A Comunicacao Nas Organizacoes Educacion
A Comunicacao Nas Organizacoes Educacion
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Organizações Educacionais
A Comunicação nas
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Apresentação
dos autores
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Sumário
Apresentação
Conhecimento a compartilhar ................................................. 11
Apresentação do tema
A comunicação nas organizações educacionais.......................... 13
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Apresentação
Conhecimento a compartilhar
Apresentação – 11
Outro conjunto de sujeitos fundamental na interação provocada e
provocadora da Assessoria é o meio acadêmico. A crença de que a in-
terlocução mercado-academia é fundamental para o desenvolvimen-
to de novos cenários impulsionou o movimento de busca e encontro
dos proissionais de comunicação da Ascomk com pesquisadores e
professores de cursos de pós-graduação em comunicação. Mais do
que produtivo, o diálogo gerou formação continuada dos proissionais
e multiplicou as possibilidades de conhecimento para todo o grupo.
Além dos espaços tradicionais deste encontro, muitos outros foram
criados, como o Encontro Marista de Comunicação (ECOM)2 que, a
cada dois anos, coloca frente a frente, os três grupos de interesse:
proissionais de comunicação, gestores educacionais e pesquisadores
da área, com tempo privilegiado para dedicar-se ao debate do tema.
Mais do que a aplicabilidade imediata do conhecimento produzido,
é preciso pensar que ele deve transcender muros. Como um bem in-
tangível, sabemos que ao ser partilhado, o saber sempre se multiplica.
É, pois, este o principal propósito da publicação que agora está em
suas mãos. Reunimos aqui a produção de proissionais da Assessoria
de Comunicação e de pesquisadores que nos ajudam em relexões
importantes, a maioria delas feita no espaço do ECOM. Esperamos
que os textos publicados sejam do interesse de todos os interlocu-
tores envolvidos no diálogo que viemos propondo na última década:
proissionais de comunicação, pesquisadores e gestores educacionais.
Aqui partilhamos, para multiplicar o interesse e a compreensão que
ousamos exercitar a cada dia como apaixonados pela comunicação nas
organizações educacionais.
Boa leitura
Lidiane Amorim e Rosângela Florczak
2 O Encontro de Comunição Marista (ECOM) teve sua primeira edição em 2001 e ocorreu anualmente
até 2007. De lá pra cá, passou a ter periodicidade bianual.
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Apresentação do tema
Apresentação do tema – 13
para facilitar a cooperação, a credibilidade e o comprometimento com
valores, portanto, para a criação de um universo comum comparti-
lhado, espaço no qual o entendimento poderá prevalecer diante dos
riscos da incomunicação.
Para que a comunicação aconteça, embora se saiba que no hori-
zonte das relações organizacionais é permanente a presença do risco
da incomunicação, parte-se da questão central que é o outro. O ou-
tro que aqui assume o lugar de interlocutor. E como airma Wolton
(2010), é aí que tudo se complica.
14 – Rosângela Florczak
mindo o lugar4 da autoridade, transmite informações aos estudantes,
familiares e comunidade; o professor, também assumindo a condição
de autoridade, transmite mensagens aos estudantes, e assim suces-
sivamente. Dessa forma, a convivência ou coabitação entre diferentes
lógicas e interesses é comprometida. Para Wolton (2010), a coabitação
é um paradigma do século XXI e é indissociável de três realidades:
“[...] a democracia, a abertura e a interação (Ibidem, p. 60).
Compreende-se assim que é preciso assumir a incomunicação
como realidade presente e risco constante nas organizações educa-
cionais e nas relações entre os sujeitos que protagonizam o processo
e o entorno das situações de aprendizagem. É a partir da tomada
de consciência dos riscos que estabelecemos estratégias5 para poder
avançar e descortinar as possibilidades de comunicação, muito além
daquelas que estão presentes na dimensão instrumental. Ou seja, a
transmissão de mensagens, de informações, a partir de um lugar de
autoridade, direcionadas a públicos de interesses aparentemente he-
gemônicos não representa o comunicar de uma organização educa-
cional. Transcender e incluir novas dimensões possíveis no processo
de convivência/coabitação assume o caráter de condição imprescin-
dível para evitar que a incomunicação prevaleça.
