de planejamento prévio
da professora.
Como forma de preencher o dia, a professora decidiu montar o mural da sala. A partir
dos desenhos é possível reconhecer que os alunos estão envolvidos com o tema que estão
estudando.
47
Dia 5
Neste dia pretendeu-se continuar trabalhando o vocabulário referente aos brinquedos e
estruturas linguísticas que possibilitassem aos alunos dizerem suas preferências e descrever os
brinquedos na língua alvo através de um desenho animado da “fábrica do Papai Noel” (Vide
A).
B) Elementos da análise:
3. Relações interpessoais – os alunos interagem uns com os outros durante a brincadeira hot potato
4. Conhecimentos transversais – conhecimento cultural sobre o personagem Papai Noel.
5. Outros – crianças assistem a um desenho norte-americano, praticando a habilidade da escuta com um
material autêntico
C) Diário de bordo
07 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 17:40h
Alunos são recebidos com desenho livre.
Rodinha – dinâmica do clima e dia da semana. Os alunos querem mostrar seus
brinquedos na rodinha. A professora mostra os brinquedos fazendo perguntas. Sobre um
cachorro de pelúcia perguntou: “How many legs does it have?What’s its color? Whose toy is
this?” As crianças responderam em inglês. A professora mostra as atividades que eles estão
fazendo naquela semana e pergunta o que mais eles desenharam além da amarelinha. A
maioria já responde em inglês os brinquedos: escorrega, balanço e gangorra. A professora vai
até a sala ao lado (mesma série) com os alunos, e algumas crianças da outra turma mostram os
desenhos que eles fizeram para o mural deles. De volta à sala, a professora mostra um bingo
com o tema de brinquedos e pergunta se os alunos preferem brincar ou desenhar mais coisas
para o mural. A5 pergunta se eles podem desenhar esportes para o mural (há pouco tempo,
eles tiveram um planejamento sobre as olimpíadas). A5: “Pode desenhar soccer (futebol)?
Pode desenhar weightlifting (levantamento de peso)?” Professora: “Ah, but we are studying
about toys, not about the Olympics anymore.”. A5: “Mas weightlifting é bom para as
crianças.” Após este argumento, a professora permite. A professora decide então dividir a
turma. A estagiária brinca de bingo com um grupo e quem preferiu fez desenhos para o mural.
Dia 6
Neste dia pretendeu-se pular corda, ensinar o vocabulário relativo à brincadeira e
continuar trabalhando o vocabulário referente aos brinquedos (Vide A).
Educação física
Sobre a próxima aula: Agora que vocês já sabem
como pular corda, amanhã iremos aprender tudo sobre
um brinquedo fofo: o ursinho!
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário – explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Repete-se o vocabulário
referente a brinquedos. Perguntas sobre a brincadeira de pular corda. Adicionaram-se os numerais de 1 a 20,
podendo ser trabalhados quando as crianças contam quantas vezes conseguem pular.
2. Ludicidade – hot potato e pular corda
3. Relações interpessoais – os alunos precisam de ajuda uns dos outros para realizarem a brincadeira de
pular corda (enquanto um bate a corda, o outro pula). As crianças que já conhecem a brincadeira podem ensinar
às outras.
4. Conhecimentos transversais – aprender a pular corda
5. Outros – música. Fechamento da aula: os alunos têm que pensar na parte da aula que mais gostaram e
50
C) Diário de bordo
10 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia 12/10 às
19:30h
Alunos são recebidos com desenho livre.
Rodinha – clima e dia da semana. Uma aluna trouxe brinquedos que ela fez com rolhas
de vinho. A professora valoriza a ideia e mostra na rodinha. A professora fala sobre o dia das
crianças que está chegando. Ela diz que além de comprar brinquedos pode-se usar a
imaginação para criá-los.
Professora: “What did we study last week?” Alunos: “Amarelinha”. Professora: “In
English?” Alunos: “Hopscotch.”. Professora: “Today we are going to learn how to jump
rope.” Os alunos ficam animados, mas alguns dizem que não querem participar. Os alunos e a
professora vão para o pátio pular corda e fazem outras brincadeiras com o objeto. Há mais de
uma corda de tamanhos diferentes, então, depois de alguns minutos os alunos não estavam na
organização inicial que a professora propôs e se juntaram em pequenos grupos desenvolvendo
brincadeiras diferentes com as cordas. Todos os alunos se envolvem com as brincadeiras. De
volta à sala, as crianças se desenham pulando corda – segue uma atividade no anexo E4.
Dia 7
51
O planejamento em análise apresenta uma falha. O dia 11/10 não foi feito. Faremos a
análise, então, apenas do diário de bordo.
B) Elementos da análise:
Não houve.
C) Diário de bordo
Professora: “My ears!”. A12: “Teacher, você esqueceu os seus glasses.”. A professora
termina o desenho. As crianças se direcionam para as mesas para fazerem a atividade. A
professora pendura o seu desenho na parede. Lorraine diz: “Teacher, você também não fez
seu aparelho.” Professora: “Yes, I forgot my braces!”.
Durante a atividade algumas crianças chamam a cor rosa claro de cor de pele. A
professora e a estagiária corrigem sempre dizendo: “This is not the color of the skin, this is
light pink.” Um aluno faz uma observação para a estagiária: “Eu sou o único de cor brown.”
A estagiária fala: “But the teacher and I are brown too.” E a criança se satisfaz com a
resposta. Após a atividade as crianças vão para o almoço.
Dia 8
Neste dia pretendeu-se contar uma história sobre um urso de pelúcia em que era
possível ensinar preposições, ao relatar diferentes lugares onde o brinquedo se encontrava.
Através de uma dinâmica a professora reforçaria as preposições e por fim os alunos
desenhariam sobre a história (Vide A).
