A Influência Da Mídia No Tribunal Do Júri: Universidadepotiguar Camila de Medeiros Araújo Maria Rita Bezerra de Farias
A Influência Da Mídia No Tribunal Do Júri: Universidadepotiguar Camila de Medeiros Araújo Maria Rita Bezerra de Farias
A Influência Da Mídia No Tribunal Do Júri: Universidadepotiguar Camila de Medeiros Araújo Maria Rita Bezerra de Farias
NATAL/RN
2022
1
CAMILA DE MEDEIROS ARAÚJO
MARIA RITA BEZERRA DE FARIAS
Orientador:Prof./Me.Rodrigo Cavalcanti
NATAL/RN
2022
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MARIA RITA BEZERRA DE FARIAS
CAMILA DE MEDEIROS ARAÚJO
BANCA EXAMINADORA
3
AGRADECIMENTOS
4
RESUMO
A pesquisa científica pretende analisar a influência das mídias sociais dentro dos
julgamentos dos crimes de capacidade do Tribunal do Júri. O tema da pesquisa
discorre acerca da temática: “Processo Penal: A influência do Mídia no Tribunal do
Júri”. Os objetivos abordados no estudo é de: analisar a metodização do tribunal, a sua
trajetória ao longo da história no Brasil e nos dias atuais, com ênfase na evolução do
Júri; demonstrar, de acordo com a Constituição, os princípios que à regem sobre o
tema, relatar também sobre a influência da mídia e a facilidade ao acesso de
informações e de como isso fere a um princípio fundamental que é o da presunção da
inocência e de outras garantias constitucionais; consoante à isso, demonstrar como há
a manipulação da imprensa de acordo com as informações, nelas divulgadas, para
com a sociedade; Expor e analisar casos reais que repercutiram mundialmente devido
a explanação exacerbada da imprensa. Através do estudo realizado foi possível
averiguar a divergência entre dois princípios de suma importância, que são eles o
principio da liberdade de imprensa e a presunção de inocência, no qual, o último citado
predomina em relação ao primeiro, pois é necessário que o réu possua um julgamento
humano, fora de influência midiáticas, manifestando assim, a firmeza dos jurados na
hora de sentenciar os fatos que estão resguardado pelo Código Penal.
5
CRIMINAL PROCEDURE: MEDIA INFLUENCE IN JURY
ABSTRACT
The scientific research intends to analyze the influence of social media within the trials
of crimes of capacity of the Jury Court. The subject of the research discusses the
theme: "Criminal Procedure: The influence of the Media in the Jury Court". The
objectives addressed in the study is to: to analyze the methodology of the court, its
trajectory throughout history in Brazil and today, with emphasis on the evolution of the
Jury; to demonstrate, in accordance with the Constitution, the principles that govern it
on the subject, to also report on the influence of the media and the ease of access to
information and how this hurts a fundamental principle, which is the presumption of
innocence and other constitutional guarantees; Accordingly, demonstrate how there is
the manipulation of the press according to the information disclosed to society; expose
and analyze real cases that have reverberated worldwide due to exacerbated
explanation of the press. Through this study it was possible to verify the divergence
between two principles of utmost importance, which are the principle of freedom of the
press and the presumption of innocence, in which the latter prevails over the former,
because it is necessary that the defendant has a human trial, outside media influence,
thus manifesting the firmness of the jurors when sentencing the facts that are protected
by the Penal Code.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8
1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TRIBUNAL DO JURI ......................... 9
1.1 A IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO... 10
1.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS CORRELATOS AO TRIBUNAL DO JÚRI... 11
SOBERANIA DOS VEREDICTOS............................................................................ 11
AMPLA DEFESA E PLENITUDE DE DEFESA......................................................... 11
SIGILO DAS VOTAÇÕES......................................................................................... 12
ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI............................. 12
2 INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO BRASIL................................................................... 13
2.1 LIBERDADE DE IMPRENSA X PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.........................14
3 DA INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA DECISÃO DOS JURADOS E SEUS EFEITOS. 15
3.1A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI: CASOS CONCRETOS. 18
3.2 O CASO ISABELLA NARDONI........................................................................... 19
3.3 OUTROS CASOS QUE OBTIVERAM DESTAQUE NA MÍDIA.......................... 21
CONCLUSÃO........................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ........................................................................................................25
7
INTRODUÇÃO
O Tribunal do Júri é o Orgão do Poder Judiciário que tem a função de julgar os
crimes dolosos contra a vida ou equiparados. O mesmo, é composto pelos membros
da sociedade que irão julgar de acordo com o seu entendimento e ponto de vista em
relaçao a assuntos que vem tendo maior repercusão nas ruas e até mesmo nas mídias.
