CNMMercadoCapitais Aula00 MatFin
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Pedro Chaim
2021
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Esta é uma revisão de conceitos de matemática financeira que utilizaremos
durante o curso.
Os conteúdos tratados aqui serão tema do Quiz 0 (nota extra). O intuito
dessa avaliação é fornecer uma medida individual de quanto você precisa
focar nesses conteúdos e acostumar um pouco vocês com o sistema dos
questionários do moodle.
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Leituras
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Juros e a Essência da Matemática Financeira
Vamos começar com um exemplo bem simples. Imagine que você tomou
emprestado uma quantia principal de $2500 pelo período de 1 ano, e que
ao final do ano deve o montante de $3500: os $2500 originais, mais uma
tarifa de $1000. Essa tarifa é o que chamamos de juros.
Juros
O juro é o preço do dinheiro no tempo. É o pagamento que o tomador de
um empréstimo oferece ao credor do empréstimo pelo privilégio de usufruir
dos recursos.
FV = PV + J
$3500 = $2500 + $1000
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Juros e a Essência da Matemática Financeira
Geralmente é mais informativo expressar os juros como proporção do
principal. Isso é especialmente útil quando queremos comparar juros entre
operações com valores diferentes.
J
FV = PV + ( )PV
PV
FV = PV + r · PV
FV = PV (1 + r ) (EqPV)
É daqui que vem a “taxa”, quando falamos taxa de juros. Aqui r é a taxa
de juros. Note que as dimensões monetárias de J e PV se anulam, de tal
modo que r é uma taxa amorfa. Continuando com nosso exemplo:
1000
3500 = 2500 + 2500
2500
3500 = 2500 + 0.4 · 2500
3500 = 2500(1 + 40%)
Veja que nesse caso os juros são proporcionais a 40% do principal,
resultando em uma taxa de juros de 40% ao ano. 5 / 78
Desconto e Capitalização
FV = PV (1 + r ) (EqPV)
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Capitalização
FV = PV (1 + r )
$3500 = $2500(1 + 40%)
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Desconto
FV
= PV (EqPV)
(1 + r )
$3500
= $2500
(1 + 40%)
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Desconto e Capitalização: Exemplo
Título de Desconto
Fixamos um valor de face (FV ) que será pago ao detentor do título em
uma data futura combinada, e negociamos um preço unitário (PV ) para o
título hoje. A taxa de juros (comumente de yield to maturity nesse
contexto) é determinada pela razão entre o valor pago no vencimento e o
preço do título hoje, menos um: (FV /PV − 1).
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Desconto e Capitalização: Exemplo
Exemplo
Suponha que o valor de face de um título de desconto seja $1000, a
maturidade seja 1 ano, e o preço unitário seja $750. Qual é a taxa de juros
(yield to maturity ) implícita no título?
PV = $750
FV = $1000
r =??
FV = PV (1 + r ) (EqPV)
FV
(1 + r ) =
PV
$1000
r= −1
$750
r = 33.33%
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Desconto e Capitalização em Múltiplos Períodos
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Desconto e Capitalização em Múltiplos Períodos
Exemplo (Capitalização Composta)
Imagine que você tomou emprestado $1000, pelo período de 2 anos, e que
a taxa de juros é 10% ao ano. Quanto você deve devolver para o credor ao
final dos 2 anos?
Para responder a essa pergunta nós só temos que desmembrar essa
operação em duas e “iterar” a EqPV.
1º Período:
FV1 = PV1 (1 + r )
FV1 = $1000(1 + 10%)
2º Período: FV1 se torna PV2
FV2 = PV2 (1 + r ) ←→ FV2 = FV1 (1 + r )
FV2 = PV1 (1 + r )(1 + r )
FV2 = $1000(1 + 10%)2 = $1210
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Regime Composto de Capitalização/Desconto
FVT = PV (1 + r )T
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Figura: Evolução do valor futuro no regime de capitalização composta
Figura: Composição do saldo devedor no regime de capitalização composta
(S0 = $100, r = 10% a.p.)