A comunicação vem sendo assumida como uma nova área técnica
nas organizações educacionais em pleno momento de desconforto
e de mudança de modelos e, talvez até, mudança de paradigmas.
Oicialmente ocupa espaços privilegiados junto ao poder de decisão,
mas ainda não está plenamente compreendida, portanto, não incluí-
da com seu potencial de intervenção e transversalidade. A receptivi-
dade de um projeto ou de uma estratégia de comunicação de caráter
mais abrangente, baseado no diálogo e não apenas na transmissão,
ainda é vista com alguma (in)segurança e/ou (des)coniança.
De maneira geral, prevalece, ainda, nas organizações o viés uti-
litarista e instrumental (SCROFERNEKER, 2006) da comunicação, o
qual tem seus objetivos voltados para a medição e controle. Assim, a
comunicação como ciência/saber encontra lugar e sentido na gestão
4 [...] sendo a porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido, reconhecido e que cria/possui
identidade. Tem densidade técnica, comunicacional, informacional, normativa e, por que não, educa-
cional. O Lugar é, em sua essência, produção humana, visto que se produz e reproduz na relação entre
o espaço e a sociedade (CASTROGIOVANNI, 2006, p. 87).
Apresentação do tema – 15
da organização educacional. É fundamental, contudo, que a comu-
nicação transcenda o modelo instrumental, de transmissão. Supere,
porém, incoporando-o, ou seja, assuma seu caráter multidimensio-
nal. Para que isso aconteça, é preciso admitir que o lugar da comuni-
cação é transversal, ou seja, perpassa, impregna e se deixa impreg-
nar pela contextualização dos conceitos observando os diferentes e
múltiplos vieses na apreensão da complexidade dos fenômenos e dos
objetos observados (MARTINAZZO, 2004).
A comunicação conquistará um novo lugar no contexto organiza-
cional se for compreendida, também, pela possibilidade relacional.
Em relação dialógica com a gestão educacional, poderá contribuir na
produção de sentido dos novos elementos que se incorporam ao uni-
verso educacional, no estabelecimento e na manutenção do diálogo
imprescindível entre os interlocutores internos (pedagógico, admi-
nistrativo), assim como nas negociações com os interlocutores inais
(estudantes, familiares e comunidade/sociedade), buscando o com-
partilhamento de conhecimento e de vivências que poderão produzir
o saber especíico para cada organização educacional (quadro 1) e
promover a coabitação das diferenças de interesses.
● Interlocução “sincera”
Escuta ativa ● Canais
● Posicionamento e ● Ações
abertura para falar ● Meios
e justificar ● Peças
● Atribuições de sentido ● Linguagens
ao que se quer
comunicar
● Compreensão de
contexto e das Dimensão Dimensão
dimensões ou não Relacional
do que deve ser Instrumental
entendido
● Comunicação
para liderança
Dimensão Dimensão
Mercadológica/ pedagógica
sustentabilidade
16 – Rosângela Florczak
Referências bibliográicas
Apresentação do tema – 17
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Gestão educacional e o
desaio da comunicação
Heloísa Lück6
20 – Heloísa Lück
Por conseguinte, a comunicação é central ao processo de gestão
e liderança, sendo inerente a ele, uma vez que gestão se constitui
em processo de mobilização de pessoas para a realização de objeti-
vos (Lück, 2011) e essa mobilização envolve diferentes processos de
comunicação. Ela compreende muitas nuances e sutilezas, que de-
mandam atenção especial, competências diferenciadas e percepção
objetiva e clara, a im de se observar os aspectos necessários para o
seu exercício efetivo e competente.
Dentre essas nuances e sutilezas destacam-se a seleção e in-
terpretação de palavras, movimentos, sons, imagens, sinais, atos,
e demais manifestações que ocorrem nos processos de interação,
inluência, informação, ativação de emoções, ativação do pensamen-
to e construção de conhecimentos e feedback, que fazem parte do
processo educacional. Essas questões que fazem parte do processo
educacional, caso não sejam orientadas por um processo sistemático
de gestão, terão sua energia dispersa e até mesmo se expressando
de forma contrária aos objetivos educacionais, tal como ocorre no
contexto de muitas escolas, infelizmente. É o que se observa em
escolas cuja cultura organizacional se distancia signiicativamente da
cultura educacional (Lück, 2010).
