Desenvolvimento Infantil
Desenvolvimento Infantil
Desenvolvimento Infantil
Sensório-motor: de 0 a 2 anos
Nesta fase, a criança se concentra nas sensações e nos movimentos. Ela começa a entender o
que as sensações significam e como os movimentos dela podem levar a alterações no mundo
exterior. Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem controle consciente de suas ações
motoras. No entanto, com o passar do tempo, ele vai gradualmente ganhando consciência de
seus movimentos, e é aí que começa a festa: ele percebe que, se esticar o bracinho, consegue
puxar o móbile em cima do berço. A partir daí, passa a testar as possibilidades de
movimentação para ver aonde aquilo vai chegar. Vale lembrar que, nessa fase, a criança ainda
tem dificuldades com tudo aquilo que ela não pode ver, tocar ou sentir. A chamada
permanência do objeto ainda não existe, pois a criança não admite sua existência fora do seu
campo sensorial. Sendo assim, se os pais escondem um brinquedo, por exemplo, ela não vai
procurar. Pra ela, o brinquedo deixou de existir. O mesmo acontece com as pessoas: se o bebê
não vê a mãe, ela automaticamente deixa de existir e começa a choradeira. A medida em que a
criança vai recebendo estímulos, ela passa a ter uma vaga noção de que objetos fora de sua
vista não Faculdade de Minas 8 necessariamente deixam de existir. É por isso que a brincadeira
do “cadê o bebê?” é tão divertida e saudável!
Pré-operatório: de 2 a 7 anos:
Marcado pelo início do pensamento lógico concreto, as crianças passando por esse estágio
começam a manipular mentalmente as representações das coisas que internalizou durante os
estágios passados. O problema é que essa manipulação só pode ocorrer com coisas concretas,
dispostas no mundo real. Conceitos abstratos ainda não são compreensíveis. Lembrando do
exemplo dos copos de suco, a criança nessa fase já compreende que os dois copos têm a
mesma quantidade de suco, ou seja, ela tem a noção Faculdade de Minas 10 de conservação.
Quanto ao biscoito, ela também entende que duas metades de um biscoito não equivalem a
dois biscoitos. Prepare-se para ter que dividir mais biscoitos com seu filho, porque essa
desculpa não vai mais colar! Aqui, já há uma maior compreensão do que é moral. As regras da
sociedade começam a fazer sentido e, em situações simples, a criança já é capaz de, por si só,
julgar o que seria correto fazer.
O último estágio postulado por Piaget tem seu início já na pré-adolescência, quando a criança
é capaz de manipular, também, representações abstratas, fazendo operações com conceitos
que não possuem formas físicas, como certos conceitos matemáticos. Nesse estágio, as
crianças começam a entender o mundo pelos olhos de outras pessoas: elas passam a
compreender experiências que elas mesmas não vivenciaram em primeira pessoa. Na verdade,
esse processo já começa durante o período operatório concreto mas, como o nome já diz, só
serve para objetos concretos. Já nesse novo estágio, a criança passa a entender o ponto de
vista dos outros a respeito de conceitos abstratos.
Desenvolvimento emocional:
Desenvolvimento cognitivo:
O desenvolvimento cognitivo refere-se à parte mais intelectual do ser humano. Diz respeito à
atenção, ao raciocínio, à memória e à capacidade de resolver problemas. A cognição do ser
humano é desenvolvida com o tempo. Enquanto bebê, uma pessoa não tem uma capacidade
de memória muito aguçada. Em geral, as pessoas não têm, por exemplo, recordações de
acontecimentos que tenham tido lugar antes dos seus dois anos de idade. O desenvolvimento
cognitivo infantil permite que a criança interprete, assimile e se relacione com os estímulos do
ambiente que a cerca e com a sua própria essência.
Desenvolvimento físico:
Desenvolvimento social:
Com o desenvolvimento social, a criança aprende a interagir em sociedade. É com base nesse
tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras pessoas uma espécie de
intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura, tradições e normas sociais. A
importância de brincar no desenvolvimento infantil está diretamente relacionada com esse
tipo de desenvolvimento, pois através da socialização com outras crianças, são desenvolvidas
certas capacidades de interação e noções de limites. O que pode influenciar o
desenvolvimento infantil? Apesar da definição do conceito de fases do desenvolvimento
piagetiano, o próprio Piaget defende que esse desenvolvimento poder ser beneficiado por
certos estímulos e por um ambiente apropriado para crianças.
