Soft Starters e Inversores de Acionamento de Motores CA

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ELETRÔNICA

DE POTÊNCIA II
E ACIONAMENTOS
ELÉTRICOS E
ELETRÔNICOS

Mateus José Tiburski


Soft starters e inversores
de acionamentos
de motores CA
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os tipos de acionamento de motores CA.


„„ Analisar o funcionamento e as aplicações das chaves de partida soft
starters.
„„ Explicar o funcionamento e as aplicações dos inversores.

Introdução
A vasta aplicação dos motores CA deu-se por uma série de vantagens,
como o tamanho reduzido e o maior rendimento, se comparados aos mo-
tores CC, reduzindo o consumo de energia elétrica, além de terem menor
aquecimento das partes construtivas. Outro fator decisivo para o uso de
motores CA é o custo reduzido dos componentes para sua construção,
enquanto os CC demandam um maior número (MARTINEWSKI, 2016). Os
motores CA têm acionamento elétrico para partida, seja a alimentação de
forma indireta ou direta, dependendo da rede de alimentação disponível.
Isso porque, para cada forma, existe uma demanda de tensão corrente,
interferindo diretamente no dimensionamento dos dispositivos elétricos
e nos condutores.
Neste capítulo, você estudará os tipos de acionamento de motores CA,
com destaque ao funcionamento e às aplicações das chaves de partida
soft starters e dos inversores.
2 Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA

1 Tipos de acionamento de motores CA


A escolha entre os tipos de acionamento de motores elétricos dá-se conforme
as necessidades dos meios onde são inseridos. Também se pode definir o acio-
namento de motores CA pelos tipos de partida, pois é na de um motor elétrico
que se encontra o momento mais crítico, onde consomem uma corrente mais
elevada do que em serviço contínuo. Isso acontece devido à mudança de um
estado de inércia do motor, que causa um pico de corrente, podendo variar
a corrente nominal do motor na faixa de seis a oito vezes. As condições de
partida de motores CA influenciam a amplitude e o tempo do pico da corrente
inicial (FRANCHI, 2014). Uma partida sob carga terá um pico maior do que
a vazio, chegando até dez vezes do valor normal. Essa alta corrente pode
interferir diretamente nos dispositivos de proteção dos circuitos de comando,
além de sobrecarregar a rede alimentadora e seus condutores. A Figura 1,
a seguir, relaciona a corrente de partida com a velocidade angular.

(corrente de partida)
Corrente

N
Velocidade angular

Figura 1. Relação entre corrente de partida e velocidade angular do motor.

Segundo Franchi (2014), no acionamento de motores CA, leva-se em con-


sideração a velocidade do motor, que é praticamente nula. Assim, tem-se a
corrente máxima, que se mantém até um valor próximo da velocidade de
trabalho do motor nominal. Pode-se afirmar que a corrente consumida por
Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA 3

um motor é em função da tensão aplicada sobre ele, como mostra o gráfico


na Figura 2, a seguir.

Corrente

Tempo (s)
Figura 2. Variação de corrente do motor devido à redução
da tensão.

Assim, a função das chaves de partida é a redução da tensão durante a


partida do motor e, depois, a aplicação de tensão nominal, quando o motor já
estiver em condição de trabalho. Desse modo, pode-se classificar os aciona-
mentos de motores CA em diferentes chaves de partida, podendo, ainda, ser
divididos em duas categorias: partida direta e indireta.

Partida direta
A partida direta é o método no qual o motor é conectado diretamente à rede
de disjuntores que vem da rede de energia elétrica. Esta partida é tradicional
em motores elétricos trifásicos, quando se deseja fazer uso do máximo de
desempenho do motor. Dessa forma, o torque de partida pode ser aprovei-
tado, no entanto, suas características são: alta corrente de partida — cerca de
8 vezes a corrente nominal — e, por consequência, necessidade de dispositivos
de acionamento e condutores mais robustos.
4 Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA

