A Revolução Do Espírito

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RON E. M. CLOUZET A REVOLUCAO Po ESPiR iT @ VOCE ESTA PREPARADO? RON E. M. CLOUZET Traducao Eunice Scheffel do Prado Casa Publicadora Brasileira Tatui, SP SOBRE ESTE LIVRO “Comecei a ler este livro para dar minha opiniao, mas, de repente, me vi absorto. Antes que percebesse, havia concluido a leitura. Ler este livro foi realmente bom para mim: como cristio, como filho de Deus ansioso por terminar a obra e como pastor. Ron foi inspirado a escre- ver sobre a pessoa maravillhosa do Espirito Santo, de modo simples, mas profundo. Ele nio se perde na teologia ou na historia, mas envolve o leitor na pritica. Depois de ler, senti uma necessidade urgente de ser cheio do Espirito, a fim de que a obra de Deus se conclua na minha vida, na vida da igreja € no mundo” Alejandro Bullén Evangelista jubilado, Divisio Sul-Americana “O Dr. Clouzet apela tanto a seus companheiros ministros quanto aos jovens e aos anciios na igreja: saber a respeito de Jesus ¢ de todas as doutrinas nio é suficiente. Longe disso! Cumprir a comissio evan- gélica de Mateus 24:14 € mais do que ‘pregar’ a mensagem. A men- sagem s6 é compreendida quando seus mensageitos sio testemunhas pessoais de sua validade e confiabilidade. Isso significa que aqueles que professam essas verdades sio transformados por elas, e nao apenas seus porta-vozes. Somos mensageiros de Deus se ouvimos as simples instrugdes do Espirito Santo. [..]. Este livro nos ajuda a entender que Deus nio pode enviar a chuva serddia sobre pessoas despreparadas, assim como nio faria em tempos anteriores. A chuva serédia nio cairé sobre terreno que nio tenha experimentado a chuva tempora.” Herbert E. Douglass Escritor, editor e administrador “O Dr. Ron Clouzet é um pastor eficiente, erudito competen- te, evangelista bem-sucedido e escritor talentoso. Sua ampla for ma¢io ministerial e grande experiéncia proporcionam um pano de fundo para seu novo livro, A Revoluydo do Espirito. © titulo, em si, j4 diz muito. Com a habilidade de um erudito © 0 coragio de 4 | AREVOLUGAO D0 EsP/RMO um evangelista, Ron fala com eloquéncia sobre a necessidade d a le do recebimento do Espirito Santo em nossa vida pessoal e na vid coletiva ‘daignejan/Seh idiscernimentp quanto: 10 mininésio' de Espirito Santo € solidamente biblico, apresentado com um vigor que tocard seu coragdo e estimulara sua mente. Minha crake é que Espirito Santo leve vocé para mais perto de Jesus durante a leitura destas paginas.” Mark Finley Evangelista, Associagio Geral “Que livro poderoso! O Senhor usou o ensino e a pregagio de Ron sobre reavivamento ¢ reforma espiritual a0 longo dos anos para inspirar ¢ mudar profandamente a mim ¢ a milhares ao redor do mundo. Este livro é um resumo excelente dessas ideias priticas ¢ principios biblicos tio necessarios para o povo de Deus nos éiti- mos dias. Invista tempo para ler este livro ¢ aplicar seus principios a sua vida, ¢ isso poder fazer uma diferenga eterna para vocé, seus queridos e sua igreja!” Jerry N. Page Secretirio ministerial, Associagio Geral “Clouzet trata do importante tema do reavivamento ¢ reforma de modo muito instrutivo € envolvente. Seu coragao pastoral flui ao lon- go do livro com bondade ¢ uma sincera preocupacio com 0 bem-estat espiritual da igreja. Ele examina a obra do Espirito sem qualquer sensa- cionalismo, enquanto, a0 mesmo tempo, reconhece que o Espirito ata continuar’ atuando na igreja e por meio dela, de maneira cada vez mais poderosa. Os interessados na questio da natureza do Espirito encontrario aqui informagdes proveitosas e confidveis. Este liv pode ser muito itil para 0 estudo pessoal, bem como em grupo.” Angel Manuel Rodriguez Teélogo jubilado, Instituto de Pesquisa Biblica SUMARIO Dedicatoria ... Agradecimentos .. Prefacio .. Introdugio . PROMESSA 1.0 Grande Anseio de Deus 2, Como Nasce uma Igreja ... 3, Pequeno Reavivamento .. 4, Quando a Igreja Afastou o Espirito 5. Sabor de Reavivamento e Reforma PESSOA 6, Conhecendo 0 Espirito Santo ..-scsee 7.0 Dom de Jesus 8. Testemunho do Fruto e dos Dons PRATICA 9. Batizados com o Espirito 10. Experimentando o Poder . 11. Condigées Para 0 Batismo do Espirito . 12. Afastando o Espirito ..... 13. Pedindo um Acordo . 129 159 169 PODER 14.4 Chuva Serddia 15.A Ascensio da Babilénia . 16.A Voz do Espirito .. : 7 nas Igreja Dittnileada Palo: Bipitins 185 210 224 DEDICATORIA Nio sei se escreverei outro livro ¢ se terei, entio, a oportunidade de dedic4-lo a minha familia maravilhosa. Mas gostaria de dedicar este livro a Deus, o Espirito Santo, sem o qual eu nunca teria conhecido Jesus ou tido algum desejo de ser recriado a imagem de Deus. AGRADECIMENTOS Nenhum livro é escrito por uma s6 pessoa. E necessiria uma rede inteira de amigos. O primeiro agradecimento € para Russell Burrill, ex-diretor do Instituto de Evangelismo da Divisio Norte-Americana, autor de uma diizia de livros. Ele me avisou sobre a dificuldade de escrever algo de~ cente em poucas semanas, porém, depois do aviso, prestou-me feedback apés ler cada capitulo. Devo muito a9 meu mentor ¢ amigo Jack Blanco, ex-diretor do Curso de Religiio na Souther Adventist University, por ter prestado atengio a detalhes, por seus conselhos oportunos ¢ sibia orientacio. Jack aconselha, combinando mente ¢ coragao. Isso também se aplica a Herbert Douglass, servo de Deus, extraordinario como professor, editor € autor de muitos livros, incluindo 0 clissico A Mensageina do Senhor. Esses trés homens deram horas de seu valioso tempo para que este livro ficasse melhor. ‘Um “muito obrigado!” vai também para um companheiro em ques tdes do Espirito, pastor Kevin Wilfley. Seus comentitios me fizeram repensar ¢ mudar algumas coisas. Para meu colega de Seminirio, John Baldwin, que também me ofereceu valioso apoio, ¢ Angel Rodriguez, do Instituto de Pesquisa Biblica, por sdbias dicas teol6gicas. E ao meu fiel colega no Iedna, Don James, que passou um tempo que ele nio tinha me ajudando a criar perguntas destinadas a reflex pequenos grupos. 