Atividades Experimentais de Fisica
Atividades Experimentais de Fisica
Atividades Experimentais de Fisica
Atividades experimentais
e investigativas
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ensino médio
Distribuição gratuita,
venda proibida
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
MATERIAL DE APOIO
AO PROGRAMA ENSINO INTEGRAL
DO ESTADO DE SÃO PAULO
física
ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E
INVESTIGATIVAS
ENSINO MÉDIO
CADERNO DO PROFESSOR
Primeira edição
2014
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Raquel Volpato Serbi Serbino
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação, Monitoramento e
Avaliação Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Prezado(a) professor(a),
Em dezembro de 2011, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo instituiu o Programa Educa-
ção – Compromisso de São Paulo, que tem como um de seus pilares expandir e aperfeiçoar a política de
Educação Integral, como estratégia para a melhoria da qualidade do ensino e, portanto, para o avanço
na aprendizagem dos alunos.
Nesse contexto, foi criado, em 2012, o Programa Ensino Integral, com o objetivo de assegurar a formação
de jovens autônomos, solidários e competentes por meio de um novo modelo de escola. Esse novo modelo,
entre outras características, prevê jornada integral aos alunos, currículo integrado, matriz curricular diver-
sificada, Regime de Dedicação Plena e Integral dos educadores e infraestrutura que atenda às necessidades
pedagógicas do Programa Ensino Integral. Essa estrutura visa proporcionar aos alunos as condições neces-
sárias para que planejem e desenvolvam o seu Projeto de Vida e se tornem protagonistas de sua formação.
O Programa, inicialmente direcionado a escolas de Ensino Médio, teve sua primeira expansão em 2013,
quando passou a atender também os anos finais do Ensino Fundamental. O Programa deverá continuar sua
expansão nos segmentos que já atende e ampliar sua atuação na Educação Básica, compreendendo também
escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Esta série de cadernos contempla um conjunto de publicações que se destina à formação continuada
dos profissionais que atuam no Programa Ensino Integral e também ao apoio dos adolescentes e jovens
em busca de uma aprendizagem bem-sucedida. Os cadernos ora apresentados têm um duplo objetivo: por
um lado, oferecer subsídios para otimizar o uso dos laboratórios, com base nas diretrizes que fundamentam
este Programa; por outro, destacar estratégias metodológicas que, em todos os componentes curriculares,
concorrem para que os estudantes possam ampliar suas competências na área de investigação e compre-
ensão – para observar, descrever, analisar criticamente os diferentes fenômenos de cada área, levantar
hipóteses que os expliquem e propor iniciativas para mudar a realidade observada. A série é composta pelas
seguintes publicações:
• Biologia: atividades experimentais e investigativas
• Ciências Físicas e Biológicas: atividades experimentais e investigativas
• Física: atividades experimentais e investigativas
• Manejo e gestão de laboratório: guia de laboratório e de descarte
• Matemática – Ensino Fundamental – Anos Finais: atividades experimentais e investigativas
• Matemática – Ensino Médio: atividades experimentais e investigativas
• Química: atividades experimentais e investigativas
• Pré-iniciação Científica: desenvolvimento de projeto de pesquisa
• Robótica – Ensino Fundamental – Anos Finais
• Robótica – Ensino Médio
Pretende-se, dessa maneira, contribuir para que as escolas desenvolvam atividades experimentais e
investigativas nos laboratórios, nos segmentos a seguir:
• Ensino Fundamental – Anos Finais: nas aulas de Ciências Físicas e Biológicas e de Matemática;
nas aulas de Práticas Experimentais; e nas aulas de disciplinas eletivas, dependendo da especificidade dos
temas e conteúdos selecionados.
• Ensino Médio: nas aulas de Biologia, Física e Química, da 1a a 3a séries; nas aulas de Prática de Ciên-
cias, na 1a e 2a séries; nas aulas de disciplinas eletivas, da 1a a 3a séries, dependendo da especificidade dos
temas e conteúdos selecionados; e em atividades para o desenvolvimento de Projetos de Pré-iniciação Cien-
tífica dos alunos.
Bom trabalho!
Equipe do Programa Ensino Integral
SUMÁRIO
Orientações sobre os conteúdos do Caderno.................................................................6
Tema 1: Tempo de reação humana...............................................................................9
Considerações iniciais ......................................................................................... 9
Como investigar o problema?................................................................................ 9
Para saber mais................................................................................................ 12
Tema 2: O tempo e sua medida................................................................................. 13
Considerações iniciais....................................................................................... 13
Como investigar o problema?.............................................................................. 14
Para saber mais ............................................................................................... 17
Tema 3: Galileu Galilei e o plano inclinado.................................................................. 18
Considerações iniciais....................................................................................... 18
Como investigar o problema?.............................................................................. 19
Para saber mais................................................................................................ 22
Tema 4: Desequilíbrios e equilíbrios.......................................................................... 23
Considerações iniciais....................................................................................... 23
Como investigar o problema?.............................................................................. 24
Para saber mais................................................................................................ 29
Tema 5: Fenômeno da ressonância ............................................................................ 29
Considerações iniciais....................................................................................... 29
Como investigar o problema?.............................................................................. 30
Para saber mais................................................................................................ 33
Tema 6: Propagação de ondas na água....................................................................... 34
Considerações iniciais ....................................................................................... 34
Como investigar o problema?.............................................................................. 35
Para saber mais................................................................................................ 38
Tema 7: Sons e o osciloscópio – um estudo sobre cordas vibrantes................................ 39
Considerações iniciais ....................................................................................... 39
Como investigar o problema?.............................................................................. 40
Para saber mais ............................................................................................... 45
Tema 8: Eletricidade e cargas elétricas....................................................................... 46
Considerações iniciais....................................................................................... 46
Como investigar o problema?.............................................................................. 47
Para saber mais ............................................................................................... 51
Tema 9: Simulando um circuito residencial................................................................. 52
Considerações iniciais....................................................................................... 52
Como investigar o problema?.............................................................................. 53
Para saber mais................................................................................................ 56
Tema 10: Caminhos da energia – processos de geração e sua transformação.................... 56
Considerações iniciais....................................................................................... 56
Como investigar o problema?.............................................................................. 57
Para saber mais................................................................................................ 61
Orientações sobre os conteúdos do Caderno
Este Caderno apresenta exemplos de atividades experimentais, em complementação às presen-
tes nas Situações de Aprendizagem dos Cadernos do Professor e do Aluno de apoio ao Currículo do
Estado de São Paulo (São Paulo faz escola), referenciados neste material como Caderno do Pro-
fessor e Caderno do Aluno. Essas atividades contribuem para a efetivação de uma das premissas
do Currículo do Estado de São Paulo, segundo a qual a educação científica não pode se resumir a
informar ou transmitir conhecimento, mas precisa estimular a investigação científica, a participa-
ção social, a reflexão e a atuação na resolução de problemas.
Uma atividade experimental pode atender a vários objetivos, que dependem de escolhas quanto
ao conteúdo, aos procedimentos e à articulação entre eles, na prática em sala de aula. O para quê,
o quê e o como são os três elementos indissociáveis de uma proposta de ensino, e a escolha de um
deles define a natureza dos outros dois.
Dessa forma, um arranjo experimental pode ser utilizado para demonstrar um fenômeno, como
o aparelho de Van de Graaff, que pode proporcionar um belo espetáculo com suas descargas lumi-
nosas, ou o pêndulo de Newton, que pode intrigar os estudantes e incentivá-los a compreender a
natureza dos movimentos das esferas. Nesse tipo de experimentação, embora não se tenha partici-
pação direta dos estudantes, pode-se chamar a atenção para aspectos específicos, mostrando que a
Física é bela, mágica e intrigante, o que é importante no processo de educação científica.
Os mesmos arranjos, o aparelho de Van de Graaff e o pêndulo de Newton, podem ser utilizados
segundo outra abordagem didática experimental, para aprofundar a compreensão de várias gran-
dezas elétricas e mecânicas, por meio de procedimentos experimentais bem estruturados em um
protocolo de realização. Essas são as chamadas atividades experimentais tradicionais, nas quais os
estudantes executam etapas determinadas por você, professor, para obter resultados já definidos ou
esperados. Nessas atividades, o foco está no aprofundamento de conceitos da Física – elas normal-
mente terminam com a determinação de um valor ou de uma relação quantitativa entre grandezas
mensuráveis –, proporcionando uma melhor compreensão dos conceitos estudados teoricamente.
Embora não se recomende o uso constante e exclusivo desse tipo de procedimento didático, pois
não são oferecidas oportunidades para o desenvolvimento de habilidades mais amplas da investi-
gação experimental, essa abordagem permite desenvolver habilidades importantes da investigação
científica, como a de ler e executar um protocolo em um determinado tempo, realizar medidas com
o cuidado exigido pelo equipamento, apresentar resultados de forma organizada, comunicar resul-
tados de forma objetiva ou reconhecer a importância do trabalho em grupo.
Um terceiro procedimento possível no uso desses mesmos aparelhos seria sua utilização em
projetos de investigação experimental de estudantes. Nesse tipo de abordagem mais complexa,
eles são os autores da escolha e do processo investigativo. Para que uma atividade experimental
desse tipo se torne realizável, é necessário que os estudantes já tenham desenvolvido habilidades
básicas como a de avaliar a importância do tema a ser investigado, contrapondo-se ao “fazer pelo
fazer”; a capacidade de fazer previsões ou formular hipóteses que direcionarão os procedimentos
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
experimentais, reconhecendo que não se fazem previsões significativas sem conhecimentos cien-
tíficos prévios; o uso adequado dos materiais disponíveis ou necessários para minimizar o custo
do experimento; a execução cuidadosa da obtenção de dados, com a compreensão da necessidade
de alterar cada variável por vez e de medir uma variável diversas vezes para diminuir o erro expe-
rimental associado, contrapondo-se assim à atitude do ensaio e erro; a sistematização de dados
em tabelas ou outras maneiras de possibilitar análises comparativas; a redação de resultados e sua
comunicação oral ou escrita; a análise da consistência interna do experimento confrontando os
resultados com as hipóteses efetuadas, e, quando possível, a verificação da consistência externa
comparando os resultados do experimento com aqueles das bibliografias científicas.
As habilidades mencionadas nas diferentes abordagens analisadas não são naturais e precisam
ser construídas pelos estudantes, com o apoio, por exemplo, de atividades didáticas práticas. As
atividades experimentais e investigativas propostas neste Caderno objetivam auxiliar os estudan-
tes na construção dessas habilidades básicas e na ampliação de conhecimentos, que possibilitarão,
como continuidade, a elaboração de projetos individuais ou em grupos.
Cada atividade está estruturada apresentando como ponto de partida uma situação experimen-
tal inserida em um contexto de natureza histórica e/ou social; em seguida, propõem-se alguns
questionamentos que podem instigar e apoiar os alunos no levantamento de hipóteses que expli-
quem o problema. Após uma sugestão de protocolo de procedimento de execução, com espaços
para a participação dos estudantes, há sugestões de continuidade, utilizando equipamentos dis-
poníveis nas escolas ou materiais de baixo custo. Complementarmente, são indicadas algumas lei-
turas para aprofundamento, relativas ao tema do experimento e sua ampliação.
São dez as atividades experimentais, sendo quatro para a 1a série, três para a 2a série e três para
a 3 série, e todas elas relacionadas aos temas dos Cadernos do Professor e do Aluno, complemen-
a
Para a 1a série, a primeira atividade trata da medida do tempo de reação a um estímulo, parâ-
metro importante para a qualidade dos dados experimentais com o uso de cronômetro e em muitas
situações que envolvem reações a estímulos oriundos do trânsito, do esporte e de competições. A
segunda atividade está relacionada com a necessidade da medida do tempo diário e a caracteriza-
ção do pêndulo como marcador de tempo. A terceira atividade, contextualizada historicamente,
trata da medição da aceleração da gravidade simulando o procedimento utilizado por Galileu. A
quarta e última atividade, no contexto do cotidiano da construção civil, foca a atenção no equilí-
brio mecânico, estudando situações dinâmicas de desequilíbrio e equilíbrio.
Para a 2a série, a primeira atividade propõe a análise de ondas em águas rasas, contextualizando
o experimento com o fenômeno das ondas que destroem cais e regiões costeiras. A segunda ativi-
dade trata da análise da ressonância, fenômeno presente nos meios de transmissão e sintonização
de sinais, na Medicina e na Astronomia, entre outras áreas. A terceira atividade estuda os sons de
flauta e violão utilizando um osciloscópio (simulado por software), importante equipamento para
observações em Física, mas não usual em laboratório didático do Ensino Médio.
7
Para a 3a série, está reservado, inicialmente, no contexto de fenômenos naturais com raios e
faíscas, o estudo de condutividade das cargas elétricas estáticas. Como segunda atividade, vem
a elaboração de um projeto e execução de uma planta de instalação elétrica residencial, com
simulação em baixa voltagem. E, para finalizar, a última atividade aborda a conservação de energia
na transformação da luz em energia, na qual estão presentes conceitos da Física moderna.
No dia a dia da sala de aula, é sua prerrogativa selecionar atividades que favoreçam a construção
de conhecimento e o desenvolvimento das habilidades que deseja para seus estudantes. As ativida-
des práticas apresentadas neste Caderno representam contribuições para sua atuação como media-
dor da construção do estudante-sujeito: um estudante com curiosidade sobre o mundo que nos
cerca; com capacidade para identificar um problema que gostaria de ver resolvido e a metodologia
mais adequada para a solução do problema proposto; com capacidade de analisar resultados e tirar
conclusões. Assim, é importante que um dos aspectos da educação seja o de ampliar o aprendizado
com situações que exijam capacidades como as de imaginar, prever, decidir, fazer, experimentar,
medir, construir, avaliar e aprimorar a realidade a que são ou serão submetidos em situações da
vida, seja no ambiente escolar ou no mundo que os rodeia.
