Desmascarando o Espírito de Jezabel - 240213 - 121933
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―Aqueles que sucumbiram a esse espírito e se recuperaram, que os seus dons um dia
sejam usados para a glória do Reino de Deus.”
Agradecimentos
Muitas pessoas participaram da elaboração de um livro. Primeiro, minha mais
profunda gratidão vai para minha querida esposa, Diane. Ela continuamente me
encorajou e ofereceu valiosos insights durante os 15 anos que levei para terminar este
livro. Os constantes ataques demoníacos me fizeram interromper o trabalho muitas
vezes. Mesmo assim, o Senhor continuou dizendo: "Não desista.‖
Diane suportou valentemente todas as tempestades que o inimigo lançou em nosso
caminho para atrapalhar a publicação desta obra. Suas orações, opiniões e sua
habilidade de ouvir a voz de Deus enriqueceram o conteúdo deste livro, bem como
minha própria vida. Talvez este livro seja o mais difícil que já escrevi.
Agradeço os esforços de todos aqueles que contribuíram para com este livro. Minha
gratidão, de todo o coração, a Maria Wessel, que 15 anos atrás me ajudou a elaborar os
originais deste obra. Minha gratidão aos três intercessores que deram sugestões valiosas
quando da sua preparação: Tina Santizo, Linda Nail e Jo Beth Kested. Também
expresso meu agradecimento àquelesque amavelmente revisaram meus originais: Randa
Rottschafer, Jane Mitrani, Diane Schechner, Laura Smith, FenanciaTillema, Ruth
Armstrong, Laurie Thompson, Kyndl Sanchez, Vicki Jackson e Roxanne Stewart.
Agradeço a Carolyn Blunk, que serviu como editora desse projeto, e ao seu assistente,
Brett Yates. Suas horas de trabalho árduo e dedicação transformaram minhas tentativas
modestas num tratado útil para o Reino de Deus.
Minha profunda gratidão a Lou Engle, que escreveu o prefácio, e aos meus queridos
amigos que enviaram seus comentários encorajando outros à leitura e a buscar o destino
glorioso de uma futura geração de profetas.
Finalmente, expresso minha gratidão à minha equipe de colaboradores do Ministério
Internacional Streams, por me ajudar a carregar o peso espiritual dessa exposição. Eles,
por sua vez, tiveram de encarar suas próprias batalhas enquanto Satanás buscava
impedir que este livro fosse publicado.
“Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversários.”
Salmo 60.12
Introdução
NESTE LIVRO, CONTO A HISTÓRIA de muitas pessoas que enfrentaram o
espírito de Jezabel. Espero que as lições e experiências registradas aqui sirvam de
encorajamento para você. No entanto, ao ler este livro, não cometa o erro de supor que
somente as mulheres são influenciadas por este espírito demoníaco. Embora seja
verdade que os únicos exemplos bíblicos claros sejam de mulheres, creio que homens
como Absalão, Core e Balaão agiram sob o controle desse espírito.
Oro para que os pastores, ao lerem este livro, refreiem o ímpeto de atirar pedras
nos inocentes ou em qualquer um que discorde deles. Também oro para que não
confundam aqueles que possuem dom profético genuíno, mas que são imaturos quanto
aos procedimentos na igreja, como tendo o espírito de Jezabel. Por isso, em todo o livro,
procurei estabelecer as diferenças entre os dois espíritos, juntamente com os respectivos
remédios.
Finalmente, espero que, ao ler este livro, você não chegue à conclusão de que
sou contra mulheres fortes e ungidas no ministério. Nada poderia estar mais distante da
verdade! De fato,fui incentivado a aceitar o chamado de Deus para minha vida por uma
mulher poderosa e cheia de unção, a falecida Ruth Ward Heflin.
Em 1981, quando vivia em Jerusalém, Ruth teve um sonho. O Senhor lhe disse
para ir a Dallas, no Texas, onde participaria de um programa de rádio e diria como Deus
fala por meio de sonhos e visões. O Senhor lhe disse que um jovem ouvinte estava
resistindo ao chamado de Deus em sua vida. Ele já tinha falado com o jovem por meio
de sonhos e visões. Durante o programa, o jovem iria telefonar para a emissora. Ela
seria usada para mudar a direção da vida dele e ajudá-lo a cumprir seu destino. Eu era
aquele jovem.
Portanto, por favor, entenda que eu respeito profundamente as mulheres que
cumprem seu chamado em Cristo. Nos últimos dias, muitas mulheres piedosas se
levantarão com unção para profetizar e operar notáveis sinais e maravilhas. Muitas
mulheres demonstrarão uma ousadia, intensidade e determinação que para muitos
parecerão um exagero, mas suas vidas também serão um símbolo de submissão às
autoridades constituídas por Deus, como deve ser a vida de todos nós.
Estamos no limiar do maior mover de Deus na história do mundo. Deus deseja
nos visitar de forma sem precedentes. Este livro foi escrito como um chamado para uma
geração profética que foi predita na Bíblia pelo profeta Joel. Ele descreveu uma notável
geração que receberia um derramamento sem medida do Espírito de Deus (Jl 2.28-32).
Sob a unção do Espírito Santo, os pronunciamentos proféticos viriam de homens e
mulheres, jovens e velhos.
Historicamente, onde quer que as vozes proféticas se ergam, o inimigo levanta
suas imitações. Essa falsa voz é o espírito de Jezabel. Neste livro, mostrarei como
Jezabel, como um poder celestial, influencia as ações dos indivíduos. Consciente ou in-
conscientemente, esses indivíduos atrapalharão e farão oposição ao mover de Deus em
nossa geração.
Minha oração é que a ordem divina adquira proeminência e que a igreja saia de
sua atitude de complacência e tolerância para com esse espírito. Também oro para que
se levante um ministério profético e de intercessão dirigido por Deus e que carregue a
marca da humildade, da sabedoria e do discernimento, a fim de nos liderar ao glorioso
Reino do nosso Senhor.