Berçário, Pré-Maternal, Maternal I, Maternal II, Jardim A e Jardim B Faixa etária: 0 aos 6 anos
"A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê (dependência
total), até começar a se transformar em um ser mais independente e autônomo está
relacionado tanto às condições biológicas, como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar
e social (escola), com o qual interage." É preciso saber que: O desenvolvimento de uma criança
não acontece de forma linear. As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma
gradual, são períodos contínuos que vão se sucedendo e se superpondo. Durante a evolução
Desenvolvimento Físico
Desenvolvimento Cognitivo
Desenvolvimento Social
Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com
ela uma relação privilegiada; Fixa o rosto e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta
das 6 semanas); Aprecia situações sociais com outras crianças ou adultos; Por volta dos 4
meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas, o que influencia a forma
como se relaciona com elas, tendo reações diferenciadas consoante a pessoa com quem
interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando
preferência por rostos familiares;
Desenvolvimento Emocional
Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a
alimentação ou o colo; O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar
estados distintos (sono, fome, desconforto...); Apresenta medo perante barulhos altos ou
inesperados, objetos, situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor;
Faculdade de Minas 15 Característica da faixa etária dos 6 aos 12 meses
Desenvolvimento Cognitivo
A aprendizagem faz-se sobre tudo através dos sentidos, principalmente através da boca;
Desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção de que uma coisa
continua a existir mesmo que não a consiga ver; Vocalizações; Os gestos acompanham as
suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e
fecha as mãos quando quer uma coisa); Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente
com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebê vai tentar
imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado
A partir dos 8 meses: desenvolvimento do, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os
sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos -
utiliza "mamã" e "papá" com significado; Nesta fase, o bebê gosta que os objetos sejam
nomeados e começa a reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo
progressivamente capaz de associar ações a determinadas palavras (por ex: tchau-tchau" -
acenar); A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o
bebê sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz
som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a
relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido); Progressiva
melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante
períodos de tempo cada vez mais longos; A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10
meses;
Desenvolvimento Social
O bebê está mais sociável, procurando ativamente a interação com quem o rodeia (através das
vocalizações, dos gestos e das expressões faciais); Manifesta comportamentos de imitação,
relativamente a pequenas ações que vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o
cabelo, etc.); A partir dos 10 meses, maior interesse pela interação com outros bebês;
Desenvolvimento Emocional
Formação de um forte laço afetivo com a figura materna (cuidadora) - Vinculação; Presença
de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado da mãe, mesmo que por
breves instantes - trata-se de uma ansiedade normal no desenvolvimento emocional do bebê;
Faculdade de Minas 17 Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma
etapa normal do desenvolvimento emocional do bebê, manifesta-se quando pessoas
desconhecidas o abordam diretamente; A partir dos 8 meses, maior consciência de si
próprio; Nesta fase é comum os bebês mostrarem preferência por um determinado objeto
Desenvolvimento Físico
Começa a andar, sobe e desce escadas, sobe os móveis, etc. - o equilíbrio é inicialmente
bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos.
Contudo, a partir dos 16 meses, o bebê já é capaz de caminhar e de se manter de pé em
segurança, com movimentos muito mais controlados; Melhoria da motricidade fina devido à
prática - capacidade de segurar um objeto, o manipula, passa de uma mão para a outra e o
larga deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objetos na mão
enquanto caminha;
Desenvolvimento Cognitivo
Desenvolvimento Social
Aprecia a interação com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os
comportamentos que observa; Maior autonomia: sente satisfação por estar independente
dos pais quando inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar
ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações
novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação; As suas
interações com outras crianças são ainda limitadas: as suas brincadeiras decorrem sobre tudo
em paralelo e não em interação com elas; A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa
a ter maior consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus
sentimentos Faculdade de Minas 19 sobre si próprio e sobre os outros - desenvolvimento da
empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem);
Desenvolvimento Emocional
Desenvolvimento Físico
À medida que o seu equilíbrio e coordenação aumentam, a criança é capaz de saltar ou saltar
de um pé para o outro quando está a correr ou a andar; É mais fácil manipular e utilizar
objetos com as mãos, como um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinha;
Começa gradualmente a controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a bexiga);
Desenvolvimento Cognitivo
Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Por quê?"; À medida que se
desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras
formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar as competências físicas e de
linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento
cognitivo; Faculdade de Minas 20 É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras.