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Vocabulário encontrado
na história listado no planejamento com ênfase nas preposições. Dinâmica Water hourglass para reforçar o
vocabulário sobre brinquedos/brincadeiras. No final da aula, as crianças apresentam suas atividades em inglês.
2. Ludicidade – dinâmica Water hourglass
3. Relações interpessoais – não foi explicitado
4. Conhecimentos transversais – não foi explicitado
5. Outros – contação de história na língua alvo
C) Diário de bordo
13 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 18:30h
Alunos são recebidos com desenho livre, brinquedos de montagem e massinha.
Sala de leitura: Professora pergunta: “What are we studying about?”. Crianças
respondem: “About toys.” Professora: “What did we already play?” A4: “Hopscotch and jump
rope.”.Os alunos assistem a um videoclipe de alguns animais pulando corda. A professora
pausa para perguntar: “What animals are there? What are they doing? How many animals are
jumping rope?” Todos respondem em inglês.
Após o videoclipe a professora explica sobre a próxima história que eles assistirão na
internet: “Now we are going to listen to a story about a Teddy Bear.”A história era sobre um
cachorro que jogava um urso de pelúcia em diferentes lugares. Na história, são frisadas as
preposições “on, under e in”. De volta à sala, a professora mostra um ursinho de pelúcia e
pergunta: “What is this?” Todos respondem: “Teddy Bear”. A professora coloca o urso em
diferentes lugares, como em cima da prateleira, embaixo da mesa e dentro de uma bolsa e
54
pergunta: “Where’s the Teddy Bear?”. A aluna A16 fala as preposições perfeitamente e os
outros alunos repetem o que ela diz.
Após a rodinha, a professora mostra um papel pequeno e outro grande e explica que no
pequeno as crianças irão desenhar um Teddy Bear com hidrocor, e no grande uma cena da
história com lápis, pois no dia seguinte eles irão colorir com aquarela. Enquanto as crianças
desenhavam, a professora foi em cada mesa perguntar quais brinquedos/brincadeiras eles
desenhariam para o painel “What’s your favorit toy”, e quem acabasse as atividades faria o
desenho para o painel (segue uma foto do painel depois de pronto no anexo E5). Em seguida
as crianças começam a recortar e colar os rostos que eles fizeram no outro dia para o painel.
As crianças ficaram confusas com tantas atividades.
Dia 9
Neste dia pretendeu-se continuar trabalhando as preposições de maneira
contextualizada com o tema de brincadeiras. A professora contaria uma história em que
acontecia a brincadeira de pique-esconde; depois as crianças brincariam de pique-esconde no
pátio e por fim desenhariam sobre a história. No papel para o desenho, haveria pedaços de
papel coloridos colados para que eles desenhassem os personagens da história em seus
esconderijos (Vide A).
Data: 14/10– Sexta-feira – Na quarta, nós Vocabulário da Perguntas tipo o quê, qual,
aprendemos sobre os esconderijos do ursinho. história Ten in the de quem e onde; verbo
Hoje nós vamos aprender sobre pique-esconde. bed; cama, Cortina, ser/estar; presente simples;
caixa, brinquedos, presente contínuo
Aquecimento: Cumprimentos – rotina (Que dia é animais, chão, mesa.
hoje? Como está o tempo hoje?) – Canções: Preposições de lugar Quais animais estão na
circle time song, Teddy Bear. Brincar de Hot história?
Potato com vocabulário de brinquedo. (L-S) Estão os...
Time: 15 minutes Onde está o urso, o
coelho...?
Desenvolvimento – Contar história: “Ten in the Estão atrás da porta,
bed.” Depois de sair da sala de leitura, os alunos embaixo da cama, dentro da
vão brincar de pique-esconde no pátio. De volta à caixa, no sofá...
sala eles irão receber um papel com várias portas Vamos brincar de pique-
coladas para desenhar os animais da história atrás esconde!
delas. (L-S)
Tempo: 35 minutos
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais para
os alunos. Hot potato com o vocabulário. Bingo com o vocabulário. Colunas sobre vocabulário e gramática
trazem algumas palavras que são encontradas na história, e também reforçam as preposições, continuando na
temática de brincadeiras e brinquedos.
2. Ludicidade – hot potato e pique-esconde.
3. Relações interpessoais – as crianças interagem umas com as outras na brincadeira de hot potato e pique-
esconde.
4. Conhecimentos transversais – conhecimentos sobre a brincadeira pique-esconde, como se divertir com
outras crianças, sem a necessidade de brinquedos ou coisas materiais.
5. Outros
C) Diário de bordo:
14 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia 15 às 09:30h
Alunos são recebidos com desenho livre, brinquedos de montagem e massinha.
Sala de artes: Antes de irem para a sala de artes, a professora pede que os alunos
façam uma fila e se sentem. Mostra os desenhos que eles fizeram no dia anterior à lápis com
um tom de voz baixo. Explica em inglês que quem terminar a pintura vai ajudar os amigos, e
cada um será responsável por trazer de volta à sala seu avental e sua atividade (eles têm um
movimento de dar todo material na mão do professor quando acabam qualquer atividade, o
que costuma gerar desorganização na sala.). Os alunos pintam com aquarela o desenho que
56
fizeram no dia anterior. As professoras estimulam as crianças a falarem os nomes das cores
em inglês.
Rodinha – De volta à sala, a professora mostra as pinturas que eles fizeram (segue uma
atividade no anexo E6) e faz algumas perguntas: “What is this? Where is the Teddy Bear?”
Professora: “I’m going to play the story again because some kids missed the class yesterday.
This time you have to pay attention where the Teddy Bear is.” A professora passa a história
novamente pausando em cada lugar onde o urso está e pergunta: “Where is the Teddy Bear?”
A aluna A15 usa as preposições corretamente e os outros alunos a copiam.
Dia 10
Neste dia pretendeu-se trabalhar o vocabulário sobre brinquedos visitando uma loja.
