Intervenções Terapêuticas No Processo de Luto
Intervenções Terapêuticas No Processo de Luto
Intervenções Terapêuticas No Processo de Luto
LUTO
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 21
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NOSSA HISTÓRIA
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Luto e perdas repentinas: contribuições da Terapia Cognitivo-
Comportamental
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sobressaltavam-se a culpa e o medo, fazendo com que iniciassem o processo
na busca de salvação no além. Nesse sentido, Giacóia (2005) refere que boa
parte dos judeus e dos cristãos acreditam na ressurreição, na passagem para o
inferno ou paraíso, dependendo dos pecados cometidos na Terra.
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abrange inúmeras representações do significado da morte. Hoje a morte é vista
como um tabu, cercada por mistérios, crenças, e, independentemente de suas
causas ou formas, ocorrem frequentes negações sobre esse tema obscuro e
encoberto, um assunto do qual não podemos fugir, pois mais cedo ou mais tarde
vamos nos deparar com isso em nossas vidas (Combinato & Queiroz, 2006). No
entanto, geralmente as pessoas não estão preparadas para lidar com a finitude
humana, o que torna mais difícil e delicada a aceitação do encerramento do ciclo
da vida (Barbosa, 2006).
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por exemplo, devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral), a acidentes
automobilísticos, a suicídio, etc. As pessoas próximas ficam tentando encontrar
os porquês, os detalhes das mortes (como foi, onde foi). Elas precisam achar um
entendimento racional de como aconteceu, isso lhes é fundamental para aliviar
a dor, ansiedade e confusão do enlutado (Moura, 2006).
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encontraram encorajados a solicitar algum tipo de auxílio (Crepaldi & Lisboa,
2003). No entanto, algumas delas acabam por buscar ajuda, nos consultórios
médicos e psicológicos, com intuito de findar com a dor e a reorganização de
suas vidas.
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acometidos pela perda do ente querido (Basso & Marin, 2010). Estas são
algumas falas que podem ser encontradas em estudos, as quais nos revelam
algumas crenças sobre a morte para os participantes das pesquisas, para
alguns, trazendo certo conforto e alívio ao acreditarem e se apegarem aos
credos e princípios de cada religião, buscando subsídios e influenciando na
maneira de pensar e aceitar a morte (Gutierres & Ciampone, 2007).
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Kübler-Ross, referência no assunto, propôs cinco estágios: a negação e o
isolamento, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação.
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mais negarem, mais dificilmente chegarão a este último estágio. Cabe ressaltar
que, esses estágios não são um roteiro a ser seguido e que podem sofrer
alterações de acordo com cada perspectiva pessoal.
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interferem no funcionamento emocional de uma pessoa. Como mencionado
anteriormente, perdas repentinas refletem um grau ainda maior de dificuldades
em relação a uma perda que pode ser, de certa forma, preparada. Podem
interferir a ponto de incapacitar a pessoa de ressolucionar esses problemas,
levar o indivíduo a desenvolver um funcionamento disfuncional como resposta à
perda, como por exemplo, o luto complicado.
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ativados devido a uma situação, alterando e predominando sobre humor bem
como sobre o comportamento de um indivíduo.
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Crenças do esquema de abandono também são ativadas no anseio. É o
momento em que os enlutados passam a buscar incessantemente pela pessoa
que partiu, hipergeneralizando: "Se ele me deixou, as outras pessoas vão me
deixar também". A barganha tem relação com a manutenção esquemática, pois
envolve perdas e ganhos. Este também é o momento em que os indivíduos
fazem acordos ou negociações com o intuito de alcançar algo profundamente
desejado. Ou tudo ou nada: "Se Deus não atender meu pedido, não sei o que
será de mim".
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Como intervir dentro de uma perspectiva breve cognitivo-
comportamental
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Sugestiona-se ao terapeuta expressar empatia, respeitar e adequar-se ao
o ritmo do paciente, principalmente no decorrer do uso das estratégias e técnicas
terapêuticas. Adequar-se ao funcionamento do paciente e não confrontar
diretamente com ele, pois há grandes chances de ele desenvolver resistência ao
tratamento. Outro ponto importante é não fornecer informações nem
desnecessárias nem insuficientes, não negar dados que lhe são solicitados, para
que se evitem maiores distorções cognitivas. Sempre que possível, indica-se
estimular a autoeficácia do enlutado, para que ele tenha conhecimento das suas
capacidades estratégicas e condições para lidar com esse momento difícil (Miller
& Rollnick, 2001).
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comportamentos devido às crenças (Flavell, 1979). Recomenda-se que, diante
de uma situação aversiva, o paciente identifique o que está fazendo, pensando,
sentindo. É o pensar sobre o pensamento: "Desde quando fulano faleceu, as
pessoas não me procuraram mais [...]. Se esse pensamento fosse verdade,
como me sentiria?".
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pode ser usado o modelo A-B-C (A=situação, B=pensamento, C=consequência)
para auxiliar o paciente a identificar a situação perturbadora e o pensamento
automático: "O que aconteceu para eu me sentir assim?"; "O que passou pela
minha cabeça?". Identificado esse pensamento, o segundo passo é avaliar a
veracidade desse pensamento: "Que evidências eu tenho para comprovar esse
pensamento?"; "Esse pensamento é realista?". Num último momento, orienta-se
o paciente a desafiar e substituir o pensamento por afirmações mais racionais:
"Qual vantagem tenho em manter esse pensamento irracional?"; "Qual seria o
pensamento saudável nessa situação?".
Em termos de técnicas
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pensamentos, pode-se utilizar outra técnica, a flecha descendente para
encontrar as crenças centrais que geraram tais emoções e comportamentos ao
paciente (Beck, 1997).
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morte e seus pensamentos disfuncionais. Outro item básico é que as técnicas e
estratégias cognitivas e comportamentais possam aumentar as características
adaptativas e auxiliar na tomada de decisões e na busca de novas atividades e
relacionamentos, a fim de melhor elaborar a perda.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
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sintomas gerados pela perda repentina. De acordo com os teóricos
embasadores da TCC, os comportamentos são regidos pelos pensamentos, que
na maioria das vezes apresentam-se disfuncionais, desadaptativos, causam
sofrimento aos indivíduos, inabilitando e incapacitando na reorganização de suas
vidas, em grau maior se influenciados por um evento estressor que é a perda
repentina de um ente querido. Portanto, podem ser utilizados alguns
instrumentos como estratégias e técnicas psicoterapêuticas que colaboram para
o alívio de sintomas e a melhora do paciente.
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REFERÊNCIAS
Beck, A. T., Rush, A. J., Shaw, B. F., & Emery, G. (1979). Cognitive
therapy of depression: a treatment manual. New York: Guilford Press.
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Dattilio, F. M., & Freeman, A. (2004). Estratégias cognitivo
comportamentais de intervenção em situações de crise (M. A. V. Veronese,
Trad.). Porto Alegre: Artmed. (Original publicado em 2000).
Lisboa, C., Koller, S. H., Ribas, F. F., Bitencourt, K., Oliveira, L.,
Porciuncula, L. P., et al. (2002). Estratégias de coping de crianças vítimas e não
vítimas de violência doméstica. Psicologia: Reflexão e Crítica, 15(2),345-362.
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Lückemeyer, R. M. B. (2008). Aonde está você agora além de aqui dentro
de mim? Um estudo de caso acerca do luto materno decorrente de morte trágica.
Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Psicologia, Universidade do Sul de
Santa Catarina. Palhoça - SC.
Young, J., Klosko, J., & Weishaar, M. (2008) Terapia do esquema. Guia
de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed.
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