0 pessoal ¢ a Com todos os que tiveram a coragem ¢ a bondade de endossar 0 livro, sinto-me em divida. Essas pessoas de Deus fazem um trabalho maravilhoso para a Igreja e estio em minhas orac6es. Também quero expressar gratidio a0 meu amigo e pastor de longa data, Dwight Nelson, por ter escrito um preficio tio generoso. Scott Cady, da Pacific Press, amigo dos meus tempos na California, foi paciente e muito prestativo ao me guiar ao longo da jornada, desde as ideias iniciais até a publicagio, bem como Ken MeFarland, que fez uma editoragio acurada, 8 | AREVOLUCAODOESPIATO Por fim, agradego a minha esposa, Lisa, que nio 6 foi a primeira a ler cada capitulo ¢ identificar minhas falhas mnais obvias Porém, a gratidio maior € ao Espirito Santo, que tio gentil ¢ muitos anos,a conhecer me- amoravelmente me levou, ao longo de thor a Deus € amé-lo mais. Lamento, apenas, as muitas vezes em que escolhi considerar meus desejos, em vez de ouvir sta voz, ¢ oo para gque essa tendéncia se desfaca mais e mais com o passar dos anos em sua amorosa presenga. ‘A Deus seja a gloria! PREFACIO Pergunta: Quanto tempo se leva para escrever um livro sobre Espirito Santo como este? Resposta: Uma vida inteira, Tenho 0 privilégio de conhecer o autor deste livro ja por metade de uma vida. Ron e Lisa Clouzet eram jovens seminaristas quando vim para a Universidade Andrews a fim de me tornar 0 pastor da Pioneer Memorial Church, a igreja do campus. Desde aqueles dias tranquilos de seu primeiro pastorado, Ron ji se distinguia como lider espiritual, motivado por um desejo profundo de conhecer a Cristo -¢ uma sede de ser cheio de Espirito, Por isso, aquilo que vocé esti para ler nio & apenas fielmente biblico ¢ rigorosamente teoldgico — é também profandamente pes soal. Como Frederick Buechner certa vez observou, “toda teologia @ biografia”. Isto @, aquilo que um escritor se esforga para articular, necessariamente flui das profundezas de sua caminhada pessoal com Deus.Vocé perceberi essas profandezas pessoais, i medida que Ron, com franqueza e fidelidade, relata a cronica de sua busca espiritual no sentido de ser tomado “de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19). Isto, porém, é mais, muito mais do que um diario pessoal, por mais valiosos que sejam esses didrios. Este € um manual espiritual para 0 povo de Deus - para a tiltima comunidade apocaliptica de Deus sobre a Terra. E, como tal, seré provavelmente o livro mais pritico sobre o Espirito Santo que vocé ja leu. © livro trata sobre © que é ser cheio do Espirito de Jesus diariamente, como se tornar parte de um pequeno grupo ¢ como suplicar fervorosamente pelo cumprimento das promessas divinas relativas “chuva serédia”. Fui particularmente tocado pela experiéncia de uma congrega~ io, cujos membros, juntamente com 0 autor, abragaram a promessa de Deus quanto ao Espirito Santo e obedeceram a ordem de Cristo de “pedir” como nunca antes. Houve jejum e oragio, conversdes miraculosas e crescimento explosivo. Poderia isso acontecer também 10 | AREVOLUCAD DO ESPIRITO na minha congregagio? O testemunho pessoal de Ron é evidéncia de que pode e deve. Considerando © mundo do terceiro milénio no qual vocé € eu habitamos, com seus problemas crdnicos ¢ convulsdes terminais, nao é tempo de, como povo, invadirmos os portais do Céu em busca desse dom que “traz apés si todas as outras béngios”? (O Desejado de Todas as Nayées, p. 672). Que mais Jesus quis dizer quando declarou: “O rei- no dos céus é tomado por esforgo, ¢ os que se esforgam se apoderam dele” (Me 11:12)? Nossa jornada espiritual tem sido insipida ha décadas. Seguramente, este € 0 tempo certo para que a Igreja Adventista do Sétimo Dia leve a sério 0 chamado de Deus quanto ao reavivamento ¢ a reforma dentro de nossa comunidade apocaliptica. Ajoelhados, com a Biblia na mio, nao devemos nos reunir para, militantemente, suplicar 0 derramamen- to do poder divino, que € 0 tinico que pode alcangar 7 bilhdes de seres humanos com as alegres ¢ urgentes novas de que o Salvador do mundo esta para retornar? Ron Clouzet acredita que podemos ¢ devemos.Vocé se unird conosco nessa implacavel busca pela maior promessa de Cristo? Que mais estamos esperando? Dwight K. Nelson, pastor senior Pioneer Memorial Church, Universidade Andrews INTRODUCAO Experimentamos a vida, a maioria de nds, em busca de ar, como se estivéssemos nos afogando a sete centimetros abaixo da superficie. Acostumamo-nos tanto com essa condigio a ponto de nio perceber- mos que um mundo inteiramente novo existe justamente acima de nds. Ansiamos por algo mais porque vemos que as distragdes € 0 entrete- nimento nos convém por um momento apenas ¢ sio definitivamente insatisfatérios. Bem no fundo, em nossos quiietos devaneios com Deus, sabemos que é possivel ter outra dimensio se a escolhermos ou souber- mos como atingi-la. Depois de 40 anos restaurando com bom éxito muitas verdades biblicas ignoradas, a Igreja Adventista do Sétimo Dia se tornou competente numa teolégica briga de espadas, mas faltava a muitos membros a vida verda~ deira, Eles tinham a verdade, mas, por algum motivo, ela nio os libertava. Pregadores proclamaram a lei até a igreja se ressecar “como os montes de Gilboa”. Durante anos, Ellen White insistia para que a igreja olhasse para Jesus. Finalmente, em 1887, ela escreveu sua famosa declarag: Um reavivamento da verdadeira piedade entre nés, eis a maior ¢.a mais urgente de todas as nossas necessidades. Busci-lo, deve ser nossa primeira ocupa¢io. Importa haver diligente esforgo para obter a béngio do Senhor, nio porque Deus nio esteja disposto 2 outorgi-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebé-la, Nosso Pai celestial est mais disposto a dar sew Eipirito Santo Aqueles que o pedirem, do que pais terrenos 0 estio a dar boas dadivas a seus filhos. Cabe a nés, porém, me~ diante confissio, humilhacio, arrependimento ¢ oracio fervorosa, cumprir as condigdes estipuladas por Deus em sua promessa para conceder-nos sua béngio. $6 podemos esperar um reavivamento em resposta 4 ora¢a Virias coisas ficam evidentes quando lemos esse apelo. Note que a primeira frase contém trés superlativos: “a maior”,"a mais urgente”, 12 AREVOLUCKO DO ESPIRI side todas" as nossas necessidades. Existe algo maior ou mais urgente necessidade? E verdade que Ellen White, em outra parte, também menciona que a fé, a divina graga ¢ familias convertidas sig as maiores de todas as nossas necessidades. Mas, quando a maior ne~ também ‘a mais urgente”, ela reserva a expresso para falar do que essa cessidade & apenas da descida do Espirito Santo sobre a igreja. Vocé também nota que, se 0 derramamento do Espirito sobre 2 igreja nio esti ocortendo, nio € porque Deus esteja indisposto a outorgi-lo, Ela diz que “busci-lo deve ser nossa primeira ocupagio”. Entio, sso exige trabalho. Esse trabalho nada tem que ver com obter a salvagio ~ este € 0 trabalho de Deus ~,mas tem que ver com reniincia, com chegar ao ponto no qual Deus possa nos abencoar como nun- ca antes. Em que consiste esse trabalho? Em quatro coisas: confissi 10, humulhagio (submissio), arrependimento ¢ oracio fervorosa. Envolve fae Igo que fazemos junto com ma coisa mais: essa obra € também « outras pessoas. ~Existe, hoje, muita incompreensio acerca da pessoa ¢ obra do Espirito Santo, e mais ainda sobre 0 que constitui o derramamento do Espirito, ou a chuva serédia. Parte disso se deve ao fato de o mundo cristio, em geral, ainda estar procurando entendé-lo. Mesmo na Igreja Adventista ainda hi a € certa: sem o derramamento do Espirito ‘Santo em nossa vida ¢ em nossa igreja nfo iremos a lugar nenhum.