CAPÍTULO 1
ERA UMA ÉPOCA DE APOSTASIA. A nação que Deus chamara para ser sua
tinha se voltado contra Ele. Trocaram a adoração a Deus pelos ídolos de um povo que
no passado tinham vencido em seu nome. O rei que governava sobre Israel chamava-se
Acabe (nome que se tornou sinônimo de perversidade), ele era filho de um homem que
chegara ao trono por meio do assassinato. Por detrás do trono corrupto de Acabe, havia
uma mulher: Jezabel. Na esperança de ampliar seu poder casando-se com Acabe, ela
levou a destruição aos israelitas. Esta destruição se operou por meio de sua fanática
devoção aos falsos deuses - Baal, a divindade masculina do poder e da sexualidade, e
Astarote, a deusa da fertilidade, do amor e da guerra. Os rituais de Baal e Astarote
envolviam práticas sexuais depravadas e licenciosas, bem como suas abominações. A
adoração desses ídolos envolvia os elementos mais bestiais da natureza humana. As
estátuas de Baal se assemelhavam a um órgão sexual masculino, enquanto os altares de
Astarote tinham a forma do órgão sexual feminino. Mais de 450 profetas de Baal e 400
profetisas de Astarote serviam aos desejos depravados e carnais de Jezabel. Muitas
vezes, vidas humanas eram sacrificadas para agradar suas divindades pagas.
Contra esta apostasia, Deus levantou o profeta Elias, o qual desafiou Acabe e
destruiu os profetas de Baal no monte Carmelo. Em contrapartida, Satanás levantou seu
instrumento para silenciar a voz profética de Deus. Seu instrumento foi a esposa de
Acabe, Jezabel.
Nós também vivemos numa época de apostasia. Nossa sociedade voltou as
costas para Deus. O pecado infesta o Corpo de Cristo e a vida de seus líderes. Mesmo
assim, no meio da inacreditável depravação e decadência espiritual de nossos dias, Deus
está levantando uma geração profética. Esta geração carregará o espírito de Elias. Esta
geração terá unção para operar milagres, sinais e maravilhas, realizando grandes
façanhas para o Reino de Deus.
Assim como tem feito desde o princípio, Satanás está levantando uma feroz
oposição a esta geração profética. O inimigo sempre tentou silenciar as vozes proféticas
de Deus e abortar a oração de intercessão. Novamente, o nome do seu instrumento é
Jezabel, um poder espiritual diabólico que busca enganar, profanar e destruir as
autoridades de Deus. Embora a expressão "espírito de Jezabel" seja empregada em
alguns círculos carismáticos, poucas pessoas entendem de fato como essa força
demoníaca opera. O espírito de Jezabel é um poder celestial de influência mundial. Não
é simplesmente um demônio que se apossa de um indivíduo. E um poder demoníaco das
regiões celestes que transcende as fronteiras geográficas específicas e pode afetar
nações inteiras. Em toda região onde penetra, ele se une aos principados que governam
aquele território e opera em conjunto com eles.
O espírito de Jezabel opera em conjunto com os principados e potestades que
atormentam as pessoas (Ef 6.12). Esses poderes demoníacos incluem espíritos de
religiosidade, manipulação, controle, cobiça, perversão e ocultismo. Muitas vezes, eles
se associam ao espírito de Jezabel para construir fortalezas na mente das pessoas.
Quando uma fortaleza de Jezabel é estabelecida na mente de um indivíduo,
defino isso como "estar sob a influência do espírito de Jezabel". No momento em que
isso ocorre, o processo racional do indivíduo se deteriora. Seus pensamentos e ações são
distorcidos.
Para as pessoas familiarizadas com computadores, podemos dizer que o
computador mental do indivíduo recebeu um vírus, fazendo com que processe os dados
sem lógica. Esse vírus corrompe, redireciona e distorce todas as informações recebidas a
partir daquele momento. Como um vírus, a fortaleza de Jezabel é programada para se
manifestar quando certas teclas (ou situações) são acionadas. Ela influência também a
atividade de outros, como numa rede. De fato, o espírito de Jezabel, como um vírus, é
designado para desativar a rede e destruir o hospedeiro. Isso ocorre também com
qualquer um que não se desconecte do hospedeiro. Um programa antivírus alertará o
computador para o fato de que um vírus está operando contra as leis da programação
designada. Depois o programa antivírus dirá ao computador como reconhecer o vírus e
descartá-lo. Para operar de forma eficiente, o computador poderá ser reprogramado
com novos dados — dependendo do nível de dano causado pelo vírus.
Esta ilustração faz um paralelo dramático com o que acontece no Reino quando
uma força alienígena - o poder de Jezabel - desembarca na igreja. Seu objetivo é
desativar e destruir indivíduos, ministérios e a própria igreja. Este será o resultado final,
a menos que o remédio de Deus - o antivírus divino - seja aplicado. Se os pastores
forem incapazes de prevenir ou detectar a ação desse espírito, seus cônjuges, filhos e
membros das igrejas podem cair vítimas dessa força devastadora.
De tempos em tempos, todo cristão fica vulnerável ao perigo de ser influenciado
por esse poder controlador e manipulador. De certa forma, todos nós tentamos controlar
outras pessoas. Embora não haja nenhum indicador infalível que mostre quando a
pessoa ultrapassou o limite, abrir a alma para a ação do espírito de Jezabel é um
processo que pode ocorrer com o tempo. Quanto mais tempo alguém apela para o
controle e a manipulação sem se arrepender, mais forte o espírito se torna. Finalmente,
ele se transforma num estilo de vida. Seu método primário de se relacionar com outras
pessoas e adquirir controle serão por meio desse espírito.
Embora a ilustração bíblica para Jezabel seja voltada para o sexo feminino, este
poder demoníaco não infecta apenas mulheres. Homens também operam sob a
influência desse espírito. Quando isso ocorre, eles ficam enfraquecidos e maculados
pela presença maligna. No entanto, para os homens é difícil operar durante muito tempo
sob a influência desse espírito porque ele precisa de um espírito de Acabe para
sobreviver. Por isso, o espírito de Jezabel geralmente opera por meio de mulheres, que
usam a sedução para alcançar seus objetivos.
