TCC Eduardo Maia
TCC Eduardo Maia
TCC Eduardo Maia
IJUÍ/RS
2021
2
________________________________
Autor: Eduardo Maia Schulz
________________________________
Orientador de Conteúdo: Dr. Claiton André Kunz
________________________________
Avaliador de Forma: Dr. Josemar Valdir Modes
________________________________
Avaliadora de Português: Ma. Juliana S. Dellafavera
________________________________
Avaliadora Final: Ma. Hariet Wondracek Krüger
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, o maior orientador da minha vida. Ele nunca me
abandonou nos momentos de necessidade.
Dedico a minha esposa que esteve ao meu lado em todo o tempo.
Dedico a minha mãe e a família da minha esposa que nos cuidaram em todo
esse tempo de seminário.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha esposa, Julia Schulz Maia que nos momentos de desânimo
foi quem me ajudou e deu forças. De fato, não teria conseguido sem ela.
Agradeço ao meu professor e orientador Dr. Claiton André Kunz que me
auxiliou com ideias e durante todo o processo de desenvolvimento deste projeto.
Agradeço à professora e Dra. Marivete Zanoni Kunz pela sua atenção
dedicada ao longo de todo o projeto.
Agradeço a Primeira Igreja Batista de Santa Maria que me enviou a Faculdade
Batista de Ijuí, confiando que Deus tinha um propósito maior para a minha vida. A
igreja investiu, me sustentando por três anos e dando suporte para que eu pudesse
desempenhar um bom tempo de estágio.
Agradeço a Igreja Batista em Santa Rosa que no meu último ano de faculdade,
convidaram-me para estagiar lá, custeando o meu último ano no seminário e dando
suporte no deslocamento e moradia durante o período de estágio. Cuidaram de mim
e minha esposa como se fôssemos da família.
Agradeço a minha família e família da minha esposa pelo sustento durante o
tempo de faculdade, sempre dando suporte nas necessidades que se apresentaram
durante esse tempo.
6
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................... 8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES...........................................................................................5
ABSTRACT ............................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 10
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo entender melhor as origens da igreja através
dos versículos encontrados em Atos 2.42-47. O seu início foi marcado por um intenso
compartilhar, desde os critérios mais básicos até os mais difíceis de serem
enfrentados. O seu louvor e adoração era um coro a Deus, e a união era uma
demonstração do caráter de Deus aqui na Terra. Através destes conceitos
estabelecidos, procurou-se compreender a realidade vista nos dias de hoje, e como é
possível renascer uma Igreja na atualidade que contempla a metodologia seguida
pelos primeiros cristãos. Só através da união dos crentes, a Igreja pode se expandir e
demonstrar o poder do amor de Deus.
Palavras-chave: Unidade. Igreja primitiva. Igreja na atualidade.
9
ABSTRACT
This work aims to better understand the origins of the Church through the
verses found in Acts 2.42-47. Its beginning was marked by an intense sharing, from
the most basic criteria to the most difficult to be faced. Their praise and worship was a
chorus to God, and their unity was a demonstration of God's character here on earth.
Through these established concepts, an attempt was made to understand the reality
seen today, and how it is possible to reborn a Church today that contemplates the
methodology followed by the first Christians. Only through the union of believers can
the Church expand and demonstrate the power of God's love.
Keywords: Unity. Early Church. Church today.
10
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje há uma enorme gama de igrejas espalhadas pelo mundo.
No próprio bairro é possível identificar inúmeras igrejas, das mais variadas
denominações, com liturgias diversas, para os mais variados estilos de pessoas.
Pode-se dizer que há um “comércio igrejês”, no qual muitos lutam para receber um
número maior de pessoas em suas atividades semanais.
O início da Igreja no mundo foi totalmente diferente. Aquelas pessoas não
estavam focadas em oferecer um local que fosse agradável para as necessidades de
cada um. Elas não faziam daquele momento um espaço de comércio e exaltação do
próprio eu. Suas habilidades e seus talentos não estavam em uma escala de
importância. Seus questionamentos não eram acerca do que iriam ganhar.
O primeiro capítulo desta monografia foi dedicado a entender as bases da
Igreja primitiva, de forma a relacionar cada versículo com seu ensino. Aquelas
pessoas estavam tão felizes com a novidade do Evangelho, que transbordavam de
gratidão e comunhão uns com os outros e com Deus. Através disso, mais pessoas
achegavam-se e podiam desfrutar das dádivas do relacionamento entre os irmãos.
