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ISBN: 978-65-5965-093-4

Realização

LIVRO DO PROFESSOR
5° ANO ENSINO FUNDAMENTAL 1 O BIMESTRE

LIVRO DO PROFESSOR – 5º ANO – 1O BIMESTRE

Parceiros da Associação Nova Escola Apoio

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Realização

LIVRO DO PROFESSOR
5° ANO ENSINO FUNDAMENTAL 1 0 BIMESTRE

Parceiros da Associação Nova Escola Apoio

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GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ ASSOCIAÇÃO NOVA ESCOLA Supervisão: Filipe Dias, Tais Nakano
Governador Diretora executiva Coordenação: Gabriel Catapani
Antônio Waldez Góes da Silva Raquel Gehling Edição de arte e diagramação:
Vice-Governador Gerência pedagógica Ana Miadaira, Darlene Escribano, Denise
Jaime Domingues Nunes Ana Ligia Scachetti e Tatiana Martin Borges, Eliana Chen, Jaime Xavier,
Jordana Chaves, Joseneide Fraga, Marcio
Secretária de Estado da Educação Equipe de conteúdo Fernando, Michelle Paiva, Otávio Yida,
Maria Goreth da Silva e Sousa Alessandra Borges, Amanda Chalegre, Rodrigo de Oliveira, Sonia Alencar, Suzana
Chefe de Gabinete Carla Fernanda Nascimento, Dayse Massini, Valdir Zacarias e Willian Meira.
Terezinha de Jesus Monteiro Ferreira Oliveira, Felipe Holler, Isabela Sued,
Karoline Cussolim, Marília Malheiros Revisão técnica
Secretária Adjunta de Políticas de Alan Mazoni Alves, Anna Carolina da
Munhoz, Marcela Muniz e
Educação Costa Avelheda Bandeira, Eliane Cabariti
Pedro Annunciato
Neurizete de Oliveira Nascimento Casagrande, Gabriela Duarte, Gisele
Equipe de arte e projeto gráfico Amorim, Jezreel Gabriel Lopes, Marcel
Secretária Adjunta de Apoio à Gestão
Andréa Ayer, Débora Alberti e Fernandes Gugoni, Maria Fernanda B.
Keuliciane Moraes Baia
Leandro Faustino Regis, Solange Hassan Fernandes,
Secretário Adjunto de Gestão de
Equipe de relacionamento Sônia Vidigal e Tatiana Ferrari D'Addio
Pessoas
Lohan Ventura, Luciana Campos, Leitura crítica
Dannielsom Thomptsom de Souza
Pedro Alcantara e Rodrigo Petrola Raphaela Santos Ataide Rabelo,
Miranda
Professores-autores Helen Costa Coelho, Michele do Socorro
Coordenadora de Desenvolvimento
Adenilda Soares, Antonio Carlos Mota Balieiro de Oliveira, Valdiney Valente
e Normatização de Políticas
Ribeiro, Cristiane Santos Brito, Daianne Lobato de Castro, Oscar De Souza Filho,
Educacionais
de Almeida, Elielson Pereira Alves, Gisele Gutembergue Rodrigues Carvalho,
Cláudia Regina dos Santos Silva
dos Santos Sá, Joyce Regina de S. Serra, Aline Crystina Gatinho de Sousa Lima,
Coordenador de Educação Básica e Luiz da Silva Ferreira, Mara Valdene Silva Helton Ribeiro Gomes, Cleiberton
Educação Profissional Lobo, Márcia Cristiane da Silva Galindo, Riullen Souza dos Santos, Eliane Cristina
Ryan Muller Oliveira Santos Maria Regina de Souza Cardoso, Minelva Picanço Belo Goiana, Janaína Brito
Medeiros dos Reis, Nádia Serique, Carvalho, Maria de Lourdes Sanches
PROGRAMA CRIANÇA
Patrícia de Fatima Ferreira Dias, Vulcão e Vitor Ferreira da Silva
ALFABETIZADA
Paulino Rocha Barbosa, Priscila Matos Capa
Gerente-Geral do Programa de Souza da Costa, Harlyson Gomes Pinto,
Aprendizagem no Amapá Ty Silva
Sandro Henrique Barbosa da Costa e
Jamile Ferreira da Costa Oliveira Tâmila Carolini Trindade Tavares Ilustrações
Gerente de Gestão Pedagógica Estúdio Anexo
Especialistas pedagógicas Estúdio Calamares Design Editorial:
Andrea Giovana Pereira Marques Angela Rama, Kátia Chiaradia, Mari Heffner, Carla Viana, Kayna Melloh,
Gerente de Avaliação da Aprendizagem Mônica Lungov, Rafaela Samagaia Luis Leal, Luiza Dora, Pedro Nogueira,
Geciane da Silva Gemaque e Sônia Pereira Vidigal Pedro Ribeiro, Rafael Vilarino e
Assessor técnico Produção editorial Suellen Machado
Deumir Cardoso Ferreira Oficina Editorial Iconografia e licenciamento
Articuladores Locais da Associação Edição Barra Editorial e Emily Silva
Bem Comum Oficina Editorial Colaboração técnica
Arthur Iassia Finati e Fernanda Carolina Preparação e revisão Gerviz Fernandes, Juliana Gregorutti,
Silva de Sena Oficina Editorial Priscila Pulgrossi Câmara e Thainara de
Diagramação Souza Lima
Estúdio Anexo

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(BENITEZ Catalogação Ass. Editorial, MS, Brasil)
Material educacional Nova Escola : 5o ano : 1o bimestre : ensino fundamental : O conteúdo deste livro é, em sua maioria,
livro do professor : Amapá / [organização Associação Nova Escola]. – 1.ed. – uma adaptação do Material Educacional
São Paulo : Associação Nova Escola : Governo do Estado do Amapá, 2021. Nacional. Esse material foi adaptado dos
Planos de Aula publicados no site da Nova
ISBN : 978-65-5965-093-4
Escola em 2019, produzidos por mais de
1. Ciências (Ensino fundamental). 2. Geografia (Ensino fundamental). 600 educadores do Brasil inteiro que fizeram
3. História (Ensino fundamental). 4. Língua Portuguesa (Ensino fundamental). parte dos nossos times de autores. Os nomes
5. Matemática (Ensino fundamental). I. Associação Nova Escola. dos autores dos projetos dos Planos de Aula
e do Material Educacional Nacional não foram
11-2021 / 182 CDD 372.19
incluídos na íntegra aqui por uma questão
Índice para catálogo sistemático de espaço.
1. Ensino integrado : Ensino fundamental 372.19
Bibliotecária : Aline Graziele Benitez CRB-1 / 3129

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APRESENTAÇÃO

Querido(a) professor(a),

O Governo do Estado instituiu o Colabora Amapá Educação e implementou


o Programa Criança Alfabetizada com o objetivo de garantir direitos de aprendi-
zagem para alfabetizar todos os estudantes na idade certa e melhorar os indica-
dores educacionais do Amapá.
Este material educacional é uma das estratégias do Regime de Colaboração
com a adesão dos 16 municípios do estado do Amapá e foi construído por mãos
de professores-autores experientes com a prática didático-pedagógica em sala
de aula, o que possibilita, neste instrumento, o contexto amapaense e a aproxi-
mação das necessidades de nossos estudantes em diálogo com a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular Amapaense (RCA).
Nosso agradecimento a cada profissional de educação do Amapá que con-
tribuiu com essa construção e ao time da Associação Nova Escola pela parceria
nesse projeto. O Amapá avança para a transformação da educação pública da
rede estadual e das redes municipais.

Maria Goreth da Silva e Sousa


Secretária de Estado de Educação do Amapá

Cara professora e caro professor amapaense,

Este material nas suas mãos é especial. Ele concretiza nosso desejo de apoiar
sua prática e é a maneira que encontramos de estar sempre ao seu lado. Do pla-
nejamento individual às reflexões depois de cada aula, você não está só.
Estão com você os mais de 600 professores e especialistas que contribuíram
para a criação das propostas dos projetos dos Planos de Aula Nova Escola e do
Material Educacional Nacional e 18 educadores de diversos municípios amapaen-
ses, que trouxeram suas experiências e histórias para adaptar as aulas à identida-
de cultural do estado e ao Referencial Curricular Amapaense (RCA).
O conteúdo foi feito de professor para professor porque, para nós da Nova
Escola, são esses os profissionais que entendem como criar situações e ativi-
dades ideais de ensino e aprendizagem. Temos em comum o mesmo objetivo:
fazer com que todos os alunos amapaenses, sem exceção, aprendam e tenham
a mais bonita trajetória pela frente. Vamos juntos encarar esse desafio diário
e encantador.

Equipe Associação Nova Escola

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CONHEÇA SEU MATERIAL
Este material foi pensado para apoiar as suas aulas e a implementação do RCA. Cada bimestre corresponde a um volume, com
uma versão para o aluno e outra para o professor. Entenda como ele se relaciona com as rotinas didáticas do seu estado e como
está organizado.

Língua Portuguesa História


Em Língua Portuguesa, as atividades propostas estão or- A rotina didática sugerida para os capítulos de História permi-
ganizadas a partir de práticas de linguagem realizadas nos te que os professores façam a mediação de atividades que pos-
diferentes campos de atuação das ações humanas, por meio sibilitem aos estudantes reconhecer no seu entorno aspectos
de diferentes gêneros textuais que atuam como instrumentos da sua cultura e da sua história. A referida produção coaduna
linguísticos e que permitem a participação dos alunos em dife- com os princípios de construção do sujeito tomando como base
rentes interações. Há dois tipos de unidade nesse componente a consciência de si – a existência de um “Eu”, do “Outro” e do
curricular, conforme indicados a seguir. “Nós” preconizados na BNCC e no RCA. As propostas de ativida-
de são orientadas pela perspectiva da aprendizagem histórica,
Sequências didáticas
de forma que os estudantes possam se reconhecer como prota-
Cada capítulo é iniciado por uma contextualização de como
gonistas da sua realidade social e valorizar os conhecimentos
o gênero textual, foco da unidade, se realiza socialmente. Além
da sua experiência de vida.
dessa contextualização, há espaços para que o aluno exponha
As atividades propostas buscam alcançar as habilidades pro-
o que já sabe, sendo convidado a realizar uma primeira produ-
postas, de modo pluralista, contextualizado e interdisciplinar,
ção textual oral ou escrita. Desse modo, é possível avaliar quais
trazendo a história do Amapá e a história do estudante para o
conhecimentos os alunos já detêm. A seguir, são exploradas
cerne das reflexões. Neste cenário, o projeto didático é bastante
as especificidades do gênero textual pelo desenvolvimento de
instigante, na medida em que tem como grande mote as realida-
atividades que envolvem práticas de leitura/escuta, análise lin-
des experienciadas no estado.
guística/semiótica, oralidade e produção de textos. Ao final do
capítulo, a produção de textos orais e escritos é realizada no
interior de uma proposta comunicativa, ou seja, os textos produ-
zidos são divulgados, lidos, comentados e apreciados.
Geografia
A rotina didática sugerida para os capítulos de Geografia
Atividades de sistematização
permite aos estudantes que realizem a observação e a análise
Essas unidades trazem atividades com foco no desenvolvi-
da espacialidade dos objetos e fenômenos, em diferentes es-
mento de práticas de análise linguística. Nelas, os alunos são
calas, de modo que reconheçam que o espaço geográfico está
colocados como protagonistas de um processo investigativo
sempre em transformação. Os capítulos propostos se pautam
sobre o sistema de escrita alfabética e sobre as regras ortográ-
no desenvolvimento de uma aprendizagem ativa e significativa,
ficas, de modo a descobrir regularidades, registrar saberes e
valorizando os conhecimentos prévios e as experiências dos
aplicá-los em novos contextos.
estudantes e trazendo práticas e atividades que os permitam
Atividades permanentes construir explicações sobre a sua realidade social e análise de
Unidades que aparecem somente no Livro do Professor, com seu lugar de vivência. Em todas as unidades ocorre, de forma
propostas que podem ser realizadas durante todo o ano letivo concomitante, o desenvolvimento dos conteúdos, conceitos e
de formas variadas e diversificadas com os alunos. processos relacionados à Alfabetização Geográfica juntamente
aos da Alfabetização Cartográfica.

Matemática
A proposta de trabalho com a Matemática contempla as cin- Ciências
co Unidades Temáticas previstas no RCA – Números, Álgebra, A rotina didática sugerida para os capítulos de Ciências da
Geometria, Grandezas e medidas, Probabilidade e estatística – Natureza está organizada de modo que permita aos estudantes
integradas às outras áreas de conhecimento. A concepção de interpretar seu cotidiano social à luz dos fenômenos científicos,
ensino de Matemática leva em conta a resolução de problemas descobrindo na ação a importância do fazer Ciência, conforme
como eixo condutor das atividades, visando ao letramento ma- a demanda do RCA.
temático. O material foi cuidadosamente elaborado envolvendo Os capítulos estão organizados em unidades que levam ao
o contexto regional, de modo que os alunos se identifiquem com desenvolvimento das habilidades previstas no RCA: iniciam-se
as situações de aprendizagem propostas e possam desenvolver com um momento de contextualização, no qual os estudantes
o pensamento matemático por meio da resolução de problemas vão mobilizar seus conhecimentos prévios e refletir sobre per-
ligados ao seu cotidiano. guntas ou situações relacionadas ao tema da aula (aqui acon-
Ao longo de todo o processo, os alunos discutem e validam tece o levantamento de hipóteses); na sequência, a seção Mão
ideias e estratégias de resolução para as atividades propostas, na massa é a oportunidade de construir, de agir, de realizar
refletem sobre as possíveis soluções e fazem registros, num am- uma ação relacionada aos conhecimentos identificados na fase
biente de aprendizagem que valoriza e estimula a participação anterior, colocando à prova as hipóteses levantadas; por fim, o
ativa dos estudantes, buscando, assim, desenvolver habilidades Retomando é o momento de relacionar as reflexões e ações ao
e competências. conteúdo científico, apropriando-se dele.

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A coleção está dividida em quatro bimestres. Cada livro traz unidades dos cincos
componentes curriculares:
LÍNGUA PORTUGUESA | MATEMÁTICA | HISTÓRIA | GEOGRAFIA | CIÊNCIAS

ÍCONES
Indicam como as
atividades
devem ser realiz
adas.

Atividade oral
Atividade em dup
la
Atividade em gru
p o
Atividade com ane
xo
Atividade de reco
rte
Atividade no cad
erno

SEÇÕES
Indicam a etapa do capítulo.

PRATICANDO
Nestas seções, os alunos realizam
atividades de prática em individuais
ou em grupo.
MÃO NA MASSA

DISCUTINDO Aqui, os alunos conversam sobre o


somente para Matemática que praticaram.

RETOMANDO Momento de rever e registrar o que


foi visto no capítulo.

RAIO X Nesta seção, os alunos relembram o


somente para Matemática que aprenderam.

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa 9
Atividades permanentes.....................................................................................................10
Unidade 1 – Contos populares afro-brasileiros.............................................................. 26
1 Histórias que atravessaram o tempo....................................................................................................... 30
2 O que sabemos sobre contos afro-brasileiros? ................................................................................... 34
3 Conhecendo contos afro-brasileiros ...................................................................................................... 38
4 Vamos conhecer melhor o conto “Histórias do candomblé”? ........................................................ 42
5 Descobrindo quem conta a história......................................................................................................... 46
6 Explorando as diferentes maneiras de contar histórias .................................................................... 50
7 Mudando o foco: quem conta a história? .............................................................................................. 54
8 Descobrindo as vozes do conto .............................................................................................................. 58
9 Diferentes formas de marcar as vozes ................................................................................................... 62
10 Variando as emoções dos personagens ............................................................................................... 66
11 Ouvir histórias com palavras, cores e sons ........................................................................................... 70
12 Preparando um reconto ..............................................................................................................................74
13 Agora é sua vez: vamos recontar! ........................................................................................................... 78
14 Mural interativo: vamos planejar um novo final? ................................................................................. 82
15 Escrevendo um novo final para a história ............................................................................................. 86
16 Fazendo os últimos ajustes para publicar a história no mural interativo ...................................... 90
17 Finalizando o mural: identidade quilombola ......................................................................................... 94

Unidade 2 – Procurando no dicionário .......................................................................... 98


1 Estudo da língua: consultando o dicionário ..................................................................................... 99
2 Estudo da língua: explorando mais verbetes ...................................................................................103
3 Estudo da língua: usando o dicionário para resolver problemas ................................................106

Matemática 109
Unidade 1 – Comparando números naturais e resolvendo problemas..................... 110
1 Sistema de Numeração Decimal e as fichas sobrepostas..................................................................111
2 Situações-problema do campo aditivo ...................................................................................................115
3 Situações-problema do campo multiplicativo ......................................................................................118
4 Situações-problema com várias operações ..........................................................................................121

Unidade 2 – Figuras planas e suas propriedades....................................................... 125


1 Explorando o triângulo ..............................................................................................................................126
2 De olho nos ângulos do triângulo ..........................................................................................................130
3 Jogo: Classificando triângulos .................................................................................................................134
4 Polígono: é ou não é? ................................................................................................................................ 137

Unidade 3 – Propriedades da igualdade e noção de equivalência ........................... 141


1 A ideia de igualdade no campo aditivo ...........................................................................................142
2 A ideia de igualdade no campo mutiplicativo ................................................................................146
3 Comparando multiplicações ..............................................................................................................150
4 Comparando divisões ................................................................................................................................154

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Unidade 4 – Medindo comprimento, capacidade, superfície, tempo e massa ....... 158
1 Medindo área ...............................................................................................................................................159
2 Estimando área ............................................................................................................................................162
3 Medidas em Geografia ..............................................................................................................................166

Unidade 5 – Tabelas e gráficos diversos ..................................................................... 169


1 Pesquisa e organização de dados .........................................................................................................170
2 Gráfico em setores ...................................................................................................................................... 174
3 Gráficos e recursos tecnológicos ........................................................................................................... 177

Capítulo 17 Tabelas e gráficos ...................................................................................................................................39


História 180
Unidade 1 – Os povos e culturas.....................................................................................182
1 Plantar, cuidar e colher ..............................................................................................................................183
2 Vida em grupos ........................................................................................................................................... 187
3 Grandes rios e grandes civilizações .......................................................................................................191

Unidade 2 – Culturas e poder ........................................................................................ 195


1 Poder nas cidades ......................................................................................................................................196
2 Formas de governo: do imperador ao presidente .............................................................................199

Capítulo 2 Povos que festejam ..............................................................................................................................182


Geografia 202
Unidade 1 – População: contar e conhecer .................................................................204
1 População amapaense ............................................................................................................................ 205
2 Mudanças na população ..........................................................................................................................208
3 De um lugar para o outro ...........................................................................................................................211

Unidade 2 – Desigualdade social...................................................................................214


1 O que é desigualdade? .............................................................................................................................215
2 Desigualdade no Amapá ...........................................................................................................................219

Ciências 223
Unidade 1 – Projeto 1 – Agentes transformadores do futuro: reciclagem............... 224
1 Uso consciente dos materiais .................................................................................................................225
2 Propriedades físicas dos materiais ........................................................................................................229
3 Uso e reúso: construindo um consumo consciente .........................................................................233

Unidade 2 – Projeto 2 – Agentes transformadores do futuro:


manutenção do cicloda água.......................................................................................... 237
1 De onde vem a água? ...............................................................................................................................238
2 Compreender para preservar .................................................................................................................. 241

Anexo 230

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LÍNGUA
PORTUGUESA

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ATIVIDADE PERMANENTE
RODAS DE LEITURA
O objetivo desta atividade é enfatizar práticas leitoras que busquem o entendimento dos efeitos de sentido
em textos multissemióticos, em atividades poéticas e no jogo entre palavra e imagem. Com essas práticas
leitoras, pretende-se trabalhar as relações entre linguagem verbal e linguagem não verbal, buscando a in-
tencionalidade da produção de mensagens. Os gêneros textuais priorizados são: contos (populares, de fadas,
de assombração etc.), poema de cordel, crônicas e textos dramáticos. A esfera lúdica escolhida para o 5o ano
do Ensino Fundamental é o universo da sétima arte: o cinema. O direcionamento das ações de curadoria e
compartilhamento aponta uma possível adaptação de uma obra literária em um filme.
A atividade de roda de leitura pode ampliar a fluência em leitura oral, assim como proporcionar a conso-
lidação da leitura expressiva, de modo que, na dinâmica proposta, os alunos se constituam mediadores das
próprias leituras. Nesse enfoque, buscam-se novas interações com o livro, entendendo as histórias como fonte
de múltiplas informações e de entretenimento, bem como incentivando a leitura de fruição, cujo foco é a função
lúdica e de encantamento para com os textos. Buscam-se, também, a criticidade e o diálogo por meio da leitura
coletiva e compartilhada. Os campos de atuação priorizados nesta atividade são o campo artístico-literário e
o campo da vida cotidiana.

HABILIDADES DO RCA
EF15LP04 Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.

Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e interpretando recursos
EF15LP14
gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopeias).

Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de
EF15LP15
encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma,
EF15LP16
textos narrativos de maior porte, como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.

Apreciar poemas visuais e concretos, observando efeitos de sentido criados pelo formato do texto na página, pela
EF15LP17
distribuição e pela diagramação das letras, pelas ilustrações e por outros efeitos visuais.

EF15LP18 Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.)

EF15LP19 Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos curtos com nível
EF35LP01
de textualidade adequado.

Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios digitais para
EF35LP02
leitura individual, justificando a escolha e compartilhando com os colegas sua opinião, após a leitura.

Ouvir gravações, canções, textos falados em diferentes variedades linguísticas, identificando características regionais,
EF35LP11 urbanas e rurais da fala e respeitando as diversas variedades linguísticas como características do uso da língua por
diferentes grupos regionais ou diferentes culturas locais, rejeitando preconceitos linguísticos.

Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões, inclusive aqueles sem
EF35LP21
ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

Perceber diálogos em textos narrativos, observando o efeito de sentido de verbos de enunciação e, se for o caso, o
EF35LP22
uso de variedades linguísticas no discurso direto.

Apreciar poemas e outros textos versificados, observando rimas, aliterações e diferentes modos de divisão de versos,
EF35LP23
estrofes e refrões e seu efeito de sentido.

10 5 o ANO

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Identificar funções do texto dramático (escrito para ser encenado) e sua organização por meio de diálogos entre
EF35LP24
personagens e marcadores das falas dos personagens e de cena.

Ler e compreender, com certa autonomia, textos em versos, explorando rimas, sons e jogos de palavras, imagens
EF35LP27
poéticas (sentidos figurados) e recursos visuais e sonoros.

EF35LP28 Declamar poemas, com entonação, postura e interpretação adequadas.

EF35LP31 Identificar, em textos versificados, efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos e sonoros e de metáforas.

Identificar o caráter polissêmico das palavras (uma mesma palavra com diferentes significados, de acordo com
EF05LP02 o contexto de uso), comparando o significado de determinados termos utilizados nas áreas científicas com esses
mesmos termos utilizados na linguagem usual.

Ler e compreender, com autonomia, anedotas, piadas e cartuns, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana,
EF05LP10
de acordo com as convenções do gênero e considerando a situação comunicativa e a finalidade do texto.

PRÁTICAS DE LINGUAGEM
• Leitura/escuta (compartilhada e autônoma).
• Performances orais.
• Decodificação.
• Fluências de leitura.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
• Formação do leitor.
• Formação do leitor literário.
• Estratégias de leitura.
• Leitura colaborativa e autônoma.
• Apreciação estética/Estilo.
• Leitura multissemiótica.
• Contagem de histórias.
• Decodificação.
• Fluência de leitura.
• Declamação.
• Variação linguística.
• Forma de composição de textos poéticos.
• Polissemia.

PERIODICIDADE

Semanal.

PASSO A PASSO
Selecione uma obra literária que seja adequada à faixa etária da turma, que apresente elementos multissemióticos e
proporcione a análise dos efeitos de sentido decorrentes da relação entre linguagem verbal e linguagem não verbal.
Esclareça aos alunos que eles devem escolher um livro para transformar em filme. Instrua-os a pensar nos elementos
do texto escolhido que poderiam ajudar a transformá-lo em formato visual, como: personagens principais, cenário/
ilustrações ou descrições de espaço, partes da narrativa (começo, clímax e desfecho) etc.
Esta atividade se organiza nas seguintes etapas:
1. Sensibilização: reconhecimento da dimensão lúdica do texto literário.
2. Organização do espaço de leitura com exposição oral das histórias lidas.
3. Mapeamento de expectativas sobre a leitura.
4. Leitura e discussão.
5. Registro das impressões.

11 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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MATERIAIS

• S elecionar com antecedência os livros a serem utilizados na atividade. Para a roda de leitura, pode-se criar uma
cenografia que represente a história para que sejam criadas expectativas de leitura e para que os alunos vejam
ideias de adaptações de obras literárias para o cinema. Uma sugestão é transformar uma parte da sala em uma
espécie de estúdio de gravação, para que os alunos compartilhem informações em voz alta.

DIFICULDADES ANTECIPADAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

• F alta de motivação para realizar as leituras ou participar das discussões coletivas, seja por falta de hábito de leitura
e/ou problemas relacionados à interação e comunicação com os colegas e com os professores. Recomenda-se a
realização de sondagem acerca de tais dificuldades antes da proposição de atividades de leitura e debates coletivos.
• Dificuldade para decodificar o texto.
• Dificuldade para expor oralmente as impressões sobre a leitura realizada, seja por insegurança, problemas na
fala ou na organização das ideias. Também pode ser ocasionada por falta de prática ou de identificação com as
ideias presentes no texto lido. É possível antecipar-se a tal dificuldade realizando sondagem prévia, junto aos
próprios alunos e no diálogo com o setor pedagógico e com as famílias. Recomenda-se ainda atenção na seleção
de leituras adequadas à faixa etária, nas quais o aluno possa reconhecer elementos de seu cotidiano e referências
ao seu conhecimento de mundo.

REFERÊNCIAS SOBRE O ASSUNTO

• B RAUN, P.; VIANNA, M. M. Rodas de Leitura como Estratégias de Ensino e Aprendizagem. In: PLETSCH, M. D.; RIZO, G.
(org.). Cultura e formação: contribuições para a prática docente. Seropédica (RJ): Editora da UFFRJ, 2010. p. 59-66.
• COSSON, R.; SOUZA, R. J. Letramento literário: uma proposta para a sala de aula. Caderno de Formação: formação
de professores, didática de conteúdos, São Paulo, Cultura Acadêmica, v. 2, p. 101-108, 2011. Disponível em: http://
www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40149/1/Caderno_Formacao_bloco2_vol2.pdf. Acesso em: 30
ago. 2021.

PASSO A PASSO gravação da leitura em voz alta. Reserve um espaço na


sala para o desenvolvimento dessa simulação.
1. Sensibilização
Esta dinâmica prevê o ingresso no universo cinema- 3. Mapeamento de expectativas sobre leitura
tográfico, com a atividade de curadoria e atribuição de Nesta fase, provavelmente, os alunos já relacionam
sentidos da leitura individual e coletiva, por meio de uma elementos verbais e elementos não verbais, compreen-
transformação do livro em filme, de forma hipotética, como dendo os efeitos de sentido que exercem em textos mul-
forma lúdica de compartilhar leituras. Dessa maneira, tissemióticos. Para atender à progressão da prática de
crie expectativas sobre a leitura, comentando o caráter
leitura, peça a eles que compartilhem elementos do
estético das obras literárias. Incentive a participação
livro escolhido e recursos necessários para transformar
da turma, compartilhando suas ideias: Se eu pudesse
a história escrita em um filme. Por exemplo:
escolher uma história para transformar em filme, eu es-
• Título da obra (Qual é o nome do livro que você
colheria esta (mostre sua escolha aos alunos e realize
uma breve paráfrase do livro). Em seguida, pergunte a escolheu? Qual poderia ser o título do filme?).
eles: Será que vocês conseguem escolher um livro com • Nome do autor (Qual é o nome do autor? Quem
uma história tão interessante que poderia virar filme? será o diretor do filme, que vai adaptar a história e
fazê-la caber em algumas horas?).
2. Organização do espaço de leitura • A relação entre o texto e as ilustrações (Quais
Prepare com antecedência uma claquete e uma câmera desenhos do livro poderiam virar cenários?).
(podem ser de papel). O objetivo é incentivar a ideia de • Capa (A capa do filme pode ser diferente da capa
um estúdio de gravação, para que os alunos simulem a do livro, mesmo falando do mesmo assunto? Qual

12 5 o ANO

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poderia ser a capa para seu filme? Quais elementos Essas capas podem apresentar espaços lacunados para
são semelhantes? Quais são diferentes?). os alunos preencherem, por exemplo, o título do livro
• Gênero (Qual é o gênero textual do livro que você que deu origem ao filme, o ano de publicação, o autor,
escolheu: conto de mistério, de fantasia, de humor? a quantidade de páginas e uma breve opinião sobre a
Quais são os tipos de filmes de que você gosta?
obra lida.
Esse livro tem relação com algum desses tipos de
Oriente os alunos sobre o preenchimento das capas,
filmes? Qual?).
• História interessante (Que partes do livro poderiam trabalhando o registro das memórias de leitura com in-
virar cenas interessantes?). formações e impressões sobre a obra literária lida e
Ao comparar recursos narrativos dentro de uma am- compartilhada na roda de leitura.
bientação lúdica de cinema, incentivam-se o protagonismo
do aluno e o compartilhamento das leituras feitas. Variando
Variação 1: Cenas de leitura
4. Leitura e discussão Os alunos podem gravar vídeos (com a câmera do
Explique aos alunos que, após a escolha do livro, deve- celular ou com outro equipamento disponível) da leitu-
rão se organizar para compartilhar as leituras. Oriente-os
ra em voz alta (como a declamação de poemas) ou a
a recontá-las oralmente, destacando elementos textuais
encenação das obras literárias.
e relacionando o texto com a própria realidade, incenti-
vando o pensamento sobre uma possível transposição
da história lida para o formato cinematográfico. Variação 2: Contos e lendas – patrimônio cultural
Um a um, os alunos deverão se dirigir ao espaço de Oriente os alunos a ler obras que abordem lendas
gravação reservado na sala. Em seguida, o professor de diferentes regiões do Brasil e do mundo, valorizando
vai bater a claquete e dizer: “Luz, câmera... Ação!”. A elementos culturais. Nesta variação, prioriza-se a va-
partir desse momento, o aluno da vez deverá fazer a lorização cultural de textos literários como patrimônio
paráfrase do livro lido e explicar como a história poderia artístico da humanidade.
virar um filme, que personagens são mais interessantes,
que cenário se poderia construir para gravar a história
Variação 3: Cinema e literatura
do livro, entre outros aspectos, revisitando, assim, os
Pode-se incluir algum filme, um trecho de filme ou
elementos da narrativa.
uma animação adaptados de uma obra literária lida
5. Registro das impressões pelos alunos. É possível verificar algumas semelhanças
Proponha a criação de capas para os filmes propostos, e algumas diferenças entre a obra cinematográfica e e
desenvolvendo, dessa forma, as memórias de leitura. a obra literária (imagem e palavra escrita).

13 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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ATIVIDADE PERMANENTE
MINISSEMINÁRIOS
Os minisseminários são atividades nas quais os alunos deverão realizar breves exposições sobre temas de
seu interesse, apresentando informações e conhecimentos recém-adquiridos ou curiosidades e conhecimentos
de caráter científico, como descobertas, resultados de pesquisa etc. Esta atividade envolve preparação prévia e
disponibilização de materiais multissemióticos que auxiliem na exposição oral, demandando, além de pesquisa,
leitura e escuta de textos que tratem de temas de interesse, a produção de materiais de apoio à exposição,
como cartazes, diagramas, esquemas etc. É possível, também, fazer o uso de tecnologia, com a mediação do
professor, por meio de seleção de fotografias, vídeos, slides e apresentações multimídia.
Pensar a oralidade é aproximar as aulas das práticas sociais vigentes. Sob essa perspectiva, espera-se
promover ações que se voltem à construção da autonomia do estudante, por meio de pesquisa, produção,
comunicação e participação coletiva, primando pelo campo investigativo e estruturando a interação entre o
observador e o apresentador (formulação de perguntas, solicitação de esclarecimentos etc.). Acrescente-se
que, apesar de o foco ser o gênero oral, se considera, para essa faixa etária, a necessidade de consolidação
da base ortográfica e de determinadas regras gramaticais.

HABILIDADES DO RCA
Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos
EF35LP17
que circulam em meios impressos ou digitais.

Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizados por colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema
EF35LP18
e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.

EF35LP19 Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e palestras.

Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de aula, com apoio de recursos multissemióticos (imagens, diagrama,
EF35LP20 tabelas etc.), orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e adequando a linguagem à situação
comunicativa.

Utilizar software, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os textos produzidos, explorando os
EF15LP08
recursos multissemióticos disponíveis.

Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor
EF15LP09
e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.

Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando
EF15LP10
esclarecimentos sempre que necessário.

Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e


EF15LP11
utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor.

Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção do olhar, riso, gestos,
EF15LP12
movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de voz.

Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões,
EF15LP13
informar, relatar experiências etc.).

PRÁTICAS DE LINGUAGEM
• Oralidade; leitura/escuta (compartilhada e autônoma).
• Análise linguística/semiótica.

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OBJETOS DE CONHECIMENTO
• Planejamento de texto oral/Exposição oral.
• Pesquisa.
• Oralidade pública.
• Intercâmbio conversacional em sala de aula.
• Características da conversação espontânea.
• Escuta atenta.
• Aspectos não linguísticos no ato da fala.
• Relato oral.
• Registro formal e informal.
• Forma de composição dos textos.
• Compreensão de leitura.
• Estratégias de leitura.
• Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma).
• Utilização de tecnologia.

PERIODICIDADE

Mensal.

PASSO A PASSO
A prática de gêneros orais oportuniza aos alunos organizar uma apresentação com base em pesquisa prévia sobre
um tema escolhido e o uso de textos multissemióticos. O trabalho deverá ser feito em grupos, com produção de
recursos visuais, a fim de compartilhar conhecimentos e de trabalhar a oralidade em minisseminários. Para este
trabalho, faz-se necessária uma preparação prévia. Dessa maneira, além de orientar as demandas da oralidade,
considerando a interação entre apresentador e ouvinte, elementos paralinguísticos, como riso, gestos, mímica, entre
outros recursos da oralidade, deve-se também considerar o tipo expositivo de textos, combinando a oralidade com
recursos visuais, como imagens, gráficos, tabela, infográficos etc.

MATERIAIS
• F olhas de papel cartolina; canetas hidrográficas; revistas diversas; computadores conectados à internet; recursos
digitais de apresentação multimídia, como o PowerPoint ou Google Slides.

DIFICULDADES ANTECIPADAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES


• É possível que os alunos tenham dificuldade em lidar com textos científicos e em transpor informações em infográ-
ficos, haja vista que o universo dos Anos Iniciais é permeado de textos de ficção. Outro aspecto a ser considerado é
sua finalidade comunicativa (do que, porque e para quem se fala). Portanto, este é o momento de iniciar o trabalho
com as questões relacionadas à intenção comunicativa.

REFERÊNCIAS SOBRE O ASSUNTO


• GOMES-SANTOS, S. A exposição oral nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo: Cortez, 2012.
• MARTINS NETO, I. A. A importância do ensino de gêneros orais na formação do aluno como sujeito ativo na sociedade.
Ave Palavra, ago. 2012. Edição Especial do Ensino de Língua Portuguesa. Agosto, 2012. Disponível em: http://www2.
unemat.br/avepalavra/EDICOES/Esp0812/artigos/irando.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021.
• VIEIRA, A. R. F. Seminário escolar. In: MENDONÇA, M. (Coord.). Diversidade textual: propostas para a sala de aula.
Formação continuada de professores. Recife: MEC, CEEL, 2008. p. 275-290. Disponível em: http://www.serdigital.
com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021.
• ZANI, J. B.; BUENO, L. Os gêneros orais no programa ler e escrever do Estado de São Paulo. Revista Intercâmbio,
São Paulo, LAEL/PUCSP, v. XXVI, p. 114-128, 2012. ISSN 2237-759x. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.
php/intercambio/article/view/15179. Acesso em: 31 ago. 2021.

15 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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PASSO A PASSO que todos os colegas possam ouvir.
• Use linguagem formal, sem o emprego de gírias.
1. Apresentação da proposta e formação dos grupos • Ouça o colega com atenção e respeito, contribuindo
Converse com a turma sobre possíveis temas para para o silêncio no momento da apresentação.
pesquisa. Oriente-os a buscar textos midiáticos com • Decidam o momento da apresentação em que as
artigos de divulgação científica. Recomenda-se a busca dúvidas poderão ser apresentadas.
em sites e materiais específicos para crianças. O tempo
de estudo e de coleta de informação pode ser decidido 5. Organização e apresentação
coletivamente. Oriente os alunos a se organizarem em Prepare uma mesa com cadeiras, para que os grupos
grupos com até cinco integrantes. a ocupem no momento da apresentação. Estabeleça com
cada grupo a melhor forma de apresentar o infográfico
2. Pesquisa criado. Faça a mediação das apresentações e oriente
Peça que cada grupo faça uma leitura atenta do cada grupo a escolher o aluno que abrirá o seminário,
texto escolhido e selecione as informações que julgarem apresentando o tema, o tipo de texto produzido e os
importantes para a produção do gênero textual em colegas de grupo. Lembre-se de que, neste momento,
questão, pois esse será o suporte para a apresentação. também é importante trabalhar a gestão do tempo de
Converse com a turma sobre como fazer a curadoria e apresentação com os alunos.
selecionar as informações: marcá-las, criar palavras-
-chave, grifar números e percentuais etc. 6. Avaliação
Esta etapa poderá ser oral, oportunizando aos alunos
3. Elaboração de infográfico
mais um momento dessa prática de linguagem. As per-
Oriente os alunos a transpor as principais informa-
guntas estão direcionadas às habilidades de pesquisa,
ções do texto em um infográfico, para auxiliá-los na
de trabalho com o gênero investigativo e de prática
apresentação do conteúdo. Recomenda-se que, para a
de linguagem centrada na oralidade. Busque garantir
atividade, cada aluno tenha uma cópia do texto impresso.
que esses três itens sejam considerados no processo
Instigue-os a refletir fazendo perguntas como:
avaliativo. Veja algumas sugestões de perguntas:
• O desenvolvimento do material para a apresentação
• Em um infográfico, qual é a função de recursos como
foi simples ou difícil? O que auxiliou o preparo para
tabelas, gráficos, imagens, resumo de informações
e lista de itens? a apresentação?
• O texto e as informações selecionadas ajudam na • O material apresentado estava de acordo com o
produção de quais desses recursos? texto escolhido ou não foi possível manter o tópico
• Que design o infográfico terá? investigado?
• Como esses recursos aparecerão no infográfico? • Os colegas prestaram atenção à apresentação,
• Em que ordem as informações serão dispostas no contribuindo para o silêncio e fazendo perguntas
infográfico? apenas no momento previamente combinado?
• Algum dos trabalhos chamou mais a sua atenção?
4. Sensibilização e combinados Por quê?
Para o desenvolvimento do intercâmbio conversa- • Como é possível usar essa experiência para futuras
cional em sala de aula, é importante que se promova apresentações?
a participação oral dos alunos por meio da formulação
de perguntas e do esclarecimento de dúvidas. Portanto, Variando
estabeleça, nos combinados coletivos, que esse proce- Variação 1: Entrevista
dimento será fomentado e demonstre que esses com- 1. Converse sobre um tema que tenha despertado o
binados fazem parte de práticas sociais integrantes do interesse dos alunos e verifique se eles conhecem
gênero oral e que, portanto, não se pode descumprir alguém que saiba sobre o tema em questão e
o proposto. Veja algumas sugestões de combinados: que possa ser convidado para uma entrevista.
• Combine, dentro do grupo, quem fará a apresentação. 2. Para convidar uma pessoa para ser entrevistada
• Ao apresentar, fale com tom de voz adequado, para pela turma, oriente-os a fazer uma pesquisa e a

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elaborar perguntas coletivamente, selecionando 4. Converse com os alunos sobre a construção de
a ordem em que deverão ser feitas ao convidado. imagens (desenhos ou colagens), gráficos e ta-
3. Com antecedência, defina a data, o horário e o belas que atendam ao sentido da palavra, em
local da entrevista, combinando com os alunos conformidade com o tema que cada grupo sorteou.
quem serão os responsáveis pelo convite e pela Esse também será um recurso visual utilizado na
mediação da entrevista, quem serão os entrevis- apresentação.
tadores e quais serão as perguntas que cada um 5. Para a apresentação, estabeleçam combinados
fará. para o uso do material de apoio produzido, para
4. No dia da entrevista, a equipe responsável pela o uso dos recursos paralinguísticos e para a par-
recepção deverá receber o entrevistado, e os ticipação dos colegas ouvintes.
entrevistadores deverão ter as perguntas em 6. A avaliação do minisseminário poderá ser oral
mãos. Oriente os alunos a se comunicarem de e coletiva, observando a aprendizagem sobre
forma clara, audível e respeitosa, com linguagem o tema, a investigação e a forma de obtenção
adequada ao momento. Todos os participantes da informação e a apresentação sob o ponto de
devem ter respeito pela fala do colega, ouvindo- vista do falante e do ouvinte.
-a com atenção e em silêncio. Explique à turma
que é preciso aguardar o momento combinado Variação 3: Relatórios – pesquisa e aprendizado
para dúvidas e perguntas, para não interromper 1. Este trabalho deverá ser feito em equipes.
a entrevista. 2. A partir de uma situação de estudo ou de um mo-
5. Após a realização da entrevista, avalie a partici- mento de excursão da turma, peça aos alunos que
pação individual de cada aluno e o aprendizado produzam relatórios de pesquisa. Combine com
decorrente desta atividade, desde o momento antecedência o que cada grupo deverá observar
de formulação das perguntas até o momento da para compor o recurso visual da apresentação,
entrevista. produzindo material de apoio ligado ao universo
de pesquisa e de investigação, como relatos ou
Variação 2: Imagens e números fichamentos.
1. Este trabalho poderá ser feito em equipes. 3. Combine com os grupos como será a apresenta-
2. Aproveita-se o trabalho com gênero oral para a ção do material. Explique à turma que o material
ampliação de vocabulário dos alunos a partir do criado comporá um mural coletivo sobre o tema.
suporte visual com linguagem não verbal. Assim, 4. Para a apresentação, converse com os alunos sobre
definido um tema de interesse geral, peça aos os aspectos paralinguísticos da fala, mostrando
alunos que pesquisem as informações pertinentes. a importância dos gestos, da postura, do olhar e
3. Estabeleça, coletivamente, palavras-chave que da entonação da voz ao longo da apresentação.
façam referência ao tema e escreva-as em fichas 5. Aproveite o momento de construção do mural
individuais. Prepare um sorteio com as fichas, de para avaliar o aprendizado do tema e o processo
maneira que cada equipe receba uma palavra. investigativo.

17 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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ATIVIDADE PERMANENTE
RODAS DE NOTÍCIAS
O objetivo desta atividade é proporcionar um espaço no qual os alunos manuseiem, explorem e socializem
notícias que circulam em diferentes suportes. A roda de notícias tem como finalidade familiarizar os alunos
com os diferentes suportes em que circulam notícias e reportagens, bem como com os gêneros textuais jorna-
lísticos, cuja função é informar e atualizar. A atividade se organiza em torno da leitura compartilhada desses
textos, do reconhecimento de sua formatação e de sua diagramação, bem como da exploração de elementos
visuais e tecnológicos, especialmente para notícias veiculadas por meios multissemióticos, como televisão,
rádio ou internet. Esta atividade propicia aos alunos refletir de maneira crítica sobre as notícias que permeiam
a comunidade local e o mundo. Nesta atividade, promove-se o estudo de notícias divulgadas em blogs com o
objetivo de conhecer, ler e valorizar a notícia em variados suportes.

HABILIDADES DO RCA
Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse
EF15LP02 texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados
da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de
textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

EF15LP03 Localizar informações explícitas em textos.

EF15LP04 Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.

Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando
EF15LP10
esclarecimentos sempre que necessário.

Identificar gêneros do discurso oral utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos e suas características
EF35LP10 linguístico-expressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica, entrevistas pessoais, entrevistas
no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos esportivos no rádio e TV, aula, debate etc.).

Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas na escola e/ou na comunidade,
EF35LP15 utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/
assunto do texto.

Identificar e reproduzir, em notícias, manchetes, lides e corpo de notícias simples para público infantil e cartas de
EF35LP16 reclamação (revista infantil), digitais ou impressos, a formatação e a diagramação específicas de cada um desses
gêneros, inclusive em suas versões orais.

EF35LP19 Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e palestras.

EF05LP05 Identificar a expressão de presente, passado e futuro em tempos verbais do modo indicativo.

Comparar informações sobre um mesmo fato veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre qual é mais confiável
EF05LP16
e por quê.

Analisar a validade e a força de argumentos em argumentações sobre produtos de mídia para público infantil (filmes,
EF05LP20
desenhos animados, HQs, games etc.) com base em conhecimentos sobre eles.

PRÁTICAS DE LINGUAGEM
• Leitura/escuta (compartilhada e autônoma).
• Oralidade.

18 5 o ANO

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OBJETOS DE CONHECIMENTO
• Formação do leitor.
• Formação do leitor literário.
• Estratégia de leitura.
• Leitura de imagens e narrativas visuais.
• Leitura colaborativa e autônoma.
• Leitura multissemiótica.
• Planejamento e produção de texto.

PERIODICIDADE

Quinzenal.

PASSO A PASSO
Medeie os processos interacionais presentes no desenvolvimento da roda de notícias, para melhor compreensão das
atividades propostas durante a aula. Providencie para este momento, se for possível, o acesso à internet, para que os
alunos possam explorar as notícias, os elementos gráficos e a estrutura do blog. A atividade deverá ser organizada
nas seguintes etapas:
1. Averiguação dos conhecimentos prévios sobre as notícias em blogs.
2. Organização do espaço físico para o desenvolvimento da roda de notícias.
3. Identificação, leitura e escuta de notícias.
4. Apresentação de notícias.
5. Construção do “Jornal de Parede”.

MATERIAIS
• R
 ecortes de notícias publicadas em blogs; projetor; papel pardo; régua; canetas hidrográficas; envelopes coloridos;
computador; fita adesiva.

DIFICULDADES ANTECIPADAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES


• É possível que os alunos tenham dificuldade em considerar ou identificar o contexto no qual a notícia é apresentada,
assim como em perceber a intenção do autor e em relacionar as notícias apresentadas com outros suportes de
informações. Caso isso ocorra, procure explorar o contexto com eles, promovendo discussões a respeito das
notícias trazidas.

REFERÊNCIAS SOBRE O ASSUNTO


• A RAÚJO, D. D. Extra! Extra! Notícias na sala de aula! In: MENDONÇA, M. (coord.). Diversidade textual: propostas para
a sala de aula. Formação continuada de professores. Recife: MEC:CEEL, 2008. p. 197-206. Disponível em: http://
www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf. Acesso em: 12 jul. 2021.
• CALDAS, G. Mídia, escola e leitura crítica do mundo. Educ. Soc., Campinas, v. 27, n. 94, p. 117-130, jan./abr. 2006.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v27n94/a06v27n94.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021.
• HERR, N. Aprendendo a ler com o jornal. Belo Horizonte: Dimensão, 1997.
• MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidades. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA,
M. A. Gêneros textuais e ensino. 5. ed. Rio de Janeiro: Lucema, 2007. Disponível em: https://silo.tips/download/
generos-textuais-ensino. Acesso em: 12 jul. 2021.
• PRANDINI, P. Vamos criar podcasts?. Cenpec. Disponível em: https://www.cenpec.org.br/oficinas/vamos-criar-pod-
casts. Acesso em: 26 out. 2021.

19 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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PASSO A PASSO um integrante do grupo para fazer a apresentação.
Os alunos deverão destacar na apresentação a infor-
1. Averiguação dos conhecimentos prévios sobre mação que mais chamou a atenção do grupo.
as notícias em blogs
Para apresentar a proposta à turma, faça algumas 5. Construção do “Jornal de Parede”
perguntas disparadoras, como as apresentadas a seguir. Neste momento, os alunos vão organizar as notí-
• Você sabe o que é um blog? Já acessou algum? cias selecionadas previamente no “Jornal de Parede”.
• É possível encontrar notícias em um blog? Uma sugestão é recriar o suporte de um jornal em
• De que forma as notícias estão presentes em um papel pardo, que deverá ser colado na parede da sala.
blog? Coletivamente, escolha um nome para o jornal e decida
• Vamos acessar um blog e ler algumas notícias as seções que comporão o jornal, por exemplo: classi-
publicadas nele? ficados, notícias da semana, moda, tecnologia, ciência
Apresente uma listagem de blogs (previamente etc. Cada seção será representada por um envelope
selecionados e adequados à faixa etária dos alunos) colorido colado no papel pardo. Quinzenalmente, os
à turma e informe aos alunos que eles deverão ler e grupos deverão inserir novas notícias em cada seção
analisar as notícias veiculadas nesse suporte eletrô- e, ao final do dia, deverão lê-las e discuti-las com os
nico. Veja algumas sugestões de blogs que podem ser colegas. Essa atividade visa fomentar a prática de
indicados aos alunos: leitura de notícias e seleção de informações.
• https://www.ataba.com.br/
• https://www.educamundo.com.br/blog Variando
• https://www.agenciajovem.org/wp/
Variação 1: “Jornal de Parede” móvel
Os alunos deverão convidar colegas de outras tur-
2. Organização do espaço físico para o desenvol-
mas para escolher algumas notícias para o “Jornal
vimento da roda de notícias
de Parede”, como curiosidades e descobertas sobre
Com antecedência, organize o espaço da sala de
a escola, a comunidade, a cidade, o país ou o mun-
aula ou, se possível reserve a sala de informática
do. Os convidados deverão apresentar as notícias,
para que a turma possa acessar a internet e um dos
socializando informações e fomentando a interação
blogs sugeridos. Oriente os alunos a se organizar em
pequenos grupos. Cada grupo terá 15 minutos para dos alunos.
acessar os blogs, escolher uma das notícias veiculadas
em um dos blogs recomendados, lê-la e analisá-la. Variação 2: Carta do leitor em envelopes
O jornal móvel poderá ser exposto em algum local
3. Identificação, leitura e escuta de notícias da escola ao qual os alunos e a comunidade escolar
Observe a atividade e a dinâmica entre os grupos tenham livre acesso. É importante que se incentive a
e escute as considerações dos alunos, oportunizando participação de todos, especialmente na seção “Carta
diálogos que façam sentido à atividade. Proporcione ao leitor”, comentando as notícias lidas e escrevendo
aos alunos o acesso a um espaço virtual diversifica- sugestões para a escola, a comunidade ou o ambiente
do, no qual possam ser encontrados relatos, fotos e escolar.
notícias.
Variação 3: Do blog à TV – Vamos levar a notícia para
4. Apresentação de notícias o mundo?
Este é o momento de socializar as informações Nesta variação, os alunos deverão apresentar, em
selecionadas pelos grupos. Peça aos alunos que, sala de aula, notícias com temáticas específicas, sele-
em roda, apresentem, uma equipe por vez, a notícia cionadas pelo professor em blogs. Sugere-se realizar
selecionada no blog analisado. As equipes poderão a transposição das leituras feitas em textos orais que
apresentar a notícia escolhida coletivamente ou eleger poderão compor um telejornal da turma.

20 5 o ANO

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ATIVIDADE PERMANENTE
ASSEMBLEIAS
A argumentação oral valoriza o diálogo como ferramenta essencial na resolução de conflitos, proporcionando
aos alunos o exercício de habilidades de compreensão, análise, explanação e defesa de pontos de vista com
base em fatos e argumentos. Essa prática favorece o desenvolvimento da cidadania e de valores democráti-
cos, como respeito, justiça e solidariedade. Para o 5o ano é preciso identificar as necessidades derivadas do
convívio social no cotidiano escolar, tanto no ambiente da sala de aula quanto para além dela, e propor que
sejam discutidas pela turma.

HABILIDADES DO RCA

Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor
EF15LP09
e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.

Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando
EF15LP10
esclarecimentos sempre que necessário.

Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e


EF15LP11
utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor.

Atribuir significado a aspectos não linguísticos (paralinguísticos) observados na fala, como direção do olhar, riso, gestos,
EF15LP12
movimentos da cabeça (de concordância ou discordância), expressão corporal, tom de voz.

Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar
EF15LP13
opiniões, informar, relatar experiências etc.).

Identificar gêneros do discurso oral utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos e suas características
EF35LP10 linguístico-expressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica, entrevistas pessoais, entrevistas
no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos esportivos no rádio e na TV, aula, debate etc.).

Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos realizadas por colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema
EF35LP18
e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.

EF35LP19 Recuperar as ideias principais em situações formais de escuta de exposições, apresentações e palestras.

PRÁTICAS DE LINGUAGEM

• Oralidade; Leitura/escuta (compartilhada e autônoma).


• Escrita (compartilhada e autônoma).
• Produção de textos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

• Oralidade pública/Intercâmbio conversacional em sala de aula.


• Escuta atenta.
• Características da conversação.

PERIODICIDADE

Quinzenal.

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PASSO A PASSO

Nesta dinâmica, propõe-se a realização de assembleias periódicas na escola, com a participação efetiva dos alunos
em todas as etapas, como sensibilização; elaboração da pauta; organização do espaço; revisão dos combinados;
leitura, discussão e conclusão/sugestão de pautas; votação e registro das conclusões; finalização e leitura da ata; e
apresentação do novo grupo organizador.

MATERIAIS

• Cartolina ou papel kraft; canetas hidrográficas; folha de papel de sulfite ou papel pautado.

DIFICULDADES ANTECIPADAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

• É possível que alguns alunos se sintam desmotivados e desinteressados pela função da assembleia e até mesmo
que não queiram participar das reuniões. Também é comum que alguns alunos apresentem timidez ou receio de
apresentar suas ideias ou, ainda, que, pela falta de experiências prévias com atividades como esta, apresentem
dificuldade em organizar, coordenar e sintetizar ideias, opiniões, fatos e decisões. Por essas razões, é importante
observar e mediar as atividades, de modo a descentralizar a discussão e envolver todos os alunos na proposta,
orientando-os a respeitar turnos de falas, a evitar o uso de linguagem inadequada e a respeitar os colegas.

REFERÊNCIAS SOBRE O ASSUNTO

• A RAUJO, D. D. Debate regrado. In: MENDONÇA, M. (Coord.). Diversidade textual: propostas para a sala de aula. Recife:
MEC: CEEL, 2008. p. 239-252. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf.
Acesso em: 27 nov. 2021.
• ARAÚJO, U. F. Autogestão na sala de aula: as assembleias escolares. São Paulo: Summus, 2015.
• JEONG, C. Y.; YEONG, K. S. Fugindo das garras do gato. São Paulo: Callis, 2009.
• PUIG, J. M. Democracia e participação escolar: proposta de atividades. São Paulo: Moderna, 2005.

PASSO A PASSO Incentive a participação dos alunos, a fim de averiguar


a relação deles com o meio escolar em que convivem.
Sensibilização
Este é o momento de esclarecer quais são os objetivos Organização
e a organização de uma assembleia. Antecede o início Oriente os alunos a se organizarem em pequenos
das reuniões e acontece apenas uma vez. grupos e a discutirem as seguintes questões:
• Fale uma situação que aconteceu na sala de aula e
Momento inicial que o incomodou.
Inicie a atividade perguntado aos alunos sobre a rotina • Relate uma situação que ocorreu no pátio ou durante
na escola. Promova uma roda de conversa e proponha intervalo e que o incomodou.
questionamentos como: • Em que lugar da escola mais acontecem brigas ou
• A que horas você chega à escola? confusões?
• Você vem sozinho ou acompanhado? • Como uma situação de briga ou ofensa é resolvida
• O que você faz ao entrar na escola? na escola?
• Quem abre a escola para que você possa entrar? • A opinião do outro é importante? Você sente que é
• Quais são os lugares que você frequenta diariamente ouvido por todos?
ou semanalmente dentro da escola? • Quando uma pessoa é respeitada?
• Quantos professores você tem? Você se comporta da Após a discussão em grupo, promova uma roda de
mesma forma com todos? conversa e incentive os alunos a compartilhar as colocações

22 5 o ANO

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discutidas em grupo e a escutar com atenção os colegas mal...” e “Mudanças”. Deixe-o acessível a todos os alunos,
em seu momento de fala. para que possam registrar esses aspectos ao longo do
Ressalte a importância do diálogo para resolver os mês. Incentive os alunos a observar os problemas e as
diferentes conflitos do dia a dia e informe-os sobre a potencialidades da rotina escolar, a fim de preencherem
importância de uma convivência pacífica dentro e fora os campos do cartaz.
da sala de aula. Ao longo do mês, sempre que pertinente, converse
Neste momento, explique que uma assembleia é um com a turma sobre a importância de discutir grandes e
espaço no qual se esclarecem situações, se solucionam pequenos conflitos que surjam na convivência do dia
conflitos e se tomam decisões coletivas e democráticas. a dia. É importante discutir todas as situações até que
Estabeleça coletivamente a periodicidade das assembleias, sejam resolvidas ou esclarecidas. Por isso, é possível
agendando as datas com antecedência, e crie regras que determinado problema apareça mais de uma vez
básicas para ordenar o funcionamento da assembleia, na pauta da assembleia.
por exemplo: No dia anterior à assembleia, o grupo responsável
• Não interromper a fala dos colegas. pela preparação, com a mediação do professor, deverá
• Escutar os colegas sem julgá-los. agrupar os assuntos de acordo com sua complexidade e
• Falar a própria opinião. com seu tema, para que a pauta não se torne exaustiva,
Explique a atividade à turma, evidenciando que a e decidir sua ordem de apresentação. Uma sugestão é
assembleia não se limitará ao espaço da sala de aula, que os assuntos sejam organizados em:
e instrua-os sobre as três etapas principais da atividade: • situações que acontecem dentro da sala de aula.
• Preparação: cada grupo será responsável pela • a organização, a limpeza e o uso da sala de aula.
preparação de uma sessão, mas o sucesso depende
• situações que acontecem fora da sala de aula.
da participação de todos.
• a organização, a limpeza e o uso do espaço escolar.
• Momento da assembleia: a pauta decidida pelo
• a convivência nos espaços da escola.
grupo é discutida.
• situações de conflito.
• Comprometimento: as responsabilidades e os com-
• o respeito entre os membros da escola.
promissos assumidos por todos.
• temas informativos.
Oriente os alunos a se organizarem em pequenos
• organização de eventos coletivos.
grupos cuidando para que os agrupamentos sejam
• mudanças e soluções sugeridas.
heterogêneos, com integrantes em diferentes estágios de
aprendizagem. Dessa maneira, trabalham-se habilidades Oriente o grupo a definir quem será o responsável pela
socioemocionais de trabalho em grupo, resolução de ata da assembleia. Explique que ele deverá tomar nota
conflitos, auxílio mútuo etc. Explique à turma que cada dos assuntos que serão abordados, seguindo a ordem
grupo será responsável por cuidar de uma assembleia. previamente acordada para a discussão na assembleia. É
Confeccione um cartaz com as datas e o grupo importante que os alunos compreendam que as mudanças
responsável para cada reunião, deixando-o afixado em e as soluções sugeridas só poderão constar da ata após
um local visível para todos. Identifique o grupo responsável a decisão coletiva da assembleia.
pela assembleia com um colete ou um crachá, para que É essencial que cada grupo estabeleça as responsa-
todos da turma reconheçam os componentes. bilidades de cada integrante, de acordo com a seguinte
organização:
Elaboração da pauta • Leitor: responsável por ler os combinados da última
O desenvolvimento da pauta é uma atividade que reunião, as felicitações e a pauta.
deverá ser feita durante todo o mês que antecede o dia • Relator da ata: responsável por registrar na ata
da assembleia de cada grupo. Os assuntos debatidos os assuntos e os acordos de maneira neutra, clara
deverão estar relacionados ao dia a dia da turma, e e sucinta.
os alunos deverão indicar pontos positivos e pontos • Organizador da ordem das falas: responsável
negativos de cada situação, sugerindo resoluções a por sistematizar a fala dos alunos e por coletar as
partir das necessidades existentes no cotidiano escolar assinaturas.
(tanto em sala de aula quanto para além dela). Crie um • Mediador: responsável por esclarecer, com o auxílio
cartaz com as seguintes classificações: “Vai bem!”, Vai do professor, as dúvidas da pauta, por controlar o

23 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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tempo de fala dos participantes e por evitar possíveis manifestar durante a assembleia e cuide para que eles
desvios do assunto. tenham seu momento.
Atenção: a mesma função pode ser desempenhada A cada tópico abordado e a cada sugestão de solução
por mais de um aluno. apresentada, incentive os alunos a propor argumentos
que justifiquem seus pontos de vista. Encoraje-os a
Execução da Assembleia – Nossa escola, nosso espaço participar, fomentando a pluralidade e a diversidade
Tempo sugerido: 15 minutos de opiniões. Faça a mediação dos momentos de ar-
O grupo responsável pela sessão organiza o espaço gumentação, de maneira a evitar conflitos, remediar
para que os colegas se agrupem para que discutam a desavenças e controlar o tempo empregado para a
pauta proposta em pequenos grupos. É importante que decisão coletiva de cada item da ata.
os alunos entendam que cada grupo deverá chegar a As sugestões que necessitem de autorização de uma
um senso comum sobre os itens da pauta e, depois, autoridade escolar devem ser discutidas na presença da
apresentá-lo aos colegas. A divisão em pequenos grupos autoridade que a valide.
facilita a discussão dos temas de maneira ordenada. Encerradas as discussões, peça ao aluno leitor que
A assembleia deverá começar após essa discussão leia as felicitações e apresente o grupo responsável pela
em grupos e seguirá estas etapas: próxima assembleia. Se julgar pertinente, oriente o grupo
responsável pela assembleia a preparar uma singela
• Primeira ação – Aconteceu lembrança para os alunos citados nas felicitações, como
Um aluno do grupo responsável relê os combinados um cartão, um abraço ou um poema.
discutidos na última sessão, retomando os combinados
• Terceira ação – Pacto
e propondo uma conversa na qual os alunos justifiquem
Ao final das discussões, o aluno relator deverá finalizar
suas opiniões com argumentos. Faça a mediação desse
a ata, registrando os acordos, as regras e os combinados.
momento, incentivando a participação de todos, com
É importante que o aluno relator compreenda que o
perguntas como:
registro deve ser neutro, sucinto e claro. Incentive a
• Todos os combinados foram cumpridos?
escrita autônoma neste momento. Após a finalização da
• Foi possível cumprir esses combinados?
ata, ela deverá ser lida para a turma e todos deverão
• O que os ajudou a cumpri-los?
assiná-la, efetivando os compromissos acordados em
• O que impediu que fossem cumpridos?
grupo. Uma cópia da ata deverá ficar exposta em local
visível a todos e um novo cartaz deverá ser providenciado
• Segunda ação – Ordem do dia para a próxima sessão da assembleia.
Após a discussão dos itens da pauta pelos pequenos A construção da ata é a consolidação da atividade
grupos, solicite aos alunos que compartilhem as opiniões coletiva. Por isso, seu registro e seu arquivamento
de seus grupos, ampliando a discussão dos tópicos. Anote cronológico são importantes. Em uma folha, estruture a
as sugestões, as regras e os combinados propostos pelos ata, para que o grupo responsável pela sessão a preencha.
grupos no quadro ou em um suporte amplo. Analise as Veja uma sugestão de modelo:
vantagens e as desvantagens de cada sugestão com a Cabeçalho (Título, identificação da escola, data, número
turma. Auxilie na mediação do momento, reforçando o da sessão e nome dos integrantes do grupo responsável).
respeito ao momento de fala e a necessidade de justificar
suas escolhas com argumentos. Após a discussão de Ordem do dia.
cada item, apresente a proposta de mudança para o Conclusões.
problema, amplie a discussão do tópico e realize a Felicitações.
votação, na qual os alunos, de maneira democrática, Assinaturas.
devem votar a favor ou contra a solução proposta para
o tópico em discussão, podendo, ainda, abster-se. As • Novo grupo
decisões deverão ser anotadas no campo “mudanças” Momento em que os alunos do grupo responsável
após a verificação do consenso coletivo. entregam o colete ou o crachá para o novo grupo, que
Para que o momento siga de forma ordenada, oriente assumirá as responsabilidades de organizar a próxima
o organizador a tomar nota de todos que desejam se assembleia.

24 5 o ANO

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Variando Variação 2: Montagem dos grupos
Variação 1: Mapeamento da escola A organização dos grupos de discussão a cada
Para ampliar o olhar dos alunos para os diferentes assembleia deve variar. Para isso, confeccione cartões
ambientes da escola, peça aos alunos que escolham um numerados de 1 a 5 e distribua-os aleatoriamente,
espaço fora da sala de aula. instruindo os alunos a se agrupar de acordo com o
Com base nas escolhas, organize os alunos em número recebido.
diferentes grupos e oriente-os a discutir as seguintes
questões sobre o espaço que escolheram. Variação 3: Já cumprimos!
Confeccione um painel com os acordos estabelecidos
• O que se faz nesse espaço? a cada assembleia em cartões removíveis. Prepare com
• Além dos alunos, quem frequenta esse espaço? antecedência uma caixa e nomeie-a como “Já cumprimos”.
• Como esse espaço está organizado?
• É um espaço limpo? No dia da assembleia, após avaliar se os acordos
• Quais são as recordações boas ou ruins que se tem anteriores foram cumpridos ou não, um aluno deverá
desse espaço? retirar do painel os acordos cumpridos e guardá-los
• Quais ações positivas já foram presenciadas nesse na caixinha.
espaço?
• Quais ações negativas ocorreram nesse espaço? A
situação foi resolvida? Como?

ANOTAÇÕES

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UNIDADE 1
CONTOS POPULARES AFRO-BRASILEIROS

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC


1; 3.

HABILIDADES DO RCA
Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente
EF15LP01 (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que
foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma
e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e
EF15LP02 recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos
gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas
antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

Analisar os textos regionais: como lendas, contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias retratando a vida,
EF15LP-AP03
o convívio e o cotidiano as comunidades indígenas e quilombolas do Amapá.

Ler, compreender e interpretar textos dos mais variados gêneros textuais considerando seus suportes, estrutura,
EF15LP-AP04
características e principalmente sua função social.

Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação
EF15LP05 (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto
e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à
produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e
EF15LP06
aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.

Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando
EF15LP07
for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.

Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar
EF15LP13
opiniões, informar, relatar experiências etc.).

EF15LP19 Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Ler, compreender e interpretar textos dos mais variados gêneros textuais considerando seus suportes, estrutura,
EF35LP-AP02
características e principalmente sua função social (funcionalidade).

Reconhecer que existem formas gráficas que são utilizadas para distinguir as entonações e expressividades
EF35LP-AP03
necessárias na construção dos sentidos na língua escrita.

EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.

EF35LP04 Inferir informações implícitas nos textos lidos.

EF35LP05 Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.

Recuperar relações entre partes de um texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por sinônimos)
EF35LP06 ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos) que contribuem para
a continuidade do texto.

26 5 o ANO

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Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografia, regras básicas de
EF35LP07 concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, vírgulas
em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso.

Utilizar, ao produzir um texto, recursos de referenciação (por substituição lexical ou por pronomes pessoais,
possessivos e demonstrativos), vocabulário apropriado ao gênero, recursos de coesão pronominal (pronomes
EF35LP08
anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, comparação), com
nível suficiente de informatividade.

EF35LP-AP08 Estudo das convenções ortográficas.

Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas e de acordo
EF35LP09
com as características do gênero textual.

Identificar gêneros do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e suas
características linguístico-expressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica,
EF35LP10
entrevistas pessoais, entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos esportivos
no rádio e TV, aula, debate etc.).

Promover e proteger a memória cultural, por meio de contação de histórias, usando representações do mundo
EF35LP-AP10 por paisagens culturais, monumentos e sítios históricos, que são muito reconhecidas, porém não são somente
os aspectos físicos que se faz a cultura de um povo.

Respeitar as variações linguísticas reconhecendo-as como forma de expressão dos diversos grupos nas diferentes
EF35LP-AP11
situações de comunicação rejeitando o preconceito e a desigualdade social.

Produzir textos do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e suas características
linguístico-expressivas e composicionais nas variações linguísticas específicas da região do Amapá, bem como
EF35LP-AP17
o registro das conversações espontâneas das comunidades ribeirinhas, quilombolas e dos índios das várias
etnias do estado.

Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos literários
EF35LP-AP22
locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.

Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos e imagens
EF35LP25
apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de personagens.

Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens,
EF35LP26 observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção
do discurso indireto e discurso direto.

Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base
EF35LP29
no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.

Diferenciar discurso indireto e discurso direto, determinando o efeito de sentido de verbos de enunciação e
EF35LP30
explicando o uso de variedades linguísticas no discurso direto, quando for o caso.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Reconstrução das condições de produção e recepção de textos; estratégias de leitura; compreensão em leitura; forma
de composição de narrativa; discurso direto e indireto; relato oral; registro formal e informal; forma de composição
de gêneros orais; contação de histórias; performances orais; planejamento de texto; escrita colaborativa; forma e
composição de textos; coesão e articuladores; construção do sistema alfabético; convenções da escrita; planejamento
de textos; escrita autônoma e compartilhada; revisão de textos; edição de textos.

27 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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INFORMAÇÕES SOBRE O GÊNERO

As narrativas quilombolas têm como objetivo oferecer possibilidades para a utilização de elementos do patrimônio
material e imaterial quilombola nas aulas do ensino híbrido. A educação quilombola é amparada em valores da
oralidade que orientam e dão sentido à vida em comunidade. Por isso, é possível considerar o patrimônio material e
imaterial quilombola como detentores de uma dimensão didática, enquanto instrumentos de transmissão de cultura,
história e tradições, cujo conhecimento, além de ser imprescindível no diálogo intercultural, pode contribuir para a
melhoria da qualidade do sistema educacional, oferecendo novos recursos pedagógicos, pensados a partir de rea-
lidades particulares passados de geração por geração (Narrativas Quilombolas, 2007).
As narrativas apresentadas nesta unidade são contos africanos, afro-brasileiros e amapaenses apresentados em
comunidades quilombolas. Uma característica marcante desses contos é a transcrição de quando alguém escuta
outra pessoa falando (pode ser ao vivo ou em uma gravação) e transforma o que está sendo dito em um texto escrito
permitindo acesso de outras pessoas. Aquele que escreve esse texto é chamado de transcritor, e as transcrições
pretendem manter todos os elementos estruturantes e literários de seu formato original, o oral.
Algumas intenções pedagógicas que podem ser desenvolvidas a partir das narrativas são:
• Noção de memória individual e coletiva.
• Constituição da identidade de um grupo social, étnico e/ou religioso.
• Importância da cultura e religiosidade para a constituição de coletividade.
• Pertencimento e territorialidade como um direito e um dever.

PRÁTICAS DE LINGUAGEM

Leitura/escuta (compartilhada e autônoma); análise linguística/semiótica; oralidade; produção de textos (escrita


autônoma e compartilhada).

PARA SABER MAIS

• A BÍLIO, E. C.; MATTOS, M. S. Letramento e leitura da literatura. In: CARVALHO, M. A. F.; MENDONÇA, R. H. (org.).
Práticas de leitura e escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
• BENFICA, M. F. M. B. Retextualização. Glossário Ceale. Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/
glossarioceale/verbetes/retextualizacao. Acesso em: 31 out. 2018.
• CAJÉ, A. M. Contos afro-brasileiros de Mestre Didi: ensinando história e cultura. Vozes, Pretérito & Devir Dossiê
Temático: História, África e Africanidades, ano III, v. 1, n. I, 2016.
• CARVALHO, M. A. F.; MENDONÇA, R. H. (org.). Práticas de leitura e escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
• CASSANY, D. Decálogo didáctico de la enseñanza de la composición. Glosas Didacticas, n. 4, enero 2001. [Universitat
Pompeu Fabra]. Disponível em: http://red.ilce.edu.mx/20aniversario/componentes/proyec_colab/2006/cosas/cosas_
oto2006/decalogo_didactico.pdf. Acesso em: 3 dez. 2018.
• CHRISTONI, S. O.; CUNHA, K. M. R. Vivenciando a literatura: da literatura à dramatização do conto “Noite do Almirante”,
de Machado de Assis. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor. PARANÁ. Secretaria
de Educação. Cadernos PDE, v. I, 2014. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/
pdebusca/producoes_pde/2014/2014_ufpr_port_artigo_simone_de_oliveira_christoni.pdf. Acesso em: 3 out. 2018.
• CONSIDERA, A. L. Contar e ouvir Lygia: oralidade, leitura dramatizada e criação ficcional. Revista Fórum Identidades,
ano 9, v. 19, set./dez. 2015. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/forumidentidades/article/view/4801/4024.
Acesso em: 4 out. 2018.
• DUARTE, E. A. Por um conceito de Literatura afro-brasileira. Revista Terceira Margem, Rio de Janeiro, n. 23, p. 113-138,
jul./dez. 2010. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/tm/article/view/10953/8012. Acesso em: 25 out. 2018.
• FERNANDES, A. O.; FERREIRA, K. C. S. Estudos de mitologia afro-brasileira: orixás e cosmovisão negra contra a
intolerância e o preconceito. Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação, ano 3, ed. 1, set./nov. 2009.
Disponível em: file:///C:/Users/USER/Downloads/35463-Texto%20do%20artigo-41757-1-10-20120731.pdf. Acesso em:
12 set. 2018.
• FUNDAÇÃO CECIERJ. A narração. Módulo 1, Unidade 6. Rio de Janeiro, [s.d.]. Disponível em: https://cejarj.cecierj.
edu.br/pdf/Linguagens_Codigos_Unidade_6_Seja.pdf. Acesso em: 24 ago. 2018.
• GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 2002. Disponível em: http://files.letrasunip2010.webnode.
com.br/200000008-989c398f4e/Como%20Analisar%20Narrativas.pdf. Acesso em: 5 dez. 2018.

28 5 o ANO

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• L EAL, T. F.; LUZ, P. S. Produção de textos narrativos em pares: reflexões sobre o processo de interação. Educação
e Pesquisa, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 27-45, jan./jun. 2001. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ep/article/
view/27852/29624. Acesso em: 28 nov. 2018.
• MACIEL, D. A. C. Conte, reconte e encante: os contos infantis na sala de aula. In: Diversidade textual: propostas para
a sala de aula. Formação continuada de professores/coordenado por Márcia Mendonça. Recife: MEC/CEEL, 2008. p.
39-54. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf. Acesso em: 12 jul. 2021.
• MARCUSCHI, L. A. Oralidade e escrita. Signótica, n. 9, jan./dez. 1997, p. 119-145. Disponível em: https://drive.google.
com/drive/u/1/folders/1GtSu7KvCeUZDV6midNiSVluZjxMUFm0c?ogsrc=32. Acesso em: 31 out. 2018.
• MARIA, L. O que é conto? São Paulo: Brasiliense, 2004. Disponível em: http://www.netmundi.org/home/wp-content/
uploads/2017/04/Cole%C3%A7%C3%A3o-Primeiros-Passos-O-Que-%C3%A9-Conto.pdf. Acesso em: 5 dez. 2018.
• MELO, C. A.; GONÇALO, R. S. P. Uma proposta de intervenção para o ensino da literatura afro-brasileira nas aulas de
Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Letras & Letras, Uberlândia, v. 33, p. 95-118, 1 jan./jul. 2017. Disponível
em: www.seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/download/6/20734. Acesso em: 27 jul. 2018.
• NASPOLINI, A. T. Didática do Português. Tijolo por tijolo. Leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996.
• NÓBREGA, M. J. Redigindo textos, assimilando a palavra do outro. Revista Acadêmica de Educação do ISE Vera
Cruz, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 22-34, 2011. Disponível em: http://site.veracruz.edu.br/instituto/revistaveras/index.php/
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• ROJO, R. Textos multimodais. Glossário Ceale. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/
verbetes/textos-multimodais. Acesso em: 22 nov. 2018.
• SILVA, A. A aprendizagem da pontuação por alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: uma análise a partir
da produção de diferentes gêneros. Cadernos de Educação. FaE/PPGE/UFPel. Pelotas [35]: 139-169, jan./abr., 2010.
Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1618/1501. Acesso em: 5 dez. 2018.
• LIMA, Heloisa Pires. Histórias do candomblé. In: LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta. Ilustrações de Laurabeatriz.
2. ed. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2005. p. 54-59.
• BARBOSA, Rogério Andrade. Rio acima mar abaixo. Ilustrações de Nelson Cruz. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
• ANDRADE, Rogério Barbosa. Kakopi, Kakopi! Brincando e jogando com as crianças de vinte países africanos.
Ilustrações de Marília Pírilo. São Paulo: Melhoramentos, 2009.
• SANTOS, Esmeraldina dos. As aventuras de Dona Florzinha. Macapá: JM, 2011.
• FERREIRA, Manuel (escritor de Guiné-Bissau). No Tempo em que os Animais Falavam. Colecção Novas Leituras
Africanas de Língua Portuguesa – Vol. 5, Editorial do Ministério da Educação.
(Adaptação: http://www.conteudoseducar.com.br/conteudos/arquivos/2457.pdf)
• GALINDO, Márcia Cristiane da Silva. A resenha do boto com a aranha no Curiaú. In: Contos do Amapá. Quilombo
do Curiaú, 2020. Disponível em: https://youtu.be/tvFq6l_aib0. Acesso em: 13 dez. 2021.
• CANTO, Fernando. Mama Guga: conto da Amazônia. Paka-Tatu: Belém, 2017. v. 1. p. 104.
• SANTOS, Esmeraldina dos. A onça. Ilustrações de Lane. Brasília: editora da autora, 2020.
• GALINDO, Márcia Cristiane da Silva. Um conto da descendência de Tia Chiquinha no Curiaú. In: Contos do Amapá.
Quilombo do Curiaú, 2020.
• PONTES, Ricardo Augusto dos Santos. Vaquejada. In: CORRÊA, Manoel Bispo. Coletânea de poetas, contistas e
cronistas no meio do mundo. Macapá: Gráfica e Editora JM, 2010. p. 142.
• São Paulo (Estado). Secretaria da Educação. Núcleo de Inclusão Educacional. Narrativas quilombolas: dialogar
– conhecer – comunicar / Secretaria da Educação, Núcleo de Inclusão Educacional; organização, Silva, Silvane;
Botão, Renato Ubirajara dos Santos; textos, Santos, Acácio Sidinei Almeida; Norte, Sergio Augusto Queiroz. São
Paulo: SE, 2017. 124 p.

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1. Histórias que atravessaram o tempo
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UNIDADE 1
Heloisa Pires Lima

CONTOS POPULARES
Estudou Psicologia na PUC e Ciências Sociais na USP, onde também concluiu mestrado em
Antropologia (2000) e doutorado em Antropologia Social (2005). Heloisa é também educa-
dora. Após constatar a ausência ou inadequação de personagens negros no universo da

AFRO-BRASILEIROS literatura, começa a pesquisar acerca desses personagens e, mais tarde, passa à criação.
Além disso, coordena uma coleção de títulos infanto-juvenis protagonizados por persona-
gens afrodescendentes em uma editora do Rio de Janeiro. Em 1998, publicou Histórias da
Preta pela editora Companhia das Letrinhas: um compêndio que aborda os vários aspectos
da história de uma construção da identidade de uma menina negra. Foi responsável pela
criação do Selo Negro Edições, do Grupo Summus Editorial, além de ter atuado como editora
1. Histórias que atravessaram o tempo entre 1999 e 2000.

1. Vamos conhecer novas palavras? Leia o trecho do texto a seguir.

[...] O pátio estava lotado. As pessoas batiam palmas ritmadas, acompanhando o som dos três atabaques
PRATICANDO
que vinha lá do fundo do quintal. Meu corpo queria começar um movimento dançante que acompanhasse
aquela música. Tinha uma letra que eu não entendia muito, mas que foi crescendo na voz de um grupo de 1. O que já sabemos sobre contos?
mulheres que foram para o centro do lugar, formando uma roda. Elas dançavam e cantavam e vestiam rou-
pas rendadas impecavelmente brancas. a. Quais são os contos que você se lembra de ter ouvido?
Havia também alguns homens mas nenhum deles se comparava ao que entrou sozinho. Alto magro, ágil,
com gestos rápidos seguia os passos da cantoria e foi chegando perto [...].
Esse dia era também meu aniversário, e foi assim, como um presente dos céus que conheci o candomblé.
Os africanos, quando vieram para o Brasil, trouxeram sua religiosidade [...] geralmente, quando se é criado
numa religião, aprende-se a evitar as outras.
Das religiões de origem africanas sempre me chegavam informações muito preconceituosas. Sempre
b. Como os contos geralmente começam?
punham medo na gente [...]. Eu também tinha medo e nunca tinha chegado perto de batuques. Só depois
dessa primeira festa é que fui a muitas outras festas de candomblé [...].
Nem todas as pessoas negras são adeptas do candomblé: elas podem ser protestantes, católicas, islâmi-
c. Os contos geralmente são longos ou curtos? Têm muitos ou poucos personagens?
ca, budistas [...]. Os iorubás chamam suas divindades de orixás [...] Exu [...] Olodumaré [...] Odudua [...] Oxum
é uma divindade ligada a água [...].
Enfim, todas as casas de candomblé, os ilês, têm um sacerdote ou sacerdotisa. Chamados de pai-de-san-
to ou mãe-de-santo, são pessoas de grande influência sobre os que frequentam a casa, exatamente como os d. Como os contos normalmente terminam?
sacerdotes das igrejas católicas, das sinagogas, dos templos budistas, das mesquitas e dos demais centros
de religiosidade. Tive o privilégio de conhecer um ilê muito bonito. E acho que consegui aprender bastante.

LIMA, Heloisa Pires. Histórias do candomblé. In: LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta.
Ilustrações de Laurabeatriz. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005. p. 54-59. 2. Vamos ler um trecho de um conto amapaense.

⊲ O que você acha que significam os termos a seguir? Rio acima Mar abaixo
As crianças, alvoroçadas, regressavam da pescaria. Para elas não tinha coisa melhor do que tarrafear
Iorubás Exu nos rios. Tagarelavam, alegres, a barriga estufada com as tainhas miúdas que haviam assado em fogueiras
improvisadas sob a luz dos últimos raios de sol.
As cascas de coco usadas para atear as chamas tinham ficado para trás, lançadas às águas. Uma após outra,
Olodumaré Odudua
elas formavam uma trilha incandescente, que ia desaparecendo aos poucos nas entranhas da noite. Aos olhos
da meninada, reluziam como as canoas iluminadas com lâmpadas de azeite de peixe-boi na Festa do Divino.
⊲ Qual é a origem das palavras destacadas? Você já tinha ouvido essas palavras? O agitado grupo tinha pressa de chegar à Vila do Curiaú, um antigo quilombo habitado por descendentes [...].
⊲ O trecho lido pertence a que gênero textual? Você conhece outros textos desse De longe, já dava para ouvir o som dos tambores feitos do tronco de uma árvore chamada macaqueiro,
mesmo gênero? O que você sabe da religião citada no texto? revestidos de couro de veado-campeiro.

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[...] os preparativos do festejo mais popular do Amapá: o Marabaixo, tradição dos negros com origem
celebrada a partir do domingo de Páscoa. Além das missas e novenas em louvor ao Divino Espirito Santo e à
Santíssima Trindade, a festa tem muita dança e cantoria. Época de bailar e de ouvir os ladrões, rimas impro-
RETOMANDO
visadas pelos cantores que ecoam pelas ruas enfeitadas com galhos de murta.
Não há quem não entre na roda. Todos se entregam ao ritmo contagiante do Marabaixo, embalados pela 1. Memória de aula: entendendo o conto popular afro-brasileiro.
gengibirra, cachaça e açúcar. As moças, vestindo blusa de renda e saia estampada, são um espetáculo à par-
te, inspiradoras de versos apaixonados:
“[...] Eu não sei ler nem escrever, Conto 1 Conto 2
Nem também tocar viola.
Só desejo aprender, Transmitir valores, crenças e Transmitir valores, crenças e
Função tradições culturais para outras tradições culturais para outras
Ó menina, na vossa escola!”
gerações. gerações.
Mas o que a garotada gostava mesmo era das histórias contadas pelo Velho Julião, o mais antigo morador
da comunidade, defensor dos costumes e das tradições de sua gente, sabedor dos segredos da manipulação A autora do texto é negra e se O autor do texto é pardo e escreveu
Autor
das ervas e raízes da floresta. O contador já esperava as crianças, como sempre, sentado em uma das redes identifica assim – Heloisa Pires. muitos contos regionais.
espalhadas pela ampla varanda de sua casa de madeira [...].
Lembranças do autor que remetem à
Fatos da cultura afro-brasileira/
BARBOSA, Rogério Andrade. Rio acima mar abaixo. Ilustrações de Nelson Cruz. São Paulo: Melhoramentos, 2005. Tema identidade e à cultura do Marabaixo
A História do candomblé.
no Amapá.
Responda às questões e compartilhe com os colegas.
Expressões próprias da cultura Expressões próprias da cultura
Linguagem
afro-brasileira. amapaense.
a. Que momentos significativos o conto “Rio acima Mar abaixo” consegue descrever?
Revela uma dimensão religiosa ou Revela uma dimensão ideológica do
Lugar de ideológica do negro como sujeito em negro como sujeito, buscando manter
enunciação uma atitude compromissada com sua ativas sua identidade e suas crenças
cultura, religião e equidade. na cultura amapaense.

b. Que características em comum podem ser destacadas nos dois contos lidos?
A partir das características dos contos lidos, é possível identificarmos elementos relati-
vamente comuns a qualquer conto.

2. Assinale F ou V. Podemos perceber que a narrativa dos contos:


c. O que mais você sabe sobre os contos? Quem os escreve? Em que ambiente eles ( ) é curta e linear, ou seja, não vai e volta na história.
ocorrem? Como costuma ser o enredo? Escreva um pequeno texto registrando o ( ) envolve muitos personagens ou muitos núcleos de narração.
que você já sabe sobre esse tipo de texto. ( ) é concentrada em uma única ação.
( ) tem longa duração temporal, ou seja, fala de uma ação que pode ter levado
anos para se desdobrar.
( ) é situada em um só espaço ou lugar.
( ) apresenta, além do narrador, os quatro elementos básicos das narrativas: per-
sonagens, fatos, espaço e tempo.

3. De acordo com as respostas do exercício anterior, podemos supor que os contos


Rogério Andrade Barbosa
Um dos escritores de literatura infantil mais atuantes do país, viaja pelo Brasil com o projeto têm uma narrativa
“Proler” da Fundação Biblioteca Nacional. Além disso, sua presença é frequente em even-
tos nacionais e internacionais sobre literatura infantil, tais como: Feira do Livro (Frankfurt –
Alemanha e Guadalajara – México), II encontro Iberoamericano de Literatura para Criança
e Jovens (Havana, Cuba), 27° Congresso do IBBY (Cartagena, Colômbia), Feira do Livro de
Bolonha (Itália), 28° Congresso do IBBY (Basel, Suíça), 29° Congresso do IBBY (Cape Town,
África do Sul).

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Habilidades do RCA
Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente
EF15LP01 (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que
foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.
Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da
forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de
EF15LP02 produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
Analisar os textos regionais: como lendas, contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias retratando a
EF15LP-AP03
vida, o convívio e o cotidiano as comunidades indígenas e quilombolas do Amapá.

Práticas de linguagem público-alvo e um lugar de enunciação (DUARTE,


Leitura/escuta (compartilhada e autônoma). 2010). O conceito de habitus e a definição de espa-
ço social (BOURDIEU, 2005) trazem para a análise
Sobre o capítulo a noção de estruturas sociais, de pensamentos e de
• Contextualizando: ler conto popular afro- modos de agir produtores de sentido incorporados
-brasileiro e refletir sobre palavras de origem ao discurso cujo elo com a identidade quilombola
Iorubá. e seu modo de vida será feito por meio dos contos
• Praticando: ler trecho de conto popular ama- afro-brasileiros e quilombolas amapaenses.
paense e refletir sobre sua autoria. Neste capítulo, o foco será a performance oral
• Retomando: registrar descobertas sobre o dos alunos. Por isso, utilizamos as leituras dinâmi-
gênero conto popular afro-brasileiro e quilombola cas e fotográficas como uma das possibilidades
amapaense.
de realização dessa performance.
Objetivos de aprendizagem
Contexto prévio
• Conhecer o gênero conto popular afro-brasileiro
Os alunos devem apresentar conhecimento
e amapaense.
prévio do gênero conto para, no decorrer das
• Identificar sua função social, o campo de
circulação, quem produz e para quem produz. aulas, aprimorar as descobertas sobre o gênero
• Argumentar sobre a cultura africana e as relações conto popular afro-brasileiro e quilombola ama-
étnico-raciais no Amapá inseridas nos contos. paense. Neste primeiro capítulo, os alunos de-
• Estabelecer as diferenças entre passado e verão refletir sobre sua identidade, o lugar onde
presente com as trajetórias pessoais, culturais vivem e a função social dos contos utilizando a
e o meio em que os alunos vivem. oralidade por meio do debate. Ao final da aula,
após a apresentação da situação comunicativa,
Informações sobre o gênero será solicitado a eles que redijam uma produção
Os contos populares são textos narrativos carre- inicial de um texto simplificado. Essa produção es-
gados do imaginário popular. Por meio deles, cada crita servirá como uma avaliação diagnóstica, ou
comunidade transmite valores, crenças e saberes. seja, um guia para que sejam pontuados os sabe-
O conto, como experiência literária, mantém uma res que os alunos já dominam acerca do gênero
certa fidelidade aos contos populares, mas é aber- textual em questão, podendo ser revisitada ao
to às inovações dos autores. Constituem-se como final dos capítulos para consulta e para efetivar
histórias curtas, tendo como característica a con- a aprendizagem sobre esse gênero.
cisão (MARIA, 2004). Já os contos afro-brasileiros
e quilombolas amapaenses, além dessas caracte- Dificuldades antecipadas
rísticas próprias da literatura afro-brasileira, não Não é necessário que os alunos mais tímidos
podem prescindir da afro-descendência por meio participem da interação oral na “chuva de ideias”
de uma voz autoral, um tema, uma linguagem, um nem nas interações ao longo da aula.

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CONTEXTUALIZANDO relembrando contos já ouvidos e lidos por eles.
Também espera-se que identifiquem os contos
Expectativas de resposta como narrativas curtas e com poucos personagens,
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos le- que geralmente começam com a apresentação
vantem hipóteses a partir do contexto das suas do espaço e dos personagens e terminam com
vivências pessoais. Ao tentarem dizer o significado a resolução de algum percalço encontrado pelo
das palavras destacadas na primeiro pergunta, personagem principal.
espera-se que, caso não saibam, consigam extrair 2. a. O conto descreve a preparação e o início da
do texto que ioruba é o nome de um povo africano festejo do Marabaixo.
e as demais palavras são nomes de orixás, ou seja, b. Ambos contos descrevem tradições de povos
brasileiros: um festejo e uma celebração de
de divindades religiosas dos iorubas. Espera-se
uma gira de candomblé. Ambas situações são
que reconheçam o gênero textual conto, mas não
marcadas por um encontro de muitas pessoas,
precisamente associando-o a um conto popular
música e religiosidade.
afro-brasileiro ou quilombola amapaense nesse
c. Espera-se que os alunos escrevam um texto
primeiro momento, pois essa será uma construção relatando que o conto é uma narrativa curta
progressiva. contada por um narrador (que pode participar
da história ou não) e que pode se ambientar em
Orientações qualquer lugar. O enredo desse gênero textual
Inicie com tom de novidade, convidando os alunos pode tratar de vários assuntos, mas costuma
a descobrir o significado de novas palavras que estão estar ligado a situações cotidianas.
no trecho do conto apresentado. Motive-os para uma
chuva de ideias, formulando hipóteses sobre as pala- Orientações
vras destacadas. Convide os alunos a pensar sobre o gênero textual
Explique que eles devem levantar hipóteses sobre conto. A interação pode ser dirigida da seguinte ma-
o significado das palavras com base no contexto apre- neira: Esse trecho que acabamos de ler é um conto.
sentado no trecho do conto. Anote no quadro a “chu- É parecido com algum conto que vocês já leram? O
va de ideias” com todas as possibilidades de sentidos que vocês sabem sobre contos? Vamos registrar nesta
que os alunos atribuíram às palavras. tabela. O conto registra um momento significativo na
Leia as possibilidades que eles apresentaram vida do personagem. Tudo no conto é condensado:
e que você escreveu no quadro. Em seguida, expli- daí sua pequena extensão. O conto popular é carac-
que que essas palavras são de origem africana e terizado por sua antiguidade, pelo anonimato e por
fazem parte da cultura afro-brasileira e amapaense. ter uma divulgação inicialmente oral — ganhando,
Explique, ainda, que elas também fazem parte de um posteriormente, versões escritas.
conto escrito por Heloisa Pires, que conta a história Anote as informações colhidas na interação com
do candomblé, e outro, escrito por Rogério Andrade, os alunos.
que fala do Marabaixo e da festa da Divina Trindade
(católica), mostrando o multiculturalismo nas religiões Orientações
de matriz africana, brasileira e local. Apresente o trecho do conto. Pergunte quem já
Chame a atenção dos alunos para a sonoridade ouviu um conto popular e, enquanto suscita neles o
das palavras, apresente o significado delas e peça a conhecimento prévio acerca de “contos populares”,
eles que percebam o que acertaram para que reorga- destaque a função social desse gênero, falando, ago-
nizem o sentido do texto a partir de outra leitura ­— já ra, sobre como as tradições, os valores e as crenças
com as respostas dadas por você. eram passados de geração para geração. É importan-
te ressaltar que os contos populares têm influências
diversas (africana, indígena, europeia) e que essas
PRATICANDO influências também constituem elementos do nosso
país. O conto popular, então, traz essa função de man-
Expectativas de resposta ter viva a tradição de um povo por meio dos julgamen-
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos re- tos, das escolhas e dos valores embutidos em cada
flitam sobre o conceito do gênero textual conto, história (ABÍLIO; MATTOS, 2006).

32 5 o ANO

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Em seguida, apresente o autor Rogério Andrade Encerre com a seguinte síntese: a linguagem dos
Barbosa. Ele é um dos escritores de literatura infantil contos afro-brasileiros e quilombolas amapaenses
mais atuantes no país e apresenta muitas obras sobre traz palavras de origem africana, ritos e histórias da
a cultura afro-brasileira e amapaense. Para que os cultura afro no Brasil. Esses contos fazem parte do
alunos compreendam como se organiza o conto afro- imaginário popular e são transmitidos oralmente ou
-brasileiro e quilombola amapaense, o trecho escolhido por escrito, de geração em geração, com a função so-
fala de cultura e religião — a saber, Marabaixo, batu- cial de transmitir valores e crenças e apresentar ques-
que e Divina Trindade (religião católica) no Amapá. tões interessantes da condição humana que abrem
espaço para interpretações a partir das vivências de
cada um.
RETOMANDO
Desde as origens, o conto é definido formalmente
Expectativas de resposta pela brevidade: uma narrativa curta e linear, envol-
1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos re- vendo poucas personagens e concentrada em uma
gistrem o trecho de um conto ou narrativa com única ação de curta duração temporal e situada em
que já tenha tido contato por meio da leitura ou um só espaço. Mesmo que tenham sido muitas as
oralidade. discordâncias entre escritores e teóricos acerca da
2. V, F, V, F, V, V forma “conto”, um dado persiste como indiscutível ao
3. ... curta e linear, envolvendo poucas personagens; analisarmos em conjunto aqueles contos consagrados
concentrada em uma única ação, de curta duração pelos tempos: a brevidade ou densidade dramática
temporal e situada em um só espaço; apresenta, aliada à sedução de linguagem.
além do narrador, os quatro elementos básicos das Enquanto o romance ou a novela se constroem
narrativas — personagens, fatos, espaço e tempo. com várias células dramáticas, pois procuram ex-
pressar a vida humana com certa complexidade que
Orientações lhe é comum, o conto expressa apenas uma “fatia”,
Retome, nesse tempo final, as questões mais im- um “momento” dessa vida, um fragmento expressi-
portantes sobre o gênero. Faça a leitura da lista que vo de todo. Ainda assim, trata-se de uma ação, um
você anotou no quadro com os conhecimentos prévios
enredo, e não deve ser confundido com relatos de
dos alunos e, em seguida, apresente a tabela com
memória. Essa confusão pode ser comum, sobretudo
as características dos dois trechos do conto popular
afro-brasileiro ou quilombola amapaense. quando falamos de contos em 1a pessoa. Por isso,
Oriente os alunos a escrever, no espaço destinado, para seu repertório pessoal sobre contos, sugerimos
um trecho de uma narrativa/conto popular que eles a leitura de “O peru de Natal”, de Mário de Andrade.
conheçam (pode até ser um “causo”). Isso é o que Note que, aqui, não falamos de contos afro-brasi-
chamamos de produção inicial. leiros especificamente, mas de contos de maneira
Esse registro será importante para futuras consul- geral. Nossa proposta é ajudá-la a diferenciar contos
tas e para efetivar a aprendizagem das informações de novelas, romances, crônicas, relatos de memória,
sobre o conto popular. entre outros.

