O documento discute a conceituação da arte e arquitetura, destacando que sua essência reside na escolha criativa do artista e não em fatores externos. Também explora como a tradição na arquitetura ocidental tem raízes no mito e poder, e influencia a preferência por certos tipos de formas em diferentes regiões. A arte grega é citada como exemplo de constância ao refinar os mesmos temas por séculos.
O documento discute a conceituação da arte e arquitetura, destacando que sua essência reside na escolha criativa do artista e não em fatores externos. Também explora como a tradição na arquitetura ocidental tem raízes no mito e poder, e influencia a preferência por certos tipos de formas em diferentes regiões. A arte grega é citada como exemplo de constância ao refinar os mesmos temas por séculos.
O documento discute a conceituação da arte e arquitetura, destacando que sua essência reside na escolha criativa do artista e não em fatores externos. Também explora como a tradição na arquitetura ocidental tem raízes no mito e poder, e influencia a preferência por certos tipos de formas em diferentes regiões. A arte grega é citada como exemplo de constância ao refinar os mesmos temas por séculos.
O documento discute a conceituação da arte e arquitetura, destacando que sua essência reside na escolha criativa do artista e não em fatores externos. Também explora como a tradição na arquitetura ocidental tem raízes no mito e poder, e influencia a preferência por certos tipos de formas em diferentes regiões. A arte grega é citada como exemplo de constância ao refinar os mesmos temas por séculos.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
BRUNO RIBEIRO JANUÁRIO
(RESUMO TEXTO LÚCIO COSTA)
São João del-Rei, março de 2024
CONCEITUAÇÃO
A arte, especialmente a arquitetura, é um reflexo essencial da
humanidade, sendo como um álbum de família que conta a história da nossa jornada através das gerações. Ela nos permite reconstruir os caminhos que percorremos, não para recuperar o tempo perdido, mas para encontrar o tempo que permanece vivo através da arte. O que define uma obra de arte é a presença eterna da paixão e do conhecimento que a moldaram. É crucial distinguir entre a essência e a ordem, pois nessa diferenciação reside a compreensão verdadeira da arte. Embora a origem da arte possa ser influenciada por fatores externos como o ambiente físico, socioeconômico, a época, as técnicas disponíveis e o programa estabelecido, sua essência reside na escolha incessante e única que acontece durante o processo criativo. Essa escolha é a própria arte se manifestando, optando entre diferentes cores, tonalidades, formas e abordagens para alcançar o propósito final. A arte, como expressão natural da vida, é parte intrínseca e significativa da criação artística, sendo moldada pela sociedade em que surge. Esse caráter único da criação dificulta sua categorização em sistemas filosóficos preestabelecidos, tornando-a às vezes resistente às tentativas de enquadrá-la em paradigmas filosóficos. Enquanto a ciência busca compreender uma totalidade sempre maior, a criação artística é revelada através de uma expressão singular e pessoal, tornando o artista o legítimo criador desse mundo único. Não importa se o artista trabalha por uma causa, ideal ou interesse pessoal, pois no fundo ele está sempre trabalhando para si mesmo, alimentando-se da própria criação. A arquitetura, muitas vezes subestimada, é primordialmente a arte da construção concebida com um propósito específico, expressando-se através de inúmeros problemas práticos e estéticos enfrentados pelo arquiteto desde o projeto até a conclusão da obra. Nesse processo, o arquiteto faz escolhas dentro dos limites impostos pela técnica, função e programa, sendo o responsável por encontrar um equilíbrio entre essas exigências, expressando sua individualidade e sensibilidade artística em cada detalhe da obra. A arquitetura é uma arte de escolha intricada, onde a criação de espaços e volumes é moldada pela época, meio físico e social, técnica utilizada e objetivos do projeto. Ela envolve a organização e ordenação do espaço de acordo com um propósito específico, refletindo as características e recursos disponíveis da época e da sociedade em questão. A verdadeira arquitetura não é apenas uma questão técnica, mas sim a expressão de uma intenção mais profunda e significativa. Além de satisfazer requisitos técnicos e funcionais, a arquitetura requer uma intenção que permeia cada detalhe do processo criativo, desde a seleção inicial até a solução final. É essa intenção que eleva uma obra de simples precisão técnica para uma expressão completa e significativa. Quando a arquitetura se perde em meras intenções decorativas, torna-se apenas cenografia. Por outro lado, quando o arquiteto se dedica à busca de uma verdadeira expressão, considerando a relação entre espaços, materiais e formas, a arquitetura se torna genuinamente expressiva e completa.
A TRADIÇÃO
A tradição na arquitetura ocidental tem suas raízes no mito e no
poder, que têm sido forças motrizes por trás das grandes realizações arquitetônicas. Esses elementos se manifestam como uma ideia-força que guia e determina a expressão arquitetônica, resultando em uma materialização tangível do conteúdo ideológico em sua amplitude. Na materialização das ideias na arquitetura, há uma influência telúrica que condiciona uma preferência instintiva por determinados tipos de configurações formais. Na bacia do Mediterrâneo e no Oriente Próximo, prevalece uma coesão plástica e formas geométricas sólidas, tanto na arquitetura erudita quanto na popular. Já no norte da Europa e em regiões montanhosas, há uma inclinação para formas mais dispersas, perfil místico e elaborado. O texto explora dois eixos culturais distintos na concepção plástica da forma: o eixo mesopotâmico-mediterrâneo, com uma abordagem estática, e o eixo nórdico-oriental, com diferentes manifestações da concepção dinâmica. Esses eixos, aliados a fatores culturais, raciais e históricos, contribuem para que cada civilização desenvolva sua arte de forma única e autônoma, sem necessidade de comparações ou julgamentos baseados em padrões de outras culturas. O autor busca destacar a surpreendente integridade e constância na evolução da arte da civilização grega, apesar dos aspectos complexos e controversos de sua história e mitologia. Por mais de quatrocentos anos, a arte grega refinou os mesmos temas, mantendo uma simplicidade arquitetônica em seus templos, com ênfase em estruturas de mármore seguindo esquemas primitivos de construção. Discute como os gregos, apesar de terem acesso ao melhor calcário e mármore, deliberadamente ignoraram o uso do arco na arquitetura. Esta escolha é destacada como crucial. O período helenístico, por sua vez, quebrou essa tradição e permitiu o uso do mito como uma ferramenta de poder. A arquitetura romana, influenciada pelo helenismo, passou a privilegiar estruturas com arcos e abóbadas para expressar a obsessão romana por espaços grandiosos e monumentais. Mesmo assim, a inspiração cultural continuou derivando da Grécia, levando os arquitetos romanos a incorporarem elementos gregos, como as ordens arquitetônicas dórica, iônica e coríntia, concebidas pelos gregos.