A comunicação e seu inerente processo de feedback estabelecem
as perspectivas de relacionamento entre pessoas, num movimento di-
nâmico de ação – construção de signiicados – ação. A partir desse
entendimento, depreende-se que a comunicação, como processo de
construção de signiicados, é o que existe de mais essencial e estru-
turante do fazer humano em qualquer área de atuação humana, em
especial, a da educação. Nela, a gestão da comunicação ao mesmo
tempo focaliza os processos existentes visando à sua qualidade e coe-
rência com o ideário e objetivos educacionais, como também a utiliza
como instrumento do processo educacional e de gestão.
Conclui-se, portanto, que a comunicação é uma estratégia de
gestão, e a gestão é uma estratégia de comunicação pela qual o ges-
tor promove, dentre outros aspectos:
• A integração dos diversos públicos internos da instituição;
• A criação da identidade institucional e da identidade de todos como
membros dessa instituição;
• A integração da instituição com a comunidade externa;
• A formação de espírito de equipe;
• O fortalecimento de vínculos entre os diferentes públicos;
• A unidade de foco de atuação de todos os proissionais da escola;
• A busca de maior efetividade institucional.
22 – Heloísa Lück
Nesse processo é fundamental que o gestor reconheça que grande
parte dos problemas organizacionais da escola, como divergências,
tensões, conlitos e falta de efetividade no trabalho, são resultantes
de diiculdades de comunicação, como por exemplo: insuiciência de
informações, ou sua inconsistência ou incoerência, falta de credibilida-
de na prestação de informações ou ainda morosidade em fornecê-las.
Conclui-se, portanto, que compete aos gestores escolares focali-
zarem essa fundamental área de ação educacional e expressão orga-
nizacional, de modo a dar-lhe maior e melhor direcionamento, assim
como maior efetividade educacional.
Elevar a comunicação como dimensão proissional do educador se
evidencia como fundamental, quando se reconhece que a educação,
conforme indicado por vários autores, dentre os quais Carl Rogers, é
um processo de relacionamento interpessoal e comunicação, sem os
quais a educação não acontece. Isto porque a educação se realiza pela
comunicação (considerada em seu sentido pleno) e relacionamento
interpessoal e pretende contribuir para a formação de alunos como
seres de comunicação e relacionamento interpessoal, voltados para o
desenvolvimento, que, aliás, constitui a possibilidade de humanização.
Referências bibliográicas
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Comunicação em rede:
um conjunto de nós
Luiz Carlos Assis Iasbeck7
7 Iasbeck palestrou no 8º ECOM, em 2009. Artigo aqui publicado foi distribuído aos participantes du-
rante o evento.
A Comunicação Essencial
Humildade e Tolerância
9 Lotman, Iuri et alli (1979) – “Tesi per un analisi semiotica della cultura”, in La Semiótica nei Paesi Slavi.
Milano: Feltrinelli. A cura di Carlo Prevignano. Pp 944-1020.
“O que nos põe em rede não são senão os vínculos que consegui-
mos estreitar entre corpos e mentes que se mediam tecnologicamen-
te. Vínculos que insistem em se manter precários ... e cada vez mais
tênues ... quanto mais soisticada e exuberante se torna a tecnologia
que media as relações.”
Referências bibliográicas
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Comunicação interna – todos
querem, poucos fazem
Cleusa Scroferneker10 registros e relato de Lidiane Amorim
10 Palestra feita pela professora Cleusa Scroferneker no 7º ECOM, em 2007. Registros foram feitos pela
jornalista Lidiane Amorim, que aqui relata o percurso da apresentação da professora.
40 – Cleusa Scroferneker
perceberem que nem tudo que é dito, verbalizado, é real, na medida
em que esta comunicação não verbal também pode comunicar. Há de
se ter a percepção destas outras possibilidades de comunicação, que
acontecem nos olhares, nos gestos, nos silêncios.
