Educacao Do Campo MST
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MOVIMENTOS SOCIAIS
NA ATUALIDADE:
CONTEXTOS E DEBATES
Organizador
Ivanio Folmer
Editor Chefe Diagramação e Projeto Gráfico
Ivanio Folmer Gabriel Eldereti Machado
Bibliotecária Imagem capa
Aline Graziele Benitez www.canva.com
Revisora Técnica Revisão
Gabriella Eldereti Machado Organizadores e Autores(as)
Conselho Editorial
10.48209/978-65-5417-150-2
ARCO EDITORES
Telefone: 5599723-4952
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APRESENTAÇÃO
Boa leitura.
Ivanio.
Sumário
CAPÍTULO 1 - PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM
RORAIMA: FORMAÇÕES DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
NO CONTEXTO DA PANDEMIA...........................................................8
CAPÍTULO 3
- EDUCAÇÃO QUILOMBOLA, AMBIENTAL
E ALIMENTOS DO CAMPO: UMA AÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA.................................................................................38
SOBRE O ORGANIZADOR...........................................................68
SOBRE OS AUTORES......................................................................69
Educação Popular e os Movimentos Sociais na Atualidade: Contextos e Debates
CAPÍTULO 1
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO
POPULAR EM RORAIMA:
FORMAÇÕES DA CAMPANHA
DA FRATERNIDADE NO
CONTEXTO DA PANDEMIA1
Maria de Nazaré da Silva Nunes
Eduardo Gomes da Silva Filho
Doi: 10.48209/978-65-5417-150-0
1 Uma versão inicial deste trabalho foi publicada nos Anais do III Congresso Internacional e V
Congresso Nacional de Movimentos Sociais e Educação, em 2021.
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Introdução
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[...] Práxis social é compreendida como aquela que não está institucionali-
zada, ocorre dentro e com os grupos populares; é determinada pela realida-
de e sua perspectiva é histórica. Desenvolve-se na sociedade para se con-
trapor ao projeto educacional dominante. Por isso, é adotada em diferentes
contextos, principalmente pelos movimentos sociais do campo e da cidade.
(PINI,2019, p. 1).
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Paulo Freire, houve uma luta por uma educação que valorizasse a cultura, con-
trapondo-se à cultura colonialista; e 5º) marcado pela organização dos diversos
grupos sociais, a criação de espaços de educação não-formal.
Durante a década de 60, aconteceu o I Congresso Nacional dos Traba-
lhadores Agrícolas, assim como o processo que legitimou o Estatuto do Traba-
lhador Rural em 1963, com o crescimento das organizações estudantis. A esse
respeito, Igor Natusch comenta:
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Embasamento teórico
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Considerações finais
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Referências
AVRITZER, Leonardo. Participatory institutions in democratic Brazil. Bal-
timore: TheJohn Hopkins University Press, 2009.
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CAPÍTULO 2
Introdução
1 Assistido é a nomenclatura utilizada pela Defensoria Pública da União para designar o público
alvo da instituição, pessoas com renda familiar limitada à faixa de isenção do imposto de renda,
limite médio de 02 salários mínimos mensais, com um olhar diferenciado para as minorias sociais
e para os grupos sociais mais atingidos pelas vulnerabilidades socioeconômicas e socioculturais,
tais como: crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiências, pessoas em situação de rua,
encarcerados, imigrantes, indígenas e quilombolas.
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que de alguma forma tiveram seus direitos negados e seu acesso cerceado às
políticas públicas no âmbito federal.
Na última pesquisa nacional das defensorias públicas realizada em 20212
contabilizou-se que haviam 679 defensores públicos federais, sendo 57,6% de
homens, 42,4% de mulheres; 76,3% declarados brancos e 15,4% declarados
pardos e negros. A DPU em Vitória/ES conta atualmente com um corpo profis-
sional de 97 elementos humanos, sendo 12 defensores públicos, 08 servidores
públicos concursados, 32 funcionários terceirizados e 45 estagiários. Nota-se
que grande parte desta inserção profissional (79,38%) se dá através da presta-
ção de serviços por estagiários e terceirizados, que não possuem uma identidade
de pertencimento à instituição de forma mais consolidada, apenas de natureza
transitória e operacional.
