Aula de Prisão

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Ivan Luís Marques

PRISÃO
• Relaxamento
• Revogação
• Liberdade provisória

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
A ORDEM CORRETA DA ANÁLISE A SER FEITA:

1) a prisão é LEGAL ou ILEGAL?

2) Se legal - requisitos da preventiva: TEM ou NÃO TEM?

3) Ausentes esses requisitos, cabe liberdade provisória

Prisão Temporária
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PRISÃO TEMPORÁRIA
Requisitos específicos para a decretação da prisão temporária

Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos
seguintes crimes:

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a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

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f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o


art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);

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j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956),


em qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);

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o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de
1986).

p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de


2016)

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1) o inciso III (fumus commissi delicti – indícios de participação nas
infrações descritas na lei 7960/89 ou 8.07290); e
2) uma das hipóteses dos incisos I ou II (periculum libertatis), ou seja,
imprescindibilidade para as investigações ou o indiciado não ter
residência fixa ou não fornecer elementos para a sua identificação.

Inciso III (sempre) + incisos I ou II.

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NÃO CABE:

• De ofício
• Com base na gravidade em abstrata do delito
• Após o recebimento da denúncia
• Além do prazo fixado na lei e na decisão judicial
• Não pode ser uma prisão para averiguação

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REQUISITOS AMPLIADOS PELO STF

O novo regramento cautelar da prisão temporária nos foi apresentado no


Informativo 1043 do STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF (Info
1043).

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▪ for imprescindível para as investigações do inquérito policial;
▪ houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
▪ for justificada em fatos novos ou contemporâneos;
▪ for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato
e às condições pessoais do indiciado; e
▪ não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas da
prisão.

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i) for justificada em fatos novos ou contemporâneos
Essa regra busca evitar que o juiz utilize fatos antigos para prisões
recentes.
A urgência que deve acompanhar as prisões cautelares precisa estar
associada a situações atuais que estejam efetivamente atrapalhando as
investigações.
Requentar fatos antigos para decretar prisões recentes passou a ser
proibido no âmbito da prisão temporária após esse posicionamento do
STF.
É o princípio da contemporaneidade sendo aplicado e balizando
decretações de prisão.

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ii) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do
fato e às condições pessoais do indiciado.
Paralelamente à contemporaneidade, outro princípio que rege a
aplicação das medidas cautelares também foi lembrado pelo STF na
decisão que compatibilizou a prisão temporária com o texto
constitucional: a proporcionalidade em sentido estrito.
Não fazia sentido decretar a prisão temporária de uma pessoa que
sequer ficaria presa após o trânsito em julgado, por força do mediano
rigor penitenciário de seu preceito secundário.

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iii) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas da
prisão.
Além dos princípios da adequação, proporcionalidade,
contemporaneidade e necessidade da prisão, também foi lembrado o
princípio da suficiência da tutela processual das investigações, ao se
utilizar, como paralelo, o critério da subsidiariedade da prisão,
respeitando a regra processual que nos acompanha, ao menos no plano
teórico, da prisão cautelar ser a ultima ratio das medidas processuais de
cautela, abrindo espaço às medidas cautelares diversas da prisão,
expressas nos artigos 319 e 320 do CPP.

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Conclusão:

para o juiz decretar a prisão temporária, somado ao inciso III precisa de,
no mínimo, a presença do inciso I ou a presença do inciso II, além de
todo o novo regramento cautelar, expondo o caráter instrumental dos
princípios que regem as medidas cautelares, compatibilizando as
necessidades estatais com a presunção de inocência.

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PRISÃO PREVENTIVA
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título
deverão ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime,
circunstâncias do fato e condições pessoais do
indiciado ou acusado.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante,
poderá substituir a medida, impor outra em
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312
deste Código.

PRISÃO É A ULTIMA RATIO


§ 6º A prisão preventiva somente será determinada
quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e
o não cabimento da substituição por outra medida
cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada
nos elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada.

PRISÃO É CAUTELAR SUBSIDIÁRIA


Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por
representação da autoridade policial.

NÃO CABE PREVENTIVA DE OFÍCIO


Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado.

CABIMENTO DA PREVENTIVA
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado.

CABIMENTO DA PREVENTIVA
Art. 312. (...) § 2º A decisão que decretar a prisão
preventiva deve ser motivada e fundamentada em
receio de perigo e existência concreta de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.

PRINCÍPIO DA CONTEMPORANEIDADE
FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

• RÉU PRIMÁRIO + CRIME COM PENA MÁXIMA ATÉ


4 ANOS: NÃO CABE PRISÃO PREVENTIVA
Art. 313. (...) § 2º Não será admitida a decretação da
prisão preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência imediata
de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia.

NÃO CABE PRISÃO CAUTELAR EM RAZÃO DO CRIME


PRATICADO – PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal.

NÃO CABE PRISÃO PREVENTIVA EM SITUAÇÕES DE


EXCLUDENTE DE ILICITUDE
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar
a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.

• DECISÃO CARENTE DE FUNDAMENTAÇÃO É NULA


• PRISÃO ILEGAL POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO
IDÔNEA GERA RELAXAMENTO E ALVARÁ
• ARTS. 315 c.c. 564, V do CPP
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do
processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

• RELAXAMENTO POR EXCESSO DE PRAZO


LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 310, III e § 1º do CPP c.c. art. 321 do CPP.
Não há prazo legal
Prisão ilegal na espécie ou na forma.

* Ausentes os requisitos da prisão preventiva, a


liberdade provisória é obrigatória.
Ela pode ser concedida COM ou SEM fiança

- 350 CPP : não pode fiança para preso pobre


- 310, § 1º: não pode fiança para excludente de
ilicitude
- Lei 8.072, art. 2º: não cabe fiança para hediondos ou
equiparados
- Art. 323: não cabe fiança para racismo
PRISÃO EM FLAGRANTE
Relaxamento de prisão em flagrante

Art. 5.º, LXV, CRFB + art. 310, I, CPP


Não há prazo legal
Prisão ilegal na espécie ou na forma

Só cabe na fase policial


Se o pedido for indeferido, cabe Habeas corpus
Relaxamento de prisão em flagrante

PRISÃO EM FLAGRANTE
• Próprio
• Impróprio
• Presumido
• Esperado
• Prorrogado; Retardado; Diferido
• Forjado
• Preparado
Relaxamento de prisão em flagrante

Formalidades do flagrante

Arts. 304 e 306 do CPP


Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública.
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota
de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
condutor e os das testemunhas.
Relaxamento de prisão em flagrante

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA (310, CPP):

I. RELAXAMENTO
II. CONVERSÃO EM PREVENTIVA
III. LIBERDADE PROVISÓRIA
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