Podiam sentir-se seguras, pois estavam desfrutando de um ambiente de amor
fraternal. Tudo o que faziam era para que o nome de Jesus fosse conhecido.
Então, com o passar dos anos, tudo mudou. A natureza humana tomou conta
das igrejas locais. As necessidades físicas tornaram-se maiores que as espirituais (ou
pelo menos acreditam que sim). O dinheiro tornou-se o deus da maioria dos locais
denominados “igreja”. Infelizmente, “ser cristão” na atualidade não parece mais gerar
o mesmo impacto que um dia já gerou. A Igreja não parece estar mais fazendo
diferença a ponto de impactar sua localidade. Levando em conta as inúmeras
questões apresentadas na atualidade, busca-se no segundo capítulo elencar a igreja
contemporânea e seus problemas vividos, bem como entender quais as gerações que
a compõem, mostrando a diversidade de pensamentos que um mesmo corpo pode
possuir.
Por fim, no terceiro e último capítulo, será esquadrinhado um caminho para
que se chegue a um modelo de Igreja mais parecido com a primitiva. É necessário
entender os porquês do início da Igreja e qual a vontade soberana de Deus para os
seus filhos. Somente através deste entendimento, pode-se buscar uma Igreja que
11
possui uma essência como a descrita em Atos, sem desconsiderar a realidade dos
dias atuais.
12
1 A IGREJA DE ATOS
A igreja descrita no livro de Atos descreve os primeiros dias da Igreja. “Foi o
início do movimento cristão e os primeiros dias sempre são cheios de muita alegria,
ousadia e esperança.”1 Entender os princípios e as ideias que foram base para a
permanência da Igreja no mundo até os dias de hoje, é de extrema importância.
Buscar os princípios através de relatos bíblicos é necessário para que a Igreja
contemporânea volte a sua essência: ser guiada pelo Espirito, vivendo em união e
amor constantes.
42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir
do pão e nas orações.
43
Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos
por intermédio dos apóstolos.
44
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
45
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre
todos, à medida que alguém tinha necessidade.
46
Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de
casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza
de coração,
47
louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.
Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam
sendo salvos.3
1
GEORGE, Sherron K., CARRIKER, Timóteo. Os atos dos apóstolos: um mergulho missional.
Curitiba: Editora Esperança, 2021, p. 40.
2
LUCADO, Max. Biblia de estudo: vida plena. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2013, p. 1582.
3
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. Bíblia da família. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2014,
p.1144.
13
4
BOOR, Werner de. Atos dos Apóstolos: Comentário esperança. Tradução por Werner Fuchs.
Curitiba: Esperança, 2002, p. 58-59.
5
BOOR, 2002, p. 59.
6
BOOR, 2002, p. 60.
7
BOOR, 2002, p. 61.
14
Lucas quer dizer que a população daquela época que não era cristã, de certo
modo, sentia uma certa apreensão diante das situações consideradas sobrenaturais
que aconteciam entre o povo cristão. Certamente aconteciam prodígios e sinais, e
essas palavras são utilizadas para referir-se as obras poderosas de Jesus. 8
c) Versículos 44-45:
Tratavam tudo como propriedade comum, de modo que tudo pertencia a
todos. Vendiam todos os seus bens para que o valor arrecado fosse distribuído entre
todos, à medida que cada um tivesse necessidade.9
A verdade é que eles não mais se enxergavam como desconhecidos, mas sim
como uma grande família. Eles estavam ligados por algo muito maior, e ninguém
desejava que um irmão passasse necessidades. Todos ajudavam-se mutuamente.10
d) Versículo 46:
Os primeiros cristãos se reuniam todos os dias no templo. Nesse momento,
havia uma oferta de holocausto e incenso, de manhã e de tarde, realizados pelos
sacerdotes. Não só no templo, mas também sentiam a necessidade de cultos feitos
por si mesmos, nos quais se reuniam de casa em casa.11
Tinham necessidade de realizar seus próprios encontros, por isso realizavam
reuniões nas refeições comunitárias, não se importando com o cardápio, mas com a
presença dos irmãos naquele lugar. 12
e) Versículo 47:
Nesses versos há a indicação de que os cristãos estavam reunidos no templo
e em suas casas. Ao fazerem isso, louvavam a Deus. Isso traz referências à adoração
que os mesmos tinham. 13
Ainda, um comentário final indica que, conforme esses cristãos iam
compartilhando o agir de Jesus em suas vidas, o restante do povo de Jerusalém podia
se tornar um com os demais cristãos. A vida deles era um testemunho vivo das obras
de Jesus.14
Após o estudo individual de cada versículo, pode-se analisar também de
forma total os versículos destacados. A origem da Igreja Primitiva vem logo após o
8
MARSHALL, I. Howard. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980, p. 84.