Os alunos teriam pranchetas com imagens de alguns brinquedos e teriam que marcar os
objetos encontrados na loja (Item A).
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B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Prossegue-se utilizando
o vocabulário sobre brinquedos visitando uma loja, o que também é uma forma de realia. Usam-se os
brinquedos para fazer descrições. Também seria abordado o modo (meio de transporte) com que eles chegariam
até a loja
2. Ludicidade – não houve brincadeiras explicitadas no planejamento.
3. Relações interpessoais – não foi explicitado
4. Conhecimentos transversais – conhecimentos sobre brincadeiras
5. Outros
C) Diário de bordo
17 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 20:30h
Alunos são recebidos com desenho livre, brinquedos de montagem e massinha.
Rodinha – Professora mostra alguns brinquedos que os alunos pediram para levar para
a rodinha. Ela pergunta “Whose is this toy?” e faz perguntas sobre cada brinquedo: “What
color is it? What does it look like? What is this doll wearing?”. Para perguntas como “What
does it look like” os alunos se confundem e respondem o nome do brinquedo, então a
professora inicia a resposta para os alunos continuarem. Por exemplo para descrever um bicho
de pelúcia ela fala: “It has two eyes...” e então os alunos concluem a descrição, falam: “Two
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ears, one nose, four legs and one tail.” Percebe-se que muitos deles sabem fazer descrições
básicas de animais e pessoas, mas ainda não reconhecem a pergunta ‘what does ... look like?’
Em seguida a professora mostra uma coruja de pelúcia e pede para um aluno colocar o
brinquedo em algum lugar e as crianças tem que responder utilizando as preposições. A
brincadeira é repetida com outras crianças. Eles já respondem corretamente, on, under,
outside, e in/inside. Depois a professora conta uma história de um menino e seus animais de
pelúcia que estão brincando de pique esconde. Nas ilustrações da história são mostrados os
lugares onde os personagens estão escondidos, então antes de ler o texto a professora
pergunta: “Where is the elephant?” e as crianças respondem praticando as preposições. Ao
final eles desenham sobre a história (segue uma atividade no anexo E7)
Dia 11
Neste dia os alunos desenhariam o brinquedo que mais gostaram da visita à loja de
brinquedos. Trabalhar-se-iam o vocabulário dos brinquedos, como descrevê-los e o gosto
pessoal dos alunos utilizando a língua inglesa (Vide A).
59
Tempo: 30 Minutos
Educação física
Sobre a próxima aula: Agora que vocês sabem muitas
coisas sobre brinquedos, amanhã iremos aprender sobre
um animal especial.
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Alunos respondem sobre
perguntas pessoais. Falam o nome dos brinquedos em inglês utilizando os flashcards. Respondem perguntas
sobre os brinquedos e fazem descrições. Dinâmica I went to the store reforçando o vocabulário do planejamento.
2. Ludicidade – dinâmica Keys apenas para promover descontração. I went to the store para praticar
vocabulário.
3. Relações interpessoais – Na brincadeira I went to the store os alunos devem prestar atenção à fala dos
outros colegas.
4. Conhecimentos transversais – conhecimentos sobre brincadeiras
5. Outros – música walking in the jungle, que fala sobre animais da selva, descontextualizada com as
atividades do dia.
C) Diário de bordo
18 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 18:40h
Alunos são recebidos com desenho livre e brinquedos de montagem.
Educação Física
Rodinha – Os alunos querem que seus brinquedos sejam mostrados e a professora faz
novamente perguntas sobre os objetos. Em seguida, a professora pergunta: “Do you
remember the story we read yesterday? What was the boy playing?” Um aluno responde:
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“Hide and seek.”. A professora então mostra os desenhos que as crianças fizeram perguntando
onde estão os personagens, para que eles usem as preposições. A professora retira um urso de
pelúcia de uma bolsa e canta a música do Teddy Bear. Depois ela dá direções para as crianças
colocarem o brinquedo em diferentes locais da sala. Ex.: “Put the Teddy Bear on the chair/
under the chair/ outside the classroom/ in the chest.”Algumas crianças tiveram dificuldades
com a palavra chest. O vocabulário das preposições in/on/under está sendo retomado
diariamente e as crianças demonstram entendimento ao executar os comandos, porém ainda
não as utilizam espontaneamente.
Após a dinâmica a professora mostra pedaços de papel retomando que eles farão uma
fábrica de brinquedos. Nesses papeis, eles poderiam criar jogos da memória e sequência de
tamanho. Eles ficaram bastante animados e querem fazer jogos dos Pokémons, Shopkins e
outros personagens que andam em alta (seguem no anexo E8 as fotos dos jogos que os alunos
criaram.). A professora mostra que está montando um livro (um portfólio) com os desenhos
livres que eles estão fazendo sobre o planejamento. Alguns alunos reclamam porque não
tiveram seus desenhos neste livro e falam que farão desenhos sobre o atual planejamento para
serem inclusos também. Depois do almoço, alguns alunos fazem desenhos para o jogo da
memória e jogo de sequência de tamanho.
Dia 12
Neste dia pretendeu-se passar um desenho do Ursinho Pooh que aborda sobre a
amizade e o ato de brincar entre amigos. Também seria trabalhado o vocabulário sobre os
animais da história (Vida A).
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Tempo: 15 Minutos
Tempo: 35 Minutos
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais.
Brincadeira birthdays abordando os meses do ano. Water hourglass com o vocabulário referente ao
planejamento. Vídeo autêntico de um desenho, expondo os alunos à língua. Vocabulário sobre os animais do
desenho listado. Perguntas sobre o desenho.
2. Ludicidade – Water hourglass e birthdays reforçando o vocabulário referente ao projeto e aos meses do
ano.
3. Relações interpessoais – os alunos procurariam juntos os flashcards referentes ao vocabulário do
planejamento.
