Arte Minoica

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Arte minoica

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História da arte
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vde
A arte minoica ou arte da antiga civilização minoica desenvolveu-se entre cerca de
3 000−1 100 a.C. tanto na ilha de Creta, como em diversas regiões do Egeu e
Mediterrâneo, locais onde a influência minoica foi forte devido ao comércio intenso
com potências e povos das proximidades.

Arquitetura

Ruínas de Festo
Uma das contribuições mais notáveis dos minóicos a arquitetura é sua coluna, que
foi maior no topo do que na base. As colunas geralmente eram feitas de madeira ao
invés de pedra, e eram geralmente pintadas de vermelho. Eram montadas em uma base
de pedra simples e cobertas com uma almofada, uma peça redonda em jeito de capitel.
[1][2] Durante o Minoano Médio os minoicos desenvolveram técnicas arquitetônicas
revolucionárias como o uso de cantarias cortadas e a perfuração de encaixes no topo
de blocos de cantarias para a fixação de grandes vigas horizontais.[3]

Devido a mitologia, muitos estudiosos por anos lutaram para descobrir a localização
do famoso labirinto do minotauro. Como Evans apontou em suas primeiras impressões,
Cnossos deveria ser encarado como o labirinto, no entanto, recentes investigações
apontam a caverna de Escoteino, a 12 km de Cnossos, como o real labirinto. Usada
para a submeter os jovens a provas iniciativas, suas galerias subterrâneas descem
até 55 metros de profundidade dispondo-se em 4 níveis com rutura de níveis e becos
sem saída; pelo percurso há blocos calcários esculpidos que representam cabeças
monstruosas. No fim do circuito há um altar de pedra.[4] Além disso, segundo alguns
autores, o nome "labirinto" (labýrinthos), por aproximação etimológica com a
palavra lábris (machado duplo), apontaria para a seguinte interpretação:
labýrinthos ao invés de sua interpretação literal poderia ser encarado como
"palácio do lábris".[5]

Pré-palaciano

Ruínas de Sybrita
O Minoano Antigo é caracterizado por um contínuo processo de evolução
arquitetônica. No Minoano Antigo I pequenas aldeias aumentam vertiginosamente em
número por toda ilha, embora ainda seja evidente a ocupação de cavernas. No Minoano
Antigo II há edifícios de grande porte com grande número de divisões, alguns dos
quais foram usados como armazéns, enquanto outros eram quartos ligados a
corredores; há áreas pavimentadas adjacentes a estes edifícios. As paredes eram
construídas com tijolos de argila e cascalho, rebocadas com cal e pintadas de
vermelho. Em Vasilicí, por exemplos, as paredes eram apoiadas em uma estrutura de
madeira, enquanto o telhado era sustentado por vigas de madeira cobertas de junco,
cana e argila. Em Mirtos o teto era de ramos de oliveira cobertas com junco e cal;
seu piso era de blocos de pedra cobertos por uma camada de argila branca. Em
Cnossos, datados do Minoano Antigo III, estão localizados o edifícios conhecido
como hipogeu e uma grande parede presumivelmente parte de um edifício monumental.
[6]

No final do Minoano Antigo, III milênio a.C., os primeiros palácios minoicos


começaram a ser erigidos. Supunha-se que a fundação dos palácios era síncrona
(especula-se que os palácios tenham sido erigidos praticamente ao mesmo tempo) e
datável do Minoano Médio em torno de 2 000 a.C. (data do primeiro palácio em
Cnossos), embora hoje se saliente que os palácios foram construídos durante um
período mais longo em diferentes locais, em resposta a evolução local.[6] Os
primeiros palácios foram os de Cnossos, Mália e Festo, tendo estes sido
influenciados por elementos de estilos de construções do Minoano Antigo.[7]

Ruínas do palácio de Cato Zacro


No Minoano Antigo houve diversos estilos tumulares, alguns deles importados das
Cíclades (cistas). Os primeiros exemplos são as cavernas (utilizadas desde o
neolítico final) onde é comum a presença de ossos de indivíduos diferentes
misturados e habitualmente cremados. Lárnaques e pitos tornam-se populares durante
o período, especialmente no Minoano Médio. Os lárnaques eram elípticos,
relativamente baixo, não possuíam pedestais nem decoração, e eram depositados em
covas individuais, em túmulos retangulares construídos ou nos tolos. Os tolos
minoicos eram circulares, com um diâmetro entre quatro e treze metros, com paredes
geralmente espessas compostas por blocos brutos de pedra ligadas com argila. Eram
edificados sobre uma superfície plana ou contra uma saliência rochosa; suas portas
eram pequenas e quase sempre fechadas por uma grande laje retangular do lado de
fora. Os túmulos retangulares construídos dividem-se em duas categorias: série de
longas e estreitas câmaras paralelas; grupo de quartos quadrados ou retangulares.
Nestes túmulos e nos tolos as inumações eram múltiplas, tendo sido evidente que os
ossos foram periodicamente desenterrados e posteriormente enterrados novamente,
assim como há evidências de fumigações.[8]