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Considerações iniciais
O tempo que decorre entre o instante em que uma pessoa recebe um estímulo e responde a
ele é uma das causas da imprudência no trânsito, da incapacidade do goleiro de saber a direção
da bola numa cobrança de pênalti ou do insucesso de um corredor por uma saída com atraso.
Também em atividades experimentais e investigativas esse tempo de reação pode inviabilizar
experimentos envolvendo medidas de tempo pequenas, realizadas com uso de cronômetro, como
na medida da aceleração da gravidade pela queda de objeto próximo da superfície da Terra ou na
aferição do período de oscilação de um pêndulo de 1 m de comprimento. No primeiro exemplo,
o erro pode chegar próximo a 70% e, no segundo, a 20%. Em função da qualidade das medidas
desejadas, a determinação da reação a um estímulo exige outros instrumentos de medida de
tempo mais adequados.
Habilidades
Reconhecer a importância do tempo de reação a um estímulo nas atividades do cotidiano; ela-
borar hipóteses sobre possíveis resultados, baseados em justificativas consistentes; coletar dados
e sistematizá-los em tabelas; compreender que toda medição tem, associado a ela, um erro, que
depende do equipamento utilizado e do procedimento de medição adotado; compreender que a
média de várias tomadas de dados é o melhor valor da medida; compreender a necessidade de con-
frontar os resultados com as estimativas/hipóteses iniciais; desenvolver trabalho em grupo, ou em
dupla, de forma harmoniosa, respeitosa e adequada; construir tabelas adequadas para apresentação
de dados experimentais.
Número de aulas
3 aulas.
Levantamento de hipóteses
Um bom início é perguntar aos estudantes sobre outros eventos do cotidiano em que eles iden-
tificam o envolvimento do tempo de reação. Alguns exemplos são os tempos entre: tocar o telefone
celular e atendê-lo; soar a campainha da porta e abri-la; acender e apagar uma lâmpada; ver um
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objeto cair e pegá-lo ainda no ar; pegar um objeto lançado ao ar por outra pessoa; ouvir e responder
a um chamado de seu nome; desviar a trajetória de um carro para evitar uma batida etc.
Em seguida, você pode perguntar aos estudantes qual seria um valor razoável do tempo de
reação, em segundos, para uma reação que deveria ser repentina. Solicite que justifiquem as
suas estimativas. Alguns podem dizer que é muitíssimo pequeno, quase zero, pois um estímulo é
decodificado instantaneamente; outros podem ainda dizer que não é zero, mas é menor que um
estalar de dedos, da ordem de 0,5 s; e outros podem ainda propor um valor maior que 1 s, pois
a transmissão de informação no cérebro demora um tempo significativo. Documente os valores
estimados para que, no final da atividade, eles sejam confrontados com os resultados obtidos
experimentalmente. Tais estimativas são as hipóteses definidas pelos estudantes diante do pro-
blema apresentado.
Esta Atividade está estruturada em duas partes. A primeira trata da medida direta do tempo de
reação entre sentir e agir, e a segunda, da medida indireta do tempo entre ver e agir.
Os estudantes fazem uma roda de mãos dadas. Um deles, com um cronômetro em uma das mãos,
o aciona e, simultaneamente, aperta a mão de seu colega à direita. Este, ao receber o aperto na mão
esquerda, aperta a mão do colega à direita e assim sucessivamente. Desse modo, a propagação da
ação do aperto de mão volta ao estudante que está com o cronômetro, que o desliga quando seu
colega da esquerda aperta sua mão esquerda.
Em cada um dos ensaios, os estudantes podem obter valores discrepantes ou repetidos. Nor-
malmente, observam-se valores maiores nos primeiros ensaios. Sugira-lhes que descartem valores
muito discrepantes e considerem a média aritmética como o melhor valor da medida. Dividindo o
valor do tempo de reação do grupo de estudantes pelo número de estudantes participantes da roda,
determina-se o tempo de reação. Esse valor deverá ser de aproximadamente 0,2 s.
10
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
O objetivo é medir o tempo que uma pessoa leva para perceber que um objeto está caindo e rea-
gir a isso, fechando a mão para interromper a sua queda.
©Hudson Calasans
30 da régua). Outro estudante (B), cujo tempo de rea-
ção será medido, coloca os dedos da mão, semiaber-
tos, na extremidade inferior da régua (por exemplo,
no número 5 da régua), sem tocá-la.
Peça aos estudantes que façam 10 ensaios e anotem as medidas dos deslocamentos em uma tabela
do tipo: número do ensaio × valor da medida. Sugira-lhes novamente que descartem os valores muito
discrepantes e considerem a média aritmética como o melhor valor da medida.
O tempo de reação é dado por t = (2·ΔS/g)1/2. Por exemplo, no caso do deslocamento de valor 25 cm,
tem-se, aproximadamente: t = [(2 × 0,25)/10]1/2 = 0,22 s.
Compare os resultados das experiências com as estimativas que os estudantes fizeram no início
da atividade. Discuta as diferenças e as semelhanças, utilizando as justificativas deles.
Traga para essa discussão a questão dos Riscos da alta velocidade em veículos, desenvolvida no
Caderno do Professor de Física, 1a série, Volume 1, Situação de Aprendizagem 13, p. 82-89.
Pode ser bastante interessante fazer uma discussão sobre os erros de medida observados em
cada uma das experiências. Uma sugestão é estimar, como erro associado ao valor médio, o erro
absoluto igual à metade da diferença entre o maior e o menor valor medido (maior valor – menor
valor)/2. Há outros tipos de erros que podem ser causados pelos instrumentos, pelo método de
11
medida ou pelo experimentador, denominados de sistemáticos por serem constantes e ocorrerem
sempre no mesmo sentido.
b) Outra proposta de pesquisa é verificar se o tempo de reação visual, ou auditiva, está relacionado
com as atividades práticas esportivas realizadas pelos estudantes, com participação de profes-
sores de Educação Física, Biologia e do técnico de informática.
OLIVEIRA, J.; PANZERA, A. C.; GOMES, A. E. Q. Medição de tempo de reação como fator de moti-
vação e de aprendizagem significativa no laboratório de Física. Caderno Catarinense de Ensino de
Física, Florianópolis, v. 15, n. 3, dez. 1998, p. 301-307.
RUSCHEL, C. et al. Tempo de reação simples de jogadores de futebol de diferentes categorias e posi-
ções. Motricidade, v. 7, n. 4, out. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.
php?pid=S1646-107X2011000400008&script=sci_arttext>. Acesso em: 26 nov. 2014.
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Considerações iniciais
O que é o tempo? O tema nos remete a uma das questões fundamentais da humanidade. Como
identificar e perceber sua existência? Como fazer seu registro? Sendo uma das grandezas fun-
damentais da Física, a formalização do tempo é algo que surpreendentemente gera embaraços.
De forma geral, quando questionadas sobre o significado de tempo, as pessoas se ocupam de um
tempo pensando na resposta. Embora tão cotidiano, não é algo muito simples de definir.
A necessidade de dimensionar o tempo aparece com a necessidade humana de saber situar eventos
no “quando” de seu momento (início, meio ou fim), em situações como a duração de uma estação do
ano, uma época de plantio ou colheita, a caracterização de um movimento ou até na dimensão da própria
existência. Na Física, sua determinação é uma questão que acompanha de forma intrínseca a percepção
das demais grandezas observáveis (espaço, temperatura, decaimento etc.) e como estas são relacionadas.
O relógio mecânico, surgido no século XIV, foi um marco da civilização industrial, moldado na
ideia de desempenho e produtividade na atividade humana, que provocou mudanças profundas
nos valores culturais, na organização social e política e nas técnicas. A invenção do relógio de
pêndulo, no século XVII, reduziu a margem de erro dos relógios de cerca de 15 minutos por dia para
menos de 15 segundos, tornando o relógio mais confiável para fazer a medida do tempo.
Uma reflexão sobre o tempo e sua medida pelo movimento do pêndulo, objetivos desta Ativi-
dade, podem ser realizadas após o estudo dos movimentos presente nos Cadernos do Aluno e do
Professor da 1a série.
Habilidades
Identificar, a partir da observação, o tempo como uma grandeza física; compreender algumas relações
entre outras grandezas associadas que permitam mensurar o tempo; construir, ou elaborar, métodos e dispo-
sitivos que possam fazer sua medição e permitir seu registro; reconhecer o pêndulo simples com um marcador
de tempo; compreender que, para pequenas oscilações, o período de um pêndulo independe de sua amplitude.
Número de aulas
Para o desenvolvimento das discussões, construções e investigação, sugerem-se três aulas.
13
Como investigar o problema?
Levantamento de hipóteses
Você pode apresentar as questões a seguir para os estudantes na problematização inicial:
Parte 1 – De que forma o tempo altera as coisas ou o espaço ao seu redor, ou ele não faz essas
alterações? Inverta a pergunta e indague se o espaço ou as coisas podem alterar o tempo. Como se
pode perceber o tempo? Como se pode medi-lo? Em outras palavras: que acontecimentos do coti-
diano indicam a passagem do tempo? O amadurecimento de uma fruta? As mudanças de posição de
um caderno? As diferentes fases da Lua? As diferentes posições do Sol no céu?
Parte 2 – Como se pode medir o tempo utilizando um pêndulo? Quais são as variáveis físicas do
pêndulo que podem ser úteis a esse tipo de medida?
Parte 1 – máquina fotográfica digital (pode ser a que existe no celular dos estudantes); uma
folha de papel para registro, lápis ou caneta; e um relógio que registre horas, minutos e segundos.
Parte 2 – uma trena, um cronômetro com precisão mínima de 1 décimo de segundo (pode ser um
cronômetro de aparelho celular), três esferas metálicas (chumbada de pesca) de diferentes diâme-
tros (entre 15 e 30 mm), 2 m de fio de náilon, transferidor e suporte para pêndulo.
1) Para registrar os dados, o grupo deve fazer uma tabela com as colunas (a) Foto e (b) Hora
(hh:mm:ss) e nela anotar o instante em que a foto foi tirada.
Medida 1:
a) Coloque um objeto sobre uma mesa (um vaso ou estojo, por exemplo) e tire uma foto. Regis-
tre na tabela a foto e o instante em que ela foi tirada.
b) Repita, após 15 segundos, o procedimento anterior, sem retirar o objeto ou a câmera do
lugar (não pode ocorrer variação da posição entre uma foto e outra). Registre na tabela a foto
e o instante (hh:mm:ss).
14
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
É desejável que as fotos possam ser impressas para ser comparadas lado a lado. Se não for
possível, os estudantes devem ter como compará-las associando cada uma ao tempo em que
foi tirada.
Medida 2:
a) Eleja um dos estudantes do grupo. Ele será fotografado nas mesmas condições anteriores,
mas sendo ele o objeto fotografado.
b) Tire a primeira foto. Registre na tabela a foto e o instante (hh:mm:ss).
c) O estudante deve mudar sua pose ou posição antes de tirar a segunda foto. Tire a foto e regis-
tre-a na tabela, assim como o instante (hh:mm:ss) em que foi tirada.
2) Coloque os resultados impressos lado a lado, agrupados de acordo com as situações das medidas
1 e 2. Coloque também os registros feitos com o relógio junto a cada foto tirada. Pergunte aos
estudantes como foi possível identificar se:
a) Houve passagem de tempo para cada situação e como isso pode ser verificado.
b) Caso tenha havido passagem de tempo, como saber o que ocorreu antes e o que ocorreu
depois?
c) No primeiro caso (registro do objeto inanimado), como saber se não se trata de registros
simultâneos que foram redimensionados no espaço?
S aliente o fato de a percepção temporal ter-se dado apenas na situação em que houve mudança
de posição. Inverta as impressões dos fotogramas e questione se não poderiam ser interpretadas
como tendo sido tiradas na ordem inversa
15
a) Desloque a massa 30o em relação à direção vertical e solte-a. Meça 10 oscilações completas e
determine o valor médio de um período completo do pêndulo. Repita a medida por 5 vezes e
determine o melhor valor do período do pêndulo.
b) Desloque a massa 20o em relação à direção vertical e solte-a. Execute o mesmo procedimento
do item a.
c) Desloque a massa 10o em relação à direção vertical e execute o procedimento do item a.
d) Desloque a massa 5o em relação à direção vertical e execute o procedimento do item a.
e) Compare os resultados das medidas de grau dos quatro itens e observe a relação entre ampli-
tude máxima e período de oscilação.
2) Mude a massa da esfera e determine o período do pêndulo para mais duas massas. Compare os
valores dos períodos dos três pêndulos de mesmo comprimento e massas diferentes.
6) Faça uma tabela que evidencie a relação entre o comprimento (L) e o período (T) do pêndulo.
a) Verifique se é possível estabelecer uma relação entre as duas variáveis.
b) Faça um gráfico de T2 × L e determine a relação entre as variáveis.
Resultados observáveis
Parte 1 – Os estudantes podem observar facilmente a mudança (ou não) do espaço entre as
duas situações. Saliente que, no primeiro caso, a percepção temporal só foi possível pelo registro
feito com o relógio.
Parte 2 – Quanto aos resultados do item 1, é possível observar que, para pequenos ângulos (bem
menores do que 45o), o período do pêndulo não varia. Os resultados do item 2 indicam a invariância do
período com a massa do pêndulo. Do item 3 em diante, os resultados indicam a dependência do período
com o comprimento do pêndulo e evidenciam a não linearidade. Do gráfico, é possível determinar que
a relação T é proporcional à raiz quadrada do comprimento.