4. Conhecimentos transversais – Os alunos aprenderiam sobre os cupins e seus hábitos ao assistir ao
desenho.
5. Outros
C) Diário de bordo
19 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 18:40h
62
Dia 13
63
Neste dia pretendeu-se continuar falando sobre a história do Urso Pooh e os alunos
terminariam as atividades iniciadas no dia anterior (Item A).
Tempo: 35 Minutos
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais.
Continua a ser trabalhado o vocabulário referente aos animais que estão na história de Winnie the Pooh, e
perguntas sobre o entendimento do desenho. O vocabulário da história também é reforçado na brincadeira
Chinese whisper. No final, também é trabalhado vocabulário na dinâmica box full of images, no entanto não é
especificado o que há dentro da caixa.
2. Ludicidade – Chinese whisper com o vocabulário da história e box, com vocabulário não especificado.
3. Relações interpessoais – durante a brincadeira Chinese whisper
4. Conhecimentos transversais – conhecimento sobre o cupim
5. Outros
C) Diário de bordo
64
19
Uma bola para guardar um Pokemon, personagem de um desenho animado.
65
Dia 14
Neste dia pretendeu-se falar sobre a amizade, dando continuação ao assunto que
deveria ter sido iniciado com o desenho do Ursinho Pooh. Também seriam trabalhados os
verbos referentes a brincadeiras (Item A).
Aquecimento: Cumprimentos – rotina (Que dia é hoje? Quem são essas pessoas?
Como está o tempo hoje? Qual é o seu nome?) – Esse/a sou eu e esse/a é
Canções: circle time song. Jogar ‘Batata Quente’ com meu/minha melhor amigo/a.
vocabulário de brinquedos. (escuta - fala)
O que você está fazendo?
Tempo: 15 Minutos Nós estamos jogando juntos.
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas
pessoais. Hot potato com o vocabulário sobre brinquedos. Dinâmica feelings.
C) Diário de bordo
21 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia 22/10 às
13:00h
Alunos são recebidos com desenho livre e os brinquedos confeccionados por eles de
sucatas. Os alunos pedem para fazer mais brinquedos.
Rodinha: Professora mostra outras sucatas que os alunos trouxeram. Um aluno traz
rolhas de vinho em uma caixa de chá que ainda tem cheiro da erva, então ela passa a caixa
para os alunos cheirarem. A professora mostra flashcards de brinquedos e brincadeiras e eles
nomeiam em inglês. Em seguida assistem à trechos do filme Toy Story.
D) Análise dos dados
A aula foge do que foi planejado previamente. Ao cheirar os objetos a professora
trabalha o sentido do olfato, saindo do cotidiano. Reforça-se o vocabulário sobre os
brinquedos (Item C).
Durante o filme, os alunos são expostos à linguagem autêntica – falantes nativos da
língua inglesa - e ao vocabulário sobre brinquedos e brincadeiras. Não é feita nenhuma
proposta para trabalhar o conteúdo do filme (Item C). Foi um dia pouco produtivo.
Dia 15
Neste dia pretendeu-se iniciar o tema Halloween. Os alunos assistiriam a um
videoclipe sobre o Halloween com crianças fantasiadas. A professora faria uma experiência
representando o caldeirão da bruxa (Ver aquecimento no item A) e depois fariam desenhos
para decorar a sala de aula.
67
Tempo: 25
Minutos
Tempo: 30 Minutos
B) Elementos da análise:
poção mágica. Seria interessante se os alunos pudessem pensar em que tipos de magia eles gostariam de fazer
com aquela poção. Usariam a imaginação e praticariam a língua alvo.
3. Relações interpessoais – Na dinâmica bulding community os alunos além de se observarem também
observam e aprendem sobre os outros alunos.
4. Conhecimentos transversais – aprendizagem sobre a cultura do Halloween. Noção de mudanças ao
misturar diferentes elementos, durante a experiência da poção mágica.
5. Outros – Execução de uma experiência científica na sala, aguçando a curiosidade das crianças.
C) Diário de bordo
24 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 18:00h
Alunos recebidos com brinquedos da reciclagem, desenho livre e o jogo de formas
geométricas Tangram.
Alunos vão para o teatro da escola fazer a reapresentação de primavera, que foi
realizada em setembro.
Rodinha – De volta à sala, na rodinha, a professora diz:“We are not studying about
toys anymore. We are studying about the Halloween.” A professora mostra algumas aranhas
de brinquedo e faz perguntas: “How many legs does the spider have? What does it make?
What does it eat? Why does it make the spider webs?” Todos os alunos querem tocar nas
aranhas. Eles compreendem as perguntas, mas respondem em grande parte em português. A
aluna A15 responde à última pergunta, sobre as teias das aranhas: “To get insects.”. A
professora mostra como será a atividade que os alunos irão fazer para decorar os vidros das
janelas (uma abóbora Jack), porém não há mais tempo e os alunos vão almoçar. Após o
almoço alguns alunos fazem desenhos sobre o Halloween para o mural (segue uma foto do
mural no final do planejamento no anexo E11).
Dia 16
Neste dia pretendeu-se contar uma história sobre uma bruxa e abordar o vocabulário
referente ao Halloween.
69
Educação física
Sobre a próxima aula: Agora que vocês já sabem
tudo sobre o castelo da Winnie, amanhã nós vamos
aprender a fazer um castelo mal-assombrado na aula de
informática!
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais.
Música da rodinha e do Halloween. Show and tell com vocabulário do Halloween. Contação de história.