Dessa forma, os réus que fazemparte da Competência do Tribunal do Júri, já chegam
no plenário praticamente condenados,antes mesmo do início do julgamento.
Sendo assim, mostra-se o quanto fica prejudicado o princípio da presenunção de
inocência, já que é de extrema importância para o Direito Penal,tendo em vista que a
Lei brasileira deixa claro que o réu deverá ser considerado inocente até que se prove
ao contrário,ou até que seja dada a decisão final em relação a testemunhas, provas
concretas, e quais sejam defesas e Ministério Público,pois, o réu tem o direito de r
usufruir de todos os meios de provas para que se comprove sua inocência.
Por conseguinte, os meios de comunicação se aproveitam para passar
informações ao público relacionadas aos crimes contra a vida , que venham favorecer
a mídia e que possam perssuadir os telespectadores para tal ponto de vista,chegando
até requerer das autoridades uma conduta altamente punitiva.
Tendo em vista, a situação exposta pela presente pesquisa científica, a temática
procura passar a grande importancia em zelar pela garantia constitucional que é
chamada “Presunção de Inocência”, a qual sera conduzido e julgado pelo Tribunal do
Júri, em casos que houver grande repercussão , bem como a facilidade de alcançar a
justiça que tanto se almeja, com a inspeção de jurados não preparados,apenas com
conhecimentos que foram repassados através da mídia e pelas provas nos autos dos
processos.
Pretende-se visar, nesta breve análise, a grande importância ao estudo da mídia
a qual faz parte do julgamento do tribunal do júri, avaliar também a ligação existente
quanto a presunução de inocência do réu e o papel dos jurados em relação aos crimes
contra a vida.
Todo exercício desenvolvido propende trazer a solução para a problemática qual
seja: “Existe conflito entre o princípio da liberdade de imprensa e o princípio da
presunção de inocência”?
8
TRIBUNAL DO JÚRI NO BRASIL
De acordo com o significado latino a palavra Júri significa:“fazer juramento, no
qual se baseia ao juramento manifestado pelos mandatários da associação que
compõem esta instituição”. Com base constitucional no artigo 5, parágrafo 38, da Carta
Magna de 1988, o Tribunal do Júri é eficaz para julgar os crimes dolosos contra a vida
ou equiparados.
Vale salientar que o Tribunal do Júri possui síntese de grande destaque , já que
nessa instituição se sobressai a democracia,tendo esse atributo como principal
caracteristica, além dos réus serem apontados por representantes da sociedade, e o
mesmo preserva os princípios constitucionais.
11
[...] defesa ampla é uma defesa cheia de oportunidades, sem restrições, é a
possibilidade de o réu defender-se de modo irrestrito, sem sofrer limitações
indevidas, quer pela parte contrária, quer pelo Estado-juiz, enquanto que
defesa plena é uma defesa absoluta, perfeita, completa, exercício efetivo de
uma defesa irretocável, sem qualquer arranhão, perfeição, logicamente dentro
da natural limitação humana.
Deste modo, de acordo com Paccelli (2011, p. 46), a defesa deve ser perfeita,
pela razão do patrono estar preparado em direção a tribuna e do réu de socorrer-se da
capacidade de auto se defender. Sendo este ouvido no interrogativo e tendo seu
depoimento levado em instância pelo magistrado presidente, feito por ensejo de
preparação do questionário.
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2.1 LIBERDADE DE IMPRENSA X PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Segundo o dicionário Dício (2018), mídia é conceitua como:
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O Estado possui o poder de punir, e regularmente trata o acusado como
culpado, diante desse quadro, surge o princípio da presunção de inocência, com o
intuito de ater o poder de punição que o Estado poussi, tal principio está presente na
Constituição Federal(1988), artigo 5º, inciso LVII.
O artigo constata que ninguém pode ser culpado enquanto não houver o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória. Por isso, o principio da presunção da
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inocência é uma garantia fundamental tão imporante.