16
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
3) Com o componente curricular Geografia, poderia ser realizada uma investigação sobre os prin-
cípios dos relógios existentes atualmente e quem comercializa tais aparatos. Esse é um trabalho
interessante que pode abranger desde os relógios mais comuns, de quartzo, até relógios atômi-
cos e suas aplicações.
4) Com o componente curricular Biologia, poderiam ser aprofundadas as questões do dia e da noite
e seus efeitos biológicos, particularmente com o estudo dos ciclos cicardianos, indicando como
os organismos vivos “controlam” o tempo, sem aparentemente usar relógios.
LIMA, F. R. R.; PIACENTINI, J. J. Pêndulo simples – um método simples e eficiente para deter-
minar g: uma solução para o Ensino Médio. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 1, n. 1,
1984, p. 26-29. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/
5786/14080>. Acesso em: 26 nov. 2014.
17
MARTINS, A. F. P.; ZANETIC, J. O tempo na mecânica: de coadjuvante a protagonista. Caderno Cata-
rinense de Ensino de Física, v. 19, n. 2, 2002, p. 149-175. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.
br/index.php/fisica/article/view/6618/6117>. Acesso em: 26 nov. 2014.
SZAMOSI, G. Tempo & espaço: as dimensões gêmeas. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. A Introdução do
livro está disponível em: <http://www.pucsp.br/~diamantino/introgeza.pdf>. Acesso em: 26 nov.
2014.
Considerações iniciais
Os trabalhos de Galileu Galilei, na primeira metade do século XVII, revolucionaram o estudo
matemático do movimento de objetos sob a ação da gravidade. Embora as teorias sobre a gravidade
e as metodologias de medida de sua aceleração na superfície da Terra tenham mudado muito desde
então, os métodos de trabalho empregados por Galileu continuam bastante atuais e seus resultados
experimentais são surpreendentemente válidos, se forem levados em conta os recursos que possuía
para executar medidas.
O fato de Galileu ter utilizado um plano inclinado em suas medições foi de grande elegân-
cia e permitiu maior precisão nas medidas de tempo do movimento dos objetos sob a ação da
gravidade, reduzindo sua velocidade. Na sua época, medidas de tempo eram efetuadas utili-
zando-se de pulsações, pêndulos ou relógios de água. Atualmente, dispõe-se de equipamentos
de medição de tempo bem mais acurados, como cronômetros digitais e fotossensores, o que
permite, mesmo na educação básica, reproduzir facilmente as experiências desse grande cien-
tista e também realizar medidas que seriam impossíveis para Galileu.
18
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Habilidades
Reconhecer a importância dos cuidados experimentais e da repetição de tomada de dados; reco-
nhecer a importância da previsão na atividade experimental e sua verificação ou não com os dados
coletados; compreender a importância da construção de tabelas e gráficos como ferramentas de análise
de dados; desenvolver um olhar para a história antiga e compreender que observações cuidadosas e
sistemáticas muitas vezes podem levar a hipóteses corretas.
Número de aulas
Duas ou três aulas, dependendo do aprofundamento no assunto desejado tanto por você quanto
pelos estudantes.
Faça a seguir a leitura da introdução do artigo Galileu fez o experimento do plano inclinado?,
que apresenta a questão proposta por Alexandre Koyré, segundo a qual Galileu não teria realmente
realizado o experimento do plano inclinado. Esse segundo texto serve para aguçar a curiosidade
dos estudantes com relação ao tema e instigá-los a realizar o experimento do plano inclinado. Uma
discussão posterior a essa leitura seria muito importante para garantir que eles tenham entendido
as objeções de Koyré, que se dão pelo fato de Galileu não ter equipamentos adequados, à época,
para executar as medidas com a precisão necessária para obter os resultados experimentais que ele
apresenta.
Proponha, então, aos estudantes que façam uma reprodução do experimento do plano incli-
nado de Galileu.
Levantamento de hipóteses
Antes de iniciar as atividades experimentais, você pode perguntar aos estudantes se eles acredi-
tam ser possível obter os resultados experimentais propostos por Galileu e por quê. Registre suas res-
postas e justificativas, para que elas possam ser avaliadas na análise dos resultados dos experimentos.
19
ser realizadas, esta seja a mais fácil de ser executada na escola (vide outras propostas na seção
Para saber mais).
Material necessário
Uma trena; um cronômetro com precisão mínima de 1 décimo de segundo (pode ser um
cronômetro de aparelho celular); uma esfera metálica de aproximadamente 15 mm de diâme-
tro; um tubo de PVC de 2 polegadas de diâmetro e 120 cm de comprimento ou, como alterna-
tiva, um tubo fluorescente de 120 cm (lâmpada de 40 W), por ser material de fácil aquisição
e com um nível de imperfeição de superfície muito pequeno (neste caso, devem ser tomadas
todas as precauções de segurança necessárias, pois os estudantes vão lidar com uma estru-
tura de vidro); dois calços com altura aproximada de 90 mm cada; fitas adesivas; caneta;
caderno e calculadora.
Comprimento
total = 120 cm
Furos
100 cm
75 cm
50 cm
25 cm
0
Figura 3 – Preparação do experimento, com as marcações de onde devem ser feitos os furos, e o experimento pronto,
com o tubo inclinado.
1) A montagem do experimento deve ser feita conforme mostra a Figura 3 (plano inclinado).
2) Marque no tubo quatro traços espaçados a cada 25 cm (no caso do tubo de PVC, é necessário
fazer furos laterais nos locais das medidas, com o auxílio de uma furadeira, para que se possa
ver a passagem da bolinha) e coloque um pequeno calço numa das extremidades do tubo, de tal
modo que a esfera deixada em liberdade adquira um movimento uniformemente acelerado não
muito rápido.
3) Abandone a esfera metálica da origem (0 cm) e meça o tempo que ela gasta para chegar a uma
das marcas determinadas.
Atenção: sugere-se que, para a primeira marca (25 cm), sejam realizadas, ao menos, 20 medi-
ções do tempo e, nas demais, apenas 10. A primeira marca é a mais problemática porque será ela a
determinar a unidade padrão de tempo para a primeira unidade de distância (= 25 cm).
4) Os resultados das medidas de tempo podem ser registrados numa tabela como a que é mos-
trada a seguir.
20
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Percentual
L T L T T2 T2 entre T2
(cm) (s) (normalizado) (normalizado) (normalizado) (teórico) experimental e
teórico (%)
25 1 1
50 2 4
75 3 9
100 4 16
Tabela 1.
Preenchimento da tabela: na segunda coluna, devem ser colocados os valores médios dos tempos
obtidos para a queda da bolinha em cada comprimento (L). A terceira coluna, L (normalizado), corres-
ponde à divisão do valor da primeira coluna por 25 cm (unidade padrão de distância). A quarta coluna,
T (normalizado), deve ser preenchida seguindo o mesmo procedimento da coluna anterior, mas agora
usando o tempo obtido nas medidas (segunda coluna) dividido pela unidade padrão de tempo: o valor
médio do tempo correspondente ao comprimento de 25 cm (unidade padrão de distância). Os valores
da quinta coluna são preenchidos com os valores da quarta coluna ao quadrado. Os valores da sexta
coluna correspondem aos valores da terceira coluna ao quadrado. A sétima coluna é o resultado da
divisão do valor da quinta coluna pelo da sexta coluna, cujo resultado é multiplicado por 100.
5) Acrescente um novo calço sob o tubo (que ficará agora com 120 mm de altura). Repita as medi-
das citadas nos itens 3 e 4. Construa, então, outra tabela de dados, para a nova inclinação.
Resultados observáveis
Os resultados obtidos nas medições de tempo com o plano inclinado para o comprimento inicial
de 25 cm (unidade padrão de distância) devem ficar por volta de 1,5 s (para um calço de aproxima-
damente 90 mm). Os demais resultados devem ser, respectivamente, algo próximo de 2,2 s, 2,7 s e
3,1 s. Obviamente, se a inclinação dos tubos for maior, os tempos serão menores do que esses, e,
por outro lado, se a inclinação for menor, os tempos serão ligeiramente maiores do que os apresen-
tados anteriormente.
21
A comparação entre os resultados de duas inclinações diferentes deve deixar evidente que, mesmo
com o movimento das bolinhas sendo mais rápido com a inclinação maior, a regra do quadrado dos
tempos de Galileu se mantém válida. Aqui devem ser resgatadas as respostas dos estudantes, feitas
ao iniciar as atividades experimentais, questionando se acreditavam ser possível obter os resultados
experimentais propostos por Galileu.
Você pode discutir com os estudantes os índices de erros associados às medidas experimentais
e propor alternativas/alterações que minimizem tais erros no experimento.
NEVES, M. C. D. et al. Galileu fez o experimento do plano inclinado? Revista Electrónica de Enseñanza
de las Ciencias, v. 7, n. 1, 2008. Disponível em: <http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen7/
ART11_Vol7_N1.pdf >. Acesso em: 26 nov. 2014.
PESSATO JR., G. Experimento do plano inclinado de Galileu. Relatório final da disciplina Tópicos de
Ensino de Física I. IFGW/Unicamp, 2008. Disponível em: <http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/
F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2008/GilbertoP-Assis_RF2.pdf>. Acesso em:
26 nov. 2014.
SOARES, R. R.; BORGES, P. F. O plano inclinado de Galileu: uma medida manual e uma medida com
aquisição automática de dados. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 32, n. 2, jun. 2010. Dispo-
nível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/322501.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2014.
22
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Considerações iniciais
A ideia de equilíbrio é utilizada com sucesso em várias áreas da Física, como no caso do equi-
líbrio mecânico (em construções), do equilíbrio térmico (termodinâmico) ou do equilíbrio de car-
gas elétricas, com características e peculiaridades de cada um desses contextos teóricos. Nesta
proposta de atividade, será focado o equilíbrio mecânico, com o estudo de situações dinâmicas
de desequilíbrio e equilíbrio. Este estudo pode ser articulado com o que foi visto no Caderno do
Professor de 1a série, Volume 2 (Equilíbrio estático e dinâmico, particularmente na avaliação de
situações de equilíbrio, nas considerações físicas sobre o momento de uma força em corpos exten-
sos e na inércia).
O tema permite discussões posteriores sobre equilíbrio e posição do centro de massa em orga-
nismos vivos, bem como em máquinas, carros e construções. Há histórias de alguns animais, como
o gato sempre cair de pé, por conseguir controlar seu equilíbrio. Embora não se venha a lidar com
animais vivos, essa ponte permite introduzir o trabalho, que pode ser iniciado instigando a curio-
sidade dos estudantes ao mostrar a Joaninha Cambalhota em funcionamento, um dispositivo
artesanal que pode ser confeccionado por você para demonstração e depois, durante a atividade,
construído e alterado pelos estudantes. A investigação proposta permite explorar conceitos de
equilíbrio estático e dinâmico em corpos extensos, bem como realizar algumas medidas, anali-
sando características da colocação do peso para deslocar o centro de massa (CM).
Habilidades
Identificar estratégias para resolver uma situação-problema de equilíbrio e desequilíbrio; identifi-
car variáveis relevantes, elaborar hipóteses, estabelecer relações e interpretar observações ou resulta-
dos de um experimento; reconhecer que a situação de equilíbrio de um corpo extenso é definida pela
relação entre o centro de massa e o seu ponto de apoio; utilizar esquemas gráficos para representar
grandezas vetoriais; elaborar comunicação escrita ou oral para relatar experimentos.
Número de aulas
Para o desenvolvimento das discussões, construções e investigação, sugerem-se três aulas.
23
Como investigar o problema?
Levantamento de hipóteses
Propõe-se o desenvolvimento do experimento em etapas: (i) explorar o conhecimento dos estu-
dantes com a visualização do brinquedo; (ii) construir o brinquedo a partir das suas características
visíveis (não permitindo que os estudantes desmontem o dispositivo) e (iii) analisar as caracterís-
ticas da posição do centro de massa. Sugere-se que o trabalho com os estudantes seja apresentado
por etapas, abordando a seguinte apenas após a conclusão da anterior.
Você necessita de uma Joaninha Cambalhota pronta. O dispositivo é construído com meia bola
de isopor e uma chumbada de pesca colocada de tal maneira que a joaninha, ao ser colocada de
“pernas para o alto”, execute uma cambalhota, colocando-se novamente de “pernas para baixo”
por movimento próprio. Veja as Figuras 4 a 9.
24
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
4 5 6
7 8 9
Nessa oportunidade, você pode introduzir a ideia de equilíbrio estável e instável, uma vez que o
funcionamento do dispositivo está relacionado a essa característica física.
25
o funcionamento do dispositivo a partir de seus efeitos e imaginar como reproduzi-lo com materiais
disponíveis para sua construção.
Em seguida, os estudantes podem ser divididos em grupos, tendo à disposição materiais para
que possam tentar reproduzir a Joaninha Cambalhota. Se você se sentir seguro, poderá colocar
materiais adicionais à disposição (borrachas escolares, esferas de outros materiais com pouca
massa e baixa densidade, ímã), de forma que os estudantes sejam obrigados, nessa etapa, a tomar
decisões adicionais quanto à confecção e testar hipóteses quanto à construção da joaninha.
O funcionamento dos protótipos dos grupos lhes permitirá evoluir a ideia da forma de constru-
ção sem que haja a necessidade de desmontar o dispositivo de demonstração.
2) No caso da joaninha: uma massa com peso suficiente para desequilibrar o conjunto deve ser
alojada na periferia da base reta da semiesfera. Esconder tal peso é o que torna o funcionamento
do brinquedo instigante (por isso, não permita que os estudantes desmontem-na!).