Ao escrever este livro, meu propósito é promover a cura e a unidade no Corpo
de Cristo. Portanto, quero aconselhar cautela a todos aqueles que empregarem o termo
"espírito de Jezabel". (como cristãos, não podemos ferir pessoas desnecessariamente -
acusando-as falsamente). De fato, ao fazer isso, podemos assumir as características de
Jezabel - um espírito homicida -, perseguindo e lançando calúnias contra outrem.
Temos de nos lembrar que aqueles que são influenciados por esse espírito são
pessoas feridas e machucadas. O poder do Espírito Santo está disponível para curar
aqueles que são afligidos por esse espírito. Jesus deseja nos libertar daquilo que nos
prende. Devemos encarar nossos pecados, bem como os pecados dos outros, com
honestidade, compaixão e esperança. Há uma necessidade proeminente de que pessoas e
igrejas oprimidas por esse espírito hoje recebam ministração. Agora é o tempo dos
pastores e líderes se levantarem com graça e com coragem.
CAPÍTULO 2- ALIANÇAS PROFANAS
NELSON TOMOU OUTRO GOLE de café e continuou observando a jovem
atraente. Ela estava bem vestida, com um conjunto escuro, e tinha um ar otimista. Seu
aperto de mão demonstrava ser ela uma pessoa confiante, que olhava diretamente para
as pessoas enquanto as envolvia numa conversa agradável. Era uma jovem vivaz e
entusiasta, dona de um carisma penetrante. Tinha a habilidade de atrair as pessoas. Era
divertida e parecia uma estudante devotada da Bíblia.
O número de membros na igreja de Nelson estava diminuindo, e pessoas que ele
estava preparando para ocuparem cargos de liderança tinham saído. Para preencher o
lugar deles, tinha de encontrar novos líderes. Seu desespero aumentava a cada mês, com
a diminuição dos dízimos e ofertas. Quando conversava com a jovem expressava suas
opiniões sobre como aumentar a assistência na igreja. Dona de um aguçado tino
empresarial, ela criou um esquema para colocar a igreja numa posição de domínio. Com
o tempo, ela foi se tornando cada vez mais influente na igreja e passou a liderar um
grupo de estudo bíblico de mulheres.
Ao mesmo tempo, Nelson sentia-se intrigado com as convicções daquela jovem.
Ela parecia ter uma profunda experiência com o Espírito. No entanto, parecia que um
"espírito das trevas" lhe dizia para fazer coisas estranhas, algumas das quais já tinham
resultado em práticas imorais. A despeito disso, Nelson e sua esposa gostavam da
companhia da jovem. Reconhecendo seu potencial, os dois se encontravam com ela com
freqüência e até tentavam ser seus mentores.
Enquanto eles depositavam grande esperança naquela mulher, as jovens da igreja
começaram a se aproximar dela cada vez mais. Enquanto a influência dela crescia, a
influência de Nelson parecia diminuir. Como um pneu com vazamento, lentamente a
igreja estava esvaziando. Então, a esposa de Nelson começou a sofrer de várias
enfermidades, e sua mente se encheu de fantasias sexuais. Para complicar mais as
coisas, o ambiente amigável entre os líderes se tornou um ambiente de divisão, e os
grupos pequenos, que antes eram vibrantes, começaram a morrer.
Um dia, Nelson me telefonou e pediu ajuda. Quando comecei a orar e buscar a
Deus, tive um sonho que me permitiu enxergar através da cortina de fumaça do inimigo.
Compartilhei com Nelson o que Deus tinha me mostrado, e ele confirmou. Mesmo
assim, ele e a esposa pareciam divididos. Esmagados pela indecisão e pela confusão,
continuaram dando à jovem mais responsabilidade, liderança e autoridade dentro da
igreja. Eles admitiram que ocasionalmente ela recebia conselhos de um "espírito guia".
Mesmo assim, eles a amavam e queriam ajudá-la. O que deviam fazer?
UMA ALIANÇA PROFANA
O que acabei de descrever chama-se aliança profana - um relacionamento que
permita que você alcance seus objetivos, apesar de estar consciente de que a pessoa
deliberadamente continua a pecar. Além do mais, na Bíblia fica muito claro que Deus
não aprova que tais pessoas ocupem posições de liderança na igreja. Embora Nelson e
sua esposa justificassem a decisão de não afastar aquela jovem da liderança "pelo bem
da igreja e do Reino", o Reino ficava comprometido com aquele arranjo profano, e, no
final, a igreja deles iria sofrer.
LEALDADES DIVIDIDAS
Uma situação similar ocorreu com Onri, o sexto rei de Israel. Queria assegurar e ampliar
seu reino, ele forjou uma aliança profana por meio do casamento de seu filho Acabe
com uma jovem estrangeira, chamada Jezabel. Essa aliança criou um vínculo político
entre Israel e Tiro. O casamento destinava-se a selar um tratado de paz entre as duas
potências; no entanto, tal aliança provou ser uma concessão que custou muito caro.
Cerimonialmente, foi exigido que Israel seguisse os protocolos religiosos e políticos da
nova esposa de Acabe. Isso significou o naufrágio de toda a nação de Israel na idolatria.
Portanto, por meio do seu plano de ampliar seu reino, Onri, na verdade, colocou Israel
num caminho perigoso. Sua necessidade de construir uma nação gloriosa cegou-o para
as conseqüências da quebra da lei.
Ao concordar em aceitar uma rainha estrangeira, Acabe conscientemente violou
os mandamentos de Deus. Ao que parece, ele justificou a ação em sua própria mente,
mas o Senhor o condenou como tendo se vendido para fazer o que era mau (1 Rs 21.25).
Além da participação zelosa nos cultos depravados de Baal, uma aliança política
oficialmente endossaria as crenças religiosas, idolatras e imorais, de Jezabel, forçando-
as sobre todos os israelitas. A História mostra que foi exatamente o que aconteceu.