Franchi (2014) afirma que a partida direta é a forma mais simples de


arrancar um motor elétrico, na qual as três fases estão ligadas diretamente
ao motor, ocorrendo um pico de corrente. No entanto, a partida direta de
um motor trifásico deve ser executada sempre que possível. Por regra das
concessionárias de energia elétrica, só podem ser acionados por partida direta
motores de 5 CV e 10 CV em instalações industriais.
A partida direta deve ser realizada nos casos em que: haja baixa potência
do motor, de modo a limitar as perturbações originadas pelo pico de corrente;
a máquina movimentada não necessite de uma aceleração progressiva e esteja
equipada com um dispositivo mecânico (redutor) que evita uma partida muito
rápida; o conjugado de partida é elevado (FRANCHI, 2014). Na Figura 3,
a seguir, pode-se verificar o diagrama de comando juntamente com o de força
da chave de partida direta.

L
L1 L2 L3
95
FT1
96
F1.2.3

S0

13
S1 K1
14 FT1

K1 H1
M
~3
N

Figura 3. Diagrama de força e de comando de uma partida direta.


Fonte: Franchi (2014, p. 156).
Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA 5

Para interpretar o diagrama de comando da partida direta de um motor trifásico é


preciso saber diferenciá-lo do diagrama de potência. O diagrama de comando é
uma representação simplificada, podendo ser unipolar nas ligações — em resumo,
é a ligação de todos os componentes e condutores da ligação elétrica. Além disso, o
diagrama de comando é a representação esquemática e lógica de contatos que são
responsáveis por acionar os componentes de potência. O diagrama de potência, ou
diagrama de força, é a representação dos componentes de potência, como o motor,
o relé térmico e os fusíveis de proteção. Para saber mais sobre o dimensionamento e
conhecimento dos componentes de ambos os diagramas leia a partir da página 156
do livro Acionamentos elétricos, de Claiton Moro Franchi, publicado pela Editora Érica
em 2008. Como complemento, você pode ler a partir da página 33 do livro Eletrônica
de potência e acionamentos elétricos, de Alan Kardek Rêgo Segundo e Cristiano Lúcio
Cardoso Rodrigues, publicado pelo campus Ouro Preto do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais em 2015 e disponível na internet.

Partida indireta
Pelo fato de o acionamento com partida direta aplicada em motores trifásicos
apresentar uma alta corrente de partida, mostra-se atraente a utilização da
partida indireta. Esta consiste no método de redução da corrente de partida
que in luencia diretamente no dimensionamento dos dispositivos elétricos
que compõem a partida do motor elétrico. Para a partida indireta, existem
várias formas de reduzir a corrente de partida de um motor elétrico trifásico,
pois, reduzindo a corrente de partida do motor, também se reduz o conjugado/
torque. Em virtude disso, existem opções de partida em função da aplicação
escolhida. Dentre elas, pode-se citar algumas principais: partida estrela-
triângulo, partida compensadora e partidas eletrônicas.
6 Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA

Partida estrela-triângulo
A partida estrela-triângulo consiste na alimentação do motor com uma redução
de tensão nas bobinas durante sua partida. O motor parte em estrela, isto é,
com uma tensão de 58% da tensão nominal, e, após certo instante, a ligação
é convertida em triângulo, assumindo, por fim, a tensão nominal em regime
(FRANCHI, 2014; PETRUZELLA, 2013). A chave de partida estrela triângulo
reduz a corrente em 33% da nominal e, respectivamente, o torque também em
33%. Assim, esse método se mostra aplicável para partida de motores sem
carga (a vazio) ou com cargas que apresentem conjugado resistente baixo
e praticamente constante (SEGUNDO; RODRIGUES, 2015). Na Figura 4,
a seguir, é apresentado o diagrama de ligação de comando e de força da chave
de partida estrela-triângulo.