A partir dos 32 meses, já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de
continuar a falar sobre um assunto por um breve período; Desenvolvimento da consciência
de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases
simples, como "tenho fome"; A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a
criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada
nela por períodos de tempo mais longos); A criança está a começar a formar imagens
mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos - progressivamente, e com a
ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, cima e baixo;
Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de
diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objetos - 10
animais de plástico podem ser 3 vacas, 5 porcos e 3 cavalos);
Desenvolvimento Social
A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança, não gostando de
estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe,
para ficar à guarda de outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com
menos ansiedade do que outras; Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos:
por ex., lavar a louça, maquiar-se, etc.; É capaz de participar em atividades com outras
crianças, como por exemplo, ouvir histórias;
Desenvolvimento Emocional
Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer até a raiva frustrada. Embora a
capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a criança
necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são
adequados, o que requer prática e ajuda dos pais; Nesta fase, as birras são uma das formas
Desenvolvimento Físico
Grande atividade motora: corre, salta, começa a subir escadas, pode começar a andar de
triciclo; grande desejo de experimentar tudo; Embora ainda não seja capaz de amarrar
sapatos, veste-se sozinha razoavelmente bem; É capaz de comer sozinha com uma colher ou
um garfo; Copia figuras geométricas simples; É cada vez mais independente ao nível da sua
higiene; é já capaz de controlar os esfíncteres (sobretudo durante o dia);
Desenvolvimento Cognitivo
Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos;
Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis;
Compreende o conceito de "dois"; Sabe o nome, o sexo e a idade; Repete sequências de 3
algarismos; Começa a ter noção das relações de causa e efeito; Faculdade de Minas 22 É
bastante curiosa e investigadora;
Desenvolvimento Social
É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si própria; Tem
dificuldade em cooperar e partilhar; Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são
significativos, sendo dependente da sua aprovação e afeto; Começa a aperceber-se das
diferenças no comportamento dos homens e das mulheres; Começa a interessar-se mais
pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças;
Desenvolvimento Emocional
Desenvolvimento Moral
Começa a distinguir o certo do errado; As opiniões dos outros, acerca de si própria assumem
grande importância para a criança; Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos
agressiva; Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter
noção das suas implicações;
Desenvolvimento Físico
Rápido desenvolvimento muscular; Grande atividade motora, com maior controle dos
movimentos; Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda;
Desenvolvimento Cognitivo
Desenvolvimento Social
Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser seletiva acerca dos
seus companheiros; Gosta de imitar as atividades dos adultos; Está a aprender a partilhar, a
aceitar as regras e a respeitar a vez do outro;
Desenvolvimento Emocional
Os pesadelos são comuns nesta fase; Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de
fantasiar; Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros; Exibe muitos
comportamentos desafiantes e opositores; Faculdade de Minas 24 Os seus estados
emocionais alcançam os extremos: por ex., é desafiante e depois bastante envergonhada;
Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo;
Desenvolvimento Moral
Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em fazer o que está
certo; pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em assumir a culpa pelos seus
comportamentos);
Desenvolvimento Físico
Desenvolvimento Cognitivo
Desenvolvimento Social
A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não voltar a vê-la após
uma separação; Copia os adultos; Brinca com meninos e meninas; Está mais calma, não
sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra
criança ou com um grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo
sexo; Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão; Começa
Desenvolvimento Emocional
Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano corporal, embora esta
não seja uma fase de grandes medos; Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá
apresentar alguns dos seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os
olhos, fungar, etc.; Preocupa-se em agradar aos adultos; Maior sensibilidade relativamente
às necessidades e sentimentos dos outros; Envergonha-se facilmente;
Desenvolvimento Moral
Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, poderá por vezes
mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis. Faculdade de Minas 26
"Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se relaciona com
seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos; tolera suas frustrações,
através das primeiras expressões gráficas e da linguagem".