Jezabel levou suas práticas religiosas abomináveis para Israel. Ela ordenou que
ídolos de pedra fossem colocados nos lugares altos e também erigiu um altar no Templo
santo de Deus. Se não tivesse feito mais nada, somente esse ato já teria provocado a
indignação e a ira de todos os profetas de Israel. Assim, Jezabel trocou o santo pelo
profano. A Bíblia também indica que ela era prostituta e adúltera, bem como praticante
de bruxaria (2 Rs 9.22).
Jezabel tinha características de personalidade que envolviam manipulação,
controle, perversão sexual e idolatria. Algumas conclusões surpreendentes podem ser
tiradas sobre uma mulher que provoca tal ira no coração do Senhor. Creio que um
espírito maligno motivava suas ações e lhe concedia uma ampla influência. Também
creio que a influência desse espírito permanece até os nossos dias e que jamais foi
totalmente erradicado da Igreja. Pelo contrário, tem recebido um reinado profano.
Quando nos aproximamos do final dos tempos, esse espírito demoníaco parece se
entrincheirar mais e mais nas igrejas.
O nome Jezabel é de origem fenícia e significa "descasada". Embora ela fosse
casada, sua insubmissão e infidelidade conjugal mostravam que para ela o casamento
não significava nada. Embora o matrimônio seja um símbolo de respeito mútuo e
submissão, Jezabel não se submetia a ninguém. Pelo contrário, exigia que todos se
submetessem a ela. Seu casamento era meramente uma aliança política que lhe permitiu
ser não somente uma rainha, mas, em essência, um rei atuante! Jezabel tinha as
respostas para todos os problemas do rei.
DIVA MORTAL
Jezabel aprendeu a arte do engano com seu pai, Etbaal, cujo nome significa
"semelhante a Baal". Ele chegou ao trono por meio do complô e do assassinato. Assim,
a tendência de Jezabel para o assassinato tinha raízes genealógicas. Tirar a vida de
alguém para alcançar seus objetivos era algo comum para ela.
Jezabel aparece pela primeira vez durante o reinado de Acabe, rei de Israel, em
869-850 a.C. (1 Rs 16.31). Acabe não foi o único a sucumbir diante das perversões de
Jezabel. Seus filhos também foram profundamente influenciados por ela. Acazias, seu
filho, cometeu os mesmos pecados que ele (1 Rs 22.51-53). Outro filho, Jorão, foi
morto por Jeú, rei de Israel, como punição por todas as coisas que seus pais tinham feito
aos profetas de Deus (2 Rs 9.24-26).
A filha de Acabe e Jezabel, Atalia, tornou-se rainha de Judá. Assim como sua
mãe, ela procurou um marido fraco, a fim de poder continuar com suas práticas
malignas (2 Rs 8.25-27). Como resultado, Acazias, seu filho — que tinha o mesmo
nome que seu irmão e que pode ter sido fruto de incesto -, fez o que era mau aos olhos
do Senhor. Mãe e filho, bem como os outros 70 filhos de Acabe e suas famílias, foram
mortos pelas mãos de Jeú.
Jezabel não era uma mulher comum. Tinha uma queda para a dramaticidade.
Cada ação sua e cada palavra que dizia demonstravam uma atitude passional e
descontrolada. Sua aparência intimidava, uma rosa com espinhos afiados como punhais.
Era uma figura impossível de ser ignorada, porque ignorá-la podia significar a morte.
A forma como Jezabel saudou Jeú do alto da janela foi mais do que um "olá"
casual. Ela se maquiou e vestiu a roupa mais sensual que encontrou. Ela planejou uma
manobra de sedução para conquistar Jeú, o décimo rei de Israel (2 Rs 9.6), convidando-
o a fazer aliança com ela - talvez como seu próximo marido. Se nada disso funcionasse,
queria pelo menos intimida-lo. Jezabel era uma força dominante em Israel. Se Jcú não
tivesse ordenado que fosse atirada pela janela, ela teria usurpado o reino para si.
Entretanto, Jeú cumpriu bravamente a tarefa que recebera do Senhor — erradicar a casa
de Acabe (2 Rs 9.7).
Nesses dias, Deus está chamando os pastores do mundo lodo. Como eles
responderão: Como Jeú ou como Acabe?
PAZ A QUALQUER PREÇO
O espírito de Acabe simboliza a abdicação da autoridade ou, pelo menos, a
autoridade passiva. Ele se apresenta como uma mentalidade que evita os confrontos e
não assume os erros. O espírito de Acabe adora a posição que ocupa e teme o confronto.
Alguém com este espírito prefere promover a paz a qualquer custo, mesmo que seja
forçado a formar alianças profanas.
Um indivíduo sob a influência do espírito de Acabe fará, muitas vezes,
concessões em vez de alianças, dessa forma se prostituindo, em vez de santificar o
relacionamento. Como você pode fazer concessões a alguém que deseja destruí-lo? O
espírito de Acabe sempre está disposto a sacrificar o futuro a fim de obter a vitória no
presente.
Trabalhando em equipe, os espíritos de Acabe e Jezabel silenciosamente formam
um relacionamento de interdependência. Existe uma necessidade mútua, e um cuida do
outro a fim de alcançarem seus objetivos, como numa simbiose. Um pastor influenciado
pelo espírito de Acabe precisará da ajuda de alguém com o espírito de Jezabel, a fim de
manter sua posição e fortalecer sua base.
Um pastor amigo meu, Russell, queria muito que eu conhecesse certa mulher de
sua igreja. Embora isso não seja incomum (nem errado em si), ele parecia envolvê-la
demasiadamente em cada decisão que tomava. Eu o acautelei sobre relacionamentos de
interdependência, mas era tarde demais. Seis meses mais tarde, Russell caiu em pecado
sexual com aquela mulher.
LÍDERES APLACADORES
Como muitos líderes de hoje, o reinado de Acabe foi caracterizado pela tentativa
de aplacar Jezabel cedendo às suas exigências. Ele tolerava todos os decretos e práticas
abomináveis de sua esposa.