(a) (b)

Figura 4. Diagrama de potência e de comando de uma partida estrela-triângulo:


(a) potência; (b) comando.
Fonte: Automação... (2013, p. 24).
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Partida compensadora
A partida compensadora alimenta o motor com tensão reduzida em suas
bobinas durante a partida. Essa redução é feita por meio da ligação de um
autotransformador em série com as bobinas do motor. De acordo com Segundo
e Rodrigues (2015), esse autotransformador possui, geralmente, taps (pontos de
ajuste com diferentes níveis de tensão) de 50%, 65% 80% da tensão nominal.
A partida compensadora geralmente é utilizada em motores com potência
superior a 15 CV, sendo o autotransformador ligado em estrela e tendo potência
igual ou superior à do motor (FRANCHI, 2014). Ainda, tem como principal
vantagem a robustez, podendo ser utilizado em qualquer motor trifásico.
Diferentemente da partida estrela-triângulo, esta necessita de apenas três
terminais do motor. Além disso, mesmo ocorrendo a comutação dos contatores,
o motor sempre permanece energizado, e a corrente de partida é reduzida,
aproximadamente, 42% e 65% da corrente de partida. No entanto, devido
ao autotransformador, o custo, a manutenção e o espaço de instalação são
maiores. A Figura 5, a seguir, apresenta uma partida de chave compensadora.

(a) (b)

Figura 5. Diagrama de potência e de comando de uma partida compensadora: (a) potência;


(b) comando.
Fonte: Automação... (2013, p. 34).
8 Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA

Partidas eletrônicas
Com o desenvolvimento da eletrônica de potência, há o aumento da viabilidade
econômica para usufruir do uso de chaves eletrônicas de partida para motores,
sendo as mais utilizadas: soft-starter e inversores de frequência. Esses dispo-
sitivos têm como principal finalidade reduzir a corrente de partida de motores,
entretanto essas partidas eletrônicas diferenciam-se por sua construção e seu
princípio de funcionamento. A Figura 6, a seguir, mostra esses dois tipos de
partidas eletrônicas apresentados comercialmente.

(a) (b)

Figura 6. Partidas eletrônicas comerciais: (a) inversores; (b) soft-starters.


Fonte: (a) Adaptada de Guia... (2005); (b) Adaptada de Automação... (2019).

Para interpretar o diagrama de comando e o diagrama de força dos tipos de partida


estrela-triângulo, compensadora e eletrônica para um motor trifásico e para saber
mais sobre o dimensionamento e conhecimento dos componentes dos diagramas,
leia a partir da página 158 do livro Acionamentos elétricos, de Claiton Moro Franchi,
publicado pela Editora Érica em 2014.
Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA 9

Conforme apresentado anteriormente, é possível compreender melhor os


tipos de acionamento de motores CA, detalhando as partidas mais comumente
utilizadas de acordo com a aplicação selecionada, além de algumas vantagens
e desvantagens de cada uma. O método mais simples e mais barato é a partida
direta. Entretanto, a corrente assume valores altos na faixa de 4 até 12 vezes o
valor da corrente nominal, interferindo diretamente no dimensionamento do
sistema de alimentação e dos dispositivos que fazem parte do circuito elétrico
que alimenta o motor. Para isso, apresenta-se como solução o emprego das
partidas indiretas, como partida estrela-triângulo e partida chave compensa-
dora — ambas com o objetivo de reduzir a corrente de partida. Ainda existem
métodos mais eficientes de partida com o uso de dispositivos eletrônicos,
como soft-starter e inversores.

2 Funcionamento e aplicações de soft-starters


De acordo com Segundo e Rodrigues (2015), quando o acionamento elétrico
não exige variação da velocidade do motor, querendo-se apenas uma partida
mais suave, de forma que se limite à corrente de partida, evitando-se quedas de
tensão da rede de alimentação, uma ótima opção consiste no uso de soft-starters.
Franchi (2014) destaca que as chaves de partida soft-starters são destina-
das ao comando de motores de corrente contínua e alternada, assegurando
a aceleração e desaceleração progressiva e permitindo uma adaptação da
velocidade às condições de operação. Por meio de um conversor com tiristores
em antiparalelo, montados de dois a dois em cada fase da rede, possibilita-se
o aumento progressivo da tensão, o que permite uma partida sem picos de
correntes. A rampa de aceleração determina o aumento da tensão de forma
progressiva, dependendo dos valores parametrizados.
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Tiristores são componentes eletrônicos especialmente desenvolvidos para se trabalhar


em corrente alternada. Quando SCR (retificadores controlados de silício) são empre-
gados, eles são utilizados na configuração em antiparalelo, permitindo o fluxo de
corrente nos dois sentidos, tal como acontece com os TRIAC. A título de comparação,
um TRIAC pode ser visualizado como dois SCR, dispostos em antiparalelo.
Para saber mais, leia a página 182 do livro Acionamentos elétricos, de Claiton Moro
Franchi, publicado pela Editora Érica em 2014 e a partir da página 68 do livro Eletrônica
de potência e acionamentos elétricos de Alan Kardek Rêgo Segundo e Cristiano Lúcio
Cardoso Rodrigues, publicado pelo campus Ouro Preto do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais em 2015 e disponível na internet.

Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento das soft-starters está baseado na utilização
de SCR (tiristores), ou melhor, de uma ponte tiristorizada na configuração
antiparalelo, que é comandada por uma placa eletrônica de controle, a fim
de ajustar a tensão de saída, conforme a programação feita pelo usuário
(MARTINEWSKI, 2016). A Figura 7, a seguir, mostra o diagrama de uma
soft-starter.
Observa-se a soft-starter que controla a tensão da rede por meio do cir-
cuito de potência constituído de seis SCR, variando, assim, seu ângulo de
disparo e o valor eficaz de tensão aplicada. Desse modo, pode-se controlar a
corrente de partida do motor, proporcionando uma partida suave de forma a
não provocar quedas de tensão elétrica bruscas na rede de alimentação, como
ocorre em partidas diretas (FRANCHI, 2014). Além disso, geralmente, podem
funcionar com a tecnologia chamada by-pass, na qual, após o motor partir e
receber toda a tensão da rede, se liga um contator que substitui os módulos de
tiristores, evitando sobreaquecimento dos mesmos (MARTINEWSKI, 2016;
SEGUNDO; RODRIGUES, 2015).
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Figura 7. Diagrama de blocos de uma soft-starter.


Fonte: Automação... (2013, p. 40).
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Aplicações
A vasta aplicação de soft-starters é evidenciada em vários setores, como
comercial, residencial e industrial, podendo ser aplicadas a bombas centrífu-
gas, alternativas (saneamento/irrigação/petróleo), ventiladores, exaustores,
sopradores, compressores de ar, refrigeração (parafuso/pistão), misturadores,
aeradores, britadores, moedores, picadores de madeira, refinadores de papel,
fornos rotativos, serras e plainas (madeira), moinhos e transportadores de carga.

Algumas aplicações e alguns detalhes do funcionamento de soft-starter podem ser


verificados no vídeo do fabricante WEG, acessando o link a seguir.

https://qrgo.page.link/Bjyaq

Diante do exposto, pode-se analisar a chave eletrônica de partida soft-


-starter, que é compacta e simples de operar. Esses equipamentos realizam
partida suave de motores, reduzindo desgastes mecânicos e picos de corrente
na partida, presentes nos outros métodos de partida vistos anteriormente.
Ou seja, uma soft-starter controla a tensão sobre o motor por meio de um
circuito de potência constituído por semicondutores específicos, além das
mais diversificadas aplicações em todos os meios de uso de motores.

3 Funcionamento e aplicações dos inversores


Com a demanda por motores CA em todos os setores de aplicação, também
aumenta a de equipamentos para controle desses motores (SEGUNDO; RODRI-
GUES, 2015). O método mais eficiente de controle de velocidade de motores,
com menores perdas no dispositivo responsável pela variação de velocidade,
consiste na variação de frequência (FRANCHI, 2014). Nos inversores de
frequência, pode-se controlar a partida e a frenagem do motor, bem como a
velocidade e o sentido de rotação dele.
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Os inversores de frequência podem ser conhecidos como conversores


de frequência, pois são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão da
rede alternada senoidal em tensão contínua e, finalmente, em uma tensão de
amplitude e frequência variáveis (SEGUNDO; RODRIGUES, 2015). Além
disso, controlam não só a velocidade do eixo, mas o parâmetro como o torque
do motor.