Regime Simples de Capitalização/Desconto
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Regime Simples de Capitalização/Desconto
FVT = PV (1 + T · r )
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Figura: Comparação Capitalização Simples-Composta
Figura: Comparação Capitalização Simples-Composta (S0 = $1, r = 200% a.p)
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Figura: Comparação Desconto Simples-Composto (ST = $1, r = 500% a.p)
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
(b). A segunda pergunta pode ser reformulada como: qual taxa de juros,
que incidida duas vezes sobre o PV de $150, trás o valor futuro FV de
$200. Ou seja
Ano 1: FV1 = PV (1 + ranual ) → FV1 = $150(1 + ranual )
Ano 2: FV2 = FV1 (1 + ranual ) → $200 = $150(1 + ranual )(1 + ranual )
Combinando as duas equações e omitindo os subscritos, a EqPV, agora de
dois períodos, fica
FV = PV (1 + ranual )2
1/2
FV FV
2
(1 + ranual ) = → 1 + ranual =
PV PV
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
200 1/2
1 + ranual = → 1 + ranual = (1.333)1/2
150
1 + ranual = 1.1545 → ranual = 15.45%
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
Você já deve ter percebido a relação entre as taxas dos itens (a) e (b).
Afinal, FV /PV é 1 + rbienal . Calculada a taxa de juros referente a qualquer
frequência de incidência, podemos transforma-la sem recorrer novamente às
quantidades FV e PV . No caso nosso exemplo,
1 + rbienal = (1 + ranual )2
ranual = (1 + rbienal )1/2 − 1
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Regime de Juros Compostos
Exemplos:
Se temos ranual e queremos rmensal : rmensal = (1 + ranual )1/12 − 1
(freq. “base” é 12 meses, freq. “nova” é 1 mês).
Se temos rtrimestral e queremos rsemestral :
rsemestral = (1 + rtrimestral )6/3 − 1 (freq. “base” é 3 meses, freq. “nova”
é 6 meses).
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Transformação da Frequência de Incidência da Taxa de Juros
Quando consideramos taxas diárias ou semanais, algumas complicações
vindas do calendário aparecem. As convenções mais utilizadas para
transformação de taxas são
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Mudanças nas Taxas de Juro durante a Operação
$1888.11
PV = ←→ PV = $1500
1.25874
Calculamos, então, que a quantia tomada emprestada foi $1500.
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Média das Taxas e Taxa Média
Exemplo
Continuando no nosso exemplo do empréstimo com taxas variáveis,
algumas perguntas são naturais. (a) Qual foi a taxa de juros total
acumulada? (b) Qual foi a taxa de juros média anual do empréstimo?
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Média das Taxas e Taxa Média
Quando falamos de “taxa média”, queremos nos referir à taxa de juros que
aplicada repetidamente, dá o mesmo resultado das diferentes taxas
compostas sucessivamente. No nosso exemplo, queremos
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Sequências de Fluxos de Caixa
Até agora tratamos de situações nas quais existem apenas dois fluxos de
caixa. Nosso exemplos foram do tipo que você toma um empréstimo e
recebe $200 hoje, depois paga $375 após 3 períodos; ou que investe em um
título de desconto e paga $700 de preço unitário hoje para receber o valor
de face $1000 no vencimento.
Nada impede de hajam fluxos de caixa intermediários durante a vida da
operação.
Nós vamos ver que a ferramenta de análise é rigorosamente a mesma, a
Equação de Valor Presente. A diferença é que lidaremos com a soma de
várias relações de valor presente com horizontes distintos.
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Sequências de Fluxos de Caixa
Exemplo
Você é ofertado um contrato de dívida com maturidade de dois anos.
Passado primeiro ano o emissor do título te pagará $500, então ao final do
segundo ano ele te pagará $1000. Supondo que você possa tomar
emprestado recursos a uma taxa de juros de 12% ao ano. Qual é o maior
preço que você estaria disposto a pagar hoje por esse contrato de dívida?
