Transmissão Por Correias

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE Elemento de

Máquinas - II
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Transmissão por
Departamento de Engenharia Mecatrónica correias

Transmissão por correias


Generalidades
As transmissões por correia mais simples são constituídas por uma sinta sem fim costurada
(correia) e colocada de forma esticada em duas rodas cilíndricas (polias) das quais uma é motora
e a outra movida. Ao mover-se a correia transmite energia desde a polia motriz para a polia
movida por meio da força de fricção entre a correia e as polias. No mesmo tempo, o momento da
força de fricção será igual ao par de momentos do eixo motriz e ao momento resistente do eixo
movido. Quanto maior for a tensão de esticamento e o ângulo de abraçamento na polia com a
correia e coeficiente de atrito, maior será a carga a transmitir.

Vantagens
 A possibilidade de unir o eixo motor e o eixo conduzido a distancia relativamente
distantes;
 Funcionamento suave e sem choques;
 A limitação da carga visto que a correia só pode transmitir uma determinada carga,
superada da qual proporciona um deslizamento da correia (na superfície da polia) o que
protege outras unidades de transmissão contra sobrecargas;
 Simplicidade na sua construção e montagem e transmissão do movimento utilizando-se
como variador de velocidade;
 Custo relativamente baixo.
Desvantagens
 Grandes dimensões exteriores;
 Certa inconstância na relação de transmissão motivada pelo deslocamento;
 Grandes cargas sobre os eixos e apoios e por conseguinte perdas de potência;
 Longevidade relativamente baixa.

Utilização
Podemos distinguir dois tipos de sistemas de utilização:

 Sistemas de transporte
Tapetes rolantes e tapetes transportadores.

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 Sistemas de transmissão (transferência) de potência

As correias, juntamente com as polias são um dos meios mais antigos de transmissão de
movimento. É um elemento flexível, normalmente utilizado para transmissão de potência entre
dois eixos.

Tipos de correias.
Segundo a sua secção transversal podemos distinguir os seguintes tipos de correias.

 Planas.

 Em V.

 Trapezoidal

 Hexagonal

 Dentada ou sincronizada

 Redonda

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CONSTRUÇÃO
As correias são construídas com materiais como:
 Borracha
 Polímeros sintéticos
 Reforços de nylon
 Tiras metálicas
 Tecido
 Couro

fig. Composição mínima das correias trapezoidais e planas

fig. Seção das correias

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Características gerais de correias planas e em V
 Correias planas.
Valores Máximos:
Potência = 1600KW (~2200cv)
Rotação = 18000 rpm
Força tangencial = 50 KN (~5000 Kgf)
Velocidade tangencial = 90m/s
Distância centro a centro = 12m
Relação de transmissão ideal = 1:5
Relação de transmissão máxima = 1:10

A transmissão por correias planas pode se realizar entre eixos paralelos, eixos intercetantes e
ainda podemos executar a inversão de direcção da rotação, transmissão cruzada.

 Correias em V. - trapezoidal
Valores Máximos:
Potência = 1100KW (~1500cv)
Velocidade tangencial = 26m/s
Relação de transmissão ideal = 1:8
Relação de transmissão máxima = 1:15
Nas correias trapezoidais a transmissão é somente para eixos para lelos.

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As polias

As polias são os elementos de máquinas rígidos que, juntamente com as correias completam este
tipo de transmissão. Não necessitam de um dimensionamento especial, sendo sua geometria e
dimensões bastante conhecidas e bem descritas nas normas.
Segundo a sua forma da superfície as polias podem ser:
 Planas;

 Polias Em V.

Segundo a sua forma de construção as polias podem ser:


 Simples;
 Escalonadas.

As escalonadas podem ser planas ou em V

Existem plias tensoras que têm o fim de estirar as correias aumentando assim o angulo de
abraçamento entre a correia e a polia, consequentemente a força aumentando assim a força de
adesão e a força de atrito ente estes dois elementos.
As polias tanto como a maior parte de transmissão por correia são elementos estandardizados. Por
isso a necessidade de consultar as referências durante a sua escolha em cálculos de projectos.

As polias são normalmente fabricadas com materiais ferrosos como ferro fundido ou aço,
podendo ser, para grandes diâmetros, de estrutura soldada, que são normalmente utilizadas para
diâmetros a partir de 500 mm. Materiais poliméricos, como plásticos, com alto coeficiente de
atrito e baixa densidade, também podem ser utilizados. São fabricadas por processo de fundição
ou de usinagem.
Para pequenos diâmetros (até 300 mm) as polias podem ser sólidas ou com furos

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A relação de transmissão
Como as transmissões por atrito as transmissões por correia também, sofrem o efeito de
deslizamento.
Assim, para uma transmissão de relação contante, considerando o coeficiente de deslizamento,
calculasse da seguinte fórmula:
= =1− =1− ; coeficiente de deslizamento

= = ; relação de transmissão.
( )
Na transmissão por relação de transmissão
variável, o utilizamos as fórmulas vistas
anteriormente na transmissão por fricção
diferenciando-se o cálculo do diapasão de
regulação:
 Quqndo a regulação é executada numa
so polia.