2. Ludicidade – não houve explícito
3. Relações interpessoais – não houve explícito
4. Conhecimentos transversais – cultura do Halloween
5. Outros – a contação de história expõe os alunos à linguagem estimula a leitura.
C) Diário de bordo
25 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 17:20h
Alunos são recebidos sem nenhum brinquedo específico. Há decoração de Halloween
na sala. Os alunos fazem uma fila para a aula de educação física. A professora explica que na
volta eles se sentarão à mesa para fazerem a abóbora Jack’o Lantern de colagem de papel
(segue uma atividade no anexo E12). De volta à sala, a professora mostra um videoclipe do
Jack e em seguida eles começam a atividade. A professora pede para que quem termine a
atividade guarde sua própria tesoura, cola, e jogue na lixeira os restos de papel. Após a
atividade eles fazem vários desenhos sobre o Halloween.
70
Tempo: 30 Minutos
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais. Ao
mostrar os desenhos que os alunos fizeram no final da última aula os alunos poderiam descrevê-las. Músicas,
waterhour glass e show and tell com o vocabulário sobre Halloween. O jogo na informática de montar um
castelo mal assombrado ajuda a reforçar o vocabulário e é usado um meio autêntico na aprendizagem.
2. Ludicidade – Montar um castelo mal assombrado em um jogo no computador.
3. Relações interpessoais – o jogo na aula de informática é realizado em duplas, logo os alunos têm que
decidir juntos como será a decoração do castelo. Os alunos tem que formar pares, o que muitas das vezes gera
conflitos, pois eles querem ficar em grupos maiores ou sozinhos, ou mais de um aluno quer fazer dupla com a
mesma pessoa.
4. Conhecimentos transversais – Halloween
5. Outros – A inserção de atividades online em computadores introduz a tendência tecnológica
contemporânea na escola, e é uma ação que já faz parte do cotidiano das crianças.
C) Diário de bordo
26 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 21:46h
Alunos são recebidos com desenho livre.
Informática – Na sala da informática há um Datashow e o instrutor mostra o jogo que
os alunos executarão: decorar um castelo mal-assombrado. A professora pergunta o nome dos
personagens do Halloween em inglês. A maioria das crianças responde corretamente.
Rodinha – De volta à sala a professora pergunta: “What activity did we do yesterday?”
Uma aluna responde: “Jack o’Lantern.”. A professora mostra flashcards com personagens do
Halloween. Depois ela explica que no dia seguinte haverá uma atividade e eles precisam
preparar um frame com pedaços de papel. A professora mostra tiras de papel laranja e roxo e
mostra como o frame deve ser feito. Ela coloca na sequência intercalada das cores, o que
chama a atenção dos alunos, que perguntam: “Tem que ser na sequência?”. Professora: “No,
it’s up to you. You decide, ok?”. Há pouco tempo para o frame. A professora distribui os
materiais com ajuda de um aluno e pede para eles fazerem o frame ali mesmo no chão. Em
poucos minutos, ela pede às crianças que deixem todos os pedaços de papel em cima da folha
da atividade, para que não se espalhem, e as crianças eram responsáveis por organizar as colas
e as tesouras nos devidos potes. A professora e a estagiária colocaram as atividades sobre a
mesa, e mesmo com pouco tempo não houve desorganização. Na volta do almoço, alguns
alunos estavam cansados e as professoras os ajudaram na colagem. Percebemos a variação na
coordenação e composição da sequência, vide as fotos no anexo E13.
Dia 18
Neste dia pretendeu-se mostrar aos alunos um videoclipe que aborda o vocabulário do
Halloween, com foco na abóbora Jack o’ Lantern e diferentes sentimentos (Item A).
Tempo: 15 Minutos
Tempo: 30 minutos
Educação física
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais.
Músicas. Chinese whisper com vocabulário sobre o Halloween. Adivinhar vegetais de brinquedos com os olhos
vendados, ampliando o vocabulário. Aproveitar um vídeo sobre Jack O’Lantern para também falar de
sentimentos.
2. Ludicidade – Chinese whisper, adivinhação com olhos vendados.
3. Relações interpessoais –Chinese whisper
4. Conhecimentos transversais – Cultura do Halloween
5. Outros – Para a brincadeira com os olhos vendados os alunos utilizaram o tato, saindo da rotina das
aulas em que basicamente se usa a fala e audição.
C) Diário de bordo
27 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 21:50h
Alunos são recebidos com massinha e desenho livre.
Sala de leitura – Professora conta uma história sobre alguns personagens do
Halloween que preparam uma sopa com ingredientes como perna de sapo e unha de pé. A
professora usa gestos, as imagens do livro e também traz objetos como aranha e unhas de
brinquedo para a contação da história. A estagiária finge que está preparando a sopa. Os
alunos fingem que estão experimentando e fazem muitas expressões faciais dizendo que estão
gostando ou que estão com nojo. Alguns pedem para experimentar mais.
De volta à sala, a professora pede aos alunos que escolham um lugar para sentarem às
mesas e diz: “Remember the frame you prepared yesterday? (mostrando a colagem que os
alunos fizeram no dia anterior.) Today you are going to draw the part of the Bone Soup story
you liked best.”.Segue no anexo E14 uma atividade e o depoimento da história segundo a
turma.
74
Dia 19
Neste dia os alunos assistiriam a um desenho sobre um monstro e depois
reproduziriam o monstro através de colagem de papel. Ao final eles apresentariam o monstro
e o descreveriam (Ver item A).
B) Elementos da análise:
1. Gramática e vocabulário - explícitos no planejamento. Dia da semana e tempo. Perguntas pessoais.
Música com videoclipe “Knock Knock treats or tricks?”demonstra a cultura de pedir doces usando fantasias,
sendo possível ainda ampliar o vocabulário sobre fantasias e doces através de material autêntico. No outro
videoclipe “Go Away Big Green Monster” é possível abordar o vocabulário referente à aparência física. Show
and tell com os flashcards de Halloween. No fim da aula, as crianças apresentam em inglês suas atividades.
2. Ludicidade – não foi explícito
3. Relações interpessoais –Show and tell as crianças devem prestar atenção e respeitar a vez dos colegas
falarem.