Portanto, é preciso estar atento a isso e nesse sentido a professo-
ra chama a atenção para a importância dos gestores das instituições
levarem em conta estes fatores. A questão da espera, do fazer-se
esperar, por exemplo, é crucial. Ela propõe que se imagine a seguinte
cena: “eu marco um horário com o diretor ou coordenador da escola,
e este horário não é cumprido. Espero durante 30 minutos para ser
atendido. Que sentido darei a isso? ‘Eu não tenho importância’”.
Ao se provocar sensações como esta, pode-se afastar clientes em
potencial, ou proissionais que poderiam ser, ou já o são, da escola em
questão. É por esse e outros motivos que se deve levar em conta outras
traduções de comunicação, tão imprescindíveis quanto a verbal, princi-
palmente quando se trata de comunicação interna. Neste contexto, é
preciso que se tenha noção e clareza quanto à dimensão da comunicação
da qual estamos falando. “Estamos falando da comunicação meramente
informacional, calcada no receptor?” É bom lembrar que ele não é mais
passivo, como se acreditava antigamente, “ele pode parecer ser passivo”.
Subestimar os públicos, no caso da Instituição os funcionários,
por exemplo, pode ser um grave problema, pois podem não verbali-
zar seus descontentamentos nos espaços de trabalho, mas o fazem
nos seus espaços de convivência, onde não há controle por parte
da instituição e ela tampouco consegue intervir. Portanto, esta outra
dimensão da comunicação, que pressupõe a ausência da fala, está
muito presente e pode ser crucial no bom andamento da comunica-
ção da organização e das suas atividades como um todo.
Daí a importância das atitudes e ações da Instituição e de quem
faz parte dela condizerem com a sua fala, “as comunicações verbais
e não verbais que eu realizo devem ser coerentes”, ressalta a pro-
fessora. A falta de coerência pode colocar em risco a legitimidade
da organização, a autoridade do gestor com relação a seus colabo-
radores, ou do professor com relação ao seu aluno. Novamente, os
relexos são visíveis na relação aluno-professor: “os alunos são muito
observadores e eles sabem quem tu és e se és coerente, se tua fala é
coerente com a tua atitude. A ausência dessa coerência pode resultar
no desrespeito do aluno em relação ao professor”.
Isso também acontece na relação entre funcionários e gestores:
“nós respeitamos os gestores que são coerentes, que têm atitude e
fala que se correspondem”, ilustra a professora.
42 – Cleusa Scroferneker
tudo, dedica-se a desenvolver o sentimento de pertença, estimular a
interação, o diálogo e a satisfação no ambiente de trabalho. A concre-
tização de tais objetivos (que em última instância também auxiliam,
e muito, nos resultados positivos da organização, lembra a profes-
sora) necessita coerência e transparência entre o discurso e ação
organizacionais.
Algumas questões
44 – Cleusa Scroferneker
Ao ler o documento que fala do Estilo Marista de Educar, disponí-
vel no portal (maristas.org.br), a professora airma que encontrou ali
ações de comunicação que são foco e que necessitam ser legitimadas
quando se decide pôr em prática a comunicação interna. Ela destaca
as seguintes:
“Já está escrito, já foi pensado”, assim sendo, a ação para uma
comunicação interna já está implícita no jeito marista de educar,
mas é preciso deinir “que jeito é esse de fazer comunicação inter-
na. Estamos preparados, de fato, para escutar e ouvir?”. Por vezes,
lembra a professora, escutamos e não ouvimos, ou olhamos, mas
não efetivamente vemos determinadas coisas. Daí a importância
dos espaços de oralidade. É preciso dar espaços de fala para as
pessoas e demonstrar a elas que elas podem coniar, que podem
verbalizar. “A coniança é a palavra-chave”, airma Cleusa, e é a
base para qualquer diálogo.
Comunicar, portanto, é um processo complexo porque envolve
pessoas com sensações, sentimentos e expectativas. “Não somos
iguais, ainda que com a mesma formação”. Logo, temos de entender
que é necessário respeitar o outro, no que há em comum e nas nos-
sas diferenças. Parece um conceito básico, primordial para a política
de comunicação interna, porém por vezes cai no esquecimento. A
instituição possui uma cultura, assim como cada unidade, e é ne-
cessário conhecer a realidade dessas unidades. Para tanto, é preciso
ouvir aqueles que constroem essa realidade e respeitar as individua-
lidades existentes em cada parte do todo.