Muitos pastores se submetem a indivíduos influenciados pelo espírito de Jezabel
porque a pessoa parece ter habilidades de liderança ou visão espiritual que ajudará a
igreja crescer. Muitos até se convencem de que, com o tempo, ajudarão o indivíduo à
"amadurecer" espiritualmente. No entanto, nesse processo de ajuda, muitos líderes
fazem demasiadas concessões e enfraquecem sua autoridade. Lembre-se de que a
atitude aplacadora de Acabe era exatamente o que fortalecia a base do poder de Jezabel.
Em várias ocasiões, já vi pastores adotarem uma atitude de indecisão e evitar o
confronto simplesmente por medo de que o indivíduo em questão divida a igreja. Um
pastor em particular tinha plena consciência de que a líder de seu grupo de intcrcessão
operava sob o espírito de Jezabel. Ele tinha medo de enfrentar a situação porque era
uma mulher que intimidava e tinha muita influência. Se ele perdesse mais membros, não
teria como cumprir os compromissos financeiros da igreja. Infelizmente, muitos líderes
se encontram nessa situação hoje em dia. É preciso muita oração e encorajamento para
aqueles pastores que foram apanhados nessa armadilha mortal.
EVITANDO O CONFRONTO
O pastor precisa ter muita coragem para confrontar a força e a obstinação do
espírito de Jezabel. Por meio de suas ações, um indivíduo dominado por esse espírito
revelará as qualidades e as fraquezas do pastor. O pastor descobrirá coisas sobre si
próprio que preferiria ignorar. Pode reagir de forma defensiva quando sua autoridade é
desafiada. Para evitar uma revolta, o pastor pode preferir apaziguar ou favorecer o
espírito. Temendo situações semelhantes, o pastor pode suspender todo o ministério
profético na igreja. Ou então, numa atitude egoísta, pode usar a pessoa dominada pelo
espírito de Jezabel para cumprir seus propósitos pessoais. Qualquer uma dessas
respostas causará danos à vida espiritual da igreja. Adotando uma atitude omissa ou
passiva, o pastor deixará sua igreja vulnerável ao domínio desse espírito diabólico. A
igreja rapidamente afundará sob o peso crescente da opressão espiritual, esmagando
toda a vitalidade espiritual saudável e a visão.O espírito de Jezabel profana tudo o que
toca. Tudo o que é santo torna-se impuro. As pessoas começam a abandonar a igreja,
sem nem saberem por quê. Sentem-se simplesmente compelidas a ir embora, como se
pudessem sentir o domínio crescente das trevas.
Os pastores que [diante dessa situação] reagem de forma impulsiva e precipitada
e eliminam os grupos de intercessão e o ministério profético, silenciarão suas fontes
mais confiáveis de discernimento e revelação. Quando isso acontece, é criado um vácuo
espiritual na igreja. Rapidamente a escuridão e a confusão tomam conta. Como num
jogo de xadrez, o adversário rapidamente ocupa todo espaço que é deixado desocupado.
Quando o verdadeiro ministério profético é silenciado, isso permite que o inimigo
posicione seus próprios profetas em posições-chave.
Os pastores que se omitem e deixam de exercer sua autoridade causam dano ao
povo de Deus, pois sem perceber liberam o poder crescente desses espíritos
demoníacos. Enquanto a questão vai sendo evitada, o problema só vai piorando. Quando
finalmente é confrontado, o espírito de Jezabel já pode ter criado raízes profundas na
igreja e será mais difícil desalojá-lo.
CONSPIRANDO COM AS TREVAS
Se o pastor fingir ignorar os danos causados pelo espírito de Jezabel, pode se
tornar um espírito associado a ele. Conscientemente ou não, o pastor acaba se alinhando
com o espírito maligno. Seus métodos e objetivos vão se tornando mais e mais parados.
Logo o pastor descobrirá que pode alcançar seus objetivos explorando sua contrapartida
espiritual, tornando-se assim um cúmplice das trevas.
A menos que esse pastor reconheça seu erro e se arrependa, um dentre dois
juízos virá sobre ele: Ele acolherá plenamente o espírito de Jezabel e se tornará um líder
marionete, indeciso (mesmo nas questões mais corriqueiras), facilmente enganado e
sujeito a forte depressão. Ou, então, ele e sua igreja enfrentarão um terrível deserto
espiritual. A presença clara de Deus será removida do seu grupo. Ficará apenas a
lembrança da presença divina; lamentavelmente, muitas vezes os líderes não encaram
essa situação como juízo de Deus.
TOLERANDO O INIMIGO
Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se
declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a
prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. — Apocalipse 2.10
Quando um pastor tem uma amiga de confiança que começa a mostrar vestígios
do espírito de Jezabel, é fácil ele justificar a atitude rebelde da pessoa ou simplesmente
fingir que não está vendo. Geralmente os pastores demonstram certa tolerância para
com aqueles que chamam de "amigos". No entanto, essa confiança e lealdade a um
amigo podem criar um tipo de cegueira. O pastor, portanto, deve deixar a amizade de
lado,encarar a situação do ponto de vista pastoral e tomar as medidas necessárias.
No final, quando o pastor enfrenta a situação e a corrige, as pessoas sentem-se
seguras sob sua liderança e desenvolve maior confiança na autoridade piedosa. No
entanto, se o pastor deixar de tratar da atitude de rebelião, no final perderá o respeito das
pessoas. Os membros da igreja olharão para ele com desdém, por causa das
conseqüências que certamente advirão. Surgirá a confusão, e o propósito de Deus ficará
obscurecido devido à liderança vacilante.
Pastores que fazem concessões atraem pessoas que gostam de concessões. A
unção pastoral será reduzida a uma gota, comparada com o que poderia ser. A luz na
igreja se tornará penumbra, enquanto o Corpo perde seu poder espiritual.
FRUTO DA TOLERÂNCIA
Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau perante o
Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava. — / Reis 21.25
Assim como Acabe permitia que Jezabel sacrificasse crianças como forma de
adoração, o espírito que está por detrás dos abortos nos Estados Unidos é mantido vivo
pelo espírito de Jezabel. Por meio da promoção pessoal, controle e esquemas de
manipulação, este espírito também procura abortar aqueles que são jovens ou imaturos
no Senhor. Além disso, ele atrai também falsos mestres, atraídos pelo poder intelectual
da alma.