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2. O que sabemos sobre contos afro-brasileiros?
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2. O que sabemos sobre contos afro-brasileiros? PRATICANDO


1. Vamos conhecer novas palavras? Leia o trecho do conto “Osani”. 1. O que já sabemos sobre contos?

Os pigmeus que habitam a floresta de Ituri, na República Democrática do Congo, sobrevivem, há séculos, a. Quais são os contos que você se lembra de ter ouvido com essa temática?
em perfeita sintonia com a exuberante natureza que os cerca.
A imagem de um jogo praticado por suas crianças tornou-se difundida no mundo inteiro, causando ad-
miração, tal beleza da brincadeira denominada Osani, plena de significados e conhecimentos milenares.
Em sua sociedade, a criançada tem um lugar reservado só para ela, afastado do acampamento familiar. b. Como os contos geralmente começam? O conto “Osani” é igual aos contos que
É nesse espaço exclusivo, o “Bopi”, que os pequeninos filhos da floresta, como eles mesmos se denominam, você já leu ou ouviu?
reúnem-se para brincar.
Para realizar o Osani, as crianças agrupam-se, sentadas, bem juntas umas das outras, com as pernas
espichadas para o centro da roda. Os pés, alinhados simetricamente, formam uma muralha protetora. Em
seguida, cada criança tem de dizer o nome de uma coisa que seja redonda: c. Vamos relembrar algumas características: são longos ou curtos? Têm muitos ou
– Olho! Diz um garoto. poucos personagens? De que trata o enredo? Qual é o principal con�ito?
– Lua! Fala outro.
– Sol! Lembra uma menina.
Quem não consegue dar uma resposta correta é excluído automaticamente do jogo. A criança que fica
por último é a campeã. d. Qual é o fato principal da história (clímax) e como ela termina?
ANDRADE, Rogério Barbosa. Kakopi, Kakopi!Brincando e jogando com as crianças de vinte países africanos.
Ilustrações de Marília Pírilo. São Paulo: Melhoramentos, 2019.

2. Agora, vamos ler um trecho de um conto quilombola amapaense.


⊲ O que significam os termos a seguir?

PIGMEUS ITURI OSANI BOPI


As ave�turas de do�a Florzi��a
⊲ Qual é a origem das palavras destacadas? Você já tinha ouvido essas palavras? Era uma vez, um pequeno vilarejo cercado por uma natureza admirável, cheio de árvores,
⊲ O trecho lido pertence a que gênero textual? Você conhece outros textos desse pássaros e muitos outros animais. Com um cheiro maravilhoso de campo.
mesmo gênero? Você conhece esse jogo africano retratado no conto? Neste vilarejo, existia uma casa onde morava uma Senhora com mais ou menos 70 anos,
chamava Dona Florzinha.
“Kakopi, Kakopi”, a brincadeira que intitula o livro, vem de Dona Florzinha tinha cabelos brancos, gostava de vestir vestidos e de colocar um lenço na
cabeça. Era ranzinza e às vezes brava, mas era uma boa Senhora.
Uganda, e esse termo pode ser traduzido como “as pernas
Dona Florzinha criava muitas galinhas. Certo dia bem à tardinha, como era de costume, cha-
da galinha” e a “identidade do brincar”. mou seus bichos para comer e dormir. Foi quando levou um tremendo susto. Surgiu do meio da
Nesse livro, o autor compartilha o fruto de uma pesquisa so- mata um macaquinho que correu atrás dos seus bichinhos.
bre brincadeiras das crianças de diversos países da África e Ela saiu correndo e gritando pelos netinhos, com os olhos esbugalhados e falando:
reforça a universalidade do brincar na formação de identida- — Este macaquinho quer comer minhas galinhas!
de do sujeito. “Criança é criança em qualquer lugar. Não exis- Vieram seus netinhos, cada um com um pedaço de pau na mão. O pequeno macaquinho fu-
te uma que não goste de se divertir por horas a fio por todos giu para a mata como um relâmpago. Mas ficava observando do alto de uma árvore as galinhas
com seus pintinhos.
os recantos do nosso planeta. E no vasto continente africano
Dona Florzinha ficou feliz com seus netinhos e suas galinhas pois o macaquinho foi embora
não poderia ser diferente”, afirma ele. para sempre e nunca mais voltaria.
As brincadeiras coletadas com estudantes de várias partes do continente africano por Korir
e Chentai, duas crianças de uma escola queniana, foram tantas que elas tiveram dificuldade *Este conto foi escrito por Dona Esmeraldina para sua mãe, Dona Florzinha, que, para o quilombo do Curiaú e o
estado do Amapá, era conhecida com tia Chiquinha, nossa eterna marabaxeira.
em selecionar as mais divertidas para o trabalho que o professor havia dado para os alunos
de sua turma no ano passado. Foi só agora, no primeiro semestre do novo ano letivo, que SANTOS, Esmeraldina dos. As aventuras de Dona Florzinha. Macapá: JM, 2011.

elas puderam pôr um ponto final em sua pesquisa.

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Responda às questões e compartilhe com os colegas.


RETOMANDO
a. Que momentos significativos o conto “As aventuras de dona Florzinha” consegue
descrever? Que referência cultural do Amapá podemos perceber nessa história?
1. Este é o momento de elaborar seu texto. Forme duplas para iniciar o processo de
construção do seu texto, partindo do significado e do contexto dos contos que fo-
ram abordados neste capítulo.

b. Que características em comum podem ser destacadas nos dois contos lidos? Como Conto 1 Conto 2
são os lugares dos dois contos? Descreva-os explicitando uma característica mar- Transmitir valores, crenças e Transmitir valores, crenças e
Função
cante de cada lugar. tradições culturais tradições culturais regionais
social para outras gerações. para outras gerações.
Brincadeiras coletadas com Relato de uma personalidade da
estudantes de várias partes do cultura quilombola sobre as vivências
Mensagem continente africano por Korir e em família, a cultura da plantação e
Chental, duas crianças de uma da criação de animais e a identidade
c. O que mais você sabe sobre esse tipo de texto? Qual é a mensagem que devemos escola queniana. regional no texto.
observar em um conto africano e um amapaense? Em que ambiente eles ocorrem? Lembranças do autor que remetem
Fatos da cultura africana, identidade,
Como costuma ser o enredo? Escreva um pequeno texto contando o que você já à identidade, à cultura familiar e ao
Tema diversidade e ludicidade por meio de
sabe sobre esse tipo de texto e considerando a vivência familiar em um quilombo, cotidiano de quilombo do Curiaú do
jogos dos países africanos.
qual sua mãe fazia parte.
brincadeiras e jogos de origem africana e amapaense.
Expressões próprias da cultura Expressões próprias da cultura
Linguagem
africana. amapaense.

Revela uma dimensão cultural e


Revela uma dimensão ideológica do
identitária ou ideológica do negro
Lugar de negro como sujeito, buscando manter
como sujeito em uma atitude
enunciação ativas sua identidade e suas crenças
compromissada com suas tradições
na cultura amapaense.
e territorialidade.

⊲ Crie um conto amapaense que tenha como tema uma brincadeira popular. Insira
personagens, ações, lugar, clímax e desfecho.

Agora, compartilhe como foi sua experiência ao criar um conto.

d. Elabore, no caderno, um pequeno texto descrevendo uma brincadeira de origem


africana que se brinca em quilombos ou municípios amapaenses.

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Habilidades do RCA
Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos
EF35LP25 e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de
personagens.
Identificar palavras e expressões que, partindo do texto, seu significado será determinado ou determinante
EF05LP-AP01
pelo contexto.

Prática de linguagem Africanidades dizem respeito, portanto, à in-


Produção de textos (escrita compartilhada e fluência africana nas manifestações culturais no
autônoma). Brasil, constituindo-se em valores, formas de vida,
de trabalho, eventos, dados e demais processos
Sobre o capítulo empreendidos pelos descendentes de africanos e
• Contextualizando: ler e reconhecer o gênero incorporados pela sociedade brasileira em seus
textual conto africano e quilombola amapaense. diferentes grupos étnico-raciais (RAMOS, 2014, p. 03).
• Praticando: ler trecho de conto africano e
quilombola amapaense e refletir sobre identidade, Contexto prévio
tradições e local de pertencimento. Os alunos devem apresentar conhecimento pré-
• Retomando: registrar descobertas sobre o gênero vio do gênero textual conto africano e quilombola
textual conto africano e quilombola amapaense. amapaense para, no decorrer das aulas, aprimorar
as descobertas sobre o gênero textual, assim como
Objetivos de aprendizagem a percepção das características da cultura negra e
• Reconhecer o gênero textual conto africano e o esclarecimento a respeito de equívocos quanto a
quilombola amapaense. uma identidade humana universal que foi herdada
• Produzir um conto regional identificando sua pelos quilombos no Amapá. Neste capítulo, os alu-
função social e os elementos da narrativa, nos deverão refletir sobre sua identidade, o lugar
ampliando o acesso a informações sobre a onde vivem e a função social dos contos por meio
diversidade do Amapá e suas heranças africanas dos conhecimentos e reflexões realizadas nesta
para o fortalecimento da identidade e tradições unidade e na unidade anterior. Ao final desta aula,
culturais. após a apresentação da situação comunicativa, será
solicitado a eles que redijam uma produção inicial
• Argumentar sobre a cultura africana e as relações
de um pequeno conto como forma de valorização
étnico-raciais no Amapá inseridas nos contos,
dos conhecimentos adquiridos na oralidade e das
estabelecendo as diferenças entre passado e
tradições e heranças africanas presentes no Brasil
presente com as trajetórias pessoais e culturais
— e, especificamente, no Amapá. Essa produção
e o meio em que os alunos vivem.
escrita servirá de análise diagnóstica, ou seja, de
guia para que sejam pontuados os saberes que os
Informações sobre o gênero alunos já dominam acerca do gênero textual em
Os contos populares são textos narrativos car- questão, além de fazer com que reflitam sobre a
regados do imaginário popular. Em relação aos proximidade entre oralidade e escrita. Essa pro-
contos africanos, é importante ressaltar que “[...] dução poderá ser revisitada ao final dos capítulos
torna-se importante entendermos a urgência de para consulta e para efetivar a aprendizagem sobre
resgatar estes conteúdos [ensino de conteúdos esse gênero.
sobre a matriz negra africana] para pleno enten-
dimento da história da sociedade brasileira e da Dificuldades antecipadas
contribuição do povo negro na construção social, Não é necessário que os alunos mais tímidos
econômica e cultural do nosso país” (CASAROTO, participem da interação oral na “chuva de ideias”
Santos, 2008, p. 1435). nem das interações ao longo da aula.

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CONTEXTUALIZANDO foi escrito por Esmeraldina dos Santos (negra
e quilombola) para sua mãe, Dona Florzinha,
Expectativas de resposta que, no quilombo do Curiaú e no estado do
1. Respostas pessoais. As palavras destacadas nes- Amapá, era conhecida como tia Chiquinha,
sa atividade, assim como as do capítulo 1, têm a eterna marabaxeira que conta do seu dia
origem africana. Aqui, também se espera que os a dia, da cultura do turbante na cabeça, da
alunos levantem hipóteses a partir do contexto das roça, dos animais domésticos, da família e do
suas vivências pessoais, reconhecendo o gênero quilombo do Curiaú.
conto, mas não precisamente associando a um b. Espera-se que os alunos compreendam que
conto africano e quilombola amapaense nesse os dois contos retratam o cotidiano e a identi-
primeiro momento, pois essa será uma construção dade tanto do conto africano como do quilom-
gradativa. bola, com foco na identidade e nas tradições.
c. É possível que os alunos digam que os con-
Orientações tos sempre tratam de enredos que envolvem
Inicie com tom de novidade, convidando os alu- fatos da vida cotidiana do personagem e que
nos a continuar descobrindo o significado de novas os ambientes costumam ser expostos a partir
palavras africanas que estão no trecho do conto das vivências retratadas na história. O enredo
apresentado. Motive-os para uma “chuva de ideias”, costuma ser em primeira pessoa ou contado
formulando hipóteses sobre as palavras destacadas por um narrador.
e incentivando a valorização dos vocabulários que os d. Resposta pessoal.
quilombos utilizam hoje em dia.
Explique que eles devem levantar hipóteses sobre Orientações
o significado das palavras com base no contexto apre- Convide os alunos a pensar sobre o gênero conto.
sentado no trecho do conto. Anote no quadro a “chu- A interação pode ser dirigida da seguinte maneira:
va de ideias” com todas as possibilidades de sentidos Esse trecho que acabamos de ler é um conto africano.
que os alunos atribuíram às palavras. É parecido com outros contos que vocês já leram? O
Leia as possibilidades que eles apresentaram e que vocês sabem sobre contos africanos e quilombo-
que você escreveu no quadro. Em seguida, explique las amapaenses? Vamos produzir um conto nosso, fa-
que essas palavras são de origem africana, fazem lando da nossa região? O conto registra um momento
parte da cultura afro-brasileira e são heranças valio- significativo na vida do personagem. Tudo no conto
sas para a linguagem local nos quilombos. Explique, é condensado: daí sua pequena extensão. O conto
ainda, que elas também fazem parte de um conto es- africano é caracterizado por sua antiguidade, pelo
crito pelo autor Rogério Barbosa Andrade, que escre- anonimato e por ter uma divulgação inicialmente oral,
veu vários contos retratando a cultura e a diversidade que, por muito tempo, foi a forma de preservação da
do Brasil e de diversos países da África. essência dos povos africanos. Relatar fatos passados
Chame a atenção dos alunos para a sonoridade aos familiares por meio de conversas informais pode
das palavras, apresente o significado delas e peça a ser considerado uma forma de manifestação e pre-
eles que percebam o que acertaram e reorganizem as servação cultural. O Amapá traz essa manifestação
ideias e o sentido do texto a partir de outra leitura, já como herança africana em seus contos quilombolas,
com as respostas dadas por você. que ganharam posteriormente versões escritas.
Anote as informações colhidas na interação com
os alunos.
PRATICANDO Apresente o trecho do conto. Pergunte quem já ou-
viu um conto africano ou quilombola amapaense e,
Expectativas de resposta enquanto busca neles o conhecimento prévio acerca
1. Espera-se que os alunos reflitam sobre o con- desses contos, destaque a função social desse gêne-
ceito do gênero conto, relembrando contos já ro, falando, agora, sobre como as tradições, os valo-
ouvidos e lidos por eles. res e as crenças passados de geração para geração.
2. a. Espera-se que eles compreendam que o conto É importante ressaltar que os contos populares têm

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influências diversas (africana, indígena, europeia) e Orientações
que essas influências também constituem elementos Retome, nesse tempo final, as questões mais im-
do nosso país. Os profissionais envolvidos com o tra- portantes sobre o gênero. Faça a leitura da lista que
balho pedagógico podem continuar o apagamento do você anotou no quadro com os conhecimentos prévios
estudo dessas influências, fortalecendo, assim, con- dos alunos e, em seguida, apresente a tabela com as
cepções discriminatórias e racistas, ou podem abra- características dos dois trechos do conto africano e
çar a oportunidade de dar início a um movimento de quilombola.
e pela ressignificação, em que os espaços, tempos Oriente os alunos a escrever, no espaço destinado,
e linguagens historicamente privilegiados na escola um pequeno conto de uma narrativa regional de um
se veem questionados e indagados, possibilitando a jogo que eles conheçam. Isso é o que chamamos de
criação de novos currículos, mais atentos e sensíveis produção inicial e será uma avaliação diagnóstica,
às diversidades presentes nas salas de aula (RAMOS, que deverá servir de guia ao professor para que se-
2014, p. 05). jam pontuados os saberes que os alunos já dominam
Em seguida, apresente o autor Rogério Andrade acerca do gênero em questão.
Barbosa, um dos escritores de literatura infantil mais Esse registro será importante para futuras consul-
atuantes no país, autor de muitas obras sobre a cul- tas e para efetivar a aprendizagem das informações
tura afro-brasileira e amapaense, para que os alunos sobre o conto popular.
compreendam como se organiza o conto africano e Encerre com a seguinte síntese: a linguagem dos
tenham a oportunidade de conhecer um dos países contos quilombolas amapaenses traz palavras de
da África com toda sua cultura por meio de um jogo origem africana, ritos e histórias da cultura afro no
bem criativo. Brasil. Esses contos fazem parte do imaginário popu-
lar e são transmitidos oralmente ou por escrito, de ge-
ração em geração, com a função social de transmitir
RETOMANDO valores e crenças e apresentar questões interessantes
da condição humana que abrem espaço para interpre-
Expectativas de resposta tações a partir das vivências e da compreensão de
1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos regis- que a sociedade é formada por pessoas que perten-
trem o trecho de um conto ou narrativa com o qual cem a grupos étnico-raciais distintos, que têm cultura
já tenham tido contato, que pode ser quilombola e história próprias, igualmente valiosas — e que, em
ou regional, por meio da escrita. conjunto, constroem, na nação brasileira, sua história.

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3. Conhecendo contos afro-brasileiros
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3. Conhecendo contos afro-brasileiros

1. Você já leu um trecho do conto “Histórias do Candomblé”, que narra a história de


uma menina chamada Preta, que questiona o preconceito e conta o dia em que
conheceu um Ilê, uma casa de Candomblé (uma religião de matriz Africana), o ba-
tuque e suas divindades.

Pensando em como se estrutura um conto, reflita sobre as seguintes questões.

⊲ Quais aspectos nos ajudam a encontrar a situação inicial do texto?


⊲ Como é o desenvolvimento da história?
⊲ Como é o desfecho do conto e qual foi sua mensagem?

Rogério Reis/Pulsar

Atabaque, instrumento de percussão usado nos rituais


do Candomblé.

PRATICANDO
1. A história da apresentação de Preta e do conto “Histórias do Candomblé” está
no anexo 1 do seu livro, mas fora da sua ordem original. Vamos organizar essa
história?

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LIMA, Heloisa Pires. Histórias do candomblé. In: LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta.
Ilustrações de Laurabeatriz. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005. p. 54-59.

RETOMANDO

1. Memória da aula: o que aprendemos hoje em relação a uma das religiões de ma-
triz africana e ao preconceito?

Leia as afirmativas a seguir e indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F).

a. ( ) O texto tem uma sequência que nos ajuda a compreender e acompanhar a


história e a temática afro-brasileiras.
b. ( ) Algumas palavras do texto são pistas que nos ajudam a entender essa
sequência.
c. ( ) As palavras não precisam ter um referente para fazer sentido no texto.
d. ( ) Nem tudo é contado na história. Algumas expressões ou palavras nos aju-
dam a perceber o que não está escrito.
e. ( ) Essas informações que estão implícitas são fundamentais para o sentido
global do texto.
f. ( ) Mesmo sem sequência lógica, o texto pode ser compreendido.

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Habilidades do RCA
Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da
forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de
EF15LP02 produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
Analisar os textos regionais: como lendas, contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias retratando a
EF15LP-AP03
vida, o convívio e o cotidiano a comunidades indígenas e quilombolas do Amapá.
Ler, compreender e interpretar textos dos mais variados gêneros textuais considerando seus suportes,
EF35LP-AP02
estrutura, características e principalmente sua função social (funcionalidade).
EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
Reconhecer que existem formas gráficas que são utilizadas para distinguir as entonações e expressividades
EF35LP-AP03
necessárias na construção dos sentidos na língua escrita.
EF35LP04 Inferir informações implícitas nos textos lidos.
Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou
EF35LP05
do texto.
Recuperar relações entre partes de um texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por
EF35LP06 sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos) que
contribuem para a continuidade do texto.

Prática de linguagem • Perceber a diferença de ponto de vista da narra-


Leitura/escuta (compartilhada e autônoma). ção em 1a e em 3a pessoa.

Sobre o capítulo Materiais


• Contextualizando: identificar a estrutura de um • Cola; tesoura com pontas arredondadas; cartolina.
conto e suas características afro-brasileiras e
amapaenses. Contexto prévio
• Praticando: organizar a estrutura de um conto Neste capítulo, os alunos lerão na íntegra o conto
afro-brasileiro e amapaense, mobilizando a “Histórias do candomblé”. Como foi apresentado um
compreensão em leitura e a inferência de in- trecho desse conto no capítulo anterior, as palavras
e expressões da cultura africana e religiosa vão
formações implícitas.
aparecer novamente, o que pode causar curiosi-
• Retomando: sintetizar as conclusões sobre o
dade. Tenha em mente a abordagem prévia, que
conto e suas características afro-brasileiras e
poderá ser realizada para sanar estranheza ao ler o
amapaenses. conto por completo. Peça aos alunos que leiam, no
anexo 1, a apresentação de Preta e os informe de
Objetivos de aprendizagem que “Histórias do Candomblé” é o quinto capítulo
• Reconhecer o sentido global do conto a partir do livro Histórias da Preta.
das informações explícitas e implícitas no texto
e da recuperação do sentido de palavras com Dificuldades antecipadas
base no contexto. Alguns alunos com menos autonomia na leitura
• Identificar e diferenciar os elementos da podem ter dificuldade em organizar as partes do
narrativa de um conto popular, um conto afro- texto e necessitar do apoio dos colegas com um
brasileiro e um conto amapaense. grau maior de autonomia.

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CONTEXTUALIZANDO O pátio estava lotado. As pessoas batiam palmas
ritmadas, acompanhando o som dos três atabaques
Expectativas de resposta que vinha lá do fundo do quintal. Meu corpo queria
1. • Espera-se que os alunos compreendam quem começar um movimento dançante que acompanhasse
era Preta, onde ela morava, qual era a sua aquela música. Tinha uma letra que eu não entendia
religião (nesse caso, o Candomblé) e como ela muito, mas que foi crescendo na voz de um grupo
é descrita no início do texto. de mulheres que foram para o centro do lugar, for-
• Eles devem ser capazes de dizer o que acontece mando uma roda. Elas dançavam e cantavam e
com a personagem, quem ela conhece, o que vestiam roupas rendadas impecavelmente brancas.
ela faz nesse novo cenário, qual é o problema Havia também alguns homens, mas nenhum deles se
que surge e o que é preciso para resolvê-lo.
comparava ao que entrou sozinho. Alto magro, ágil,
• A expectativa é de que possam explicar como com gestos rápidos seguia os passos da cantoria e
a personagem resolve o problema apresen- foi chegando perto. As pessoas beijavam sua mão,
tado, qual é o resultado de sua ação, como que no gesto seguinte parecia abençoar a todos. Foi
a história finaliza e o que aprenderam com se aproximando e meus olhos entraram nos dele, e
essa temática. uma emoção brotou, jorrando de um amor profundo.
Era a festa do caboclo.
Orientações Esse dia era também meu aniversário, e foi assim,
Retome as informações básicas do trecho de como um presente dos céus que conheci o candomblé.
“Histórias do Candomblé”, lido no capítulo 1. Essa é Os africanos, quando vieram para o Brasil, trouxe-
a primeira vez que os alunos têm contato com a história ram sua religiosidade. E a festa de caboclo é uma
completa. Converse com eles sobre como imaginam a festa religiosa. Conta-se nos candomblés que ela foi
personagem da história. Reforce a questão da identi- criada para reverenciar os habitantes da terra, que
dade negra e aproveite para relembrar brevemente eram os índios. O caboclo que comanda essa festa
algumas características dos gêneros textuais conto representa um índio e se apresenta vestido de índio.
popular, conto afro-brasileiro e conto amapaense — A festa foi como uma flecha que me atirou para
essa estratégia considera o conhecimento previamente dentro de um mundo desconhecido. Até eu crescer,
adquirido como parte do processo de ensino-aprendi- eu havia estudado em escolas de freiras católicas,
zagem. Faça as perguntas sobre o texto e a estrutura e, geralmente, quando se é criado numa religião,
do conto afro-brasileiro e amapaense, preparando o aprende-se a evitar as outras.
ambiente de aprendizagem para ampliar a estrutura Das religiões de origem africana sempre me che-
cognitiva referente ao conto estudado. gavam informações muito preconceituosas. Sempre
punham medo na gente. Depois aprendi que os povos
negros assustavam todo mundo de propósito, pois
PRATICANDO esse era um dos jeitos de fazer com que tivessem
medo deles no tal de Novo Mundo. E assim eles se
Expectativas de resposta resguardavam, protegidos por esse medo que todo
1. Espera-se que os alunos apresentem a seguinte o mundo tinha deles.
sequência para o texto: Eu também tinha medo e nunca tinha chegado perto
de batuques. Só depois dessa primeira festa é que
Histórias do candomblé fui a muitas outras festas de candomblé. Mas quem
Conto afro-brasileiro cresceu dentro do candomblé conheceu muito antes
Era de tardinha para o anoitecer quando entrei a beleza desse modo de ver o mundo e a vida.
num corredor comprido naquela casa toda bran- Nem todas as pessoas negras são adeptas do can-
ca e com uma bandeirinha no telhado. Dentro do domblé: elas podem ser protestantes, católicas, islâ-
pátio, pelos cantos, algumas mesas carregadas de micas, budistas. Existem negros Judeus e de muitas
frutas coloridas, abacaxis, maçãs, peras vermelhas outras religiões, Já ouvi dizer que o candomblé é
e verdes, uvas de todas as cores, bananas, laranjas uma religião que nem o próprio africano conhece, ou
e moranguinhos... arrumadas em meio a algumas que só conheceram quando os brasileiros a levaram
flores bem frescas e folhagens exuberantes. A brisa para lá. É uma religião tecida no Brasil.
da tardinha misturava muitos perfumes.

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Os Iorubas chamam suas divindades de orixás. E os que está no Anexo 1. Explique que, para isso, eles devem
candomblés brasileiros também cultuam os orixás. observar a pontuação, as palavras que iniciam cada
Já os fons chamam os voduns suas divindades, e recorte e as informações explícitas e implícitas contidas
entre os inúmeros bantos (que tanto desconhece- em cada trecho para que elas sigam uma sequência
mos) há os que chamam suas entidades espirituais coerente da história. Demonstre que é necessário ter
de inquices. coesão textual e empregar um referente antes de utilizar
A reza para os orixás se faz cantando e dançando, a palavra “elas” para se referir a pessoas. Reforce a
vestindo suas cores, alimentando-se de comidas
importância do pronome e exemplifique com uma pas-
abençoadas por eles. Para os Iorubas, cada orixá é
sagem do texto (“Elas dançavam e cantavam e vestiam
um espirito do mundo. Exu é o espírito do movimento.
É ele quem faz com que tudo aconteça, pois sem roupas rendadas impecavelmente brancas”) ou dizen-
movimento nada existe, nada acontece. do que seria preciso saber o que acontecia com “as
Conta um mito que Olodumaré que é o Deus Ioruba, pessoas que batiam palmas ritmadas, acompanhando
quis criar a Terra e deu um punhado dela, num sa- o som dos três atabaques que vinha lá do fundo do
quinho, para Obatalá ir criá-la. Antes de ir, Obatalá, quintal”. Nesta atividade, é importante perceber que,
que é muito velho, esqueceu e foi andando, andando ao montar o texto, os alunos mobilizarão várias opera-
devagarinho, e sentiu sede. Então viu uma árvore, ções mentais que concorrem para a compreensão em
dessas que tem água dentro, e parou, abriu a planta leitura, como a inferência de informações implícitas.
e bebeu. Só que era uma bebida que dava um pouco Para juntar parágrafos fragmentados, eles precisarão
de tontura, e então ele deitou debaixo da árvore e verificar quais expressões ou palavras retomam outras
acabou dormindo. ou se há informações que dependem do conhecimento
Enquanto isso, Odudua que também queria criar a de outras; além disso, os alunos ativarão conhecimentos
terra, fez as oferendas a Exu e alcançou Obatalá,
prévios e memórias de leitura fotográfica, anteciparão
Vendo-o dormir, achou que ele iria se atrasar muito,
fatos e os verificarão em seguida, assim como produ-
pegou o saquinho e foi ele mesmo criar a Terra. E criou.
Oxum é uma divindade ligada à água. Água doce zirão inferências.
do rio. E são muitos tipos de Oxum. É como se cada Após o término da montagem dos parágrafos, ques-
uma delas (oxum é do gênero feminino) tivesse as tione os alunos sobre as dificuldades que encontraram
características de cada parte do rio. Tem o fundo para realizar esta atividade. Pergunte quais estratégias
calmo do rio, o agitado das ondas, o lugar onde o utilizaram para montar a história e o que observaram
rio tem cachoeira e cai. Tem nascente do rio. É, o em cada parágrafo para escolher a ordem em que os
rio tem mesmo muitos jeitos. organizaram. Conversar com os alunos sobre as es-
São muitos os orixás, e cada um com muitos tipos. E tratégias de resolução da tarefa é uma ótima maneira
eles são guardiões dos humanos, que foram feitos de consolidar as informações implícitas e explícitas do
da mesma matéria que eles. texto. Nesse momento, verifique as informações que
Enfim, todas as casas de candomblé, os ilês, têm um foram apreendidas por eles e ajude-os a perceber ou-
sacerdote ou sacerdotisa. Chamados de pai-de-santo tras. Permita que apontem e comentem as dificuldades
ou mãe-de-santo, são pessoas de grande influência
que enfrentaram ao organizar o texto.
sobre os que frequentam a casa, exatamente como
os sacerdotes das igrejas católicas, das sinagogas,
dos templos budistas, das mesquitas e dos demais
RETOMANDO
centros de religiosidade.
Tive o privilégio de conhecer um ilê muito bonito. E
acho que consegui aprender bastante. Expectativas de resposta
1. V; V; F; V; V; F.
LIMA, Heloisa Pires. Histórias do candomblé. In: LIMA, Heloisa
Pires. Histórias da Preta. Ilustrações de Laurabeatriz. 2. ed.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005. p. 54-59. Orientações
Sistematize com os alunos o que aprenderam neste
Orientações capítulo por meio da atividade de verdadeiro ou falso,
Apresente a proposta do capítulo: em duplas, os retomando em cada alternativa as características dos
alunos devem montar o texto “Histórias do Candomblé”, contos afro-brasileiros já estudados.

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4. Vamos conhecer melhor o conto “Histórias do candomblé”?
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4. Vamos conhecer melhor o conto “Histórias do PRATICANDO


candomblé”?
Leia um trecho do conto “Histórias do candomblé” e responda às questões a seguir.
1. Releia o texto que você organizou no capítulo anterior.
“O pátio estava lotado. As pessoas batiam palmas ritmadas, acompanhando o som dos três atabaques
que vinha lá do fundo do quintal. Meu corpo queria começar um movimento dançante que acompanhasse
Com ajuda de um colega, reflita a respeito do conto “Histórias do candomblé”. aquela música. Tinha uma letra que eu não entendia muito, mas que foi crescendo na voz de um grupo de
Em seguida, responda às questões abaixo. mulheres que foram para o centro do lugar, formando uma roda. Elas dançavam e cantavam e vestiam rou-
pas rendadas impecavelmente brancas.”
a. Quais características desse texto o caracterizam como um conto? Como você
identificou essa informação? 1. Onde as pessoas dançavam e cantavam?

2. Qual é o som que se ouvia nesse conto?

3. De onde vinha esse som?

b. A história é um conto popular? Que aspectos fizeram você perceber isso?


4. Conhecendo essas informações, o que significa o trecho “vestiam roupas renda-
das impecavelmente brancas”?

5. Vamos refletir sobre outro trecho do conto “Histórias do candomblé”?

“A festa foi como uma flecha que me atirou para dentro de um mundo desconhecido. Até eu cres-
c. Esse é um conto afro-brasileiro? Quais características demonstram isso?
cer, eu havia estudado em escolas de freiras católicas, e, geralmente, quando se é criado numa religião,
aprende-se a evitar as outras. Das religiões de origem africanas sempre me chegavam informações muito
preconceituosas.”

Como podemos explicar que a festa foi “como uma flecha que me atirou para dentro de
um mundo desconhecido”?

d. Esse conto é um conto amapaense? Que aspectos comprovam isso?


6. Justifique o porquê de as informações que chegavam sobre as religiões de matriz
africana serem preconceituosas.

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Agora é com você! Por meio das perguntas abaixo, descubra o que diz o texto. 12. De acordo com o texto, por que Odudua criou a Terra?

7. Marque com um X a alternativa que apresenta as duas palavras do título que nos
ajudam a confirmar a relação entre as artes e a religião de matriz africana.
13. Leia o seguinte trecho: “Os iorubás chamam suas divindades de orixás. E os can-
domblés brasileiros também cultuam os orixás. Já os fons chamam os voduns suas
a. ( ) Ilê e médico.
divindades, e entre os inúmeros bantos (que tanto desconhecemos) há os que cha-
b. ( ) Candomblé e dança.
mam suas entidades espirituais de inquices”. Nesse trecho, quais palavras fazem
c. ( ) Atabaque e ervas.
referência à religião Candomblé?
d. ( ) Africana e dono.

8. Marque com um X como eram as palavras que a personagem Preta sempre escu-
tava em relação à religião candomblé.
14. No final do texto, o personagem afirma: “Enfim, todas as casas de Candomblé – ou ilês
a. ( ) Eram sempre negativas. – têm um sacerdote ou sacerdotisa. Chamados de pai de santo ou mãe de santo, são
b. ( ) Contavam sobre visitas feitas à Africa. pessoas de grande influência sobre os que frequentam a casa, exatamente como os
c. ( ) Descreviam as danças da religião. sacerdotes das igrejas católicas, das sinagogas, dos templos budistas, das mesquitas
e dos demais centros de religiosidade. Tive o privilégio de conhecer um ilê muito boni-
9. Leia o seguinte trecho: to. E acho que consegui aprender bastante”. Use sua imaginação e levante hipóteses
sobre o que ela quis dizer com isso.
“O pátio estava lotado. As pessoas batiam palmas ritmadas, acompanhando o som dos três atabaques
que vinha lá do fundo do quintal. Meu corpo queria começar um movimento dançante que acompanhasse
aquela música. Tinha uma letra que eu não entendia muito, mas que foi crescendo na voz de um grupo de
mulheres que foram para o centro do lugar, formando uma roda. Elas dançavam e cantavam e vestiam rou-
pas rendadas impecavelmente brancas”.
RETOMANDO

Os pronomes destacados se referem a qual personagem do conto? 1. Memória de aula: como reconheço um conto popular afro-brasileiro?

O que é um conto popular?

O que o conto “Histórias do


10. No conto, qual foi a intenção da personagem Preta ao tratar da religião candomblé?
candomblé” apresenta de
semelhante em relação a outros
contos que eu conheço?

O que o conto “Histórias do


candomblé” apresenta de diferente
em relação a outros contos que eu
conheço?
11. Qual é o significado do substantivo “orixás” usado pela autora?

Como posso identificar um conto


popular como afro-brasileiro?

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Habilidades do RCA
Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente
EF15LP01 (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que
foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da
forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de
EF15LP02 produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências
textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações
e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

Analisar os textos regionais: como lendas, contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias retratando a
EF15LP-AP03
vida, o convívio e o cotidiano as comunidades indígenas e quilombolas do Amapá.

Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente
EF35LP-AP01
(a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, retratam os povos e comunidades tradicionais.

Ler, compreender e interpretar textos dos mais variados gêneros textuais considerando seus suportes,
EF35LP-AP02
estrutura, características e principalmente sua função social (funcionalidade).

EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.

EF35LP04 Inferir informações implícitas nos textos lidos.

Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou
EF35LP05
do texto.

Recuperar relações entre partes de um texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por
EF35LP06 sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos) que
contribuem para a continuidade do texto.

Prática de linguagem significado de palavras desconhecidas com


Leitura/escuta (compartilhada e autônoma). base no contexto e da percepção das relações
entre as partes do texto.
Sobre o capítulo
• Contextualizando: refletir sobre conto já lido, Contexto prévio
identificando as características do gênero. Nos dois primeiros capítulos, os alunos leram e
• Praticando: compreender e inferir informações conheceram contos afro-brasileiros e amapaenses.
implícitas em conto popular afro-brasileiro. Neste capítulo, eles vão se aprofundar nesse assunto.
• Retomando: reconhecer e diferenciar as princi-
pais características do conto popular, do conto Dificuldades antecipadas
afro-brasileiro e do conto amapaense. Alunos com pequeno grau de autonomia na
leitura e na escrita podem ter dificuldade com a
Objetivos de aprendizagem atividade por não estarem familiarizados com a
• Compreender o texto a partir da localização leitura de textos mais longos.
de informações implícitas, da apreensão do

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CONTEXTUALIZANDO 2. As pessoas batiam palmas ritmadas, acompa-
nhando o som dos três atabaques.
Expectativas de resposta 3. Do fundo do quintal.
1. Espera-se que os alunos respondam: 4. No candomblé, o uso da cor branca, além de
a. Sim. Começa retomando o tempo passado, é representar a pureza e resguardar os filhos dos
curto, com poucos personagens, tem um fato orixás de coisas ruins, é também usada em sinal
complicador e tem resolução. de respeito à importância hierárquica.
b. Sim. É antigo, divulgado de maneira oral, 5. Respostas pessoais em relação ao conhecimen-
tem autoria desconhecida – alguém apenas to e às emoções individuais dos alunos.
contou a história em sua obra, mas não a 6. Espera-se que os alunos apontem que, de acor-
inventou. do com o texto, a personagem ouvia coisas pre-
c. Sim. Traz história dos ancestrais da cultura conceituosas sobre a religião candomblé por
afro (os orixás), tem uma voz autoral negra e ter sido criada em uma religião com a qual se
utiliza linguagem e vocabulário que apresen- aprende a evitar outras.
tam o ponto de vista afro-brasileiro. 7. Alternativa b. As palavras “candomblé” e
d. Sim. Esse texto traz a história dos ancestrais “dança”.
da cultura e da religião de matriz africana, uti- 8. Alternativa a. “As palavras que Preta escutava
lizando linguagem e vocabulário que busca eram sempre negativas em relação a religião”.
recuperar a identidade da cultura africana e 9. Meu: Preta; eu: Preta; elas: grupo de mulheres.
suas influências no Brasil e no Amapá. 10. Informar, de forma correta, o que é essa religião
a fim de acabar com medos e preconceito ao
Orientações afirmar que se trata de uma religião como outra
Retome o conto “Histórias do candomblé”. A partir
qualquer.
da releitura dos alunos, reativada com as perguntas
11. As divindades.
propostas, explique o que é conto: textos que se ca-
12.Como no início era apenas água primordial,
racterizam por sua antiguidade, anonimato e divul-
Olodumaré deu a Obatalá um punhado de
gação persistente de geração em geração, levando
areia, para que ele criasse a Terra, mas ele
ensinamentos morais, costumes e crenças de uma
comunidade. Sua divulgação é, inicialmente, oral e adormeceu e Odudua pegou o saquinhou de
traz influências das mais diversas culturas (indígena, terra e usou-o para criar a Terra.
africana, europeia) (ABÍLIO; MATTOS, 2006). Depois, 13. Iorubás, orixás, voduns, bantos e inquices.
amarre a ideia de que temos um conto popular afro- Palavras das religiões de matriz africana, em
-brasileiro. Os contos afro-brasileiros têm, além des- especial o candomblé.
sas, características próprias da literatura afro-brasilei- 14. Resposta pessoal. Considere todas as hipóteses
ra e não podem prescindir da afrodescendência por apresentadas pelos alunos. Leve-os a refletir
meio de uma voz autoral, um tema, uma linguagem, sobre o conhecimento que elimina o preconcei-
um público-alvo e um lugar de enunciação (DUARTE, to religioso e acaba com os medos.
2010). Esses elementos compõem um gênero de im-
portância ideológica, histórica e literária. Orientações
Se achar oportuno, faça com os alunos a leitura Explique aos alunos que eles vão encontrar infor-
em voz alta da história, identificando as principais mações no texto lido. Reveja se todos os alunos estão
informações para a compreensão do texto. Em se- com o texto da aula anterior organizado na sequência
guida, siga a mesma orientação sobre a reflexão do correta, pois poderá ser suporte para voltarem à lei-
gênero conto, conto popular, conto afro-brasileiro e tura. Para Kleiman (1993), é no momento de perceber
conto amapaense. os aspectos do texto, no momento da “conversa” com
o autor, quando se confronta o que está escrito com
o que fica implícito, que se efetiva a compreensão.
PRATICANDO É importante ressaltar que a atividade de com-
preensão de texto presente neste capítulo vem sendo
Expectativas de resposta trabalhada ao longo dos dois capítulos anteriores. O
1. No pátio. gênero conto popular afro-brasileiro, o vocabulário

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próprio dessa literatura, o ponto de vista do narrador favorecer a aprendizagem dos alunos que têm menos
afrodescendente, o enredo do conto, as partes que o autonomia na leitura e na escrita. Dê tempo para que
compõem (conteúdos dos planos anteriores) e a ati- eles discutam e respondam às questões.
vidade escrita deste capítulo apresentam uma maior Escute as respostas dos alunos e direcione a reso-
complexidade nesse módulo de leitura. lução das perguntas.
Motive os alunos a perceber as informações. A Aproveite esse momento de socialização para re-
interação pode ser dirigida assim: Vamos descobrir forçar as pistas textuais e os conhecimentos de mun-
algumas informações no texto. Observem esse trecho do mobilizados pelos alunos.
e pensem comigo... Podemos dizer onde as pessoas
dançavam e cantavam? Qual é o som que se ouvia
nesse conto? De onde vinha esse som? Conhecendo RETOMANDO
essas informações, o que significa “vestiam roupas
rendadas impecavelmente brancas”? Agora, vamos Expectativas de resposta
pensar: considerando tudo que descobrimos sobre 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos com-
“Histórias do candomblé” nesse pequeno trecho, qual partilhem como compreenderam as característi-
cas do conto popular — em específico, um conto
seria o sentido do trecho “vestiam roupas rendadas
afro-brasileiro — e façam a reflexão com um conto
impecavelmente brancas”? Pode-se concluir que se-
amapaense e a religião do candomblé no Amapá.
riam pessoas que trabalham na saúde? Ou seriam
pessoas de um grupo do Marabaixo?
Orientações
Espere que eles levantem hipóteses e só depois
Encerre este capítulo solicitando aos alunos que fa-
sugiram um significado (que pode ter aparecido entre
çam uma memória do que aprenderam. Preencha no
as falas dos alunos). Pergunte a eles: No candomblé, quadro uma tabela com a síntese do que eles disserem.
o uso da cor branca pode representar a pureza? Essa Reforce que o que caracteriza um conto popular é
informação está transcrita no texto? Podemos dizer sua antiguidade, o anonimato e a divulgação (ABÍLIO;
que o trecho indica que essas vestimentas são usadas MATTOS, 2006). Já o conto popular afro-brasileiro pre-
também em sinal de respeito à importância hierárqui- cisa, além dessas características, ter uma voz autoral
ca de Osalá? afrodescendente e uma linguagem própria da cultura
Forme, então, duplas para que os alunos res- afro, além de uma temática vinculada à sua cultura.
pondam à atividade escrita. A formação de duplas Elogie o trabalho de interpretação que os alunos
permite a interação e a partilha de ideias, além de realizaram.

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5. Descobrindo quem conta a história
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5. Descobrindo quem conta a história

Mario Friedlander/Pulsar
1. Vamos ler juntos o conto “Oxum e a cura da tia Maria da Fé”.

Oxum e a cura da tia Maria da Fé


Pedro morava com duas velhinhas: a mãe, Maria da Conceição, e a tia, Maria da Fé. A tia estava com um
machucado na perna que não tinha cura.
O machucado inflamou, a perna inchou e ela sentia muitas dores. Todo dia caía muita pele da perna da
tia e ela tinha que bater o lençol lá fora para limpar a cama. Pedro ficou muito preocupado e foi consultar a
velha Jove, filha de Oxum, uma deusa africana. A velha jogou as cartas e recomendou:
— Sua tia está com um problema sério na perna. Você vai lavar a perna dela com chá de folhas de chuchu.
E vai deixar aquele gato da sua casa perto dela. Pronto, ela vai ficar boa.
Pedro voltou pra casa e encontrou o gato dormindo no colo da tia.
O Lagarto não quis ouvir nada e levou o saco para casa dele, dizendo:
De repente, o gato pulou na perna de Maria da Fé, enfiando as unhas que arranharam a perna toda. A
— Eu não o roubei a ninguém. Achei-o. Vou comer o milho porque encontrei o saco.
velhinha Maria da Fé desmaiou e Pedro veio correndo socorrê-la:
O Cágado ficou muito zangado mas não podia fazer nada. Cheio de fome, no dia seguinte foi com os fi-
— Ô tia, acorde, já está tudo bem. Há males que vêm pra bem.
lhos ver se encontrava alguma coisa para comer.
Logo em seguida, Pedro preparou um chá de folhas de chuchu, como a velha Jove tinha recomendado,
A certa altura, viram o rabo do Lagarto que saía de dentro de um buraco, só com o rabo de fora. O Cágado
e lavou a perna da tia. Ela foi dormir e no outro dia levantou pronta para trabalhar. Não tinha mais nada na
agarrou no rabo e numa faca e preparou-se para o cortar. Depois de cortado, levou-o para casa e comeu-o
perna. Ficou boa para sempre, sem defeito nenhum na perna.
com os filhos.

MOURA, Gloria (org.). Estórias quilombolas. MOTA, Juliane; DIAS, Paulo. (pesq.). Brasília, DF: MEC,
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010. (Coleção Caminho das pedras, v. 3).

Andre Dib/Pulsar
Agora, compartilhe com os colegas:

⊲ Onde essa história se passa? Quem são os personagens centrais dela?


⊲ Qual foi o conflito inicial que permitiu o desenrolar dessa história?
⊲ Quem contou essa história? Que elementos no texto confirmam sua hipótese?

PRATICANDO

1. Agora, vamos ler com atenção outro conto afro-brasileiro, chamado “O cágado e
O Lagarto que, entretanto tinha conseguido sair do buraco, foi queixar-se ao responsável da aldeia:
o lagarto”.
— O Cágado cortou-me o rabo. Mande-o chamar para ele dizer por que é que me cortou o rabo.
O responsável convocou o Cágado e perguntou-lhe:
O cágado e o lagarto — É verdade que tu cortaste o rabo ao Lagarto?
Num ano em que havia pouca comida, o Cágado pegou no dinheiro que tinha economizado e foi a O Cágado, que era muito esperto, disse:
— É verdade que eu encontrei um rabo perto de um buraco e o levei para casa para comer, mas não era
Nanhagaia, onde comprou um saco de milho.
de ninguém. Eu não vi mais nada senão o rabo.
Quando voltava para casa, viu, a certa altura, um tronco de árvore atravessado no caminho. Como não
— Mas o rabo era meu — gritou o Lagarto — tens de o pagar.
conseguia passar por cima dele, atirou o saco de milho para o outro lado e depois foi dar a volta.
O Cágado respondeu:
Quando estava a dar a volta, ouviu uma voz a gritar:
— Não, não pago. Eu fiz o mesmo que tu fizeste ontem. Tu ontem encontraste o meu saco de milho e
— Viva, viva, tenho um saco de milho que caiu lá de cima.
comeste-o. Eu hoje encontrei o teu rabo e comi-o. Agora estamos pagos. O responsável achou que ele tinha
Era o Lagarto, que segurava o saco que o Cágado tinha atirado. razão e mandou-os embora.
O Cágado protestou:
— Não. O saco é meu. Comprei-o agora e vou levá-lo para casa. O LAGARTO e o cágado. In: CONTOS AFRICANOS. Florianópolis: UFSC, [s. d.]. p. 9.

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2. Releia o texto com seu grupo e indique os elementos do conto que você leu, pre-
enchendo o quadro a seguir. RETOMANDO

Título do conto afro-brasileiro: 1. Releia os textos apresentados nesta aula e reflita: na composição da narrativa,
que elementos dos contos populares não podem faltar?

Como começa o conto? Há sempre uma a. Quando se inicia a história?


expressão inicial que nos ajuda a saber que é
uma história do passado que será contada.

Quem são os personagens?


b. Onde se passa a história?

Qual é o ponto de vista da narração: primeira


pessoa ou terceira pessoa? Quem é o narrador?
Ele participa dos fatos ou apenas os observa?

c. Quem participa das histórias?


Os verbos estão em primeira ou em terceira
pessoa? E os pronomes?

Você considera que o narrador consegue contar


a história de maneira imparcial ou defende as
posturas de algum personagem? Por que você
d. Quem conta a história?
acha isso?

Qual é o cenário? Em que local o conto


africano acontece?

Qual é o conflito do conto africano? Qual é o


episódio que gera a história e motiva as ações e. O que dispara a história?
dos personagens?

Como é o desfecho da história? Como


o conflito foi resolvido?

f. Como a história termina?

Como termina o conto? Qual é o final dado


a ele?

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Habilidades do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos literários
EF35LP-AP22
locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.

Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com
EF35LP29
base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.

Prática de linguagem Materiais


Análise linguística/semiótica (ortografização). • Cartolina (para uso do professor); Folha A4 (uma
para cada grupo de alunos); Canetas hidrográficas.
Sobre o capítulo
• Contextualizando: ler e explorar o conto afro- Contexto prévio
-brasileiro e quilombola. Nos primeiros capítulos, os alunos fizeram a
• Praticando: analisar o foco narrativo do conto. leitura de contos afro-brasileiros e amapaenses
• Retomando: registrar conclusões sobre a que os ajudaram na identificação do foco narrativo
composição de contos. nas narrativas deste capítulo.

Objetivo de aprendizagem Dificuldades antecipadas


• Reconhecer os elementos que constituem a Alguns alunos podem ter mais dificuldade em ler
sequência narrativa, distinguindo cenário, per- os contos em virtude da pouca autonomia na leitura.
sonagens, ponto de vista, conflito e resolução.
• Identificar características dos contos quilombo-
las em relação à identidade, à cultura, à religião,
à função social e ao local em que vivem.

CONTEXTUALIZANDO uma complicação que será resolvida a partir de um


elemento. Esse elemento é que conseguirá, de alguma
Expectativas de resposta forma, restaurar a harmonia que havia no início do
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos com- texto (MACIEL, 2008). É fundamental conhecer essa
preendam os principais elementos da narrativa: estrutura, além de identificar os elementos da narrativa:
• A história se passa na casa do personagem Pedro, as personagens, o cenário, o conflito, a resolução e o
da mãe Maria da Conceição e da tia Maria da Fé ponto de vista da narração. Esse último elemento, o
e na casa da velha Jove. ponto de vista, receberá maior ênfase neste módulo de
• O conflito surgiu a partir de um machucado na três aulas, visto que, no 5o ano, as crianças já podem
perna da tia que não tinha cura. aprofundar a estrutura narrativa que estudam desde os
• Quem conta a história é um narrador que não está anos iniciais do Ensino Fundamental. A compreensão
dentro dela, pois está escrita em terceira pessoa. desses gêneros perpassa também pela forma como
eles se iniciam (“era uma vez” ou “há muito tempo”) e
Orientações como terminam (as personagens sendo felizes, voltando
Apresente a proposta inicial de ler o conto “Oxum para casa, recebendo recompensas ou recebendo uma
e a cura da tia Maria da Fé”. É importante ressaltar lição como consequência de suas ações).
que este capítulo é o início de um trabalho com os A interação pode ser assim: Hoje vamos fazer um
elementos da narrativa do conto. O objetivo é traba- trabalho muito legal. Vocês já ouviram histórias curtas
lhar com contos: contos populares e contos populares ou contos antigos contados oralmente por nossos pais,
afro-brasileiros com enfoque no conto amapaense (ob- tios, avós ou professores? Quais?.
jeto desta unidade). É interessante pedir aos alunos Espere a resposta e continue: O que vamos ler são
que diferenciem os contos e suas especificações entre contos africanos, histórias curtas que têm autor e contos
conto, conto popular, conto afro-brasileiro e conto ama- populares – que também são histórias curtas, mas são
paense. Em seguida, há uma alteração dessa ordem, antigas e ninguém sabe ao certo quem é o autor, pois

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elas são repassadas de geração em geração com o
objetivo de estudarmos a identidade, a cultura e a vi- O narrador sente e expressa
Espera-se que os alunos
vência da África. apenas suas emoções ou ele
percebam que o narra-
Pergunte aos alunos para provocar a reflexão: As tudo vê e tudo sabe sobre os
dor em terceira pessoa
histórias precisam de alguns elementos. O que não pode personagens e o comporta-
é imparcial, pois narra
faltar em uma história? Escute o que os alunos têm a mento deles? Você considera
os fatos à medida que
dizer e anote no quadro as respostas não repetidas. que ele consegue contar a
eles vão acontecendo.
história de maneira impar-
Só temos as informações
cial ou defende a postura
do que acontece quando
PRATICANDO de algum personagem? Por
o personagem vivencia.
que você acha isso?
Expectativas de resposta Qual é o cenário? Em que Em um caminho prova-
2. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos com- local o conto africano velmente próximo à mata
preendam os principais elementos da narrativa. acontece? ou à floresta.

Título do conto popular afro-brasileiro: O cágado Qual é o conflito do conto


O conflito gerador foi o
e o lagarto africano? Qual é o episódio
encontro do cágado com
que gera a história e motiva
Como começa o conto o lagarto.
as ações dos personagens?
africano? Há sempre uma
expressão inicial que nos Em um ano em que havia Como é o desfecho da his- O cágado pagou “na
ajuda a saber que é uma pouca comida. tória? Como o conflito foi mesma moeda” a des-
história do passado que resolvido? feita do lagarto.
será contada.
Como termina o conto afri- O assunto foi encerra-
Quem são os persona- cano? Qual é o final dado do pelo responsável da
O cágado e o lagarto.
gens? a ele? aldeia.
Qual é o ponto de vista da
O ponto de vista está Orientações
narração: primeira pessoa
em terceira pessoa, com Organize os alunos em grupos pequenos com três
ou terceira pessoa? Quem é
narrador que apenas ob- ou quatro integrantes. Em seguida, informe-os de que
o narrador? Ele participa dos
serva os fatos. vão ler o conto "O cágado e o lagarto".
fatos ou apenas os observa?
O grupo deve ler o conto e anotar os elementos
Os verbos e os prono- da narração da seguinte forma: um aluno faz a leitura
mes estão em terceira enquanto os demais integrantes ficam responsáveis
pessoa. por anotar, em uma folha avulsa, um dos elementos da
Exemplo de resposta: ficha. Ao término da leitura, o grupo socializa e todos
Os verbos estão em pri- os alunos redigem a versão final (corrigida pelo grupo)
“Como não conseguia
meira ou terceira pessoa? no espaço destinado na tabela.
passar por cima dele,
E os pronomes? Quais pa- Oriente os grupos a socializar as respostas. Observe
atirou o saco de milho
lavras comprovam quem é se eles conseguiram identificar cada um dos elementos
para o outro lado e de-
o narrador? da narrativa. Utilize as perguntas a seguir para intervir
pois foi dar a volta.
Quando estava a dar a durante as discussões. A interação pode ser assim: Vamos
volta, ouviu uma voz a ver se colocamos todos os elementos que não podem
gritar: [...]”. faltar em uma história? Como os contos geralmente se
iniciam? Onde a história se passa? (esse elemento é o

48 5 o ANO

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CENÁRIO do conto) Quem participa da história? (esses c. Os personagens.
são os PERSONAGENS do conto) Quem conta a história: d. O narrador, que pode ser algum personagem –
alguma personagem (primeira pessoa) ou alguém que primeira pessoa – ou alguém que não participa
não está dentro da história (terceira pessoa)? (esse é o da história – terceira pessoa.
PONTO DE VISTA do conto) Geralmente, a história tem e. O conflito inicial ou conflito gerador.
um fato que causa um CONFLITO, uma situação a ser f. Com o desfecho do conflito.
resolvida. É com esse elemento que se cria a história.
Então, se há um conflito, ele deve ser resolvido? (temos,
Orientações
assim, a RESOLUÇÃO do conto, que encaminha o final
Faça um mural para as respostas socializadas em
da história) Por fim, podemos perceber que todo conto
tem o seu fechamento. Como geralmente terminam formato de tabela. Coloque-o em um lugar visível na
os contos? sala. Leia a tabela preenchida a fim de sintetizar as
regularidades encontradas nos dois textos. Nesse mo-
mento, é importante que os alunos percebam que há
RETOMANDO uma constante na formação da narrativa. Dê ênfase
ao elemento PONTO DE VISTA: Aqui nesse elemento,
Expectativas de resposta quem conta as histórias? Temos mais contos em pri-
1. a. Em algum tempo e espaço determinados. meira pessoa, com o narrador também participando da
b. No cenário, o espaço, quando carregado de história, ou em terceira pessoa, com o narrador apenas
sentidos, pode ser entendido também como observando e contando o que vê? Vamos exercitar mais
lugar ou ambiente. esse elemento nas próximas aulas.

ANOTAÇÕES

49 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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6. Explorando as diferentes maneiras de contar histórias
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6. Explorando as diferentes maneiras de


Eram mais ou menos sete horas, quando estava no ponto do ônibus, ouvi uma pessoa dizer:
— A pedra de hoje é 27, hoje é dia de Cosme e Damião.

contar histórias Daí foi que vim a saber o motivo da alvorada e ter também me lembrado o que abaixo vou contar.
Há vinte e oito anos passados, no dia de hoje, eu estava em São Gonçalo do Retiro, na roça do Opô Afonjá,
pois já tinham começado as festas da Água de Oxalá.
1. Vamos relembrar os elementos que À noite eu e vários camaradas que estavam por lá resolvemos brincar de picula e, com uma algazarra
Como começa amarelo
danada, começamos a gritar:
formam o conto? Leia com atenção Personagens azul — Nêgo fugido, capitão do mato, arreda que lá vai o gato.
o conto “O homem que virava onça” Cenário vermelho Quando a brincadeira estava bem animada, lá por volta das nove horas, minha mãe, juntamente com as
e pinte-o conforme a legenda da Conflito verde dos outros camaradas, nos fizeram acabar com a brincadeira a toque de caixa.
tabela. Resolução rosa Nisso fomos todos pra sala da casa grande, junto no quarto do Peji de Oxalá, fazer nossas camas para dormir.
Uns choravam, outros resmungavam, até que uma senhora, já bem velhinha, filha de africanos, por
Como termina laranja
nome Caetana, que estava sentada na referida sala fumando seu charutinho, disse pra nós:
— Nun fica ai assim periado, vae tudo deitá, eu vai contá um cazo pra ocê tudo uvir e drumi.
O homem que virava onça Aí ela perguntou:
— Qui dia é hoji?
Na comunidade Kalunga contam que havia um homem que de noite virava onça. Uma vez, era uma noite
Um disse é domingo, outro disse é 27, ela então disse:
de lua cheia, ele virou onça e matou uma novilha na fazenda do próprio filho.
— Num é isso que eu qué sabê qui santo é o do dia de hoji?
Quando viu a novilha morta, o filho pensou:
Ninguém respondeu.
– Isso é coisa de onça. Vou ficar aqui de tocaia para pegar essa onça.
Ela então foi dizendo:
Ele passou o dia e a noite esperando a onça aparecer novamente. De repente, ele ouviu um barulho de — Hoji é dia di Orixá Beiji (Cosme e Damião), õcês saibi qui era Cosme e Damião?
mato amassado. Era a onça que vinha devagarinho. Ele se preparou, armou a espingarda, mas quando a Todos responderam por uma boca só:
onça chegou perto ele percebeu que era seu pai e não atirou. A onça fugiu espantada. — Foram dois meninos.
Quando o filho chegou em casa, o pai já estava lá. Ele disse: Ela disse:
– Pai, o senhor tem de parar com essa estória de virar onça. Hoje eu quase atirei no senhor. Foi por pou- — Tá tudo erádo, Cosme e Damião éra menino cumo ocês tudo é, mai moreu feito. Preste atenção: Cosme
co. Eu sou um bom caçador de onça e quase matei o senhor. O senhor mata minhas novilhas quando está e Damião naceu in Larubáwa (Arábia), foi dôs irmão mabáço, todo dôs éra doutô, curava gente, gostava muito
virado em onça e me dá prejuízo. Vamos numa rezadeira para o senhor ficar livre desse encanto. do pobre, dava muita esmola e num ligava prá dinheiro, até qui um dia levantarun farço a ele e o Rei daquela
Assim fizeram. A rezadeira quebrou o encanto e o pai nunca mais virou onça. téra mandô cortá a cabeça de todo dôs. Dipôs côpo deles tudo foi pra Roma, lá todo dôs virô santo e teve um
casa cum nome Igrejá (Ilê Orixá Ibeji – Casa dos Santos Dois Dois). Daí pur diante, no dia de hoji, todu mundu
MOURA, Glória (org.). Estórias quilombolas. MOTA, Juliane; DIAS, Paulo (pesq.). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010. 98 p. il. color. (Coleção Caminho das pedras; v. 3). bancu, nêgo, mulatu, todu, raçá de gente faz caruru, cfó, acarajé, abará e chama gente conhecida pra cumê,
e diz tá fazendo festa pra minino Cosme e Damião. Só nós Omo Ketu, qui só faz brigação dele dia da festa de
Agora, reflita sobre as questões abaixo com a ajuda de um colega. Oxun purque mai véiu dizia qui Eledá, o Criador dele, foi Oxun purisso inté hoje se diz qui mãe do orixá Beji
é Oxun. Há... só assim esse cambada tudo drumia pra discançá e pintá o sete ameihã di novo.
Nisso a turma gritou:
⊲ Como os contos geralmente começam: no passado ou no futuro? — Não estamos dormindo ainda, tia Caetana, conte mais…
⊲ O narrador está em primeira ou em terceira pessoa? O que confirma sua resposta? Ela disse:
⊲ Que elementos são necessários para contar a história? — Deita, cambada, vae drumi, num chega qui pinta dia tudo, eu vae cuntá êse só:
— Eu cunhici um homem qui chamava Ambrózo, gustava muito de jogá carta, mai éra muito bom homem;
um dia de vespera da festa de Ibeji ele tava cum um mucado de camarado cunversando em porta de seu casa,
quano chega um homem chorano dizeno qui seu muié moreu i num tinha dinnêra pra fazê intêro dela. Tudo ficô
PRATICANDO cum pena de home, Ambrózo tirô cemirés e deu a ele, home chorô inda mai agradeceu i foi imbora. Num outro
dia Ambrózo era costumado paciá incavalo dia di dumingo cun seu camarada tudo, sahiu pra paciá quano paça
por um roça viu zuada de festa, chamô camarada tudo prá espiá; quano ele chega perto de casa da festa, viu um
1. Leia com atenção o conto “Orixá Ibeji, Cosme e Damião”, escrito por Mestre Didi. muié cantando bonito e quano ele chegô na casa ficou assustado quem tá cantando é muié qui moreu. Na casa
tava mesa posta cum muita comida, muita bebida, cum muita gente dansano e home qui tomô cemirés tava
tocano violão fazeno festa, quano viu Ambrózo ficô todo trapaiado sem podê se movê do lugá. Ambrózo, com a
“Orixá Ibeji, Cosme e Damião”
bondade qui tinha, num se zangô, inda judô home qui tinha inganado ele dizeno prus camarado: esse casa é da
Hoje, às quatro horas da manhã, fui acordado por uma grande e ensurdecedora alvorada de foguetes, gente vamo fazê festa pra São Cosme e Damião e difunta qui já moreu e viveu. Cun essa brincadêra Ambrózo
foguetões, bombas etc. cuns camarada brincô dôs dia nêsa casa e discontô bem cemirés qui deu pra intêro di muié de dona da casa.
Levantei-me da cama um bocado aborrecido devido a ser ainda muito cedo, mesmo assim me preparei, Daí por diante não sei contar mais nada, pois só acordei no outro dia, segunda-feira, às seis horas da
tomei café, terminei de ler um trecho do livro Os velhos marinheiros, do nosso grande amigo Jorge Amado, manhã, com minha mãe me chamando, que estava na hora de me preparar para ir trabalhar.
depois saí para o meu trabalho.
SANTOS, D. M. Contos negros da Bahia e contos de Nagô. Prefácio de Jorge Amado. Salvador: Corrupio, 2003.

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4. Agora, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre personagem e narrador?


Orixá Ibeji, gêmeos que carregam a felicidade em seus corações e veem a vida com os Releia o trecho com atenção.
olhos de criança.
Os gêmeos são protetores das crianças e simbolizam o nascimento e a vida. O Ibeji Orixá “À noite eu e vários camaradas que estavam por lá resolvemos brincar de picula e, com uma alga-
é a sobrevivência da continuidade. Na África os filhos são fonte de grande alegria, pois zarra danada, começamos a gritar:
eles são a garantia de que a sua história e de sua descendência perdurará. [...] — Nêgo fugido, capitão do mato, arreda que lá vai o gato.
O Ibeji na Umbanda e no Candomblé são vistos como filhos de criação de Oxum, devido Quando a brincadeira estava bem animada, lá por volta das nove horas, minha mãe, juntamente
a esse fato, em rituais voltados especialmente a Orixá costuma-se dedicar algo também com as dos outros camaradas, nos fizeram acabar com a brincadeira a toque de caixa.
às crianças Ibejis. Nisso fomos todos pra sala da casa grande, junto no quarto do Peji de Oxalá, fazer nossas camas
VIVEIROS, Juliana. Tudo sobre Ibejis: as divindades gêmeas da vida e do nascimento. iQuilibrio. Disponível em: para dormir.
https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/tudo-sobre-ibejis/. Acesso em: 9 jul. 2021. Uns choravam, outros resmungavam, até que uma senhora, já bem velhinha, filha de africanos,
por nome Caetana, que estava sentada na referida sala fumando seu charutinho, disse pra nós.”

2. Leia trecho a seguir. Responda com base no trecho lido:

“Há vinte e oito anos passados, no dia de hoje, eu estava em São Gonçalo do Retiro, na
roça do Opô Afonjá, pois já tinham começado as festas da Água de Oxalá.” a. Nesse trecho, quem participa da história?

Agora responda:

a. Então, a história contada se passa no presente ou no passado? Que parte do


texto levou você a chegar a essa conclusão? b. Quem conta a história também participa dela? Quais as palavras que nos levam a
perceber isso?

b. E onde acontece a história?

3. Agora vamos ver os trechos contados por dona Caetana.


RETOMANDO
a. No trecho acima, os verbos estão em primeira ou em terceira pessoa?
1. O que aprendemos hoje? Enumere as frases de acordo com a legenda:

b. Quem curava gente, gostava do pobre e dava muita esmola? Dona Caetana ou ( 1 ) Narrador-personagem. ( 4 ) Contos populares.
os irmãos Cosme e Damião? ( 2 ) Narrador-observador. ( 5 ) Contos quilombolas amapaenses.
( 3 ) Contos.

c. Dona Caetana conta duas histórias. Quais são elas? ( ) Têm uma linguagem própria da cultura africana (Orixá, Beiji, Oxun, Festa das
Águas de Oxalá).
( ) Tempos verbais e pronomes na terceira pessoa; conta o que viu ou o que sabe
d. Quando dona Caetana conta essas histórias, quem é o narrador? sobre a história sem participar dela.
( ) São antigos, passados de geração em geração inicialmente de maneira oral e,
por isso, o autor é desconhecido.
e. Nessa parte do texto, o narrador participa das histórias que conta? ( ) Utiliza tempos verbais e pronomes na primeira pessoa; participa da história.
( ) Histórias curtas com personagens, cenário, conflito, resolução e ponto de vista.

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Habilidade do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos literários
EF35LP-AP22
locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.

Prática de linguagem Materiais


Análise linguística/semiótica (ortografização). • Lápis de cor.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: identificar o cenário, per- No capítulo anterior, os alunos identificaram os
sonagens, conflito gerador e resolução do conto. elementos que compõem um conto e uma narrati-
• Praticando: reconhecer os elementos da narrativa va e perceberam que há dois tipos de narrador: o
(personagem e narrador). de primeira pessoa (narrador-personagem) e o de
• Retomando: diferenciar tipos de narrador e a terceira pessoa (observador ou onisciente). Esses
composição de contos, contos populares e contos conhecimentos prévios serão aprimorados neste
quilombolas amapaenses. capítulo.

Objetivos de aprendizagem Dificuldades antecipadas


• Reconhecer os elementos da narrativa em Alguns alunos podem ter mais dificuldade em ler
um conto popular afro-brasileiro e um conto o conto em virtude da pouca autonomia na leitura,
quilombola amapaense e, em especial, perceber além de ter problemas para identificar narrativas
o ponto de vista da narração em primeira e em em primeira ou terceira pessoa, sobretudo se não
terceira pessoa. estiverem familiarizados com a ideia de concordân-
cia verbal, que prevê a flexão do verbo em número
e pessoa para concordar com o sujeito da frase.

CONTEXTUALIZANDO está virado em onça e me dá prejuízo. Vamos numa


rezadeira para o senhor ficar livre desse encanto.
Expectativas de resposta Assim fizeram. A rezadeira quebrou o encanto e o
1. pai nunca mais virou onça.
O homem que virava onça MOURA, Glória (org.). Estórias quilombolas. MOTA, Juliane;
Na comunidade Kalunga contam que havia um homem DIAS, Paulo (pesq.). Brasília: Ministério da Educação,
que de noite virava onça. Uma vez, era uma noite Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2010. 98 p. il. color.
de lua cheia, ele virou onça e matou uma novilha
(Coleção Caminho das pedras; v. 3).
na fazenda do próprio filho.
Quando viu a novilha morta, o filho pensou:
Espera-se que os alunos respondam:
– Isso é coisa de onça. Vou ficar aqui de tocaia para
• Como os contos geralmente começam: no passado
pegar essa onça.
ou no futuro?
Ele passou o dia e a noite esperando a onça aparecer No passado.
novamente. De repente, ele ouviu um barulho de • O narrador está em primeira ou terceira pessoa?
mato amassado. Era a onça que vinha devagarinho. O que confirma sua resposta?
Ele se preparou, armou a espingarda, mas quando Terceira pessoa, pois o narrador apenas observa
a onça chegou perto ele percebeu que era seu pai as cenas; os verbos empregados.
e não atirou. A onça fugiu espantada. • Que elementos são necessários para contar a
Quando o filho chegou em casa, o pai já estava lá. história?
Ele disse: É necessário que haja personagem, cenário, conflito
– Pai, o senhor tem de parar com essa estória de – por meio dos quais a história vai se desenvol-
virar onça. Hoje eu quase atirei no senhor. Foi por ver – e a resolução do conflito, que será o final
pouco. Eu sou um bom caçador de onça e quase matei da história.
o senhor. O senhor mata minhas novilhas quando

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Orientações b. Cosme e Damião.
Neste capítulo, utilizaremos outro conto popular afro- c. A história de Cosme e Damião e a história de
-brasileiro; assim, é importante considerar novamente os Ambrósio.
elementos cenário, conflito, resolução e personagens, que d. Dona Caetana.
são comuns aos contos. Entretanto, há particularidades e. Não.
no conto popular, no conto afro-brasileiro e no conto 4. a. Narrador, vários camaradas, as mães e dona
quilombola amapaense. Eles não podem prescindir da Caetana.
afrodescendência por meio de uma voz autoral – que, b. Sim. Eu, resolvemos, começamos, minha, fomos
no caso do texto, é uma voz negra, de um representante todos, nossas, nós.
da cultura afro no Brasil.
Apresente a proposta da atividade: a sala será dividida Orientações
em duplas, que deverão fazer a leitura do conto “O homem Oriente os alunos a continuarem em duplas, para que
que virava onça”. A ideia é exercitar o reconhecimento haja uma interação na compreensão do conto lido. Leia
dos elementos da narrativa já estudados na aula anterior o texto antecipadamente. Dê um tempo para que eles
e dar ênfase, na prática, ao elemento ponto de vista, leiam e discutam a história, já que estão em duplas, a
identificando se o narrador está em primeira pessoa ou leitura antecipada ajudará a sanar eventuais dúvidas
em terceira pessoa, o efeito de sentido que ele provoca que possam surgir durante a leitura e compreensão
e os demais elementos presentes na narrativa. do texto realizada pelos alunos.
Traga o conhecimento do capítulo anterior, enfa- Após a leitura dos alunos, inicie a reflexão sobre
tizando a regularidade encontrada: Na aula anterior, as regularidades do conto e deixe as especificidades
nós vimos os elementos presentes nos contos. Vamos para o final. Assim, o aluno perceberá primeiro que o
relembrar? Como os contos geralmente começam: no texto é um conto e, depois, será capaz de perceber
passado ou no futuro? E o que é preciso ter para contar nele a afrodescendência. A interação pode ser assim:
a história? Enfatize o movimento das palavras (verbos) “Vamos ver se esse também é um conto?” “Como essa
em primeira ou terceira pessoa no conto e explique história se inicia?”. Utilize perguntas para análise que
que esse elemento é muito importante, porque é ele
provoquem a reflexão. Instigue-os a analisarem em que
que traz o tipo de narrador escolhido pelo autor. É
tempo a história se passa, de forma que eles percebam
relevante lembrar que o narrador não é o autor. Como
as marcas linguísticas que indicam essa informação no
estamos falando de um texto de ficção, o narrador é
texto (perceba que, no início, parece estar presente, mas
criado para contar a história, seja participando dela ou
observando tudo e todos, mas não pode ser confundido a história mesmo que ele vai contar está no passado;
com o autor (GANCHO, 2002). veja que ele diz “há vinte e oito anos” e coloca toda a
Convide os alunos a verificar esses mesmos ele- narrativa, a partir desse ponto, no passado).
mentos no conto que vão ler. Depois de ler com eles e ouvir suas respostas, interfira,
utilizando, mais três perguntas: “Então, ele vai contar
uma história de quando era criança?”, “E onde a história
PRATICANDO se passa? Onde é o CENÁRIO do conto?”. Esclareça que
Opô Afonjá é um templo de culto afro-brasileiro, hoje
Expectativas de resposta reconhecido como patrimônio nacional, que fica numa
1. Leitura do texto. fazenda em São Gonçalo do Retiro, na Bahia.
2. a. Passado, espera-se que o aluno perceba as Explique que dentro da história, dentro de suas lem-
marcas linguísticas que indicam essa informação branças, o narrador-personagem conta mais duas his-
no texto – “Há vinte e oito anos passados”. tórias, mas coloca dona Caetana como narradora. Leia
b. Em São Gonçalo do Retiro, na roça do Opô com os alunos os dois trechos em que dona Caetana
Afonjá. Explique que Opô Afonjá é um templo conta as histórias. A interação pode ser assim:
de culto afro-brasileiro, hoje reconhecido como “Vamos agora ver os trechos do texto contados por
patrimônio nacional, que fica numa fazenda dona Caetana. Vamos reler juntos?” Leia com eles o
em São Gonçalo do Retiro, na Bahia. primeiro trecho.
3. a. Terceira pessoa, pois Cosme e Damião (os Em seguida, use as perguntas para provocar a
personagens) é que praticavam essas ações, reflexão. “Primeira ou terceira pessoa? O que vocês
e não dona Caetana (a narradora). acham? Quem realizava as ações de curar, gostar e

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de dar esmolas?” Aguarde as respostas, mas, depois, (um adulto que lembra fatos de sua infância) e outro
reforce o correto (terceira pessoa), explicando que eram narrador em terceira pessoa (dona Caetana) que conta
Cosme e Damião (os personagens), e não dona Caetana as histórias para os meninos. Um desses meninos que
(a narradora), que praticavam essas ações. ouve as histórias de dona Caetana é o narrador que
Leia com eles o segundo trecho e siga o mesmo inicia o conto: “Há vinte e oito anos passados, no dia
padrão de perguntas: “Quem gostava de jogar cartas? de hoje, eu estava em São Gonçalo do Retiro, na roça
Quem estava conversando com os camaradas? (Ambrósio). do Opô Afonjá, pois já tinham começado as festas da
E quem chegou chorando? (O homem). Então temos Água de Oxalá.” (Esse narrador que diz “eu estava em
novamente a terceira pessoa…”. São Gonçalo do Retiro…” é uma das crianças que ouve
Agora, faça a retomada com estas perguntas: a história de dona Caetana).
Dona Caetana conta duas histórias. Quais são? (A
história de Cosme e Damião e a história de Ambrósio).
Quando dona Caetana conta essas histórias, quem
RETOMANDO
é o narrador? (Dona Caetana). Nessa parte do texto, o
narrador participa das histórias que conta? (Não).
Expectativas de resposta
Esclareça que o narrador que participa da história,
1. A sequência é 5, 2, 3, 1, 4.
ou traz suas lembranças, é um narrador em primeira
pessoa (narrador-personagem). Como dona Caetana
apenas conta a história, sem participar do momento Orientações
em que ocorreu o fato, ela é uma narradora em terceira Retome, com a pergunta “O que aprendemos hoje?”,
pessoa (narrador-observador). Incentive-os a perceber os elementos estudados desde a aula anterior.
que o sujeito da ação não é dona Caetana, mas os Fale da diferença entre os tipos de narrador de um
irmãos Cosme e Damião. E, na outra história, Ambrósio. conto e sobre as diferenças do ponto de vista de cada
Então, o narrador-observador fala do que sabe e do um deles. Marque bem, na sua fala, as especificida-
que vê, sem participar, necessariamente, da história. des que diferenciam um conto de um conto popular e
Conclua, reforçando que o narrador não é o autor. um conto popular de um conto popular afro-brasileiro,
“Nesse conto temos um autor, que registrou a história ressaltando a linguagem utilizada e o contexto cultural
(Mestre Didi). Temos o narrador em primeira pessoa apresentado.

ANOTAÇÕES

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7. Mudando o foco: quem conta a história?
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7. Mudando o foco: quem conta a história? PRATICANDO

1. Leia dois trechos de contos populares escritos por Fernando Canto. Em seguida, 1. Desafio: vamos brincar de autor?
responda às questões.
Que tal mudar o foco narrativo de um conto? Vamos ver um exemplo?
Trecho 1:
Texto 1
A cidade encantada sob a pedra
Ao chegarmos na superfície não vimos nossa canoa nem o marinheiro. Era noite. Chibante nos disse
Ao chegarem na superfície não viram a canoa nem o marinheiro. Era noite. Chibante dis-
para esperarmos o dia clarear, despediu-se mergulhando como sempre com sua lamparina na direção da
se a eles para esperarem o dia clarear, despediu-se mergulhando como sempre com sua
pedra do Guindaste. Era a mesma pedra que há tempos servia para sustentar uma grande alavanca que
lamparina na direção da pedra do Guindaste.
tirava dos navios do atracadouro animais e cargas pesadas, mas que depois deixou de ser utilizada. Quase
não dormimos, só cochilamos na praia até o dia raiar.
CANTO, Fernando. Mama Guga: conto da Amazônia. Paka-Tatu: Belém, 2017. v. 1. p. 104.
Texto 2
Trecho 2:
Ao chegarmos na superfície não vimos nossa canoa nem o marinheiro. Era noite.
A imperatriz de Mazagão Velho
Chibante nos disse para esperarmos o dia clarear, despediu-se mergulhando como sempre
A vila de Mazagão Velho, distante cerca de 60 quilômetros de Macapá, é um dos lugares mais pródigos de com sua lamparina na direção da pedra do Guindaste.
manifestações culturais do Amapá. Traz uma tradição de 17 festas anuais somente no ciclo santoral. Uma
das mais expressivas é a do Divino Espírito Santo, que ocorre com intensidade nos dias 23 e 24 de agosto
com diversos quadros durante a sua programação.
CANTO, Fernando. Mama Guga: conto da Amazônia. Paka-Tatu: Belém, 2017. v. 1. p. 104.
O que mudou?

Fernando Canto boiou lá nas bandas do estreito do rio Amazonas, em Óbidos Narrador − 3ª pessoa
(PA). Foi para Macapá ainda criança, onde estudou até ir para Belém fazer
Acervo Fernando Canto

Sociologia na UFPA. Músico e compositor, publicou 16 livros (poesia, contos, Verbos que concordam com a 3ª pessoa: chegarem, viram, disse, despediu-se.
crônicas e estudos científicos) e recebeu premiações importantes na área li-
terária e musical. Publica artigos e crônicas em jornais, blogs e sites. Sobre si,
Pronomes em 3ª pessoa: seu, sua, ele, ela, se, o, a, lhe.
Fernando Canto diz: “Meio petulante, acha que tem muita água para navegar
sob o signo do sol do Equador, neste quadrante em que medra o fantástico e
o encantamento da lua cheia”. “Chibante disse a eles para esperarem o dia clarear.”

Narrador − 1ª pessoa

⊲ O primeiro trecho está em primeira pessoa ou terceira pessoa? Verbos que concordam com a 1ª pessoa: chegarmos, vimos, esperarmos.

Pronomes em 1ª pessoa: meu, minha, eu, nós, me, mim.

⊲ Que elementos possibilitam identificar o narrador?


“Chibante nos disse para esperarmos o dia clarear.”

Agora é sua vez! Reescreva os dois trechos do conto “O homem que virava onça” apre-
⊲ Que elementos de uma narrativa não aparecem nos trechos lidos?
sentados a seguir, seguindo as orientações do foco narrativo sugerido.

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Desafio 1: Substituir o narrador-personagem que participa da história por um narrador em ter-


ceira pessoa, que tudo vê e observa. Você também vai precisar adaptar a linguagem de tia Caetana RETOMANDO
para uma versão empregando a gramática padrão.

1. O que você aprendeu neste capítulo?


Quando a brincadeira estava bem animada, lá por volta das nove horas, minha mãe, juntamente com as
dos outros camaradas, nos fizeram acabar com a brincadeira a toque de caixa.
Nisso fomos todos pra sala da casa grande, junto no quarto do Peji de Oxalá, fazer nossas camas para
dormir.
Uns choravam, outros resmungavam, até que uma senhora, já bem velhinha, filha de africanos, por
nome Caetana, que estava sentada na referida sala fumando seu charutinho, disse pra nós:
— Nun fica ai assim periado, vae tudo deitá, eu vai contá um cazo pra ocê tudo uvir e drumi.

2. Qual aspecto dos contos afro-brasileiros é mais interessante? Por quê?

3. O que foi mais difícil na atividade de reescrita? Por quê?

Desafio 2: Substituir o narrador em terceira pessoa por um narrador-personagem:


Cosme.
4. Vamos compartilhar nossas versões e o que aprendemos?
Preste atenção: Cosme e Damião naceu in Larubáwa (Arábia), foi dôs irmão mabáço, todo dôs éra doutô,
curava gente, gostava muito do pobre, dava muita esmola e num ligava prá dinheiro, até qui um dia levanta- 5. Pinte no quadro a seguir a quantidade de estrelas que sinaliza o quanto você se
run farço a ele e o Rei daquela téra mandô cortá a cabeça de todo dôs. Dipôs côpo deles tudo foi pra Roma, lá sente seguro sobre as afirmativas propostas.
todo dôs virô santo e teve um casa cum nome Igrejá (Ilê Orixá Ibeji – Casa dos Santos Dois Dois).
Pensando a respeito do que aprendeu sobre
SANTOS, D. M. Contos negros da Bahia e contos de Nagô. Prefácio de Jorge Amado. Salvador: Corrupio, 2003. Sim Não Às vezes
contos afro-brasileiros, você diria:

Sei explicar a diferença entre narrador em 1ª pessoa


e narrador em 3ª pessoa.

Reconheço todos os elementos que constituem uma


sequência narrativa.

Identifico pronomes e verbos que são modificados


de acordo com o foco da narrativa.
Sei aplicar a mudança de ponto de vista (foco
narrativo em 1ª e 3ª pessoa) em conto quilombola
amapaense.
Utilizo corretamente a concordância verbal e a
concordância nominal.

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5 o ANO
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Habilidades do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos literários
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locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.
Identificar em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com
EF35LP29
base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.

Prática de linguagem Contexto prévio


Análise linguística e semiótica (ortografização). No capítulo anterior, os alunos identificaram dois
tipos de narrador – observador e personagem –,
Sobre o capítulo exemplificando que as narrativas podem ser rea-
• Contextualizando: identificar o foco narrativo lizadas em primeira ou em terceira pessoa. Neste
do texto em primeira ou terceira pessoa. capítulo, esse conhecimento os auxiliará a exercitar
• Praticando: diferenciar narrativas em primeira o que aprenderam, mobilizando os conhecimentos
pessoa de narrativas em terceira pessoa e anteriores para ampliação da aprendizagem.
reescrevê-las seguindo a narrativa sugerida.
• Retomando: relacionar as aprendizagens por Dificuldades antecipadas
meio de conclusões sobre os contos populares Alguns alunos podem ter mais dificuldade em
e contos quilombolas amapaense. ler o conto por causa da pouca autonomia na lei-
tura, o que dificulta o entendimento e o uso da
Objetivos de aprendizagem norma culta. Dessa forma, é necessário ampliar
• Aplicar a mudança de ponto de vista (foco narrativo as possibilidades desse aluno para incorporar a
em 1a e 3a pessoa) em conto popular e contos norma-padrão em suas produções e na fala.
quilombolas amapaenses.

CONTEXTUALIZANDO
PRATICANDO
Expectativas de resposta
1. Espera-se que os alunos percebam que o primei- Expectativas de resposta
ro trecho está em primeira pessoa e o segundo 1. Desafio 1:
trecho, em terceira pessoa. “Vou contar uma história Tucuju, daquelas que
Os elementos que auxiliam na identificação do ninguém não vai esquecer nunca e que aconteceu
narrador são os verbos em primeira pessoa ou comigo, na época em que os bichos falavam! Um
terceira pessoa, respectivamente. dia, eu estava indo meu rumo para o Quilombo
Não aparece o conflito, por meio do qual a história do Pirativa (Santana) quando desviei do caminho
se desenvolve. e parei no Quilombo do Curiaú (Macapá) aciden-
talmente. Encantei-me por uma árvore diferente,
Orientações ela estava coberta de teias e vi que morava nesta
Peça aos alunos que leiam os trechos apresenta- árvore várias aranhas de várias cores, chamadas
dos e que, em seguida, leiam as questões propostas de marabaixeiras”.
e busquem encontrar individualmente as respostas. Desafio 2:
Depois, promova um momento de interação para que “O boto desculpou-se porque não tinha visto a
compartilhem suas respostas com os colegas. O foco aranhazinha. Perguntou se precisava de alguma
para as respostas deve estar direcionado para as ca- coisa, E fez um biquinho como se fosse beijar a
racterísticas que indicam o narrador-personagem (nar- miúda aranha! A aranha retrucou para deixá-la pois
rador em 1a pessoa) ou narrador-observador (narrador estava trabalhando”.
em 3a pessoa).
Caso os alunos sintam dificuldades em se expres- Orientações
sar oralmente, auxilie-os na elaboração das frases e Apresente a proposta da atividade. Individualmente,
verifique se seus conhecimentos prévios estavam de os alunos modificarão trechos de um conto popular
acordo com a identificação esperada do conto. afro-brasileiro e um conto quilombola amapaense,

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utilizados na seção Praticando, a fim de aplicar a di-
ferença de ponto de vista do narrador. RETOMANDO
Inicie a atividade perguntando: Vamos brincar de
autor? Observando o que já aprendemos sobre o foco Expectativas de resposta
narrativo (ponto de vista), vamos modificar o foco dos 1 - 5. Respostas pessoais.
trechos de um conto. Explique que os trechos estão es-
critos em terceira e primeira pessoa, então a tarefa é Orientações
reescrevê-los mudando o foco narrativo. Convide dois alunos a realizar a leitura da versão
Oriente o trabalho de reescrita antes de iniciar a em primeira pessoa e dois para realizar a leitura do
atividade: Vamos ler os dois trechos do conto visto. Um trecho em terceira pessoa.
está em primeira pessoa e devemos passar para terceira. Acompanhe atentamente para que possa fazer as
O que é preciso fazer? O outro trecho está em terceira intervenções necessárias à aprendizagem após a leitura.
pessoa e nós passaremos para primeira pessoa, na voz A sua mediação nesse processo é muito significativa.
de Cosme. Use o quadro apresentado para chamar a Reitere os acertos e conduza novas reflexões quan-
atenção para o que eles precisam fazer. Analise o quadro do notar que a habilidade ainda não foi totalmente
com eles e dê tempo para eles reescreverem. apreendida (REGO, 2001). Por fim, oriente-os a refletir
No exemplo reescrito, alguns verbos deverão estar sobre as aprendizagens deste capítulo, respondendo
na primeira pessoa. Ressalte que isso acontece porque as perguntas 1 a 4.
o narrador vai passar a contar a história participando Passe então à questão 5 de autoavalidação. O ob-
dela. Dessa forma, esses verbos precisarão concordar jetivo dessa atividade é que os alunos autoavaliem
os conhecimentos construídos ao longo do capítulo,
com esse novo ponto de vista – e essa é a mudança mais
norteando o trabalho que será desenvolvido nos pró-
visível quando se altera o tipo de narrador.
ximos capítulos. Caso os alunos não se sintam con-
Analise com eles o trecho do Desafio 1. Uma versão
fortáveis em responder a todas as afirmativas, revise
possível é:
e relembre com eles como foi seu desenvolvimento
“Quando a brincadeira estava bem animada, lá por durante a execução das atividades propostas ao longo
volta das nove horas, a mãe do garoto, juntamente com dos capítulos.
as de seus outros camaradas, os fizeram acabar com a
brincadeira a toque de caixa. Quilombola recria contos e lendas da Amazônia
Nisso foram todos pra sala da casa grande, junto no em vídeos de animação
quarto do Peji de Oxalá, fazer as camas para dormir. Histórias, lendas e contos de uma comunidade
Uns choravam, outros resmungavam, até que uma quilombola no município de Barcarena, no nordeste
senhora, já bem velhinha, filha de africanos, por nome do Pará, foram transformados em vídeos de anima-
Caetana, que estava sentada na referida sala fumando ção no Trabalho de Conclusão de Curso da profes-
seu charutinho, disse para eles: sora Maria do Carmo Freitas, concluinte do curso
— Nun fica ai assim periado, vae tudo deitá, eu vai de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade
contá um cazo pra ocê tudo uvir e drumi.” Federal do Pará (UFPA), por meio do Plano Nacional
Uma versão possível para o desafio 2 é “’Preste de Formação de Professores (Parfor).
atenção: eu, que me chamo Cosme, e Damião nasce- A família de Maria do Carmo é oriunda da comu-
mos em Larubáwa (Arábia), somos dois irmãos, era- nidade quilombola Gibrié de São Lourenço, na zona
rural de Barcarena, onde ela atua como professo-
mos doutores, curávamos gente, gostávamos muito
ra da Educação Básica. Maria do Carmo conta que
dos pobres, dávamos muita esmola e não ligávamos
sempre teve a intenção de trabalhar com a história
para dinheiro.”. Reforce que a mudança de foco nar- e a cultura da comunidade.
rativo também ocasiona mudança na maneira como o “Estas narrativas, estas contações de histórias
narrador apresenta a história. que meu povo tem fazem parte da minha vida e do
Esclareça as dúvidas dos alunos e monitore o traba- meu repertório histórico e cultural, porque era uma
lho. Uma interação próxima pode ajudá-los a resolver cultura nossa sentar ao redor da fogueira, enquanto
dúvidas pontuais ao mesmo tempo em que você poderá os mais velhos contavam histórias à noite”, diz a
avaliar melhor o processo de aprendizagem dos alunos. professora.

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Linguagem contemporânea – A iniciativa de da mãe para produzir vídeos caseiros. “É importante
apresentar o conhecimento tradicional de sua co- que muita gente fique sabendo das histórias. Se os
munidade em uma linguagem contemporânea como idosos que contavam essas histórias não contarem
a animação foi elogiada pela professora Ida Hamoy, mais, elas vão morrer”, diz o aluno.
coordenadora do curso de Artes Visuais no Parfor. Comunidade – Após produzir os primeiros vídeos,
“É uma geração jovem que começa a perceber o a professora Maria do Carmo deu sequência ao pro-
quanto essas novas tecnologias podem trazer de jeto, e mais alunos puderam participar. Atualmente,
volta uma linguagem que talvez estivesse esquecida”, o canal da professora no YouTube conta com oito
destaca Ida Hamoy. vídeos produzidos em parceria com os alunos.
Segundo a coordenadora, a retomada do patri- “Eu queria fazer com que eles (os alunos) se
mônio cultural dos municípios é um dos objetivos apropriassem dessas histórias, dessas narrativas e
trabalhados durante as aulas do curso no Parfor. passassem a reproduzir. Acredito que tenham se
“Os alunos são instrumentalizados para fazer esse
apropriado, tanto da técnica (stop-motion) quanto
mapeamento e devolver para a comunidade uma
dessas narrativas”, conta a professora.
resposta de tudo aquilo que foi recebido”, explica.
Uma prévia dos vídeos foi apresentada no en-
Ida Hamoy também foi a orientadora do trabalho
contro de comunidades quilombolas de Barcarena,
de Maria do Carmo e celebra o impacto imediato
e a iniciativa foi aprovada pelos moradores das co-
que o Parfor provoca, interferindo diretamente na
educação dentro dos municípios que recebem turmas munidades. “Para nós, foi um ganho muito grande e
do programa. muito importante. Nossos contos estavam sendo todos
“O Parfor é uma intervenção imediata na escola, perdidos, pelo fato de não terem sido registrados”,
porque os alunos do programa já são professores. conta Mário Assunção, coordenador da comunidade
Vários trabalhos que desenvolvíamos em nossas Gibrié de São Lourenço.
disciplinas eram imediatamente aplicados pela Maria Os vídeos de animação representam cenas que
do Carmo com as crianças aqui, do quilombo, e, fizeram parte da vida de moradores da comunidade,
no semestre seguinte, ela já trazia os resultados”, como a história da “Matinta Pereira que assustava a
relembra Ida Hamoy. Tia Carlota”, moradora mais velha da comunidade.
Produção – Após mapear as histórias entre Ela garante que a Matinta Pereira ainda transita à
os habitantes mais velhos da comunidade, a pro- noite pela região, assoviando pelas estradas de terra
fessora Maria do Carmo optou por reproduzir os do quilombo.
contos de visagem por meio de narrativas gráfi- Mara Ferreira é moradora da comunidade qui-
cas. A ideia de transformar os contos em vídeos lombola e atua há 21 anos como professora na zona
de animação veio após entrar em contato com a rural de Barcarena. Ela passou a usar as animações
técnica de stop-motion durante as aulas da disci- em suas aulas. “É uma ‘sementinha’ — cabe a eles,
plina Laboratório de Animação, ministradas pelo agora, passar pra frente. Se eu soubesse o tanto
professor Márcio Lins de Carvalho. de riqueza que havia naquelas histórias que meu
“Sempre procurei aliar o que aprendia dentro da avô contava, eu teria escrito ou gravado”, afirma
Universidade com a minha prática pedagógica dentro a professora.
de sala de aula. Fui ressignificando minha prática Para Osmarina Santos, de 80 anos, as animações
à medida que eu ia absorvendo os conhecimentos. lhe permitiram relembrar a juventude. “Eu tinha uns
Decidi contar essas histórias e convidar minha turma 10 anos quando tudo isso era contado, era visto:
para fazer esses vídeos”, conta Maria do Carmo.
Matinta Pereira, Mãe do Mato, Curupira. Fico pen-
Para produzir as animações, formou uma equipe
sando: ´Meu Deus! Será que isso é verdade?’ Hoje
de cinco alunos, que participaram com ela da co-
ninguém acredita mais em nada, é uma descrença
leta das histórias, da elaboração dos roteiros, dos
que não tem tamanho. Mas as minhas histórias são
storyboards e dos cenários das animações, além
verídicas, isso aconteceu”, diz dona Osmarina Santos.
de captarem todas as fotografias que compõem os
vídeos animados em stop-motion. [...]
Pedro Lucas, de 11 anos, foi um dos alunos que mais
NASCIMENTO, Alexandre. Quilombola recria contos e lendas da
se empenharam na produção dos vídeos e chegou a Amazônia em vídeos de animação. Disponível em:
instalar aplicativos de stop-motion no telefone celular https://www.palmares.gov.br/?p=53579. Acesso em: 10 nov. 2021.