9
BOOR, 2002, p. 61.
10
BOOR, 2002, p. 61-62.
11
MARSHALL, 1980, p. 85.
12
BOOR, 2002, p. 63.
13
MARSHALL, 1980, p. 85.
14
MARSHALL, 1980, p. 85.
15
15
MODES, Josemar Valdir. Um povo transformador: Atos capítulo dois e a teologia da missão
integral. São Paulo: Rádio Trans Mundial. 2017, p. 80.
16
MODES, 2017, p. 91.
17
FISCHER, Gerson. Em tempo de discipulado: Atos dos Apóstolos. Curitiba: Encontrão, 1995, p.
58.
18
FISCHER, 1995, p. 62-63.
19
MODES, 2017, p. 91.
16
20
MODES, 2017, p. 65.
21
VIERTEL, Weldon E. O crescimento da Igreja Primitiva: um estudo do Livro de Atos. Rio de Janeiro:
JUERP, 1976, p. 32.
22
FISCHER, 1995, p. 73.
23
TURNER, Donaldo D. Exposição de Atos dos Apóstolos. São Paulo: Instituto Bíblico Brasileiro por
Correspondência, 1989, p. 34.
24
ALVES, Eduardo L. A Igreja de Atos no Século 21: as bases de um novo ministério contextualizado,
relevante e bem sucedido estão na Palavra de Deus. São Paulo: Abba Press, 2002, p. 26.
25
MODES, 2017, p. 67.
26
MODES, 2017, p. 64.
17
poderia gerar. Também acreditavam que a volta de Cristo estava próxima, fazendo
com que os bens materiais perdessem muito rapidamente o seu significado.27
A Igreja possuía um coração sensível às necessidades dos outros. Em seu
coração não havia orgulho pessoal ou justificação através de boas obras, mas apenas
corações que estavam sempre diante de Deus em oração, por isso se compadeciam
dos irmãos que tinham menos condições financeiras.28
A Igreja presente no Novo Testamento também não desprezava o valor da
oração. Sabia exatamente que seria através dela que as pessoas estariam mais
próximas de Deus, ter mais intimidade com Ele e usufruir da Sua presença.29 Durante
o período em que os discípulos passaram ao lado de Jesus, puderam entender muito
sobre a oração e o quanto ela tem poder. Por essa razão, mantiveram a comunhão
em oração.30
Os pontos tratados nesses versículos revelam apenas a forma como a Igreja
vivia internamente e não como foi acontecendo o movimento dela em direção ao
mundo pelo Evangelho de Jesus. O versículo 42 por si só não se completa, mas
quando se olha para o versículo 47, pode-se enxergar o motivo pelo qual a Igreja veio
a existir.31
Conforme Modes, citando Stark, “estima-se que no ano 40 d.C. havia cerca
de 1.000 cristãos no Império Romano, o que representava cerca de 0,0017% de sua
população; no ano 350 d.C. este número sobe para aproximadamente 33.000.000,
compondo 56,5% da população do Império”32, podendo ver assim o quanto a Igreja
crescia naquela época e através de tudo que aqueles cristãos, descritos nos
versículos 42 a 47, faziam.
Viertel comenta que:
27
VIERTEL, 1976. p. 33.
28
ALVES, 2002, p. 27.
29
ALVES, 2002, p. 29.
30
VIERTEL, 1976. p. 32.
31
ALVES, 2002, p. 25.
32
STOTT, John R. W. apud MODES, Josemar V. Um povo transformador. São Paulo: Trans mundial,
2017, p. 67.
18
Viertel afirma ainda que os cidadãos do Reino são a Igreja, mesmo quando
espalhados, realizando tarefas do Reino, que consequentemente trazem mais
pessoas para o Reino.34 Exatamente pela Igreja de Deus estar reunida e
perseverando em vários aspectos da vida cristã, o Reino de Deus continuou até os
dias de hoje.
33
VIERTEL, 1976. p. 39.
34
VIERTEL, 1976. p. 25.
35
ALVES, 2002, p. 23.
36
ALVES, 2002, p. 24-25.
37
ALVES, 2002, p. 25.
19
38
MODES, 2017, p. 64.
39
MODES, 2017, p. 65.