“Aqui- Jo de que necessitamos, de que nio podemos prescindir, é 0 poder do Espirito Santo atuando junto com nossos esforgos.”* Por que mais um livro sobre o Espirito Santo? Meu interesse pelo assunto do Espirito Santo comegou quando eu era um jovem pastor na California, Durante os tiltimos 20 anos, eu 0 estudei por razdes devocionais ¢ também académicas, especialmente © que Ellen White diz acerca do batismo do Espirito em nossa vida eu interesse em escrever este livro, agora, é triplo: 1. Esclarecer nogdes erradas que alguns mantém sobre a obra ¢ 0 ministério do Espirito em nossa vida e na igreja, INTRODUGAO | 13 ada do 2. Apresentar um quadro abrangente da obra multiface Espirito em nossa vida, particularmente no que se relaciona com 0 corpo de Cristo, ou a igreja local 3. Ofe vamento € uma teforma no coragio do leitor, de seus amigos ¢ dos irmios da igreja. O livro se divide em quatro segdes: Promessa, Pessoa, Pritica € Poder. Para alguns leitores, ele pode comegar lentamente, porque a ntudo, cer_contetido e ideias que possam dar inicio a um reavi- principio sio necessirios fundamentos biblicos ¢ histéricos. se 0s leitores persistirem, serfio amplamente recompensados, em mi~ nha opinio, nas duas iiltimas segdes do livro. Ao final de cada capitulo ha perguntas que podem estimular discus ses em grupo e entrega pessoal. Minha esperanca é que este livro seja jido nio s6 individualmente, mas também em grupos. Visualizo grupos de jovens adultos, casais jovens, estudantes universitérios ou simples mente grupos de amigos que se retinem para Ié-Io e orar sobre 0 as sunto.Também seria bom que grupos regulares da igreja se reunissem: pequenos grupos, classes da Escola Sabatina, equipes dos ministérios, 2 comissio da igreja ou 0 conselho de anciios. Em igrejas maiores ou nos escritérios das Associagdes, imagino a lideranga pastoral ou a equi- pe administrativa lendo o livro ou, pelo menos, reunindo-se periodica- mente para fazer comentirios ¢ orar juntos acerca do tema abordado. Quer vocé escolha ler o livro em grupo, quer sozinho, planeje passar tempo procurando 0s textos na Palavra, e, ao ler cada capitulo, faga uma pausa para dar gragas a Jesus ¢ falar com Ele 4 medida que © Espirito o impressionar. Leia-o com a caneta na mio. Tire dele 0 miximo que puder. Nao deixe passar esta oportunidade sem entregar tudo a Jesus, o amante de sua alma, Que Deus o abengoe ricamente enquanto vocé Ié e pondera sobre aquilo que o Espirito pode comunicar a vocé € a igreja. Review and Herald, 22 de marco de 1887, par. 1°, ¢ ambém na referéncia mais conhecida: Mensagens Escothidas,v.1,p. 121 ® The Home Missionary, 1° de novembro de 1890, par. 2. PROMESSA ————— CAPITULO 1 ————— oC GRANDE ANSEIO DE DEUS Gao Hung Tse, um chinés trabalhador do campo, foi batizado na Igreja Adventista. Ele nio tinha familia nem instrugio. Além de ser analfabeto, sua meméria era tio fraca que nao se lembrava do que as pessoas liam para ele. No entanto, Gao amava Jesus ¢ anekiva partilhar amor de Deus e sua Palavra com outras pesoas ~ se tio somente aprendesse a ler. Num sibado, resolveu suplicar a0 Senhor que fizesse alguma coisa, qualquer coisa, para que ele pudesse partilhar sua fé. Ee passou horas orant- do para que © Espirito Santo o capacitasse. De repente, Gao ouviu uma vor dizer:"Leia 0 Salmo 62.” Ele alegou que nio sabia ler, mas a vor falou novamente. Ela nio discutiu 0 problema nem argumentou com ele. Sim- plesmente lhe disse outra vez que lesse 0 Salmo 62. Assim, Gao tomou a Biblia que alguém Ihe dera por ocasiio do batismo e a abriu no Salmo 62. Entio, para seu assombro, descobriu que podia ler, ¢ leu o salmo inteiro ~ Gao nao conseguia conter sua vibracio. Saiu correndo de sua ca- bana, atravessou a vila e contou ao ancidio da igreja:"Deus me ensinou aler!” Depois, recitou o salmo todo, de meméria. Deus Ihe havia dado, miraculosamente,a capacidade de ler ¢ de memorizar. Que fez Gao com essas novas habilidades dadas por Deus? Procla- mou 0 amor de Jesus a todos os que quisessem ouvir, Ble abria a Biblia e alia para os outros, como se cada palavra viesse do. Céu, Esse trabalhador comum colocou ousadamente sua confianca nas promessas divinas, ¢ Deus 0 usou para levar cura ¢ esperanca para multiddes, Centenas desce- ram 3s 4guas do batismo como resultado de seu testemunho e ministério; 20 todo, 180 pessoas no primeiro ano depois de ter sido batizado! A promessa do Espirito Ellen White declarou sem rodeios: “A dispensagio em que vivemos deve ser, para os que pedem, a dispensacio do Espirito Santo.”' Assim, evi- dentemente, o Espirito Santo esti atuando agora na Terra de modo mais intenso, Estamos aproveitando esta oportunidade? Estamos pedindo que 18 | AREVOLUCAO DO EsPiRITO Ele nos encha 0 coragdo bem como nosso lar? Estamos nés, i semelhane, do irmio Gao, insistindo para que 0 Senhor nos encha © nos prepare recusando-nos a receber um “nao” como resposta? : Na noite da Pascoa, pouicas horas antes da crucifixio, Cristo pro. meteu aos discipulos que 0 Espirito Santo viria.