46 – Cleusa Scroferneker
comunicação interna da organização. Para esta fase, Ve-
rona sugere a técnica das entrevistas apreciativas, que
contém apenas questões de teor positivo. É claro que
isso irá depender exclusivamente do gestor, “é necessá-
rio que ele acredite em tudo isso.
48 – Cleusa Scroferneker
Pensar em comunicação interna é pensar em um outro
desenho de comunicação. É admiti-la como constituti-
va do amplo e complexo espectro da comunicação de
uma organização. É evitar reduzi-la a boletins internos,
a murais, a festas de confraternização – que em algu-
mas circunstâncias são apenas rituais – a cartazes na
intranet. Necessita, portanto ser pensada e planejada.
Requer conhecimento e proissionais efetivamente capa-
citados e competentes.
Exige ousadia,
É um desaio
Impõe [muita] relexão!
Referências bibliográicas
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Comunicação, identiicações
e imagem nas instituições
educacionais
Rudimar Baldissera13 registros e relato de Lidiane Amorim
13 Palestra feita pelo Professor Rudimar Baldissera no 7º ECOM, em 2007. Registros foram feitos pela
jornalista Lidiane Amorim, que aqui relata a apresentação do professor.
14 Escritor, crítico e professor de semiótica italiano (1932-). É considerado um dos expoentes da nova
narrativa italiana, iniciada por Ítalo Calvino (1923-1985). Exerce grande inluência sobre os meios
intelectuais internacionais ao estudar os fenômenos de comunicação ligados à cultura de massas,
como histórias em quadrinhos, telenovelas e cartazes publicitários (in http://www.netsaber.com.
br/biograias).
52 – Rudimar Baldissera
A comunicação sob a perspectiva da Complexidade
54 – Rudimar Baldissera
a fazer com que os indivíduos procurem adequar seu comportamen-
to para se sentir incluído naquele grupo ou ambiente, baseado nas
informações e no imaginário que elas têm sobre tal grupo/ambiente.
A realidade das escolas comprova essa tendência. Crianças e jovens
agrupados tendem a vestir-se da mesma forma, apresentar as mes-
mas necessidades e vontades, compartilhar gostos e preferências,
expressar-se e comportar-se de modo parecido. Tudo muito similar
sob a pena de não poder pertencer – ser excluído do grupo – caso
destoem de determinados padrões. O grupo gera os modelos cultu-
rais a serem seguidos pelos seus membros e por aqueles que dese-
jam pertencer a ele. Como cultura, tendem a ser reproduzidos até
que se tornem inconsistentes segundo os padrões do próprio grupo.
Outra questão levantada por Baldissera foi a importância das me-
diações. Pensa-se muito nas questões de midiatizações, ou seja, nas
ações de comunicação da instituição através dos diversos dispositi-
vos midiáticos, e esquece-se das mediações. Em uma comunicação
organizacional, em uma instituição de ensino, por exemplo, os pro-
fessores são mediadores em potencial. Eles podem agir no sentido de
mediar os processos comunicacionais, qualiicando as relações entre
a instituição e seus públicos, em especial a relação com os alunos.
Identidade
17 Stuart Hall é um dos maiores expoentes da corrente conhecida como Escola de Birmigham, ou "es-
tudos culturais", conjunto de pensadores britânicos contemporâneos que, a partir de uma leitura do
ilósofo marxista Antonio Gramsci, fazem uma radiograia dos processos culturais contemporâneos.
Imagem-conceito
18 Sociólogo, professor na Sorbonne - Paris V, é diretor do Centro de Estudos sobre o Atual e o Quoti-
diano (CEAQ), e um dos autores franceses contemporâneos mais traduzidos no Brasil, com cerca de
15 livros publicados por editoras brasileiras.
56 – Rudimar Baldissera
A ‘imagem-conceito’ é um construto simbólico, complexo
e sintetizante, de caráter judicativo/caracterizante e pro-
visório, realizada pela alteridade (pelo outro) (recepção)
mediante permanentes tensões dialógicas, dialéticas e
recursivas, intra e entre uma diversidade de elementos-
força (BALDISSERA, 2004).