40
MODES, 2017, p. 66.
41
MODES, 2017, p. 83.
42
OLIVEIRA, Raimundo F. de. O livro de Atos: a Igreja, o seu viver e agir. São Paulo: EETAD, 1996,
p. 47.
20
2 A IGREJA ATUAL
Como Anselmo de Cantuária comenta: “Deus tem muitos a quem a igreja não
tem e a igreja tem muitos a quem a Deus não tem!”.43 A Igreja atual se faz muito
parecida com essa realidade. Para entender melhor essa Igreja, o presente capítulo
procura apontar os aspectos vividos nos dias de hoje.
43
CANTUÁRIA, Anselmo apud KUNZ, Claiton André. Vida cristã com excelência: uma jornada rumo
à maturidade. Ijuí: Faculdade Batista Pioneira, 2020, p. 86
44
WIERSBE, Warren W., WIERSBE, David W. 10 princípios poderosos para o serviço cristão. São
Paulo: Shedd, 2013, p. 35
45
COSTA, Sidney. Compre cadeira: igrejas para hoje focadas em Jesus. São Paulo: Alpha Conteúdos,
2015, p. 26
46
FERNANDES, Tomé A. Igreja, missão e missões. Rio de Janeiro: UFMBB, 2014, p. 89
47
KUNZ, 2020, p. 86
21
48
WIERSBE, WIERSBE, 2013, p 35.
49
FERNANDES, 2014, p. 90-91
50
WIERSBE, WIERSBE, 2013, p 35.
51
KELLER, Timothy. Igreja centrada: desenvolvendo em sua cidade um ministério equilibrado e
centrado no evangelho. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 216.
22
apresenta ao redor de tudo isso é como os cristãos devem se relacionar com a cultura
que os cerca. Para muitos, a Palavra tem se tornado algo mais distante e
incompreensível justamente pelo fato da igreja estar preocupada com outros aspectos
de menor relevância, deixando algo tão importante de lado.52
52
KELLER, 2014, p. 216.
53
COSTA, 2015, p. 26.
23
É importante lembrar que, mesmo que ainda existam muitas famílias que
vivem nas regiões interioranas, estas também recebem o choque cultural da
atualidade, justamente por causa dos meios de comunicação tão acessíveis nos dias
de hoje, não podendo deixá-las de lado neste estudo.
Atualmente a Igreja brasileira enfrenta um cenário bastante insatisfatório que
envolve com crescimento muito rápido, porém sem amadurecimento. Muitos foram os
movimentos mais contextualizados e grupos voltados para a evangelização do país,
mas todo movimento necessita de atenção. Sem ter um estudo profundo nas
Escrituras Sagradas haverá grandes problemas a curto prazo. Ainda, muitos grupos
cristãos ainda ignoram o preparo teológico, deixando cada vez mais distante a
consolidação de uma tradição evangélica autêntica no Brasil. 55
Na Igreja Primitiva o contexto de pertencer a uma igreja e ser cristão era
completamente diferente da atualidade. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), pesquisas realizadas em 2010, tem-se notado um
crescimento significativo daqueles que se declaram evangélicos nominais (um
posicionamento geralmente adotado por pessoas do meio católico). Geralmente são
pessoas que se denominam cristãs e acreditam nas doutrinas básicas do
Cristianismo, entretanto grande parte destas não querem participar de uma igreja
institucional e não notam a necessidade disso. As pessoas adeptas desse modelo
podem ser chamadas de “desigrejadas”.56
Cerca de quatro milhões de brasileiros evangélicos se enquadram na
categoria de “desigrejados”, representando 10% do número total de evangélicos no
país, na qual 62% vem de denominações neopentecostais.57 Grande parte do
desinteresse encontrado nas pessoas que se declaram evangélicas, mas não
54
COSTA, 2015, p. 26-27.
55
MAZZACORATI, Israel, SAYÃO, Luiz, NEVES, Itamir. De volta à Palavra: a vida e o ensino dos
apóstolos João, Paulo e Pedro. São Paulo: Rádio Trans Mundial, 2017, p. 23.
56
KUNZ, 2020, p. 88.
57
KUNZ, 2020, p. 88.
24
58
KUNZ, 2020, p. 88.
59
KUNZ, 2020, p. 89.
60
FERNANDES, 2014, p. 90.