Chegou o momento de uma nova ordem. Um clamor está se levantando da terra
e adquirindo força. Deus está capacitando sua Igreja com ousadia e zelo, trazidos pelas
verdadeiras vozes dos apóstolos e profetas. Neste momento, Deus deseja que o
ministério profético, que é o testemunho de Jesus, seja vibrante em todas as igrejas. O
ministério profético revelará tudo aquilo que está oculto.
BATALHAS VITORIOSAS
Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel.
Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus
servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor. -2 Reis 9.6,7
Neste ponto da História, uma grande batalha aguarda os representantes de Deus
— os pastores de sua Igreja. Os líderes estão sendo convocados pelo Senhor para
receberem um espírito de valor e se levantarem como verdadeiros reis. Assim como Jeú
recebeu a tarefa de expurgar o Reino de Deus da influência profanadora e
desmoralizante de Acabe e Jezabel, somos chamados hoje para remover esses mesmos
espíritos apóstatas da Igreja.
CAPÍTULO 3 – INFLUÊNCIA
NUM EPISÓDIO DA SÉRIE Jornada nas Estrelas, intitulado "Paraíso Perdido",
alienígenas conhecidos como changelings assumem forma humana e infiltram-se na
Frota Estelar, fazendo-se passar por membros de confiança da Federação. O propósito
deles é criar confusão e semear o medo na Terra. Assim como os changelings enviaram
seus agentes para sabotar a Federação, Satanás envia suas forças das trevas para
atrapalhar o trabalho da Igreja. Esses agentes demoníacos assumem nossa aparência e
falam nossa língua, mas sua lealdade é para com outro reino. Assim como a Federação
precisou aprender a identificar a presença dos changelings, o Corpo de Cristo precisa
identificar os indivíduos que operam sob a direção do espírito de Jezabel.
Scott, que era pastor de uma igreja grande, estava intrigado com o grande
número de exonerações entre os membros da liderança. Tinha sido cuidadoso na escolha
e treinamento dos líderes, formando uma equipe notável. No momento, estava
suspeitando que iria perder outro membro da equipe. Então, a luz começou a brilhar.
Um dos membros da liderança conheceu uma mulher que tinha tido envolvimento com
uma convenção de bruxas. Ela incidentalmente mencionou que reconheceu duas
mulheres que iam regularmente à igreja dele como participantes da convenção de
bruxas. Embora todos pensassem que as duas fossem cristãs, posteriormente foi
descoberto que continuavam na prática da bruxaria. Durante os cultos, as duas se
sentavam nos primeiros bancos e silenciosamente proferiam seus encantamentos.
Lamentavelmente, as duas bruxas conseguiram dispersar a forte equipe de líderes de
Scott, lançando maldições demoníacas contra eles.
CUIDADO
O apóstolo João alertou a igreja de Tiatira, uma cidade da Ásia Menor, em
relação a uma pessoa que tinha abraçado o espiríto de Jezabel:
Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara
profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a
comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia,
não quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande
tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei
os seus filhos,e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e
vos darei a cada um segundo as vossas obras. Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira,
a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas
profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; tão-somente conservai o que tendes,
até que eu venha. Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei
autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se
fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela
da manhã. - Apocalipse 2.20-28
Imagine como os membros daquela igreja se sentiram quando leram: "Tenho
contra ti..." (v. 20). Deus lhes deu uma escolha: remover a Jezabel impenitente ou sofrer
o juízo divino. Poucos decretos divinos (ou nenhum) são mais ameaçadores do que este.
Cair sob o julgamento de Deus é algo a se temer. Quando Deus resiste a uma pessoa,
nada que ela faz prospera. Quando o indivíduo sai da cobertura da proteção divina, fica
vulnerável diante dos principados e potestades.
Remover a pessoa impenitente da igreja é o mesmo princípio que o feirante
emprega ao retirar as frutas estragadas do meio das outras. Ele sabe que uma fruta podre
pode estragar todo o lote porque o ácido que ela libera se espalha para as outras. No
final, toda a caixa de frutas apodrece por causa de uma fruta podre. Portanto, produtos
estragados precisam ser localizados e removidos a fim de conservar os outros por mais
tempo.Este princípio de remover o pecado do Corpo foi o motivo pelo qual o apóstolo
Paulo ordenou que a igreja de Corinto removesse o jovem que cometeu imoralidade
sexual com a madrasta. O pecado de um indivíduo contaminará toda a igreja, assim
como um pouco de fermento leveda toda a massa (1 Co 5.1-12). Esta era a situação na
igreja de Tiatira. A influência de Jezabel estava corrompendo a congregação e afetando
muitas vidas. Ela e sua influência tinham de ser identificadas e removidas a fim de
evitar que toda a igreja se corrompesse e caísse em desgraça.
FAZENDO OS VERDADEIROS SERVOS SE DESVIAREM
Jesus advertiu a igreja de Tiatira sobre esse espírito. Jezabel busca destruir e
silenciar os profetas de Deus, porque, ao fazer isso, ela destrói o testemunho de Jesus, o
qual é o espírito da profecia (Ap 19.10). Declarando-se "profetisa", Jezabel estava
ensinando mentiras e fazendo os servos de Deus se desviarem.