É de suma importância, analisar a divergência presente entre a liberdade de
imprensa e a garantia do principio de presunção de inocência, visto que, quando um é
exercido de forma ilimitada, o outro detém a sua garantia constitucional atacada.
Apesar do conflito existente entrre os entendimentos da liberdade de imprensa e
a presunção da inocência, estes, por sua vez, também possuem semelhanças, e
quanto a elas, Jorge D’Augustin Cruz (2013, p. 146) explica:
15
3 DA INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA DECISÃO DOS JURADOS E SEUS EFEITOS
É indubitável que a mídia, nos dias de hoje, apresenta uma grande importância
quando se fala sobre o direito á informação, visto que, nela, está presente todos os
eventos que ocorrem mundialmente, sejam eles bons ou ruins. E por isso, a população
cada vez mais aproveita desses meios para se atualizar e também se informar sobre
tudo que acontece pelo mundo. Reforçando tal entendimento, Figueiredo
Teixeira(2011, p. 15) ressalta:
A Imprensa, por sua vez, tornou-se indispensável à convivência social, com
atividades múltiplas, que abrangem noticiário, entretenimento, lazer,
informação, cultura, ciência, arte, educação e tecnologia, influindo no
comportamento da sociedade, no consumo, no vestuário, na alimentação, na
linguagem, no vernáculo, na ética, na política, etc. Representa, em síntese, o
mais poderoso instrumento de influência na sociedade dos nossos dias.
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clamor público; entre outros. Refrente ao que se diz, Carla Gomes de Mello (2010,
p.111) afirma que: “o veículo midiático sensacionalista faz da emoção o principal foco
da matéria, esquecendo-se do conteúdo da notícia a ser repassada, se é que ele
existe”.
Quando a notícia é repassada de forma recorrente, do mesmo jeito, utilizando
dos mesmos dados e opiniões acaba exercendo uma influência ainda maior sobre a
sociedade, fazendo com que as pessoas acreditem cada vez mais naquilo que está
sendo divulgado. Portanto, para conter a manipulação da sociedade pelas informações
cedidas por esses meios de comunicação é uma missão quase impossível
Referente aos crimes dolosos contra a vida, é notório que a influência da mídia
em relação a opinião pública torna-se ainda mais sensacionalista, pois a imprensa
intensifica a atenção quando se refere à estes crimes, manifestando a sociedade juízos
de valor sobre a infração cometida. Por propagarem a informação com as mesmas
opiniões sobre o delito, os leitores, por sua vez, são influenciados diretamente pela
opnião exposta nos meios de comunicação. Sobre o tema Lopes Filho (2008, p. 81)
expõe que:
[...] A mídia está presente na vida de todo e qualquer cidadão, durante as vinte
e quatro horas diárias, despejando toda e qualquer sorte de informações. Há
uma massificação evidente, especialmente na esfera criminal, quando o
noticiário, a respeito de determinado evento, monopoliza quase todos os
horários da mídia falada e escrita.
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indefesos.
Para que o público tenha ainda mais interesse diante do caso, a imprensa faz
questão de divulgar o nome dos suspeitos, interferindo na vida pessoal destes, bem
como, dos seus familiares, expondo-os assim,ao julgamento da sociedade. Como
explica Denardin Budó (2006), as notícias sobre os crimes “são tratadas sempre de
uma forma maniqueísta. Divide-se os dois lados da questão: o bem e o mal, sendo que
de cada lado há um estereótipo a ser reforçado, e todos devem assumir seus papéis”.
Tal realidade provoca a emissão de juízos de valor divulgadas pelos meios de
comunicação, interferindo fortemente no princípio da presunção de inocência, tornando
impossível defender o acusado. Com isso surge na população um clamor para que seja
feita a justiça, uma imploração pela condenação do acusado, a vontade de aquele, que
na visão de todos, é culpado pelo crime não seja impune.
Em virtude desse clamor e da necessidade da punição penal para aliviar o
aparato das pessoas, surgem novos tipos penais, como por exemplo o aumento de
penas já existentes, como diz Denardin Budó (2006, p. 5):
18
3.1 A MÍDIA E SUA INFLUENCIA DO TRIBUNAL DO JURI: CASOS CONCRETOS
Para uma melhor compreensão do que está sendo demonstrado, é válido expor
e analisar alguns casos reais de grande repercurção, em que há a prática de crimes
dolosos contra a vida, e que a mídia, por sua vez, com sua grande repercurção, causou
um alarde na população, propagando, dessa forma, nacionalmente e até
internacionalmente os casos e causando uma enorme manifestação nas pessoas
Para aplacar tamanha avidez por novidades, haja exposição do tema na mídia.