25
A geração dos Baby Boomers é composta por pessoas que nasceram entre
os anos 1943 e 1963, possuindo variação pequena de autor para autor. 61 O nome
“baby boomer” se dá em decorrência do nascimento de muitos bebês no período
referenciado.62
Essa geração é composta por pessoas tidas como pessoas motivadas,
otimistas e workaholies (pessoas viciadas em trabalho). 63 Aplicaram e aplicam seus
esforços escolares em carreiras relacionadas ao universo empresarial, por conta da
facilidade pregada anteriormente. 64
Para Khoury:
2.3.2 A geração X
61
SANTOS, Cristiane Ferreira dos, et al. O processo evolutivo entre as gerações X, Y e Baby Boomers.
XIV SemeAD. Limeira: 2011, p. 3.
62
ROSSO, Leila Urioste. O impacto das novas tecnologias sobre as competências profissionais
da geração Baby Boomer. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 2015, p. 10.
63
SANTOS, et al, 2011, p. 3.
64
VELOSO, Elza Fátima Rosa; DUTRA, Joel Souza; NAKATA, Lina Eiko. Percepção sobre carreiras
inteligentes: diferenças entre as gerações Y, X e Baby Boomers. REGE – Revista de Gestão: 2016.
v. 23, n. 02, p. 92.
65
KHOURY, Karim. Liderança é uma questão de atitude. São Paulo: SENAC. 2009, p. 123-124
66
RESENDE, 2008, p. 117, apud ROSSO, 2015, p. 10.
67
SANTOS, et al. 2011, p. 4.
26
68
SANTOS, et al. 2011, p. 4.
69
CONGER, Jay. Quem é a geração X? HSM Management, 1998, p. 134
70
CONGER, Jay. 1998, p. 135.
71
LOMBARGIA, 2008, p. 4, apud SANTOS, et al. 2011, p. 4.
27
2.3.3 A geração Y
2.3.4 A geração Z
72
SANTOS, et al. 2011, p. 5.
73
SANTOS, et al. 2011, p. 5.
74
LOIOLA, Rita. Geração Y. Galileu: 2009, ed. 219, p. 3.
75
VASCONCELOS, Kátia, et al. A Geração Y e suas âncoras de carreira. Revista gestão: 2010, p.
229.
76
VASCONCELOS, et al. 2010, p. 230.
77
KÄMPF, Cristiane. A geração Z e o papel das tecnologias digitais na construção do
pensamento. Campinas: Com Ciência, 2011, n. 131, p. 1.
29
Por fim, a fim de gerar um comparativo para que fosse possível entender
melhor como as pessoas integrantes da sociedade como um todo pensam, será
78
CERETTA, Simone Beatriz; FROEMMING, Lurdes Marlene. Geração Z: compreendendo os hábitos
de consumo da geração emergente. RAUnP: 2011. V. 3, n. 2, p. 18
30
Fonte: FANTINI, Carolina Aude; SOUZA, Naiara Célida dos Santos de. Análise dos
fatores motivacionais das gerações baby boomers, X, Y e Z e as suas expectativas
sobre carreira profissional. Revista iPecege: 2015, p. 136
diversidade enorme entre seus membros, e isso não é diferente em cada instituição
cristã. Conhecer as pessoas envolvidas é gerar o máximo de aproveitamento e
direcionamento do que Deus espera dos membros de uma igreja.
32
79
STEDMAN, Ray C. Expository Studies in Job: Behind Suffering. Wako Texas: W Publishing Group,
1981, p. 107.
80
CAMPANHÃ, Josué. Simplesmente líder: princípios e práticas milenares de liderança. São Paulo:
Vida, 2017, p. 42.
33
3.2.1 Emoções
81
KELLER, Timothy. Igreja centrada: desenvolvendo em sua cidade um ministério equilibrado e
centrado no evangelho. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 221.
82
MIRANDA, Igor da Silva. Hora silenciosa. Atibaia: Palavra da Vida, 2014, p. 187.
83
KELLER, p. 220.
84
MIRANDA, 2014, p. 75.
85
HANSEN, David. The power of loving your church. Minnesota: Bethany House Publishers, 1998,
p. 49–50.
34
experiência com Ele”86 Ainda, “nossa geração alimenta o emocionalismo como modo
de vida e busca sensações que aliviem ou entorpeçam o coração”. 87
Entretanto, existe o outro lado da moeda, na qual o líder age impulsivamente.
De forma geral, os líderes cristãos têm sido prejudicados por estímulos emocionais.