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8. Descobrindo as vozes do conto
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8. Descobrindo as vozes do conto PRATICANDO

1. Leia o trecho do conto “O ouro enterrado” e, em seguida, responda às questões. 1. Escute com atenção a leitura do conto realizada pelo professor.

O ouro enterrado ⊲ Agora, analise o texto a seguir e complete com os sinais de pontuação e os ver-
Zélia teve um sonho maravilhoso. Ela sonhou que seu padrinho Zelão tinha encontrado muito ouro e bos que faltam.
que tinha enterrado esse ouro perto da gruta. Mas ele tinha morrido antes de poder usufruir a riqueza. No
sonho, ele oferecia o ouro para Zélia e dizia: A onça
— Esse ouro me tirou o sossego, não tenho mais paz. Quero que o ouro seja seu. Você vai encontrá-lo Era uma noite de lua cheia. Estávamos em família apreciando o luar. De repente, ouvimos os bois correndo
perto da gruta, embaixo de um ipê amarelo. É só cavar que você vai encontrar o ouro. Que esse tesouro lhe
no curral, os cachorros latindo e os cavalos relinchando.
traga alegria e felicidade. [...]
Meu filho sai para ver o que era e ele :
DIAS, Paulo; MOTA, Juliana (pesq.); MOURA, Glória (org.). Estórias quilombolas. Brasília: Ministério da Educação, Meu Deus! Pai, é uma onça. Chamo pelo meu compadre, que logo veio atender com
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010. p. 98. (Coleção Caminho das Pedras; v. 3)
uma carabina nas mãos. Sem saber o que era, o compadre perguntou:
O que é compadre
a. O narrador está em primeira ou terceira pessoa? Justifique. Eu respondi:
É uma onça. Ela estava sentada comendo minha criação e, ao ver a cena, me arrepiei de medo.
Chamo pelo meu compadre, que logo veio atender com sua carabina nas mãos. Sem saber o que era, o
compadre perguntou
o que é compadre?
b. Quem são os personagens desse conto? Eu respondi:
É uma onça. Ela estava sentada comendo minha criação e , ao ver a cena, me arrepiei
de medo
Gritei pelo meu filho:
c. Que sinais de pontuação aparecem nesse trecho? João, Diga à sua mãe para não chamar a televisão, que a onça vamos matar e não vamos
deixar ela acabar com a nossa criação.
Jamais sabia que minha cunhada estava ouvindo tudo no portão; e ela saiu para dentro de casa com o te-
lefone na mão, dizendo:
2. Complete os organogramas a seguir, relembrando as duas posições que podem Mande a televisão para cá, aqui próximo de casa estão caçando uma onça.
ser assumidas pelo narrador e como as ideias e vozes dos personagens podem ser Quando olhamos para a estrada, um camburão e atrás dele a equipe de televisão. Logo
apresentadas na narrativa. depois, a juíza ambiental, que veio fazer a averiguação, queria me levar para a prisão. Ficamos todos assusta-
dos e saímos rumo à mata para nos esconder atrás da moita. Jamais pensamos que a onça também estava lá.
O susto foi tão grande que um homem se borrou, a caça virou contra o caçador. Quando a onça esturrou. Os
latidos dos cachorros até se afinaram

Narrador
Esmeraldina dos Santos
Acervo Esmeraldina Santos

É uma das maiores divulgadoras da cultura amapaense. Natural de Macapá/


AP, é escritora, com cinco livros publicados. Pedagoga formada, composito-
ra, contadora de história, cantadeira e dançadeira de Batuque e Marabaixo,
tem 65 anos e duas filhas – e é avó de quatro netos. É uma das remanes-
centes da cultura quilombola do Curiaú, e seu primeiro livro publicado é
intitulado História do meu povo. Filha de Maximiano Machado dos Santos
e Francisca Ramos dos Santos (tia Chiquinha), mora na área de proteção
ambiental do Quilombo do Curiaú, onde viveu a infância e adolescência e
Personagem
criou laços afetivos, sendo onde busca inspirações para a sua literatura. É considerada uma
das maiores lideranças na tradição quilombola do estado.

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RETOMANDO
Criaú, lugar bonito para criar o Ú. O Ú quer dizer "o boi".
Era assim que os nossos antepassados falavam. Aqui, no Criaú, é um verdadeiro paraíso, uma
natureza rara cheia de árvore, pássaros e muitos outros animais com o seu esplendor. Um lugar 1. O que aprendemos hoje? Sistematize no quadro abaixo o que você aprendeu.
de muitas alegrias, fé, amor, respeito, amizade, reconhecimento e muito rico em cultura com fes-
tas tradicionais. As mais prestigiadas e respeitadas são o Batuque e o Marabaixo assim como as
Discurso direto Discurso indireto
ladainhas e as folias rezadas em latim.
Hoje o chamamos o quilombo de Curiaú.
SANTOS, Esmeraldina dos. A onça. Ilustrações de Lane. Brasília: Editora da autora, 2020.
Quem fala?

⊲ Preste atenção a este trecho do conto “A onça”.


Quais são os sinais de
pontuação mais utilizados?
“Era uma noite de lua cheia. Estávamos em família apreciando o luar. De repente, ouvimos os bois cor-
rendo no curral, os cachorros latindo e os cavalos relinchando.
Meu filho sai para ver o que era e ele grita:”
Utiliza verbos dicendi?
2. Quem conta essa parte da história? Justifique.

Quem coloca sua visão


da história?

3. O que mudou em relação aos sinais de pontuação? Por que não utilizamos os
2. Use o espaço a seguir para tomar notas sobre as aprendizagens feitas até o
travessões?
momento.

a. O que foi mais interessante aprender sobre contos quilombolas amapaenses?


Por quê?

4. Nesse trecho, o personagem fala diretamente ou o narrador fala por ele?

b. O que ainda é confuso para você sobre a estrutura do gênero narrativo conto?
Quais estratégias você pode usar para auxiliá-lo com suas dúvidas?
5. Qual é a diferença entre discurso direto e discurso indireto?

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Habilidades do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos literários
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locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.
Diferenciar discurso indireto e discurso direto, determinando o efeito de sentido de verbos de enunciação
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e explicando o uso de variedades linguísticas no discurso direto, quando for o caso.

Prática de linguagem Materiais


Análise linguística/semiótica (ortografização). • Cartolina (uma para o professor).

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: analisar vozes narrativas Nos capítulos anteriores, os alunos trabalharam
de um trecho de conto e relembrar funções com o discurso em primeira e terceira pessoa. Isso
assumidas por narrador e personagem. os ajudou a levantar hipóteses; agora, vão relacio-
• Praticando: ler, interpretar e completar lacunas nar esses conhecimentos com os discursos direto e
de um conto com verbos e pontuação adequados. indireto trabalhados neste capítulo. Os alunos tam-
• Retomando: sistematizar as aprendizagens sobre bém devem conhecer o nome dos sinais de pontua-
o gênero em estudo e levantar hipóteses sobre ção para que possam inferir o sentido que cada um
estratégias para sanar eventuais defasagens deles dá ao texto.
acerca do objeto de estudo.
Dificuldades antecipadas
Objetivos de aprendizagem Alguns alunos podem apresentar mais dificul-
• Reconhecer a diferença entre os discursos direto dade na atividade individual por apresentar pouca
e indireto e a mudança de sentido proveniente autonomia na leitura, o que dificulta na escrita do
de seu uso. texto. Também podem apresentar dificuldade em
• Identificar um conto quilombola com a identida- compreender o uso dos sinais, além de escrever os
de, função social, fauna, flora, lugar de per- diálogos sem a organização prevista para o discurso
tencimento e seus elementos narrativos. direto (uso de dois-pontos, parágrafo e travessão).

CONTEXTUALIZANDO Orientações
Leia com os alunos o trecho do conto “O ouro
Expectativas de resposta enterrado”. Reflita com a turma sobre as questões
1. a. Espera-se que os alunos respondam que está norteadoras, relembrando os aspectos da narrativa
na terceira pessoa, pois o narrador está fora analisados nos capítulos anteriores.
dos fatos narrados, ou seja, ele observa e conta Relembre dois dos elementos da narrativa: ponto
a história. de vista e personagem.
b. Os personagens são Zélia e o seu padrinho, Apresente os organogramas e converse com a
Zelão. turma, solicitando que falem sobre o que se lem-
c. Dois-pontos, ponto final, vírgula e travessão. bram. Se tiverem dificuldade, ajude-os com uma pro-
2. blematização: Como chamamos quem narra, quem
conta a história? Precisa ser alguém que participa
Que participa da história dela ou pode ser alguém que observa? Em seguida,
Narrador apresente o resumo nas demais caixas de texto que
Que não participa da história sintetizam o tipo de narrador. Faça o mesmo com
os personagens: Todos os personagens podem falar
Suas falas são apresentadas na história? E todos falam? Há diferença quando é
diretamente na história o personagem que conta a história ou quando é o
narrador? Em seguida, apresente as caixas de texto
Personagem que resumem essa retomada.
Suas ideias são apresentadas
pela voz de narrador

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3. Nesse trecho, só aparecem ponto final e vírgula.
PRATICANDO Nele, o personagem não tem sua voz marcada
diretamente e suas ideias são representadas
Expectativas de resposta pelo narrador.
1. 4. O narrador fala por ele.
A onça 5. Discurso indireto é quando o narrador conta se-
Era uma noite de lua cheia. Estávamos em família gundo a sua visão das coisas. Discurso direto é
apreciando o luar. De repente, ouvimos os bois cor- quando o personagem fala.
rendo no curral, os cachorros latindo e os cavalos
relinchando. Orientações
Meu filho sai para ver o que era e ele grita: Realize a leitura do conto “A onça” na íntegra para
— Meu Deus! Pai, é uma onça. Chamo pelo meu que os alunos possam refletir sobre a escrita correta
compadre, que logo veio atender com uma cara- da narrativa quilombola. Peça aos alunos que acom-
bina nas mãos. Sem saber o que era, o compadre panhem silenciosamente a sua leitura. Como o conto
perguntou: quilombola amapaense tem sua tradição na oralida-
— O que é compadre? de, essa leitura em voz alta pode auxiliar os alunos
Eu respondi: a atribuir sentido e expressividade ao texto escrito e,
— É uma onça. Ela estava sentada comendo minha ainda, auxiliar aqueles que têm menos autonomia na
criação e, ao ver a cena, me arrepiei de medo. leitura.
Chamo pelo meu compadre, que logo veio atender Após ouvirem sua leitura, indique que deverão
com sua carabina nas mãos. Sem saber o que era, preencher as lacunas que estão no lugar dos sinais
o compadre perguntou: de pontuação (travessão, dois-pontos) e dos verbos
— o que é compadre? dicendi utilizados no discurso direto. Permita que
Eu respondi: eles reflitam, experimentem e se sintam seguros com
— É uma onça. Ela estava sentada comendo minha os sinais de pontuação e os verbos que utilizaram.
criação e, ao ver a cena, me arrepiei de medo. Relembre que o uso da pontuação está vinculado aos
Gritei pelo meu filho: gêneros. No caso do conto, segundo Silva (2010), o
— João, diga à sua mãe para não chamar a televi- travessão, os dois-pontos, a interrogação e a excla-
são, que a onça vamos matar e não vamos deixar mação serão recorrentes. O travessão e os dois-pon-
ela acabar com a nossa criação. tos, de maneira particular, são marcadores do discur-
Jamais sabia que minha cunhada estava ouvindo so direto. Além disso, esse tipo de discurso ainda vem
tudo no portão; e ela saiu para dentro de casa com acompanhado por verbos “de dizer”, os verbos dicen-
o telefone na mão, dizendo: di. Para Gancho (2002), esse discurso pode aparecer
— Mande a televisão para cá, aqui próximo de casa de uma forma mais convencional (com dois-pontos,
estão caçando uma onça. travessão e os verbos de elocução), como é o caso do
Quando olhamos para a estrada, vimos um cambu- texto que estamos usando neste capítulo, ou de ma-
rão e atrás dele a equipe de televisão. Logo depois, neira menos convencional, por meio do uso de aspas.
a juíza ambiental, que veio fazer a averiguação, É preciso deixar os alunos bem à vontade para ex-
queria me levar para a prisão. Ficamos todos as- perimentar os sinais e os verbos e, só então, perceber
sustados e saímos rumo à mata para nos esconder as regularidades do discurso direto. Depois, eles farão
atrás da moita. Jamais pensamos que a onça tam- a comparação com o discurso indireto.
bém estava lá. Após preencherem as lacunas, promova a refle-
O susto foi tão grande que um homem se borrou, xão com perguntas: Que sinais vocês mais utilizaram?
a caça virou contra o caçador. Quando a onça es- Vocês acham que existe alguma razão para esse uso
turrou. Os latidos dos cachorros até se afinaram. recorrente? Qual? Deixe-os levantar hipóteses e falar
SANTOS, Esmeraldina dos. A onça. Ilustrações de Lane. Brasília: livremente. Em seguida, corrija a atividade coletiva-
Editora da autora, 2020. mente. Lembre-se de que há uma certa flexibilidade
no uso dos sinais de pontuação e na escolha dos ver-
2. O narrador. O texto está escrito em primeira pessoa. bos. Assim, escute as hipóteses dos alunos e provoque

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a reflexão sobre esses usos. Esse pode ser um cami- Orientações
nho para mostrar aos alunos essa flexibilidade e o Apresente esse trecho do texto em discurso indi-
fato de que ela não pode prescindir dos sentidos que reto. Provoque-os com perguntas: Quem conta essa
se quer com o texto. Por exemplo, no lugar do verbo parte da história? O que mudou em relação aos sinais
“disse”, eu posso usar “falou”, mas não poderia usar de pontuação? Por que não utilizamos os travessões?
“perguntou”, já que não há uma pergunta em seguida. Nesse trecho, a personagem fala diretamente ou o
Fale para os alunos sobre a derivação para Criaú narrador fala por ela?
para Curiaú. Use as informações do boxe Saiba mais.
Incentive os alunos a pensar nos diferentes efeitos
de sentido provocados pelo discurso direto e indireto.
RETOMANDO Pergunte: Se você contar o que viveu ou o que sentiu, têm
o mesmo efeito que alguém contar por você? Por quê?
Expectativas de resposta Por fim, mostre que o narrador está presente nos
1. dois discursos. Entretanto, no direto ele só aparece
Discurso Discurso para anunciar a fala dos personagens – foi o que
direto indireto aconteceu com os verbos que os alunos utilizaram
nas lacunas: os verbos dicendi. Esses são os verbos
Quem fala? o personagem o narrador que introduzem a fala dos personagens ou seguem
Quais são as falas para anunciar o que aconteceu. São exem-
os sinais de dois-pontos e plos de verbos dicendi: falar, dizer, perguntar, de-
aspas
pontuação travessão clarar, indagar, entre outros. Leve-os também a re-
mais utilizados? fletir sobre a presença do narrador no discurso direto
Utiliza verbos na história por meio dos verbos dicendi (FUNDAÇÃO
sim não CECIERJ, 2016).
dicendi?
Na atividade 2, o aluno terá oportunidade de
Quem coloca fazer uma autoavaliação de seu aprendizado até o
sua visão o personagem o narrador
momento. Aproveite suas impressões e dúvidas para
da história?
retomar pontos importantes do trabalho feito nesta
2. Respostas pessoais. unidade até o momento.

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9. Diferentes formas de marcar as vozes
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2. Reflita e compartilhe com os colegas: você acha que os sinais de pontuação e os


9. Diferentes formas de marcar as vozes verbos modificam o sentido do discurso direto e do indireto?

1. Realize a leitura silenciosa do trecho do conto “Vaquejada” e depois responda às


PRATICANDO
questões apresentadas a seguir.
1. O conto "Anauerapucu, a origem do nome" está reproduzido a seguir de forma
Vaquejada fragmentada e embaralhada. Em dupla, enumere as partes do texto para organi-
zar a sua leitura e compreensão.
No final dos anos 50, o Amapá teve como crescimento a pecuária, devido a grandes extensões de cam-
pos, lagos e os pecuaristas ou senhores da terra, que vinham de Belém do Pará, surgindo na região vários
retiros. Nessa época chegava muita gente à procura de terra e trabalho. Do Marajó apareciam muitos va- ( ) Naquele vilarejo toda a sua parentela nasceu, cresceu e ela desde criança sempre
queiros, montavam bem e tinham a fama de conhecer o manejo do gado. Algumas famílias que procura- ajudou a garantir o ganha-pão da família, por meio do cultivo da terra, da pesca artesanal,
vam a região trabalhavam com gado e a pesca. João Canudo morava na Caviana, pai de Ambrósio que desde da colheita do açaí, das caças, criação de animais, tais como: porcos, patos e galinha caipira.
pequeno queria ser um desses grandes vaqueiros. Seu avô Simão, já bem velho de cabeça branca, contava ( ) Certo dia, fiquei muito interessado em ouvir as suas encantadoras histórias.
“causo” dos grandes mistérios existentes na Amazônia, mas eles conheciam bem o trabalho de montar e Combinamos o nosso encontro em sua casa. Na tarde marcada, fui bem recebido pela idosa:
pegar boi, eram os melhores nesse trabalho na região da Caviana. Nessas bandas também tinha um cabra
( ) — Pode se achegar seu moço! Tome um gole de café enquanto faço aqui um por-
conhecido por Nascimento, um grande laçador, trabalhava com manejo de gado daquela redondeza.
:É, um dia vou laçar e montar como o Nascimento e papai. _
ronca pra tirar a tiriça do corpo! − Lentamente ela colocou uma porção de tabaco em um pe-
:Meu filho, você é muito novo, agora que estais saindo do casco _ daço de papel e começou a enrolá-lo. Depois passou saliva na extremidade do papelzinho e
Disse o avô Simão_ esfregou o fumo com as duas mãos.
:Vai cuidar da casa o que é! ( ) Quando finalmente o cigarro artesanal ficou pronto, ela o acendeu.
:Um dia vou mostrar para esse velho quem sou eu! Fiquei acanhado e antes que pudesse questionar alguma coisa, a simpática senhora
O tempo foi passando e seu João Canudo, pai de Ambrósio, tinha uma ligação grande com os fazendeiros
informou que não era viciada e fumava raramente. No decorrer do diálogo, decidi perguntar
do Amapá, mesmo porque sua família tinha o dom de tocar viola. Na época da festa do santo, todos partici-
sobre a origem do nome daquele lugar. Após tragar o seu fumo tranquilamente e sentir aque-
pavam, seguiam em embarcações até o Amapá, onde muitos eram contratados para trabalhar, como a ida-
de foi dando habilidade para montar e trabalhar com gado, Ambrósio tornou-se um grande vaqueiro bem la sensação de calmaria e de prazer, ela sorriu e disse:
treinado, sendo convidado a trabalhar num retiro perto de São Francisco, na fazenda do Coronel Galvão. ( ) Quando voltaram com as benditas cascas de anauerá botaram pra secar no sol, en-
PONTES, Ricardo Augusto dos Santos. Vaquejada. In: CORRÊA, Manoel Bispo. quanto partiam a lenha pra fazer o fogo. Depois que as cascas ficaram bem sequinhas, foram
Coletânea de poetas, contistas e cronistas no meio do mundo. Macapá: Gráfica e Editora JM, 2010. p. 142. jogadas na água fervendo pra fazer o chá. As pobres mães estavam aperreadas por demais!
( ) — Ah meu filho, é muita presepada! Se eu te falar como o pessoal inventou esse
Ricardo Augusto dos Santos Pontes nasceu em 25 de fevereiro de 1963 no nome tão estrambólico pra essa paragem, é capaz até de tu pensar que eu tô é de sacana-
gem contigo!
Acervo Ricardo Pontes

Estado do Amapá, filho de Aramando de Andrade Pontes e Raimunda dos


Santos Pontes. Sua formação acadêmica é Marketing e Comunicação (SEAMA) ( ) — Que nada! A senhora pode falar numa boa! Certamente vou compreender!
Licenciatura Plena em Letras na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) ( ) — Essa arrumação começou por causa de anauerá. Ela é uma árvore muito bonita
e Pós-Graduação em Língua Portuguesa (Faculdade Atual). É poeta e escri- de se ver, demais porruda, de qualidade e que produz uma madeira encarnada!
tor, tendo publicado os livros Raízes do Amanhã (1994), Gotas da Imaginação ( ) Antigamente, quando não tinha esse negócio de água tratada, os moradores daqui
(1999), Expressão d'Alma (2009), Saga (2019) e o romance Mistério de Safira
tomavam da água do rio, faziam comida e tudo mais. Eu acho que por causa disso, a menina-
em e-book (2020).
da vivia malacafenta!
— Malacafenta?
a. Quais sinais de pontuação estão no lugar errado? — Sim, adoentada da barriga! Dor de barriga! Diarreia! Era muita diarreia todo santo dia
que deixava a molecada mufina! Então uma parteira curandeira metida à benzedeira apa-
receu pelas bandas daqui e pediu para as mães desses pequenos arrumarem pedaços de
b. Qual seria a pontuação de pontuação mais adequada para iniciar um diálogo e anauerá pra fazer um tal de chá! A mulherada toda afobada se embrenhou nas matas!
para organizar as falas dos personagens? ( ) A mulher já ultrapassava oitenta anos. Ela possuía as mãos calejadas, cabelos
esbranquiçados e aparência frágil em decorrência da idade. Mesmo assim ainda esbanjava
vitalidade, muita disposição e impressionante conhecimento empírico.

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( ) Apesar da idade avançada e da fadiga diária, a senhora octogenária era muito 9. Observe as partes 6, 7 e 8 e responda: quem é o narrador e quem são os perso-
gentil, agradável, brincalhona e expressava sempre um largo sorriso. Para ela não existia nagens que falam no conto?
tempo ruim e fazia questão de descrever com riqueza de detalhes os seus causos aos mora-
dores ou visitantes do distrito de Anauerapucu em Santana/AP.
NESCAL, Fábio. Anauerapucu, a origem do nome. Amapá: Filos, 2021. p. 106.
10. Nas partes 9 e 10, seguem os diálogos. Existe verbo dicendi nesses trechos?

Fabio Nescal é o nome artístico de Fabio Souza Moreira, artista genuina-


Acervo Fabio Nescal

mente amapaense e negro mais conhecido como Tio Nescal. Nasceu na


11. No final, a história (parte 11) volta a ser contada pelo narrador?
cidade de Macapá-AP. É graduado em Pedagogia, professor, ator, escritor,
produtor cultural, contador de histórias, animador de festas e shows infan-
tis e membro da Associação Literária do Amapá (Alieap) e da Associação
Movimento Audiovisual de Santana (Amovis).
12. A parte 11 apresenta discurso direto ou indireto?

2. A quarta parte termina com um verbo dicendi (diz). Os verbos de dizer podem anun- 13. O final do conto é bem regional: fala das tradições populares do município de
ciar a fala do personagem, como nesse exemplo. O que virá depois desse verbo? Anauerapucu, em Santana/AP, com a medicina caseira e passada de geração para
geração. De quem é esse ponto de vista: da anciã ou do moço que narra a história?

3. Na parte 1, não temos o verbo dicendi. Esse discurso é direto ou indireto? Além de
não ter verbo dicendi, o que falta no texto e que nos leva a essa conclusão?
RETOMANDO

1. O que aprendemos? Pinte a tabela abaixo para indicar quais fragmentos do texto
4. O verbo dicendi só aparece na parte 4. Qual é esse verbo? No final dessa parte, há apresentam discurso direto, discurso indireto e discurso misto.
outro verbo dicendi.
Partes do texto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Discurso direto

5. Na parte 5, que expressão precisamos procurar para combinar com esse verbo dicendi? Discurso indireto
Misto (direto
e indireto)

6. Observe a parte 4 e reflita: se a fala da idosa não fosse direta e o narrador contas-
se a sua ação, teria o mesmo sentido?

7. Na parte 6, o diálogo continua. Em todo o parágrafo, temos verbo dicendi antes ou


depois das falas?

8. No final da parte 6, aparece o verbo "disse". Quem irá continuar a fala?

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Habilidades do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos
EF35LP-AP22
literários locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.
Diferenciar discurso indireto e discurso direto, determinando o efeito de sentido de verbos de enunciação
EF35LP30
e explicando o uso de variedades linguísticas no discurso direto, quando for o caso.

Prática de linguagem Materiais


Análise linguística/semiótica (ortografização). • Lápis de cor; cartolina; caneta hidrográfica.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: identificar inadequações na Nos capítulos anteriores, os alunos trabalharam
pontuação de um conto e ajustá-las. com o discurso em primeira e terceira pessoa. Isso
• Praticando: organizar conto que está desorde- os ajudou a levantar hipóteses. Agora, eles vão
nado, interpretá-lo e analisá-lo pelo viés dos relacionar esses conhecimentos com os discursos
sentidos provocados pelo uso dos discursos
direto e indireto trabalhados neste capítulo.
direto e indireto.
• Retomando: classificar as partes do conto em
discurso direto e discurso indireto. Dificuldades antecipadas
A formação de duplas pode gerar desconforto
Objetivos de aprendizagem nos alunos mais tímidos, que precisam de auxílio
• Reconhecer, nos textos narrativos, os sentidos para interagir. Muitos alunos podem apresentar di-
provocados pelos discursos direto e indireto. ficuldade em compreender o uso dos sinais, além
• Identificar os discursos direto e indireto no texto de escrever os diálogos sem a organização prevista
texto, a tradição oral e cultural e a função social para o discurso direto (uso de dois-pontos, parágra-
da linguagem no conto amapaense. fo e travessão).

CONTEXTUALIZANDO acha que os sinais de pontuação e os verbos modifi-


cam o sentido do discurso direto e do indireto? Leve-os
Expectativas de resposta a refletir sobre a função dos verbos de enunciação.
1. a. É esperado que os alunos percebam que os Esses verbos devem se ajustar ao conteúdo da fala e à
dois-pontos estão no início da frase, travessão pontuação correspondente, pois indicam como a fala
no final, ponto de interrogação no início de do personagem deve ser lida/interpretada.
frase e travessão após os dois-pontos em final Texto com a escrita correta:
de frase.
b. É esperado que digam que os dois-pontos de- Vaquejada
vem vir depois do verbo de enunciação e, na No final dos anos 50, o Amapá teve como cres-
linha de baixo, o travessão deve vir antes da cimento a pecuária, devido a grandes extensões de
fala dos personagens. campos, lagos e os pecuaristas ou senhores da terra,
2. Resposta pessoal. que vinham de Belém do Pará, surgindo na região
vários retiros. Nessa época chegava muita gente à
Orientações procura de terra e trabalho. Do Marajó apareciam
Convide os alunos a realizar a leitura silenciosa muitos vaqueiros, montavam bem e tinham a fama
do trecho do conto “Vaquejada”. Os alunos devem de conhecer o manjo do gado. Algumas famílias
perceber que alguns dos sinais de pontuação estão que procuravam a região trabalhavam com gado e
fora de lugar: dois-pontos e interrogação no lugar do a pesca. João Canudo morava na Caviana, pai de
travessão, travessão no lugar de interrogação e um Ambrósio que desde pequeno queria ser um desses
travessão logo após os dois-pontos. grandes vaqueiros. Seu avô Simão, já bem velho de
Questione os alunos e promova uma reflexão com cabeça branca, contava “causo” dos grandes mistérios
as perguntas norteadoras. Reflita com a turma: Você existentes na Amazônia, mas eles conheciam bem o

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trabalho de montar e pegar boi, eram os melhores Orientações
nesse trabalho na região da Caviana. Nessas bandas Em dupla, os alunos deverão encontrar a sequên-
também tinha uma cabra conhecido por Nascimento, cia do texto fragmentado. Este capítulo trata dos
um grande laçador, trabalhava com manejo de gado efeitos de sentido provocados pelo tipo de discurso
daquela redondeza. (direto ou indireto) escolhido pelo autor, e sua inten-
— É, um dia vou laçar e montar como o Nascimento ção é trabalhar com contos, contos populares, contos
e papai. afro-brasileiros e contos amapaenses. Aqui, o texto a
— Meu filho, você é muito novo, agora que estais ser trabalhado é um conto.
saindo do casco. Reforce aos alunos que eles devem observar as
Disse o avô Simão: duas formas de discurso: direto e indireto. Eles de-
— Vai cuidar da casa o que é! vem observar os sinais gráficos que caracterizam o
— Um dia vou mostrar para esse velho quem sou eu! discurso direto e os verbos dicendi que antecipam ou
O tempo foi passando e seu João Canudo, pai de retomam a ação que o personagem acabou de fazer.
Ambrósio, tinha uma ligação grande com os fazen- É essa observação que ajudará a montar o texto de
deiros do Amapá, mesmo porque sua família tinha o maneira coerente. Realize a leitura do conto com os
dom de tocar viola. Na época a festa do santo, todos alunos na íntegra (da forma que o texto ficará depois
participavam, seguiam em embarcações até o Amapá, que os alunos encontrarem a sequência correta).
onde muitos eram contratados para trabalhar, como
Siga para as demais atividades e proponha aos
idade foi dando habilidade para montar e trabalhar
alunos a reflexão durante a resposta das perguntas.
com gado, Ambrósio tornou-se um grande vaqueiro
Eles devem entender que o uso de travessões, dois-
bem treinado, sendo convidado a trabalhar num retiro
-pontos, interrogação e pontos de exclamação são
perto de São Francisco, na fazenda do Coronel Galvão.
sinais gráficos essenciais na construção do discurso
PONTES, Ricardo Augusto dos Santos. Vaquejada. In: CORRÊA, Manoel
Bispo. Coletânea de poetas, contistas e cronistas no meio do mundo.
direto. Entretanto, não são apenas marcadores da
Macapá: Gráfica e Editora JM, 2010. p. 142. transcrição de fala. Eles contribuem para articular
as partes do texto, como foi nesse exemplo em que
procuramos por uma pergunta para encaixar os pará-
PRATICANDO grafos. Além disso, promovem os sentidos que o autor
quer apresentar na história — seja de dúvida, de sur-
Expectativas de resposta presa, de medo etc. (CECIERJ, 2016).
1. Ordem correta do texto: 3, 4, 5, 6, 11, 7, 8, 9, 10, Na questão 6, aguarde um pouco e interfira. Mudando
1, 2. para discurso indireto, o trecho ficaria assim: A anciã con-
2. Uma fala da personagem anciã; por meio do tava para o moço a origem do lugar, das tradições popu-
travessão. lares do Município de Anauerapucu em Santana/AP, com
3. Indireto; a ausência de travessões. a medicina caseira e passada de geração para geração.
4. O verbo “disse”. Leve os alunos a perceber a importância de um conto
5. Uma fala com travessão no início e uma interro- regional amapaense, com a linguagem local, e como a
gação no final. cultura passada de geração para geração é muito impor-
6. Espera-se que os alunos percebam que saber a iden- tante para a identidade cultural. Continue: Quem fala no
tidade do local, nome, cultura e diversidades é a discurso direto é o próprio personagem; no indireto, é o
melhor forma de combate ao preconceito regional narrador. Em qual dos dois discursos temos a expressão
e valorização da pluralidade do Amapá. do pensamento real dos personagens? [No direto] Será
7. Não. que o narrador poderia alterar a ação da maneira como
8. A anciã de 80 anos; temos o mesmo personagem ele achasse melhor contar a história? [Sim].
no início da parte 7. Termine dizendo que, no discurso indireto, o ponto
9. A anciã de 80 anos e o moço. de vista é do narrador, que orienta o leitor da maneira
10. Não tem verbo dicendi. como ele vê a história e os personagens. “A preocupa-
11. Não há travessão e nem verbo dicendi; não há fala ção do narrador não é apresentar como o personagem
de personagens. disse as coisas, mas apenas o que foi dito. Nesse caso,
12. Indireto. o vocabulário próprio do personagem, suas emoções
13. Da anciã. ficam de fora” (CECIERJ, 2016, p. 109).

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Na questão 7, discuta com os alunos: O que temos é uma outra maneira de mos-
trar o discurso direto, seguindo uma a uma as falas dos personagens. Isso nos mos-
tra que o discurso direto pode vir também sem verbos dicendi. Mas como sabemos
que é a fala do personagem, e não do narrador? Aguarde até que os alunos deem
a resposta (o uso dos sinais de pontuação, como dois-pontos e travessão). Para
Gancho (2002), essa é uma variante da forma convencional do discurso direto.
Nela, as falas se sucedem mesmo sem a indicação do narrador. Só acompanha-
mos quem fala pela mudança de linha e pela presença do novo travessão. Após
a conclusão de todas as perguntas, finalize dizendo que, no discurso indireto, o
narrador é quem se expressa e coloca sua maneira de ver o mundo.

RETOMANDO

Expectativas de resposta
1.
Partes do texto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Discurso direto
Discurso indireto
Misto (direto e indireto)

Orientações
Explique que os contos amapaenses podem ter partes com discurso direto, partes
com discurso indireto e partes com discursos direto e indireto, em que ora o perso-
nagem fala e ora o narrador conta a ação que foi desenvolvida pelo personagem.
Sistematize o que exercitaram na aula, retomando quais partes do texto estão
caracterizadas como discurso direto e indireto.
Peça a atenção dos alunos para os vocabulários regionalizados e foque na im-
portância de reconhecê-los e onde, nos discursos diretos e indiretos, eles poderão
ser empregados: ”porronca”, “tiriça”, “presepada”, “estram­bólico”, “tô”, “arruma-
ção”, “porruda”, “malacafenta”, “afobada”, “embrenhou” e “aperreada”.
Depois de ler as palavras para os alunos, pergunte o significado de cada uma.

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10. Variando as emoções dos personagens
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10. Variando as emoções dos personagens PRATICANDO

1. Leia o trecho do conto “O cachorro e a boa menina” e depois reflita com os colegas. 1. Leia outro trecho do conto “O cachorro e a boa menina”.

No outro dia pela manhã bem cedo, a menina se preparou, tomou a bênção à sua mãe e foi para a casa
Existiu em uma cidade da África, da nação Grúncis, uma senhora que tinha duas filhas. Uma delas, a ca-
da tia. Passou todo o dia lá. Na hora do almoço, a tia chamou ela para almoçar e perguntou onde botava o
çula, criava um cachorro grande e bonito por nome Kubá. Ela tinha muito cuidado com o cachorro a ponto
almoço do cachorro. Ela disse para a tia que o cachorro costumava sempre comer junto com ela na mesa e
de só fazer as refeições junto com ele sentado na mesa, como se fosse uma pessoa.
assim foi feito. Depois saíram e foram para o terreiro brincar. De tardezinha, a menina se despediu da tia e
SANTOS, Deoscóredes M. dos. Contos negros da Bahia e contos de Nagô. Salvador: Corrupio, 2003.
voltou para a casa da mãe.
SANTOS, Deoscóredes M. dos. Contos negros da Bahia e contos de Nagô. Salvador: Corrupio, 2003.
a. Qual é o discurso empregado nesse trecho: direto ou indireto?
⊲ Reescreva esse trecho seguindo as orientações a seguir.

b. Que elementos auxiliaram para definir o tipo de discurso? Desafio 1


Passe para o discurso direto, colocando alegria, animação e felicidade nas falas da me-
nina e colocando amorosidade na fala da tia. Lembre-se da pontuação e dos verbos dicendi.
Devem haver ainda alguns trechos em que o narrador apresenta a ação dos personagens.
c. Se o discurso fosse direto, que sinais de pontuação seriam utilizados?

d. O que chamou sua atenção em relação ao cachorro do conto?

e. Faça um desenho ilustrando os personagens presentes no trecho do conto.

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Desafio 2
Permanecendo no discurso indireto, reescreva o trecho de forma que o narrador apresente RETOMANDO
uma menina triste e sem animação. Para isso, você deve acrescentar palavras que tragam esse
sentido, como adjetivos, ou retirar expressões que demonstrem alegria e entusiasmo.
1. Do que não devemos nos esquecer ao escrever um conto?

2. Quais são as características importantes na escrita de um conto de origem africana?

3. Pinte o quadro abaixo de acordo com o seu desenvolvimento acerca dos seguintes
temas estudados:

2. Qual você acha que é a mensagem do conto? Quanto ao discurso direto:


Emprego adequadamente Emprego parcialmente os Não emprego corretamente
os sinais de pontuação e os sinais de pontuação e os os sinais de pontuação e os
verbos dicendi utilizados no verbos dicendi utilizados no verbos dicendi utilizados no
discurso direto. discurso direto. discurso direto.

Quanto ao discurso direto e indireto:


Classifiquei corretamente os Classifiquei algumas vezes Não classifiquei corretamente
discursos direto e indireto. corretamente os discursos os discursos direto e indireto.
direto e indireto.

Elementos comuns nos contos africanos Quanto à primeira reescrita produzida por você:
Os contos populares africanos fazem parte de uma cultura que envolve crianças e adultos, Utilizei expressões, interjeições Utilizei algumas expressões, Não utilizei expressões,
usando história, fábula e ilustrações vibrantes. Um ponto forte em vários enredos é que a boa e vocativos carinhosos interjeições e vocativos interjeições e vocativos
vontade deve prevalecer sobre o mal. Claro, eles também são uma forma de orientar crian- seguidos das pontuações carinhosos seguidos das carinhosos seguidos das
adequadas. pontuações adequadas. pontuações adequadas.
ças, pelo entretenimento, sobre o ambiente material e social. [...]
As histórias com animais costumam ser voltadas para o entretenimento, embora tragam ensi-
namentos morais e de sobrevivência. Nelas, os animais falam e cada espécie tem virtudes e Quanto à segunda reescrita produzida por você:
defeitos humanos, como ganância, ciúme e solidão. Na verdade, os personagens podem ser
animais, humanos ou uma combinação dos dois. Registrei corretamente partes Registrei parcialmente partes Não registrei corretamente
do texto com discurso direto, do texto com discurso direto, partes do texto com discurso
FONTES, Rosa Maria Miguel. Como surgiram os contos africanos. Conta uma história, 5 maio 2021. partes com discurso apenas partes com discurso apenas direto, partes com discurso
Disponível em: https://contaumahistoria.com.br/2021/05/como-surgiram-os-contos-africanos/. Acesso em: 10 out. 2021. indireto e partes com discursos indireto e partes com discursos apenas indireto e partes com
direto e indireto. direto e indireto. discursos direto e indireto.

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Habilidades do RCA
Recontar Tradição Oral oralmente, literatura em culturas orais com e sem apoio de imagem, textos
EF35LP-AP22
literários locais de cada comunidade indígenas e quilombolas lidos pelo professor.
Diferenciar discurso indireto e discurso direto, determinando o efeito de sentido de verbos de enunciação
EF35LP30
e explicando o uso de variedades linguísticas no discurso direto, quando for o caso.

Prática de linguagem Contexto prévio


Análise linguística/semiótica (ortografização). Nos capítulos anteriores, os alunos trabalharam
com o discurso em primeira e terceira pessoa, o
Sobre o capítulo que os ajudou a levantar hipóteses. Agora, eles vão
• Contextualizando: identificar o tipo de discurso relacionar esses conhecimentos com os discursos
em trecho de um conto e interpretá-lo. direto e indireto trabalhados neste capítulo.
• Praticando: reescrever conto popular afro-
-brasileiro utilizando o discurso direto e o indireto. Dificuldades antecipadas
• Retomando: registrar os conceitos de discurso A formação de grupos pode gerar desconforto
direto e discurso indireto em textos narrativos. nos alunos mais tímidos que precisam de auxílio
para interagir. Alguns alunos sentem dificuldade
Objetivos de aprendizagem em organizar o discurso direto (uso de dois-pontos,
• Aplicar o discurso direto e o indireto na reescrita parágrafo e travessão).
de conto popular afro-brasileiro.

Materiais
• Cartolina (uma para o professor); folhas de papel
A4 (quatro para cada grupo); lápis de cor.

CONTEXTUALIZANDO PRATICANDO

Expectativas de resposta Expectativas de resposta


1. a. Espera-se que os alunos identifiquem que se trata 1. Sugestão de reescrita 1:
de discurso indireto. No outro dia pela manhã bem cedo, a menina acor-
b. Quando o narrador fala. O ponto de vista é dou e disse:
do narrador. Os verbos empregados estão em — Bom dia, mamãe! Estou muito animada! Sua bên-
terceira pessoa, o que caracteriza o discurso ção! O dia está lindo e eu vou pra casa da minha tia.
indireto. Na hora do almoço, sua tia a chamou:
c. Caso o discurso fosse direto, deveríamos utilizar — Venha, minha amada sobrinha! Está na hora de
dois-pontos e travessão para indicar a fala do almoçar e eu caprichei para você. Onde eu coloco
personagem.
o almoço de seu cachorrinho?
d. Espera-se que eles se posicionem contra ou a
— Pode colocar na mesa — disse a menina. — Ele
favor de o cachorro sentar-se à mesa e que ex-
plorem mais o tema do conto. sempre come comigo.
e. Resposta pessoal. — Certo, meu amor. Vou colocar.
Depois saíram e foram para o terreiro brincar. De tar-
Orientações dezinha, a menina disse:
Leia o trecho do conto “O cachorro e a boa meni- — Minha tia, eu já vou para casa. Obrigada!
na” com os alunos e relembre um dos elementos na – Vai com cuidado minha menina!
narrativa: o ponto de vista do narrador. Apresente Sugestão de reescrita 2:
as questões norteadoras, ajude-os com a problema- No outro dia pela manhã a menina, mesmo sem
tização, escute as hipóteses e provoque a reflexão querer acordar, saiu, meio tristonha, e foi para a
sobre os discursos. casa da tia. Na hora do almoço, a tia chamou ela

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para almoçar e perguntou onde botava o almoço “triste”, “desanimada” e “cabisbaixa” ou outros que
do cachorro. Ela disse para a tia, sem muito ânimo, apontem para uma menina triste.
que podia colocar na mesa. A tia fez o que ela pediu. O texto permanecerá com as mesmas características
Depois saíram e foram para o terreiro. De tardezinha, de pontuação e a estrutura do texto inicial, mas ganhará
a menina, sem nenhum entusiasmo, se despediu da outras palavras para modificar o jeito como o narrador
tia e voltou para a casa da mãe. apresenta o personagem. A ideia é que os alunos per-
2. Resposta pessoal. cebam que, quando o discurso é indireto, temos a visão
do narrador. Solicite aos grupos que leiam suas versões
Orientações em voz alta para a sala toda. Nessa hora, ajude e inter-
Forme grupos com quatro alunos e oriente-os, lendo fira se for necessário, reforçando as diferenças entre o
e explicando o que foi pedido. Instrua-os a realizar as discurso direto e o indireto.
duas reescritas. Na reescrita do discurso direto para o
indireto ou o inverso, os alunos deverão inserir a pon-
tuação e os verbos dicendi que melhor se adequarem RETOMANDO
às emoções sugeridas na atividade.
Acompanhe a reescrita dos grupos, sempre orien- Expectativas de resposta
tando-os a utilizar as características dos discursos 1. Resposta pessoal.
direto e indireto estudadas nos capítulos anteriores. 2. Resposta pessoal.
No grupo, todos os alunos devem discutir, dar ideias e 3. Resposta pessoal.
ajudar no reconto. Eles devem escolher um aluno para
escrever o reconto do grupo (escriba) e outro para ler Orientações
a atividade após concluída (leitor). A interação com os Utilize uma cartolina para produzir um cartaz com o
grupos pode seguir as orientações a seguir. título “Do que não devemos nos esquecer?”. Entregue
Para passar para o discurso direto, é preciso de-
aos grupos três ou quatro folhas de papel para que
terminar a partir de onde o personagem vai falar.
escrevam do que não podemos nos esquecer sobre o
Nesse tipo de discurso, o narrador se limita a in-
discurso direto e o indireto. Eles também devem escrever
troduzir a fala do personagem, que diz o que está
suas frases no espaço destinado no livro. Ressalte que
sentindo. Na forma mais convencional, utilizamos os
os alunos vêm construindo esses conceitos e regulari-
verbos dicendi, que são os verbos que anunciam a
fala (“disse”, “falou”, “perguntou”, “afirmou”, entre dades nos capítulos 7 e 8.
outros), os dois-pontos e, na outra linha, o travessão e Dê algumas informações básicas sobre a África e
a fala do personagem (GANCHO, 2002). Para atender sobre os contos africanos, principalmente os que citam
à solicitação de animação, euforia e alegria na fala animais. Mostre para os alunos a familiaridade dos
da menina e de colocar amorosidade na fala da tia, contos africanos com as fábulas.
os alunos deverão realizar outros acréscimos. Oriente- Oriente-os para elaborar frases simples, como “No
os a escrever expressões, interjeições e vocativos discurso direto, temos o uso do travessão”, e peça que
carinhosos seguidos das pontuações adequadas. A colem no cartaz. Se necessário, relembre-os de que o
narração traz concepções e apresenta o mundo com discurso direto é o registro integral da fala do perso-
os olhos de quem narra. Além disso, traz sentimen- nagem (GANCHO, 2002). Assim, o próprio personagem
tos e emoções, seja para demonstrar a realidade, é quem apresenta suas emoções e seus pensamen-
seja para divertir ou refletir sobre questões morais tos. Para isso, fazemos uso dos sinais de pontuação
(CECIERJ, 2016a). (dois-pontos e travessões) e de verbos de dizer (verbos
No discurso indireto, o ponto de vista é do narrador, dicendi). É importante, então, que os alunos sistema-
que orienta o leitor da maneira como ele vê a história tizem que o discurso direto: tem dois-pontos antes da
e os personagens. “A preocupação do narrador não fala do personagem; tem travessões antes das falas;
é apresentar como o personagem disse as coisas, apresenta verbos dicendi; expressa o que o persona-
mas apenas o que foi dito. Nesse caso, o vocabulá- gem quer dizer sem interferências. Discurso indireto é
rio próprio do personagem, suas emoções ficam de “o registro indireto da fala do personagem através
fora” (CECIERJ, 2016b, p. 109). Para essa orientação, do narrador” (GANCHO, 2002). Assim, não há mar-
é importante que os alunos escrevam adjetivos como cações com dois-pontos e travessões quando a fala

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do personagem é apresentada. Não há uma preocu- personagem fala e ora o narrador conta a ação que
pação do narrador em mostrar como foi dito, e sim foi desenvolvida pelo personagem.
o que foi dito (CECIERJ, 2016b). Eles devem, então, Leia em voz alta para sistematizar o que foi exerci-
sistematizar que o discurso indireto: é a fala do per- tado na aula. Nesse momento, você pode perceber o
sonagem sem que seja ele que, fala; não apresenta que realmente foi aprendido pelos alunos e isso ser-
dois-pontos; não apresenta travessões para indicar ve, portanto, como avaliação para novas estratégias.
a fala; apresenta o ponto de vista do narrador sobre Lembrando que, antes da proposta de autoavaliação,
as ações do personagem. os alunos devem ser conduzidos a refletir sobre a impor-
Explique que os contos podem ter partes com dis- tância de serem realistas quanto ao seu desempenho
curso direto, partes com discurso apenas indireto e atual, reconhecendo suas dificuldades, pois isso servirá
partes com discursos direto e indireto, em que ora o para a melhoria da sua aprendizagem.

ANOTAÇÕES

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11. Ouvir histórias com palavras, cores e sons
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11. Ouvir histórias com palavras, cores e sons PRATICANDO

1. Observe a imagem, converse e reflita com a turma.


POR QUE O SOL E A LUA VIVEM NO CÉU
(Conto folclórico africano)

Ronaldo Picanço
Há muitos e muitos anos, o Sol e a Água eram grandes amigos e viviam juntos na Terra. O Sol sempre vi-
sitava a Água, que nunca retribuía suas visitas. Um dia o Sol perguntou à amiga por que ela nunca o visitara
em sua casa. A Água respondeu que a casa do Sol era muito pequena e que ela e seu povo não caberiam lá.
E disse ainda:
— Se você quer que eu o visite, construa uma grande aldeia. Terá de ser realmente imensa. Meu povo é
numeroso e ocupamos muito espaço.
O Sol prometeu construir um grande complexo. Em seguida, voltou para sua casa. Sua esposa Lua o re-
cebeu com um sorriso assim que ele entrou pela porta. O Sol contou sobre sua promessa para a Água e, no
dia seguinte, começou a construção da aldeia para receber a visita de sua amiga.
Assim que a aldeia ficou pronta, o Sol convidou a Água para se hospedar lá.
Antes de entrar, a Água perguntou se o local era de fato seguro para ela e seus familiares.
— Claro. Entre, minha amiga — respondeu o Sol.
A Água então começou a correr para dentro da aldeia, acompanhada pelos peixes e outros animais
aquáticos.
Logo tudo ficou coberto por um metro de Água,

Ronaldo Picanço
então ela perguntou:
— Posso chamar o resto da minha família?
Sem se darem conta da situação, Sol e Lua res-
ponderam que sim. A Água continuou entrando até
que os donos da casa tiveram de subir no telhado.
A Água perguntou mais uma vez ao Sol, que rei-
PICANÇO, Ronaldo. Belezas e Encantos do Amapá, 2019. terou sua permissão. Cada vez mais água e animais
aquáticos foram entrando até que o telhado tam-
⊲ O que você observa nessa imagem? bém ficou submerso. O Sol e a Lua acabaram força-
⊲ dos a subir ao céu, onde vivem desde então.
Você sabe as diferenças entre um conto de tradição oral e um de tradição escrita?
⊲ Na sua opinião, que elementos são necessários para recontar oralmente uma DAYRELL, Elphinstone; BATEMAN, George W.; NASSAU, Robert
história que foi escrita? Registre-os a seguir. Hamill. Por que o Sol e a Lua vivem no céu. Disponível em: https://
literaturalivre.sescsp.org.br/ebook/contos-folcloricos-africanos-vol-1.
Acesso em: 5 dez. 2021.

Ronaldo Picanço
Acervo Ronaldo Picanço

BURACO
Amapaense, negro, servidor público federal, graduado em Administração, pós-
-graduado em Gestão Pública e autodidata nos campos do desenho livre ana-
lógico e digital, define-se como pós-moderno e ultramoderno, usando platafor-
ma e ferramentas tecnológicas no processo criativo.

50 5 o ANO 51 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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Você gosta de ouvir e contar histórias? Que tal fazermos isso agora?
Agora, vamos refletir sobre o conto que ouvimos. RETOMANDO
1. Qual é o propósito de contar uma narrativa escrita por meio da dramatização?
O que aprendemos hoje?

1. Qual é a finalidade de um conto?

2. A história ganha maior expressão dos sentimentos na narração ou na encenação?

3. Em que momento você percebeu as emoções sendo expressadas na encenação


da história? 2. De que formas um conto pode ser narrado?

4. Agora, destaque os principais acontecimentos do conto “Por que o Sol e a Lua vivem
no céu”.

3. Quais são as semelhanças e as diferenças entre assistir a uma dramatização de


Conflito gerador uma história e ler um texto em voz alta?

Desenvolvimento 4. Recursos como cenário, fantoches e figurino ajudam na contação de história? De


que forma?

Desfecho
Que tal organizarmos uma dramatização desse conto? Junte-se com seu grupo e vamos lá!

52 5 o ANO 53 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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Habilidades do RCA
Ler, compreender e interpretar textos dos mais variados gêneros textuais considerando seus suportes,
EF15LP-AP04
estrutura, características e principalmente sua função social.
Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações,
EF15LP13
apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).
EF15LP19 Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Práticas de linguagem Materiais


Leitura/escuta (compartilhada e autônoma); • Equipamento para reproduzir vídeos.
Oralidade.
Contexto prévio
Sobre o capítulo Neste capítulo, os alunos começam a trabalhar
• Contextualizando: identificar os elementos com a oralidade relacionada às narrativas de con-
to popular. Dessa forma, espera-se que eles com-
presentes em uma narrativa oral.
partilhem experiências que possam ser ampliadas
• Praticando: analisar a situação comunicativa de
por meio da situação comunicativa proposta neste
um conto africano a partir de sua dramatização. capítulo.
• Retomando: registrar as conclusões sobre a
situação comunicativa que está sendo estudada. Dificuldades antecipadas
Alguns alunos podem apresentar dificuldade
Objetivos de aprendizagem em expressar-se oralmente e entender o contexto
• Analisar a situação comunicativa da leitura comunicativo proposto. Isso pode ocorrer devido
dramática e suas especificidades. à pouca familiaridade com a forma composicional
• Apresentar oralmente ideias e opiniões. e o estilo do gênero em questão.

CONTEXTUALIZANDO outros públicos; com essa prática, havia, invariavel-


mente, mudanças nas narrativas dessas histórias, fa-
Expectativas de resposta zendo com que parte dessas tradições se tornassem
1. Respostas pessoais. recontos da história original.

Orientações
Oriente os alunos para que observem a imagem PRATICANDO
e reflitam sobre o que está sendo ilustrado. Eles po-
dem refletir e comparar com situações em que são Expectativas de resposta
representadas rodas de histórias orais, sejam as que 1. Espera-se que eles compreendam que, na con-
já tenham visto em livros, filmes ou séries, sejam as tação, são trabalhadas outras linguagens, como
que vivenciaram pessoalmente. a corporal e a das ilustrações e desenhos. Além
Solicite aos alunos que tracem a identidade cultu- disso, ampliamos a compreensão sobre o conto,
ral amapaense da imagem, bem como a história do porque, ao contar/encenar uma história, o narra-
Amapá inserida no contexto. dor exprime afetividade e emoções que, muitas
Questione os alunos sobre as diferenças entre as vezes, a forma escrita não possibilita transmitir
duas tradições. Lembre-os de que a origem dos contos na mesma intensidade.
quilombolas amapaenses é predominantemente oral 2. Na encenação da história.
e que eles fazem parte da cultura de cada povo, sen- 3. Nos risos, na mudança de voz, nos gestos, na
do repassados de geração para geração, enquanto postura do corpo quando os personagens demons-
a tradição escrita, muitas vezes, buscava documen- travam medo, felicidade, impaciência, tristeza e
tar esses contos orais para as próximas gerações ou alegria, entre outros sentimentos.

71 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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4. Espera-se que os alunos escrevam os principais dia o Sol perguntou à amiga por que ela nunca o
elementos do conto: conflito gerador, desenvol- visitara em sua casa. A Água respondeu que a casa
vimento e desfecho. do Sol era muito pequena e que ela e seu povo não
Conflito gerador: A Água nunca visitava a casa caberiam lá. E disse ainda:
do Sol e da Lua. — Se você quer que eu o visite, construa uma
Desenvolvimento: O Sol constrói uma aldeia para grande aldeia. Terá de ser realmente imensa. Meu
a Água e seus familiares, mas a água começa a povo é numeroso e ocupamos muito espaço.
encher toda a aldeia. O Sol prometeu construir um grande complexo.
Desfecho: O Sol e a Lua não conseguiram ficar Em seguida, voltou para sua casa. Sua esposa Lua o
mais em sua casa, que estava cheia de água, e recebeu com um sorriso assim que ele entrou pela
se mudaram para o céu. porta. O Sol contou sobre sua promessa para a Água
e, no dia seguinte, começou a construção da aldeia
Orientações para receber a visita de sua amiga.
Os alunos irão ouvir a leitura do conto africano “Por Assim que a aldeia ficou pronta, o Sol convidou
a Água para se hospedar lá.
que o Sol e a Lua vivem no céu”. Leia o texto em voz
Antes de entrar, a Água perguntou se o local era
alta ou peça para alguns alunos que façam a sua lei-
de fato seguro para ela e seus familiares.
tura. Depois, se possível, assistam ao vídeo: Por que o
— Claro. Entre, minha amiga — respondeu o Sol.
sol e a lua foram morar no céu. Disponível em: https://
A Água então começou a correr para dentro da
youtu.be/ULiHN8QolEE. Acesso em: 5 dez. 2021.
aldeia, acompanhada pelos peixes e outros animais
O objetivo de assistir a esses vídeos é mostrar o
aquáticos.
mesmo texto que foi lido por você ou pelos alunos de
Logo tudo ficou coberto por um metro de Água,
uma forma dramatizada, com recursos visuais e sono-
então ela perguntou:
ros. Caso não consiga colocar o vídeo, leia novamente
— Posso chamar o resto da minha família?
a história, mas com uma entonação mais acentuada; Sem se darem conta da situação, Sol e Lua res-
faça gestos e, se possível, leve alguns instrumentos ponderam que sim. A Água continuou entrando até
musicais ou objetos que façam alguns sons para a dra- que os donos da casa tiveram de subir no telhado.
matização da história. A Água perguntou mais uma vez ao Sol, que rei-
Crie um clima de entusiasmo para convidar os alunos terou sua permissão. Cada vez mais água e animais
a ouvir uma história. Explique que primeiro haverá uma aquáticos foram entrando até que o telhado também
leitura do conto e, depois, uma leitura dramatizada (seja ficou submerso. O Sol e a Lua acabaram forçados a
por meio do vídeo, seja pela sua leitura). subir ao céu, onde vivem desde então.
Peça que os alunos observem o tom de voz utilizado,
o figurino e os materiais empregados na dramatização a DAYRELL, Elphinstone; BATEMAN, George W.; NASSAU, Robert
fim de perceberem como se realiza a performance orali- Hamill. Por que o Sol e a Lua vivem no céu. Disponível em: https://
zada. É importante explicar que, nessa forma narrativa, literaturalivre.sescsp.org.br/ebook/contos-folcloricos-africanos-vol-1.
outros recursos auxiliarão na construção de sentido, Acesso em: 5 dez. 2021.
pois “o diálogo teatral não oportuniza somente a arti-
culação das linguagens oral e escrita, mas também a
gestual, musical, corporal, visual, cenográfica e a facial RETOMANDO
ou expressão do rosto” (SIQUEIRA, 2009, p. 12).
Depois da leitura, reúna os alunos em duplas para Expectativas de resposta
que respondam às questões. Em seguida, em uma 1. Espera-se que os alunos respondam que o obje-
roda de conversa, peça que as duplas compartilhem tivo de escrever um conto é repassar as histórias,
as suas conclusões com a turma. cultura e ensinamentos que vêm de gerações
passadas, preservando sua cultura e história.
POR QUE O SOL E A LUA VIVEM NO CÉU 2. Um conto pode ser narrado em primeira ou terceira
(Conto folclórico africano) pessoa dependendo do seu objetivo.
3. Na dramatização, é possível inserir elementos
Há muitos e muitos anos, o Sol e a Água eram como expressões faciais e corporais, além de
grandes amigos e viviam juntos na Terra. O Sol sempre elementos físicos no cenário, criando uma re-
visitava a Água, que nunca retribuía suas visitas. Um presentação visual para a história.

72 5 o ANO

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4. Sim, pois transpõem características e elementos oralidade. Neste módulo, a situação comunicativa co-
que ajudam a recriar o ambiente da narrativa. loca os alunos mais próximos da oralidade. No caso
da leitura e da contação, ambas caracterizam modos
Orientações de oralização da escrita por caracterizarem situações
Proponha uma reflexão sobre a encenação a par- de fala não espontânea.
tir de algumas perguntas: O que a(s) contadora(s) de Faça perguntas para promover a reflexão sobre as
histórias utilizou(aram) para representar os persona-
duas situações comunicativas, como a seguinte provo-
gens? E o tom de voz empregado? É o mesmo em toda
cação aos alunos: Então, vamos pensar sobre a minha
a história? Chame a atenção dos alunos para cada
leitura e a dramatização que lemos? Como podemos
fala de personagem e se os contadores alteraram o
tom de voz. É importante destacar que o conto em dramatizar esse conto? Vamos organizar a dramatiza-
vídeo utilizado nesta aula também pode ser encontra- ção do conto para apresentarmos?
do na modalidade escrita em publicações impressas Proponha que a turma divida os personagens e o en-
ou digitais. Assim, os gêneros (contos e contos popu- redo para fazer a contação de história pela ótica deles.
lares) que estamos utilizando podem variar a partir Essa dramatização será livre. O reconto mais estrutu-
da situação comunicativa na escala da escrita e da rado será trabalhado nos próximos capítulos

ANOTAÇÕES

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12. Preparando um reconto
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12. Preparando um reconto PRATICANDO

1. Observe a imagem com os colegas e depois reflitam sobre ela. 1. E lá vem o conto... A história que o professor irá ler é um conto especial da comu-
nidade quilombola. Vamos acompanhar a leitura?

Ronaldo Picanço
São Pedro e Nosso Senhor
Jair contava que um dia São Pedro e Nosso Senhor desceram à Terra,

Reprodução/MEC
em um Domingo de Aleluia, para visitar o mundo.
Passaram por um homem que estava cavando, cavando, cavando e
plantando uma roça num terreno muito fértil. O homem se chamava
Tomé. O sol estava quente, quente mesmo, e Tomé cavava um bocadi-
nho e plantava, cavava um bocadinho e plantava.
Aí Nosso Senhor, que ia passando, perguntou a Tomé:
– Ô Sinhô! O que está plantando aí?
O homem com muito mau humor respondeu:
– Tô plantando pedra. Quando eu colher o milho não vou vender
PICANÇO, Ronaldo. Meu pra ninguém, somente quando eu tiver vontade.
Mercado Central, 2020. Nosso Senhor comentou:
– Pedra se colhe!
⊲ Onde as pessoas da imagem estão reunidas? Você conhece esse lugar? Eles seguiram em frente e, logo adiante, outro homem semeava
em uma beirada de terra da pior qualidade. Ele cavava e plantava,
⊲ O que você acha que elas estão fazendo? cavava e plantava. Nosso Senhor o vê e pergunta:
– Ó Sinhô! O que está plantando aí?
O homem respondeu:
⊲ Na sua opinião, por que é importante a transmissão dos contos de geração para
– Ah, se Deus quiser eu estou plantando aqui uma covinha de milho. Na fé de Deus eu vou colher
geração? muito milho.
– Que assim seja!, abençoa Jesus.
2. Observe a imagem a seguir. Você conhece esse lugar? Qual é a relação dele com São Pedro perguntou pra Nosso Senhor:
a imagem anterior? Converse com o professor e os colegas a respeito disso. – Senhor, como é que Senhor fala uma coisa dessa? Aquele homem plantando na beira do morro, a roça
dele pode dar bom milho?
Nosso Senhor disse:
Maksuel Martins

– Vai dar sim! A roça dele vai dar.


O homem que estava plantando na beira do morro, quando o milho nasceu, já nasceu com bonequinha.
Deu espiga, nasceu a primeira folha até chegar no pendão. Ele guardou milho no paiol e muita gente que
não tinha milho pedia a ele para colher um pouco e ainda assim dava para encher o paiol.
O homem que plantava “pedra”, colheu o milho com pedra dentro, guardou no paiol, e não vendeu pra
ninguém. Guardou pra vender mais caro, porque dizia que o milho não estava com bom preço.
Aí, quando ele encontrou alguém que pagasse o valor que ele queria, abria a espiga de milho e encontra-
va pedra, abria outra era pedra. O paiol dele ficou cheiiiiinho de pedra. Foi pedra mesmo!
– A gente conta estória... muita gente acha que é mentira, mas essas estórias não são mentira não.
Seu Jair solta uma alta e gostosa gargalhada.

SÃO Pedro e o Nosso Senhor. MOURA, G. (org.). MOTA, J.; DIAS, P. (pesq.). Estórias Quilombolas. Brasília, DF: MEC, 2010. v. 3.
(Coleção Caminho das Pedras). Disponível em: http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/estorias_quilombola_miolo.pdf.
Acesso em: 15 jul. 2021.

Mercado Central de Macapá, Amapá.

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g. O que aconteceu quando chegou o tempo de colheita?


Glória Moura
O trabalho realizado pela autora constitui importante obra que contribui para o mapeamento
das manifestações da cultura popular brasileira. É um valioso material para aqueles leitores
que iniciam agora sua incursão nos encantamentos da realidade quilombola. As estórias reu-
nidas nesse livro nos remetem a outras, lembranças de nossa infância, que, alegres, tristes ou
assombrosas, mexiam sempre fortemente com nossas emoções e desejos. Professora, pesqui-
sadora e apaixonada pelo assunto quilombola, a autora não constituiu um mero livro de histó- h. Qual você acha que é a lição que a história traz?
rias: “Estórias Quilombolas” visa a alegrar os leitores com estórias contadas por narradores e
narradoras pertencentes a comunidades por vezes esquecidas.

2. Após acompanhar a leitura da história, responda às seguintes questões.

a. Esse texto que ouvimos é um conto popular. Você se lembra o que é um conto
popular?

RETOMANDO
b. A história apresenta elementos de um texto narrativo: cenário, personagens, en-
redo e ponto de vista? Agora é sua vez de recontar!

1. Está pronto para recontar a história? O que falta e em que pode melhorar? Aponte
três aspectos para serem ajustados até o dia da apresentação oficial.

c. Quem é o narrador da comunidade que conta essa história?

d. Vamos imaginar que o narrador é uma pessoa que conhece bem as histórias da
comunidade. Na sua opinião, essa pessoa é jovem?

e. A história fala de uma visita ao mundo. Quem veio visitar o mundo? E o que os
visitantes encontraram?

f. Qual é a diferença entre os dois homens que estavam plantando?

56 5 o ANO 57 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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Habilidades do RCA
Identificar gêneros do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e suas
características linguístico-expressivas e composicionais (conversação espontânea, conversação telefônica,
EF35LP10
entrevistas pessoais, entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de rádio e TV, narração de jogos
esportivos no rádio e TV, aula, debate etc.).
Promover e proteger a memória cultural, por meio de contação de histórias, usando representações do
EF35LP-AP10 mundo por paisagens culturais, monumentos e sítios históricos, que são muito reconhecidas, porém não
são somente os aspectos físicos que se faz a cultura de um povo.
EF15LP19 Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Prática de linguagem coloridos, papel-ofício, tecido, tinta e demais


Oralidade. materiais de trabalho manual artístico), que deve
ser direcionado para todos os grupos.
Sobre o capítulo
• Contextualizando: identificar elementos que Contexto prévio
compõem o espaço urbano de circulação e Neste capítulo, os alunos irão explorar a orali-
expressão cultural quilombola. dade relacionada às narrativas de conto popular
• Praticando: interpretar conto amapaense. e quilombola. Assim, espera-se que eles tenham
• Retomando: retomar os aspectos que devem experiências que possam ser ampliadas por meio
receber mais atenção no momento do reconto da situação comunicativa proposta, uma vez que
quilombola. os contos populares e quilombolas são textos
narrativos fundamentados no imaginário popular.
Objetivos de aprendizagem
• Identificar características próprias dos contos Dificuldades antecipadas
por meio do seu reconto. A escola pode não dispor de material para as
• Recontar oralmente, com o apoio de imagens, ilustrações, o cenário ou os bonecos; dessa forma,
contos populares e quilombolas amapaenses. disponibilize materiais recicláveis e de fácil aces-
• Reconhecer a identidade quilombola e sua função so aos alunos para que executem a atividade. A
cultural no conto e na imagem para fortalecer escolha de propor à turma a realização de uma
a oralidade local. contação com o apoio de bonecos ou fantoches,
por exemplo, em vez da dramatização da história,
Materiais proporciona aos alunos mais tímidos a possibilidade
• Material para confeccionar cenário e ilustrações de direcionar sua interpretação para outro ser que
(papel cartão, lápis de cor, cola, tesoura, papéis não eles mesmos.

CONTEXTUALIZANDO Orientações
Oriente os alunos a observar a imagem e refletir
Expectativas de resposta sobre o que está acontecendo nela. Explique que as
1. • Espera-se que o aluno identifique que o cenário comunidades quilombolas são formadas por pessoas
é um mercado central. No caso, o mercado descendentes de africanos escravizados que formaram
central de Macapá. essas povoações, conhecidas também por quilombos.
• É esperado que o aluno identifique que as É importante enfatizar que “os quilombos se constituí-
pessoas estão festejando, dançando e tocando ram a partir de uma grande diversidade de processos,
instrumentos musicais. que incluem as fugas com ocupação de terras livres
e geralmente isoladas, mas também a conquista de
• Resposta pessoal.
terras por meio de heranças, doações, pagamento
2. Resposta pessoal.
por serviços prestados ao Estado, a compra e ainda

75 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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a simples permanência nas terras que ocupavam e o homem que plantava em terra infértil e deve-
cultivavam no interior de grandes propriedades, tanto ria, portanto, não ter colhido nada, teve uma
durante a vigência do sistema escravocrata quanto colheita excelente e pôde ver a recompensa
após sua abolição. O que define o quilombo é o movi- de sua fé e gentileza.
mento de transição da condição de escravo para a de h. A lição é que a gente colhe aquilo que planta.
camponês livre que se deu por essas variadas formas. É preciso incentivar, nesta questão, a reflexão
O que caracterizava o quilombo, portanto, não era o sobre as boas ações e o fruto que colhemos
isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia” delas. O primeiro plantou em terra fértil, portanto
(ANDRADE, 2007). Assim, essas comunidades partilham, acreditou que teria uma boa colheita. Entretanto,
além da luta, as características de uma cultura comum. sua colheita foi de acordo com sua ausência
Explique também a importância da contação de his- de respeito e de consideração com a pessoa
tórias nessas comunidades como meio de transmissão que se dirigiu a ele (que, no caso, era o perso-
de conhecimentos. Conforme citado no prefácio do livro nagem de Nosso Senhor). Assim, boas ações
Estórias quilombolas, “desde os mais remotos tempos nos trazem coisas boas e más ações nos geram
da humanidade, a ‘contação’ de estórias constitui um consequências negativas.
poderoso meio de transmissão de conhecimento. Nas
culturas tradicionais, as estórias informam e formam as Orientações
futuras gerações. Relatam um passado de luta, de adver- Informe aos alunos que irão ouvir um conto popular
sidade, de resistência dos nossos ancestrais. Contadas publicado em uma obra que resgata a tradição de
nos mais diversos espaços e ambientes, as estórias comunidades quilombolas. Crie um clima preliminar
constituem um poderoso meio de difusão e perpetuação para que entusiasme e convide os alunos a ouvir a
de conhecimentos, valores e crenças”. história que será narrada. Explique que a narrativa
que será lida está reunida em um livro que resgata a
tradição oral de comunidades quilombolas.
PRATICANDO Peça que os alunos imaginem como é importante
contar essas tradições e escutem respeitosamente
Expectativas de resposta o conto, tendo em vista que é uma história que res-
1. Leitura do texto. gata as crenças daquela comunidade quilombola.
2. a. O conto popular e o conto quilombola são histó- Divida a turma em grupos com cinco participantes e
rias curtas, passadas de geração para geração peça que eles acompanhem a leitura. Leia a história
e que têm uma lição no final. para a turma em voz alta e peça que eles prestem
b. Sim. A história apresenta os elementos centrais atenção, observando sua entonação expressiva e
de um texto narrativo. sua prosódia.
c. Jair.
d. É um narrador com mais idade, pois conhece São Pedro e Nosso Senhor
melhor a tradição da comunidade. Jair contava que um dia São Pedro e Nosso Senhor
e. São Pedro e Nosso Senhor; eles encontraram desceram à Terra, em um Domingo de Aleluia, para
dois homens que cultivavam milho. visitar o mundo.
f. A diferença é que um deles cultivava em terra Passaram por um homem que estava cavando,
fértil, mas era mal-humorado, ambicioso e não cavando, cavando e plantando uma roça num terreno
foi respeitoso com o homem que lhe interro- muito fértil. O homem se chamava Tomé. O sol estava
gou: o outro, mesmo plantando em uma terra quente, quente mesmo, e Tomé cavava um bocadinho
infértil, acreditava na ajuda dos céus para co- e plantava, cavava um bocadinho e plantava.
lher seu milho e não se portou de forma rude Aí Nosso Senhor, que ia passando, perguntou
nem desrespeitosa com o desconhecido que a Tomé:
se aproximou dele. — Ô Sinhô! O que está plantando aí?
g. O homem mal-humorado plantava em terra O homem com muito mau humor respondeu:
fértil e deveria ter, portanto, uma boa colheita. — Tô plantando pedra. Quando eu colher o milho
Mas, como disse que estava plantando pedra, não vou vender pra ninguém, somente quando eu
colheu espigas cheias de pedra. Enquanto isso, tiver vontade.

76 5 o ANO

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Nosso Senhor comentou: social dos membros que compõem essas comunidades
— Pedra se colhe! que os alunos devem estar imbuídos.
Eles seguiram em frente e, logo adiante, outro
homem semeava em uma beirada de terra da pior
qualidade. Ele cavava e plantava, cavava e plantava. RETOMANDO
Nosso Senhor o vê e pergunta:
— Ó Sinhô! O que está plantando aí? Expectativas de resposta
O homem respondeu: 1. Resposta pessoal.
— Ah, se Deus quiser eu estou plantando aqui
uma covinha de milho. Na fé de Deus eu vou colher Orientações
muito milho. Explique aos alunos que eles irão fazer um re-
— Que assim seja!, abençoa Jesus. conto coletivo com os grupos a fim de treinar para a
São Pedro perguntou pra Nosso Senhor: performance oral. Inicie a história (sem ler, fazendo
— Senhor, como é que Senhor fala uma coisa o reconto) e peça aos grupos que a continuem. Dê
dessa? Aquele homem plantando na beira do morro, oportunidade para que cada grupo narre um trecho
a roça dele pode dar bom milho? da história. Provoque a reflexão quando os alunos se
Nosso Senhor disse: esquecerem de alguma parte.
— Vai dar sim! A roça dele vai dar. Após o reconto, explique que cada grupo contará
O homem que estava plantando na beira do morro, essa história para outras turmas da escola e que,
quando o milho nasceu, já nasceu com bonequinha. para essa apresentação, deverão utilizar ilustrações ou
Deu espiga, nasceu a primeira folha até chegar no fantoches de palito como material de apoio. Relembre
pendão. Ele guardou milho no paiol e muita gente os alunos dos aspectos que caracterizam uma contação
que não tinha milho pedia a ele para colher um pouco de histórias (na narração e encenação) e dos outros
e ainda assim dava para encher o paiol. elementos que ajudam a perceber a subjetividade do
O homem que plantava “pedra”, colheu o milho texto: as sensações provocadas pelos gestos, pela
com pedra dentro, guardou no paiol, e não vendeu mudança na voz e pelas emoções dos personagens –
pra ninguém. Guardou pra vender mais caro, porque como riso, choro, expressões faciais de tristeza, medo,
dizia que o milho não estava com bom preço. alegria etc.
Aí, quando ele encontrou alguém que pagasse Oriente cada grupo a escolher quem desempenhará
o valor que ele queria, abria a espiga de milho e o papel dos personagens no reconto (São Pedro, Nosso
encontrava pedra, abria outra era pedra. O paiol
Senhor, o homem de mau humor e o homem que foi
dele ficou cheiiiiinho de pedra. Foi pedra mesmo!
gentil) e quem desempenhará o papel de narrador.
— A gente conta estória… muita gente acha que
Solicite aos alunos que iniciem o ensaio. Durante
é mentira, mas essas estórias não são mentira não.
essa etapa, circule pela sala, acompanhando e orientan-
Seu Jair solta uma alta e gostosa gargalhada.
do os grupos. Aqui é importante sinalizar os aspectos a
SÃO Pedro e o Nosso Senhor. MOURA, G. (org.). MOTA, J.; DIAS, P. serem observados pelos alunos durante a dramatização
(pesq.). Estórias Quilombolas. Brasília, DF: MEC, 2010. v. 3. (o ritmo da fala e a intensidade que devem imprimir
(Coleção Caminho das Pedras). Disponível em:
http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/estorias_
à voz durante a narração e a enunciação das falas; a
quilombola_miolo.pdf. Acesso em: 15 jul. 2021. maneira como criam a voz para cada personagem e os
gestos que compõem essas mudanças etc.). Esses serão
Explore a compreensão do texto com as perguntas. os aspectos avaliados, e os alunos deverão conhecer
Relembre a estrutura textual narrativa, bem como a esses critérios para que avaliem, por si próprios, a sua
ideia global do texto, seu enredo e a finalidade da performance durante o ensaio.
leitura (que, neste caso, é o reconto oral), favorecendo Deverão ser feitas ilustrações ou pequenos bonecos
uma leitura compreensiva da história. de papel (colados em palitos) para servir como fanto-
É preciso ressaltar, durante toda a aula, que esse ches dos personagens. Esses recursos servirão de apoio
conto representa a tradição, as crenças e a vida de para recontar a história oralmente (dramatizando) para
uma comunidade quilombola. É dessa noção histórica e outras turmas da escola.

77 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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13. Agora é sua vez: vamos recontar!
PÁGINA 58 PÁGINA 59

1. Faça anotações sobre a apresentação oral do conto. O que foi mais interessante?
13. Agora é sua vez: vamos recontar! O que poderia ser aprimorado?

1. Estamos prontos para o reconto? Vamos fazer um checklist do que não pode faltar
na contação de histórias da sua turma.

PRATICANDO
Chegou a hora da performance oral do conto “São Pedro e Nosso Senhor”. Luz, câmera
e ação!

WIN-Initiative/Neleman/Stone/Getty images RETOMANDO

1. Como nos sentimos com a apresentação? Preencha a ficha de autoavaliação


abaixo.

Elementos que foram Muito bom Bom Precisa melhorar


desenvolvidos

Volume de voz, entonação e


postura corporal e gestual.

Sequência de episódios da história


(início, meio e fim).

Uso de marcadores típicos orais


não planejados, como “tipo”, “né”,
“daí” etc.
Uso de articuladores para
favorecer a coesão, como “então”,
“de repente”, “por fim” etc.

Uso de recursos sonoros e visuais


para apoiar a contação da história.

58 5 o ANO 59 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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78 5 o ANO

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Habilidades do RCA
Analisar os textos regionais: como lendas, contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias retratando a
EF15LP-AP03
vida, o convívio e o cotidiano das comunidades indígenas e quilombolas do Amapá.
EF15LP19 Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

Práticas de linguagem Contexto prévio


Leitura/escuta (compartilhada e autônoma); Neste capítulo, os alunos irão trabalhar com
Oralidade. a oralidade dos contos populares resgatados
de comunidades quilombolas. São histórias de
Sobre o capítulo tradição oral que foram recolhidas e registradas
• Contextualizando: analisar os elementos em livro. As habilidades previstas para esta aula
necessários para a dramatização de uma incluem recontar oralmente, com e sem apoio de
história contextualizando com a regionalidade. imagem, textos literários de modo a contemplarmos
• Praticando: recontar, oral e coletivamente, um
a performance oral.
conto popular.
• Retomando: avaliar as apresentações do
Dificuldades antecipadas
reconto na perspectiva de um conto quilombola.
Muitos alunos podem apresentar dificuldades
Objetivos de aprendizagem em fazer um reconto oral de conto popular para um
• Realizar o reconto por meio de dramatização público específico, mesmo sendo colegas de uma
com o apoio de recursos como ilustrações. faixa etária próxima. Isso pode ocorrer devido à
• Relacionar texto com ilustrações e outros insegurança com a proposta de reconto e por não
recursos gráficos. estarem habituados a situações em que a sua fala
• Analisar os textos regionais – como lendas, está em evidência. Para deixar o clima mais tran-
contos, cordéis, músicas, reportagens e notícias quilo e acolhedor, ofereça tempo para o “aque-
–, que retratam a vida, o convívio e o cotidiano cimento” e esclareça que o reconto é como uma
das comunidades indígenas e quilombolas do brincadeira, portanto eles devem se divertir ao se
Amapá. apresentar – mesmo que não saia tudo conforme o
planejado, é importante experimentar essa forma
Materiais de oralidade para poder se aperfeiçoar.
• Materiais confeccionados pelos alunos no
capítulo anterior.

CONTEXTUALIZANDO realizaram e os tranquilize para a dramatização. Ainda


em roda, faça um checklist com uma lista do que não
Expectativas de resposta pode faltar na contação de histórias da turma, ques-
1. Respostas pessoais. Respostas prováveis: adotar tionando os alunos e registrando os itens no quadro.
melhor tom de voz, postura, gestos; fazer uso Oriente o encaminhamento de cada grupo durante
adequado dos materiais; seguir a sequência da a atividade e explique-lhes que você acompanhará
história; não repetir as palavras sem necessidade; todas as performances.
evitar marcadores da linguagem oral informal, Repasse as orientações para a atividade: o ritmo
como “tipo”, “né”, “daí” etc. da fala e a intensidade que devem imprimir à voz du-
rante a narração e a enunciação das falas; a maneira
Orientações como os alunos criam a voz para cada personagem e
Os grupos formados na aula anterior deverão rea- os gestos que compõem essas mudanças; a postura
lizar essa performance oral, representando o conto corporal na contação, que deve servir à apresentação;
popular ensaiado para outras turmas da escola. as mímicas do rosto que revelam os sentimentos dos
Crie um clima de segurança e motivação para a personagens; a adequação da linguagem do conto es-
atividade. Reforce o ótimo trabalho que os alunos crito para a linguagem oral, além da adequação do

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vocabulário para as crianças menores que irão escutar evitando comprometer o entendimento da história
a história; as entonações que imprimirão determinados (MARCUSCHI; SUASSUNA, 2007).
sentidos às falas etc. Ao avaliar individualmente, atente para os
seguintes aspectos (na avaliação individual, você
pode adaptar a ficha colocando o nome de cada
PRATICANDO participante do grupo):
a. Se a fala foi ritmada e se os alunos modificaram a
Expectativas de resposta entonação da voz para encenar os personagens ou
1. Espera-se que os alunos tomem nota de suas per- narrar a história. Nesse caso, observe se os alunos
cepções pessoais sobre o que foi mais interessante usaram modulações de volume de voz mais alto ou
e o que precisa ser aprimorado na apresentação mais suave;
do conto oral. b. Se os alunos utilizaram gestos e mímicas faciais
para ajudar a criar o jeito dos personagens, como
Orientações um olhar mais sério ou risonho, uma expressão de
Acompanhe cada grupo na sua apresentação. raiva, desprezo ou entusiasmo;
Preencha a ficha de avaliação de cada grupo c. Se os alunos usaram o corpo e os movimentos para aju-
embasando-se nos aspectos explicados nos capítulos dar no entendimento do conto. Aqui, a postura corporal
anteriores, os quais também constam na ficha a seguir. A pode ser avaliada junto com o uso do recurso de apoio,
avaliação será realizada em dois blocos: a performance pois o aluno pode não ter dado movimento ao próprio
enquanto grupo e a apresentação individual. corpo, mas ao fantoche ou à ilustração que ele usou;
Atente para os seguintes aspectos em relação ao d. Se os alunos trouxeram os elementos da oralidade
bloco coletivo: para essa situação comunicativa, como as mar-
a. Perceber se o grupo se organizou em relação ao cas de conversação e de coloquialidade (“então”,
espaço: cada aluno deve saber onde se posicionará “olha”, “veja”, “aí” etc.);
para que a apresentação seja harmônica; e. Se os alunos adequaram o vocabulário à faixa etária
b. Identificar se o grupo preparou os recursos de para quem apresentaram , modificando algumas
apoio, como ilustrações, fantoches ou cenário; palavras;
c. Constatar se eles dividiram as falas corretamente, f. Se os alunos dominaram suas falas, usando pouco
dando a voz ao narrador e não misturando as falas (ou em raras vezes) as fichas de apoio, olhando pre-
dos personagens; ponderantemente para o interlocutor, prendendo a
d. Verificar se o grupo ensaiou e conseguiu fazer o sua atenção e interagindo com ele (MARCUSCHI;
reconto oral sem pausas longas entre as falas, SUASSUNA, 2007).
A ficha de avaliação de performance individual é opcional e você pode realizar cópias do material
separadamente.

FICHA DE AVALIAÇÃO – CRITÉRIOS OBSERVADOS

Organização do grupo – trabalho coletivo


Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Organização do espaço (cada aluno sabe
onde se posicionar).
Organização das ilustrações e demais
recursos.
Divisão das falas e dos personagens com
adequação.
Fluência na oralização, sem pausas longas
entre um personagem e outro.

80 5 o ANO

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Avaliação da performance individual – Grupo 1
Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5

A cadência da fala (o ritmo e a intensidade


da voz para cada situação).

Utilização de gestos e mímicas faciais para


caracterizar os personagens.

A postura corporal como auxiliar da conta-


ção (movimentos do corpo ou dos recursos
de apoio).

Adequação da linguagem escrita para


linguagem oral – uso de marcadores.

Adequação do vocabulário às crianças


menores, com mudança de palavras do
conto original.

Domínio de sua fala, usando pouco a ficha


de apoio, sem perder o contato visual com
o interlocutor.

RETOMANDO resultado das apresentações.


Incentive os alunos a falar da imagem e do conto,
Expectativas de resposta inserindo a identidade local e trazendo-a para a reli-
1. Respostas pessoais. giosidade e cultura do Amapá.
Faça um breve comentário avaliativo a partir de sua
Orientações
Elogie a performance oral dos alunos e seu empe- ficha para que eles saibam como se saíram.
nho, esforço e comprometimento em aprender as falas Para finalizar, oriente-os a preencher a tabela
e realizar uma bela apresentação. de autoavaliação pensando na própria performance
Pergunte como se sentiram: se ficaram tensos, durante a contação da lenda. Solicite que os alunos
com medo ou ansiosos ou se ficaram felizes com o que quiserem comentem sobre sua autoavaliação.

81 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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14. Mural interativo: vamos planejar um novo final?
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estava se arrumando para ir procurá-la; foi quando a menina


14. Mural interativo: vamos planejar um chegou sã e salva pelo seu amigo Kubá, contando tudo o que ti-

novo final?
nha acontecido. A irmã mais velha que era muito orgulhosa, não
querendo ficar inferior à outra, disse que também ia visitar a tia.
A mãe dela apresentou um bocado de motivos para ela desistir,
porém foi inútil. No outro dia ela se preparou, chamou o cachor-
1. Vamos relembrar o conto “O cachorro e a boa menina”. ro e foi a para casa da tia.
Chegou cedo, brincou bastante e na hora de almoçar a tia cha-
O cachorro e a boa menina mou ela, botou o almoço e perguntou onde botava o do cachorro.
– No chão – disse ela – em qualquer lugar ele come.
Existiu em uma cidade da África, da nação Grúncis, uma senhora que
A tia botou a comida embaixo da mesa, no chão; o cachor-
tinha duas filhas. Uma delas, a caçula, criava um cachorro grande e bo-
ro não tocou na comida e saiu para rua, deixando ela almoçar
nito por nome Kubá. Ela tinha muito cuidado com o cachorro a pon-
à vontade. De tardinha ela despediu da tia e voltou para casa;
to de só fazer as refeições junto com ele sentado na mesa, como se
quando ia chegando na entrada do caminho esquisito, lembrou-
fosse uma pessoa.
-se do cachorro; foi justamente a hora em que o bicho apareceu e
A mãe dela não se incomodava, pois gostava também do ca-
foi fazendo as mesmas perguntas que tinha feito à sua irmã. Por
chorro, porém a irmã mais velha odiava e maltratava o pobre
fim o bicho disse:
bichinho. Aconteceu que elas tinham uma tia que morava um
– Chame a gente que eu quero ver. Ela se cansou de cantar
pouco distante dali. A menina dona do cachorro, um dia de sá-
chamando o cachorro.
bado, lembrou-se da tia e disse à mãe dela:
– Kubá Kubá Kubá...
– Mamãe, amanhã vou passar o dia com minha tia.
O bicho não vendo ninguém engoliu ela. Nisto Kubá chegou
– Sozinha? — perguntou a mãe, e disse:
em casa sozinho. A mãe dela, juntamente com a outra garota e
– Lembre-se que neste caminho sempre acontece desa-
os vizinhos saíram para procurar a menina. Quando chegaram
parecer pessoas.
no lugar em que o bicho tinha engolido a menina, a irmã foi logo
– Eu vou com Deus e Kubá – disse a menina.
reconhecendo o lugar, dizendo para o pessoal:
No outro dia pela manhã bem cedo, a menina se
– Foi aqui que encontrei o bicho. Começaram a procurar e
preparou, tomou a bênção à sua mãe e foi para a casa
foi quando encontraram a cestinha que ela carregava, um pé de
da tia. Passou todo o dia lá; na hora do almoço, a tia
sapato, pedaços de pano do vestido e mais para dentro do mato
chamou ela para almoçar e perguntou onde botava
viram o enorme bicho que dormia a sono solto. Mataram o bicho
o almoço do cachorro. Ela disse para a tia que o ca-
e depois, procurando saber por qual motivo uma das meninas ti-
chorro costumava sempre comer junto com ela na
nha sido salva e a outra devorada pelo bicho, a tia das meninas
mesa e assim foi feito. Depois saíram e foram para o
disse o seguinte:
terreiro brincar.
– Fazer o bem, não se olhar a quem. Fazendo a quem se lhe faz
De tardezinha, a menina se despediu da tia e vol-
não é pecado e só tem o que se merece.
tou para a casa da mãe. Quando ia passando por um
lugar onde o caminho era muito esquisito por só se
ver mato e já estar escurecendo, apareceu um bicho SANTOS, Deoscóredes M. dos. Contos negros da Bahia e contos de Nagô.
Salvador: Corrupio, 2003.
enorme e perguntou a ela:
– De onde vens e para onde vais?
– Vim da casa de minha tia e vou para casa de mi- Reflita sobre as questões a seguir com os colegas.
nha mãe.
– Com quem tu vais? ⊲ Quais são os elementos da narrativa?
– Chame a gente que eu quero ver. Ela, com muito
medo, olhou para um lado e para o outro e, não vendo o ⊲ Qual foi a resolução do conflito da história?
cachorro, cantou:
– Kubá Kubá Kubá Bá Durubi, Kubá Kubá Dan Durubi
⊲ Seria possível construir outro final para o
Nanã Tapemá Durubi (Encontrei a morte, corre, estou aqui, o
bicho quer me matar.). conto lido?
O cachorro, quando ouviu o cântico da menina, veio feito uma
fera em cima do bicho, que fugiu apavorado, deixando o caminho li- ⊲ Quais características de um conto africano
vre para eles passarem. Em casa, a velha já preocupada devido às horas, são mais evidentes nesse conto?

60 5 o ANO 61 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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PRATICANDO
Quem terá voz no discurso direto? Aqui,
1. Vamos construir um mural interativo? Para isso, elabore, em duplas, um novo final vamos lembrar de usar os verbos dicendi.
para o conto “O cachorro e a boa menina”. Não se esqueça de, ao refazer o final,
colocar nele algum elemento que, para você, represente o Amapá.
Vamos planejar o texto? Com sua dupla, pense em como será a escrita do final do
conto, preenchendo o quadro a seguir. Lembre-se de que esse final ficará exposto
Qual é a moral que queremos passar com o
no mural interativo e que os alunos de outras turmas da escola poderão ler e votar novo final?
no final de conto mais interessante.

Planejamento
Que características de um conto
amapaense estão presentes no novo final?

Situação comunicativa Participar de um concurso em um mural interativo.

Os demais alunos da escola, que poderão votar


RETOMANDO
Interlocutores
no final de que mais gostarem.
1. Vamos analisar nosso planejamento: respondam sim ou não para cada um dos
itens do quadro.

Quais são os personagens da história? O final que escolhemos para o conto… Sim Não

É coerente com a história original?

Apresenta fatos que não foram citados anteriormente?


Quais são os personagens que queremos
no final?
Traz uma moral para o conto africano?

Utiliza alguns personagens da história original para ficar coerente?

Qual é o final na história original? Dá voz a algum personagem para fazer uso de discurso direto
(que terá verbos dicendi e pontuação própria desse discurso),
além do indireto?

É criativo e interessante para concorrer no concurso?

Qual será o desfecho da história?


Detalhe como será esse novo final. A mensagem ficou clara como no conto original?

62 5 o ANO 63 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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Habilidade do RCA
Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação
EF15LP05 (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto
e seu tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à
produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas.

Prática de linguagem Assim, o planejamento prévio da escrita é um im-


Produção de textos (escrita compartilhada e portante passo na etapa de produção.
autônoma).
Dificuldades antecipadas
Sobre o capítulo Este plano abordará conhecimentos sobre ti-
• Contextualizando: analisar e explorar o final pos de discurso, verbos enunciativos, ou dicendi,
de um conto. além de alguns elementos da narrativa. Caso os
• Praticando: planejar um novo final para o conto. alunos ainda não tenham estudado esses aspectos
• Retomando: revisar o planejamento.
linguísticos, isso pode gerar alguma dificuldade na
condução da aula. Além disso, a formação de du-
Objetivos de aprendizagem
• Planejar, em dupla, possíveis finais para o plas pode ser comprometida caso o total de alunos
conto africano “O cachorro e a boa menina”, seja um número ímpar; nesse caso, será preciso
atentando para as características estilísticas e fazer um ajuste em um dos grupos, que ficará com
composicionais do gênero. três membros. Antes de escrever um texto, é muito
importante o planejamento da escrita. Os alunos
Contexto prévio podem não estar familiarizados com essa etapa da
Neste capítulo, os alunos estão iniciando a produ- produção textual, que prevê coleta de informações,
ção de texto com escrita autônoma e compartilhada. levantamento e organização de ideias.

CONTEXTUALIZANDO formadas considerando o nível de autonomia dos alunos


na leitura e na escrita. Para Cassany (2001), se a lingua-
Expectativas de resposta gem é social, não faz sentido trabalhar a produção de
1. • Espera-se que os alunos relembrem os elementos texto apenas de maneira individualizada, já que outra
de uma narrativa: os personagens, o enredo, criança – que também é o interlocutor – pode ajudar
o cenário, o conflito e o final da história. no processo de organização e de busca de ideias para
• Espera-se que eles compreendam que o cão o texto. A escolha por planejar em grupo o roteiro da
foi fiel à menina que o tratou bem e desleal produção escrita é fruto da estratégia de interação entre
com aquela que o maltratou. as crianças para que elas possam se ajudar mutuamente.
• Resposta pessoal. Estimule os alunos a refletir A interação planejada na produção de textos narrativos
sobre possibilidades de um novo final. Não se é uma ferramenta que contribui para a construção de
esqueça de reforçar que, ao refazer o final, é conhecimentos e verificação da intenção comunicativa
importante trazê-lo para a realidade do Amapá. do texto, uma vez que, em pares, as crianças também
• Espera-se que respondam que é o fato de ser reagem como interlocutores “(LEAL; LUZ, 2001)”.
uma narrativa curta, com linguagem simples, que Explique que vamos relembrar as características desse
transmite um ensinamento e que traz elementos gênero. Relembre os alunos de que contos são histórias
da cultura africana e de oralidade. curtas que têm autor e que contos populares também
são histórias curtas, mas que pertencem a tradições e,
Orientações muitas vezes, são de autoria desconhecida (podendo
Oriente os alunos a formar as duplas para traba- ser coletiva), pois são repassadas de geração para ge-
lhar na produção. É importante que as duplas sejam ração. Em relação aos contos populares afro-brasileiros,

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explique-lhes que eles têm as mesmas características Qual será o desfecho Resposta pessoal de cada du-
de um conto popular, mas apresentam especificidades da história? pla. Espera-se aqui que a du-
que trazem questões da tradição afro-brasileira. Esses Detalhe como será pla planeje como será o novo
contos não podem prescindir da afrodescendência por esse novo final. final: o que acontecerá com a
meio de uma voz autoral, um tema, uma linguagem, um irmã da boa menina e como
público-alvo e um lugar de enunciação (DUARTE, 2010). terminará o conto. É importante
O texto que utilizaremos neste capítulo é recontado acompanhar minuciosamente
pelo Mestre Didi, autor afro-brasileiro que já esteve essa etapa do planejamento
presente com outros contos durante os capítulos desta para que os alunos detalhem
unidade. Solicite às duplas que, ao reescrever o final, ao máximo a ideia que tiveram.
tragam-no para a realidade do Amapá.
Quem terá voz no dis- Os alunos devem determinar
curso direto? Aqui, va- quem vai usar o discurso di-
PRATICANDO mos lembrar de usar reto a fim de já encaminhar a
os verbos dicendi. escrita do final.
Expectativas de resposta Que características Os alunos devem listar as
1. de um conto ama- características empregadas
Situação comunicativa Participar de um concurso em paense estão pre- em sua reescrita que são
um mural interativo. sentes no novo final? características de um conto
amapaense.
Interlocutores Os demais alunos da escola,
que poderão votar no final de Qual é a moral que Resposta pessoal em dupla.
que mais gostarem. queremos passar com Os alunos precisam dizer qual
o novo final? lição querem para o final, de-
Quais são os perso- A boa menina, a mãe, a tia, a
talhando como é que a irmã da
nagens da história? irmã da boa menina, o cachorro
menina vai aprender a moral
Kubá e o bicho.
de tratar bem e fazer o bem
Quais são os persona- Resposta pessoal de cada du- a todos.
gens que queremos pla. O que se pretende é que
no final? os alunos determinem quais Orientações
personagens participarão do Explique aos alunos que a atividade tem como fina-
novo final. Podem ser perso-
lidade produzir um novo final para um conto africano
nagens da história original ou
novos personagens desde que e divulgá-lo em um mural interativo. O objetivo será
o final seja coerente com os de que outras turmas leiam e escolham os textos que
fatos anteriores do conto. mais lhes agradarem. A produção escrita deles será
a criação de outro final para a história.
Qual é o final na his- O cachorro não atende ao cha-
tória original? mado da irmã da boa menina Informe-os de que o mural interativo deverá ficar
e o bicho a come. Quando a exposto do lado de fora da sala de aula e conter a
família volta ao local, encontra história registrada em letras visíveis para que sejam
o bicho dormindo e vestígios da expostos os novos finais propostos pelos alunos e a
menina espalhados pelo lugar. tabela de votação para que as demais turmas esco-
A tia da menina fala a moral da lham um deles.
história: devemos fazer o bem Estimule os alunos a observar os elementos da nar-
e cada um tem o que merece. rativa, como personagens, enredo, conflito e cenário.