Através dos séculos, muitos dos servos do Senhor, como apóstolos e profetas, já
foram atacados pelo espírito de Jezabel. Aqueles que sobreviveram aos ataques, muitas
vezes se exoneraram de suas igrejas e foram para outros lugares. Até que os pastores se
levantem e exerçam sua autoridade piedosa para remover este espírito de suas
congregações, as vozes dos profetas maduros continuarão sendo afastadas. Enquanto
isso, o espírito de Jezabel continuará implantando seus profetas demoníacos nas igrejas,
a fim de ensinar as doutrinas de Satanás.Sempre que um pastor tem mais temor de uma
pessoa ou de um espírito demoníaco do que de Deus, ele está, essencialmente,
admitindo sem perceber: "Esse espírito é mais poderoso do que Deus." É muito
provável que tenha sido dessa forma que a igreja de Tiatira admitiu a mulher Jezabel
como profetisa e mestra. Obviamente os líderes conheciam seus problemas, pois a
Bíblia diz que eles a toleraram e conscientemente cederam às suas crenças e práticas
tortuosas. É mais do que provável que ficaram intimidados pelo seu controle impiedoso
e sua insubordinação. Subseqüentemente, ela passou a ocupar uma posição de liderança
na igreja.
Concordar com o espírito de Jezabel é retratado nas Escrituras como cometer
fornicação espiritual com ela. A igreja permitiu que Jezabel continuasse na liderança, e,
por isso, Deus foi forçado a trazer juízo não somente sobre ela, mas sobre toda a igreja
(Ap 2.22). Isso, porém, poderia ter sido evitado pela simples remoção do indivíduo
impenitente.
OS CASTIGOS DE DEUS
Todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações... —
Apocalipse 2.23
O pastor da igreja de Tiatira estava diante de uma responsabilidade solene e
desafiadora! O Senhor não somente faria com que todas as igrejas conhecessem os
resultados do que estava acontecendo, como também mostraria o castigo - ou a
bênção— que viria sobre Tiatira. Ao fazer isso, Deus não somente castigou as ações,
mas também os motivos ocultos nos mais profundos recônditos do coração que fizeram
com que a impiedade fosse tolerada.
UMA CARGA SINGULAR
Outra carga não jogarei sobre vós... —Apocalipse 2.24
Esta frase simples, muitas vezes ignorada, indica a improtância que o Senhor
deu à remoção desse espírito. A igreja de Tiatira foi incumbida de uma única tarefa -
remover Jezabel. Levando-se em conta que Deus se referiu à tarefa como uma ―carga‖,
podemos imaginar a extrema dificuldade de se remover uma profetisa que ocupava
posição de liderança. Sem dúvida, seria preciso um grande esforço por parte dos outros
líderes, bem como de toda a congregação, para vencerem essa influência moralmente
comprometedora.
Creio que Deus escolheu Tiatira como exemplo para nós. A partir daquela
época, as igrejas de todo o mundo olharão para ela para aprenderem como e por que
devem tratar com este espírito diabólico.
Vencer o espírito de Jezabel exigirá mais do que simplesmente colocar um fim
no governo autoproclamado e auto-ungido de indivíduos que gostam de exibir seus
dons. É preciso também que os líderes de Deus se humilhem e se arrependam por
usarem a autoridade que receberam de Deus de forma injusta.
O PASTOR QUE CLAMOU "JEZABEL‖
Michael parecia muito seguro de si. Mesmo assim, por baixo de seu charme
exterior, estava cheio de inseguranças. Em seu segundo pastorado, ele estava ouvindo
reclamações dos membros da congregação que o faziam lembrar de sua primeira
experiência no ministério pastoral. Prevendo outra situação de fracasso, começou a
reagir de forma defensiva e agressiva a todas as críticas. Foi se tornando mais
desconfiado e controlador. Perdendo a calma com facilidade, Michael jogava a culpa
dos vários problemas sobre os outros — muitas vezes acusando pessoas inocentes de
terem o "espírito de Jezabel".
Três anos mais tarde, um novo casal começou a freqüentar a igreja de Michael.
Depois de várias situações surpreendentes, o pastor percebeu que o marido e a esposa
agiam sob a forte direção do espírito de Jezabel. Havia somente um problema: ele já
tinha usado tantas vezes o termo "Jezabel" que agora ninguém acreditava nele.
Para piorar as coisas, a liderança da igreja começou a denunciar a atitude de
controle e manipulação do próprio Michael. Desequilibrado pelas suspeitas, ele sentiu-
se como se estivesse sendo julgado. Seis meses mais tarde, aquele casal proclamou
ousadamente que ambos tinham sido "ungidos por Deus" para assumir a liderança da
igreja. Uma semana depois, Michael foi forçado a pedir sua exoneração, e o casal
assumiu. Um ano mais tarde, porém, a igreja fechou as portas.
AUTORIDADE INJUSTA
No que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que
condenas. — Romanos 2.1
Ao apontar o dedo para os outros, Michael estava condenando a si próprio. Suas
ações só serviram para dar poder ao espírito de Jezabel em sua igreja. Se não fosse
culpado dos mesmos erros, ele teria reconhecido a diferença entre pessoas inocentes e
pessoas imaturas. Teria evitado as conseqüências dolorosas que se seguiram.
Pastores e líderes devem reconhecer e depois abolir qualquer método de controle
e de manipulação que possam estar empregando. Devem deixar de fazer comentários
depreciativos sobre outros pastores e irmãos em Cristo (um indício de que você pode ter
problemas nesta área é se costuma falar de forma desrespeitosa sobre outros ministérios
ou se costuma comentar sobre aquilo que lhe é dito em caráter confidencial). Muitas
vezes, os pastores são os maiores ofensores porque têm muita informação sobre o que
acontece na igreja. Devem evitar a maledicência, antes que o odre se rompa.
O hábito de fazer acusações em particular e ouvir acusações sem prova também
precisa parar. Os pastores também devem evitar tentar controlar e explorar a
espiritualidade dos membros de suas igrejas, coagindo-os a fazer o que eles querem.
Esta atitude é chamada de "atitude dominadora". E a imitação carnal do exercício
legítimo da influência e da autoridade espiritual. A vitória sobre o espírito de Jezabel
exige que os líderes tratem de toda rebelião e usurpação de autoridade por parte de
qualquer membro da congregação. Para fazer isso, devem estar isentos desses
problemas.
A fim de que as ovelhas entendam como é o exercício apropriado de autoridade,
os líderes devem ensinar sobre autoridade bíblica. Vencer o espírito de Jezabel envolve
reconhecer e restaurar os relacionamentos quebrados e toda autoridade ordenada por
Deus que tenha sido usurpada por esse espírito. Vamos falar mais sobre isso no próximo
capítulo.