Ambiente onde a criança vive. Hereditariedade (os seus pais, avós e demais ancestrais).
Alimentação. Problemas físicos.
A base para um bom desenvolvimento é o vínculo afetivo com a mãe, o pai, os familiares e
demais cuidadores. Quando há um ambiente acolhedor, a criança tem a oportunidade de
crescer saudavelmente, desenvolvendo suas habilidades ao máximo. Ambientes perturbados
como casas em que moram muitas pessoas, presença de muitas brigas, violência, abuso
psicológico e físico, entre outros, são fatores de risco para que as crianças tenham dificuldade
em desenvolver suas habilidades plenamente. Não raramente, esses pequenos passam a
sofrer de transtornos mentais mais tarde na vida e podem ter dificuldades no social, na
carreira, nos estudos, entre outros. Fatores que podem influenciar no desenvolvimento são:
Muitas mamães e papais sabem que seu filho está se desenvolvendo bem porque conhecem
os marcos do desenvolvimento. Esses marcos são eventos nos quais a criança começa a
demonstrar certos comportamentos e têm momentos certos para acontecerem. Vale lembrar
que as idades podem variar bastante, mas em geral é aconselhável procurar um pediatra ao
desconfiar que seu filho não está se desenvolvendo tipicamente. Faculdade de Minas 31
No nascimento, o bebê:
Dorme a maior parte do tempo; Suga com a boca com frequência; Chora quando é
perturbado ou sente desconfortos.
4 semanas
Leva as mãos aos olhos e à boca; Move a cabeça de um lado para o outro quando deitado;
Segue um objeto em movimento em frente ao rosto com o olhar; Responde aos sons do
ambiente (levando sustos, chorando etc.); Pode se virar na direção de vozes e sons
familiares; É capaz de focar em um rosto.
6 semanas
Observa objetos dentro do seu campo de visão; Passa a sorrir quando falam com ele; Fica
deitado sobre a barriguinha.
3 meses
Consegue manter a cabeça firme quando está sentado; Eleva a cabeça a 45º quando deitado
de bruços; Abre e fecha as mãozinhas; Faz força com os pés quando é colocado sob uma
superfície plana; Movimenta-se para alcançar brinquedos suspensos, como o móbile do
berço; Segue, com o olhar, um objeto na frente do seu rosto, balançando a cabeça de um
lado para o outro; Observa rostos atentamente; Faculdade de Minas 32 Sorri ao ouvir a voz
do cuidador (mãe, pai, babá etc.); Começa a balbuciar, emitindo sons semelhantes à fala.
5-6 meses
Mantém a cabeça firme quando está de pé; Consegue se sentar com apoio; Rola o corpo
em um sentido, geralmente da posição deitado de bruços para deitado de costas; Tenta
alcançar objetos; Reconhece pessoas à distância; Presta bastante atenção às vozes
humanas; Sorri espontaneamente; Ao sentir prazer, expressa por meio de gritinhos;
Balbucia para brinquedos.
Consegue se sentar sem apoio; Sustenta parte do seu peso corporal quando mantido de pé;
Passa objetos de uma mão para a outra; Segura a própria mamadeira; Procura objetos que
caíram; Responde ao próprio nome; Balbucia combinando vogais e consoantes; Responde
à brincadeira do “cadê o bebê? ”.
9 meses
Consegue se sentar bem; Tenta pegar brinquedos que estão longe do seu alcance;
Responde quando os brinquedos são tirados dele; Faculdade de Minas 33 Engatinha ou se
mantém sobre os pés e as mãos; Consegue se colocar de pé; A partir da posição de bruços,
consegue se sentar; Consegue ficar de pé se apoiando em algo ou alguém; Diz “mama” e
“papa”.
12 meses
Aos 18 meses
Anda bem; Consegue subir escadas se apoiando. Desenha uma linha vertical; Faz uma
torre com 4 cubos; Vira várias páginas de um livro ao mesmo tempo; Fala cerca de 10
palavras; Puxa brinquedos em cordas; Consegue comer algumas coisas sozinho.