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Sequências de Fluxos de Caixa
Sabemos calcular também o valor presente do pagamento do segundo ano
CF2
CF2 $1000
PV (CF2 , r ) = = = $797.19
(1 + r ) 2 (1 + 12%)2
O valor hoje dos dois pagamentos é então a soma dos valores presentes das
parcelas individuais
Então se eu puder tomar recursos a uma taxa de 12% ao ano, pagaria até
$1243.62 pelo contrato.
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Sequências de Fluxos de Caixa
Repare que essa é a soma de T EqPVs, uma para cada fluxo de caixa
situado em momento diferente.
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Sequências de Fluxos de Caixa
Taxa de Juros Variável
t 0 1 2 3 4
rt 7% 5% 2% 3%
CFt -$1000 $500 -$300 $700 $400
500 −300
PV (·) = − 1000 + +
(1.07) (1.07)(1.05)
700 400
+ +
(1.07)(1.05)(1.02) (1.07)(1.05)(1.02)(1.03)
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Equação Geral do Valor Presente
CF1 CF2
PV ({CFt }T T
t=0 , {rt }t=0 ) =CF0 + + + ···
(1 + r1 ) (1 + r1 )(1 + r2 )
CFT
+
(1 + r1 )(1 + r2 ) · · · (1 + rT )
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Casos Especiais
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Fórmula do Valor Presente de um Fluxo de Caixa Regular
Primeiro nós vamos separar o fluxo de caixa do período 0 por conveniência,
depois vamos colocar em evidência os fatores de desconto.
1 1 1
PV (CF0 , CF , r , T ) = CF0 + CF + + · · · +
1+r (1 + r )2 (1 + r )T
Chame (1 + r )−1 = q. Agora
PV (CF0 , CF , r , T ) = CF0 + CF q + q 2 + · · · + q T
q(1 − q n )
Sn =
1−q
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Fórmula do Valor Presente de um Fluxo de Caixa Regular
Substituindo (1 + r )−1 = q
1/1+r (1 − 1/(1+r )n ) 1/1+r (1 − 1/(1+r )n ) 1 − (1 + r )−n
Sn = = =
1 − 1/1+r 1+r −1/1+r r
1 − (1 + r )−T
PV (CF0 , CF , r , T ) = CF0 + CF
r
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Fórmula do Valor Presente de um Fluxo de Caixa Regular
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Valor Presente de uma Perpetuidade
Exemplo
Imagine que um governo oferta um título que pagará fluxos de caixa anuais
constantes de $50 para sempre. Se a taxa de juros é fixa em 7% ao ano,
qual é o valor máximo que você pagaria por esse título?
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Figura: Diagrama de fluxo de caixa de uma ação que paga dividendos constantes
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Valor Presente de uma Perpetuidade
Exemplo (Cont.)
Nosso exemplo é equivalente a perguntar qual CF0 iguala o valor presente
desses fluxos de caixa futuros. Vou chamar de PU, o preço unitário do
título.
$50
0 = PU +
7%
PU = −$714.28
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Valor Presente de uma Perpetuidade com Crescimento
Podemos calcular o valor presente dos fluxos de caixa de uma perpetuidade
cujos pagamentos crescem a uma taxa constante, se garantirmos que a
taxa de crescimento é inferior à taxa de juros usada para descontar os
fluxos de caixa.
Se o pagamento no primeiro período é CF , e esse pagamento cresce a uma
taxa constante g por período. Então o valor presente de uma perpetuidade
com pagamento CF , crescimento g , cujos fluxos de caixa são descontados
a uma taxa r é
CF
PV∞ (CF , r , g ) =
r −g
(Nessa fórmula não está explícito o fluxo de caixa do primeiro período CF0 ,
então começa no período t = 1.)
A derivação dessa fórmula é análoga à anterior. Só substitua a razão da
progressão geométrica de 1/(1 + r ) para (1 + g )/(1 + r ). Fica de exercício
para vocês.
