Phased Array - Próend

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Ensaios Não Destrutivos & Inspeção de Soldagem

PHASED ARRAY

INTRODUÇÃO

A tecnologia de fabricação de cristais piezo compostos (piezocomposite) (ver figura 1) permitiu a


introdução no mercado de uma nova tecnologia para o ensaio não destrutivo de materiais: os
cabeçotes phased array.

Figura 1 – Fabricação de cristais piezo composto (piezo composite)

Cristais piezo compostos são uma combinação de cristais piezelétricos cerâmicos e outros
materiais, normalmente polímeros, os quais proporcionam novas propriedades piezelétricas. O
método usual de fabricação de materiais piezo compostos, está mostrada na figura 1. Este
método produz uma matriz de material cerâmico rodeada por um enchimento de polímero. Os
elementos da matriz cerâmica podem ser menores que 0,05 mm de largura, com uma separação
de menos que 0,025 mm.

Materiais piezo compostos têm sido utilizados em cabeçotes no ensaio ultra-sônico médico há
mais de 20 anos. Com a introdução dos cabeçotes phased array para ensaios não destrutivos
(por volta do ano 1998), a fabricação dos cristais piezo compostos tornou-se mais critica em
razão do grande número de pequenos elementos piezelétricos no arranjo típico do cabeçote e da
necessidade de uma elevado grau de uniformidade entre os elementos. Os elementos individuais
do cabeçote são gerados geralmente pela usinagem de sulcos em um cristal maior e
preenchimento dos mesmos com um polímero.

Os cabeçotes phased array são construídos com um grande número de cristais (mosaico de
cristais). Os cristais são individualmente conectados ao aparelho, agindo cada um como se fosse
um cabeçote ultra-sônico. Os cristais podem ser organizados na forma linear, anular, circular ou
em matriz (ver figura 5) e o acionamento dos cristais, em determinadas seqüências pré-
estabelecidas, permite o ensaio ultra-sônico dos materiais com varredura eletrônica, focalização
eletrônica e angulação eletrônica do feixe sônico.

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CONCEITOS BÁSICOS

O conceito básico da tecnologia phased array é baseada no uso de cabeçotes multi-cristais, nos
quais os mesmos podem ser individualmente acionados. Estes cabeçotes são conectados a
equipamentos especialmente construídos que permitem a emissão-recepção sônica simultânea e
independente de cada cristal. Os equipamentos permitem também acionar cada cristal com
atraso de tempo em relação aos demais.

Para algumas aplicações nem todos os cristais são utilizados simultaneamente. Nestes casos o
aparelho utiliza uma multiplexação dinâmica para selecionar os cristais ativos dentre os cristais
do cabeçote.

VARREDURA ELETRÔNICA
A varredura eletrônica (ver figura 2), consiste em movimentar o feixe sônico ao longo do
cabeçote, ativando um grupo definido de cristais de cada vez. Cada grupo é composto de vários
cristais dentro do cabeçote phased array.

Figura 2 – Varredura eletrônica

A varredura eletrônica substitui a varredura mecânica.

Em geral, este conceito é utilizado para ensaio de chapas, tubos e barras e pode também ser
utilizado para o ensaio de soldas.

FOCALIZAÇÃO ELETRÔNICA
Focalização eletrônica (ver figura 3) é baseada no uso de retardos eletrônicos, aplicados no grupo
de cristais do cabeçote, durante a emissão e recepção sônica. Estes retardos têm o efeito similar
ao obtido por lentes de focalização e permitem a focalização em diferentes profundidades
previamente escolhidas.

Figura 3 - Focalização eletrônica


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A focalização eletrônica permite utilizar apenas um cabeçote phased array em lugar de vários
cabeçotes convencionais de diferentes profundidades focais. A utilização mais comum desta
técnica é no ensaio de chapas de grandes espessuras.

ANGULAÇÃO ELETRÔNICA
A angulação eletrônica (ver figura 4) utiliza também as leis de retardo da focalização eletrônica.
Neste caso, as leis de retardo são calculadas para dar ao feixe emitido um ângulo o qual pode
variar simplesmente pela mudança dos retardos de emissão dos cristais.