= = =1+ ;

 Para regulação nas duas polias.


∆ ∆
 = = = 1+ 1+ ;
Onde:
− o menor e maior diâmetro da polia motora
− o menor e maior diâmetro da polia movida

Representação de variadores de velocidade de transmissão por correia:

Com etapas Sem etapas

Uma das condições para que se realize a transmissão do movimento é a constância da força
de atrito entre a polia e a correia o que vai garantir a força tangencial requerida para a
realização do trabalho a efectuar. Em certas vezes é necessário reforçar ou manter esta força.
Para o efeito são utilizados os dispositivos de estiradores de correias que podem ser mecânicos
ou cinemáticos segundo mostra a figura abaixo.

Estirador mecânico Estirador cinemático com polia

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Nomenclatura, definições e simbologias nas transmissões por correia
A figura a seguir mostra transmissões por correia aberta e fechada. As principais
relações, definições, simbologias e nomenclaturas adotadas são mostrados a seguir:

Onde:

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Calculo das cargas na transmissão

Cargas actuantes em correias planas

− Carga no ramo tenso


− Carga no ramo frocho

As cargas e são determinadas sob a análise da actuação das forças representadas na figura
acima.
Compomos a equação de equilíbrio das forças nos eixos horizontal e vertical:

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Sabendo que:

E, substituindo as equações nas duas equações de equilíbrio, obtemos as seguintes fórmulas:


(1)

(2)

substituindo (2) em (1), vem:

Na integração de = :

Da fórmula de Euler:

Donde:


− ç
A fórmula de Euler apresentada anteriormente é válida para as correias planas. Para as correias
trapezoidais teremos:

A força inicia da transmissão, isto é a força de esticamento da correia em repouso:


= ( + )

A carga útil (força tangencial) da transmissão é produzida principalmente resultante da força


de fricção no angulo de fricção:
= − =
A força que actua no eixo da transmissão

( = + +2 cos )

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Determinação da Força Centrífuga –

= =
m – peso da correia
r – raio medio da polia
−densidade da correia

Em função da fórmula de Euler a Força centrifuga tem a seguinte formulação:

 Para correias planas

 Para correias trapezoidais

Carga devido à Flexão da Correia


As cargas provenientes da flexão da correia em torno da polia, apesar de apresentarem
baixos valores, são cíclicas, podendo causar a ruptura da correia por fadiga. Quanto menor
a polia, maior a carga. A figura a seguir mostra a distribuição das tensões pela correia e o
respectivo gráfico.

Onde:

Tensão nas correias:


• Sub-tracionamento provoca deslizamento e
geração de calor devido ao atrito entre
a correia e a polia.
• Super-tracionamento diminui a vida das correias e
mancais.

As tensões nas correias de transmissão


A tensão de tracção na secção da correia do lado frouxo do lato tenso em repouso.
= ;
A tensão de tracção na secção da correia sob acção das cargas externa.
= ;

=
Onde:
A – área da secção transversal da correia

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Determinação das Cargas
As cargas atuantes nesta transmissão são determinadas a partir da potência ou torque
transmitidos e na equação fundamental das correias.

Potência:

Dimensionamento de transmissões por correias


Na indústria, geralmente se utilizam as correias trapezoidais e dentadas. Mas, noutras áreas podem
se utilizar correias planas cujo dimensionamento se empregam as fórmulas e métodos
anteriormente deduzidos. Para o caso das correias estandardizadas usa-se como base o seguinte:

Seleção de Correias Trapezoidais


O procedimento para a seleção da correia mais adequada segue a seguinte sequência ou
passos:
1º) Determinação da potência de projeto
2º) Escolha da seção mais adequada
3º) Cálculo da potência transmitida por 1 correia
4º) Determinação do número de correias
5º) Determinação do comprimento e especificação da correia

Bibliografia Base

 Salkis Melconian – Elemento de máquinas 9ª Edição;

 V. Dobrovolski, K. Zablonski – Elemento de máquinas – Moscovo URSS Editira MIR 1980.

 Flávio de Marcos Filho – Elementos de transmissão Flexíveis – Escola Politécnica -


Universidade Federal de Janeiro.

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