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Atente para a riqueza de detalhes, pois isso os ajudará o planejamento demonstra que “os alunos estabelecem
a preparar o roteiro de escrita. uma série de laços inter-relacionados, que conduzem
Incentive-os a pensar em um novo final: O que poderia a uma verdadeira construção conjunta: exploram,
acontecer quando a irmã da boa menina chama pelo propõem, retificam, integram aquilo que diz o colega,
cachorro: ele a atenderia ou não? O que ocorreria à irmã regulam suas ações, apresentam argumentos a suas
da menina? Como ela compreenderia a lição: trataria propostas para que o outro as entenda, etc., tudo isso
melhor os outros e ainda se manteria viva? Quem poderia com o objetivo de alcançar uma meta comum: escrever
lhe ensinar o que ela precisava aprender: o cachorro ou o texto” (MELO; SILVA, 2007, p. 90).
o bicho? Quem apareceria nesse final: a irmã, a mãe, Acompanhe as duplas e, à medida que perceber
a tia ou um personagem ausente na história original? que elas precisam de ajuda, interfira no planejamento
Lembre os alunos de que as respostas são pessoais. com perguntas que promovam a reflexão dos alunos.
Oriente a ficha de planejamento para cada dupla
e peça que eles a preencham, trocando informações
e se ajudando. O planejamento da escrita para essa RETOMANDO
atividade deve considerar:
• Alguns elementos já dados, como os personagens Expectativas de resposta
da história e o final original, para que eles entendam
1. Resposta pessoal.
melhor o conteúdo do conto e mantenham a coerência
na hora de elaborar um novo final.
Orientações
• Os novos elementos, como os personagens que
Peça aos alunos que revisem o planejamento a fim
comporão o final. Como será esse final?
• Quem terá voz no discurso direto para que eles de verificar se a organização da atividade atende, de
saibam que esse item de análise linguística será forma clara, à intenção da dupla. Use a ficha para
avaliado na produção. orientar essa análise. Eles irão observar se o novo final
• A moral do conto após o novo final, para assegurar planejado preserva a coerência com o texto-base, se há
a coerência com o texto-base. uma moral ou ensinamento que caracteriza um conto
Incentive o trabalho em dupla e dê a cada aluno popular, se há personagens que foram retomados da
uma função: um escreve o planejamento enquanto o história original, se há marcas linguísticas adequadas
outro organiza oralmente como seria esse final. Eles para os tipos de discurso utilizados e se o novo final é
devem se ajudar a encontrar o melhor caminho de criativo para justificar a sua publicação no mural. Não
escrita. Para tanto, precisam ouvir as ideias uns dos se esqueça de verificar com os alunos se a mensagem
outros. A experiência de interação entre as duplas para recontada ficou clara como no conto original.

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15. Escrevendo um novo final para a história
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15. Escrevendo um novo final para a história PRATICANDO

1. Vamos colocar em prática o planejamento da escrita? Antes, porém, retome o qua- 1. Antes de iniciar a escrita, preste atenção às questões do quadro a seguir e assi-
dro do capítulo anterior e reflita sobre as questões abaixo com o colega. nale “Sim” para os itens que não precisam ser revistos e “Não” para aqueles que
precisam de uma reavaliação.
a. O planejamento precisa ser alterado?

Sim Não

O final apresenta coerência com a história?

Os personagens que aparecem no final têm ligação com a


b. O que mais você gostou no planejamento? Explique o porquê. história original?

Há discurso indireto?

Há discurso direto?

No caso de haver discurso direto, a pontuação é adequada? Há


uso de travessões, dois-pontos, interrogação ou exclamação?

Há verbos dicendi (verbos que expressam declarações, por


exemplo: “falou”, “disse”, “apontou” etc.) no discurso direto?

O final traz uma moral com a finalidade didática de transmitir


uma identidade local e lugar de fala do quilombo do Curiaú
c. Em relação ao conto quilombola amapaense, sobre qual característica do pla- com um ensinamento aos leitores?
nejamento ainda há dúvidas? Quais estratégias podemos usar para sanar essas
dúvidas? Colocando em prática…
Este é o momento de iniciar sua escrita! Atenção: não se esqueça de inserir a identi-
dade quilombola do Amapá em seu conto.

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RETOMANDO

1. Ler o rascunho também é aprender a escrever. Como se trata de uma narrativa que
tem elementos de oralidade, é preciso ver se ela funciona em voz alta. Neste mo-
mento, você vai se tornar ouvinte, e o colega da dupla passará a ler o texto em voz
alta a fim de perceber como ficou a escrita. Depois, o contrário: você lê o seu texto
para o colega escutar. Troquem opiniões sobre o rascunho antes de entregá-lo para
o professor. Usem os espaços a seguir para tomar notas.

Meu texto:

Texto do meu colega:


Getty Images/Tetra images RF

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Habilidades do RCA

Utilizar, ao produzir um texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais, tais como ortografa, regras básicas
EF35LP07 de concordância nominal e verbal, pontuação (ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação,
vírgulas em enumerações) e pontuação do discurso direto, quando for o caso.

Utilizar, ao produzir um texto, recursos de referenciação (por substituição lexical ou por pronomes pessoais,
possessivos e demonstrativos), vocabulário apropriado ao gênero, recursos de coesão pronominal (pronomes
EF35LP08
anafóricos) e articuladores de relações de sentido (tempo, causa, oposição, conclusão, comparação), com
nível suficiente de informatividade.

EF35LP-AP08 Estudo das convenções ortográficas.

Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos segundo as normas gráficas e de


EF35LP09
acordo com as características do gênero textual.

Respeitar as variações linguísticas reconhecendo-as como forma de expressão dos diversos grupos nas
EF35LP-AP11
diferentes situações de comunicação rejeitando o preconceito e a desigualdade social.

Produzir textos do discurso oral, utilizados em diferentes situações e contextos comunicativos, e suas
características linguístico-expressivas e composicionais nas variações linguísticas específicas da região
EF35LP-AP17
do Amapá, bem como o registro das conversações espontâneas das comunidades ribeirinhas, quilombolas
e dos índios das várias etnias do estado.

Criar narrativas ficcionais, com certa autonomia, utilizando detalhes descritivos, sequências de eventos
EF35LP25 e imagens apropriadas para sustentar o sentido do texto, e marcadores de tempo, espaço e de fala de
personagens.

Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens,
EF35LP26 observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a
construção do discurso indireto e discurso direto.

Prática de linguagem Materiais


Produção de textos (escrita compartilhada e • Folha de papel A4 (uma para cada grupo); lápis
autônoma). de cor.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: reavaliar o planejamento Este capítulo faz parte do módulo de produção
realizado no capítulo anterior. de texto e tem como proposta a produção de um
• Praticando: escrever rascunho de um novo final novo final para um conto quilombola amapaense e
para o conto, observando os aspectos estilísticos sua divulgação em um mural interativo cujo objetivo
e composicionais desse gênero. será o de que outras turmas leiam, apreciem os
• Retomando: analisar o rascunho do final do textos escritos e escolham o que mais gostarem.
conto produzido.
Dificuldades antecipadas
Objetivos de aprendizagem Os alunos que ainda não têm autonomia na es-
Escrever, em dupla, outro final para o conto po- crita poderão sentir mais dificuldades na produção e
pular afro-brasileiro “O cachorro e a boa menina”, necessitar de mais apoio. Além disso, o desconheci-
atentando para os aspectos estilísticos e composi- mento dos aspectos estilísticos e composicionais do
cionais desse gênero. gênero conto quilombola amapaense – estudados
nas aulas anteriores desta sequência – pode ser
um obstáculo para cumprir a atividade de escrever
um novo final para o conto.

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CONTEXTUALIZANDO • No âmbito da normatividade, a atenção deve se voltar
para o emprego dos verbos dicendi: é importante que
Expectativas de resposta os alunos utilizem os dois tipos de discurso estudados
1. Respostas pessoais. anteriormente: indireto e direto. No discurso direto,
é preciso que se empreguem os verbos dicendi – os
Orientações verbos que apontam a ação do personagem (“falou”,
Oriente os alunos a formar as duplas que trabalharão “disse”, “perguntou” etc.). No discurso indireto, deve-
na produção. Neste momento, organize a sala de aula se observar o tempo verbal empregado para narrar
de modo a criar um ambiente favorável para escrita: fatos passados (MORAIS; SILVA, 2007).
solicite silêncio e faça os acordos necessários para Dê o comando para que os alunos comecem a
que as duplas trabalhem respeitando a concentração produção em uma folha para rascunho. Distribua as
das demais duplas. Explique-lhes que a interação pode folhas A4 – uma para cada dupla nesta atividade. A
acontecer com um tom de voz adequado, sem gerar importância de que esta etapa da produção seja reali-
barulho demasiado. zada em aula se dá pelo fato de que a escrita na sala
Explique também que, agora, eles irão escrever um de aula possibilita que os alunos compartilhem, com
novo final para uma história a partir do planejamento colegas e com o professor, os “processos cognitivos
que fizeram no capítulo anterior, sendo importante voltar da escrita”, desenvolvendo as ideias, refletindo sobre
ao quadro de planejamento para realinhar a escrita. A o que escreve e analisando a língua com a qual se
dupla deve interagir para formular as frases e as falas comunica (CASSANY, 2001).
da personagem, mas apenas um aluno de cada dupla Acompanhe cada dupla: vá até eles, veja o que já
deve escrever o texto. escreveram e chame a atenção para cada tópico que
ainda não foi contemplado por eles ou que foi usado
de maneira inadequada. Esses aspectos serão revi-
PRATICANDO sados na aula seguinte e a avaliação do texto escrito
também será feita com base nesses tópicos. Mesmo
Expectativas de resposta considerando a próxima aula como a aula de revisão,
1. Resposta pessoal. é importante que eles estejam atentos, já na produção,
aos aspectos a serem analisados na reescrita.
Orientações Observe que a análise linguística aqui proposta as-
Mostre as questões a serem avaliadas pelos alunos sume o texto como unidade de ensino. Essa análise
antes de iniciar a escrita. No âmbito da textualidade, compreende “os conhecimentos relativos à textuali-
observe os seguintes aspectos: dade, isto é, aqueles conhecimentos que envolvem a
• Peça aos alunos que observem a coerência com a internalização de recursos linguísticos, que permitem
história para que o novo final não esteja distante ao aprendiz compreender e produzir textos de modo
dos acontecimentos do conto e faça sentido para eficiente” (como a organização, a informatividade, a
o leitor. Esse tópico pode ser explorado nas duas coerência e a coesão, a pontuação e paragrafação, a
perguntas iniciais. seleção do léxico adequado e a utilização de recursos
• No aspecto lexical, os alunos devem escolher palavras gráficos que orientem a leitura) e os conhecimentos
adequadas, que combinem com o conto e com o relativos à normatividade, os quais incluem os aspectos
público-leitor de suas produções, que serão os alunos que “constituem as principais dificuldades dos estudan-
das outras turmas da comunidade escolar. tes brasileiros em adotar, quando necessário, a norma
• No caso da pontuação e da paragrafação, os linguística culta de uso real” – ortografia, concordância
alunos precisam atentar para o que foi estudado verbo-nominal, regência, tempos verbais e seleção de
anteriormente (travessões, dois-pontos no discurso recursos linguísticos adequados à situação comunicativa
direto, parágrafo para cada fala e sinais de pontuação, (MORAIS e SILVA, 2007, p. 137-138). Após a escrita e
como ponto final, interrogação e exclamação para análise inicial do rascunho do texto, os alunos devem
as falas dos personagens). passá-lo a limpo no local indicado no Livro do Aluno.

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se há algum aspecto que interfere no entendimento
RETOMANDO do texto. Cassany (2001) coloca como fundamental
perceber se o texto está adequado ao que queremos
Expectativas de resposta transmitir; para isso, é necessário que o aluno leia seu
1. Resposta pessoal. rascunho durante as aulas de produção. Essa troca de
funções entre os alunos possibilita um outro olhar, ou
Orientações
Sugira que, nas duplas, os alunos revezem a leitura seja, o colega passa a ser o interlocutor. Oriente-os a
em voz alta: cada um lê para o outro o que escreveu, tomar notas de cada leitura para que registrem suas
e vice-versa, a fim de saber como ficou a escrita e impressões e observações.

ANOTAÇÕES

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16. Fazendo os últimos ajustes para publicar a história no mural interativo
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16. Fazendo os últimos ajustes para publicar a ⊲ No final produzido por você e pelo colega de dupla, há uma moral ou um ensina-
história no mural interativo mento, como na história original, que termina com o seguinte provérbio popular:
“Fazer o bem, não se olhar a quem. Fazendo a quem se lhe faz não é pecado e só
tem o que se merece.”?
1. Vamos revisar em duplas? O professor irá entregar o rascunho de um colega. Leia-o
e reflita sobre os pontos a seguir.

⊲ ⊲ Quando há discurso direto (fala dos personagens), utiliza-se travessão?


O final combina com a história original? O final ficou interessante e com as
características amapaenses?
⊲ O final apresenta alguma moral ou ensinamento?
⊲ Ao ler o final, é possível entender a moral do texto de maneira clara? ⊲ Quando se usa discurso direto, insere-se um novo parágrafo para ele?

⊲ Os discursos diretos são antecipados pelos verbos dicendi (verbos que expressam
PRATICANDO
declarações – por exemplo, “falou”, “disse”, “afirmou” etc.)?

1. O que pode ser melhorado no rascunho feito por você e pelo colega de dupla?
Vamos revisar o texto, respondendo às perguntas a seguir. Devemos analisar o que
⊲ Há dois-pontos depois dos verbos dicendi?
escrevemos e só depois marcar sim ou não.

Aspectos a analisar:
⊲ O discurso indireto, que é contado pelo narrador, tem verbos no passado?
⊲ O final manteve o cenário da história original (o caminho esquisito entre a casa da
mãe e a casa da tia que a menina foi visitar) para garantir a coerência?
⊲ Há alguma palavra cuja grafia você não conhecia e precisou buscar o significado?

⊲ O final combina com o enredo da história original (uma menina que sempre tratava
bem o cachorro da família e ele a ajudou em um momento de necessidade enquan- ⊲ No final reescrito, foram inseridos elementos de identidade do Amapá, como as
to sua irmã o tratava mal e não teve o mesmo auxílio quando precisou)? tradições e a indicação ao pertencimento local?

⊲ Os personagens foram todos identificados ou algum personagem aparece sem ser Agora, reescrevam as partes para as quais responderam não. Depois, leiam a nova ver-
anunciado pelo narrador? são e, ao finalizarem, passem a limpo.

⊲ Os personagens apareceram na história original? Se não apareceram, estão apre-


RETOMANDO
sentados de forma a completar o sentido do texto original?

1. Versão final! Hora de montar o mural interativo.


⊲ Na folha indicada pelo professor, você deve escrever com caneta preta.
⊲ O ponto de vista da história original (narrador em terceira pessoa, com discursos ⊲ O tamanho da letra deve possibilitar a leitura do leitor no mural.
diretos no caso de alguns personagens) foi mantido? ⊲ Fique atento à ordem e aos espaços para cada parágrafo, principalmente se
houver trechos em discurso direto.

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Habilidades do RCA
Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e
EF15LP06
aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografa e pontuação.
Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando
EF15LP07
for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.

Prática de linguagem no mural; canetas hidrográficas ou adesivos para


Produção de textos (escrita compartilhada e serem usados na votação; folhas de papel A4
autônoma). (para rascunho, uma por dupla); folhas de papel
A4 ou de outro tipo à escolha do professor para
Sobre o capítulo ser exposta no cartaz interativo (uma folha para
• Contextualizando: revisar em pares a escrita cada dupla).
do capítulo anterior.
• Praticando: reescrever o texto revisando os Contexto prévio
aspectos necessários. Este capítulo tem como proposta a produção de
• Retomando: por meio da confecção de um mural um novo final para o conto africano e sua divulga-
• interativo, divulgar a versão final do conto ção em um mural interativo cujo objetivo será que
produzido.
alunos de outras turmas leiam os textos escritos
e selecionem, dentre eles, o final que mais lhes
Objetivos de aprendizagem
agrada.
• Revisar a produção escrita.
• Editar e reescrever a versão final do texto para
publicação. Dificuldades antecipadas
• Publicar em um mural interativo a reescrita de Este capítulo abordará conhecimentos sobre ti-
um final de conto africano com características pos de discurso e verbos declarativos (ou dicendi),
de conto amapaense. além de alguns elementos da narrativa. Caso os
alunos ainda não tenham estudado esses aspectos
Materiais linguísticos, abordá-los pela primeira vez pode ser
• Material para confecção de um cartaz interati­vo uma dificuldade. Além disso, a proposta de forma-
(cartolinas, fitas, cola, tesoura, lápis hidrocor) – ção de duplas para a realização do trabalho pode
apenas um mural para toda a turma; fita adesiva necessitar de ajustes caso a turma tenha um total
ou outro material utilizado para expor os textos ímpar de alunos.

CONTEXTUALIZANDO apresenta uma moral ou ensinamento? Considerando


o público-alvo, ao ler o final é possível entender, de
Expectativas de resposta maneira clara, a moral do texto?
1. Respostas pessoais. Incentive os alunos, ao refazer o final do con­to,
a trazê-lo para a realidade local, criando uma ponte
Orientações entre a África e o Amapá.
Oriente os alunos a formar novamente as duplas Essa introdução à revisão possibilita, além de outras,
com quem produziram o texto nos capítulos anterio- três habilidades especialmente importantes. A primeira
res. Leia novamente o conto até a parte em que eles é a habilidade de identificar se um fragmento de texto
produziram o seu final a fim de relembrar a história. é coerente com o restante da história. Fazer isso com
Distribua os finais produzidos na aula anterior de for- o texto de outra dupla pode favorecer o olhar crítico
ma que ninguém receba seu próprio texto. Reserve para seu próprio texto. Nesse aspecto, Brandão (2007)
um tempo para que as duplas leiam e preparem um alerta para o fato de que a coerência é um elemento
comentário oral sobre o que acharam do texto lido do fundamental na construção do texto e, portanto, deve
ponto de vista da coerência. Pergunte: O final combina ser inicialmente revisada em qualquer situação didá-
com a história original? O final ficou interessante? O final tica. A segunda habilidade, não menos importante, é

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a de perceber as características do gênero que nos mudanças a serem realizadas ou se estão com dificulda-
dispomos a escrever. No caso deste módulo, os alunos des em compreender como fazer a reescrita. Acompanhe,
produziram outro final para um conto popular afro-bra- fale, demonstre por meio de exemplos. Mostre, como
sileiro. Assim, é importante que eles atentem para o leitor experiente, o que entendeu do texto deles e o
fato de que, ao final de um conto popular, temos uma que não entendeu; elabore um raciocínio em voz alta
moral ou um ensinamento que carrega valores de uma e leve-os a refletir sobre sua própria escrita (CASSANY,
comunidade e é passado de geração para geração por 2001). Outro aspecto importante a ser considerado é
meio da contação de histórias. Finalmente, a terceira compreender que, em um processo de autoria (embora
habilidade é de reconhecer se o texto está adequado usem o texto original como modelo, os alunos criarão
ao interlocutor pretendido e se atende às finalidades o seu próprio final), o professor poderá se deparar com
de produção (BRANDÃO, 2007). Nesse caso, temos os as dificuldades reais que o aluno evidenciará ao escre-
alunos de outras turmas como interlocutores. Por isso, ver sozinho (fato que já foi comprovado em análises
é fundamental que esse outro olhar não venha inicial- de textos infantis; NÓBREGA, 2011). Esse exercício de
mente do professor, mas dos colegas que representam autoria é uma atividade bem mais complexa, como
esses interlocutores. diz a referida autora. O papel do professor é, então,
Devolva cada texto para sua respectiva dupla de orientar e ajudar na reescrita, demonstrando como um
autores e peça que as duplas falem rapidamente o escritor experiente desempenha essa tarefa de revisão
que acharam do final que analisaram com base nas (CASSANY, 2001).
três perguntas apresentadas no slide. Essa etapa não
deve ser longa, pois a intenção é apenas que os cole-
gas tenham esse outro olhar sobre as produções das RETOMANDO
demais duplas de autores.
Orientações
Parabenize as duplas pelo trabalho realizado e orien-
PRATICANDO
te os alunos para a atividade final. Peça que realizem
a última leitura depois que o texto estiver revisado.
Expectativas de resposta
Informe que eles devem escrever a versão final na
1. Respostas pessoais.
folha indicada por você para que esta seja afixada no
2. Respostas pessoais.
mural interativo. Oriente-os com relação à formatação:
todos devem escrever com caneta preta na folha indi-
Orientações
Oriente agora cada dupla a retomar o seu texto e cada; a letra deve ser de um tamanho que possibilite
fazer a revisão, observando os aspectos que estão na a visualização do leitor no mural. Além disso, oriente
ficha de revisão. Durante esta atividade, os alunos re- os alunos sobre a necessidade de tomar cuidado com
tomarão os aspectos trabalhados durante a sequência a paragrafação correta, principalmente nos discursos
de atividades. Você deve chamar a atenção dos alunos diretos. Essa diagramação única tem como objetivo
para que analisem os elementos que constituem o gênero uniformizar ao máximo para que, por um lado, todas as
conto popular, como enredo, cenário, personagens e duplas tenham a mesma oportunidade no concurso e,
ponto de vista, sempre partindo da análise da história por outro, os leitores das outras turmas que analisarão
original e da necessidade de haver coerência no final os finais tenham mais facilidade na visualização dos
que eles produziram em relação à história. No âmbito textos.
da normatização, os alunos devem perceber as espe- Faça um mural que contenha a história “O cachorro
cificidades de escrever em discurso direto ou indireto, e a boa menina”, impressa e sem o final; depois, cole os
como o uso de verbos no passado e dos verbos dicendi, finais produzidos, enumere-os (para facilitar a votação)
pontuação (dois-pontos e travessões) e paragrafação e deixe um espaço para colar a versão escolhida pelos
correta. outros alunos. Se possível, convide duas professoras
Oriente os alunos a reescrever as partes que apre- da escola de turmas abaixo do 5o ano para a leitura;
sentaram algum problema, lacuna ou até mesmo erro análise e escolha do final mais interessante. As duplas
ortográfico. Observe se os alunos apresentam dificuldades que produziram os finais devem se revezar no atendi-
em concordar com o colega da dupla em relação às mento, acompanhando esse processo.

92 5 o ANO

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Quem escreve o faz sabendo seu propósito e para
Descritores Sim Não Às vezes
quem está escrevendo, isto é, tem sempre uma fina-
lidade e um interlocutor [...]. Desse modo, na escrita Consegue identificar os
de um texto, é necessário que se tenha não somente elementos da narrativa.
o que escrever, mas também para que e para quem Reconhece os discursos
escrever (GERALDI, 1997). Essas informações servirão, direto e indireto na
então, para orientar tanto a escolha do gênero de texto narrativa.
como a dos recursos linguísticos a serem adotados. Utiliza
Em outros termos, o escritor selecionará o gênero e os concordância nominal e
recursos linguísticos mais adequados ao(s) objetivo(s) verbal.
e ao(s) interlocutor(es) visado(s). (SILVA e MELO, 2007,
p. 30-31). Escreve com coerência
Apure a votação e divulgue o resultado com uma na hora de fazer um
premiação, que pode ter como recompensa um livro novo final.
de contos infanto-juvenil sobre o tema afro-brasileiro Utiliza parágrafos e
ou outro brinde – se possível, que seja disponibilizado sinais de pontuação para
pela escola. organizar o texto.
Após a finalização da atividade, realize uma ava- Evita a repetição de
liação formal e individual comparando as escritas dos palavras.
capítulos 1 e 14/15, analisando os avanços conquistados Utiliza corretamente os
pelo aluno. Utilize a tabela norteadora da avaliação verbos de enunciação
a seguir, destacando aspectos específicos do gênero (dicendi)
abordados ao longo da unidade.

ANOTAÇÕES

93 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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17. Finalizando o mural: identidade quilombola
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O que está com os olhos vendados, orientando-se pelo soar do Tum Tum, encaminha-se com as mãos
17. Finalizando o mural: identidade quilombola esticadas em direção ao colega que ele supõe estar batendo o pilão.
Imagine a expectativa da criançada enquanto o coleguinha sai tateando em busca do tocador. Se ele atin-
ge o objetivo, tira a venda e os dois trocam de lugar.
1. Reflita sobre os seguintes itens para analisar o final do seu conto. ANDRADE, Rogério Barbosa. Kakopi, Kakopi! Brincando e jogando com as crianças de vinte países africanos.
Ilustrações de Marília Pírilo. São Paulo: Melhoramentos, 2019.
⊲ Foram abordadas a cultura, a tradição e a identidade quilombola?
⊲ Quais ações no conto propõem um final de reconhecimento local e de valores Estação 2: Memorial da identidade
voltados ao pertencimento do quilombo do Curiaú? Vamos assistir ao vídeo As tias do Marabaixo: Tia Chiquinha. Depois de assistir ao vídeo,
⊲ Ao término do conto, é possível entender a mensagem de forma clara e as ca- você, junto com o grupo, vai identificar as características do conto quilombola amapaense em
racterísticas regionalizadas de forma positiva? relação às tradições culturais. O grupo deverá anotar os argumentos e as reflexões.

Estação 3: Marabaixo e Batuque


Hora de reler o texto “Rio acima Mar abaixo” e averiguar as culturas do Marabaixo e
PRATICANDO Batuque e as tradições do Quilombo do Curiaú. Elabore, com seu grupo, um mapa concei-
tual das palavras aprendidas com os contos africanos e quilombolas amapaenses por meio
1. Vamos colocar mais equidade no enredo do texto e inserir as características dessas reflexões do grupo, que poderá ser feito na cartolina ou alguma ferramenta digital
étnico-raciais do Amapá? disponível.

2. O conto será revisado mais uma vez, com foco na observação dos itens a seguir. Rio acima Mar abaixo
As crianças, alvoroçadas, regressavam da pescaria. Para elas não tinha coisa melhor do que tarrafear
a. Aspectos para refletir antes de reescrever o final: identidade, cultura, tradições nos rios. Tagarelavam, alegres, a barriga estufada com as tainhas miúdas que haviam assado em fogueiras
e local. improvisadas sob a luz dos últimos raios de sol.
As cascas de coco usadas para atear as chamas tinham ficado para trás, lançadas às águas. Uma após outra,
elas formavam uma trilha incandescente, que ia desaparecendo aos poucos nas entranhas da noite. Aos olhos
b. Os grupos deverão passar por algumas “estações” antes de reescrever ou ajus-
da meninada, reluziam como as canoas iluminadas com lâmpadas de azeite de peixe-boi na Festa do Divino.
tar o final do conto.
O agitado grupo tinha pressa de chegar à Vila do Curiaú, um antigo quilombo habitado por descendentes [...].
De longe, já dava para ouvir o som dos tambores feitos do tronco de uma árvore chamada macaqueiro,
Estação 1: Fortalecendo as raízes revestidos de couro de veado-campeiro.
Leremos o texto “Tum Tum” (conto africano) para comparar semelhanças e diferenças [...] os preparativos do festejo mais popular do Amapá: o Marabaixo, tradição dos negros com origem
culturais e identidades com o conto “A resenha do boto e a aranha no Curiaú” (conto quilom- celebrada a partir do domingo de Páscoa. Além das missas e novenas em louvor ao Divino Espírito Santo e à
bola amapaense). O grupo deverá anotar as argumentações e reflexões. Santíssima Trindade, a festa tem muita dança e cantoria. Época de bailar e de ouvir os ladrões, rimas impro-
visadas pelos cantores que ecoam pelas ruas enfeitadas com galhos de murta.
Não há quem não entre na roda. Todos se entregam ao ritmo contagiante do Marabaixo, embalados pela
TUM TUM!
gengibirra, cachaça e açúcar. As moças, vestindo blusa de renda e saia estampada, são um espetáculo à par-
Este é um jogo que as professoras nos jardins de infância do Togo empregam para testar, de modo diver- te, inspiradoras de versos apaixonados:
tido, a capacidade auditiva das crianças. “[...] Eu não sei ler nem escrever,
Para isso, é necessário um pilãozinho. Nem também tocar viola.
Importa saber que pilões de madeira ainda são usados para esmagar grãos e tubérculos em muitos luga- Só desejo aprender,
res na África. Alguns deles, altos e pesados, alcançam a cintura das mulheres. O seu bate-bate característico Ó menina, na vossa escola!
ecoa, desde tempos remotos, por aldeias distantes dos grandes centros urbanos.
A brincadeira funciona assim:
Uma turma de alunos, acomodados em cadeiras dispostas uma do lado da outra ou apertados em um Mas o que a garotada gostava mesmo era das histórias contadas pelo Velho Julião, o mais antigo morador
banco comprido, se posicionam de frente para um coleguinha que se mantém de pé. da comunidade, defensor dos costumes e das tradições de sua gente, sabedor dos segredos da manipulação
Esse menino ou menina deve ter uma venda nos olhos, impedindo-o de ver o que está acontecendo. das ervas e raízes da floresta. O contador já esperava as crianças, como sempre, sentado em uma das redes
Um dos alunos, ao sinal da professora, começa a socar, em intervalos regulares, o pilãozinho que ele espalhadas pela ampla varanda de sua casa de madeira [...].
segura na mão. BARBOSA, Rogério Andrade. Rio acima Mar abaixo. Ilustrações de Neuso Cruz. São Paulo: Melhoramentos, 2005.

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Estação 4: Finalizando o mural


Agora é hora de revisar e editar o final do conto com as características locais e culturais.
Em uma roda de conversa, responda às seguintes questões.
⊲ Você percebeu a importância oral para poder elaborar o texto escrito com todas as
características locais?
⊲ O final do texto está coerente com os objetos de conhecimentos aprendidos na língua
portuguesa nas aulas anteriores e a inserção da cultura e tradições quilombolas?
O grupo poderá fazer os ajustes necessários no final do texto.

RETOMANDO

1. Versão final! Chegou a hora de editar e produzir o mural interativo.

⊲ Escolha um modelo para seu mural: os modelos podem ser estruturados como gra-
des, prateleiras, linhas do tempo ou até mesmo como salas de conversa.
⊲ Convide os colegas de turma para colaborar: você poderá convidá-los para a cons-
trução, postando cartões que podem conter imagens, vídeos, texto, links, gravações
de áudio e outros formatos de arquivo.
⊲ Insira o final do texto e espere os colegas das outras salas lerem e escolherem o
melhor final.
⊲ Use o espaço a seguir para planejar e registrar suas ideias.

72 5 o ANO 73 LÍNGUA P ORT U GU E SA

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Habilidades do RCA
Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e
EF15LP06
aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação.
Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando,
EF15LP07
quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital.
Escrever, em colaboração com os colegas e com a ajuda dos professores em diferentes áreas do conhecimento,
a partir de sequências didáticas desenvolvidas pelo professor a apresentação da situação: apresentar a
proposta. Avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero. Apresentar o gênero escolhido, leitura
EF35LP-AP13 de exemplares. Produção inicial: Propor que os alunos escrevam um texto inicial do gênero, mesmo que
imperfeito. Módulos para organizar atividade, ampliar repertório e conhecimento. Produção final: Fazer uma
produção escrita individual, com revisão e reescrita. Incluindo também nessa escrita textos da literatura
regional e local, possibilitando o reconhecimento e valorização da nossa cultura.

Prática de linguagem os textos no mural; canetas hidrográficas ou


Produção de textos (escrita compartilhada e adesivos para serem usados nas estações por
autônoma). rotações; folhas de papel A4 (para rascunho, uma
por grupo); folhas de papel A4 ou de outro tipo
Sobre o capítulo de preferência do professor para serem expostas
• Contextualizando: refletir sobre o texto produzido no cartaz interativo (uma folha para cada dupla);
no capítulo anterior, especialmente com relação fotocópias dos textos (um por grupo).
às características de um conto quilombola
amapaense. Contexto prévio
• Praticando: verificar alguns estágios (aqui Este capítulo tem como proposta a produção
chamados de “estações”) de análise dos aspectos de um novo final para o conto quilombola ama-
culturais do conto regionalizado. paense e sua divulgação em um mural interativo
• Retomando: divulgar a versão final do texto com o objetivo de que alunos de outras turmas
produzido. leiam os textos escritos e reconheçam, dentre
eles, o final que mais se aproxime das caracterís-
Objetivos de aprendizagem ticas étnico-raciais amapaenses.
• Escrever coletivamente o final do conto, ava-
liando as características quilombolas e sua Dificuldades antecipadas
identidade cultural. Este capítulo abordará conhecimentos sobre
• Editar e reescrever a versão final do texto para as relações étnico-raciais, as características cul-
publicação. turais e a valorização da cultura negra no Amapá,
• Publicar em um mural interativo. além de alguns elementos dos gêneros narrativos.
Caso os alunos ainda não tenham estudado esses
Materiais aspectos estruturais, abordá-los pela primeira vez
• Material para confecção de um cartaz interativo pode ser uma dificuldade. Além disso, a proposta
(cartolinas, fitas, cola, tesoura, lápis hidrocor de formação de grupo para a realização do traba-
– apenas um mural para toda a turma); fita lho pode necessitar de ajustes caso a turma tenha
adesiva ou outro material utilizado para expor um total ímpar de alunos.

95 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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CONTEXTUALIZANDO
PRATICANDO
Expectativas de resposta
1. Respostas pessoais. Expectativas de resposta
Respostas pessoais. Espera-se que os alunos re-
Orientações
conheçam características de um conto quilombola
Nessa primeira etapa, oriente os alunos a formar
amapaense, aprendendo a respeitar as diferenças
um grupo com duas duplas (4 alunos), que revisarão
e inserindo as características do conto amapaen-
o final do texto no capítulo anterior com foco na iden-
tidade e na cultura do conto regional. Leia novamente se de forma positiva, combatendo o preconceito e
o texto até a parte em que eles produziram o seu final o racismo e valorizando as culturas diversas, em
a fim de relembrar a história. Distribua os finais pro- especial a cultura negra no Amapá.
duzidos na aula anterior de forma que ninguém rece-
ba seu próprio texto. Reserve um tempo para que os Orientações
grupos leiam e preparem um comentário oral estático Oriente agora cada grupo a retomar o seu texto
sobre o texto lido, considerando o ponto de vista das e fazer a revisão, observando os aspectos que estão
características de um conto quilombola amapaense: na ficha de revisão final. Durante esta atividade, os
Foram abordadas a cultura, a tradição e a identidade alunos retomarão os aspectos trabalhados durante a
quilombola? Quais ações no conto propõem um final revisão do final do conto. Organize a sala em quatro
de conhecimento local e valores voltados ao perten- grupos (duas duplas) e oriente os alunos a analisar as
cimento do quilombo do Curiaú? Ao término do conto, características étnico-raciais do conto amapaense qui-
é possível entender a mensagem de forma clara e as lombola, sempre do ponto de vista da história original
características regionalizadas de forma positiva?
e buscando coerência com o final que eles produziram.
Essa introdução à revisão possibilita o trabalho
Deverá ser explicada à turma a metodologia ativa da
com a habilidade de identificar a cultura africana e
afro-brasileira no texto e se ela está alinhada à cul- rotação por estações. Cada grupo deverá passar pelas
tura quilombola local, assim como o restante da his- quatro estações.
tória. A partir do momento em que as crianças ouvem
as histórias contadas, torna-se possível a introdução Estação 1: Fortalecendo as raízes
de elementos da História Africana e Afro-brasileira no Imprima o texto e entregue uma cópia a cada gru-
imaginário infantil, abrindo a fantasia dos jovens leito- po, que deverá fazer as anotações em uma folha A4.
res a personagens e situações vividas por eles no co- O grupo deverá anotar as argumentações e reflexões
tidiano local. Por isso, é de grande relevância realizar da rotação.
rodas de leituras com os contos africanos para que os Depois, o grupo deverá ler o texto “Tum Tum” (con-
alunos percebam a importância dessas histórias e a to africano) e comparar as semelhanças e diferenças
variedade de livros com essa temática (SOUZA, 2012. culturais e identitárias com o conto “A resenha do boto
p. 19). Nesse caso, temos os alunos de outras turmas e a aranha no Curiaú” (conto quilombola amapaense).
como interlocutores. Por isso, é fundamental que esse
outro olhar não venha inicialmente do professor, mas
Estação 2: Memorial da identidade
dos colegas que representam esses interlocutores.
Organize essa estação com um notebook e internet
Devolva cada texto para seu respectivo grupo de au-
tores e peça que os grupos falem rapidamente sobre para o grupo assistir ao vídeo As tias do Marabaixo:
o que acharam do final que analisaram com base nas Tia Chiquinha, disponível em: https://www.youtube.
três perguntas apresentadas no slide que o professor com/watch?v=9GtUUO794FY.
apresentou. Essa etapa não deve ser longa, pois a Depois, os alunos deverão identificar as caracte-
intenção é apenas que os colegas tenham um olhar rísticas do conto quilombola amapaense em relação
sobre as produções dos demais grupos nas questões às tradições culturais. O grupo deverá anotar os argu-
étnico-raciais no Amapá. mentos e as reflexões em uma folha A4.

96 5 o ANO

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Estação 3: Marabaixo e Batuque vida do país (SILVA, 2000, p. 78-79). Os 133 anos que
Prepare essa estação com a releitura do texto nos separaram da Lei Áurea não foram suficientes para
“Rio acima Mar Abaixo” para que sejam analisadas resolver uma série de problemas decorrentes das di-
as culturas do Marabaixo e Batuque e as tradições nâmicas discriminatórias forjadas ao longo dos quatro
do Quilombo do Curiaú. Elabore um mapa conceitual séculos de regime escravocrata. Ainda hoje, permane-
das palavras aprendidas com os contos africanos e ce na ordem do dia a luta pela participação equitativa
quilombolas amapaenses por meio das reflexões do de negros nos espaços da sociedade brasileira e pelo
grupo. O mapa poderá ser feito na cartolina ou em respeito à humanidade. Esses setores da sociedade
outro suporte. Explique para o aluno como pode ser civil têm atuado intensamente contra o racismo e as
feita a atividade no mural interativo digital. discriminações raciais, tomando a linguagem africano-
-brasileira como ancoragem e lapidando as relações
Estação 4: Finalizando o mural
sociais emergentes no entrecruzar dessa cultura com
Agora é hora de revisar e editar o final do conto
a cultura eurocêntrica da sociedade (LUZ, 1997).
com as características locais e culturais.
Organize uma roda de conversa para que os alu-
nos respondam às duas problemáticas: Você perce- RETOMANDO
beu a importância oral para poder elaborar o texto
escrito com todas as características locais? O final do
Expectativas de resposta
texto está coerente com os objetos de conhecimentos
1. Respostas pessoais.
aprendidos na língua portuguesa nas aulas anteriores
e com a inserção da cultura e tradições quilombola?
O grupo poderá fazer os ajustes necessários no Orientações
final do texto. Após a finalização da atividade, realize uma ava-
No âmbito da normatização, os alunos devem per- liação formal e individual comparando as escritas dos
ceber as especificidades de cada conto, em especial capítulos 1 e 16 e analisando os avanços conquistados
de um conto quilombola amapaense. Oriente-os a pelo aluno. Utilize a tabela norteadora da avaliação
reescrever as partes que apresentaram algum proble- a seguir, destacando aspectos específicos do gênero
ma, lacuna ou até mesmo erro ortográfico. Observe abordados ao longo da unidade.
se os alunos apresentam dificuldades em concordar
com o colega do grupo em relação às características a
Descritores Sim Não Às vezes
serem inseridas ou se estão com dificuldades em com-
preender como fazer a reescrita. Acompanhe, fale e Valorização da
demonstre por meio de exemplos como as caracterís- cultura negra
ticas culturais, as tradições, os saberes, a territoriali-
dade e a cultura negra são importantes para a equida- Identidade
de na sociedade e a reconstrução de imagem positiva quilombola
do negro, bem como o combate ao preconceito e à Tradições
discriminação. Além de “muitos estudos dos livros”, culturais
a pessoa educada é capaz de produzir conhecimento
e, necessariamente, respeita os idosos, as outras pes-
Territorialidade
soas, o meio ambiente. Empenha-se em fortalecer a
comunidade na medida em que vai adquirindo conhe-
Marabaixo e
cimentos escolares e acadêmicos, bem como outros
Batuque
necessários para a comunidade sentir-se inserida na

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UNIDADE 2
PROCURANDO NO DICIONÁRIO

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC


2; 4.

HABILIDADES DO RCA
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de palavras
EF35LP12
com relações irregulares fonema-grafema.

Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais (significado de


EF05LP22
abreviaturas) e as informações semânticas.

OBJETO DE CONHECIMENTO

Construção do sistema alfabético e da ortografia.

INFORMAÇÕES SOBRE O GÊNERO

• O
 verbete de dicionário é um gênero textual de caráter informativo, ou seja, fornece informações sobre os sentidos,
a classe gramatical e as características fonéticas de palavras. Devido a seu contexto de produção e de circulação
e a seu propósito comunicativo, a linguagem que o constitui é uma linguagem formal e impessoal. Na BNCC, o
gênero é mencionado como parte do campo das práticas de estudo e pesquisa, relativo à participação em situa-
ções de leitura/escrita que possibilitem conhecer os textos expositivos e argumentativos, a linguagem e as práticas
relacionadas ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica.

PRÁTICAS DE LINGUAGEM

• Análise linguística/semiótica (Alfabetização).

PARA SABER MAIS

• B RASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Com direito à palavra: dicionários em sala de aula.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_docman&view=download&alias=12059-dicionario-em-sala-de-aula-pnld-pdf&Itemid=30192.
• FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa.
4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
• OLIVEIRA, Dalcimary Almeida de. In: SOUSA, Ivaldo (org.) de. A beleza de ser negro: elevando a autoestima e a
subjetividade do ser. Macapá: Impressão Gráfica e Editora Cromosete, 2021.
• SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Aprender os padrões da
linguagem escrita de modo reflexivo no Ciclo II. Secretaria Municipal de Educação. São Paulo: SME/DOT, 2011.
Disponível em: http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/16469.pdf. Acesso em: 12 jul. 2021.
• VICHESSI, Beatriz. Qual a utilidade do dicionário, além de mostrar o significado das palavras? Nova Escola, 1o mar.
2009. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2545/qual-a-utilidade-do-dicionario-alem-de-mostrar-o-
significado-das-palavras. Acesso em: 12 jul. 2021.

98 5 o ANO

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1. Estudo da língua: consultando o dicionário
PÁGINA 74 PÁGINA 75

UNIDADE 2
PRATICANDO
PROCURANDO NO 1. Alguma vez, você já utilizou um dicio-

DICIONÁRIO

JBryson/iStock / Getty Images Plus


nário? Para que ele serve?

Usamos o dicionário para pesquisar pala-


vras, confirmando sua ortografia e conhe-
cendo seu significado e sua classificação.

1. Estudo da língua: consultando o dicionário


Verbete de dicionário
1. Leia a receita a seguir.
As palavras que encontramos no dicionário, com sua classificação e seus significados,
são chamadas de verbetes. Esse gênero textual auxilia o leitor a compreender como as

istetiana/Moment/Getty Images
palavras são escritas e o que elas significam.

Veja os verbetes de algumas palavras:

A-ça-í: sm:1. Palmeira de grande porte (Euterope oleracea), nativa da região amazônica,
que produz pequenos frutos roxo-escuros de polpa comestível; açaí-do-pará; açaizeiro, co-
queiro-açaí, pina, tucaniei, uaçaí.

Ba-cu-ri: sm: 1. Árvore de grande porte (Platonia esculenta), da família das gutíferas, nativa das
Guianas e do Norte e Nordeste (MA, PI) do Brasil, de folhas lanceoladas, coriáceas, flores rosadas
INGREDIENTES: e bagas globosas, com polpa amarelada, usada para a produção de doces, compotas e refrescos.
2 xícaras de água, 1 colher (chá) de Os frutos, cascas e resinas têm ação digestiva, diurética e cicatrizante, e sua madeira é própria
gengibre ralado, 1/2 xícara de hortelã. para a construção naval, civil e carpintaria; bacurizeiro, ibacupari, ibacuri, ibacurupari, landirana.

MODO DE PREPARO:
Cu-pu-a-çu: sm.1. Árvore elegante (Theobroma grandiflorum), da família das estercu-
1. Ferva a água em uma panela.
liáceas, originária da Amazônia, de ramos compridos, folhas lanceoladas e ferrugíneas na
2. Apague o fogo e acrescente o gengibre
parte inferior e flores vermelhas, frutos capsulares grandes, ovoides, lisos e comestíveis.
e a hortelã.
Fornece madeira clara e compacta, ainda pouco utilizada; cupu, cupuaçueiro, cupuaçuzeiro.
3. Deixe a panela tampada por 5 minutos.
4. Coe e sirva. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa.
5. Se desejar, adoce com mel. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

FERREIRA, Isadora. Chá de hortelã e gengibre refrescante. TUDO GOSTOSO. Disponível em: https://www.tudogostoso.com.br/receita/
308475-cha-de-hortela-e-gengibre-refrescante.html. Acesso em: 12 jul. 2021. 2. Agora é a sua vez! Procure no dicionário a palavra “pitiú” e registre aqui seu
verbete.
Observe as seguintes palavras: chá, gengibre, hortelã, desejar.

⊲ Qual som ouvimos quando falamos, nessas palavras, as letras ch, g, h e s?


⊲ Os sons que ouvimos ao pronunciar essas palavras são os mesmos sons represen-
tados na escrita pelas letras?
⊲ Que outras palavras apresentam esses mesmos sons?

74 5 o ANO 75 LÍNGUA P ORT U GU ESA

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3. Folheie o dicionário, observando sua organização. Reflita sobre como você o utili- 5. Finalizado o circuito de palavras, responda às questões a seguir e, depois, compar-
zou para localizar a palavra “pitiú”. Em seguida, responda ao que se pede. tilhe suas respostas com os colegas.

a. Como você realizou a busca da palavra no dicionário? a. Quais foram suas hipóteses de escrita das palavras?

b. A forma escrita das palavras é semelhante aos sons que ouvimos? Que diferen-
ças você encontrou?
b. Como as palavras são organizadas?

c. Há regras que nos ajudem a decidir qual é a letra correta para a grafia de pa-
lavras com relações fonema-grafema irregulares? Como podemos esclarecer
c. De que maneira o dicionário o ajudou a conhecer a escrita de palavras? nossas dúvidas nesses casos?

4. Agora que conheceu um pouco mais sobre o verbete e percebeu a importância do di-
cionário para eliminar dúvidas na escrita correta das palavras, aplique o que aprendeu.
Você ouvirá uma lista de palavras com relações irregulares entre fonemas (sons) e RETOMANDO
grafemas (letras), que deverá registrar no quadro a seguir.
1. Vamos relembrar o que aprendemos sobre o verbete de dicionário? Preencha o
Hipótese de escrita Escrita correta Som da letra quadro a seguir com suas observações sobre como o dicionário está organizado,
como podemos localizar palavras nele e como os verbetes são estruturados. Use
uma linha para cada característica que identificar.

76 5 o ANO 77 LÍNGUA P ORT U GU ESA

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Habilidades do RCA
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de palavras
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com relações irregulares fonema-grafema.
Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais (significado
EF05LP22
de abreviaturas) e as informações semânticas.

Prática de linguagem Contexto prévio


Análise linguística/semiótica (alfabetização). Os alunos devem apresentar conhecimento
prévio sobre as diferenças entre escrita e fala, iden-
Sobre o capítulo tificando letras que representam fonemas diferentes
• Contextualizando: perceber as relações irre- e/ou fonemas que podem ser representados por
gulares entre fonema e grafema. letras diferentes. Pode ser que já tenham utilizado
• Praticando: trabalhar a escrita de palavras que um dicionário para a consulta de algumas palavras.
apresentam irregularidades entre fonema-grafema, Por isso, inicie realizando uma sondagem, pedindo
usando o dicionário, e analisar a estrutura e os que compartilhem o que sabem sobre o dicionário,
elementos constituintes de um verbete. para que serve e como está organizado.
• Retomando: registrar descobertas sobre o uso
do dicionário e a estrutura do gênero verbete. Dificuldades antecipadas
Os alunos podem demonstrar dificuldades quan-
Objetivos de aprendizagem to à percepção e à escrita de palavras com rela-
• Utilizar o dicionário para esclarecer dúvidas ções irregulares e, ainda, quanto à busca dessas
sobre a escrita de palavras. palavras no dicionário.
• Conhecer o gênero textual verbete de dicionário.
• Reconhecer as palavras regionais e sua concei-
tuação e ortografia.

CONTEXTUALIZANDO Pergunte se sabem o que essas palavras significam. Se


não souberem, instrua-os a buscar os significados no
Expectativas de resposta dicionário. Em seguida, peça que respondam oralmente
1. Respostas pessoais. Espera-se que o aluno perceba às perguntas relacionadas à imagem.
que o fonema /j/ pode ser grafado com as letras
j ou g. O fonema /z/, por sua vez, pode ser repre-
sentado pelas letras s, z e x; e o fonema /x/ pode PRATICANDO
ser representado pelas letras x ou ch. Já a letra
h, em bold em início de palavras não representa Expectativas de resposta
nenhum fonema. Sugestão de respostas: janela, 1. Resposta pessoal. É possível que uma parte dos
xícara, ansiedade, beleza, herói. alunos responda que nunca recorreu ao dicionário
ou que não saiba qual é sua função. Nesse caso,
Orientações ajude-os a levantar hipóteses sobre o porquê de
Inicie a aula perguntando aos alunos se eles já as pessoas recorrerem ao dicionário. O objetivo
leram palavras nas quais o som de alguma letra era
dessa questão é deixar claro que o dicionário é
diferente de sua escrita. Peça que eles as exemplifi-
utilizado para que se consulte a grafia e o signi-
quem, oralmente.
Após as respostas, apresente aos alunos quatro ficado de palavras.
palavras com relações fonema-grafema irregulares, 2. Sugestão de resposta: Pi-ti-ú: sm.1. Cheiro forte,
que serão: a letra g com som “gê”, o dígrafo ch com como o de peixe; pitium, pitui, pituim.
som “xê” e a letra s com som “zê”. Algumas sugestões 3. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos
de palavras com tais irregularidades fonema-grafe- respondam que as palavras no dicionário são
ma são: gesto, comichão, metamorfose e harmonia. pesquisadas, primeiramente, com base em sua

100 5 o ANO

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hipótese de escrita. Em seguida, segue-se com e a numeração usada para apresentar os significados.
a busca pela ordem alfabética das letras que Permita que verbalizem suas impressões livremente.
compõem as palavras, que auxilia na organização Em seguida, informe que eles precisarão de di-
das palavras no dicionário. Reforce com a turma cionários para realizar as próximas atividades. Caso
que não há regras que ajudem a escrever palavras não haja dicionários suficientes para todos os alunos,
com relações irregulares fonema-grafema, uma realize as atividades em duplas ou trios.
vez que são palavras que não apresentam regras Os alunos deverão procurar um vocábulo no dicio-
ortográficas que possam ser aplicadas. Os alunos nário e, depois, observar sua organização, fazendo
podem apontar, ainda, que o dicionário pode ser algumas considerações para responder à atividade
um bom recurso para a pesquisa de palavras que proposta.
se encaixem nesses casos. Informe aos alunos que serão ditadas oito palavras
4. Resposta pessoal. Algumas palavras podem ser com relações irregulares entre fonema e grafema.
grafadas de forma diferente da registrada da pa- Caso queira, é possível realizar essa atividade em
drão, mas, ao verificarem no dicionário, os próprios trios, pedindo que os alunos discutam entre si as pos-
alunos podem realizar os ajustes e, assim, assi- sibilidades de escrita das palavras, no entanto eles
milar a ortografia dessas palavras. Espera-se que deverão registrá-las individualmente no livro. Oriente
percebam que os fonemas /j/, /x/ e /z/ podem ser os alunos a escrever as palavras em cada linha do
grafados, respectivamente, com g, ch e s, assim quadro e, em seguida, peça a eles que preencham as
como que a letra h não representa nenhum som colunas, de acordo com as orientações dadas.
em começo de palavras. Explique que a hipótese de escrita apresentará a
5. Respostas pessoais. É provável que os alunos apre- forma como os alunos acreditam que a palavra deve ser
sentem hipóteses de escrita incorretas para as grafada, a escrita correta apresentará a grafia correta
palavras, especialmente em relação às ocorrências da palavra, observada com base no uso do dicionário,
ortográficas que incluem a letra g com som “gê”, e o som das letras apresentará o som ouvido em cada
a letra h com som mudo, o dígrafo ch com som letra da palavra (evidenciando a relação irregular entre
“xê” e a letra s com som “zê”. Os alunos poderão fonemas e grafemas).
escrever girafa como “jirafa”, hélice como “élice”, Sugere-se o uso das seguintes palavras: girafa,
chavão como “xavão”, desafio como “dezafio”, gibi hélice, chavão, desafio, gibi, hábito, chaminé, espécie.
como “jibi”, hábito como “ábito”, chaminé como Se considerar necessário, exemplifique o preenchi-
“xaminé” e espécie como “ezpécie”. Espera-se mento do quadro para que os alunos visualizem melhor
que eles respondam que a grafia das palavras a dinâmica da atividade.
não é semelhante ao som que ouvimos e que não
há regras para esses casos, pois palavras com
relações fonema-grafema irregulares não apre- RETOMANDO
sentam regularidades que ajudem a prever suas
normas de escrita, ou seja, é necessário memorizar Expectativas de resposta
a grafia convencionada na norma-padrão. 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos perce-
bam que o dicionário traz as palavras organizadas
Orientações em ordem alfabética, que são apresentadas com
É importante revisar com os alunos o uso do di- a indicação da separação silábica e que logo
cionário. Explique a importância desse recurso para após a palavra aparecem letras (abreviaturas) que
conhecer não só o significado das palavras, como representam sua classe gramatical. Também é
também a escrita de palavras que não apresentam esperado que os alunos indiquem que a definição
correspondências regulares entre fonemas e grafemas. do vocábulo, normalmente, apresenta mais de
Peça a um aluno voluntário que leia o conceito de um significado.
verbete de dicionário e os verbetes açaí, bacuri e
cupuaçu. Instigue a participação da turma indicando Orientações
alguns aspectos do verbete, como a separação silábica, Peça aos alunos que preencham o quadro para sis-
as letras que aparecem após a palavra (abreviaturas) tematizar o que aprenderam sobre o uso do dicionário.

101 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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Leia o texto a seguir para mais informações sobre a primeiras páginas. Portanto, consultá-las para en-
utilidade do dicionário, além de mostrar o significado tender tudo o que está escrito sobre determinado
das palavras. verbete é essencial. Por exemplo: s.2g. indica um
substantivo de dois gêneros, tal como ocorre com
Qual a utilidade do dicionário, além de mostrar personagem e motorista. Lat. (ou lat.) é referente a
o significado das palavras? palavras originárias do latim, como se vê em entender
e ósseo. No início dos dicionários, também podem
Esse livro, que tem como sinônimos desmancha- constar explicações sobre formas das conjugações
-dúvidas, glossário, léxico, léxicon, pai-dos-burros, verbais, prefixos, sufixos, regras de acentuação grá-
tira-teimas, tesouro e vocabulário, reúne muitos fica, formas de tratamento, símbolos matemáticos
verbetes e várias outras informações importantes, e até tabelas de numerais. Alguns deles oferecem
embora o conteúdo de cada um deles varie conforme como conteúdo extra um resumo gramatical que
os autores. Geralmente, os dicionários compilam permite sanar dúvidas sobre o emprego da crase e
dados sobre a classe gramatical das palavras, a também do hífen (o que é bastante útil atualmente,
regência e a divisão silábica, além de trazer orienta- pois, com o novo acordo ortográfico, o pequeno
traço não existe mais em diversos verbetes).
ções sobre a pronúncia, os sinônimos, os antônimos
e os termos derivados ou relacionados. Também VICHESSI, Beatriz. Qual a utilidade do dicionário, além de mostrar
é possível encontrar na maioria deles as formas o significado das palavras? Nova Escola, 1o mar. 2009.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2545/qual-a-
feminina, plural, aumentativa e superlativa. Tudo utilidade-do-dicionario-alem-de-mostrar-o-significado-das-palavras.
isso é indicado com abreviações explicadas nas Acesso em: 7 out. 2021.

ANOTAÇÕES

102 5 o ANO

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2. Estudo da língua: explorando mais verbetes
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4. Identifique no poema palavras com as relações grafema-fonema apresentadas no


2. Estudo da língua: explorando mais verbetes quadro a seguir.

g com som “gê” ss com som “cê” ch com som “xê” s com som “zê”

Madson Ralide Fonseca Gomes / EyeEm / Getty Images


PRATICANDO
1. Leia o poema.
1. Vamos caçar palavras no dicionário? Você ouvirá uma lista com oito palavras e
Fortaleza de São José precisará registrá-las no quadro abaixo considerando seu som e sua grafia.
Em defesa dessas terras das invasões francesas, Em 1782, a Fortaleza de São José de Macapá Depois de registrá-las, consulte o dicionário para confirmar se a escrita está correta.
Foi construída a Fortaleza. Foi inaugurada.
Ataíde Teíve de grande renome. Porém, muitas coisas que estavam no projeto
Trouxe Galúcio para construir o grande sonho. Ficaram inacabadas. com j com h com ch com s

E lá vão as canoas para o rio Pedreira, E lá vão tantos anos que já se passaram
Buscar pedras para a construção. E a Fortaleza continua de pé.
Misturada com sangue, suor e sofrimento Sempre vigilante para o rio Amazonas,
Dos índios, escravos, irmãos. Com a proteção de São José.

OLIVEIRA, Dalcimary Almeida de. In: SOUSA, Ivaldo (org.). A beleza de ser negro: elevando a autoestima
e a subjetividade do ser. Macapá: Impressão Gráfica e Editora Cromosete, 2021. p. 156.
com g sem h com x com z

Dalcimary Almeida de Oliveira


Acervo pessoal da autora

A professora Dalcimary Almeida de Oliveira é graduada em Pedagogia e


pós-graduada em Educação Inclusiva.
Seus textos póeticos registram a história do Amapá, sua cultura, batalhas
e conquistas, com uma linguaguem objetiva, podendo ser trabalhados de
forma interdisciplinar e como temas transversais.

2. Você já observou que em muitos livros de Língua Portuguesa, logo após um texto,
2. Você já ouviu ou leu esse poema? O que achou dele? aparece um boxe com o vocabulário? A intenção desse boxe é ampliar o repertório
de palavras do leitor, mencionando vocábulos que talvez lhe sejam desconhecidos
3. Que assunto o poema aborda? ou pouco familiares.

78 5 o ANO 79 LÍNGUA P ORT U GU ESA

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Releia o poema e verifique se há nele palavras que você não conhece. Registre
essas palavras no espaço a seguir e consulte o dicionário para descobrir o que A Fortaleza de São José de Macapá é uma das principais edificações militares existentes no
significam. Como uma palavra pode ter mais de um significado, observe qual seria Brasil e um dos mais importantes monumentos do século XVIII. Erguida com o propósito de de-
o mais adequado, considerando o contexto em que aparece no texto. fender a Amazônia, em especial diante da perspectiva de uma invasão francesa, ocupa uma ex-
tensa área na margem esquerda da foz do Rio Amazonas. Fundada em 1758, poucos antes do iní-
cio da construção do marco arquitetônico e histórico que hoje é um dos seus principais pontos
Palavra Significado
turísticos. [...] Porém, não chegou a ver ou defender combate algum. Do período colonial ao Brasil
Império, a Fortaleza foi ocupada por pelotões das guardas portuguesa e imperial, porém, com
a proclamação da República em novembro de 1889, a Construção perdeu sua função principal.

IBGE. Fortaleza de São José de Macapá: Macapá, AP. IBGE - Catálogo.


Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?id=440437&view=detalhes. Acesso em: 14 out. 2021.

RETOMANDO

1. Leia a tirinha e responda às questões.


Armandinho, de Alexandre Beck

3. Releia estes versos do poema.

Em 1782 a Fortaleza de São José de Macapá.


Foi inaugurada.
Porém muitas coisas que estavam no projeto
Ficaram inacabadas.

E lá vão tantos anos que já se passaram


E a Fortaleza continua de pé.
Sempre vigilante para o rio Amazonas a. Na tirinha, Fê menciona que algo é impossível. O que seria?
Com a proteção de São José.
b. Como o humor foi construído na tirinha?
OLIVEIRA, Dalcimary Almeida de. In: SOUSA, Ivaldo (org.) A beleza de ser negro: elevando a autoesti-
ma e a subjetividade do ser. Macapá: Impressão Gráfica e Editora Cromosete. 2021. p. 156.
c. Releia o 3o quadrinho e mencione ao menos três outras palavras que também
não existiriam no dicionário de Armandinho. Organize, no caderno, essas pala-
vras na ordem em que apareceriam em um dicionário.
Observe a palavra “Fortaleza”. Ela aparece duas vezes. Seu significado é o mesmo em
ambas as ocorrências? Consulte o dicionário responder as perguntas a seguir?
2. Agora que você está mais familiarizado com o dicionário, registre qual é a sua uti-
lidade. Afinal, para que serve o dicionário?
a. Que outros significados a palavra “fortaleza” pode ter?

b. Que outras palavras têm o mesmo significado da palavra “fortaleza”, no sentido


em que ela foi usada no poema?

80 5 o ANO 81 LÍNGUA P ORT U GU ESA

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Habilidades do RCA
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de palavras
EF35LP12
com relações irregulares fonema-grafema.
Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais (significado
EF05LP22
de abreviaturas) e as informações semânticas.

Prática de linguagem Contexto prévio


Análise linguística/semiótica (alfabetização). Os alunos devem apresentar conhecimento
prévio sobre as diferenças entre escrita e fala, iden-
Sobre o capítulo tificando letras que representam diferentes fonemas
• Contextualizando: perceber as relações fone- e/ou fonemas que podem ser representados por
ma-grafema irregulares. letras diferentes. Inicie retomando o que foi visto
• Praticando: usar o dicionário para esclarecer no capítulo anterior desta unidade e pedindo que
dúvidas sobre a escrita das palavras. compartilhem informações sobre as irregularidades
• Retomando: pesquisar palavras no dicioná- que podem existir entre fonemas e grafemas e a
rio para se familiarizar com sua estrutura e ajuda que o dicionário oferece em caso de dúvidas
organização. quanto à escrita das palavras. Avance também
com o uso do dicionário para a conceituação das
Objetivos de aprendizagem palavras, explorando a polissemia das palavras.
• Utilizar o dicionário para esclarecer dúvidas
sobre a escrita de palavras. Dificuldades antecipadas
• Identificar o gênero textual verbete de dicionário. Os alunos poderão apresentar dificuldades na
escrita de palavras com relações fonema-grafema
irregulares, assim como a falta de familiaridade com
o uso do dicionário.

CONTEXTUALIZANDO “gê”; dessa, passaram para a ss com o som “cê”;


chegar e fecho para o dígrafo ch com som “xê”; e
Expectativas de resposta transitório, vagaroso, vagarosas, maravilhosas e
2. É provável que os alunos não conheçam o poema acaso para a letra s com som “zê”.
ou possam não se lembrar de tê-lo lido. O ideal é
Orientações
que verbalizem se gostaram da leitura proposta
Inicie a aula pedindo que os alunos mencionem
e que destaquem algum trecho que mais lhes
palavras que evidenciem irregularidades nas relações
chamou a atenção.
fonema-grafema. É possível que eles exemplifiquem
3. Espera-se que os alunos respondam que o eu essas ocorrências citando algumas palavras. Caso
lírico do poema fala sobre como a Fortaleza de considere pertinente, peça que as escrevam no quadro.
São José foi construída. Retrata grandes nomes Em seguida, peça a voluntários para ler o poema
da História do Amapá, bem como a cultura e “Fortaleza de São José” em voz alta. Ressalte a neces-
tradições de suas etnias. Espera-se que os alunos sidade de realizar a leitura com a entonação adequada.
compreendam que o eu lírico do poema também Faça uma segunda leitura com os demais alunos. Após
faz a cronologia da fortaleza, desde a sua cons- a leitura, verifique com os alunos que histórias eles co-
trução, até a proteção do Santo padroeiro de nhecem sobre a Fortaleza de São José, em Macapá. Faça
Macapá. Durante a interpretação dos alunos, con- uma prévia de possíveis variações lexicais do vocábulo
sidere que a expectativa de resposta explicitada “fortaleza” e compare com o registro do dicionário. Essa
anteriormente é apenas uma das possibilidades atividade proporcionará verificar o conhecimento socio-
de entendimento do poema e que muitas outras cultural dos alunos aplicado sobre o monumento histórico
leituras podem ser feitas, desde que apresentem do estado do Amapá.
coerência com a ideia proposta no texto. Peça a eles que respondam às perguntas relacio-
4. Espera-se que os alunos indiquem palavras como: nadas ao poema. Finalizada a atividade, os alunos
viagens, gente e urgente para a letra g com som deverão compartilhar com a turma suas respostas.

104 5 o ANO

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para dúvidas em relação à grafia de palavras quanto
PRATICANDO para a ampliação do vocabulário (função explorada
nas atividades 2 e 3).
Expectativas de respostas Amplie as informações sobre a organização e a
1. Palavra com j: jeito; palavra com g: agilidade; estrutura do dicionário, salientando, por exemplo,
palavra com h: habitat; palavra sem h: umidade; que os verbos aparecem no infinitivo; as informações
palavra com ch: chimarrão; palavra com x: enxurra- sobre a separação silábica; as informações sobre a
da; palavra com s: losango; palavra com z: azeite. fonética da palavra; e, por fim, as informações sobre
2. Resposta pessoal. Sugestões de palavras: transitó- a classificação gramatical dos vocábulos por meio das
rio, era, vagaroso, súbito, arquejando, indefinida- abreviaturas. Destaque também quais são as palavras
mente. Caso queira, proponha que o vocabulário que aparecem no topo da página e no rodapé, relacio-
seja feito colaborativamente, no quadro. nando-as com a estrutura de organização alfabética
3. Resposta pessoal. Em a., os alunos poderão en- do verbetes no dicionário.
contrar no dicionário a palavra fortaleza descrita
como virtude dos fortes, segurança, energia moral,
forte (edificação), fortificação. Em b., espera-se RETOMANDO
que os alunos apresentem as palavras sinônimas
à fortaleza: forte, fortificação. Expectativas de resposta
1. a. Subir a parede de escalada.
Orientações b. Pela oposição na fala de Armandinho no 2º
As oito palavras utilizadas na atividade são: jeito, e 3º quadrinhos. No 2º quadrinho, é possível
agilidade, habitat, umidade, chimarrão, enxurrada, entender que a palavra “impossível” não existe
losango e azeite. Embaralhe a ordem no momento no dicionário do personagem porque ele é
do ditado para que as palavras de um determinado corajoso e destemido. No 3º quadrinho, no
fonema não sejam ditas consecutivamente. entanto, vemos que ele mencionava o dicio-
Durante o ditado, os alunos devem anotar as pala- nário em seu sentido literal, que estava sem
vras no espaço indicado no livro. Após o ditado, deverão as páginas da letra I.
procurá-las no dicionário e, em seguida, reescrevê-las c. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: ima-
no espaço adequado, considerando sua escrita. ginação, invento, inveja, ilha etc.
Caso queira, organize a turma em quatro grupos e 2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos res-
realize uma competição. Os membros de cada grupo pondam que o dicionário pode ser um bom recurso
podem se dividir para procurar as palavras no dicioná- para a pesquisa e para a verificação da escrita
rio. Desenhe um quadro semelhante à da atividade e das palavras, confirmando ou não as hipóteses
peça que um representante de cada grupo registre uma de escrita formuladas inicialmente. Espera-se que
palavra no quadro, considerando a ortografia indicada. também indiquem que no dicionário é possível
Explique aos alunos que cada acerto valerá um consultar os significados das palavras e obter
ponto e que o grupo ganhador será aquele que tiver informações sobre a classificação gramatical e
maior pontuação. Em seguida, verifique coletivamente a relação com outras palavras.
a escrita das palavras. Indique a pontuação de cada
grupo e corrija as hipóteses de escrita do ditado feito, Orientações
caso necessário. Faça a leitura da tirinha e oriente os alunos a res-
Peça aos alunos que leiam, em voz alta, as palavras ponder às questões relacionadas ao texto. Depois,
de cada coluna e que identifiquem qual é a semelhança peça que compartilhem suas respostas. Para finalizar
existente em cada par de palavras. Espera-se que eles o capítulo, discuta com a turma sobre a finalidade
percebam que, embora grafadas com letras diferentes, do dicionário, relembrando alguns aspectos de sua
cada dupla de palavras apresenta o mesmo fonema: estrutura e organização: ordem alfabética, abrevia-
/j/, /x/, /z/, ou inexistente no caso da letra h. tura indicando a classificação gramatical da palavra
Aproveite a atividade com o dicionário e ressalte e a numeração para indicar o número de diferentes
sua importância como instrumento de pesquisa, tanto significados que o vocábulo pode ter.

105 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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3. Estudo da língua: usando o dicionário para resolver problemas
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3. Estudo da língua: usando o dicionário para PRATICANDO


resolver problemas
1. Para esta atividade, você deve trabalhar em dupla e usar o dicionário. Cada dupla
vai contribuir com a exposição que realizaremos intitulada Você sabia?. A ideia é

CSA Images/Getty Images


Você gosta de enigmas e mistérios? Já brincou de adivinhar? compartilhar novas palavras e suas ilustrações, trabalhando os aspectos que estu-
Neste capítulo, convidamos você a desvendar nossas adivinhas. Para damos no decorrer desta unidade. Para começar, escolha uma palavra que tenha
isso, você pode contar com um parceiro especial: o dicionário! alguma das características a seguir e escreva-a em uma folha dee caderno. Na
mesma folha, faça um desenho que represente o significado dessa palavra.
Quem sou eu?
⊲ h sem som
1. Tenho três sílabas, uma das minhas letras tem som “xê” e, geralmente, sou ⊲ ch com som “xê”
encontrado em praças e jardins, jorrando água. ⊲ g com som “gê”
⊲ s com som “zê”

2. Ainda em duplas, pesquisem uma palavra conhecida ou pouco utilizada. Em segui-


da, preencha o quadro abaixo, indicando sua escrita com separação silábica e seu
2. Tenho três sílabas, uma das minhas letras tem som “gê” e sou encontrada significado. Por fim, faça uma ilustração para a palavra escolhida. Siga o exemplo
na boca. de preenchimento a seguir.

ma-ni-ço-ba

Eduardo Zappia
3. Tenho três sílabas, uma das minhas letras não possui som e, geralmente,
sou uma narrativa. Iguaria preparada com as folhas tenras da
mandioca ou maniva, trituradas e acrescidas
de carne suína e temperadas geralmente
com alho, sal, louro, pimenta.

4. Tenho três sílabas, uma das minhas letras tem som “zê” e represento a
nacionalidade de uma mulher nascida na França.

5. Agora é a sua vez! Elabore uma adivinha e desafie um colega a descobrir


a resposta. A resposta de sua adivinha deverá ser uma palavra que apre-
sente um dos seguintes requisitos: g com som “gê”, s com som “zê”, ch com
som “xê” ou h mudo (sem som).

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4. Leia as seguintes frases e ligue a palavra destacada em cada frase ao seu significa-
RETOMANDO do correto.
a. Formigamento, coceira. O shopping parecia um formigueiro hoje.
Chegamos ao fim desta unidade. Vamos relembrar o que aprendemos?
b. Toca feita e habitada pelas formigas. O paciente relatou sentir um formigueiro
1. Preencha as lacunas e complete as palavras a seguir. Utilize o dicionário para tirar nas mãos.
c. Multidão, aglomeração.
dúvidas sobre a escrita das palavras.
Hoje, na aula de Ciências, observamos
um formigueiro.
⊲ ti ela
⊲ ferru em 5. Faça um desenho para cada significado da palavra “formigueiro” da atividade
⊲ nobre a anterior.
⊲ calabre a
⊲ umildade a.
⊲ era (tipo de planta)
⊲ ma a
⊲ ca o
⊲ a ado

2. Leia o verbete a seguir, identifique seus elementos e preencha corretamente a le-


genda, indicando o que representa cada número.

1 2
b.
po.lui.ção sf. 1. Ato ou efeito de poluir. 2. Contaminação e consequente degradação
do meio natural causadas por agentes químicos, detritos domésticos, industriais etc.
3 3. Degradação do meio ambiente por um ou mais fatores prejudiciais à saúde, ao equi-
líbrio emocional etc. [PL: -ções.]

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa.
4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 459.

Legenda:

1
2 c.

3
3. Observe, ao final do verbete, a seguinte informação: [PL: -ções.]. O que isso significa?

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5 o ANO
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Habilidades do RCA
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de palavras
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com relações irregulares fonema-grafema.
Ler e compreender verbetes de dicionário, identificando a estrutura, as informações gramaticais (significado
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de abreviaturas) e as informações semânticas.
identificando letras que representam diferentes
Prática de linguagem fonemas e/ou fonemas que podem ser represen-
Análise linguística/semiótica (alfabetização). tados por letras diferentes. Inicie retomando o
que foi visto no capítulo anterior desta unidade,
Sobre o capítulo pedindo que compartilhem informações sobre as
• Contextualizando: perceber as relações fone-
irregularidades que podem existir entre fonemas
ma-grafema irregulares.
e grafemas e como o dicionário pode ajudar em
• Praticando: usar o dicionário para esclarecer
caso de dúvidas quanto à escrita das palavras.
dúvidas sobre a escrita das palavras.
Avance também com o uso do dicionário para a
• Retomando: identificar os elementos do verbete
para revisar sua estrutura e organização. conceituação das palavras, explorando a polisse-
mia das palavras.
Objetivos de aprendizagem
• Utilizar o dicionário para esclarecer dúvidas Dificuldades antecipadas
sobre a escrita de palavras regionalizadas. Os alunos poderão apresentar dificuldades na
• Identificar o gênero textual verbete de dicionário. escrita de palavras com relações fonema-grafema
irregulares, assim como a falta de familiaridade
Contexto prévio com o uso do dicionário.
Os alunos devem apresentar conhecimento
prévio sobre as diferenças entre escrita e fala,

CONTEXTUALIZANDO Confirme se as respostas apresentadas estão corre-


tas. Corrija as palavras coletivamente, perguntando:
Expectativas de resposta Essas palavras estão escritas corretamente? Espera-
1. Espera-se que os alunos respondam a palavra -se que, caso as hipóteses de escrita das palavras
“chafariz”. não estejam corretas, os alunos apontem os erros
2. Espera-se que os alunos respondam a palavra ortográficos observados. É possível que eles apon-
“gengiva”. tem erros relacionados à escrita de palavras com
3. Espera-se que os alunos respondam a palavra g com som “gê”, h mudo, ch com som “xê” e s com
“história”. som “zê”.
4. Espera-se que os alunos respondam a palavra Caso queira, esta atividade poderá ser feita em
“francesa”. grupos de até quatro alunos, que, depois de se reunir
5. Resposta pessoal. Caso algum aluno tenha dificul- e discutir sobre as respostas das adivinhas, devem
dades em pensar em uma palavra que apresente pensar na escrita dessas palavras. Um integrante de
uma das relações fonema-grafema trabalhadas cada grupo deverá escrever as palavras no quadro.
nesta unidade, sugira algumas possibilidades,
como: honestidade, princesa, gelo ou chuva.
PRATICANDO
Orientações
Inicie a aula convidando os alunos a realizar uma Expectativas de resposta
brincadeira chamada “Quem sou eu?”. 1. Respostas de acordo com as escolhas dos estu-
Peça que leiam, em voz alta, uma adivinha por vez. dantes para a produção dos materiais a serem
Dê um tempo para que tentem descobrir as respostas. utilizados na exposição.

107 LÍ N G UA PO RT U G U E SA

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2. Respostas de acordo com as escolhas dos estu-
dantes para a produção e o preenchimento do RETOMANDO
quadro.
Expectativas de respostas
Orientações 1. Respostas completas: tigela; ferrugem; nobreza;
Explique aos alunos que será realizada uma expo- calabresa; humildade; hera; massa; caso; assado.
sição de curiosidades intitulada “Você sabia?”. Eles 2. 1. Palavra com separação silábica. 2. Classe
deverão, em duplas e com a ajuda de um dicionário, gramatical e, se for o caso, gênero. 3. Indicação
pesquisar palavras e seus respectivos significados,
dos significados.
seguindo as condições expressas no enunciado da
3. Espera-se que os alunos percebam que indica
atividade. Após as buscas, eles deverão, em uma
como é formado o plural dessa palavra: poluições.
folha de caderno, indicar a escrita da palavra, com
4. “O shopping parecia um formigueiro hoje”
a separação silábica (assim como apresentada nos
⊲ c. Multidão, aglomeração. “O paciente
dicionários) e o(s) seu(s) significado(s) e produzir uma
ilustração para a palavra escolhida. relatou sentir um formigueiro nas mãos”
Ao final, peça que as duplas socializem suas ⊲ a. Formigamento, coceira. “Hoje, na aula
produções e as exponham em um local visível na de Ciências, observamos um formigueiro”
sala de aula. Uma sugestão é criar um varal com as ⊲ b. Toca feita e habitada pelas formigas.
palavras ou organizar uma pasta. Peça aos alunos
que coloquem as palavras pesquisadas por cada Orientações
dupla em ordem alfabética, reforçando que essa Nesta seção, os alunos irão trabalhar o uso do h, do
organização busca manter a regra utilizada nos ch, g e s; as partes do verbete e as diferentes acepções
dicionários. de uma palavra.
Após a exposição, os alunos devem responder à Nas atividades 2 a 4, trabalha-se a noção de po-
segunda questão proposta, seguindo os parâmetros de lissemia, apresentando palavras homógrafas, mas
escolha, de apresentação e de produção da ilustração não há necessidade de apresentar as nomenclaturas
da palavra escolhida. gramaticais neste momento.

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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UNIDADE 1

COMPARANDO NÚMEROS NATURAIS E RESOLVENDO PROBLEMAS

COMPETÊNCIA GERAL DA BNCC

2.

HABILIDADES DO RCA

Ler, escrever e ordenar números naturais até a ordem das centenas de milhar com compreensão das principais
EF05MA01 características do sistema de numeração decimal, para composição e decomposição de um número natural
pela representação de cada algarismo como um número múltiplo de uma potência de base dez, por exemplo.

Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais significativos
EF05MA07 ou não, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa,
cálculo mental e algoritmos.

Resolver e elaborar problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números racionais
EF05MA08 significativos ou não, cuja representação decimal é finita (com multiplicador natural e divisor natural e diferente
de zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Sistema de numeração decimal: leitura, escrita e ordenação de números naturais (de até seis ordens); problemas:
adição e subtração de números naturais e números racionais cuja representação decimal é finita; problemas: multi-
plicação e divisão de números racionais cuja representação decimal é finita por números naturais.

UNIDADE TEMÁTICA

Números.

PARA SABER MAIS

 RASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. PNAIC: Operações na resolução de problema.
• B
Brasília, DF: MEC: SEB, 2014.
• SOARES, Wellington; SANTOMAURO, Beatriz. Seus alunos sabem interpretar problemas? Nova Escola, 1o ago. 2012.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2073/seus-alunos-sabem-interpretar-problemas. Acesso em:
18 out. 2021.

110 5 o ANO

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1. Sistema de Numeração Decimal e as fichas sobrepostas
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UNIDADE 1
3. Assinale a alternativa que mostra corretamente o valor posicional do algarismo 3

COMPARANDO NÚMEROS
em cada um dos números escritos pela professora de Matemática na lousa.

NATURAIS E RESOLVENDO
PROBLEMAS

1. Sistema de Numeração Decimal e as


a. ( ) 30 000; 30; 3 000; 300; 3 c. ( ) 300; 30 000; 3; 3 000; 30
fichas sobrepostas b. ( ) 3 000; 3; 30 000; 30; 300 d. ( ) 3; 30 000; 300; 30; 3 000

Você já aprendeu muitas coisas sobre os números! Use seus conhecimentos e responda
às questões a seguir. MÃO NA MASSA
1. O Estado do Amapá tem uma extensão territorial de aproximadamente 142 815 km².
Jogo das fichas sobrepostas
a. Quantos algarismos o número 142 815 tem?
Material necessário: Fichas do anexo.
Objetivo: Escrever números de até seis ordens e reconhecer o valor posicional de cada
algarismo que compõe o número.
b. Qual é o valor posicional de cada algarismo desse número? Jogadores: Grupos com quatro ou cinco jogadores.
Regras do jogo:
1. As fichas de cada ordem (centena de milhar, dezena de milhar, unidade de milhar,
c. Qual é o valor relativo do número 8 na 3ª ordem? centena, dezena e unidade) deverão ser embaralhadas e colocadas no centro do
grupo, formando seis montes com as faces voltadas para baixo.
2. A cada rodada, os jogadores do grupo pegam, individualmente, seis fichas aleató-
rias: uma de cada ordem (centena de milhar, dezena de milhar, unidade de milhar,
d. Escreva o número por extenso. centena, dezena e unidade).
3. O professor dá o comando e os jogadores devem formar um número com suas fichas,
usando uma, duas, três, quatro, cinco ou seis fichas, ou seja, quantas fichas desejar.
2. Utilizando as fichas abaixo, ajude Lucas a formar o número de 5 algarismos: 4. Ganha um ponto o jogador que con-

PeopleImages/E+/Getty Images
seguir atender ao comando do pro-
0 7 2 9 1 3 fessor.
5. Depois disso, as fichas são nova-
a. mais próximo de 90 000. mente embaralhadas e ocorre uma
nova escolha de seis fichas para
cada jogador, para assim iniciar a
nova rodada.
b. mais próximo de 70 000. 6. Ganha o jogo o jogador que, ao fim
de 10 rodadas, tiver o maior número
de pontos.

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b. O comando dado pela professora foi que os jogadores formassem o número mais
DISCUTINDO próximo de 100 000. Escreva cada número formado e explique quem marcou o ponto.

1. Veja os números que Roberta e os colegas de grupo formaram em uma partida do


Jogo das fichas sobrepostas.
c. O comando dado pela professora foi que os jogadores formassem o menor nú-
mero possível. Escreva cada número formado e explique quem marcou o ponto.

Roberta Daniel

RETOMANDO
Carolina Cauê

a. Nessa partida, a professora de Roberta pediu aos jogadores que formassem o 1. Procure no dicionário o significado dos termos “compor”
e Source/Getty Images

maior número possível utilizando as seis fichas que sortearam. Sendo assim, e “decompor” apreendidos neste capítulo.
quem marcou o ponto?
Escreva o significado deles.
Imag

b. Se fosse pedido o menor número possível utilizando as seis fichas que sortea-
ram, quem teria marcado o ponto?

2. Imagine que, em um determinado grupo, as fichas retiradas do monte tenham sido


as seguintes: RAIO X
⊲ Jogador 1: 300 000 80 000 0 000 600 30 4 1. Pensei em um número e tenho certeza de que você pode descobrir qual é esse
⊲ Jogador 2: 600 000 90 000 5 000 100 80 0 número se seguir as dicas abaixo:
⊲ Jogador 3: 800 000 70 000 8 000 900 50 3
⊲ Jogador 4: 100 000 20 000 3 000 800 60 7 Dica 1: Tem seis ordens.
Dica 2: É um número par.
a. O comando dado pela professora foi que os jogadores formassem o maior nú- Dica 3: O algarismo da dezena de milhar é ímpar.
mero possível. Escreva cada número formado e explique quem marcou o ponto. Dica 4: O algarismo da centena de milhar vale trezentos mil.
Dica 5: O algarismo da ordem da centena é metade do algarismo da ordem da dezena.
Agora, marque com um X o número em que pensei:

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Habilidade do RCA
Ler, escrever e ordenar números naturais até a ordem das centenas de milhar com compreensão das principais
EF05MA01 características do sistema de numeração decimal, para composição e decomposição de um número natural
pela representação de cada algarismo como um número múltiplo de uma potência de base dez, por exemplo.

Sobre o capítulo questionamentos: Quais são os algarismos do Sistema


• Contextualização: avaliar o conhecimento dos de Numeração Decimal? Vocês poderiam me dizer
alunos acerca do Sistema de Numeração Decimal um número formado por muitos algarismos? Em
e do valor posicional dos algarismos. que situações costumamos utilizar esses números?
• Mão na massa: elaborar diferentes estratégias Na seção Mão na massa, os alunos vão partici-
que permitam compor e decompor números de par de um jogo envolvendo fichas sobrepostas. Um
até seis algarismos, reconhecendo seu valor possível erro é se, durante o jogo, o aluno utilizar
posicional. todas as fichas para compor o número solicitado
• Discutindo: discutir as possíveis estratégias pelo professor; por exemplo, escrever um número
apresentadas pelos alunos na resolução de mais próximo de 100 000.
uma atividade. Esse tipo de erro ocorre quando o aluno não
• Retomando: sistematizar as ideias trabalhadas. compreendeu o comando ou apresenta alguma difi-
• Raio X: validar, a partir de uma situação- culdade em ordenar números com muitos algarismos.
-problema, a aprendizagem dos objetivos Nesse caso, ele não conseguiu perceber que, co-
propostos. locando a ficha com o número da centena de milhar,
ficou muito mais longe do número solicitado (100 000).
Objetivo de aprendizagem Para verificar qual dificuldade o aluno apresenta,
• Ler, escrever e comparar números naturais até questione-o: Qual número você deveria formar?
999 999. A intenção dessa pergunta é descobrir se o alu-
no compreendeu o que lhe foi solicitado. Caso haja
Materiais necessidade, explique novamente aos alunos (ou até
• Fichas do anexo. mesmo individualmente) ou dê alguns exemplos. Em
seguida, faça perguntas que o façam refletir: O nú-
Contexto prévio mero que você formou foi 298  384; ele está perto de
Para este capítulo, os estudantes devem saber 100  000? Será que é necessário usar todas as fichas?
compor e decompor números de até cinco algaris- Nesse momento, caso o aluno não tenha percebido
mos e reconhecer o valor posicional. que não é preciso utilizar a ficha com o número da
centena de milhar para formar o número possível
Dificuldades antecipadas mais próximo de 100 000, é interessante que você
Caso os alunos tenham dificuldade em compreen- mostre a ele essa possibilidade: E qual dos dois
der o Sistema de Numeração Decimal, você pode números que você formou está mais próximo do
fazer algumas sondagens iniciais com os seguintes 100  000, o 298  384 ou o 98  384?

CONTEXTUALIZANDO 3. Para descobrir a alternativa correta, vamos ob-


servar o valor posicional do algarismo 3 em cada
Expectativas de resposta um dos números:
1. a. O número 142 815 tem seis algarismos. 34 621: o algarismo 3 ocupa a 5ª ordem.
b. 100 000 + 40 000 + 2 000 + 800 + 10 + 5 3 dezenas de milhar = 3 × 10 000 = 30 000​
c. 8 centenas = 800 (valor de posição) 28 631: o algarismo 3 ocupa a 2ª ordem.
d. Cento e quarenta e dois mil, oitocentos e quinze. 3 dezenas simples = 3 × 10 = 30
2. a. 90 123 6 3 741: o algarismo 3 ocupa a 4ª ordem.
b. 70 123 3 unidades de milhar = 3 × 1 000 = 3 000
40 321: o algarismo 3 ocupa a 3ª ordem.

112 5 o ANO

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3 centenas simples = 3​ 00 os saberes de cada um, de modo que haja desafios.
16 723: o algarismo 3 ocupa a 1ª ordem. Dê início ao jogo de modo que os alunos o realizem
3 unidades simples = ​3 sem grandes dificuldades. A cada rodada, peça aos
Logo, a alternativa a é a correta. alunos que registrem o número formado no caderno
para fazer a discussão e checagem do ponto. Durante
Orientações o jogo, circule pela sala para acompanhar as discus-
Este capítulo introduz o assunto desta unidade. sões e observar os números formados por cada aluno.
A seção Contextualizando se constitui como avaliação Alguns comandos possíveis para fazer nas jogadas:
diagnóstica para verificar o que os alunos sabem so- • Formar o maior número.
bre o Sistema de Numeração Decimal e sobre o valor • Formar o menor número.
posicional dos algarismos que compõem um número. • Formar o número mais próximo de 50.
Peça aos alunos que respondam individualmente cada • Formar o número mais próximo de 800.
questão para, depois, corrigi-las por meio de uma dis- • Formar o número mais próximo de 5 000.
cussão com toda a turma. Dessa maneira, é possível • Formar o número mais próximo de 10 000.
fazer um levantamento dos conhecimentos prévios que • Formar o número mais próximo de 200 000.
serão importantes para o desenvolvimento de toda • Formar um número par e mais próximo de 1 000 000.
a unidade. Analise as respostas e perceba o modo O propósito do jogo é fazer com que os alunos mo-
como os alunos interpretam as situações propostas e bilizem os conhecimentos que já tenham para compor
como eles utilizam o conhecimento matemático para números considerando o valor posicional de cada alga-
resolver as questões. Uma prática importante é ana- rismo de acordo com a ordem que ele ocupa no número.
lisar os erros e classificar os níveis de aprendizagem
em que os alunos se encontram. Portanto, considere
trechos de registros significativos que representam DISCUTINDO
propostas ainda pouco incorporadas e falta de do-
mínios essenciais. Expectativas de resposta
1. a. Daniel. pois ele formou o maior número.
b. Cauê, pois ele formou o menor número.
MÃO NA MASSA 2. a. 380 634 (jogador 1); 695 180 (jogador 2);
878 953 (jogador 3); 123 867 (jogador 4).
Orientações
Logo, quem marcou o ponto nessa rodada foi
Leia e esclareça as regras do jogo aos alunos. Faça
o jogador 3​, pois ele registrou o maior número.
uma partida teste para os alunos entenderem como
b. 80 634 (jogador 1); 95 180 (jogador 2); 78 953
funciona o jogo. Pode-se usar o seguinte exemplo: O
(jogador 3); 100 000 (jogador 4).
jogador tem as fichas 100 000, 90 000, 3 000, 000, 60
e 8 e o comando da rodada foi formar o maior número Quem marcou o ponto nessa rodada foi o jo-
possível de seis algarismos. Nesse caso, o jogador gador 4​, que apresentou a ficha com o número
pode formar o número 193 068 e fará um ponto se 100 000.
nenhum outro jogador conseguir formar outro maior c. 4 (jogador 1); 0 (jogador 2); 3 (jogador 3);
que esse. Se o comando for compor o menor número 7 (jogador 4).
possível, esse jogador pode utilizar apenas a ficha Logo, quem marcou o ponto nessa rodada foi o
com o número 8. jogador 2, pois ele registrou o menor número.
Antes de iniciar o jogo, questione-os: Tudo bem até
aqui? Alguém tem alguma dúvida ou algo a pergun- Orientações
tar? Alguma regra ficou confusa? Podemos começar Explique aos alunos que eles devem analisar os
a jogar? Gostariam de mais um exemplo? Alguém já números formados em cada situação. Nesse momento,
participou de algum jogo utilizando fichas sobrepos- podem-se registrar no quadro alguns exemplos de
tas? Quer compartilhar com a turma como foi? Em números formados pelos grupos nas partidas, para
seguida, organize a turma em grupos. Ao montar os discutir com a turma qual é o maior número, qual
grupos, dê preferência a colocar juntos alunos que é o menor número e qual é o valor posicional de
possam trabalhar de modo cooperativo, considerando alguns algarismos.

113 M AT E M ÁT I CA

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O propósito é socializar as diferentes possibilidades Depois, peça aos alunos que compartilhem com os
de formação de números, utilizando as fichas sobre- colegas o que encontraram. Elabore com a turma um
postas e a decomposição desses números. Pergunte à significado para registrar no caderno, utilizando-se de sinô-
turma: Vamos analisar os procedimentos utilizados por nimos que facilitem o entendimento. O propósito principal
alguns alunos e confrontá-los com os nossos? é realizar a sistematização do conceito principal deste
Em seguida, apresente aos alunos a construção capítulo, proporcionando aos alunos uma aprendizagem
dos números do grupo de Roberta. Peça que digam significativa sobre o Sistema de Numeração Decimal e o
valor posicional dos algarismos em um número.
o número formado por cada criança e pergunte quais
fichas foram utilizadas para formar cada número.
Pergunte aos alunos: Qual comando a professora RAIO X
de Roberta deve ter dado para que os alunos for-
massem esses números? Quem vocês acham que fez Expectativas de resposta
ponto nesse caso? Por que será que o comando da 1. Os alunos devem marcar o número 351 488.
professora não deve ter sido para formar o número Ao marcar esse número, os alunos demonstrarão
mais próximo possível de 100 000? ter se apropriado corretamente do valor posicional
Encerre a atividade explicando que, dependendo dos algarismos e compreendido as dicas dadas.
da ordem que um algarismo ocupa, ele representa
valores diferentes. Orientações
Dê o seguinte exemplo: no número 256 723, o algaris- Leia a pergunta para a turma ou escolha um aluno
mo 3 vale 3; no número 256 732, o algarismo 3 vale 30; para fazer a leitura em voz alta. Aproveite para explorar
no número 256 372, o algarismo 3 vale 300; no número a expressão oral e a interação entre os alunos. Peça
253 726, o algarismo 3 vale 3 000; no número 235 726, que resolvam individualmente.
o algarismo 3 vale 30 000; e, no número 325 726, o Por ser uma atividade que pretende avaliar o apren-
dizado da aula, evite fazer intervenções e deixe que
algarismo 3 vale 300 000.
trabalhem livremente. Circule pela sala de aula procu-
rando verificar os procedimentos que estão sendo usados
RETOMANDO pelos alunos. Sempre que possível, anote observações
que possam auxiliar nos momentos de discussão ou em
atuações pontuais no trabalho com os alunos.
Expectativas de resposta
Para finalizar, socialize as respostas e peça aos
1. Resposta pessoal.
alunos que expliquem as estratégias utilizadas e a
maneira como pensaram para chegar aos resultados.
Orientações Pergunte para os alunos: Por qual pista vocês
Solicite aos alunos que procurem no dicionário o começaram a desvendar o mistério do número que
significado dos termos “compor” e “decompor”. Pergunte pensei? Todas as pistas foram importantes? Por quê?
a eles: Quais as definições que vocês encontraram no As fichas sobrepostas foram úteis para descobrir o
dicionário? Qual a definição que melhor se aplica ao número? Alguém conseguiu descobrir o número sem
que aprendemos na aula de hoje? precisar das fichas sobrepostas?