Após todos os grupos terem pelo menos uma Joaninha Cambalhota em adequado funciona-
mento, proponha as seguintes tarefas/questões aos estudantes:
2) Estudo da variação da posição da chumbada: em quais situações a joaninha funciona melhor? Como
essas situações são caracterizadas? Sugere-se variar a posição da chumbada no plano da base, da
periferia para o centro da semiesfera (o “corpo” da joaninha). Aconselha-se deslocar a chumbada
num dos raios do plano da base da semiesfera, fazendo variações, por exemplo, de 1 cm na posição.
Como a esfera tem diâmetro de 10 cm, há cerca de cinco posições possíveis, desde o limite da borda
periférica até o limite mais interior, quando o peso ficará sobre o centro do disco de sua base.
4) Elaboração de uma tabela, indicando para cada uma das posições da chumbada:
26
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Resultados observáveis
Os estudantes poderão observar que o equilíbrio em corpos extensos está relacionado à distribui-
ção de peso de suas partes, de forma que a alteração da posição do centro de massa do conjunto, em
relação ao ponto de apoio, pode implicar situações de rotação, equilíbrio e desequilíbrio. Particular-
mente, para o funcionamento da joaninha, outro fator a ser considerado é a esfericidade do “casco”,
que permite a inércia de rotação do movimento, crucial para a realização da cambalhota completa.
Além do funcionamento do brinquedo, essa será a oportunidade de cada grupo expor os dados
tabelados, as observações de funcionamento registradas e seus cálculos para o momento da força,
considerando as diferentes posições do peso.
Nesta situação, proponha aos grupos as seguintes questões para análise e discussão conjunta:
1) Quais são as posições de equilíbrio estável do dispositivo quando apenas a força peso do dispo-
sitivo atua? No caso da joaninha, há duas.
3) Como se caracteriza o equilíbrio mecânico nas situações representadas? São estáveis ou ins-
táveis? Nesta oportunidade, você deverá discutir o que caracteriza, do ponto de vista físico, o
que se considera um equilíbrio estável, para o caso do dispositivo estudado, em que o centro de
massa se encontra acima do apoio.
4) Qual das posições da chumbada proporciona maior velocidade de rotação ao conjunto? Qual é a
menor? Num mesmo conjunto, o aumento do braço da força implicará maior velocidade angular
e, com isso, uma cambalhota mais rápida.
5) Qual é a posição limite do peso em relação ao centro da semiesfera para que a joaninha deixe de
dar cambalhota? Conforme a chumbada vai sendo deslocada em direção ao centro do disco, deve-se
27
observar uma diminuição da velocidade angular do conjunto, se lançado da mesma posição, de forma
que, quando o momento da força peso for pequeno, não haverá cambalhota.
6) O formato do “casco” da joaninha é arredondado. Isso tem alguma interferência em seu funcio-
namento? Como? O formato do casco é crucial para o bom funcionamento do dispositivo e normal-
mente é um detalhe obscurecido pela questão do peso. Para salientar tal situação, deve-se mostrar
que a joaninha poderia ficar em equilíbrio se for apoiada de tal forma que seu centro de massa
fique muito próximo do ponto de apoio, com sua base formando quase 90o com a superfície.
Aspectos lúdicos devem ser destacados por sua capacidade de despertar a curiosidade inves-
tigativa e, portanto, preservados na montagem final. Para isso, peça aos estudantes que decorem
suas joaninhas, de forma a esconder o peso deslocado. Dessa forma, o encantamento com o brin-
quedo não será perdido ao mostrá-lo aos colegas que ainda não fizeram o estudo investigativo.
a) O equilíbrio para o ser humano: no caso dos seres humanos, para uma simples caminhada ou
para a prática de esportes, é necessária a mudança da posição do centro de massa em relação
à projeção sobre sua base (região entre os pés), uma vez que andar ou correr implica necessa-
riamente sair da posição de equilíbrio. Pode-se discutir onde se encontra aproximadamente o
centro de massa e, a partir disso, analisar o repouso e o movimento de uma pessoa. Há também
as dificuldades decorrentes da falta de equilíbrio que podem ser estudadas, como no caso de
bebês, que demoram cerca de um a dois anos para aprender a se equilibrar nas próprias pernas,
ou de pessoas em idade muito avançada.
b) Outra linha possível é pesquisar os problemas decorrentes da falta de equilíbrio em pessoas com
doenças (labirintite). Nessa linha, podem-se desenvolver trabalhos com o componente curricu-
lar Biologia ou com o componente curricular Educação Física.
c) O equilíbrio para animais e insetos: há animais, como besouros ou tartarugas, que podem mor-
rer caso sejam colocados na posição inicial da joaninha, uma vez que seu centro de massa se
encontra em posição que os impede de fazer a cambalhota. Pode-se analisar como aves se equi-
libram em poleiros ou árvores com a posição de suas caudas. Trabalhos com o componente cur-
ricular Biologia poderiam ser estudados nesta linha.
d) No caso de veículos, há restrições quanto ao ângulo de inclinação em relação ao solo, para que
não capotem ao fazer curvas ou subir em ladeiras. De forma semelhante, a variação de massa
em caminhões (cargas) e ônibus (pessoas e cargas) pode ser crucial para a estabilidade de tais
veículos em curvas. Podem-se pesquisar sites de fabricantes de veículos para obter tais caracte-
rísticas e discutir que veículos são mais ou menos estáveis.
e) Outra linha de investigação possível é estudar como construções, tal qual a famosa Torre incli-
nada de Pisa, se mantêm estáveis, mesmo apresentando um tombamento lateral. Um eventual
trabalho com o componente curricular Arte poderia explorar a arquitetura de construções e obras
de arte que se baseiam em equilíbrio dinâmico e estável, mostrando que artistas também se
28
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
utilizam de conhecimentos físicos na execução de suas obras. Nessa linha, você pode propor aos
estudantes a construção de maquetes de ponte de treliça, utilizando macarrão do tipo espaguete.
f) Por fim, numa linha mais lúdica, é possível pesquisar outros brinquedos cujo funcionamento se
baseia em equilíbrio, analisando-os sob esse aspecto estudado. Para isso, você pode visitar com os
estudantes uma loja de brinquedos populares e comerciais, pesquisando quais dos brinquedos uti-
lizam o equilíbrio como forma de acionar seu funcionamento. Numa etapa posterior, vocês podem
estudar brinquedos de parque de diversões que utilizam o equilíbrio como fonte de sua atração.
RIBEIRO, V. L. O sapo equilibrista. Revista de Ensino de Ciências, n. 14, 1985, p. 20-26. Disponível
em: <http://www.cienciamao.usp.br/dados/rec/_osapoequilibristaverenic.arquivo.pdf>. Acesso
em: 26 nov. 2014.
SILVEIRA, F. L.; AXT, R.; ASSIS, A. K. T. A balança de Roberval e o segredo do seu mecanismo. Caderno
Brasileiro de Ensino de Física, v. 26, n. 3, 2009, p. 441-459. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.
br/index.php/fisica/article/view/2175-7941.2009v26n3p441>. Acesso em: 26 nov. 2014.
TERUYA, T. et al. Pulseiras de equilíbrio melhoram o equilíbrio estático? ConScientiae Saúde, v. 11,
n. 4, 2012, p. 559-565. Disponível em: <http://www4.uninove.br/ojs/index.php/saude/article/
view/3119>. Acesso em: 26 nov. 2014.
Considerações iniciais
O fenômeno da ressonância está na base dos sistemas de comunicação, possibilitando sintoni-
zar uma estação de rádio entre cerca de 10 mil emissoras, um canal de televisão entre quase uma
centena de transmissões em VHF e UHF (analógicos ou digitais) e enviar mensagens para determi-
nado número, entre os aproximadamente 300 milhões de celulares, apenas no Brasil. Tal fenômeno
é responsável pela qualidade e variedade de instrumentos musicais, que dependem das variações
de suas caixas de ressonância, definidas, entre outros fatores, pela forma, tipo de material, tempe-
ratura e umidade (na fabricação e no ambiente local). Está presente ainda na Medicina, com o diag-
nóstico por imagem de ressonância magnética, utilizado na identificação de lesões em ligamentos,
tendões e músculos, na avaliação dos órgãos e estruturas abdominais ou no estudo do crânio para
diagnóstico de tumores, derrames e outras doenças que comprometem essa região. O estudo da
ressonância na Astronomia (ressonância orbital) também foi importante para a descoberta do pla-
neta-anão Plutão, para a previsão da existência de Netuno, para explicar por que o movimento da
29
lua Io está cada vez mais perto de Júpiter, para explicar o período de rotação e translação da Lua
em torno da Terra e as marés na Terra e em outros planetas.
Habilidades
Reconhecer a importância dos cuidados experimentais e da repetição de tomada de dados para a credi-
bilidade dos resultados; reconhecer a importância da previsão na atividade experimental e sua verificação
ou não com os dados coletados; compreender a importância do controle de variáveis na experimenta-
ção, variando comprimento e massa do pêndulo independentemente; compreender que o fenômeno da
ressonância está relacionado com a igualdade das frequências de oscilação do agente externo e o corpo
ressonante; reconhecer a presença do fenômeno da ressonância em diferentes situações do cotidiano.
Número de aulas
3 aulas.
Levantamento de hipóteses
Como a vibração de um corpo pode interferir em outro? Quais são as características físicas que
permitem a ocorrência da ressonância?
30
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Você pode iniciar a atividade perguntando aos estudantes o significado de ressonância. Algu-
mas possíveis respostas: captar energia de uma onda, vibrar na mesma frequência, entrar em
harmonia, sintonizar. Também pode haver respostas relacionadas a situações em que ocorre o
fenômeno, como em caixa acústica, antena de rádio e TV, e até a queda da Ponte de Tacoma pode
ser uma resposta (na internet, existem vídeos dessa queda). Caso os estudantes não conheçam esse
vídeo, você pode apresentá-lo antes do início das atividades experimentais. Registre as respostas
dos estudantes, para que elas possam ser avaliadas na análise dos resultados dos experimentos.
Em seguida, proponha a experiência, que deve ser realizada em grupo e pode receber um roteiro
conforme modelo a seguir.
©Hudson Calasans
crescente de comprimento, deixando espaço de aproxima-
Fio de
damente 7 cm entre eles (Fig. 10). cordonete
31
6) Pendure o pêndulo de conta de 15 cm ao lado do pêndulo de chumbinho de 15 cm. Oscile
primeiro o pêndulo de chumbinho de 45 cm e observe por um tempo o que acontece. Depois
faça oscilar o pêndulo de chumbinho de 30 cm e observe por um tempo o que acontece. Em
seguida, oscile o pêndulo
parade chumbinho
conferência das proporções: as de 15estão
ilustrações cmcomeasobserve por
medidas reduzidas um(escala
para 25% tempo1:4, 7cm =o que acontece.
1,75cm)
©Hudson Calasans
7) Faça uma previsão: em função das observações feitas
até agora, o que ocorrerá se o pêndulo de contas de
Fio de Fio de
30 cm for pendurado e o pêndulo de chumbinho cordonete cordonete
de 30 cm for oscilado? Registre sua hipótese.
10) F aça outra previsão: se oscilar o pêndulo de conta de 15 cm, o que vai ocorrer? Será que há
diferença se comparada com a situação em que o pêndulo de chumbinho de mesmo compri-
mento é oscilado? Registre suas hipóteses.
Resultados observáveis
No Procedimento 4, serão observadas pequenas oscilações dos outros dois pêndulos, tendo
maior amplitude aquele de comprimento mais próximo do pêndulo oscilante.
32
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
No Procedimento 10, verifica-se que, ao fazer oscilar o pêndulo de conta, o fenômeno da resso-
nância atingirá amplitude menor do que quando iniciada com o pêndulo de chumbinho.
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SEREJO, M.; COSTA, I. L.; COSTA, J. B. Ressonância orbital: a sincronização ou destruição dos corpos
celestes. In: VI Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação
Tecnológica, 6., 2011, Aracaju. Disponível em: <http://files.grupodefisicaifpa.webnode.com.
br/200000020-d528ad622e/Ressonancia_Orbital_Connepi_2011.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2014.
Considerações iniciais
O estudo da propagação de ondas na água contribui para a “materialização” das propriedades ondu-
latórias do som ou da luz, como reflexão, refração, difração e interferência. Utilizando o equipamento
denominado de cuba de ondas, é possível visualizar esses fenômenos e determinar grandezas como velo-
cidade de propagação, frequência e comprimento de onda. Esse estudo das ondas na água vem comple-
mentar e aprofundar os conteúdos desenvolvidos no Caderno do Professor da 2a série, Volume 2, que trata
a óptica mais da perspectiva geométrica e a propriedade eletromagnética da luz com o estudo das cores.
Utilizando uma cuba de ondas, que pode ser encontrada nas escolas do Programa Ensino Inte-
gral, é possível produzir ondas planas ou circulares e analisar seu comportamento quando passam
de um meio para outro, caracterizado, por exemplo, pela diferença de profundidade da água. As
ondas da água se movem na superfície e não se estendem em profundidade de modo considerável,
como pode ser observado quando um barco se move sobre a água, formando cristas e depressões,
respectivamente porções mais altas e baixas das ondas. O fato de a onda da água ser superficial e
mudar de velocidade ao passar de uma profundidade para outra é uma das variáveis que favorecem
o caráter muitas vezes destruidor das ondas que atingem as praias.
Habilidades
Entender que o comprimento de onda é a distância entre duas cristas ou duas depressões da onda;
medir comprimento de onda de uma onda na água e relacioná-lo com a velocidade de propagação e
sua frequência; reconhecer a importância de medidas cuidadosas para a obtenção de dados confiáveis;
compreender a necessidade de fazer previsões ou hipóteses antes da realização de experimentos; apre-
sentar os resultados do experimento de maneira consistente; elaborar comunicação escrita ou oral para
relatar experimentos.
Número de aulas
3 aulas.