Acabam por colocar palavras “na boca de Deus”, que na verdade apenas refletem
aquilo pelo qual tem passado, suas carências, esperanças e desejos. Muitas escolhas
que a liderança da Igreja faz são motivadas por emoções. 88
3.2.2 Autoridade
3.2.3 Secularismo
86
MIRANDA, 2014, p. 161.
87
MIRANDA, 2014, p. 161.
88
BUCKLAND, Colin. O líder de carne e osso: como lidar com a pressão e as expectativas do
ministério. São Paulo: Vida Nova, 2003, p. 27.
89
MAZZACORATI, SAYÃO, NEVES. 2017, p. 38.
90
MAZZACORATI, SAYÃO, NEVES. 2017, p. 39.
91
COSTA, 2015, p. 30.
92
DEVER, Mark. Nove marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2007, p. 25.
35
O relativismo tem sido outro foco tomado atualmente também, na qual cada
pessoa tem sua verdade pessoal e ninguém tem direito de dizer ao outro o que é certo
ou errado.94 Infelizmente, essa é uma inverdade que tem tomado proporções dentro
das igrejas, na qual cada um vê Deus de uma forma e não de acordo com as verdades
do Evangelho.
3.2.4 Idolatria
93
COSTA, 2015, p. 30-31
94
MIRANDA, 2014, p. 162
95
MIRANDA, 2014, p. 73
36
ela pode ser combatida. Muitas igrejas acabam se tornando fracas por possuírem
pessoas acostumadas com as pregações dos falsos mestres, que pregam sobre os
ganhos pessoais, e não sobre a autoridade de Cristo e seus ensinamentos.96 Aos que
pregam a verdade, dificuldades surgem, já que as pessoas estão acostumadas ao
engano constante de outros líderes.
3.2.6 Imediatismo
96
MIRANDA, p. 75.
97
FERNANDES, p. 91.
98
JOHNSON, Jeffrey D. A Igreja: sua natureza, autoridade, propósito e culto. Tradução por Janyson
Ferreira. Francisco Morato: O estandarte de Cristo, 2020, p. 27 – 28.
99
BRANDÃO, Fernando. Igreja multiplicadora: 5 princípios bíblicos para crescimento. Rio de Janeiro:
Convicção, 2014, p. 93 – 94.
37
Através dos conceitos acima, a Igreja foi instituída para que vivesse em
unidade. A união dos crentes é necessária. Esse é o maior ensino eclesiástico deixado
por Jesus e que deve ser seguido pelos líderes que seguem a liderança de Jesus.
100
MIRANDA, 2014, p. 92.
101
BOOR, Werner de. Das Evangelium des Johannes. Wuppertal: R. Brockhaus Verlag, 1977, p. 170
– 171.
102
BARCLAY, William. Johannes Evangelium. Wuppertal: Aussaat Verlag, 1970, p. 267 - 268
103
MIRANDA, 2014, p. 157.
104
SHELLEY, Bruce L. A igreja: o povo de Deus. Tradução de Neyd Siqueira. São Paulo: Vida Nova,
1984, p. 82.
105
LEIDNER, Erich Luiz. O perdão na restauração de relacionamentos. Revista Batista Pioneira. Ijuí:
Faculdade Batista Pioneira, 2014, v. 03, n. 02, p. 255.
38
Jesus prometeu a Pedro que edificaria Sua Igreja, não com materiais típicos,
mas sim, com a “pedra angular”. Essa pedra é Cristo e os crentes são as “pedras
vivas”, que constroem um edifício vivo.107
Pode-se usar a metáfora de que a Igreja é um edifício. Antes os crentes
estavam afastados de Deus, mas através de Cristo estes foram reconciliados e
gerados como membros de Sua família. A Palavra de Deus é o fundamento sólido e
seguro. Judeus e gentios foram unidos como pedras vivas nessa construção e o
próprio Deus decidiu fazer morada ali.
[...] para Sua glória, Deus uniu em Cristo o que estava dividido,
derrubando o muro que separava o judeu do resto do mundo para criar
a Igreja. Quando a Igreja entendesse o “segredo” dessa unidade,
entenderia também como o amor de Cristo alcança pessoas no mundo
todo e como esse conhecimento os motiva a glorificar a Deus108
106
SILVA, Renato da Silveira e. Administração eclesiástica. São Paulo: Rádio Trans Mundial, 2019,
p. 21.
107
MIRANDA, 2014, p. 57
108
MIRANDA, 2014, p. 58
109
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.1203
110
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.1223
39
povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas,
agora, alcançastes misericórdia.” 111
Efésios 2. 19-22: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas
concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual
todo o edifício, bem-ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual
também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.”