114 5 o ANO

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2. Situações-problema do campo aditivo
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2. Situações-problema do campo aditivo MÃO NA MASSA

1. Bruno e seu pai gostam de jogar peteca aos sábados. Ele começou o jogo com 32 1. Os alunos do 5o ano estavam se organizando para realizar uma festa. Para isso, a
pontos, mas, no final da primeira partida, ficou com apenas 18. Quantos pontos ele turma foi dividida em dois grupos. O grupo 1 ficou responsável pelos salgados, e o
precisa ganhar na próxima partida para ficar com a mesma quantidade que tinha grupo 2 pelos doces. Leia o que ocorreu no dia da festa e responda às questões.
no início do jogo?
⊲ O grupo 1 trouxe 75 quibes, 89 esfirras de frango e 116 empadinhas de camarão.
⊲ O grupo 2 trouxe 92 bombons de cupuaçu, 105 brigadeiros e 77 cajuzinhos.

andreswd/E+/Getty Images
Para a festa, os alunos do 5o ano vão levar mais doces ou salgados? Em que quan-
tidade? Registre sua resposta a seguir.

2. O marabaixo é dançado durante o Encontro dos Tambores, na festividade do Dia


da Consciência Negra. Sandro deseja comprar uma caixa de marabaixo, instru-
mento utilizado para tocar nessa festividade. O valor da caixa é de 600 reais. Para
2. A professora de Matemática quer igualar a quantidade de doces e salgados que
realizar a compra, Sandro recebeu 190 reais da mãe, 220 reais do pai e 100 reais
os alunos do 5º ano vão levar. De que maneira ela poderia fazer isso? Justifique.
da irmã.
Responda às perguntas a seguir.

a. Qual é o valor arrecadado pelos familiares de Sandro?

b. Quanto faltará para ele comprar o instrumento?

92 5 o ANO 93 M AT E M ÁT ICA

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DISCUTINDO
\ RETOMANDO
A seguir vamos discutir a respeito das duas atividades que você resolveu na seção Mão
na massa. Neste capítulo, aprendemos a utilizar diferentes estratégias para resolver problemas
envolvendo adição e subtração de números naturais. Aprendemos também que diferentes
Atividade 1 caminhos podem ser seguidos ao se resolver um problema. Quais foram as suas principais
Observe uma representação das quantidades de itens que cada grupo trouxe: estratégias? Converse com os colegas.

75 quibes
Grupo 1 89 esfirras de frango
RAIO X
116 empadinhas de camarão

1. Na escola onde Carolina estuda há 1 288 alunos matriculados. A professora de


92 bombons de cupuaçu
Educação Física fez uma pesquisa com todos os alunos, com o objetivo de saber
Grupo 2 105 brigadeiros
qual é a modalidade esportiva de que eles mais gostam.
77 cajuzinhos
Os dados coletados foram os seguintes:

Para saber qual grupo trouxe mais itens, basta verificar o total que o grupo 1 trouxe, Modalidade esportiva preferida pelos alunos
adicionando a quantidade de cada tipo de salgado, e, depois, o total que o grupo 2 trouxe,
Modalidade Quantidade de alunos
adicionando a quantidade de cada tipo de doce:
Futebol 537
Grupo 1 ⊲ 75 + 89 + 116 = 280
Basquete 329
Grupo 2 ⊲ 92 + 105 + 77 = 274
Voleibol Demais alunos
Portanto, há mais salgados do que doces. Para saber quantos salgados há a mais do
Fonte: Anotações da professora de Educação Física.
que doces, podem-se contar quantos doces faltam para chegar a 280, que é a quantidade
total de salgados.
a. Qual é a quantidade de alunos que gostam de voleibol?
Outra estratégia que pode ser utilizada é subtrair 274 de 280:
7 1

280
– 27 4
006
Portanto, haverá seis salgados a mais do que doces na festa.

Atividade 2
Algumas possíveis ações que a professora poderia fazer:

⊲ Comprar mais seis doces.


⊲ Pedir a algum convidado que não seja da turma que traga um prato com seis doces.
⊲ Solicitar voluntários entre os alunos para trazer mais doces.
b. Qual é a modalidade de que os alunos mais gostam?
Entre outras possibilidades.

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Habilidades do RCA
Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais
EF05MA07 significativos ou não, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias diversas, como cálculo
por estimativa, cálculo mental e algoritmos.
Resolver e elaborar problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números racionais
EF05MA08 significativos ou não, cuja representação decimal é finita (com multiplicador natural e divisor natural e
diferente de zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.

Sobre o capítulo • Elaborar estratégias para a resolução de problemas


• Contextualizando: retomar conhecimentos envolvendo adição e subtração de números naturais.
sobre as relações entre as operações de adição
e subtração. Contexto prévio
• Mão na massa: elaborar estratégias para resolver Para este capítulo, os alunos devem saber efetuar
problemas que envolvem adição e subtração. a adição e a subtração de números naturais.
Argumentar e refletir para compreender qual
solução é melhor para outra atividade. Dificuldades antecipadas
• Discutindo: discutir caminhos que poderiam ser Ao resolver as atividades, os alunos podem ter
seguidos na resolução das atividades da seção dificuldades em interpretar corretamente os proble-
Mão na massa a fim de aprofundar e sistematizar
mas propostos. Para auxiliá-los, é possível levantar
os conceitos que estão sendo trabalhados.
questionamentos, como: Você compreendeu o que
• Retomando: refletir sobre os conceitos aprendidos
o problema quer saber? O que representa cada
na aula e propor uma discussão entre os alunos
sobre quais estratégias de resolução de problemas número que você utilizou?
que envolvem adição e subtração de números Essas indagações visam estimular os alunos a
naturais eles mais gostaram de utilizar. relacionar os números corretamente às suas repre-
• Raio X: resolver uma atividade que envolve os sentações. Sugira que, inicialmente, organizem os
principais conceitos que foram estudados no dados de cada problema em um esquema para,
capítulo. depois, elaborar as estratégias para resolvê-lo.
Muitas vezes é necessário estruturar os dados do
Objetivos de aprendizagem texto principal, tendo o cuidado de não perder o
• Interpretar e resolver situações-problema envolvendo sentido, para facilitar a compreensão do que cada
adição e subtração de números naturais. número representa.

CONTEXTUALIZANDO basta fazer uma adição e que o valor que faltará para
comprar o instrumento poderá ser obtido por subtração.
Expectativas de resposta
1. 14 pontos.
2. a. O valor arrecadado é de 510 reais. MÃO NA MASSA
b. Faltarão 90 reais.
Expectativas de resposta
Orientações 1. Na festa haverá mais salgados, sendo seis a mais
Incentive os alunos a resolver os problemas de dife- do que os doces (280 – 274 = 6).
rentes maneiras, seja utilizando a operação de adição, 2. Resposta pessoal.
seja utilizando a subtração. Note que, por exemplo, os
alunos podem chegar à resposta da atividade 1 adicio- Orientações
nando as quantidades de pontos até chegar a 32, e a Organize os alunos em duplas. Em seguida, proponha
resposta seria a quantidade de pontos que ele adicio- que resolvam o primeiro problema, estimulando-os a
nou. Na atividade 2, espera-se que os alunos consigam analisar os dados para que decidam a melhor estratégia
identificar que, para calcular a quantidade arrecadada, a ser utilizada para a resolução.

116 5 o ANO

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É importante sondar se os alunos interpretam
corretamente o enunciado, se identificam as ope- RETOMANDO
rações necessárias e se estabelecem estratégias
para resolver o problema. Sugira que destaquem os Expectativas de resposta
dados que serão usados nos cálculos e a pergunta 1. Resposta pessoal.
do problema e, em seguida, organizem os dados
para uma melhor compreensão e interpretação do Orientações
que o problema solicita. Solicite aos alunos que conversem com os colegas
Após toda a turma iniciar a resolução, deixe que as de turma sobre qual foi a estratégia que mais gostaram
duplas caminhem sozinhas até que cheguem às resolu- de utilizar. Logo depois, peça a eles que a apresentem
ções ou encontrem dúvidas e estratégias para resolver para toda a turma. Nesse momento, verifique quais das
o que é proposto. Após isso, permita que as duplas estratégias apresentadas são válidas ou quais preci-
possam dialogar umas com as outras, favorecendo a sam ser repensadas e discutidas. Anote no quadro as
troca de ideias e o trabalho em grupos. Esclareça as principais estratégias.
eventuais dúvidas que surgirem e sempre procure le-
vantar questões que auxiliem as duplas a refletir sobre
suas respostas em vez de fornecer procedimentos ou RAIO X
respostas prontas.
Para o segundo problema, você pode sugerir que Expectativas de resposta
os grupos sejam mantidos e que busquem uma expli- 1. a. 422 alunos gostam de voleibol.
cação. Depois, faça um momento de socialização de b. Futebol é a modalidade de que os alunos mais
respostas com toda a turma e busque compreender e gostam.
refletir sobre as diferentes soluções, analisando com
os alunos se as respostas dadas são justas e viáveis. Orientações
Nesta atividade, diferentes estratégias podem ser
aplicadas. Veja algumas maneiras de resolução:
DISCUTINDO
1a maneira: Utilizar a adição e a subtração.
Orientações Primeiro, verifica-se a quantidade total de alunos
Primeiro, ouça as ideias dos alunos, dando espaço que gostam de futebol e de basquete:
para que possam compartilhar as próprias estratégias 537 + 329 = 866
de resolução, dúvidas e erros. Busque valorizar os pro- Depois, subtrai-se 866 da quantidade total de alunos:
cedimentos realizados por eles e auxilie-os a compreen- 1 288 – 866 = 422
der que os erros também fazem parte do processo Logo, 422 alunos gostam de voleibol.
de aprendizagem, podendo ser valiosos meios para
se discutir e aprender novos métodos de resolução. 2a maneira: Apenas por meio da subtração.
Depois, podem-se utilizar as estratégias de resolução Subtrai-se a quantidade de alunos que gostam de
apresentadas no livro para fortalecer a construção de futebol da quantidade total de alunos:
significados e promover debates entre a turma sobre 1 288 – 537 = 751
os diferentes caminhos que podem ser tomados na Do resultado, subtrai-se a quantidade de alunos
resolução do problema proposto. que gostam de basquete:
Na segunda atividade, promova uma roda de con- 751 – 329 = 422
versa para que a turma possa discutir e opinar sobre Espera-se que, ao completar a tabela, os alunos
quais decisões a serem tomadas pela professora seriam percebam que a modalidade de maior preferência é
mais justas. o futebol.

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3. Situações-problema do campo multiplicativo
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3. Situações-problema do campo multiplicativo DISCUTINDO

1. Ajude as crianças a responder às questões abaixo. A seguir vamos discutir a respeito das duas atividades que você resolveu na seção Mão
na massa.
Na Semana das Crianças, a A professora da escola onde Veja como Maria pensou para dividir igualmente as garrafas de mel nas prateleiras.
professora de Matemática estudo trouxe 92 bombons
da escola onde estudo vai para serem distribuídos Atividade 1
distribuir quatro bombons aos alunos do 5o ano B.
para cada um dos 25 alunos Ela também vai distribuir
da turma do 5o ano A. Quantos exatamente quatro bombons
bombons ela terá de levar? para cada um. Será que é
possível calcular o total de
alunos do 5o ano B a partir
dessas quantidades? De que
maneira podemos fazer isso?

MÃO NA MASSA 228 garrafas de mel. 12 prateleiras.

Como ela precisava dividir igualmente as 228 garrafas de mel em 12 prateleiras, seria
1. O pai de Maria é apicultor do Quilombo de Mel da Pedreira, na zona rural de
necessário utilizar a operação de divisão para calcular a quantidade de garrafas que ficaria
Macapá. Maria está ajudando o pai a organizar 228 garrafas de mel em 12 prate-
em cada prateleira:
leiras. De que maneira ela pode calcular a quantidade de garrafas que cada pra-
teleira vai comportar? Represente no espaço a seguir.
228 ÷ 12 = 19

Assim, ela descobriu que cada prateleira terá 19 garrafas de mel.


Depois, Maria percebeu que também seria possível obter essa quantidade por meio
de uma multiplicação, já que, ao multiplicar a quantidade de prateleiras pela quantidade de
garrafas em cada prateleira, ela teria o total de garrafas:

12 × = 228
2. Thiago foi à Feira do Produtor para comprar farinha de mandioca, conforme mostra a
imagem a seguir. Ele deseja comprar 15 quilogramas de farinha e só tem cédulas de Assim:
20 reais em sua carteira. Se o preço do quilograma da farinha custa 8 reais, quantas
⊲ se fizesse 12 × 10 = 120, ela obteria 10 garrafas por prateleira, o que não seria sufi-
cédulas de 20 reais serão necessárias para pagar pela compra dos 15 quilogramas?
ciente;
⊲ se fizesse 12 × 15 = 180, ela obteria 15 garrafas por prateleira, o que não seria sufi-
Fabio Colombini

ciente;
⊲ se fizesse 12 × 18 = 216, ela obteria 18 garrafas por prateleira, o que não seria sufi-
ciente;
⊲ se fizesse 12 × 19 = 228, ela obteria 19 garrafas por prateleira, o que seria a quanti-
dade adequada para dividir igualmente as 228 garrafas entre as 12 prateleiras.
R$ 8,00

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Atividade 2
Vamos pensar sobre como Thiago poderá pagar utilizando as cédulas de 20 reais que RAIO X
tem na carteira. Podemos fazer esse cálculo de duas maneiras diferentes.

1. Para planejar uma viagem de férias,


Preciso calcular 8 + 8 +
Pollyana Ventura/iStock / Getty Images Plus
Jorge precisa calcular quanto vai
+ 8 + ... + 8 quinze vezes.
gastar com combustível. Sabendo
Então, posso usar uma
multiplicação: 8 × 15 = 120. que o carro de Jorge consome um li-
A compra dos tro de gasolina a cada 12 quilômetros
15 quilogramas de farinha vai percorridos, que o litro da gasolina
custar 120 reais! custa 6 reais e que o percurso total
da viagem, ou seja, ida e volta, será
de 900 quilômetros, faça o que se
pede a seguir.

a. Quanto Jorge vai gastar em gasolina para realizar a viagem?


1a maneira:
Podemos multiplicar o número 8 por algumas quantidades até que se obtenha um valor
igual a 120 reais:

8× = 120 8 × 7 = 56 8 × 11 = 88 8 × 15 = 120
8 × 4 = 32 8 × 8 = 64 8 × 12 = 96
8 × 5 = 40 8 × 9 = 72 8 × 13 = 104
8 × 6 = 48 8 × 10 = 80 8 × 14 = 112

2a maneira:
Podemos dividir 120 por 8:

120 ÷ 8 = 15

b. Se o tanque de combustível do carro de Jorge tem capacidade de 45 litros,


RETOMANDO quantas vezes ele vai abastecer o carro para completar a viagem?

Neste capítulo, aprendemos que é possível


elaborar diferentes estratégias para a
resolução de problemas envolvendo
multiplicação e divisão de números naturais.
De qual delas você mais gostou?

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Habilidades do RCA
Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais
EF05MA07 significativos ou não, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias diversas, como cálculo
por estimativa, cálculo mental e algoritmos.
Resolver e elaborar problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números racionais
EF05MA08 significativos ou não, cuja representação decimal é finita (com multiplicador natural e divisor natural e
diferente de zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: retomar conhecimentos sobre Para este capítulo, os alunos devem saber cal-
multiplicação e divisão de números naturais. cular o resultado de uma multiplicação ou divisão
• Mão na massa: aplicar uma atividade que de números naturais.
envolve a elaboração de estratégias para resolver
problemas sobre multiplicação e divisão de Dificuldades antecipadas
números naturais. Ao resolver as atividades propostas, pode ocorrer
• Discutindo: discutir caminhos que poderiam ser de os alunos confundirem as operações de multi-
seguidos na resolução das atividades da seção plicação e divisão de números naturais. Para au-
Mão na massa, a fim de aprofundar o conteúdo xiliá-los, pergunte: O que significa multiplicar? O
e sistematizar os conceitos que estão sendo que significa dividir?
trabalhados. Os alunos também podem apresentar dificuldades
• Retomando: refletir sobre os conceitos aprendidos quando iniciam a resolução de problemas que en-
na aula e propor uma discussão entre os alunos volvem a utilização de mais de uma operação. Para
sobre quais estratégias de resolução de problemas auxiliá-los, pergunte: Para resolver um problema,
de multiplicação e divisão de números naturais sempre utilizamos uma única estratégia? E quanto
eles mais gostaram de utilizar. às operações, devemos utilizar apenas uma delas
• Raio X: resolver uma atividade que envolve os (adição, subtração, divisão ou multiplicação) para
principais conceitos que foram estudados no capítulo. resolver os diferentes problemas? Temos quantas
situações para solucionar? O que precisamos des-
Objetivos de aprendizagem cobrir primeiro?
• Interpretar e resolver situações-problema envolvendo As indagações visam provocar a reflexão dos
a multiplicação e a divisão de números naturais. alunos para que compreendam que, no caminho
• Elaborar estratégias para a resolução de problemas para a resolução de um problema, muitas vezes
envolvendo multiplicação e divisão de números mobilizamos várias estratégias diferentes, como
naturais. mais de uma operação.

CONTEXTUALIZANDO cálculos mentais de multiplicação e divisão. Caso haja


dificuldade, diminua os números e faça as seguintes
Expectativas de resposta perguntas: Se a professora quisesse distribuir 1 bombom
1. Espera-se que os alunos percebam que a quan- para cada aluno de uma turma de 24 alunos, quantos
tidade total de bombons que a professora de seriam necessários? E se fossem 2 bombons por aluno?
Matemática do 5° ano A comprou é 100. E 3 por aluno?
Além disso, espera-se que os alunos consigam
identificar que, para calcular a quantidade total
de alunos da turma do 5° ano B, basta dividir 92
por 4, obtendo 23 como resposta. MÃO NA MASSA

Orientações Expectativas de resposta


Essa atividade inicial pretende, a partir de situa- 1. Resposta pessoal.
ções-problema reais, incentivar os alunos a elaborar 2. 6 cédulas de 20 reais.

119 M AT E M ÁT I CA

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Orientações Orientações
Estimule os alunos a usar diferentes estratégias Solicite aos alunos que registrem as estratégias que
para solucionar esses problemas. Procure praticar a mais gostaram de utilizar ao resolver os problemas.
escuta ativa, percorrendo toda a sala e observando Você também pode solicitar que a turma apresente
quais deles têm dificuldades ao resolver o problema alguns de seus métodos e justifique as suas escolhas.
e qual o método que mais está sendo utilizado. Caso Pergunte aos alunos: O que mais chamou sua atenção
algum aluno não esteja conseguindo caminhar, faça nesta aula? Você teve dificuldades ao resolver alguma
perguntas que o auxiliem a melhor compreender os atividade? Quais? Há algum conteúdo que você não
problemas, como: Você pode me explicar com suas conseguiu compreender?
palavras o que entendeu da atividade? Quais são as
informações que a atividade fornece? O que você en-
RAIO X
tendeu que precisa ser feito? Dá para usar algum dos
conteúdos que já aprendemos? Qual(is)? A partir desses Expectativas de resposta
questionamentos, os alunos podem melhor situar-se 1. Proponha aos alunos que respondam a esse pro-
com relação às atividades. blema utilizando os conhecimentos que adquiriram
ao longo do capítulo. Uma possível solução seria:
a. Inicialmente é feita a multiplicação do percurso
DISCUTINDO total da viagem pelo valor do litro da gasolina:
900 × 6 = 5 400
Orientações Como o carro consome um litro de gasolina a
Procure inicialmente praticar a escuta ativa das estra- cada 12 quilômetros percorridos, basta dividir
tégias de resolução elaboradas pelos alunos. Fique atento o valor total gasto em 900 quilômetros pelo
para que todos possam participar desse momento. Inicie consumo do carro:
perguntando aos alunos mais tímidos como eles fizeram 5 400 ÷ 12 = 450
para resolver a primeira atividade. No entanto, esteja Logo, Jorge vai gastar 450 reais de gasolina
atento ao fato de que alguns alunos podem precisar de um no percurso da viagem.
tempo maior para pensar em como expressar as próprias b. Como a capacidade do tanque de combustível
resoluções. Caso necessário, deixe que eles pensem por do carro de Jorge é de 45 litros, basta dividir
um tempo enquanto você ouve os demais alunos; depois o valor 450 reais gasto na viagem pelo preço
retorne para os que ainda não responderam. da gasolina, que é de 6 reais.
Sintetize as estratégias, procure erros e tente 450 ÷ 6 = 75
debater com a turma, de modo que os erros sejam Outra possibilidade é dividir a quilometragem
total da viagem pelo consumo do carro:
encarados como oportunidades de aprendizagem e
900 ÷ 12 = 75
de realização de discussões produtivas. Registre as
Como a capacidade do tanque de combustível é de
estratégias válidas no quadro, para que toda a turma
45 litros, para completar 75 litros, Jorge precisará
possa compreendê-las. abastecer o carro duas vezes (45 + 30 = 75).
Caso algum aluno tenha utilizado estratégias diferen-
tes, como desenho das 12 prateleiras e distribuição de Orientações
228 tracinhos dentro delas, também valorize o esforço Assim como na atividade inicial deste capítulo, se os
e a produção dele, refletindo posteriormente que o alunos tiverem dificuldades em estruturar o raciocínio,
algoritmo ou o cálculo mental podem ser estratégias proponha a simplificação ou a relação entre números
mais ágeis em cálculos mais complexos. menores ainda dentro do contexto da atividade. Você
pode perguntar: Se o carro consome 1 litro de gasolina a
cada 12 quilômetros, quantos quilômetros ele percorrerá
RETOMANDO com 2 litros de gasolina? E com 3? E com 5? E com 10?
Para o cálculo do valor da gasolina, podem ser feitas
Expectativas de resposta as seguintes perguntas: Se 1 litro de gasolina custa 6 reais,
1. Resposta pessoal. quanto custam 2 litros de gasolina? E 3? E 5 litros?

120 5 o ANO

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4. Situações-problema com várias operações
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2. Mariana e Bruno ficaram encarregados de ir ao supermercado comprar os ingredien-


4. Situações-problema com várias operações tes e preparar os sanduíches para a hora do lanche da excursão. Considere o diálogo
entre eles para responder à pergunta a seguir.

1. O professor de Matemática fez um jogo de perguntas sobre tabuada de multiplica- Nossa turma tem 27 alunos,
ção e divisão. Como premiação ele dava um selo colecionável a cada resposta cor- incluindo nós dois. A professora
reta e tirava um a cada resposta errada. Os alunos quiseram verificar com quantos disse que cada aluno deve comer
selos terminaram: 4 sanduíches.

Eu acertei 16 perguntas Com cada pacote


e ganhei o dobro da de pão de forma
quantidade que tinha na eu consigo montar
disputa com um colega. 9 sanduíches.
Quantos selos tenho agora? Eu acertei 20 perguntas e
errei 9. Ganhei 20 selos de
um colega de turma. Com
quantos selos eu fiquei?
Quantos pacotes de pão de forma eles vão precisar comprar?

Você consegue descobrir com quantos selos Jéssica e Fernando ficaram ao final do jogo?
DISCUTINDO

A seguir, vamos discutir a respeito das duas atividades que você resolveu na seção Mão
MÃO NA MASSA na massa.

1. Os professores e os alunos do 5º ano de quatro escolas do município de Santana Atividade 1


vão fazer uma excursão até o Museu Sacaca. Ao todo, são 185 alunos e 11 profes- Acompanhe as seguintes estratégias de resolução:
sores, que serão distribuídos igualmente em 7 ônibus escolares. Sabendo que a
quantidade de passageiros em cada ônibus deve ser sempre igual, como podemos 185 alunos 11 professores
fazer para descobrir quantos deles haverá em cada ônibus?

? pessoas ? pessoas ? pessoas ? pessoas ? pessoas ? pessoas ? pessoas

Inicialmente, é necessário calcular a quantidade total de passageiros que vão viajar nos
ônibus escolares – 185 alunos e 11 professores:

185 + 11 = 196

100 5 o ANO 101 M AT E M ÁT ICA

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Logo, 196 passageiros vão viajar nos ônibus escolares.


Depois, para distribuir todos os passageiros em 7 ônibus, basta dividir 196 por essa RETOMANDO
quantidade de ônibus:

No dia a dia, nos deparamos com situações que podem ser resolvidas com o uso de di-
196 ÷ 7 = 28
ferentes estratégias. Algumas dessas estratégias requerem mais de um procedimento, como
foi visto nos problemas que estudamos neste capítulo.
Logo, 28 passageiros vão viajar em cada ônibus.
Dessa maneira, aprendemos que, para solucionar alguns problemas, muitas vezes é
necessário utilizar mais de um raciocínio, o que pode envolver mais de uma operação, de
Atividade 2
adição, subtração, multiplicação ou divisão.
Veja como Mariana e Bruno pensaram para calcular a quantidade de pacotes de pão
de forma que será necessária comprar para preparar os sanduíches.

⊲ Mariana:
Pensei da seguinte RAIO X
Se são 27 alunos e cada um deve comer qua-
maneira:
tro sanduíches, posso fazer o seguinte cálculo:
1. João e seu familiares fazem parte da Associação de Catadores de Macapá. Eles
27 × 4 = 108 coletam latinhas e outros materiais para reciclagem.
Em uma semana, João e seus familiares conseguem coletar, em média, 6 700 la-
Assim, vamos precisar de 108 sanduíches para tinhas. Sabendo que, para formar um quilograma desse produto, são necessárias
alimentar a turma. aproximadamente 67 latinhas, responda às perguntas a seguir.

Se com cada pacote de pão de forma dá para montar 9 sanduíches, então posso usar a. Quantos quilogramas de latinha a família de João consegue coletar em uma se-
uma divisão para calcular o total de pacotes de pão de forma: mana? Se o valor do quilograma da latinhas é 6 reais, qual é o valor arrecadado
com a venda dessas latinhas?
108 ÷ 9 = 12

Portanto, vamos precisar comprar 12 pacotes de pão de forma.

⊲ Bruno:
Pensei de uma Se cada um dos 27 alunos comer apenas um
maneira diferente: b. Em um mês, quantos reais a família de João ganha com a venda dessas latinhas?
sanduíche, podemos calcular a quantidade total de
pacotes fazendo:

27 ÷ 9 = 3

Em que 9 é a quantidade de sanduíches que


cada pacote rende. Assim, são necessários três pa-
c. Se em determinado mês a família de João coletou 400 quilogramas de latinhas
cotes de pão de forma.
e também 200 quilogramas de papelão, obtendo renda de 3 200 reais, qual foi
Se cada pessoa comer quatro sanduíches, então vou precisar de uma quantidade qua- o valor pago pelo quilograma do papelão?
tro vezes maior de pacotes de pão de forma:

4 × 3 = 12

Portanto, serão necessários 12 pacotes de pão de forma.

102 5 o ANO 103 M AT E M ÁT ICA

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Habilidades do RCA
Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais
EF05MA07 significativos ou não, cuja representação decimal seja finita, utilizando estratégias diversas, como cálculo
por estimativa, cálculo mental e algoritmos.
Resolver e elaborar problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números racionais
EF05MA08 significativos ou não, cuja representação decimal é finita (com multiplicador natural e divisor natural e
diferente de zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: retomar os conhecimentos Para este capítulo, os alunos devem saber calcular
prévios dos alunos sobre as quatro operações o resultado de uma adição, subtração, multiplicação
com números naturais. ou divisão de números naturais.
• Mão na massa: apresentar duas atividades que
objetivam estimular os estudantes a desenvolver Dificuldades antecipadas
estratégias para resolver problemas que utilizem Ao realizar as atividades propostas neste capítulo,
mais de uma operação com números naturais. os alunos podem apresentar dificuldades para com-
• Discutindo: discutir caminhos que poderiam preender os contextos e comandos dos problemas
ser seguidos na resolução das atividades da e também para identificar as operações que seriam
seção Mão na massa, a fim de aprofundar o adequadas para resolvê-los. Para auxiliá-los, pergunte:
conteúdo e sistematizar os conceitos que estão Você consegue identificar se as etapas do problema dão
sendo trabalhados. ideia de aumentar, diminuir, adicionar partes iguais ou
repartir os dados? Tente provocar os alunos para que
• Retomando: refletir sobre os conceitos aprendidos
pensem em estratégias de resolução dos problemas.
na aula e direcionar alguns questionamentos
Para que os alunos alcancem a compreensão das
aos alunos, com o intuito de verificar o que foi
operações com números naturais, é necessário que
aprendido por eles e se ainda restam dificuldades
eles desenvolvam a capacidade de identificação das
que precisam ser tratadas ou dúvidas que precisam
características que cada situação apresenta. A partir
ser esclarecidas. dessa capacidade, eles saberão decidir qual operação
• Raio X: resolver uma atividade que envolve utilizar para solucionar os problemas, ainda que não
os principais conceitos que foram estudados utilizem estratégias usuais de cálculo. Geralmente,
no capítulo. neste nível de ensino, um problema envolve adição
quando uma quantidade ou valor inicial é aumentado.
Objetivos de aprendizagem Quando envolve subtração, essa quantidade ou valor
• Interpretar situações-problema envolvendo mais inicial é diminuído. Nos problemas que envolvem mul-
de uma operação com números naturais. tiplicação, há a adição de parcelas iguais, enquanto
• Identificar as operações necessárias para resolver os problemas que envolvem divisão usam a ideia de
uma situação-problema. repartir uma quantidade em partes iguais ou desco-
• Elaborar estratégias para a resolução de brir quantas vezes uma quantidade cabe em outra.
problemas envolvendo mais de uma operação Vale ressaltar que essa identificação não dispensa
com números naturais. a interpretação do enunciado de cada problema.

122 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 122 11/01/2022 19:51


CONTEXTUALIZANDO
DISCUTINDO
Expectativas de resposta
1. Jéssica terminou o jogo com 32 selos; e Fernando, Orientações
com 31. Neste momento de discussão, você pode iniciar
direcionando perguntas para os alunos: Como você
Orientações pensou ao resolver esse problema? Que estratégia
Ouça os alunos, identificando quais estratégias eles você usou para resolvê-lo? Por onde você começou
aplicaram para obter as quantidades de selos. Enfatize a resolver? Qual foi o primeiro passo? Você acha que
e relembre os conceitos fundamentais e as relações há outras maneiras de resolver? Quais?
entre as operações. Além disso, no contexto do jogo Priorize os alunos mais tímidos; no entanto, esteja
em que os personagens participaram, busque associar atento ao fato de que alguns alunos podem precisar
a ideia de ganhar selos com a adição e a ideia de
de um tempo maior para pensar em como expressar as
perder selos com a subtração. Já a ideia de “dobro”
próprias resoluções. Caso necessário, deixe que eles
refere-se à multiplicação ou à adição de parcelas iguais.
pensem por um tempo enquanto você ouve os demais
Valorize outras estratégias adotadas pelos alunos para
a resolução da atividade. alunos; depois retorne para os que ainda não responderam.
Sintetize as estratégias, procure erros e tente debater
com a turma, de modo que os erros sejam encarados
MÃO NA MASSA como oportunidades de aprendizagem e de realização
de discussões produtivas. Registre as estratégias válidas
Expectativas de resposta no quadro para que toda a turma possa compreendê-
1. Cada ônibus vai levar 28 passageiros. -las. Faça os mesmos procedimentos para a segunda
2. Mariana e Bruno vão precisar comprar 12 pacotes atividade.
de pão de forma. Fique atento aos diferentes métodos de resolução
que podem ser utilizados pelos alunos e tente debater
Orientações com toda a turma sobre os que podem ser utilizados
Estimule os alunos a elaborar diferentes estratégias como estratégias para resolver problemas posteriores.
para resolver esses problemas. Procure praticar a escuta Encerre este momento discutindo também as reso-
ativa, percorrendo toda a sala de aula e observando luções que são propostas no livro, solicitando que os
quais alunos têm dificuldade ao resolver os problemas alunos as comparem com os próprios procedimentos
e qual é o método que eles mais utilizam para obter os
de resolução. Não se esqueça de sempre destacar que
resultados. Caso algum aluno não esteja conseguindo
diferentes caminhos podem ser trilhados no processo
resolver, faça perguntas que o auxiliem a melhor com-
de resolução, mas que a resposta correta desses pro-
preender os problemas, como: Você pode me explicar
com suas palavras o que entendeu da atividade? Quais blemas que foram propostos sempre será a mesma.
são as informações que a atividade fornece? O que você
entendeu que precisa ser feito? Dá para usar algum dos
conteúdos que já aprendemos? Qual(is)? A partir desses RETOMANDO
questionamentos, os alunos podem melhor situar-se
com relação às atividades. Orientações
Dedique um tempo para que todos possam caminhar Nesta retomada, relembre aos alunos a necessidade
com as próprias resoluções. Depois, permita que eles de compreender um problema antes de tentar solucio-
verifiquem quais estratégias os colegas estão utilizando, ná-lo e que também é necessário pensar em estratégias,
estimulando sempre o debate entre todos, de modo que que podem envolver mais de uma operação. Pergunte
possam perceber que diferentes caminhos podem ser aos alunos: O que mais chamou sua atenção nesta
trilhados nos processos de resolução das atividades aula? Você sentiu dificuldades? Quais? Há algo que
propostas. Por fim, solicite que todos retornem para você não conseguiu compreender? O que você acha
as suas resoluções e tentem concluí-las. que mudou em sua maneira de resolver problemas?

123 M AT E M ÁT I CA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 123 11/01/2022 19:51


Para calcular o valor arrecadado, basta multiplicar
RAIO X o total de quilogramas pelo valor do quilograma, que
é de 6 reais.
Expectativas de resposta 6 × 100 = 600
1. a. 100 quilogramas e 600 reais. Logo, 600 reais.
Para calcular o valor que a família de João ganha em
b. 2 400 reais
um mês, basta multiplicar pelo total de semanas em um
c. 4 reais mês, normalmente 4 semanas.
Assim, 4 × 600 = 2400, ou seja, 2400 reais em um mês.
Orientações Considerando que em determinado mês a família
Proponha aos alunos que utilizem os conhecimentos de João arrecadou com a venda de latinhas e pape-
que adquiriram ao longo do capítulo para resolver esse lão um total de 3 200 reais, podemos subtrair o valor
problema. Uma possível solução seria: arrecadado com as latinhas no mês, que corresponde
Para calcular quantos quilogramas de latinhas a a 2 400 reais. Assim, teremos:
3 200 − 2 400 = 800
família de João consegue juntar em uma semana, basta
Para verificar o valor do quilograma do papelão,
dividir o total de 6 700 latinhas pela quantidade de podemos dividir 800 reais pelo total de quilogramas
latinhas necessárias para formar um quilograma, que de papelão formado:
corresponde a 67 latinhas. Inicialmente podemos dividir 800 ÷ 200 = 4
6 700 ÷ 67, obtendo 100 latinhas. Portanto, cada quilograma de papelão custou 4 reais.

ANOTAÇÕES

124 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 124 11/01/2022 19:51


UNIDADE 2

FIGURAS PLANAS E SUAS PROPRIEDADES


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 3.

HABILIDADE DO RCA

Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando
EF05MA17
material de desenho ou tecnologias digitais.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Classificar triângulos em isósceles, equilátero e escaleno; identificar ângulos reto, agudo e obtuso; classificar
triângulos em acutângulo, retângulo e obtusângulo; distinguir polígonos e não polígonos.

PARA SABER MAIS

• U NIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB). LEMAT-Unb. Solução das atividades com mosaicos. Brasília: UnB, [s.d.]. Disponível
em: https://mat.unb.br/lemat/wp-content/uploads/2015/09/06SOLUC%C3%83O-DAS-ATIVIDADES-COM-MOSAICOS.pdf.
Acesso em: 31 ago. 2021.
• UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB). LEMAT-Unb. Mosaicos. Brasília: UnB, [s.d.]. Disponível em: https://mat.unb.br/
lemat/wp-content/uploads/2015/09/06APRESENTACAO.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021.

125 M AT E M ÁT I CA

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1. Explorando o triângulo
PÁGINA 104 PÁGINA 105

UNIDADE 2
MÃO NA MASSA
FIGURAS PLANAS E 1. Faça o que se pede a seguir.

SUAS PROPRIEDADES a. Nomeie os vértices dos triângulos.

b. Com a régua, meça os 3 lados de cada triângulo e escreva as medidas obtidas.

c. Analise cada um dos triângulos e escreva quantos lados iguais cada um deles tem.
1. Explorando o triângulo

1. Retomando seus conhecimentos de figuras planas, observe os seguintes triângu-


los e responda às questões propostas.

W
Y

B C

a. O que caracteriza um triângulo?

b. Você se lembra o que é o vértice de um triângulo? Identifique os vértices dos


triângulos acima.

c. Utilizamos as letras do vértice para nomear os triângulos. Assim, acima temos o

triângulo e o triângulo .

104 5 o ANO 105 M AT EM ÁT ICA

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DISCUTINDO RAIO X

Observe as medidas dos triângulos da seção Mão na massa e pense em uma maneira Régua em mãos e vamos medir!
de separar esses triângulos em grupos, considerando os valores das medidas dos lados de
cada triângulo. G

A B
1. Agora, nas linhas abaixo, escreva o nome dos triângulos de cada grupo que você
criou e descreva as características comuns que você observou.

C
H I

M O

N E F

RETOMANDO P
S
Os triângulos podem ser classificados e nomeados de acordo com as medidas de
seus lados.

Q R V T
Isósceles Equilátero Escaleno
KYW PLK ORS

1. Meça os lados dos triângulos acima e classifique-os como equilátero, isósceles ou


K escaleno, preenchendo as lacunas abaixo.
O
P
a. ABC é .
S
b. DEF é .

L K c. GHI é .
R
Y W d. MNO é .

⊲ Equilátero: todos os lados têm a mesma medida, como o triângulo PLK. e. PQR é .
⊲ Isósceles: apenas 2 lados têm a mesma medida, como o triângulo KYW.
⊲ Escaleno: todos os lados têm medidas diferentes, como o triângulo ORS. f. STV é .

106 5 ANO
o
107 M AT EM ÁT ICA

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5 o ANO
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Habilidade do RCA
Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando
EF05MA17
material de desenho ou tecnologias digitais.

Sobre o capítulo O aluno pode apresentar impulsividade para


• Contextualizando: discutir e retomar o reconhe- classificar os triângulos, sem efetivar as medidas
cimento do triângulo como um polígono de três dos lados. Nesse caso, faça questionamentos que
lados, sinalizando seus principais elementos. norteiem para a reflexão: Há outras maneiras de
• Mão na massa: elaborar estratégias que per- medir se o outro lado é igual ou diferente, sem usar
mitam classificar os tipos de triângulos, quanto uma régua? Com referência ao triângulo equiláte-
às medidas de lados, a partir da medição e da ro, questionar: Quando mudamos a posição de um
comparação. triângulo, sua classificação altera?.
• Discutindo: apresentar a resolução de um pro- Quando o aluno apresentar dificuldade no uso
blema e discutir acerca das estratégias utilizadas. da régua (não iniciar a medição em 0 cm), é neces-
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos sário fazer algumas intervenções, questionando-o:
de aprendizagem propostos. De que ponto começa a medida desta régua? Ou,
• Raio X: validar os conhecimentos, reconhecendo então, solicite que tracem um segmento de reta de
e nomeando os triângulos, conforme a medida 1 cm; em seguida, utilizem a régua para medir esse
de seus lados. segmento; então, peça que reflitam como medir se
o segmento tem mesmo 1 cm.
Objetivos de aprendizagem Ao longo deste capítulo, os alunos começam a
• Identificar triângulos e suas características. ser provocados a pensar sobre as propriedades de
• Nomear corretamente vértices, faces e arestas. objetos geométricos sem as restrições de um objeto
particular, com maior habilidade para se engajar no
Material raciocínio do tipo “se – então”, as formas podem
• Régua. ser classificadas usando apenas uma quantidade
mínima de características. Por exemplo, três lados
Contexto prévio e três vértices são triângulos. Encoraje a elabo-
Para este capítulo, os alunos devem reconhe- ração e a testagem de hipóteses ou conjecturas:
cer o triângulo como um polígono de três lados, e Você acha que isso funciona o tempo todo? Isso é
devem saber utilizar a régua para fazer medições. verdadeiro para todas as figuras geométricas ou
apenas para os triângulos?
Dificuldades antecipadas Os alunos tornam-se capazes de desenvolver
No decorrer deste capítulo, durante a resolução relações entre essas propriedades, por exemplo:
das atividades propostas, os alunos podem se de- Se todos os lados de um triângulo são iguais, então
parar com algumas dificuldades. Assim, propomos deve ser um triângulo equilátero.
algumas intervenções para contorná-las.

CONTEXTUALIZANDO Orientações
Neste momento, procure identificar potencialidades
Expectativas de resposta e fragilidades nas aprendizagens, reconhecendo tanto
1. a. Triângulo é uma figura geométrica plana que os conhecimentos prévios, bem como as lacunas de
possui três lados e três ângulos internos. aprendizagem que os alunos apresentam em relação
b. Os vértices do triângulo vermelho são A, B e C, aos triângulos, provocando reflexões e discussões sobre
e os vértices do triângulo verde são K, Y e W. seus elementos (lados e vértices).
c. ABC e KYW.

127 M AT E M ÁT I CA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 127 11/01/2022 19:51


Durante a resolução da atividade, verifique como os
alunos exploram os dados e lidam com a observação de DISCUTINDO
que as diferentes medidas dos lados não comprometem
as características estudadas desse polígono: possuir Expectativas de resposta
três lados, três ângulos e três vértices. 1. Espera-se que os alunos montem três grupos de
triângulos, nos quais observaram as medidas dos
lados dos triângulos.
MÃO NA MASSA 1° grupo: três lados de medidas iguais.
2° grupo: dois lados de medidas iguais.
Expectativas de resposta
3° grupo: três lados de medidas diferentes.
1. Na atividade, temos três triângulos equiláteros,
três triângulos isósceles e três triângulos esca-
lenos. O modo de nomear os triângulos admite Orientações
diferentes possibilidades, apenas verifique se os É o momento de promover discussões referentes
alunos adotaram uma letra maiúscula para cada às estratégias e respostas apresentadas pelos alunos.
vértice. Solicite a eles que exponham suas resoluções, permi-
ta que exponham suas estratégias, suas anotações e
Orientações comentem sobre a solução apresentada.
Organize a turma em duplas e explique que farão Peça aos grupos que compartilhem com a turma
uma atividade em que as ideias deverão ser compar- seus triângulos, apontando a semelhança entre eles,
tilhadas. Em seguida, observe os alunos resolvendo de acordo com a medida de seus lados. Valorize as
a atividade. Deixe que discutam suas ideias e, assim, estratégias escolhidas para classificar os triângulos,
possam levantar hipóteses e analisar diferentes estra- e busque garantir que compreendam os conceitos de
tégias para resolver a questão, sistematizando seus triângulos equilátero, isósceles e escaleno.
conhecimentos.
Incentive-os a explorar diferentes maneiras, métodos
O aluno do quinto ano, muitas vezes, precisa de
e estratégias. Peça que esquematizem e testem suas
materiais manipulativos para abstrair o conceito ma-
temático; assim, para explorar e investigar o problema ideias e, assim, possam validá-las ou não, até chegarem
proposto, busca solucioná-la através da verificação, a uma que atenda a suas necessidades.
comparação e medição dos lados do triângulo, em Se julgar necessário, discuta com a turma: Quantos
que deve confrontar seus conhecimentos prévios para vértices tem esse triângulo? Que letras usou para no-
construir novos saberes. meá-los? Quantos lados com as mesmas medidas tem
Caminhe pela sala de aula e verifique se todos no- esse triângulo? Todos os triângulos do seu grupo são
mearam os vértices com letras maiúsculas, escolhidas do mesmo tamanho? O que diferencia um triângulo
por eles, e chame a atenção deles para o uso da régua, do outro?
garantindo que todos iniciem a medida a partir do zero.
Ressalte que devem nomear os triângulos com base
na nomeação dos vértices. RETOMANDO
Reforce os aspectos conceituais da classificação
dos triângulos quanto aos lados. Utilize sempre a no- Orientações
menclatura correta. Peça que sinalizem cada vértice; Relembre com os alunos as aprendizagens da
quando mencioná-los e ao falar dos lados, utilize as aula, enfatizando a ideia de classificação de triângu-
letras dos vértices para a turma se localizar, por exemplo:
los quanto à medida de seus lados, seus elementos e
os lados YK e KW têm a mesma medida, mas o YW tem
medida diferente dos demais lados, e assim por diante. sua nomenclatura.
É válido fazer intervenções, com questões que auxi- Ressalte os aspectos conceituais da classificação
liem o raciocínio e o progresso do aluno: Quantos lados dos triângulos quanto aos lados, utilizando sempre a
tem o triângulo? Quantos vértices? Esses triângulos têm nomenclatura correta; sinalize cada vértice e utilize as
tamanhos diferentes? Quantos lados iguais eles têm? letras dos vértices para indicar cada lado do triângulo.

128 5 o ANO

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Peça que observem que não é a posição, nem a área, c. GHI é um triângulo isósceles.
mas é a medida dos lados que importa na classificação d. MNO é um triângulo escaleno.
quanto aos lados, pois alguns alunos podem classifi- e. PQR é um triângulo equilátero.
car o triângulo equilátero em uma posição diferente, f. STV é um triângulo escaleno.
como escaleno, baseando-se apenas na visão. Então,
reforce a importância de medir os lados com a régua Orientações
para classificá-los. O propósito desta atividade é verificar se os alunos
Esse conceito deve ser elaborado com base nos
compreenderam como classificar e nomear triângu-
conhecimentos de cada aluno, de modo que permita
los quanto à medida de seus lados. Os alunos de-
diferentes visualizações do mesmo objeto de conhe-
vem resolver esse problema individualmente. Peça
cimento e atenda ao resultado esperado.
que pensem nas maneiras pelas quais podem obter
a solução. Ao final, solicite que compartilhem suas
RAIO X respostas e, neste momento, faça suas intervenções,
levando em conta que mesmo os erros são estruturas
Expectativas de resposta de resolução. Assim, peça aos alunos que expliquem
1. a. ABC é um triângulo equilátero. seus erros e pensamentos e como podem corrigi-los,
b. DEF é um triângulo escaleno. nesses casos.

ANOTAÇÕES

129 M AT E M ÁT I CA

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2. De olho nos ângulos do triângulo
PÁGINA 108 PÁGINA 109

2. De olho nos ângulos do triângulo MÃO NA MASSA

1. Analise os ângulos a seguir no que se refere à sua abertura. Verifique qual delas 1. Faça o que se pede a seguir.
é maior, menor ou igual às do ângulo reto. Em seguida, classifique os ângulos em
reto, ângulo agudo ou ângulo obtuso. a. Nomeie os vértices dos triângulos.
b. Com um transferidor, meça os três ângulos de cada triângulo e escreva as me-
a. didas obtidas.
c. Analise cada um dos triângulos e verifique se os ângulos são agudos, obtusos
ou retos.

b.

90°

c.

108 5 o ANO 109 M AT EM ÁT ICA

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DISCUTINDO RAIO X

Observe as medidas dos ângulos dos triângulos da seção Mão na massa e pense em Este é meu veleiro. Eu curto tanto Matemática que coloquei o nome dele de TriÂngulos.
uma maneira de separar esses triângulos em grupos, considerando os valores das medidas
dos ângulos de cada triângulo. 1. Meça os ângulos dos triângulos e classifique-os quanto às medidas dos ângulos.

1. Agora, utilize as linhas abaixo para escrever o nome dos triângulos de cada grupo
que você criou e descrever as características comuns entre eles.

RETOMANDO TriÂngulos

Os triângulos podem ser classificados e nomeados de acordo com as medidas de seus


ângulos.

A S
 Ŝ
J
Ĵ
Ê E
G
Ĝ
a. A embarcação tem o formato de um triângulo com um ângulo . Logo,
Ĉ
C é um triângulo .
Û
H Ĥ Î I U
b. A vela tem o formato de um triângulo com um ângulo .
⊲ Retângulo: tem um ângulo reto, como o triângulo ACE (Â mede 90º). Logo, é um triângulo .
⊲ Obtusângulo: tem um ângulo obtuso, como o triângulo GHI (Ĝ mede mais que 90º).
⊲ c. O leme tem o formato de um triângulo com os três ângulos .
Acutângulo: tem três ângulos agudos, como o triângulo JSU (Ŝ, Ĵ e Û medem menos
que 90º). Logo, é um triângulo .

110 5 o ANO 111 M AT EM ÁT ICA

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Habilidade do RCA
Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando
EF05MA17
material de desenho ou tecnologias digitais.

Sobre o capítulo Dificuldades antecipadas


• Contextualizando: discutir e retomar o reco- No decorrer deste capítulo, durante a resolução
nhecimento dos ângulos reto, agudo e obtuso. das atividades propostas, os alunos podem se de-
• Mão na massa: elaborar estratégias que per- parar com algumas dificuldades. Assim, propomos
mitam classificar os tipos de triângulos, quanto algumas intervenções para contorná-las.
às medidas dos ângulos, a partir da medição O aluno pode apresentar impulsividade para
e comparação. classificar os triângulos, sem efetivar as medidas
• Discutindo: apresentar a resolução de um pro- dos seus ângulos. Nesse caso, faça questionamentos
blema e discutir acerca das estratégias utilizadas. que norteiem para a reflexão: Como você garante
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos que esse triângulo, por exemplo, é retângulo? Há
de aprendizagem propostos. outras maneiras de conferir se o ângulo é mesmo
• Raio X: validar os conhecimentos, reconhecendo reto, sem usar o transferidor? Esse triângulo retân-
a classificação dos triângulos quanto às medidas gulo, por exemplo, está de cabeça para baixo? De
dos ângulos. cabeça para baixo, este triângulo continua com
seu ângulo reto? Quando mudamos a posição de
Objetivo de aprendizagem um triângulo, sua classificação é alterada? Qual é
• Identificar ângulos de triângulos e classificá-los. a importância de confirmar o ângulo reto em um
triângulo? Por quê? Se um dos ângulos do triângulo
Material medir 95º, como você o classificaria? Você teria
• Transferidor. certeza desta classificação, visualmente?
Quando o aluno apresentar dificuldade no uso
Contexto prévio do transferidor (não coincidir os pontos 0º e não
Para este capítulo, os alunos devem reconhe- colocar a origem sobre o vértice do ângulo a ser
cer o triângulo como um polígono de três lados e medido), é necessário fazer algumas intervenções,
devem saber utilizar o transferidor para realizar questionando-o: De que ponto começa a medida
medições de ângulos. deste transferidor? E a medida de referência deste
ângulo do triângulo? Que valor ela tem?

Recorde com os alunos que se a abertura do ângulo


CONTEXTUALIZANDO for maior que o ângulo reto então ele será obtuso e se
a abertura for menor que o ângulo reto, ele será agudo.
Expectativas de resposta Informe aos alunos que podemos notar os ângulos
1. a. Ângulo agudo. em todo lugar, mesmo sem saber, por exemplo, quando
b. Ângulo reto. jogam futebol ou andam de skate.
c. Ângulo obtuso.

Orientações MÃO NA MASSA


Neste momento, procure identificar potencialida-
des e fragilidades nas aprendizagens, reconhecendo Expectativas de resposta
tanto os conhecimentos prévios, bem como lacunas de 1. Na atividade, temos três triângulos acutângulos,
aprendizagem que os alunos apresentam em relação três triângulos retângulos e três triângulos obtu-
aos conceitos envolvendo classificação de ângulos. sângulos. Como o modo de nomear os triângulos
Durante a realização da atividade, verifique como admite diferentes possibilidades, apenas verifi-
investigam os dados e lidam com análise de ângulos. que se os alunos adotaram uma letra maiúscula
Apresente um ângulo reto à turma e questione se diferente para cada vértice.
lembram o que é ângulo reto.

131 M AT E M ÁT I CA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 131 11/01/2022 19:51


Orientações que exponham suas estratégias, suas anotações e co-
Organize a turma em duplas e explique que farão mentem sobre a solução apresentada.
uma atividade em que as ideias deverão ser compar- Peça aos grupos que compartilhem com a turma
tilhadas. Em seguida, observe os alunos resolvendo seus triângulos, apontando a semelhança, de acordo
a atividade. Deixe que discutam suas ideias e, assim, com a medida de seus ângulos. Valorize as estratégias
possam levantar hipóteses e analisar diferentes estra- escolhidas para classificarem os triângulos e busque
tégias para resolver a questão, sistematizando seus garantir que compreendam os conceitos de triângulos
conhecimentos. retângulo, obtusângulo e acutângulo.
O aluno do quinto ano, muitas vezes, precisa de Incentive os alunos a explorar diferentes estratégias.
materiais manipulativos para abstrair o conceito ma- Peça que esquematizem e testem suas ideias e, assim,
temático; assim, para explorar e investigar o problema possam validá-las ou não, até chegarem a uma que
proposto, busca solucioná-la através da verificação, atenda a suas necessidades.
comparação e medição dos ângulos do triângulo, em Se julgar necessário, discuta com a turma: Quantos
que deve confrontar seus conhecimentos prévios para vértices tem esse triângulo? Que letras usou para no-
construir novos saberes. meá-los? Quais são as medidas dos ângulos desse
Percorra a sala de aula e verifique se todos nomearam triângulo? O que diferencia um triângulo do outro?
os vértices com letras maiúsculas, escolhidas por eles,
e chame a atenção deles para o uso do transferidor,
garantindo que todos iniciem a medida a partir do 0°. RETOMANDO
Ressalte que devem nomear os triângulos com base
na nomeação dos vértices. Orientações
Reforce os aspectos conceituais da classificação dos Relembre com os alunos as aprendizagens da
triângulos quanto às medidas dos ângulos, utilizando aula, enfatizando a ideia de classificação de triângu-
sempre a nomenclatura correta. Peça que sinalizem cada los quanto à medida de seus lados, seus elementos e
vértice; quando mencioná-los e ao falar dos ângulos, sua nomenclatura.
utilize as letras dos vértices para a turma se localizar. Ressalte os aspectos conceituais da classificação
É válido realizar intervenções, com questões que
dos triângulos quanto às medidas dos ângulos, utili-
auxiliem o raciocínio e o progresso do aluno: Quantos
zando sempre a nomenclatura correta. Sinalize cada
lados tem o triângulo? Quantos vértices? E quantos
vértice e cada ângulo, utilizando as letras dos vértices
ângulos? Esses triângulos têm tamanhos diferentes?
para indicar cada ângulo do triângulo, por exemplo:
Quantos ângulos retos eles têm? São obtusos?
 (o ângulo A) mede 90°, ou seja,  é um ângulo reto.
Peça que observem que não é a posição, nem a
DISCUTINDO área, mas é a medida do ângulo que importa na clas-
sificação quanto às medidas dos ângulos, e reforce a
Expectativas de resposta importância de medir os ângulos com um transferidor
1. Espera-se que o aluno faça a separação em três (ou outro instrumento de medida) para classificá-los.
grupos, nos quais observaram as medidas dos Esse conceito deve ser elaborado com base nos
lados dos triângulos. conhecimentos de cada aluno, de modo que permita
1° grupo: triângulos retângulos (um ângulo reto). diferentes visualizações do mesmo objeto de conhe-
2° grupo: triângulos obtusângulos (um ângulo cimento e atenda ao resultado esperado.
obtuso).
3° grupo: triângulos acutângulos (três ângulos
agudos). RAIO X

Orientações Expectativas de resposta


É o momento de promover discussões referentes 1. a. obtuso, obtusângulo.
às estratégias e respostas apresentadas pelos alunos. b. reto, retângulo.
Solicite a eles que exponham suas resoluções, permita c. agudos, acutângulo.

132 5 o ANO

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Orientações Ao final, solicite que compartilhem suas respostas,
O propósito desta atividade é verificar se os alunos e neste momento faça suas intervenções, levando
compreenderam como classificar e nomear triângulos em conta que mesmo os equívocos são estruturas de
quanto à medida de seus ângulos. Eles devem resolver resolução. Assim, peça aos alunos que expliquem seus
esse problema individualmente. Peça que pensem equívocos e pensamentos, e como podem corrigi-los,
nas maneiras pelas quais podem obter a solução. nesses casos.

ANOTAÇÕES

133 M AT E M ÁT I CA

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3. Jogo: Classificando triângulos
PÁGINA 112 PÁGINA 113

3. Jogo: Classificando triângulos MÃO NA MASSA

Ei! Finalmente
1. Construam um jogo da memória para brincar na escola. Para construir esse jogo,
encontrei o meu par! vocês vão precisar de uma folha de cartolina, lápis, borracha, lápis de cor, caneti-
nha, régua e transferidor.
Você está falando
Claro! Você é muito comigo?! Jogo da Memória de Triângulos
parecido comigo! Atente que são seis tópicos, o que significa que o jogo terá, ao todo, 12 peças. Desse
Tem dois lados
iguais, é isósceles. modo, prepare seis pares de peças e siga as orientações a seguir.

1o par: Triângulo Equilátero 4o par: Triângulo Acutângulo


Pois saiba que eu tenho
três lados iguais!
2o par: Triângulo Isósceles 5o par: Triângulo Retângulo
3o par: Triângulo Escaleno 6o par: Triângulo Obtusângulo

Equilátero, quem tem


três lados iguais tem dois!
Monte o jogo, construindo os pares de peças. Para isso:

⊲ Preencha os dados do quadro abaixo com os seus conhecimentos sobre triângulos.


⊲ Pinte os triângulos e capriche na letra!
Só espero que ⊲ Cole, com cuidado, o quadro em uma folha de cartolina.
vocês respeitem ⊲ Recorte os 12 retângulos, que serão as 12 peças do jogo.
minhas diferenças! ⊲ Agora, é só juntar a turma e começar a jogar.

Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Equilátero


um Triângulo
Equilátero

Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Isósceles


Deixem de confusão, um Triângulo
triângulos! Venham em trio! Isósceles

Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Escaleno


um Triângulo
Escaleno

1. O que caracteriza um triângulo: Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Acutângulo
um Triângulo
a. isósceles? Acutângulo

Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Retângulo


um Triângulo
b. equilátero? Retângulo

Desenhe aqui Escreva aqui o conceito de Triângulo Obtusângulo


um Triângulo
Obtusângulo
c. escaleno?

112 5 o ANO 113 M AT EM ÁT ICA

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DISCUTINDO RAIO X

1. Com base nas propriedades e nas classificações dos triângulos, vamos refletir Adivinhando triângulos!
sobre as seguintes situações:
A

Ŝ
 Eu sou o ABC, tenho um
Ĵ ângulo de 40° e dois lados
de mesma medida.
Û Ô
Ĝ

Eu acho que sei as Assim é fácil: um é retângulo


medidas dos ângulos e outro, equilátero. Difícil
Eu sei quais são as medidas
daquele triângulo azul.... é acertar as medidas É isósceles!
de todos os ângulos do
dos ângulos do triângulo
triângulo verde!
vermelho, que é escaleno!
É acutângulo também!
a. Se o triângulo verde é equilátero, você sabe dizer quais são as medidas dos
ângulos desse triângulo?
Os outros dois ângulos têm
a mesma medida. Cada um
mede 70°.
C B
b. E um dos ângulos do triângulo azul, quanto mede? Por quê?
Agora é sua vez!

c. Por que não é possível obter as medidas dos ângulos do triângulo escaleno? 1. Atente à apresentação de cada um dos triângulos para classificá-los.

a. Sou o DEF e tenho um ângulo de 60º e outro de 70º. Em relação à medida dos
meus ângulos, sou .
b. Sou o GHI e tenho um ângulo de 30º e outro de 20º. Em relação à medida dos
RETOMANDO
meus ângulos, sou .
Vamos relembrar algumas características dos triângulos! c. Sou o JKL e tenho dois ângulos de 60º cada um. Em relação à medida dos
⊲ Todo triângulo equilátero tem os três ângulos de mesma medida (60º).
meus ângulos, sou . Em relação à me-
⊲ Todo triângulo equilátero é isósceles.
⊲ Todo triângulo isósceles tem dois ângulos de mesma medida. dida dos meus lados, sou .
d. Sou o MNO, tenho um ângulo de 110º e dois lados de mesma medida. Em rela-
E quanto à classificação dos triângulos: ção à medida dos meus ângulos, sou .
Em relação à medida dos meus lados, sou .
Quanto à medida dos lados: Quanto à medida dos ângulos:
⊲ equilátero – três lados de mesma medida; ⊲ acutângulo – três ângulos agudos; e. Sou o PQR, tenho um ângulo reto e os outros dois ângulos medem 30º e 60º.
⊲ isósceles – dois lados de mesma medida; ⊲ retângulo – um ângulo reto; Em relação à medida dos meus ângulos, sou .
⊲ escaleno – três lados de medidas diferentes. ⊲ obtusângulo – um ângulo obtuso.
Em relação à medida dos meus lados, sou .

114 5 o ANO 115 M AT EM ÁT ICA

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Habilidade do RCA
Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando
EF05MA17
material de desenho ou tecnologias digitais.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: discutir e retomar o conceito Para este capítulo, os alunos devem reconhe-
de triângulos, com foco nos seus ângulos inter- cer o triângulo como um polígono de três lados e
nos e na sua classificação quanto à medida de compreender a classificação dos triângulos.
seus lados.
• Mão na massa: identificar e conceituar triângu- Dificuldades antecipadas
los, com referência aos seus ângulos internos e No decorrer deste capítulo, durante a resolução
às suas classificações quanto à medida de seus das atividades propostas, os alunos podem se de-
lados e ângulos, confeccionando o jogo proposto. parar com algumas dificuldades. Assim, propomos
• Discutindo: apresentar a resolução de uma ativi- algumas intervenções para contorná-las.
dade e discutir acerca das estratégias utilizadas. Quando o aluno não reconhece os elementos
• Retomando: sistematizar e estruturar os obje- do triângulo e sua nomeação, questione-os para
tivos de aprendizagem propostos. que constatem que o triângulo é um polígono de
• Raio X: validar os conhecimentos, reconhecendo três lados: Quantos lados tem um triângulo? Todos
e identificando triângulos, quanto à medida de os triângulos têm o mesmo número de lados? Em
seus lados e ângulos. seguida, retome para que relembrem os elementos
do triângulo: E quantos vértices? E ângulos? Você
Objetivo de aprendizagem
sabe o que é um vértice?
• Identificar triângulos, a partir da medida de seus
Se o aluno não reconhecer a classificação dos
ângulos, e sua classificação de acordo com a
ângulos ou a medida dos lados do triângulo, retome
medida de lados e abertura de ângulos.
os capítulos 1 e 2 desta unidade.
Materiais
• Folha de cartolina (uma para cada grupo); caneta
hidrocor; régua; transferidor.

CONTEXTUALIZANDO
MÃO NA MASSA
Expectativas de resposta
1. a. Tem dois lados iguais. Expectativas de resposta
b. Tem três lados iguais. 1. O aluno deve buscar parceiros para a constru-
c. Tem três lados diferentes. ção de um jogo da memória de 12 peças, cujos
conteúdos e desenhos são construídos por eles
mesmos, com base em seus conhecimentos sobre
Orientações
classificação de triângulos quanto à medida dos
Neste momento, procure identificar potencialida-
lados e quanto à medida dos ângulos.
des e fragilidades nas aprendizagens, reconhecendo
tanto os conhecimentos prévios, bem como lacunas de Orientações
aprendizagem que os alunos apresentam em relação Organize a turma em duplas ou trios e explique
aos conceitos envolvendo classificação de triângulos que farão uma atividade em que as ideias deverão
quanto às medidas dos lados. ser compartilhadas. Em seguida, observe os alunos
Realize discussões e reflexões acerca das proprieda- confeccionando o jogo. Deixe que discutam suas ideias
des gerais do triângulo, já estudadas, como: quantidade enquanto verificam as maneiras de organizá-lo e, as-
de vértices, lados e ângulos, e as classificações quanto sim, possam levantar hipóteses e analisar diferentes
à medida dos lados. estratégias, sistematizando seus conhecimentos.

135 M AT E M ÁT I CA

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O aluno do 5o ano, muitas vezes, precisa de materiais explicações e demonstrações simbólicas sobre triângulos,
manipulativos para abstrair o conceito matemático; além de estimar as medidas de seus ângulos internos.
assim, para explorar e investigar o jogo proposto, busca Por fim, discuta com a turma a situação proposta
solucioná-lo através da organização das informações nesta seção. É esperado que sejam identificados os
envolvendo os seguintes tópicos: triângulo equiláte- triângulos equilátero, retângulo e o escaleno. Retome a
ro; triângulo isósceles; triângulo escaleno; triângulo ideia de classificações dos triângulos e a ideia da soma
acutângulo; triângulo retângulo; triângulo obtusângulo, das medidas dos ângulos internos de um triângulo.
retomando os elementos do triângulo.
Antes de desenvolver pedagogicamente a confec-
ção do jogo, todos devem compreender seus objetivos, RETOMANDO
regras e critérios, para que possam compartilhar cole-
tivamente as informações. Dessa maneira, discuta com Orientações
a turma algumas questões para retomar conceitos e Relembre com os alunos as aprendizagens da aula, a
provocar reflexões, tais como: De que maneira você respeito da classificação dos triângulos quanto à medida
nomeia um triângulo? Quais são os ângulos internos de dos ângulos e lados. Ressalte os aspectos conceituais
um triângulo? Como um triângulo pode ser classificado? da classificação dos triângulos quanto à medida dos
lados e dos ângulos; utilizando sempre a nomenclatura
correta, sinalize cada vértice e cada ângulo com as le-
DISCUTINDO tras dos vértices para indicar cada ângulo do triângulo,
por exemplo: Â (o ângulo A) mede 90°, ou seja, Â é um
Expectativas de resposta ângulo reto.
1. a. Os ângulos medem 60°. Esse conceito deve ser elaborado com base nos
b. O ângulo mede 90°, pois trata-se de um triân- conhecimentos de cada aluno, de modo que permita
diferentes visualizações do mesmo objeto de conhe-
gulo retângulo.
cimento, e atenda ao resultado esperado.
c. As medidas dos ângulos de um triângulo escaleno
podem variar, mas vale ressaltar que esse triângulo
da imagem referida é um triângulo obtusângulo
RAIO X
e que as medidas dos ângulos internos, apesar
de desconhecidas, devem somar 180°.
Expectativas de resposta
1. a. acutângulo.
Orientações
b. obtusângulo.
É o momento de promover discussões referentes c. acutângulo; equilátero.
às estratégias e respostas apresentadas pelos alunos. d. obtusângulo; isósceles.
Inicie solicitando a eles que exponham suas resolu- e. retângulo; escaleno.
ções. Permita que exponham suas estratégias e suas
anotações e comentem sobre a solução apresentada. Orientações
Peça aos grupos que compartilhem com a turma O propósito desta atividade é verificar se os alunos
seus jogos e valorize as estratégias escolhidas para compreenderam as classificações de triângulos quanto
classificarem os triângulos. Busque garantir que com- à medida dos lados e dos ângulos e que a soma das
preendam os conceitos de triângulos equilátero, isós- medidas dos ângulos internos de um triângulo é sempre
celes, escaleno, retângulo, acutângulo e obtusângulo. igual a 180º. Os alunos devem resolver esse problema
Incentive-os a explorar diferentes maneiras, métodos individualmente, então peça que pensem nas maneiras
e estratégias. Peça que esquematizem e testem suas pelas quais podem obter a resolução. Ao final, solicite que
ideias e, assim, possam validá-las ou não, até chegarem compartilhem suas respostas e, neste momento, faça suas
a uma que atenda a suas necessidades. intervenções, levando em conta que mesmo os equívocos
A construção do conceito de triângulos, proposta na são estruturas de resolução. Assim, peça aos alunos que
atividade, cria a oportunidade para construir, colabo- expliquem seus equívocos e pensamentos e como podem
rativa e coletivamente, possibilidades conceituais de corrigi-los, nesses casos.

136 5 o ANO

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4. Polígono: é ou não é?
PÁGINA 116 PÁGINA 117

4. Polígono: é ou não é? MÃO NA MASSA

Sabemos que o polígono é uma figura geométrica plana, fechada, formada por segmen- 1. Imagine a fachada de uma casa ou de um prédio qualquer. Siga as orientações a
tos de reta. seguir para desenhar essa fachada.

1. Abaixo, há figuras planas que são polígonos e outras que não são. Identifique e a. Primeiro, desenhe no espaço indicado a casa ou o prédio que você imaginou, de
contorne as figuras planas que são polígonos. modo bem detalhado, isto é, caprichando nos detalhes.
b. Depois, identifique os polígonos e não polígonos, e desenhe o polígono ou não
polígono identificado nos espaços indicados à figura isolada.

Faça aqui seu desenho Polígonos

Não polígonos

116 5 o ANO 117 M AT E M ÁT ICA

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DISCUTINDO RAIO X

2. A professora do quinto ano pediu aos alunos que identificassem se as figuras são Polígono: é ou não é?
ou não polígonos. Observe as respostas dadas e diga se elas estão corretas.
1. Considere as oito figuras abaixo e seus conhecimentos sobre polígonos para
preencher o quadro.

1 2 3 4

a. A figura azul é um polígono que tem quatro lados, não são todos iguais, são
iguais dois a dois. Ela também tem quatro ângulos retos.

b. A figura verde é um polígono. Ela é fechada e tem dois segmentos de reta de 5 6 7 8


mesma medida.

c. A figura alaranjada não é um polígono. Alguns lados são formados por segmen-
tos de reta.

Figura É polígono? Por quê? Justifique.

1
RETOMANDO
2
Polígonos são figuras geométricas planas e compostas de linhas fechadas, formadas
apenas por segmentos de reta.
3

Polígonos Não polígonos


4

118 5 o ANO 119 M AT E M ÁT ICA

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Habilidade do RCA
Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los, utilizando
EF05MA17
material de desenho ou tecnologias digitais.

Sobre o capítulo Dificuldades antecipadas


• Contextualizando: discutir e retomar o reco- No decorrer deste capítulo, durante a resolução
nhecimento das características dos polígonos, das atividades propostas, os alunos podem se de-
distinguindo-os dos não polígonos. parar com algumas dificuldades. Assim, propomos
• Mão na massa: elaborar estratégias que permi- algumas intervenções para contorná-las.
tam distinguir os polígonos dos não polígonos, Se o aluno não reconhecer as principais carac-
a partir das características dos polígonos, por terísticas de um polígono, é válido fazer interven-
meio de ilustração. ções, discutindo com a turma as seguintes questões:
• Discutindo: apresentar a resolução de um pro- Você conhece alguma característica de um polí-
blema e discutir acerca das estratégias utilizadas. gono? Quais?; Toda figura fechada é um polígono?
• Retomando: sistematizar e estruturar os obje- Peça aos alunos que desenhem um pentágono e
tivos de aprendizagem propostos. um círculo e questione-os: Quais os vértices desta
• Raio X: validar e reconhecer os polígonos e figura (pentágono)? E desta (círculo)? E quais são
distingui-los de não polígonos. os ângulos? E os lados?
Se algum aluno não compreender o que é uma
Objetivos de aprendizagem linha fechada ou aberta, pegue um barbante ou
• Identificar polígonos e suas características.
uma linha e peça a ele que faça uma figura com o
• Nomear corretamente vértices, faces e arestas.
barbante. Em seguida, discuta qual seria a condi-
• Classificar triângulo segundo as medidas dos
ção para formar uma linha fechada e qual seria a
seus lados.
condição para formar uma linha aberta.
• Compreender a diferença entre círculo e
Se o aluno não compreender o que é um seg-
circunferência.
• Compor e decompor figuras. mento de reta, solicite a ele que defina ou dese-
nhe uma reta; em seguida, pergunte: Se eu pegar
Materiais um pedaço da reta que você desenhou, como eu
• Lápis de cor; caneta hidrocor. chamaria esse pedaço? Uma reta tem começo ou
fim? E um segmento de reta? Por que um polígono
Contexto prévio é formado por segmentos de reta e não por retas?
Para este capítulo, os alunos devem conhecer
as características dos polígonos e saber distinguir
polígonos de não polígonos.

CONTEXTUALIZANDO Orientações
Neste momento, procure identificar potencialida-
Expectativas de resposta des e fragilidades nas aprendizagens, reconhecendo
1. tanto os conhecimentos prévios como as lacunas de
aprendizagem que os alunos apresentam em relação
aos conceitos envolvendo as características de um
polígono, em vias de distingui-lo de um não polígono.
Durante a resolução da atividade, verifique como
investigam os dados e lidam com a análise de polígo-
nos e não polígonos. Promova discussões e reflexões
com foco nas características gerais dos polígonos. Faça
intervenções, ponderando as mais relevantes ao seu
contexto, no momento: O que é uma linha fechada pelos

138 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 138 11/01/2022 19:52


lados? (É uma figura cujo primeiro ponto do segmento b. A resposta está errada, pois a figura verde não
de reta que a fecha coincide com o último ponto do é um polígono. Ela não é formada apenas por
último segmento que a fecha.) O que é um segmento de segmentos de reta.
reta? (Parte de uma reta que tem um ponto de início e c. A resposta está errada, pois a figura alaranja-
outro de fim.) Por que um lado é um segmento de reta? da é um polígono. Ela é formada apenas por
(Porque tem início e fim.) O que é um vértice? (Ponto segmentos de reta.
de encontro dos lados de um polígono.) Quais carac-
terísticas dessas figuras não as fazem ser classificadas Orientações
como polígonos? (Serem compostas de linhas abertas É o momento de promover discussões referentes
ou não serem compostas exclusivamente de segmentos às estratégias e respostas apresentadas pelos alunos.
de reta.) Quais das figuras não são polígonos? (Todas as Solicite a eles que exponham suas resoluções; permita
que exponham suas estratégias e suas anotações e
compostas de linhas fechadas sem segmentos de reta
comentem sobre a solução apresentada.
e as compostas de linhas abertas.) Quais figuras não
Peça aos grupos que observem as figuras e valorize
são fechadas? (Aquelas cujos lados não se encontram
as estratégias escolhidas para avaliar figuras geomé-
em um ponto – inicial, final.)
tricas planas e discutir sobre suas características, em
vias do reconhecimento dos polígonos e não polígonos.
Incentive-os a explorar diferentes estratégias. Peça
MÃO NA MASSA
que esquematizem e testem suas ideias e, assim, possam
validá-las ou não, até chegarem a uma que atenda a
Expectativas de resposta
suas necessidades.
1. O estudante deve desenhar a fachada de uma
Se julgar necessário, discuta com a turma: Quais são
casa ou de um prédio qualquer, caprichando nos
as características essenciais de uma figura para que ela
detalhes, para, posteriormente, identificar três
seja um polígono? (Ser fechada por segmentos de reta.)
polígonos regulares e três não polígonos.
O que é uma figura plana? (Aquela em que todos os seus
pontos estão em um mesmo plano.) Como se chamam
Orientações
os segmentos de reta de um polígono? (Lados.) Como
Organize a turma em duplas ou trios e explique que se chamam os encontros dos segmentos de reta de um
farão uma atividade em que as ideias deverão ser com- polígono? (Vértices.)
partilhadas. Em seguida, observe os alunos desenhando
e classificando polígonos e não polígonos, deixando que
discutam suas ideias e verifiquem as maneiras de orga- RETOMANDO
nizá-los, e, assim, possam levantar hipóteses, analisar
diferentes estratégias e sistematizar seus conhecimentos. Orientações
O aluno do quinto ano, muitas vezes, precisa de Relembre com os alunos as aprendizagens do ca-
materiais manipulativos e lúdicos para abstrair o con- pítulo, enfatizando a ideia de ilustrar as característi-
ceito matemático; assim, para explorar e investigar cas essenciais de uma figura plana para que ela seja
o desenho proposto, busca formas para organizar classificada como um polígono, distinguindo-se de um
as informações envolvendo a distinção de polígonos não polígono. Esse conceito deve ser elaborado com
de não polígonos, analisando os seguintes tópicos: base nos conhecimentos de cada aluno, de modo que
ângulo, vértices, segmentos de retas, linhas abertas permita diferentes visualizações do mesmo objeto de
e linhas fechadas. conhecimento e atenda ao resultado esperado.

DISCUTINDO

Expectativas de resposta
1. a. A resposta está correta.

139 M AT E M ÁT I CA

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Figura É polígono? Por quê? Justifique.
RAIO X
É uma figura composta de
Expectativas de resposta linhas fechadas e segmen-
6 Sim
1. tos de reta, que tem lados,
ângulos e vértices.
Figura É polígono? Por quê? Justifique.
A figura é formada por linhas
É uma figura plana composta
fechadas, mas não tem la-
de segmentos de reta, com 7 Não
dos, isto é, não é formada
1 Sim cinco ângulos, cinco vérti-
por segmentos de reta.
ces e cinco lados. Chama-se
pentágono. A figura é formada por seg-
É uma figura plana, mas 8 Sim mentos de reta, tem ângulos
não apresenta segmentos e vértices.
2 Não
de reta. Portanto, não tem
lados, vértices e ângulos.
Orientações
É uma figura plana, composta O propósito desta atividade é verificar se os alunos
de segmentos de reta, com
3 Sim compreenderam as características dos polígonos, dis-
quatro ângulos, quatro vér-
tinguindo-os dos não polígonos de modo explicativo.
tices e quatro lados.
Eles devem resolver esse problema individualmente.
É um polígono, pois tem Peça que pensem nas maneiras pelas quais podem
segmentos de reta como obter a resolução. Ao final, solicite que compartilhem
4 Sim
lados; tem também ângu-
suas respostas e, neste momento, faça suas interven-
los e vértices e é fechado.
ções, levando em conta que mesmo os equívocos são
É uma figura plana, mas estruturas de resolução. Assim, peça aos alunos que
5 Não não é formada apenas por expliquem seus equívocos e pensamentos e como po-
segmentos de reta. dem corrigi-los, nesses casos.

140 5 o ANO

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UNIDADE 3

PROPRIEDADES DA IGUALDADE E NOÇÃO DE EQUIVALÊNCIA

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

2; 3.

HABILIDADES DO RCA
Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros permanece
ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número (incluindo a
EF05MA10
combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação em que os dois
termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.

Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão em sentença
EF05MA11
matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.

Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de adição, subtração,


EF05MA-AP01 divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens algébrica e algorítmica
e suas relações.

OBJETO DE CONHECIMENTO

Propriedades da igualdade e noção de equivalência.

UNIDADE TEMÁTICA

Álgebra.

PARA SABER MAIS

• L ONGATO, S. Álgebra nos anos iniciais do EF: como significar seu desenvolvimento? Mathema, 8 jan. 2021. Disponível em:
https://mathema.com.br/artigos/algebra-nos-anos-iniciais-do-ef-como-significar-seu-desenvolvimento-com-os-estudantes/.
Acesso em: 30 jul. 2021.

141 M AT E M ÁT I CA

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1. A ideia de igualdade no campo aditivo
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UNIDADE 3
MÃO NA MASSA
PROPRIEDADES DA
IGUALDADE E NOÇÃO 1. Duas amigas, Cidinha e Eliane, estão fazendo uma batalha de cozinheiras. No
desafio desta semana, elas vão fazer rocambole salgado. Os ingredientes devem

DE EQUIVALÊNCIA totalizar 1 200 gramas.

Veja no quadro abaixo os ingredientes escolhidos por elas.

Receita da Cidinha Receita da Eliane


1. A ideia de igualdade no campo aditivo ⊲ 350 gramas de mandioca ⊲ 450 gramas de batatas
⊲ 250 gramas de milho ⊲ 250 gramas de milho
1. Leia o que a professora de Matemática do 5° ano disse. ⊲ 400 gramas de frango ⊲ 500 gramas de carne

Podemos considerar uma igualdade


Agora, responda às perguntas a seguir.
entre duas ou mais operações quando
os resultados têm o mesmo valor. a. A quantidade de ingredientes escolhida por Cidinha e por Eliane está de acordo
Nesse caso, a igualdade está sendo com a quantidade estabelecida no desafio da semana? Se as quantidades não
usada no sentido de equivalência. estiverem corretas, como podemos arrumar a receita?
A igualdade como equivalência
acontece quando há operações em
ambos os membros. Correto? E, claro,
os resultados devem ter o mesmo valor.

b. Se retirarmos o milho da receita da Eliane, a quantidade de ingredientes restante


estará correta, levando em conta o desafio da semana?
Complete as lacunas utilizando os símbolos = (igual) ou ≠ (diferente).

270 + 337 600 + 7 270 + 337 – 20 600 + 7

270 + 337 + 12 600 + 7 270 + 337 – 20 600 + 7 – 20

270 + 337 + 12 600 + 7 + 12


2. Agora, responda às perguntas a seguir.
c. Se fosse decidido que os ingredientes deveriam totalizar 1 500 gramas e fossem
a. O que acontece com uma igualdade quando adicionamos ou subtraímos um adicionados 300 gramas de azeitonas, a quantidade de ingredientes da receita da
número em apenas um dos membros dela? Eliane estaria correta?

b. O que acontece com uma igualdade quando adicionamos ou subtraímos um


mesmo número em cada um dos membros dela?

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DISCUTINDO RETOMANDO

Vamos estabelecer algumas relações? Neste capítulo, retomamos e investigamos igualdades.


Verificamos que apenas temos uma igualdade quando os membros têm termos equiva-
1. Que estratégia você utilizou para descobrir se, inicialmente, as amigas tinham a lentes.
quantidade correta de ingredientes? Escreva uma igualdade para representar as Por fim, validamos a ideia de que, quando adicionamos ou subtraímos um mesmo valor
quantidades desses ingredientes e o total da receita. em ambos os membros de uma igualdade, mantemos a equivalência. Essa estratégia pode
nos ajudar a determinar valores desconhecidos em uma igualdade.

RAIO X

Agora é a sua vez!


Durante a aula do 5° ano, a professora pediu aos alunos que descobrissem o número
2. Escreva uma igualdade para representar as quantidades quando foi retirado o que está faltando na seguinte igualdade:
milho da receita original.
160 + = 76 + 30 + 60

Aninha resolveu desta maneira:

160 + ? = 76 + 90
3. Escreva uma igualdade para representar as quantidades quando foi acrescentada
a porção de azeitonas na receita e a quantidade total de ingredientes foi alterada 160 + ? = 70 + 6 + 90
para 1 500 gramas.
160 + ? = 160 + 6

Agora, responda às perguntas a seguir.

1. Que número que está faltando?

4. Que relação podemos estabelecer observando essas igualdades?

2. Aninha resolveu o cálculo corretamente? Explique os procedimentos que ela usou


para resolvê-lo.

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Habilidades do RCA
Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros permanece
ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número (incluindo
EF05MA10
a combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação em que os
dois termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.
Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão em sentença
EF05MA11
matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.
Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de adição, subtração,
EF05MA-AP01 divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens algébrica e
algorítmica e suas relações.

Sobre o capítulo Durante a resolução da atividade proposta na


• Contextualizando: retomar conceitos prévios seção Mão na massa, se o aluno pode não ser capaz
envolvendo situações em sentença matemática de elaborar uma estratégia, pois não compreende
com uma igualdade. o contexto da questão, peça a ele que releia o pro-
• Mão na massa: explorar a ideia de equivalência blema e passo a passo, siga as etapas indicadas,
nas igualdades e verificar que ela não se altera buscando dar significado à situação.
ao adicionar ou subtrair um mesmo número em Caso os alunos adicionem todos os valores
seus dois membros. apresentados, com a intenção de solucionar a si-
• Discutindo: apresentar a resolução da atividade tuação-problema proposta, isso significa que não
proposta na seção Mão na massa e discutir compreenderam a questão ou até mesmo que não
acerca das estratégias utilizadas, reconhecendo conseguem interpretar corretamente os dados apre-
situações de adição e subtração. sentados; nesse caso, auxilie-os fazendo questio-
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos namentos que os direcionem na interpretação da
de aprendizagem propostos. questão e dos dados apresentados, como: O que
• Raio X: validar as estratégias e resoluções para queremos neste problema? Vamos ler mais uma
verificar que uma igualdade não se altera ao vez com bastante atenção? Com essas perguntas,
adicionar ou subtrair um mesmo número em seus podemos identificar se o aluno compreendeu a si-
dois membros. tuação-problema apresentada. Ao fazer a leitura
novamente, chame a atenção para os dados apre-
Objetivos de aprendizagem sentados no problema.
• Investigar a equivalência em adições e subtrações. Ainda na seção Mão na massa, se o aluno sub-
• Diferenciar igualdade e desigualdade em situações trai o valor do milho, mas não nota que a igualdade
de soma e subtração. já não apresenta os termos semelhantes nos seus
membros, pois ainda o desafio deve ter 1 200 gramas
Dificuldades antecipadas de ingredientes, peça que ele refaça os cálculos e
No decorrer deste capítulo, durante a resolução verifique se a quantidade de ingredientes permanece
das atividades propostas, os alunos podem se de- 1 200 gramas. Nesse aspecto, espera-se que o aluno
parar com algumas dificuldades; assim, propomos verifique que a igualdade não tem mais termos equi-
algumas intervenções para contorná-las. valentes, ou seja, não se trata mais de uma igualdade.

CONTEXTUALIZANDO 270 + 337 – 20 ≠ 600 + 7


270 + 337 – 20 = 600 + 7 – 20
Expectativas de resposta 2. Espera-se que os alunos percebam que, quando
1. 270 + 337 = 600 + 7 adicionamos ou subtraímos um número em ape-
270 + 337 + 12 ≠ 600 + 7 nas um dos membros da igualdade, não mante-
270 + 337 + 12 = 600 + 7 + 12 mos a equivalência, mas, quando adicionamos

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ou subtraímos um mesmo número em ambos os A resolução do problema se baseia em fazer com que
membros da igualdade, mantemos a equivalência. os alunos pensem na equivalência da igualdade e re-
conheçam que a igualdade não se altera ao adicionar
Orientações ou subtrair em seus dois membros um mesmo número.
Este momento é de diagnóstico. Observe como os Permita que exponham seus pensamentos, resoluções e
alunos resolvem o problema, se sabem usar o algoritmo estratégias, promovendo um debate entre eles. Circule
usual da adição e subtração corretamente ou se usaram pela sala e observe se os alunos desenvolveram al-
outra estratégia para adicionar. Neste momento, procure guma estratégia nova. Se julgar necessário, pergunte
identificar potencialidades e fragilidades nas aprendi- aos alunos: Qual é a relação entre a quantidade total
zagens, reconhecendo tanto os conhecimentos prévios de ingredientes e a quantidade de cada ingrediente da
como as lacunas de aprendizagem em relação à adição receita? O objetivo dessa questão é que o aluno formalize
e subtração de números naturais. Verifique como eles a ideia e compreenda a relação de igualdade. Como
organizam os dados e relacionam representações de podemos proceder para arrumar a receita de Cidinha?
um mesmo valor, reconhecendo as igualdades. O propósito dessa questão é levar o aluno a refletir
Retome alguns conceitos importantes sobre a ideia sobre os valores e investigar as diversas possibilidades,
de equivalência nas igualdades e busque construir sig- observando que os dois membros da igualdade devem
nificado para a situação apresentada. Veja se os alunos ser equivalentes.
compreenderam o que acontece quando adicionamos ou O desenvolvimento algébrico proposto nesta ati-
subtraímos um número qualquer em um dos membros de vidade se dará a partir da observação e investigação
uma igualdade. Busque informações junto à turma sobre das igualdades em uma situação de adição e subtra-
qual a familiaridade deles com igualdades envolvendo ção de números naturais; nesse sentido, mais do que
adição e subtração. Verifique se compreendem os proce- obter uma resposta, esse processo se dá ao realizar a
dimentos de cálculos e como constroem significados na atividade, buscando maneiras de resolvê-la, por meio
elaboração de estratégias e resoluções de problemas. de questionamentos, observações e investigações.
Ainda nas investigações desta atividade, o aluno
pode notar: (450 + 500) + 250 = 450 + (500 + 250), pois
MÃO NA MASSA uma soma independe da ordem em que as adições
são efetuadas (propriedade associativa), bem como
Expectativas de resposta 350 + 250 + 400 ≠ 1 200 e 450 + 250 + 500 = 1 200,
1. a. A quantidade escolhida por Cidinha está errada, pois, para obter a equivalência em uma igualdade,
e a quantidade escolhida por Eliane está corre- os membros devem assumir o mesmo valor.
ta, pois, de acordo com o desafio da semana,
os ingredientes devem totalizar 1 200 gramas.
Para arrumar a receita de Cidinha, devemos DISCUTINDO
adicionar 200 gramas de ingredientes (a receita
pode ficar com diferentes configurações, pois os Expectativas de resposta
alunos podem adicionar 200 g nos ingredientes 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos adicio-
de diferentes maneiras). nem as quantidades dos ingredientes da receita
b. Se retirarmos o milho, a quantidade de ingredientes e verifiquem se a soma é 1 200 gramas.
da receita estará errada, pois não totalizaria 1 200 Receita da Cidinha: 350 + 250 + 400 ≠ 1 200
gramas (se subtrairmos em apenas um membro Receita da Eliane: 450 + 250 + 500 = 1 200
da igualdade, a equivalência não se mantém). 2. Receita da Eliane: 450 + 250 – 250 + 500 ≠ 1 200
c. Estaria correta, pois adicionamos 300 gramas 3. As igualdades podem ser representadas de di-
de azeitona na receita, totalizando 1 500 gramas ferentes maneiras:
(adicionamos o mesmo valor nos dois membros 450 + 250 + 500 + 300 = 1 200 + 300
da igualdade, mantendo a equivalência). 1 500 = 450 + 250 + 500 + 300
4. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos ob-
Orientações servem que, subtraindo um número em apenas
Organize a turma em duplas para que juntos discu- um membro da igualdade, a equivalência não é
tam e busquem estratégias para resolver o problema. mantida e que, adicionando um mesmo número

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nos dois membros da igualdade, a equivalência “termos equivalentes” (para comparar os membros da
é mantida. igualdade) e “membros de uma igualdade”, para falar
de cada um dos lados da igualdade.
Orientações
Promova discussões referentes às estratégias e re-
soluções apresentadas pelos alunos. Inicie solicitando RETOMANDO
aos alunos que exponham suas resoluções. Permita que
digam quais estratégias utilizaram e quais anotações Orientações
fizeram e que comentem sobre a resolução apresentada. Relembre e sistematize com os alunos as aprendiza-
Solicite também que observem as estratégias apre- gens da aula e a ideia de utilizá-las para criar diversas
sentadas pelos outros alunos. Sonde-os para ver se possibilidades de resolução para validar cálculos que
notaram que os ingredientes totalizaram 1 200 gramas envolvem igualdades. Ressalte que esses conhecimen-
e como a receita de Cidinha não completa essa quan- tos são adquiridos a partir dos conhecimentos de cada
tidade. Quando são questionados para arrumar essa um, por meio de observação e investigação e, assim,
receita. Chame a atenção para as diferentes maneiras conseguimos generalizar e constatar que uma igualdade
de compor os valores para totalizar os 1 200 gramas é formada por dois membros com termos equivalentes
da mesma. Verifique com os alunos se eles conse- e que, ao adicionar ou subtrair um mesmo valor nos
guiram notar que, ao retirar o milho da receita, não dois membros da igualdade, ela se mantém.
será mantido o total de 1 200 gramas de ingredientes:
450 + 250 – 250 + 500 ≠ 1 200 (retirando a quantidade
de milho, não mantemos a equivalência dos membros RAIO X
da igualdade).
Incentive os alunos a explorar diferentes métodos Espectativas de resposta
e estratégias de cálculo. Peça que esquematizem e 1. O número que está faltando é o 6.
testem suas ideias, validando-as ou não, até chegar 2. Desagrupando a unidade 6 do número 76, ficamos
a uma que atenda suas necessidades. com a seguinte soma: 70 + 6 + 90. Adicionando
A ideia da álgebra nesta etapa da escolarização o 90 ao 70, temos 160. Assim, temos ambos os
não diz respeito a manipular incógnitas (x, y …), mas, lados da igualdade iguais: 160 + 6 = 160 + 6.
sim, expressar generalizações ao identificar padrões;
assim, focamos as discussões para desenvolver o pen- Orientações
samento algébrico dos alunos. Caso julgue pertinente, proponha outros exemplos
Neste momento, apresente novos vocabulários, como de expressões com números desconhecidos para que
“equivalência” (que se refere à relação de igualdade), os alunos resolvam.

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2. A ideia de igualdade no campo multiplicativo
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2. A ideia de igualdade no campo mutiplicativo MÃO NA MASSA

1. Joana estava resolvendo algumas contas no caderno quando percebeu que: 1. Três amigos foram passear de bicicleta em uma pista circular em frente ao aero-
porto de Macapá. Essa pista foi sinalizada por placas com distância de 130 metros
24 ÷ 4 = 6 2×3=6 uma da outra.

Logo ela concluiu que:

24 ÷ 4 = 2 × 3 = 6

Faça como Joana. Identifique e organize as informações abaixo em igualdades:

7 × 5 5 × 4
100 ÷ 5

⊲ João deu uma volta completa e contou 12 placas no percurso.


⊲ Heitor deu algumas voltas e percorreu uma distância total de 4 680 metros na pista.
20 ⊲ Miguel completou apenas metade do percurso da pista.
70 ÷ 2 35
a. Quantas voltas Heitor completou? Quantas placas de sinalização ele contou?

b. Por quantas placas de sinalização Miguel passou? Qual foi a distância que ele
percorreu?

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DISCUTINDO RAIO X
Vamos estabelecer algumas relações? 2. Uma caixa contém 3 pacotes de livros.

Biz Jones/Image Source/Getty Images


Cada pacote contém 16 livros. Ana, que
1. Observe o quadro abaixo. gosta muito de ler, leu, ao longo de um ano,
metade dos livros contidos na caixa.
Distância � quantidade de placas de
Distância percorrida (metros)
sinalização � quantidade de voltas

João 130 m × 12 placas × 1 volta


a. Quantos livros há na caixa?

Heitor 130 m × 12 placas × 3 voltas 4 680

Miguel 130 m × 12 placas ÷ 2 (meia volta)

a. Organize esses dados em igualdades.

b. Quantos livros Ana leu ao longo do último ano?

b. Complete o quadro com os dados que faltam.

c. Escreva uma igualdade que represente a quantidade de livros na caixa.

RETOMANDO

Que relação você notou nas igualdades da atividade da seção Discutindo?

Neste capítulo, vimos que uma igualdade não se altera ao multiplicar ou dividir seus
dois membros por um mesmo número.

1. Escreva ou sistematize os principais aprendizados deste capítulo e, se possível, d. Escreva uma igualdade que represente a quantidade de livros que Ana leu.
elabore exemplos.

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Habilidades do RCA
Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros permanece
ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número (incluindo
EF05MA10
a combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação em que os
dois termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.
Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão em sentença
EF05MA11
matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.
Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de adição, subtração,
EF05MA-AP01 divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens algébrica e
algorítmica e suas relações.