34
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Levantamento de hipóteses
O levantamento de hipóteses sobre a velocidade de propagação das ondas na água pode ser enca-
minhado com perguntas do tipo: O que são tsunamis? Por que eles são destruidores? O que acontece
com a velocidade da onda em um tsunami quando se aproxima da costa? O que acontece com sua altura?
O que acontece com a energia da água durante o movimento de aproximação do tsunami?
Material necessário
Cuba de ondas completa com excitador plano; placa de vidro ou de plástico transparente e retan-
gular, de mesmo comprimento e metade da largura da cuba – a ser inserida por dentro da cuba a fim
de possibilitar a mudança de altura da água (Fig. 12).
© Fernando Genaro/Fotoarena
35
Procedimentos a ser adotados
1) Faça a montagem da cuba de ondas. Coloque água na cuba até uma altura de aproximadamente
1 cm e nivele. Coloque o excitador plano e faça sua extremidade inferior tocar na superfície da água.
2) Ligue a fonte de frequência. Observe a produção de pulsos retos e sua imagem projetada. As fai-
xas brilhantes que aparecem no anteparo de projeção correspondem às cristas ou depressões?
Justifique.
3) Use demarcadores na cuba para identificar o tamanho que, na projeção, corresponde ao tama-
nho real medido entre as cristas, ou entre os vales, pois a projeção amplia a imagem da distância
percorrida pela onda.
4) Produza um pulso e meça com o cronômetro o tempo (t) que ele leva para percorrer uma distân-
cia x. Qual é a velocidade do pulso?
5) Faça o excitador produzir ondas periódicas (pulsos sucessivos em intervalos de tempo iguais).
Fixe um ponto qualquer na cuba. Se em um intervalo de tempo são produzidos 10 pulsos, nesse
mesmo tempo, quantos pulsos passarão pelo ponto escolhido? A frequência da onda varia
durante a sua propagação?
2) Antes de ligar o excitador, faça previsões sobre as mudanças que podem ocorrer em função da
variação de profundidade. Por exemplo: O comprimento de onda vai variar? Como um todo ou cada
profundidade terá um valor? A velocidade da onda vai variar? A frequência vai variar? Há alguma
grandeza relacionada à onda que vai permanecer a mesma da experiência realizada na Parte 1?
36
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
3) Ligue o excitador e analise a projeção das ondas: o que ocorreu com o comprimento de onda?
Qual é a relação entre comprimento de onda e profundidade da água?
7) Utilizando os resultados da experiência, explique alguns aspectos dos tsunamis, como altura e
energia.
Resultados observáveis
No item 1 da Parte 1, ao ligarem o excitador, os estudantes observarão faixas claras e escuras.
As faixas claras correspondem às cristas, porque elas atuam como lentes convergentes e tendem a
focalizar a luz da lâmpada, enquanto as depressões atuam como lentes divergentes, dispersando-a.
Para o cálculo do comprimento de onda, é importante medir vários comprimentos de onda (cinco,
por exemplo) e dividir pelo número de ondas, determinando o seu valor médio. Dessa forma, o erro
associado à medida é menor.
Pode-se introduzir uma estimativa do erro associado ao valor médio de uma medida. Para isso,
sugere-se utilizar o desvio médio, calculado pela média aritmética dos afastamentos (ou desvios),
tomados em valor absoluto, entre cada valor e o valor médio das medidas.
Outras questões tratam da determinação das características das ondas em água e do estudo da
relação λ = v/f (comprimento de onda = velocidade ÷ frequência) ou λ = vT (comprimento de onda =
velocidade × período).
37
Também foi observado que, para uma dada frequência, a velocidade da onda diminui com a
diminuição da profundidade, resultado coerente com a observação anterior.
Chame a atenção dos estudantes para a validade das observações apropriadas para ondas em
águas rasas, como é o caso da cuba onde foi realizada a experiência. Em águas profundas, outras
variáveis são importantes, e elas compõem a análise do fenômeno. Entretanto, a diminuição da
velocidade das ondas que se aproximam da costa, pela diminuição da profundidade da água,
é bastante visível. Com a diminuição da velocidade, a energia cinética da onda diminui com o
quadrado da velocidade (v2) e se transforma em energia potencial do sistema, aumentando a
amplitude da onda.
2) Pode ser feita uma pesquisa sobre formação dos tsunamis e estudo das ondas P e S dos terre-
motos, utilizadas na construção de modelos explicativos da estrutura interna da Terra, com
participação do professor de Geografia.
PHYSICAL SCIENCE STUDY COMMITTEE (PSSC). Física – parte II. São Paulo: Edart, 1966. Disponível
em: <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/indice.php?midia=pssc>. Acesso em: 26 nov. 2014.
SILVEIRA, F. L.; VARRIALE, M. C. Propagação das ondas marítimas e dos tsunamis. Caderno Bra-
sileiro de Ensino de Física, v. 22, n. 2, 2005, p. 190-215. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.
br/~lang/Textos/Ondas_tsunami.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2014.
38
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Considerações iniciais
A abordagem da produção do som é particularmente prazerosa, visto sua tamanha presença no
cotidiano: na fala, no vento, na chuva e, em especial, na música em geral. A descoberta dos harmô-
nicos por Pitágoras (VI a.C.) é o ponto de partida para o estudo dos fenômenos de interferência e
formação das ondas estacionárias em cordas ou tubos.
A partir da experimentação de um som agradável aos ouvidos (som harmonioso, daí harmônico), é
evidenciada a vibração de uma corda (de um instrumento musical ou mesmo de um barbante que tem
afixadas suas extremidades), com determinado comprimento, em seu harmônico mais simples, dito fun-
damental. Essa mesma corda, agora com metade de seu comprimento, posta a oscilar gera também seu har-
mônico fundamental; embora, com uma nota cuja frequência é duas vezes maior, denominada uma oitava
acima do primeiro som. Quando a escolha recair em um instrumento de sopro (flauta doce, por exemplo),
há também uma percepção dos sons de oitavas diferentes em função do tamanho do tubo, quer seja ele
com duas extremidades abertas ou apenas uma. De qualquer maneira, seja um violão ou uma flauta doce,
o uso de simples instrumentos permitirá um estudo de ondas estacionárias e o fenômeno de ressonância.
A partir da abordagem com o instrumento musical, parte-se para o estudo prático do comportamento
de interferência em ondas em cordas, que culminam com a obtenção de sucessivos modos de vibração para
uma mesma corda ou tubo, estabelecendo-se relações entre as frequências emitidas e o respectivo tama-
nho de corda ou tubo. A atividade também proporciona o contato com um instrumento de medida capaz de
determinar a frequência de um som, no caso o osciloscópio, que será muito útil por permitir verificar, numa
linguagem gráfica, o perfil da onda associada e interpretar os conceitos de período, frequência e ampli-
tude. Essa atividade completa o estudo da onda sonora, tema presente no Caderno do Professor da 2a série.
Habilidades
Reconhecer os modos de vibração de uma corda ou tubo a partir de seu harmônico fundamental;
identificar a altura de um som e poder relacioná-la à frequência emitida por este e, por consequência,
dissociar a altura de um som da sua respectiva sonoridade (nível de intensidade sonora); aprender a
identificar a linguagem simbólica de ondas (através dos gráficos exibidos na tela do osciloscópio) com as
grandezas físicas associadas às ondas, tais como comprimento de onda, frequência e amplitude de onda.
Número de aulas
Para o desenvolvimento do experimento, sugerem-se quatro aulas.
39
Como investigar o problema?
Levantamento de hipóteses
Como é possível variar o som emitido por uma corda do violão? E pelo tubo de uma flauta? Que
características (grandezas) estão relacionadas com tais alterações sonoras? Como é possível medi-las?
Um violão afinado ou flauta doce; um computador com entrada de áudio para microfone e um micro-
fone (no caso de notebook, pode se usar o da própria webcam), software que simule um osciloscópio
no computador (sugere-se, por exemplo, o software Soundcard Oscilloscope, que está disponível para
download em: <http://www.zeitnitz.eu/scope_en>. Acesso em: 21 jul. 2014) e fita métrica ou régua.
Uma vez iniciado o programa do osciloscópio, a figura que aparece na tela é semelhante à apre-
sentada a seguir. A onda ilustrada é um exemplo do osciloscópio em funcionamento, já registrando
um som por meio de um microfone plugado.
© Christian Zeitnitz
40
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Identifique os ajustes assinalados pelas letras e suas funções, que devem ser alterados con-
forme o andamento da investigação aqui proposta:
C: Ajuste da escala de tensão (ddp) – que, nesse caso, faz o registro da amplitude de onda, corres-
pondendo à intensidade sonora (eixo vertical).
D: TRIGGER (Gatilho) – este ajuste permite a seleção entre opções “auto”, “single”, “normal” e
“off”. Nas opções “auto”, “normal” e “off” aparece na tela a onda e uma indicação da frequência
instantânea. A configuração “single” (disparo automático e registro na tela do osciloscópio)
se revela extremamente útil para fazer o registro da onda emitida pelo violão, pois mantém a
imagem de modo permanente na tela. Nessa configuração, ao obter a imagem, podem-se alterar
os ajustes [B] e [C], melhorando possíveis medidas na tela, e ainda exibe a opção de gravar o
registro para posterior análise, como um arquivo de imagem. O seu nível de ajuste para disparo é
a cruz de cor amarela no centro da tela, que pode ocupar qualquer posição dentro do visor preto.
Quanto mais distante, na vertical, do eixo central horizontal, é preciso um sinal mais intenso
para fazê-lo disparar e fazer o registro deste – sua alteração permite “filtrar” o som de parte do
ruído do ambiente e somente analisar o som desejado (com maior intensidade). Nessa situação,
a cada novo disparo, deve-se acionar o botão [A] novamente (e manter silêncio no ambiente, no
caso de novas medidas).
E: Seleção de grandezas a ser mensuradas. Há três opções, “status”, “Hz and volts”, “cursors”, que
indicam os seguintes aspectos:
aa [status]: indica a condição do osciloscópio, se parado ou em modo de registro;
aa [Hz and volts]: indica o período e a frequência do evento periódico que o osciloscópio regis-
tra. Habilite-o quando se tratar de harmônicos puros e será obtida a informação imediata
da frequência emitida (sugestão: teste na nota LÁ do telefone e serão verificados os 440 Hz
indicados na base do visor preto; verifique o volume de gravação para conseguir captar a
intensidade do sinal);
aa [cursors]: seleção que delega ao usuário o ato de medir as grandezas tempo (período) e volts
(amplitude) arrastando o cursor desejado segundo interesse próprio. Na base do visor preto,
os valores registrados serão indicados, eximindo-o da leitura tradicional em um osciloscópio
de raios catódicos convencional.
F: Alterna entre abas que apresentam outras opções do osciloscópio. Na opção “settings”, a alter-
nativa “input” deve ser microfone. Certifique-se de que seu microfone esteja ativo e plugado.
Outra aba de interesse para se explorar é “signal generator”, que permite a geração de sinais de
áudio em dois canais de 0 a 10 kHz, com diversos tipos de onda (o interesse aqui é pela senoi-
dal), em que o osciloscópio passa a gerar som.
G: Habilita o registro em até dois canais de áudio distintos. Nesta atividade, basta um canal ativo,
preferencialmente o canal indicado na cor verde.
41
A precisão deste instrumento pode ser estimada porque sua captação (amostragem) é de 1 em
cada 44.100, podendo chegar a mais, dependendo da placa de som utilizada. Isso significa que,
para o intervalo de frequências com que se trabalhará, o erro de medida é no máximo de 3,5%, para
as frequências até 3.000 Hz.
A imagem anteriormente exposta na tela (Fig. 13) mostra um exemplo da onda emitida pelo
violão, registrada na tela do computador.
Note que o osciloscópio, nessa situação, tinha seu gatilho (D) selecionado na opção “single”.
Quando o osciloscópio recebeu o sinal provindo do microfone, tal que sua intensidade atingiu o
valor de disparo (posição controlada pelo usuário da cruz amarela no visor), o registro da onda no
visor ficou permanente, permitindo ao usuário obter as medidas diretamente da tela. Para isso, as
linhas verticais e horizontais podem ser movidas com o auxílio do mouse, posicionando os cursores
(J e K). No caso da figura anterior, os cursores selecionam dois vales consecutivos, simultaneamente
ao seu movimento, obtendo-se medidas (“leituras” do osciloscópio), mostradas na figura pela letra
H, indicando o período dessa onda e sua respectiva frequência (mostrada na figura pela letra I).
Apenas após o estudo desses ajustes e indicações é que será viável realizar medidas com o
osciloscópio.
O experimento requer uma abordagem auditiva, por isso recomenda-se que seja feito com um
só instrumento musical e que o grupo de estudantes presente na atividade seja conscientizado da
necessidade de se fazer silêncio. Cada grupo pode aguardar sua vez de mensurar ou, numa perspec-
tiva mais coletiva, pode-se tomar uma medida em comum e cada grupo trabalhar individualmente
os resultados obtidos.
Professor, construa um roteiro próprio baseado na atividade sugerida a seguir, permitindo que
os estudantes se sintam mais seguros no desenvolvimento e registros das observações.
Uma vez de posse do violão, tomam-se as medidas de frequência utilizando o procedimento que
se segue, apresentado como exemplo:
1) Construa uma tabela para registrar dados sobre o comprimento da corda e a respectiva frequên-
cia em hertz.
42
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
4) Para cada um dos locais pressionados, faça percutir a corda e determine, em cada caso, com o auxílio
do osciloscópio, a sua frequência. Coloque valores na tabela, nas linhas correspondentes aos respec-
tivos comprimentos.
5) Verifique se os dados da tabela indicam alguma relação entre comprimento da corda e frequên-
cia. Faça um gráfico e tente estabelecer uma relação. A frequência aumenta ou diminui com a
diminuição da corda percutida?