4. Conhecimentos transversais – conhecimento sobre Halloween
5. Outros - O recorte e colagem com alunos dessa faixa-etária ainda é desafiador, porém um bom exercício
para a coordenação motora fina.
C) Diário de bordo
28 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia 31/10 às
22:00h
Alunos são recebidos com massinha, jogos e desenho livre.
Rodinha – Professora escolhe alguns alunos para colocar a aranha de brinquedo em
diferentes pontos da sala para a prática das preposições (ex.: on the chair, under the table...).
Os alunos estão agitados. Todos querem participar da brincadeira. Ela pede para um aluno
colocar a aranha do lado de fora da sala. Depois que este aluno obedece ao comando
corretamente ela pergunta: “Where’s the spider?”, mas os alunos não sabem responder.
Vimos que é necessário a prática da pergunta ‘where is..’ além de pedir a execução do
comando.
Após a brincadeira a professora pede que a turma descreva a história contada no dia
anterior. Este momento fica confuso e poucas crianças respondem. Quando eles respondem
em português a professora pergunta “How do you say this in English? / How do you
begin/finish a story in English?”.
Após a descrição da história a professora leva os alunos para brincarem no
playground. Antes de saírem da sala, a professora pede para as crianças falarem as regras do
playground. Eles falam em português, e ela pede que falem em inglês, então eles usam
algumas palavras em inglês: “Não pode shout muito alto. Não pode subir no roof da doll
house. Quando a teacher fala time to go, it’is time to go. A teacher não vai repetir a mesma
coisa many many times.”
76
Dia 20
Neste dia seria feito um desfile de fantasias, para finalizar o assunto sobre Halloween.
Seria trabalhado o vocabulário referente à fantasia (Ver A).
A) Apresentação do planejamento para o dia 31/10/2016
Data: 31/10– Segunda-feira – Hoje nós vamos Vocabulário de Perguntas do tipo que, qual,
aprender sobre as fantasias que as pessoas usam no fantasias: fantasma, quem, onde; verbo ser/estar;
Halloween. bruxa, vampiro… presente simples; sintagmas
nominais:
Aquecimento: Cumprimentos – rotina (Que dia é
hoje? Como está o tempo hoje? Qual é o seu nome?) – O que nós usamos no
Canções: circle time song, Knock knock, treats or Halloween?
tricks.Jogar “Batata Quente” com o vocabulário do
Fantasias.
Halloween. (escuta - fala)
Quem é você?
Tempo: 15 Minutos
Eu sou uma bruxa, uma
fada, um fantasma...
Desenvolvimento – Desfile de fantasias. Alunos vão
para escola usando suas fantasias preferidas. Depois do
desfile, eles desenham suas fantasias. (escuta - fala)
Tempo: 50 Minutos
B) Elementos da análise:
C) Diário de bordo
31 de outubro de 2016 – Projeto: Flavor of fun! – Registrado no dia às 22:00h
Alunos são recebidos com jogos e desenho livre.
Todas as turmas vão para o teatro dançar músicas do Halloween vestidos com
fantasias variadas. Eles acham divertido assistir às apresentações das outras turmas. O dia está
muito quente e ao voltar, eles passam pela quadra de esportes, onde pega sol. A professora
fala: “It’s burning hot today!” O aluno que está mais próximo fala: “Teacher, faz muito
tempo que a gente não faz aquilo de ir lá fora.”. A professora demora um pouco para
entender, mas logo lembra que o aluno está falando da dinâmica de ver o tempo e diz: “Yes,
A16. Tomorrow we will check the weather.”.Percebe-se que eles gostam e sentem falta da
rotina.
No percurso desta pesquisa, fez-se necessário escrever um diário de bordo como forma
de apoio para triangular e analisar os dados apresentados. No entanto, a elaboração e releitura
por si só levaram a reflexão sobre muitas questões no cotidiano da sala de aula, ensino e
aprendizagem, e disciplina. Escrever um diário foi edificante para a prática da professora.
Percebemos que, de acordo com o planejamento, para os conteúdos listados em
vocabulário e gramática, há pouco tempo para serem trabalhados. Muitas das vezes aquelas
estruturas são mencionadas em apenas um dia, logo não há tempo para a criança internalizá-
las. Desta reflexão, a professora continuou, de maneiras variadas, a dinâmica das preposições
até o final do ano e das perguntas sem cognatos que eles tinham mais dificuldades para
entender. Foi visto então que o tempo de revisão é crucial para a aprendizagem, ao invés de
trazer muitos conteúdos variados sem tempo para a internalização.
Outro problema referente ao tempo foi a quantidade de atividades requisitadas. Para os
20 dias letivos foram planejadas 18 atividades, o que chegaria perto de uma atividade por dia.
De acordo com a nossa experiência, este é um número alto, visto o tempo de aula que se tem
disponível, a idade das crianças somados os depoimentos que eles têm que produzir para a
maioria das atividades. Vemos em nossa experiência que são obtidos resultados melhores
quando eles têm tempo para as atividades e podem retomá-las no dia seguinte, se ficarem
cansados ou não houver tempo.
Mesmo com os professores estando preocupados com questões como relações
interpessoais, respeito ao próximo e à natureza, percebe-se que este planejamento trouxe
poucas atividades para a conscientização das crianças. A professora não inseriu atividade que
contemplassem tais questões, possivelmente pela temática do planejamento (brinquedos e
brincadeiras).
De uma maneira geral, vimos que propusemos muitas atividades de desenho, mas
poucas propostas que contemplassem atividades físicas e de coordenação motora. Vimos
também que são necessários mais jogos e dinâmicas que não fiquem apenas no planejamento,
mas que aconteçam na prática. Sendo todas essas atividades importantes para o
desenvolvimento pleno de uma criança.