A justiça federal é dividida em 279 subseções judiciárias, mas a DPU está
presente em apenas 71 subseções judiciárias, o que corresponde a 26,4% do
quantitativo total3. Ante a ausência de quantitativo de defensores públicos para
a prestação de assistência jurídica gratuita, o papel dos estagiários de direito
torna-se fundamental, tendo em vista uma demanda cada vez mais crescente
por este serviço. Com o desmantelamento do estado provedor, a inserção da
mão-de-obra de jovens em formação, permite que o aspecto técnico educacio-
nal seja minimamente preservado em detrimento do aspecto social e trabalhista.
Dentro dessa perspectiva, encontra-se o presente estudo, com o intuito
de identificar a existência de fatores extrajudiciais que influenciam no aten-
dimento ao público da DPU em Vitória/ES realizado por estudantes de direi-
to, distinguindo os elementos referentes ao corpo/imagem (sexo/gênero/etnia/
raça) dos elementos pertencentes à mente/consciência (classe social/formação
educacional).
2 In: https://pesquisanacionaldefensoria.com.br/pesquisa-nacional-2020/analise-nacional/ Acesso
em: 07 set. 2023.
3 In: https://pesquisanacionaldefensoria.com.br/pesquisa-nacional-2020/analise-nacional/ Acesso
em 07 set. 2023.
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Esse modelo particular de sociedade utiliza_ como ocorre com versões si-
milares na história do pensamento europeu (Lloyd, 1984) _ uma distinção
entre macho e fêmea para simbolizar essa relação. O modelo não pode
manter a polarização estável e oscila entre sugerir que a sociedade é a fonte
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4 A lei 12.711 de 29 de agosto de 2012, “lei de cotas do ensino”, define que 50% das vagas das
instituições de ensino federais deverão ser destinadas a estudantes de escolas públicas, sendo que
estas vagas deverão ser preenchidas preferencialmente por pretos, pardos, indígenas e pessoas com
deficiência na proporção deste público por unidade da federação conforme cálculos estabelecidos
pelo IBGE. A lei 12.990 de 09 de junho de 2014, “lei de cotas do serviço público”, estabelece que
20% das vagas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos no âmbito da adminis-
tração pública federal deverão ser preenchidas por pretos e pardos.
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Resultados Obtidos
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corpo para os estudantes de direito é algo que deve ser superado, quando eles
destacam uma característica corporal é para dizer que ela pode ser um impedi-
tivo ao trabalho e não uma potência transformadora.
Os estudantes de direito lotados no setor de atendimento em regime de
plantão dividem o espaço com os funcionários terceirizados do setor. É notável
o contraste entre os guichês da esquerda dos terceirizados formado principal-
mente por mulheres negras e pardas oriundas dos bairros periféricos com os
guichês da direita ocupados pelos estudantes de direito, onde há uma presen-
ça masculina maior e uma espécie de cultura de branqueamento mesmo entre
aqueles pardos e negros de origem periférica.
Os estudantes de direito são reconhecidos por sua indumentária, trajes
tipicamente europeizados que marcam uma estética especial. Homens vestem
terno, gravata e sapato social. Mulheres tailleur, saia longa e sapato alto. É
notório que no direito roupa é poder. A maneira como você se apresenta publi-
camente, a sua imagem precisa expressar descrição, decoro, respeitabilidade
e tudo isso se traduz numa estética branca, europeia e ocidental. Então como
manda a máxima da moda aristocrática europeia, esse corpo precisa ser cober-
to e este jovem precisa travestir de velho. Enquanto entre os povos indígenas,
conforme assinala Viveiros de Castro (2002), os xamãs se travestem de seres
da natureza. No direito, os trajes, o corte de cabelo austero, o olhar circunspec-
to, o comportamento compenetrado precisa expressar que aquele jovem tem
maturidade suficiente para distinguir o justo do injusto, a verdade da mentira, a
inocência da culpa.