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Figura: Diagrama de fluxo de caixa de uma ação que paga dividendos com
crescimento constante
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Figura: Caso problemático, taxa de crescimento = taxa de desconto
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Inflação e Retorno “Real”
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Inflação e Retorno “Real”
Exemplo
Considere a seguinte situação. Um agricultor tem separados $1,500,000
para a compra de fertilizante para a colheita do próximo ano (daqui a 12
meses). Suponha que o preço do fertilizante seja $15/kg. Agora responda
às perguntas.
A. Quantos kgs de fertilizante o agricultor conseguiria comprar hoje?
Chame o capital que o agricultor dispõe hoje de W0 , e o preço do
fertilizante hoje de P0 . Então ele conseguiria comprar
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Exemplo (Cont.)
B. Suponha que exista uma aplicação financeira que rende 10% ao ano.
Caso deixasse o dinheiro aplicado, quantos kgs de fertilizante o
agricultor conseguiria comprar ao final dos 12 meses?
Como a riqueza foi aplicada, W1 = W0 (1 + r ), e como o preço do
fertilizante não mudou, P1 = P0 .
W1 W0 (1 + r )
=
P1 P1
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Exemplo (Cont.)
Agora suponha que passados os 12 meses, o preço do fertilizante tenha
aumentado de $15/kg para $16/kg.
C Se o agricultor não colocou o dinheiro na aplicação financeira, quantos
kgs de fertilizante consegue comprar agora?
O preço do fertilizante agora é P1 = $16/kg, mas a riqueza não foi
investida, então W1 = W0 , daí
W1 W0 $1, 500, 000
= −→ = 93, 750kg
P1 P1 $16/kg
$16 − $15
π1 = = 6.66%
$15
Exemplo (Cont.)
F Qual é retorno em termos de fertilizante da aplicação financeira?
Veja que o agricultor tem duas opções: ou comprar o fertilizante hoje
com os $1, 500, 00 por $15/kg, ou investir o dinheiro a 10% e comprar
pelo preço de $16/kg. Estamos perguntando quantos kgs de
fertilizante a mais ele pode comprar ao deixar o dinheiro investido.
103, 125kg
= 1.03125 = 1 + µ
100, 000kg
1+r
1+µ=
1+π
Então verificamos que (um mais) a taxa real µ é (um mais) a taxa nominal
r , descontado pela (por um mais) a taxa de inflação π. É equivalente a
capitalizarmos $1 pela taxa de juros nominal r , depois descontarmos pela
taxa de inflação π.
Definição ex-post do Retorno Real
1+r
1+µ=
1+π
Note que as taxas de juro/retorno e a taxa de inflação devem ter a mesma
frequência de incidência (diária, anual, mensal, etc). Também perceba que,
da forma com que estamos trabalhando agora, essa é uma tautologia
contábil no sentido que define a taxa real realizada (ex-post) no período,
após sabermos qual foi o aumento/redução dos preços relevantes.
Preste atenção na notação utilizada para denotar as taxas real e nominal
de juros, e a taxa de inflação. Não existe um padrão amplamente aplicado
e cada texto usa sua convenção.
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Exemplo
O Tesouro Federal brasileiro negocia um título de de desconto zero cupom
com valor de face R$1000 chamado LTN (Letra do Tesouro Nacional).
Imagine que hoje, em 01/01/2020, você comprou uma LTN com
vencimento em 01/01/2024, pelo preço unitário de R$812.15.
A Qual é a rentabilidade nominal do título? (qual é o yield to maturity ?)
Se FV = R$1000 e PU = R$812.15, então o yield to maturity y é
FV R$1000
y= −1= − 1 = 23.13%
PU R$812.15
Portanto o título tem rentabilidade nominal de 23.13% em quatro
anos.
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Exemplo (Cont.)
Suponha que passados os quatro anos, a variação anual do IPCA foi.