S e você se sentir seguro em mostrar, ou pedir, aos estudantes essas medidas, seria uma ótima
oportunidade de explorar outras possibilidades do osciloscópio para o estudo investigativo
sobre o som. Nesse caso, escolha a nota LÁ obtida no item (2b), por exemplo.
7) Peça aos estudantes que descrevam, num pequeno relatório, a experiência realizada.
Resultados observáveis
Será possível perceber a alteração da altura do som (se grave ou agudo) conforme o compri-
mento da corda se alterna, no caso do violão. Os dados obtidos com o osciloscópio, uma nova forma
de observar o som, indicarão uma maneira diferente de trabalhar com as grandezas associadas a
este fenômeno físico. Pode-se perceber também que o som mais agudo é mais audível, para um
mesmo volume de som.
43
Discussão dos resultados
Para o bom andamento da atividade, você deve ter domínio do uso das medidas que são regis-
tradas pelo osciloscópio.
Você também deve estar atento ao fato de que o conhecimento do osciloscópio pelos estudantes
é um dos objetivos desta atividade, permitindo a eles explorar tal aparelho, entendendo suas pos-
sibilidades e o funcionamento necessário ao estudo investigativo aqui proposto.
Quanto aos dados obtidos, uma análise da tabela pode não levar conclusivamente (equa-
cionamento matemático) ao comportamento das vibrações harmônicas e suas respectivas fre-
quências. É distante o uso da linguagem matemática e as respectivas relações entre grandezas.
Nesse ponto, a construção do gráfico permite uma interpretação mais profunda dessas relações.
Sugere-se que se faça então tal gráfico, em que se propõe relacionar a frequência em função do
comprimento da corda. Ainda que as medidas não sejam precisas, a relação inversa pode ser
observada pelo gráfico.
Outras questões podem ser levantadas. Por exemplo: qual é o comportamento de uma única
nota sendo emitida a distâncias cada vez maiores do microfone? O intuito é abrir o questionamento
da medida da intensidade sonora, e, se você for hábil em medir tal distância, poderá verificar a lei
do inverso quadrado para a medida da amplitude versus distância.
O resultado das observações permite que você intervenha e questione o modo como a corda, ou
uma fração dela, vibra. Independentemente da frequência emitida, todas as frações vibram em seu
estado fundamental, e esse é o momento para fazer uma ilustração daquilo que se vê com os olhos e se
mede com os ouvidos. Você também pode fazer um desenho que ilustre as frações das cordas que foram
percutidas e como vibraram. Veja o modelo na Figura 14. A partir deste desenho, cabe a você questio-
nar a relação peculiar que existe entre o caso em que a corda ressoa em toda a sua extensão e quando
ressoa apenas em sua
metade. O que acontece Corda L percutida em toda a sua extensão
© Hudson Calasans
44
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Caso deseje uma precisão maior na medida da velocidade do som no ar (abordado no item 6), obte-
nha uma tabela da velocidade do som em função da temperatura do ar, o que pode alterar seus cálculos.
Como estudo suplementar, você pode explorar outro instrumento musical, como a flauta doce
(ver indicação nas sugestões suplementares). Para estudar a diferença do timbre de uma mesma
nota, outros instrumentos podem ser pedidos aos estudantes.
3) Com as mesmas questões propostas para o violão, neste estudo investigativo, pode-se explo-
rar o estudo das notas musicais da flauta doce. Neste caso, as medidas devem considerar a distância
entre a rolha do bocal até o centro do orifício aberto para a nota escolhida. No site disponível em:
<http://flautadocebr.quintaessentia.com.br/tag/flauta-doce/> (acesso em: 21 jul. 2014), é pos-
sível identificar as notas musicais que podem ser obtidas com a flauta, conforme o posicionamento
da mão. Com tal estudo, pode-se observar que soprar a flauta corretamente não é tão simples como
parece, pois velocidades de sopro diferentes acusarão distorções nas notas obtidas.
4) Com o componente curricular Biologia, pode-se discutir a produção do som nas cordas
vocais, aprofundando outros aspectos do corpo humano relacionados à temática som (como o fun-
cionamento do ouvido humano, ou ainda como os surdos percebem o som a partir de vibrações).
Há também um caso muito especial de pessoas que possuem “ouvido absoluto”, uma habilidade em
identificar notas musicais, que poderia ser explorado nesse estudo.
45
ROCHA, J. F. Origens e evolução das ideias da Física. Salvador: Edufba, 2002.
SANTOS, E. M.; MOLINA, C.; TUFAILE, A. P. B. Violão e guitarra como ferramentas para o ensino
de Física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2013. Disponível em: <http://www.
sbfisica.org.br/rbef/pdf/352507.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2014.
Considerações iniciais
Faíscas e raios são algumas das manifestações de descargas elétricas que podem ser observadas com
facilidade. No caso das descargas elétricas atmosféricas (raios), observam-se linhas luminosas (raios)
e, associadas a elas, barulho (trovões), cuja intensidade depende da proximidade do fenômeno. A
maioria dos raios ocorre entre as nuvens; entretanto, uma pequena parcela atinge o solo e as cidades
e, para evitar que tais descargas atinjam edificações, procura-se direcionar tal energia e neutralizá-la
com a instalação de dispositivos chamados para-raios, cuja parte visível – hastes pontiagudas – é ins-
talada nos tetos de edificações. Assim como lida-se com essa manifestação natural de energia, também
lida-se com a energia elétrica nas residências, utilizando fios e tomadas. Analisando particularmente
as tomadas, percebe-se que fios se encontram lado a lado, mas nunca se vê uma faísca sair de um
“buraquinho” para o outro, caso não se coloque algo que ligue diretamente um “buraquinho” (fio) ao
outro. A investigação aqui proposta complementa a discussão sobre a rigidez dielétrica do ar, no tópico
que discute sobre raios, disponível no Caderno do Professor da 3a série do Ensino Médio.
Habilidades
Identificar variáveis relevantes e elaborar hipóteses em situações em que ocorrem fenômenos que
envolvam eletricidade estática; reconhecer a importância de repetir procedimentos para a obtenção de
observações confiáveis; compreender a necessidade de verificar os materiais de prova no início de qual-
quer experimentação envolvendo identificação de cargas estáticas; estabelecer relações e interpretar
observações ou resultados de um experimento sobre descargas elétricas; elaborar comunicação escrita
ou oral para relatar experimentos.
Número de aulas
Para o desenvolvimento das discussões e da investigação, sugerem-se três aulas. Se a atividade
incluir a construção de um eletróforo, sugere-se acrescentar uma aula.
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Levantamento de hipóteses
Como corpos com eletricidade estática se comportam ao interagir com outros?
Para as atividades demonstrativas: eletróforo de pizza. Para as atividades investigativas: (a) ele-
tróforo: pedaço de PVC utilizado para forrar tetos (suficiente para acomodar a forma de pizza, pode
ser de 50 cm × 50 cm, pode ser montada com retalhos de forro); uma forma de pizza de alumínio; um
pedaço de cano de PVC (cerca de 40 cm); cola quente e pistola aplicadora; papel higiênico; (b) ele-
troscópio de folha: tesoura, fita-crepe, canudinho plástico de refrigerante; papel higiênico, papel de
seda de bala de coco, massa de modelar lisa, para-raios (clipe metálico) e “prédio” de papel-cartão.
©Hudson Calasans
Haste de PVC
(40 cm)
Parte 1 – Explorando as descargas elétri-
cas do eletróforo de pizza Disco de alumínio
Converse com os estudantes, pergun- para pizza
tando como eles explicam os fenômenos Fixada com
do raio e das faíscas entre fios elétricos. O cola quente
resultado da conversa pode ser registrado
na lousa para ser retomado ao final.
2) Com o eletróforo apoiado diretamente sobre a placa de PVC, deve-se tocar com a mão a super-
fície do disco de pizza, carregando-o eletricamente pelo aterramento. O eletróforo será, nesse
caso, carregado devido à indução da base plástica.
47
3) Segurando o eletróforo pela haste isolante de PVC, pode-se aproximar o disco de pizza de obje-
tos metálicos para ver a produção de uma pequena descarga elétrica.
4) Como há pouca carga elétrica envolvida na observação, pode-se também experimentar a des-
carga elétrica, aproximando o eletróforo carregado da mão e observando faísca semelhante à
indicada no item 3.
2) Cada grupo deve escolher o objeto que sofrerá a descarga elétrica (vamos chamá-la de “ponta de
prova”), repetindo os procedimentos da Parte 1, com o cuidado de estabelecer alguma distância
entre o eletróforo e a ponta de prova.
3) Há, entretanto, um problema: colocar uma régua ou qualquer objeto entre o eletróforo (disco
de pizza) e a ponta de prova alteraria a condição que se quer medir. Assim: como realizar uma
medida precisa e confiável, sem interferir na descarga do eletróforo? Sugere-se inicialmente
colocar o problema aos estudantes: Como medir a distância sem que isso interfira no dispositivo?
As propostas podem ser descritas e, em seguida, realizadas medições a partir delas, compa-
rando-se os resultados obtidos pelos diferentes grupos.
4) Duas soluções a ser sugeridas após essa fase de propostas (se ela não surgir no trabalho do item
anterior) serão: (a) fotografar a situação na distância em que se observa a descarga elétrica. Não
é fácil obter uma foto da faísca em si ou conseguir uma boa imagem filmando-a (pois a intensi-
dade da faísca é pequena). O grupo pode fazer essa tentativa e, depois, imprimindo a fotografia,
podem-se fazer as medidas proporcionais do tamanho do disco de pizza e da distância entre o
disco e a ponta de prova. Sabendo a medida real do disco de pizza, pode-se calcular por propor-
ção a medida da distância. Deve-se estar atento para que a fotografia seja tirada de maneira a
não distorcer a distância, com a câmera sendo posicionada frontalmente à descarga elétrica;
(b) se não puder ser obtida a imagem da faísca, sugere-se que o experimento seja conduzido
com o cuidado de aproximar o eletróforo horizontalmente da ponta de prova e, ao se constatar
a faísca, deixá-lo naquela posição, para realizar a medida diretamente.
6) A medida desse estudo até o momento considerou a observação da faísca. Mas será que ela
é confiável? Sugere-se pedir aos estudantes outro procedimento. As medidas devem ser
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
© Hudson Calasans
Haste metálica
comparadas agora com outra situação, subs- (clipe desdobrado)
tituindo a ponta de prova por um eletroscópio
com um pequeno “para-raios”. O eletroscópio
“Prédio” de
indica com mais precisão quando há descar- papel-cartão
gas elétricas, uma vez que o indicador de
carga se movimenta. Para diferenciar esse
processo da indução, deve-se observar aten- Fita-crepe
Resultados observáveis
Serão observadas descargas elétricas de intensidade suficiente para ser percebidas pelos estu-
dantes (vistas e talvez ouvidas). As estimativas de distância permitirão perceber que as atividades
de eletricidade estática envolvem uma voltagem muito maior que aquelas mais comuns disponíveis
nas instalações elétricas residenciais (127 e 220 V).
Os procedimentos utilizados ou criados para observação lhes permitirão discutir como a ativi-
dade científica se desenvolve.
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Deve-se ficar atento para não descarregar o eletróforo ao transportá-lo, após ser carregado ele-
tricamente por indução. Quando o eletróforo estiver eletricamente carregado, deve-se evitar apro-
ximar o corpo ou o braço do disco de pizza, pegando o conjunto apenas com a haste isolante, com
o braço estendido.
Além das pequenas descargas elétricas entre o disco de pizza e os corpos que se aproximam, se
a sala estiver suficientemente silenciosa, será possível ouvir o barulho da descarga. Têm-se assim,
em pequena escala, um raio e seu trovão.
Na Parte 2, item 6, a introdução do eletroscópio de folha permitirá observar que, antes da faísca
visível, já há descargas elétricas imperceptíveis ao olho humano. Fenômeno semelhante se observa
com os raios em nuvens (ver, por exemplo, o fenômeno chamado de líder escalonado ou de carga
líder, disponível no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): <http://www.inpe.
br/webelat/rindat/menu/desc.atm/>; acesso em: 21 jul. 2014), indicando que a movimentação
de cargas elétricas ocorre antes da parte visível do fenômeno. Com esse procedimento, pode-se
rever o valor da voltagem, a partir da obtenção de uma nova medição da distância de descarga,
sendo a ponta de prova a ponta do para-raios. Podem-se também explorar as questões da observa-
ção científica com uso de instrumentos.
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
considerando diferentes configurações, modelos e suas aplicações. Esse estudo também poderia
ser realizado com os estudantes, obtendo-se fotografias de instalações em que se poderá ver que
muitas edificações possuem diversos pequenos para-raios interligados (formando uma extensão
maior de pontas sobre a instalação). A parte de neutralização do raio envolve alguns sais de cobre,
que ficam enterrados, propiciando um aprofundamento com o componente curricular Química.
Com o componente curricular Geografia podem ser pesquisados, junto a grupos de estudos científi-
cos do Inpe, que locais do Brasil têm maior incidência de raios, tentando caracterizá-los. Obter um
mapa de queda de raios no Brasil seria um dos objetivos de tal trabalho.