112
João 13. 34, 35: " Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros;
assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão
todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." 113
Amós 3.3: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” 114
111
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.1347-1348
112
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.1255
113
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.1129
114
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. 2014, p.936
115
BRANDÃO, Fernando. 2014, p. 122 – 123.
116
MIRANDA, Igor da Silva., 2014, p. 179.
117
GRUDEM, RAINEY, 2002, p. 325.
40
118
BARNA, George. Igrejas amigáveis e acolhedoras. São Paulo: Abba, 1995, p. 201.
119
MIRANDA, 2014, p. 64.
120
DEVER, 2007, p. 270.
121
DEVER, 2007, p. 29.
122
MIRANDA, 2014, p. 80.
123
KELLER, 2014, p. 369.
124
JEFFERSON, Thomas. The Writings of Thomas Jefferson. Pennsylvania: JC Riker, 1855, v. 6, p.
180.
125
MIRANDA, 2014, p. 185.
126
MAXWELL, John. A arte de influenciar pessoas: sozinho não se chega a lugar algum. São Paulo:
Mundo Cristão, 2007, p. 199.
127
MIRANDA, 2014, p. 184.
41
De acordo com Costa: “a Igreja de Jesus existe não para julgar, mas para
levar esperança a cada pessoa.”130 Ela deve ser um local que possibilite que todos se
sintam em casa. Quando poucos se sentem dessa forma, algo está errado e é
necessário que se busque mudanças. 131
Relacionamentos e grupos que duram geram crescimento. Pessoas que
crescem juntas se tornam comprometidas umas com as outras, gerando uma maior
felicidade em todos. Quando pessoas decidem crescer juntas, possuem uma maior
facilidade em permanecer juntas. 132
A comunhão é a melhor forma de apoiar o crescimento dos cristãos. A
Palavra, quando se refere a esta, deixa tudo muito claro. Sem ela a expansão do Reino
de Deus não acontece. Deus usa sua Igreja para demonstrar amor, e mesmo em meio
a uma enorme diversidade de pessoas, o que impera é a unidade entre os
membros.133 Porém, ela só pode ser mantida através do amor e do envolvimento.
Estes são princípios básicos para que esta possa existir. A comunhão gera um
compartilhar de vários aspectos da vida, gerando crescimento espiritual nos irmãos e
o cumprimento da vontade de Deus para seu povo. 134
Para Bonhoefer “a igreja é igreja somente quando ela existe para os outros” 135.
É necessário remover os obstáculos que impedem a Igreja de ser uma agente de ação
missionária e de transformação de pessoas, para que a comunidade cristã continue
gerando sonhos nas pessoas e promovendo mudanças nos locais por onde passa. 136
128
MODES, Josemar Valdir; SANTOS, Merlise dos. O Cristão e a Igreja na missão de Deus de
transformação do mundo. Revista Batista Pioneira Ijuí: Faculdade Batista Pioneira, 2018, v. 07, n.
01, p. 88.
129
LEIDNER, Erich Luiz. O perdão na restauração de relacionamentos. Revista Batista Pioneira. Ijuí:
Faculdade Batista Pioneira, 2014, v. 03, n. 02, p. 239.
130
COSTA, 2015, p. 28.
131
STEPHANINI, Valdir. Assim nasce uma Igreja. Belo Horizonte: Koinonia, 2014, p. 219
132
MAXWELL, 2007, p. 307.
133
WEYEL, Hartmut. Meu sonho de igreja: características da igreja de Jesus Cristo, estruturas bíblicas
e perfil moderno. Tradução de Werner Fucks. Curitiba: Evangélica Esperança: 2003, p. 63.
134
MODES, SANTOS, p. 88 – 89.
135
BONHOEFER, 1944.
136
FERNANDES, 2014, p. 91.