“‘Eu rogarei a0 Pai Ele disse, ““e Ele vos dara outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espirito da verdade, que 0 mundo nio pode re- ceber [...] porque Ele habita convosco e estari em vos” (Jo 14:16, 17) Que passagem tremenda! Jesus prometeu pedir a0 Pai o Espirito Santo em nosso favor. Quando Ele fez esse pedido? Deve ter sido na manhi do dia em que ressuscitou, quando se encontrou com © Pai (ver Jo 20:1,15-17)2 Naquela noite, quando apareceu aos discipulos no Ceniculo, Ele thes disse que lhes concedia “a promessa de meu Pai” (Le 24:49), e soprou sobre eles para que recebessem o Espirito Santo como uma garantia do Pentecostes (ver Jo 20:19-22), Ele incutiu nos discipulos a santidade da obra de partilhar seu cariter com aqueles a quem apresentariam o evangelho. Que mais Jesus Ihes prometeu? Conforme Joio 14, Ele disse que enviaria “outro Consolador”. A palavra grega traduzida como “ajudador” ou “consolador” é parakletos, que, literalmente, significa “alguém ao lado”. Usamos para, hoje, em palavras como paralelo, algo que corre ao lado de outra coisa; ¢ paramédico, alguém que atua em Areas da medicina e que faz algumas das mesmas coisas que um médico faz. Esti implicito que o Espirito Santo é alguém como Jesus, mas alguém que estara conosco para sempre. Enquanto Jesus ‘atua como o segundo Adio, representando a humanidade no Céu, © Espirito Santo, o parakletos, atua na Terra como Deus conosco. Eu gostaria que vocé notasse mais uma coisa nesse texto, Jesus mudou a preposigio que nos diz como o Espirito Santo se relaciona conosco. Ele nio disse que o Espirito Santo meramente estaria com seus fills, assim como Jesus estava com os discipulos. © Espirito Santo deveria estar em n6s. Quando apresento seminirios sobre o Espirito Santo, geralmente fago uma pausa a essa altura, permitindo a assimilagio da ideia. Depois, fago uma analogia. Toda mie sabe a diferenga entre ter seu filho com ela ¢ ter o filho em seu ventre. COGRANDE ANSEIO DE DEUS | 19 Qual é a aplicagao? Jesus pretende que nosso recebimento do Espirito seja tio pode- roso, concreto ¢ transformador que signifique passar da fase de ter vida conosco para ter vida em nés. Assim como gerar uma crianca muda uma mulher para sempre, o recebimento do Espirito nos muda para sempre. De fato, Ele vive em nés. Mais de uma vez, naquela noite da Pascoa, Jesus voltou ao assunto do Espirito.’ Disse aos discépulos que o Espirito Ihes ensinaria todas as coisas e Ihes traria lembranga aquilo que Ele ensinara (Jo 14:26). Disse que 0 Espirito daria testemunho dele, assim eles mesmos seriam testemunhas (lo 15:26, 27). Ele Ihes garantiu que © Espirito da verdade os guiaria a toda a verdade e que o divino Consolador Ihes revelaria 0 que havia de vir (Jo 16:13). Disse que sua partida era conveniente para eles porque significava que 0 Espirito podia vir (Jo 16:7). Na verdade, contemplando dia da chegada do Consolador (0 dia de Pentecostes), Jesus disse ter- namente:“Nio vos deixarei érfios, voltarei para vés outros. [..] Naquele dia, vés conhecereis que Eu estou em meu Pai, ¢ vés,em mim, e Eu,em v6s" (Jo 14:18, 20). Jesus esperava estar mais perto dos discipulos apés sua partida do que estivera enquanto andava fisicamente presente com eles! No entanto, o Espirito j4 no estava na Terra? Por que, entio, a promessa de que Ele viria? O Espirito no Antigo Testamento O livro de LeRoy Froom, The Coming of the Comforter (“A vinda do Consolador”), ¢ uma obra clissica sobre 0 Espirito Santo, talvez 0 livro mais influente sobre 0 tema escrito até hoje. Nese livro, Froom diz que o Espirito Santo é mencionado 88 vezes no Antigo Testamento © 262 vezes no Novo. Com base na diferenga de extensio dos dois testamentos, entio, o Espirito ¢ mencionado com uma frequéncia dez vezes maior no Novo Testamento do que no Antigo. O Antigo Testamento menciona, sim, o Espirito ¢ aquilo que Ele faz, Nés 0 encontramos agindo na criagio (Gn 1:2), envolvido na obra de re- generagio (Gn 6:3), concedendo talentos habilidades para 0 ministério 20 | AREVOLUGAO DO ESPIRITO. (Ex 31:3-4) e operando por meio de sinais € maravilhas (Jz. 14:6, 19) Ele 6 evidente na obra dos Iideres escolhidos por Deus, como Gideig (Jz 6:34), Davi (Sm. 16:13) ¢ Bliseu 2Rs 2:9, 15; 8:14, 15), €, particu. larmente, os profetas maiores, como Isaias ¢ Ezequiel (Is 48:16; 59:21 Ez 2:2; 3:12, 24). Durante essa época, “a influéncia do Espirito Santo tinha sido muitas vezes revelada de maneira muito notivel, mas nunc, em sua plenitude”.> Embora vejamos o Espirito de Deus em a¢io em individuos naquele tempo, raramente 0 vemos atuando de maneira co. Ietiva — em outras palavras, num grupo de pessoas. Encontramos, porém, express6es que revelam o anseio de Deus de que o Espirito agisse na Terra entre seu povo, junto com Jesus, o Mesa Nos dias de Salomio, Israel comecou uma longa relagio com os idolos Mediante a voz da Sabedoria, Deus disse ao rei: Eis que derramarei copio- samente para vés outros o meu Espirito e vos farei saber as minhas palavras” Depois, Ele fez uma adverténcia quanto aos resultados de rejeiti-lo:“En- tio, me invocario, mas Eu no responderei; procurar-me-io, porém nio me hio de achar”;com a ressalva de que “o que me der ouvidos habitari seguro, tranquilo e sem temor do mal” (Pv 1:23, 28, 33). Isso aconteceu mais de 900 anos antes de Cristo vir a Terra. Um século e meio mais tarde, Deus disse a Isaias que 0 Messias vindouro teria a plenitude do Espirito de Deus (Is 11:1-13; 42:1;61:1-3). Por volta da época do cativeiro babilénico, cinco séculos antes de Cristo, a maior parte do povo de Deus havia se tornado com- pletamente pagi. Por meio de Ezequiel, Deus prometeu uma mu- danga. Ele disse que vindicaria “a santidade do [seu] grande nome, que foi profanado entre as nagdes”. Ele aspergiria “Agua pura” so- bre eles, € os purificaria das imundicias de todos os seus idolos. Além disso, Deus declarou que daria ao seu povo um novo coragic. poria um espirito novo dentro dele e faria com que andasse nos seus estatutos (Ez 36:23, 25-27). Vocé assimilou essas declaragoes? Deus faria com que eles andassem nos seus estatutos. Quando os israelitas se apresentaram ao pé do monte Sinai, eles nao haviam! prometido andar nos estatutos de Deus? Eles disseram: “Tudo 0 que © Senuor falou faremos”! (Ex 19:8). Contudo, obviamente, O.GRANDE ANSEIO DE DEUS | 21 falharam de maneira deploravel. Somente com 0 poder do Espirito de Deus poderiam ser bem-sucedidos (Ze 4:6). Finalmente, por intermédio de Joel, um dos tilimos profetas do Antigo ‘Testamento, Deus apelou para um reavivamento ¢ uma reforma, Ele disse: Convertei-vos a mim de todo 0 vosso coragio; € iss0 com jejuns, com choro ¢ com pranto. [...] Convertei-vos a0 SENHioR, vosso Deus, porque Ele € misericordioso, ¢ compassivo [, Tocai a trombeta em Sito, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembleia solene. Congregai o povo [...], ajuntai os ancigos |. Chorem 0s sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pértico e 0 altar, ¢ orem: Poupa o teu povo, 6 SENHOR. Entio, o Sntior [...] respondendo, lhe disse: Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto [ E aconteceri, depois, que derramarei o meu Espirito sobre toda a carne; vvossos filhos € vossas filhas profetizario [... até sobre os servos ¢ sobre as servas derramarei o meu Espirito naqueles dias. Mostrarei prodigios no céu e na terra [... antes que venha o grande e terrivel Dia do Srnnor. E acomteceri que todo aquele que invocar o nome do SENHOR seri salvo. Alegrai-vos, pois, filhos de Sido, regorijai-vos no SENHOR, vosso Deus, porque Ele vos dari em justa medida a chuva; fari descer, como outrora, a chuva tempori ¢ a serddia. (Jl 2:12, 13, 15-19, 25, 28-32, 23) No dia de Pentecostes, Pedro relembrou essa maravilhosa promessa que Deus dera por meio de Joel (At 2:14-21), Pela primeita vez, encontramos ‘22 | AREVOLUGAO DO ESPIRITO homens, mulheres, jo~ Deus prometendo o Espirito para “toda a carne der e a presenga do vens e velhos. Por intermédio do povo de Deus, 0 po% Espirito seriam entio manifestados no mundo, Por que isso nao podia ter acontecido nos tempos do Antigo ‘Testamento? Joio diz que “o Espirito até aqui porque Jesus ainda nio havia sido glorificado” (Jo 7:39): ele momento nio fora dado, Quando Jesus foi glorificado? Depois de sofrer e morrer, como Ele ¢ seu Pai deixaram claro alguns dias antes da cruz (Jo 12:23, 24, 28; 13:31, 32). E, somente alguns dias depois do dia de Pentecostes, Pedro, por inspiragao divina, anunciou que Jesus j4 havia sido glorificado (At 3:13). Como se realizou isso? Naquele dia, Cristo foi entronizado como Rei dos reis,“em meio a adoragio dos anjos”, tendo a confirmagio de seu sacrificio.° Paulo hos ajuda na compreensio desse evento, escrevendo que, por oca- sido da ascensio, Cristo levou cativos ao Céu e concedeu dons aos homens (EF 4:8). Isso reflete 0 que os reis da época faziam quando retornavam, para casa ap6s derrotar 0s inimigos em batalha, Os siiditos do rei vito- rioso se reuniam para recebé-lo. Entio, o rei e seu exército desfilavam para dentro da cidade, diante dos soldados inimigos que, entio, eram seus cativos. Enquanto marchavam, o rei mandava que dons, isto é, porgdes dos despojos, fossem jogados ao povo em jabilo, Os “cativos” que Cristo Jevou para o Céu eram as primicias de sua ressurrei¢ao (Mt 27:52, 53), € 05 despojos eram os dons do Espirito derramados sobre a igteja para o avanco do reino de Cristo. Calvario antes do Pentecostes _ Ocque acabamos de ver, entio, revela que, sob nenhuma circunstin- cia, o Pentecostes poderia ter precedido o Calvirio. Cristo precisava set ae _O GRANDE ANSEIO DE DEUS | 23 glorificado como vencedor sobre o pecado e a morte, antes que set povo recebesse a plenitude do Espirito. A razio é bastante simples: desejamos a plenitude de Deus em nossa vida apenas quando vemos o sacrificio completo de Cristo por nés. Cristo havia dito que 0 objetivo do Espirito Santo era convencer 0 mundo “do pecado, da justiga e do juizo” (Jo 16:8). Como Deus realiza isso? A convicgio do pecado traz resultados em termos de arrependi- mento. Porém, nos arrependemos simplesmente porque se torna claro que pecamos? Se vocé se parece um pouco comigo, a resposta € um. sonoro “no”. Com demasiada frequéncia, encaramos o pecado, sabe do perfeitamente que & pecado, mas ainda assim continuamos nele! © arrependimento é acionado por algo mais do que nosso simples reconhecimento de que somos pecadores. Ele vem como demons- tragio do amor de Deus por nés. “A bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento”, Paulo proclama (Rm 2:4). Pense nisto: Cristo podia muito bem ter morrido no jardim do Getsémani, Podia ter morrido ali, onde foi esmagado sob o poder € © peso do nosso pecado (Mt 26:36-38). Porém, caso isso houvesse acontecido, apenas os seres celestiais teriam meios de avaliar a bondade ¢ a compaixio de Deus para com a raga caida. Nés, seres humanos, terfamos per~ dido essa nogio. Foi necessério o sofrimento do Filho de Deus ~ a chocante ¢ prédiga demonstragio do amor de Deus por nés na cruz — para fazer-nos comegar a prestar atengio. Entio, ¢ somente entio, poderiamos realmente ser convencidos do nosso pecado. Permita-me ilustrar. Alguns anos atras, quando eu era um jovem professor em uma de nossas universidades, fai de man’ bem cedo a0 meu escritério para fazer uma pesquisa, horas antes que outras pessoas chegassem ao prédio. Enguanto estava ali tive um vislumbre de uma bem conhecida “pintura” que Ellen White fez, com pala- ras, acerca do sacrificio de Jesus por mim, Falava de Cristo sendo brutalmente agredido por minha causa; sua cabega, suas miios € seus pés sendo feridos por minha causa. Ellen White apontou para 11 indizivel angdstia que the encheu a alma ao ocultar-se dele a face do Pai", ¢ percebi que isso tudo era por causa do meu pecado. 2h | AREVOLUCADDOESPIRTO Entio, em um crescendo de dolorosa realidade, a autora se dirige ao leitor:“E por ti que 0 Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destréi 0 dominio da morte, ¢ abre as portas do paraiso.”” Comecei a solugar, ali, naquele momento. Tentei concluir a leitura do parigrafo, mas nio conseguia mais ver; meus olhos haviam se tornado em rios de dor e tristeza, misturados com alivio. Cai de joelhos, reduzido a um violento arquejar que no cessava,¢ bradei em vor alta:“Por que, Senhor? Por que me amarias tanto? Quem sou eu para dares ati mesmo por mim?” Naquela mana, chorei € chorei até ficar sem lagrimas, Eu havia compreendido 0 amor do meu Salvador, meu Mestre e Senhor, mais plenamente do que nunca antes. Eu era pastor e professor de Biblia fazia anos. Havia crescido na igreja, constantemente exposto A obra de Cristo em favor dos pecadores. Havia levado centenas de pessoas 20 pé da cruz. E havia lido essa passagem muitas vezes antes. Contudo, haquela manhi, as janelas do Céu derramaram tal inundacio de luz sobre a graca de Deus, que me senti subjugado. Permaneci no cho do escritério por quase uma hora, chorando a tristeza de que meus pecados haviam causado a morte de Jesus, de que eu continuava insensivelmente pecando sem me