Sobre o capítulo Dificuldades antecipadas


• Contextualizando: retomar conceitos prévios No decorrer deste capítulo, durante a resolução
envolvendo situações em sentença matemática das atividades propostas, os alunos podem se de-
com uma igualdade. parar com algumas dificuldades; assim, propomos
• Mão na massa: explorar a ideia de equivalência algumas intervenções para contorná-las.
nas igualdades e verificar que ela não se altera Durante a resolução da atividade proposta na
ao multiplicar ou dividir um mesmo valor em seção Mão na massa, se o aluno pode não ser
seus dois membros. capaz de elaborar uma estratégia pois não com-
• Discutindo: apresentar a resolução da atividade preende o contexto da questão, peça a ele que
proposta na seção Mão na massa e discutir releia o problema e passo a passo, siga as etapas
acerca das estratégias utilizadas, reconhecendo indicadas, buscando dar significado à situação.
situações de multiplicação e divisão. Na seção Mão na massa, se os alunos tiverem
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos dificuldades em determinar o percurso de Heitor,
de aprendizagem propostos. questione-os: Que informações temos no problema
• Raio X: validar as estratégias e resoluções para sobre o percurso desta prova? Qual é a relação en-
verificar que uma igualdade não se altera ao tre a distância percorrida por Heitor e João? Essas
multiplicar ou dividir um mesmo valor em seus perguntas levarão os alunos a voltar no texto e
dois membros. localizar as informações contidas nele.
Se os alunos encontrarem obstáculos com rela-
Objetivos de aprendizagem ção à multiplicação e à divisão, solicite que utilizem
• Investigar a equivalência em multiplicações e a tabuada, pois é importante que compreendam
divisões. a finalidade das operações, e não somente as
• Reconhecer e explorar uma igualdade matemática memorizem. Para que os alunos compreendam
em situações de multiplicação e divisão. a multiplicação e divisão e possam encontrar es-
tratégias para chegar aos resultados, você pode
Contexto prévio auxiliá-los propondo que utilizem estratégias de
Para este capítulo, os alunos devem saber efe- cálculos mentais na multiplicação e divisão, como
tuar adição, subtração, multiplicação e divisão de composição e decomposição de números que fa-
números naturais. cilitem a operação.

CONTEXTUALIZANDO significado para a situação apresentada. Observe se


os alunos compreenderam que diferentes operações
Expectativas de resposta são equivalentes quando representam um mesmo va-
1. 7 × 5 = 70 ÷ 2 = 35; 5 × 4 = 100 ÷ 5 = 20 lor. Busque informações junto à turma sobre qual a
familiaridade deles com igualdades de multiplicação e
Orientações divisão. Verifique se compreendem os procedimentos de
Retome alguns conceitos importantes sobre a ideia cálculos e como constroem significados na elaboração
de equivalência nas igualdades e busque construir de estratégias e resoluções de problemas.

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130 × 12 ÷ 2 = 1 560 ÷ 2 ou 130 × 12 ÷ 2 = 780 ou
MÃO NA MASSA 1 560 ÷ 2 = 780

Expectativas de resposta Orientações


1. a. 3 voltas; 36 placas de sinalização. Promova discussões referentes às estratégias e re-
b. 6 placas de sinalização; 780 metros. soluções apresentadas pelos alunos. Inicie solicitando
aos alunos que exponham suas resoluções. Permita que
Orientações exponham suas estratégias e anotações e comentem
Organize a turma em duplas para que juntos busquem sobre a solução apresentada.
estratégias para resolver o problema proposto. A resolução Solicite também que observem as estratégias
do problema se baseia em fazer com que os alunos pen- apresentadas pelos outros alunos. Sonde-os para
ver se notaram que, para determinar a distância
sem na equivalência da igualdade e reconheçam que uma
total da pista, devem multiplicar 130 metros pela
igualdade não se altera ao multiplicar ou dividir em seus
quantidade de placas de sinalização. Verifique com
dois membros um mesmo valor. Permita que exponham
os alunos se eles perceberam que, após determinar
seus pensamentos, suas resoluções e estratégias e promova a quantidade de voltas de Heitor, também podem
um debate entre eles. Circule pela sala de aula e observe multiplicar essa quantidade pela quantidade de
se os alunos desenvolveram alguma estratégia nova. Se placas de sinalização.
julgar necessário, pergunte para os alunos: Qual é a relação Incentive os alunos a explorar diferentes métodos
entre a quantidade de placas e a distância entre elas? O e estratégias de cálculo. Peça que esquematizem e
objetivo dessa questão é que o aluno formalize a ideia testem suas ideias, validando-as ou não, até chegar
e compreenda a relação de igualdade. Como determinar a uma que atenda suas necessidades.
o número de voltas e a quantidade de placas que Heitor
contou? E Miguel, como descobrimos a distância percorrida?
O propósito dessas questões é levar o aluno a refletir sobre RETOMANDO
os valores e investigar as possibilidades, observando que
os dois membros da igualdade devem ser equivalentes. Expectativas de resposta
O desenvolvimento algébrico proposto nesta ati- 1. Respostas pessoais.
vidade se dará a partir da observação e investigação
das igualdades em uma situação de multiplicação e Orientações
divisão de números naturais; nesse sentido, mais do que Relembre e sistematize com os alunos as apren-
obter uma resposta, esse processo se dá ao realizar a dizagens da aula e a ideia de utilizá-las para criar
diversas possibilidades de resolução para validar
atividade, buscando maneiras de resolvê-la, por meio
cálculos que envolvem igualdades. Ressalte que
de questionamentos, observações e investigações.
esses conhecimentos são adquiridos a partir dos
Ainda nas investigações desta atividade, o aluno
conhecimentos de cada um, por meio de observação
pode notar: 130 × 12 = 12 × 130, ou seja, a ordem das
e investigação; assim, conseguimos generalizar e
parcelas não altera o produto (propriedade comuta- constatar que uma igualdade é formada por dois
tiva), ou então (130 × 12) × 3 = 130 × (12 × 3), ou seja, membros com termos equivalentes e, ao multiplicar
o produto é sempre o mesmo e independe da ordem ou dividir um mesmo valor nos dois membros da
em que as multiplicações são efetuadas (propriedade igualdade, ela se mantém.
associativa).

RAIO X
DISCUTINDO
Expectativas de resposta
Expectativas de resposta 1. a. Na caixa há 48 livros.
1. 130 × 12 × 1 = 1 560 b. Ana leu 24 livros.
130 × 12 × 3 = 1 560 × 3 ou 130 × 12 × 3 = 4 680 ou c. 3 × 16 × 48
1 560 × 3 = 4 680 d. 3 × 16 ÷ 2 = 48 ÷ 2

148 5 o ANO

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Orientações respostas. Ao final, solicite que os alunos compartilhem
O propósito desta atividade é verificar se os alunos suas respostas e, nesse momento, faça intervenções,
compreenderam e conseguem reconhecer a equivalên- levando em conta que mesmo os erros são estruturas
cia de uma igualdade em situações de multiplicação e de resolução; assim, peça aos alunos que expliquem
divisão. Os alunos devem resolver esta atividade indivi- seus erros e pensamentos e como podem corrigi-los
dualmente. Peça que pensem em maneiras para obter as nesses casos.

ANOTAÇÕES

149 M AT E M ÁT I CA

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3. Comparando multiplicações
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3. Comparando multiplicações MÃO NA MASSA

1. Marcelo e Ana estão organizando uma gincana e pretendem formar equipes com 1. Marcos e Daniel estão comprando brinquedos para distribuir para as crianças em
os 36 colegas de classe que participarão. uma campanha de Natal solidário. Marcos comprou algumas caixas com 20 brin-
quedos cada. Daniel encontrou uma promoção de 5 caixas com 12 brinquedos em
Podemos, sim! As duas cada e resolveu levar o dobro dessa quantidade.
Será que podemos maneiras para formar as
formar 2 equipes com equipes estão corretas, pois:
18 colegas ou 3 equipes a. É possível calcular quantas caixas de brinquedos Marcos comprou, sabendo
2 × 18 = 36 e 3 × 12 = 36
com 12 colegas? que ele comprou a mesma quantidade de brinquedos que Daniel?
Logo, 2 × 18 = 3 × 12 = 36.

Existem outras maneiras de formar equipes com essa turma, sabendo que as equipes
devem ter a mesma quantidade de pessoas? Se a resposta for sim, escreva como seriam es-
sas equipes.

b. Se Marcos e Daniel comprarem três vezes mais caixas de brinquedos do que


compraram, levarão a mesma quantidade de brinquedos?

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DISCUTINDO RAIO X

1. Vamos estabelecer algumas relações? 1. Uma doceria está promovendo uma degustação saudável e produziu 48 doces de
cada tipo de fruta; em seguida, os colocou em embalagens diferentes.
a. Que estratégia você utilizou para descobrir a quantidade de caixas que Marcos
comprou? Escreva uma igualdade para representar essa situação. Veja no quadro a quantidade de doces de cada tipo em cada embalagem:

Tipo de doce Quantidade de doces em cada embalagem

Manga 12

Açai 8
Zoe Go / EyeEm/Getty Images

b. Escreva uma igualdade que representa a relação ao triplicar a quantidade de cai-


xas de brinquedos.

a. Quantas embalagens foram utilizadas para cada tipo de doce?

RETOMANDO

Neste capítulo, recordamos que duas multiplicações são equivalentes quando têm o b. Se, na próxima degustação, for produzido o quádruplo da quantidade de cada
mesmo produto e podem constituir uma igualdade. tipo de doce e forem mantidas as mesmas embalagens, quantas embalagens
As multiplicações 5 × 12 e 6 × 10 resultam no mesmo valor: 60. Então, concluímos que serão utilizadas? Escreva uma igualdade que represente essa situação.
são equivalentes. Logo:

5 × 12 = 6 × 10

Também relembramos que podemos multiplicar o mesmo valor nos dois membros da
igualdade e, assim, mantemos a ideia de equivalência.

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Habilidades do RCA
Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros permanece
ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número (incluindo
EF05MA10
a combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação em que os
dois termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.
Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão em
EF05MA11
sentença matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.
Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de adição, subtração,
EF05MA-AP01 divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens algébrica e
algorítmica e suas relações.

Sobre o capítulo deparar com algumas dificuldades; assim propomos


• Contextualizando: retomar conceitos prévios algumas intervenções para contorná-las.
envolvendo situações em sentença matemática Durante a resolução da atividade proposta na
com uma igualdade. seção Mão na massa, se o aluno não for capaz de
• Mão na massa: explorar a ideia de equivalência elaborar uma estratégia pois não compreende o
nas igualdades e verificar que ela não se altera contexto da questão, peça que a ele que releia o
ao multiplicar ou dividir um mesmo valor em seus problema e passo a passo, siga as etapas indicadas,
dois membros. buscando dar significado à situação.
• Discutindo: apresentar a resolução da atividade Na seção Mão na massa, se os alunos não sou-
proposta na seção Mão na massa e discutir berem como calcular o total de caixas de brinquedos
acerca das estratégias utilizadas, reconhecendo que Marcos comprou, pois o problema não fornece
situações de multiplicação e divisão. informações explícitas, intervenha com questões nor-
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos teadoras, como: Que informações temos sobre as com-
de aprendizagem propostos. pras feitas por Marcos e Daniel?. O aluno voltará ao
• Raio X: validar as estratégias e resoluções para problema observando os dados para descobrir quais
verificar que uma igualdade não se altera ao são as informações das compras e as relações entre
multiplicar ou dividir um mesmo valor em seus esses valores. Essas informações sobre a compra feita
dois membros. por Daniel podem nos auxiliar? Essa pergunta fará
com que o aluno perceba que, ao resolver a situação
Objetivos de aprendizagem apresentada na compra de Daniel, ele obterá dados
• Investigar a equivalência em multiplicações e suficientes para descobrir a quantidade de caixas de
divisões. brinquedos compradas por Marcos.
• Reconhecer e explorar uma igualdade matemática Se os alunos encontrarem obstáculos com relação
em situações de multiplicação e divisão. à multiplicação e à divisão, solicite que utilizem a
tabuada, pois é importante que compreendam a
Contexto prévio finalidade das operações, e não somente as me-
Para este capítulo, os alunos devem saber efe- morizem. Para que compreendam a multiplicação e
tuar adição, subtração, multiplicação e divisão de divisão e possam encontrar estratégias para chegar
números naturais. aos resultados, você pode auxiliá-los propondo que
utilizem estratégias de cálculos mentais na multipli-
Dificuldades antecipadas cação e divisão, como composição e decomposição
No decorrer deste capítulo, durante a resolu- de números que facilitem a operação.
ção das atividades propostas, os alunos podem se

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CONTEXTUALIZANDO brinquedos de Marcos e a quantidade de brinquedos de
Daniel? O objetivo dessa questão é que o aluno formalize
Expectativas de resposta a ideia e compreenda a relação de igualdade. Como
1. Espera-se que os alunos digam sim, pois existem determinar o número de caixas de Marcos? O propósito
outras multiplicações equivalentes, por exemplo: dessa questão é levar o aluno a refletir sobre os valores.
4 equipes com 9 alunos; 6 equipes com 6 alunos; Observando que os dois membros da igualdade devem
9 equipes com 4 alunos; 12 equipes com 3 alunos; ser equivalentes. Para resolver a questão, é necessário
18 equipes com 2 alunos; 36 equipes com 1 aluno. calcular inicialmente a quantidade de brinquedos com-
Os alunos podem responder também em forma prada por Daniel.
de igualdade, por exemplo: O desenvolvimento algébrico proposto nesta ati-
4 × 9 = 36; 6 × 6 = 36; 9 × 4 = 36; 12 × 3 = 36; vidade se dará a partir da observação e investigação
18 × 2 = 36; 36 × 1 = 36. das igualdades em uma situação de multiplicação de
números naturais; nesse sentido, mais do que obter
Orientações uma resposta, esse processo se dá ao realizar a ativi-
Neste momento, procure identificar potencialida- dade, buscando maneiras de resolvê-la, por meio de
des e fragilidades nas aprendizagens, reconhecendo questionamentos, observações e investigações.
tanto os conhecimentos prévios como as lacunas de Ainda nas investigações desta atividade, o aluno
aprendizagem que os alunos apresentam em relação pode notar que 10 × 12 = 12 × 10, ou seja, a ordem das
à multiplicação de números naturais. Verifique como os parcelas não altera o produto (propriedade comutativa),
alunos organizam os dados e relacionam representações ou então que (2 × 5) × 12 = 2 × ( 5 × 12), ou seja, o produto
de um mesmo valor, reconhecendo as igualdades. Não é sempre o mesmo e independe da ordem em que as
é necessário que os alunos explorem todas as maneiras multiplicações são efetuadas (propriedade associativa).
de formar equipes, pois o foco da atividade é que o
aluno reconheça que termos equivalentes devem ter
o mesmo valor. DISCUTINDO

MÃO NA MASSA Expectativas de resposta


1. a. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos cal-
Expectativas de resposta culem a quantidade de caixas de brinquedos
1. a. Sim, é possível. Para isso, é preciso calcular de Daniel para determinar a quantidade de
quantos brinquedos Daniel comprou. Fazer a caixas de Marcos.
igualdade para descobrir o fator que, multi- Marcos → quantidade de caixas × 20 brinquedos.
plicado por 20, dá 120. No caso é 6. Marcos Daniel → 2 × (5 caixas × 12 brinquedos).
comprou 6 caixas de brinquedos. Como a quantidade de brinquedos de Marcos
b. Sim, eles levarão a mesma quantidade de é igual à quantidade de brinquedos de Daniel,
brinquedos. temos:
2 × (5 caixas × 12 brinquedos) = quantidade de
Orientações caixas de Marcos × 20
Organize a turma em duplas para que, juntos, bus- A igualdade é: 2 × 5 × 12 = quantidade de caixas
quem estratégias para resolver o problema proposto. A de Marcos × 20.
resolução do problema se baseia em fazer com que os b. 3 × 6 × 20 = 3 × 2 × 5 × 12
alunos pensem na equivalência da igualdade e reconhe-
çam que uma igualdade não se altera ao multiplicar ou Orientações
dividir em seus dois membros um mesmo valor. Permita Promova discussões referentes às estratégias e re-
que os alunos exponham seus pensamentos, resoluções soluções apresentadas pelos alunos. Inicie solicitando
e estratégias e promova um debate entre eles. Circule aos alunos que exponham suas resoluções. Permita que
pela sala de aula e observe se os alunos desenvolveram exponham suas estratégias e anotações e comentem
alguma estratégia nova. Se julgar necessário, pergunte sobre a solução apresentada. Solicite também que ob-
para os alunos: Qual é a relação entre a quantidade de servem as estratégias apresentadas pelos outros alunos.

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Como se trata de uma igualdade, ao triplicar a b. 16 embalagens para os doces de manga
quantidade de caixas de Daniel e Marcos, ou seja, (4 × 4 = 16 ou (48 ÷ 12) × 4 = 16) e 24 embalagens
multiplicar por 3 nos dois membros, a equivalência para os doces de açaí (6 × 4 = 24 ou
permanece. É válido lembrar que as igualdades po- (48 ÷ 8) × 4 = 24).
dem ser representadas de diferentes maneiras, por
exemplo: 3 × 2 × 5 × 12 = 3 × 6 × 20, 3 × 10 × 12 = Orientações
= 3 × 6 × 20, 30 × 12 = 18 × 20, entre outras. O propósito desta atividade é verificar se os alunos
Incentive os alunos a explorar diferentes métodos compreenderam e conseguem reconhecer a equivalên-
e estratégias de cálculo. Peça que esquematizem e cia de uma igualdade em situações de multiplicação e
testem suas ideias, para que possam validá-las ou não, divisão. Os alunos devem resolver esta atividade indivi-
até chegar a uma que atenda suas necessidades. dualmente. Peça que pensem em maneiras para obter as
respostas. Ao final, solicite que os alunos compartilhem
suas respostas e, nesse momento, faça intervenções,
RETOMANDO levando em conta que mesmo os erros são estruturas
de resolução; assim, peça aos alunos que expliquem
Orientações seus erros e pensamentos e como podem corrigi-los
Relembre e sistematize com os alunos as aprendiza- nesses casos. Esse momento é de uma autoavaliação.
gens da aula e a ideia de utilizá-las para criar diversas Se preferir, peça aos alunos que respondam às seguintes
possibilidades de resolução para validar cálculos que perguntas: Você consegue perceber a igualdade como
envolvem igualdades. Ressalte que esses conhecimentos equivalência em multiplicações e divisões? Você per-
são adquiridos a partir dos conhecimentos de cada um, cebeu que uma igualdade não se altera ao multiplicar
por meio de observação e investigação. Assim, conse- ou dividir um mesmo valor em seus dois membros? O
guimos generalizar e constatar que uma igualdade é entendimento das respostas corretas a essas perguntas
formada por dois membros com termos equivalentes resume os objetivos deste capitulo.
e, ao multiplicar ou dividir um mesmo valor nos dois Doces de manga: 4 × 12 doces = 48 doces.
membros da igualdade, ela se mantém. Doces de açaí: 6 × 8 doces = 48 doces.
Como são multiplicações equivalentes, podemos
escrever a igualdade: 4 × 12 = 6 × 8.
RAIO X Ao quadruplicar a quantidade de doces, por se tratar
de uma igualdade, também quadruplicamos a quanti-
Expectativas de resposta dade de embalagens:
1. a. 4 embalagens para os doces de manga e 6 em- Doces de manga: 4 × 4 × 12 doces = 4 × 48 doces.
balagens para os doces de açaí. Doces de açaí: 4 × 6 × 8 doces = 4 × 48 doces.

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4. Comparando divisões
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4. Comparando divisões MÃO NA MASSA

1. João foi com sua mãe ao supermercado. Chegando lá, ele pegou um panfleto de 1. A E.M.E.F. Elita Nunes Melo quer levar todos os alunos dos 4° e 5° anos para visitar
promoção: uma exposição de Arte. As turmas do 5° ano totalizam 336 alunos, já as turmas do
4° ano têm a metade dessa quantidade. Pensando nisso, o coordenador da escola
consultou uma empresa especializada em transportes escolares.
Kit Leite Gostoso
Veja, no quadro a seguir, informações sobre o tipo de transporte e a lotação máxima
por veículo:
26 REAIS
Veículo Quantidade de passageiros

Ônibus 42
6 caixas de leite (3 reais cada)
4 achocolatados (2 reais cada) Van 14

a. Se a mãe de João comprar apenas 3 caixas de leite e 2 achocolatados, quanto


ela vai pagar pela compra?

b. Como você calculou o valor da compra da mãe de João? a. Se o coordenador escolher o ônibus como meio de transporte, quantos serão
contratados? Caso seja escolhida a van como meio de transporte, quantas serão
contratadas?

b. Se, no dia do passeio, comparecer somente metade da quantidade de alunos


nas duas turmas, o número de ônibus ou vans necessário para transportar esses
alunos seria o mesmo?

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DISCUTINDO RAIO X

1. Vamos discutir os resultados obtidos na atividade da seção Mão na massa e esta- 1. Carla foi à Feira do Produtor e verificou que 2 melancias e 4 mangas custam 30 reais.
belecer algumas relações?
DircinhaSW/Moment/Getty images

a. Que estratégia você utilizou para calcular a quantidade de ônibus ou de vans


que serão utilizados? Escreva uma igualdade para representar essa situação.

b. Escreva uma igualdade para a relação entre a quantidade de alunos e a quan-


tidade de veículos.

⊲ Qual é o valor de cada melancia e de cada manga?


⊲ Quanto Carla vai pagar por 1 melancia e 2 mangas?
RETOMANDO ⊲ Se ela gastou 60 reais com frutas, comprando 4 melancias e algumas mangas,
quantas frutas ela comprou?

Nesta aula, relembramos que, em uma igualdade, os termos devem ser equivalentes,
2. Escreva no espaço a seguir como você esquematizou seu pensamento e escreva as
ou seja, as operações em cada membro da igualdade deve resultar no mesmo valor.
igualdades para cada situação.
Vimos também que uma igualdade não se altera ao dividir seus dois membros por um
mesmo número diferente de zero.

1. Faça um breve resumo dos aprendizados do capítulo e, se necessário, elabore


exemplos.

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Habilidades do RCA
Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros permanece
ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número (incluindo
EF05MA10
a combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação em que os
dois termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.
Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão em
EF05MA11
sentença matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.
Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de adição, subtração,
EF05MA-AP01 divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens algébrica e
algorítmica e suas relações.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: retomar conceitos prévios Para este capítulo, os alunos devem saber efe-
envolvendo situações em sentença matemática tuar adição, subtração, multiplicação e divisão de
com uma igualdade. números naturais.
• Mão na massa: explorar a ideia de equivalência
nas igualdades e verificar que ela não se altera Dificuldades antecipadas
ao multiplicar ou dividir um mesmo valor em No decorrer deste capítulo, durante a resolução
seus dois membros. das atividades propostas, os alunos podem se de-
• Discutindo: apresentar a resolução da atividade parar com algumas dificuldades; assim, propomos
proposta na seção Mão na massa e discutir algumas intervenções para contorná-las.
acerca das estratégias utilizadas, reconhecendo Durante a resolução da atividade proposta na
situações de multiplicação e divisão.
seção Mão na massa, se o aluno pode não ser
• Retomando: sistematizar e estruturar os objetivos
capaz de elaborar uma estratégia, pois não com-
de aprendizagem propostos.
preende o contexto da questão, peça que ele releia
• Raio X: validar as estratégias e resoluções para
o problema passo a passo, siga as etapas indicadas,
verificar que uma igualdade não se altera ao
multiplicar ou dividir um mesmo valor em seus buscando dar significado à situação.
dois membros. Se os alunos encontrarem obstáculos com relação
à multiplicação e à divisão, solicite que utilizem a
Objetivos de aprendizagem tabuada, pois é importante que compreendam a
• Investigar a equivalência em multiplicações e finalidade das operações, e não somente as me-
divisões. morize. Para que compreendam a multiplicação e a
• Reconhecer e explorar uma igualdade matemática divisão e possam encontrar estratégias para chegar
em situações de multiplicação e divisão. aos resultados, você pode auxiliá-los propondo que
• Verificar que uma igualdade não se altera ao utilizem estratégias de cálculos mentais na multipli-
multiplicar ou dividir um mesmo valor em seus cação e divisão, como composição e decomposição
dois membros. de números que facilitem a operação.

CONTEXTUALIZANDO Orientações
Retome alguns conceitos importantes sobre a ideia
Expectativas de resposta de equivalência nas igualdades e busque construir sig-
nificado para a situação apresentada. Veja se os alunos
1. a. 13 reais.
compreenderam o que acontece quando multiplicamos
b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos perce- ou dividimos os dois membros de uma igualdade por um
bam que metade do kit não custa metade do valor mesmo número. Busque informações junto à turma sobre
do kit fora da promoção. qual a familiaridade deles com igualdades de multiplicação

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e divisão. Verifique se compreendem os procedimentos Ônibus: (336 + 168) ÷ 2 = (42 × 12) ÷ 2.
de cálculos e como constroem significados na elaboração Van: (336 + 168) ÷ 2 = (14 × 36) ÷ 2.
de estratégias e resoluções de problemas.
Orientações
Promova discussões referentes às estratégias e re-
soluções apresentadas pelos alunos. Inicie solicitando
MÃO NA MASSA aos alunos que exponham suas resoluções. Permita que
exponham suas estratégias e anotações e comentem
Expectativas de resposta sobre a solução apresentada.
1. a. 12 ônibus; 36 vans. Solicite também que observem as estratégias apre-
b. Seria necessário contratar metade dos veículos, sentadas pelos outros alunos. Sonde-os para ver se
ou seja, 6 ônibus ou 18 vans. notaram que, para determinar a quantidade de veículos,
precisam saber o número de alunos. Incentive-os a
Orientações explorar diferentes métodos e estratégias de cálculo.
Organize a turma em duplas para que, juntos, bus- Peça que esquematizem e testem suas ideias, para
quem estratégias para resolver o problema proposto. que possam validá-las ou não, até chegar a uma que
A resolução do problema se baseia em fazer com que atenda suas necessidades.
os alunos pensem na equivalência da igualdade e re-
conheçam que uma igualdade não se altera ao dividir
em seus dois membros um mesmo valor. Permita que
exponham seus pensamentos, resoluções e estratégias RETOMANDO
e promova um debate entre eles. Circule pela sala e
observe se os alunos desenvolveram alguma estratégia Expectativas de resposta
nova. Se julgar necessário, pergunte para os alunos: Qual 1. Resposta pessoal.
é a relação entre a quantidade de alunos e a quantidade
de veículos? O objetivo dessa questão é que o aluno Orientações
formalize a ideia e compreenda a relação de igualdade. Relembre e sistematize com os alunos as aprendiza-
O desenvolvimento algébrico proposto nesta ati- gens da aula e a ideia de utilizá-las para criar diversas
vidade se dará a partir da observação e investigação possibilidades de resolução para validar cálculos que
das igualdades em uma situação de multiplicação e envolvem igualdades. Ressalte que esses conhecimentos
divisão de números naturais; nesse sentido, mais do que são adquiridos a partir dos conhecimentos de cada um,
obter uma resposta, esse processo se dá ao realizar a por meio de observação e investigação, de forma que
atividade, buscando maneiras de resolvê-la, por meio conseguimos generalizar e constatar que uma igualdade
de questionamentos, observações e investigações. é formada por dois membros com termos equivalentes
e, ao multiplicar ou dividir um mesmo valor nos dois
membros da igualdade, ela se mantém.

DISCUTINDO

Expectativas de resposta RAIO X



1. a. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos adi-
cionem as quantidades de alunos e dividam a Expectativas de resposta
soma pela quantidade de assentos em cada 
1. • Existem diferentes possibilidades para os va-
veículo. lores de cada melancia e de cada manga.

b. Quantidade de alunos (5º ano + 4º ano) = quan- Por exemplo:
tidade de passageiros por veículo × quantidade 
Valor de 2 melancias + valor de
de veículos. 
4 mangas = 30 reais
Ônibus: 336 + 168 = 42 × 12. 2 × 5 reais + 4 × 5 reais = 30 reais
Van: 336 + 168 = 14 × 36. 2 × 9 reais + 4 × 3 reais = 30 reais

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• 15 reais. Os alunos devem resolver este problema individual-

(valor de 2 melancias + valor de mente. Peça a eles que pensem nas maneiras de chegar

4 mangas) ÷ 2 = (30 reais) ÷ 2 à resposta. Ao final, solicite que os alunos compartilhem

• 4 melancias e 8 mangas. suas respostas e, nesse momento, faça suas interven-

(valor de 2 melancias + valor de ções e dê uma devolutiva a eles. Se julgar necessário,

4 mangas) × 2 = (30 reais) × 2 utilize a rubrica a seguir para avaliar essas aprendiza-
2. Resposta pessoal. gens, na qual temos as descrições de expectativa de
desempenho em relação à atividade. A devolutiva (o
Orientações feedback) pode ser dada mostrando-se o que é preciso
O propósito desta atividade é verificar se os alu- para atingir o próximo nível de desempenho.
nos compreenderam a ideia de igualdade e de termos Mesmo que os alunos tenham atingido o maior ní-
equivalentes e o fato de que, ao adicionar, subtrair, vel de desempenho na atividade, evidencie todos os
multiplicar ou dividir um mesmo número em ambos passos alcançados, ou seja, apresente aos alunos o
membros de uma igualdade, mantemos a equivalência. porquê de aquela atividade estar correta.

• (EF05MA10) Concluir, por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros
permanece ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número
(incluindo a combinação dessas operações), para construir a noção de equivalência, em uma situação
em que os dois termos de uma igualdade mantêm a igualdade verdadeira.
• (EF05MA11) Resolver e elaborar problemas (contextualizados ou não) cuja interpretação envolva conversão
em sentença matemática que seja uma igualdade com uma operação em que um dos termos é desconhecido.
• (EF05MA-AP01) Resolver e elaborar expressões numéricas envolvendo as operações fundamentais de
adição, subtração, divisão e multiplicação com números racionais, contribuindo para o uso das linguagens
algébrica e algorítmica e suas relações.
( ) 5,0 ( ) 4,0 ( ) 3,0 ( ) 2,0 ( ) 1,0
Identifica as ope- Identifica as ope- Precisa de ajuda Identifica as ope- Precisa de aju-
rações, realiza cál- rações, mas realiza para identificar as rações, mas realiza da para identificar
culos corretamente, apenas parte dos operações, realiza apenas parte dos as operações, não
esquematiza suas es- cálculos corretamen- cálculos corretamen- cálculos correta- realiza cálculos,
tratégias e constrói te, esquematiza suas te ao identificá-las, mente e apresenta apresenta dificulda-
igualdades. estratégias e constrói esquematiza suas dificuldades em es- des em esquemati-
igualdades. estratégias e cons- quematizar e cons- zar estratégias e não
trói igualdades. truir igualdades. constrói igualdades.

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UNIDADE 4

MEDINDO COMPRIMENTO, CAPACIDADE, SUPERFÍCIE, TEMPO E MASSA


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 2; 4.

HABILIDADE DO RCA

Resolver e elaborar problemas envolvendo medidas das grandezas comprimento, área, massa, tempo, temperatura
EF05MA19
e capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades mais usuais em contextos socioculturais.

OBJETO DE CONHECIMENTO

Medidas de comprimento e área: utilização de unidades convencionais e relações entre as unidades de medida mais
usuais.

UNIDADE TEMÁTICA

Grandezas e medidas.

PARA SABER MAIS

 AN DE WALLE, J. A. Desenvolvendo os conceitos de medidas. In: VAN DE WALLE, J. A. Matemática no Ensino


• V
Fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 404-436.

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1. Medindo área
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UNIDADE 4

MEDINDO COMPRIMENTO, MÃO NA MASSA


CAPACIDADE, SUPERFÍCIE, A escola Washington Luís está preparando um mural para o Abril Azul, mês de conscien-

TEMPO E MASSA tização do autismo. O professor de Matemática pegou o quebra-cabeça (símbolo do autismo),
que tem a forma de quadrado em papel (com 1 metro de lado), para trabalhar o significado
das cores e a medida de área da figura.

1. Medindo área
1. Jorge vai construir uma casa na comunidade do São João do Matapi. Ele já tem o
projeto definindo a medida da área de cada cômodo. Observe:
3m 2m
2m

Banheiro
Cozinha
3m

4m
2,5 m

Quarto

1. O professor usou uma trena e constatou que o mural tinha 3 metros de comprimen-
Sala
4m

to e 2 metros de largura.
Quarto
2,5 m

a. Nessas condições, quantos quadrados de papel caberiam no mural? Faça um


5m 4m desenho.
Agora responda às questões a seguir.

a. Você sabe o que significa o símbolo m² (metro quadrado) escrito na planta da casa
de Jorge?

b. Escreva a medida da área da sala da casa de Jorge na planta baixa.

c. Calcule a medida da área total dos quartos.

d. Qual é a medida da área total da casa?

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b. Há relação entre a quantidade de quadrados usados para medir a área do mural


e as medidas do comprimento e largura dadas no problema? RAIO X

1. Marcinha é diretora da escola Nova Vida. Ela deseja colocar cerâmica em duas sa-
las de aula e no corredor de circulação, representadas na figura abaixo. O pedreiro
contratado para realizar a obra mediu as salas 1 e 2 e o corredor de circulação e
constatou que elas têm o formato retangular. Se Marcinha resolver comprar blocos
de piso no formato quadrado, de 1 metro de largura e 1 metro de comprimento (1 m2),
quantos blocos ela deverá comprar para realizar o serviço?

9m 9m

c. O papel usado como referência para medir o mural tem 1 m de cada lado.
Dizemos então que sua área mede 1 m². Qual é a medida do mural, em metros 4m
quadrados?
8m Área de 2m 8m
circulação

Sala de aula 1 Sala de aula 2

DISCUTINDO

No desenho do mural, você pôde utilizar 1 centímetro da régua para cada metro do
mural, por exemplo, estabelecendo a quantidade de espaços na largura e no comprimento.
Dessa maneira, o desenho fica proporcional ao que seria no tamanho real.
Você encontrou alguma dificuldade para determinar a quantidade de quadrados de
papel que caberia no mural?

RETOMANDO

Para calcular a medida da área de uma figura, como a do mural utilizada para o mês
de conscientização do autismo, basta multiplicar a medida do comprimento pela medida
da largura.

Se a medida dos lados for em metros, o resultado será


em metros quadrados (m²); se for em centímetros, o re-
sultado será em centímetros quadrados (cm²).

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Habilidade do RCA
Resolver e elaborar problemas significativos envolvendo medidas das grandezas comprimento, área, massa,
EF05MA19 tempo, temperatura e capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades convencionais mais usuais
em contextos socioculturais.

Sobre o capítulo • Calcular a área utilizando medidas padronizadas.


• Contextualizando: discutir o significado de metro • Compreender que a definição da área de
quadrado apresentando-o como medida padrão. um retângulo será o produto da medida do
Deve-se favorecer o desenvolvimento da percepção comprimento pela largura.
espacial dos alunos de forma que eles observem
a relação entre a superfície e o produto da medida Material
do comprimento pela medida da largura. • Régua.
• Mão na massa: elaborar estratégias que
permitam a resolução de problemas envolvendo Contexto prévio
área de uma superfície. Os alunos precisam conhecer e fazer uso de
• Discutindo: apresentar a resolução da questão régua para construção de modelos em tamanho
discutindo com os alunos as estratégias utiliza- reduzido. O uso de malhas quadriculadas pode
das para que o desenho fique proporcional ao real. facilitar. Eles também precisam conhecer unida-
• Retomando: reconhecer que, para calcular a des de medida de comprimento, como metro e
área de uma figura, basta multiplicar a medida do centímetro.
comprimento pela medida da largura. Se a medida
dos lados for dada em metros, o resultado será em Dificuldades antecipadas
metros quadrados; se for dada em centímetros, sua Alguns alunos podem não deduzir que, para
área será em centímetros quadrados. O resultado determinar a área de figuras como o retângulo,
será equivalente à medida da superfície. basta multiplicar a medida do comprimento pela
• Raio X: verificar e validar o fato de que a de- largura. Esse pode ser um processo mais lento
finição da área de um retângulo será o pro- para alguns, por isso é importante retomar e dar
duto da medida do comprimento pela largura. novos exemplos.

Objetivos de aprendizagem
• Identificar metros quadrados como unidade
padrão de medida da superfície.

CONTEXTUALIZANDO superfície. Aproveite o momento para esclarecer algu-


ma dúvida em relação ao conceito de área e verificar
Expectativas de resposta se eles distinguem a medida linear (comprimento) da
1. a. Espera-se que o aluno compreenda que m2 superfície (metros quadrados).
(metro quadrado) corresponde à área que
equivale ao tamanho da superfície ocupada
por 1 quadrado de 1 metro de lado. MÃO NA MASSA
b. 20 m2
c. 10 m2 + 10 m2 = 20 m2 Expectativas de resposta
d. 20 m2 + 10 m2 + 10 m2 + 9 m2 + 4 m2 = 53 m2 1. a. O desenho deve contemplar um retângulo
com 6 quadrados internos, dispostos em 3 no
Orientações comprimento e 2 na largura.
Auxilie os alunos durante a observação do projeto b. Sim, a quantidade de quadrados na largura e
de forma que eles compreendam que o m2 é uma uni- no comprimento equivale à medida dada no
dade de medida de área que equivale ao tamanho da problema (na largura, cabem 2 quadrados; e,

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no comprimento, 3 quadrados). O produto das
medidas do comprimento pela largura equiva- RETOMANDO
le à quantidade de quadrados que cabem no
mural, ou seja, 2 × 3 = 6 quadrados. Orientações
c. 6 m² Retome e, de preferência, deixe exposta na sala a
unidade de medida padrão de área. É importante que
Orientações os alunos compreendam o que ela significa.
Na realização da proposta, não é necessário medir
as dimensões (comprimento e largura) do espaço e
comunicar aos alunos. Pode-se concluir que a quan- RAIO X
tidade de quadrados (m²) que couberem no compri-
mento e na largura corresponde às medidas do mural. Expectativas de resposta
1. Para cada sala, temos 8 × 9 = 72, ou seja, para fazer
o revestimento da sala com 72 m² serão utilizados
DISCUTINDO 72 pisos de 1 m² . Para a área de circulação, que
mede 2 × 4 = 8 (ou seja, 8 m2). serão utilizados
Orientações
8 pisos. O total de pisos que serão necessá-
Faça uma roda de conversa para discutir a ativida-
rios é 72 + 72 + 8 = 152 pisos.
de. Alguns alunos podem inferir que basta multiplicar
o comprimento pela largura, mas é importante que
os passos para se chegar a essa conclusão sejam da- Orientações
dos, porque nem todos os alunos aprendem ao mes- Os alunos podem optar somente pela multiplica-
mo tempo. Promova a discussão com os alunos. Faça ção do comprimento pela largura, mas podem tam-
o mapeamento das estratégias utilizadas por eles e bém pensar sobre a quantidade de quadrados que
socialize com os demais. O comentário desta seção cabem na área calculada. Qualquer percurso é vá-
serve também para pensar sobre proporcionalidade, lido. Aproveite a socialização das estratégias para
além de possibilitar construir um desenho mais coe- perguntar:
rente com um mural aula nas dimensões apresenta- • Qual é a forma mais rápida: multiplicando ou
das no problema. desenhando os quadrados na área?

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2. Estimando área
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2. Estimando área MÃO NA MASSA

Você sabia que, na cidade de Macapá, existe uma praça que tem dois lagos? 1. Sabendo que cada quadradinho representa 1 m², qual dos seguintes lagos tem a
maior medida de área? Faça uma estimativa e justifique sua resposta.
A Praça Floriano Peixoto, localizada na área central de Macapá, faz parte do contexto
histórico e cultural dessa cidade, bem como da história de vida das pessoas. Além de ser um Lago 1
local de lazer, ela também é utilizada como espaço para realização de eventos, programas e
projetos sociais. Um exemplo é a programação do Dia do Trabalhador, com realização de diver-
sas atividades, entre elas pescaria em sua maior lagoa, cuja área aproximada mede 4 047 m2.

Maksuel Martins

Lago 2

Você sabe o que é um


lago?
É uma porção de água
doce cercada por terra
por todos os lados.

Praça Floriano Peixoto, em Macapá (AP).

1. De acordo com o texto, qual é a medida da área estimada da lagoa maior?

140 5 o ANO 141 M AT EM ÁT ICA

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DISCUTINDO RAIO X

É importante que você realize uma estimativa considerando o máximo e o mínimo do


tamanho dos lagos para poder compará-los. Você pode contar todos os quadradinhos com-
pletos pela água do lago e considerar esse mínimo, por exemplo.
A samaumeira é considerada a maior árvore da Amazônia. Ela atrai olhares por
Como você faria, então, para considerar o valor máximo?
sua altura para quem passeia pela área do Araxá, em Macapá. Na imagem abaixo,
você pode observar a imagem de uma samaumeira localizada na praça do Ministério
Público do Amapá.
RETOMANDO

Nas figuras irregulares, a malha quadriculada é muito importante, porque permite que
se contem o máximo e o mínimo da medida de área que a figura ocupa possibilitando esti-
mativas mais precisas.
Maksuel Martins

1. Sabendo que um lago tem 70 km2, pinte os quadrados correspondentes a esse


lago na malha quadriculada abaixo. Considere que cada quadradinho mede 1 km²
de área.

1. Qual é a medida da área aproximada da imagem da samaumeira, tendo em vista


que cada quadradinho tem área medindo 1 cm²?

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Habilidade do RCA
Resolver e elaborar problemas significativos envolvendo medidas das grandezas comprimento, área, massa,
EF05MA19 tempo, temperatura e capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades convencionais mais usuais
em contextos socioculturais.

Sobre o capítulo • Utilizar malha quadriculada para estimar área.


• Contextualizando: apresentar a ideia de área
estimada, por meio de utilização de imagem. Material
• Mão na massa: possibilitar o uso de malha • Malha quadriculada.
quadriculada para estimar a área de figuras
não regulares. Contexto prévio
• Discutindo: compreender que, para estimar a Para este capítulo, os alunos precisam conhe-
medida de áreas não regulares, é importante cer malhas quadriculadas, relacionando cada
considerar o máximo e o mínimo na malha quadrícula a uma unidade de medida estabeleci-
quadriculada para obter a área estimada. da. Este capítulo também requer domínio acerca
• Retomando: sistematizar os objetivos de de unidades de medida de comprimento, como
aprendizagem propostos. Reforçar a impor- metro e centímetro.
tância da malha quadriculada como uma for-
ma de obter a estimativa da área de figuras Dificuldades antecipadas
não regulares. O valor de cada quadradinho Alguns alunos podem sentir dificuldades em
da malha pode variar em m2, cm2 ou km2. realizar estimativas e aproximações. Neste ca-
• Raio x: verificar a aprendizagem por meio da pítulo, as respostas podem variar bastante, mas
resolução do problema proposto. precisam ficar dentro do limite de máximo e mí-
nimo, e esse percurso pode ser difícil para os
Objetivos de aprendizagem alunos. Por isso, sugerem-se as discussões cole-
• Estimar área de figura não regular. tivas, a organização de grupos e a realização de
• Realizar aproximação, considerando máximo e novas atividades semelhantes com uso de malha
mínimo possível. quadriculada.

CONTEXTUALIZANDO Lago 2: tem entre 45 m² e 69 m², considerando


o contorno interno e o externo dos quadradinhos
Expectativas de resposta inteiros. Portanto, o Lago 2 tem maior área.
1. É de, aproximadamente, 4 047 m².
Orientações
Orientações Esta atividade requer um longo desenvolvimento.
Converse com os alunos sobre o texto e explane a Há várias estratégias possíveis. Uma delas é contar
questão de estimativa de área de figuras não regula- somente os quadradinhos inteiros e ir completando
res. Por meio da leitura do texto, os alunos responde- com dois ou mais quadrados incompletos que totali-
rão à questão da situação-problema, indicando que a zem, aproximadamente, um inteiro. As respostas po-
área é de 4 047 m2. Você poderá explanar outras si- dem variar, mas precisam ficar dentro de um limite de
tuações de área de figuras não regulares no cotidiano máximo e mínimo indicado na resposta
dos alunos. O objetivo é saber que estimativa significa Sugere-se também a discussão a seguir:
um valor aproximado do valor real. Contar os quadrados considerando o contorno in-
terno (com quadradinhos completos) e o contorno ex-
terno (com quadradinho também completo). Observar
MÃO NA MASSA nas imagens.
Lago 1: c. interno = 31 quadradinhos;
Expectativas de resposta c. externo = 62 quadradinhos.
1. Lago 1: tem entre 31 m² e 62 m², considerando o con- Para determinar a área aproximada da figura, po-
torno interno e o externo dos quadradinhos inteiros. de-se somar a quantidade de quadradinhos nos dois

163 M AT E M ÁT I CA

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contornos e dividir o total por dois. Nesse caso, o re-
sultado será de 46,5 quadradinhos aproximadamente.
Aproximação do Lago 1: 31 + 62 = 93; 93 ÷ 2 = 46,5 m²,
ou 46,5 quadradinhos.
Lago 2: c. interno = 60 quadradinhos;
c. externo = 69 quadradinhos.

DISCUTINDO

Orientações
Promova a discussão com os alunos. Faça o ma-
peamento das estratégias utilizadas por eles e socia-
lize com os demais.

RETOMANDO

Orientações
Retome e, de preferência, deixe exposta na sala a
unidade de medida padrão de superfície. É importante
que os alunos compreendam o que ela significa.
Discuta sobre a possibilidade de os quadradinhos
da malha representarem outros valores que não ape-
nas o metro quadrado.

Para determinar a área aproximada da figu-


ra, pode-se somar a quantidade de quadradi- RAIO X
nhos nos dois contornos e dividir o total por dois.
Nesse caso, o resultado será de 57 quadradinhos Expectativas de resposta
aproximadamente. 1. Entre 43 e 71 cm², ou seja, mais que 43 e menos
Aproximação do Lago 2: 45 + 69 = 114, 114 ÷ 2 = 57 m², do que 71. Considerando:
ou 57 quadradinhos. Contorno interno aproximadamente igual a 43
Contorno externo aproximadamente igual a 71
43 + 71 > 114
114 ÷ 2 = 57, 57 cm², aproximadamente.

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Orientações
Se possível, faça algumas atividades semelhantes
usando outras figuras e malha quadriculada. Enfatize
a discussão sobre o máximo e o mínimo. Qualquer
valor nesse intervalo precisa ser considerado. Alguns
dos alunos podem desenhar a árvore no quadro em
branco presente no exercício, tentando obter algum
tipo de proporção. Observe, pois essa é uma estraté-
gia não convencional, que pode indicar dificuldades
em assimilar este conteúdo.

ANOTAÇÕES

165 M AT E M ÁT I CA

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3. Medidas em Geografia
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2. Analise as informações do texto para responder às questões a seguir.


3. Medidas em Geografia
a. Qual era a altitude da montanha antes de os dados serem atualizados pelo
IBGE?
1. Você sabe o que é GPS?

GPS é uma sigla em inglês que significa Sistema de Posicionamento Global. O GPS
utiliza um satélite para mapear localização, de uma forma geral. Para localizar endereços, há
variados aplicativos que utilizam o GPS para facilitar a vida dos usuários e possibilitar, inclu-
sive, verificar a ocorrência de congestionamento e alteração de rota. Praticamente todos os
celulares e tablets já vêm equipados com essa tecnologia, além de muitos veículos. Quando
estamos perdidos no meio da cidade, basta uma rápida consulta a esse instrumento e, em
instantes, já conseguimos obter alternativas para chegar ao destino desejado.

⊲ Você acha que o GPS foi uma boa invenção? Por quê?

MÃO NA MASSA

Veja a informação abaixo, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE)

b. Qual é a diferença de altura entre o Pico da Neblina e o Monte Everest, que tem
8 848 m de altura?
André Dib/Moment/Getty Images

Pico da Neblina.

Após nova medição, o Pico da Neblina, localizado na fronteira do


Brasil com a Venezuela, ganha 152 centímetros a mais. O IBGE
determinou altitudes mais precisas para os picos mais elevados
do Brasil, utilizando equipamentos de rastreamento GPS associa-
dos às modernas técnicas de posicionamento preciso por satéli-
tes. O ponto culminante do Pico da Neblina agora é determinado
por uma altura de 2 995,30 m.

144 5 o ANO 145 M AT EM ÁT ICA

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DISCUTINDO

fotoVoyager/E+/Getty Images
Lembre-se de que, para operar com dados referentes a medidas, como o de comprimen-
to, usado para estabelecer as diferentes alturas do Pico da Neblina, é necessário realizar a
conversão para a mesma unidade de medida de comprimento. Assim, convertendo 152 cm
em metros, ficaria 1,52 m.

RETOMANDO

Considerando medidas de comprimento, em uma representação decimal, a parte inteira


corresponde à unidade de medida a que se refere (km, m, cm), mas a parte decimal corres-
ponde à unidade inferior mais próxima. Observe exemplos: Stonehenge, em Wiltshire, na Inglaterra.

⊲ Em 45,62 km temos 45 km e 620 m. 1. Qual é a diferença, em centímetros, entre as medidas da altura das pedras do
⊲ Em 132,8 m temos 132 m e 80 cm. Parque Arqueológico do Solstício e das pedras de Stonehenge?

RAIO X

Megalítico

São conjuntos de construções milenares feitas com toneladas de blocos de pedras. Elas
existem em diferentes partes do mundo, mas o que poucos sabem é que existe uma estrutu-
ra megalítica em terras amapaenses, na região de Calçoene. A estrutura, chamada Parque
Arqueológico do Solstício, é considerada uma construção autêntica do povo da Amazônia. As
pedras de granito, dispostas de modo circular, chegam a até 4 m de altura. Ele foi comparado
ao Stonehenge, na Inglaterra, que tem pedras de até 5,49 metros de altura.
Ricardo Azoury/Pulsar

Parque Arqueológico do Solstício, no Amapá.

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Habilidade do RCA
Resolver e elaborar problemas significativos envolvendo medidas das grandezas comprimento, área, massa,
EF05MA19 tempo, temperatura e capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades convencionais mais usuais
em contextos socioculturais.

Sobre o capítulo Objetivos de aprendizagem


• Contextualizando: fazer a contextualização • Calcular medidas, tendo como objeto de estudo
e a apresentação da localização via satélite. o espaço geográfico.
Conhecer a importância e a funcionalidade • Realizar operações com medida de comprimento
do GPS, interligando seus conhecimentos com por meio de representação decimal.
História e Geografia. • Realizar conversão de km – m – cm.
• Mão na massa: abordar problemas que envol-
vam a utilização do GPS associada aos cálculos Contexto prévio
matemáticos. É necessário compreender as relações de equi-
• Discutindo: discutir possíveis caminhos que po- valência entre quilômetro, metro e centímetro. É
dem solucionar os problemas apresentados a importante também saber operar com números
partir da comparação das alturas das montanhas e decimais.
fazendo a conversão de centímetros para metros.
• Retomando: apresentar sistematização dos Dificuldades antecipadas
conhecimentos sobre unidades de medidas e A necessidade de conversão de centímetros para
aprofundar a conversão de km para metros e de metro com resultado decimal pode se configurar
metros para centímetros, exercitando em sala como elemento dificultador para os alunos que pre-
de aula o reforço dessa compreensão. cisam operar uma subtração envolvendo valores
• Raio x: verificar o alcance do objetivo de decimais. Sugere-se uma discussão para resgatar os
aprendizagem proposto e a capacidade dos conhecimentos da turma. Novos exemplos podem
alunos em resolver e apresentar as ideias na ser necessários.
solução e na conversão de unidades de medidas.

CONTEXTUALIZANDO tentar subtrair de 2 995,30 o valor 152, como se repre-


sentasse 152 metros. Caso julgue pertinente, retome
Expectativas de resposta como o aluno deve realizar os cálculos corretamente.
1. Resposta pessoal.

Orientações DISCUTINDO
Faça uma roda de conversa para tratar do tema. Traga
novas informações para adicionar à discussão. Os alu- Orientações
nos podem conhecer aplicativos como Waze ou Google Esta dica é importante porque os alunos podem
Maps, que fazem mapeamento de endereços, e essa é apresentar dificuldades ou mesmo não atentar para a
uma ótima oportunidade para ampliar as discussões. necessidade de conversão. Pode-se converter também
tudo em centímetros. Essa deve ser uma escolha de
cada aluno.
MÃO NA MASSA

Expectativas de resposta RETOMANDO


1. a. 2 293,78 m (2 995,30 – 1,52 = 2 993, 78).
b. 5 852,7 m (8 848 – 2 995,30 = 5 852,7). Orientações
É importante retomar exemplos que apresentem as
Orientações unidades de medidas registradas com representação
A necessidade de conversão de 152 cm para 1,52 m decimal para que os alunos possam realizar a leitura
pode passar despercebida pelos alunos, que podem e observar que, após a vírgula, o valor representa uma

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subunidade da medida em discussão. Este exercício e Orientações
esta discussão podem ser ampliados para medida de Discuta com a turma as estratégias utilizadas
massa, por exemplo. para resolver a atividade. Eles podem ter resolvi-
do por meio de cálculo mental. Podem também ter
optado por manter a operação em metros e depois
RAIO X fazer a conversão para centímetros. Faça a socia-
lização dos diferentes percursos seguidos. Reforce
Expectativas de resposta que, para converter metros em centímetros, como
1. 5,49 – 4 = 1,49 m. Convertendo para centímetros, cada 1 metro corresponde a 100 centímetros, basta
esse resultado é 149 cm. multiplicar por 100.

ANOTAÇÕES

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UNIDADE 5

TABELAS E GRÁFICOS DIVERSOS


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

3; 4; 5; 7.

HABILIDADES DO RCA

Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes a outras
EF05MA24 áreas do conhecimento ou a outros contextos, como saúde e trânsito, e produzir textos com o objetivo de sintetizar
conclusões.

Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, organizar dados coletados por meio de tabelas,
EF05MA25 gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre
a finalidade da pesquisa e a síntese dos resultados.

OBJETO DE CONHECIMENTO

Leitura, coleta, classificação, interpretação e representação de dados em tabelas de dupla entrada, gráfico de
colunas agrupadas, gráficos pictóricos e gráfico de linhas.

UNIDADE TEMÁTICA

Probabilidade e estatística.

PARA SABER MAIS

• BRASIL. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Caderno 7 – Educação Estatística​. Brasília, DF: MEC,
2014. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/obeducpacto/files/2019/08/Unidade-7-3.pdf. Acesso em: 13 nov. 2021.
• SALLA, Fernanda. Gráficos e tabelas para organizar informações. Nova Escola, 7 mar. 2018. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/163/graficos-tabelas-organizar-informacoes. Acesso em: 21 set. 2021.

169 M AT E M ÁT I CA

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1. Pesquisa e organização de dados
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UNIDADE 5
MÃO NA MASSA
TABELAS E GRÁFICOS Você gosta de ler? Vamos investigar um pouco mais seus hábitos de leitura e dos cole-
DIVERSOS gas. Para isso, responda às questões a seguir.

HÁBITO DE LEITURA DOS ALUNOS


1. A leitura é um hábito prazeroso e divertido para você?
( ) Sim ( ) Não
1. Pesquisa e organização de dados
2. Quantos livros você costuma ler na semana?
( ) Nenhum ( ) 3 ou mais livros
Veja a seguir alguns exemplos de questionários utilizados para organizar uma pesquisa. ( ) 1 a 2 livros

3. Quais são os gêneros textuais que você mais aprecia?


( ) Poemas ( ) Histórias em quadrinhos
( ) Narrativas ( ) Outros :
( ) Textos científicos

Agora que você já respondeu ao questionário, compartilhe suas respostas com o pro-
fessor e os colegas. Em seguida, após reunir as respostas da turma, organize as informações
em tabelas ou gráficos.

1. Organize as respostas da questão 1 em um gráfico de barras.

A leitura é um hábito prazeroso e divertido para você?

Sim
Resposta

Não

1. Ao coletar dados em uma pesquisa por meio de um questionário, por exemplo,


como podemos agrupar e organizar as informações obtidas?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Quantidade de alunos
2. Quais tipos de gráfico você conhece que podem representar as informações obti-
das no questionário? Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5o ano.

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2. Para a questão 2, resuma as respostas em uma tabela de frequência.


RETOMANDO
Frequência de leitura dos alunos do 5º ano, por semana
Quantidade de livros Quantidade de alunos Neste capítulo, respondemos a um instrumento de coleta de dados, reunimos as infor-
mações de nossa turma e representamos as informações coletadas de diferentes formas.
Nenhum
Aprendemos que, ao elaborar tabelas e gráficos, tratamos os dados de uma pesquisa
1 a 2 livros tornando sua compreensão mais fácil e sua apresentação mais bem organizada.

3 ou mais livros

Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5º ano.


RAIO X
3. Agora, organize as respostas da questão 3 em um gráfico de barras.
1. Seu Jorge tem uma sorveteria no município de Porto Grande. Para fazer uma pro-
Gêneros textuais de preferência dos alunos do 5o ano moção, ele pesquisou os sabores dos sorvetes preferidos dos seus clientes. Seu
12 Jorge organizou a frequência das escolhas dos clientes da seguinte maneira:
11
10
Sabores mais votados
9 Sabor do sorvete Frequência das escolhas
Quantidades de alunos

8
7 Manga 18
6
Cupuaçu 21
5
4 Açaí 33
3
2 Murici 12
1
Tapioca 15
0
Poemas Narrativas Textos Histórias em Outros
científicos quadrinhos
Fonte: Pesquisa realizada com os clientes da sorveteria.
Gênero textual

Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5º ano. a. Com base na tabela, represente os dados dessa pesquisa em um gráfico de
barras ou colunas.
Sabores mais votados
DISCUTINDO

1. Na elaboração de uma pesquisa, precisamos fazer um tratamento dos dados obti-


dos. Esse processo é importante para resumir e organizar as informações coletadas,
que podem ser representadas, por exemplo, na forma de tabelas simples de frequ-
ência e gráficos de barras.

a. A quais conclusões podemos chegar com a síntese da pesquisa de hábitos de


leitura dos alunos?

Fonte: Pesquisa realizada com os clientes da sorveteria.

150 5 ANO
o
151 M AT EM ÁT ICA

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170
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5 o ANO
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Habilidades do RCA
Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes
EF05MA24 ao cotidiano, a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos como saúde, trânsito, vida financeira,
alimentação, por exemplo, e produzir textos com o objetivo de sintetizar conclusões.
Realizar pesquisa envolvendo conceitos, procedimentos, variáveis categóricas e numéricas, organizar dados
coletados por meio de tabelas de dupla entrada, gráficos de barras e de colunas agrupadas, gráficos pictóricos
EF05MA25
e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa
e a síntese dos resultados.

Sobre o capítulo • Compreender a tabela como outra forma de


• Contextualizando: identificar as possíveis formas organizar dados.
de organizar dados coletados em uma pesquisa.
• Mão na massa: discutir o desenvolvimento da Contexto prévio
aplicação de um instrumento de coleta de dados Para este capítulo, os alunos devem saber rea-
para tratamento da informação. lizar leitura e interpretação de texto e análise críti-
• Discutindo: apresentar e discutir o tratamento ca das situações apresentadas, além de construir
de dados coletados representando-os na forma tabelas e gráficos.
de gráficos e tabelas.
• Retomando: retomar a importância e a utilidade Dificuldades antecipadas
do tratamento estatístico e a representação dos Se o aluno não representar escalas padroni-
dados de uma pesquisa. zadas nos gráficos, relembre que ao elaborar os
• Raio X: validar os conceitos sobre elaboração gráficos é preciso que a escala dos dados compa-
de representações para dados de uma pesquisa. rados seja considerada. Uma estratégia é oferecer
malha quadriculada para os alunos que tiverem
Objetivos de aprendizagem dificuldade com essa representação.
• Ler, interpretar e representar diferentes tipos Informe-os de que todo gráfico tem título,
de gráficos. legenda (quando aplicável) e fonte.

CONTEXTUALIZANDO
MÃO NA MASSA
Expectativas de resposta
1. Espera-se que o aluno relembre as formas de tratar
Expectativas de resposta
dados, que podem ser organizados em tabelas
1. Resolução para exemplificar, pois é necessário
e/ou gráficos.
se adaptar às situações de cada turma, levando
2. Para representar as informações temos: gráfico
em conta a quantidade de alunos e as respostas
de barras e colunas (ou barras verticais), picto-
obtidas no questionário.
gramas e outros.
A leitura é um hábito prazeroso e divertido para você?
Orientações
Retome alguns conceitos importantes sobre a elabo-
ração e as etapas de pesquisa, relembrando as diferen- Sim
tes formas de tratar os dados de pesquisas estatísticas.
Discuta com a turma quais os procedimentos que devem
Não
ser feitos após o levantamento de dados de uma pes-
quisa e quais as ideias da turma em relação à organi-
zação dos dados obtidos. Faça questionamentos sobre 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Quantidade de alunos
situações de pesquisa já vivenciadas pelos alunos e as
formas de registro e síntese das informações realizadas. Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5º ano.

171 M AT E M ÁT I CA

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2.  levantadas. É importante destacar que, para a compo-
Frequência de leitura dos alunos sição de uma tabela de frequência, é necessário um
do 5º ano, por semana título, fonte, título das colunas e inserção dos dados
Quantidade Quantidade de de pesquisa de forma resumida.
de livros alunos
Nenhum 2
RETOMANDO
1 a 2 livros 12
3 ou mais livros 5 Orientações
Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5 ano. o Retome e sistematize as aprendizagens da aula e
os conceitos de variáveis com os alunos. Destaque a
3.  importância do tratamento dos dados e suas opções
Gêneros textuais de preferência de representação ao realizar uma pesquisa estatís-
dos alunos do 5o ano tica. Para cada questão poderão ser elaborados vá-
15
rios tipos de tabela e/ou gráfico de modo a sinteti-
zar e apresentar os dados de pesquisa de maneira
Quantidades de alunos

10 quantitativa.

5
RAIO X

0
Poemas Narrativas Textos Histórias em Outros
científicos quadrinhos Expectativas de resposta
Gênero textual
1. Soluções que podem ser apresentadas pelos alunos.
Fonte: Pesquisa realizada com alunos do 5o ano.

Orientações Sabores mais votados


Organize a turma em duplas ou trios para que dis-
cutam juntos. Nesta atividade será possível observar Tapioca

como os alunos articulam seus conhecimentos para Murici


Sabor do sorvete

elaborar um tratamento de dados obtidos em pesqui-


Açaí
sa. Solicite aos alunos que respondam ao questioná-
rio e, em seguida, compartilhem suas respostas. Cupuaçu
Neste capítulo trazemos gráfico de barras e colu-
Manga
nas (ou barras verticais), um tipo de gráfico de fácil
domínio para crianças nessa faixa etária. 0 10 20 30 40

Fonte: Pesquisa realizada com os clientes da sorveteria.


DISCUTINDO

Sabores mais votados


Expectativas de resposta
1. a. Resposta pessoal. 40

30
Orientações
É o momento de promover discussões referen- 20
tes às estratégias apresentadas pelos alunos. Inicie
solicitando a eles que exponham suas resoluções. 10

Permita que os alunos exponham suas anotações e


0
comentem sobre suas impressões. Uma das formas de Manga Cupuaçu Açaí Murici Tapioca

representação utilizada para apresentar os dados é a Sabor do sorvete

composição de tabela de frequências das informações Fonte: Pesquisa realizada com os clientes da sorveteria.

172 5 o ANO

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Orientações como os elementos que compõem esse tipo de repre-
O propósito desta atividade é verificar como os sentação, como título, fonte e nomenclatura dos eixos.
alunos representam graficamente os dados da tabela Ao final, peça à turma que compartilhe suas respostas
de frequência. É interessante destacar com a turma a e, nesse momento, faça suas intervenções, levando em
importância da escala e da proporcionalidade, bem conta que mesmo os erros são estruturas de resolução.

ANOTAÇÕES

173 M AT E M ÁT I CA

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2. Gráfico em setores
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2. Gráfico em setores MÃO NA MASSA

A turma do 5º ano da E.M.E.F. Vera Lúcia Pinon ficou impressionada com as informa- Vamos analisar as informações de alguns gráficos de setores.
ções de uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil sobre o desperdício de água Animais preferidos pelas crianças
potável no Brasil, que revelou que em Macapá cerca de 74% da água potável produzida é 20%
desperdiçada. Os alunos, então, resolveram sensibilizar sua comunidade sobre isso. Veja o 20% 10% 10%
cartaz que eles elaboraram. Cachorro
10% 10%
Cachorro
Gato 50%
OOdesperdício
desperdíciode
deágua
águana
nacidade
cidadede
deMacapá
Macapá
Gato 10% 50%
Peixe 10%

Peixe 30% 10% 10%


30% 10% 10%

26%
Fonte: Alunos do 5º ano.

1. Qual é a temática da pesquisa?


74%

2. Qual foi o público-alvo da pesquisa?

Água desperdiçada 3. A que conclusão você pode chegar após a leitura do gráfico? Explique.
Água consumida

Vamos diminuir esse problema, faça sua parte!

Fonte: Instituto Trata Brasil. 4. Qual é a porcentagem de crianças que preferem gato e peixe? Faça uma compara-
ção dessa porcentagem com a porcentagem de preferência por cachorro.
Após a leitura do gráfico, responda às questões a seguir.

1. Você considera que o gráfico elaborado pela turma para apresentar a pesquisa foi
adequado? Por quê?
Para resolver as questões a seguir, observe o gráfico abaixo.
Votação da reforma da escola
Votação da reforma da escola
Votação da reforma da escola
Cobertura da quadra
2. O que representa o valor de 74% no gráfico? O que podemos fazer para diminuir 30%
de esportes
Cobertura da quadra
esse percentual? 30% 70% de esportes
Reforma do parquinho
70%
Reforma do parquinho

Fonte: Comunidade escolar.

152 5 o ANO 153 M AT EM ÁT ICA

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5. Qual foi o público-alvo da pesquisa?


RETOMANDO

Neste capítulo, vivenciamos o processo de pesquisa que envolveu coleta de informa-


6. A que conclusão você pode chegar após a leitura do gráfico?
ções e tratamento dos dados por meio da representação por gráfico de setores.

Animais preferidos pelas crianças


20% 10% 10%

DISCUTINDO Cachorro 10% 10%

Gato 10%
10% 50%
Gráficos de setores, circular e de pizza são maneiras de representar dados de uma pes-
Peixe 10% 10%
quisa. Cada setor ou espaço do gráfico corresponde a uma parte das informações coletadas.
30% 10%
Veja um exemplo abaixo. 10%

Fonte: Alunos do 5º ano.


Título Você aprendeu que esse tipo de gráfico representa as partes de um todo e mostra os
valores expressos em porcentagem.

Meiode
Meio detransporte
transporte dos
dosprofessores
professores

10%
RAIO X
Apé Legenda
20%
Carro Olívia está elaborando um gráfico para resolver a atividade solicitada por seu profes-
50% sor sobre os estilos de filme favoritos da turma. Ela já construiu o círculo com setores, mas
Moto
esqueceu alguns elementos.
Transporte público
20%
Dados expressos
em porcentagem Fonte: Professores de escolas públicas e privadas.

Esse tipo de gráfico é muito utilizado para analisar informações, comparando cada con-
junto de dados com o total. Para isso, ele deve conter alguns elementos fundamentais, como
título, legenda e indicação das respectivas porcentagens de cada setor.
1. Observe o gráfico de Olívia e indique o que falta nele para que possa representar
1. Em quais situações podemos usar gráficos como este? as informações solicitadas pelo professor.

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Habilidades do RCA
Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes
EF05MA24 ao cotidiano, a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos como saúde, trânsito, vida financeira,
alimentação, por exemplo, e produzir textos com o objetivo de sintetizar conclusões.
Realizar pesquisa envolvendo conceitos, procedimentos, variáveis categóricas e numéricas, organizar dados
coletados por meio de tabelas de dupla entrada, gráficos de barras e de colunas agrupadas, gráficos pictóricos
EF05MA25
e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa
e a síntese dos resultados.

Sobre o capítulo Dificuldades antecipadas


• Contextualizando: discutir e refletir sobre gráficos Podem surgir quando o aluno não estabelece
e sua importância para representar um conjunto conclusões com base nos dados expressos em por-
de informações. centagem nos gráficos. É importante que a turma
• Mão na massa: ler e interpretar informações perceba que, ao ler os gráficos, os setores circula-
por meio de gráficos setoriais. res correspondem a uma representação das partes
• Discutindo: apresentar e discutir formas de de um todo. Assim, os alunos deverão compreender
utilizar e representar informações por meio de que os valores percentuais não indicam a quanti-
gráficos de setores. dade de entrevistados, mas sim sua relação entre
• Retomando: retormar o conceito e a importância o total e cada uma das categorias. Caso a turma
apresente dificuldades em elaborar conclusões
de gráficos de setores e seus elementos.
em relação ao gráfico, faça perguntas que os le-
• Raio X: validar os conceitos sobre informações
vem a perceber e compreender a pesquisa. Veja
representadas por gráficos de setores e seus
um exemplo: A partir desse gráfico conseguimos
elementos. identificar quantas pessoas foram entrevistadas?
Espera-se que os alunos entendam que a indica-
Objetivo de aprendizagem ção de 50% corresponde à metade dos partici-
• Ler, interpretar e representar diferentes tipos pantes da pesquisa e, a partir do questionamento,
de gráficos. possam compreender que valores percentuais não
correspondem exatamente ao número absoluto
Contexto prévio de entrevistados. Mostre a eles que o ato de ler e
Para este capítulo, os alunos devem saber interpretar gráficos desenvolve as habilidades de
realizar leitura e interpretação de texto e análise questionar, levantar e chegar a hipóteses e procu-
crítica das situações apresentadas, além de com- rar relações entre os dados.
preender a ideia de porcentagem.

CONTEXTUALIZANDO a turma quais os procedimentos que devem ser feitos


após o levantamento de dados de uma pesquisa e
Expectativas de resposta quais as ideias da turma em relação à organização
1. Espera-se que o aluno compreenda que o gráfico dos dados obtidos. Ressalte que o gráfico de seto-
de setores é uma forma de apresentar dados res é uma forma de organizar dados coletados em
de pesquisa e que as informações do texto são uma pesquisa. Verifique se os alunos compreendem
traduzidas na forma gráfica. as informações apresentadas graficamente e se têm
2. O valor 74% representa o desperdício de água conhecimento sobre gráficos de setores.
potável. A atitude é se sensibilizar para o des-
perdício de água.
MÃO NA MASSA
Orientações
Retome alguns conceitos importantes sobre as eta- Expectativas de resposta
pas de pesquisa, relembrando as diferentes formas de 1. Animais de estimação preferidos.
tratar os dados de pesquisas estatísticas. Discuta com 2. Alunos do 5º ano.

175 M AT E M ÁT I CA

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3. A proposta de atividade possibilita muitas reso- para os dados e representação percentual da amostra
luções, na qual se deve verificar a compreensão investigada. Essa indicação em percentual é um ele-
do aluno quanto às informações apresentadas. mento constitutivo dos gráficos em setores. Explore a
4. Um total de 50% (30% + 20%). As porcentagens compreensão e interpretação dos alunos sobre cada
são iguais. um dos gráficos. Permita que descubram outras repre-
5. Comunidade escolar. sentações de modo a avançar e construir um repertó-
6. A proposta de atividade possibilita muitas reso- rio maior na identificação do tratamento dos dados.
luções, na qual se deve verificar a compreensão
do aluno quanto às informações apresentadas.
RETOMANDO
Orientações
Organize a turma em duplas ou trios para que dis- Orientações
cutam juntos. Nesta atividade será possível observar Retome e sistematize as aprendizagens da aula
como os alunos interpretam dados apresentados no com os alunos. Relembre as representações cons-
gráfico de setores. Espera-se que eles realizem a lei- truídas para as pesquisas, destacando os gráficos de
tura da atividade, apresentando a proposta de reso- setores, de modo a sintetizar e apresentar os dados
lução na forma de um pequeno texto ou parágrafo de pesquisa de maneira quantitativa.
conclusivo.
Em seguida, oportunize que os alunos verifiquem
novamente os dados e registrem suas conclusões por RAIO X
meio da argumentação matemática em relação aos
dados representados graficamente. A proposta de Expectativas de resposta
escrita de um pequeno texto sobre o gráfico apresen- 1. Nesta atividade, a turma deverá indicar que, no
tado tem como objetivo explicitar a compreensão do gráfico elaborado, falta um título que expresse
aluno quanto às informações expostas e sua forma melhor o conteúdo da pesquisa realizada, bem
particular de ler e interpretar o gráfico, exercitando o como o rótulo dos dados apresentados dos quatros
pensamento crítico e autônomo. setores, indicação da porcentagem correspon-
dente a cada setor, uma legenda que auxilie na
compreensão dos dados, além da indicação da
DISCUTINDO fonte desses dados.

Expectativas de resposta Orientações


1. Resposta pessoal. O propósito desta atividade é verificar se a turma
compreende que dados coletados podem ser represen-
Orientações tados em um gráfico de setores, bem como reconhecer
É o momento de promover discussões referentes seus elementos. É momento para avaliar se consegui-
às estratégias apresentadas pelos alunos. Inicie so- ram avançar no conteúdo proposto, então, procure
licitando à turma que exponha suas resoluções, suas identificar os comentários de cada um. Ao final, solicite
anotações e comente suas impressões. que os alunos compartilhem suas respostas e, neste
Durante o desenvolvimento da atividade e da momento, faça suas intervenções, levando em con-
apresentação das conclusões, peça aos alunos que ta que mesmo os erros são estruturas de resolução.
observem alguns elementos que devem ser comuns Assim, peça à turma que explique seus erros e pensa-
a todos os gráficos de setores, como título, legenda mentos e como podem corrigi-los nesses casos.

176 5 o ANO

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3. Gráficos e recursos tecnológicos
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⊲ Para elaborarmos um gráfico de linha que represente os dados da pesquisa, preci-


3. Gráficos e recursos tecnológicos saremos inicialmente abrir o editor de planilhas e transpor os dados da tabela para
a planilha.
⊲ Na segunda etapa, podemos utilizar as ferramentas de construção gráfica disponí-
A situação do desmatamento em nosso país é algo que preocupa autoridades e muitas veis no editor de planilhas.
entidades sem fins lucrativos, que monitoram e divulgam campanhas para combater crimes ⊲ Para isso, você deve selecionar os dados, em seguida clicar em “Inserir” e escolher
ambientais. Em pesquisa divulgada no site Amazonia.org, é possível verificar os índices de a opção “Gráfico”.
desmatamento nos últimos anos. ⊲ Feito isso, é possível editar o gráfico preelaborado pelo programa. Para essa situa-
Desmatamento na Amazônia ção, escolha a opção “Gráfico de linhas”.
Área de desmatamento em mil km2

16 ⊲ A partir do gráfico preelaborado, você pode fazer alterações nos rótulos e no título
14 da construção. A escala também poderá ser redimensionada de modo a colaborar
12
10 para a compreensão dos dados.
8
6
4
2
0
DISCUTINDO
2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Ano
Vamos acompanhar o passo a passo da construção do gráfico de linhas proposto na
Fonte: Amazonia.org. seção Mão na massa?
De acordo com o gráfico, responda às questões a seguir. 1. Transpor os dados da tabela para o edi- 2. Utilizar as ferramentas de construção
tor de planilha eletrônica. gráfica disponíveis no editor de planilhas.
1. Em quais anos ocorreram a maior e a menor área desmatada? 2º Clicar em
inserir gráfico 3º Selecionar
gráfico de linhas

2. Discuta com os colegas: a que conclusão você chegou em relação às informações


apresentadas no gráfico?

MÃO NA MASSA 1º Selecionar


os dados

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga pesquisas sobre a popu-


lação brasileira em seus mais variados aspectos. Hoje conheceremos os dados referentes à 3. Editar o gráfico preelaborado na plani- 4. O gráfico está concluído e pode ser uti-
expectativa de vida do povo brasileiro. Essas informações representam uma média de idade lha eletrônica. lizado para complementar a compreen-
ao longo dos anos. Acompanhe as informações. são sobre os dados da pesquisa.

Tabela 1: Expectativa de vida do brasileiro (1940-2020)


Ano 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2010 2016 2018 2019 2020 Elementos do Gráfico

Adicional, remover ou alterar


elementos do gráfico como

Média de idade 45,5 48,0 52,5 57,6 62,5 66,9 73,9 75,2 76,3 76,6 76,9
título, legenda, linhas de
grade e rótulos de dados.

Estilo de Gráfico

Defina um esquema de cor e


estilo para o seu gráfico.

Fonte: Dados do IBGE, adaptado para fins didáticos. Filtros de Gráfico

Edite quais pontos de dados


e nomes ficam visíveis no

Vamos representar esses dados graficamente?


seu gráfico.

Veja algumas dicas para utilizar planilhas eletrônicas e construir gráficos de linhas.

156 5 o ANO 157 M AT E M ÁT ICA

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1. Represente em uma tabela os dados da pesquisa feita pela turma de Gael sobre
RETOMANDO temperatura.

Neste capítulo, trabalhamos com representações gráficas dos dados na forma de grá-
fico de linhas. Os gráficos de linhas representam uma série de dados, ligados por uma linha
que mostra a frequência de valores, tendências ou alterações. Esses gráficos são utilizados
para representar grandes quantidades de dados que ocorrem em um determinado período.

Desmatamento na Amazônia

16

14
Área de desmatamento em mil km2

12

10

0
2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2. Usando a tabela da atividade anterior, represente os dados em um gráfico de linhas
Ano no espaço a seguir.
Fonte: Amazonia.org.

Assim como as outras representações gráficas, esse tipo de gráfico também tem ele-
mentos importantes que auxiliam na identificação e compreensão da informação: título do
gráfico, títulos dos eixos fonte, valores e legenda.

RAIO X

A turma de Gael da E.E. Padre Simão Corridori registrou a temperatura na cidade em


que moram durante cinco dias de certa semana, sempre às nove horas da manhã.
Os resultados foram:

⊲ Segunda-feira: 28 ºC
⊲ Terça-feira: 25 ºC
⊲ Quarta-feira: 25 ºC
⊲ Quinta-feira: 22 ºC
⊲ Sexta-feira: 26 ºC

158 5 o ANO 159 M AT E M ÁT ICA

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Habilidades do RCA
Interpretar dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes
EF05MA24 ao cotidiano, a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos como saúde, trânsito, vida financeira,
alimentação, por exemplo, e produzir textos com o objetivo de sintetizar conclusões.
Realizar pesquisa envolvendo conceitos, procedimentos, variáveis categóricas e numéricas, organizar dados
coletados por meio de tabelas de dupla entrada, gráficos de barras e de colunas agrupadas, gráficos pictóricos
EF05MA25
e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto escrito sobre a finalidade da pesquisa
e a síntese dos resultados.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: ler, compreender e interpretar Para este capítulo, a turma deve realizar leitura
dados expressos por gráficos de linhas. e interpretação de texto e análise crítica das situa-
• Mão na massa: construir gráfico de linhas para ções apresentadas.
representar dados de uma pesquisa com o uso
de planilhas eletrônicas. Dificuldades antecipadas
• Discutindo: apresentar e discutir as etapas de Construir gráficos utilizando planilhas eletrônicas
construção de gráficos com o apoio dos recursos pode se configurar como um desafio ao aluno no seu
tecnológicos. primeiro contato com o editor de planilhas. Assim,
• Retomando: sistematizar e estruturar as etapas se a turma não mostrar familiaridade com a ferra-
de desenvolvimento de gráficos de linhas e sua menta, faça as primeiras construções coletivamente.
representatividade para pesquisas estatísticas. Nos gráficos de linha, o eixo horizontal deter-
• Raio X: validar as conclusões, elaborando mina o período de tempo observado, enquanto o
tabela e gráfico de linhas a partir das etapas eixo vertical representa o intervalo de valores ob-
de construção vivenciadas na aula. servados no período. Neste caso, o aluno poderá
ter dificuldade em ordenar as informações para
Objetivos de aprendizagem construção do gráfico, trocando as posições do eixo
• Ler, interpretar e representar diferentes tipos horizontal e vertical. Em situações como essa, é
de gráficos. oportuno resgatar outros exemplos de gráficos de
• Compreender a tabela como outra forma de linhas, para que os alunos possam analisar mais de
organizar dados. uma construção e compreender essas características
essenciais à leitura correta do gráfico.
Material
• Computadores (planilhas eletrônicas).

CONTEXTUALIZANDO • e m 2012 tivemos o menor índice de desmatamento


no intervalo de tempo analisado;
Expectativas de resposta • e m 2020 houve um aumento do índice, repre-
1. A maior ocorrência de desmatamento foi no ano sentando o ponto mais alto desde 2010.
de 2006 e a menor ocorrência foi no ano de 2012.
2. Respostas pessoais. Essa atividade permite muitas Orientações
reflexões e conclusões por parte da turma. É im- Retome alguns conceitos importantes sobre as eta-
portante ressaltar que todas as resoluções devem pas de pesquisa, relembrando as diferentes formas de
demonstrar a compreensão do tema apresentado. tratar os dados de pesquisas estatísticas. Discuta com
Entre as principais conclusões que podem ser a turma quais os procedimentos que devem ser feitos
destacadas pelos alunos, temos como exemplo: após o levantamento de dados de uma pesquisa e
• a área de desmatamento da Amazônia diminuiu quais as ideias da turma em relação à organização dos
entre os anos de 2006 e 2012; dados obtidos. Ressalte que o gráfico de linhas é uma
• e sse índice voltou a subir em 2014 e segue de forma de organizar dados coletados numa pesquisa e
maneira crescente; verifique se os alunos compreendem as informações

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apresentadas graficamente, uma vez que já têm co- linhas como uma forma de representação de um con-
nhecimento sobre gráfico de linhas. junto de valores unidos por uma linha, que expressam a
evolução de dados em determinado intervalo de tempo.

MÃO NA MASSA
RAIO X
Orientações
Organize a turma em duplas ou trios para que dis- Expectativas de resposta
cutam juntos. Nessa atividade será possível observar Com base no que aprenderam na seção Retomando,
como os alunos articulam seus conhecimentos e ex- os alunos devem construir uma tabela com os dados
ploram planilhas eletrônicas para construir gráficos da pesquisa. De posse da tabela, devem criar um
de linhas. Neste processo, discuta algumas questões gráfico de linhas, com o uso de planilha ou ma-
com os alunos: Quais são as etapas de construção de nualmente, sobre as temperaturas em cinco dias
um gráfico utilizando planilhas eletrônicas? Poderíamos de certa semana, sempre às nove horas da manhã.
representar esses dados por meio de outras represen-
tações gráficas? Temperatura registrada pelos alunos durante
Caso não seja possível utilizar um computador para cinco dias, às nove horas da manhã
mostrar as etapas de criação de gráfico utilizando a Dia da semana Temperatura (ºC)
planilha eletrônica, faça a etapa em um vídeo gravando
o passo a passo. Segunda-feira 28
Terça-feira 25

DISCUTINDO Quarta-feira 25
Quarta-feira 22
Orientações
Sexta-feira 26
É o momento de promover discussões referentes às
etapas de construção de um gráfico de linhas com o Fonte: Pesquisa dos alunos do 5º ano.
uso de recursos tecnológicos. Inicie solicitando à turma
que exponha suas impressões.
Durante o desenvolvimento da atividade e da apre- Temperatura registrada em cinco dias,
sentação das conclusões, peça que observem alguns às nove horas da manhã
elementos que devem ser comuns a todos os gráficos
28
Temperatura (°C)

de linhas, como título, fonte dos dados, legenda para


os dados e a representação da linha conectora. Explore 26

a compreensão e interpretação dos alunos sobre grá- 25


ficos de linhas e planilhas eletrônicas. Permita que 22
descubram outras representações para construir um 0
repertório maior na identificação do tratamento dos Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
dados. Caso a turma não possua familiaridade com Dias da semana

esse recurso, construa o gráfico coletivamente.

Fonte: Pesquisa dos alunos do 5º ano.


RETOMANDO Orientações
Verifique se os alunos associaram os números de
Orientações medalhas das colunas às linhas conectoras e pontos
Retome e sistematize as aprendizagens da aula com do gráfico, bem como os números dos eixos, intervalo
a turma. Relembre as representações construídas para de dados e fonte para transformar corretamente a ta-
apresentar as pesquisas, destacando os gráficos de bela em gráfico. Auxilie-os se tiverem alguma dúvida.

179 M AT E M ÁT I CA

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HISTÓRIA

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UNIDADE 1

POVOS E CULTURAS
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 6; 10.

HABILIDADES DO RCA
EF05HI01 Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado.

Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou
EF05HI02
de outras formas de ordenação social.

Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença
EF05HI07
e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

O que forma um povo: do nomadismo aos primeiros povos sedentarizados; as formas de organização social e
política; a noção de Estado; as tradições orais e a valorização da memória; o surgimento da escrita e a noção de
fonte para a transmissão de saberes, culturas e histórias.

UNIDADE TEMÁTICA

Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social.

PARA SABER MAIS

• A RQUEÓLOGOS estudam a transição da vida nômade para o sedentarismo. Jornal da USP, 25 maio 2017. Disponível
em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/arqueologos-estudam-a-transicao-da-vida-nomade-para-
o-sedentarismo/. Acesso em: 10 nov. 2021.
• BRINCADEIRAS. Povos Indígenas no Brasil Mirim. Disponível em: https://mirim.org/pt-br/como-vivem/brincadeiras.
Acesso em: 23 out. 2021.
• BRINQUEDOS indígenas: conheça, aprenda como usar e onde comprar. Solo Infantil. Disponível em: https://soloinfantil.
com/brinquedos/brinquedos-indigenas/. Acesso em: 23 out. 2021.
• HISTÓRIA da Humanidade/As Civilizações dos Grandes Rios. Wikilivros, [s. d.]. Disponível em: https://pt.wikibooks.org/
wiki/Hist%C3%B3ria_da_Humanidade/As_Civiliza%C3%A7%C3%B5es_dos_Grandes_Rios. Acesso em: 18 dez. 2018.
• LUNA, Suely. Sobre as origens da agricultura e da cerâmica pré-histórica no Brasil. CLIO. Série Arqueológica (UFPE),
Recife, v. 1, n. 16, p. 67-78, 2003. Disponível em: https://www3.ufpe.br/clioarq/images/documentos/2003-N16/2003a4.pdf.
Acesso em: 27 ago. 2021.
• MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do Neolítico à crise contemporânea.
Trad. Cláudia F. Falluh Balduíno Ferreira. São Paulo: Unesp; Brasília/DF: NEAD, 2010.
• RIOS. Visite o Brasil. Disponível em: https://www.visiteobrasil.com.br/norte/amapa/belezas-naturais/conheca/rios.
Acesso em: 23 out. 2021.
• SANTOS, A. B.; NASCIMENTO, F. S. Transformações ocorridas ao longo da evolução da atividade agrícola: algumas
considerações. Enciclopédia Biosfera, v. 5, p. 1-9, 2009. Disponível em: https://pt.wikibooks.org/wiki/Hist%C3%B3ria_
da_Humanidade/As_Civiliza%C3%A7%C3%B5es_dos_Grandes_Rios. Acesso em: 27 ago. 2021.

182 5 o ANO

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1. Plantar, cuidar e colher
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UNIDADE 1
B

Amanda Caroline da Silva/E+/Getty Images


POVOS E CULTURAS

Agricultor de produtos
1. Plantar, cuidar e colher orgânicos.

d. O que a pessoa da imagem está fazendo?


1. Os seres humanos são parte da natureza. Observe as imagens e responda às per-
guntas sobre cada uma delas.

By YACOUB DOUNGOUS - Own work, CC BY-SA 4.0,


e. Na imagem, há moradias ou algo associado à fixação de um grupo em determi-
nado lugar? Explique.

2. Pesquise o significado da palavra “nômade” e registre no espaço abaixo.

Caravana de grupo nômade, em Chade (África).

a. O que é possível observar na imagem? 3. Você acha possível um povo praticar a agricultura e, ao mesmo tempo, estar sem-
pre em migração? Converse com os colegas e o professor e registre suas conclu-
sões abaixo.

b. Você acha possível viver sem moradia fixa? Mencione uma dificuldade que você
teria se vivesse desse modo.

c. Você conhece outro povo que vive sem se fixar em único lugar? Qual?

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PRATICANDO RETOMANDO
Leia o texto a seguir. 1. Considerando o que você estudou, responda:

É possível afirmar que a mudança do estilo de vida nômade para o sedentário ocorreu
Os seres humanos que viveram há milhares de anos eram nômades, isto é, deslo- com todos os povos do planeta, fazendo com que o nomadismo desaparecesse por comple-
cavam-se em vastos territórios procurando pelos melhores meios de sobrevivência. Não to? Justifique sua resposta.
vivendo em um lugar fixo, os grupos humanos aproveitavam uma região até que esta es-
tivesse com os recursos naturais esgotados e, então, se mudavam para outra área. Mas
2. Leia o texto.
nem sempre as ocupações ocorriam até o esgotamento dos recursos. Há grupos, por
exemplo, que vivam um nomadismo cíclico, ocupando áreas em determinadas épocas do
ano e retornando a elas depois de um tempo.
Foi no período Neolítico, aproximadamente em 8 000 a.C., que a temperatura do Os primeiros habitantes da Amazônia
planeta Terra aumentou e o derretimento do gelo que cobria o solo permitiu o crescimen- [...] A hipótese mais aceita atualmente entre os historiadores é a de que o ho-
to da vegetação em diversas áreas antes permanentemente congeladas. mem chegou às Américas há mais de 20 mil anos pelo estreito de Bering. Essa
Essa mudança climática favoreceu o desenvolvimento de sementes de frutas e de conexão terrestre estava exposta durante as últimas glaciações (100.000 –
cereais que viraram brotos nas áreas onde nossos antepassados despejavam restos de 10.000), quando o nível do mar era mais baixo. Isso permitiu a travessia a pé
alimentos. Essa observação possibilitou o controle e o cultivo das plantas. de populações por uma ponte natural ligando o continente asiático à América
O cultivo de plantas fez com que os grupos desenvolvessem técnicas agrícolas do Norte.
e ferramentas mais elaboradas, feitas de pedras e de metais. A necessidade de arma- O período pré-colombiano (ou seja, antes da chegada de Cristovão Colombo
zenar os produtos colhidos e as sementes fez com que esses grupos começassem a às Américas, em 1492) divide-se em três fases: paleoindígena, arcaica e pré-
fazer cestos de palha e vasilhas de barro, que deram origem à cerâmica (uma técnica -histórica tardia.
especial de queima do barro moldado que tornava os utensílios mais resistentes). Na FASE PALEOINDÍGENA, a população era pouco numerosa, dispersa, nô-
Todas essas mudanças contribuíram para que os grupos humanos tivessem aces-
made e estava baseada na coleta de frutas e moluscos, na pesca e na caça.
so a mais alimentos e para que fixassem moradia em uma região, uma vez que não
Acredita-se que a ocupação paleoindígena da Amazônia tenha ocorrido por
precisavam mais sair à procura de alimentos com tanta frequência e precisavam se de-
volta de 11,2 mil anos.
dicar ao cuidado das plantações. Afinal, é necessário plantar, regar e cuidar para que
os animais fiquem longe das plantas para que fosse possível fazer as colheitas. Na FASE ARCAICA, por volta de 8 mil a 3 mil anos, as populações indígenas
estabelecidas ao longo do rio Amazonas começaram a fabricar cerâmica. As
Texto produzido especialmente para esta obra.
técnicas utilizadas para decorar as peças de cerâmica eram as de pintura e
incisão. Algumas dessas peças apresentavam figuras geométricas nas cores
vermelha e branca. [...]
1. Leia as sentenças a seguir e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para No início da FASE PRÉ-HISTÓRIA TARDIA (3 mil anos a mil anos), desenvolvem-
as falsas. -se as culturas dos construtores de aterros artificiais em áreas inundáveis (te-
sos) na Amazônia. Em seguida, aparecem sociedades ainda mais complexas e
( ) Os primeiros grupos humanos eram nômades, sobreviviam da caça e da coleta hierarquizadas que fabricavam um tipo de cerâmica muito refinado. Diversas
e, por isso, se deslocavam frequentemente pelo território. culturas são destacáveis pela qualidade artística de suas produções, tais como:
( ) A descoberta da agricultura não apresenta relevância para as sociedades Cunani, Maracá, Miraranguera e as culturas de Marajó e de Santarém [...].
atuais, já que hoje temos os alimentos industrializados. IAMAZON. A floresta habitada: história da ocupação humana na Amazônia. Imazon, 3 set. 2015. Disponível em:
( ) Com a descoberta da agricultura, os grupos humanos não dependiam mais ape- https://imazon.org.br/a-floresta-habitada-historia-da-ocupacao-humana-na-amazonia/. Acesso em: 10 out. 2021.
nas da coleta e podiam cultivar os alimentos necessários para sua sobrevivência.
( ) Os seres humanos sempre conheceram a agricultura.
( ) É possível plantar e ter um estilo de vida integralmente nômade. ⊲ Fontes históricas são os vestígios do passado que resistem ao tempo e possibilitam
( ) Os povos caçadores-coletores são nômades. ao historiador investigar outras épocas.
( ) Não existem povos nômades na atualidade. Mencione uma fonte histórica, citada no texto, que permite aos historiadores conhe-
( ) Os povos que habitam as cidades não são nômades, mas, sim, sedentários. cerem a cultura dos primeiros povos da Amazônia.

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Habilidade do RCA
Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico
EF05HI01
ocupado.

Sobre o capítulo Espera-se que a turma saiba o que é a agricul-


• Contextualizando: analisar imagens sobre tura e relacione as atividades agrícolas à produção
nomadismo e sedentarismo no contexto atual. de alimentos.
• Praticando: interpretar um texto sobre a desco- É possível que a turma não se lembre dos concei-
berta da agricultura e resolver uma atividade de tos nômade e sedentário. Ao longo das atividades
identificação de sentenças verdadeiras e falsas. propostas eles poderão ser retomados.
• Retomando: refletir sobre as sociedades
nômades no passado e no presente. Dificuldades antecipadas
Como estamos iniciando a jornada do 5o ano,
Objetivo de aprendizagem é possível que a turma encontre algumas dificul-
• Investigar os fatores de sedentarização e o estilo dades com os termos e conceitos do componente
de vida em tribos. curricular. Tenha dicionários à disposição na sala
e encoraje o uso desse material pelos alunos.
Contexto prévio
A turma vai refletir sobre a relação dos seres
humanos com a natureza, principalmente por meio
da agricultura.

CONTEXTUALIZANDO povos do passado. Ele coexiste com o sedenta-


rismo nos dias atuais.
Expectativas de resposta Imagem B:
1. Imagem A: Espera-se que o aluno identifique as mudas de
É esperado que o aluno identifique o grupo familiar hortaliças, que denotam a prática de agricultura,
em migração. Faça perguntas de modo a orientar e, ao fundo da imagem, perceba a presença de
a construção de hipóteses pelos alunos, exemplo: uma habitação, evidenciando o estilo de vida
Há pessoas que vivem em constante migração sedentário.
atualmente? Por que razão vivem desse modo?
Você conhece ou já estudou sobre algum grupo Orientações
que está sempre em movimento e que vive sem Após a apresentação do objetivo da aula e as primei-
se fixar a um único lugar? ras abordagens sobre a temática, organize os alunos
Também é esperado que, ao observar a imagem, em duplas. Explique que as duplas devem observar
os alunos reflitam sobre como seriam suas vidas as imagens e responder às perguntas sobre cada uma
se fossem nômades e quais seriam suas possíveis delas. Apesar de estarem divididos em pares, os alunos
dificuldades. Esse exercício de auteridade favorece devem fazer seu registro de resposta individualmente.
a aprendizagem histórica e geográfica, orientan- A proposta nesse momento é perceber como a
do a formulação de hipóteses e a resolução de relação do ser humano com a terra se desenvolveu
dúvidas pelos alunos. Destaque as questões da ao longo do tempo.
alimentação e do clima, principais fatores que
impulsionam a migraçao de grupos nômades.
Sobre a última questão da imagem A, possibilite PRATICANDO
aos alunos que pesquisem outros povos nômades.
Essa pesquisa é importante, pois evidencia que Expectativas de resposta
o nomadismo não é um estilo de vida apenas de 1. V – F – V – F – F – V – F – V.