2) Embora não seja um fenômeno enquadrado como eletrostática, podem-se pesquisar junto às
empresas de fornecimento de energia elétrica as diversas voltagens que utilizam. Na transmissão
de energia elétrica, ocorrem diversas fases de elevação e rebaixamento de tensão, havendo nas
cidades instalações residenciais com 127 V (monofásica) e 220 V (bifásicas). Há também insta-
lações comerciais com essas tensões e outras maiores (como redes trifásicas). Na rede aérea de
transmissão – fios nos postes das ruas –, encontram-se tensões de 127 V, 220 V e outras maiores,
antes dos transformadores, com tensões maiores (acima de 10.000 V, por exemplo). Nas grandes
linhas de transmissão, tensões maiores que esses valores estão disponíveis. Todas essas modali-
dades poderiam ser identificadas na pesquisa, observando-se os riscos de descargas elétricas em
redes de alta-tensão, quando o simples fio de uma pipa pode ser condutor elétrico, dada a tensão
ali presente. Pode-se, com o componente curricular Geografia, tratar sobre as usinas que fornecem
energia elétrica no chamado sistema interligado, mostrando quão longe as fontes geradoras se
encontram de sua cidade, explorando a necessidade da alta-tensão em tais transmissões, decor-
rente do problema físico de dissipação térmica. Com o componente curricular Biologia, poderiam
ser explorados os efeitos biológicos da eletricidade e como os trabalhadores das empresas de ener-
gia elétrica se protegem para trabalhar com os fios ligados.
LIBRANTZ, H.; LIBRANTZ, A. F. L. Descargas elétricas atmosféricas e suas interações com aerona-
ves. Exacta, São Paulo, v. 4, n. 2, jul./dez. 2006, p. 247-258. Disponível em: <http://www.redalyc.
org/articulo.oa?id=81040204>. Acesso em: 26 nov. 2014.
SÃO PAULO, EDUCAÇÃO (FDE). Manual de orientação para manutenção de sistemas de proteção con-
tra descargas atmosféricas nas escolas – para-raios. Imprensa Oficial do Estado, São Paulo, 2009.
Disponível em: <http://catalogotecnico.fde.sp.gov.br/meu_site/AP%20Download/manual_
SPDA.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2014.
51
Tema 9: simulando um circuito residencial
Considerações iniciais
Circuitos elétricos são temas de estudo das aulas de Física do Ensino Médio; neles, as associa-
ções em série e em paralelo são trabalhadas por meio de diagramas e esquemas representativos, e os
parâmetros físicos relevantes para o circuito todo são expostos no nível teórico, quase sempre sem
nenhuma relação entre o que existe no livro e na vida real. No circuito de uma residência, existem
equipamentos elétricos (lâmpadas, televisor, geladeira, liquidificador, computador, entre muitos
outros), todos eles com diferentes níveis de consumo de energia. Muitas vezes, estão conectados
ao circuito elétrico outros equipamentos e elementos não visíveis, sem os quais o circuito não fun-
cionaria, tais como fios de ligação, disjuntores, tomadas e outros vários dispositivos elétricos que
interligam os elementos do sistema elétrico.
Planejar uma pequena rede elétrica colabora para a materialização das representações teóricas
de circuitos por meio de diagramas e esquemas para melhor compreensão dos sistemas elétricos
com que os estudantes convivam diariamente. Essa atividade complementa o tema Eletricidade
desenvolvido no Caderno do Professor da 3a série.
Habilidades
Reconhecer a relação independente dos elementos de uma associação elétrica em paralelo e a
dependência numa associação em série; reconhecer ligações em série e em paralelo em circuitos elétri-
cos reais e identificar as relações entre elas e as representações esquemáticas teóricas; compreender
que em uma associação em paralelo a corrente elétrica necessária para o funcionamento adequado dos
elementos do circuito elétrico corresponde à soma das correntes elétricas em cada um dos dispositivos;
identificar o uso e a inserção no circuito dos principais dispositivos elétricos de uma residência; elabo-
rar planta baixa e fazer instalação de um circuito residencial com elementos elétricos básicos.
Número de aulas
4 aulas.
52
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Parte 2 – Em seguida, em grupo, os estudantes desenham uma planta baixa do circuito elétrico
de uma casa de três cômodos (sala, quarto e cozinha) e um longo corredor de entrada, indicando
os pontos da entrada da rede elétrica externa, da chave geral, dos pontos de luz e das tomadas. Em
seguida, eles escolhem os equipamentos elétricos básicos essenciais de uma casa, relacionando-os
em uma tabela, dimensionando seus valores de potência (Watt) e tensão (Volt) e desenhando-os num
croqui para compor uma planta baixa.
Parte 3 – Dando continuidade, seguindo a planta, constrói-se a rede elétrica de uma maquete
de casa. Ao contrário da rede de distribuição pública, em que a tensão é oferecida em corrente
alternada (AC), a maquete deverá utilizar uma fonte de baixa voltagem, em corrente contínua (CC).
Parte 1 – Fonte de eletricidade de baixa tensão, 5 lâmpadas de lanterna com soquete, fios de
ligação, interruptores de tensão, amperímetro; Parte 2 – Cartolina, lápis, giz de cera colorido,
régua; Parte 3 – Fonte de eletricidade de baixa tensão (procure no material de laboratório de sua
escola), lâmpadas de lanterna com soquete, fios de ligação, interruptor, tomadas, alicate, alicate
de corte, tesoura, cola quente, colas, fita isolante.
a) Como devem estar associados os diferentes dispositivos elétricos de uma casa, para que fun-
cionem independentemente?
b) Como se deve associar um dispositivo de segurança (chave geral ou parcial), se ele deve
interromper simultaneamente o funcionamento de todos os dispositivos que protege?
c) Como deve estar associado o interruptor (botão que comanda o acender ou apagar) de uma
lâmpada? Qual deve ser a associação de um interruptor para funcionamento simultâneo de
três lâmpadas?
53
2) Experimento:
a) Esteja atento a regular a fonte de corrente contínua em baixa tensão para o valor adequado
ao funcionamento da lâmpada disponibilizada para execução da experiência.
b) Construa um circuito simples que funcione com uma fonte, com fios de ligação, uma lâm-
pada e um interruptor.
c) Acrescente mais duas lâmpadas no circuito anterior, de modo que elas funcionem indepen-
dentemente, com sua potência máxima, acionadas por um único interruptor. O que ocorreria
se a forma de associação das lâmpadas fosse outra?
d) Insira um amperímetro no circuito e meça a corrente elétrica que passa pelo interruptor
quando as três lâmpadas estão acesas. Em seguida, retire uma das lâmpadas, simulando que
ela tenha queimado, e meça a corrente. Retire mais uma lâmpada, deixando apenas uma em
operação, e meça a corrente. O que essas medidas da corrente elétrica possibilitam concluir?
e) Coloque novamente as duas lâmpadas e faça o interruptor comandar que elas permaneçam
apagadas. Qual é a corrente indicada no amperímetro, nesse caso?
1) Desenhe um esboço em planta baixa de uma pequena casa de três ambientes (sala, quarto e
cozinha) com um longo corredor de entrada. No desenho da planta baixa:
a) Faça marcações dos pontos das lâmpadas, de seus interruptores e das tomadas para ligar os
aparelhos elétricos.
b) Indique o local de entrada de energia elétrica fornecida pela distribuidora e o local da casa
aonde chegam os fios na chave geral, que desliga toda a eletricidade da residência. Nessa
caixa, deve ser desenhado o ponto de instalação do dispositivo de segurança (disjuntor ou
fusível de proteção).
c) Defina o número de lâmpadas, de interruptores, de tomadas, de fios e outros dispositivos
que julgar necessários. A iluminação do corredor de entrada deve ser planejada para acendi-
mento simultâneo de 2 lâmpadas.
d) Identifique a potência e a tensão de operação das lâmpadas e estime qual é o valor da cor-
rente elétrica quando todas as lâmpadas da casa estiverem acesas. Torne compatíveis as ten-
sões do circuito com a da fonte de baixa tensão disponível no laboratório.
1) Cole ou fixe na cartolina os soquetes com lâmpadas, os interruptores e tomadas indicados na planta
baixa. Na caixa de distribuição da chave geral, coloque um interruptor simulando o dispositivo de
segurança. Faça a montagem dos fios de ligação para o funcionamento previsto aos pontos de luz
e às tomadas da residência. Use a fita isolante para proteger as uniões feitas entre os fios elétricos
utilizados. Cuidado ao utilizar a tesoura para descascar as pontas dos fios para conexões necessárias.
54
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Resultados observáveis
Na Parte 1 – item 1, as questões (a), (b) e (c) retomam os conhecimentos sobre circuitos elétricos
e as formas de associação de dispositivos elétricos, permitindo observar a aplicação dessas associa-
ções para garantir a dependência ou a independência do funcionamento dos dispositivos. No item
2, as questões de (a) a (d) permitem observar a prática de montagem de circuitos elétricos, como a
necessidade de fonte, fios e dispositivos, e explorar as características das associações em série e em
paralelo, medindo correntes em diversas associações. Os valores das correntes dependem dos dispo-
sitivos elétricos disponíveis no laboratório.
Na Parte 2, a elaboração de uma planta elétrica de uma residência evidencia a necessidade de plane-
jamento da distribuição de energia elétrica pela casa. A Questão 4 estima o consumo de energia elétrica
e investiga a corrente elétrica necessária, entre outras variáveis, para dimensionar os circuitos.
As medidas de corrente elétrica devem evidenciar o caráter quantitativo vinculado a cada dis-
positivo e explicitar que o uso simultâneo de diversos dispositivos elétricos corresponde a um
aumento na corrente elétrica da residência, expressa pela soma das correntes elétricas individuais.
Discuta com os estudantes que os dispositivos de segurança ou proteção da rede elétrica (dis-
juntores, fusíveis etc.) devem ser escolhidos considerando o dimensionamento adequado da cor-
rente elétrica total e das tensões utilizadas, garantindo de fato a proteção dos circuitos elétricos da
casa. Alerte que a substituição por outro material ou por um disjuntor não adequado colocará em
risco a proteção da rede e dos moradores da residência. Por isso, deve-se evitar sua supressão ou
substituição sem considerar a demanda de energia elétrica.
55
padrões arquitetônicos e de engenharia e a iluminação por m2. Essa possibilidade poderia ser com-
plementada com entrevistas com profissionais dessas áreas.
Considerações iniciais
A capacidade de a energia se transformar em diferentes modalidades e o importante princípio da
conservação da energia são questões de relevante importância para a humanidade. Das descobertas
do século XIX (com trabalhos de Faraday sobre a indução eletromagnética) às perspectivas de uma
nova transformação (no início do século XX, com as ideias de Einstein sobre o efeito fotoelétrico),
chegamos ao século XXI com renovado interesse pela obtenção e transformações possíveis da energia.
A produção de energia e seu uso social têm sido parâmetro de medida da qualidade de vida de
um país. A demanda por energia é cada vez maior, o que exige a investigação tecnológica de outras
formas de produção de energia, e, entre elas, estão as células fotoelétricas, que transformam ener-
gia solar em eletricidade.
56
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
Num segundo processo, a partir de uma célula fotovoltaica, tem-se como objetivo transformar a
energia luminosa em energia elétrica.
Habilidades
Reconhecer que as distintas formas de energia estão associadas às diferentes naturezas de intera-
ção (como a nuclear, a eletromagnética, a gravitacional); compreender que umas são transformadas
em outras, mas que se trata apenas de um único ente físico – a energia; identificar a grandeza física
que caracteriza e permite quantificar a energia em cada caso (forma), como a velocidade e a energia
cinética, a carga elétrica e a energia elétrica, a quantidade e a frequência dos fótons e a energia ele-
tromagnética do feixe de luz; identificar processos que promovam a transformação de uma forma de
energia em outra.
Número de aulas
Para o desenvolvimento das discussões, construções e investigação, sugerem-se quatro aulas.
Levantamento de hipóteses
Questões que podem auxiliar o levantamento dos conhecimentos dos estudantes: Onde não está
a eletricidade? O que permite perceber a sua presença? De que forma se manifesta no dia a dia e como
se pode medi-la? Como é possível transformar outras energias em energia elétrica? Com uma lâm-
pada, obtém-se luz a partir de eletricidade; e o inverso, é possível? Existe algum aparelho, dispositivo
que consegue transformar luz em eletricidade?
57
Execução da atividade experimental
Material necessário
a) Conjunto de conversão da energia com bateria solar 5 W – que deve estar disponível no
laboratório da escola. Verifique se nesse conjunto estão os multímetros, a célula fotovoltaica,
conexões para o instrumental; b) dínamo de bicicleta, fonte de tensão ou algo similar (pode ser
um motor de corrente contínua retirado de sucata de computador ou impressora e, nesse caso, é
desejável que o eixo do motor tenha uma pequena roda presa à sua extremidade para que possa
ser girado); c) um ímã potente; sugere-se o de neodímio (se não estiver disponível no material do
laboratório da escola, pode ser retirado de um disco rígido de computador quebrado); lâmpada
de voltagem igual à disponível na célula fotoelétrica do conjunto (qualquer potência) e fios para
sua ligação.
Divida a turma em tantos grupos quanto o número de equipamentos permitir e faça o encami-
nhamento seguinte.
2) Montagem 1: tendo em mãos o voltímetro, monte uma espira com algumas voltas de fio encapado
e conecte seus terminais no aparelho, tendo a menor escala – em volts CC (corrente contínua) – selecio-
nada (caso haja um multímetro analógico disponível, é preferível).
a) Utilize um dínamo de bicicleta que forneça corrente contínua ou outra fonte de tensão (CC)
existente no material de laboratório, ligando-o ao carrinho ou ao disco de Newton. Movi-
mente o dínamo cada vez mais rápido ou aumente a intensidade da tensão na fonte até
que seja possível identificar o movimento do carrinho ou do disco. Peça aos estudantes que
investiguem quais são as transformações de energia envolvidas. Questione-os sobre a ori-
gem da energia elétrica disponível na tomada da sala de aula: Onde está o “dínamo” que gera
essa eletricidade? Onde está a mão que gira o dínamo?