importar com 0 que 0 pecado faza Ele, de que eu havia vivido por tanto tempo sem avaliar pe- hnamente o que Deus fizera por mim, Como podia 0 Deus do Céu,o Ret dos reis e Senhor dos senhores, aquele a quem devemos tudo, desde cada respiracio atéa vida eterna, como podia Ele entregar sua vida por min? Para dizer a verdade, senti-me tio subjugado pelo amor de Deus naquele dia que, por algum tempo, nio ousei me mover ou falar. Parecia uma blasfémia dizer, mesmo que fosse “muito obrigado!” Meu santo Deus se sacrificou por mim. Orei silenciosamente pat que Ele parasse por ali, pois imaginei que, se eu descobrisse mais de sua graga em meu favor, acabaria explodindo, incapaz de assimilar tudo aquilo. © que vocé pensa que fiz quando comecei a me recuperar? Acha que voltei a viver minha vida de modo tio descuidado quanto antes? Que procurei distragées seculares? Ah, nao! Eu me entreguei totalmente, O GRANDE ANSEIO DE DEUS | 25 pelo menos mais plenamente do que antes.“‘Senhor”, eu disse, “se estis disposto. a me amar desse jeito, eu nio © merego; nunca merecerei. Se existe algo que podes fazer comigo para a tua gloria, faze-o. Entrego tudo. E meu privilégio e honra entregar tudo a ti, Nao sou nada, e tu é tudo, mas escolheste me tratar como se eu fosse digno.” Vocé vé por que Joio disse que o Espirito ainda nio havia sido con- cedido, pelo fato de Jesus ainda nao ter sido glorificado? (Jo 7:39).A obra suprema, humilde € generosa do Espirito é nos mostrar Jesus como Ele é realmente. A lei de Deus, sob a qual é governado 0 universo, é a lei do amor que sacrifica. Entretanto, até o Calvirio,somente Deus sabia 0 quan- to nos amava, Depois da cruz, o Espirito Santo péde, enfim, mostrar-nos 0 amor divino de uma maneira antes desconhecida. E por isso que o Espirito foi derramado sobre toda a raga humana naquela oportunidade. Vivemos, hoje, em uma era diferente: a era do Espirito. Deve- mos, entio, esperar que a igreja e cada seguidor da cruz reflitam essa diferenga? Sim, devemos. Deus espera isso. Ellen G. White, Testemuntos Para Ministos ¢ Obreies Evanglies, p. 511 Ver Ellen G.White, O Desejado de Tadas as Nae, p. 790 Ellen White escreveu:"Cristo, o grande Mestre, possuia iinutada variedade de aswuntos de que escolher, mas aquele em que mais longamente demorava era a dotagio do Espirito Santo” (Mensagens Escthidas,. 1, p. 156) “ LeRoy E. Froom, The Coming of the Comorter, ed. rev. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1956), .27. » Ellen G. White, Atos dos Apéstlos, p. 37, itdico acrescentado, © Thid., p 38, 39. © parigrafo inteiro encontra-se em O Descjado de Todas as Nayies, p. 755, 756. Diz: “O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos agoites, aquelas miios tantas vezes estendidas para abencoar, pregadas 20 lenho: aqueles pés tio incansiveis em servigo de amor, cravados no mademo; a régia cabeca ferida pela coroa de espinhos; aqueles trémulos labios entreabertos para deixar escapar um grito de dor. E tudo quanto sofreu ~ as ‘gotas de sangue a the correr da fronte, das miios e dos pés, a agonia que Ihe atormentou corpo, ¢ a indizivel angiistia que the encheu a alma 20 ocultarse dele a fice do Pai ~ tudo fala a cada filho da familia humana, declarando: E por ti que © Filho de Deus consente em carregar esse fando de culpa; por ti Ele destréi o dominio da morte, ¢ abre as portas do paraiso ‘Aquele que impés calma is ondas revoltas, caminhou por sobre as espumejantes vagas, que 26 | AREVOLUCAODOESPIRO fer tremerem os deménios e fugit a doenea, que abriu os olhos cegos ¢ ch vida ~ ofereceu-s a i mesmo na cruz em sacrificio,e tudo ive por amor sobre si 0s pecados, sofre a ira da Perguntas para reflexao ou estudo em grupo 1. © que mais o impressionou na historia de Gao Hung Tse, da China? 2. que significa para vocé o fato de que o nome dado por Jesus a0 Espirito foi o grego parakletos, que significa “alguém ao lado"? 3. Quais sio as implicagdes de Jodo 14:17, acerca de o Espirito estar em nés, niio apenas conosco? © que vocé pode dizer sobre © Espirito Santo no Antigo 4. Testamento? 5. Releia Joel 2:12-32. Que diz 0 profeta sobre 0 Espirito? 6. Descreva a glorificagio de Jesus apés a ressurreicao. 7. Por que Pentecostes no podia ocorrer antes do Calvirio? 8. Leia O Desejado de Todas as Nagdes, p.755, 756, texto encontrado nas notas. Qual é a sua rea¢io a um amor como esse? 9. Qual é, em esséncia, a obra do Espirito? 10. Em resumo, qual é“o grande anseio de Deus"? CAPITULO 2 COMO NASCE UMA IGREJA Tudo mudou ap6s a ressurreigdo de Jesus.A expiagio pela humanida- de caida fora completada. Assegurou-se aos anjos celestiais que o pecado, egomptraiabels fim.E também o povo de Deus nunca mais seria o mesmo. Na noite da ressurreigio, Cristo soprou sobre os discipulos o Espirito Santo (Jo 20:21, 22) porque eles necessitavam de seu auxilio para com- preender, em pouco tempo, séculos de profecias messianicas. “Quando tiverem recebido o batismo do Espirito Santo”, escreveu Ellen White, “entéo compreenderio mais das alegrias da salvacio do que aquilo que conheceram durante a vida toda, até agora.”! Naquela noite, Ele come- cou a abrir o entendimento deles para “compreenderem as Escrituras” (Le 24:45). Durante 0s 40 dias seguintes, Jesus desvendou aos apostolos a grande comissio. Encontramos, na Biblia, quatro’ versdes da grande comissio. ‘A maioria das pessoas pensa naquela encontrada em Mateus 28, com a ordem de ir ¢ “fazer discipulos”. Vemos, porém, um quadro mais completo quando incluimos as outras trés. Na noite da ressurreicio, a comissio era proclamar a “remissio dos pecados", e a primeira coisa a fazer nio era ir, mas ficar na cidade, “até que do alto [fossem] revestidos de poder” (Le 24:46-49). A segunda ¢ a terceira vezes foram durante seu encontro na Galileia, alguns dias mais tarde.