O processo de construção
Repertório
competências
experiências
outras
Percepções informações e
Fluxos de estímulos não planejados associações
psique
Autoimagem
ideal Rede de
Planejamento Alternativas
circulação de
configurações ideais
estímulos Públicos-alvo
significativas
mediatizações,
mensagens
mediações
fatos
Identidade
Imagens-conceito
Aferição de imagem
58 – Rudimar Baldissera
se planeja, porém, ao mesmo tempo, “recebe inluências de outros
lugares dos quais não nos damos conta; são inluências externas que
escapam a qualquer possibilidade de controle, mas que inluenciam a
percepção do público sobre a instituição”.
O repertório, as competências, informações e experiências dos
públicos também inluenciam a construção de imagem que realizam.
Sendo assim, o público deve ser visto como composto por sujeitos,
com suas individualidades, que percebe as informações oiciais e não
oiciais, e articula tudo isso, juntamente com suas expectativas. É
através desse longo e articulado processo que se construirá a ima-
gem-conceito da instituição no imaginário de seu público.
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A construção da visibilidade e
a legitimação das instituições
na contemporaneidade
Eugênia Mariano da Rocha Barichello19
19 Eugênia Mariano da Rocha foi palestrante do 7º ECOM, em 2008. A partir do relato da apresentação
realizado por Lidiane Amorim, a autora desenvolveu o presente artigo.
Visibilidade
1. Fenômenos sociais
2. Campos de disputa
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Públicos, mensagens e
produção de sentido
Lidiane Ramirez Amorim20
20 Artigo produzido pela autora com base na apresentação feita em mesa temática no 8º Ecom, em 2009.
21 Enunciação, para Verón, não está no nível do conteúdo. Segunto o autor é inseparável pensar o que
é dito dos modos de dizer e de quem diz (enunciador).
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Apontamentos sobre
comunicação e gestão de crises
Rosângela Florczak22
22 Artigo produzido a partir da apresentação em mesa temática com o mesmo título no 8º ECOM, em 2009.
23 O sentido de emancipação aqui utilizado não tem o aprofundamento ilosóico proposto por Vattimo,
que problematiza os limites do conceito no contexto da racionalidade e da objetividade cientíica.
Quer simplesmente expressar a deinição de estar livre de uma tutela.
24 Teoria Matemática é um dos mais sólidos exemplos de empréstimo de modelo de cientiicidade das
ciências exatas para as ciências do homem e da sociedade. A teoria foi consolidada pelo matemático
e engenheiro elétrico norte-americano Claude Shannon, por encomenda dos laboratórios Bell Sys-
tems. Shannon contou com a contribuição de Weaver ao publicar sua teoria pela Universidade de
Illinois (1949). Considerada, em sua essência, como uma teoria sobre a transmissão ideal de men-
sagens, o sistema geral de comunicação proposto por Shannon é o da transferência de informação
(mensagem) de uma fonte por meio de um transmissor que a converte em sinal, o qual é recebido
por um receptor que novamente a converte em mensagem e entrega ao destinatário.
80 – Rosângela Florczak
Quando escolas e universidades mudam de editoria
82 – Rosângela Florczak
1. Crises do mundo físico
Prevenção
84 – Rosângela Florczak
eventos indesejados ou ameniza a sua futura repercus-
são. Importante não se esquecer de incluir proissionais
com conhecimento de comunicação para apoiar o grupo
gestores na discussão.
Gestão
86 – Rosângela Florczak
Da área técnica de comunicação são esperadas iniciativas, como:
Referências bibliográicas
WILCOX, D.L, PHILLIP, H.A, AGEE, W.K. & CAMERON, GT. Public Rela-
tions - Strategies and Tactics. 6ª edição. Nova York, 2000.
88 – Rosângela Florczak
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Comunicação e exposição nas
redes sociais: diálogos com
estudantes e famílias maristas
26
Diego Wander Silva, Fernanda Laguna e Tiago Rigo
26 Artigo produzido a partir da experiência com oicina desenvolvida para estudantes e famílias maristas
sobre a temática das redes sociais, ao longo do ano de 2010
Comunicação e exposição nas redes sociais: diálogos com estudantes e famílias maristas – 89
Risco de
Bullying
Facilidade em Possibilidades de
pesquisar entretenimento
Redes
Vícios do
Perigo da
Pedoilia sociais internetês
#comofaz
Comunicação e exposição nas redes sociais: diálogos com estudantes e famílias maristas – 91
mento na Web. A Figura 3 nos pareceu bastante reveladora. Veja a seguir.