Todos os dias, a estorinha da morte da criança é contada e recontada, na TV,
no rádio, na internet e nos jornais impressos, do mesmo modo como é tratado
o resultado do “paredão”, uma partida de futebol decisiva, um capítulo final de
novela ou mesmo um detalhe picante da vida de uma “celebridade” televisiva.
O que pouca gente consegue entender é que há uma inversão neste caminho.
Não foi entre o público que surgiu o interesse pela morte de Isabella,
demandando uma produção contínua de notícias sobre o caso. Foi, sim, a
própria mídia quem construiu esse interesse, levando o público a uma
comoção. Quem preferir pode chamar esta prática de manipulação, mas, no
jornalismo, ela tem o nome de “agendamento”.
A Revista Veja, em suas publicações fez uma edição usando fotos do casal na
capa onde dizia a seguinte frase: “Foram eles”. Demonstrando assim, que a mídia
influencia gradativamente as pessoas, utilizando de jornais, programas de TV e rádio,
revistas para induzir o clamor sobre a condenação do casal. Além disso, a revista Veja
publicou em forma de quadrinhos uma espécie de narração,mostrando como o pai e a
madrasta teriam cometido o assassinato de Isabella.
Sobre isso, Gomes de Mello (2010), em relação à influência da mídia no caso
Isabela Nardoni dizendo que:
21
Bruno, assim como no caso dos Nardoni, teve também sua honra e também sua
vida violadas, foi indiciado e condenado primeiramene pela imprensa, e já chegou no
Tribunal como réu, sendo sentenciado a cumprir 22 (vinte e dois) anos e 3 meses de
reclusão. Ou seja, a opnião das pessoas novamente foram influenciadas pelas
transmissões divulgadas pelos meios de comunicação.
Além deste, outro crime que teve muita repercursão midíatica foi o de Susana
Von Richothofen, ocorrido em São Paulo, no ano de 2002, em que fora assassinados
Manfred e Marísia Von Richothofen.
Pelo fato de ter como principal acusada a filha do casal, Suzana, esse caso
ganhou um grande clamor na sociedade. Além dela, também estavam envolvidos os
“Irmãos Cravinhos”, Daniel e Cristian, seu namorado e cunhado, respectivamente. Por
esse motivo, mais de cinco mil pessoas se inscreveram para ocupar as cadeiras
disponíveis ao público no Tribunal do Júri de São Paulo. Sobre a influência da mídia
nesse caso, Prates e Tavares (2008) expõem a cerca da influência da mídia nesse
caso, dizendo:
A imprensa possui liberdade sobre noticiar os fatos, portanto, estes, devem ser
divulgados de forma imparcial, e analisada a veracidade sobre a informação. Vale
salientar que as noticias propagadas não devem ter intenção de conundir as pessoas
que estão recebendo, nem gerar uma ideia imprecisa sobre a informação,mas sim
corresponder com a realidade de forma exata.
Sobre as notícias que Acerca das notícias que causa opiniões divergenter a
veracidade dos fatos, Mello (2010, p. 107) afirma:
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Quando a imprensa realiza uma condenação prévia, é difícil não ter uma
influência sobre a sociedade. Muitas vezes,são jurados leigos,que nem se quer podem
acessar o processo, e nem tem conhecimento sobre o seu procedimento, ou seja, sem
nenhuma base no direito acreditam somente no que a mídia veicula e suas
informações malíciosas.
É valido salientar que a imprensa na sua forma de atuação legitima seus
argumentos, fazendo com que pareça que o que está sendo dito é um reflexo do
pensamento da sociedade, mesmo esta sendo tão impiedosa, e por isso, propaga
noticias distorcidas da realidade, sem ética, e até mesmo sem responsabilidade.
Influenciando desta forma a opnião popular e o julgamento dos crimes do Tribunal do
Júri, tirando dos acusados a chance de se defender
Ainda assim, é importante ressaltar que o futuro do indíviduo e sua liberdade é o
bem tutelado. E por essa razão, os jurados não podem se deixar influenciar por
informações exarcebadas e inverídicas divulgadas pela mídia, como também pelo
apelo social. Para julgar os crimes do Tribunal do Júri os responsáveis devem se
basear apenas na suas prórpias conviccões e opiniões acerca do tema discutido.