Protopalaciano

Ruínas do palácio de Cnossos


Como característica marcante, os palácios minoicos do Minoano Médio (Festo com o
Monte Ida) estão alinhados com a topografia circundante.[9] A arquitetura destes
complexos é identificada pelo estilo "quadrado dentro do quadrado", enquanto os
palácios posteriores incorporam mais divisões internas e corredores.[10] Para a
edificação dos palácios utilizou-se calcário e gesso. Os palácios, disposto em
torno de um pátio central, possuíam setores que agrupam apartamentos residenciais,
salas para banquetes, salas de recepção, quartos de hóspedes, teatros, armazéns,
santuários, escritórios administrativos e ateliês de ceramistas, gravadores de
sigilos, artesãos de bronze, etc.[11] Alguns ambiente possuem afrescos de animais,
pessoas e plantas.[12]

Vista das ruínas de Gúrnia


A ala ocidental de Festo (parte do primeiro palácio) é rodeada por uma série de
pátios pavimentados que foram adentrados por duas entradas principais e cinco
menores. Em Festo, Cnossos e Mália encontrou-se poços circulares conhecidos como
koulourai (singular: kouloura) que funcionavam como silos; em Cato Zacro há
cisternas, drenos e uma fonte.[13] Os armazéns de Mália dispunham seus pitos em
áreas elevadas no chão, pois no centro dos armazéns há canais que terminavam em
buracos que eram usados para recolher tudo que derramasse dos vasos.[3] Não há
consenso quanto à função do edifício conhecido como Cripta hipostila, onde foram
identificadas criptas pilares[nt 1] e uma bacia lustral.[nt 2][16]

A oeste do palácio de Mália há um complexo arquitetônico composto por três


edifícios, onde a do meio (conhecida como Quartier Mu) é o mais proeminente.
Ocupando uma área de 450 m², possuí cerca de 30 quartos térreos, um santuário com
uma lareira retangular, quatro depósitos com sistemas de drenagem, uma sala
pavimentada, uma bacia lustral, um poço de luz,[nt 3] e duas escadas para andares
superiores; a disposição dos aposentos ilustra certa estratificação social. Do lado
oposto da rua estão localizadas três oficinas contemporâneas que possivelmente eram
de empregados de Quartier Mu. Os hipogeus do pré-palaciano, agora erigidos fora das
dependências palacianas, geralmente localizam-se em pátios públicos que separam o
palácio da cidade circundante. Semi-subterrâneos, não há consenso quando sua
função, tendo sido considerados como armazéns, no entanto, segundo investigações
recentes, possivelmente funcionaram como depósitos de água, ou latrinas de
detritos.[3]

Ruínas do palácio de Mália


Neste períodos, o sentimento de mudanças sentidos na sociedade como um todo,
influiu diretamente no tratamento dos minoicos com seus mortos. Os tolos continuam
a ser erigidos, contudo, em menor número; um tolo de Archanes possuí um dromo
(corredor de entrada), uma característica dos tolos micênicos. Um novo tipo de
sepultura, os túmulos com câmara, surgem neste período. São compostos por passagens
horizontais com inclinação para baixo, o dromo e o estômio (porta de entrada menor
que o corredor) que se abre para uma câmara retangular ou arredondada. Nesta fase
os pitos tornam-se mais comuns eram depositados em covas simples, isolados ou em
grupos, em cavernas, em tolos, em ossários retangulares ou em túmulos de câmara. Os
lárnaques tornam-se menores e mais profundos quando elípticos; há os primeiros
exemplos de formas retangulares sem pernas assim como formas pintadas.[3]

Neopalaciano e Pós-palaciano

Ruínas de Hagia Triada


As cidades do neopalaciano eram compostas por palácios, sistemas de canalização de
água e esgoto, ruas calcetadas, lojas comerciais, etc; conectavam-se entre si por
estradas pavimentadas.[18] Ductos de pedra levavam água de morros e das chuvas,
distribuindo-as por tubos de banheiros e privadas; águas e resíduos eram levados
através de manilhas de barro. Foram variadas as plantas das cidades deste período:
blocos de casas divididas por ruas pavimentadas; um edifício central principal (às
vezes um palácio menor) e um aglomerado de edifícios pequenos no entorno; um
palácio central e grandes casas no entorno; casas grandes separadas ou aglutinadas
em espaços menores. Além das cidades havia vilarejos isolados compostos por casas
de tijolos e madeira, construídas sobre blocos de calcário; mansões rurais também
são comuns. No litoral, estaleiros foram erigidos para fabricação de navios.[19]

Hagia Triada (assentamento neopalaciano, notório durante o pós-palaciano) foi um


grande complexo em forma de L suntuosamente decorado, localizado no extremo leste
do palácio de Festo. Deste preserva-se os bairros residenciais e algumas parcelas
dos bairros manufatureiros (oficinas) e de armazenamento. Outros característicos
complexos do períodos são o Pequeno Palácio de Cnossos, a Villa Real de Cnossos,
Nirou Khani e a cidade de Gúrnia.[19]

No âmbito tumular covas, cavernas e cistas são raramente usadas. Durante o período
os túmulos com câmara são os sepultamentos mais característicos. Os tolos micênicos
(retangulares ou circulares com um telhado abobado) invadem a ilha; os tolos de
Maleme são distintivos, pois possuem um telhado piramidal. Há novos tipos
tumulares: sepulturas em forma de fosso com ou sem nicho. São fossos retangulares
de dois metros de profundidade cobertos por lajes de pedra; os exemplares com nicho
possuem 4,35 metros de profundidade geralmente com um metro de altura por dois de
comprimento.[19]

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