A Linguística de Ferdinand Saussure
A Linguística de Ferdinand Saussure
A Linguística de Ferdinand Saussure
A imutabilidade é o caráter que não se modifica com o tempo, e faz com que a
língua se mantenha a mesma, mesmo após muitas alterações. Esse aspecto faz com que
um povo, mesmo por muito tempo, possa manter sua língua original, um exemplo o
Grego, ou o Hebraico.
Dessa imutabilidade, Saussure define as suas próprias caraterísticas. Ele alude ao
caráter arbitrário do signo, ou seja, a realidade de que o signo não tem ligação direta
com a realidade. A palavra não é a coisa, mas a simboliza e significa-a. Esse caráter
também revela a forma que a língua escapa da vontade dos indivíduos.
Outra caraterística é a quantidade necessária de símbolos para constituir uma
língua. As palavras são inúmeras, e por causa desse motivo, é impossível mudar
totalmente uma língua. A sua imutabilidade vem do fato que a língua não pode ser
totalmente alterada. Nessa caraterística incluem também a complexidade do sistema.
A última caraterística que Saussure propõe é a inércia coletiva, ou seja, a
resistência da grande massa as mudanças da língua. Mesmo que um indivíduo produz
uma alteração na língua, não quer dizer que essa mudança vai acontecer, por que como
depende da massa, é pouco provável que seja aceito, e alterado.
Saussure demonstra que a língua é algo intangível, por que não podemos
alcança-la, mas não é inalterável. Por isso, as pessoas não mudam a língua, mas ela se
muda, através dos tempos. Vale ressaltar a definição de alteração, sendo o desvio na
relação entre significante e significado, com a continuidade do tempo.
Outro caráter da mutabilidade é a impotência da língua em relação a essas
alterações. Essa impotência revela a inevitabilidade da evolução da língua. Mas, para
isso, Saussure define que para a existência e alteração da língua é necessária uma massa
falante, e a continuidade implica essa alteração, sendo o desvio mais ou menos
considerável das relações.
Em tudo isso, vemos que a língua e seu valor só tem sentido em um sistema.
Sendo assim, o estado da língua se baseia nas relações, que ocorrem em duas esferas
distintas. Dessas esferas, Saussure define como as sintagmáticas e as associativas,
relacionando ambas, através de suas oposições, e seu fator de influência na língua e em
seu estudo sincrônico.
A esfera sintagmática se refere ao surgimento do valor do termo da oposição
entre ele mesmo e o que o segue, precede, ou em ambos. Isso se aplica a dois ou mais
termos, e não somente as palavras, mas frases, palavras compostas ou derivadas. Essa
esfera não pertence a fala, por que se vê livre do fator fonológico.
A esfera associativa se refere a termos que se associação na memória, e no
intelecto. Os termos, por exemplo, ausência, distante, afastado e etc. Essas relações são
criadas pelo intelecto, isso pode ser pelo sufixo, analogia do significado e a semelhança
entre as imagens acústicas.
Por fim, terminado a sua explanação sobre a sincronia, Saussure diserta sobre a
gramática e suas subdivisões. Ele define como objeto de estudo da gramática a língua
como um sistema de meios de expressão. Ele discorda da definição de gramática
anterior, que consiste no estudo da morfologia e da sintaxe.
Então, para a gramática, essas divisões tradicionais podem ter alguma utilidade,
uma vez que se confundem com os fatos sincrônicos, mas não por serem reais, ou ter
ligação com a realidade. Para que a gramática tenha ligação com a realidade, é
necessário definir suas divisões de acordo com os fatos naturais.
Por isso, Saussure define que tudo o que compõe a língua pode ser definido em
teoria dos sintagmáticos ou teoria dos associativos. E algumas das antigas divisões da
gramática encaixam nessas teorias sem dificuldade, por isso, podem ser úteis.
Com essas finais conclusões, Saussure define e estabelece os limites gerais da
sincronia, revelando sua importância na língua e sua primazia diante da diacronia.
Porém, vale ressaltar que essa importância depende também da coexistência e
dependência da sincronia e diacronia.