Aos 2 anos
Tem coordenação motora o suficiente para correr bem; Sobe em móveis. Faculdade de
Minas 34 Manuseia bem talheres; Vira páginas individuais dos livros; Faz uma torre com 7
cubos; Forma frases com 2 ou 3 palavras.
Salta; Sobre e desce escadas sem ajuda. Faz rabiscos em padrão circular; Abre portas;
Consegue vestir roupas simples sozinho; Fala quando precisa ir ao banheiro.
Aos 3 anos
Possui boa coordenação motora para andar bem (marcha madura); Anda de velocípede.
Prefere usar uma mão à outra; Copia um círculo; Consegue se vestir sozinho, mas ainda não
sabe fechar os botões ou amarrar cadarços; Conta até 10 e usa plurais; Reconhece pelo
menos 3 cores; Faz perguntas constantemente; Consegue comer sozinho; Grande parte
das crianças nessa idade já conseguem usar o banheiro sozinhas.
Aos 4 anos
Sobe e desce as escadas alternando os pés; Salta sobre um pé; Consegue lançar bolas.
Faculdade de Minas 35 Copia uma cruz; Consegue se vestir; Lava as mãos e o rosto.
Aos 5 anos
Aos 6 anos
Anda em linha reta usando toda a superfície do pé. Escreve seu próprio nome. 10.
Desenvolvimento da linguagem
Crianças não nascem sabendo falar, e isso não é surpresa para ninguém. A fala, assim como a
cognição, não surge da noite para o dia: ela também vai chegando por meio de estágios.
Faculdade de Minas 36 Entretanto, não conseguir falar é diferente de não conseguir se
comunicar. A comunicação entre cuidador e bebê é, na maioria das vezes, muito bem
estabelecida. Quantas vezes você não viu uma mãe reconhecer a necessidade do pequeno só
pelo choro? Pois bem, desde o começo ele já vai criando uma espécie de linguagem própria,
ainda que não use as palavras. O problema é que nem todo mundo entende essa linguagem do
bebê e, a medida em que cresce, ele precisa aprender a se adaptar ao mundo à sua volta. Com
isso, ele passa a aprender a língua do lugar em que vive ao longo de dois estágios: o pré-
linguístico e o linguístico.
Estágio pré-linguístico
Este estágio ocorre antes da criança conseguir falar as primeiras palavras. Durante esse tempo,
ela costuma usar muito o choro para se comunicar. Muitas vezes, nem o bebê sabe muito bem
porque está chorando. Para ele, a fome é apenas uma sensação desconfortável, não sendo
muito diferente da dor da cólica. Com a ajuda da mãe, ele mesmo vai aprendendo o que é o
que: se a sensação ruim passa depois de se alimentar, então é fome. Assim, ele cria um choro
específico para essa sensação, a medida em que vai aprendendo a diferenciar o que sente.
Com o tempo, ele começa a produzir sons chamados “arrulhos”, sons guturais (saem
diretamente da garganta) que dão a base para que ele aprenda a usar as cordas vocais. Por
volta dos 6-10 meses, o bebê passa a balbuciar e repetir sons de consoantes e vogais. É nessa
fase que ele começa a falar “mama”, “papa” e “dada”. Não raramente, os pais confundem isso
com suas primeiras palavras, quando na verdade o próprio bebê não faz muita ideia do que
aquilo significa. Ou seja, nem sempre que a criança fala “mama”, ela está chamando a mãe.
Muitas vezes, está só experimentando suas cordas vocais. Faculdade de Minas 37 No final do
primeiro ano de idade, a criança já tem uma noção básica dos sons usados na linguagem, o que
dá a base para que ela possa efetivamente aprender a falar. É nessa hora que ela realmente
começa a aprender suas primeiras palavras.