AS RECOMPENSAS DA AUTORIDADE LEGÍTIMA
...vos darei a cada um segundo as vossas obras - Apocalipse 2.23b
O exercício da autoridade legítima tem uma recompensa que corresponde àquilo
que vencemos. O pastor que vence o espírito de Jezabel, que busca usurpar seu lugar,
recebe uma esfera maior de influência e de autoridade. Foi o que o apóstolo João quis
dizer quando escreveu a admoestação do Senhor à igreja de Tiatira:
Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as
nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de
barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. —
Apocalipse 2.26-28.
Três promessas são dadas àqueles que vencem o espírito de Jezabel. Primeiro,
receberão maior autoridade espiritual sobre os principados, potestades e os dominadores
espirituais nas regiões celestes, agora e no porvir. A quebra do poder desse espírito na
Terra — sobre os indivíduos - desintegra seu poder nas regiões celestes.
Segundo, os pastores receberão autoridade para governar "com cetro de ferro".
Somente em outro lugar na Bíblia há menção de "cetro de ferro": em Apocalipse 19.15,
que fala acerca de Jesus. Governar com cetro de ferro não quer dizer ser um tirano. Pelo
contrário, aquele que governa terá a sua autoridade condicionada a uma grande
sabedoria. Assumindo o papel de Jeú concernente a qualquer espírito das trevas, os
líderes exercerão a disciplina e os princípios da Palavra de Deus. Quando um pastor é
como um cetro de ferro, não pode ser controlado ou manipulado com facilidade. Este
será o nível de poder e autoridade dado por Deus àqueles que vencem o espírito de
Jezabel.
Terceiro, o Senhor concederá a "estrela da manhã" àquele que vencer o espírito
de Jezabel (Ap 2.26-28; 2 Pe 1.19). Nestas passagens, isso significa autoridade e favor
divino.Essas duas recompensas — o cetro de ferro e a estrela da manhã - diferem das
outras recompensas registradas em Apocalipse e são exclusivas para essa igreja. Além
disso, carregam uma autoridade muito maior do que aquela que é evidenciada em
nossos dias. Embora nenhuma das outras igrejas mencionadas em Apocalipse tenha
recebido essas três promessas específicas, nenhuma, tampouco, enfrentou a enorme
tarefa de confrontar e remover o espírito de Jezabel.
OS VIGIAS NO PORTÃO
É imperativo que tenhamos discernimento em relação àqueles que trazem
destruição à Igreja. Portanto, é incumbência dos intercessores humildes estarem na torre
de vigia nos portões da Igreja. E do intercessor a responsabilidade de fazer soar o
alarme ao perceber a aproximação de alguém que pode causar dano ao Corpo. Por isso,
é fundamental que toda igreja tenha um forte ministério de intercessão, a fim de impedir
o espírito de Jezabel de fazer sua obra destrutiva.
Como o pastor pode discernir quem são os verdadeiros vigias? No episódio de
Jornada nas Estrelas, os changelings eram rapidamente identificados com um simples
exame de sangue. Embora parecessem humanos, não tinham sangue. Semelhantemente,
os verdadeiros vigias podem ser identificados pelo o que têm dentro de si. Há várias
maneiras de tornar o verdadeiro espírito deles evidente. Uma forma é por meio das
palavras. Jesus disse:
A boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro coisas boas;
mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. — Mateus 1234,35.
Se o intercessor tiver no coração algum indício do espírito de Jezabel, ele
eventualmente será revelado, por meio de suas palavras e/ou ações. Poderá semear
pecado ou divisão na igreja local. No entanto, o verdadeiro vigia não usa sua posição
para desafiar ou depreciar a autoridade pastoral. Pelo contrário, o intercessor
humildemente sustenta os líderes em oração. Além disso, o verdadeiro vigia não busca
posições de autoridade, mas intercede por aqueles que estão nessas posições.
Outra forma de identificar o verdadeiro vigia é pelo fruto do seu espírito. A
Bíblia claramente define qual é o fruto do Espírito:
O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. - Gaiatas 5.22,23
Temos de buscar identificar e conhecer aqueles que trabalham entre nós. Não
podemos conhecê-los apenas de forma superficial, mas profundamente — no que
crêem, o que ouvem e o que dizem quando oram.
Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo
fruto se conhece a árvore. - Mateus 12.33
O verdadeiro vigia é submisso às autoridades, enquanto aqueles que operam sob
o domínio do espírito de Jezabel usurpam a autoridade. Num cenário ideal, o vigia que é
submisso ao Espírito Santo tem a mesma atitude que Davi manteve enquanto serviu a
Saul - de consideração e respeito pela autoridade escolhida por Deus:
O Senhor me guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido. — 1 Samuel 26.11a
Finalmente, a diferença mais óbvia entre o verdadeiro intercessor e o indivíduo
que opera no espírito de Jezabel é a motivação ou a força impulsora por trás de suas
ações. O verdadeiro intercessor é motivado pelo amor em tudo o que faz. Ao escrever
seu tratado sobre o amor, o apóstolo Paulo ofereceu à igreja de Corinto o seguinte
esboço mediante o qual se pode discernir os verdadeiros e os falsos obreiros do
evangelho:
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se
exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a
verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. — 1 Coríntios 13.4-7
NOSSO DESAFIO HOJE
Como nós responderemos a tudo isso? Será que reconheceremos e
confrontaremos esta voz falsa e destruidora? Lidaremos com nossas próprias
debilidades, as quais pode nos cegar ou nos fazer ter reações inadequadas?
Os pastores devem se levantar e liderar segundo o modelo de Jesus Cristo, a
brilhante Estrela da Manhã que ofusca toda as outras testemunhas proféticas e que
destrói as obras do Maligno. Os pastores e as igrejas que buscarem obedecer a Deus
nesta questão receberão uma esfera maior de autoridade. Lembre-se:
Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o Senhor,
vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará. — Deuteronômio
31.6