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Orientações um lugar para outro visando ao não esgotamento do
Após a conversa inicial, é o momento de abordar a solo. Eles cultivam pequenas roças e, após determinado
relação da agricultura com a formação das sociedades, período de permanência em uma região, mudam-se e
identificando o modo de vida mais antigo da humanidade abrem novos roçados.
(nomadismo) e a passagem dessa modalidade para o Outro grupo nômade são os tuaregues, que vivem no
sedentarismo. deserto do Saara. Eles resistem à tendência sedentária
Peça à turma que faça a leitura do texto ou você das sociedades atuais, pois o estilo de vida nômade
mesmo pode ler em voz alta. A leitura oral realizada faz parte de sua cultura secular, que foi passada de
pelo professor permite que o aluno amplie seu reper- geração a geração.
tório cultural, não somente aumentando o vocabulário Aproveite esse momento de interação para que
e a familiaridade com a língua, mas, também, desen- eles troquem informações e experiências, sempre
volvendo o comportamento leitor e a criatividade. respeitando o colega e o momento de fala de cada um.
Favorece, ainda, o diálogo sobre o que está sendo Na atividade 2, consta um texto sobre o povoamento
lido, fazendo da leitura uma prática social. da América, mais especificamente da Amazônia. Ele se
Após a leitura, peça que todos realizem a atividade de faz oportuno pois destaca a importância dos povos nôma-
análise de sentenças, sinalizando cada uma delas como des para o povoamento do continente americano. É im-
verdadeira ou falsa. É importante que você comente cada portante destacar que as primeiras populações chegaram
um dos itens, indicando os equívocos das sentenças falsas. ao continente após um grande movimento migratório que
durou muitos anos. Informe que no período Paleolítico
ainda não havia povos sedentários, apenas nômades.
RETOMANDO A agricultura desenvolve-se a partir de aproxima-
damente 8000 a.C., em um processo que conhecemos
Expectativas de resposta como Revolução Agrícola. Esse evento deu início ao
1. Retomando os conhecimentos apreendidos ao período Neolítico.
longo do capítulo, os alunos deverão responder Discuta sobre a importância dos achados arqueo-
que o desenvolvimento da agricultura favoreceu a lógicos para humanidade.
fixação dos grupos a locais fixos; no entanto, não
extinguiu o modo de vida nômade. Atualmente, Sugestão de atividade complementar
há diferentes povos mantêm esse estilo de vida. Para ir além do significado do nomadismo e do
2. Espera-se que os alunos identifiquem as peças sedentarismo, é possível propor à turma uma reflexão
de cerâmica como uma importante fonte histórica mais ampla sobre o próprio ato de migrar. Com isso,
das culturas mencionadas no texto. você estabelece um diálogo entre História e Geografia.
São várias as razões que levam os seres humanos
Orientações a se deslocar de um local a outro. No passado, as so-
Após a leitura do texto e das reflexões sobre a ciedades caçadoras e coletoras buscavam alimentos,
agricultura e o processo de sedentarização, organize além de clima favorável para a manutenção da vida.
uma roda de conversa em que os alunos poderão con- Pergunte aos alunos: Atualmente, o que leva as
versar e expor o que descobriram sobre os conceitos pessoas a passar por longas migrações?
de nomadismo, sedentarização e agricultura. Você pode elaborar um mapa mental com as res-
Leia com a turma a pergunta disparadora e direcione postas principais.
o debate para a reflexão de como a agricultura pode ser Em seguida, convide-os a ler o texto de Ronaldo
fator de fixação das sociedades nos mais diversos locais Decicino, que aborda a questão dos refugiados ambien-
do mundo. É importante deixar claro que, apesar do tais, pessoas que vivenciaram catástrofes ambientais
processo de sedentarização ter ocorrido com diferentes e precisaram migrar para sobreviver.
povos, alguns ainda continuam nômades, já que esse
estilo de vida corresponde a uma característica cultural. Segundo estimativa da Universidade das Nações
Em sala, você pode mencionar alguns grupos que Unidas (UNU), até 2010 o mundo terá 50 milhões de
mantêm um estilo de vida nômade ou seminômade pessoas obrigadas a deixar seus lares, temporária ou
atualmente, como os Yanomami. Os indígenas dessa definitivamente, devido a problemas relacionados ao
etnia têm o costume de deslocar aldeias inteiras de meio ambiente. São os refugiados ambientais - uma

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categoria social, formada por grupos humanos que maior do que o dos caçadores-coletores. Um exem-
se deslocam não por causa de guerras, epidemias plo disso pode ser encontrado durante o período
ou distúrbios políticos, mas devido a catástrofes Neolítico, quando a agricultura foi introduzida na
ambientais que tornam a ida insustentável em seus Europa pelas migrações do Oriente Médio.
habitats originais. No entanto, na América do Sul, não estava cla-
Vários desastres ambientais já provocam o êxodo ro se o mesmo teria ocorrido, pois argumentou-se
de grandes massas de população: o tsunami, ocor- que nenhum grupo cultural havia se expandido por
rido em dezembro de 2004, que destruiu a costa distâncias tão longas como na Europa ou na Ásia.
de diversos países asiáticos, matando milhares de Além disso, acreditava-se que o tipo de agricultura
pessoas e deixando milhões de desabrigados; [...] praticada pelos povos pré-colombianos na Amazônia
o terremoto que atingiu o sul da Ásia, em outubro não lhes permitiria expandir-se na mesma proporção.
de 2005, matando milhares de pessoas. [...] Pesquisas realizadas por três membros do Grupo de
Entre os problemas ambientais estão o esgotamento Pesquisa em Cultura e Dinâmica Socioecológica (CaSEs)
do solo, a desertificação, as enchentes, os terremotos, do Departamento de Humanidades da Universidade
os furacões e outros desastres naturais. [...] Pompeu Fabra (UPF), de Barcelona (Espanha), mostram
DECICINO, Ronaldo. Refugiados ambientais: catástrofes que expansões de algumas culturas arqueológicas na
naturais causam êxodo. Uol Educação. Disponível em: América do Sul podem ser simuladas por computador
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/ através do crescimento e da migração da população
refugiados-ambientais-catastrofes-naturais-causam-exodo. da mesma maneira que o Neolítico na Europa. [...]
htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 18 out. 2021.
“Utilizamos parâmetros derivados da etnografia
dos agricultores da Amazônia para simular a taxa de
Com base no texto, explore as seguintes questões:
crescimento populacional, a divisão das aldeias, a
• Os refugiados ambientais são próprios da nossa
que distância e com que frequência elas se muda-
época ou sempre existiram? Por quê?
ram”, afirmam os autores do estudo. Com base nesses
• Eles migram para garantir a sobrevivência tal
parâmetros, eles criaram um modelo de computador
como os povos nômades?
para simular expansões de diferentes pontos e datas e
• O que significa a palavra refugiado?
comparar os resultados com dados arqueológicos. [...].
• Por quais outros motivos as pessoas refugiam-se?
As quatro culturas arqueológicas analisadas foram
Se possível, possibilite a participação de todos e
as tradições saladoide-barrancoide, arauquinoide
a construção coletiva de um texto sobre refugiados
(dos índios aruaques), tupi-guarani e (intimamente
ambientais. Também é possível propor à turma a con-
relacionadas) una, itararé e aratu. Na maioria das
fecção de cartazes sobre o tema e sugerir a exposição
regiões onde se estabeleceram, essas culturas
desse material.
introduziram o cultivo de plantas domesticadas,
marcaram a transição para assentamentos mais
Leitura complementar
permanentes e espalharam um modelo econômico
Estudo simula ocupação da Amazônia por
chamado “policultura agrossilvicultural”.
culturas na pré-história
ESTUDO simula ocupação da Amazônia por culturas na
As expansões por grupos de seres humanos eram
pré-história. Revista Planeta, 5 maio 2020. Disponível em:
comuns durante os tempos pré-históricos, após a https://www.revistaplaneta.com.br/estudo-simula-ocupacao-
adoção da agricultura. Entre outros fatores, isso se da-amazonia-por-culturas-na-pre-historia/.
deve ao crescimento populacional dos agricultores, Acesso em: 18 out. 2021.

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2. Vida em grupos
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2. Vida em grupos PRATICANDO

1. Observe a imagem e leia o texto a seguir. Leia os textos com os colegas, re�itam e, depois, troquem ideias sobre eles.

©Cadu De Castro / Pulsar


Modos de ocupar o território
Quando os europeus chegaram aqui, há mais de 500 anos, os povos indí-
genas estavam espalhados por toda a região que veio a se chamar Brasil e já
ocupavam esse território há pelo menos 12 mil anos [...].
Antes do contato, os povos indígenas não estabeleciam limites territoriais
fixos. Eles andavam muito. Faziam longas viagens para procurar recursos na-
turais em locais distantes de suas aldeias – passavam longos períodos caçan-
do e pescando, viajavam para buscar remédios e coletar frutas e mel, entre
Mãe indígena Guarani do núcleo outras atividades.
Cachoeira da aldeia Rio Silveira Um dos grandes desafios enfrentados pelos povos indígenas a partir do
fazendo pintura corporal na filha. contato com os não indígenas foi a diminuição da área de seus territórios, o
Terra Indígena Ribeirão Silveira (SP). que impedia a ocupação do espaço segundo seus modos de vida e tradições.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Modos de ocupar o território. Povos Indígenas no Brasil Mirim.
Disponível em: https://mirim.org/index.php/pt-br/modos-de-ocupar-o-territorio.
Àqueles que não entendem nossa língua, vou traduzir. O povo Guarani era como Acesso em: 16 jul. 2021.
um rio que corria lentamente em seu curso quando uma pedra gigante foi lançada
dentro do córrego. A água espirrou para vários cantos. E os sobreviventes estão aqui
hoje reunidos”, diz o Guarani- Kaiowá Anastácio Peralta, sob olhares de concordância
de seus ‘parentes’ da Argentina, Bolívia e Paraguai.
RODRIGUES, Marcelo Netto. 2007: o lançamento da campanha Povo Guarani, Grande Povo.
Povos Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental, 24 set. 2007. Disponível em: O que são terras i�díge�as
https://pib.socioambiental.org/es/Not%c3%adcias?id=126701.
Acesso em: 16 jul. 2021. Terra indígena é uma porção do território nacional habitada por uma ou mais
comunidades indígenas, que ali vivem, constituem suas famílias e exercem
suas atividades produtivas, culturais e religiosas. Depois de um longo processo
chamado demarcação, ela é reconhecida e passa a ser propriedade da União.
[...] Os indígenas têm direito permanente de ocupar aquele espaço e usufruir
Converse com os colegas sobre o texto e a imagem e registre suas conclusões. de tudo que tem lá. Mas a terra não pode ser vendida ou negociada por ninguém,
a. Como a imagem representa a cultura indígena? é um bem público do nosso país.

Por que os povos i�díge�as tê� direito a terras?


Porque eles ocupavam originalmente esses territórios. Estima-se que, em
1500, a população indígena vivendo no território brasileiro fosse de 2 a 4 mi-
b. Nas palavras do indígena Anastácio Peralta, o que representa a “pedra”? lhões de indivíduos, divididos em cerca de mil povos.
No entanto, com a chegada dos exploradores portugueses, começou uma
história de interações quase sempre negativas para os indígenas, com direito
a caçadas, capturas e escravização; desapropriações violentas de terras; exter-
mínio de aldeias hostis; dizimação de populações inteiras, contaminadas por
doenças vindas da Europa.
c. E o que significa dizer que “a água espirrou para vários cantos”?
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Plenarinho, 30 jun. 2021. Disponível em: https://plenarinho.leg.br/
index.php/2021/06/o-que-sao-terras-indigenas/. Acesso em: 1 dez. 2021.

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Agora, após a leitura dos textos, responda às questões a seguir.


RETOMANDO
1. Como viviam os povos indígenas antes da chegada dos europeus?

Vamos brincar!

Piões dos Gabili do Oiapoque


Os Galibi do Oiapoque migraram da Guiana Francesa para o Brasil nos anos
50. Originários da região do rio Mana, eles passaram a viver na margem direita
do rio Oiapoque, no norte do Amapá. A maior parte dos Galibi vive na Guiana
2. Após a chegada dos europeus em terras brasileiras, os povos indígenas precisa- Francesa e lá são conhecidos como Kaliña.
ram se reorganizar. Como fizeram isso? Os meninos galibi, Valdo e Donato, tentam fazer, como o pai os ensinou, o
pião da semente da palmeira tucumã, que canta ao girar. Buscam primeiro as
melhores sementes, fazem alguns pequenos furos, limpam e raspam toda parte
de dentro, deixando-as totalmente ocas. Mas, infelizmente, os piões não giram e
muito menos fazem som. Sem sucesso, guardam os piões nos bolsos e esperam
a chegada da noite, quando o pai voltará da mata.
Miguel, o pai, analisa o pião dos filhos e anuncia que ensinará novamente,
mas precisam esperar até a tarde do próximo dia.
Valdo e Donato moram na aldeia São José, que tem oito casas de madeira, ro-
deadas de mangueiras, cajueiros, cuias, jenipapo, tucumã, inajá, goiaba, entre
outras plantas. Ali moram poucas crianças, que se mostram à vontade com as
3. Como os povos indígenas entendem o lugar em que vivem? brincadeiras que aprendem na cidade de Oiapoque. Brincam com petecas e pa-
pagaios, mas não deixam de aprender com os mais velhos alguns brinquedos,
como, por exemplo, o pião de tucumã.
No horário marcado, Miguel, sem dar explicações, faz o seu pião na frente dos
meninos, que o observam e vão fazendo seus piões junto com o pai, sem falar,
perguntar ou pedir ajuda.
Deu certo! Todos os piões começam a rodar e zunir quase ao mesmo tempo.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Brincadeiras. Povos Indígenas no Brasil Mirim.
Disponível em: https://mirim.org/pt-br/como-vivem/brincadeiras. Acesso em: 18 out. 2021.
4. Atualmente, os povos indígenas têm dificuldade em circular livremente pelo terri-
tório do Brasil como ocorria antes de 1500. Na sua opinião, por que há essa dificul-
dade? Explique.

1. Você conhece outros brinquedos e brincadeiras indígenas? Se não, pesquise com


os colegas e o professor.

5. Escreva alguns nomes de povos indígenas que vivem no estado do Amapá. Se ne-
cessário, realize uma pesquisa.

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Habilidade do RCA
Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os
EF05HI01
com o espaço geográfico ocupado.

Sobre o capítulo Atualmente, as etnias indígenas que se encontram


• Contextualizando: analisar imagem e distribuídas pelos diferentes pontos do território
depoimento de membro do povo guarani. nacional têm modos de vida próprios, participando
• Praticando: ler e interpretar texto sobre o modo cada vez mais ativamente e conscientemente da
de vida indígena no Brasil; atividade de pesquisa vida política do país.
sobre os povos indígenas do Amapá.
• Retomando: ler e interpretar um texto sobre Dificuldades antecipadas
brinquedo indígena; pesquisar sobre o tema. Avalie as dificuldades que os alunos apresen-
taram ao longo do estudo do capítulo com rela-
Objetivo de aprendizagem ção à compreensão dos conceitos e à produção
• Refletir a respeito da história indígena no textual, buscando com antecedência estratégias
Brasil, especialmente quanto à sua relação que poderão ser utilizadas para contorná-las.
com o território. Procure explicar o significado da palavra “etnia”.
Ao explorar os conhecimentos prévios dos alunos
Contexto prévio sobre a temática indígena, anote as principais ideias
Neste capítulo, vamos analisar aspectos culturais mencionadas no quadro. Se possível, providencie
dos indígenas do Brasil. É esperado que os alunos imagens de povos indígenas que habitam o Brasil
saibam que os povos indígenas foram os primeiros atualmente e traga-as para a sala de aula. Essa
grupos sociais do Brasil, onde e como eles viviam. é uma estratégia que busca tanto instigar, com
Espera-se que boa parte da turma mencione os estímulos visuais, a curiosidade da turma sobre
povos indígenas. os indígenas brasileiros quanto reforçar a grande
Outro ponto importante é entender que os povos diversidade cultural desses povos.
indígenas são atuais e não “ficaram apenas no
passado”, sendo parte da população brasileira.

CONTEXTUALIZANDO Sobre a imagem, pergunte aos alunos: O que as


indígenas estão fazendo? Qual seria o significado dessa
Expectativas de resposta pintura corporal?
1. Espera-se que, a partir das perguntas dispara- Depois, peça a eles que leiam o texto em voz alta
doras, os alunos exponham o que já sabem a para a turma. Explique a metáfora sobre a dispersão
respeito da prática da pintura corporal adotada do rio, indicando que o povo guarani se percebe como
por diferentes povos indígenas. No texto, devem uma grande família que foi espalhada por um evento
interpretar que a “pedra”, na metáfora indígena, externo, no caso, a chegada dos portugueses ao Brasil
representa os portugueses que haviam chegado e a colonização.
ao território do Brasil em 1500. Já o trecho “a
água espirrou para vários cantos” é uma alusão
à dispersão dos indígenas da etnia guarani pelo
PRATICANDO
território brasileiro após a chegada dos europeus.
Expectativas de resposta
Orientações 1. Espera-se que os alunos identifiquem que os povos
Inicie esta aula observando com a turma uma ima- indígenas ocupavam o território do atual Brasil
gem de duas mulheres da etnia guarani realizando desde pelo menos 12 mil anos atrás e que cada
uma prática bastante tradicional entre esse povo, a povo tinha formas muito diferentes de ocupar e
pintura corporal. dividir o território, de conhecer a geografia e de

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utilizar e cuidar do meio ambiente. Esses povos que a “pedra gigante” que dispersou o rio foi a invasão
não tinham territórios fixos e andavam em busca europeia. Aproveite a oportunidade para discutir sobre
de recursos para a sobrevivência. os grupos indígenas presentes no território do Amapá
2. Espera-se que os alunos infiram que a chegada e sobre a importância da demarcação de suas terras.
dos primeiros colonizadores diminuiu as possi- Outro ponto a ser destacado em sala é que, antes
bilidades de deslocamento dos povos indígenas da chegada dos europeus, o Brasil não era um país
que ocupavam o litoral, os quais, consequente- e não tinha esse nome. Ele se tornou uma colônia de
mente, passaram a migrar em direção ao interior, Portugal e recebeu vários nomes até se tornar definiti-
buscando se afastar dos invasores. vamente, Brasil, já tendo sido chamado de Pindorama
3. Espera-se que os alunos identifiquem que, para pelos indígenas e, depois, de Terra de Vera Cruz pelos
os povos indígenas, o lugar em que se vive não primeiros portugueses que aqui chegaram.
é apenas um cenário, é um território: um espaço
totalmente conectado com um jeito tradicional de Para saber mais
estar no mundo, conectado com suas culturas. Os indígenas que não habitam as cidades estão
Por isso, cada povo tem um jeito de explicar seus distribuídos em diferentes pontos do território do
modos próprios de ocupar um território. Espera-se Brasil, em localidades chamadas Terras Indígenas.
que os alunos percebam a importância da garantia Essas terras pertencem ao governo brasileiro, mas,
dos direitos territoriais dos indígenas, estabele- mesmo assim, os indígenas têm o direito de usá-las
cendo os limites de suas terras a fim de garantir da maneira que melhor convir para garantir seu sus-
a sua identidade. tento e a preservação de seus costumes e população.
4. É esperado que o aluno responda que, atualmente,
O direito dos diferentes povos indígenas à terra é
os indígenas não têm facilidade de circular pelo
garantido pela Constituição Federal. Atualmente,
território como tinham no passado, especialmente
existem terras indígenas localizadas em diferentes
pela diminuição de seu território original.
pontos do território nacional, sendo que a maior parte
5. Pergunte aos alunos se conhecem alguma
delas se encontra na Amazônia. Essas terras podem
etnia indígena de seu estado. Se possível, reser-
ser utilizadas pelas comunidades para habitação,
ve um tempo da aula para a pesquisa em sites
agricultura, criação de animais e outras atividades
como o Povos Indígenas no Brasil, do Instituto
Socioambiental (ISA) (disponível em: https://pib. que lhes possibilitem garantir a sobrevivência. A Funai
socioambiental.org/pt/P%C3%A1gina_principal; (Fundação Nacional do Índio) é o órgão do governo
acesso em: 18 out. 2021). que garante a fiscalização dessas terras.

Orientações RETOMANDO
Nesta etapa, os alunos vão conhecer a dinâmica de
ocupação do território pelos primeiros ocupantes do Expectativas de resposta
Brasil. Peça a eles que façam a leitura do texto sobre 1. Resposta pessoal.
os modos de ocupar o território. Estabeleça a melhor
estratégia de leitura de acordo com o perfil da turma: Orientações
leitura individual, em voz alta, em pequenos grupos ou Converse com os alunos sobre o brinquedo indígena
em um grande grupo, e auxilie-os com o vocabulário. É apresentado no Livro do Aluno e sobre o grupo indígena
um bom momento para fazer uso do dicionário. Galibi do Oiapoque. Questione-os se já conhecem e
Após a leitura, os alunos devem responder às per- sabem brincar com o pião dos Galibi.
guntas sobre o texto. Circule pela sala de aula e Cite outros brinquedos e brincadeiras indígenas e
auxilie-os para que todos compreendam que houve diga aos alunos que a pesquisa pode ser realizada com
mudanças no modo de vida dos povos indígenas tendo conversas com outras pessoas ou na internet.
em vista o contato com os não indígenas, mas também
permanências, uma vez que parte dos povos indígenas Nas últimas décadas, em novos cenários políticos,
conseguiu preservar suas formas de interagir com o os movimentos sociais com diferentes atores con-
território, mesmo que de forma mais restrita. Retome quistaram e ocuparam seus espaços, reivindicando
a metáfora guarani da abertura da aula, explicando o reconhecimento e o respeito às socio diversidades.

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Identidades foram afirmadas, diferentes expressões dessa lacuna na formação escolar. Contribui para o
socioculturais passaram a ser reconhecidas e res- reconhecimento e a inclusão das diferenças étnicas
peitadas, mudanças de atitudes que exigiram dis- dos povos indígenas, buscando pensar um novo
cussões, formulações e fiscalizações de políticas desenho do Brasil em sua socio diversidade.
públicas que respondam às demandas por direitos
SILVA, Edson. O ensino de história indígena: possibilidades,
sociais específicos e diferenciados. exigências e desafios com base na Lei 11.645/2008. Revista
A nossa sociedade, como resultado da organização História Hoje. São Paulo, ANPUH, v. 1, n. 2, p. 213-223, 2012.
e mobilização dos movimentos sociais, se descobre
plural, repensa seu desenho: o Brasil não tem uma Vídeos para pesquisa do professor
identidade nacional única! Somos um país de muitos • Terras indígenas no Brasil: o programa Expedições
rostos, expressões socioculturais, étnicas, religiosas mostra as atuais ameaças às leis que protegem
etc. As minorias (maiorias) – sejam mulheres, ciganos,
territórios. Direção: Paula Saldanha e Roberto
negros, idosos, crianças, portadoras de necessidades
Werneck. Brasília: TV Brasil. Disponível em: https://
especiais etc. – reivindicam o reconhecimento e o
respeito aos seus direitos. tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/episodio/terras-
[...] indigenas. Acesso em: 18 out. 2021.
A Lei 11.645 de março de 2008, que tornou obri- • Índios no Brasil: QUEM são eles? Direção: Vicent
gatório o ensino de história e culturas indígenas nos Carreli. Brasília: TV Escola, 1999. Disponível em:
currículos escolares no Brasil, ainda que careça de https://www.youtube.com/watch?v=Nx3DxJ_mlik.
definições mais completas, possibilita a superação Acesso em: 18 out. 2021.

ANOTAÇÕES

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3. Grandes rios e grandes civilizações
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3. Grandes rios e grandes civilizações PRATICANDO

1. Observe o mapa e discuta com os colegas. 1. Observe o mapa a seguir.

Parzeus. CC BY-SA 4.0


⊲ O que representa a parte azul do mapa?
⊲ Onde estão concentradas as cidades egípcias: perto ou longe dos rios?
⊲ Quais são as utilidades do rio Nilo para essas cidades?

Por André Koehne. CC BY-SA 3.0


Jordão

CRESCENTE Fértil. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Map_of_fertile_crescent.svg.


Acesso em: 12 dez. 2021.
L. Moéris

O nome Mesopotâmia foi criado pelos antigos gregos para designar a “terra
O

entre rios”, pois a região se localizava entre os rios Tigre e Eufrates, que ga-
NIL

rantiam ao território a fertilidade do solo. Por se tratar de uma localidade onde


havia condições de vida bastante favoráveis, a Mesopotâmia foi intensamente
disputada por diferentes povos ao longo dos séculos. Entre eles, destacamos
os sumérios, que se estabeleceram na região por volta de 5000 a.C.

a. As civilizações egípcia e mesopotâmica cresceram às margens de grandes rios.


Quais eram esses rios?

Egito:

Mesopotâmia:
Primeira
Catarata
b. A área do mapa pintada de rosa é chamada Crescente Fértil. Por que você acha
EGITO Antigo. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Egito_pt.svg. Acesso em: 12 dez. 2021. que ela recebeu esse nome?

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2. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre os sumérios.


RETOMANDO
Os sumérios
Os sumérios são considerados o primeiro povo a fixar-se de forma sedentária, com a
Análise cartográfica
fundação de suas cidades: Ur, Uruk, Eridu e Nipur.
As cidades da Suméria tinham leis, exército e um deus patrono para cada uma delas. A
1. Observe o mapa do estado do Amapá.
disputa pelas melhores regiões, aquelas próximas aos rios Tigre e Eufrates, provocava algu-
mas guerras entre as cidades.
© Guia Geográfico - Mapas do Brasil e do Mundo

As cidades sumérias também ficaram conhecidas por suas obras para o melhor apro-
veitamento dos rios: barragens, canais de irrigação, reservatórios etc. Alguns historiadores
afirmam que os sumérios foram responsáveis pela criação da roda.
O desenvolvimento das técnicas agrícolas e o crescimento das cidades levaram ao
desenvolvimento do comércio. A necessidade de registrar as atividades como as colheitas e
acordos comerciais estimulou a criação de uma das primeiras formas de escrita da humani-
dade, conhecida como escrita cuneiforme.
O desenvolvimento da agricultura, as construções de templos e o desenvolvimento da
escrita fizeram do povo sumério uma civilização que nos deixou um importante legado cultural.

Escrita suméria
By Marie-Lan Nguyen (2009), CC BY 2.5

As escavações arqueológicas realizadas na Rio Amazonas


Mesopotâmia revelaram uma grande quantida-
de de placas de argila com inscrições desco-
nhecidas. Com o tempo, os estudiosos desco-
briram que essas inscrições eram uma espécie
de escrita, uma das primeiras da humanidade.
Foi criada em 4000 a.C. aproximadamente.
Também se descobriu que essas inscrições fo-
ram feitas pelos sumérios. Eles utilizavam pla- Tábua de argila suméria de 2600 a.C.
cas de barro úmido (argila) nas quais faziam
GUIA Geográfico: Mapas do Brasil e do mundo. Disponível em: https://www.guiageo.com/pictures/mapa-amapa.jpg. Acesso em: 12 dez. 2021.
suas inscrições com instrumentos semelhantes a palitos de madeira com a
ponta em forma triangular. Essa ponta chama-se cunha e, por isso, a escrita Circule no mapa o nome do município ou da localidade onde você mora. Depois, escre-
suméria recebeu o nome de cuneiforme. va o nome do rio mais próximo.
Depois que realizavam suas inscrições nas tábuas úmidas, coziam-nas, o que
as tornava mais duráveis.

De acordo com o texto, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A localização próxima aos rios favoreceu a fixação dos grupos em um território. 2. Por que esse rio é importante para os habitantes da região em que você vive?
( ) As cidades sumérias estavam localizadas entre os rios Tigre e Eufrates, no Egito.
( ) Os sumérios eram organizados em grupos nômades e tribais, mas dominavam
a agricultura.
( ) A escrita cuneiforme foi utilizada para registrar as atividades comerciais e
agrícolas.

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Habilidades do RCA
Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado
EF05HI02
e/ou de outras formas de ordenação social.
Identificar os processos de produção, hierarquização e difusão dos marcos de memória e discutir a presença
EF05HI07
e/ou a ausência de diferentes grupos que compõem a sociedade na nomeação desses marcos de memória.

Sobre o capítulo do que seria possível se usassem apenas os próprios


• Contextualizando: ler um mapa do Egito Antigo ombros, além de poder conduzi-las por distâncias
e resolver questões oralmente. maiores.
• Praticando: ler um mapa da Mesopotâmia e O uso de animais de carga logo fez com que se
resolver questões individualmente. Desenvolver chegasse à invenção da carroça. Os historiadores
atividades com base na interpretação de texto atribuem a invenção da roda aos sumérios, que a
sobre o povo sumério. teriam utilizado pela primeira vez na confecção de
• Retomando: ler o mapa do Amapá com questio- objetos de cerâmica. Posteriormente, esse povo
namentos sobre os rios próximos aos municípios. adaptou a roda para a locomoção e o transporte
de artigos de troca.
Objetivos de aprendizagem
• Compreender a formação das primeiras socie- Dificuldades antecipadas
dades complexas e o surgimento dos primeiros Neste capítulo, os alunos farão a leitura de um
Estados. texto sobre os sumérios. É possível que a turma
• Identificar os rios como fator de fixação dos encontre dificuldade para relacionar as datas his-
grupos humanos a um único território. tóricas antes de Cristo. Caso isso aconteça, você
• Explicar a importância dos rios para a construção pode organizar na lousa uma linha do tempo para
da identidade e da cultura das sociedades do facilitar a orientação temporal.
presente e do passado. Também é possível que os alunos apresentem
dificuldades para ler os mapas do capítulo, prin-
Contexto prévio cipalmente por não conhecerem as regiões repre-
É importante que os alunos percebam que tanto sentadas. Recomendamos que, antes da leitura de
a atividade agrícola quanto a circulação de pessoas cada mapa, exponha o planisfério e indique aos
e mercadorias incentivaram o desenvolvimentos alunos a região representada pelo mapa de cada
de novas técnicas que tornaram o transporte mais página. Serão explorados, especificamente, os
rápido, seguro e eficaz. A domesticação de animais mapas da região do Nilo, da Mesopotâmia e, por
de tração, como o jumento e o burro, permitiu que último, do estado do Amapá.
os comerciantes transportassem mais mercadorias

CONTEXTUALIZANDO e fornecia água potável para o consumo da po-


pulação e dos animais.
Expectativas de resposta
1. Durante a leitura do mapa, espera-se que os Orientações
alunos identifiquem a parte azul como aquela Nesta etapa, oriente a turma na observação do
que representa as águas. No caso do Egito, há mapa do Egito Antigo disponível no Livro do Aluno.
a presença do rio Nilo cortando o território de Ajude-os a identificar o rio Nilo e as cidades próxi-
norte a sul. As principais cidades egípcias esta- mas ao rio. Relacione a presença desses núcleos
vam concentradas nas margens desse grande rio, urbanos à discussão feita na abertura da aula e
afinal, ele garantia a irrigação agrícola, favorecia retome o fato de que ocupar as margens dos rios foi
o transporte de mercadorias com a navegação uma estratégia importante para os grupos humanos.

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Resolvidas as dúvidas, organize um mapa mental com
PRATICANDO a turma, registrando nele as informações apreendidas e
discutidas ao longo do capítulo. Indique que, no centro
do mapa, deve haver a palavra “sumérios”, e as carac-
Expectativas de resposta
terísticas dessa civilização devem ser dispostas ao redor
1. a. Egito: Nilo; Mesopotâmia: Tigre e Eufrates.
da palavra-chave e relacionadas com linhas e setas.
b. A região recebe o nome de Crescente Fértil
porque seu formato faz lembrar o de uma lua
crescente e fértil porque a terra era boa para RETOMANDO
agricultura.
2. V – Os rios favoreceram os hábitos sedentários,
Expectativas de resposta
levando muitos grupos a deixar o nomadismo 1. Respostas pessoais. Os alunos deverão localizar
definitivamente. Os veios garantiam suprimento o município onde moram no mapa do Amapá,
de água, atraíam animais que eram caçados e circulá-lo e, depois, registrar o nome do rio que
permitiam a irrigação das áreas cultivadas. banha a localidade destacada.
F – As cidades sumérias estavam localizadas na 2. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos res-
Mesopotâmia. pondam e registrem as diferentes finalidades do
F – Os sumérios estavam organizados em cidades rio da localidade onde moram para a população.
e, portanto, eram totalmente sedendários. Eles podem citar: garantia de transporte fluvial (de
V – O comércio estimulou o desenvolvimento da passageiros e mercadoriais); irrigação de lavouras;
escrita. abastecimento de água para a população; forneci-
mento de alimento por meio da atividade pesqueira;
Orientações utlização para práticas culturais da localidade; etc.
Nesta etapa, os alunos vão conhecer mais uma
sociedade fluvial, os sumérios. Iniciamos com a ob- Orientações
servação de um mapa em que é possível identificar Pergunte aos alunos se conseguem identificar qual
a região do Egito Antigo e da Mesopotâmia. Nessa território está representado no mapa. Ajude-os a buscar
observação, é importante que a turma identifique que estratégias para identificar o estado do Amapá, trechos
ambas as regiões foram ocupadas por grupos huma- do estado vizinho (Pará) e dos países que fazem fronteira
nos graças à presença de grandes rios. Retome algu- com o Brasil (Suriname e Guiana Francesa). Peça, ainda,
mas das ideias sobre o Egito debatidas na abertura que identifiquem o que é a porção azul no mapa. Em
deste capítulo e peça aos alunos que façam a leitura seguida, oriente-os a localizar o município ou a loca-
do texto sobre os sumérios. A denominação Crescente lidade em que vivem. Discuta sobre a importância dos
Fértil se deve ao formato da região fértil, graças às rios para a sociedade amapaense – como as atividades
cheias periódicas dos rios, cercada por desertos. Por sociais, culturais e econômicas relacionadas aos rios
isso, há o ditado que diz “O Egito é uma dádiva do e às áreas próximas –, comparando seus usos com a
Nilo”, porque suas cheias periódicas, fertilizadoras do importância dos rios para as civilizações passadas.
solo, permitiram o florescimento da civilização egípcia,
Sugestões de leitura
o mesmo ocorreu na Mesopotâmia em relação aos
EGITO
rios Tigre e Eufrates. Estabeleça a melhor estratégia • BAKOS, Margaret Marchiori. O são hieróglifos. São
de leitura de acordo com o perfil da turma – leitura Paulo: Brasiliense, 2009 (Coleção Primeiros Passos).
individual, em voz alta, em pequenos grupos ou com A escrita hieroglífica é, sem dúvida, uma das que
toda a turma – e auxilie os alunos com o vocabulário. mais causou fascínio ao longo da história, tendo
É um bom momento para usar o dicionário. a sua decifração realizada em tempos modernos
Após a leitura, conduza uma roda de conversa de for- pelo egiptólogo francês Champollion, o que abriu
ma que a turma identifique as principais características o caminho para a compreensão de muitos séculos
dos sumérios, com destaque para o desenvolvimento de civilização egípcia. Sua história, sons, beleza e
da agricultura, o aproveitamento da água dos rios e o produções literárias são analisados a partir de suas
desenvolvimento da escrita. origens africanas.

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• BAKOS, Margaret Marchiori. Fatos e mitos do Egito vívido e ricamente ilustrado das conquistas, expres-
Antigo. Porto Alegre: EDIPUCRS. sões artísticas, reis mais conhecidos e alguns dos
Esse livro conta os fatos, os mitos e o imaginário principais episódios e conflitos militares.
egípcio com base em suas origens africanas.
• BROIDA, Marian. Egito Antigo e Mesopotâmia. São
SUMÉRIA Paulo: Zahar, 2002.
• REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, Ainda que seja destinado ao público juvenil, você
2002. pode utilizar esse livro para elaborar algumas
Com ampla utilização de documentos escritos e
atividades extras. A obra traz inúmeras ativida-
arqueológicos, Marcelo Rede – professor de História
des, incluindo a confecção de colares, sandálias
Antiga da Universidade de São Paulo – reconstrói
e mini-pirâmides, que podem ser realizadas com
a trajetória dos povos da Antiga Mesopotâmia.
Sua formação social e econômica, suas relações materiais fáceis de encontrar, como garrafas PET
políticas, sua cultura e seu modo de vida são des- e outros recicláveis.
critos e interpretados à luz de pesquisas históricas
e arqueológicas, em um texto claro e informativo, • GIORDANI, Mario Curtis. História da Antiguidade
que busca valorizar a relação entre os documentos Oriental. São Paulo: Vozes, 2006.
e o conhecimento. Essa obra desenvolve um estudo sobre as princi-
pais sociedades da Antiguidade em todos os seus
• MELLA, Federico A. Arborio. Dos sumérios a Babel aspectos: políticos, sociais, econômicos, literários
– A Mesopotâmia. São Paulo: Hemus, 2004. e religiosos. O livro se inicia com um estudo da his-
Nessa obra, o autor descreve o desenvolvimento das tória dessas sociedades e um panorama da Idade
cidades da Mesopotâmia por meio de um panorama da Pedra e da Idade dos Metais.

ANOTAÇÕES

194 5 o ANO

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UNIDADE 2

CULTURAS E PODER
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 3; 10.

HABILIDADE DO RCA
Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado e/ou
EF05HI02
de outras formas de ordenação social.

OBJETO DE CONHECIMENTO

As formas de organização social e política: a noção do Estado.

UNIDADE TEMÁTICA

Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social.

PARA SABER MAIS

• A NAIS do V REA e XIV REABANE: direitos diferenciados, conflitos e produção de conhecimentos. Maceió, 19 a 22 de
julho de 2015 / Siloé Soares de Amorim, coord. Maceió: EDUFAL, 2015. On line. Disponível em: https://evento.ufal.
br/anaisreaabanne/fotos/pgfoto10.php#:~:text=Hoje%20Igarap%C3%A9%20das%20Mulheres%20%C3%A9,dos%20
primeiros%20bairros%20do%20Estado. Acesso em: 27 set. 2021.
• BEZERRA, Juliana. Pólis grega. TodaMatéria, 2020. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/polis-grega/.
Acesso em: 27 set. 2021.
• FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Editora Contexto, 2018.
• SILVÉRIO, Valter Roberto. História geral da África. Brasília, DF: Unesco: MEC, 2013. Disponível em: https://unesdoc.
unesco.org/ark:/48223/pf0000227008?posInSet=88&queryId=b6e89f14-1984-495a-b2d1-544effee9d0a. Acesso em:
27 set. 2021.
• SOUSA, Rainer Gonçalves. Reino de Gana. História do mundo. Disponível em: https://www.historiadomun­do.com.
br/idade-media/reino-de-gana.htm. Acesso em: 28 set. 2021.
• TORRES, Juan. Mais poderosa civilização da África por mais de 400 anos: o poderoso Reino de Gana. Aventuras
na História, 2021. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-foi-o-
reino-de-gana.phtml. Acesso em: 27 set. 2021.

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1. Poder nas cidades
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UNIDADE 2

PRATICANDO

CULTURAS E PODER 1. Observe a fonte histórica. A partir de seus conhecimentos, identifique se as pesso-
as representadas possuíam hábitos nômades ou sedentários. Converse a respeito
com a turma.

Por Maler der Grabkammer des Menna - The Yorck Project (2002)
1. Poder nas cidades

1. A palavra “cidadania” surgiu de civitas, expressão em latim que quer dizer cidade.
Os antigos romanos foram os primeiros a utilizar esse termo tão antigo. Colheita no Egito Antigo,
aprox. 1550 a.C.-1295 a.C.
⊲ Para você, o que é cidadania?
⊲ Quem pode exercê-la? A organização das primeiras cidades
⊲ A cidade é um espaço onde podemos praticar a cidadania? Explique. A descoberta da agricultura pelos povos proporcionou mudanças em seu estilo de vida e
a relação de trocas de objetos entres grupos deram origem ao comércio. Assim, era necessário
2. Vamos entender um pouco mais sobre a cidadania atualmente. Com um colega, que houvesse líderes nas aldeias para administrar os recursos disponíveis. Em algumas comu-
leia o texto a seguir e identifique os direitos e deveres de um cidadão. nidades da Antiguidade, a liderança natural era exercida pelos mais velhos e sábios.
Além do desenvolvimento da agricultura, as técnicas de trabalho com metais, ouro, prata
É muito importante entender o que é cidadania. Trata-se de uma palavra usada todos os dias, com e bronze se desenvolveram com rapidez, e as pessoas se especializaram em trabalhos espe-
vários sentidos. [...] Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem cíficos, como joalheiria e metalurgia, e contribuíram para transformar as aldeias em cidades.
quiser sem constrangimento. [...] De praticar uma religião sem ser perseguido. As sociedades se tornaram maiores e com organização social mais complexa, e as pe-
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar o sinal ver- quenas vilas cresceram em tamanho e em população. As primeiras cidades surgiram, de acor-
melho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comporta- do com as informações que temos até os dias de hoje, entre 3 500 e 3 000 a.C., no vale dos rios
mento está o respeito à coisa pública.
Nilo, no Egito, e Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel – A infância, a adolescência e os Nas cidades, as pessoas passaram a ser classificadas de acordo com a sua função, incluin-
Direitos Humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 1994. p. 22.
do os sacerdotes, os escribas, os mercadores, os artesãos, os soldados, os camponeses, os es-
cravizados domésticos e os estrangeiros. A divisão do trabalho e as desigualdades de riquezas
⊲ Agora preencha os espaços com exemplos:
entre os cidadãos criaram a necessidade de regras e de forças capazes de fazer cumprir as leis.
A liderança natural do grupo cedeu lugar ao governo de um só homem, geralmente o principal
Direitos do cidadão Deveres do cidadão administrador do templo ou um grande chefe guerreiro, surgindo assim a cidade-Estado.
Os gregos antigos se organizavam em cidades-Estado, chamadas de pólis. As mais co-
nhecidas foram Atenas e Esparta, que, durante séculos, tinham grande participação no comér-
cio no mar Egeu e em parte do mar Mediterrâneo, deixando como importante legado aspectos
filosóficos, políticos (democracia), jurídicos, militares e artísticos.
Esparta se desenvolveu com base em um formato de educação rígida e com bases milita-
res. A sociedade era oligárquica, ou seja, havia a concentração de terras nas mãos de poucos,
que eram os que tinham também acesso às decisões políticas. Já em Atenas, as instituições se
preocupavam em desenvolver, para aqueles que eram considerados cidadãos, um equilíbrio
entre mente e corpo e o debate filosófico. Embora também houvesse concentração de terras,
a democracia fez surgir a possibilidade de participação política entre os cidadãos comuns (ho-
mens, com pai e mãe atenienses).

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O Império do Ouro: o Reino de Gana, na África


Gana foi um dos maiores impérios do continente africano. Sua área correspondia às RETOMANDO
atuais regiões de Mali e da Mauritânia, fazendo divisa com o imenso deserto do Saara. Sem
saída para o mar, sua localização era de difícil acesso. A domesticação de camelos, utiliza- 1. Leia o fragmento de notícia a seguir e responda às questões.
dos para o transporte, possibilitou a realização de novas atividades econômicas com outros
povos da região.
A principal característica econômica do Reino de Gana era o comércio de ouro; por isso, As ruas e avenidas não são apenas referenciais de localização, elas acumulam registros histó-
a região de Gana ficou conhecida como terra do ouro. O material era utilizado em algumas ricos de uma cidade. Em Macapá, basta andar por essas vias para encontrar homenagens a autori-
transações comerciais como dinheiro. O poder político era centralizado na figura do impera- dades políticas e figuras que ajudaram no desenvolvimento da cidade [...].
dor, que, além de administrador, exercia também a liderança religiosa. As práticas religiosas A Av. Mendonça Furtado, localizada no Centro, é uma das primeiras ruas da capital do Amapá.
nos sub-reinos eram variadas e havia diversas religiões. Ela inicia atrás de um dos prédios mais antigos, a Igreja São José, no Largo dos Inocentes (antigo
Formigueiro), e segue até o bairro Santa Rita, na Zona Central, na Rua Marcelo Cândia [...].
1. Complete o quadro a seguir com o nome das sociedades descritas no texto, Esparta, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1700 – 1769), que dá nome à rua, foi capitão general do
Exército e governador das Províncias do Grão-Pará, Maranhão e Rio Negro, que administrava as
Atenas ou Gana, de acordo com as características de cada uma delas.
terras do Amapá nos anos de 1750. Durante o mandato, que durou até 1758, Francisco conseguiu
a permissão da corte portuguesa para transformar o povoado de Macapá em vila, além de ajudar
com recursos na construção da Igreja de São José, e instalar os poderes Legislativo e Judiciário na
capital. Ele morreu em 1769, em Portugal.
FIGUEIREDO, Fabiana. Saiba mais sobre patronos e histórias de ruas tradicionais de Macapá. G1, 3 fev. 2017.
⊲ Organizavam-se de forma democrática. Disponível em: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2017/02/saiba-mais-sobre-patronos-e-historias-de-ruas-tra-
⊲ Os cidadãos comuns participam das dicionais-de-macapa.html. Acesso em: 21 out. 2021.
decisões políticas.
⊲ Propunham uma sociedade baseada no
desenvolvimento da a mente e do corpo. a. O texto nos informa algumas transformações pelas quais passou Macapá desde
que era um pequeno povoado em 1750. Que transformações foram essas?

⊲ Domesticaram os camelos.
b. Pesquise e descubra as principais funções atuais dos poderes legislativo e judi-
⊲ Comercializavam ouro.
ciário em uma cidade.
⊲ Praticavam várias religiões.

⊲ Valorizavam a rígida formação militar.


⊲ O poder era concentrado nas mãos de c. Que transformações ocorrem em Macapá atualmente?
poucas pessoas.

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Habilidade do RCA
Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado
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e/ou de outras formas de ordenação social.

Sobre o capítulo Materiais


• Contextualizando: refletir sobre o conceito • Revistas ou jornais recentes; equipamento para
de “cidadania” a partir da interpretação de acesso à internet; equipamento para reproduzir
texto e de atividades em grupo que mobilizam música; mapa-múndi; mapa de ruas da cidade
diferentes reflexões. de Macapá.
• Praticando: identificar as formas de organiza-
ções sociais de Esparta, de Atenas e do Reino de Contexto prévio
Gana, por meio da leitura de textos sobre as ci- Para este capítulo, os alunos devem saber os
vilizações antigas e suas formas de organização. fatores que contribuíram para a organização social
• Retomando: por meio da leitura de um texto dos grupos humanos.
sobre a cidade de Macapá, refletir sobre as
manifestações do poder na organização social Dificuldades antecipadas
e na organização do espaço. Alguns grupos podem ter dificuldade para iden-
tificar localizações e datas. Utilize o mapa-múndi.
Objetivo de aprendizagem Auxilie os alunos a localizar temporalmente as
• Compreender as relações de poder entre os sociedades: as pólis, na Antiguidade, e, o Reino
grupos humanos e sua relação de pertencimento de Gana, no século VII (Idade Média).
com os espaços que habitam, da Antiguidade
até o presente.

CONTEXTUALIZANDO essa atividade solicitando uma pesquisa para


ser realizada em casa.
Expectativas de resposta
1. Respostas pessoais. Possibilite aos alunos que Orientações
associem ideias, ainda que não estejam totalmente Antes de propor aos alunos que respondam às ques-
alinhadas ao significado correto da palavra cida- tões iniciais do capítulo, ressalte que o termo cidadania
dania. Eles poderão comentar que ouvem falar tem uma origem bastante antiga. Foi utilizado pela
de cidadania, especialmente quando o assunto primeira vez na Roma Antiga para designar as ativida-
des que cabiam aos habitantes das cidades romanas.
é político. Também podem associar a cidadania
Essas pessoas tinham deveres a cumprir para zelar pelo
ao direito de votar. No Brasil, seus cidadãos são
espaço coletivo da cidade e também tinham direitos.
todos os habitantes nascidos aqui ou naturaliza-
Desde aquela época, a palavra cidadania atravessou os
dos, que possuem direitos e deveres assegurados
séculos e é utilizada até hoje. No entanto, atualmente
pela Constituição Federal. Nesse caso, qualquer
ela diz respeito aos direitos e deveres dos cidadãos
cidadão brasileiro exerce a cidadania. A cidade, que habitam um espaço coletivo. Após esse contexto
enquanto espaço coletivo de convivência, é o prévio, leia coletivamente as perguntas e possibilite
espaço onde podemos exercer a cidadania em a partilha de ideias entre os alunos. No quadro, você
nossos direitos e deveres. pode elaborar um mapa mental sobre cidadania a partir
2. As duplas também deverão apontar como dever das informações que a turma apresentar.
(obrigação) do cidadão brasileiro o respeito pelas Para a leitura do texto de Gilberto Dimenstein, é
regras de trânsito e o cuidado e a preservação do importante enfatizar que as duplas deverão desenvolver
bem público. Além desses dois aspectos, os alunos a atividade com base na interpretação do documento.
também poderão complementar suas respostas Conforme o fragmento destaca, um direito do cidadão é
com outros deveres e direitos dos cidadãos de a liberdade de expressar uma ideia, de votar, de seguir
nosso país. Nesse caso, você pode aprofundar uma determinada religião etc. Destaque, se possível,

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que o cidadão é o indivíduo que tem consciência de • FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo:
seus direitos e deveres e que participa ativamente de Editora Contexto, 2018.
todas as questões da sociedade. Também deverá indicar • SILVÉRIO, Valter Roberto. História geral da África
que todos os brasileiros são cidadãos, com os mesmos - síntese da coleção. Brasília: UNESCO/MEC,
direitos e deveres estabelecidos por lei. 2013. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/
ark:/48223/pf0000227008?posInSet=88&queryId
=b6e89f14-1984-495a-b2d1-544effee9d0a. Acesso
PRATICANDO em: 20 nov. 2021
• SOUSA, Rainer Gonçalves. Reino de Gana. História do
Expectativas de resposta
mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.
1. Atenas, Gana, Esparta.
com.br/idade-media/reino-de-gana.htm. Acesso em:
28 set. 2021.
Orientações
Na atividade 1, retome com sua turma os capítulos
anteriores. Lembre-os de que o desenvolvimento da
RETOMANDO
agricultura foi determinante para que os grupos humanos
deixas­sem de ser nômades e se fixassem no território.
Esses grupos humanos se estabeleceram prin­cipalmente Expectativas de resposta
em planícies, próximas a grandes rios, e o trabalho de 1. a. É esperado que os alunos mencionem que
irrigação foi o fator decisivo para se organizarem em Macapá transformou-se em uma vila nos anos
aldeias, e posteriormente, em cidades. de 1750; passou a contar com a Igreja de São
Organize a turma para a leitura dos textos A organi- José e teve a instalação dos poderes legislativo
zação das primeiras cidades e O Império do Ouro: o e judiciário.
Reino de Gana, na África. A leitura pode ser realizada b. O poder legislativo fiscaliza as finanças pú-
de forma individual ou em grupos. Possibilite aos alunos blicas, aprova as leis e tem o poder de julgar
discutirem questões dos textos ao longo da leitura. o prefeito e os vereadores. O poder judiciário
As civilizações e sociedades abordadas nos textos de uma cidade analisa as leis e julga aqueles
correspondem a épocas diferentes, e o objetivo é que não as cumprem, conforme determina a
apresentar aos alunos como tais civilizações se orga- Constituição.
nizavam. O trabalho com história e cultura africana, c. Respostas pessoais.
por meio da análise da organização social do Reino
de Gana, está de acordo com as indicações da a Lei Orientações
no 10.639, que altera a LDB e estabelece as Diretrizes Solicite a leitura do texto. Você também pode rea-
Curriculares, instituindo o ensino de História da África lizá-la coletivamente. Pergunte aos alunos se conhe-
e dos Africanos no currículo escolar Fundamental e
cem a rua mencionada no texto. Caso a escola não
Médio.
esteja localizada em Macapá, pergunte quais alunos
Durante a Antiguidade e a Idade Média, reinos intei-
conhecem a cidade e a rua mencionada. Informe que
ros floresciam, assim como o poder desses povos que
Francisco Xavier Furtado foi um personagem político
controlavam as rotas comerciais e os poderes locais.
Essas civilizações foram responsáveis por construir importante para o estado e que viveu na época em que
importantes monumentos e por desenvolver técnicas o Brasil era colônia de Portugal. Naqueles tempos, as
e conhecimentos diversos, que poderiam facilmente ordens da Coroa de Portugal deveriam ser respeitadas
ser comparados aos do Egito antigo. Dessa forma, e para muitas ações políticas era necessário solicitar
os alunos podem compreender que as civilizações a permissão dos funcionários reais portugueses e da
africanas deixaram grandes contribuições para a própria Corte real. A respeito da questão sobre a im-
humanidade. portância dos poderes legislativo e judiciário para uma
Para saber mais sobre os temas apresentados, acesse cidade, você pode propor à turma uma pesquisa em
os conteúdos indicados a seguir. computadores ou celulares.

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2. Formas de governo: do imperador ao presidente
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2. Formas de governo: do imperador


ao presidente O Brasil se tornou um Império em 7 de setembro de 1822, quando se tornou
independente de Portugal. O período imperial se estendeu até 15 de novembro de
1889, quando ocorreu a Proclamação da República. Durante o período imperial, o
1. Em uma roda de conversa, reflita com os colegas e o professor sobre as questões país foi governado por dois monarcas: Dom Pedro I (1798-1834) e seu filho, Dom
a seguir. Pedro II (1825-1891).
Em 1889, um movimento militar resultou na Proclamação da República, e o líder
⊲ Qual é o cargo de quem governa o país atualmente? desse movimento, o Marechal Deodoro da Fonseca, se tornou o primeiro presidente
⊲ Você sabe o que a data 15 de novembro representa? do Brasil.
⊲ Que outras formas de governo o Brasil já teve ao longo de sua história? Com isso, o Brasil deixou de ser uma monarquia e se tornou uma república
presidencialista. Em vez de um rei, o Brasil passou a ter um presidente. O poder não
2. Observe a imagem a seguir. era mais hereditário como na monarquia: o presidente seria eleito para um mandato
de quatro anos.
As províncias passaram a se chamar estados e ganharam mais autonomia po-

Museu Imperial/Ibram/MinC
lítica. Poderiam, por exemplo, eleger seus próprios governantes.
A república é a forma de governo adotada até hoje no Brasil.

A forma de governo é relacionada com como o poder é estabelecido na sociedade e


como governantes e governados se relacionam. Isso significa que a forma de governo tra-
ta-se de quem exerce o poder e como esse poder é exercido em determinado local.
Elaborado com base em: QUEIROZ, Antônio Augusto de. Instituições do Sistema Político: forma de governo;
república. Agência DIAP, 1 ago. 2018. Disponível em: https://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-
diap/88681-instituicoes-do-sistema-politico-forma-de-governo-republica. Acesso em: 20 out. 2021.

Monarquia
O cargo do monarca é vitalício (ou enquanto tiver condições de governar).
O Rei que está no poder não responde pelos atos políticos perante o povo que é governado.
A sucessão monárquica é hereditária, ou seja, é um dos descendentes do monarca que vai
assumir o trono.

República
O presidente da República exerce a sua função durante um mandato que tem a duração
Dom Pedro II, então imperador do Brasil, e a família imperial, em 1889. estipulada na constituição do país em questão (em muitos casos são 4 anos) [...].
Fonte: CUBAS, Marina Gama. Comparando a Monarquia e a República. Nova Escola.
Agora, converse com os colegas e faça uma descrição guiada sobre a imagem. Disponível em: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/qEESbcuzDTdvCjPq9QBMHKY62Ru4
bpAcNsg9hXjBBfvzvma5jDPSAT8wBX9U/ef107set20box046-independencia-c3-download-2.pdf?utm_
source=nova-escola-box&utm_medium=botao&utm_campaign=download-pdf.
⊲ Como são as roupas das pessoas? Acesso em: 16 jul. 2021.
⊲ Como estava a expressão das pessoas?
⊲ Qual é a classe das pessoas retratadas?

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PRATICANDO RETOMANDO

1. Observe as bandeiras do Brasil em duas épocas históricas diferentes, durante a 1. Faça uma pesquisa e desenhe uma linha do tempo com o nome dos presidentes do
Monarquia e a bandeira adotada após a proclamação da República. Depois, com- Brasil e dos governadores do Amapá ao longo da história da república brasileira.
pare-as e aponte as semelhanças e diferenças existentes entre elas.
1889
Brasil Amapá
Creative Commons

Kypros/Moment/Getty Images

1890

1900
Nesses anos
o Amapá fazia
1910
parte do território
do Pará.
1920

1930
Semelhanças Diferenças

1940

1950

1960

1970

2. Se você fosse convocado a apresentar uma proposta de bandeira para o Brasil 1980
contemporâneo, como ela seria? Faça a seguir o registro de sua criação.

1990

2000

2010

2020

Hoje

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Habilidade do RCA
Identificar os mecanismos de organização do poder político com vistas à compreensão da ideia de Estado
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e/ou de outras formas de ordenação social.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• C ontextualizando: levantar os conhecimentos Para este capítulo, os alunos devem saber quais
prévios sobre a monarquia e a república do Brasil. são as funções do presidente e as características
• Praticando: analisar e comparar as bandeiras do governo monárquico, representado pelos reis e
brasileiras durante o período monárquico e du- rainhas. É importante destacar que alguns governos
rante a era republicana monárquicos são representados por nobres com
• Retomando: pesquisar e elaborar uma linha outros cargos, como os antigos czares russos e o
do tempo sobre os ex-presidentes do Brasil e grão-duque em Luxemburgo (até os dias de hoje).
governadores do Amapá durante a república.
Dificuldades antecipadas
Objetivo de aprendizagem Caso os alunos não consigam estabelecer as
• Conhecer as formas de governo que existiram e diferenças entre Monarquia e República, proponha
o atual sistema adotado no Brasil, seus períodos uma pesquisa aprofundada sobre o assunto.
de vigência e as diferenças entre cada modelo.

CONTEXTUALIZANDO um país federalista, isto é, as províncias (renomeadas


agora de estados) passaram a ter mais autonomia em
Expectativas de resposta relação ao governo federal, e foi adotado o presiden-
1. Respostas pessoais. Espera-se que o aluno res- cialismo, como determinou a Constituição de 1891.
ponda que o cargo de quem governa o país é A princípio, o mandato do presidente tinha duração
o de presidente da República. A data de 15 de de quatro anos. Se achar válido, monte no quadro uma
novembro é lembrada como o dia da Proclamação linha do tempo apresentando as formas de governo que
da República, simbolizando o momento em que o já existiram e a vigente atualmente no país, podendo
Brasil deixou de ser uma monarquia e se tornou citar a monarquia, a república, o presidencialismo, o
uma república governada por um presidente. parlamentarismo (em poucos momentos), o período
Desde o início da colonização portuguesa, a par- de ditadura e a redemocratização.
tir de 1500 até 1808, ainda que contasse com
administradores locais, o governo do Brasil era Expectativas de resposta
exercido pelos reis e pelas rainhas de Portugal. 2. a. São formais e têm um estilo antigo. As crianças
Em 1808, a família real portuguesa migrou para têm roupas parecidas com as dos adultos.
o Brasil, que deixou de ser uma colônia e se b. A expressão das pessoas é séria.
tornou um reino unido a Portugal, e o rei passou c. Classe alta, pois se trata da família imperial.
a governar todo o Império Português daqui. O
rei voltou para Portugal e deixou seu filho Dom Orientações
Pedro I como seu representante. Em 1822, Dom Converse com os alunos sobre a fotografia de alguns
Pedro declarou a independência do Brasil e se membros da família real brasileira. Guie-os na descri-
tornou o primeiro imperador. Seu filho, Dom ção fazendo os questionamentos um a um. Deixe-os
Pedro II, o sucedeu e governou como monarca comentar livremente, sempre lembrando que a foto
do Brasil até 1889. marca um momento na história. Comente que na mo-
narquia a sucessão é hereditária e passa de pai para
Orientações filho. Incentive os alunos a refletir se a imagem pare-
Converse com os alunos sobre as questões pro- ce retratar um monarca, um rei; quais elementos eles
postas. Deixe que falem livremente e formulem suas compreendem como características de um rei, como
hipóteses sobre as questões. Comente com eles que, a coroa, e se eles estão presentes na imagem. Com
com a Proclamação da República, o Brasil tornou-se essa reflexão, busca-se ultrapassar o senso comum

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sobre esse modelo de governo, auxiliando os alunos a 1898 - Campos Sales, 1902 - Rodrigues Alves,
compreender que a monarquia pode ter características 1906 - Afonso Pena, 1909 - Nilo Peçanha, 1910
diferentes de acordo com o país e o momento histórico. - Hermes da Fonseca, 1914 - Venceslau Brás,
Comente que regimes monárquicos ainda existem, mas 1918 - Delfim Moreira, 1919 - Epitácio Pessoa,
os monarcas ou nobres não são mais os líderes políticos 1922 - Artur Bernardes, 1926 - Washington Luís,
das nações que governam (por exemplo, Inglaterra,
1930 - Getúlio Vargas, 1945 - José Linhares, 1946
Japão, Espanha etc.). Essa liderança é conduzida por
- Eurico Gaspar Dutra, 1951 - Getúlio Vargas,
primeiros-ministros ou presidentes, escolhidos de várias
maneiras, com diferentes tipos de participação popular. 1954 - Café Filho, 1955 - Nereu Ramos, 1956
- Juscelino Kubitschek, 1961 - Jânio Quadros,
1961 - João Goulart, 1964 - Castelo Branco, 1967
PRATICANDO - Costa e Silva, 1969 - Emílio Garrastazu Médici,
1974 - Ernesto Geisel, 1979 - João Figueiredo,
Expectativas de resposta 1985 - José Sarney, 1990 - Fernando Collor de
1. Podem ser observadas semelhanças e diferenças Mello, 1992 - Itamar Franco, 1995 - Fernando
entre os símbolos: para a bandeira monárquica, Henrique Cardoso, 2003 - Luís Inácio Lula da
a coroa, o brasão, os ramos de café e tabaco etc. Silva, 2011 - Dilma Rousseff, 2016 - Michel Temer,
Já para a bandeira da república, as estrelas, a
2019 - Jair Bolsonaro. Governadores do Amapá:
esfera azul e o lema “Ordem e Progresso”. As
semelhanças poderão ser constatadas nas cores 1944 - Janary Nunes, 1955 - Theodoro Arthou,
e na disposição de alguns elementos, como o 1956 - Amílcar Pereira, 1958 - Pauxy Nunes, 1961
losango amarelo e a imagem no centro. - Moura Cavalcanti, 1964 - Luís Mendes da Silva,
2. Resposta pessoal. 1967 - Ivanhoé Gonçalves Martins, 1972 - José
Lisboa Freire, 1974 - Artur de Azevedo Henning,
Orientações 1979 - Annibal Barcellos, 1985 - Jorge Nova
Explique o significado das cores e dos elementos da Costa, 1990 - Gilton Garcia, 1991 - Annibal
de cada bandeira. Mostre para os alunos que o verde Barcellos, 1994 - João Capiberibe, 1998 - Dalva
e o amarelo são resquícios dos tempos de monarquia Figueiredo, 2002 - Waldez Góes, 2010 - Pedro
brasileira: o amarelo representa a Casa de Habsburgo Paulo Dias, 2011 - Camilo Capiberibe, 2014 -
(família real de origem de Dona Leopoldina, esposa de
Waldez Góes.
Dom Pedro I) e o verde representa a Casa de Bragança
(da família do próprio Dom Pedro I). Para mais infor-
mações sobre as bandeiras do Brasil, acesse o link: Orientações
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46255976. Oriente os alunos na pesquisa e explique que eles
Acesso em: 28 set. 2021. devem indicar o nome do presidente e o período que
Leia o quadro de conceitos e comente que em al- esteve na presidência e os governadores do Amapá.
guns países, como o nosso, o presidente pode tentar Ressalte que, ao longo da história do Brasil, nem sempre
se reeleger. No governo republicano, os dirigentes são o voto foi democrático e acessível a toda a população.
escolhidos por meio de eleições, por meio da votação Em alguns momentos, os votantes eram apenas os
do povo. Em circunstâncias irregulares, o governo pode homens que tivessem uma certa renda; as mulheres
ser dissociado. No caso do presidente, pode ocorrer e pessoas mais pobres eram excluídas do exercício
o impeachment.
do voto. Houve ainda momentos em que as pessoas
não puderam votar e os presidentes e governadores
RETOMANDO dos estados eram escolhidos por uma junta de po-
líticos, como ocorreu durante o período da ditadura
Expectativas de resposta dos governos militares. Foi o caso de Janary Nunes,
1. Presidentes do Brasil: 1889 - Deodoro da Fonseca, o primeiro governador do Amapá. Você pode propor
1891 - Floriano Peixoto, 1894 - Prudente de Morais, esta atividade como tarefa de casa.

201 H I STÓ R I A

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GEOGRAFIA

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UNIDADE 1

POPULAÇÃO: CONTAR E CONHECER

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 2.

HABILIDADES DO RCA
Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações
EF05GE01
entre migrações e condições de infraestrutura.

Entender os impactos causados pelos fluxos migratórios ao Estado do Amapá nos contextos ambiental, social,
EF05GE-AP01
econômico (ocupação de áreas de ressaca, desemprego e renda, disparidades sociais.

Compreender as dinâmicas social e econômica que possibilitam as transformações nas paisagens dos municípios
EF05GE-AP12
amapaenses.

OBJETO DE CONHECIMENTO

Dinâmica populacional.

UNIDADE TEMÁTICA

O sujeito e seu lugar no mundo.

PARA SABER MAIS

• C AVALCANTI, L.; OLIVEIRA, T.; MACEDO, M. Imigração e Refúgio no Brasil. Relatório Anual 2020. Série Migrações.
Observatório das Migrações Internacionais. Ministério da Justiça e Segurança Pública/Conselho Nacional de Imigração
e Coordenação Geral de Imigração Laboral. Brasília, DF: OBMigra, 2020. Disponível em: https://portaldeimigracao.
mj.gov.br/images/dados/relatorio-anual/2020/OBMigra_RELAT%C3%93RIO_ANUAL_2020.pdf. Acesso em: 17 set. 2021.
• IBGE. Idade da população. IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/2848-nosso-
povo/19623-idade-da-populacao.html. Acesso em: 17 set. 2021.
• IBGE. O que é Censo? Arquivo IBGEM, 11 fev. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fR6sFLQg7OU.
Acesso em: 17 set. 2021.
• IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2015. Rio de Janeiro: IBGE/Coordenação
de Trabalho e Rendimento. 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf. Acesso
em: 17 set. 2021.
• IBGE. População. IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/2848-nosso-povo/19631-
caracteristicas-da-populacao.html. Acesso em: 17 set. 2021.

204 5 o ANO

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1. População amapaense
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UNIDADE 1

PRATICANDO
POPULAÇÃO: 1. Contar o número de alunos de algumas turmas da escola e conhecer um pouco da
CONTAR E CONHECER vida deles não é difícil. Mas e se a tarefa for quantificar o número de habitantes do
Amapá ou do Brasil? É um trabalho muito mais difícil, não é mesmo?

⊲ O número total de habitantes de uma localidade é denominado população ab-


soluta. Qual é a população absoluta da sua sala de aula?

1. População amapaense
2. Em 2020, o Brasil tinha a sexta maior população absoluta mundial. Observe no
1. O começo do ano é um momento de expectativas e ansiedade, não é mesmo? quadro a seguir.
Quem serão os colegas de sala de aula? Quem será o professor? O que aprende-
remos de novo? Reflita sobre as questões a seguir.
Colocação País Total de habitantes em 2020

John Pacheco/G1
1a China 1 439 323 774

2a Índia 1 380 004 385

3a Estados Unidos da América 331 002 647

4a Indonésia 273 523 621

5a
Paquistão 220 892 331

6a Brasil 212 559 409

IBGE. Países. Disponível em: https://paises.ibge.gov.br/#/mapa/ranking/china?indicador=77849&tema=5&ano=2020.


Acesso em: 5 out. 2021.

Sala de aula da escola Aracy Nascimento, em Macapá (AP), em 2019.


⊲ Como seria possível contar o número de habitantes de um país como o Brasil?
⊲ Você sabe quantos alunos têm na sua sala de aula?
⊲ Por que é importante para a escola e para os professores saberem a quantidade No Brasil, o órgão responsável por contar a população é o Instituto Brasileiro de
de alunos nas salas de aulas e em toda a escola? Geografia e Estatística (IBGE). Para isso, realiza o Censo Demográfico.

2. Você acha importante o professor conhecer um pouco da vida dos alunos? Por quê? 3. Em trios, leiam o texto a seguir sobre o Censo Demográfico. Após a leitura, você e
os colegas deverão conversar sobre o que entenderam e explicar com uma frase
de até 12 palavras o que é o Censo Demográfico. Lembre-se: a frase deve fazer
sentido e conter as partes mais importantes do texto lido.

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Você sabe o que é o Censo? b. O Amapá é, relativamente, um estado muito ou pouco populoso? Explique.
[...]
O Censo Demográfico é realizado pelo IBGE para saber quantos somos, como somos e onde vivemos.
São coletadas informações em todos os domicílios de todos os municípios do Brasil. No Censo, são feitas
diversas perguntas sobre temas variados como educação, trabalho, deficiência, cor ou raça, características
dos domicílios, entre outras.
c. Qual é o município mais populoso do estado do Amapá?
Essa é a pesquisa mais abrangente do IBGE e gera informações para todos os municípios do Brasil.
O Censo serve para retratar o Brasil e, assim, contribuir para que melhores decisões possam ser tomadas
para o nosso país. [...] Afinal, um país que se conhece só tem a ganhar.
IBGE. Você sabe o que é o Censo? IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/atualidades/
21056-o-ibge-esta-se-preparando-para-a-realizacao-do-censo-2020.html. Acesso em: 5 out. 2021.

RETOMANDO

1. Com ajuda do professor, pesquise dados atuais da população absoluta do Brasil e


do município em que você reside. Depois, preencha o quadro a seguir.

Porção espacial População absoluta Data/Ano da pesquisa


4. Observe nos quadros a seguir a estimativa da população absoluta de alguns es-
tados brasileiros e de alguns municípios do estado do Amapá para o ano de 2021.

População absoluta – estados brasileiros População absoluta – municípios


amapaenses
População estimada
Estado População estimada
(2021) Município 2. Converse com os colegas, reflita e responda.
(2021)
São Paulo 46 649 132
Minas Gerais 21 411 923 Macapá 522 357 ⊲ Por que é importante que as autoridades e os órgãos responsáveis conheçam as
Rio de Janeiro 17 463 349 Santana 124 808 características da população de seus respectivos estados?
Bahia 14 985 284 Laranjal do Jari 52 302
Rio Grande do Sul 11 466 630
Oiapoque 28 534
Pará 8 777 124
Mazagão 22 468
Amazonas 4 269 995
Rondônia 1 815 278 IBGE. Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ap/
mazagao/panorama. Acesso em: 6 out. 2021.
Tocantins 1 607 363
3. Imagine que o governo do estado do Amapá vai construir novas escolas e precisa
Acre 906 876 decidir o local. Outra importante decisão é sobre quantas escolas para alunos dos
Amapá 877 613 Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão construídas.
Roraima 652 713 Quais informações sobre a população do Amapá serão necessárias para a cons-
trução das escolas?
IBGE. Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ap/
panorama. Acesso em: 6 out. 2021.

a. Quais são os dois estados mais populosos do Brasil?

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Habilidade do RCA
Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações
EF05GE01
entre migrações e condições de infraestrutura.

Sobre o capítulo Materiais


• Contextualizando: refletir sobre a quantidade • Equipamento com internet para reprodução de
de pessoas que há na turma e sobre a impor- vídeo (opcional). Caso não tenha, é possível re-
tância de se conhecer esse número. Além disso, sumir as informações do vídeo sugerido na seção
expressar suas ideias a respeito da importância Praticando e apresentá-las para os alunos.
de o professor conhecer a vida de seus alunos. A
abordagem na escala da sala de aula e da escola Contexto prévio
servirá de embasamento para que, posterior- Os alunos iniciaram os estudos sobre a popula-
mente, os alunos expandam suas análises para ção amapaense no ano anterior, quando tiveram a
escalas maiores, como a do estado do Amapá oportunidade de conhecer a diversidade cultural
ou até mesmo do Brasil. amapaense resultante de sua formação étnica.
• Praticando: conhecer o termo população abso-
luta e encontrar a melhor maneira de contar e Dificuldades antecipadas
conhecer um pouco mais a população do estado. Os alunos podem ter dificuldade de identificar
• Retomando: após conhecer a função do Censo a importância de se conhecer melhor a população
Demográfico, sistematizar os aprendizados amapaense como ferramenta de planejamento de
a respeito da importância dessa pesquisa políticas públicas e gerenciamento administrativo.
governamental. Por isso, a proposta é que algumas discussões sejam
feitas de maneira oral e que a atividade a respeito
Objetivo de aprendizagem do Censo Demográfico seja feita em grupos. A fala
• Comparar dados da população absoluta do de um aluno poderá enriquecer e direcionar o olhar
Amapá com outros estados. do outro para que essa dificuldade seja sanada.

CONTEXTUALIZANDO Expectativas de resposta


2. É esperado que o aluno reconheça que saber um
Expectativas de resposta pouco da vida de cada aluno faz com que ele esteja
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos saibam mais próximo de seu grupo e adapte sua forma de
quantos alunos compõem a sala de aula, além de ensinar às necessidades de cada um.
reconhecerem que essa informação é importante
para que a escola e os professores possam orga- Orientações
nizar a quantidade de salas que serão ocupadas, O objetivo desta questão é levar à percepção de
que quanto mais se conhece o aluno, seus gostos, suas
o número de cadeiras e carteiras que serão neces-
limitações e potencialidades, por exemplo, maior é a
sárias, as atividades a serem preparadas, fazer o
oportunidade de o professor ter sucesso na sua prática
controle da presença etc.
pedagógica.
Orientações
As perguntas propostas são simples e podem ser PRATICANDO
aprofundadas com questões que ampliem a visão do
aluno, como: Por que é importante para o diretor da escola Expectativas de resposta
saber quantos alunos serão matriculados naquele ano? 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos indi-
A ideia é que reconheçam que quantificar as pessoas quem o número correto de alunos da sala.
é uma forma de garantir a viabilidade administrativa 2. Resposta pessoal. É importante que os alunos for-
da escola. mulem hipóteses e compartilhem com os colegas

206 5 o ANO

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as sugestões. Anote as respostas no quadro. Em Expectativas de resposta
seguida, faça uma votação para descobrir a res- 4. a. São Paulo e Minas Gerais.
posta que eles consideram a mais pertinente. b. Pouco populoso. Espera-se que o aluno chegue
à resposta comparando a população absoluta
Orientações do Amapá com a população absoluta dos outros
Aproveite a contagem da população para introduzir o estados indicados no quadro.
termo população absoluta, que será aprofundado nos c. Macapá.
anos seguintes, relacionando-o à expressão populoso e
diferenciando-o do termo população relativa (ou densi- Orientações
dade demográfica), relacionado à expressão povoado. Comparando a população absoluta de diferentes
Faça perguntas sobre o quadro, como: Qual é o país estados e de alguns municípios do estado do Amapá,
com maior população absoluta? Qual é a colocação o aluno desenvolve a noção relativa de mais e menos
do Brasil nessa classificação? etc. populoso.
Levar os alunos a pensar sobre como contar uma
população numerosa é criar as bases para compreen-
derem o que é o Censo Demográfico apresentado na RETOMANDO
sequência. Se possível, indique a localização dos países
citados no quadro em um planisfério. Expectativas de resposta
Caso deseje acessar o site apresentado na referência 1. Segundo o IBGE, a população total do Brasil no
do quadro, é possível que você e os alunos encontrem ano de 2020 é de 212559409. O complemento da
números diferentes. Nesse momento, é importante resposta depende do número referente à popu-
ressaltar a interferência dos nascimentos e óbitos na lação absoluta do município em que o aluno vive.
contagem desses números.
Orientações
Expectativas de resposta Oriente os alunos a pesquisar os dados em sites
3. Espera-se que os alunos insiram palavras que oficiais e confiáveis, como o do IBGE e da prefeitura
expliquem o trabalho e a importância do Censo municipal local.
demográfico, como: pesquisa, população, quantos,
número, domicílio, município, Brasil, característi- Expectativas de resposta
cas, IBGE, decisões, planejamento, políticas, entre 2. Espera-se que os alunos concluam que é importante
outras. para o estado conhecer bem a população para
poder se planejar e pautar as políticas públicas
Orientações de maneira mais eficiente.
Por meio da leitura e da conversa entre os alunos, 3. O número total de pessoas residentes no estado
vai ser construído o entendimento do que é o Censo na faixa de idade estudantil, além dos números,
Demográfico. O fato de limitar a explicação em ape- que, a princípio, se enquadram no conjunto de
nas 12 palavras é uma estratégia para que, juntos, alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
encontrem o que há de essencial no texto, ou seja, a e do Ensino Médio.
essência do que é o Censo Demográfico.
Caso haja tempo e recursos tecnológicos, ao con- Orientações
cluir a atividade, apresente o vídeo disponível no link Explique que o Amapá tem população absoluta pe-
https://youtu.be/fR6sFLQg7OU (acesso em: 14 jul. 2021), quena em relação aos outros estados do Brasil. Contudo,
produzido pelo IBGE, que explica de forma simples o nos últimos anos, a população total vem crescendo
que é e para que serve o Censo. Caso não haja essa e isso se deve, principalmente, ao aumento do cres-
possibilidade de exibir o vídeo, sugere-se resumir as cimento vegetativo e ao intenso fluxo migratório em
informações para apresentá-las aos alunos. direção ao estado.

207 GEOGRAFIA

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2. Mudanças na população
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Assinale as afirmativas corretas.


2. Mudanças na população
( ) O número da população idosa do Amapá está diminuindo.
( ) Segundo estudos e projeções realizados pelo IBGE, a população amapaense está
1. No capítulo anterior, falamos sobre a quantidade de habitantes do Amapá. Sabemos
em trajetória de envelhecimento, ou seja, está vivendo mais.
que essa é uma informação muito importante para que o governo amapaense con-
( ) A população amapaense tem vivido mais anos (cerca de 74) e um dos motivos é a
siga administrar o estado da melhor maneira. Agora, vamos conhecer um pouco
melhora da saúde.
melhor como é a população do nosso estado. Para começar, vamos conversar um
pouco sobre a sua família.

⊲ Na sua família há mais jovens, adultos ou idosos? PRATICANDO


2. Re�ita sobre a composição da sua família e responda:
1. Observe a seguir as fotos de duas famílias distintas, converse com os colegas e
⊲ responda às questões.
Quantos filhos seus bisavós tiveram?
⊲ Quantos filhos seus avós tiveram?

FG Trade/E+/Getty Images

Thomas Barwick/DigitalVision/Getty Images


⊲ Quantos filhos seus pais tiveram?

3. É importante para o governo saber a quantidade de jovens, adultos e idosos ama-


paenses? Por quê?

4. Leia o texto a seguir e faça o se pede.

População de idosos �o AP deve quadruplicar até 2060, diz IBGE


[...]
Adonias Silva/Arquivo G1

Daqui a 40 anos, motivada pela baixa


taxa de natalidade e pelo avanço da me- Família 1. Família 2.
dicina e dos tratamentos, a população de
idosos vai subir bastante no Amapá, sain-
a. Com quais itens a Família 1 deve ter mais gastos? E quais deverão ser suas maiores
do dos atuais 4,11% para 17,87% dos habi- preocupações?
tantes. O dado é do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
No dado mais recente, as pessoas aci-
ma dos 65 anos representam cerca de 30
mil dos 838 mil habitantes. Em 2060, os
idosos devem superar os 200 mil de uma
população que vai atingir 1,3 milhão de População acima dos 65 anos deve superar os 200 mil
habitantes. habitantes no estado.
“Hoje o amapaense está vivendo em
b. Com quais itens a Família 2 deve ter mais gastos? E quais deverão ser suas maiores
torno dos 74 anos e isso está melhorando por causa de melhores questões de saúde, do melhor preocupações?
acesso. Os tratamentos de certas doenças que antes eram incuráveis, ou até as crônicas são mais
curáveis”, explicou Joel Lima, disseminador de informações do IBGE.
[...]
PACHECO, John. População de idosos no AP deve quadruplicar até 2060, diz IBGE. G1, 6 fev. 2019. Disponível em: https://g1.globo.
com/ap/amapa/noticia/2019/02/06/populacao-de-idosos-no-ap-deve-quadruplicar-ate-2060-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 6 out. 2021.

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2. No Amapá podemos encontrar famílias parecidas com as analisadas no exercício


anterior. Veja a seguir algumas informações apresentadas por ele. RETOMANDO
Amapá:Distribuição
Amapá: distribuição da
da população
populaçãopor
porsexo,
sexo,segundo
segundoososgrupos
gruposdedeidade
idade(2000)
(2000)
Homens Anos Mulheres 1. Leia o texto a seguir.
DACOSTA MAPAS

Mais de 100
95 a 99
90 a 94
85 a 89
80 a 84
75 a 79 Ce�te�ários co�ta� co�o é viver e e�vel�ecer e� Macapá;
70 a 74
65 a 69 capital co�e�ora 261 a�os
60 a 64
55 a 59 Relação com a cidade se mistura com a história de Isabel de Sena, Tia Zefa e Tio Biluca.
50 a 54
45 a 49
40 a 44 Juntos eles têm 316 anos de vida. Além disso, alimentam a paixão por Macapá, única capital bra-
35 a 39
30 a 34 sileira acima da Linha do Equador [...]. Isabel de Sena, Josefa Lina, a “Tia Zefa” e Benedito Lino da
25 a 29 Silva, o “Tio Biluca”, são centenários que escolheram a capital do meio do mundo para envelhecer,
20 a 24
15 a 19 ou melhor, viver.
10 a 14
5a9 [...]
0a4
Isabel da Sena completou 111 anos em junho de 2018. [...] “Eu gosto [de viver em Macapá]. Gosto
8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8
de ficar olhando, às vezes meus netos me levam para passear. Gosto de passear, pegar um vento na
% %
beira. São 111 anos vivendo ainda aqui, fico feliz por isso, vivendo devagar...”, relatou a centenária.
IBGE. Censo 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide. Ali pertinho, no bairro Laguinho, [...] vive o laguinhense Benedito Lino da Silva, o “Tio Biluca”, de
php?ano=2000&codigo=16&corhomem=88C2E6&cormulher=F9C189&wmaxbarra=180. Acesso em: 7 out. 2021.
103 anos.
Amapá: distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade (2010) [...]
Amapá: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade (2010) O gosto por viver na capital de Biluca tem relação direta com o samba porque ele foi um dos fun-
Homens Anos Mulheres dadores da escola de samba Boêmios do Laguinho há mais de 60 anos.
DACOSTA MAPAS

Mais de 100 “Lá era só festa, samba, marabaixo, batuque. Gostava muito mesmo.
95 a 99
90 a 94 [...]
85 a 89
80 a 84 Ainda no bairro moreno da cidade, outra figura tradicional e histórica contou, e muito, sobre sua
75 a 79
70 a 74 relação com Macapá. Josefa Lina, a “Tia Zefa”, de 102 anos, é quase unanimidade quando o assunto é
65 a 69 história. Ela é uma das pioneiras da cultura local do marabaixo e batuque.
60 a 64
55 a 59 [...]
50 a 54
45 a 49 “Desejo muitas felicidades e que todos que tenham amor pela cidade sejam muito felizes. Quero
40 a 44
35 a 39 viver sempre em Macapá, daqui [Laguinho] para o Curiaú e do Curiaú para cá”, disse, brevemente, Zefa.
30 a 34 [...]
25 a 29
20 a 24 PACHECO, John. Centenários contam como é viver e envelhecer em Macapá: capital comemora 261 anos.
15 a 19 Relação com a cidade se mistura com a história de Isabel de Sena, Tia Zefa e Tio Biluca. G1, 4 fev. 2019. Disponível em:
10 a 14 https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2019/02/04/centenarios-contam-como-e-viver-e-envelhecer-em-macapa-capital-
5a9
0a4 comemora-261-anos.ghtml. Acesso em: 7 out. 2021.
8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8
% %
IBGE. Censo 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.
Diante dos depoimentos dos três centenários que escolheram a capital Macapá para vi-
php?ano=2010&codigo=16&corhomem=88C2E6&cormulher=F9C189&wmaxbarra=180. Acesso em: 7 out. 2021. ver, re�ita: o envelhecimento da população amapaense gera consequências para o estado?
Justifique sua resposta do espaço a seguir.
a. Descreva o que houve com a população entre 0 e 19 anos (jovens) e entre aque-
les acima de 50 anos (idosos) durante os períodos analisados.

b. Converse com os colegas e formule hipóteses sobre o que pode ter causado as
mudanças observadas.

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Habilidade do RCA
Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade da Federação em que vive, estabelecendo relações
EF05GE01
entre migrações e condições de infraestrutura.

Sobre o capítulo • Reconhecer o envelhecimento da população


• Contextualizando: refletir sobre as mudanças do Amapá, refletindo sobre suas razões e
no crescimento de suas famílias, reconhecendo consequências.
a diversidade de pessoas com faixas etárias
diferentes. O objetivo é expandir o contexto Contexto prévio
da vida pessoal do aluno para a realidade do Para este capítulo, é importante que os alunos
estado do Amapá, onde a população mais velha saibam o que é o êxodo rural e consigam relacioná-lo
tem aumentado com o passar dos anos. ao aumento da população urbana no Amapá.
• Praticando: analisar as mudanças no perfil etá-
rio da população amapaense, compreendendo Dificuldades antecipadas
um pouco melhor como é a composição por faixa É importante que os alunos entrem em contato
etária e o envelhecimento da população local. com termos específicos da Geografia, como estru-
• Retomando: refletir sobre as consequências tura etária e crescimento vegetativo. Caso haja
sociais, econômicas e políticas das mudanças dificuldade com o significado dos termos, crie um
do perfil da população amapaense. glossário no quadro com explicações simples, da
seguinte maneira: Estrutura etária é como a popu-
Objetivos de aprendizagem lação está dividida conforme as idades, ou seja,
• Avaliar algumas características da estrutura conforme a faixa etária. Expectativa de vida é o
etária da população amapaense. tempo médio de vida de determinada população.

CONTEXTUALIZANDO família têm como finalidade levar os alunos a perce-


ber a diminuição da taxa de fecundidade ao longo do
Expectativas de resposta tempo. Essa realidade particular dos alunos será es-
1. Resposta pessoal. tendida posteriormente a toda a sociedade amapaense
e terá suas causas e consequências analisadas. Se
houver necessidade, sugira aos alunos que busquem
Orientações informações com as pessoas mais velhas da família.
Neste momento, aproxime os alunos da temática
que será abordada ao longo de todo o capítulo. Para Expectativas de resposta
isso, proponha uma roda de conversa em que os alunos 4. (INCORRETO) O número da população idosa no
tenham a oportunidade de compartilhar informações Amapá está diminuindo.
sobre a constituição de suas famílias. Peça a alguns (CORRETO) Segundo estudos e projeções reali-
alunos que exponham oralmente as suas respostas, zados pelo IBGE, a população amapaense está
elas contribuirão para que seja compreendido o perfil em trajetória de envelhecimento, ou seja, está
etário da sociedade amapaense ao longo do capítulo. vivendo mais.
(CORRETO) A afirmação está de acordo com a
Expectativas de resposta fala de Joel Lima citada no texto.
2. Respostas pessoais.
3. Espera-se que os alunos reconheçam que as Orientações
políticas públicas necessárias no Amapá se di- Neste momento, aproxime os alunos da temática
ferenciam segundo o perfil etário da população. sobre o envelhecimento do povo amapaense por meio
dos dados do IBGE apresentados no texto. Para isso,
Orientações proponha uma roda de conversa em que os alunos
Os questionamentos a respeito da quantidade de tenham a oportunidade de compartilhar suas opiniões
filhos em três gerações diferentes de uma mesma sobre o porquê do aumento da expectativa de vida da

209 GEOGRAFIA

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população amapaense para 74 anos. Peça a alguns Orientações
alunos que exponham oralmente as suas respostas; Reserve um tempo para que os alunos interpretem
elas contribuirão para a compreensão das razões as pirâmides etárias de maneira individual e indepen-
e consequências do envelhecimento da população dente. É importante não conduzir essa primeira análi-
amapaense ao longo do capítulo. se e deixá-los construir uma interpretação autônoma.
Solicite que respondam ao primeiro questionamento
e selecione alguns alunos para expor as impressões
PRATICANDO
com relação à mudança na estrutura etária entre
2000 e 2010.
Expectativas de resposta
Permita que se reúnam em duplas ou trios para
1. Espera-se que os alunos identifiquem que a
criarem hipóteses sobre essas mudanças sem qual-
Família 1, composta de idosos, deve ter mais
quer tipo de intervenção pedagógica. Ao concluírem,
gastos com saúde (medicamentos, consultas
médicas etc.), enquanto a Família 2 deve gastar peça ao alunos que apresentem as hipóteses criadas
mais com educação e entretenimento. e converse a respeito delas com todos eles. Selecione
com eles as hipóteses mais pertinentes e registre-as
Orientações no quadro.
O exercício proposto oferece sentido ao estudo
posterior da estrutura etária da população amapaen-
se. Reúna os alunos em duplas ou trios para respon- RETOMANDO
derem aos questionamentos. No compartilhamento
das análises pessoais, as compreensões sobre as Expectativas de resposta
diferentes realidades, conforme as características 1. As consequências estão relacionadas ao aumento
etárias, vão se formando. Ao concluir o exercício, dos investimentos em saúde e do número de
solicite aos alunos que compartilhem as respostas aposentados no estado do Amapá.
e sintetizem os aspectos que julgarem mais interes-
santes. Eles servirão para traçar um paralelo com a Orientações
realidade amapaense. Explique que o texto, uma reportagem sobre a
comemoração dos 261 anos de Macapá, traz o depoi-
Expectativas de resposta mento de três centenários sobre como é envelhecer
2. a. Espera-se que os alunos percebam que a no município.
quantidade de jovens diminuiu, enquanto a É importante destacar para os alunos que o enve-
quantidade de idosos aumentou. lhecimento da população é um processo natural. As
b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos consequências geradas por essa mudança devem ser
identifiquem que as mulheres estão optando vistas não como um problema, mas como naturalidade.
por ter menos filhos e que o desenvolvimento O bem-estar e a saúde dos idosos devem ser prioridade
da medicina está permitindo que as pessoas para o Estado.
vivam mais, podendo atingir idades que os A atividade pode compor um processo de avaliação
insiram na categoria de idosos. sobre o tema estudado no capítulo.

210 5 o ANO

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3. De um lugar para o outro
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3. De um lugar para o outro PRATICANDO

1. Observe as imagens e responda: 1. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Jorge Abreu/G1

Adneison Severiano/G1 AM
Mais de 160 mil pessoas que moram no Amapá nasceram no Pará, diz IBGE
Paraenses são 20% da população e maranhenses, 3,6%. Dados de migração são de 2015, última
pesquisa realizada pelo órgão sobre o tema.
A fisioterapeuta Silvia Tuani, de 33

Rogério Reis/Pulsar
anos, chegou ao Amapá faz 13 anos para
acompanhar o marido e acabou ficando.
Ela construiu lar, família e trabalha em
Macapá, de onde diz não pretender mais
sair. Silvia é uma das 160 mil pessoas que
deixaram o estado vizinho Pará, para mo-
rar em terras amapaenses.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), os paraenses
são os principais responsáveis pelo movi-
Crianças vivem sem condição adequada de saúde, infraestrutura Venezuelanos são imigrantes que mais chegaram a Manaus (AM) mento migratório no estado, representan- Venda de pescado no mercado da Rampa de Santa Inês na
e educação. em 2017. do 20,76% dos moradores. Os amapaenses margem do Rio Amazonas, conhecido também por Rampa do
natos são maioria, 72,73% da população. Açaí, em Macapá (AP).
a. Por que as pessoas estão nessa situação? [...]
TORRINHA, Rita. Mais de 160 mil pessoas que moram no Amapá nasceram no Pará, diz IBGE. G1, 26 mar. 2018. Disponível em:
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/mais-de-160-mil-pessoas-que-moram-no-amapa-nasceram-no-para-diz-ibge.ghtml.
Acesso em: 7 out. 2021.

a. Na sua opinião, por quais motivos as pessoas migram para o Amapá?

b. Para onde elas vão?

b. Quais são as consequências dessas migrações para o estado amapaense?

c. Quais dificuldades poderão encontrar no novo lugar que escolheram para viver?

192 5 o ANO 193 GE OGR A FIA

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2. Observe os quadros e responda às questões a seguir. 3. Imagine uma pessoa que tenha de mudar de município. Que dificuldades você
acredita que ela encontraria em seu novo destino?
Migrantes por estado brasileiro (2010)
Número de migrantes Estado
3 149 520 São Paulo
1 425 170 Minas Gerais
958 602 Paraná
863 843 Bahia
843 259 Rio de Janeiro
RETOMANDO
165 980 Piauí
146 316 Sergipe
1. Leia o texto a seguir.
60 107 Amapá
45 032 Acre
44 500 Roraima
[...]
Delfim Martins/Pulsar

Fonte: IBGE. Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ap/pesquisa/23/24007?detalhes=true&tipo=ranking. A primeira grande onda de aumento populacional ma-
Acesso em: 7 out. 2021.
capaense foi em 1940 com a implantação de projetos de
exploração mineral na região. O processo tomou outras
Migrantes por município amapaense (2010) dimensões em decorrência da sua transformação de ter-
Número de migrantes Municípios ritório para unidade federativa em 1988 e com a criação
da área livre de comércio de Macapá e Santana. A grande
29 866 Macapá
onda migratória veio majoritariamente da população em
7 383 Santana busca de novas condições de vida vinda do Nordeste, da
4 573 Laranjal do Jari Amazônia e do Pará, fazendo com que na década de 1990,
3 280 Oiapoque a ocupação da cidade, especialmente para a população
mais pobre, tomasse formas dramáticas. Assim como no
3 118 Porto Grande
restante do Brasil, a supervalorização das terras nos cen-
764 Serra do Navio tros urbanos, que favorece os grandes grupos econômi-
560 Cutias cos atuantes no espaço, direciona a população da classe
532 Pracuúba Palafitas do Laranjal do Jari (AP). baixa e classe média baixa a procurar locais afastados do
447 Itaubal setor de serviços públicos e privados.
Estes migrantes, em sua maioria desprovidos de qualificação profissional, foram atraídos pela
354 Amapá
esperança de trabalho e melhores condições de vida, mas depararam-se com uma realidade com-
Fonte: IBGE. Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ap/macapa/pesquisa/23/24007?detalhes=true&tipo=ranking. pletamente diferente, ficando sem amparo, emprego e recursos financeiros, restando como alter-
Acesso em: 7 out. 2021. nativa de moradia a ocupação das áreas de ressaca, que são espaços desprovidos de infraestrutura
capaz de suprir as necessidades básicas de saúde e habitação da população. A respeito destas ocu-
a. Qual estado tem o maior número absoluto de migrantes? pações escrevem Ferreira e Uemura:
“Instalarem-se — não sem o apoio muitas vezes irresponsável dos próprios políticos — nas úni-
cas áreas onde, por lei, nem o Estado nem o mercado imobiliário podem atuar: as áreas de proteção
ambiental, beiras de córregos, mananciais, encostas de florestas protegidas foram pouco a pouco
sendo ocupadas, sob a benevolência do Estado e de toda a sociedade (Ferreira e Uemura, 2011, p. 16)”.
b. Comparado aos outros estados da tabela, o Amapá apresenta um número gran-
[...]
de ou pequeno de migrantes? CORREA, Ana Luiza; MORAES, Carolina. Outras formas de morar. Ocupações informais em áreas de ressaca em Macapá – AP. Outras
formas de morar, 1o dez. 2020. Disponível em: https://formasdemorar.escoladacidade.edu.br/2020/12/01/ocupacoes-informais-em-
areas-de-ressaca-em-macapa-ap/. Acesso em: 7 out. 2021.

c. Qual município amapaense apresenta o maior e o menor número de migrantes? Em grupo, reflita sobre o texto e anote, no caderno, suas conclusões sobre a migração
no estado do Amapá e a formação de áreas de ressaca.