Princípio de funcionamento
De acordo com Segundo e Rodrigues (2015), o inversor funciona da seguinte
maneira: ele é ligado à rede, podendo ser monofásica ou trifásica, e, em sua
saída, há uma carga (geralmente um motor) que necessita de uma frequência
variável. Para tanto, o inversor tem como primeiro estágio um circuito re-
tificador, responsável por transformar a tensão alternada em contínua, um
segundo estágio, composto de um banco de capacitores eletrolíticos e circuitos
de filtragem de alta frequência e, finalmente, um terceiro estágio (composto
de transistores IGBT), capaz de realizar a operação inversa do retificador, ou
seja, transformar a tensão contínua do barramento de corrente contínua (CC)
para alternada, com a frequência desejada pela carga.
A Figura 8, a seguir, apresenta um diagrama resumido de um inversor,
onde a seção azul é o retificador; a vermelha, o circuito inversor, responsável
por transformar a tensão contínua em alternada; e a verde é o barramento
CC, utilizado para filtrar a tensão contínua proveniente da seção retificadora
(SEGUNDO; RODRIGUES, 2015, FRANCHI, 2014).

R
U

S V Motor
AC
T
W

Figura 8. Diagrama resumido de um inversor de frequência.


Fonte: Segundo e Rodrigues (2015, p. 48).
14 Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA

Aplicações
As aplicações citadas para as soft-starters também podem ser generaliza-
das estas. Entretanto, o fator que determina o uso de inversores é que estes
podem substituir sempre uma soft-starter, mas o contrário não é possível.
Ainda, a maioria dos inversores de frequência dispõe da função regulador PID
(proporcional integral derivativo), uma ação que pode ser usada para fazer
o controle de um processo em malha fechada, ou seja, sem a necessidade de
um controlador externo.
Na Figura 9, a seguir, tem-se a aplicação de um inversor para um motor
de indução, usualmente utilizado em vasto setor industrial.

Entrada
monofásica Inversor de Saída
ou trifásica frequência trifásica Motor

Figura 9. Ligação entre um inversor de frequência e um motor de indução.


Fonte: Segundo e Rodrigues (2015, p. 46).

A abordagem dos tópicos já mencionados possibilita a compreensão so-


bre os tipos de acionamento de motores CA, dividindo-se em duas classes:
as partidas diretas e as partidas indiretas. A partida direta apresenta um
alto pico de corrente e interfere diretamente no superdimensionamento dos
condutores da rede de alimentação e dos dispositivos que compõem esse
acionamento. No entanto, para potências de motores restritas a 10 CV, algumas
concessionárias de energia elétrica autorizam esse tipo de partida direta, que
é vantajoso pela simplicidade de componentes, reduzindo o custo. Já para
motores de maior potência, torna-se interessante o uso de partidas indiretas que
reduzem a corrente de partida, possibilitando o uso em diferentes aplicações,
Soft starters e inversores de acionamentos de motores CA 15

como: as partidas estrelas-triângulo, chave compensadora e chaves eletrônicas


— estas ainda se dividem em partida por soft-starters e partida por inversores
de frequência, as quais são mais eficientes e dispõem de mais benefícios que
influenciam na confiabilidade de um sistema de ligação e comando.

AUTOMAÇÃO: guia de seleção de partidas: Jaraguá do Sul: Grupo Weg – Unidade


Automação, 2013. 44 p.
AUTOMAÇÃO: soft-starters. Jaraguá do Sul: Grupo Weg – Unidade Automação, 2019.
28 p.
FRANCHI, C. M. Acionamentos elétricos 5. ed. São Paulo: Érica, 2014. 256 p.
GUIA de aplicação: inversores de frequência. 3. ed. Jaraguá do Sul: Weg Automação,
2005. 265 p.
MARTINEWSKI, A. Máquinas elétricas: geradores, motores e partidas. São Paulo: Érica,
2016. 160 p.
PETRUZELLA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: AMGH; Bookman,
2013. 372 p. (Série Tekne).
SEGUNDO, A. K. R.; RODRIGUES, C. L. C. Eletrônica de potência e acionamentos elétricos.
Ouro Preto: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais,
2015. 129 p. Disponível em: https://www.ufsm.br/unidadesuniversitarias/ctism/cte/
wpcontent/uploads/sites/413/2018/12/02_arte_eletronica_de_potencia.pdf. Acesso
em: 11 fev. 2020.

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