Figura 4 – Angulação eletrônica

A angulação eletrônica permite a utilização de apenas um cabeçote phased array para o ensaio de
peças onde tradicionalmente são utilizados vários cabeçotes angulares. Adicionalmente, pode-se
angular o feixe sônico sem a utilização de sapatas, permitindo a varredura de peças muito
pequenas.

A varredura, focalização e a angulação eletrônicas podem ser combinadas para várias aplicações,
tais como o ensaio de soldas e tubos.

CABEÇOTES PHASED ARRAY

A tecnologia phased array requer o uso de cabeçotes multi-cristais (mosaico de cristais) com
variadas configurações, mas que atendam a certos requisitos:
• O acionamento dos cristais deve ser individual e independente, sem a geração de
vibrações nos cristais adjacentes, devidas ao acoplamento elétrico ou acústico;
• Todos os cristais devem ter desempenho similar, de modo a assegurarem a construção de
um feixe sônico homogêneo.

Isto é possível graças a tecnologia de fabricação de cristais piezo compostos e a tecnologia de


construção de cabeçotes multi-cristais. A figura 5 apresenta possíveis configurações de cabeçotes
multi-cristais.

1 – Arranjo linear
2 – Arranjo anular
3 – Arranjo em matriz
4 – Arranjo circular

Figura 5 – Possíveis arranjos dos cristais em um cabeçote phased array

CABEÇOTES COM ARRANJO LINEAR


Estes cabeçotes são construídos com um conjunto de cristais justapostos e alinhados em um
eixo. Isto permite ao feixe sônico ser movimentado, focalizado e defletido ao longo de um plano.
Este arranjo é o mais utilizado atualmente.
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CABEÇOTE COM ARRANJO ANULAR


Cabeçotes com arranjo anular são construídos com uma série de anéis concêntricos. Isto permite
ao feixe sônico ser focalizado em diferentes profundidades ao longo de um eixo. A superfície dos
anéis é na maioria dos casos constante, o que implica no uso de diferentes larguras par os anéis.

CABEÇOTE COM ARRANJO CIRCULAR


Estes cabeçotes são construídos com um conjunto de elementos dispostos em um círculo. Estes
elementos podem ser direcionados para o interior ou para o exterior ou ao longo de um eixo de
simetria ao círculo. No último caso, um espelho é geralmente utilizado para dar ao feixe sônico o
ângulo desejado (ver figura 6)

Figura 6 - Cabeçote com arranjo circular para ensaio externo de tubulação

CABEÇOTE COM ARRANJO EM MATRIZ


Estes cabeçotes têm uma área ativa dividida em duas dimensões em diferentes cristais. Esta
divisão pode, por exemplo, ser em forma de um tabuleiro de xadrez ou em anéis setoriais. Estes
cabeçotes permitem ao feixe sônico ser direcionado em 3 dimensões, pela combinação da
focalização e angulação eletrônica.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Além da sua geometria, os cabeçotes phased array oferecem também a mesma flexibilidade que
têm os cabeçotes mono cristal. Eles podem ser utilizados na técnica do contato direto ou imersão,
sua área ativa pode ser plana ou focalizada e podem também levar em conta os limites regidos
das condições ambientais, tais como temperatura, pressão, vibração e radiação.

EXEMPLOS DE APLICAÇÕES
A figura 7 mostra vários exemplos de utilização da técnica phased array.

1. Ensaio de chapa, utilizando cabeçote de arranjo linear de 10


MHz, com 128 canais, com varredura e focalização eletrônica.
2. Ensaio de tubo pelo lado interno, utilizando cabeçote de
arranjo focalizado circular, de 10 MHz, com 80 canais com
varredura e focalização eletrônica.
3. Ensaio de raiz de pás de turbina, utilizando cabeçote de
arranjo linear, de 10 MHz, com 32 canais, com angulação e
focalização eletrônica.
4. Ensaio de forjado, utilizando cabeçote de arranjo anular, de 5
MHz, com 16 canais, com focalização eletrônica.
5. Ensaio de solda, utilizando cabeçote de arranjo linear, de 5
MHz, com 32 canais, com angulação e focalização eletrônica.
6. Ensaio de solda utilizando cabeçote de arranjo linear, de 5
MHz, com 32 canais, com angulação e focalização eletrônica.

Figura 7 – Exemplos de utilização da Técnica Phased Array


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