58
FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
b) Repita o procedimento com o conjunto espira/ímã, em vez da fonte de tensão. Observe se há movi-
mento no carrinho ou no disco de Newton. Questione o que poderia ser feito para que passasse a
ocorrer o movimento do carrinho ou do disco de Newton, comparando com a situação anterior.
Parte 2 – Transformação luminosa > elétrica > mecânica e luminosa > elétrica > luminosa
Está disponível na escola do Programa Ensino Integral uma célula fotovoltaica cuja potência é
de 5 W. Conecte os terminais ao voltímetro e à célula fotovoltaica e ilumine-a. Identifique na célula
qual é sua tensão nominal e ajuste a escala do voltímetro antes de medi-la.
© Fernando Genaro/Fotoarena
Figura 17 – Conjunto para estudo de transformação de energia.
1) Faça os seguintes questionamentos aos estudantes: O que você observa com as medidas do vol-
tímetro ao ligar e desligar a luz que ilumina a célula fotovoltaica? O que acontece se a fonte for
deixada mais próxima ou mais distante? E se a fonte de luz for inclinada, muda alguma coisa?
Comparando a célula fotovoltaica com o dínamo, que analogias podem ser estabelecidas? A luz fez
o que era antes feito pela água na hidrelétrica ou pelo seu braço no dínamo?
2) Substitua, no circuito elétrico, o motor (do carrinho ou o disco de Newton) por uma lâmpada (cer-
tifique-se de que o valor nominal da tensão da lâmpada seja o mesmo da célula fotovoltaica). Ques-
tione: O que se pode aprender ao observar que se usa energia para produzir o movimento (no gerador
ou no dínamo), energia essa que foi transformada em energia elétrica e depois foi novamente trans-
formada em movimento pelo motor do carrinho? Pode-se dizer que o mesmo aconteceu com a luz?
Ela foi transformada em energia elétrica pela célula fotovoltaica e depois a lâmpada novamente fez a
transformação da energia elétrica em luz? É possível também transformar a energia da luz em energia
de movimento? Isso aconteceu quando se utilizou a célula fotovoltaica para acionar o motor?
Resultados observáveis
Com a observação de movimento e luz das atividades sugeridas, será possível perceber a trans-
formação de energia, por exemplo, nos processos de transformação mecânica/eletromagnética/
mecânica e luminosa/elétrica/luminosa, tornando visível a correlação das naturezas mecânica,
eletromagnética clássica e fotoelétrica em processos de interação.
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Discussão dos resultados
Uma vez que as montagens são mais complexas, recomenda-se que o diálogo sobre as observa-
ções saliente principalmente as transformações de energia nas diversas modalidades observadas.
As indicações a seguir podem auxiliar nas discussões em cada ponto:
1) Parte 1 – item 1. Recomende aos estudantes a realização de uma pesquisa sobre a geração de
energia elétrica, as diferentes formas e as transformações utilizadas para obter a energia elé-
trica. Deve-se dar destaque às células fotovoltaicas e ao efeito fotoelétrico.
2) Parte 1 – item 2. É o momento de questionar: Onde está a energia elétrica? e De onde surgiu?
Depois da discussão, explicite a importância da indução eletromagnética nos geradores que
utilizam a energia mecânica como fonte primária para a transformação em energia elétrica. Per-
mita aos estudantes que experimentem diretamente os dispositivos das montagens, se houver
tempo ou material para todos os grupos.
3) Parte 1 – item 3. É pouco provável que o processo de indução eletromagnético feito com as espi-
ras e o ímã, com a mão, dê conta de fazer um motor funcionar, daí a necessidade de se utilizar
um dínamo de bicicleta ou de uma fonte de tensão disponível no material de laboratório. Tam-
bém pode-se substituir o motor por uma lâmpada de led, que fará um pequeno lampejo se o ímã
for movimentado na direção correta.
4) Parte 1 – item 3. Faça uso do dínamo para mostrar o mais evidente: que o motor do carrinho (ou do
disco de Newton) gira. É a grande oportunidade para mostrar que a origem da eletricidade, lá no
movimento do ímã, voltou a ser movimento. As transformações de energia podem ser quaisquer e
o tipo que era um pode voltar a sê-lo, o que nos leva a questionar primeiro sua transformação entre
naturezas diferentes e, em seguida, se pode ocorrer a conservação. Há espaço aqui para propor
interessantes discussões aos grupos: A energia se conserva ou não? Que evidências? Que processo
poderia mostrar isso? Você pode propor uma pesquisa mais ampla que busque elementos científicos
favoráveis à conservação da energia e outros contrários (moto-perpétuo, por exemplo).
5) Parte 2 – item 1. Questione também: A produção de energia elétrica por uma célula fotovoltaica
funciona da mesma maneira que o ímã e a espira? É necessário que haja movimento? De onde veio
a energia? Como a luz interage com a matéria?
6) Parte 2 – item 1. Recomenda-se, para essa discussão com os estudantes, o uso de um recurso
adicional. Se possível, faça uma demonstração do aspecto quântico da luz através de uma ani-
mação em Java da Universidade do Colorado, disponível em: <http://phet.colorado.edu/pt_
BR/simulation/photoelectric> (acesso em: 21 jul. 2014). Essa animação é uma oportunidade
de conceber a luz como fótons e modelar o que ocorre na célula fotoelétrica (um experimento
para isso requer um instrumental muito mais específico, mas não impede essa abordagem aqui).
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FÍSICA: ATIVIDADES EXPERIMENTAIS E INVESTIGATIVAS
3) Outra discussão bastante interessante é aprofundar questões experimentais. Daí uma possível
relação a ser investigada é a alteração da distância da célula fotovoltaica da janela ou de uma
lanterna acesa. Sendo habilidoso, você pode conduzir o seguinte experimento: mantenha uma
fonte luminosa constante e única. Marque distâncias sucessivas de metro a metro desta fonte e
garanta que seja a única no recinto. Coloque a célula nas distâncias marcadas e registre a ddp
em seus terminais. Monte um gráfico da ddp em função da distância. Verifique se é possível
determinar a lei do quadrado do inverso da distância, o que somente ocorrerá para células foto-
voltaicas que tenham resposta linear com a variação da intensidade luminosa.
O resultado geral das observações permitirá ao grupo pesquisar aplicações do processo de indu-
ção eletromagnética e o comportamento quântico da luz.
GOLDSMITH, M. Albert Einstein e seu universo inflável. São Paulo: Cia das Letras, 2004. (Especial-
mente indicado aos estudantes – paradidático.)
HEWITT, P. G. Física conceitual. 11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011, parte 6, p. 553. (Traz uma boa
discussão sobre o efeito fotoelétrico.)
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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Letícia Maria Delamare Cardoso, Marina Murphy e Física: atividades experimentais e investigativas
PRIMEIRA EDIÇÃO 2014 Natália Pereira Leal Eugênio Maria de França Ramos, Marcelo Eduardo Fonseca
COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Direitos autorais e iconografia: Denise Blanes Teixeira, Ricardo Rechi Aguiar e Yassuko Hosoume
(CGEB) (coordenação), Beatriz Fonseca Micsik, Érica Marques,
José Carlos Augusto, Marcus Ecclissi e Vanessa Leite Rios Manejo e gestão de laboratório: guia de laboratório
Coordenadora e de descarte
Maria Elizabete da Costa Produção editorial: Adesign (projeto gráfico) e Jairo Solange Wagner Locatelli
Souza Design Gráfico (diagramação e ilustrações não
Diretor do Departamento de Desenvolvimento creditadas)
Curricular de Gestão da Educação Básica Matemática: atividades experimentais e
João Freitas da Silva ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS investigativas – Ensino Fundamental – Anos Finais
Maria Silvia Brumatti Sentelhas
Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Coordenação do desenvolvimento dos conteúdos dos
Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF volumes de apoio ao Programa Ensino Integral Matemática: atividades experimentais e
Valéria Tarantello de Georgel Ghisleine Trigo Silveira investigativas – Ensino Médio
Coordenação Técnica Cadernos do Gestor Ruy César Pietropaolo
Roberto Canossa
Roberto Liberato Avaliação da aprendizagem e nivelamento Pré-iniciação Científica: desenvolvimento de projeto
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim Zuleika de Felice Murrie de pesquisa
PROGRAMA ENSINO INTEGRAL Diretrizes do Programa Ensino Integral Dayse Pereira da Silva e Sandra M. Rudella Tonidandel
Valéria de Souza (coord.), Carlos Sidiomar Menoli,
Coordenação da elaboração dos materiais de apoio Dayse Pereira da Silva, Elaine Aparecida Barbiero, Preparação Acadêmica
ao Programa Ensino Integral Helena Cláudia Soares Achilles, João Torquato Marcelo Camargo Nonato
Valéria de Souza Junior, Kátia Vitorian Gellers, Maria Camila Mourão
Mendonça de Barros, Maria Cecília Travain Camargo, Projeto de Vida – Ensino Fundamental – Anos Finais
Apoio técnico e pedagógico Maria do Carmo Rodrigues Lurial Gomes, Maria Isa Maria Ferreira da Rosa Guará e Maria Elizabeth Seidl
Marilena Rissutto Malvezzi Silvia Sanchez Bortolozzo, Maúna Soares de Baldini Machado
Equipe Técnica Rocha, Pepita de Souza Figueredo, Sandra Maria
Maria Silvia Sanchez Bortolozzo (coordenação), Fodra, Tomás Gustavo Pedro, Vera Lucia Martins Projeto de Vida – Ensino Médio
Carlos Sidiomar Menoli, Dayse Pereira da Silva, Elaine Sette, Cleuza Silva Pulice (colabor.) e Wilma Delboni Isa Maria Ferreira da Rosa Guará e Maria Elizabeth Seidl
Aparecida Barbiero, Helena Cláudia Soares Achilles, (colabor.)
Machado
João Torquato Junior, Kátia Vitorian Gellers, Maria Formação das equipes do Programa Ensino
Camila Mourão Mendonça de Barros, Maria Cecília Integral – Vol. 1 Protagonismo Juvenil
Travain Camargo, Maria do Carmo Rodrigues Lurial Beatriz Garcia Sanchez, Cecília Dodorico Raposo Daniele Próspero e Rayssa Winnie da Silva Aguiar
Gomes, Maúna Soares de Baldini Rocha, Pepita de Batista, Maristela Gallo Romanini e Thais Lanza
Souza Figueredo, Sandra Maria Fodra, Tomás Gustavo Brandão Pinto Química: atividades experimentais e investigativas
Pedro, Vera Lucia Martins Sette, Cleuza Silva Pulice
Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto e Maria Fernanda
(colabor.) e Wilma Delboni (colabor.) Formação das equipes do Programa Ensino
Integral – Vol. 2 Penteado Lamas
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014 Beatriz Garcia Sanchez, Cecília Dodorico Raposo
Robótica – Ensino Fundamental – Anos Finais
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Batista, Maristela Gallo Romanini e Thais Lanza
Brandão Pinto Alex de Lima Barros
Presidente da Diretoria Executiva
Mauro de Mesquita Spínola Modelo de gestão do Programa Ensino Integral Robótica – Ensino Médio
Vice-Presidente da Diretoria Executiva Maria Camila Mourão Mendonça de Barros Manoel José dos Santos Sena
José Joaquim do Amaral Ferreira Modelo de gestão de desempenho das equipes Tutoria e Orientação de estudos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO escolares
Ana Carolina Messias Shinoda e Maúna Soares de Cristiane Cagnoto Mori, Jacqueline Peixoto Barbosa e
Direção da Área Baldini Rocha Sandra Maria Fodra
Guilherme Ary Plonski
Cadernos do Professor Cadernos do Aluno
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Biologia: atividades experimentais e investigativas Projeto de Vida – Ensino Fundamental – Anos Finais
Maria Augusta Querubim e Tatiana Nahas
Pepita de Souza Figueredo e Tomás Gustavo Pedro
Gestão da Produção Editorial
Luis Marcio Barbosa e Renata Simões Ciências Físicas e Biológicas: atividades
experimentais e investigativas Projeto de Vida – Ensino Médio
Equipe de Produção Eugênio Maria de França Ramos, João Carlos Miguel Pepita de Souza Figueredo e Tomás Gustavo Pedro
Tomaz Micheletti Neto, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Editorial: Guiomar Milan (coordenação), Bruno Reis, Augusta Querubim, Maria Fernanda Penteado Lamas e Apoio
Carina Carvalho, Karina Kempter, Karinna A. C. Taddeo, Yassuko Hosoume Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE
• Nos cadernos de apoio ao Programa Ensino Integral S239f São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
são indicados sites para o aprofundamento de Física: atividades experimentais e investigativas; Ensino Médio - Caderno do Professor /Secretaria
conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos
da Educação; coordenação, Valéria de Souza; textos, Eugênio Maria de França Ramos, Marcelo Eduardo
apresentados e como referências bibliográficas.
Todos esses endereços eletrônicos foram checados. Fonseca Teixeira, Ricardo Rechi Aguiar, Yassuko Hosoume. - São Paulo : SE, 2014.
No entanto, como a internet é um meio dinâmico 64 p.
e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo não garante que os sites indicados Material de apoio ao Programa Ensino Integral do Estado de São Paulo.
permaneçam acessíveis ou inalterados. ISBN 978-85-7849-699-9
• Os mapas reproduzidos no material são de autoria 1. Física 2. Atividade prática 3. Ensino Médio 4. Programa Ensino Integral 5. São Paulo I. Souza,
de terceiros e mantêm as características dos originais Valéria de. II. Ramos, Eugênio Maria de França. III. Teixeira, Marcelo Eduardo Fonseca. IV. Aguiar,
no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e
Ricardo Rechi. V. Hosoume, Yassuko. VI. Título.
composição dos elementos cartográficos (escala,
legenda e rosa dos ventos). CDU: 371.314:373.5:53(815.6)
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dade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
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