No planejamento, foi visto que as colunas de vocabulário e gramática trazem um guia
para o professor utilizar em sala. Espera-se que as crianças aprendam através da repetição:
79
escutando a professora e os áudios (de músicas, filmes e vídeos), para terem ferramentas para
criarem suas próprias sentenças na língua alvo.
Durante a análise dos dados, percebeu-se um fato inesperado. Tínhamos alguma noção
que é comum a flexibilidade do planejamento, mas nunca foi levantado o quanto, na prática,
são feitas atividades fora do que havia sido planejado. Apenas em 5 dos 20 dias do
planejamento foram cumpridas as principais atividades planejadas. Fora as atividades
secundárias como músicas e dinâmicas que não foram cumpridas. Os motivos, como vistos,
foram a falta de organização da professora, falta de tempo durante as aulas, evento da escola
não previsto e por atender às preferências dos alunos.
A questão da flexibilidade, em nosso caso, também ocorre pelo fato de o professor
estar sempre refletindo e tendo novas ideias sobre as suas aulas. Percebemos que um
planejamento dificilmente estará perfeito ou totalmente de acordo com aquele grupo
específico, então, mesmo depois de o planejamento pronto, continuamos pesquisando e tendo
ideias diferentes, que julgamos melhores do que as que já estavam planejadas.
A possibilidade de trocar atividades do planejamento por propostas vindas dos alunos
ajuda com que as crianças se tornem mais participativas no processo de aprendizagem, e elas
puderam se sentir orgulhosas e importantes, o que é importante para a promoção da
autonomia do educando. Acredita-se que o ensino deve seguir uma linha de mão dupla, onde
professores e alunos sejam detentores do conhecimento. No entanto, deveria haver mais
coesão entre planejamento e prática.
A elaboração dos planejamentos já é um trabalho árduo. Em um momento prévio, o
professor deve pensar no roteiro de um mês inteiro de aulas. Resultado disso é um
planejamento sem espaço para as mudanças que podem ocorrer no meio do caminho. Vimos
que neste modelo de planejamento são necessários muitos detalhes que na prática não são
realizados. A professora claramente copia algumas dinâmicas unicamente para o
preenchimento dos requisitos. Por exemplo, a pergunta “Qual é o seu nome?” no mês de
outubro não faria sentido, visto que todos já se conhecem e passaram praticamente todo o ano
letivo juntos. O planejamento é um importante guia para facilitar o dia-a-dia do professor, no
entanto, o mesmo poderia ser mais objetivo. Se o tempo que a professora investe na
elaboração do planejamento é em vão, ela poderia investir, então, em pesquisas para outras
dinâmicas e atividades que podem ser aproveitadas. Esta análise trouxe o questionamento de
atentar para um planejamento mais efetivo e viável.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DAVIS, C.; OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. São Paulo: Editora Cortez, 1992.
GARCIA, B. R. V. Quanto mais cedo melhor (?).São Paulo: Universidade de São Paulo,
2011.
MEHISTO, P.; MARSH, D.; FRIGOLS, M. J. Uncovering CLIL: content and language
integrated learning in bilingual and multilingual education. Oxford: Macmillan Books for
Teachers, 2008.
ROCHA, C. H. O ensino de línguas para crianças: refletindo sobre princípios e práticas. In:
Ensinar e aprender língua estrangeira nas diferentes idades: reflexões para professores e
formadores. São Carlos: Editora Claraluz, 2008.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes,
1991.
85
ANEXOS
Sparkler:
Time:
Development –
Time:
Closure:
alguma atividade, brincadeira ou apenas uma conversa. Ao final, os professores têm que dizer
o que farão no dia seguinte. Ao final de cada atividade, é sugerido o tempo necessário e quais
habilidades linguísticas serão utilizadas (fala, escuta, leitura, e/ou escrita). Nas colunas ao
lado o professor deve preencher o vocabulário e estruturas linguísticas trabalhados naquele
dia.
87
Grammar Vocabulary
Wh- questions: Why and answer; How and answer; Days of the week
What and answer and where and answer Parts of a house
Greetings Parts of the body
Age Furniture (appliance)
Can x Can’t Places
Likes and dislikes Seasons of the year
Countable : how many Landscape
Prepositions – behind, under, inside, besides, in, Garden (flowers / small animals)
on, backwards, after, before, out/outside, between Clothes
Actions: In the morning, after lunch, before I go to Animals and their characteristics: wild / zoo / pet /
bed. (ride, play, sing, swim, study, go, get up, read, water / endangered species
draw, dance, go to bed, sleep, talk ,watch tv, listen Toys (characteristics) X Games
to music, have lunch, breakfast, dinner, have a
Sunny, snowy, rainy, cloudy, windy
shower, flush the toilet)
Present continuous Shapes
Physical appearance (have/has) blond, reddish, Sports
brunette, curly, straight, etc) Means of transportation
What´s the weather like? Musical instruments
Night x day
Construction tools
Kitchen items
Halloween
Christmas
Easter
Family
Songs Commands
Stories Turn on / turn off
Poems Tie my shoes!
Presentations Hop
Games Cross
Competitions Jump
Go down on your knees
Count
Look
Touch your ...
Point to ...
Sing
Dance
Blow the balloon
Stamp your feet
Clap your hands
Snap your fingers
Activities: Detailed practices that will enable students to Vocabulary Grammar exponents
use the target language
Date: 03/10 – Monday: What’s your favorite toy? Is it big Toy vocabulary: Wh questions , simple
or small? What color is it? What’s your brother/sister ball, car, plane, present, noun groups
favorite toy? Teddy Bear,
robot, dinosaur, What toy is this?
Warm up – Greetings – routine (What day is it today?; doll, stuffed It’s a …
What’s the weather like today?; What’s your name?) – animal Is it big or small?
Songs: Let me be your Teddy Bear! – Play “What’s It’s (adjective)
missing?” with toy flashcards. (L-S) Adjective: big x Do you like robots?
Time: 15 minutes small Yes/ No
Color vocabulary What color is the car?