* Cristo deu énfase & necessidade de que fossem a todo 0 mundo e pregassem o evangelho «+a toda criatura” (Me 16:15) ¢ fizessem “discipulos |...] batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-os a guar dar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28:19, 20) ‘Atlin tee ens quad-aogian a/piivideeomitolt josiaments antes da ascensio de Cristo, sobre o monte das Oliveiras. E a antase & esperar, no ir. Veja 0 texto completo: nou: FE, comendo com eles, determinou-thes que nio se auseniast 5 promessa do Pai,a at al, disse Ele, de Jerusalém, mas que esperassem 4 7 pa Fasano Boul oshanivordndts bait! Oat LENS ‘mas vs 28 | AREVOLUGAO DO ESPIRITO sereis batizados com o Espirito Santo, nio muito depois destes ¢ : ding Entio, os que estavam reunidos Ihe perguntaram nhor, seri este g tempo em que restaures o reino a Israel? Responde compete conhecer tempos ou épocas que 0 Pai reservou pi sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre v6 65 0 Espirito Santo,e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém com ny em toda a Judeia ¢ Samaria e até aos confins da terra (At 1:48) © quadro completo da grande comissio, portanto, inclu as ordens de permanece, ir esperar, bem. como um conjunto de objetivos mais amplo do que se esperava, como “pregar arrependimento para remissio de pe- cados” s“pregar 0 evangelho”, “fazer discipulos” e “testemunhat”. Porém, muito embora Jesus tivesse passado quarenta dias explicando essas coiss a0 discipulos, havia alguns aspectos que eles ainda no entendiam. Segunda vinda ou a vinda do Espirito? Examinemos de novo 0 texto de Atos 1. Durante semanas Cristo falou muito acerca da necessidade de eles partilharem 0 evangelho com 9 mundo ¢ enfatizou como precisariam do Espirito Santo para fazé-lo de modo eficiente.As diltimas palavras que eles 0 ouviram dizer, antes de jrem ao monte das Oliveiras, apontavam para sua necessidade de esperar em Jerusalém até que recebessem a plenitude do Espirito Santo. Ele Ihes disse, inclusive, que seriam batizados com o Espirito “no muito depois destes dias”, No entanto, a reagio dos discfpulos passa inteiramente por alto a recomendagio de Cristo, Em vez de indagar acerca do Espirito Santo ou do testemunho, perguntaram se era chegado o tempo em que seria restaurado o seu reino! Ele ja havia declarado que “nio era seu pro- pésito estabelecer neste mundo um reino temporal”,’ mas eles tinham dificuldades para adaptar seu raciocinio a novas ideias. A resposta de Jesus é interessante. Ele disse para ndo se preocuparem com “tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva auto- ridade” (At 1:7). Isso faz lembrar da ocasiio em que Ele hes falou sobre os sinais de seu retorno ¢ do fato de que “a respeito daquele dia bat __ COMO NASCE UMAIGREJA | 29 ¢ hora ninguém sabe [...] senio 0 Pai”; portanto, deviam “vigiar”, pois ninguém saberia, exatamente, quando viria o Senhor (Mt 24:36, 42). Essa conversa diz respeito a muitos na Igreja Adventista do Sétimo Dia hoje. Desde 1844, multiddes tém ficado fascinadas com 0 possivel tempo do retorno de Cristo. Autores de livros ¢ palestras que revelam as mais recentes conclusdes quanto 4 compreensio dos tempos sempre foram populares e tiveram seguidores. Se este livro fosse intitulado Doze Razées Pelas Quais Jesus Voltari Antes de 2020, provavelmente se tornaria um campeio de vendas instantineo. Lembro-me de um homem sincero que, poucos anos atris, gostava muito de estudar o Espirito de Profecia ¢ a Biblia. Ele se convenceu de que Cristo voltaria por volta de 15 de maio de 2003. Baseou sua conclu- sio em uma exegese questionivel do Antigo Testamento, mas isso nao im- portava. Ele estava persuadido, e eu seria responsivel pela perda de almas se no concordasse com sua maneira de ver e ndo comegasse a advertir 0 outros dentro da minha esfera de inffuéncia. Ele estava tio convencido quanto a essa predi¢io que, se ela nio ocorresse conforme sua descricio, ele prometia comer as proprias meias. Bem, vocé sabe o resultado: aquela data chegou e passou. Duas semanas mais tarde, ele me viu no saguio da igreja e procurou se esconder atrés de uma coluna. Tive realmente a ten tacio de ir até ele e perguntar:“Que tal gosto das suas meias?” Damos muita énfase 4 vinda de Cristo ¢ por uma boa razio: somos adventistas, afinal de contas,e aguardamos o retorno do Senhot. Note, po- rém, que essa no foi a énfase de Cristo durante as tiltimas semanas com. 05 discipulos. Sua énfase era que esperasserm a descida do Espirito, a fim de terem poder para testemunhar. Cristo esti muito mais interessado em nosso preparo para seu retorno do que deviamos estar no tempo do retorno. A vinda do Espirito a nossa vida precede a vinda do Senhor ao mundo. E 0 batismo do Espirito é necessério para a sua vinda. Por qué? ~ vocé pergunta. Porque o Espirito é 0 tinico que pode con- vencer o mundo do pecado, da justiga e do juizo (Jo 16:8). Contudo, surpreendentemente, Espirito nio é enviado ao mundo, mas a igreja (v. 7). Enquanto Ele opera por intermédio da igreja,o mundo é levado a Jesus. EVOLUGHO DD ESPIRITO Joio Batista, homem cheio do Espirito desde o ventre de sua mie (Le 1:15), apresentou uma promessa maravilhosa: “Eu vos batizo com Agua, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim ¢ mais poderoso do que eu, cujas sandalias nao sou digno de levar. Ele vos batizari com o Espirito Santo e com fogo” (Mt 3:11). Deus considera tio seriamente nossa necessidade do batismo do Espirito que essa é a Gnica promessa mencionada nos quatro evange- Ihos (Mv 3:11; Mc 1:8; Le 3:16;Jo 1:32-34), bem como duas vezes em Atos (At 1:5; 11:16).A nenhuma outra promessa é dada tanta relevin- cia no Novo Testamento. Até mesmo a mensageira de Deus para os altimos dias Ihe da importincia maxima.’ Felizmente, os discipulos decidiram obedecer. Esperaram em Jerusalém até 0 cumprimento da promessa. Nao se demoraram li por dez dias; permaneceriam, isto sim, durante o tempo que fosse necessario até que o Espirito viesse. Sem que o soubessem a prin- cipio, isso aconteceu dez dias mais tarde. Farfamos a mesma coisa hoj O que o Pentecostes produziu? Eu gostaria que vocé tomasse tempo ¢ lesse cuidadosamente 0 capi- tulo intitulado “Pentecostes”, no livro Atos dos Apéstolos, de Ellen White. Uma leitura cuidadosa revela vislumbres maravilhosos de como os disci pulos passaram esse tempo juntos. Aqui esti um trecho do capitulo: Ao esperarem os discipulos pelo cumprimento da promessa, humilharam 0 coragio em verdadeiro arrependimento e confes- saram sua incredulidade. [Retomaram] 4 lembranga as palavras ane Cristo Ihes havia dito antes de sua morte [..].Verdades que thes tinham escapado a lembranga thes voltavam 4 mente, ¢ eles as repetiam uns aos outros. |...) Cena apés cena de sua maravi- thosa vida passou perante eles. [Meditaram] sobre sua vida pura, santa. {Entristeceram-se] por terem-no ferido [...]