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Custo de Capital e Taxa de Juros
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Valor Presente Líquido
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Taxa Interna de Retorno
Lembrando que a TIR é a taxa de juros r TIR que zera o VPL do
investimento. No nosso exemplo:
$120
VPL = −$100 +
1+r
Aqui é fácil calcular r TIR tal que
$120
−$100 + =0
1 + r TIR
120
100 =
1 + r TIR
120
1 + r TIR =
100
r TIR = 20%
$120
VPL(·, 25%) = −$100 + = −$4
1 + 25%
E se r = 15%:
$120
VPL(·, 15%) = −$100 + = $4.34
1 + 15%
Repare que a taxa interna de retorno exprime a maior taxa de desconto
para a qual o projeto é lucrativo (VPL positivo). Então
se a TIR é menor que o custo de capital r TIR < r , então VPL < 0 e
o projeto não é lucrativo.
se a TIR é maior que o custo de capital, r TIR > r , então VPL > 0 e
o projeto é lucrativo.
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Taxa Interna de Retorno
Cálculo
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Limitações da Taxa Interna de Retorno
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Limitações da Taxa Interna de Retorno
O VPL parece estar se comportando de modo muito estranho aqui.
Primeiro, à medida que a taxa de desconto aumenta de 0% para 30%, o
VPL começa negativo e torna-se positivo. Isso parece estar ao contrário,
porque o VPL está aumentando à medida que a taxa de desconto aumenta.
Em seguida, ele começa a ficar menor e torna-se novamente negativo. Qual
é a TIR? Para descobrir, podemos traçar o perfil VPL, como está na Figura
9.7 (abaixo).
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Limitações da Taxa Interna de Retorno
Em nosso exemplo, a regra da TIR cai por terra. Suponhamos que nosso
retorno exigido seja de 10%. Devemos aceitar esse investimento? Ambas as
TIRs são maiores do que 10% e, pela regra da TIR, talvez devêssemos
aceitá-lo. Entretanto, como mostra a Figura 9.7, o VPL é negativo a
qualquer taxa de desconto menor do que 25% e, portanto, esse não é um
bom investimento. Quando deveríamos aceitá-lo? Analisando novamente a
Figura 9.7, vemos que o VPL é positivo apenas se nosso retorno exigido
estiver entre 25 e 33.33%.
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Índice de Rentabilidade
O índice de rentabilidade (IR) ou índice de lucratividade é uma reorganiza-
ção das informações contidas no VPL que exprime o lucro proporcional por
unidade monetária investida no período 0.
Definição (Índice de Rentabilidade)
Considere um projeto de investimento caracterizado por uma sequência de
fluxos de caixa {CFt }nt=0 indexados no tempo, e uma taxa de desconto (custo
de capital) r . O índice de rentabilidade (IR) desse projeto de investimento é
PV (r , {CFt }nt=1 )
IR = , (1)
|CF0 |
Pn
CFt
IR = t=1 t /|CF0 |. (2)
(1 + r )
PV (r , {CFt }nt=1 )
IR = , (3)
|CF0 |
P
5 $1,500
t=1 (1+12%)t
IR = , (4)
| − $4, 000|
$5, 407.16
IR = = 1.35. (5)
$4, 000
Exemplo
Considere o seguinte exemplo de um simples projeto de investimento. Chame
de Projeto A. O capital inicial é $4, 500.00, e o investimento gerará fluxos
de caixa anuais de $1, 000.00. O tempo de Payback é a quantidade de
períodos (anos, no caso) necessários para que o acúmulo dos fluxos de caixa
de $1, 000.00 compensem o capital inicial de $4, 500.00. Ou seja, 5 anos.
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Tempo de Payback
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Tempo de Payback Descontado
Definição (Tempo de Payback Descontado)
O “Tempo de Payback Descontado” é uma modificação do “Tempo de
Payback” que considera os fluxos de caixa descontados. É o número de
períodos necessários para que os ganhos gerados pelo projeto, trazidos a
valor presente, compensem o capital investido.
Note que o cálculo do Tempo de Payback Descontado requer mais
informações (a taxa de juros, o custo de capital) e operações (descontar os
fluxos de caixa) do que o Tempo de Payback.
Exemplo
Considerando o mesmo exemplo do Projeto A, mas com uma taxa de
desconto de 5% ao ano. O Tempo de Payback Descontado é 6 períodos.
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Tempo de Payback Descontado
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