Não há mudança espiritual que não passe por uma transformação do cor-
po, por uma redefinição de suas afecções e capacidades. Vestir uma roupa-más-
cara é menos ocultar uma essência humana sob uma aparência animal do que
ativar os poderes de outro corpo. As roupas de animais que os xamãs utilizam
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não são fantasias, mas instrumentos, dotados das afecções e capacidades que
definem cada animal. Ela manifesta que a permutabilidade objetiva dos corpos
está fundada na equivalência subjetiva dos espíritos. Se o multiculturalismo
ocidental é o relativismo como política pública. O perspectivismo ameríndio é
o multinaturalismo como política cósmica (Viveiros de Castro, 2002).
No multiculturalismo ocidental, a categoria tempo é aquela linha que de-
marca a distinção de “civilizados” e “primitivos”. Para os multiculturalistas, ao
fazer melhor uso do seu tempo com a transformação da natureza pelo avanço
da técnica eles são capazes de ditar as regras de comportamento, modos de vida
e normas sociais. Os ditos “primitivos” ao ficarem presos num tempo passado,
são seres da natureza, uma massa homogênea coletivista, limitada a um holis-
mo metabólico, inapta a fazer abstrações teóricas e de compreender os aspectos
sociais em sua totalidade.
Mesmo que haja este pensamento hegemônico de trajes e comportamen-
tos típicos, é possível notar que alguns jovens fogem a esta norma. E esta mu-
dança é mais notada naqueles com um estilo de vida não convencional, que
possuem satisfação em expressar sua identidade e consciência negra e aqueles
de orientação sexual não normativa que questionam os papeis sexuais dados
socialmente.
Para Giddens (1993), a revolução liberal burguesa e os ideais de amor
romântico levaram a mulher se libertar das uniões patrimonialistas. E esta so-
ciedade autorreflexiva liberada sexualmente vincula automaticamente a luta
das mulheres ao florescimento dos direitos dos homossexuais. Strathern (2006;
2014) e Haraway (1995; 2004) vão além porque reconhecem que a luta das
mulheres não se limita à liberdade sexual. As feministas lutam por ser hege-
mônicas em todos os campos, seja da economia, política, justiça, educação e
cultura. Não há um vínculo automático entre direitos das mulheres e direito dos
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Considerações Finais
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Referências
GIDDENS, Anthony. A transformação da intimidade: Sexualidade, amor e
erotismo nas sociedades modernas. Tradução de Magda Lopes. São Paulo: Edi-
tora Unesp, 1993.
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CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO QUILOMBOLA,
AMBIENTAL E ALIMENTOS
DO CAMPO: UMA AÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA
Eunice Simões Lins
Denyo de Freiras Pereira
Maria Eduarda Alexandre Galvão
Sara Rebeca Souza Ramos
Ademar Cândido S. Lins Filho
Josyara Florencio Ferreira
Roberta Bezerra da Silva
Doi: 10.48209/978-65-5417-150-3
Introdução
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Conclusão
Referências
ADAMS, B. G. O que é Educação Ambiental: definições de Educação Am-
biental. Projeto Apoema – Educação Ambiental, 2005. Disponível em: <http://
www.apoema.com.br/definicoes.htm>. Acesso em: 15 abr. 2021.
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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. SP: Atlas,
2002.