. Mas estavam confortados com o pensamento de que haviam sido perdoados. COMO NASCE UMA IGREJA | 31 E determinaram que, tanto quanto possivel, expiariam sua in- credulidade confessando-o corajosamente perante o mundo. Os discipulos oraram com intenso fervor para serem habilitados a se aproximar dos homens, ¢ em seu trato diirio, falar palavras que evassem os pecadores a Cristo, Pondo de parte todas as divergéncias, todo o desejo de supremacia, uniram-se em intima comunhio crist’ [...] Sentiam a responsabilidade que Ihes cabia nessa obra de salvagio de almas. Compreendiam que 0 evangelho devia ser proclamado a0 mundo e reclamavam o poder que Cristo prometera. © Espirito veio sobre 0s discipulos, que expectantes oravam, com uma plenitude que alcangou cada coragio. [...] E sob a in- fiuéncia do Espirito, palavras de peniténcia e confissio misturavam- se com cdnticos de louvor por pecados perdoados. [...] Tomados de admiragio, os apéstolos exclamaram: "Nisto esti a caridade!”” (1Jo 4:10). Eles se apossaram do dom que lhes era repartido. Eo que se seguiv? [...] Milhares se converteram em um dia Vocé, alguma vez, experimentou algo assim? Foi isso que produziut 0 Pentecostes. Foi isso 0 que Pentecostes exigiu. A primeira coisa que vem mente é 0 fato de que eles nio se concentraram no Espirito Santo tanto quanto se concentraram em Jesus. As palavras de Jesus, 0 cariter de Jesus € as obras de Jesus eram 0 que Ihes vinha a lembranga ¢ o que repetiam tuns aos outros. Meditaram sobre quem Ele realmente era ¢ sobre o legado que lhes deixara. A segunda coisa é que isso os encheu de amor por Ele, © que os fez decidir testemunhar dele aos outros. E aqui vem mais uma coisa, Primeizo, porém, permita-me fazer um resumo destas paginas, algo que vocé pode achar titil quando escolher se reunir com outros em busca do Espirito Santo. Observe a natureza clara e simples dos atos deles: ~ Eles se reuniram para esperar 0 cumprimento da promessa, - Humilharam 0 coragio em verdadeiro arrependimento. ~ Confessaram sua incredulidade. Lembraram-se das palavras de Jesus acerca de seu sacrificio. - Repetiram uns aos outros as verdades das quais se lembravam. 32 | AREVOLUCAO D0 ESPIRITO Meditaram sobre a vida santa de Cristo. Decidiram testemunhar de Jesus perante 0 mundo. Oraram com fervor intenso para levar pecadores a Cristo. + Puseram de parte suas diferengas ¢ se uniram em profunda co- munhio cristi. - Louvaram a Jesus com cinticos pelo perdio dos pecados. « Contemplaram, absortos em admiragio, o amor de Deus Apossaram-se do dom que Ihes era oferecido. Um detalhe marcante nessas paginas é a unido deles. Poucos, hoje, duvidam do valor da oragdo e da meditago em Jesus. Lemos clara- mente que nos faria bem fazer isso cada dia, durante uma hora." Mas © que nos falta, especialmente no Ocidente, é 0 fator wide. A oracio coletiva e a busca por Deus nunca substituirio a necessidade de nosso tempo pessoal ¢ didrio com Jesus. No entanto, somente quando esco- Ihermos fazer isso juntos que finalmente estaremos levando a sério uma mudanga radical em nossa vida, familia ¢ igreja. ‘Acima do Circulo Artico, na Riissia, ha uma cidadezinha petrolifera chamada Murmansk. Um lugar terrivel, com invernos que duram a maior parte do ano. Em meados da década de 90, havia ali uma igreja adventista do sétimo dia moribunda, Jé havia tido 22 membros. Mas, como as pessoas io se mudavam para li a menos que fosse necessirio, a taxa de baixa era severa. Assim, eles acabaram com apenas oito membros: o pastor, sua espo- sa e seis homens que trabalhavam na extragio de petréleo. Eles fizeram uma anilise da situagio e concluiram que estavam destinados a morrer, a menos que algo radical ocorresse. Mas, fazer 0 qué? Como partilhar 0 evangelho em um lugar como aquele? Decidi- ram nao olhar para as circunstancias e, sim, para o Senhor. Comegaram a orar pelo Espirito Santo ¢ a entregar a vida em completa consagra- gio a Jesus. Naquela tundra congelada, porém, necessitavam de dnimo ¢ do senso de responsabilidade. Entio, tiveram uma ideia. As seis horas, todas as manhis gélidas, os sete homens se reuniam no Clube da Morsa. Eles ficavam s6 de calgio, caminhavam até um deter minado buraco de pesca no lago congelado e submergiam no buraco. COMO NASCE UMA IGREJA | 33 um apés 0 outro, Depois, ajoelhavam-se ao redor do buraco, com 0s bracos sobre 0s ombros uns dos outros ¢ oravam fervorosamente para que o fogo do Espirito Ihes derretesse 0 cora¢io com amor pelas pessoas. Para que um comportamento tio excéntrico? — vocé pode perguntar. Nao poderiam se reunir na sala da casa de algum deles, junto & lareira, para orar? Talvez muitos de nés teriamos feito isso. Os homens de Murmansk, porém, queriam ser responsaveis diante de Deus. O mergulho diirio nas aguas geladas era seu com- promisso de estarem preparados todos os dias para levar pessoas as Aguas do batismo, com chuva, neve ou gelo. Nao esperariam que chegasse 0 verio para entio receber 0 Espirito de Deus. Sua rotina enhor. diaria era manter uns aos outros responsiveis no servigo do $ Aconteceu alguma coisa? Aconteceu tudo! Com essa pritica, dentro de um ano, eles levaram 80 pessoas as Aguas do batismo, uma taxa de crescimento de 1.000%. Durante os anos seguintes, a igreja plantou pelo menos seis outras igrejas na regio. E isso em um lugar onde ha mais garrafas de vodca do que gente! ‘A auséncia do Espirito 0 que torna tio impotente 0 mi- nistério evangélico. Pode-se ter cultura, talento, eloquéncia ou qualquer dom natural ou adquirido; mas sem a presenga do Espirito de Deus nio se tocara nenhum coragio, nem se ganhara pecador algum para Cristo. De outro lado, se estio ligados com Cristo, e se possuem os dons do Espirito, os mais pobres e igno~ rantes de seus discipulos terio um poder que falaré aos coragdes. io, no _universo, das mais Deus faz deles condutos para a difus elevadas influéncias.? Duas premissas para a vida na igreja © modo como a igreja apostélica nasceu foi idéntico ao nasci- mento de uma crianga. Sio necesstrios dois para se tornarem um, a fim de produzir um terceiro. Isso constitui a primeira premissa para 34 | AREVOLUCAD DO ESPIRITO_ 1 igreja: uniao. E por isso que, no livro de Atos, se da tant, xpressio de comum acordo (At 1:14; 4:32: 5:12). perguntou por que Deus é trés pes. a vida énfase a © conceito é eterno. Voce ja se

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