Ao sair de casa, escrevemos na fachada aonde vamos? Que hora
voltaremos? Na casa de quem estamos? Certamente não. Porém é
isso que fazemos nas redes sociais, o que pode ter consequências na
dimensão segurança, por exemplo. Outra aproximação trabalhada foi
a de que não colocamos um outdoor na frente de casa com nossas
fotos. Na Web, no entanto, publicamos imagens com teor muitas ve-
zes comprometedor, sem clareza da visibilidade que podem ter e das
implicações a que estamos sujeitos.
Trata-se de espaços que milhares de pessoas podem acessar
e compartilhar informações, imagens, áudios e vídeos. O número
de pessoas é bem maior do que as que possivelmente passam na
frente da casa de cada um, diariamente. Exemplificamos outros
perigos e ameaças comuns no ambiente virtual, para que pudes-
sem perceber que atitudes feitas sem a devida responsabilidade
podem acarretar grandes danos.
E, enquanto líderes estudantis, quais os seus papéis? Aponta-
mos e buscamos reletir sobre a expressividade de suas ações, den-
tre seu grupo de amigos, no lugar de exemplos a serem seguidos
e referências de comportamento e postura. Como tarefa de casa,
deveriam, ao retornar para suas cidades, observar as comunidades
do Orkut que participavam, as fotos que estavam postadas e os
comentários e posts no Facebook e no Twitter. Ainal, o que o con-
junto de ações e elementos presentes nos seus peris representam
e comunicam? Estão alinhados aos valores de um líder?
Destacamos, já nos encaminhamentos finais, os riscos e os
cuidados necessários para evitar o cyberbullying, bem como a
atenção no uso do internetês, tão comum nos diálogos nas redes,
e que, em alguns momentos, invadem as salas de aula e redações
de vestibular, causando prejuízos aos estudantes. Tratamos do
perigo da pedofilia, em função da existência de perfis falsos e por,
efetivamente, não sabermos de fato quem está falando conosco.
Sobre esse último item, utilizamos um vídeo veiculado no progra-
ma CQC27 (ao qual possivelmente os alunos assistam com regulari-
dade e que tem uma linguagem coloquial, o que gerou identiicação
e despertou atenção). O vídeo apresenta uma matéria na qual uma
atriz se passa por adolescente de 15 anos, evidenciando o tipo de
abordagem realizada por pedóilos. Uma frase que frisamos na con-
versa, a partir do vídeo, foi: “Sua mãe nunca falou que é perigoso
falar com estranho na rua? Na rua, sim! Na Internet, não?”.
27 Assista ao vídeo nos links http://youtu.be/mUOTdC_if1s (parte 1) e http://youtu.be/fyA_x5ecAZs (parte 2).
3%
Ótimo
97% Bom
Comunicação e exposição nas redes sociais: diálogos com estudantes e famílias maristas – 93
#vamosadiante
Conversamos com:
Enquanto gestores,
http://www.youtube.com/watch?v=vCHFAcf_mfY
http://mtv.uol.com.br/dossie/programa
Comunicação e exposição nas redes sociais: diálogos com estudantes e famílias maristas – 95
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A Comunicação na Gestão do
Planejamento Estratégico na
Rede Marista de Educação
Marcelo Cordeiro28
98 – Marcelo Cordeiro
Planejamento
29 Para ins deste trabalho, considera-se a deinição de Porter (1989), tendo macroambiente como o
ambiente total onde está inserida a organização, com suas ameaças e oportunidades, e o micro-
ambiente como o ambiente interno da empresa com seus pontos fortes e fracos, respectivamente.
Comunicação e planejamento
Referências bibliográicas
TZU, Sun. A arte da guerra: por uma estratégia perfeita. São Paulo:
Madras, 2003.
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Comunicação e
Gestão Educacional
Alexander Goulart30
Referências bibliográicas
CMC Editora
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