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CAPÍTULO 4
EDUCAÇÃO CRÍTICA E
PRÉ-VESTIBULAR: A DISCUSSÃO
SOBRE EDUCAÇÃO BANCÁRIA
E EDUCAÇÃO DIALÓGICA E O
VESTIBULAR COMO INSTRUMENTO
DE REPRODUÇÃO DA EXCLUSÃO
Renan de Abreu Cruz Arruda
Doi: 10.48209/978-65-5417-150-4
Resumo: Esse trabalho faz parte do projeto de extensão “Pré-vestibular Dr. Luiz
Gama” e tem como objetivo a discussão sobre a educação bancária e dialógica no
âmbito do pré-vestibular. Na introdução, abordaremos sobre o surgimento do ves-
tibular no Brasil e como passou a ser um projeto de exclusão. No desenvolvimento,
é trabalhado o significado de escola e ensino para a sociedade e como a educação
bancária apresenta-se como instrumento de opressão. No resultado com discussão,
trabalhamos a educação dialógica conforme Paulo Freire, e nas considerações finais,
a forma como o pré-vestibular Dr. Luiz Gama vai ao encontro da ideia de educação
dialógica no processo de conhecimento entre o educador eo educando.
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Introdução
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Para além disso, ela contribui de forma direta para a reprodução do ca-
pital. Segundo Vesentini (1992), ela [escola] habitua os alunos a um sistema
disciplinar necessário ao trabalho na indústria moderna, transformando os in-
divíduos em maquinas programadas para “realizar tarefas novas sem discutir
para que servem, respeitar e nunca desobedecer a hierarquias” (VESENTINI,
1992, p. 10). Segurando ou liberando parte do exército de reserva de tempos em
tempos para o mercado de trabalho.
Lefebvre (1977, p. 226), vai além e nos sugere:
O espaço pedagógico é repressivo, mas está “estrutura” tem um significado
mais vasto do que a repressão local: o saber imposto, “engolido” pelos alu-
nos, “vomitado” nos exames, corresponde à divisão do trabalho na socie-
dade burguesa, serve-lhe, portanto, de suporte. Esta análise desenvolveu-se
desde a descoberta da Pedagogia ativa (Freinet) até às investigações da
crítica institucional que prosseguem nos nossos dias.
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Considerações Finais
Mais do que nunca devemos exaltar a obra Paulo Freire. Enquanto patro-
no brasileiro da educação, ele conseguiu pensar a educação brasileira a partir
do ponto de vista dos oprimidos. A construção social desumaniza o indivíduo e
somente a partir de uma educação libertaria poderemos diminuir as opressões
e as desigualdades sociais, humanizando-o a partir de uma educação crítica e
política.
Ao apresentar o conceito de “educação bancária”, o autor mostra como a
formação do sistema escolar é prejudicial e privilegia uma formação de conhe-
cimento hierarquizada onde os educandos são vistos como recipientes vazios a
serem enchidos com o saber do educador. E, ao apresentar o conceito de “edu-
cação dialógica”, nos mostra que é possível construirmos juntos o saber, que o
processo de formação do conhecimento está na interação educador-educando e
que todo esse processo está alicerçado no “dialogar”, precisamos dialogar em
como a classe dominante hegemoniza o saber, precisamos dialogar que todo
homem tem conhecimento e que esse conhecimento não deve ser despreza-
do no processo de ensino-aprendizagem, precisamos dialogar que o processo
educacional se dá em conjunto com todos os indivíduos inseridos no contexto
educacional.
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Referências
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus,
1996. BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude; DA SILVA, C. Perdigão
Gomes. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino.
1975.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987. FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortês, 2000.
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KOHAN, Walter. Paulo Freire, mais do que nunca: uma biografia filosófica.
Belo Horizonte: vestígio, 2019.
SOUZA, Ana Inês. Paulo Freire: vida e obra. 3. ed. São Paulo: Expressão Popu-
lar, 2015. STRECK, Danilo; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (org.).
Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
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SOBRE O ORGANIZADOR
Ivanio Folmer
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SOBRE OS AUTORES
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EDUCAÇÃO POPULAR E OS
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