É importante ressaltar a composição atual do Tribunal do Júri, assim como, a
sua função e a da imprensa a respeito da globalização e disseminação de informações,
pois como ressalt o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (1999): “A liberdade criou a
imprensa. E a imprensa não deve se transformar na madrasta da liberdade”.
Consoante à isso, não há como seguir inerte ao que foi apresentado. É
necessário que se tomem medidas para poder regularmentar, todo o sistema normativo
e não somente ao Tribunal do Júri, visto que, a mídia interfere de forma aguda no
desempenho deste e de outras organizações e institutos penais.
CONCLUSÃO
A análise feita sobre o tema apresentado no trabalho científico apresentado,
procedeu as seguintes conclusões a seguir designadas.
É notório a relevância dada pela sociedade aos crimes e a violência. E a mídia
por sua vez, utiliza disso para explorar esses assuntos de forma acentuada,
distorcendo fatos e ferindo a dignidade dos envolvidos, tornando o acusado
previamente acusado, antes mesmo de existir a sentença penal condenatória.
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É possível, mediante o presente estudo analisar de forma detalhada o poder e
influência que os meios de comunicação desempenham sobre o processo penal, a
população, sobre o Conselho de Sentença e também sobre os julgamentos realizados.
A mídia coloca em perigo a imparcialidade dos jurados, ao exercer o seu forte
poder, ferindo assim, o principio fundamental da presunção de inocência. Havendo
assim, um choque entre essa garantia e a liberdade que a imprensa possui..
Por isso, a opinião propagada pelas mídias sociais são consideradas como
verdade absoluta em relação aos fatos expostos, fazendo com que ocorra ainda mais
um alarde na sociedade, cobrando uma atuação severa do instituto penal. Além disso
há difusão de opiniões para que os suspeitos sejam condenados perante a sociedade,
fazendo com que antes de chegar ao Tribunal do Júri, a sentença penal, transite
primeiramente pelas pessoas.
Com o propósito de retratar sobre como a mídia pode influenciar no Tribunal do
Júri, e utilizando alguns métodos de pesquisa como o bibliográfico, o exegético-jurídico
e também coletando dados através de pesquisas documentais, o trabalho de
investigação cientifica, que deu inicio com um debate acerca do Tribunal do Júri,
averiguando a sua origem e evolução no Brasil, como também a sua importância e os
crimes do seu domínio, logo após encaminhando-se para sua organização e
estruturação.
O próximo capítulo empenhou-se em explicar alguns príncipios constitucionais
relacionados ao Tribunal do Júri, e consecutivamente demonstrar o estudo sobre a
influência da mídia no Brasil, gerando um debate sobre o choque entre os conflitos de
liberdade de imprensa e o príncipio da presunção da inocência.
Após ser alcançado o objetivo principal do presente trabalho, foram examinados
as formas em que a mídia pré- julga os acusados, sendo colocado em evidência casos
reais e recentes, de muita repercussão, tais como: Isabella Nardoni, Goleiro Bruno,
finalizando com Suzane Von Richothofen. De acordo com a análise dos casos
expostos, pôde-se perceber a forte influência da mídia sobre a opinião pública e ainda
também sobre o pensamento crítico dos jurados que fazem parte do corpo de sentença
do Tribunal do Júri, seguindo de sentimentos obscuros de violência, terror e uma busca
incansável por justiça.
Portanto, foi-se alcançados os objetivos propostos e também foi possível
confirmar a situação evidenciada na formulação do problema, ou seja, analisando se a
influência da mídia na opinião pública interfere no não cumprimento do Princípio da
24
Presunção da Inocência e no julgamento dos crimes encarregados pelo Tribunal do
Júri, foi possível concluir que há sim a interferência da mídia na opinião pública e que
isso reflete diretamente nas decisões dos murados que fazem parte do conselho de
sentença do Tribunal do Júri.
O que se almeja da mediante pesquisa, na qual, resultou a elaboração deste
trabalho científico é que possa servir de estímulo para que os operadores do Direito
estudem e se aprofundem sobre o tema, tendo em vista a sua fundamental relevância,
e que sirva de contribuição para os membros da sociedade, assim como os
acadêmicos.
REFERENCIAS
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jurídicabrasileira. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999.
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