Estágio linguístico
Lá pela metade do segundo ano de vida (18 meses), a criança já consegue usar combinações
de sons para se referir a pessoas, objetos, animais e até mesmo acontecimentos. Nessa época,
estima-se que ela tenha um vocabulário de cerca de 50 palavras, mesmo que elas estejam
erradas. O curioso é que, nessa fase, uma única palavra tem o valor de uma frase inteira. Um
exemplo é quando ela aponta para fora de casa dizendo “ua”. Os pais entendem que essas
duas letrinhas significam “eu quero ir para a rua”, ou “quero ir passear”. A esse fenômeno dá-
se o nome de “holófrases”. Ainda nessa idade, são frequentes trocas e omissões de letras,
como no exemplo citado da “rua sem r”. Ao final dos 2 anos de idade, espera-se que a criança
tenha um vocabulário de mais de 100 palavras e, entre os 2 e 3 anos, ela começa a aprender as
Apesar de sabermos que a linguagem está sendo desenvolvida pelo que a criança demonstra
externamente, não sabemos muito bem como esse aprendizado se dá. No entanto, diversos
teóricos tentaram explicar isso. Um linguista chamado Chomsky acredita que parte do
aprendizado é biologicamente determinado, ou seja, ocorre de maneira nativa. A criança vai
aprendendo a falar porque seu organismo se desenvolve, possibilitando a fala. Faculdade de
Minas 38 Já Skinner, um grande psicólogo comportamental, defendia que a linguagem era
obtida pela experiência. A medida em que a criança experimentava a linguagem com seus pais
e com outros adultos, ela ia aprendendo. Piaget, já citado, traz uma terceira visão que reflete
melhor o que vemos na prática: o aprendizado da linguagem ocorre por meio das interações
entre a criança e o mundo. Ele se dá juntamente com o desenvolvimento cognitivo, e é
baseado tanto em pressupostos biológicos quanto interacionistas. Com isso, fica mais claro
que a criança precisa do estímulo dos pais para aprender a falar. Suas primeiras sílabas são, de
fato, imitações dos sons que os pais emitem perto dela. Isso deixa claro como é preciso que
haja alguém a estimulando para que a criança possa aprender a falar de fato.
Para começar, devemos manter em mente que as idades, tanto do desenvolvimento cognitivo
quanto motor, são aproximadas, com referência em uma média. Ou seja, a capacidade de
pensamento representativo, característica marcante do estágio pré-operatório, pode não
aparecer logo que a criança faz 2 anos de idade. Outra coisa importante é perceber que,
muitas vezes, os estágios se sobrepõem: entrar no estágio pré-operatório não
necessariamente quer dizer que a criança aprendeu tudo que tinha para aprender no estágio
sensório-motor. Nesses casos, não há porque se preocupar, pois a passagem de um estágio
para o outro não significa que ela não será capaz de desenvolver essas habilidades
posteriormente. Pelo contrário, as habilidades já adquiridas continuam evoluindo sempre,
independente do estágio. Vale lembrar que crianças diferentes se desenvolvem de maneiras
diferentes, mas, em linhas gerais, existe um tempo certo para que algumas habilidades
apareçam. Faculdade de Minas 39 Se, por acaso, uma criança de 3 anos ainda não consegue
falar uma palavra, é sinal de que ela apresenta alguma disfunção no desenvolvimento e isso
deve ser investigado. Por outro lado, bebês que não saem da fase do balbucio podem ser
surdos, sendo esta apenas outra condição que precisa de atenção. Na dúvida, consulte sempre
um pediatra de confiança. Se necessário, ele poderá encaminhar o pequeno para um
fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista, entre outras especialidades que podem ajudar a
trabalhar essas habilidades. É importante compreender os estágios do desenvolvimento
cognitivo infantil porque é justamente nessa fase que aparecem os primeiros sintomas de
vários transtornos diagnosticados na infância, como é o caso do autismo e do transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Além disso, dificuldades no aprendizado de uma
criança podem ser um convite para a reflexão: o que está acontecendo no ambiente social e
familiar dessa criança que pode estar atrapalhando seu desenvolvimento? Como dito
anteriormente, os vínculos afetivos são indispensáveis para um desenvolvimento pleno e de
qualidade. Pais que brigam frequentemente ou que são ausentes, a presença de algum irmão
com quem a criança é sempre comparada, situações nas quais ela é inferiorizada, entre outros,
são todos fatores que prejudicam o desenvolvimento. Por isso, às vezes o problema pode não
Conclusão