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Habilidades do RCA
Descrever e analisar dinâmicas populacionais na Unidade de Federação em que vive, estabelecendo
EF05GE01
relações entre migração e condições de infraestrutura.
Entender os impactos causados pelos fluxos migratórios ao Estado do Amapá nos contextos ambiental,
EF05GE-AP01
social e econômico(ocupação de áreas de ressacas, desemprego e renda, disparidades sociais).
Compreender as dinâmicas social e econômica que possibilitam as transformações nas paisagens dos
EF05GE-AP12
municípios amapaenses.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: trabalhar o conhecimento O foco do capítulo são as migrações no es-
prévio sobre o tema da migração por meio de tado do Amapá, suas motivações e consequên-
exemplos e paralelos com a realidade vivida. cias. Para compreender a proposta trabalhada
• Praticando: tratar do fenômeno da migração neste capítulo, é essencial que os estudantes
no estado do Amapá, suas motivações e con- tenham noção de em que consiste o movimento
sequências por meio da interpretação de textos migratório.
e análise de dados.
• Retomando: sintetizar, por meio de reflexão Dificuldades antecipadas
e escrita, os principais pontos trabalhados ao É provável que os alunos apresentem dificul-
longo da unidade. dades em identificar as consequências sociais e
econômicas dos processos migratórios. Procure
Objetivos de aprendizagem traçar paralelos sobre o tema relacionados ao
• Identificar causas que motivam as migrações, dia a dia dos alunos. Leve para a sala de aula
apontando fatores de atração e repulsa de algum exemplo ou reportagem sobre a migração
pessoas em algumas localidades. no município em que vivem; geralmente, ela está
• Analisar os principais fluxos recentes de mi- relacionada à ocupação de parte do território ou
gração para o Amapá. a crescimento de algum índice social e econô-
• Refletir sobre as consequências econômicas, mico local.
sociais e ambientais da chegada de migrantes
em áreas urbanas.

CONTEXTUALIZANDO estado ou município? Por quais motivos essas pessoas


se deslocaram?
Expectativas de resposta
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos
levantem hipóteses sobre razões que levam as
PRATICANDO
pessoas a se deslocar e citem a adaptação aos
Expectativas de resposta
costumes locais e as diferenças culturais como
1. a. Espera-se que os alunos respondam que a maior
eventuais dificuldades enfrentadas pelos migran-
parte dos migrantes no estado do Amapá vêm do
tes ao chegarem a um novo destino.
Pará. Os principais motivos são: a proximidade e
a facilidade de chegar em solo amapaense por
Orientações serem estados vizinhos; oferta de empregos e
Observe as imagens com os alunos, descrevendo- qualidade do serviço público oferecido, além
-as detalhadamente. Se julgar necessário, relembre o da busca por melhores condições de vida.
conceito de migração, relacionando-o ao movimento b. Espera-se que os alunos mencionem o ganho
das pessoas, temporário ou definitivo, que se origina de de mão de obra; a oportunidade de troca cul-
seus lugares de origem para outros destinos. Traga o tural; o aumento do consumo e, por conse-
tema para o dia a dia dos alunos. Pergunte a eles: Você quência, do movimento da economia local; a
nasceu neste município? Você veio de outro estado? ocupação de áreas de moradia; e o aumento
Conhece alguma família que teve que mudar de casa, da demanda pelos serviços públicos básicos.

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Orientações Ivone dos Santos. Áreas de ressaca e dinâmica urbana
Nesta atividade, os alunos terão a oportunidade de em Macapá/AP. In: VI Seminário Latino-Americano
aprofundar a discussão sobre migrações e sobre as de Geografia Física. II Seminário Íbero-Americano de
razões pelas quais as pessoas vêm de outros estados Geografia Física. Coimbra: Universidade de Coimbra,
para construir a vida em solo amapaense. Cite o fato maio de 2010.). A maioria dos moradores que formaram
de que a migração no Amapá foi motivada, principal- as ocupações das áreas de alagado veio do interior
mente em seu início, pela atividade do garimpo e pela do estado, de outros estados e municípios, muitos em
criação de uma zona de livre comércio, que atraiu busca de melhores condições de saúde, emprego e
investimentos e produziu empregos. educação.

Expectativas de resposta
2. a. São Paulo. RETOMANDO
b. O Amapá, quando comparado aos outros es-
tados brasileiros, apresenta pequeno número Expectativas de resposta
de migrantes. 1. Espera-se que, neste momento, os alunos enten-
c. Maior: Macapá. Menor: Amapá. Explique que há dam que as áreas de ressacas são formadas em
um município com o mesmo nome do estado. lugares de preservação ambiental, porém, com a
chegada de migrantes que não têm onde morar,
Orientações casas são construídas na região. Na maioria das
Faça a leitura dos quadros com os alunos e cer-
vezes, as moradias não têm saneamento básico,
tifique-se de que eles entenderam as informações
facilitando a proliferação de doenças e outras
apresentadas.
vulnerabilidade.
Expectativas de resposta Orientações
3. Espera-se que os alunos citem, entre outros fa-
A atividade da seção pode compor uma avaliação
tores, a falta de empregos e de moradia.
diagnóstica, já que sugere a reflexão e a síntese
Orientações do tema trabalhado. O texto é extenso e apresenta
Na atividade 3, conduza os alunos a refletir sobre alguns termos que podem ser desconhecidos dos
as consequências da migração, dos problemas que alunos, portanto, é importante realizar a leitura con-
os migrantes enfrentam quando mudam de estado junta com a turma e dar espaço para que perguntem
ou município, como falta de emprego e de moradia. o significado de eventuais trechos que não consigam
Neste momento, você pode abrir um espaço e comen- compreender. Explique que as pessoas habitam essas
tar sobre as áreas de ressaca do Amapá. Explique áreas vulneráveis não porque desejam, mas porque
que o termo “ressaca” significa “áreas encaixadas acabam têm dificuldades financeiras para residirem
em terrenos quaternários que se comportam como em áreas formais, onde o governo e o mercado imobi-
reservatórios naturais de água, caracterizado como liário atuam. É relevante, ainda, ter cuidado para que
um ecossistema complexo e distinto, sofrendo os efei- a abordagem não acabe marginalizando pessoas
tos das marés, por meio da rede formada de canais que residam nessas áreas, visto que é possível haver
e igarapés e ciclos sazonais da chuva” (PORTILHO, alunos que morem nelas.

213 GEOGRAFIA

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UNIDADE 2

DESIGUALDADE SOCIAL

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 9; 10.

HABILIDADES DO RCA

Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes


EF05GE02
territórios.

Entender as diferentes formas de ocupação do espaço por diferentes grupos sociais e de suas manifestações
EF05GE-AP02
culturais nos seus territórios de vivência.

Debater acerca dos problemas e soluções dentro da comunidade e municípios do Estado do Amapá e
EF05GE-AP20
discutir as soluções apresentadas por órgãos federais, estaduais e municipais.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais; gestão pública da qualidade de vida.

UNIDADE TEMÁTICA

O sujeito e seu lugar no mundo.

PARA SABER MAIS

• O QUE é o IDH. PNUD Brasil. Disponível em: https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-


e-o-idh.html. Acesso em: 24 out. 2021.
• TRABALHO e rendimento. IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/nosso-povo/19626-
trabalho-e-rendimento.html. Acesso em: 12 jun. 2021.

214 5 o ANO

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1. O que é desigualdade?
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UNIDADE 2
PRATICANDO

DESIGUALDADE SOCIAL No Brasil, há muita diferença na condição de vida dos grupos sociais que compõem a
população. Por isso, dizemos que há grande desigualdade social e econômica no país. Há
pessoas que vivem em bairros com boa infraestrutura, enquanto outras vivem em bairros pre-
cários, como você viu nas imagens da página anterior.
Um dos elementos que revelam a desigualdade social no Brasil é a grande diferença
entre os salários dos trabalhadores.

1. O que é desigualdade? 1. Em duplas, analisem o gráfico a seguir com os dados sobre a diferença salarial por
escolaridade.
1. Observe as imagens a seguir.
Salário médio por escolaridade* no Brasil em 2019
1
Zig Koch/Natureza Brasileira
Total R$ 2.308

Sem instrução R$ 918

Ensino fundamental incompleto


R$ 1.223
ou equivalente

Favela fluvial Beiradão,


localizada em Laranjal do Ensino fundamental completo
R$ 1.472
Jari (AP). ou equivalente

2
Ensino médio incompleto
R$ 1.368
Zig Koch/Pulsar

ou equivalente

Ensino médio completo


R$ 1.788
ou equivalente

Ensino superior incompleto


R$ 2.242
ou equivalente

Ensino superior completo R$ 5.108


Avenida Iracema Carvão
Nunes – Bairro Centro,
Macapá (AP).
*Rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, segundo o nível de instrução da população ocupada
⊲ (pessoas de 14 anos ou mais de idade que, na semana de referência da pesquisa, trabalharam pelo menos uma hora
Quais elementos se destacam na imagem 1? E na imagem 2? em trabalho remunerado, ou em trabalho sem remuneração direta em ajuda à atividade econômica de parente, ou,
⊲ Quais diferenças você identifica entre as moradias das duas paisagens retratadas? ainda, as que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas nessa semana).
Fonte: IBGE. Nosso povo: Trabalho e rendimento. IBGE Educa.
2. Ainda sobre as imagens observadas na atividade anterior, em duplas, reflitam e Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/nosso-povo/19626-trabalho-e-rendimento.html.
Acesso em: 7 out. 2021.
respondam: O que causa essas diferenças?

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a. Qual informação foi representada no gráfico?


RETOMANDO

1. Realize um debate com os colegas sobre a seguinte questão: O que precisa ser fei-
to para que as desigualdades sociais sejam superadas ou, pelo menos, reduzidas
em nosso país?

⊲ Organize suas ideias considerando os tipos de desigualdade, os grupos afe-


tados por elas e as ações que poderiam ser realizadas pelo governo e pelos
cidadãos para superá-las.
b. Qual nível de instrução da população empregada recebe os maiores salários? ⊲ Escreva nas linhas a seguir o que você considerou mais importante ao longo do
debate para a diminuição das desigualdades no Brasil.

c. Qual nível de instrução da população empregada recebe os menores salários?

d. De quanto é a diferença entre os maiores e os menores salários?

e. Troque informações com os colegas e o professor sobre as diferenças entre os 2. Analise atentamente a charge a seguir.
salários dos diversos níveis de instrução da população. Anote nas linhas a se-
guir as conclusões a que chegaram sobre essas diferenças.
Arionauro

⊲ Em uma folha avulsa, faça um


desenho de uma das ações que
foram discutidas ao longo do ca-
pítulo, mostrando um retrato de
“antes” e “depois” da aplicação
de uma ação que busca sanar
ou reduzir um problema social
causador das desigualdades.

198 5 o ANO 199 GEOGR A FIA

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Habilidades do RCA
Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes
EF05GE02
territórios.
Entender as diferentes formas de ocupação do espaço por diferentes grupos sociais e de suas manifestações
EF05GE-AP02
culturais nos seus territórios de vivência.

Sobre o capítulo • Ler e interpretar gráficos com indicadores que


• Contextualizando: identificar diferenças socioe- revelam a desigualdade social e econômica
conômicas em diferentes paisagens do Amapá no Brasil.
e refletir sobre as causas de tais diferenças.
• Praticando: auxiliar na percepção da existência Materiais
de diferenças socioeconômicas, bem como • Folhas de papel sulfite de tamanho A4.
a análise de dados divulgados pelo IBGE a
respeito da renda das pessoas de acordo com Contexto prévio
a escolaridade. É necessário que os alunos saibam interpretar
• Retomando: propor uma roda de conversa com o gráficos de barras.
objetivo de levar os alunos a refletir sobre como
Dificuldades antecipadas
as desigualdades socioeconômicas podem ser
É possível que os alunos tenham dificuldade de
solucionadas ou, ao menos, amenizadas em
relacionar a diferença salarial com a diferença nas
nosso país e em nosso estado. moradias das paisagens urbanas brasileiras. Caso
isso ocorra, é indicado que sejam realizadas pergun-
Objetivos de aprendizagem tas que aprimorem a percepção dos alunos. A termino-
• Identificar aspectos da desigualdade social logia utilizada no gráfico, Ensino Fundamental, Médio,
no Brasil e refletir sobre a importância de completo e incompleto, pode não ser compreendida
atenuá-los. pelo aluno. Vale a pena explicá-la.

CONTEXTUALIZANDO Neste momento, é importante realizar a avaliação


diagnóstica com base na análise e na discussão das
Expectativas de resposta imagens, verificando quais conhecimentos prévios os
1. No primeiro item, os alunos deverão reconhecer alunos têm sobre desigualdades socioeconômicas.
que a primeira imagem parece ser de um local A primeira fotografia mostra a área de ressaca do
com pouca infraestrutura, localizado às margens Beiradão, localizada no município de Laranjal do Jari,
de uma área fluvial e alagadiça. Na segunda uma área com muitas casas simples, famílias mais
imagem, a paisagem parece ser de um espaço pobres, conhecida como favela fluvial. Comente com
mais urbanizado e com mais infraestrutura. os alunos que essa localidade se formou com base
No segundo item, espera-se que os alunos per- em um projeto chamado Projeto Jari, que precisava
cebam que as moradias mostradas na imagem 1 de bastante mão de obra. Assim, muitos trabalha-
são simples, construídas com madeira ou refugos dores se dirigiram para lá em busca de melhores
de construção, em uma área fluvial, aparentando condições de vida. No entanto, as empreiteiras não
ser um local mais carente de infraestrutura. Já asseguravam os direitos trabalhistas e, com isso,
na imagem 2, há prédios e outras construções quando os trabalhadores eram dispensados, aca-
de alvenaria, caracterizando o espaço como bavam não tendo condicões econômicas e recursos
um local com mais infraestrutura. necessários para voltarem aos seus municípios de
origem, o que os obrigava a se abrigarem às mar-
Orientações gens do rio Jari e Vitória do Jari em palafitas sem
A proposta é levar o aluno a refletir sobre as duas condições adequadas de higiene. Surgiram, assim,
realidades contrastadas nas imagens, comparando-as. Beiradão e Beiradinho, comumente apontadas como

216 5 o ANO

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as maiores favelas fluviais do mundo. Para saber Orientações
mais sobre o assunto, acesse o material disponível no Organize os alunos em duplas e solicite que leiam
link https://periodicos.unifap.br/index.php/fronteiras/ com atenção as informações do gráfico. É importante
article/download/4522/mariliav5n1.pdf (acesso em: que essa leitura seja feita de forma autônoma para
8 dez. 2021). É importante não reforçar esteriótipos que eles possam criar suas próprias percepções sobre
relacionados à pobreza, evitando, assim, possíveis a desigualdade socioeconômica brasileira. Esclareça
constrangimentos de alunos que residam em áreas que as pessoas sem instrução são aquelas que não
menos favorecidas. frequentaram a escola. O Ensino Fundamental se refere
Na fotografia 2, é possível notar prédios, edifícios aos anos de estudo que ocorrem entre a idade de 6 e
residenciais e outros espaços que apresentam melhores 14 anos. O Ensino Médio abarca dos 15 aos 17 anos. E
condições de vida para a população. É possível presumir o Ensino Superior se refere àqueles que frequentaram
que se tratam de propriedades de pessoas com maior alguma faculdade, tendo-a completado ou não.
poder econômico. Dessa maneira, os alunos poderão
refletir sobre diferentes realidades brasileiras e sobre RETOMANDO
quanto elas representam contrastes sociais que se
revelam em cada detalhe observado nas paisagens. Expectativas de resposta
1. Resposta pessoal. É esperado que os alunos
Expectativas de resposta percebam que o maior acesso à formação edu-
2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos as- cacional colocaria as pessoas em situação de
sociem as diferentes realidades apresentadas à maior igualdade de oportunidades. Além disso,
desigualdade socioeconômica que existe entre os alunos poderão citar questões associadas
os habitantes de um município. ao acesso a serviços públicos de qualidade, a
ter garantida sua segurança física e à possi-
Orientações bilidade de ter seus direitos respeitados. Tais
Nessa etapa, peça aos alunos que, em duplas, ações poderiam ser desenvolvidas por órgãos
reflitam sobre as fotografias, fazendo as observações governamentais por meio de pressão por parte
necessárias, tais como: O que é preciso para viver em dos cidadãos.
um casa confortável? Por que algumas pessoas mo- 2. Resposta pessoal. É esperado que o aluno
ram em casas de madeira, em áreas alagadas e sem perceba que a charge retrata a desigualdade
infraestrutura? Após isso, você deve voltar à imagem social que existe em uma mesma cidade, reco-
para que os alunos exponham as suas reflexões em nhecendo, por meio das diferentes moradias,
voz alta para o restante da sala. a pobreza e as diferenças nas condições de
vida das pessoas do lugar. No desenho a ser
produzido, espera-se que o aluno consiga fazer
PRATICANDO um retrato de “antes” e “depois” da aplicação
de uma ação que busca sanar ou reduzir um
Expectativas de resposta problema social causador das desigualdades
1. a. Espera-se que os alunos identifiquem que o discutidas na atividade 1.
gráfico apresenta dados sobre faixas sala-
riais de acordo com os níveis instrucionais Orientações
e uma média salarial de todos os valores Organize uma roda de conversa e solicite aos alunos
apresentados, referentes ao ano de 2019. que apresentem os fatores identificados como causa-
b. Espera-se que os alunos reco­nheçam que os dores das desigualdades socioeconômicas do Brasil.
melhores salários são aqueles que possuem Com base nas percepções expostas, questione-os
Ensino Superior completo. como tais desigualdades poderiam ser solucionadas
c. Os menores salários são destinados àqueles ou, ao menos, reduzidas. Permita que o maior número
sem instrução. de alunos possível exponha suas ideias sem interferir
d. A maior diferença é de R$ 4.190,00. muito ou corrigir suas colocações. O conhecimento
e. Resposta pessoal. será gerado na troca de ideias entre os alunos, sem

217 GEOGRAFIA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 217 11/01/2022 19:52


a necessidade de induzi-los. Solicite aos alunos que relacionar a charge com o que foi discutido no primeiro
observem atentamente a charge e a interpretem. Em exercício desta seção. Disponibilize folhas de papel
seguida, pergunte aos alunos se eles conseguiram sulfite de tamanho A4 para que eles possam elaborar
compreendê-la, permitindo que todos se expressem os desenhos solicitados representando situações an-
livremente. Se necessário, faça correções pontuais teriores e posteriores às ações sugeridas. Os desenhos
sobre o que a charge revela. Para finalizar, leia o produzidos poderão ser apresentados ao final da aula
enunciado do segundo exercício, auxiliando os alunos a de maneira coletiva.

ANOTAÇÕES

218 5 o ANO

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2. Desigualdade no Amapá
PÁGINA 200 PÁGINA 201

2. Desigualdade no Amapá PRATICANDO

1. Observe com atenção as fotografias a seguir. De acordo com o IBGE, o número de pessoas em situação de pobreza aumentou. Sobre
esse assunto, leia um trecho da reportagem a seguir.

Maksuel Martins

Fabiana Figueiredo/G1
Palafitas no Amapá.

Maksuel Martins
Quase 46% da população do AP vive em situação de pobreza, diz IBGE; índice aumentou em 1 ano.

O número de pessoas na faixa de extrema pobreza no Brasil aumentou de 6,6% da popula-


ção em 2016 para 7,4% em 2017, ao passar de 13,5 milhões para 15,2 milhões [...].
Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais 2018, divulgada [...] pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [...].
[...]
A pesquisa identificou que em 2017 cerca de 27 milhões de pessoas, ou seja, 13% da popu-
lação, viviam em domicílios com ao menos uma das quatro inadequações analisadas: carac-
terísticas físicas, condição de ocupação, acesso a serviços e presença de bens no domicílio.
A inadequação domiciliar foi a que atingiu o maior número de pessoas: 12,2 milhões, ou
5,9% da população do país. [...]
BRASIL, Cristina Índio do. Extrema pobreza cresce 12,6% em um ano e chega a
15,2 milhões de pessoas em 2017. Brasil de Fato, 5 dez. 2018.

Bairro central do município de Macapá (AP).


1. Após a leitura da reportagem, reúna-se com um colega e re�ita sobre o aumento
da pobreza no Brasil e responda:
Comparando as imagens anteriores, responda:
⊲ Os dados revelados sobre a pobreza são preocupantes? Por quê?
⊲ Quais diferenças você observa entre as imagens retratadas? ⊲ Quais desigualdades sociais existem no Amapá?
⊲ Há algo nas imagens que reflita a desigualdade social?
⊲ Você acha que no município em que você vive há desigualdades sociais como 2. Pesquise dados sobre a desigualdade na população do Amapá. Anote as principais
as retratadas nas imagens? informações e compartilhe com os colegas e o professor.

200 5 o ANO 201 GEOGR A FIA

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3. A desigualdade social pode ser percebida em nosso dia a dia. Quando a população ⊲ Médio:
de um lugar tem uma expectativa de vida elevada, é alfabetizada e tem uma boa
renda, é possível dizer que nesse local há um alto desenvolvimento humano. Nos
lugares onde as condições de vida são precárias, dizemos que o desenvolvimento ⊲ Alto:
humano é baixo. Analise o mapa de desenvolvimento humano do Amapá e, depois,
responda.

Amapá: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (2010)

Mapa do IDH do Amapá


RETOMANDO
Legenda: Oiapoque: 0,658

Muito alto (nenhum município) Construir um estado mais justo, ou seja, menos desigual, é uma tarefa que exige esforço.
Alto (2 municípios)
Calçoene: 0,643 1. Analise a charge a seguir. Ela apresenta uma situação de desigualdade social.
Médio (11 municípios)
Arionauro

Baixo (3 municípios)

Muito baixo (nenhum município) Pracuúba: 0,614

Tartarugalzinho: 0,592

Amapá: 0,642

Serra do Navio: 0,709 Macapá: 0,733

Pedra Branca do Amapari: 0,626 Cutias: 0,628

Itaubal: 0,576
Ferreira Gomes: 0,656 Porto Grande: 0,640
Santana: 0,692
N ARIONAURO Cartuns.
Desigualdade social. Jun. 2016.
Laranjal do Jari: 0,665 Mazagão: 0,592
a. Qual é a mensagem da charge?
50 km Vitória do Jari: 0,619

ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/. Acesso em: 8 out. 2021.

a. Como é o desenvolvimento humano no município onde você vive?

b. Em sua opinião, o que o poder público poderia fazer para reduzir a desigualda-
de social no Amapá?

b. Cite dois municípios que apresentem desenvolvimento humano:

⊲ Baixo:

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GEOGRAFIA
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Habilidades do RCA
Entender as diferentes formas de ocupação do espaço por diferentes grupos sociais e de suas manifestações
EF05GE-AP02
culturais nos seus territórios de vivência.
Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes
EF05GE02
territórios.
Debater acerca dos problemas e soluções dentro da comunidade e municípios do Estado do Amapá
EF05GE-AP20
e discutir as soluções apresentadas por órgãos federais, estaduais e municipais.

Sobre o capítulo Contexto prévio


• Contextualizando: fazer o levantamento de Aprofundando os estudos sobre as desigual-
conhecimentos prévios dos alunos sobre dades sociais existentes no Brasil, o foco agora
desigualdades sociais com base na leitura é tratar do estado em que se vive, olhando para
de imagens e de questões disparadoras. as disparidades sociais que ocorrem no estado
• Praticando: refletir sobre o aumento da do Amapá.
pobreza no estado a partir da leitura de Para seguir com os estudos neste capítulo, os
reportagem, da análise de mapa e de dados alunos deverão ter conhecimento das caracterís-
que retratam a relação da desigualdade social e ticas do território amapaense, assim como saber
o desenvolvimento humano existentes no estado identificar a sua localização no mapa do Brasil.
do Amapá, bem como o uso das experiências É importante também que consigam ler um texto
dos alunos em relação ao local em que vivem. jornalistico e uma charge.
• Retomando: sistematizar ideias por meio
de uma charge que expressa o confronto de Dificuldades antecipadas
duas realidades totalmente opostas e com a Alguns alunos podem ter dificuldade para
participação dos alunos sobre o que é possível ser realizar a análise do mapa sobre o desenvolvi-
feito para reduzir a desigualdade social no Amapá. mento humano no Amapá. Então, é importante
explicar com antecedência que o desenvolvi-
Objetivos de aprendizagem mento humano é um conceito baseado na ideia
• Identificar aspectos da desigualdade social no de liberdade dos seres humanos, para que todos
Amapá e refletir sobre a importância de atenuá-los. tenham oportunidade, igualdade e capacidade
• Ler e interpretar tabelas, gráficos e mapas com de viver com qualidade de vida e de acordo com
indicadores que revelam a desigualdade social os seus objetivos.
no Amapá.

CONTEXTUALIZANDO poder aquisitivo do que aquelas que vivem na


área representada na segunda fotografia. No
Expectativas de resposta terceiro questionamento, espera-se que afirmem
1. Respostas pessoais. Espera-se que o aluno já terem ouvido falar em desigualdades sociais
responda que as diferenças são em relação no município que vivem. É possível que eles
às construções e casas, ruas. Na primeira fo- não reconheçam o problema com esse nome,
tografia, as casas são simples, de madeira, e mas sejam capazes de lembrar de situações em
em áreas alagadas, conhecidas como áreas que identificaram áreas aparentemente menos
de ressaca, onde não há saneamento básico. favorecidas.
Na segunda, o espaço retratado fica no cen-
tro de Macapá, onde há casas e prédios, ruas Orientações
asfaltadas e organizadas e com infraestrutura Nesta etapa, será proposto um diálogo que visa
adequada. Essas diferenças indicam que na comparar as duas imagens, para que se levante os
primeira fotografia vivem pessoas com menor conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto

220 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 220 11/01/2022 19:52


desigualdades sociais no Amapá, você pode dar exem- confiáveis para a pesquisa. Promova um momento de
plos mais específicos do município de vivência dos compartilhamento dos dados que os alunos trouxerem
alunos. Deixe que eles exponham livremente suas e valorize o empenho de cada um.
opiniões e experiências. Ao final, realize suas consi-
derações. Explique que as desigualdades sociais são Expectativas de resposta
diferenças sociais e econômicas que existem entre 2. a. Resposta pessoal. Avalie se os alunos con-
grupos de pessoas dentro de uma mesma sociedade, seguem identificar no mapa o município em
tornando-se um problema para cidades e países, que vivem e se realizam a associação correta
pois revela aumento da pobreza, da má qualidade entre os dados apresentados na legenda e as
da alimentação e da fome. Além disso, há más condi- informações contidas no mapa para responder
ções de moradia, falta de saneamento básico, saúde à pergunta.
precária, alta taxa de mortalidade infantil, violência e b. Ao analisar o mapa, os alunos poderão respon-
der para a categoria de índice Baixo: Mazagão,
desempregos. Explore cada um desses conceitos com
Tartarugalzinho e Itaubal. Para o índice Médio,
a turma, explicando seus significados.
poderão responder: Santana; Laranjal do Jari,
Oiapoque, Ferreira Gomes, Calçoene, Amapá,
PRATICANDO Porto Grande, Cutias, Pedra Branca do Amapari,
Vitória do Jari ou Pracuuba. Para o índice Alto,
Expectativas de resposta poderão indicar: Macapá e Serra do Navio.
1. Espera-se que os alunos respondam que sim, uma
vez que o texto apresenta dados demonstrando Orientações
que a população em situação de pobreza no Brasil Nessa etapa, é muito importante realizar a lei-
aumentou de 2016 para 2017. É possível que os tura dos dados presentes no mapa, de forma que
alunos mencionem precariedade da saúde, pre- sejam evidenciados com clareza os municípios e
sença de moradias sem infraestrutura adequada, suas respectivas categorias de desenvolvimento
desemprego, famílias em situação de pobreza, humano. É importante esclarecer aos alunos a noção
entre outros. de alguns conceitos apresentados nesse momento.
2. Resposta pessoal. Entre outras informações, os Sendo assim, explique aos alunos que expectativa
alunos podem encontrar que o percentual de de vida se refere ao tempo de vida que uma pessoa,
pessoas abaixo da linha de extrema pobreza no em determinado local, pode chegar a viver (isso leva
Amapá aumentou. em conta dados como violência, acesso à saúde e o
nível de qualidade de vida); a alfabetização indica
Orientações os anos de estudo que as pessoas de um local pos-
Em uma roda de conversa, realize a leitura do suem, em média; e a renda refere-se aos níveis de
texto de abertura. Esclareça que se trata de uma salário que as pessoas de um local recebem, o que
reportagem que relata que o Amapá apresentou um contribui para que vivam melhor. Explique, ainda, que
aumento na taxa de famílias que vivem abaixo da linha o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma
de extrema pobreza. Explique aos alunos que, muitas escala que vai de 0 a 1 e foi elaborada para medir a
vezes, podemos perceber a desigualdade social ao qualidade de vida da população de um lugar. Assim,
observarmos uma paisagem, na forma de ocupação quanto mais próximo a 1, melhor a qualidade de vida
de um determinado espaço. Essa também é uma ótima da população. Explore o mapa selecionando alguns
oportunidade para realizar uma avaliação formal, municípios e peça aos alunos que identifiquem suas
enquanto os alunos discutem as informações e tentam respectivas categorias de IDH. É importante que os
descobrir quais as desigualdades sociais existentes alunos localizem o município em que vivem e iden-
no Amapá. Circule entre as duplas e identifique quais tifiquem seu índice. Ressalte que esse índice leva
alunos estão mais engajados na discussão e quais em conta o acesso das pessoas à saúde, educação
precisam de orientação. Realize intervenções. e renda. Informe, ainda, que os dados apresentados
Se julgar pertinente, indique a pesquisa para ser no mapa foram coletados no ano de 2010, quando
feita em casa. É possível indicar para os alunos fontes foi realizado o último Censo da população brasileira.

221 GEOGRAFIA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 221 11/01/2022 19:52


é necessário investimentos públicos em saúde,
RETOMANDO educação e saneamento básico.

Expectativas de resposta Orientações


1. a. Espera-se que o aluno responda que a char- Neste momento final do capítulo, retome o concei-
ge mostra a desigualdade social existente no to de desigualdade social e espere as respostas dos
espaço urbano de uma mesma cidade. De um alunos, relembrando os dados apresentados sobre
lado, há prédios e toda uma infraestrutura e, o estado do Amapá e o município em que vivem os
de outro, há um espaço precário, em que uma alunos. Leia com eles as duas questões e auxilie-os
criança pede ao pai para morar do outro lado. no que for necessário. Se achar válido, busque situa-
Os dois lugares são tão distintos que parecem ções correspondentes no lugar de vivência dos alunos
até fazer parte de dois mundos diferentes. Por para que eles possam compreender mais facilmente
isso, a criança manifesta o desejo de viver no as ideias abordadas na charge. Trabalhe com eles a
lado em que ela considera haver melhor in- noção de que o fornecimento de serviços essenciais
fraestrutura e condição de vida. é dever do poder público e que, por meio deles, a
b. Espera-se que os alunos respondam que, para qualidade de vida da população pode ser melhorada
reduzir a desigualdade social em nosso estado, e as desigualdades, reduzidas.

ANOTAÇÕES

222 5 o ANO

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CIÊNCIAS

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UNIDADE 1

PROJETO 1 – AGENTES TRANSFORMADORES DO FUTURO: RECICLAGEM


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 2; 3; 4; 5; 7; 10.

HABILIDADES DO RCA
Explorar fenômenos da vida cotidiana que evidenciem propriedades físicas dos materiais – como densidade,
EF05CI01 condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças magnéticas, solubilidade, respostas a forças mecânicas
(dureza, elasticidade etc.), entre outras.

Identificar os principais usos da água e de outros materiais nas atividades


EF05CI04
cotidianas para discutir e propor formas sustentáveis de utilização desses recursos.

Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o descarte
EF05CI05
adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Propriedades físicas dos materiais; consumo consciente; reciclagem.

UNIDADE TEMÁTICA

Matéria e energia.

PARA SABER MAIS

• COUTELLE, José Eduardo. O uso da reciclagem na construção civil. Recicla, 32007. Disponível em:
https://recicla.wordpress.com/2007/11/29/o-uso-da-reciclagem-na-construcao-civil/. Acesso em: 15 jul. 2021.
• ENTENDA o impacto ambiental do lixo plástico para a cadeia alimentar. Ecycle, 2 fev. 2018. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/impacto-ambiental-do-lixo-plastico/. Acesso em: 15 jul. 2021.
• UPCYCLING: o que é e como aderir à ideia. Ecycle, 2010. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/upcycling-
upcycle/. Acesso em: 15 jul. 2021.

224 5 o ANO

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1. Uso consciente dos materiais
PÁGINA 206 PÁGINA 207

UNIDADE 1

PROJETO 1 - AGENTES MÃO NA MASSA

TRANSFORMADORES DO 1. Na seção Retomando, a turma vai participar de uma brincadeira. Para isso, prepa-
re-se realizando a atividade a seguir.
FUTURO: RECICLAGEM ⊲ Reúna-se com alguns colegas. Você e seu grupo devem relacionar alguns mate-
riais que são utilizados para a fabricação de objetos e listar o que é possível fazer
com eles após serem reciclados. Para isso, preencha as fichas a seguir com as
informações solicitadas.
1. Uso consciente dos materiais
Material:
1. Observe a imagem a seguir.
Como ele é?

richcarey/iStock / Getty Images Plus


Tempo de vida: Reciclável ( ) Sim ( ) Não
Objetos em que é usado

1. 2.

3. 4.
Objetos em que pode ser usado após a reciclagem

1. 2.

3. 4.

Material:

Como ele é?

Tempo de vida: Reciclável ( ) Sim ( ) Não


Você consegue identificar o que a tartaruga está comendo? Objetos em que é usado

2. Converse com os colegas. 1. 2.

⊲ Muito do lixo produzido por nós acaba sendo confundido com alimento pelos 3. 4.
animais. O que você sabe sobre esse assunto? Objetos em que pode ser usado após a reciclagem
⊲ O que você faria para que isso não acontecesse?
1. 2.

O que podemos fazer para reduzir a produção e o descarte de resíduos? 3. 4.

206 5 o ANO 207 C IÊ NC IAS

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Alexmia/iStock / Getty Images Plus

RETOMANDO

1. Que tal compartilhar com o restante da turma o que vocês descobriram? Para isso,
vamos fazer uma brincadeira.
Material:
Cada grupo vai apresentar um dos materiais pesquisados aos colegas. A cada material
Como ele é? apresentado, o grupo ganha 5 pontos. Os demais grupos devem tentar descobrir as
características desse material e preencher o restante da ficha, ganhando 1 ponto para
Tempo de vida: Reciclável ( ) Sim ( ) Não cada acerto. Na rodada seguinte, é a vez do próximo grupo, que deve apresentar outro
tipo de material, ainda não apresentado, e assim por diante. Vence o grupo que fizer
Objetos em que é usado
mais pontos. Utilize o espaço abaixo para somar os pontos obtidos pelo seu grupo.
1. 2.

3. 4.
Objetos em que pode ser usado após a reciclagem

1. 2.

3. 4.

Material:

Como ele é?

Tempo de vida: Reciclável ( ) Sim ( ) Não


Objetos em que é usado
Fernando Favoretto

1. 2.

3. 4.
Objetos em que pode ser usado após a reciclagem

1. 2.

3. 4.

Alexmia/iStock / Getty Images Plus

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C I Ê N C I AS
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Habilidades do RCA
Explorar fenômenos da vida cotidiana que evidenciem propriedades físicas dos materiais – como densidade,
EF05CI01 condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças magnéticas, solubilidade, respostas a forças mecânicas
(dureza, elasticidade etc.), entre outras.
Identificar os principais usos da água e de outros materiais nas atividades cotidianas para discutir e propor
EF05CI04
formas sustentáveis de utilização desses recursos.
Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o descarte
EF05CI05
adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana.

Sobre o capítulo • Retomando: realizar uma brincadeira para com-


• Contextualizando: apresentar uma imagem partilhar as descobertas dos alunos com os colegas.
para que os alunos reflitam sobre o descarte
de resíduos plásticos, assim como de outros Objetivo de aprendizagem
materiais. • Explorar objetos da vida cotidiana, relacionando
• Mão na massa: pesquisar as características as propriedades físicas dos materiais com o uso
de alguns materiais elencados pelos alunos, que se faz deles na busca pela construção de
pensando também sobre seus usos e suas uma atitude de consumo consciente.
possibilidades de reciclagem.

CONTEXTUALIZANDO Expectativas de resposta


2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos fa-
Expectativas de resposta lem do consumo consciente de produtos indus-
1. Respostas pessoais. Espera-se que o aluno rela- trializados ou sobre a reutilização e reciclagem
cione a imagem com o descarte inadequado de de materiais para diminuir o impacto ambiental
resíduos plásticos, que, uma vez presentes no meio desses resíduos.
ambiente, podem ser ingeridos por animais. Além
disso, espera-se que consigam relacionar outros Orientações
tipos de materiais que podem trazer prejuízos Leia as questões da atividade do Livro do Aluno e
para o meio ambiente, como o metal, o vidro, o conduza a conversa para que os estudantes percebam
papel, entre outros. que podemos mudar essa situação a partir de ações
rotineiras, como reduzir o consumo de produtos que
geram resíduos e investir na reutilização e reciclagem
Orientações
de objetos. Pergunte aos alunos se eles possuem em
Observe com os alunos a imagem da tartaruga.
casa algum objeto que tenha sido reaproveitado, como
Comente que, depois de muitos anos no ambiente, o
um copo de requeijão ou de molho de tomate que
plástico pode se fragmentar em pedaços muito pequenos,
podem ser reutilizados como copo para o consumo
chamados microplásticos, que são invisíveis a olho nu
de bebidas.
e, ao serem ingeridos por animais, eles passam a fazer Em seguida, leia com os alunos a questão dispara-
parte das pirâmides ecológicas. Explique também que, dora: O que podemos fazer para reduzir a produção
assim como o plástico, existem outros tipos de materiais e o descarte de resíduos?
que podem trazer prejuízos ao meio ambiente quando
descartados de maneira incorreta. Diante dessa reali-
dade, comente que reduzir a quantidade de resíduos é MÃO NA MASSA
uma necessidade urgente e que o consumo desenfrea-
do e inconsciente é um dos fatores que nos levaram Expectativas de resposta
ao cenário ambiental atual. Você pode descobrir mais 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos rela-
sobre esse assunto pesquisando em sites que trazem cionem materiais como madeira, plástico, isopor,
como foco questões ambientais, como o eCycle: https:// metal, papel, entre outros. Para preencher “Como
www.e-cycle.com/ (acesso em: 20 out. 2021). ele é?”, é importante que eles mencionem as

226 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 226 11/01/2022 19:52


propriedades do material: rígido, flexível, permeável cartaz ou reproduza no quadro a ficha da atividade na
ou impermeável, transparente ou opaco, pode/ seção Mão na massa para registrar as respostas dos
não pode ser amassado, deixa/não deixa passar alunos e contabilizar os pontos dos grupos. Aproveite
o calor etc. Em “Tempo de vida” e “Reciclável”, para introduzir um vocabulário mais técnico, como a
será necessário que eles pesquisem em fontes utilização do termo “rígido” em vez de “duro”, “flexível”
como a internet. Caso não seja possível acessar ao invés de “mole” etc. Você pode descobrir mais sobre
a internet, os alunos poderão utilizar outros re- o assunto acessando sites de busca e pesquisando
cursos, como entrevistar algum funcionário da a expressão “propriedades físicas da matéria”. Essa
escola, perguntar a familiares e pesquisar em brincadeira, além de oferecer uma situação adaptada
livros. As demais lacunas serão preenchidas na à avaliação diagnóstica, também vai incentivar os
seção Retomando. alunos a pesquisar materiais diferentes do usual, com
o objetivo de ter mais elementos para o jogo e acertar
Orientações as respostas das perguntas dos colegas.
Organize a turma em grupos e leia as orientações O texto a seguir, que trata das propriedades da ma-
da atividade 1 da seção Mão na massa. Explique que téria, poderá ser utilizado para enriquecer a atividade
eles vão participar de uma brincadeira e precisarão e para introduzir o capítulo 2.
se preparar realizando essa atividade (você pode ler
com eles a proposta da brincadeira que está na se-
Propriedades Gerais da Matéria
ção Retomando no Livro do Aluno). Explique que eles
São as propriedades da matéria observadas
deverão relacionar os tipos de materiais utilizados na
em qualquer corpo, independente da substância
fabricação de objetos diversos e preencher as fichas
de que ele é feito.
disponíveis na atividade. Deixe que eles manuseiem
• Extensão: propriedade que a matéria tem de
os objetos que estejam à disposição e explorem suas
ocupar um lugar no espaço. O volume mede a ex-
características. O objetivo é que os alunos consigam
tensão de um corpo.
associar as propriedades físicas dos materiais aos usos
que se fazem deles. • Inércia: propriedade que a matéria tem em
permanecer na situação em que se encontra, seja
em movimento, seja em repouso. Quanto maior for
a massa de um corpo, mais difícil alterar seu movi-
RETOMANDO
mento, e maior a inércia. A massa mede a inércia
de um corpo.
Expectativas de resposta
• Impenetrabilidade: dois corpos não podem
1. Resposta pessoal relacionada à pesquisa feita
pelos alunos da seção Mão na massa. ocupar, simultaneamente o mesmo lugar no espaço.
• Compressibilidade: propriedade da matéria que
Orientações consiste em ter volume reduzido quando submetida
Leia com os alunos a proposta da brincadeira. Faça a determinada pressão.
um sorteio para indicar a ordem de apresentação dos • Elasticidade: propriedade que a matéria tem
grupos. O objetivo dessa atividade é poder relacionar de retornar seu volume inicial - após cessada a
uma diversidade de materiais e suas propriedades. O força que causa a compressão.
grupo que pesquisar apenas materiais rotineiros, na • Divisibilidade: propriedade que a matéria tem
segunda rodada já não terá mais nada para perguntar se reduzir-se em partículas extremamente pequenas.
aos colegas e deixa de marcar pontos. Se tiverem • Indestrutibilidade: a matéria não pode ser criada
pesquisado os materiais comuns e outros menos co- nem destruída, apenas transformada.
muns, além de acertarem as perguntas dos colegas,
também ganharão pontos por terem mais elementos Propriedades Específicas da Matéria
para trazer ao grupo. Na última etapa, você poderá São as propriedades que variam conforme as
trazer outros materiais e seus contextos de utilização substâncias de que a matéria é feita.
ou reutilização salientando a relação existente entre • Cor: diferentes materiais apresentam diferen-
o uso e as características físicas de cada um. Faça um tes cores.

227 C I Ê N C I AS

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• Dureza: é definida pela resistência que a su- • Densidade: é também chamada de massa es-
perfície oferece quando riscada por outro material. A pecífica de uma substância, é a razão (d) entre a
substância mais dura que se conhece é o diamante, massa dessa substância e o volume por ela ocupado.
usado para cortar e riscar materiais como o vidro.
d = massa da substância d = m = g 3
• Brilho: é a propriedade que faz com que os volume da substância v cm
corpos reflitam a luz de modo diferente.
[...]
• Maleabilidade: propriedade que permite à ma-
• Magnetismo: Algumas substâncias têm a
téria ser moldada. Existem materiais maleáveis e
propriedade de serem atraídas por ímãs, são as
não-maleáveis.
substâncias magnéticas.
• Ductilidade: propriedade que permite trans-
formar materiais em fios. Um exemplo é o cobre, PORTO ALEGRE. Propriedades da matéria. Porto Alegre: SMED,
[s. l.]. Disponível em: https://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/
usado em forma de fios em instalações elétricas e marcirio/propriedade_materia/propriedade_materia.htm.
o ferro na fabricação de arames. Acesso em: 2. dez. 2021.

ANOTAÇÕES

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2. Propriedades físicas dos materiais
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2. Propriedades físicas dos materiais MÃO NA MASSA

Vamos conhecer os objetos que vocês trouxeram para a aula? 1. É possível controlar o calor?

1. Preencha o quadro abaixo com os seguintes pontos de observação. Reúna-se com alguns colegas para resolver um desafio. Cada grupo vai receber uma
pedra de gelo e deve mantê-la tão inteira quanto possível até o final da aula. Vamos lá!

Propriedades que o Propriedades que o a. Vocês terão 10 minutos para definir qual estratégia vão utilizar e procurar pela
Objeto É feito de...
material possui material não possui
escola os materiais de que vão precisar. Caso a pedra de gelo do seu grupo
derreta antes do final da aula, anote na linha abaixo quanto tempo ela demorou
para derreter completamente. Depois, descreva a estratégia escolhida para evi-
tar o derretimento da pedra de gelo.

b. Caso a pedra de gelo do seu grupo derreta antes do final da aula, anote na linha
abaixo quanto tempo ela demorou para derreter completamente.

2. Vamos pesquisar!

Você sabia que todo material possui características chamadas propriedades da maté-
ria? Faça uma pesquisa sobre uma dessas propriedades e registre no espaço a seguir o que
é, como funciona, como se manifesta, que uso costumamos dar a ela etc. Depois, apresente
as informações à turma.

2. Compartilhe com a turma.

⊲ Quais são os usos mais comuns desses materiais?


⊲ Um objeto pode ser feito de materiais diferentes?

Como é possível utilizar o mesmo material para produzir objetos diferentes?

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3. Agora o desafio é outro! RETOMANDO


Reúna-se com o mesmo grupo da atividade 1. Vocês vão receber outra pedra de gelo,
mas desta vez ela estará dentro de um saco plástico com ar. Pensem em uma maneira de Hora de compartilhar!
derretê-la o mais rápido possível sem retirá-la do saco. Para ajudar, revejam a estratégia que
utilizaram na atividade 1 e a pesquisa que realizaram na atividade 2. Faça um desenho que 1. Analise com seu grupo os resultados dos desafios propostos na atividade 3 da
represente o método escolhido. página anterior.

a. Como está a pedra de gelo do grupo?

b. A estratégia de vocês funcionou? Por quê?

c. E para derreter o gelo, a estratégia de vocês funcionou? Por quê?

2. Converse com os outros grupos sobre as estratégias que foram utilizadas por eles
e sobre como as propriedades da matéria que foram estudadas ajudaram vocês
no desafio.

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Habilidade do RCA
Explorar fenômenos da vida cotidiana que evidenciem propriedades físicas dos materiais – como densidade,
EF05CI01 condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças magnéticas, solubilidade, respostas a forças mecânicas
(dureza, elasticidade etc.), entre outras.

Sobre o capítulo Material


• Contextualizando: observar algumas caracte- • Objetos feitos de fio elétrico, ímã, espelho,
rísticas dos materiais em objetos do dia a dia. elástico, prendedor de roupa etc.
• Mão na massa: cumprir os três desafios. • Pedras de gelo.
• Retomando: compartilhar com a turma os co- • Sacos plásticos.
nhecimentos que os grupos construíram durante
a aula. Conhecimento prévio
Espera-se que os alunos tenham noções de
Objetivos de aprendizagem maleabilidade, condutibilidade térmica, elétrica,
• Conhecer as propriedades físicas dos materiais. ainda que não de forma sistemática.
• Relacionar as propriedades físicas dos materiais
aos fenômenos do cotidiano.

CONTEXTUALIZANDO fabricação de objetos diversos de acordo com


suas propriedades. O metal, por exemplo, pode
Expectativas de resposta ser utilizado para fabricar clipes de papel, por ser
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos maleável, e fios elétricos, por sua propriedade
observem e descrevam algumas características de conduzir eletricidade.
dos objetos e dos materiais de que são feitos.
É importante que eles pensem que alguns ob-
jetos podem ser feitos de materiais diferentes, Objeto: Prendedor de cabelo
por exemplo, um copo pode ser feito de vidro ou (“xuxinha”)
de plástico, um clipe de papel pode ser feito de É feito de: Elástico
metal e também de plástico. Propriedade que o mate- Elasticidade
rial possui:
Orientações Propriedade que o mate- Condução elétrica
Para a atividade inicial do capítulo, os alunos de- rial não possui:
verão levar para a sala de aula alguns objetos feitos
de materiais diversos. Eles poderão trazê-los de casa Orientações
ou procurar pela escola. Você também pode contribuir Leia a questão disparadora e deixe os alunos ex-
trazendo outros objetos que garantam a diversidade
pressarem as ideias deles sobre o assunto.
de propriedades desses materiais, como condutibili-
dade térmica, condutibilidade elétrica e magnetismo.
Explique a proposta da atividade e deixe que os alunos MÃO NA MASSA
preencham a tabela com as suas hipóteses iniciais.
Em seguida, peça que compartilhem com os colegas
Expectativas de resposta
as observações deles. Leia as questões propostas e
deixe que eles digam o que pensam sobre o assunto. 1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos pen-
Aproveite esse momento para observar quais são os sem na propriedade de condutibilidade térmica
conhecimentos prévios dos alunos a respeito do tema dos materiais para cumprir o desafio proposto.
da aula. 2. Resposta pessoal. Os alunos deverão realizar uma
pesquisa sobre uma das propriedades físicas da
Expectativas de resposta matéria, como densidade, solubilidade, condu-
2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos per- tibilidade elétrica, maleabilidade, magnetismo,
cebam que os materiais são utilizados para a ductilidade, dureza, elasticidade, entre outras.

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3. É esperado que os alunos repensem sobre a pro- Embora os conceitos de calor e temperatura
priedade de condutibilidade térmica e a utilizem sejam distintos, eles são relacionados. A tempe-
para cumprir o desafio, selecionando a melhor ratura de uma parcela de ar pode mudar quando
estratégia. o ar ganha ou perde calor, mas isto não é sempre
necessário, pois pode haver também mudança de
Orientações fase da água contida no ar ou mudança de volume
Organize os alunos em grupos e leia a proposta da parcela de ar, associada com o ganho ou perda
da atividade 1, da seção Mão na massa do Livro do de calor. Por outro lado, gradientes de temperatura
Aluno. Marque o tempo (10 minutos) para que eles determinam o fluxo de calor de um lugar para outro
se organizem e montem seus projetos para cumprir o através de radiação, condução e convecção [...].
desafio. Ao final dos 10 minutos, a pedra será colocada
sobre a mesa deles e começará a derreter se nada for GRIMM, Alice Marlene. Calor e temperatura. Meteorologia Básica
feito. Peça que elejam um integrante do grupo para - Notas de Aula, set. 1999. Disponível em: http://fisica.ufpr.br/grimm/
aposmeteo/cap3/cap3-1.html. Acesso em: 26 set. 2021.
observar o gelo e anotar o tempo de derretimento,
caso isso ocorra antes do término da aula.
Para a atividade 2, enquanto executa a estratégia
RETOMANDO
escolhida para proteger sua pedra de gelo, cada grupo
se responsabilizará pelo estudo aprofundado de uma das
propriedades físicas da matéria. Para isso, eles poderão Expectativas de resposta
utilizar a internet, pesquisar em livros ou entrevistar 1 e 2. Respostas pessoais de acordo com os resul-
algum funcionário da escola. Caso essas fontes não tados obtidos na seção Mão na massa.
estejam disponíveis, peça a eles que realizem a pesquisa
em casa e tragam a informação na próxima aula. Cada Orientações
grupo deverá explicar para os demais colegas o que Para o fechamento da aula, deixe os alunos re-
é a propriedade pesquisada, como funciona, como se latarem suas descobertas durante a realização dos
manifesta, que uso costumamos dar a ela etc. desafios respondendo às questões propostas. Após
Ao final do período, quando os alunos forem iden- o compartilhamento dos resultados da experiência,
tificar o que sobrou de cada pedra de gelo, proponha proponha aos alunos que circulem nas estações de
o desafio da atividade 3. Entregue aos alunos outra trabalho dos outros grupos para descobrir as proprie-
pedra de gelo protegida por um saquinho plástico com dades dos materiais estudadas por cada um. Você
ar, de modo que eles tenham dificuldade em tocar na pode sugerir a construção de um cartaz coletivo com
pedra. Desta vez, o desafio é derretê-la o mais depressa a descrição dessas propriedades e deixá-lo exposto
possível sem romper o saco. Sugira aos alunos que na sala para a consulta de todos.
considerem as respostas das atividades 1 e 2 para que Caso necessário, apresentamos um debate sobre o
escolham a melhor estratégia. uso e os impactos do isopor, um polímero de alta ca-
Para tratar desse tema, é fundamental que o profes- pacidade de retenção de calor e conservação de tem-
sor e os alunos não confundam as diferenças entre os peratura, que pode ser apresentado aos estudantes.
conceitos de calor e temperatura. Considere a seguinte
explicação. Isopor: reciclável ou não?
O poliestireno expandido ou EPS, em sua sigla
Calor é definido como energia cinética total dos internacional, é o nome técnico do Isopor®, marca
átomos e moléculas que compõem uma substância. registrada de uma empresa alemã. Este plástico
Temperatura é uma medida da energia cinética celular rígido, proveniente do petróleo, surge pela
média das moléculas ou átomos individuais. polimerização do estireno em água com uso do agente
A distinção fica mais clara pelo seguinte exem- expansor pentano. No processo de transformação,
plo: a temperatura de um copo de água fervente pérolas de até 3 mm de estireno são submetidas ao
é a mesma que a da água fervente de um balde. vapor, o que causa sua expansão em até 50 vezes
Contudo, o balde de água fervente tem uma maior e as pérolas se fundem, podendo ser moldadas em
quantidade de energia que o copo de água fervente. variados formatos.
Portanto, a quantidade de calor depende da massa O isopor é leve porque é constituído por até 98%
do material, a temperatura não. de ar. Suas aplicações na indústria e no comércio

231 C I Ê N C I AS

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são diversas, inclusive na agricultura, servindo como estas precisam estar limpas para serem recicladas
embalagem, proteção e artigo de consumo (caixas e nem sempre há pessoal para fazer esta limpeza.
térmicas, pranchas, porta-gelo, entre outros). De todos Daí a importância de sempre separar resíduos limpos
os setores, o que mais utiliza EPS é a construção civil. e secos para a reciclagem.
Por derivar do petróleo, o isopor é um tipo de plás- No Brasil todo, há cerca de 1 200 pontos de coleta
tico, o que significa que não some na natureza, apenas de isopor. Caso você não saiba onde ele é na sua
se degrada em partículas cada vez menores. Esta cidade, entre em contato com a Comissão Setorial
característica é o que torna o EPS e os plásticos em EPS através do site da entidade.
geral perigosos ao meio ambiente e aos seres vivos,
especialmente aves litorâneas e animais marinhos. Consumo consciente
Na medida em que ingerem partículas e peda- A melhor atitude que podemos ter em relação
ços de plástico, os estômagos destes animais vão ao isopor é, na verdade, evitar usá-lo, devido à sua
enchendo e eles morrem de fome. Além disso, os origem de uma fonte não renovável, seus impactos
microplásticos atraem toxinas presentes no ambien- e o baixo índice de reciclagem. No lugar do isopor,
te, o que os torna potenciais bombas no organismo podemos lançar mão de algumas alternativas.
daqueles que o consomem, desde o plâncton até o Para o caso de alimentos embalados no merca-
ser humano. do, prefira outros tipos de embalagem com maior
Segundo o relatório “Plastics BAN – Better potencial de reciclagem e tente reutilizá-las antes
Alternatives Now”, lançado em conjunto por qua- do descarte. Os saquinhos plásticos de frutas, por
tro organizações não governamentais nos Estados exemplo, podem ser reutilizados numa próxima
Unidos, no fim de 2 016, o isopor é considerado um compra ou usados no coletor de lixo do banheiro.
dos piores poluidores do planeta, apontado, entre Se você tem o hábito de pedir comida para
outras coisas, por provocar câncer em animais. viagem quando em restaurantes, leve consigo em-
Os impactos são terríveis e alarmantes, mas existe balagens trazidas de casa, aquelas de metal ou
solução. O EPS é totalmente reciclável e pode voltar plástico resistente do tipo marmita térmica. É uma
à condição de matéria-prima para a indústria. No ótima opção para quem costuma almoçar ou jantar
Brasil, são mais de 1 200 pontos de coleta, segundo no mesmo lugar ou então, quando você vai a um
a Comissão Setorial. No processo de reciclagem restaurante e sabe que vai ter comida para levar
mecânica, que é por extrusão, as peças de isopor para casa. Na última vez em que saí com uma amiga
são inseridas numa máquina extrusora que retira e minha mãe me pediu um sanduíche do restaurante,
todo o ar dos materiais, gerando tarugos (cilindros) levei um pote de tamanho compatível e que coube
de plástico poliestireno (não mais expandido). na minha bolsa. Além dos já conhecidos copos
Depois de triturado, o isopor está pronto para ser retráteis, existem também potes retráteis.
reutilizado. Na sua forma reciclada, o EPS pode Procure saber se há reciclagem do isopor na
ser usado como matéria-prima na produção de sua cidade para quando tiver de usá-lo e faça a
molduras, rodapés e perfis para construção civil, higienização do material antes de separá-lo para
solados plásticos para calçados, insumos para a coleta seletiva. Se não houver reciclagem e o uso
concreto leve, pranchetas, cabides, vasos, réguas, do isopor for inevitável, tente reutilizá-lo em casa,
entre outros. na escola, no trabalho.
Apesar de 100% reciclável, o isopor tem um valor Uma sociedade lixo zero valoriza seus resíduos
pequeno em termos comerciais para a reciclagem, e a cadeia em torno deles, tratando-os como recur-
devido à equação peso x volume. Quanto maior o sos valiosos. Consumir conscientemente, separar
peso dos resíduos recicláveis por menor área, mais adequadamente os resíduos para a reciclagem e
atrativo do ponto de vista financeiro. Por ser leve e diminuir a quantidade de rejeitos que enviamos para
volumoso, as cooperativas precisam de estrutura, os aterros sanitários nos torna mais conscientes
veículos e mão de obra suficiente para que o pro- de nossas atitudes e nos empodera na vivência da
cesso seja economicamente viável e vantajoso para sustentabilidade.
a entidade. É por isso que, em certas cidades [...], a
KLEIN, Letícia. Isopor: reciclável ou não? Conexão Planeta,
cooperativa coleta apenas as embalagens de pro- 21 abr. 2017. Disponível em: https://conexaoplaneta.com.br/blog/
teção de eletroeletrônicos e não as de comida, pois isopor-reciclavel-ou-nao/. Acesso em: 26 set. 2021.

232 5 o ANO

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3. Uso e reúso: construindo um consumo consciente
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3. Uso e reúso: construindo um consumo


MÃO NA MASSA
consciente
"Upcycling" é um termo em inglês que representa um movi-

Acervo Simone Braga


Você sabe a diferença entre reciclar e reutilizar? Observe as imagens a seguir. mento de reutilização melhorada de objetos. Ou seja, não basta
reutilizar, é preciso transformar objetos simples em objetos incrí-
veis! Veja alguns exemplo.

Mikes-Photography por Pixabay

Nikolay Chekalin/iStock / Getty Images Plus

Huber & Starke/Corbis/Getty Images

Elva Etienne/Moment/Getty Images


@amarildo_silva2

@amarildo_silva2
1. Reúna-se com alguns colegas. Vocês deverão selecionar três objetos de sua prefe-
rência e pensar em como reutilizá-los considerando as propriedades dos materiais
de que são feitos. Lembre-se do princípio do upcycling: transforme os objetos dei-
xando-os incríveis! Utilize o espaço a seguir para fazer um rascunho de seu projeto.

1. Converse com os colegas.

⊲ O pneu mostrado nas imagens foi reciclado ou reutilizado?


⊲ Que características desse objeto possibilitam que isso seja feito?
⊲ Que outros materiais poderiam ser utilizados para fazer uma caminha para ca-
chorro, de acordo com as suas propriedades?

Como é possível reutilizar objetos e materiais transformando-os


em novos objetos?

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2. Agora que todos os grupos já se apresentaram, registre no espaço a seguir as


RETOMANDO ideias de que você mais gostou e o que faria de diferente.

1. Com seu grupo, apresente para a turma os objetos selecionados por vocês e como
pensaram a sua reutilização. Anote as críticas e as sugestões do professor e da
turma no espaço abaixo, reescrevendo o projeto rascunhado na seção Mão na
massa. Em seguida, faça um desenho do produto final idealizado pelo seu grupo.

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Habilidade do RCA
Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o des-
EF05CI05
carte adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana.

Sobre o capítulo Objetivos de aprendizagem


• Contextualizando: refletir sobre a diferença en- • Descobrir iniciativas de reutilização de materiais.
tre reutilizar e reciclar e incentivar a observação • Construir propostas coletivas para um consu-
de um exemplo de reutilização de um objeto. -mo mais consciente e para a reutilização e
• Mão na massa: fazer os alunos conhecerem o reciclagem de materiais consumidos.
significado do termo “upcycling” e pensarem em
como reutilizar objetos de maneiras diferentes. Contexto prévio
• Retomando: fazer com que o aluno exponha O aluno já deve conhecer algumas proprieda-
suas ideias para o grupo. des físicas dos materiais e o uso que se faz deles.
Também já deve conhecer a diferença entre reu-
tilizar e reciclar.

CONTEXTUALIZANDO
MÃO NA MASSA
Expectativas de resposta
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos Expectativas de resposta
relacionem as imagens à reutilização do pneu, 1. Respostas pessoais.
destacando algumas propriedades desse ma-
terial que permitem que ele seja reutilizado Orientações
para esse fim, como o formato, a flexibilidade, Leia para os alunos o significado do termo “upcycling”
a rigidez e a impermeabilidade. Também se es- e sua pronúncia (“uhp·sai·kuh·luhng”). Peça então que
pera que eles apontem outros tipos de materiais observem as imagens e identifiquem o uso primário
que poderiam ser utilizados para a confecção desse objeto e como ele foi reutilizado. Organize a turma
da cama (espuma, madeira, caixas de papelão, em grupos e leia a proposta da atividade 1. Oriente-
suportes de plástico, entre outros), identificando -os a selecionar objetos que possam ser reutilizados
as vantagens e desvantagens associadas a esses em projetos inovadores e a dar preferência para a
outros materiais. diversidade de materiais que eles podem explorar, ou
seja, selecionar objetos feitos de materiais diferentes.
É importante chamar a atenção dos alunos para as
Orientações
propriedades dos materiais que foram selecionados
Leia a proposta da atividade com os alunos e faça os
e como elas poderão determinar a reutilização do
questionamentos relacionados. Permita que expressem
objeto. Em seguida, peça que pensem em uma forma
suas opiniões e observe os conhecimentos prévios que de apresentar para o restante da turma suas ideias de
eles possuem sobre o tema. Relembre com os alunos reutilização desses objetos, desenhos ou esquemas.
as propriedades dos materiais que eles já conhecem Você também pode pedir a eles que transformem esses
e os diversos usos que se fazem deles. objetos de acordo com o que pensaram. Circule pelos
Leia a questão disparadora e deixe que os alunos grupos e observe se os alunos estão explorando todas
expressem suas ideias iniciais, destacando alguns as potencialidades do material selecionado. Ajude-os a
exemplos conhecidos por eles. perceber que uma caixa de papelão, por exemplo, pode
Espera-se que os alunos levantem algumas hipóte- ser desmontada ou recortada devido à flexibilidade
ses de reaproveitamento dos materiais, como reutilizar desse material, podendo ser utilizada de outras formas
embalagens plásticas para armazenar alimentos ou e não somente como caixa. Caso possuam acesso à
caixas de papelão para guardar objetos. internet, você poderá propor uma atividade alternativa

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promovendo uma pesquisa sobre o termo “upcycling” plástico do qual são feitos. Mas você já se perguntou
em sites de busca. Como o termo leva a referências como é feita a reciclagem de plástico?
escritas em inglês, peça que as crianças pesquisem No geral, a reciclagem de plástico descartado
apenas as imagens e que avaliem os resultados ima- consiste, basicamente, em três processos:
ginando sozinhas como se chegou até ele. Assim, elas • Coleta e separação: é a separação dos resíduos de
poderão observar uma grande variedade de imagens acordo com o seu material;
que apresentam ideias inovadoras de reutilização de • Revalorização: é a fase na qual o material já sepa-
objetos. Nesse caso, peça que selecionem algumas rado passa por um processo que faz com que ele
das ideias de que mais gostaram e as apresentem para volte a ser matéria-prima;
a turma utilizando desenhos ou esquemas. • Transformação: fase em que o material transformado
em matéria-prima gera um novo produto.
Agora que já sabemos quais são os processos
RETOMANDO básicos da reciclagem, vamos entender como se dá
o processo de transformação dos materiais. Existem
Expectativas de resposta três tipos de reciclagem, que geram diferentes tipos
1 e 2. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos de produtos e benefícios:
apresentem sugestões de reutilização de objetos
considerando as propriedades dos materiais. 1. Reciclagem mecânica
É o método mais comum. Ele consiste em trans-
Orientações formar os plásticos (tanto os oriundos de sobra
Peça aos alunos que apresentem seus projetos industrial – sobras virgens do processo produtivo
para o restante da turma. Deixe-os à vontade para – quanto os descartados pós-consumo – materiais
escolher como vão fazer as apresentações. Eles po- recuperados no lixo por meio da coleta seletiva) em
pequenos grânulos, que podem ser utilizados na
dem confeccionar cartazes com desenhos explicativos,
produção de novos materiais, como sacos de lixo,
esquemas, fazer vídeos, áudios, um folheto como os
pisos, mangueiras, embalagens não-alimentícias,
de propaganda ou ainda, caso tenham trabalhado
peças de automóveis, entre outros.
com o próprio material, organizar uma exposição.
O modo de funcionamento já é conhecido por
Aproveite as apresentações para avaliar se os alunos
quem está antenado no mundo da reciclagem.
conseguiram explorar as potencialidades do material
Primeiro, ocorre a coleta dos plásticos descartados
que escolheram em relação às suas propriedades já
por meio de associações de catadores, cooperati-
estudadas, bem como a criatividade envolvida na pro- vas ou pela coleta municipal. Em seguida, nesses
dução. O interessante é que eles tenham conseguido locais, ocorre a separação, a triagem dos diferentes
reutilizar o material para algo novo, como, usar uma tipos de plástico e a limpeza, para retirar restos
garrafa PET de refrigerante para fazer uma mini-horta de sujeira dos conteúdos. Depois de todo esse
e não somente para armazenar outro tipo de bebida processo, o plástico granulado é produzido.
(sua utilidade primária). Leia a questão 2 e reserve um
tempo para que os alunos registrem suas ideias, com 2. Reciclagem química
textos ou desenhos, e as compartilhem com a turma. Trata-se do modelo mais elaborado, que repro-
Para enriquecer as discussões da aula, apresenta- cessa os plásticos para transformá-los em materiais
mos o texto a seguir, que trata das diferentes formas petroquímicos básicos, que servem de matéria-prima
de reciclagem do plástico. para a criação de produtos de elevada qualidade.
Se compararmos a reciclagem química com a
Existem três tipos de reciclagem de plástico. mecânica, ela tem uma maior flexibilidade sobre
Entenda como funcionam e sua importância a composição e é mais tolerante a impurezas, ou
seja, não requer uma triagem tão minuciosa. No
Diversos produtos e embalagens feitos com entanto, o modelo químico é mais caro e necessita
material plástico apresentam um símbolo que indica de enormes quantidades de plástico para ser eco-
que eles são recicláveis, de acordo com o tipo de nomicamente viável.

235 C I Ê N C I AS

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3. Reciclagem energética instalação está programada para inaugurar na
Consiste na tecnologia que faz a reciclagem Inglaterra em 2022 e foi projetada para processar
de plásticos por meio de sua transformação em 80  000 libras de resíduos plásticos por ano.
energia térmica e elétrica, através da incineração,
permitindo o aproveitamento do poder calorífico No que o plástico reciclado se transforma?
armazenado nos plásticos. Além disso, esse tipo Se você está curioso para saber no que o plástico
de reciclagem permite também que os plásticos
pode se transformar, a sua espera está quase no final.
sejam aproveitados como combustível.
A resina obtida após a reciclagem de plástico pode
A reciclagem energética é muito importante,
pois cria novas matrizes energéticas e traz ainda dar origem a objetos impensáveis. Dê uma olhada:
um grande benefício para as cidades, aliviando o Resina Produto produzido após
peso da questão do destino do lixo urbano. reciclagem
Atualmente, trinta e cinco países utilizam este
método de reciclagem. Nesses países, mais de 150 PET Fibra para carpete, tecido, vas-
milhões de toneladas de lixo urbano são tratadas soura, embalagem de produtos
por ano em cerca de 750 usinas de reciclagem de limpeza, acessórios diversos.
energética, gerando 10  000 MW de energia térmica
PEAD Frascos para produtos de limpe-
e elétrica. Mas, infelizmente, esse tipo de recicla-
za, óleo para motor, tubulação
gem ainda não é praticado no Brasil – apesar de
de esgoto, conduíte.
ser difundido no exterior e muito usado em países
como a Noruega, o método de implantação é caro e PVC Mangueira para jardim, tubula-
o Brasil conta com apenas uma usina experimental, ção de esgoto, cones de tráfego,
a Usina Verde, que fica no campus da Universidade cabos.
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). [...]
PEBD/PELBD Envelopes, filmes, sacos, sa-
cos para lixo, tubulação para
Novo processo de reciclagem de plástico
irrigação.
Existem alguns tipos de plástico tão desafiadores
para reciclar que os recicladores não consideram PP Caixas e cabos para bateria de
isso economicamente viável. Se você colocar na carro, vassouras, escovas, funil
lixeira, eles acabam sendo incinerados. Entretanto, para óleo, caixas, bandejas.
uma nova usina de reciclagem foi projetada para
processar esse plástico difícil de reciclar usando PS Placas para isolamento térmi-
o que é chamado de vapor supercrítico – água co, acessórios para escritório,
aquecida a alta temperatura e pressão – como bandejas.
tesoura molecular, quebrando ligações químicas Outros Madeira plástica, reciclagem
no material para criar blocos de construção que energética.
podem ser utilizados para fazer um novo plástico.
O processo funciona em qualquer tipo de plásti-
ENTENDA como ocorre a reciclagem de plástico. eCycle, 5 jun. 2018.
co, inclusive embalagens com várias camadas que Disponível em: https://www.ecycle.com.br/reciclagem-de-plastico/.
normalmente não são aceitas em lixeiras. A nova Acesso em: 26 set. 2021.

236 5 o ANO

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UNIDADE 2

PROJETO 2 – AGENTES TRANSFORMADORES DO FUTURO: MANUTENÇÃO


DO CICLO DA ÁGUA

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC

1; 2; 7.

HABILIDADES DO RCA
Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e analisar
EF05CI02 suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia elétrica, no provimento de água potável e no
equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais).

Selecionar argumentos que justifiquem a importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo da água,
EF05CI03
a conservação dos solos, dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico.

Identificar os principais usos da água e de outros materiais nas atividades cotidianas para discutir e propor formas
EF05CI04
sustentáveis de utilização desses recursos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO

Ciclo hidrológico; consumo consciente.

UNIDADE TEMÁTICA

Matéria e energia.

PARA SABER MAIS

• MUNDO Geografia. Hidrografia: distribuição de água na Terra. Disponível em: https://mundoedu.com.br/uploads/


pdf/56ce1471ee7bf.pdf. Acesso em: 15 jul. 2021.
• UFPR. Formação de nuvens. Disponível em: https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap6/cap6-2-1.html. Acesso em:
15 jul. 2021.
• SANTOS, Vanessa. Ciclo da água. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/
ciclo-agua.htm. Acesso em: 15 jul. 2021.
• UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. A importância das florestas no ciclo hidrológico. Disponível em:
https://www.salveasflorestas.ufv.br/?page_id=292#:~:text=As%20florestas%20t%C3%AAm%20um%20papel,so-
lo%2C%20lagos%20e%20cursos%20h%C3%ADdricos. Acesso em: 15 jul. 2021.

237 C I Ê N C I AS

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1. De onde vem a água?
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UNIDADE 2

PROJETO 2 – AGENTES MÃO NA MASSA

TRANSFORMADORES DO 1. Nesta atividade, você e seu grupo vão realizar uma experiência muito interessante.
Para isso, separem os seguintes materiais:
FUTURO: MANUTENÇÃO ⊲ Pote transparente de plástico, com aproximadamente um palmo de altura e, se

DO CICLO DA ÁGUA ⊲
possível, com tampa transparente;
Plástico filme ou prato pequeno transparente de plástico (se o pote não tiver tampa);
⊲ Água quente (para manipular a água quente com segurança, peça a um adulto
que a coloque em uma garrafa térmica);
⊲ Pedras de gelo.
1. De onde vem a água?
Agora, com todo cuidado, encha o pote transparente com aproximadamente um dedo
de água e cubra o recipiente com o plástico filme ou com o prato. Não estique muito o plás-
1. Veja abaixo a manchete de uma notícia sobre o aquecimento global. Você já ouviu
tico, mas certifique-se de que ele está vedando o pote. Agora, coloque as pedras de gelo
falar desse problema?
sobre o plástico e aguarde.

a. O que você acha que vai acontecer?


b. O que você observou?
c. O que aconteceria se a água não estivesse quente?
d. Qual é o papel do gelo nessa experiência?

a.

b.

AQUECIMENTO global: Brasil não detalhou metas para Acordo de Paris e desmatamento está longe de zero. G1, 9 ago. 2021. Disponível em: c.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/08/09/aquecimento-global-brasil-nao-detalhou-metas-para-o-acordo-de-paris-e-desmatamento-
esta-longe-de-zero.ghtml. Acesso em: 21 nov. 2021.

⊲ O que você sabe sobre aquecimento global?


⊲ Por que o aumento da temperatura do planeta representa um problema?
⊲ Como as mudanças no clima podem influenciar a oferta de água doce no planeta?
d.

Qual é a influência das florestas no clima e na preservação da


água? O que isso tem a ver com o aquecimento global?

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2. Observe o esquema representado na imagem a seguir. RETOMANDO


condensação 1. Analise as imagens via satélite das florestas brasileiras ao longo dos anos.
4 nuvens 2000
NASA

transpiração
precipitação evaporação
3 neve e gelo

2020
NASA

1 oceanos,
e rios
lagos

2 lençóis de água

a. Que fenômeno está representado na imagem?

b. Que relações existem entre o esquema da imagem e a experiência realizada na


atividade 1?
⊲ O que aconteceu com a vegetação nas imagens apresentadas?

2. Converse com o seu grupo e retome a questão da seção Contextualizando: “Qual


é a influência das florestas no clima e na preservação da água?”. Registre sua res-
posta nas linhas abaixo.

Pense sobre a experiência realizada na seção Mão na massa e elabore uma associa-
ção das imagens da atividade 1 às informações adquiridas para responder à questão. Depois,
compartilhe com o restante da turma.

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Habilidades do RCA
Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e
EF05CI02 analisar suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia elétrica, no provimento de água
potável e no equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais).
Selecionar argumentos que justifiquem a importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo da
EF05CI03
água, a conservação dos solos, dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico.

Sobre o capítulo Objetivos de aprendizagem


• Contextualizando: refletir sobre o aquecimento • Aplicar conhecimentos sobre o comportamento
global como ponto de partida para discutir as fÍsico-químico da água para compreender e
relações existentes entre a cobertura vegetal proteger florestas e recursos hídricos em geral.
e o ciclo hidrológico. • Relacionar o impacto da transformação das
• Mão na massa: realizar a experiência “fazendo paisagens e a preservação da água doce.
chuva” para observação das mudanças de
estados físicos da água e a associação com o Material
ciclo hidrológico e as condições para que ele • Recipientes transparentes de plástico, com
aconteça. aproximadamente um palmo de altura, se possível,
• Retomando: elaborar associações entre o com tampa transparente (um para cada grupo).
desmatamento, o aumento da temperatura • Plástico filme ou pratos pequenos transparentes
do planeta e as ameaças ao ciclo hidrológico. de plástico (caso o pote não tenha tampa).
• Água quente.
• Pedras de gelo.

CONTEXTUALIZANDO Leia a questão disparadora e deixe os alunos ex-


pressarem suas ideias iniciais. Espera-se que os alu-
Expectativas de resposta nos relacionem a cobertura vegetal à manutenção do
1. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos re- equilíbrio do planeta e, consequentemente, do ciclo da
lacionem o aumento da temperatura terrestre a água. Procure não os corrigir nesse momento, pois essa
causas como poluição, desmatamento e queimadas. questão será abordada novamente na seção Retomando,
Como consequência desse aumento, os alunos quando terão a oportunidade de respondê-la com base
podem apontar o degelo das calotas polares, o nos conhecimentos adquiridos no capítulo.
aumento do nível dos oceanos e alterações no
ciclo da água, que podem causar a diminuição MÃO NA MASSA
dos períodos de chuva e vazão dos rios.
Expectativas de resposta
Orientações 1. a. Resposta pessoal.
Leia a manchete da reportagem com a turma. Se for b. Espera-se que os alunos observem que o vapor
possível, solicite aos alunos que façam uma pesquisa liberado pela água quente, ao entrar em contato
sobre esse assunto em casa no dia anterior, seja na com a superfície mais fria do plástico filme, se
internet, seja discutindo com os familiares. Motive uma condensa, formando gotículas de água, que
breve discussão coletiva sobre as possíveis causas e se acumulam, podendo precipitar na forma de
consequências do aquecimento global e como eles gotas.
acreditam que esse fenômeno influencia na oferta de c. Se a água não estivesse quente, demoraria
água doce no planeta. Deixe os alunos expressarem muito mais para evaporar.
suas ideias iniciais. Relembre com eles como acontece d. O gelo resfria a superfície, acelerando o pro-
o ciclo da água e quais os fatores envolvidos nesse cesso de condensação.
processo, destacando a importância da luz solar e do 2. a. A imagem representa o ciclo hidrológico (ciclo
calor para a evaporação da água, parte fundamental da água).
desse processo.

239 C I Ê N C I AS

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b. A experiência realizada na atividade 1 reproduz bombas de sucção, trazendo para o continente
alguns dos processos presentes no ciclo da a umidade que estava sobre rios e oceanos. No
água, representado na imagem. caso da Amazônia, essa movimentação de mas-
sas de ar e de umidade contribui para equilibrar
Orientações as temperaturas e o clima no hemisfério norte e
Organize os alunos em grupos para a realização sul, o que evita ondas de calor que, entre outras
da experiência. Disponibilize os materiais necessários coisas, promoveriam uma aceleração na evapo-
e faça a leitura dos procedimentos. É importante que ração da água. A movimentação de massas de ar
o pote utilizado seja transparente para que os alunos contendo toneladas de água na forma de vapor é
possam observar o processo de evaporação, conden- conhecida por rios voadores e possibilita o trans-
sação e precipitação da água. Na impossibilidade de porte de água pela atmosfera de uma região para
utilização do plástico filme, pode-se substituí-lo por outra. Pesquisas mostram ainda que, para dois
uma tampa plástica transparente ou um prato peque- pontos localizados na mesma latitude, um sobre
no transparente de plástico, mas, nesse caso, reserve o mar e outro sobre uma floresta (a Amazônia e o
algum tempo extra para o caso de haver problemas Oceano Atlântico, por exemplo), a quantidade de
na visualização dos fenômenos. Para a realização da precipitação (chuva) que ocorre sobre o mar é bem
atividade, é necessário que a água esteja quente; assim, menor do que aquela que ocorre sobre a flores-
é importante orientar os alunos a não encostarem na ta, ou seja, não é apenas a quantidade de água
água, para evitar acidentes. A pedra de gelo também é evaporada que está em questão para determinar
importante, pois possibilitará o resfriamento do plástico a quantidade de chuva, mas sim a existência de
e acelerará o processo de condensação do vapor e da sistemas organizados que equilibram e mantêm
precipitação da água. Além disso, os alunos poderão a umidade. Por último, as florestas gerenciam o
observar o derretimento da pedra de gelo e associar a recurso hídrico subterrâneo ao absorver a água
passagem da água do estado sólido para o líquido. Peça disponível no solo e que, através dela, passa a
aos alunos que observem atentamente o que acontece compor o sistema e contribuir para a produção
durante a experiência e respondam às questões pro- de chuva. Chuva essa que será, em grande parte,
postas na atividade 1 da seção Mão na massa. Refletir devolvida ao lençol freático. Os bolsões de fres-
sobre essas questões levará os alunos a perceber o cor gerados pelas florestas também permitem a
papel fundamental da evaporação para as mudanças manutenção da umidade e o controle do tempo
dos estados físicos da água e, consequentemente, sua de evaporação da água, preservando o solo e a
influência no ciclo hidrológico. Após a realização da fauna que dela dependem.
experiência, leia com os alunos a atividade 2 e deixe eles
fazerem as associações solicitadas. Caso eles tenham Orientações
dificuldade em relacionar a experiência realizada com Peça aos alunos que observem as imagens que
o ciclo da água representado na figura, ajude-os com retratam o desmatamento ocorrido durante o período
questionamentos e promova a troca de ideias entre mencionado. Deixe eles expressarem suas impressões
os grupos. e ajude-os a perceber a diferença entre as imagens e
o quanto a vegetação diminuiu. Depois, retome com
eles a questão apresentada na atividade 2 da seção
RETOMANDO Mão na massa e conduza o grupo a fim de mobilizar os
conhecimentos adquiridos anteriormente na construção
Expectativas de resposta de uma nova versão da resposta. Peça que retomem
A cobertura vegetal, de modo geral, e as florestas, suas hipóteses iniciais e vejam se elas foram confirma-
em particular, têm um papel essencial na regulação das ou modificadas. Oriente-os na elaboração de uma
e manutenção do ciclo hidrológico. Inicialmente, associação visual das análises realizadas.
elas despejam imensas quantidades de água na
atmosfera por evapotranspiração. Esse proces-
so gera diferenças de pressão que atuam como

240 5 o ANO

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2. Compreender para preservar
PÁGINAS 222 PÁGINA 223

2. Compreender para preservar MÃO NA MASSA

Vamos investigar!

HaizhanZheng/iStock / Getty Images Plus


1. Para descobrir onde podemos encontrar água em seus diferentes estados físicos e
como as mudanças de estado físico podem estar presentes em situações do nosso
cotidiano, você vai discutir com os colegas e preencher o quadro a seguir.

a. Onde há água?

b. Em quais estados físicos ela aparece?

c. É possível perceber as mudanças de estado físico em alguma situação? Qual?

Estado físico antes Estado físico depois da


Onde há água?
da mudança mudança

Você já brincou de imaginar figuras nas nuvens?

1. Como são formadas as nuvens?

2. Registre abaixo as etapas do processo que leva à formação das nuvens.

Como é possível observar as mudanças de estado físico da


água em situações do cotidiano?

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1. Utilize a informação do texto para completar o quadro abaixo e inclua exemplos


RETOMANDO de onde encontramos a água na natureza em cada um dos seus estados físicos.

Mudança de estado físico da água


A vaporização é a passagem do estado líquido ao estado gasoso. Um dos modos da vaporização é a ebu-
lição. Quando aquecemos a água em uma panela, vemos bolhas crescendo e subindo na água, depois ex- Passagem do estado
plodindo na superfície. As bolhas que explodem liberam o vapor de água que elas continham, este vapor se sólido para o estado líquido: Passagem do estado
dispersa no espaço, não o vemos mais, ele se mistura com o ar. Assim, aquecendo a água líquida, formamos gasoso para o estado líquido:
vapor de água (estado gasoso) e a quantidade de água líquida diminui. Toda água pode passar progressiva-
mente do estado líquido ao estado gasoso.
O outro modo de vaporização é a evaporação. Quando deixamos ao ar livre um recipiente contendo
água, passado um certo tempo, constatamos que a quantidade de água diminuiu. Dizemos que ela evapo-
rou. É o mesmo fenômeno que acontece quando a roupa seca. A água que estava na roupa evapora sozinha
Passagem do estado
líquido para o estado gasoso:
(mesmo com tempo ruim). Este fenômeno ilustra também a passagem do estado líquido ao estado gasoso.
A transformação inversa se chama condensação (ou liquefação), e consiste na passagem do estado gasoso
ao estado líquido. Encontramos este fenômeno por exemplo na aparição da neblina.
Outras transformações, como a passagem do estado líquido ao estado sólido, são facilmente observá-
veis. Vamos observar por exemplo a água líquida, se a resfriamos o suficiente, ela se transforma em gelo.
Dizemos que a água se congela ou solidifica: é água no estado sólido. Evidentemente muitos outros líquidos
podem se solidificar se sua temperatura de solidificação for atingida. O processo inverso é a fusão. Todos já
observamos que, quando tiramos o gelo do congelador e o deixamos durante um certo tempo à tempera- Água no estado sólido Água no estado líquido Água no estado gasoso
tura ambiente, ele se torna líquido; dizemos que o gelo derreteu. Para que esta transformação possa acon-
tecer, fornecemos calor ao gelo.
Sob certas condições de temperatura e pressão, pode acontecer que a neve desapareça no sol sem derre-
ter. A neve se transforma diretamente em vapor de água; esta passagem do estado sólido ao estado gasoso
é a sublimação. A transformação inversa é a condensação em sólido.
DESBOIS, Rodolphe. Les états de la matière et les changements d’état.
Disponível em: www.fondation-lamap.org/fr/page/11243/les-changements-detat. Acesso em: 15 jul. 2021.

Passagem do estado Passagem do estado


sólido para o estado gasoso: gasoso para o estado sólido:

Sólido.
Gasoso.

Passagem do estado
líquido para o estado sólido:

Líquido.

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Habilidades do RCA
Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e
EF05CI02 analisar suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia elétrica, no provimento de água
potável e no equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais).

Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e
EF05CI03 analisar suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia elétrica, no provimento de água
potável e no equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais).

Identificar os principais usos da água e de outros materiais nas atividades cotidianas para discutir e propor
EF05CI04
formas sustentáveis de utilização desses recursos.

Sobre o capítulo Objetivo de aprendizagem


• Contextualizando: refletir sobre a presença da • Identificar a presença da água no cotidiano,
água em nosso cotidiano. relacionando ao estado físico em que se encontra.
• Mão na massa: identificar o estado físico da
água em situações do cotidiano. Contexto prévio
• Retomando: retomar o conceito relacionado às Para esta aula, é importante que os alunos já
mudanças de estado da água. tenham estudado os estados físicos da água.

CONTEXTUALIZANDO quando as roupas são colocadas para secar, o der-


retimento de um picolé etc.
Expectativas de resposta
1. Respostas pessoais. Espera-se que o aluno aponte
que as nuvens são formadas a partir do vapor MÃO NA MASSA
de água, que se condensa, formando gotículas
de água e cristais de gelo. Nesta fase, também Expectativas de resposta
é esperado que os alunos conheçam os estados 1. Respostas pessoais. É esperado que os alunos
físicos da água (sólido, líquido e gasoso). observem a presença de água em estado líqui-
2. Respostas pessoais. do, como a que sai das torneiras, no bebedouro,
em bebidas, na composição de frutas e outros
Orientações alimentos, nos rios, lagos etc; em estado sólido,
como no gelo e em alimentos congelados; e em
Leia as questões propostas na atividade 1 do Livro
estado gasoso, como no vapor que é produzido
do Aluno e peça que eles respondam de acordo com
durante o cozimento dos alimentos e no ar. Para
seus conhecimentos. É provável que os alunos já tenham
o preenchimento do quadro, os alunos podem
estudado o ciclo hidrológico e os estados físicos da
apontar, por exemplo, a vaporização durante o
água em anos anteriores; assim, ajude-os a recordar cozimento dos alimentos, a solidificação no con-
esses conceitos. gelamento de bebidas e alimentos e a evaporação
Para a atividade 2, peça aos alunos que registrem de poças de água ou da água na roupa que seca
suas hipóteses no Livro do Aluno em forma de texto no varal.
ou desenho. Não se preocupe em corrigir os conceitos
neste momento. Orientações
Leia a questão disparadora para os alunos e deixe Leia a proposta da atividade com os alunos. Peça
que eles expressem suas ideias iniciais. Neste momento que eles reflitam sobre os fenômenos que acontecem
introdutório, não se espera que os alunos respondam em suas casas ou na escola e registrem cuidadosa-
corretamente. O esperado é que apontem situações mente diferentes exemplos de mudança de estado
como a formação do gelo, a evaporação da água físico da água.

242 5 o ANO

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RETOMANDO

Expectativas de resposta
1.
Passagem do estado sólido para Passagem do estado líquido Passagem do estado gasoso
o estado líquido: para o estado gasoso: para o estado líquido:
fusão vaporização condensação

Água no estado sólido Água no estado líquido Água no estado gasoso

Água dos rios


Gelo Vapor saindo da panela
Água da torneira
Neve Umidade do ar
Nuvem

Passagem do estado sólido para Passagem do estado líquido Passagem do estado gasoso
o estado gasoso: para o estado sólido: para o estado sólido:
sublimação solidificação condensação em sólido

Orientações
Leia com os alunos a atividade da seção Retomando neve aparecem na coluna “Água no estado sólido”.
do Livro do Aluno e o texto que a acompanha. Leia e O vapor da chaleira ou no espelho do banheiro serão
releia lentamente, certificando-se de que os alunos colocados na coluna “Água em estado gasoso”. Depois,
conseguem identificar todas as informações contidas peça aos alunos que, individualmente, preencham
nele. Na coluna do meio, eles deverão colocar os o quadro. Após a aula, proponha uma construção e
exemplos mencionados na seção Mão na massa, distri- apresentação, por meio de fotos, pinturas, colagens
buindo-os segundo os estados físicos da água. Exemplo: dos estados físicos da água em transformação: líquido,
a água que bebemos, a chuva, um rio, aparecem na gasoso e sólido e suas respectivas passagens de um
coluna “Água no estado líquido”. O gelo do copo e a estado para o outro.

243 C I Ê N C I AS

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ANEXO

244 5 o ANO

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Anexos
PÁGINA 227 PÁGINA 229

ANEXO 1
Unidade 1 – Capítulo 3 – Seção Praticando

O pátio estava lotado. As pessoas batiam palmas ritmadas, acompanhando o som dos três Havia também alguns homens, mas nenhum deles se comparava ao que entrou sozinho. Alto
atabaques que vinha lá do fundo do quintal. Meu corpo queria começar um movimento dançante que magro, ágil, com gestos rápidos seguia os passos da cantoria e foi chegando perto. As pessoas beijavam
acompanhasse aquela música. Tinha uma letra que eu não entendia muito, mas que foi crescendo na sua mão, que no gesto seguinte parecia abençoar a todos. Foi se aproximando e meus olhos entraram
voz de um grupo de mulheres que foram para o centro do lugar, formando uma roda. Elas dançavam e nos dele, e uma emoção brotou, jorrando de um amor profundo. Era a festa do caboclo.
cantavam e vestiam roupas rendadas impecavelmente brancas.

Nem todas as pessoas negras são adeptas do candomblé: elas podem ser protestantes, católicas, A festa foi como uma flecha que me atirou para dentro de um mundo desconhecido. Até eu crescer,
islâmicas, budistas. Existem negros Judeus e de muitas outras religiões. Já ouvi dizer que o candomblé eu havia estudado em escolas de freiras católicas, e, geralmente, quando se é criado numa religião,
é uma religião que nem o próprio africano conhece, ou que só conheceram quando os brasileiros a aprende-se a evitar as outras.
levaram para lá. É uma religião tecida no Brasil.

Enquanto isso, Odudua que também queria criar a Terra, fez as oferendas a Exu e alcançou
Obatalá. Vendo-o dormir, achou que ele iria se atrasar muito, pegou o saquinho e foi ele mesmo criar a
Terra. E criou. Os Iorubas chamam suas divindades de orixás. E os candomblés brasileiros também cultuam
Oxum é uma divindade ligada à água. Água doce do rio. E são muitos tipos de Oxum. É como se os orixás. Já os fons chamam os voduns suas divindades, e entre os inúmeros bantos (que tanto
cada uma delas (Oxum é do gênero feminino) tivesse as características de cada parte do rio. Tem o fundo desconhecemos) há os que chamam suas entidades espirituais de inquices.
calmo do rio, o agitado das ondas, o lugar onde o rio tem cachoeira e cai. Tem nascente do rio. É, o rio
tem mesmo muitos jeitos.

Enfim, todas as casas de candomblé, os ilês, têm um sacerdote os sacerdotisa. Chamados de Conta um mito que Olodumaré que é o Deus Ioruba, quis criar a Terra e deu um punhado dela,
pai-de-santo ou mãe-de-santo, são pessoas de grande influência sobre os que frequentam a casa, num saquinho, para Obatalá ir criá-la. Antes de ir, Obatalá, que é muito velho, esqueceu e foi andando,
exatamente como os sacerdotes das igrejas católicas, das sinagogas, dos templos budistas, das andando devagarinho, e sentiu sede. Então viu uma árvore, dessas que tem água dentro, e parou, abriu
mesquitas e dos demais centros de religiosidade. a planta e bebeu. Só que era uma bebida que dava um pouco de tontura, e então ele deitou debaixo da
Tive o privilégio de conhecer um ilê muito bonito. E acho que consegui aprender bastante. árvore e acabou dormindo.

Das religiões de origem africana sempre me chegavam informações muito preconceituosas.


Sempre punham medo na gente. Depois aprendi que os povos negros assustavam todo mundo de São muitos os orixás, e cada um com muitos tipos. E eles são guardiões dos humanos, que foram
propósito, pois esse era um dos jeitos de fazer com que tivessem medo deles no tal de Novo Mundo. E feitos da mesma matéria que eles.
assim eles se resguardavam, protegidos por esse medo que todo o mundo tinha deles.

A1 LÍ NG UA PORTU G U E SA A3 L Í N G UA P O RT U G U ESA

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EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LA_P4.indb 1 17/12/21 14:50 EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LA_P4.indb 3 17/12/21 14:50

ANEXO 2
Unidade 1 – Capítulo 1 – Seção Mão na massa
Fichas sobrepostas

1 000 000 100 000 10 000 1 000 100 10 1

2 000 000 200 000 20 000 2 000 200 20 2


A reza para os orixás se faz cantando e dançando, vestindo suas cores, alimentando-se de
comidas abençoadas por eles. Para os Iorubas, cada orixá é um espírito do mundo. Exu é o espírito do
movimento. É ele quem faz com que tudo aconteça, pois sem movimento nada existe, nada acontece.

3 000 000 300 000 30 000 3 000 300 30 3

Eu também tinha medo e nunca tinha chegado perto de batuques. Só depois dessa primeira festa
é que fui a muitas outras festas de candomblé. Mas quem Cresceu dentro do candomblé conheceu muito
4 000 000 400 000 40 000 4 000 400 40 4
antes a beleza desse modo de ver o mundo e a vida.

5 000 000 500 000 50 000 5 000 500 50 5


Esse dia era também meu aniversário, e foi assim, como um presente dos céus que conheci o
candomblé. Os africanos, quando vieram para o Brasil, trouxeram sua religiosidade. E a festa de caboclo
é uma festa religiosa. Conta-se nos candomblés que ela foi criada para reverenciar os habitantes da
terra, que eram os índios. O caboclo que comanda essa festa representa um índio e se apresenta vestido 6 000 000 600 000 60 000 6 000 600 60 6
de índio.

7 000 000 700 000 70 000 7 000 700 70 7


Era de tardinha para o anoitecer quando entrei num corredor comprido naquela casa toda branca
e com uma bandeirinha no telhado. Dentro do pátio, pelos cantos, algumas mesas carregadas de frutas
coloridas, abacaxis, maçãs, peras vermelhas e verdes, uvas de todas as cores, bananas, laranjas e
moranguinhos... arrumadas em meio a algumas flores bem frescas e folhagens exuberantes. A brisa da
tardinha misturava muitos perfumes.
8 000 000 800 000 80 000 8 000 800 80 8

9 000 000 900 000 90 000 9 000 900 90 9

000 000 00 000 0 000 000 00 0

A5 LÍ NG UA PORTU G U E SA A7 M AT EM ÁT I CA

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LA_P4.indb 5 245 17/12/21 14:50 A N E XO


EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LA_P4.indb 7 17/12/21 14:50

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 245 11/01/2022 19:52


ANOTAÇÕES

246 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 246 11/01/2022 19:52


ANOTAÇÕES

247 A N OTAÇ Õ E S

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 247 11/01/2022 19:52


ANOTAÇÕES

248 5 o ANO

EFAI_REG_AP_5ANO_1BI_LP_P4.indb 248 11/01/2022 19:52


ISBN: 978-65-5965-093-4
Realização

LIVRO DO PROFESSOR
5° ANO ENSINO FUNDAMENTAL 1 O BIMESTRE

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