1842-Texto Do Artigo-5042-1-10-20201214
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Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre questões acerca da exposição precoce
de crianças em frente às telas, bem como os prejuízos que podem ocasionar aos infantes da primeira
infância. Pautando-se para o estudo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade
Brasileira Pediátrica que definem o tempo de tela ideal para cada faixa etária. Utilizou-se para isso a
metodologia exploratória com base em referências bibliográficas, sendo considerada a pesquisa como
qualitativa.
Introdução
Não é raro percebermos que a tecnologia, é utilizada para suprir a necessidade
de interação e cuidados a mais com as crianças. Facilmente nos depararmos com
situações corriqueiras nos shoppings, restaurantes, passeios em que os pequenos estão
em posse de telas. Hoje, quando se deseja ter alguns momentos de tranquilidade,
rapidamente os pais recorrem aos meios tecnológicos como forma de acalmar e entreter
seus filhos. Mas seria correta essa inserção tecnológica de maneira tão precoce?
Na primeira infância, período desde o nascimento até os seis anos, a criança
possui marcos evolutivos importantes para o seu desenvolvimento global. Desde o seu
nascimento até seu primeiro ano de vida, é o período que compreende a maior formação
de sinapses, ou seja, circuitos neurais ligados a neurônios que conduzem a informação
ao cérebro, sistema nervoso central e organismo. Nesta fase, percebe-se o dobro de
sinapses se comparada a um indivíduo adulto, isso ocorre porque esses circuitos
lançados vão para diversas atividades, pois ainda não foi definido um padrão.
À medida que as crianças são estimuladas, o cérebro percebe as conexões que
são mais utilizadas e dão forma a memória. As demais sinapses e neurônios que não
são utilizados, serão eliminados por meio da poda neural que é um processo natural do
cérebro o qual acontece durante toda a vida, como uma forma de manter a saúde do
mesmo.
A plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar ao longo
da vida, permite os seres humanos aprenderem coisas novas. Porém, em média até os
quatro anos de idade a criança possui a chamada janela de oportunidade, que é o
período em que existe menos resistência ao aprendizado.
1
Pedagoga. Pós-graduada em educação especial com ênfase em Libras. Professora do quadro próprio
da Secretaria de Educação e Esporte do Governo do Paraná, atualmente membro do programa de tutoria
desempenhando as funções no Núcleo Regional de Ponta Grossa. E-mail: [email protected]
2
Pedagoga e bacharel em Direito. Pós-graduada em educação especial: atendimento às necessidades
especiais. Professora do quadro próprio da Secretaria de Educação e Esporte do Governo do Paraná. E-
mail: [email protected]
Diante disso, percebe-se que o uso inadequado das tecnologias pode gerar
graves impactos na aprendizagem das crianças, o tempo demasiado em frente às telas,
repercute em problemas relacionados a saúde, sócio emocionais e cognitivos. Tais
prejuízos serão observados mais claramente no período escolar.
Se por um lado tem-se uma gama de oportunidades nas quais os alunos podem
conduzir a sua própria aprendizagem por meio de pesquisas na internet ou mesmo
assistindo programas educativos, instrutivos em canais de redes sociais, ao se permitir
essa interação mediada pelas telas é importante a vigilância dos adultos, com
observância a classificação indicativa da faixa etária correta.
Objetivos
Refletir sobre a influência e os malefícios da exposição precoce às telas no
desenvolvimento infantil.
Metodologia
Para esse trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa exploratória, pois
“tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-
lo mais explícito ou a constituir hipóteses” (GIL, 2002, p. 41).
Essa pesquisa pode ser considerada qualitativa e bibliográfica, tendo como fonte
primária os pareceres e guias elaborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
pela Sociedade Brasileira Pediátrica, os estudos dos teóricos Wallon, Piaget e
Ajuriaguerra, além de artigos e dissertações que contemplavam o tema.
Considerações finais
O uso das telas prolongado pode causar inúmeros danos à saúde, como por
exemplo: atraso na fala, dificuldades na aprendizagem, obesidade, problemas de sono,
visão, entre outros. A exposição de maneira demasiada não faz bem a nenhuma das
pessoas e tão pouco fará as crianças que encontram-se em processo de formação
neurológica, motora, psíquica e social.
Entretanto, não podemos negar que vivemos em um mundo midiático e que as
gerações atuais nascem cercadas das tecnologias, para tanto faz-se essencial a
administração do tempo e os limites a essa exposição.
Referências
MARINHO, H. R. B. [et. al.]. Pedagogia do movimento: universo lúdico e
psicomotricidade. Curitiba: Ibpex, 2007.167p
XIE G.; DENG Q.; CAO J.; CHANG Q. Digital screen time and its effect on
preschoolers’ behavior in China: results from a cross-sectional study. 2020. Disponível
em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6979375/>. Acesso em 01 set
2020.