42
Essa Igreja tem a incumbência de ser voz relevante e ter presença contagiante
em meio à sociedade na qual está inserida. Ela deve viver o seu chamado "para fora",
com o intuito de fazer a diferença sem se contaminar, mantendo-se pura (íntegra)”139
Ela precisa auxiliar as pessoas nas suas necessidades básicas,
demonstrando o seu diferencial em meio a sociedade. É necessário notar que os
motivos são muito maiores que as demais entidades. A Igreja primitiva se torna um
exemplo pelo fato de que suas ações beneficiaram a população e ainda foram opostas
ao que o governo romano realizava na época.140
O Novo Testamento apresenta basicamente cinco princípios estratégicos
seguidos pelos discípulos que possibilitavam o crescimento da Igreja: 1) oração sem
cessar; 2) evangelização discipuladora; 3) plantação de igrejas; 4) formação de líderes
multiplicadores, 5) compaixão e graça.141
Para que a Igreja atual continue mantendo a mesma essência da Igreja
estabelecida em Atos, é necessário que esta enxergue a missão de Deus de forma a:
ultrapassar barreiras geográficas; ultrapassar barreiras étnicas; ultrapassar barreiras
sociais; ultrapassar barreiras de gêneros e ultrapassar barreiras religiosas142 Por fim,
“sirvamos a Deus por nada e que isso seja tudo”.
137
MIRANDA, 2014, p. 179.
138
LEIDNER, 2014, v. 03, n. 02, p. 238.
139
CAVALCANTI, Anderson Carlos Guimarães. De pastor para pastor: integridade, vocação e igreja.
Revista Batista Pioneira. Ijuí: Faculdade Batista Pioneira, 2016, v. 05, n. 01, p. 155.
140
LESSA, Hélcio da Silva. Ação social cristã. Rio de Janeiro: Movimento “Diretriz Evangélica”, 199?,
p. 41 – 42.
141
BRANDÃO, 2014, p. 15.
142
FERNANDES, 2014, p. 95 – 96.
43
CONCLUSÃO
Através deste trabalho foi possível entender a realidade da graça de Deus
com seus filhos. Foi possível entender a importância do início da Igreja e todas as
bases que foram estabelecidas por Jesus e os seus discípulos para que esse corpo
denominado Igreja se perpetuasse pelo mundo até os dias de hoje.
A igreja é um projeto que nasceu do coração de Deus, para que seus filhos
desfrutassem da sua graça em comunhão com seus irmãos. É através desta graça
que, mesmo depois de dois mil anos, a Igreja ainda é real.
Entretanto, no decorrer da história as pessoas foram moldando a mesma da
sua maneira. Muitos servem a instituição Igreja, mas não estão dispostos a ouvir as
dificuldades do seu irmão. Muitos querem mais intimidade com Deus, mas esquecem
que Ele usa os relacionamentos para criar pessoas mais parecidas com Ele. As
pessoas que buscam verdadeiramente a Jesus são capazes de entender os moldes
que Ele mesmo usa. São pessoas que buscam verdadeiramente a Jesus, que se
deixam ser moldadas.
Buscou-se compreender as realidades da Igreja de Atos e da Igreja atual.
Infelizmente, elas diferem entre si. Também analisou-se as gerações que compõem a
sociedade atualmente, e como compreender os aspectos de cada uma pode mudar
inúmeros cenários. Entendendo a realidade dos dias de hoje, a Igreja consegue
caminhar seus primeiros passos a um objetivo comum e uma essência bíblica.
Outro aspecto analisado foi a liderança e a sua necessidade de preparo ideal
para levar os irmãos a ter uma íntima relação com Deus. O líder não é o único capaz
de gerar mudanças, porém, quando bem preparado e maduro, pode criar um ambiente
com pessoas que compartilharão suas alegrias e também as suas tristezas, um
ambiente em que os irmãos se sintam apoiados.
Entende-se que muito precisa ser mudado. Portanto, somente a graça de
Deus, manifestada em inúmeras pessoas e em diferentes situações da história,
permitirá com que a Igreja ainda seja um corpo vivo. Pessoas são criadas para se
relacionarem entre si, e o Senhor faz uso constante desse aspecto. A Igreja é formada
por pessoas e não por simples paredes. Essas pessoas possuem inúmeras
diferenças. São inúmeras gerações convivendo entre si. São diversos pensamentos e
diferenças entre si. O que as une é o mesmo amor, o mesmo Espírito e o mesmo
44
objetivo: glorificar a Deus sobre todas as coisas. Essa é a base e sempre será, até
que Jesus leve sua Igreja para o lar celestial.
Até ocorrer o grande retorno de Cristo, que levará a sua Igreja, Ele quer que
todos usufruam da sua graça, no compartilhar diário, na comunhão, no ensino, nas
orações e em tudo o que Jesus estabeleceu. Ele já compartilhou suas vontades para
o Seu povo em toda a Bíblia. Isso não é segredo para ninguém. Basta buscá-lo.
45
REFERÊNCIAS
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contextualizado, relevante e bem-sucedido estão na Palavra de Deus. São Paulo:
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