Development – T shows sts some flashcards and asks sts to It’s…
guess what they’re going to see during the video (Owl City
– Firefly). Sts are going to talk about the flashcards, and
then they’ll draw the toys from the video.
(L-S)
Time: 25 minutes
Date: 04/10 – Tuesday - Yesterday we learnt many toys in Toy vocabulary; Wh- questions; simple
English. Today we are going to learn how to play Playground present; Verb to be;
hopscotch. game: hopscotch present continuous
Computer Science:
http://www.oneonlinegames.com/games/teddiesandmonsters
Closure: Play in the circle with a box full of images. The sts
pick up one image and name it. (L-S)
Physical Education
Talking about next class: Now that you already
know everything about jumping rope, tomorrow
91
Date: 18/10– Tuesday – Yesterday we visited a toy store, and Toy store, toy Wh-question; verb
today we are going to talk about the toys we found there. vocabulary: doll, to be; simple
puppet, puzzle, present; noun
Warm up – Warm up – Greetings – routine (What day is it car, robot, groups
today? What’s the weather like today? Questions) game…
Songs: circle time song; Play Keys: One child stands in the Colors and Which toy did you
middle of the circle blindfolded. The other children pass numbers like best at the
something noisy around the circle. When the child in the store we visited?
middle thinks they know where the keys are they shout ‘stop!’
What does it look
and point in that direction. Play “show and tell” with toys
like?
flashcards. (L-S)
Time: 15 minutes (Personal
answers.)
Development – Sts draw the toy they liked best at the toy store
on the sand paper. (L-S)
Time: 30 minutes
Physical Education
Talking about next class: Now that you already know many
things about toys, tomorrow we are going to learn about a
93
special Bear.
Date: 19/10– Wednesday – Yesterday we learnt about toys and Winnie the Wh-question; verb
stores. Today we are going to learn about a special animal: the Pooh’s friends: to be; simple
termite Tiger, Piglet, present; noun
Rabbit, Termite groups
Warm up: Greetings – routine (What day is it today? What’s Play together
the weather like today? Questions) – Songs: circle time song - Country side x Who is this?
Play Birthdays - Call a month of the year, children whose city
“This is Winnie the
birthdays are in that month, run around the circle back to their
Pooh/ Tigger.”
original chair. Play “Water hourglass” in the circle, where the
sts have one minute to find the flashcard asked. (Winnie the What does Winnie
Pooh characters’ flashcards). (L-S) the Pooh likes to
Time: 15 minutes eat?
Development – Storytelling: Winnie The Pooh Episodes
Tigger's “He likes honey.”
Houseguesthttps://www.youtube.com/watch?v=165uSXNZfTQ
After watching to the story sts draw the part of the story they
liked best with black pencils. (L-S)
Time: 35 minutes
Closure: Play in the circle with a box full of flashcards. The sts Do the animals
pick up one image and name it. (L-S) play together in the
story? Why?
Talking about next class:You know many things about Winnie
No, because they
the Pooh and his friends. Tomorrow we are going to talk about
are busy.
friendship.
94
Date: 21/10– Friday – Yesterday we learnt about Winnie’s Best friend, play Wh-question; verb
friends. The tiger is a good friend of Winnie the Pooh… what together to be; simple
about you? Who is your best friend? Games present; noun
vocabulary groups
Warm up: Greetings – routine (What day is it today? What’s
the weather like today? Questions) – Songs: circle time song. Who are these
Play Hot Potato with toys vocabulary. (L-S) people?
Time: 15 minutes
This is me, this is
my best friend.
Development –Sts receive one picture of their faces to glue and
draw him/her and his/her best friend playing together. (L-S) What are you
Time: 30 minutes doing?
Closure: Play Time – ‘Feelings’ Child takes a feelings card We are playing…
and an action card, e.g. eating dinner – excited. Child acts in together.
appropriate manner, others guess. Children could make up on
feelings and actions.
What did you learn today? (L-S)
Talking about next class :Now that you know everything about
games and friends, on Monday we are going to study about
Halloween!
Time: 25
minutes
Time: 30 minutes
Physical Education
Talking about next class: Now that you already
know everything about Winnie’s castle, tomorrow
we are going to learn how to make a haunted castle
in the computer class!
Date: 26/10 – Wednesday – T shows sts the Castle, haunted, Wh-question; verb to be;
drawings they did on the day before in order to ghost, bat, windows, simple present; noun
recap the prior learning. Yesterday we listened to curtains , caldron, groups
Winnie’s story. Today we are going to learn how to sofa
make a haunted castle. What are there in your
haunted castle?
Warm up: Greetings – routine (What day is it
There are (ghost, bat,
today? What’s the weather like today? Questions) –
windows, curtains,
Songs: circle time song, Knock, knock song. Play
cauldron, sofa…)
“Water hourglass” in the circle, where the sts have
one minute to find the flashcard asked.(Halloween What part of the story did
flashcards). (L-S) you like best?
Time: 15 minutes
Development – Sts finish the drawing they began on Personal answers
the day before. (L-S)
Time: 30 minutes
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Date: 28/10– Friday – Yesterday we learnt about Halloween voc Wh-question; verb to be;
Jack o’ Lantern. Today we are going to learn more Scary simple present; noun
about Halloween Big x small groups
Colors voc.
Warm up: Greetings – routine (What day is it Monster, sharpen What does the Monster
today? What’s the weather like today? Questions) – teeth, face, nose, look like?
Songs: circle time song, Knock knock, treats or ears, hair.
He has, purple hair, white
tricks. Play show and tell with the vocabulary of
teeh, green nose and two
Halloween. (L-S)
ears.
Time: 15 minutes
After that they make a monster with paper collage. Yes he is. No, he isn’t.
(L-S)
Time: 40 minutes
Anexo E10 - Garagem de papelão com rampas após a customização das crianças
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